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REPUBLICA DE ANGOLA TRIBUNAL SUPREMO ACORDAO PROCESSO n° 1539/16 Na Camara do Civel Administrativo, Fiscal e Aduaneiro do Tribunal Supremo, os Juizes acordam em conferéncia, em nome do Povo: ) RELATORIO Na Sala des Questées Maritimas do Tribunal Provincial de Luanda, (GEE. (ANGOLA) - Sociedade Comercial de direito angolano, contribuinte fiscal r° QED, com sede na Rui, n° @. Bairro das Ingombotas, em Luanda, registada na Conservatoria do Registo Comercial sob 0 n® 53/03, interpds ACGAO DECLARATIVA DE CONDENAGAO, COM PROCESSO ORDINARIO, contra, Qa GEE, resicente om Luanda, na Rus QDS, Zona 12, Bairro Palanca, Luanda pedindo que seja condenado a entregar 0 contentor livre de qualquer Gnus e em bom estado de conservagao, ou, em altemativa, a pagar o valor comercial dos mesmos de Akz. 460,000,00 (Quatrocentos © Sessenta Mil Kwanzas); Ser condenado a pagar valores das sobree estadias que calculadas até 19 de Outubro de 2010, perfazem a quantia de Akz. 8,051.400,00 a que acrescem as quantias vincendas, a este titulo, contadas desde o dia 20 de Outubro de 2010, até a efectiva entrega ou pagamento do valor do contentor, estas a liquidar em sentenga ou execugao de sentenca; Ser condenada no pagamento das multas, coimas, taxas, impostos ou outros eneargos que a A. tenha incorrido ou venha a incorrer pela sobre estadia, pela reteng&o indevida pela Ré ou pela ndo reexportacéio do contentor no prazo legal, a liquidar em sentenga ou em execugéo de sentenga, Ser condenada a pager 4 A. uma quantia equivalente a USD 147.000,00 (Cento e Quarenta e Sete Mil Délares Norte-Americanos) pelos prejuizos causados pela privacdo do uso do contentor, contados desde a data de 20/09/06 até 19/10/2010, a que se acrescem as quantias vincendas mensais ou proporcionais no valor equivalente a USD 3000,00, até a efectiva entrega ou pagamento do valor do mesmo, contados desde 20/10/2010 a liquidar em sentenga ou execugdo de Sentenga. No pagamento dos juros a taxa legal contados desde a citagao até ao efectivo e integral pagamento; No pagamento das custas procuradorias condignas. Para fundamentar a sua pretenso o Requerente, alega em sintese o seguinte: it A.A, tem como objecto comercial a prestagao de servi¢os nos dominios do trafego econémico do sector maritimo, no qual surge como consignatéria de navios, ou como auxiliar terrestre do armador, actuando predominantemente como representante local dos interesses do navio. (Cfr. Decreto n® 64/89 de 02-12, Estatuto do Agente de Navegacdo). Nos termos do Estatuto que a rege, a A., como agente de navegacao, deve “participar no comércio juridico em seu préprio nome ou por conta de outrem, actuar como representante ou mandatério e quando necessario como gestores de negécios ou de interesses de terceiros....” Deve também assumir, por todos os meios licitos, a defesa dos interesses que Ihe sejam confiados, por isso; A A. é representante legalmente autorizada, em Angola, da empresa transporters ED. (ViSC), sociedade de direito suigo, com sede em Genebra, cuja actividade se concretiza no transporte de mercadorias contentorizadas. 5. Tem a sua situagéo contributiva regularizada e, detém assim legitimidade para intentar a presente Acco. Dito isto. 6. A R. importou varias mercadorias para Angola, tendo para o efeito celebrado, com a representada da A. um ‘“contrato de transporte Maritimo sob conhecimento”. 7. A representada do Autor efectuou o transporte da mercadoria da Ré, acondicionada em contentor maritimo daquela, com destino a Luanda. 