Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
7.1. INTRODUÇÃO..................................................................................................................................................1
7.2. CONCEITOS E DEFINIÇÕES ............................................................................................................................... 1
7.3. CAPACIDADE E NÍVEL DE SERVIÇO .................................................................................................................2
7.3.1. Capacidades em intersecções semaforizadas ......................................................................................3
7.3.2. Níveis de Serviço em intersecções semaforizadas................................................................................5
7.4. ANÁLISE OPERACIONAL ..................................................................................................................................7
7.4.1. Cálculo do fluxo de saturação ...........................................................................................................11
7.4.1.1. Factores de ajustamento .................................................................................................................................12
7.4.2. Cálculo da capacidade ......................................................................................................................18
7.4.3. Determinação do nível de serviço......................................................................................................18
Índice de Quadros
7.1. Introdução
São analisados neste capítulo as intersecções comandadas por semáforos (dispositivos luminosos
que transmitem aos utentes da estrada indicações de permissão ou proibição de realização de
determinado movimento). A metodologia a utilizar será fundamentalmente aquela que é proposta
pelo Highway Capacity Manual.
É assim objectivo deste capítulo fornecer instrumentos de análise que permitam avaliar a
performance de uma qualquer intersecção semaforizada, determinando o nível de serviço e a
capacidade.
Os semáforos podem actuar de três formas distintas, dependendo do tipo de controle utilizado:
1. Comando de tempo fixo - Neste tipo de funcionamento o tempo de ciclo, fases, tempo de
verde e intervalos de mudança, encontram-se definidos à partida. Assim, o semáforo mantém
o mesmo ciclo (e plano de fases nesse ciclo) ao longo do tempo, sendo possíveis, em função
do equipamento, vários planos conforme as horas.
2. Comando semi-operado (pelo tráfego) - Neste tipo de comando o verde está do lado da
estrada principal até que um ou mais veículos cheguem à intersecção do lado da estrada
secundária, passando então o verde para esse movimento, após um intervalo de mudança
apropriado. O verde para a estrada secundária será estendido até que todos os veículos passem
ou até que o tempo máximo dessa fase seja atingido.
3. Comando operado pelo tráfego - Nos semáforos controlados desta forma todas as fases são
comandadas pela actuação de detectores. Normalmente, os tempos mínimos e máximos de
verde são especificados para cada fase, assim como a sequência das fases dentro de cada ciclo.
Desta forma o tempo total de ciclo e o tempo de cada fase podem variar bastante. Certas fases
podem ainda ser consideradas opcionais e serem ‘saltadas’ se não for detectada procura .
É no entanto importante notar que os dois conceitos, capacidade e nível de serviço, devem ser
observados para uma correcta avaliação de desempenho de uma intersecção semaforizada.
A definição do nível de serviço, para cada movimento, para um grupo de movimentos ou para
toda a intersecção, baseia-se no tempo médio de espera por veículo.
Assim, o rácio (v/c) afecta o tempo de espera, mas existem outros aspectos que o afectam
também e de uma forma ainda mais acentuada: qualidade de progressão (que depende
basicamente do tipo de movimento), tempo de verde, tempo de ciclo e outros. É por esta razão
que será necessário um extremo cuidado quando se pretenderem estabelecer relações entre o
nível de serviço e a capacidade (ou percentagem da capacidade utilizada).
Um índice com bastante interesse prático é o rácio crítico, Xc. Consiste no rácio v/c para a
intersecção como um todo, mas, considerando apenas o movimento com maior rácio v/s em cada
uma das fases.
v T
X c = ∑ .
i
s ci T − L
sendo:
Xc - rácio crítico (v/c) para a intersecção
v
∑ s
i
- somatório de todos os grupos de pistas consideradas críticas
ci
Baseando-nos no conceito de rácio crítico, podemos concluir que se Xc ≤ 1.0, então é possível
acomodar todos os movimentos na sequência de fases e tempos de ciclo definidos (supondo o
fluxo uniforme ao longo do período considerado).
