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para iniciantes
toque fácil
para iniciantes
teoria e
prática
APRENDA A TOCAR
SEM PROFESSOR
Toque AGORA!
Método fácil e eficiente
para você treinar
E AINDA:
MONTAGEM DE ACORDES
LEITURA DE CIFRAS
RITMOS DE ACOMPANHAMENTO
TÉCNICAS ESPECÍFICAS
SIMBOLOGIA MUSICAL
E MUITO MAIS!
EDITORIAL
N esta edição de Toque Fácil para Iniciantes - Viola, você conhecerá
as partes da viola e suas funções, as técnicas de mão direita e
esquerda, aprenderá a fazer acordes e vários ritmos de acompanhamento.
Tudo isso passo a passo, partindo do zero. Estude, pratique e encontre o
seu ritmo. É o primeiro passo para sua carreira musical. O conteúdo deste
módulo pode ser aprendido de um a seis meses – depende do tempo
que você disponibilizar para o estudo, mas certamente será uma fonte de
referência por muitos anos.
Bons estudos!
A redação
atendimento@caseeditorial.com.br
SUMÁRIO
POSTURA 4
CONHECENDO A VIOLA 6
AÇÃO DA MÃO ESQUERDA 7
AÇÃO DA MÃO DIREITA 8
AS DUAS MÃOS 10
CONSTRUINDO UM RITMO 11
ESCRITA MUSICAL 12
LEITURA DE CIFRAS 15
SIMBOLOGIA MUSICAL 18
SEQUÊNCIAS 24
NOVOS RITMOS 25
PAGODE DE VIOLA 26
INTERVALOS 27
LOCALIZANDO AS NOTAS 28
Foto de capa: Raoni Maddalena
POSTURA:
UMA QUESTÃO DE SAÚDE
N
preocupação com a postura você está sentado no centro da cadeira e No entanto, o estudo mal orientado ou
não é, de maneira nenhuma, com a coluna ereta. É preferível também excessivo pode gerar a L.E.R. – Lesão por
uma questão estética ou a ma- que a altura da cadeira seja adequada ao Esforço Repetitivo. Frequente em digitado-
nutenção de uma “tradição for- comprimento de suas pernas: em uma po- res, a L.E.R. só encontra espaço no meio
mal” que se arrasta desde a invenção da viola. sição ideal, seus pés pisam firmemente no musical quando há um descuido do profes-
A postura é sobretudo uma questão de saúde. chão e suas pernas dobram no joelho em sor ou do aluno.
Ao estudar um instrumento, passamos ângulo reto. No estudo da viola, a L.E.R. normal-
horas a fio sentados, na mesma posição Para segurar a viola, sua perna direita mente aparece como uma tendinite, poden-
– algumas vezes sem nos darmos con- deve estar em posição mais alta que a es- do ocorrer em ambos os braços. Ela pode
ta da passagem do tempo. Isso provoca querda. É na perna direita que o bojo da ser aguda, funcionando como um alerta,
inevitavelmente uma sobrecarga em várias viola irá encaixar. Para conseguir esse des- mas pode evoluir para uma tendinite crô-
regiões do corpo, sobretudo nos braços e nível entre as pernas, você pode apoiar seu nica se os devidos cuidados não forem to-
na coluna. Pensar na postura em que toca- pé direito sobre um suporte (existem supor- mados. A tendinite é sempre consequência
mos o instrumento poderá minimizar essa tes específicos para viola à venda em lojas de um excesso, mas cada pessoa tem seu
sobrecarga e evitar sérias lesões que, infe- de instrumentos), ou simplesmente cruzar a limite natural, e além disso todo organismo
lizmente, só se manifestam em longo prazo. perna direita sobre a esquerda. está sempre pronto para ampliar esse limite
Não há apenas uma postura exata, uma vez Para aprender a tocar qualquer instru- por meio de treinamento. Para um iniciante,
que cada pessoa tem características físicas mento é necessário repetir dezenas de vezes forçar a velocidade em um exercício pode
próprias, mas há princípios que podem ser o mecanismo que produz o som. Isso não só ser perigoso. Mas a mesma pessoa, meses
seguidos e, principalmente, erros a evitar. é natural como também imprescindível para depois, poderá aumentar a velocidade sem
Ao tocar a viola, verifique sempre se a evolução da técnica de ambas as mãos. o menor perigo.
