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APRESENTAÇÃO DO INSTRUMENTO
E MÉTODO DO MESTRE
Parabéns!
Sua iniciativa no aprendizado de tocar a viola
caipira é sensacional, pois trata-se de um ins-
trumento diferenciado dos demais. Nossa vio-
la caipira tem uma herança histórica que vem
desde a colonização do Brasil, os segredos do
ponteio eram passados de pai para lho e este
instrumento ainda possui uma forte ligação
com folclores regionais, crenças e tradições que
envolvem tanto os que ouvem o timbre como
também os que executam seus ponteios.
Dedicar-se no estudo da viola é muito mais que
executar um instrumento, é manter viva nossa
cultura raiz e poder fazer parte de sua história.

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Método
A proposta é de ensinar através de textos, dicas,
curiosidades e guras de uma maneira simples
e objetiva. O aluno deve treinar cada etapa e só
passar para a próxima quando obtiver uma boa
técnica da anterior.
Violão x Viola Caipira
De modo geral a viola é menor do que o violão
e o timbre da viola é mais aguda enquanto que
o violão é brando com graves denidos. Na
viola utiliza-se apenas cordas de aço enquanto
o violão pode mesclar aço e náilon. Caso um
violão o acompanhe nas cantorias, as cordas de
náilon são as mais recomendadas e a anação
deve ser natural (E, B, G, D, A, E). Caso use o
violão como viola nos estudos, não se esqueça
da anação (cebolão E) tentando evitar a 6ª
corda que também será anada em E.
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1. DESTRINCHANDO A VIOLA
CONHECENDO O INSTRUMENTO
A viola possui 10 cordas formando 5 pares que são contados de baixo para cima. Diferente do violão
que ao montar um acorde pressionamos uma corda por dedo, na viola pressionamos duas ao mesmo
tempo, ou seja, um par de cordas. Vamos identicar as principais partes da viola caipira:

Rastilho Cavalete Boca Tarrachas Cabeça

Escala

Casas
Trastes Pestana

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Tampo

Mosaico

Lateral

NOTAS MUSICAIS
Desde cedo aprendemos que as notas musicais são 7, mas para nós músicos as notas musicais são 12:
C – C# - D – D# - E – F – F# - G – G# - A – A# - B. Isto ocorre porque existem entre uma nota
e outra o que chamamos de “acidentes” que são os sinais de sustenido (#) e bemol (b). No início tra-
balharemos apenas com o sinal de “#” para não gerar confusões, pois com o desenvolver do método
vamos entender a diferença entre um e outro. As notas E e B não tem “#”, para memorizar é só ter
em mente que as duas que terminam com a letra “i” não tem “#”(sustenido), ou seja, E-Mi e B-Si.
As notas musicais seguem uma nomenclatura internacional onde cada nota é representada por uma
letra do alfabeto e são essas letras que utilizamos nas cifras (acordes) das músicas, portanto é muito
importante sua memorização:

C = Dó D = Ré E = Mi F = Fá G = Sol A = Lá B = Si

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AFINAÇÃO
Embora existam várias anações na viola em diferentes regiões do país, utilizaremos a anação
CEBOLÃO EM “E” (Mi), pois ela é a mais usual e deixa a viola com som mais “vibrante”. Para a-
nar sua viola utilize um diapasão eletrônico, hoje em dia eles são baratos e até grandes maestros fazem
uso deles com frequência pela sua praticidade. Os pares soltos tem a seguinte anação:

O 1º par é anado em “E”, exatamente igual ao violão. Tenha calma para anar sua
O 2º par é anado em “B”, que também é igual ao violão. viola, pois sua habilidade
O 3º par é anado em “G#” (a mais grossa) e “G#” oitavado (a mais na) em realizar esta tarefa vai
melhorando com a prática e
O 4º par é anado em “E” (a mais grossa) e “E” oitavado (a mais na) sempre que for estudar, dê
O 5º par é anado em “B” (a mais grossa) e “B” oitavado (a mais na) uma repassada na anação.

Logicamente utilizando um diapasão eletrônico a


E 1º par
anação será mais fácil, rápida e precisa, porém,
Cabeça da viola

Cordas Soltas
B 2º par
caso você não disponha do aparelho, qualquer G# B 3º par
outro instrumento pode dar a nota de referência E G# 4º par
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(“E”) para anar o 1º par solto necessitando de B E 5º par
ouvidos um pouco mais apurados.

DIAGRAMA DE ACORDES
A gura abaixo é um diagrama de acordes, utilizado para representar a correta colocação dos dedos da
mão esquerda nas cordas e nas casas para se tocar um acorde. Um acorde é obtido quando tocamos
uma série de notas musicais simultaneamente, ou seja, se você tocar apenas um par pressionado em
qualquer casa, então obterá uma nota, agora se você pressionar três pares
ou mais (desde que os dedos da mão esquerda estejam corretamente posi-
Pares 5º 4º 3º 2º 1º
Anação B E G# B E
cionados) e tocá-los ao mesmo tempo, então obterá um acorde.
Casas
Em uma tablatura ou partitura os acordes são representados por letras
Trastes
(notas). Quando as letras aparecem sozinhas representam um acorde
maior. Existem outros símbolos que acompanham as letras formando
Cordas
diferentes acordes: m = menor, # = sustenido, b = bemol, 7 = sétima e
o = diminuto. Ex.: Cm = Dó menor, B7 = Si com sétima, A#m = Lá
sustenido menor.

Habitue-se a falar corretamente os nomes dos acordes e não da maneira como são escritos. Exemplo:
Cm – sua pronúncia correta é “Dó menor” e não “Cê eme”.

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NOMENCLATURA DAS MÃOS


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1 Convencionamos a seguinte nomenclatura para os dedos da Mão Esquerda
4 que a partir de agora chamaremos apenas de ME:

1 = Indicador 2 = Médio 3 = Anelar 4 = Mínimo

É imprescindível que as unhas da ME estejam bem cortadas e lixadas para


um melhor contato ao pressionar as cordas. A ME é utilizada para montar
os acordes no braço da viola.

A M Para a Mão Direita, que a partir de agora chamaremos apenas de MD, uti-
I
lizamos as iniciais de cada dedo:

P = Polegar I = Indicador M = Médio A – Anelar


P
As unhas da MD devem ser ligeiramente compridas, mas sem exageros.
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Não use dedeira no início pois vamos trabalhar a desenvoltura dos dedos da
MD. Palheta? Esqueça, a viola só funciona bem é na unha. O violeiro deve
ter agilidade tanto na ME como na MD.

ATENÇÃO: Se você for canhoto é só inverter a nomenclatura das mãos

EXERCÍCIO PARA MÃO ESQUERDA


É necessário que exercitemos os dedos da ME para que eles obtenham técnica e velocidade. Este é
um processo muito importante na aprendizagem, pois a sua perfeita execução facilitará em muito na
formação dos acordes, sejam eles simples ou mais complicados. Assim como todos os atletas pros-
sionais ou amadores fazem um aquecimento antes de começarem a praticar seus esportes, o músico
deve aquecer praticando este exercício.
Posição do Polegar da ME Posição dos dedos da ME Posicione o polegar da ME atrás do braço
da viola na altura do 3º par, ou seja, no
meio do braço, em seguida posicione os
dedos como na gura ao lado. Comece
tocando o 5º par pressionando na primei-
ra casa com o dedo 1, logo em seguida na
segunda casa com o dedo 2 e assim por

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diante até a quarta casa. Passe para o 4º par e repita o processo até o 1º par. Neste primeiro exercício
utilize o polegar da MD para tocar as cordas e não se preocupe com velocidade no início, mas sim com
qualidade. O som deve sair “limpo” e deve soar por algum tempo. Com treinos diários você vai conseguir
aumentar a velocidade aos poucos, mas procure não comprometer a qualidade do som.

TABLATURAS – PARTE I
As tablaturas são o meio mais fácil de representar o solo ou estribilho de qualquer música, entretanto
você deve saber a melodia da mesma, ou seja, o tempo de execução, pois a tablatura não possui sinais
para marcação do tempo de duração de uma nota e esta é a grande diferença entre a tablatura e a par-
titura, onde cada gura tem um valor de tempo.

Na gura ao lado, assim como no diagrama de acordes, as linhas represen-


1º par
tam as cordas, porém na tablatura não utilizamos a separação dos trastes. 2º par
Lembre-se que os pares são contados de baixo para cima, do par com as 3º par
4º par
cordas nas (1º) para o par que tem uma corda na e outra mais grossa (5º). 5º par

EXERCÍCIOS DE DIGITAÇÃO
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Utilizando o polegar da MD para tocar, execute as escalas abaixo com calma e precisão. Apenas neste
exercício os números representam a casa a ser pressionada e também o dedo da ME que você deverá
utilizar, pois nas tablaturas os números irão representar as casas a serem pressionados os pares. Toque
apenas a casa indicada, os demais pares não devem ser tocados.

Repita cada sequência cinco vezes e com o passar do tempo vá aumentando a velocidade sem compro-
meter a qualidade do som. No início tome como referência um toque por segundo:

1 2 3 4 4 3 2 1
1 2 3 4 4 3 2 1
1 2 3 4 4 3 2 1
1 2 3 4 4 3 2 1
1 2 3 4 4 3 2 1

1 3 2 4 1 3 2 4
1 3 2 4 1 3 2 4
1 3 2 4 1 3 2 4
1 3 2 4 1 3 2 4
1 3 2 4 1 3 2 4

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4 1 3 2 4 1 3 2
4 1 3 2 4 1 3 2
4 1 3 2 4 1 3 2
4 1 3 2 4 1 3 2
4 1 3 2 4 1 3 2

2 4 1 3
2 4 1 3 2 4 1 3
2 4 1 3 2 4 1 3
2 4 1 3 2 4 1 3
1 3 2 4

EXERCÍCIO DE ESCALAS DUETADAS


Nos solos e ponteados das músicas utilizamos as escalas duetadas. Tratam-se de sequências que de-
vem ser treinadas com atenção especial na colocação correta dos dedos da ME. Chama-se “duetadas”
pois são tocados dois pares de cordas simultaneamente. Procure obter qualidade de som em todas
as casas tocadas não se preocupando com velocidade no início, tenha como referência um toque por
segundo. Diferente do exercício anterior, no diagrama abaixo os números representam os dedos da
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ME e os traços que os unem, indicam que eles são tocados ao mesmo tempo. O número “0” (zero)
indica que a corda deve ser tocada solta.

Neste primeiro instante iremos estudar apenas a escala duetada do 1° e 2° par. Toque apenas o 1° e 2°
par, os demais pares não são tocados.

0 1 1 1 1 1 1 1
3 3 2 3 3 2 2 3

1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 Casas

Como executar: Note na gura acima que o número “0” está ligado ao numero “3” por um traço. O
“0” representa que o 1° par será tocado solto e o “3” representa que o 2° par será tocado pressionado
pelo dedo “3” na segunda casa. Toque ambos ao mesmo tempo.

Na sequência o “1” indica que o 1° par será pressionado pelo dedo “1” na segunda casa e o “3” repre-
senta que o 2° par será pressionado pelo dedo “3” na quarta casa. Toque ambos ao mesmo tempo.

Fique sempre atento no posicionamento correto dos dedos nas casas.

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2. EXECUTANDO A “DANADA”
RITMOS
Denição de Ritmo: é o movimento ordenado de sons dentro de um tempo.

A esta altura você já deve estar ansioso para tocar sua primeira música na viola caipira, porém, é muito
importante que você já tenha assimilado todo o conteúdo anterior, pois a partir de agora vai ser muito
importante a atenção para executar os movimentos de maneira correta e com técnica. Tenha calma e
suavidade na execução. Vamos então ao primeiro ritmo:

TOADA
A toada é um ritmo que pode ser executado de forma tranquila e também um pouco mais rápida
dependendo da música. É utilizado nas músicas como Cuitelinho, Chico Mineiro, Boiadeiro Errante,
Couro de boi, etc. O ciclo de movimentos da toada é a seguinte:

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Movimento 1: O polegar faz o movimento de descida das cordas.(5° para o 1° par)
Movimento 2: Em seguida suba com o indicador (1° para o 5° par)
Movimento 3: Desça novamente com o indicador (5° para o 1° par)
Movimento 4: Novamente com o polegar efetuamos outro movimento de descida (5° para o 1° par)
P I I P

Veja a célula rítmica: Toada


1 2 3 4
O ciclo vai se repetindo

Chamamos cada ciclo executado de compasso, ou seja, cada vez que realizamos esta sequência de
quatro movimentos estaremos realizando um compasso na música.

No início, realize um movimento por segundo e conte em voz alta “um, dois, três, quatro, um, dois,
três, quatro” enquanto realiza os movimentos até que sua MD esteja acostumada com a mecânica de
execução dos movimentos.

Quando sua MD estiver executando os movimentos de maneira natural, reduza o tempo de execução
para ½ segundo por movimento, pois este é o tempo correto da toada.

Lembrando que sua viola deve estar sempre anada, treine os movimentos da toada com as cordas
soltas, pois a viola emitirá o acorde de “E” (Mi). Lembra que nossa anação é Cebolão em E?

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ACORDES
Lembra do diagrama de acordes (pág. 4) no início dos estudos? Pois bem, eles começarão a ser utiliza-
dos para representar a maneira correta de colocação dos dedos da ME para montar os acordes.

Acordes são também conhecidos como as famosas “posições” no braço da viola.

Para nossa primeira música utilizaremos apenas dois acordes: “E” e “B7”.
E
Lembre-se que os pares são contados de baixo para cima.

Note que no acorde “E” não é necessário a colocação de nenhum dedo da ME. Isto
ocorre porque nossa viola já está anada em “E”. Portanto “E” ca representado assim:
B7
No acorde “B7” é necessário o seguinte posicionamento: 5º 4º 3º 2º 1º

Dedo 1 da ME no 3° par pressionando a primeira casa


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Dedo 2 da ME no 4° par pressionando a segunda casa
Dedo 3 da ME no 1° par pressionando a segunda casa.
5º 4º 3º 2º 1º

Após todos os dedos posicionados corretamente, execute o ritmo da toada tocando todas as cordas.

Agora treine executando um compasso no acorde de “E” e um compasso no acorde de “B7”. Neste
momento é importante que você já tenha assimilado os quatro movimentos da toada, pois a troca dos
acordes ocorrerá sempre no movimento “1”. Exemplo: Você fará um compasso no acorde de “E”,
ou seja, quatro movimentos com as cordas soltas e quando for fazer o movimento “1” do próximo
compasso, as cordas devem ser pressionadas no acorde de “B7”, conforme já indicado acima.

C URIOSIDADE
O Protetor dos Violeiros

São Gonçalo do Amarante, capitão de congada e mestre de folia de reis, é considerado Protetor dos
Violeiros. É um santo português cujo culto foi permitido pelo Papa Julio III em 1551. Era padre e como
tocava bem a viola, organizava bailes para que as moças consideradas “pecadoras” (prostitutas),
pudessem dançar a noite toda até se cansarem e não poderem pecar. Por vezes, nestes bailes, as moças
arranjavam casamentos e por esta razão São Gonçalo também é considerado santo casamenteiro. Para
evitar as tentações e também se auto-penitenciar, tocava e dançava com pregos na sola dos sapatos.

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LENDO AS CIFRAS

Cifras são os nomes dos acordes que cam em cima da letra da música.

No início é um pouco difícil para o aluno acompanhar as músicas cifradas, pois ele vai ter de ler a
música, ler as notas que estão sobre a letra, trocar os acordes no momento certo, executar o ritmo de
maneira correta e por vezes ainda cantar.

Você já deve ter visto alguma daquelas revistas de músicas cifradas que encontramos nas bancas de
jornal ou as cifras obtidas na internet, pois bem, aquele tipo de transcrição é universal e em qualquer
parte do planeta um músico reconhece as cifras. Veja no exemplo abaixo um trecho da música
“Cuitelinho” que é uma toada:

Cifras

E Grupo Único PDF PaD B7


_Cheguei na beira do porto onde as ondas se espáia

A troca de acordes devem ser executados exatamente no momento em que se for cantar as sílabas
sublinhadas, não podendo em hipótese alguma serem mudadas nem antes e nem depois, pois se isto
ocorrer você estará “fora do tempo” da música (para quem dirige é como se ao sair com o carro você
mudasse da 1ª marcha para a 5ª ao invés da 2ª, 3ª e assim por diante). Seja exigente com você mesmo
e habitue-se a trocar os acordes no momento certo, para tanto é necessário estudar a letra da música,
a melodia, o ritmo e principalmente os acordes utilizados.

No exemplo acima, tocamos o acorde de “E” (cordas soltas) no ritmo de toada até que a cantoria
chegue na sílaba “pái”, onde deverá ser montado o acorde de “B7”.

Além de treino é importante que você ouça muitas músicas caipiras para que você assimile o “jeitão” de
como são cantadas, pois na música caipira existem muitas “prosódias” que são maneiras diferentes de
se pronunciar as palavras para que elas se ajustem na melodia da música. Um exemplo de prosódia pode
ser encontrado na música Cuitelinho onde alguns pronunciam “as garçá” ao invés de “as garças”.

Bem, chegou a hora de colocar em prática o aprendizado visto até aqui. Vamos a nossa primeira
música, sendo que, o estribilho será estudado após o aprendizado da execução da canção:

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MÚSICA: CUITELINHO
Paulo Vanzolini / Antônio Xandó - Tom: E - Ritmo: TOADA

E % % % % B7 Cifras
_Cheguei na _ beira do porto onde as ondas se espáia Linhas

Verso
E % % % B7 % (estribilho)
As garçá _ dão meia volta e senta na beira da praia

% % % % E %
E o cuitelinho não gosta _ que o botão de rosa caiáiá

E % % % % B7 %
_ Ai quando eu vim _ da minha terra despedi das parentáia
E B7
E % % % B7 %
Eu entrei _ em Mato Grosso dei em terras Paraguaias
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% % % % E % (estribilho)
Lá tinha revolução, _ enfrentei fortes bataiáiá
5º 4º 3º 2º 1º 5º 4º 3º 2º 1º
E % % % % B7 %
_ A tua _ saudade corta como um aço de naváia

E % % % B7 %
O coração _ ca aito bate uma a outra fáia

% % % % E % (estribilho)
E os óios se enche d’água _ e até as vista se atrapáiáiá

C URIOSIDADE
Anação

São inúmeras as anações utilizadas na viola caipira e cada qual com um nome especíco e a razão de seu
nome. A anação Cebolão é assim chamada pois quando os violeiros que utilizavam esta anação tocavam
seus ponteados para conquistar as moças, de tão encantadas que cavam até choravam de emoção.

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ANALISANDO A MÚSICA

Cada conjunto de frases são chamados de versos ou estrofes, portanto, a canção Cuitelinho contém
três versos. Cada frase de um verso nós chamamos de linha, então no caso anterior são três linhas por
verso. Note que nas cifras, estamos utilizando o sinal de “%” (porcentagem), pois bem, este sinal é
comumente usado para representar a quantidade de vezes em que o acorde é tocado. Vamos treinar
isso na prática:

Na 1ª linha do primeiro verso o acorde de “E” está posicionado antes de começar a cantoria e será
executado da seguinte forma: Faça o movimento 1 e 2 da Toada e comece a cantar a partir do mo-
vimento 3 em diante. O acorde de “E” será repetido por mais quatro compassos (são quatro sinais
de “%”) onde o movimento 1 da toada deve ser feito exatamente nos espaços e sílabas sublinhadas.
Nos espaços? Sim, nos espaços. Quando o “%” ou o próprio acorde estiver localizado num espaço
é porque a cantoria se prolonga ou começa após o movimento 1 e 2 da toada. Após a execução dos
cinco compassos de “E” (o próprio “E” e mais quatro “%” concorda?), efetuamos a troca para o
acorde de “B7” que será repetido apenas mais um compasso até chegar na sílaba “çá” da 2ª linha, onde
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novamente deve ser feito acorde de “E” com suas repetições (três sinais de “%”) chegando na sílaba
“pra” onde novamente será o acorde de “B7” que desta vez será executado mais cinco vezes (cinco
sinais de “%”), chegando enm ao acorde de “E” que será repetido mais uma vez. Esta instrução é
utilizada nos demais versos.

Lembre-se: os 4 movimentos da toada resultam no que chamamos de um compasso. A referência


do tempo de execução da Toada é de ½ segundo por movimento. Na prática você verá que não é tão
difícil.

Dica 1:
Procure ouvir o áudio de Pena Branca e Xavantinho interpretando esta canção que é um hino de nossa
raiz. Aliás, procure ouvir todo o trabalho da dupla, pois são preciosidades de nossa cultura.

Dica 2:
Tente executar o ritmo de maneira suave, numa intensidade baixa para que ao cantar você não precise
“disputar” sua voz com o som da viola, apenas nos estribilhos você pode aumentar a intensidade do
som. Intensidade é relativa ao volume do som e não tem nada a ver com velocidade de execução, ou
seja, ao executar os ritmos toque com certa suavidade nas cordas sem atrasar as mudanças de acordes,
pois isto lhe dará mais técnica e posso garantir a você que uma boa técnica lhe trará grandes resultados.

