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Cap 10 Estacionamento
Cap 10 Estacionamento
Índice de Figuras
Índice de Quadros
QUADRO 1 - ESQUEMAS DE GESTÃO DE PRIVILÉGIOS PARA PARQUEAMENTO DE VIATURAS NA VIA PÚBLICA ................9
QUADRO 2 - EQUIPAMENTOS E SISTEMAS DE CONTROLE ............................................................................................11
QUADRO 3 - DIMENSÕES-TIPO DOS LUGARES DE ESTACIONAMENTO...........................................................................15
QUADRO 4 - DIMENSÕES RECOMENDADAS, EM METROS, PARA ZONAS DE ESTACIONAMENTO ....................................20
10. ESTACIONAMENTO
10.1 Introdução
Não se poderá, no entanto, abordar o problema do estacionamento eficazmente sem ser duma
forma global, com a definição de uma política geral de transportes, pois determinadas medidas
que se tomam numa dada zona podem ter repercussões importantes não só nas vizinhas mas até
noutras, bastante afastadas.
Os condutores quando decidem viajar no seu veículo admitem, normalmente, que o poderão
estacionar a uma distância razoavelmente curta do destino final. Nos casos em que o destino final
é uma área congestionada reservam algum tempo para a procura do lugar de estacionamento.
Os juízos pessoais de cada condutor daquilo que poderá ser um lugar de estacionamento
aceitável variam consideravelmente e são função da localização, dimensão do espaço e
eventualmente das taxas de utilização do mesmo. Os julgamentos poderão também ser
Para além dos tipos de estacionamento caracterizados anteriormente, há ainda que considerar
outros: residenciais e utilizadores especiais (táxis, deficientes motores, entidades oficiais, etc.)
que serão abordados mais à frente.
10.2.1 Enquadramento
A política de estacionamento da autoridade local responsável pela sua elaboração (no caso de
Lisboa é a Câmara Municipal de Lisboa) não pode deixar de ter em conta as várias hierarquias de
planos urbanísticos já aprovados.
Porém estes condicionalismos ao estacionamento na via pública, que vão evoluindo para uma
proibição total, em especial nos centros das cidades, e em função da categoria das vias, devem
ser compensados pela criação do adequado número de parques de estacionamento. A sua
capacidade global deve ser determinada em função de diversos factores nomeadamente as
capacidades das vias existentes ou a criar e a regulamentação a que esses lugares de
estacionamento ficam sujeitos. Procura-se também que certos ou todos os edifícios tenham
lugares de estacionamento próprios. Há já diversas cidades com regulamentos a este respeito que
todavia podem variar de zona para zona, pois se as há onde tal exigência se justifica e se impõe
(Vide casos mais recentes nos E.U.A), outras há em que poderia ser contraproducente em face do
esquema viário em que se apoiaria.
A oferta de estacionamento na via pública constitui geralmente uma grande fatia da toda a
capacidade total de estacionamento de uma determinada zona urbana.
Os lugares de estacionamento na via pública são os mais escolhidos, particularmente por aqueles
que têm limitações físicas e que pretendem evitar percorrer grandes distâncias. Por outro lado,
quando não existirem parques de estacionamento, também os veículos de distribuição procuram a
via pública.
Com efeito, a recolha de informação poderá ser feita por entrevista, quando as zonas de
influência dos equipamentos em estudo forem grandes ou se esperarem mudanças significativas
devido a alterações importantes introduzidas na oferta. Este método deverá ser utilizado quando
os níveis de procura suprimida são elevados. Estas entrevistas são levadas a cabo para se saber,
da parte dos condutores, qual o motivo da viagem; a sua origem e o seu destino; a duração e tipo
de estacionamento; os eventuais espaços alternativos considerados e a frequência com que
costuma recorrer a este lugar de estacionamento.
A recolha de informação poderá também ser feita através de métodos de observação. Estes
métodos são extremamente úteis quando se pretende avaliar o desempenho de uma determinada
zona de estacionamento e não o comportamento dos utilizadores em toda a extensão das suas
deslocações (casa/..../casa).
Através deste método são observados o número total de utilizadores, o seu ritmo de partidas e
chegadas, a acumulação do número de veículos estacionados em cada momento e a duração
média dos estacionamentos.
Deve ser estabelecida uma escala de prioridades onde, normalmente, os primeiros a serem
satisfeitos são os residentes e logo a seguir os fornecedore (cargas e descargas). Nos últimos
lugares dessa escala aparecem os trabalhadores que se dirigem para os seus empregos
necessitando de estacionamento de longa duração. É usual também criar uma reserva de
estacionamento para visitantes e utilizadores de curta duração.