DECORE O NOME
DAS CORDAS!
Afinação Afinação
Cebolão em Mi Rio abaixo
1ª corda Mi Ré
2ª corda Si Si
3ª corda Sol# Sol
4ª corda Mi Ré
5ª corda Si Sol
O
s dedos da mão esquerda irão apertar as cordas, ao longo do braço da
viola, e assim produzir as notas que serão tocadas com a mão direita.
A PARTIR DE AGORA, USAREMOS
Eles são indicados por números: 1 (indicador), 2 (médio), 3 (anular) e 4
A AFINAÇÃO CEBOLÃO EM MI
(mínimo). Para conseguir um som limpo e preciso, o dedo deve apertar
as cordas contra o braço em posição perpendicular.
DIAGRAMAS
Para produzir a nota correta, precisamos Para identificar a nota, escreveremos o dedo a ser usado (pelo número), em cima da
de três informações: a corda, a casa e o corda, na casa correta:
dedo que será usado. Para apresentar essas
informações, utilizaremos uma representa-
1 1
ção do braço da viola. A primeira corda é
2 Este diagrama indica que a corda 3 deve ser
a linha que está mais à direita. A partir dela, apertada na casa 1, pelo dedo 1.
temos as cordas 2, 3, 4 e 5. 3
4
5
1 Vamos agora montar nosso primeiro acorde, que é um conjunto de notas. Para isso,
2 precisaremos apertar três cordas, da seguinte maneira:
3
4
1 1
5 Podemos usar
também um 2
6 Para montar esse acorde, precisamos apertar:
bracinho reduzido, 3 tEFEPOBDPSEB
DBTB
7
com menos casas 4 tEFEPOBDPSEB
DBTB
8 2 3
5
tEFEPOBDPSEB
DBTB
9
10 1
11 2
12 3
PRONTO:
5ª corda
4ª corda
3ª corda
2ª corda
1ª corda
4
5 ESSE É O SEU PRIMEIRO ACORDE, UM SI7!
AGORA QUE JÁ ENTENDEMOS COMO FUNCIONA
A AÇÃO DAS MÃOS ISOLADAMENTE, VAMOS JUNTÁ-LAS
E COMEÇAR NOSSA JORNADA JUNTO À VIOLA!
O PULSO ORGANIZADO
A música não é apenas um encadeamento de pulsos. Essas EXERCÍCIO Nº 3: experimente organizar pulsos em compassos.
batidas se organizam em células de determinado número, de- Use o toque com o polegar no primeiro tempo do compasso e
nominadas COMPASSO. O compasso pode ser definido como toques com a mão nos restantes. Veja como fica:
um pulso organizado:
P m P m P m P m
1 2 3 4 1 2 3 4 1 2 3 4 1 2 3 4
1 2 3 4 1 2 3 4
Nesse exemplo, há um golpe no 2) Agora vamos subdividir cada tempo. Alterne o polegar (P) e os dedos da mão (M):
primeiro tempo que será mantido até o P m p m P m p m P m p m P m p m
terceiro tempo, produzindo um som mais
longo. Os dois primeiros pulsos foram
1 e 2 e 3 e 4 e 1 e 2 e 3 e 4 e
agrupados em um toque só. Outras com-
binações são possíveis: experimente!
Fizemos uma subdivisão binária: dividimos cada pulso em 2. Nessa combinação, ficam
claras duas posições rítmicas muito importantes: o tempo (marcado pelo pulso) e o con-
1 2 3 4 1 2 3 4 tratempo, ponto de divisão do tempo em duas partes iguais.
A subdivisão binária pode aparecer em qualquer fórmula de compasso. Podemos ter
um compasso binário (2 tempos) com subdivisão binária, um compasso ternário (3 tem-
pos) com subdivisão binária, e um compasso de quaternário (4 tempos) com subdivisão
1 2 3 4 1 2 3 4
binária. Veja os exemplos abaixo e pratique bastante cada uma das possibilidades:
a)) Compasso
p binário:
1 2 3 4 1 2 3 4 P P p P P m p m P m p m
1 2 1 2 1 e 2 e 1 e 2 e
b) Compasso ternário:
P P P P P P P P P P m p m p m P m p m p m
1 2 3 1 2 3 1 2 3 1 e 2 e 3 e 1 e 2 e 3 e
c) Compasso quaternário:
P P p P p P p P P m p m p m p m P m p m p m p m
1 2 3 4 1 2 3 4 1 e 2 e 3 e 4 e 1 e 2 e 3 e 4 e
V
ocê já tem tudo para começar a tocar músicas na viola.