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3. PONTEANDO A VIOLA
TABLATURAS – PARTE II
As músicas caipiras em sua maioria possuem estribilhos (solos) que são representados pelas tablaturas.
É extremamente importante que você saiba a melodia do estribilho da música que irá executar, pois
como já dissemos antes, a escrita da tablatura não determina o tempo de duração de cada nota musical
e por esta razão, ouvir o áudio da música diversas vezes auxilia muito na hora do estudo do estribilho
e também no momento de cantar. Na tablatura os números representam as CASAS que devem ser
pressionados os pares pelos dedos da ME.
Tocadas ao mesmo tempo Tocadas uma por vez

Veja os dois exemplos: A) 4 5 7 B)


5 7 9
2
0 2 4 4 2 2
Alinhamento

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Na gura “A” deve-se tocar o 1º par preso na quarta casa e o 2º par preso na quinta casa simultanea-
mente, na sequência prendemos o 1º par na quinta casa, o 2º par na sétima casa e também tocamos
as duas ao mesmo tempo. Isto ocorre porque os números estão alinhados entre eles (veja a linha ima-
ginária com a seta cinza).

Na gura “B” não ocorre o alinhamento dos números, portanto devemos tocá-los um a um da esquer-
da para a direita. Zero signica corda solta, ou seja, no exemplo acima deve-se tocar o 5º par solto, em
seguida prendê-lo na segunda casa e tocar, depois na quarta casa, passando para o 4º par na segunda
casa, retornando para o 5º par na quarta casa e assim por diante.

Vamos estudar o estribilho da música Cuitelinho que é executado no início da música, entre os versos
e também após o último verso para encerrar a música. A tablatura abaixo é a maneira mais comum de
representação utilizada.
Cifras para acompanhamento da base

E B7 A B7 E B7 A E
4 5 7 2 4 5 0 2 5 4 12 14 12 11 12 11 9 7 5 4
5 7 9 4 5 7 2 4 7 5 14 16 14 12 14 12 10 9 7 5

Casas a serem pressionadas e tocadas ao mesmo tempo

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Os acordes acima da tablatura são executados caso alguém esteja fazendo o acompanhamento do es-
tribilho ou o que chamamos de “base”.

Este estribilho é dividido em duas partes, e vamos estudá-lo usando como referência mais uma vez
os segundos do relógio. Caso tenha alguém para executar a base no ritmo de toada enquanto faz o
estribilho, ele deverá trocar os acordes exatamente onde estão posicionados na tablatura.
E B7 A B7 E B7 A E
4 5 7 2 4 5 0 2 5 4 12 14 12 11 12 11 9 7 5 4
5 7 9 4 5 7 2 4 7 5 14 16 14 12 14 12 10 9 7 5

1ª parte Divisão imaginária 2ª parte

Se você estudou com aplicação a escala do 1° e 2° par, então não terá dúvidas em qual dedo utilizar
para pressionar os pares, pois este estribilho é a aplicação desta escala. Vejamos na prática:

Com o dedo 1 da ME pressione o 1° par na quarta casa e com o dedo 2 pressione o 2° par na quinta
casa. Toque somente estes dois pares ao mesmo tempo como no estudo da escala duetada. Na sequên-
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cia pressione o 1° par na quinta casa e com o dedo 3 pressione o 2° par na sétima casa, tocando os dois
pares simultaneamente. Siga estas instruções comparando o estribilho juntamente com a gura da es-
cala duetada do 1° e 2° par para que você não tenha dúvidas da correta colocação dos dedos da ME.

TEMPO DE EXECUÇÃO
Como já dito acima, utilizaremos os segundos do relógio como referência na execução do estribilho:

O primeiro toque duetado ( 4 ) duração de 2 segundos.


5
O segundo toque duetado ( 57 ) duração de 1 segundo.
O terceiro toque duetado ( 79 ) duração de 1 segundo

Treine estes três primeiros toques, pois o restante será a repetição do exemplo acima, ou seja, um
toque com duração de 2 segundos, seguido de dois toques com duração de um segundo cada.

Veja na tablatura abaixo o tempo de duração de cada toque em segundos:

(2) (1) (1) (2) (1) (1) (2) (1) (1) (2) (2) (1) (1) (2) (1) (1) (2) (1) (1) (2)
4 5 7 2 4 5 0 2 5 4 12 14 12 11 12 11 9 7 5 4
5 7 9 4 5 7 2 4 7 5 14 16 14 12 14 12 10 9 7 5

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Dica:
A força não é um fator predominante para se tocar um instrumento (principalmente a viola caipira),
mas sim técnica e precisão. Execute os ritmos e os estribilhos sem dar a impressão de que você esteja
“surrando” a viola.

Um posicionamento correto é muito importante. Não que encurvado sobre a viola, relaxe os mús-
culos, faça o aquecimento com as escalas sugeridas no exercício B. Pressione os dedos da ME sempre
no meio das casas e com a ponta dos dedos. O segredo não é força, é jeito.

4. SOU CAIPIRA MAS ENTENDO DO ASSUNTO


Oitava Oitava
Enarmônicas

D E G A B D E G A B
C D F G A C D F G A
Agudos
Graves
C DGrupo Único PDF PaD
E F G A B C D E F G A B
1ª 8ª
Tecla branca 12 notas (contando as pretas) Tecla branca

Você já deve ter ouvido falar de notas enarmônicas, sustenido, bemol, oitavas, graves e agudos não
é mesmo? Bem, vamos entender o signicado de cada um deles utilizando a gura acima que repre-
senta as teclas do piano, pois assim ca mais fácil visualizar. Vale lembrar que teoria musical pode ser
utilizada em qualquer instrumento, ou seja, o estudo desta parte pode ser aplicado na viola caipira,
violão, piano, etc.

Já vimos anteriormente que para nós músicos, as notas musicais são 12. Na gura acima elas estão
representadas da 1ª tecla “C” até a 12ª tecla “B” sendo que estão incluídas também as teclas pretas
que são as notas sustenido e bemol (vamos analisar mais à frente o “#” e o “b”), cada conjunto de 12
notas, chamamos de oitava, ou seja, após a 12ª nota, elas se repetem.

Utilizando apenas as teclas brancas, então teremos do “C” (1ª tecla) ao “B” (12ª tecla) apenas 7 notas,
sendo que na sequência a 8ª nota é novamente um “C” (13ª tecla), este “C” está uma oitava “acima” do
“C” da 1ª tecla e por isso recebe o nome de “oitava”, pelo simples fato de ser a oitava nota na sequên-
cia musical. Simplicando: de “C” ao “C” são uma oitava e esta regra vale para todas as outras 6 notas.

Esta regra também vale no sentido inverso. Se utilizarmos o mesmo “C” da 13ª tecla e formos até o
“C” da 1ª tecla (sem contar as teclas pretas) também será uma oitava, porém o “C” da 1ª tecla estará
uma oitava “abaixo” do “C” da 13ª tecla. Qual a diferença? Simples, falaremos de “graves” e “agudos”.

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Agudos: Tomando como referência novamente a 1ª tecla “C”, se fossemos tocando as teclas uma a
uma até a última “B”, a cada toque, o som vai car cada vez mais “alto” (agudo).

Graves: É o sentido inverso, ou seja, se tocar dá ultima tecla “B” para a 1ª “C” o som vai cando mais
“baixo” (grave). Vejamos na prática com o seguinte exercício:

Com sua viola, toque o 1º par solto e você vai obter um “E”, pressione o mesmo par na primeira casa
e vamos obter um “F”, seguindo a próxima casa pressionada será um “F#” e assim por diante até a
12ª casa onde novamente teremos um “E, ou seja, uma oitava “acima”. Do “E” (par solto) ao “E” (12ª
casa) são oito notas (não conte os “#”) Repare que a cada casa pressionada o som vai cando mais
agudo (alto) e por esta razão chamamos de “acima”.

Quando tocamos neste sentido, as notas vão cando mais agudas e para representar isso na música
utilizamos o sinal de “#” (sustenido).

Figura A
Agudos
1º par E
2º par B
F F# G G# A A# B C C# D D# E
3º par G
4º par E
Grupo Único PDF PaD
5º par B
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12
Casas

Agora faça o mesmo exercício proposto acima no sentido inverso, ou seja, toque o 1º par pressionado
na 12ª casa “E” e vá tocando de casa em casa até chegar no primeiro par solto “E” e note que o som
vai cando mais grave (baixo) e por isto chamamos de “abaixo”.

Quando tocamos neste sentido as notas vão cando mais graves e para representar isso na música
utilizamos o sinal de “b” (bemol).

Figura B
Graves
1º par E
2º par B
F Gb G Ab A Bb B C Db D Eb E
3º par G
4º par E
5º par B
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12

Casas

Nossa viola caipira não possui “teclas pretas”, porém os “#” e os “b” estão “embutidos” nas casas e
não conseguimos visualizá-los sem um pouco de estudo prático. Vamos então analisar as guras “A” e
“B” com base no que vimos até aqui:

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Na gura “A” já sabemos que ao tocar o 1º par de casa em casa no sentido indicado, as notas vão
cando mais agudas e na gura “B” ao tocar no sentido inverso as notas vão cando mais graves. Veja
que na gura “A”, na segunda casa está indicando a nota “F#” (Fá sustenido) e na gura “B” a mesma
segunda casa indica a nota “Gb” (Sol bemol), pois bem, esta segunda casa, assim como as outras que
possuem os sinais de “#” e “b” é como se fossem as “teclas pretas” representadas na gura das teclas
do piano. De forma simplicada, tanto o “F#” como o “Gb” quando tocados, emitem o mesmo som,
ou seja, temos um som com dois nomes e isto se chama “enarmônicas” (duas notas com o mesmo
som ou vice-versa um som com duas nomenclaturas). Isto ocorre simplesmente para dizer se o acorde
está mais “agudo” ou mais “grave”.

Podemos visualizar melhor isso na gura abaixo que é a sobreposição da gura “A” e “B”, porém
agora com os outros pares e suas respectivas notas em todas as casas.

F# G# A# C# D#
1º par E F Gb G Ab A Bb B C Db D Eb E
C# D# F# G# A#
2º par B C Db D Eb E F Gb G Ab A Bb B
A# C# D# F# G#
3º par G# ou Ab A Bb B C Db D Eb E F Gb G Ab
F# G# A# C# D#
4º par E F Gb G Ab A Bb B C Db D Eb E

5º par B C

1
Grupo Único PDF PaD
C#
Db

2
D

3
D#
Eb

4
E

5
F

6
F#
Gb

7
G

8
G#
Ab

9
A

10
A#
Bb

11
B

12

Quando tocamos no sentido agudo, utilizamos o sinal de “#” e quando tocamos no sentido grave,
utilizamos o sinal de “b”.

Veja que o 1º e o 4º par são exatamente iguais em suas notas. O mesmo acontece com o 2º e 5º par.
Isso auxilia em nosso estudo, pois na verdade, se estudarmos três pares, já teremos estudado todos os
cinco.

Porque as guras vão até a casa 12? Isso porque é exatamente uma oitava de cada par solto. Já vimos
que no 1º par solto temos a nota “E” e se contarmos as próximas notas sem os acidentes até a casa
12 (não conte os “#” “b”), a oitava nota é novamente o “E”. A partir da 12ª casa as notas se repetem,
é como se começasse outro braço da viola. Isso vale para os outros pares também. Também já vimos
que as notas “E” e “B” não tem “#”. As notas “F” e “C” não tem “b”. Vejas a guras abaixo para
entender melhor:
D# E#
Cada ciclo é D E D E C#=Db
uma oitava,
C# F D# F D#=Eb
sendo que nos
agudos são C AGUDOS F# C GRAVES G# F#=Gb
oitavas acima e
nos graves são B G B G G#=Ab
oitavas abaixo.
Veja o sentido
A# G# B# A# A#=Bb
das setas. A A Enarmônicas

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INSTRUÇÕES DE MÚSICA – BOIADEIRO ERRANTE


Vamos agora para nossa segunda música que também é uma toada, sendo considerado um hino de
nossa música raiz que se chama Boiadeiro Errante, porém desta vez vamos primeiro estudar o seu
estribilho e seus novos acordes:
A E7 D A E7 A

10 8 8 6 6 5 5 6 7 8 5 6 3 5 1 3 0 1
9 7 5
10 9 7

Nesta música utilizaremos três novos acordes que devem ser treinados antes de executar a música:
A E7 D
Dica:
Note que nos acorde de “A” e “D” o dedo 1 da ME per-
manece no mesmo lugar. Para auxiliar no treino, monte
o acorde de “A” e troque para o acorde de “D” tentando
Grupo Único PDF PaD manter o dedo 1 sempre pressionado. Alterne a troca de
5º 4º 3º 2º 1º 5º 4º 3º 2º 1º 5º 4º 3º 2º 1º acordes executando um compasso de toada para cada um.

Neste estribilho estão indicados abaixo do 5° par os dedos da ME que você deve utilizar para pres-
sionar os pares. Sua execução é diferente do estribilho do Cuitelinho, pois os pares são tocados um de
cada vez.
Tempo de 1 ½ segundo

10 8 8 6 6 5 5 6 7 8 5 6 3 5 1 3 0 1
9 7 5
10 9 7
3 2 3 1 3 1 2 1 3 1 2 1 1 2 3 4 1 2 1 3 1 3 1

A B C D

Todo estribilho deve ser treinado por etapas e com muita calma até que os dedos consigam desenvol-
tura no ponteado. Treine apenas o conjunto A e quando a mecânica da execução estiver boa adicione
o conjunto B e assim por diante. Com exceção de duas notas apontadas pelas setas que devem durar 1
½ segundos, as demais devem durar apenas ½ segundo, porém, no início não se preocupe tanto com
o tempo, mas sim com a qualidade do som e a correta colocação dos dedos da ME. Adote esta meto-
dologia de estudos por partes em todos os estribilhos que você for aprender e notará que a assimilação
será mais rápida do que se fosse tentar tocar de uma só vez.

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MÚSICA: BOIADEIRO ERRANTE


Teddy Vieira - Tom: A - Ritmo: TOADA
Estribilho
A % E7 A E7 A % E7 %
_ Eu venho vindo de uma querência distante. Sou um boiadeiro errante que nasceu naquela serra

% D E7 D E7 % A %
O meu cavalo corre mais que o pensamento, ele vem no passo lento porque ninguém me espera.

% E7 % % D E7 A E7 A
Tocando a boiada auê, uê, uê boi. Eu vou cortando estrada. Uê boi (Bis)

Estribilho
A % E7 A E7 A % E7 %
_ Toque o berrante com capricho Zé Vicente, mostre para esta gente o clarim das alterosas.

% D E7 D E7 % A %
Pegue no laço, não se entregue companheiro, chame o cachorro campeiro que esta rês e perigosa.
Grupo Único PDF PaD
% E7 % % D E7 A E7 A
Olhe na janela auê, uê, uê boi. Que linda donzela uê boi (Bis).

Estribilho
A % E7 A E7 A % E7 %
_ Sou boiadeiro minha gente o que é que há? Deixe o meu gado passar, vou cumprir com minha sina.

% D E7 D E7 % A %
Lá na baixada quero ouvir a seriema, pra lembrar de uma pequena que eu deixei lá em Minas.

% E7 % % D E7 A E7 A
Ela é culpada auê, uê, uê boi. De eu viver nas estradas uê boi (Bis)

Estribilho
A % E7 A E7 A % E7 %
_ O rio tá calmo e a boiada vai nadando, veja aquele boi berrando, Chico Bento corre lá.

% D E7 D E7 % A %
Lace o mestiço, salve ele das piranhas, tire o gado da campanha pra viagem continuar.

% E7 % % D E7 A E7 A
Com destino a Goiás auê, uê, uê boi. Deixei Minas Gerais uê boi (Bis)

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Embora esta música utilize apenas três acordes, ela exige trocas constantes dos mesmos. Lembrando
sempre que o sinal “%” representa que o acorde anterior a ele será repetido pela quantidade de vezes
que ele aparecer e que essa repetição signica quantidade de compassos executados até a troca de
acorde. Na primeira linha de cada verso por exemplo: O acorde de “A” será executado em dois com-
passos até que seja trocado pelo acorde de “E7”. Torno a frisar que as trocas de acordes são realizadas
sempre no movimento “1” do compasso.

Na terceira linha de cada verso aparece uma seta junto ao acorde de “D” e outro junto ao acorde de
“E7”. Isto representa que nestes dois acordes não executamos o compasso da toada, mas sim uma
descida com o polegar no sentido do 5° para o 1° par, voltando o ritmo da toada no próximo acorde
que é o “A”.
( ) ( ) ( )
Caso tenha dúvidas nos acordes, uti-
lize os diagramas para representá-los:

Grupo Único PDF PaD 5º 4º 3º 2º 1º 5º 4º 3º 2º 1º 5º 4º 3º 2º 1º

C URIOSIDADE
Anação

Anação Rio Abaixo (G): Diz a lenda que um moço extremamente bonito (era o diabo), vinha descendo rio
abaixo numa canoa tocando nessa anação e desvirtuando as donzelas que moravam às margens do rio que, ao
ouvirem o timbre diferenciado da viola, não resistiam aos seus toques. Anação Rio Acima (C): Dando sequência
na lenda, São Gonçalo ao ver o que o “inimigo” fazia descendo o rio, tratou de anar sua viola em “C” e subia o
rio tocando sua viola desfazendo o encanto do “marvado”, fazendo com que as donzelas recuperassem o juízo.

C URIOSIDADE
As Fitas na Viola Caipira

As Folias de Reis são comemoradas no dia 6 de janeiro e nas violas dos foliões são amarradas tas de diversas
cores. São sete tas e cada cor tem um signicado. A BRANCA representa Jesus, a AZUL CLARO representa
Maria, a ROSA São José, a AMARELA o ouro dado como presente pelo Reis Magos, a VERMELHA o incenso,
a VERDE a mirra e por m a AZUL ESCURA representa São Gonçalo, Santo protetor dos violeiros. O curioso é
que se encontrar na viola, uma ta PRETA, é sinal de que o violeiro que a colocou fez um pacto com o “marvádo”
(diabo) para aprender os dotes de tocador. Nossa cultura popular é muito rica, deve ser respeitada e entendida
para não se perder, pois representa nossa própria identidade. Em algumas regiões estes signicados mudam,
porém a ta PRETA é a única que permanece com o mesmo signicado em todos os lugares.

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5. O SEGREDO DOS PONTEADOS


ESCALA DUETADA 3º E 4º PAR
Vamos estudar a escala duetada do 3º e 4º par, lembrando que no estudo da escala os números re-
presentam os dedos da ME e que os traços que os unem signicam que ambos são tocados ao mesmo
tempo.

Toque apenas os pares selecionados com o polegar no tempo de um segundo por toque, os demais
pares não devem ser tocados. Treine com calma até que os dedos da ME realizem a troca dos duetados
de forma natural.

0 1 1 3 3 1 1 3
0 2 2 2 2 2 2 2

1 2 3
Grupo Único PDF PaD
4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 Casas

ARPEJOS
É necessário treinar a MD para se tocar com mais técnica. Os arpejos são nossa ferramenta. Os arpe-
jos também são conhecidos por outros nomes na linguagem da viola caipira como: Moedão, Pedalei-
ras, P P I P, etc.

Vamos então estudar o primeiro arpejo da seguinte maneira: na gura abaixo os números dentro dos
círculos representam os pares de cordas (que são contados de baixo para cima lembra?) e as letras
em cima dos círculos representam os dedos da MD. Assim como nos ritmos o ciclo vai se repetindo
formando um compasso.

No início treine com os pares soltos realizando um toque por se- P P I P


gundo até que sua MD se adapte com a mecânica de execução do
4 3 1 4
arpejo. Com o passar do tempo aumente a velocidade até ½ segundo
por toque ou até mais rápido.

Quando sua MD estiver tocando este arpejo de forma natural (sem precisar car contando), com as
cordas soltas, será o momento de utilizar a escala duetada do 3º e 4º par em conjunto com o arpejo.

21
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Execute um compasso do arpejo (quatro movimentos) com as cordas soltas e no próximo compasso
pressione o 3º par na primeira casa e o 4º par na segunda casa conforme representado na gura da
escala duetada do 3º e 4º par. Siga executando um compasso por toque na escala duetada de forma
lenta e com atenção no movimento correto dos dedos da ME e também da colocação correta dos
dedos da ME nos pares.

Não tenha foco em velocidade mas sim na qualidade do som, que devem ser emitidos de forma
“limpa”. Quando pressionamos a corda de maneira errada (fora do meio da casa ou sem a pressão
necessária para emitir o som) poderemos produzir o que chamamos de “mudinho” (não sai som quan-
do tocada), resultado de uma má técnica ao tocar que pode ter sido causado pela pressa em executar
os movimentos tanto da ME como também da MD. É importante frisar que a velocidade vem com o
tempo e, logicamente, os arpejos são bonitos quando tocados de maneira mais vibrante, porém, temos
de levar em consideração que o segredo é TREINO, TREINO e mais TREINO. Nem mesmo nosso
grande Tião Carreiro nasceu ponteando a viola e também teve de estudar bastante.