Assim, o nível de serviço é definido a partir dos tempos médios de atraso para um período de
ponta de 15 minutos, podendo este ser medido no campo (ver anexo IV) ou calculado a partir da
formulação apresentada mais à frente neste capítulo.
Este atraso refere-se ao tempo gasto para atravessar esta intersecção, em excesso relativamente à
situação de atravessamento livre da intersecção (como se esta fosse desnivelada ou não existisse).
Inclui portanto os tempos de paragem no vermelho ainda que sem qualquer congestionamento.
Nível de Serviço A - Situação em que os atrasos são muito pequenos (menores que 5 segundos
por veículo) ocorre quando a progressão é muito favorável e a maioria dos veículos chega
durante o verde, nem sequer tendo que parar. Tempos de ciclo curtos contribuem para tempos de
atraso curtos.
Nível de serviço C - Descreve situações em que o tempo de espera toma valores entre 15,1 e 25
segundos por veículo. O número de veículos parados torna-se significativo, apesar de muitos
ainda passarem sem necessidade de parar.
Nível de Serviço D - Atrasos na ordem dos 25,1 a 40 segundos. Para este nível a influência do
congestionamento começa a fazer-se sentir, muitos dos veículos são já obrigados a parar
enquanto que a percentagem dos que não têm de parar diminui drasticamente.
Nível de Serviço E - Tempos de atraso entre 40,1 e 60 segundos por veículo, sendo o valor de 60
segundos considerado como o limite aceitável de atraso. Esta demora fica a dever-se na maioria
das situações a fracas condições de progressão, tempos longos de ciclo e rácios de v/c elevados.
Nível de Serviço F - Este nível de serviço apresenta tempos de atraso superiores a 1 minuto por
veículo o que é considerado inaceitável pela maioria dos condutores.
Serão assim estes os parâmetros necessários para a elaboração de uma análise operacional, sendo
de notar que:
1. Um dos parâmetros que mais influencia o desempenho de uma intersecção é o tipo de
chegadas. Assim, são definidos cinco tipo de chegadas:
• Tipo 1 - pelotões densos que chegam no inicio do vermelho (a pior condição possível)
• Tipo 2 - pelotão denso chegando no meio do vermelho ou pelotão disperso chegando ao
longo do vermelho
• Tipo 3 - chegadas totalmente aleatórias
• Tipo 4 - pelotão denso chegando no meio do verde ou pelotão disperso chegando ao longo
do verde
• Tipo 5 - pelotão denso chegando no inicio do verde, sendo este o melhor tipo de chegadas
Tipo de chegada Rp
1 0,00 a 0,50
2 0,51 a 0,85
3 0,86 a 1,15
4 1,16 a 1,50
5 ≥ 1,51
FONTE: HIGHWAY CAPACITY MANUAL
sendo:
Gp - tempo mínimo de verde (seg.)
W - distância a atravessar pelos peões (m)
Y - intervalo de mudança em segundos (amarelo + tempo perdido)
Para esta equação considera-se que a velocidade média dos peões será de 1,2 m/s (4,3 km/h).
Quando alguns dos dados referidos no Quadro 2 não estejam disponíveis, poderão ser utilizados,
por defeito, os seguintes valores:
sendo:
VLE - fluxo equivalente à viragem à esquerda
VL - fluxo de viragem à esquerda
VO - fluxo em oposição à viragem à esquerda
Quando dados detalhados definidores dos factores atrás descritos não estão disponíveis, um valor
por defeito para s pode ser considerado 1600 VL/hverde/pista x N. Quando isto é feito a análise
deverá ser considerada como uma aproximação grosseira.
O factor de largura de pista, fW, entra em conta com o impacto de diferentes larguras de pistas no
fluxo de saturação.