Vamos usar dois acordes que você já conhece. O pri-
meiro, que chamaremos de Mi maior (ou simplesmente
Mi) é construído com todas as cordas da viola soltas. O
segundo acabamos de treinar: o Si com sétima, ou Si7.
Nosso exercício é começar tocando duas vezes o ritmo de
cururu (veja na página a seguir) em cada um desses acordes.
mi mi SI7 SI7 mi mi
1 1 1 1 1 1 1 1
2 2 2 2 3 2 2 3 2 2
3 3 3 3 3 3
4 4 4 4 4 4
5 5 5 5 5 5
V
amos usar tudo o que
aprendemos para construir Pensando dessa maneira, teremos a seguinte configuração:
nosso primeiro ritmo na t/PQSJNFJSPUFNQP
VNHPMQFDPNBNÍPQBSBCBJYP
viola: o cururu. t 0 TFHVOEP UFNQP Ï EJWJEJEP FN EPJT /B QSJNFJSB NFUBEF
UFNPT VN UPRVF
O cururu é um ritmo muito usa- percussivo, obtido com uma batida da mão direita sobre as cordas. Esse toque será
do na viola, especialmente no interior indicado com a letra X.
paulista. Como todos os ritmos, ele t/BTFHVOEBNFUBEF
UFNPTVNUPRVFEFQPMFHBSQBSBDJNB
possui inúmeras variações. Estudare- t/PUFSDFJSPUFNQP
NBJTVNUPRVFQBSBCBJYPDPNBNÍP
mos aqui uma variação bem simples. t1PSÞMUJNP
OPRVBSUPUFNQP
NBJTVNUPRVFQFSDVTTJWP
O cururu é um ritmo binário, ou A estrutura rítmica do cururu pode ser representada dessa maneira:
seja, construído em um compasso
de dois tempos. No entanto, para
fins didáticos, é mais fácil pensar m x p m x
no cururu como um ritmo de quatro PRATIQUE BASTANTE PARA
tempos, subdivididos. CONSEGUIR UM RITMO
1 e 2 e 3 e 4 e
CONSTANTE E SEGURO!
O
problema da notação musical é muito antigo: há evidên- vantagens e desvantagens. É muito importante lembrar que não
cias de sistemas de escrita praticados desde a idade existe uma escrita que seja “correta” e outra que seja “errada”.
do bronze, por volta de 3.000 anos antes de Cristo. Até o presente momento, não foi inventada uma escrita que
Cada cultura e cada época desenvolveram sistemas de consiga representar com exatidão e minúcia toda a imensa
notação diferentes. Isso se deve ao permanente desejo do homem gama de informações que uma simples performance musical
de PRESERVAR e TRANSMITIR a informação musical. produz. A escrita é apenas um registro, e não se confunde com
A escri ta responde por essas duas necessidades básicas: o RE- a música. A questão não é “certo ou errado”, mas “adequado
GISTRO e a COMUNICAÇÃO. Existem várias maneiras de es- ou inadequado”. A escolha do sistema de escrita depende da
crever a música produzida para a viola, cada uma com suas finalidade do registro.
1 - NÚMEROS 2 - TABLATURA
Nesta escrita, cada número representa uma nota musical. O A tablatura é um sistema de cinco linhas, cada uma repre-
primeiro algarismo do número indica a corda, e o segundo a casa: sentando uma corda da viola. Na tablatura, as cordas são conta-
das de cima para baixo, da primeira para a quinta, da mais aguda
para a mais grave. Os números em cima das linhas indicam as
32 casas a serem apertadas. Cordas soltas são indicadas com o
número 0. Notas que aparecem uma em cima da outra devem
CORDA 3 CASA 2
ser tocadas simultaneamente.