Dica:
Procure não apoiar os dedos no tampo da viola durante os arpejos, pois isto se torna um vício muito
Grupo Único PDF PaD
difícil de ser corrigido, além de limitar muito o desenvolvimento da técnica. O tampo tanto da viola
como do violão são feitos para vibrar e se você apoiar os dedos sobre ele, estará “matando” essa
vibração. No começo temos a tendência e exercer muita força tanto na MD como também na ME,
portanto, procure se policiar neste sentido, tentando tocar com suavidade, sendo exigente com você
mesmo.

C URIOSIDADE
A primeira gravação

No ano de 1929, o paulista Cornélio Pires, um apaixonado pela cultura caipira, levou para o estúdio a música
caipira e com ela a Viola. Pela primeira vez era gravado e lançado em disco o som de uma Viola.

C URIOSIDADE
José Dias Nunes

Na década de 50, surgiu um nome que iria mudar o conceito até então de música caipira. Era José Dias Nunes
que foi imortalizado com o apelido de Tião Carreiro, seu pagode de viola e o timbre de voz são referência até os
dias de hoje. Sua parceira de maior sucesso foi com o grandioso Pardinho. Um dos vários hinos gravados pela
dupla foi “Pagode em Brasília”. Tião Carreiro gravou mais de 800 músicas em diversos estilos.

22
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DICIONÁRIO DE ACORDES:
Segue abaixo um pequeno dicionário de acordes para que você possa treinar cada um e para que nas
próximas músicas você já esteja “fera” na execução dos mesmos.

Pode existir mais de uma maneira de se montar o mesmo acorde.

Quando aparecer um traço no diagrama, ele signica que o dedo 1 da ME deve pressionar os pares na
casa determinada. Ésta representação é chamada de pestana.

Reveja o tema Diagrama de Acordes (pág. 4) e Acordes (pág. 10) para tirar alguma dúvida que tenha
restado e lembre-se de escutar todas as notas com clareza. Algumas mudanças de Acordes são mais
complicadas, comece pelas mudanças mais simples e aumente a velocidade gradativamente.

Nos próximos capítulos estudaremos a construção destes acordes, ou seja, porque eles são montados
desta forma.

Grupo Único PDF PaD


Acordes em Dó

C C7 Cm C#m

5º 4º 3º 2º 1º 5º 4º 3º 2º 1º 5º 4º 3º 2º 1º 5º 4º 3º 2º 1º

C C7 C#m C#7

8ª 8ª

5º 4º 3º 2º 1º 5º 4º 3º 2º 1º 5º 4º 3º 2º 1º 5º 4º 3º 2º 1º

O Número ao lado do diagrama representa que a pestana deve ser feita na 8ª casa

23
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Acordes em Ré

D D7 Dm D

5º 4º 3º 2º 1º 5º 4º 3º 2º 1º 5º 4º 3º 2º 1º 5º 4º 3º 2º 1º

Acordes em Mi

E GrupoE7 Único PDF


Em PaD E7

5º 4º 3º 2º 1º 5º 4º 3º 2º 1º 5º 4º 3º 2º 1º 5º 4º 3º 2º 1º

Acordes em Fá

F Fm F# F#m

5º 4º 3º 2º 1º 5º 4º 3º 2º 1º 5º 4º 3º 2º 1º 5º 4º 3º 2º 1º

24
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Acordes em Sol

G Gm G#m G#7

5º 4º 3º 2º 1º 5º 4º 3º 2º 1º 5º 4º 3º 2º 1º 5º 4º 3º 2º 1º

Acordes em Lá

A GrupoAm Único PDF


A7 PaD A

5º 4º 3º 2º 1º 5º 4º 3º 2º 1º 5º 4º 3º 2º 1º 5º 4º 3º 2º 1º

Acordes em Si

B B7 Bm B7 B

5º 4º 3º 2º 1º 5º 4º 3º 2º 1º 5º 4º 3º 2º 1º 5º 4º 3º 2º 1º 5º 4º 3º 2º 1º

25
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6. CHORA VIOLA
MÚSICA: CHICO MINEIRO
Tonico / Francisco Ribeiro - Tom: E - Ritmo: TOADA

E7 A B7 E C m B7 E

0 1 3 5 5 5 5 7 5 3 3 3 3 8 8 7 7 5 5 3 3 1 2 3
0 2 4 5 5 5 5 7 5 4 4 4 4 9 9 7 7 5 5 4 4 2 3 4

E7 A B7 E C m B7

0 1 3 5 5 5 5 7 5 3 3 3 3 8 8 7 7 5 5 3 3 1 1 0
0 2 4 5 5 5 5 7 5 4 4 4 4 9 9 7 7 5 5 4 4 2 2 0

Declamação: (é feita com o solo bem baixinho ao fundo)


Grupo Único PDF PaD
Cada vez que me lembro do amigo Chico Mineiro, das viagens que eu fazia, ele era meu companheiro.
Sinto uma tristeza, uma vontade de chorar, lembrando daqueles tempos que não mais hão de voltar.
Apesar de ser patrão, eu tinha no coração o amigo Chico Mineiro. Caboclo bom e decidido, na viola
dolorido. Era pião dos boiadeiros. Hoje, porém, com tristeza, recordando das proezas, das viagens
e motins, viajamos mais de dez anos, vendendo boiada e comprando, por este rincão sem m. Mas,
porém, chegou um dia que o Chico apartou-se de mim.

E % B7 % % % E %
Fizemos a última viagem _ foi lá pro sertão de Goiás _

% % B7 % % % E E7
Foi eu e o Chico Mineiro _ também foi o capataz _

A % % % B7 % E %
Viajemos muitos di...as prá chegar em Ouro Fino _

C#m % F#m % B7 % E E7
Aonde nos passemo a noite _ numa festa do Divino _

Estribilho

26
. . . Guia Revele seu Talento . . .

E % B7 % % % E %
A festa estava tão boa _ mas antes não tivesse ido _

% % B7 % % % E E7
O Chico foi baleado _ por um homem desconhecido _

A % % % B7 % E %
Larguei de comprar boia...da mataram meu companheiro _

C#m % F#m % B7 % E E7
Toada
Acabou-se o som da viola _ acabou-se o Chico Mineiro _
P I I P

Estribilho
1 2 3 4
E % B7 % % % E % O ciclo vai se repetindo

Depois daquela tragédia _ quei mais aborrecido _

% % B7 % % % E E7
Não sabia da nossa amizade _ Grupo Único PDF PaD
porque nós dois era unido _

A % % % B7 % E %
Quando vi seus documen...tos me cortou o coração _

C#m % F#m % B7 % E
De sabê que o Chico Mineiro _ era meu legítimo irmão

ANALISANDO O ESTRIBILHO DA MÚSICA


Seguindo as instruções já adquiridas, execute cada toque com a duração de ½ segundo e o toque onde
as setas estão indicando devem durar 1 segundo. Este estribilho é a aplicação do estudo da escala due-
tada do 3º e 4º par (pág.22), portanto, procure posicionar os dedos corretamente e toque somente os
pares indicados.

E7 A B7 E C m B7 E

0 1 3 5 5 5 5 7 5 3 3 3 3 8 8 7 7 5 5 3 3 1 2 3
0 2 4 5 5 5 5 7 5 4 4 4 4 9 9 7 7 5 5 4 4 2 3 4

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. . . Guia Revele seu Talento . . .

E7 A B7 E C m B7

0 1 3 5 5 5 5 7 5 3 3 3 3 8 8 7 7 5 5 3 3 1 1 0
0 2 4 5 5 5 5 7 5 4 4 4 4 9 9 7 7 5 5 4 4 2 2 0

Com o estudo das três toadas desta revista você estará apto para tocar outras músicas como “Mágoa
de Boiadeiro”, “Couro de Boi”, “Chitãozinho e Xororó” e outras mais.

TRANSPORTE DE TOM
Quando o tom de uma música está em desacordo com o timbre de nossa voz, podemos alterar do tom
da música para que, ao cantar, nossa voz saia de maneira natural e anada. Este recurso é chamado de
transposição de acordes e nos permite realizar essa troca do tom.

Vamos exemplicar como realizamos esta tarefa simples e que com o passar do tempo acabamos por
fazer automaticamente.
Grupo Único PDF PaD
1. Utilizando a cifra da música Chico Mineiro.

Sempre vamos ter como referência o primeiro acorde da cifra, portanto, anotando todos os acordes
utilizados na música teremos a sequência abaixo:

E – B7 – E7 – A – C m – F m

Acorde de referência
2. O acorde de referência é o “E”, visualize na tabela a seguir que o “E” está na coluna de n° 5. Agora,
nesta mesma coluna, identique onde estão os acordes restantes. Você notará que na tabela não exis-
tem os sinais de “m” (menor), “7” (sétima), etc, apenas o “#” (sustenido) e o acorde maior. Isto
porque após a transposição é só acrescentá-los.

3. Vamos denir o tom em que desejamos realizar o transporte. Exemplo “A” (lá).

4. O “A” está localizado na coluna n°10. Agora a partir dos acordes já visualizados na coluna n° 5,
substitua os mesmos pelos acordes respectivos na coluna n°10. Ficará do seguinte modo:

Coluna nº 5 E – B7 – E7 – A – C m – F m
TRANSPOSIÇÃO DE “E” PARA “A”

Coluna nº 10 A – E7 – A7 – D – F m – Bm

28
. . . Guia Revele seu Talento . . .

1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12
Dó Dó# Ré Ré# Mi Fá Fá# Sol Sol# Lá Lá# Si
C C# D D# E F F# G G# A A# B
C# D D# E F F# G G# A A# B C
D D# E F F# G G# A A# B C C#
D# E F F# G G# A A# B C C# D
E F F# G G# A A# B C C# D D#
F F# G G# A A# B C C# D D# E
F# G G# A A# B C C# D D# E F
G G# A A# B C C# D D# E F F#
G# A A# B C C# D D# E F F# G
A A# B C C# D D# E F F# G G#
A# B C C# D D# E
Grupo Único PDFF PaD
F# G G# A
B C C# D D# E F F# G G# A A#

Vejamos como cou na prática substituindo os acordes para o tom de “A”:

MÚSICA: CHICO MINEIRO


Tonico / Francisco Ribeiro - Tom original E transposta para A - Ritmo: TOADA

A % E7 % % % A %
Fizemos a última viagem _ foi lá pro sertão de Goiás _

% % E7 % % % A A7
Foi eu e o Chico Mineiro _ também foi o capataz _

D % % % E7 % A %
Viajemos muitos di...as prá chegar em Ouro Fino _

F#m % Bm % E7 % A A7
Aonde nos passemo a noite _ numa festa do Divino _

Estribilho

29
. . . Guia Revele seu Talento . . .

A % E7 % % % A %
A festa estava tão boa _ mas antes não tivesse ido _

% % E7 % % % A A7
O Chico foi baleado _ por um homem desconhecido _

D % % % E7 % A %
Larguei de comprar boia...da mataram meu companheiro _

F#m % Bm % E7 % A A7
Acabou-se o som da viola _ acabou-se o Chico Mineiro _

Estribilho

A % E7 % % % A %
Depois daquela tragédia _ quei mais aborrecido _

% % E7 % % % A A7
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Não sabia da nossa amizade _ porque nós dois era unido _

D % % % E7 % A %
Quando vi seus documen...tos me cortou o coração _

F#m % Bm % E7 % A
De sabê que o Chico Mineiro _ era meu legítimo irmão

7. TESTANDO O VIOLEIRO
1) Complete a sequência da escala musical:

A A# B

2) O que signicam os seguintes sinais?

#= b= m= 7=

30
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3) Quantos pares temos na viola?

_____________________________________________________________________________

4) Escreva por extenso os nomes dos seguintes acordes:

Am

D#

F#m

B7

Cm
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Gb

Ab

D7

Fm

5) Qual a anação dos pares da viola?

1º par /

2º par /

3º par /

4º par /

5º par /

31
. . . Guia Revele seu Talento . . .

6) Qual a nota enarmônica de:

A# = C# = Eb = D# =

Gb = Bb = G# = F# =

7) O que são notas enarmônicas?

_____________________________________________________________________________

8) Obtemos qual nota se pressionarmos a seguinte casa:

3º par na sexta casa:

4º par na oitava casa:

1º par na sétima casa: Grupo Único PDF PaD


5º par na quinta casa:

9) Toque o 3º par pressionado na primeira casa para obter um “A”, em seguida toque o 3º par pres-
sionado na sexta casa para obter um “D”. Com base no que já vimos identique:

Qual a nota grave?

Qual a nota aguda?

10) Na gura abaixo que representa o braço da viola, preencha corretamente as notas que faltam:

F# A# D#
1º par E Gb G A Bb B C D Eb E
C# D# F# G# A#
2º par B C Db Eb E Gb Ab A Bb B
C# D#
3º par G# ou Ab A B C Db D Eb E F
F# G# A# C# D#
4º par E F Gb G Ab A Bb Db D Eb E
D# F# G# A#
5º par B C D Eb F Gb G Ab Bb

1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12

32
. . . Guia Revele seu Talento . . .

8. AGORA TÁ MASTIGADO
1) A, A#, B, C, C#, D, D#, E, F, F#, G, G

2) # = Sustenido b = Bemol m = Menor 7 = Sétima

3) R: 5 pares

4) Am Lá menor 5) 1º par E / E
D# Ré sustenido 2º par B / B
E Mi maior
3º par G# / G# oitavado
F#m Fá sustenido menor
B7 Si com sétima 4º par E / E oitavado
Cm Dó menor 5º par B / B oitvado
Gb Sol Bemól Grupo Único PDF PaD
Ab Lá bemól
D7 Ré com sétima 6) A# = Bb C# = Db Eb = D# D# = E
Fm Fá menor Gb = F# Bb = A# G# = Ab F# = Gb

7) R: São notas que possuem duas nomenclaturas, porém, emitem o mesmo som.

8) 3º par na sexta casa: “D” 9) Qual a nota grave? “A”


4º par na oitava casa: “C” Qual a nota aguda? “D”
1º par na sétima casa: “B”
5º par na quinta casa: “E”

10) 1º par E F G#
Ab
C#
Db

2º par B D F G
A# F# G#
3º par G# ou Ab Bb Gb G Ab
A#
4º par E Bb B C
C#
5º par B Db E A B

1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12

33
. . . Guia Revele seu Talento . . .

9. EXECUTANDO A DANADA - PARTE I


Um dos ritmos mais executados na viola caipira e que é utilizado em músicas como “Relógio Que-
brado”, “A vaca já foi pro brejo”, “Mundo velho”, etc é o Cururu. Vamos então ao segundo ritmo de
nosso método:

RITMO: CURURU
O Cururu deve ser executado de seguinte forma:

Movimento 1: Descida do polegar do 5º para o 1º par. Cururu

Movimento 2: Abafar as cordas com as costas do polegar. P Abafa I I Abafa

Movimento 3: Subida do indicador do 1º para o 5º par.


Movimento 4: Descida do indicador do 5º para o 1º par. 1 2 3 4 5
Movimento 5: Abafar as cordas com as costas do polegar. O ciclo vai se repetindo

A cada cinco movimentos realizamos um compasso de cururu.


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É importante frisar que, ao abafar as cordas, o movimento seja suave e que nenhuma corda emita som.
Realize cada movimento com calma até que a mecânica esteja assimilada.

Podemos utilizar os segundos do relógio para ajustar o tempo dos movimentos, sendo que, sua exe-
cução normal será do seguinte modo:

• Movimento 1 = ½ segundo
• Movimento 2 = ½ segundo (abafar)
• Movimento 3 e 4 = ½ segundo (os dois movimentos executados dentro de ½ segundo)
• Movimento 5 = ½ segundo (abafar)

Tenha calma na execução e tente ouvir o áudio das músicas referenciadas acima para que você possa
perceber o ciclo do ritmo.

Exercite os acordes ao lado realizando dois compassos A E7 D


do cururu em cada um e depois um compasso em cada
acorde:

Quando você estiver seguro dos movimentos, repita


o exercício acima realizando um compasso em cada
acorde. 5º 4º 3º 2º 1º 5º 4º 3º 2º 1º 5º 4º 3º 2º 1º

34
. . . Guia Revele seu Talento . . .

Só para relembrar, os acordes anteriores são: A = Lá - E7 = Mi com sétima - D = Ré

Colocaremos em prática novo ritmo executando um hino da música sertaneja composta por Teddy
Vieira e Luizinho e que se chama “O menino da porteira”. Vamos analisar o estribilho (solo) na se-
quência que é a aplicação da escala duetada do 1º e 2º par já estudada anteriormente e a utilização da
escala de 2º e 3º par que estudaremos mais adiante.

MÚSICA: O MENINO DA PORTEIRA


Teddy Vieira / Luizinho - Tom: A - Ritmo: CURURU

E7 A E7 A
1º par E 10 10 10 9 0 0 0 2 4 4 5 5 5
2º par B 12 12 12 10 2 2 2 3 5 5 5 3 5 5 5 Executar duas vezes
3º par G 5 3 5 5 5
4º par E 5 5 5
5º par B 5 5 5

A % % % E7
Toda vez que eu viajava pela estrada de Ouro Fino
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% % % A
De longe eu avistava a gura de um menino

% % % E7
Que corria abrir a porteira e depois vinha me pedindo

% % D E7 A
Toque o berrante seu moço que é pra eu car ouvindo

D % % E7
Quando a boiada passava e a poeira ia baixando

% % % A
Eu jogava uma moeda e ele saia pulando

% % % E7
Obrigado boiadeiro que Deus vá lhe acompanhando

% % D E7 A
Naquele sertão afora meu berrante ia tocando

(Executar o solo duas vezes)

35
. . . Guia Revele seu Talento . . .

A % % % E7
Nos caminhos desta vida muito espinho eu encontrei
% % % A
Mas nenhum calou mais fundo do que esse que eu passei
% % % E7
Na minha viagem de volta qualquer coisa eu cismei
% % D E7 A
Vendo a porteira fechada o menino eu não avistei
D % % E7
Apiei o meu cavalo num ranchinho a beira chão
% % % A
Vi uma mulher chorando quis saber qual a razão
% % % E7
Boiadeiro veio tarde veja a cruz no estradão
% % D E7 A
Quem matou o meu lhinho foi um boi sem coração
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(Executar o solo duas vezes)
A % % % E7
Lá pras bandas de Ouro Fino levando gado selvagem
% % % A
Quando passo na porteira até vejo a sua imagem
% % % E7
O seu rangido tão triste mais parece uma mensagem
% % D E7 A
Daquele rosto trigueiro desejando boa viagem
D % % E7
A cruzinha do estradão do pensamento não sai
% % % A
Eu já z um juramento que não me esqueço jamais
% % % E7
Nem que o meu gado estoure, que eu preciso ir atrás
% % D E7 A
Nesse pedaço de chão berrante eu não toco mais.
(Executar o solo duas vezes e encerra a musica)

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. . . Guia Revele seu Talento . . .

ANALISANDO O SOLO DA MÚSICA


a b c e
1º par E 10 10 10 9 0 0 0 2 4 4 5 5 5
2º par B 12 12 12 10 2 2 2 3 5 5 5 3 5 5 5
3º par G 5 3 5 5 5
4º par E 5 5 5
5º par B 5 5 5

Este solo é muito conhecido em qualquer região do país e isso facilita o aprendizado. Trata-se da apli-
cação da escala duetada do 1º e 2º par já vista anteriormente acrescentada de dois toques na escala do
2º e 3º par.

Cada toque do conjunto “a” deve ter ½ segundo de duração

O único toque do conjunto “b” deve durar 1 segundo.


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No conjunto “c” cada toque deve durar ½ segundo.

O conjunto “e” representa o acorde de “A” tocado na casa 5 sendo que a MD (Mão Direita) deve
executar os movimentos indicados nas setas.

Realize os movimentos com calma e precisão para que o som saia “limpo”.

ANALISANDO A MÚSICA
Os símbolos de “%” representam a quantidade de compassos que devem ser tocados de determinado
acorde e eles estão localizados exatamente acima de onde se executa o movimento “1” de cada com-
passo do cururu. Exemplo: Na primeira linha do verso o acorde de “A” deve ser tocado quatro vezes
(uma em que aparece o acorde e mais três em que aprecem o símbolo de “%”).

As setas que aparecem na quarta e última linha de cada verso antes dos acordes de “D” e “E7” rep-
resentam que os mesmo devem ser tocados apenas com o movimento de descida (representado)
devendo voltar ao ritmo de cururu em seguida no próximo acorde.

Lembre-se de trocar os acordes exatamente em cima da sílaba onde está sublinhada. Execute o ritmo
com calma e atenção fazendo com que os acordes soem com clareza.