Assim, o factor para veículos pesados, fHV, considera o espaço adicional ocupado por estes
veículos e pela diferença das performances dos veículos pesados em comparação com os veículos
ligeiros. O factor relativo à inclinação, fI, entra em conta com o efeito das inclinações na
operação de todos os veículos.
O factor tipo de área, fA, considera a relativa ineficiência da intervenção da área de escritórios em
comparação com outras localizações. Isto deve-se acima de tudo à complexidade e congestão
geral do ambiente nestas áreas.
Os factores de viragem dependem de vários parâmetros, sendo o mais importante a forma como
as viragens são acomodadas na intersecção. Com efeito, as viragens podem efectuar-se em pistas
exclusivas ou partilhadas, com a protecção ou permissão da fase de sinais, ou com combinação
destas condições. Assim, factor de viragem à direita, fVD, depende dos seguintes factores:
a) Se são efectuadas a partir duma pista exclusiva ou partilhada;
b) Tipo de fase dos sinais - protecção, permissão ou protecção mais permissão - (uma fase
protegida de viragem à direita não tem conflito com os movimentos pedestres);
c) Volume de peões em conflito;
d) Proporção de viragens à direita usando uma pista partilhada;
e) Proporção de viragens à direita usando uma fase protegida e uma fase permitida.
OS FACTORES DE VIRAGEM SÃO NECESSÁRIOS PELO FACTO DE QUE ESTES MOVIMENTOS NÃO PODEM SER
EFECTUADOS COM OS MESMOS FLUXOS DE SATURAÇÃO QUE OS MOVIMENTOS DE ATRAVESSAMENTO.
Largura da pista (m) 2.5 2.75 3.00 3.25 3.60 4.00 4.25 4.50 ≥ 4.50
Factor de larg. da pista, fW 0.87 0.90 0.93 0.97 1.00 1.03 1.07 1.10 Usar 2 pistas
FONTE: HIGHWAY CAPACITY MANUAL
% de veículos pesados 0 2 4 6 8 10 15 20 25 30
Factor de veíc. pesados, fHV 1.00 0.99 0.98 0.97 0.96 0.95 0.93 0.91 0.89 0.87
FONTE: HIGHWAY CAPACITY MANUAL
Inclinação, % -6 -4 -2 0 +2 +4 +6
Factor de inclinação, fI 1.03 1.02 1.01 1.00 0.99 0.98 0.97
FONTE: HIGHWAY CAPACITY MANUAL
[1 − (g T )( X )]
( )
d 2 = 173 X 2 ( X − 1) + ( X − 1 ) 2 + 16 X
c
O tempo de atraso vai assim ser a soma de dois termos. O primeiro termo representa o atraso
uniforme, ou seja o atraso que surgia se as chegadas acontecessem de uma forma uniforme.
Quanto ao segundo termo, d2, entra em conta com o atraso incremental, ou seja o atraso que
surge em virtude de as chegadas não serem uniformes mas sim aleatórias, e ainda das quebras de
ciclo que possam suceder.
Com base neste tempo de atraso, pode ser calculado um tempo médio de atraso para cada
aproximação (que será imediato no caso da aproximação só ter um grupo de pistas):
dA =
∑ d .vi i
∑v i
sendo:
dA - atraso médio da aproximação
di - atraso do grupo de pistas i
vi - volume ajustado para o grupo i
Da mesma forma pode ser calculado o atraso médio para a intersecção como um todo:
dI =
∑ d .vA A
∑v A
sendo:
dA - atraso médio da aproximação
vA - volume ajustado para a aproximação
As pistas exclusivas de viragem à esquerda têm por objectivo armazenar os veículos que vão
virar à esquerda, evitando assim que estes perturbem o fluxo que pretende seguir em frente ou
virar à direita.
As considerações seguintes devem ser levadas em conta aquando da preparação de uma PEVE:
• Quando se pretender implementar uma fase protegida de viragem à esquerda deve ser
prevista a existência de um PEVE;
• Se o volume de viragem exceder os 100 veíc./h deve ser previsto uma PEVE (no caso de
exceder 300 veíc./h deve ser dupla). No entanto, esta pista exclusiva poderá existir para
volumes inferiores se ao analisar-se o problema for considerada necessária.