Cordas soltas são indicadas como sendo “casa 0”: 5 2 CORDA 1
1 0
20 2
9
1
2
0 CORDA 5
VANTAGENS:
tOÍPQSFDJTBEFQBVUBFTQFDÓGJDB VANTAGENS:
tNVJUPGÈDJMEFFOUFOEFSFMFS tGÈDJMEFMFS
tJEFBMQBSBGSBTFTQFRVFOBT tGÈDJMEFWJTVBMJ[BSBMJOIBNFMØEJDB
tBNQMBNFOUFVUJMJ[BEB
DESVANTAGENS:
tFTDSJUBNFDÉOJDB
OÍPNVTJDBMPTTÓNCPMPTJOEJDBN DESVANTAGENS:
apenas um lugar no braço do instrumento tFTDSJUBNFDÉOJDB
OÍPNVTJDBMPTTÓNCPMPTJOEJDBN
tFTQFDÓGJDBQBSBBWJPMB
OÍPQPEFTFSMJEBFNPVUSPT apenas um lugar no braço do instrumento
instrumentos tFTQFDÓGJDBQBSBBWJPMB
OÍPQPEFTFSMJEBFNPVUSPT
tOÍPUFNJOEJDBÎÍPEFSJUNPQBSBQPEFSUPDBSPRVFFTUÈ instrumentos
escrito, é necessário conhecer a música tOÍPUFNJOEJDBÎÍPEFSJUNPQBSBQPEFSUPDBSPRVFFTUÈ
tRVBOEPBGSBTFÏNVJUPDPNQSJEBPVDPNQMJDBEB
B escrito, é necessário conhecer a música
leitura fica inviável tQSFDJTBEFQBVUBFTQFDÓGJDB
Polegar tÏBNQMBNFOUFVUJMJ[BEB
10 p 10 p 10 p
toca
11 im 11 im 11 im primeiro. DESVANTAGENS:
12 12 12 Indicador
e médio tÏQSFDJTPBQSFOEFSFFTUVEBSBTJNCPMPHJB
tocam tTFSWFBQFOBTQBSBBDPNQBOIBNFOUPT
OÍPJOEJDBB
depois, melodia.
juntos
tBQFTBSEFJOEJDBSBTOPUBTRVFDPNQÜFNPBDPSEF
B
cifra não mostra a distribuição dessas notas.
VANTAGENS:
tNVJUPGÈDJMEFMFS
tFYUSFNBNFOUFWJTVBM
tJOEJDBGBDJMNFOUFBEJHJUBÎÍPEBTEVBTNÍPT
DESVANTAGENS:
tFTDSJUBNFDÉOJDB
OÍPNVTJDBMPTTÓNCPMPTJOEJDBN
apenas um lugar no braço do instrumento
tFTQFDÓGJDBQBSBBWJPMB
OÍPQPEFTFSMJEBFNPVUSPT
instrumentos
tOÍPUFNJOEJDBÎÍPEFSJUNPQBSBQPEFSUPDBSPRVFFTUÈ
escrito, é necessário conhecer a música
tJOWJÈWFMQBSBBOPUBSTPMPTNFMØEJDPT
ALGUNS SÃO ESPECÍFICOS PARA O ESTUDO DA VIOLA, OUTROS SÃO COMPARTILHADOS POR
MUITOS INSTRUMENTOS. COMEÇAREMOS NOSSO ESTUDO PELA LEITURA DAS CIFRAS.
C
ifra é um sistema de letras e números utilizados para Quando a cifra aparece sozinha, ou seja, sem nenhum outro
representar os acordes usados nos acompanhamen- símbolo (ex.: A), o acorde é subentendido maior. Por exemplo:
tos das músicas. As sete notas musicais são associa- A é Lá maior, C é Dó maior e assim por diante.
das às sete primeiras letras do alfabeto, na sequência Os acordes menores vêm acompanhados da letra “m” mi-
apresentada a seguir: núscula: Am é Lá menor, Cm é Dó menor etc.
Os acordes com sétima vêm acompanhados do número 7.