37
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10. SOU CAIPIRA MAS ENTENDO DO ASSUNTO


FORMAÇÃO DE ACORDES
A formação dos acordes sempre foi um grande “fantasma” para o aluno iniciante, mas este é um
tópico muito importante no aprendizado musical. Se o aluno estudar esta parte com atenção e calma
verá que a construção dos acordes é muito simples e que este processo pode ser utilizado em qualquer
outro instrumento.

Vamos explicar esse tema de maneira prática utilizando teoria e prática para que você consiga cons-
truir sozinho o acorde na viola caipira ou em qualquer outro instrumento. Isso mesmo, esta regra vale
para qualquer instrumento musical.

Em nossa viola, quando tocamos apenas um par de cordas solta ou pressionada em qualquer casa,
obtemos apenas uma nota, mas quando tocamos várias cordas ao mesmo tempo obviamente obtere-
mos várias notas e neste caso se colocarmos os dedos nos lugares corretos, estaremos tocando um
acorde.
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Já estudamos sobre notas enarmônicas e que elas são nada mais que uma nota com dois nomes, ou
seja, cada sustenido tem o seu bemol equivalente e ca assim:

C# = Db (Dó sustenido é igual a Ré bemol)


D# = Eb (Ré sustenido é igual a Mi bemol)
F# = Gb (Fá sustenido é igual a Sol bemol)
A# = Bb (Lá sustenido é igual a Si bemol)

Para simplicar a assimilação do estudo da construção de acordes maiores não usaremos a simbologia
do “b” (bemól), porém, não se esqueça que cada “#” tem seu “b” respectivo. O “b” (bemól) voltará a
ser representado na gura do braço da viola mais adiante. É importante frisar que cada casa no braço
da viola representa ½ tom.

A escala de “C” (C – D – E – F – G – A – B – C) é usada para montar uma tabela de onde vamos


extrair todas as informações necessárias na construção dos acordes, para tanto, usamos também alga-
rismos romanos (I –II – III – IV – V – VI – VII – VIII) que serão chamados a partir de agora como
GRAUS. Vejamos como ca:

38
. . . Guia Revele seu Talento . . .

I II III IV V VI VII VIII Graus


C D E F G A B C Escala de “C”

1 tom 1 tom ½ tom 1 tom 1 tom 1 tom ½ tom Distância

Esta estrutura é a mais difundida no meio musical, portanto, vamos entendê-la em seus detalhes.

Do grau I para o grau II (C para D), assim como do grau II para o grau III (D para E) a distância é de
01 tom. Agora do grau III para o grau IV (E para F) a distância é de ½ tom. Isto ocorre porque a nota
“E” não tem “#” (sustenido) Lembram que tratamos disso anteriormente? Do grau IV para o grau V
(F para G), do grau V para o grau VI (G para A) e do grau VI para o grau VII (A para B) a distância
entre eles também é de 01 tom. Finalmente, do grau VII para o grau VII (B para C) a distância é de ½
tom, pois o “B” também não tem “#” (sustenido).

Veja outra maneira de representar a escala de “C”, pois assim podemos visualizar melhor a distância
entre os tons.
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I II III IV V VI VII VIII
C C# D D# E F F# G G# A A# B C

1 tom 1 tom ½ tom 1 tom 1 tom 1 tom ½ tom

Para se montar as outras escalas é só manter a estrutura acima e iniciar o Grau I com as demais notas.
Veja abaixo a escala “D”:

I II III IV V VI VII VIII Graus


D E F# G A B C# D Escala de “D”

1 tom 1 tom ½ tom 1 tom 1 tom 1 tom ½ tom Distância

Ou conforme abaixo:

I II III IV V VI VII VIII


D D# E F F G G# A A# B C C D

1 tom 1 tom ½ tom 1 tom 1 tom 1 tom ½ tom

39
. . . Guia Revele seu Talento . . .

Devemos ter sempre atenção do grau III para o grau IV e também do grau VII para o grau VIII, pois
eles têm a distância de ½ tom e os demais tem distância de 01 tom.

Na escala de “D” anterior, note que o grau III é “F#” já que 1 tom após o “E” é exatamente “F#”.
Lembrando que cada casa no braço da viola é ½ tom. Na prática, se você tocar o 1º par solto será um
“E”, pressionando na casa 01 (½ tom) será um “F” e pressionando na casa 2 será um “F#” (½ tom).
Vale ressaltar que a soma de dois ½ tons resultam em 01 tom, ou seja, a distância de “E” para “F#”
é exatamente 1 tom. Na sequência, do grau III (F#) para o grau IV (G) a distância é de ½ tom e por
isso é a nota “G”.

Veja agora a tabela completa com todas as escalas obedecendo a estrutura da escala de “C”.

Tônica
I II III IV V VI VII VIII
C# D E F G A B C#
C# D# F F# G# A# C C#
D E
Grupo
F#
Único
G
PDF
A
PaD
B C# D
D# F G G# A# C D D#
E F# G# A B C# D# E
F G A A# C D E F
F# G# A# B C# D# F F#
G A B C D E F# G
G# A# C C# D# F G G#
A B C# D E F# G# A
A# C D D# F G A A#
B C# D# E F# G# A# B

1 tom 1 tom ½ tom 1 tom 1 tom 1 tom ½ tom

Acima do Grau I está a palavra “Tônica”, pois bem, quando montamos um acorde, a tônica será
sempre a nota que dá nome ao mesmo, ou seja, qualquer acorde que iremos montar será iniciado pelo
Grau I (tônica). Exemplo: Ao montar um acorde de “A”, o nosso ponto de partida será o “A” do
Grau I na tabela acima.

40
. . . Guia Revele seu Talento . . .

CONSTRUINDO ACORDES MAIORES – TRÍADE MAIOR


Já vimos que um acorde quando aparece “sozinho”, representa que ele é maior. Exemplo: Quando
escrevemos “E”, dizemos Mi maior lembra? Pois bem, vamos estudar a construção do acorde de “E”
e que também é a anação que utilizamos na viola caipira.

Para montar um acorde maior utilizamos a seguinte “fórmula” que será aplicada na tabela anterior:

Nome do acorde Fórmula para obter o acorde

Acorde Maior ou Tríade Maior Grau I Grau III Grau V

Na prática funciona assim: Ao montar o acorde de “E”, já sabemos que a tônica é sempre o nosso
ponto de partida na construção do acorde, portanto, localize o “E” na coluna do Grau I. Agora siga
no sentido horizontal e anote a nota que esta na coluna do Grau III (G#) e em seguida anote a nota
que está na coluna do Grau V (B). Ficou assim:
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Acorde ou Grau I (Tônica) Grau III Grau V
Tríade de “E” E G# B

Tônica
I II III IV V VI VII VIII
E F# G# A B C# D# E

Quando aplicamos esta fórmula, estamos obtendo a TRÍADE MAIOR. No caso acima, a Tríade de
“E” é: E – G# – B

Em nossos estudos utilizamos a viola na anação Cebolão E correto? Isto porque atende a fórmula
da tríade maior de “E”. Analise abaixo a anação que utilizamos:

1º Par solto – E (Mi)................................... Grau I


2º Par solto – B (Si) ................................. Grau V
3º Par solto – G# (Sol sustenido) .......Grau III
4º Par solto – E (Mi) ................................ Grau I
5º Par solto – B (Si) ...................................Grau V

41
. . . Guia Revele seu Talento . . .

Quando tocamos os pares soltos de nossa viola, embora estejamos tocando dez cordas, estaremos
emitindo o som das três notas obtidas na tríade maior de “E”. Nessa anação o 1º e 4º par são a-
nados em “E” (Grau I), o 2º e 5º par são anados em “B” (Grau V) , restando o 3º par anado em
“G#” (Grau III).

O grande “pulo do gato” na construção de acordes é entender que os dedos pressionam as cordas
apenas para “corrigir” a anação que atenda a tríade requisitada.

Entenderemos melhor vendo os diagramas abaixo, sendo que o diagrama 1 representa a viola caipira,
o diagrama 2 representa o violão com as cordas soltas e o diagrama 3 representa o violão formando
o acorde de “E”.

B E G# B E E A D G B E E B E G# B E

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5º 4º 3º 2º 1º 6º 5º 4º 3º 2º 1º 6º 5º 4º 3º 2º 1º

Diagrama 1 Diagrama 2 Diagrama 3


Viola Caipira Violão Cordas Soltas Violão Acorde de “E”

Como a viola já está anada com a tríade de “E”, basta tocar suas cordas soltas para emitir o som de
Mi maior (Diagrama 1).

O violão com as cordas soltas (Diagrama 2) não atende a tríade de “E” pois as cordas 3, 4 e 5 estão
anadas em desacordo com a tríade, portanto, é necessário “corrigir” isso pressionando as cordas para
que elas atendam a tríade de “E”. As cordas 1, 2 e 6 já atendem a tríade e não será necessário nenhum
“ajuste”.

No diagrama 3 (Violão acorde de “E”) a corda 3 solta está anada em “G”, então devemos pressioná-
la na casa 1 para que emita a nota “G#”. A corda 4 está anada em “A”, devemos pressioná-la na casa
2 para que passe a emitir o “E”. Por m, a corda 4 solta está anada em “A” e devemos pressioná-la
na casa 2 para que emita o “B”. Pronto, estamos tocando 6 cordas e emitindo somente as notas da
tríade de “E”.

Assim faremos com todos os outros acordes, precisaremos “ajustar” a anação pressionando as cor-
das para que elas atendam a “fórmula” da tríade maior, seja qual for o acorde.

42
. . . Guia Revele seu Talento . . .

11. DA TEORIA PARA A PRÁTICA


Agora já entendemos que, para se construir um acorde maior, precisamos dos graus I – III – V. Mas
será que vamos ter sempre que consultar esta tabela? Pois bem, a viola caipira é um instrumento tão
fascinante que, através de uma rápida análise, poderemos identicar as tríades maiores de qualquer
acorde diretamente no braço da viola.

Neste estudo não vamos considerar os pares 1 e 5, utilizando o 4º par para obter o Grau I (tônica),
o 3º par para obter o Grau III e o 2º par para obter o Grau V que formam as tríades maiores. A
partir destas informações poderemos construir os acordes no braço da viola ou de qualquer outro
instrumento, desde que, você saiba localizar as notas no mesmo.

Veja na gura abaixo como é fácil obter as tríades maiores diretamente no braço da viola.

Graus I III V Para assimilar com mais facilidade, a gura


Pares soltos B E G# B
Grupo
E
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Tríade de Mi maior
ao lado está omitindo as tríades com “#”,
1 F A C Tríade de Fá maior
porém, elas estão lá. Para obter a tríade de
Tríade de F# “F#” por exemplo, é só seguir a sequência
3 G B D Tríade de Sol maior da escala, ou seja, Grau I – F# (4º par), Grau
Tríade de G# III – A# (3º par) e Grau V – C# (2º par).
5 A C# E Tríade de Lá maior
Tríade de A#
7 B D# F# Tríade de Si maior
8 C E G Tríade de Dó maior Graus I III V
Tríade de C#
10 D F# A Tríade de Ré maior
E G# B
Tríade de D# 1 F A C Tríade de Fá maior
Tríade de F# F A C
12 E G# B Tríade de Mi maior
3 G B D Tríade de Sol maior
Pares 5º 4º 3º 2º 1º

Pronto! Agora já sabemos como obter as tríades maiores diretamente no braço da viola. É como se
soubéssemos os “ingredientes” para se preparar o acorde, seja qual for.

Aplicando isso de maneira prática, vamos imaginar que o braço da viola está divido em três regiões.
Isso facilita em muito o estudo e assimilação da construção do acorde. Dessa vez utilizaremos todos
os pares.

43
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Dividiremos o braço da viola da seguinte forma:


A 1ª Região compreende dos pares soltos (casa O) até a casa 5.
A 2ª Região compreende da casa 5 até a casa 9.
A 3ª Região compreende da casa 7 até a casa 11.
1ª Região 3ª Região

F# G# A# C# D#
1º par E F Gb G Ab A Bb B C Db D Eb E
C# D# F# G# A#
2º par B C Db D Eb E F Gb G Ab A Bb B
A# C# D# F# G#
3º par G# ou Ab A Bb B C Db D Eb E F Gb G Ab
F# G# A# C# D#
4º par E F Gb G Ab A Bb B C Db D Eb E
C# D# F# G# A#
5º par B C Db D Eb E F Gb G Ab A Bb B

1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12

2ª Região

A gura acima será nossa fonte de consulta para construir o acorde de “A” na 1ª Região (das cordas
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soltas até a casa 5), sendo que, a tríade de “A” é: I = A III = C# V = E (conrme na tabela ou na
gura do braço com as tríades). É uma tarefa simples, porém requer atenção e treino diário.

Já sabendo as notas que precisamos (A - C# - E), podemos construir o acorde tanto do 1º para o 5º
par, como também do 5º para o 1º par.

Se optar por começar do 1º ao 5º par, a tríade deve ser obtida nos pares 1, 2 e 3 independente de sua
ordem. Agora se optar por começar do 5º par ao 1º par, a tríade deve ser obtida nos pares 3, 4 e 5
independente de sua ordem.
E
De baixo para cima (1º par o 5º par), procure qual das notas da tríade de “A” aparece
primeiro. Veja que o 1º par solto já é um “E”, portanto ele será tocado solto obviamente
(já temos uma nota da tríade - Grau V - E).

Anote então o 1º par solto da maneira como mostrado ao lado.


C# E
Analise no segundo par uma das duas notas que faltam (“A” ou “C#”) e veremos que
pressionando a casa 2 teremos um “C#”, faça isso, pressione o segundo par na casa 2
(agora temos duas notas da tríade – Grau III – C#).

Anote o 2º par pressionado na casa 2 como mostrado ao lado.

44
. . . Guia Revele seu Talento . . .

AC# E
Ainda falta encontrar o “A” no terceiro par, veja que ao pressioná-lo na casa 1 vamos
obter o “A” (pronto! tríade completa – Grau I – A).

Anote o 3º par pressionado na casa 1 como mostrado ao lado.

E AC# E
A tríade está completa, mas ainda temos o 4º e 5º pares sobrando não é? Pois bem, o 4º
par é equivalente ao 1º (“E”) lembra? Então é só repetir a nota, ou seja, toque o quarto
par solto igual ao primeiro.

Anote o 4º par solto como mostrado ao lado.

C# E AC# E
O 2º par é equivalente ao 5º par, portanto, é só repetir a nota novamente, ou seja, pres-
sione o quinto par na casa 2 da mesma forma que no segundo par.
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Anote o 5º par pressionado na casa 2 como mostrado ao lado.

Veja no diagrama 1 (ao lado) que as cor- B E G# B E C# E A C# E E E


das soltas formam a tríade de “E” e no A
C# C#
diagrama 2, ao pressionar os dedos con-
forme indicado, estaremos “ajustando” a
anação para que ela atenda a tríade de “A”.
5º 4º 3º 2º 1º 5º 4º 3º 2º 1º 5º 4º 3º 2º 1º
O diagrama 3 é igual ao diagrama 2, porém,
está representando as notas com os pares Diagrama 1 Diagrama 2 Diagrama 3
pressionados atendendo a Tríade de “A”. Cordas Soltas Acorde de “A” Pares pressionados

E A C#E A Na 2ª Região do braço da viola vamos obter um “A” fazendo uma pestana na casa 5, ou
seja, o dedo 1 da ME deve pressionar ao mesmo tempo todos os pares da casa 5.

Muitos violeiros sabem que uma pestana na casa 5 é um “A”, porém, são poucos os que
sabem que isso é possível porque ao pressionar todas as cordas na casa 5, estaremos
atendendo a tríade de “A”

A ordem das notas se altera, porém, a tríade é mantida, veja ao lado.

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A
Agora vejamos como ca um “A” na 3ª região do braço da viola.

Desta vez vamos construir o “A” da 5º para o 1º par. Procure a partir da sétima
casa 10 casa (onde inicia a 3ª região) no 5º par e note que aparece um “A” na casa 10.

A C#
Ainda temos de encontrar um “E” ou um “C#” no 4º par, que também devem
ser encontrados após a sétima casa que é a 3ª região do braço da viola.

casa 10 Encontraremos um “C#” na casa 9 do 4º par.

A C#E
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Só falta encontrar e “E” no 3º par para que possamos fechar a tríade de “A”.

Ao pressionar o 3º par na casa 8, obteremos o “E”.


casa 10

A C#E A
Tríade completa, só que ainda temos dois pares sobrando e apenas mais um
dedo para ser utilizado. Sabemos que o 5º par é equivalente ao 2º par, então é só
repetir a mesma nota que cará conforme gura ao lado.
casa 10

A C#E A E
Agora já utilizamos os quatro dedos da ME e ainda resta um par solto, porém,
neste caso o 1º par solto é um “E” e esta nota faz parte da tríade de “A”.

casa 10

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Pronto, analise de forma técnica como foi construído este acorde de Lá maior nas guras abaixo e em
caso de dúvidas, refaça o processo utilizando os diagramas abaixo da próxima dica.
A ordem das notas se altera, mas a tríade de “A” é mantida.

A C# E A E E A C# E A E

E
C#
casa 10 casa 10 A A casa 10

Este processo pode ser feito com todos os outros acordes, desde que você “ajuste” corretamente a
anação dos pares para que atendam a “fórmula” da Tríade maior.
Esta teoria é muito importante para seu desenvolvimento musical não só na viola, mas também em
qualquer instrumento que for estudar.
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Dica: Durante os estudos tenha em mãos: sua viola, a gura do braço da viola com as tríades, a gura
do braço da viola dividida por regiões, papel, lápis e borracha. Faça uso dos diagramas de acordes em
branco (abaixo) para auxiliá-lo na marcação dos pares que devem ser pressionados.
Abaixo dos diagramas utilize o sinal de para anotar as cordas que serão tocadas e o sinal de para
cordas que não devem ser tocadas caso não atendam a tríade.

C URIOSIDADE
Você sabe de onde vieram os nomes das notas musicais? Pois bem, as notas receberam seus respectivos
nomes por um Monge Beneditino Italiano chamado Guido D’Arezzo (995-1050), que retirou a primeira sílaba de
cada frase de um poema a São João Batista escrito em Latin, veja abaixo:
UT queant laxis REsonare bris MIra gestorum FAmuli tuorum SOLve polluti LAbii reatum Sancte Ioannes
No século XVII João Batista Doni alterou o UT para Dó, o que facilitou o solfejo
Tradução: Puricai bem-aventurado João, os nossos lábios polutos para podermos cantar dignamente as
maravilhas que o Senhor realizou em ti. Dos altos céus vem um mensageiro anunciar a teu Pai que
serias um varão insigne e a glória que terias.

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CONSTRUINDO ACORDES – TRÍADE MENOR


Agora que já sabemos como obter as tríades maiores, nosso estudo cará mais fácil para obter as
tríades menores, pois vamos utilizar a nossa tabela com todas as escalas (pág. 9) para extrair as infor-
mações necessárias para as Tríades Menores.

A “fórmula” da Tríade Menor é: Grau I (tônica), Grau III (bemól) e Grau V. Note que após o Grau
III está o símbolo do “b” (bemol), mas o que será que isto signica? Para responder esta pergunta
devemos relembrar que quando deixamos uma nota mais aguda utilizamos o sinal de “#” (sustenido)
e quando deixamos a nota mais grave utilizamos o sinal de “b” (bemol). Veja a gura abaixo:

Grave

Agudo

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Como já construímos o acorde de “A”, ele será novamente usado como exemplo na construção da
tríade menor. Na teoria ca assim:
Nome do acorde Fórmula para obter o acorde

Acorde Menor ou Tríade Menor Grau I Grau III b Grau V

Acorde ou Grau I (Tônica) Grau III b Grau V


Tríade de “Am” A C# E

Tônica
I II III IV V VI VII VIII
A B C D E F# G# A

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Nas guras acima você notará que o Grau I é exatamente o “A”, pois a tônica será sempre a nota que
dá nome ao acorde, o Grau V continua sendo e “E”, porém o Grau III passou a ser um “C” ao invés
de um “C#”. Isto ocorre porque a “fórmula” da tríade menor requer que o Grau III seja “diminuido”
em ½ tom. Entre o Grau II (“B”) e o Grau III (“C#”) existe a nota “C” que está ½ tom antes do
“C#”. Na gura abaixo isto ca melhor representado.

I II III IV V VI VII VIII


A A# B C C# D D# E F F# G G# A

Na prática é muito simples, basta reduzir meio tom o Grau III em todas as tríades maiores e você
obterá a tríade menor.

Nos diagramas a seguir estão os acordes de “A” e “Am”: C# E A C# E C E A C E

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Acorde de A Acorde de Am

Veja que nosso primeiro diagrama que representa o acorde de “A” na 1ª região do braço da viola , tem
dois “C#” (no 2º e no 5º par) que são o Grau III da tríade maior. Cada casa no braço de nossa viola
representa meio tom correto? A “fórmula” da tríade menor requer que o Grau III seja “diminuído”
em ½ tom para que passe a ser um “C”. Então cou simples, é só voltar uma casa no 2º e no 5º par
para que possamos obter o “C” e é isso que esta representado no segundo diagrama que representa o
acorde de “Am”.