8. Tendo no caso sido autorizado para transportar a mercadoria da R6é um contentor maritimo de 40” cujo n° de identificag&o 6 CARU9620145. 9. O valor comercial do contentor é de Akz. 460.000,00. 10.A mercadoria da Ré foi desembarcada no Porto de Luanda no dia 22/07/2006. 14. Apés a descarga da mercadoria a Ré tinha a obrigac&o legal e contratual de devolver 0 contentor, livre de quaisquer énus e em bom estado de conservagdo, no prazo de 60 dias. Porém, 12. At6 hoje, a Ré nao procedeu a devolug&o do Contentor. Quando, 13. Nos termos do Contrato celebrado, a Ré, bem assim ao abrigo do disposto no Decreto Executivo Conjunto n°3-A/95, de 20 de Janeiro de 1995, Regulamento de Importagéo Temporéria, Manuseamento e Reexportagdo de Contentores, cabia & Ré devolver ao recinto portuario © referido Contentor. 14. Também cabia a Ré legal e contratualmente, a obrigacéo de efectuar o pagamento dos montantes relatives &s sobre estadias e quaisquer avarias causadas no contentor. Bem como. 15.Pagar a Autora todas as despesas que esta tenha suportado com o pagamento de multas/coimas ou outros encargos devido pelo excesso de prazo para a reexportag&o e pela retencao do contentor, (.) 16.0 contentor que a Ré tem ilegitimamente na sua posse gera lucro para Autora nunca inferior a USD 3.000,00 por cada més de utilizacao. 47.Lucro que a Autora deixou de ganhar desde que o Contentor foi entregue, com a mercadoria a R6, @ que calculado até ao dia 19 de Outubro de 2010 perfaz a quantia equivalente a Akz, 8.511.400,00; Juntou Doc. a (fis. 13 a 29). Regularmente citada a (ffs.32 € 31 a 41), a Ré no juntou Contestacao. A fls. 42 0 Tribunal “a quo" proferiu Despacho, julgando confessados todos os factos deduzidos pela Autora e, plenamente provados nos termos dos n° do art. 483° @ 484 do CPC e, ordenou a notificag&o das partes nos termos do n°2 do art. 484° do CPC, isto no dia 19 de Dezembro de 2011. Notificado da Decisao a (fis. 44) veio esta juntar Alegagées, (fis. 45 a 48), Verifica-se a (fls. 54) que os Autos foram evocados pela nova Juiza da Causa, proferiu Despacho de Reparagdo a (fis. 54). Notificado veio a Autora com 0 Req. a (fis. 58 a 59) @, juntou o “Termo de Responsabilidade” subscrito pelo Réu. Seguidamente foi proferida a Sentenga, a (fis. 62 a 69) que absolveu o Réu do Pedido. A (fis. 73), veio a Autora Recorrer - por Agravo. O Recurso foi admitido, a (fis. 74). A (fis. 77 © 77 © verso), veio a Juiza da causa rectificar a parte decisoria da Sentenga, isto nos termos do n°1 do art. 667° do CPC, “abstendo-se de conhecer do pedido por considerar o Réu parte ilegitima na presente Acgdo” a Esta Insténcia alterou a espécie de Recurso, vide “Exposigéc”, a (fis. 99 e Acérdao, 100 e verso) 0 ora Apelante juntou as suas Alegag6es concluindo o seguinte: Por Documentos e por Confisséo, foi dado como provado que: 1. Apelante e Apelado ao abrigo do disposto no Decreto Executivo Conjunto n° 3-A/95, de 20 de Janeiro de 1995, Regulamento de Importago Temporéria, Manuseamento e Reexportagio de Contentores, celebram um contrato de aluguer de contentor, nos termos do qual a R. tinha a obrigagdo de (i) devolver ao recinto portuario os referidos contentores no prazo de 21 dias; (ii) efectuar o pagamento dos montantes relativos 2s sobre-estadias e quaisquer varias causadas aos contentores; e (iii) pagar a A. todas as despesas que esta tenha suportado com 0 pagamento de multas/coimas ou outros encargos devidos pelo excesso de prazo para reexportacao e pela e pela reteng¢do do contentor. 