Tendo em conta os constrangimentos que a implementação destes esquemas traz, não só para os
residentes, como para os visitantes e trabalhadores, haverá que ter o maior cuidado na sua
aplicação de modo a podê-la justificar perante a opinião pública e, acima de tudo, fazer com que
esta aceite e apoie estas medidas. Investigações em exemplos similares já aplicados no passado
em algumas cidades, vêm demonstrar que haverá que considerar pelo menos os seguintes
aspectos:
· A dimensão da área a ser tratada, atendendo também às localizações alternativas a serem
posteriormente utilizadas pelos condutores afectados e ainda as repercussões nos arruamentos
adjacentes que a implementação do esquema irá trazer;
· O tipo de esquema a adoptar; se deve ser aplicado a toda a zona ou apenas em algumas ruas;
se as restrições devem ser apenas para algumas horas do dia ou na sua totalidade; etc.;
· Critérios de diferenciação em relação aos residentes;
· Como contemplar os visitantes e veículos de emergência.
Paragem com tempos O tráfego é regulado de · Permite um razoável acesso por parte · Não garante aos residentes o seu lugar;
limitados, com isenções modo a impôr restrições de outros veículos; · Os residentes continuam sujeitos às
específicas para os de paragem na área, com · Um dos preferidos pela Polícia, pois leis normais e caso estejam a obstruir a
residentes excepção para os reduz o número de queixas dos residentes saída de outro veículo poderão ser
residentes face aos transgressores; processados;
· Difícil implementação;
Lugares de estac. Os lugares são designados · Não elimina a possibilidade de · Não garante aos residentes o seu lugar;
isentos / taxas de modo a isentar ou a estacionamento na via pública; · Elevados custos do equipamento;
diferenciadas para os diferenciar os residentes · Oferece uma considerável
residentes flexibilidade;
Restrições por hora do As restrições específicas · Fácil implementação; · Só é eficaz quando os problemas são
dia para determinada altura do · Não afecta grandemente as actividades causados por estacionamento de longa
dia, de modo a na área; duração;
desencorajar o estac. de · Os residentes estão também impedidos
longa duração de estacionar nos períodos de restrição;
As autoridades locais poderão empregar nos seus quadros trabalhadores que tentarão pôr em
prática as medidas recomendadas para as zonas de aplicação. Estes poderão prestar informações
quanto às tarifas cobradas, indicar lugares vagos, etc., mas em caso algum poderão cobrar multas,
pois esta tarefa está legalmente cometida à Polícia de Segurança Pública.
Tanto a Polícia como as autoridades locais têm poderes para remover ou bloquear automóveis
avariados, abandonados ou estacionados em locais indevidos (em contravenção, em locais
perigosos, obstruindo a via, etc). Actualmente, em Lisboa a solução utilizada é a da remoção dos
veículos, enquanto no Porto se pratica sobretudo o bloqueio das rodas.
Bloqueio das rodas o Mais barato que a remoção do veículo; o Não é eficaz em casos de obstrução das vias;
o Menor tempo de obstrução da via que o necessário para o Dificuldades de aplicação em áreas onde o vandalismo e o
as manobras de remoção do veículo; roubo possam imperar.
o Útil no caso do veículo estar a obstruir a via. o Necessidade de grande quantidade de tempo para as
manobras de remoção;
Os estacionamentos podem ser classificados segundo vários tipos, dos quais se realçam os
seguintes:
· Quanto aos utentes:
- Estacionamento público é feito sem qualquer discriminação de utilização salvo de tipo
de veículo e destina-se ao público em geral, gratuitamente ou mediante o pagamento de
taxas.
- Estacionamento privativo só pode ser utilizado pelos respectivos proprietários ou seus
autorizados, em propriedade particular, área coberta ou em logradouro. Verifica-se uma
tendência geral para impor este tipo de estacionamento, especialmente em edifícios novos.
- No estacionamento de admissão reservada, a utilização só é permitida a determinados
condutores e é normalmente gratuita. É o caso de alguns estabelecimentos comerciais,
casas de espectáculo e clubes que proporcionam estacionamento aos seus frequentadores.
Como normalmente o espaço para parques de estacionamento é limitado, tem-se muitas vezes
enveredado pela construção de auto-silos subterrâneos aproveitando, para o efeito, praças,
parques ou mesmo arruamentos. Assim, embora o custo da construção possa ser mais elevado
por motivos diversos entre os quais as necessidades de conveniente ventilação, não se perde a
possibilidade de utilização do terreno à superfície.
Para dimensionar um terminal deve atender-se à maneira como a sua área é fundamentalmente
ocupada. Os diferentes tipos de ocupação que se encontram num parque de estacionamento são
os seguintes:
- Entrada e saída e respectivos espaços de espera;
- Faixas de estacionamento;
- Faixas de acesso;
- Rampas ou áreas ocupadas pelos mecanismos de elevação;
- Zonas de serviço.
A largura de entrada ou saída deve ser estudada em função do perfil transversal do arruamento,
de modo a permitir a melhor arrumação dos veículos, sem necessidade de manobras. Às vezes,
nomeadamente nos arruamentos principais ou nas proximidades dos cruzamentos, torna-se
a) Ângulo de estacionamento
O comprimento a adoptar para lugar de estacionamento tem importância relativa sendo vantajoso
fazer a sua marcação no pavimento em especial quando se trate de um estacionamento
longitudinal. O que interessa fundamentalmente dimensionar é a largura da zona base de
estacionamento, função da largura da faixa de acesso.