Veja que o Grau I (A) e o Grau V (E) continuam presentes e apenas o “C#” passou a ser “C”.
Analisemos o “A” que fazemos na 2ª região é uma pestana na casa 5 onde o “C#” está no 3º par:

E A C# E A B A C E A

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Sabemos que temos de “diminuir” o Grau III em ½ tom, porém, temos uma pestana na casa 5. Ter-
emos de reordenar os dedos da ME para que possamos obter o “C”.

Desta vez, ao reordenar os dedos da ME, o 5º par não está atendendo a tríade, pois o 5º par solto é
um “B”, portanto, logo abaixo do diagrama no 5º par está um “ ” que indica que este par não deve
ser tocado.

Por m, na 3ª região vamos repetir o mesmo processo de voltar o “C#” em ½ tom pára que atenda
a tríade menor.
A C# E A E A C E A E A C E A E

casa 10

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No primeiro diagrama está representado o acorde de “A” na 3ª região do braço da viola e nos diagra-
mas seguintes o “Am”, onde o “C#” passou a ser “C”.

Visualize diretamente no braço da viola as Tríades Menores: Graus I IIIb V

B G# E
Note que na gura ao lado, simplesmente voltamos o Grau 1 F C Tríade de Fm
III que está no 3º par uma casa para obter a tríade menor. É A#
só fazer o mesmo processo com as demais tríades maiores e 3 G D Tríade de Gm
C
você conseguirá saber os “ingredientes” para se montar os
5 A E Tríade de Am
acordes menores diretamente no braço da viola. 5º 4º 3º 2º 1º

Resumo: Para obter a Tríade Maior: Graus – I – III – V


Para obter a Tríade Menor: Graus – I – IIIb – V

Dica: Estes conceitos são muito disseminados de forma escrita, mas garanto a você que estudar com
a viola nas mãos e aprender de forma direta como obter as tríades maiores ou menores torna o estudo
muito mais prazeroso, além de que, você estará assimilando uma teoria que poderá aplicar em qualquer
outro instrumento. Vale a pena dar um foco especial nesta parte, anal de contas: nós podemos ser
caipiras, mas somos bem informados.

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12. OS SEGREDOS DOS PONTEADOS - PARTE I


ESCALA DUETADA DO 2º E 3º PAR
Lembrando que no estudo das escalas duetadas, os números representam os dedos da ME e as linhas
que os unem signicam que são tocados ao mesmo tempo.

0 3 3 3 3 3 3 3
0 1 1 2 2 1 2 2

1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 Casas

Fique atento ao correto posicionamento dos dedos nas respectivas casas e toque apenas o 2º e 3º par
utilizando o polegar até assimilar a localização correta da escala.
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Outra forma de treinar a escala acima é com a utilização do arpejo da MD, porém, somente treine este
exercício após ter assimilado bem a escala acima para um correto posicionamento dos dedos da ME:

intervalo

i m i m i m i m i m i m i m i m
1º par E
2º par B 0 2 4 5 7 9 10 12
3º par G 0 1 3 5 7 8 10 12
4º par E
5º par B 0 0 0 0 0 0 0 0

P P P P P P P P

Na gura acima cada intervalo representa um movimento da escala duetada do 2º e 3º par e os núme-
ros voltam a representar as casas que devem ser pressionadas no braço da viola. As letras acima e
abaixo da tablatura representam os dedos da MD, sendo: P - Polegar, i - indicador e m - médio. As
setas indicam o sentido em que devem ser tocados os pares.

Forma de execução: Toque o quinto par solto com o polegar (P), em seguida o terceiro par solto
com o indicador (i) e o segundo par solto com o dedo médio (m) completando o primeiro intervalo.
Repita o processo com os demais intervalos.

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Execute o arpejo com calma e vá aumentando a velocidade aos poucos, pois a beleza está na precisão
e velocidade dos movimentos.

PONTEANDO UMA MÚSICA


Já sabemos que o grande segredo dos ponteados é o estudo minucioso das escalas duetadas, onde os
dedos devem ser posicionados corretamente e tocados com precisão.
Colocaremos em prática agora o estudo das escalas do 1º e 2º par e também do 2º e 3º par ponteando a
melodia da música “O menino da porteira”. Por tratar-se de uma melodia conhecida, seu aprendizado
se torna mais fácil.
Toque apenas nos pares representados abaixo, os demais não devem ser tocados. Utilize o polegar para
executar a tablatura.
O tempo de execução de cada toque varia de acordo com a melodia da música, portanto, você deverá
tocar e cantar a melodia ao mesmo tempo para “acertar” o tempo de cada toque.
Treine uma linha de tablatura por vez até que esteja bem assimilada e só depois passe para linha
seguinte. Grupo Único PDF PaD
To da vez que eu vi a já va pe La estra da de ouro  no
1º par 9 9 9 9 9 7 9 9 10 10 12 12 9 9 7 7
2º par 10 10 10 10 10 9 10 10 12 12 14 14 10 10 9 9
3º par
4º par
5º par

De lon ge eu a vis ta va a  gu ra de um me ni no
1º par 4 4 4 4 4 2 4 4 5 5 7 7 10 10 9 9
2º par 5 5 5 5 5 4 5 5 7 7 9 9 12 12 10 10
3º par
4º par
5º par

Que cor ria abrir a por tei ra de pois vi nha me pe din do


1º par 9 9 9 9 9 7 9 9 10 10 12 12 9 9 7 7
2º par 10 10 10 10 10 9 10 10 12 12 14 14 10 10 9 9
3º par
4º par
5º par

To que o ber ran te seu mo ço que é pra eu  car ou vin do


1º par 4 4 4 4 4 5 4 4 0 0 2 2
2º par 5 5 5 5 5 7 5 5 2 2 3 3 3 3 2 2
3º par 3 3 1 1
4º par
5º par

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. . . Guia Revele seu Talento . . .

Quan do a boi a da pas sa va ea po eira í a bai xan do


1º par 2 2 2 2 2 0 2 2 2 0 2 5 5 4 4 4
2º par 3 3 3 3 3 2 3 3 3 2 3 7 7 5 5 5
3º par
4º par
5º par

Eu jo ga va uma mo e da e ele sa í a pu lan do


1º par 4 4 4 4 4 2 4 4 5 5 7 10 10 9 9 9
2º par 5 5 5 5 5 4 5 5 7 7 9 12 12 10 10 10
3º par
4º par
5º par

O bri ga do boi a dei ro que Deus vá lhe acom pa nhan do


1º par 9 9 9 9 9 7 9 9 10 10 12 12 9 9 7 7
2º par 10 10 10 10 10 9 10 10 12 12 14 14 10 10 9 9
3º par
4º par
5º par

Na que le ser tão a fo ra meu ber ran te ia to can do


1º par 4 4 4 4 4 5 4 4 0 0 2 2
2º par 5 5 5 5 5 7 5 5 2 2 3 3 3 3 2 2
3º par
4º par
Grupo Único PDF PaD 3 3 1 1
5º par

ANALISANDO O PONTEADO
Cada toque deve ser executado exatamente no local determinado pela sílaba acima do mesmo. Exceder
o número de toques ou mesmo omitir algum deles, poderá afetar a melodia da música.

Note que são oito linhas de tablaturas que representam as oito linhas do primeiro verso da música.
Para executar os outros dois versos restantes é só repetir as oito linhas de tablatura pois a melodia dos
versos se repete.

Concluindo: Se você tocar o primeiro verso, automaticamente poderá tocar o segundo e terceiro também.

A execução correta é iniciar com o estribilho (solo) da música já estudado na página 4 e em seguida o
ponteado da melodia.

Este estudo é parte fundamental para que possamos executar as modas de viola como “Rei do gado”
e “Travessia do Araguaia”, pois as modas são cantadas exatamente desta maneira, onde cada sílaba
representa um toque na viola. É quando dizem que fazemos a viola “falar”.

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Vejamos agora outro ritmo em nossa viola caipira onde são tocadas as músicas “Encantos da nature-
za”, “Jeitão de caboclo”, “O poder do criador”, dentre outras.

RITMO: QUERUMANA
A querumana é extremamente simples e consiste nos seguintes movimentos da MD (mão direita):

Movimento 1 – Descida do polegar (5º para o 1º par) Querumana

Movimento 2 – Subida do indicador (1º para o 5º par) P I P I Abafa

Movimento 3 – Descida do polegar (5º para o 1º par)


Movimento 4 – Subida do indicador (1º para o 5º par) 1 2 3 4 5
Movimento 5 – Abafar as cordas O ciclo vai se repetindo

A cada cinco movimentos realizamos um compasso da querumana.

O tempo de execução dos movimentos 1, 2, 3 e 4 devem ser de ½ segundo cada um e o movimento


5 (abafar) deve durar 1 segundo.
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Treine os movimentos até assimilar a mecânica, porém, tenha atenção ao abafar de forma suave as
cordas e para que nenhuma emita som.

13. EXECUTANDO A DANADA - PARTE II


Para colocar em prática este novo ritmo vamos tocar a música “Franquinho na Panela” onde apresen-
taremos em sua tablatura uma técnica chamada ligadura ou ligado.

Mais adiante daremos um foco maior no estudo dos ligados.

Para realizar a ligadura, representada pelo sinal de “ligadu” você pressiona a casa 4 do 2º par com o
dedo “1” da ME, toque com o polegar da MD e em seguida pressiona a casa 5 com o dedo “2” da ME
sem tocá-la com a MD. É como se estivesse dando uma “martelada” para que ela emita som.

As setas na tablatura indicam que você deve realizar os quatro movimentos da querumana no acorde
“A” e, ao invés de completar o compasso com o movimento 5 (abafar), você deve realizar a ligadura
que desta vez está no quinto par da casa 4 para 5.

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. . . Guia Revele seu Talento . . .

Este estribilho (solo) é a aplicação da escala duetada do 1º e 2º par e também da escala duetada do 3º
e 4º par. Tenha atenção no posicionamento correto dos dedos e toque apenas os pares indicados, os
demais não devem ser tocados.

Apenas um toque no estribilho (indicado pela seta) terá duração de 1 segundo, os demais terão dura-
ção de ½ segundo.

MÚSICA: FRANGUINHO NA PANELA


Moacyr dos Santos / Paraíso - Tom: A - Ritmo: QUERUMANA

Ligadura
A E7 D A E7 A E7 A
1º par E 4 7 4 2 5 2 5 5 5 5 5 5 5 5
2º par B 4 5 5 3 5 5 5 5 5 5 5 5
3º par G 5 5 5 5 0 0 1 3 1 0 5 5 6 8 0 0 1 2 1 0 5 5 5 5
4º par E 5 5 5 5 0 0 2 4 2 0 5 5 7 9 0 0 2 4 2 0 5 5 5 5
5 5 5 5 4 5 5 5 5 5
5º par B
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1 segundo

A % % % E7
O recanto onde moro é uma linda passarela

% % % A
O carijó canta cedo bem pertinho da janela

% % % E7
Eu levanto quando bate o sininho da capela

% D % A
E lá vou eu pro roçado, tenho Deus de sentinela

% E7 % A
Tem dias que o meu almoço é um pão com mortadela

A7 D Bm E7 % A
Mas lá no meu ranchinho a mulher e os lhinhos, tem franguinho na panela

(Executar o solo)

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. . . Guia Revele seu Talento . . .

A % % % E7
Eu tenho um burrinho preto bom de arado e bom de cela

% % % A
Pro leitinho das criança a vaquinha cinderela

% % % E7
Galinhada no terreiro, papagaio tagarela

% D % A
Eu ando de qualquer jeito, de botina ou de chinela

% E7 % A
Na roça se a fome aperta, vou apertando a vela

A7 D Bm E7 A
Mas lá no meu ranchinho a mulher e os lhinhos, tem franguinho na panela

(Executar o solo)
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A % % % E7
Quando eu co sem serviço a tristeza me atropela

% % % A
Eu pego uns bicos pra fora e deixo cedo a currutela

% % % E7
Eu levo meu viradinho é um fundinho de tigela

% D % A
É só farinha com ovo, mas da gema bem amarela

% E7 % A
É esse o meu almoço, que desce seco na goela

A7 D Bm E7 A
Mas lá no meu ranchinho a mulher e os lhinhos, tem franguinho na panela

(Executar o solo)

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. . . Guia Revele seu Talento . . .

A % % % E7
Minha mulher é um doce e diz que eu sou o doce dela

% % % A
Ela faz tudo pra mim e tudo o que eu faço é pra ela

% % % E7
Não vestimos lã nem linho é no algodão e na anela

% D % A
É assim a nossa vida que levamos na cautela

% E7 % A
Se eu morrer Deus dá um jeito, pois a vida é muito bela

A7 D Bm E7 % A
Não vai faltar no ranchinho pra mulher e os lhinhos, o franguinho na panela

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Estude sempre o dicionário de acordes, ele serve para maior ecácia do aprendizado, uma vez que
iremos do básico ao avançado. Segue abaixo os diagramas utilizados na música acima:

A E7 A7 D Bm

5º 4º 3º 2º 1º 5º 4º 3º 2º 1º 5º 4º 3º 2º 1º 5º 4º 3º 2º 1º 5º 4º 3º 2º 1º

C URIOSIDADE
Você sabe o que signica a palavra currutela da música anterior?

Pois bem, currutela signica uma pequena cidade ou vilarejo. É importante sabermos estes signicados para que
possamos transmitir estas informações para outras pessoas, uma vez que, o vocabulário caipira é tão rico.

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. . . Guia Revele seu Talento . . .

14. OS SEGREDOS DOS PONTEADOS - PARTE II


ESCALA DUETADA 1º E 3º PAR
Esta escala tem uma diferença de outras já estudadas, pois está “pulando” o 2º par e deverá ser tocada
da seguinte maneira:

O polegar tocará o 3º par e o indicador tocará o 1º par simultâneamente, os demais pares não devem
ser tocados. As setas indicam o sentido que os dedos devem tocar os pares.

Na gura abaixo os números representam os dedos da ME para que se acostumem com o correto posi-
cionamento na execução da escala. Atenção no primeiro movimento que é realizado com os pares soltos.

0 3 3 3 3 3 3 3

0 1 1 2 2 1 2 2
Grupo Único PDF PaD
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 Casas

Assim que você assimilar a escala do 1º e 3º par, treine a mesma escala executando o seguinte arpejo
para MD na tablatura abaixo, onde P = Polegar, i = indicador e a = anelar.

Os números na tablatura representam as casas que devem ser pressionadas.

intervalo

i a i a i a i a i a i a i a i a
1º par E 0 2 4 5 7 9 11 12
2º par B
3º par G 0 1 3 5 7 8 10 12
4º par E
5º par B 0 0 0 0 0 0 0 0

P P P P P P P P

Toque o 5º par solto com o polegar, em seguida toque o 3º par solto com o indicador e por m toque
o 1º par com o anelar completando o primeiro intervalo. Repita a mesma operação para os demais
intervalos. Treinar com calma é primordial para uma execução precisa das escalas e a velocidade vem
com tempo e treino diário. As setas indicam o sentido em que os dedos devem tocar os pares.

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. . . Guia Revele seu Talento . . .

Dica: Quando você estiver “fera” na escala do 1º e 3º par, realize o arpejo acima variando os inter-
valos. Note que são oito intervalos, pois bem, como sugestão toque o primeiro e na sequência toque
o quarto, seguindo para o quinto e assim por diante conforme sua criatividade mandar e garanto que
você já poderá iniciar suas primeiras composições de ponteados.

OS DEDOS VÃO FICANDO “LISOS”


Exercícios para escalas duetadas utilizando arpejos na MD:

Treine os arpejos abaixo com precisão e técnica procurando obter um som “limpo”. Este tipo de
exercício requer leveza e calma em sua execução, portanto, tenha atenção ao excesso de força ao pres-
sionar os pares e mesmo ao tocá-los com a MD. Assim que obtiver domínio e segurança na digitação
(colocação correta dos dedos da ME) e arpejo, vá aumentando a velocidade. Note que as escalas estão
com suas sequências alteradas justamente para aumentar sua técnica.

Junto a escala também está representado o arpejo que MD deve realizar, onde: P = polegar, i = indi-
cador, m = médio e a = anelar.

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As setas indicam o sentido em que os pares devem ser tocados.
P i a

5º par 3º par 1º par

Escala 1º e 3º par Arpejo da MD (Mão Direita)

1º 5 7 4 5 2 4 0 12 11 12

3º 5 7 3 5 1 3 0 12 10 12

5º 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0

P i m

5º par 3º par 2º par

Escala 2º e 3º par Arpejo da MD (Mão Direita)


2º 4 5 7 12 11 9 7 4 7 5 4
3º 3 5 7 12 10 8 7 3 7 5 3

5º 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0

C URIOSIDADE
A música instrumental intitulada “Pau Brasil” do saudoso Gedeão da Viola foi tema de abertura do programa Viola
minha Viola por mais de 10 anos e sua execução é baseada quase que totalmente na escala duetada do 1º e 3º par.

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. . . Guia Revele seu Talento . . .

P a P

4º par 1º par 3º par

Escala 3º e 4º par Arpejo da MD (Mão Direita)

1º 0 0 0 0 0 0 0 0 0

3º 0 1 3 7 5 7 1 0 12
4º 0 2 4 7 5 7 2 0 12

P m a

5º par 2º par 1º par

Escala 1º e 2º par Arpejo da MD (Mão Direita)

1º 5 7 5 9 11 9 7 5 4
2º 4 9 7 10 12 10 9 7 5


5º 0 0 0 0 0 0 0 0 0

Grupo
LIGADOS OU LIGADURA Único PDF PaD
O ligado ou ligadura é representado pelo símbolo “ligadu” (um arco). Este símbolo é utilizado nas tabla-
turas e também nas partituras com o mesmo propósito, emitirem dois sons com apenas um toque da MD.

É uma técnica muito utilizada na viola caipira embora muitos violeiros a realizem por instinto puro, e
por vezes dando outros nomes como “puxadinho”, “estilingada”, etc.

Estar apto para executá-lo com perfeição exige dedicação e treino diário.

Com o passar do tempo você poderá perceber esta técnica em diversos solos de pagodes, querumanas,
modas de viola, etc.

A música Franguinho na panela apresenta duas ligaduras de execução simples, porém, existem outros
tipos mais complexos que veremos a seguir.

Na sequência abaixo os números representam tanto os dedos da ME como também as casas.

1º par E 1 2 3 4
2º par B 1 2 3 4
3º par G 1 2 3 4
4º par E 1 2 3 4
5º par B 1 2 3 4

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Pressione a primeira casa com o dedo 1 da ME e toque com o polegar da MD, na sequência pressione
a segunda casa com o dedo 2 da ME sem que haja toque da MD.(como se fosse uma “martelada”). No
conjunto seguinte, repita o processo pressionando a terceira casa com o dedo 3 da ME, toque com o
polegar da MD e pressione e quarta casa com o dedo 4 da ME.

Uma dica importante é você manter pressionado o dedo que inicia a ligadura até que o próximo dedo
consiga dar a “martelada” nas cordas, veja as imagens abaixo:

Figura A (Inicial) Figura B (Errado) Figura C (Correto)


Grupo Único PDF PaD
A Figura “A” é a posição inicial onde o dedo 1 pressiona o par que é tocado pelo polegar da MD.

A Figura “B” mostra o erro mais comum aos iniciantes, pois ao dar a “martelada” com o dedo 2, a
tendência é de que o dedo 1 se solte do par.

A Figura “C” é a forma correta de efetuar o ligado, mantendo o dedo 1 pressionado até que o dedo 2
obtenha o som da ligadura.

Utilizaremos abaixo apenas os dedos 1 e 3 da ME na primeira e terceira casa de cada par:

1º par E 1 3
2º par B 1 3 1 3
3º par G 1 3 1 3
4º par E 1 3 1 3
5º par B 1 3 1 3

O próximo exercício exige um pouco mais de paciência e auto-cobrança para que o som saia “limpo”
pois vamos alternar os pares e dedos.

1º par E 1 3
2º par B 2 3 1 3
3º par G 1 3 2 3
4º par E 1 2 3 4 1 3
5º par B 2 3 2 3

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Este exercícios são a base para se tocar os mais diversos ligados dentro dos solos da músicas.

O ligado também pode ser executado de maneira inversa, veja as guras abaixo:

Na Figura “A” note que o dedo


2 pressiona a segunda casa e o
dedo 1 também já está pressio-
nando a primeira casa, toque com
o polegar da MD e solte o dedo
1 para que o som do dedo 2 seja
emitido sem tocar com a MD.
Figura A (Inicial) Figura B

Nesta fase dos estudos os ligados vão emitir dois sons com apenas um toque da MD.