2. Nao tendo cumprido o contrato e confessado os factos alegados pela A., a R. esté obrigada (i) 2 devolver os contentores, livre de quaisquer énus e em bom estado de conservagéo, ou em altemativa, a pagamento do valor de mercado dos mesmo a Akz. 460.000,00 (ii) a pagar a sobre- estadia nos termos peticionados; (iii) a pagar as multas, coimas, taxas, impostos ou outros encargos que a A. tenha ocorrido ou venha a incorrer pela sobre-estadia, pela retencéo indevida pela R., ou pela no reexportago do contentor no prazo legal; (iv) a pagar & A. pelos prejuizos causados pela privagéo do uso do contentor; (v) pagamento 5 dos juros a taxa legal e (vi) pagamento das custas e procuradoria condignas. . © incumprimento do Apelado privou a Apelante de rentabilizar os contentores, consequentemente a Apelante sofreu prejuizos no valor equivalente em Kwanzas a USD 3.000,00 por més, nos mesmos termos da PI até a efectiva entrega ou pagamento do contentor, estes valores a liquidar por sentenga ou execugdo de sentenga, . DispSe 0 Cédigo Civil, no seu artigo 798° que o ‘devedor que falta culposamente ao cumprimento da obrigagao torna-se responsavel pelo prejuizo que causa ao credor” . Nos termos do art. 22° do Decreto Executivo Conjunto (Regulamento de Importagéio Temporéria, Manuseamento e Reexportagdo de Contentores) 0 importador, aqui R., é ‘responsdvel pelo prejuizo causado aos contentores durante 0 periodo da sua retengéo até a sua entrega no recinto portudrio’. Que, no entanto, apesar da prova documental e por confissdo produzidas, o Tribunal “a quo” absolveu o Réu, ora Apelado com o fundamento na ilegitimidade por este nao ter celebrado qualquer contrato de aluguer de contentor e porque a Apelante néo juntou qualquer contrato com essa denominagao. . Entretanto, 0 Contrato de transporte maritimo apresentando pela Apelante — B/L - de acordo com a Pl e confisséo do RéulApelado, jé disciplina as obrigagées relativas ao * Aluguer de Contentor’, tendo as partes, por isso, dispensado a subscrigéo de um contrato auténomo do contrato de transporte maritimo; }. Por outro lado, tendo o Tribunal “a quo” proferido o despacho constante a (fis. 39) dos autos, em que ao abrigo dos artigos 483 ¢ 484° do CPC, considerou confessados pela Apelada todos os factos articulados pela Apelante na sua PI, notifique-se nos termos do n°2 do art. 484° do CPC; 9. O referido despacho transitou em julgado e constitui caso julgado nos termos do art. 675° do CPC; 10.N&o podendo agora haver uma sentenca que simplesmente revoga anterior, sob pena de ser praticado um acto nulo “ope legis” com as consequéncias daf inerentes; 11.Ao abrigo do n°1 @ 2 do art. 675° do CPC " havendo duas decisées contraditérias dentro do mesmo processo, que versem sobre a mesma pretenséio/questo concreta (...) cumprir-se-4 a que passou em julgado em primeiro lugar; 12.Pelo que transpondo o enunciado no artigo anterior para 0 caso concreto, concluir-se-4, necessariamente, pelo cumprimento do primeiro despacho, constante a (fis. 39) dos Autos, que constitui caso julgado; 13.Pelo que 0 Apelado é parte legitima e todos os factos articulados pela Apelante na sua PI so considerados confessados nos termos do art. 483°, 484° do CPC com as consequéncias dal inerentes 14, Andou mal o Tribunal “a quo” & esse respeito © no que tange a alegago de no existir excepgdes mas absolveu o Réu/Apelado com base numa ‘excepeo