As pistas exclusivas de viragem à direita são previstas pela maior parte das razões apresentadas
para as PEVE. No entanto, a viragem à direita constitui um movimento executado de forma mais
eficiente, já que os únicos conflitos que podem acontecer com este tipo de movimento são com
os peões.
Como sugestão muito geral, o HCM prevê que possa ser considerada uma PEVD quando o
volume de viragem à direita exceder os 300 veíc./h e a via adjacente (na mesma aproximação)
exceder também os 300 veíc./h.
O projecto de uma intersecção semaforizada, no que concerne à gestão semafórica, envolve três
considerações primárias:
1. Tipo de comando
• Comando pelo tráfego
• Comando semi-operado pelo tráfego
• Comando de tempo fixo
2. Planos de fase
O aspecto mais crítico do funcionamento de um sistema semafórico é o seu plano de fases. A
definição deste plano envolve a determinação do número de fases e a sequência com que serão
implementadas.
Como regra geral poderá dizer-se que deveremos partir sempre por um plano de duas fases, que
deverá ser alterado se concluirmos necessitar de fases adicionais. Em virtude de os intervalos de
mudança contribuírem para o tempo perdido por ciclo, à medida que o número de fases aumenta
a percentagem de tempo perdido também aumenta.
Planos de 2 fases - É o mais simples dos planos de fases, a cada uma das estrada vai corresponder
uma fase de verde, na qual todos os movimentos terão que ser executados.
Planos multifase - Um plano multifase é adoptado sempre que uma ou mais viragens necessita de
uma fase protegida. A maioria dos países propõem volumes mínimos para a implementação de
uma pista exclusiva de viragem à esquerda, volumes esses que andam entre 100 e 200 veíc./h. No
caso de a velocidade média na estrada principal ser superior a 65 km/h é também aconselhável
recorrer a uma pista exclusiva de viragem, mesmo para volumes inferiores.
v
s i
Xi = Eq. 7.II.2
gi
T
Combinando estas duas equações e partindo dos valores pretendidos para Xc e Xi é possível
calcular o tempo de ciclo:
L. X c
T=
( )
Eq. 7.II.3
XC − ∑ v s
ci
i
Uma outra formulação é proposta por Webster1, baseando-se na minimização dos tempos de
atraso da intersecção.
1,5 L + 5
TOPT =
1,0 − ∑ v( )s ci
Eq. 7.II.4
sendo:
TOPT - tempo de ciclo óptimo
II) Após o cálculo do tempo de ciclo é então possível determinar o tempo de verde para cada
fase:
gi =
vi . T
si . X i
( )
= v s * T X
i i
Eq. 7.II.5
sendo:
T - tempo de ciclo em segundos
L - tempo perdido por ciclo (aproximadamente igual à soma de todos os tempos de
amarelo e tudo-vermelho por ciclo)
Xi - rácio v/c para o grupo de pistas i
1
Webster, F. V. - Traffic Signal Settings, Road Research, Technical Paper N. 39 - Road Research Laboratory, 1958
pp 1-44
A definição dos tempos de verde e de ciclo pode assim ser resumida nos seguintes passos:
a) cálculo do tempo mínimo de ciclo, utilizando a Eq. 7.II.3 e valores unitários para os rácios
d) verificar se a soma das várias fases mais os tempos perdidos é menor ou igual ao tempo de
ciclo
Vel
Tama = t +
2 ⋅ a ± 2 ⋅ Gr ⋅ i
sendo:
Tama - Tempo de amarelo (seg.)
t - tempo de reacção/percepção, sendo recomendado 1,0 seg.