Treine as sequências abaixo com atenção e precisão:

1º par E 2 1 4 3
2º par B 2 1 4 3
3º par G
4º par E
Grupo Único PDF PaD
2 1 4 3
2 1 4 3
5º par B 2 1 4 3

1º par E 3 1
2º par B 3 1 3 1
3º par G 3 1 3 1
4º par E 3 1 3 1
5º par B 3 1 3 1

Dica: Tenha atenção na colocação correta dos dedos e preocupe-se com sua postura ao tocar evitando
car curvado sobre a viola. Uma postura errada pode ocasionar dores indesejáveis. Mantenha a viola
na altura do peito e utilize correia sempre que for estudar ou tocar.

15. CHORA VIOLA


Em capítulo anterior foi apresentado o ritmo da toada. Vamos então tocar mais esta linda canção que
é sempre cantada nas rodas de viola.

O estribilho (solo) é exatamente a melodia da música, portanto, o tempo de cada toque é igual a
melodia, assim como zemos no ponteado do O Menino da porteira, onde cada toque representa
praticamente uma sílaba da palavra.

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Eu não tro co meu ran chi nho amar ra di nho de ci pó por uma ca sa na ci da de nem que se já ban ga ló
1º par 9 9 9 9 9 7 10 10 10 10 7 7 7 7 9 5 5 7 7 5 5 4 4 2 2
2º par 10 10 10 10 10 9 12 12 12 12 9 9 9 9 10 7 7 9 9 7 7 5 5 3 3 5 5 3 3 2
3º par 5 5 3 3 1
4º par
5º par

Este estribilho também é aplicação da escala duetada do 1º e 2º par, além de um pequeno trecho que
utiliza a escala do 2º e 3º par.

Agora os números na tablatura representam as casas e pares que devem ser pressionados. Em caso de
dúvidas, consulte “Tablaturas” nos capítulos anteriores.

MÚSICA: CHITÃOZINHO E XORORÓ


Serrinha / Athos Campos - Tom: A - Ritmo: TOADA

A E7 A
1º par 9 9 9 9 9 7 10 10 10 10 7 7 7 7 9 5 5 7 7 5 5 4 4 2 2
2º par 10 10 10 10 10 9 12 12 12 12 9 9 9 9 10 7 7 9 9 7 7 5 5 3 3 5 5 3 3 2
3º par 5 5 3 3 1
4º par
5º par Grupo Único PDF PaD
A % E7 % A
Eu não troco meu ranchinho amarradinho de cipó

% E7 % A
Pruma casa na cidade nem que seja bangaló

A7 D % A
Eu moro lá no deserto sem vizinho eu vivo só

% E7 % A
Só me alegra quando pia lá praqueles cafundó

% E7 % A
É o inhambu xitã e o xororó Refrão

% E7 % A
É o inhambu xitã e o xororó

(solo)

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A % E7 % A
Quando rompe a madrugada canta o galo carijó

% E7 % A
Pia triste a coruja na cumiera do paiól

A7 D % A
Quando chega o entardecer pia triste o jaó (Refrão - Só me alegra...)

A % E7 % A
Não me dou com a terra roxa com a seca larga pó

% E7 % A
Na baixada do areião eu sinto um prazer maió

A7 D % A
Grupo Único PDF
Ver a rolinha no andar no areião faz caracór
(Refrão - Só mePaD
alegra...)

A % E7 % A
Eu faço minha caçada bem antes de sair o sol

% E7 % A
Espingarda de cartucho patrona de tiracó

A7 D % A
Tenho buzina e cachorro pra fazer forrobodó (Refrão - Só me alegra...)

A % E7 % A
Quando sei de uma notícia que outro canta mió

% E7 % A
Meu coração dá um balanço ca meio banzaró

A7 D % A
Suspiro sai do meu peito que nem bala javeló (Refrão - Só me alegra...)

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16. TESTANDO O VIOLEIRO


1) Baseado na estrutura da escala “C”, complete as escalas tendo atenção na distância correta entre os tons:

I II III IV V VI VII VIII Graus I II III IV V VI VII VIII Graus

G __ __ __ __ __ __ __ F __ __ __ __ __ __ __
½ tom ½ tom ½ tom ½ tom

I II III IV V VI VII VIII Graus I II III IV V VI VII VIII Graus

F# __ __ __ __ __ __ __ D __ __ __ __ __ __ __
½ tom ½ tom ½ tom ½ tom

2) Qual a tríade maior ou menor dos seguintes acordes:

F# B D A G
I III V I III V I III V I III V I III V
__ __ __
Grupo Único
__ __ __
PDF __PaD
__ __ __ __ __ __ __ __

F#m Bm Dm Am Gm
I IIIb V I IIIb V I IIIb V I IIIb V I IIIb V
__ __ __ __ __ __ __ __ __ __ __ __ __ __ __

3) Na gura ao lado que representa o bra- 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12

ço da viola estão omitidos os “b” (bemol) 1º par E F F# G G# A A# B C C# D D# E


para facilitar o exercício. Com as infor- 2º par B C C# D D# E F F# G G# A A# B
mações das tríades obtidas no exercício 3º parG# A A# B C C# D D# E F F# G G#

2, construa os acordes nos diagramas nas 4º par E F F# G G# A A# B C C# D D# E


três regiões do braço da viola: 5º par B C C# D D# E F F# G G# A A# B

A E B D# C# Gm Fm A#m Dm C#m
1 1 1 1 1 1 1 1 1 1
2 2 2 2 2 2 2 2 2 2
3 3 3 3 3 3 3 3 3 3
4 4 4 4 4 4 4 4 4 4
5 5 5 5 5 5 5 5 5 5
6 6 6 6 6 6 6 6 6 6
7 7 7 7 7 7 7 7 7 7
8 8 8 8 8 8 8 8 8 8
9 9 9 9 9 9 9 9 9 9
10 10 10 10 10 10 10 10 10 10
11 11 11 11 11 11 11 11 11 11
12 12 12 12 12 12 12 12 12 12

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17. AGORA TÁ MASTIGADO


1) Resposta:

I II III IV V VI VII VIII Graus I II III IV V VI VII VIII Graus

G A B C D E F# G F G A A# C D E F
½ tom ½ tom ½ tom ½ tom

I II III IV V VI VII VIII Graus I II III IV V VI VII VIII Graus

F# G# A# B C# D# F F# D E F# G A B C# D
½ tom ½ tom ½ tom ½ tom

2) Resposta:

F# B D A G
I III V I III V I III V I III V I III V
F# A# C#
Grupo Único
B D# F#
PDF PaD
D F# A A C# E G B D

F#m Bm Dm Am Gm
I IIIb V I IIIb V I IIIb V I IIIb V I IIIb V
F# A C# B D F# D F A A C E G A# D

3) Abaixo estão circuladas na 2ª região de cada diagrama para que você possa dinstinguir as três manei-
ras diferentes de se “montar” o mesmo acorde. Durante a execução de uma música, você pode optar
por uma delas. O mesmo se aplica para os demais diagramas. Tente sempre variar o posicionamento
do mesmo acorde para que você assimile as regiões do braço da viola. Este tipo de prática lhe dará um
domínio muito grande no estudo do braço e, com certeza, outros violeiros irão lhe perguntar sobre
estes acordes “diferentes”.
F# B D A G F#m Bm Dm Am Gm
1 1 1 1 1 1 1 1 1 1
2 2 2 2 2 2 2 2 2 2
3 3 3 3 3 3 3 3 3 3
4 4 4 4 4 4 4 4 4 4
5 5 5 5 5 5 5 5 5 5
6 6 6 6 6 6 6 6 6 6
7 7 7 7 7 7 7 7 7 7
8 8 8 8 8 8 8 8 8 8
9 9 9 9 9 9 9 9 9 9
10 10 10 10 10 10 10 10 10 10
11 11 11 11 11 11 11 11 11 11
12 12 12 12 12 12 12 12 12 12

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18. EXECUTANDO A DANADA


Iniciemos então com um dos ritmos que encanta os que ouvem e que é utilizado em músicas como
Tocando em Frente, Romaria, Saudades da minha terra, etc. Vamos executar a Guarânia:

RITMO: GUARÂNIA
Antes de executar este novo ritmo, teremos de aprender e treinar dois movimentos muito utilizados na
viola caipira e que se chamam Rasqueado aberto - Ra e Rasqueado fechado - Rf.

Rasqueado aberto - Ra

Os dedos da MD irão tocar as cordas do 5º para o 1º par de forma intercalada iniciando pelo dedo
anelar - a, seguido pelo dedo médio - m e nalmente pelo indicador - i.

Vale ressaltar que os pares da viola são contados de baixo para cima. Veja as guras abaixo:

Grupo Único PDF PaD

Figura 1 Figura 2 Figura 3

Na Figura 1 o dedo anelar tocou o 5º, o 4º e está prestes a tocar o 3º par e é exatamente neste mo-
mento que o dedo médio inicia o seu movimento repetindo o percurso de dedo anelar.

Na Figura 2 o dedo anelar seguiu seu percurso até o 1º par seguido pelo dedo médio, que neste mo-
mento está tocando o 3º par. Assim como na gura 01, é nesse momento que inicia o movimento do
indicador tocando o 5º par.

Por m, na Figura 3, o anelar já terminou seu movimento, o dedo médio está terminando sua exe-
cução e o indicador está tocando o 3º par indo em direção ao 1º par.

Treine este movimento com calma, suavidade e sem pressa. Em nenhum momento a força é predomi-
nante no toque da viola caipira. Com treino, este rasqueado será executado com naturalidade.

O Rasqueado aberto termina com as cordas emitindo som e por isso se denomina “aberto”.

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Rasqueado fechado - Rf

Agora os dedos da MD irão tocar do 5º para o 1º par, porém,


numa descida única em que o som será abafado ao m do mo-
vimento conforme mostram as guras ao lado.

Na gura da Posição Inicial, repare que os dedos a, m, i da


MD estão alinhados e a mão tem um formato de concha. Os
dedos tocarão os pares ao mesmo tempo.
Posição Inicial - descida
Em seguida, na posição nal, os dedos já tocaram os pares e,
simultânea dos dedos a, m, i.
imediatamente após o percurso, a mão abafa as cordas para
que não emitam som.

Tenha bastante atenção na posição do polegar ao m do mo-


vimento, pois ele deve estar exatamente como na gura da
Posição Final para que possamos executar corretamente o
movimento 3 da guarânia.
Grupo Único PDF PaD
É necessário ter muita disciplina e treino na execução tomando
cuidado para que não seja emitido som ao nal do movimento,
uma vez que, é chamado de “fechado” exatamente por isso. Posição Final - abafa todos os
Agora poderemos treinar os movimentos da guarânia: pares sem deixar emitir som.

Movimento 1: Rasqueado aberto - Ra. Guarânia


Movimento 2: Rasqueado fechado - Rf. 1 2 3 4 5
Ra Rf P i i
Movimento 3: Descida do polegar do 5º para o 1º par
Movimento 4: Subida do indicador do 1º para o 5º par.
Movimento 5: Descida do indicador do 5º para o 1º par. O ciclo vai se repetindo
Ra = Rasqueado aberto
A cada cinco movimentos realizamos um compasso da guarânia. Rf = Rasqueado fechado

Assim como todos os demais ritmos já estudados, realize cada movimento com calma até que a
mecânica seja assimilada. Tenha calma na execução e tente ouvir o áudio das músicas referenciadas
acima para que você possa perceber o ciclo do ritmo.

No ciclo de execução normal, cada movimento pode ser executado com ½ segundo de tempo.

Para treinar este novo ritmo, utilizaremos um grande hino da música caipira composta pelo saudoso
Mário Zan e que se chama Chalana. Mais adiante explicaremos a execução do solo.

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MÚSICA: CHALANA
Mário Zan e Arlindo Pinto - Tom: E - Ritmo: GUARÂNIA

E B7 E B A G#m F#m E
1º par E 12 12 12 12 12 7 7 7 7 7 7 12 12 12 12 12 12
2º par B 12 12 12 12 12 7 7 7 7 7 7 12 12 12 12 12 12
3º par G 12 12 12 12 12 7 7 7 7 7 7 12 12 12 12 12 12 Executar
4º par E 12 12 12 12 12 7 7 7 7 7 7 12 12 12 12 12 12
5º par B 12 12 12 12 12 7 7 7 7 7 7 12 12 12 12 12 12 em cada acorde
Harmônico de E Harmônico de B Harmônico de E

E B7 E
Lá vai uma chalana bem longe se vai
B7
Navegando no remanso do Rio Paraguai
A E
Oh! chalana sem querer tu aumentas minha dor
Grupo Único PDF PaD
B7 E E7
Nestas águas tão serenas vai levando o meu amor
A E
Oh! chalana sem querer tu aumentas minha dor
B7 E
Nestas águas tão serenas vai levando o meu amor
B7
E assim ela se foi nem de mim se despediu
A B7 E
A chalana vai sumindo lá na curva do rio
C#m F#m
E se ela vai magoada eu bem sei que tem razão
B7 E
Fui ingrato eu feri o seu pobre coração
B7 E B A G#m F#m E
Fui ingrato eu feri o seu pobre coração

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A sequência de acordes no nal do solo e ao m da música deve ser executada conforme indicados
nas setas, ou seja, duas descidas para cada acorde, sendo que no m da música o “E” deve ser tocado
apenas uma vez e seu som deve se prolongar por um breve tempo.
B A G m F m

HARMÔNICOS
No solo da música Chalana utiliza-
mos um recurso que chama a atenção
de todos que apreciam os ponteados
da viola caipira, são os harmônicos.
Sua execução é extremamente sim-
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ples e estão representadas nas guras
ao lado. 7º Traste Harmônico de “B”

Para realizar o Harmônico de “B”


(Si), encoste levemente o dedo 1 da
12º Traste
ME exatamente em cima do sétimo
traste, isto mesmo, em cima do sé-
timo “ferrinho” que separa as casas
no braço da viola. É como se fosse
uma pestana, porém, não devemos
Harmônico de “E”
pressionar o dedo nas cordas, ape-
nas posicioná-lo em cima do traste. Agora toque com o polegar da MD do 5º para o 1º par num
movimento único e de forma rápida.

Para obter o Harmônico de “E” (Mi) repita o processo acima, só que desta vez utilize o dedo 3 da ME
que estará posicionado no 12º traste do braço da viola.

Um bom violeiro deve executar com destreza estes harmônicos e para isso já sabemos que a única
solução é o treino contínuo.

Com a técnica dos harmônicos adquirida, passemos então para o estudo do solo de introdução da
música chalana que usa esse recurso em todos os toques.

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Os dois primeiros toques representados pela letra “a” na tablatura a seguir são harmônicos de “E” e
serão executados da seguinte forma:

Toque o primeiro harmônico de “E” que deve durar um compasso da guarânia. Lembrando que um
compasso representa os cinco movimentos do ritmo. O segundo harmônico também terá a mesma
duração.
a b

1º par E 12 12 12 12 12 7 7 7 7 7 7 12 12 12 12 12 12
2º par B 12 12 12 12 12 7 7 7 7 7 7 12 12 12 12 12 12
3º par G 12 12 12 12 12 7 7 7 7 7 7 12 12 12 12 12 12
4º par E 12 12 12 12 12 7 7 7 7 7 7 12 12 12 12 12 12
5º par B 12 12 12 12 12 7 7 7 7 7 7 12 12 12 12 12 12
( 1 2 3 1 2 3 1 2 3 1 2 3 1 2 3 )
Contagem de tempo: ½ segundo em cada toque

A partir do primeiro harmônico representado pela letra “b’”, inicie uma contagem de tempo 1, 2, 3
onde cada número equivale a um toque de ½ segundo de duração.

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O violeiro Índio Cachoeira (que já foi Pajé da dupla Cacique & Pajé) é um mestre na utilização dos
harmônicos em suas composições. Vale a pena conferir todo o seu trabalho para apreciar sua técnica.

19. SOU CAIPIRA MAS ENTENDO DO ASSUNTO


ACORDES ENARMÔNICOS, UTILIZAÇÃO PRÁTICA
Já estudamos anteriormente que enarmônica é o mesmo som que possui dois nomes. É muito comum
até mesmo para músicos que já tocam a algum tempo, de se depararem com músicas cifradas utili-
zando acordes em “b” (bemol) e carem meio que “perdidos” na montagem do acorde.

Para eliminar este “probleminha técnico”, primeiramente vamos localizar as notas enarmônicas de
maneira prática no estudo a seguir:

Já sabemos que o “#” (sustenido) e “b” (bemol) identicam se a nota está cando mais aguda ou mais
grave.

Na gura a seguir podemos localizar as notas enarmônicas, porém, vamos usar como referência a nota
“G” identicada pela seta como exemplo. Se subir ½ tom ele passará a ser “G#” (agudo). Agora se
você baixar ½ tom ele se tornará um “Gb” (grave).

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AGUDO C#=Db
C C# D D# E F F# G G# A A# B D#=Eb
F#=Gb
G#=Ab
C Db D Eb E F Gb G Ab A Bb B A#=Bb
GRAVE Enarmônicas

REFERÊNCIA NO BRAÇO DA VIOLA


Aplicando este conceito diretamente no braço da viola, conseguiremos obter os enarmônicos de
qualquer acorde de maneira simples.

Nossa viola caipira está anada em Cebolão e quando tocada com as cordas soltas emite o som de
“E” e se zermos uma pestana na 1ª casa obteremos um “F” , pestana na 2ª casa e teremos um “F#”,
pestana na 3ª casa e será um “G” e assim por diante até a 12ª casa onde novamente vamos ter um
“E”.

Utilizando ainda o exemplo do “G”, se desejássemos que este acorde casse ½ tom mais agudo ele se
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tornaria um “G#” e caso desejássemos que ele casse ½ tom mais grave, se tornaria um “Gb”.

Veja nas guras a seguir como cam:


Pestanas nas respectivas casas

Cordas soltas Casa 1 Casa 2 Casa 3 Casa 4 Casa 5 Casa 6 Casa 7 Casa 8 Casa 9 Casa 10 Casa 11 Casa 12

E F F#/Gb G G#/Ab A A#/Bb B C C#/Db D D#/Eb E


Pestana na casa 3 - “G”

Pestanas nas respectivas casas

Cordas soltas Casa 1 Casa 2 Casa 3 Casa 4 Casa 5 Casa 6 Casa 7 Casa 8 Casa 9 Casa 10 Casa 11 Casa 12

E F F#/Gb G G#/Ab A A#/Bb B C C#/Db D D#/Eb E


Pestana na casa 4 - “G#”

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. . . Guia Revele seu Talento . . .

Pestanas nas respectivas casas

Cordas soltas Casa 1 Casa 2 Casa 3 Casa 4 Casa 5 Casa 6 Casa 7 Casa 8 Casa 9 Casa 10 Casa 11 Casa 12

E F F#/Gb G G#/Ab A A#/Bb B C C#/Db D D#/Eb E


Pestana na casa 2 - “Gb”

Esta teoria é importante para que você não se “assuste” quando estiver de frente de uma música ci-
frada apenas com “b” ou então “#”. Basta um pouco de tranquilidade para que identique quem é
enarmônica de quem.

Na música abaixo poderemos ver de forma clara o uso dos “#” e “b” . Em ambas, as cifras estão cor-
retas, porém, na primeira utilizamos o “b” e na segunda o seu “#” respectivo. Ao montar os acordes
no braço da viola você conseguirá visualizar que na teoria pode parecer complicado, mas na prática é
muito simples. Grupo Único PDF PaD
MÚSICA: SEU AMOR AINDA É TUDO
Moacir Franco - Tom: E - Ritmo: GUARÂNIA

Bm Em Dbm Gb7
Muito prazer em revê-la você está bonita O sentimento não para a doença não sara

Gb7 Bm B Gb7
Muito elegante mais jovem tão cheia de vida Seu amor ainda é tudo tudo

B7 Em B Abm Dbm
Eu ainda falo de ores e declamo seu nome Daquele momento até hoje esperei você

Gb7 B Gb7 Gb7 B Gb7


Mesmo meus dedos me traem e disco seu telefone Daquele maldito momento até hoje só você

B B Abm Dbm
É minha cara, eu mudei, minha cara Eu sei que o culpado de não ter você, sou eu

E Gb7 B
Mas por dentro eu não mudo E esse medo terrível de amar outra vez... é meu

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. . . Guia Revele seu Talento . . .

Bm Em C#m F#7
Muito prazer em revê-la você está bonita O sentimento não para a doença não sara

F#7 Bm B F#7
Muito elegante mais jovem tão cheia de vida Seu amor ainda é tudo tudo

B7 Em B G#m C#m
Eu ainda falo de ores e declamo seu nome Daquele momento até hoje esperei você

F#7 B F#7 F#m B F#7


Mesmo meus dedos me traem e disco seu telefone Daquele maldito momento até hoje só você

B B G#m C#m
É minha cara, eu mudei, minha cara Eu sei que o culpado de não ter você, sou eu

E F#7 B
Mas por dentro eu não mudo E esse medo terrível de amar outra vez... é meu

Grupo Único PDF PaD


Devemos sempre analisar o que o acorde está “pedindo”, pois trata-se de uma regra de construção de
acorde. Nesta edição vamos aprender a construção dos acordes com sétima, portanto, vamos detalhar o
“Dbm” (Ré bemol menor) da cifra anterior pois anteriormente já aprendemos a regra da tríade menor.

O primeiro passo é obter o “D”, que de forma rápida pode ser feito com uma pestana na casa 10.
Cordas soltas Casa 1 Casa 2 Casa 3 Casa 4 Casa 5 Casa 6 Casa 7 Casa 8 Casa 9 Casa 10 Casa 11 Casa 12

E F F#/Gb G G#/Ab A A#/Bb B C C#/Db D D#/Eb E

Dando continuidade, agora vamos obter o “b” (bemol) e para tanto, basta voltar a pestana para a casa
9. Veja na gura que neste ponto já temos o “Db”.
Cordas soltas Casa 1 Casa 2 Casa 3 Casa 4 Casa 5 Casa 6 Casa 7 Casa 8 Casa 9 Casa 10 Casa 11 Casa 12

E F F#/Gb G G#/Ab A A#/Bb B C C#/Db D D#/Eb E

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Só falta o “m” (menor) para completar o acorde e como já visto no estudo de capítulo anterior, basta
voltar o Grau III (representado neste caso pelo 3º par) em ½ tom e completaremos o acorde de
“Dbm”. Vejamos como ca.

Cordas soltas Casa 1 Casa 2 Casa 3 Casa 4 Casa 5 Casa 6 Casa 7 Casa 8 Casa 9 Casa 10 Casa 11 Casa 12

E F F#/Gb G G#/Ab A A#/Bb B C C#/Db D D#/Eb E

Pronto! Acorde montado, porém, agora é que vem o “pulo do gato”, note que “Dbm” é igual a
“C#m”, é o mesmo acorde com dois nomes e não precisamos necessariamente “montar” o acorde
nesta região. Anteriormente, estudamos que o braço da viola está dividido em três regiões e obtendo as
notas da tríade, poderemos executá-lo em uma região que que mais simples. Analise as guras abaixo:

Casa 7 Casa 8 Casa 9 Casa 10 Casa 7 Casa 8 Casa 9 Casa 10 Casa 7 Casa 8 Casa 9 Casa 10
Grupo Único PDF PaD Ab G#
E E
Db C#

Figura 1 Figura 2 Figura 3

Na Figura 1 nós identicamos a tríade do acorde de “Dbm” e na Figura 2 nós identicamos as notas
que formam a tríade. Já na Figura 3, ao invés do “b”, utilizamos o “#”, e note que o posicionamento
dos dedos ca exatamente igual. A partir destas informações, poderemos “montar” este acorde em
outras regiões do braço.

Nas guras abaixo estão representadas três maneiras diferentes de se tocar o mesmo acorde de “Dbm”,
sendo que acima é o posicionamento dos dedos da ME e abaixo, as notas que estão emitindo ao serem
pressionadas e tocadas.

Cordas soltas Casa 1 Casa 2 Casa 3 Casa 4 Casa 5 Casa 6 Casa 7 Casa 8 Casa 9 Casa 10 Casa 11 Casa 12

75
. . . Guia Revele seu Talento . . .

Cordas soltas Casa 1 Casa 2 Casa 3 Casa 4 Casa 5 Casa 6 Casa 7 Casa 8 Casa 9 Casa 10 Casa 11 Casa 12
Ab Db
Db E Ab
Db E
Ab Db
Db

Se você optar por substituir os “b” por “#”, poderá evidenciar que o “Ab” será um “G#” e o “Db”
será um “C#”, porém, na prática o posicionamento dos dedos não se altera.

ACORDES COM SÉTIMA MENOR “7”


Já estudamos as tríades maiores e menores anteriormente e como construir os acordes. Agora vamos
incluir mais uma nota nas tríades que passarão a ser tétrades. Iniciemos então nosso estudo sobre
acordes com sétima.

A sétima é representada pelo número “7” que aparece no m da nomenclatura do acorde. Exemplo:
G7 - Sol com sétima. Mas como localizá-la? Para responder esta pergunta teremos de analisar a mesma
Grupo Único PDF PaD
tabela dos Graus utilizada na construção das tríades maiores e menores.

I II III IV V VI VII (7º) VIII


C# D E F G A B C#
C# D# F F# G# A# C C#
D E F# G A B C# D
D# F G G# A# C D D#
E F# G# A B C# D# E
F G A A# C D E F
F# G# A# B C# D# F F#
G A B C D E F# G
G# A# C C# D# F G G#
A B C# D E F# G# A
A# C D D# F G A A#
B C# D# E F# G# A# B

1 tom 1 tom ½ tom 1 tom 1 tom 1 tom ½ tom

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. . . Guia Revele seu Talento . . .

Quando um acorde aparecer apenas com “7”, signica que é sétima menor e quando aparecer com
“7+” dizemos que é sétima maior.

Para “montar” um acorde com sétima menor (quando aparece apenas o “7”) a regra é a seguinte:

Tétrade da 7ª menor Grau I Grau III Grau V Grau VII b

Utilizando ainda o “G7” (Sol com sétima) como exemplo, primeiro devemos obter a Tríade de “G”
- Grau I - G, Grau III - B e Grau V - D. Agora acrescentamos a sétima que é a coluna do Grau VII,
porém, o símbolo de “b” após o Grau VII determina que a nota que aparecer nesta coluna deve “vol-
tar” ½ tom. Ficará assim:

Acorde ou Grau I (Tônica) Grau III Grau V Grau VII b


Tétrade de “G7” G B D F

Tônica
I II III IV V VI VII VIII
G A B C D E F# G
Grupo Único PDF PaD
Note que na gura acima o Grau VII apresenta o “F#”, mas a regra (VII b) pede que este “F#” volte
½ tom e por isso ele se torna um “F”.

Com a sétima identicada, agora é só acrescentar o “F” na montagem do acorde de “G”.

Casa 1 Casa 2 Casa 3 Casa 4 Casa 5 Casa 6 Casa 1 Casa 2 Casa 3 Casa 4 Casa 5 Casa 6
G

F
B

G
D
Posicionamento dos dedos da ME Notas emitidas com os pares pressionados

C URIOSIDADE
Nas rodas de violeiros sempre ouvimos que um guizo de cascavel dentro da viola faz com que seu som que
mais “vivo” e evita o “destempero” (desanar). Isso é tão comum que o violeiro se orgulha em mostrar o amuleto
e dizer quantos “anéis” possui, fazendo questão de contar todo o “causo” de como adquiriu o “danado”.
São várias as crenças e manias dos violeiros, porém, o guizo é uma das mais divulgadas. É fato que o som do ins-
trumento é diretamente ligado nas madeiras de sua confecção, na qualidade das peças, cordas, na arte do luthier
que os fabricam e na técnica de quem toca, porém, temos de respeitar todo esse folclore que envolve o instrumento,
além de que, é nossa obrigação conservar a natureza deixando as coitadas das cobras sossegadas em seu habitat.

77
. . . Guia Revele seu Talento . . .

20. DA TEORIA PARA A PRÁTICA


A viola é um instrumento mágico que nos permite identicar as tríades diretamente no braço da viola
como já visto anteriormente e com a “7” (sétima menor) não é diferente, porém, utilizaremos como
referência o acorde de “D” neste estudo prático.

A tríade de Ré maior é: Grau I - D, Grau III - F# e Grau V - A.

Analise o acorde de “D” nos diagramas, o “X” no 1º par signica que este par não deve ser tocado:

Casa 1 Casa 2 Casa 3 Casa 4 Casa 1 Casa 2 Casa 3 Casa 4

D
A
F#
D

Posicionamento dos dedos da ME Notas emitidas com os pares pressionados

Grupo Único PDF PaD


Ressalto que este estudo é utilizado para identicar de maneira rápida no braço da viola quem é a “7”
(sétima menor) dos acordes.

Agora que já temos a tríade de “D”, vamos adicionar o Grau VII b, na gura abaixo:

Acorde ou Grau I (Tônica) Grau III Grau V Grau VII b


Tétrade de “D7” D F# A C

Tônica
I II III IV V VI VII VIII
D E F# G A B C# D

Com o acorde de “D” já montado, precisamos agora localizar um ”C” e ele está na casa 4 do 3º par
representada na gura.
Casa 1 Casa 2 Casa 3 Casa 4 Casa 1 Casa 2 Casa 3 Casa 4

D
C
F#
D

Localização da “7” “C” Notas emitidas com os pares pressionados

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. . . Guia Revele seu Talento . . .

Os dedos da ME precisam se reposicionar para conseguirem tocar esta nota conforme indicado pelas
setas na representação a seguir:
Casa 1 Casa 2 Casa 3 Casa 4 Casa 1 Casa 2 Casa 3 Casa 4

Acorde de “D” Acorde de “D7”

Com os dedos já reposicionados conforme o acorde de “D7” acima, a sétima é obtida com o dedo 4 da
ME pressionando o 3º par na casa 4. Tendo esta informação como base, observe nos diagramas abaixo
que, mantendo o mesmo posicionamento dos dedos e descendo de casa em casa, poderemos facilmente
obter a sétima dos outros acordes, sendo que, em todos a sétima estará sendo representada pelo dedo 4.

D7 D#7 E7 F7 F#7 G7

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G#7 A7 A#7 B7 C7 C#7

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. . . Guia Revele seu Talento . . .

Depois de identicada a “7” (sétima menor), é só acrescentá-la no acorde em outra região do braço.
analisemos o acorde de “A7”.

Acorde ou Grau I (Tônica) Grau III Grau V Grau VII b


Tétrade de “A7” A C# E G

Nos diagramas abaixo, o dedo 4 está acrescentando a nota “G” no acorde de “A” para que se torne
um “A7”.

A7 A7 A7 A7
E
A
C# C#
G

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A
C#
A
G

ACORDES COM SÉTIMA MAIOR “7+”


A sétima maior é representada com um sinal de “+” após o número sete e determina que devemos
acrescentar exatamente a nota que aparece no Grau VII de nossa tabela, pois desta vez, o símbolo do
“b” (bemol) não aparece.

Exemplicando com o acorde de “E7+”, analise a tétrade abaixo:

Acorde ou Grau I (Tônica) Grau III Grau V Grau VII


Tétrade de “E7” E G# B D#

Tônica
I II III IV V VI VII VIII
E F# G# A B C# D# E

De forma prática, vamos analisar também os diagramas de “E7” e “E7+”:

80
. . . Guia Revele seu Talento . . .

E7 E7 E7+ E7+

D
D#

D
D#

Mi com sétima menor Mi com sétima maior

No primeiro diagrama de “E7”, nós identicamos que a sétima menor é a nota “D”, pois bem, nossa
viola já esta anada em Cebolão em MI, portanto, no segundo diagrama de “E7”, devemos acrescentar
esta nota ao acorde que está localizada na casa 3 do 2º par.
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Já no primeiro diagrama de “E7+”, identicamos que a sétima maior é a nota “D#”, portanto, é só
acrescentá-la do mesmo modo como vemos no segundo diagrama de “E7+”.

É muito importante entender as “fórmulas” de construção de acordes para que possamos aplicá-los
de maneira prática. Para assimilar bem estes conceitos é essencial que você esteja de posse de lápis,
papel, borracha e principalmente a viola, pois desta forma você estará aprimorando teoria e técnica
ao mesmo tempo.

Vejamos as fórmulas já ensinadas:

Tríade Maior I III V

Tríade Menor I III b V

Tríade Maior c/ sétima menor I III V VII b

Tríade Maior c/ sétima maior I III V VII

A música a seguir utiliza um acorde de “E7+” em solo e é um ritmo já ensinado anteriormente que é
o cururu.

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MÚSICA: COMITIVA ESPERANÇA


Almir Sater - Tom: E - Ritmo: CURURU

E7+ E B7 E B7 E
1º 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0

3º 8 8 7 7 7 8 8 7 7 8 7 0 0 1 3 3 0 1 0 0
4º 0 0 9 7 7 9 7 5 4 4 5 4 2 0 0 0 2 4 4 0 2 0 0

E A E
Nossa viagem não é ligeira, ninguém tem pressa de chegar

A E
A nossa estrada é boiadeira, não interessa onde vai dar

A E A E
Onde a comitiva esperança, chega já começa a festança

A E A E B7 Grupo Único PDF PaD


E
Através do rio Negro, Nhecolandia e Paraná

A E A E B7 E ( executar o solo)
Vai descendo o Piqueri, o São Lourenço e o Paraguai

E A E
Tá de passagem, abre a porteira, conforme for pra pernoitar

A E
Se a gente é boa, hospitaleira, a comitiva vai tocar

A E7 A
Moda ligeira, que é uma doideira, assanha o povo e faz dançar

B7
O moda lenta, que faz sonhar…

A E A E
Onde a comitiva esperança, chega já começa a festança

A E A E B7 E
Através do rio Negro, Nhecolandia e Paraná

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. . . Guia Revele seu Talento . . .

A E A E B7 E
Vai descendo o Piqueri, o São Lourenço e o Paraguai

F# B // (clichê) A E
E tempo bom que tava por lá….. Nem vontade de regressar

F# B
Só vortêmo eu vou confessar…..

É que as águas chegaram em janeiro, descolamos um barco ligeiro, fomos pra Corumbá

ANALISANDO A MÚSICA
Neste solo estamos começando a aplicar os arpejos com a MD, onde utilizaremos o I - indicador para
tocar o primeiro par e o P - polegar para tocar os demais pares da tablatura.

i i i i i i i i i i
1º 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0

3º 8 8 7 7
Grupo Único PDF PaD
7 8 8 7 7 8 7 0 0 1 3 3 0 1 0 0
4º 0 0 9 7 7 9 7 5 4 4 5 4 2 0 0 0 2 4 4 0 2 0 0

A execução é simples, mas requer treino. Toque com o polegar da MD o 3º par pressionado na casa
8, em seguida toque o 1º par solto com o indicador, na sequência outro toque do polegar na casa oito
do 3º par , um toque na casa sete, mais um toque no 1º par solto com o indicador e assim por diante
mantendo a atenção de que o indicador é quem toca o primeiro par.

No trecho a seguir, aparece um sinal de “//” que signica uma pausa no ritmo exatamente naquele
ponto. É comum chamar este sinal de “breque”. Em seguida está escrito “clichê” que é um solo exe-
cutado também naquele ponto. Vejamos:

F# B // (clichê) A E
E tempo bom que tava por lá… Nem vontade de regressar

Breque Volta ao ritmo de Cururu

Executar o solo

O solo do clichê deve se executado com a digitação correta da ME para que o som saia “limpo”.

83
. . . Guia Revele seu Talento . . .

As setas estão indicando os dedos corretos da ME para digitação:

1º 5 1º 5
2º 5 2º 5
3º 8 7 10 8 7 5 3º 8 7 10 8 7 5
4º 7 9 9 9 7 6 5 4º 7 9 9 9 7 6 5
5º 5 5º 5

1 3 2 1 3 4 2 1 3 1 1
Acorde de “A” (pestana na casa 5).

A última linha da música é cantada em “moda de viola”, que será um de nossos tópicos de estudo e sua
execução segue a linha de execução já vista anteriormente no ponteado da música “O menino da porteira”.

É que as águas chegaram em janeiro, descolamos um barco ligeiro, fomos pra Corumbá
1º par
2º par
3º par 7 8 10 8 7 5 3 0 1 1 1 35 3 1 0 0 1 1 7 7 7 3 3 3
4º par 7 9 11 9 7 5 4 0 2 2 2 45 4 2 0 2 0 2 2 7 7 7 4 4 4
5º par 4

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21. OS SEGREDOS DOS PONTEADOS
ESTUDO DE ESCALA DUETADA
Vamos agora estudar a escala duetada do 3º e 5º par, sempre lembrando que no caso da gura a seguir,
os números representam os dedos da ME para que eles se posicionem corretamente na execução dos
ponteados.

0 1 1 3 3 1 3 3

0 2 2 2 2 2 2 2
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 Casas

As setas indicam o sentido em que os pares devem ser tocados, sendo que, o 3º para é tocado com o
i - indicador da MD e o 5º par é tocado com o p - polegar da MD. Como nas demais escalas já vistas,
a linha que unem os números representam que devem ser tocados ao mesmo tempo.

84
. . . Guia Revele seu Talento . . .

Vale ressaltar que o estudos de todas as escalas é imprescindível para que você se torne um violeiro
apto a executar as mais diversas canções sejam elas caipiras ou não, além de poder crias seus próprios
ponteados na viola.

A seguir, uma sugestão para exercitar esta escala.

i
1º 12
2º 12
3º 0 1 3 5 3 1 0 8 7 5 3 7 12
4º 12
5º 0 2 4 5 4 2 0 9 7 5 4 7 12

P Harmônico de “E”

Agora os números voltam a representar as casas em que os pares devem ser pressionados. Toque com
o polegar o 5º par solto, na sequência, toque com o indicador o 3º par solto, pressione o 5º par na casa
2 e toque com o polegar e assim por diante. No nal da tablatura está representado a harmônico de
“E” já estudado na página 6.

MODA DE VIOLA Grupo Único PDF PaD


Este é um capítulo muito importante no aprendizado, pois requer habilidade no ponteado, coordena-
ção da MD e cantoria anada. Muitas pessoas confundem as músicas caipiras com moda de viola,
generalizando todos os outros ritmos, porém, esta é uma técnica onde a viola acompanha as vozes de
forma silábica em toda a cantoria, portanto, não existe ritmo em sua execução. Por vezes, ao ouvirem
um ponteado bem executado, as pessoas dizem que a viola até “fala sozinha”, assim como no pon-
teado da música “o menino da porteira” e também no nal da música “comitiva esperança”.

Para nossa primeira moda de viola vamos estudar um clássico eternizado nas vozes de Tião Carreiro
e Pardinho e que se chama “O rei do Gado”.

D ICA I MPORTANTE
Um bom músico é como se fosse um bom pescador. Com certeza você conhece algum pescador e sabe que ele
tem as famosas “tralhas” como varas diversas, molinetes, linhas, anzóis, etc. Neste ponto de nosso curso você já
deve começar a pensar nas “tralhas do violeiro” que consistem numa pasta para acondicionar as músicas de seu
repertório, uma estante de partitura para colocar sua pasta, um anador, se sua viola tiver captação você precisará
de um cabo tipo P10 de no mínimo 5 metros, cordas sobressalentes e o mais importante, a correia, pois mesmo
sentado é importante que você a use para evitar quedas do instrumento. Já presenciei instrumentos irem ao chão e
carem muito danicados pelo simples fato de seus donos não terem dado importância ao uso da correia.

85
. . . Guia Revele seu Talento . . .

MÚSICA: O REI DO GADO


Teddy Vieira - Tom: B - Ritmo: MODA DE VIOLA

1º 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 2 2 2 2 7 7 7 7 2 2 2 7 7 7 2 2 7 7 7
2º 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 2 2 2 2 7 7 7 7 2 2 2 7 7 7 2 2 7 7 7
3º 0 0 0 0 0 3 0 0 1 0 0 3 0 0 0 2 2 2 2 7 7 7 7 2 2 2 7 7 7 2 2 7 7 7
4º 0 0 0 0 0 2 0 0 2 0 0 2 0 0 0 2 2 2 2 7 7 7 7 2 2 2 7 7 7 2 2 7 7 7
5º 0 0 0 0 0 4 0 0 0 0 0 4 0 0 0 2 2 2 2 7 7 7 7 2 2 2 7 7 7 2 2 7 7 7

Rf Rf Rf Rf Rf Rf Rf Rf Rf

Num bar de ri bei rão pre to eu vi com meus o lhos es ta pas sa gem
1º - - - - - - - - - - - - - - - - - -
2º - 4 4 4 4 2 5 5 4 2 - - - - - 2 4 2
3º 2 3 3 3 3 2 5 5 3 2 3 2 2 2 3 2 3 2
4º 2 - - - - - - - - - 4 2 2 2 4 - - -
5º - - - - - - - - - - - - - - - - - -

Quan do o cham pa Grupo Único PDF PaD


nha cor ria a ro do
1º - - - - - - - - - -
2º - - - - - - - - - -
3º 3 2 2 - - - - - - -
4º 4 2 2 2 2 2 2 0 2 2
5º - - - 0 0 0 4 2 4 4

nas al tas ro das da so cie da de - - -


1º - - - - - - - - - - 2 2 2
2º - - - - - - - - - - 2 2 2
3º - - - - - - - - - - 2 2 2
4º 6 6 6 4 4 4 2 2 0 0 2 2 2
5º 7 7 7 5 5 5 4 4 2 2 2 2 2

Nis to che gou um pe ão tra zen do na tes ta o pó da via gem


1º - - - - - - - - - - - - - - - - - -
2º - 4 4 4 4 2 5 5 4 2 - - - - - 2 4 2
3º 2 3 3 3 3 2 5 5 3 2 3 2 2 2 3 2 3 2
4º 2 - - - - - - - - - 4 2 2 2 4 - - -
5º - - - - - - - - - - - - - - - - - -

86
. . . Guia Revele seu Talento . . .

Pro gar çom ele pe diu uma pin ga


1º - - - - - - - - -
2º - - - - - - - - -
3º 3 2 - - - - - - -
4º 4 2 2 2 2 2 0 2 2
5º - - 0 0 0 4 2 4 4

Que era pra re ba ter a fri a gem - - - - - - - - -


1º - - - - - - - - - - 7 7 7 2 2 2 7 7 7
2º - - - - - - - - - - 7 7 7 2 2 2 7 7 7
3º - - - - - - - - - - 7 7 7 2 2 2 7 7 7
4º 6 6 6 4 4 2 0 2 2 2 7 7 7 2 2 2 7 7 7
5º 7 7 7 5 5 4 2 0 0 0 7 7 7 2 2 2 7 7 7

Le van tou um al mo fa di nha dis se pro do no eu te nho ma fé


1º - - - - - - - - - - - - - - - - -
2º - 4 4 4 Grupo Único PDF PaD
4 2 5 5 4 2 - - - - - 2 4
3º 2 3 3 3 3 2 5 5 3 2 3 2 2 2 3 2 3
4º 2 - - - - - - - - - 4 2 2 2 4 - -
5º - - - - - - - - - - - - - - - - -

Quan do um ca bo clo que não Se en xer ga


1º - - - - - - - - -
2º 2 - - - - - - - - -
3º 2 3 2 - - - - - - -
4º 4 2 2 2 2 2 0 2 2
5º - - 0 0 0 4 2 4 4

num lu gar des ses vem por os pés - - -


1º - - - - - - - - - 2 2 2
2º - - - - - - - - - 2 2 2
3º - - - - - - - - - 2 2 2
4º 6 6 6 4 4 4 2 2 0 2 2 2
5º 7 7 7 5 5 5 4 4 2 2 2 2

87
. . . Guia Revele seu Talento . . .

Se nhor que é pro pri e ta rio de ve bar rar a en tra da de qual quer
1º - - - - - - - - - - - - - - - - -
2º - 4 4 4 4 2 5 5 4 2 - - - - - 2 4
3º 2 3 3 3 3 2 5 5 3 2 3 2 2 2 3 2 3
4º 2 - - - - - - - - - 4 2 2 2 4 - -
5º - - - - - - - - - - - - - - - - -

Prin ci pal men te nes sa oca sião


1º - - - - - - - - -
2º 2 - - - - - - - -
3º 2 3 2 - - - - - -
4º - 4 2 2 2 2 2 0 2
5º - - - 0 0 0 4 2 4

Que es tá pre sem te o rei do ca fe - - - - - - - - -


1º - - - - - - - - - 7 7 7 2 2 2 7 7 7
2º - - - - Grupo Único PDF PaD
- - - - - 7 7 7 2 2 2 7 7 7
3º - - - - - - - - - 7 7 7 2 2 2 7 7 7
4º 6 6 6 4 4 2 0 2 2 7 7 7 2 2 2 7 7 7
5º 7 7 7 5 5 4 2 0 0 7 7 7 2 2 2 7 7 7

Num bar de ribeirão preto eu vi com meus olhos esta passagem


quando o champanha corria a rodo, no alto meio da “grannage”
Nisto chegou um peão trazendo na testa o pó da viagem
Pro garçom ele pediu uma pinga, que era pra rebater a friagem

Levantou o “armofadinha” e falou pro dono eu tenho má fé


Quando um caboclo que não se enxerga, num lugar deste vem por os pés
Senhor que é o proprietário deve barrar a entrada de qualquer
E “principarmente” nessa ocasião, que está presente o rei do café

Foi uma “sarva” de palma gritaram viva pro fazendeiro


Que tem milhões de pés de cafés, por este rico chão brasileiro
Sua safra é uma potência em nosso mercado e no estrangeiro
Portanto vejam que este ambiente, não é pra qualquer tipo rampeiro

88
. . . Guia Revele seu Talento . . .

Com um modo bem cortês responde o peão pra rapaziada


Essa riqueza não me assusta, topo em aposta “quarquer” parada
Cada pé desse café eu amarro um boi da minha invernada
E pra encerrar o assunto eu garanto, que ainda me sobra uma boiada

Foi um silencio profundo peão deixou o povo mais pasmado


Pagando a pinga com mil cruzeiros, disse ao garçom pra guardar o trocado
Quem quiser o meu endereço que não se faça de arrogado
É só chegar lá em Andradina, e perguntar pelo rei do gado

ANALISANDO A MÚSICA
A tablatura do início da música parece meio confusa, porém é de simples execução. Siga os movimen-
tos das setas conforme indicado. O símbolo de “Rf ” abaixo de algumas setas representam o movi-
mento de Rasqueado fechado já estudado na música Chalana.
a b c d

1º 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 2 2 2 2 7 7 7 7 2 2 2 7 7 7 2 2 7 7 7


0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
3
0
0
0
0
Grupo Único PDF PaD
0
1
0
0
0
0
0
3
0
0
0
0
0
0
2
2
2
2
2
2
2
2
7
7
7
7
7
7
7
7
2
2
2
2
2
2
7
7
7
7
7
7
2
2
2
2
7
7
7
7
7
7
4º 0 0 0 0 0 2 0 0 2 0 0 2 0 0 0 2 2 2 2 7 7 7 7 2 2 2 7 7 7 2 2 7 7 7
5º 0 0 0 0 0 4 0 0 0 0 0 4 0 0 0 2 2 2 2 7 7 7 7 2 2 2 7 7 7 2 2 7 7 7

Rf Rf Rf Rf Rf Rf Rf Rf Rf

O conjunto “a” consiste em tocar os pares soltos conforme indicam as setas.

No conjunto “b”, tocaremos conforme indicados nas setas, incluindo o


Rf - Rasqueado fechado onde indicado e além dos pares soltos, temos
também dois posicionamentos dos dedos da ME que são muito utilizados
nas introduções de moda de viola. Veja como cam nos diagramas ao lado: 5º 4º 3º 2º 1º 5º 4º 3º 2º 1º

Os dedos carão posicionados conforme os diagramas apenas no movimento em que for solicitado
na tablatura, ou seja, um movimento de descida do 5º para o 1º par, pois nos demais movimentos os
pares são tocados soltos.

O conjunto “c” é uma pestana na casa 2 que representa o acorde de “F#”. execute os movimentos
indicados pelas setas.

O conjunto “d” é outra pestana, só que na casa 7 e que representa o acorde de “B”.

É aconselhável ouvir bastante a introdução desta música para assimilar com maior rapidez esta técnica.

89
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O ponteado das modas de viola tem uma execução um pouco diferente de outros solos utilizados nas
músicas, isto porque, num solo, você simplesmente executa o ponteado enquanto outro instrumento
faz a base, ou seja, você só se preocupa em executar corretamente o solo. Na moda de viola, você terá
de cantar a música e ponteá-la ao mesmo tempo.

Se você estudou com anco as escalas duetadas, então chegou a hora de aplicá-las de forma interca-
lada, ou seja, nas modas de viola são aplicadas um pouco de cada escala.

Para facilitar o ponteado, seguem algumas dicas que podem ser exe- Figura 1
cutadas analisando as guras.

A Figura 1 representa o acorde de “F#”. Quando você executar


os ponteados dos pares indicados abaixo (em cinza) mantenha esta
posição, tomando cuidado para não tocar os demais pares. Nos pon-
teados de moda de viola utilizamos o polegar da MD para executar os
ponteados.

Num bar de ri bei rão pre to eu vi com meus o lhos es ta pas sa gem
1º - - - - Grupo Único PDF PaD
- - - - - - - - - - - - - -
2º - 4 4 4 4 2 5 5 4 2 - - - - - 2 4 2
3º 2 3 3 3 3 2 5 5 3 2 3 2 2 2 3 2 3 2
4º 2 - - - - - - - - - 4 2 2 2 4 - - -
5º - - - - - - - - - - - - - - - - - -

Na Figura 2, observe que o dedo 1 ainda está posicionado como um Figura 2


“F#”, porém os dedos 2 e 3 estão realizando os ponteados indicados
abaixo (em cinza). Tenha um cuidado para que o som saia “limpo” e
não tenha pressa no início, pois a ME terá de “acostumar” com esse
posicionamento. A força não é fator predominante e sim técnica e
precisão.

Num bar de ri bei rão pre to eu vi com meus o lhos es ta pas sa gem
1º - - - - - - - - - - - - - - - - - -
2º - 4 4 4 4 2 5 5 4 2 - - - - - 2 4 2
3º 2 3 3 3 3 2 5 5 3 2 3 2 2 2 3 2 3 2
4º 2 - - - - - - - - - 4 2 2 2 4 - - -
5º - - - - - - - - - - - - - - - - - -

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Na Figura 3 os dedos 2 e 3 tocam os pares indicados abaixo (em cin- Figura 3


za), mas note que o dedo 1, apesar de “solto” está pronto para voltar
a fazer a pestana da casa 2 (F#), pois o próximo toque será igual ao da
Figura 2. Tente manter este posicionamento, pois lhe garantirá muita
técnica no ponteado.

Num bar de ri bei rão pre to eu vi com meus o lhos es ta pas sa gem
1º - - - - - - - - - - - - - - - - - -
2º - 4 4 4 4 2 5 5 4 2 - - - - - 2 4 2
3º 2 3 3 3 3 2 5 5 3 2 3 2 2 2 3 2 3 2
4º 2 - - - - - - - - - 4 2 2 2 4 - - -
5º - - - - - - - - - - - - - - - - - -

A Figura 4 representa os toques abaixo (em cinza). Veja que, neste Figura 4
Grupo Único PDF PaD
caso, o dedo 1 ainda está posicionado numa pestana na casa 2 pois será
utilizado para executar os próximos toques.

Os ponteados restantes (4º e 5º par) que não foram exemplicados pe-


las guras, devem ser executados conforme explicado no estudo das es-
calas duetadas e para tanto, segue abaixo o estudo da escala duetada do
4º e 5º par, onde os números voltam e representar os dedos da ME para
que possam se posicionar corretamente durante a execução da escala.

Num bar de ri bei rão pre to eu vi com meus o lhos es ta pas sa gem
1º - - - - - - - - - - - - - - - - - -
2º - 4 4 4 4 2 5 5 4 2 - - - - - 2 4 2
3º 2 3 3 3 3 2 5 5 3 2 3 2 2 2 3 2 3 2
4º 2 - - - - - - - - - 4 2 2 2 4 - - -
5º - - - - - - - - - - - - - - - - - -

0 1 2 1 1 2 2 1
3 3 3 3 3 3 3 3
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 Casas

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Toque utilizando o polegar da MD somente onde indicado, os demais pares não devem ser tocados.
Depois de assimilar o correto posicionamento desta escala, volte na execução do ponteado da moda
de viola “Rei do Gado” tocando conforme indicado nas tablaturas.
As tablaturas de moda de viola em sua grande maioria tem seus ponteados repetidos nos versos, por-
tanto, se você tocar os dois primeiros versos apresentados na moda de viola “O Rei do Gado”, com
certeza será capaz de tocar os demais versos.

OS DEDOS VÃO FICANDO LISOS


Aplicaremos o estudo da escala do 4º e 5º par, onde “p” e “i” são os de- P P i P
dos da MD e os números dentro dos círculos representam os pares que 5 4 2 5
devem se tocados. Cada 4 movimentos do arpejo é igual a um compasso.
i
1º 12
2º 0 0 0 0 0 0 0 12
3º 12
4º 0 2 4 5 7 9 11 12
5º 2 2 4 4 5 5 7 7 9 9 10 10 12 12 12
p p p Grupo Único PDF PaD Harmônico de “E”

As setas indicam o sentido em que os pares devem ser tocados. O polegar toca o 5º par pressionado
na casa 2, em seguida toca o 4º par solto, na sequência o indicador toca o 2º par solto e o polegar volta
a tocar o 5º par pressionado na casa 2 terminando um compasso do arpejo. Agora é só repetir o pro-
cesso no próximo compasso e assim por diante até novamente terminar com um harmônico de “E”.
Neste momento poderemos estudar um arpejo mais técni- p m i p m i
co utilizando os dedos polegar - p, médio - m e indicador 4 1 2 3 1 2
- i da MD como demonstrado ao lado.
Primeiro treine o arpejo acima com os pares soltos até os dedos da MD se acostumarem com a
mecânica dos movimentos. Inicie devagar e, com o tempo, vá aumentando a velocidade. Estes tipos
de arpejos cam mais bonitos quando tocados numa velocidade razoavelmente alta.
Depois que os dedos estiverem condicionados com o arpejo, aplique utilizando a escala do 1º e 3º par.
m i m i
1º 5 5 7 7 9 9 11 11 12 12
2º 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0
3º 5 7 8 10 12
4º 0 0 0 0 0

p p

As setas estão indicando o sentido em que os pares devem ser tocados e também os dedos da MD
completando um ciclo do arpejo acima.

92
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22. CHORA VIOLA


Anteriormente aprendemos o ritmo da querumana, vamos então a mais uma linda canção e que é
muito requisitada nas rodas de viola, portanto, não deve car de fora de seu repertório.

MÚSICA: MEU REINO ENCANTADO


Waldemar Reis e Vicente Machado - Tom: B - Ritmo: QUERUMANA

B F#
1º 2 4 2 2 2 2 2 2 2 2
2º 4 4 4 2 2 5 4 4 4 4 4 4
3º 3 3 2 2
4º 2 2

F# B F# B

2º 4 2 4 5 5 4 2 0 2 0
3º 3 3 2 2 0 2 0
4º 2 2 2 2 0 2 0 2
5º 4 4 4 2 0 4 5 4 2 0
Grupo Único PDF PaD
B F#
Eu nasci num recanto feliz, bem distante da povoação
E F# B
Foi ali que vivi muitos anos, com papai, mamãe e os irmãos
F# (clichê)
Nossa casa era uma casa grande, na encosta de um espigão
B
Um cercado pra apartar o bezerro e ao lado um grande mangueirão.

F# B F# B

2º 2
3º 2
4º 2 2 2
5º 4 5 5 5 4 5 4 2 4 5

B F#
No quintal tinha um forno de lenha, um pomar onde as aves cantavam
E F# B
Um coberto pra guardar o pilão e as tralhas que o papai usava

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F# (clichê)
De manhã eu ia no paiol uma espiga de milho eu pegava
B (Executar solo)
Debulhava e jogava no chão, num instante as galinhas juntavam

B F#
Nosso carro de boi conservado, quatro juntas de boi de primeira
E F# B
Quatro cangas dezesseis cansis, encostado no pé da gueira
F# (clichê)
Todo sábado eu ia na vila fazer compras pra semana inteira
B
O papai ia gritando com os bois, eu na frente ia abrindo as porteiras

F# B F# B

2º 2

4º 2 2
Grupo Único PDF PaD
2
2
5º 4 5 5 5 4 5 4 2 4 5

B F#
Nosso sítio que era pequeno pelas grandes fazendas cercado
E F# B
Precisamos vender a propriedade para um grande criador de gado
F# (clichê)
E partimos pra cidade grande, a saudade partiu ao meu lado
B (Executar o solo)
A fazenda virou colonião, acabou-se meu reino encantado
B F#
Hoje ali só existem três coisas que o tempo ainda não deu m
E F# B
A tapera velha desabada e a gueira acenando pra mim
F# (clichê)
E por último marcou saudade de um tempo bom que já se foi
B C# F# B
Esquecido embaixo da gueira, nosso velho carro de boi

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ANALISANDO A MÚSICA
O solo desta música é bem técnico e exige treino de digitação da ME e coordenação da MD para que
você consiga tocar no tempo correto. Neste solo utilize somente o polegar da MD para executar cada
toque.

Vamos analisar este solo com uma tablatura semelhante ao feito na moda de viola onde os números
logo abaixo correspondem aos dedos da ME para máxima eciência do solo.

1º - - - - - 2 - 4 2 - 2 2 2 2 2
2º - - 4 - 4 - 4 - - - - - - - -
3º - 3 - 3 - - - - - - - - - - -
4º 2 - - - - - - - - - - - - - -
5º - - - - - - - - - - - - - - -
1 2 3 2 3 1 3 3 1 1 1 1 1 1

Para melhor visualização, o solo do início da música está dividido em várias partes. Vamos estudá-las.
Grupo Único PDF PaD
1º - - - - - 2 2 - - - - - - - - -
2º - - 2 - 2 - - 5 4 - 4 4 4 4 4 -
3º - 2 - 2 - - - - - - - - - - - -
4º 2 - - - - - - - - - - - - - - -
5º - - - - - - - - - - - - - - - -
1 1 1 1 1 1 1 4 3 3 3 3 3 3

Acorde de F#

Para facilitar a digitação, mantenha uma pestana na casa 2 (F#) para realizar a digitação do trecho acima.

1º - - - - - - - - - - - - - - -
2º - - - - - 4 2 4 5 - 5 4 2 0 -
3º - - 3 - 3 - - - - - - - - - 2
4º - 2 - 2 - - - - - - - - - - -
5º 4 - - - - - - - - - - - - - -
3 1 2 1 2 3 1 3 5 4 3 1 - 1

Execução rápida

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1º - - - - - - - - - - - - - - - - -
2º 2 0 - - - - - - - - - - - - - - -
3º - - 2 0 - - 2 0 - - - - - - - - -
4º - - - - 2 - - - 2 0 - - 2 0 - - -
5º - - - - - - - - - - 4 - - - 4 2 0
1 - 1 - 1 1 - 1 - 3 1 - 3 1 -

Execução rápida Execução rápida Execução rápida

Os trechos descritos como “execução rápida” devem ser treinados com muita atenção. É um erro
muito comum omitir algumas notas na execução deste trecho e para que isso não ocorra, a solução é
treinar devagar, nota por nota.

Ouvir a música também ajuda muito na assimilação da melodia e do tempo de execução.

1º - - - - - -
2º - - - - - -
3º - - - - Grupo Único PDF PaD
- -
4º - - 2 - - -
5º 4 5 - 4 2 0
3 4 1 4 1 -

Acima, temos um ligado ( ) onde tocamos o 5º par pressionado na casa 4 pelo dedo 3 da ME e
o dedo 4 pressionará a casa 5 como se fosse uma “martelada” e sem que o par seja novamente tocado
pela MD, ou seja, executaremos dois sons com apenas um toque da MD.

Na terceira linha de cada verso, após o compasso de “F#”, é executado o clichê abaixo:

1º 2 4 6 6 4 7 6 9 9 9

3º 2 3 5 5 3 7 5 8 8 8

D ICA
Um bom violeiro sempre estuda as músicas de seu repertório, seus solos, pronúncia correta
das palavras e todos os detalhes de sua execução. De nada adianta ter um repertório com centenas
de cifras se acabamos por tocá-las de qualquer jeito. Portanto, revise as músicas que você já
toca e procure sempre executá-las com a melhor técnica adquirida.

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23. TESTANDO O VIOLEIRO


1) Quais são os acordes enarmônicos de:

A#m F# Abm Bb
Eb C# Dbm Db
G# D# Gb Ebm

2) Identique a tríade maior com “7” (sétima menor) e com “7+” (sétima maior) dos acordes:

Acorde I III V VII b Acorde I III V VII


C7 G7+
D 7 F 7+
F7 C 7+ PaD
Grupo Único PDF
G 7 A 7+
A7 B7+
E7 D7+
D7 A7+
F 7 G 7+
A 7 E7+
G7 F7+

3) Com base nas informações dos exercícios anteriores, construa os acordes abaixo na 1ª região do
braço da viola (casas 0 a 5):

E7+ F7 A7 D7

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24. AGORA TÁ MASTIGADO


1) Quais são os acordes enarmônicos de:

A#m Bbm F# Gb Abm G#m Bb A#


Eb D# C# Db Dbm C#m Db C#
G# Ab D# Eb Gb F# Ebm D#m

2) Identique a tríade maior com “7” (sétima menor) e com “7+” (sétima maior) dos acordes:

Acorde I III V VII b Acorde I III V VII


C7 C E G A# G7+ G B D F#
D 7 D# G A# C# F 7+ F# A# C# F
F7 F A C
Grupo D#
Único C 7+ PaD
PDF C# F G# C
G 7 G# C D# F# A 7+ A# D F A
A7 A C# E G B7+ B D# F# A#
E7 E G# B D D7+ D F# A C#
D7 D F# A C A7+ A C# E G#
F 7 F# A# C# E G 7+ G# C D# G
A 7 A# D F G# E7+ E G# B D#
G7 G B D F F7+ F A C E

3) Com base nas informações dos exercícios anteriores, construa os acordes abaixo na 1ª região do
braço da viola (casas 0 a 5):

E7+ F7 A7 D7

98
Grupo Único PDF PaD

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