A B C D E F G A7 é Lá com sétima, C7 é Dó com sétima etc. Na prática, abre-
Lá Si Dó Ré Mi Fá Sol viamos ainda mais seu nome para “Lá sete”, “Dó sete” e assim
por diante. Toda essa simbologia tem uma explicação dentro da
Essas notas correspondem à fundamental do acorde, ou seja, teoria musical, que será abordada mais tarde.
sua nota mais importante, a partir da qual o acorde é montado. O primeiro passo para uma leitura eficiente é decorar os
É imprescindível decorar, o quanto antes, a correspondência acordes nas posições simples, apresentados nas páginas se-
entre a nota e a cifra. No Brasil, é comum escrever a cifra, mas guintes. É de extrema importância ao decorar (e tocar) esses
pronunciar o nome da nota. Dessa maneira, escrevemos “C” acordes, memorizar seu nome (ex.: Lá menor) e sua cifra.
mas falamos “Dó”, escrevemos “G” mas falamos “Sol”. O ideal é decorar esses acordes à medida que eles forem apa-
Além da FUNDAMENTAL, todo acorde tem um COMPLE- recendo nas músicas do seu repertório. Evite tocar as músicas sem
MENTO, que determina sua característica sonora, ou seja, o saber o nome dos acordes. Se os acordes estiverem bem decora-
efeito que ele produz quando tocado. Vamos começar estudando dos, com a associação correta de nome-cifra, será muito mais fácil
três tipos de acordes básicos, amplamente utilizados: o acorde tocar uma outra música em que o mesmo acorde apareça.
MAIOR, o MENOR e o COM SÉTIMA.
ACORDES BÁSICOS
A segunda etapa é decorar o desenho dos acordes. Vamos PROCURE PRATICAR E DECORAR AS SUAS
começar com as posições mais simples, sem pestanas. Simples MÚSICAS PREFERIDAS. QUANTO MAIOR FOR
não quer dizer fácil: conseguir montar e decorar todos esses O SEU REPERTÓRIO DECORADO, MAIS FÁCIL
acordes é uma tarefa árdua que vai exigir tempo e esforço. SERÁ PARA VOCÊ TOCAR MÚSICAS NOVAS!
Comece pelos maiores, depois os com sétima.
C C7 D D7 E
1 3 1 1 1 1
2 4 2 2 2 3 2 2
3 5 3 3 4 32 3 3
4 2 6 4 4 4 4 4
53 4 7 5 5 5
X X
E7 F F7 G G7
1 1 1 1 2
2 2 2 2 3
3 3 3 3 3 4
4 4 4 4 4 5
5 5 5 5 6 4
A A7 B B7 B7
1 1 1 1 1 1 1 1
22 3 22 3 2 2 2 3 2
3 3 4 3 2 3 3 2
4 4 4 3 4 4 3
5 5 5 5 5 4
X X
16 TOQUE FÁCIL PARA INICIANTES - V IOLA
Leitura de
CIFRAS
ATENÇÃO: todo acorde é um conjunto de notas, mas todos Nesta edição, não consideramos as inversões dos acordes
têm uma nota mais importante, chamada de fundamental, que é a na cifragem. Ou seja, para nós, C, C/E ou C/G foram cifrados
que dá o seu nome. Exemplo: nos acordes de C e de C7, a fun- simplesmente como C. Nessa etapa do seu estudo, essa diferen-
damental é a nota dó. Quando essa nota é a mais grave, o acorde ciação não é tão importante, já que a inversão é uma variação
está na chamada posição fundamental. Se outra nota ocupar o sempre compatível. Isso quer dizer que se uma música pedir o
lugar mais grave, dizemos que o acorde está invertido. Tradicional- acorde C/E, qualquer acorde C ficará bom, com ou sem inversão!
mente, a inversão é cifrada com uma barra inclinada. Se em uma Se você quiser aprofundar seus estudos, acesse o site www.
montagem do acorde C colocarmos a nota Mi na posição mais musicando.com.br e procure lições adicionais!
grave, escreveríamos C/E, que quer dizer “dó com mi no baixo”.