Se existirem pilares, convém que a distância entre os mesmos seja múltipla do comprimento de
faixa por lugar.
• Faixa de acesso
Designam-se por faixas de acesso as que dão imediatamente acesso aos lugares de
estacionamento e onde se fazem as manobras de arrumação e “desarrumação”.
Assim, enquanto que para um estacionamento longitudinal bastaria a largura normal de uma via
de tráfego, no caso de estacionamento de topo são recomendados 6,10 m para os carros europeus,
que já permitem duas vias de tráfego e circulação de peões.
Os valores extraordinariamente altos adoptados para largura das faixas de acesso nos E.U.A.
advém não só das maiores dimensões dos veículos, mas também da folga de cerca de 1 m
considerada conveniente entre os veículos em movimento ou entre estes e os estacionados.
• Zona-base de estacionamento
Por zona-base de estacionamento designa-se o conjunto de uma faixa de acesso e das duas
faixas de estacionamento laterais servidas por aquela.
A zona-base com interpenetração frente a frente permite, em relação à fora a fora, um melhor
aproveitamento de espaço, qualquer que seja o ângulo de estacionamento (constante para todas as
faixas, uma vez que os sentidos de trânsito serão necessariamente contrários em faixas de acesso
contíguas), e não trazem quaisquer problemas desde que não haja pilares.
Nas garagens com interpenetração há então que distinguir entre as que têm ou não pilares.
Pelas diferenças dos valores apresentados no Quadro 4, entre os valores com ou sem pilares,
pode-se avaliar a economia de espaço que advém da eliminação de uma fiada de pilares.
Em edifícios estreitos, determina-se o vão entre a fiada de pilares e a parede pela média entre as
larguras das zonas-base de estacionamento fora a fora e frente a frente.
É evidente que a área de zona-base por lugar só tem sentido para vãos livres a toda a largura da
mesma, e não inclui espaços de espera, rampas, perdas de fim de faixa, nem zonas de serviço que
possam existir. A área por lugar de estacionamento que inclua todos estes espaços referidos, ou
seja a área que se obtém dividindo a área total do terminal pelo número de lugares do mesmo,
pode-se designar por área bruta por lugar de estacionamento.
Para determinar o número de veículos que podem ser arrumados numa dada extensão de faixa de
estacionamento, basta dividir o comprimento da faixa, diminuido do comprimento da perda de
fim de faixa, pelo comprimento da faixa por lugar de estacionamento.
Ângulo de Largura Compri- Largura da Largura da Largura da zona base Área da zona base por lugar Perda de fim de faixa
Estaciona- do lugar mento da faixa de faixa de com interpenetração com interpenetração Compri- Área por
mento faixa por estaciona- acesso fora a sem com pilares fora a fora sem com pilares mento faixa de
fora
(graus) lugar mento pilares 0.30*0.30 pilares 0.30*0.30 estaciona
mento
a b c d e f1 f2 f3 f1 f2 f3 g G
45 2,30 3,20 4,90 3,35 13,15 11,40 11,70 21,00 18,30 18,70 1,60 9,10
60 2,30 2,65 5,10 4,25 14,45 13,30 13,60 19,20 17,70 18,20 1,70 11,20
70 2,30 2,45 5,05 4,55 14,65 14,00 14,40 18,00 17,20 17,60 1,30 9,10
80 2,30 2,30 4,80 5,70 15,30 15,00 15,40 17,60 17,20 17,60 0,80 6,00
Inquérito ao Estacionamento
Rua:
Data: Hora:
É utilizador habitual de TI quando vem para esta zona? E por quanto tempo costuma deixar
o carro estacionado aqui?
Acha que se o parqueamento na via pública desta zona fosse pago, o problema do estacionamento
podería ser resolvido? E que preço estaria disposto a pagar por hora?
Estacionamento ilegal do 1º nível - Estacionamento que apesar de ser ilegal não prejudica a circulação quer de
veículos automóveis quer de peões;
Estacionamento ilegal do 2º nível - Estacionamento que prejudica a circulação de veículos automóveis e de
peões
Data: Local:
Observador: Tipo de
Parqueamento:
Na via Parque Garagem
Totais
Nº 1 2 3 4 5 6 7 8 9 ... IN OUT OCUP. VAG.
8:00
8:15
8:30
8:45
9:00
9:15
9:30
9:45
10:00
10:15
10:30
10:45
11:00
11:15
11:30
11:45
12:00
• Institution of Highways and Transportation - Roads and Traffic in Urban Areas - 1987
• Ministério das Comunicações - Gabinete de Estudos e Planeamento de Transportes
Terrestres - Técnicas de Engenharia de Trânsito - 1970
• Institute of Transportation Engineers - Transportation Planning Handbook, 4 th Edition -
1992
• Apontamentos da cadeira de Engenharia de Tráfego Rodoviário do Mestrado em
Transportes do I.S.T. - 1994/95.