Vel - velocidade de aproximação do veículo (m/s)
a - taxa de aceleração, sendo recomendado o valor de 3,0 m/s2
Gr - aceleração da gravidade (9,81 m/s2) (usa-se Gr e não a designação tradicional “g”,
para evitar a confusão com os tempos de verde por ciclo)
i - inclinação longitudinal da pista, em percentagem dividida por 100 (tendo o sentido
ascendente sinal positivo)
2
em substituição aos passos a) e b) é possível calcular directamente o tempo de ciclo óptimo recorrendo à Eq.
7.II.4.
1. Introdução
Os sinais luminosos têm como consequência a paragem dos veículos durante um certo período de
tempo originando o seu agrupamento, após o qual estes são “libertados".
Esta estratégia consiste em retardar a abertura do início de tempo de verde nos cruzamentos
consecutivos, ao longo de um dado itinerário, de um valor igual ao tempo médio dos percursos
dos veículos que circulam entre esses cruzamentos. Deste modo o desfasamento, entre os
cruzamentos i e j, será dado por:
Dij
θij =
Vij
b*
Verde
Vermelho
tempo
No entanto, embora este princípio seja relativamente simples de aplicar em itinerários de sentido
único, torna-se mais complexo se os itinerários são de dois sentidos, se o número de itinerários a
coordenar aumenta e, principalmente, se eles se intersectam, o que geralmente acontece em meio
urbano.
Qualquer que seja o método utilizado, para que a coordenação seja possível é necessário que
todos os cruzamentos ao longo do itinerário tenham uma duração de ciclo comum que, na
Consiste em maximizar a soma (b + b*) das durações de passagem referentes a cada um dos
sentidos dos itinerários (ascendente e descendente), sendo dados os seguintes elementos:
• número e localização dos cruzamentos;
• duração do ciclo comum a todos os sinais;
• relação verde/vermelho em todos os sinais;
• velocidade em cada sentido entre cruzamentos consecutivos;
• volumes de tráfego em cada sentido.
Trata-se de um método baseado apenas em relações geométricas não intervindo qualquer variável
do tipo económico.
Entende-se por coordenação semi-inteira aquelas cujos desfasamentos entre sinais consecutivos
são dados pela seguinte expressão:
tij + tij*
θij = man + δ ij Eq. 7.III.1
2
com δij = 0 ou 0,5
A utilização da mantissa na expressão deve-se a que, por convenção, toma-se como unidade de
tempo a duração do ciclo e portanto 0 ≤ θij < 1. O símbolo * é reservado para todos os
parâmetros referentes ao sentido descendente.
Os tempos de percurso são calculados pelo quociente entre a distância e a velocidade entre cada
par de cruzamentos, adoptando-se valores negativos para o sentido descendente.
X j − Xi Xi − X j
tij = e tij* = Eq. 7.III.2
V ⋅T V * ⋅T
Se as velocidades nos dois sentidos forem iguais, Vi = Vi* para todo i, então tij = - tij*, donde
tendo em atenção a Eq. 7.III.1 θij = 0 ou 0,5 dizendo-se que os sinais estão, respectivamente, em
fase ou em oposição de fase.
Prova-se facilmente que uma coordenação que maximiza (b + b*) apresenta sinais críticos, isto é,
sinais cujo tempo de vermelho limita as ondas verdes correspondentes aos dois sentidos,
podendo ser de dois tipos (Figura 5):
GRUPO 1: se o tempo de vermelho limita a banda de passagem do sentido ascendente à
esquerda e a banda de passagem do sentido descendente à direita;
GRUPO 2: se o tempo de vermelho limita a banda de passagem do sentido ascendente à
direita e a banda de passagem do sentido descendente à esquerda.
d
tij
j Grupo 1
θji θij
i Grupo 2
tij*
Assim, a utilização deste método resume-se a considerar apenas coordenadas semi-inteiras sendo
suficiente analisar um único sentido.