dilat6ria @ pelo facto de conhecer do pedido, considerado ndo provado factos que jé tinha considerado provados, por confisso do Apelado no seu douto despacho de (fis. 39) dos Autos; 15. A douta sentenga viola assim os artigos 483° e 798° do CPC, padecendo de nulidade nos termos das al. a) @ b) do art. 668° do CPC. Tribunal “ad quem’ admitiu o Recurso, a (fis. 112(v) O M°P® juto desta instancia emitiu o seguinte Parecer: * © Recorrente entende que, no caso sub judice, se operam os efeitos do art. 484° do CPC, confisséo dos factos. Entendemos que neste caso tais efeitos no se podem operar por falta de um dos requisitos de que a lei faz depender a confisso, ou seja ndo se esté em presenga de uma citagao pessoal, mas im edital pelo que os efeitos ndo se produzem. Entendemos, também nao haver nos Autos qualquer prova da obrigagéo do Apelado devolver © contentor ao Apelante. Nesta esteira no podemos acolher a procedéncia do Recurso, tal ‘como pretende a Recorrente” Correram os vistos legais, (fis. 113(v) e 114). Cumpre apreciar e decidir, Ny OBJECTO DO RECURSO Sendo 0 Ambito € 0 objecto do recurso, delimitados para além das meras razées de direito e das questées de conhecimento oficioso, pelas conclusées formuladas pelas partes artigos 660.°, n.° 2, 664.°, 6842, n.°3 e 691.°, n.° 1 en.” 3, todos do C.P.C emerge, “in casu’, como objecto do recurso, saber se: 1, Do conhecimento oficioso — da Falta de Citagéo 2, E ounula a sentenga por violagao das. al. b) @ c) do art. 688° do cPc? Ml) FUNDAMENTAGAO, Preliminarmente, @ porque do conhecimento oficioso, apraz-nos tecer as seguintes consideragdes que, certamente nos permitiré retirar a melhor compreenséo na apreciag&o a ser feita dos factos, consequentemente, decidir com justiga e, atinente a citago que o Tribunal “a quo” deu como regular. Efectivamente, e nos que interessa ~ a (fis. 32) 0 Juiz da causa proferiu o despacho de citagéo de que culminou com a Certidéo Negativa de (fis. 34). E nosso 0 negritado. Salta & vista uma grave irregularidade no despacho proferido pelo Juiz da causa, a (fis. 35), violando 0 n°2 do art. 239° do CPC ou seja, ndo tendo sido.— encontrada a morada do Réu — 0 Juiz est obrigado @ cumprir com o disposto nos n°2 e 3 da mesma norma — dito de outro modo, esté obrigado a dar conhecimento do contetido da certidéio negativa “para que requeira o que tiver Por conveniente” (...) e, antes de ordenar a citag&o por Edital, o Juiz assegurar- se-4 de que ndo é conhecida a residéncia do citando, podendo colher informag6es das autoridades policiais ou administrativas”. Nada do que a norma acima citada foi observado, tendo o Juiz da causa ordenado a citag&o por edital, (vide fis. 35) Notificado, 0 Autor juntou os antincios publicados no Jornal de Angola, (fis. 38 a0) Preterido foram a publicagéo dos editais, na forma que a lei a regulamenta (vide art. 248° do CPC). Tera actuado 0 Tribunal “a quo” em conformidade com a Lei? Vejamos: Propugnam Anténio Montalvéo Machado e Paulo Pimenta in O Novo Proceso Civil, 12.* Edigd0, Almedina — 2010, Pag. 153 a 154 © 156, “que a citago 6 0 acto pelo qual se dé conhecimento ao Réu de que foi proposta contra ele determinada Acgao e se chama ao processo para se defender como esta previsto na 1.® parte do n.° 1 do art. 228.° do CPC”. Com a citagéo, concretiza-se a relago processual, dando-se cumprimento ao (Principio do Contraditério nos termos dos n°s 1 € 2 do CPC), permitindo-se 9 que a pessoa contra quem foi proposta a acco possa vir a juizo pronunciar-se, apresentando, para 0 efeito a sua defesa, como previsto no art.° 480.° do CPC. No acto da citagao, devem ser disponibilizados ao Réu 0 duplicado da peticao inicial. Além disso, deve 0 demandado ser informado (...) do prazo de que dispde para apresentar a sua defesa e da necessidade de constituir advogado. Finalmente, deve ser advertido das cominagdes em que incorre se nao contestar. Outrossim, o acto de citago pode gerar irregularidades que comprometam, ou possam comprometer, a sua fungdo. Distingue a lei entre a falta de citagao e a nulidade da citagao. Nos termos do n.° 1 do art.° 195.°, do CPC ha falta de citagéo quando: a) b) ¢) Quando se tenha empregado indevidamente a citag&o edital; dq) e) 3. Sao formalidades essenciais: a) b) °) d) ©) Na citagao edital, a fixagéio de um edital nalgum dos lugares indicados pelo artigo 248° e se a lei exigir também a publicagdo de antincios, a publicagdo de um antincio no Jornal proprio. 10 Mas duas outras situagées s4o equiparadas a estas: a de grande probabilidade de 0 Réu nao saber da propositura da acgéo, por via da utilizagéo do meio da citagéo edital, quando n&o estavam reunidos os respectivos requisitos, devendo a citaggo ter sido pessoal ou quase-pessoal art.” 195.°, al. c) do CPC ade certeza de que, sem culpa sua, o réu n&o chegou a ter conhecimento da citag&o quase pessoal, por esta no Ihe ter sido comunicada por quem a recebeu, ou por néo ter podido ver a nota de citagdo afixada nem dela ter sabido. H& nulidade da citagéo quando o acto se realiza com falta de alguma formalidade prescrita no n.° 1 do art.° 198.° do CPC. Assim sendo, a falta de citagdo gera nulidade néo s6 do proprio acto, mas também, de tudo o que depois dele se tiver processado art.° 194.9 do CPC. A produgo deste efeito néo esté dependente da arguigao do réu, pois, a falta de citago deve ser conhecida oficiosamente pelo Juiz art.° 202.° do CPC Feita a incurs&o sobre a problematica da citagdo e dos seus efeitos, mostra-se imprescindivel no caso sub judice analisar se, efectivamente, a mesma deve ou no ser considerada nula ao abrigo do disposto do no art.° 198.° do CPC. Compulsados os autos, constata-se que 0 Ré encontra-se em parte incerta; O Autor no foi notificado desse facto; O Juiz da causa ndo tratou de assegurar de que, nao é conhecida a residéncia do Réu; Nao colheu informagées junto das Autoridades policiais ou administrativas; Finalmente ndo se observam, os editais nos Autos. Ora, inequivocamente, néo temos quaisquer duividas de que, efectivamente, o Tribunal "a quo” incorreu com os actos que praticou numa série de nulidades lesivas a0 direito do Réu de ser citado e, na forma prescrita na lei, designadamente, as previstas nos n°2 @ 3 do art. 239° 6, 247° e seguintes, do CPC, sendo pelo exposto nula a citagéo nos termos do disposto na norma contida no art. 198° do CPC. 1 ®, Sendo tudo nulo 0 que se processou depois da Petigso Inicial, salvando-se apenas esta nos termos do art. 194° do CPC, torna-se despicienda a apreciagdo da questéo objecto de recurso e arguida pela apelante. IV) DECISAO tates eek te Of Pir ae ds, Lev artelern tees Seecal ater frock 4 alo ee as the ar A e Cou ne Ge_tteu- secant aes eo] Dekkers meta bra o Re 1 Qrro ce Ween { Cetera o fein Atm lee ar Riee + tL} Rites) eh eee” ek oe Ur cet a> Galeries ba pee Gia. z j Nn>tececrs OG Cilecas pu, Co fot ete ere, ‘Corr alg Clee ees \ ae) AR Ce (te cee Ps = ] ea Oe Masco vale

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