P
ara poder escrever o acompanhamento de uma sempre uma estrutura organizada, por mais complexa que ela possa
música, não basta apenas anotar a sequência dos parecer. Essa organização recebe o nome de forma. Uma canção,
acordes. Uma boa escrita musical deve ser clara e por exemplo, pode ter uma introdução, um tema e um refrão. Já
precisa o suficiente para que qualquer um, mesmo começa a se delinear uma estrutura! A introdução pode ser tocada
sem nunca ter ouvido a música anotada, possa tocá-la corre- duas vezes, o tema apenas uma, o refrão duas vezes, a introdução
tamente. Já começamos a entrar em contato com esta simbo- pode ser repetida no final. Enfim, são muitas as possibilidades de se
logia quando iniciamos o estudo de cifras. Até agora, sabemos organizar uma música. Vamos ver como a escrita musical trata de
que cada acorde é representado por uma letra, mais um com- cada uma dessas situações.
plemento que indica sua estrutura (maior, menor ou com 7ª). Já vimos que toda música apresenta um pulso que se organiza em
Vamos ver agora a simbologia aplicada ao estudo da FORMA. compassos. Na escrita musical, os compassos são separados por bar-
Nenhuma música é uma sequência aleatória de acordes. A música é ras verticais. Essas barras são chamadas BARRAS DE COMPASSO.
CUIDADO: ALGUMAS LEVADAS OCUPAM MAIS DE UM COMPASSO. VERIFIQUE SEMPRE ONDE ESTÁ O TEMPO 1
DE CADA COMPASSO!
1 e 2 e 3 e 4 e
Observe que a levada de cururu foi escrita em quatro tempos. Isso quer dizer que o compasso do cururu é quaternário. Cada compasso
vai ter quatro tempos, e em cada compasso teremos uma levada completa de cururu:
EXEMPLO 2:
]MFWBEB]MFWBEB]MFWBEB]MFWBEB]
Para anotar uma música, basta colocar dentro dos compassos os acordes na ordem correta:
EXEMPLO 3:
| E | A | D | E |
Essa notação me informa que tenho que fazer uma levada no acorde E, uma no acorde A, uma no D e uma última no E.
Isso bastaria para anotar uma música simples, composta apenas por uma sequência de acordes. Mas se a música tiver muitas partes
diferentes, seria útil poder separar cada uma delas, marcando seu começo e seu fim. É para isso que serve a BARRA DUPLA: indicar
o começo ou o fim de cada parte de uma música:
EXEMPLO 4:
G | C 3JUNPDVSVSV JÁ SABEMOS QUE ESSA MÚSICA TERÁ
*OUSP UMA INTRODUÇÃO ANTES DE ENTRAR O
E | A | D | E
(]$ TEMA PRINCIPAL. VEJAMOS AGORA COMO
Nossa música poderia ser 1BSUF" ANOTAR REPETIÇÕES DE ACORDES E DE
escrita da seguinte maneira: PARTES INTEIRAS DE UMA MÚSICA.
&]"]%]&
Segunda vez
Note como a primeira escrita é mais clara: podemos per- (e segue)
ceber, com apenas um golpe de vista, que teremos neste
trecho quatro compassos de E e 4 compassos de A.
Já sabemos que para anotar a repetição de um trecho usa-
Existe também um símbolo para anotar a repetição de
mos o sinal de ritornello. Agora precisamos marcar qual passa-
dois compassos consecutivos:
gem será o final da primeira vez, ou seja, antes da repetição, e
E | A | qual será o final da segunda vez, ou seja, depois da repetição.
É o mesmo que: E | A | E | A
2 - RITORNELLO EAD
G retorna
|G | E | A | D | G
TOQUE FÁCIL PARA INICIANTES - V IOLA 21
Simbologia musical: escrevendo
A FORMA DA MÚSICA
B) DA CAPO AL FINE (D.C. AL FINE)
Pode acontecer de uma música repetir desde o início, mas não
1BSUF#
inteira. Para anotar essa forma, usamos o marcador “Da capo al
']$
fine”. Veja no exemplo abaixo:
1BSUF$
1BSUF" "]&]%](
&]"]%]( %4
1BSUF#
Depois de tocar as três partes, o comando Dal segno (D.S.)
']$
fine nos leva de volta ao sinal, que está no início da Parte B. Veja
1BSUF$ como fica:
"]&]%](
D.C. al fine PBSUF"
&]"]%]( Alguns autores preferem
O comando “fine” deve ser ignorado na primeira passagem. substituir os marcadores
Pense que para produzir seu efeito, ele precisa primeiro ser “ativa- 1BSUF# Da capo e Dal segno pe-
do”. Quem faz essa ativação é o “Da capo al fine”. Isso quer dizer ']$ las indicações diretas das
que devemos reiniciar a música, mas parar no fine. O fine indica o partes da música (Intro,
lugar em que a música de fato termina. Veja como fica: 1BSUF$ Parte A, Parte B, etc.). A
"]&]%]( marcação ficaria assim:
1BSUF" Da Intro, Da Parte A, Da
&]"]%]( 1BSUF# Parte B, etc.
']$
1BSUF#
']$ 1BSUF$
"]&]%](
1BSUF$
"]&]%]( D) DAL SEGNO AL FINE (D.S. AL FINE)
M
uitas músicas do repertório da viola são construídas em cima de sequências simples de
acordes. Apresentaremos aqui uma sequência nas principais tonalidades. Cada sequência é
construída sobre os quatro acordes mais comuns em cada tonalidade. Pratique-as bastante e
tente reconhecer esses acordes nas músicas que você está acostumado a ouvir!
&]]#]]&]&]"]]&]]#]]&]
"]]&]]"]"]%]]"]]&]]"]
(]]%]](](]$]](]]%]](]
%]]"]]%]%](]]%]]"]]%]
$]](]]$]$]']]$]](]]$]
V
amos estudar agora um dos ritmos mais populares no Esse mesmo esquema rítmico, tocado em andamentos dife-
repertório da viola: a GUARÂNIA. A guarânia é um rentes, recebe outros nomes. Acelerando um pouco a guarânia,
ritmo ternário, ou seja, construído em um compasso entramos no território do RASQUEADO. Com um andamento
de três tempos. Faremos uma guarânia usando apenas ainda mais acelerado, chegamos à POLCA.
toques para baixo, alternando polegar e mão. Veja como fica: Um outro ritmo muito popular é a TOADA. Construído em
um compasso quaternário, a toada utiliza os três toques que
aprendemos. Veja como fica:
P m P M P
1 e 2 e 3 e
A MECÂNICA DA TOADA
É MAIS COMPLEXA.
P P M P P M
Veja que a guarânia divide os dois primeiros tempos em dois. O terceiro PRATIQUE BASTANTE, USE AS
tempo é construído por apenas um golpe, que dura mais que os outros. SEQUÊNCIAS DE ACORDES.
1 e 2 e 3 e 4 e
O
surgimento do Pagode de viola, ou Pagode caipira, é
creditado ao músico e compositor Tião Carreiro. Muito
usado em música sertaneja de raiz, esse ritmo pode ser
construído com a junção de duas batidas de cururu. A
troca de acordes é um pouco mais trabalhosa. Veja no esquema
abaixo como executar esse ritmo, ainda na afinação Cebolão em Mi.
Lembre-se de que o Cururu é na verdade um ritmo binário, ou seja,
de dois tempos por compasso. O mesmo acontece com o Pagode:
são dois compassos de dois tempos. No entanto, continuaremos a
escrevê-lo em quatro tempos, para fins didáticos.
B7* E B7 E
1 1 1 1 1
2 1 2 2 2 2
3 3 3 3
43 4 4 4
5 5 5 5
B7* E B7 E
M X P M X M X P M X
1 e 2 e 3 e 4 e 1 e 2 e 3 e 4 e
ATENÇÃO:
o asterisco ao lado do primeiro B7 não é um
símbolo musical. Ele foi usado apenas para
diferenciar uma montagem da outra!
repique
B7* E B7 E
M X P M X M X P M
1 e 2 e 3 e 4 e 1 e 2 e 3 e 4 e
E
xperimente tocar na viola uma nota, apertando uma metros. Da mesma maneira, podemos dizer que a distância (in-
corda em uma casa qualquer. Agora toque outra tervalo) entre uma nota e outra é de 5 tons. Já conhecemos as
nota na mesma corda. O nosso ouvido consegue notas musicais Dó, Ré, Mi, Fá, Sol, Lá, Si e Dó. Agora vamos
perceber que são notas diferentes, mesmo sem descobrir qual a distância, ou melhor, qual o intervalo entre
saber que notas foram tocadas. Agora tente tocar outra nota, cada uma delas:
ainda na mesma corda. Mais uma vez, o ouvido percebe que as
três notas são diferentes. Última experiência: toque duas vezes DÓ RÉ MI FÁ SOL LÁ SI DÓ
a mesma nota. É fácil perceber que elas têm o mesmo som.