Cj
K + θij Rj/2
Ci Grupo 1
tij − tij* Ri − R j
U ij = 1 − man + − δ ij Eq. 7.III.3
2 2
com δij = 0 ou 0,5
sendo,
tij - tempo de percurso entre os cruzamentos i e j (sentido ascendente);
tij* - tempo de percurso entre os cruzamentos i e j (sentido descendente);
Ri - tempo de vermelho do sinal i (expressos em unidades de ciclo);
Rj - tempo de vermelho do sinal j (expressos em unidades de ciclo).
Tal como para θij, conclui-se de (Eq. 7.III.3) que haverá dois valores para Uij dependentes do
valor de δij e que diferem entre si de 0,5.
O tempo (Uij - Rj) representa a parte do tempo de verde do sinal i durante o qual se garante que
todo o veículo que parte de i chegará a j ainda com verde.
Deste modo a banda mais larga entre os cruzamentos i e j será dada por:
Fazendo idêntico raciocínio para todos os outros cruzamentos j do itinerário a coordenar, chega-
se a um conjunto de valores cujo menor representa a banda que será possível obter, admitindo-se
manter o sinal i como sinal crítico do Grupo 1. Isto é,
Os valores de θcj são calculados a partir da expressão (Eq. 7.III.1), substituindo δcj pelos valores
de δ anteriormente obtidos na maximização de (Ucj - Rj).
Ao manter constante a soma (b + b*), o aumento de uma das durações de passagem corresponde
à diminuição de exactamente da mesma quantidade da outra.
Q* − Q
∆B* = B ⋅ Eq. 7.III.7
Q* + Q
sendo,
∆B* - tempo que se adiciona à duração de passagem descendente;
B - duração de passagem igual dos dois sentidos;
Q* - volume médio no sentido descendente (u.v.l./h×via)
Q - volume médio no sentido ascendente (u.v.l./h×via)
b1 = B − ∆B*
Eq. 7.III.8
b1* = B + ∆B*
No quadro seguinte são resumidas as expressões que permitem calcular os novos desfasamentos
θ’cj.
βj < 0 βj > 0
Q > Q*
θ’cj = θcj θ’cj = man(θcj + βj)
b1 > b1*
Q < Q*
θ’cj = θcj θ’cj = man(θcj - βj)
b1 < b1*
-∆B*
Cc Grupo 1
B B
b1 b1*
-∆B *
-∆B* Antes
βj
Depois
Ci
aj
-∆B*
Antes
Cc
1-θjc θ’cj Depois
* *
1-θ’jc -∆B -∆B θcj
*
B b1
b1 B
Ci
1-Ucj Ucj
Em alternativa ao cálculo dos tempos médios de atraso para uma intersecção (ou grupo de
pistas), estes podem ser medidos no local.
Existem vários métodos para levar a cabo esta acção incluindo o uso de um carro teste ou o
registo de chegadas e partidas durante cada ciclo.
O método que irá ser apresentado nestas folhas baseia-se na observação directa dos veículos
parados na intersecção (ou num grupo de pistas).
A Figura 9 mostra uma tabela que pode ser usada para registar as observações e calcular os
tempos médios de atraso.
Totais:
1. Identificar o comprimento máximo de fila de espera durante o período em estudo. Este ponto
deverá ser usado como limite da área de estudo;
3. Durante o período de contagem deve ser registado o fluxo que atravessa a área em estudo;
4. A soma total de cada coluna corresponde ao total de veículos contados durante o intervalo;
5. É assumido que um veículo que é observado como parado numa das contagens se considera
que está aí parado durante todo esse intervalo, assim, o atraso médio de cada veículo pode ser
calculado através de:
Atraso =
∑V * I
s
sendo:
Segundos
Minutos 0-20 20-40 +40
5:00 2 4 2
5:01 3 5 0
5:02 6 3 5
5:03 4 5 3
5:04 2 2 4
5:05 4 4 6
5:06 5 2 1
5:07 1 3 2
5:08 4 4 3
5:09 2 6 2
Total 33 38 28
Fluxo = 50 veíc. (fluxo que atravessou o grupo de pistas em estudo durante o intervalo
considerado, 10 minutos)
∑V S = 33 + 38 + 28 = 99 veic .
99 × 20
Atraso = = 40 seg / veic .
50
O fluxo de saturação base utilizado nesta metodologia é 1800 VL/hverde/pista (veículos ligeiros
por hora de verde e por pista). Este valor terá, como atrás foi visto, que ser ajustado em relação a
algumas condições: largura da pista, viragens à esquerda ou direita, inclinações longitudinais,
tipo de zona e fluxos de oposição (no caso de movimentos apenas permitidos). Como alternativa
a esta metodologia o fluxo de saturação pode ser medido no local.
Alguns estudos efectuados sobre este assunto (conduzido por JHK e Associates) mostraram que
o fluxo médio de saturação para pontos de viragem ou “ida em frente” em condições de
progressão médias a boas, variam entre 1500 e 1600 VL/hverde/pista, respectivamente.
É aconselhado que a equipa responsável por esta tarefa seja composta por dois elementos, sendo
um designado de cronometrista e outro de observador.
Tarefas gerais:
2. Escolher um ponto para observação onde o semáforo e a linha de STOP (também chamada de
linha de paragem) sejam claramente visíveis;
Tarefas do cronometrista:
2. Contar alto cada veículo que cruza a linha de STOP com o seu eixo traseiro (um, dois, três,
...);
4. Se o fluxo continuar até acabar o tempo de verde, dizer ao observador “saturação até ao fim
do verde, o último veículo que passou foi o n-ésimo”
Devem ser registados quaisquer factos anormais que influenciem o fluxo de saturação, ex:
cargas/descargas, autocarros parados em paragens etc.. Registar também, no início do processo,
tanto o tipo de zona (escritórios, residências, comércio, etc..), largura e inclinação da pista em
estudo.
O período usado para o cálculo do fluxo de saturação começa quando o eixo traseiro do 4º
veículo atravessa a linha de paragem e acaba quando o último veículo atravessa a mesma linha.
3600
Fluxo de saturação = ≈ 1370 VL / h verde
2.63
V5 = 330
! Débito de saturação:
V4 = 80
s = 1600 uvl/h/pista;
V2 = 275
! Débito de saturação de V4, se V3 = 45
apenas permitido --------- 1200 uvl/h;
! Velocidade média----------- 40 km/h; N
V7 = 45
V9 = 130
! Tempo tudo vermelho--------- 2 seg.. [uvl/h]
EXERCÍCIO 7.2:
Considere uma intersecção entre duas estradas, sendo a principal uma via arterial com quatro
pistas e com pistas reservadas para viragens à esquerda em ambas as aproximações.
A estrada secundária é uma via colectora com duas pistas. Do lado Sul a estrada foi recentemente
alargada tendo sido adicionada uma pista para viragens à esquerda.
V10 = 15
N
! Débito de saturação---- = 1600 uvl/h/pista;
! Débito de saturação das VE na Est. Princ., se
apenas permitidas --------------- 1000 uvl/h; V6 = 110
! Débito de saturação das VE na Est. Secund., V5 = 330
V4 = 120
se apenas permitidas------------ 1300 uvl/h; V1 = 130
V2 = 275
! Velocidade média------------------ 40 km/h; V3 = 55
! Tempo tudo vermelho---------------- 2 seg..
V7 = 50
V8 = 145
V9 = 60
[uve/h]
Determine a duração do ciclo óptimo (segundo Webster) e respectiva repartição pelas fases,
tendo em conta que:
EXERCÍCIO 7.4:
Estabeleça o desfasamento entre sinais luminosos, por forma a maximizar as bandas de
passagem, de um itinerário, de sentido único, com as seguintes características:
EXERCÍCIO 7.5:
Estabeleça o desfasamento entre sinais luminosos, para o itinerário do exercício anterior mas
com dois sentidos de tráfego, considerando as seguintes características:
Bibliografia: