Lombada= 9mm

José Viale Moutinho

José Viale Moutinho • Abigail Ascenso

• Abigail Ascenso
O PAI NATAL ESTÁ MUITO BARALHADO E PRECISA DE AJUDA.
O QUE TERÁ ACONTECIDO?

Já nada é como antigamente, e o Pai Natal está mesmo confuso com os

pedidos que recebeu da criançada. Como é que ele vai conseguir entregar
os presentes, se nem sequer sabe o que é uma BTT ou uma Playstation?
Uma
Por sorte, os primos Álvaro e Francisco estão dispostos a dar-lhe uma história div
ertida
que te vai f
ajuda preciosa. Ao mesmo tempo, por entre histórias curiosas e divertidas, azer
sonhar! Inc
lui
os meninos aprendem a origem de algumas das tradições de Natal, como deliciosas r
eceitas
a do cartão de boas-festas ou a da fava do bolo-rei. E ainda vão ter uma de Natal.

bela surpresa, ao serem brindados com um lanche delicioso preparado,

imagina tu, pelas renas do Pai Natal!

Junta-te ao Pai Natal, ao Álvaro e ao Francisco

nesta grande aventura pela magia do Natal!
ISBN 978-989-8849-35-9

ISBN 978-989-8849-35-9

7+
9 789898 849359
Leitura Infantil

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 O Álvaro e o Francisco são primos e durante algum tempo acharam que
o Pai Natal deveria ser meio tótó — ou tótó por inteiro.
Porquê?
Ora, porque de certeza-certezinha não o conheciam e é mesmo muito fácil ficarmos com ideias
tolas acerca de alguém… que não conhecemos!
Assim, certo dia, num dia de neve, os primos andavam a passear pela Floresta de Látãolonge
e foram dar a uma clareira, no meio da qual havia uma cabana, que tinha um trenó estacionado
à porta.
Como as janelas estavam abertas, viram, sentado a uma mesa, um senhor de longas barbas
brancas, com uma camisola vermelha de gola alta. Diante dele, montes de cartas escritas com
letras grandes. Eram cartas de crianças de todo o mundo, em muitas línguas — até em japonês,
quimbundo, húngaro, romeno e letão! E o que não conseguiam ver podiam imaginá-lo, pois então!
— Quem será o homem? — perguntou o Álvaro.
— Deve ter muitos amigos! Olha só aquelas cartas todas que ele recebeu! — comentou
o Francisco.

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 Naquele momento, sentiram que do outro lado da cabana havia movimento. E foram ver o que
era.
Pois deram com sete ou oito renas a pastar. Curioso, como sempre, o Francisco dirigiu-se
ao prado. Porém, ao chegar lá, surpreendeu-se quando ouviu em coro:
— Olá, menino!
Então, ele disse-lhes em voz baixa:
— Olá, renas! Andamos a passear e viemos ter a esta clareira. A cabana deve ser do vosso
dono. Ele está lá dentro a ler uma montanha de cartas! Mas… quem é aquele senhor?
A mais nova das renas, muito descaradamente, soltou uma gargalhada. No entanto, a mais
velha respondeu:
— Ora, mas sabemos lá se no meio daquelas cartas todas não estará alguma tua ou do teu
amiguinho!
— O meu amigo é o primo Álvaro. Chamo-me Francisco. Mas, diga-nos cá, porque é que aquele
senhor deveria receber cartas nossas?
A rena mais nova não parava quieta e estava sempre a gargalhar. E foi outra vez a mais velha
a responder:
— Aquele senhor chama-se Nicolau… Bem, é Mestre Nicolau! O Pai Natal! Então, vocês não
escreveram ao Pai Natal?
O Álvaro foi de novo espreitar pela janela e viu o senhor das barbas brancas a sorrir enquanto
abria os sobrescritos das cartas. Ah, mas seria algum deles o da carta que lhe escrevera a pedir
uma BTT?
— Ora — disse o Francisco —, queres ver que aquela azul é a minha carta, em que eu lhe pedia
uma Playstation?
Naquele momento, dentro da casa, o Mestre Nicolau deu um salto na cadeira e gritou:
— Ho ho ho! Pronto! Desisto! Não me queria zangar, mas zango-me mesmo! Já não posso sorrir
ao ler estas cartas, como sempre me acontecia! Acabou-se! Pois eu sei lá o que eles querem!
Ho ho ho!

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 Levantou-se e começou com grandes passadas dentro da sala. Erguia os braços e dava
encontrões às cadeiras e à mesa, de modo que muitas cartas caíram ao chão. Resmungava:
— Antigamente as crianças pediam carros de corda, bonecas que falam, comboios eléctricos,
sapatos novos, patins, camisolas, bolas de futebol, livros de aventuras, bicicletas, chorões que
dizem papá e mamã! Isso eu arranjava por esses mercados e feiras do mundo inteiro! Em toda
a parte tudo isso se vendia! Agora pedem coisas… que eu sei lá o que são! Estou numa aflição para
este Natal! Como me hei de arranjar?
O Francisco encostou-se ao beiral da janela e perguntou:
— O Mestre Nicolau dá-me licença?
E logo o Álvaro:
— O Pai Natal precisa de ajuda?
O Mestre Nicolau viu-os, ouviu-os e voltou a sorrir, dizendo:
— Ora até que enfim! Já tenho dois ajudantes para o trabalho deste ano! Dois voluntários! Vivam!
Vivam! Ho ho ho! Agradeço muito a vossa ajuda. Em princípio, não me deveriam ver! As crianças
nunca põem os olhinhos no Pai Natal, não é? Só sabem que eu existo e como sou amigo delas!
Mas, já que estamos numa de solidariedade, unamos esforços em benefício de toda a criançada!
O Francisco perguntou:
— Mas qual é o seu problema, afinal?
Um pouco enleado, o Mestre Nicolau confessou:
— Sabem, acontece que as crianças pedem-me coisas que eu nem
sequer sei o que são…
E o Álvaro:
— Por exemplo?
O Pai Natal apanhou uma carta das que caíram ao chão e leu:
— «…O meu sonho para este Natal era uma BTT. Podias ser amável e dar-me uma?»

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 O Álvaro ficou de boca aberta. Passados segundos, falou:
— Bem… eu… essa carta está assinada, não é verdade? Assinada por mim, Álvaro…
O Mestre Nicolau olhou para o fundo do papel e respondeu:
— Álvaro? Tens razão, está aqui assinado: Álvaro. Tens uma letra bonita! Ho ho ho! Olha que
coincidência! Então, diz-me cá o que é uma BTT. Não faço ideia do que se trata!
— É uma bicicleta!
— Sim, mas não deve ser uma bicicleta qualquer, pois não? Todos os anos recebo cartas e mais
cartas a pedir bicicletas e escrevem b – i – c – i – c - l – e – t – a. E eu percebo logo! Tu, no entanto…
— É que esta é uma bicicleta especial, senhor Pai Natal! BTT quer dizer Bicicleta Todo o Terreno!
Com ela poderei andar na rua, na montanha, nos sítios em que nem sequer há caminhos quanto
mais estradas! Eu vivo ali numa aldeia, sabe? E com uma BTT posso pedalar em qualquer terreno!
— Ho ho ho! Estou a perceber! Então, olha que eu bem precisava de um TPPA e de uma FPPCM!
Ho ho ho! — E as bochechas do Pai Natal ganharam uma cor mais pronunciada com aquela
gargalhada.
O Francisco, que é muito curioso, estava a ler uma das cartas para o Mestre Nicolau, mas com
os ouvidos na conversa. Por isso, logo quis saber:
— E o que é lá uma coisa e outra dessas que disse?
O Pai Natal passou as mãos pelas suas longas barbas brancas, sorriu e respondeu muito devagar:
— Ora, TPPA quer dizer Trenó Próprio para Autoestradas e FPPCM é um Fato Próprio para
Chaminés Modernas! Ho ho ho!
— Porquê? — quis saber o Álvaro.
— Porque os automobilistas, pelo Natal, assim como noutras festas, andam muito depressa
nas autoestradas e parecem meio malucos, até ultrapassam pela direita sem fazerem os devidos
sinais! Eu guio um trenó, mas conheço o Código da Estrada. Ando nisto há muito tempo, antes
mesmo de haver autoestradas!
— Há quanto tempo? — quis saber o Francisco.

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 — Deixa ver…
O Pai Natal pensou um bocadinho e respondeu:
— Estamos no ano de 2016, não é? Pois eu nasci no ano de 350…
— Assim, só em 350, sem mais nada?! — o Álvaro estava admirado.
— Exatamente, meu amiguinho, em 350 na cidade de Patara.
O Francisco piscou os olhos, mas não se atreveu a perguntar onde ficava Patara. O Mestre
Nicolau percebeu, mas só lhes disse:
— Vocês agora descobrem tudo na tal Internet, não é? Pois procurem lá em que país fica
a minha terra. Patara, ouviram?
O Pai Natal até sabia que havia Internet! Aquilo teria sido a rena mais nova que lhe disse…
— Nasci em Patara, a minha família ficou lá a viver, mas depois as voltas da vida levaram-me
para Mira…
— Outro sítio para procurar na internet! — murmurou o Francisco, que gosta muito de navegar
na net.
Naquele instante, pela janela da cabana entrou a cabeça de uma rena. Era a mais velha, que
tinha algo a dizer:
— Chamo-me Rodolfo e sou o guia das renas. Estão a ver como é avermelhado o meu focinho?
É esta a marca que me distingue das minhas manas renas, que também têm nome: Blitze, Comet,
Cupid, Dancer, Dasher, Donder, Prancer e Vixen. E é também este meu focinho que ilumina
o caminho ao trenó. Mas isto acontece só quando andamos pelas nuvens. Na autoestrada, o Mestre
Nicolau usa uns faróis especiais que comprou numa loja de chineses, que há ali à saída da floresta!
Ah, mas o que eu queria dizer-lhes é que o Mestre Nicolau já foi bispo de Mira e já foi santo!
As pessoas dizem que ele fez muitos milagres, mas o importante é que ele leva a alegria à casa de
muita gente! É que, quando era bispo, também costumava dar presentes a toda a hora!

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 O Álvaro e o Francisco entreolharam-se. Começavam a suspeitar que quem punha as prendas
no sapato era…
Com ar de riso, a rena Rodolfo contou que o Mestre Nicolau e as renas viviam naquela cabana
há muitos anos, mas muitos julgam que eles têm casa na Noruega, outros que é na Finlândia,
e outros ainda que é no Polo Norte.
— Mas nessas paragens o frio é muito…
— … e aqui pode trabalhar à vontade, sem ser incomodado! — comentou o Álvaro.
Mas o Francisco queria saber mais coisas:
— Deve ser uma trabalheira tremenda, não é? Satisfazer tantos pedidos!
O Álvaro e o Francisco entreolharam-se novamente. Se calhar era mesmo aquele senhor que
punha as prendas no sapato…
O Pai Natal pegou no maço de cartas que estava debaixo de uma pedra verde.
— Ora vejam lá estes pedidos, se eu sei o que isto é, que me transforme em rena! Pro Evolution
Soccer?
O Álvaro logo esclareceu:
— É um jogo de futebol para a Playstation. É parecido com o FIFA…
O Pai Natal, destacando uma carta:
— Ho ho ho! Com que então Playstation! E eu deveria saber o que isso é, claro. Um jogo chamado
FIFA vem nesta carta! Já vejo o que é! E nesta diz James Bond…
O Francisco:
— Isso é um filme de pancadaria, Mestre Nicolau!
— Ora, então há crianças que gostam disto? Eu nem quero acreditar!
E o Álvaro apontou para outra das cartas que estava nas mãos do Pai Natal:

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José Viale Moutinho

José Viale Moutinho • Abigail Ascenso

• Abigail Ascenso
O PAI NATAL ESTÁ MUITO BARALHADO E PRECISA DE AJUDA.
O QUE TERÁ ACONTECIDO?

Já nada é como antigamente, e o Pai Natal está mesmo confuso com os

pedidos que recebeu da criançada. Como é que ele vai conseguir entregar
os presentes, se nem sequer sabe o que é uma BTT ou uma Playstation?
Uma
Por sorte, os primos Álvaro e Francisco estão dispostos a dar-lhe uma história div
ertida
que te vai f
ajuda preciosa. Ao mesmo tempo, por entre histórias curiosas e divertidas, azer
sonhar! Inc
lui
os meninos aprendem a origem de algumas das tradições de Natal, como deliciosas r
eceitas
a do cartão de boas-festas ou a da fava do bolo-rei. E ainda vão ter uma de Natal.

bela surpresa, ao serem brindados com um lanche delicioso preparado,

imagina tu, pelas renas do Pai Natal!

Junta-te ao Pai Natal, ao Álvaro e ao Francisco

nesta grande aventura pela magia do Natal!
ISBN 978-989-8849-35-9

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