Isso porque nosso ouvido consegue comparar as frequências 1 tom 1 tom 1/2 1 tom 1 tom 1 tom 1/2
tom tom
de cada som que escuta, mesmo sem que saibamos o nome
das notas. Ele consegue perceber a distância que existe entre Repare que as notas não são todas separadas pelo mesmo
cada uma das notas musicais. Em música, essa distância é intervalo. Temos intervalo de um tom entre Dó e Ré, Ré e Mi,
chamada de INTERVALO. Fá e Sol, Sol e Lá e Lá e Si. Mas existe apenas meio tom entre
A unidade de medida do intervalo é o TOM. É possível Mi e Fá e entre Si e Dó. Sabendo isso, podemos facilmente
comparar a distância entre as notas com a distância física en- calcular o intervalo entre uma nota e outra qualquer.
tre dois pontos. Por exemplo: você pode dizer que a distância Por exemplo: Dó e Mi estão separadas por intervalo de 2 tons:
entre uma parede e outra da sala em que você está é de cinco 1 tom entre Dó e Ré, e mais um entre Ré e Mi.
V
imos que a distância que existe entre as notas musicais
é denominada intervalo. Aprendemos também que esse DÓ 1 1 1
intervalo é de 1/2 tom entre as notas Mi-Fá e Si-Dó, e 2 2 2
de um tom entre as demais. Agora chegou a hora de RÉ 3 RÉ 3 3
1 tom = 2 casas
encontrar essas notas no nosso instrumento.
1 tom = 2 casas
partir do Dó, por exemplo, para chegarmos ao Ré, teríamos que
6 6 FÁ 6
avançar duas casas. A partir do Mi, para chegarmos ao Fá, seria
7 7 7
necessário avançar uma casa. É fácil perceber que se tivermos
8 8 8
um ponto de partida, podemos encontrar todas as notas no
9 9 9
braço do instrumento. Os nossos pontos de partida serão as
cordas soltas. 10 10 10
5
5 2 2
6
FÁ 6 3 3
7
7 4 4
8
SOL 8 5 5
9
9 6 6
1 tom = 2 casas
10
10 7 7
11
1 tom = 2 casas
11 SOL 8 8
12
12 9 9
LÁ 10 LÁ 10
9 9 mi 9 9 9
lá ré fá lá ré
10 10 10 10 10
11 11 11 11 11
SI 12 mi 12 sol# 12 si 12 12 mi
ACIDENTES
Utillizamos com frequência dois símbolos musicais que têm Agora, vamos tentar encontrar o C#. O C pode ser encon-
a função de alterar as notas que aprendemos a encontrar. Es- trado na 1ª casa da 5ª corda. O sustenido pede para avançar-
ses símbolos são o sustenido (#) e o bemol (b), genericamente mos uma casa.
chamados de ACIDENTES. Chegamos então na 2ª casa da 5ª corda, a mesma casa
O sustenido tem a função de aumentar uma nota em meio tom, e do Db! Dizemos portanto que o Db e o C# são enarmônicos,
o bemol diminui a nota em meio tom. Vimos que meio tom, no instru- pois apesar de terem nomes diferentes, foram encontrados no
mento, equivale a uma casa. Então, se quisermos encontrar um D#, mesmo lugar, e portanto têm o mesmo som.
basta encontrar a nota D e avançar uma casa. Se procurarmos o Db, Se você prosseguir no estudo da teoria musical, vai entender
será preciso recuar uma casa a partir da nota D. O D é encontrado a vantagem da enarmonia, e em que situações escrever um C#
na 3ª casa da 5ª corda. O D# será encontrado na 4ª casa (meio tom ou um Db. Mas como por hora estamos nos preocupando apenas
acima), e o Db na 2ª casa (meio tom abaixo). Fácil, não? com a leitura, tanto faz se a nota que estamos procurando é um
Uma consequência do uso dos acidentes que costuma gerar um C# ou Db – o importante é encontrá-la – e ambas estão no
confusões, principalmente entre os iniciantes, é a enarmonia. Enar- mesmo lugar: a 2ª casa da 5ª corda.
monia é uma situação em que um mesmo som recebe dois nomes Agora podemos completar os espaços em branco da tabela
diferentes. Veja: o Db foi encontrado na 2ª casa da 5ª corda. anterior: