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viola toque fácil

para iniciantes
toque fácil

para iniciantes

teoria e
prática
APRENDA A TOCAR
SEM PROFESSOR

Toque AGORA!
Método fácil e eficiente
para você treinar

E AINDA:
MONTAGEM DE ACORDES
LEITURA DE CIFRAS
RITMOS DE ACOMPANHAMENTO
TÉCNICAS ESPECÍFICAS
SIMBOLOGIA MUSICAL
E MUITO MAIS!
EDITORIAL
N esta edição de Toque Fácil para Iniciantes - Viola, você conhecerá
as partes da viola e suas funções, as técnicas de mão direita e
esquerda, aprenderá a fazer acordes e vários ritmos de acompanhamento.
Tudo isso passo a passo, partindo do zero. Estude, pratique e encontre o
seu ritmo. É o primeiro passo para sua carreira musical. O conteúdo deste
módulo pode ser aprendido de um a seis meses – depende do tempo
que você disponibilizar para o estudo, mas certamente será uma fonte de
referência por muitos anos.

Bons estudos!
A redação

atendimento@caseeditorial.com.br

SUMÁRIO
POSTURA 4
CONHECENDO A VIOLA 6
AÇÃO DA MÃO ESQUERDA 7
AÇÃO DA MÃO DIREITA 8
AS DUAS MÃOS 10
CONSTRUINDO UM RITMO 11
ESCRITA MUSICAL 12
LEITURA DE CIFRAS 15
SIMBOLOGIA MUSICAL 18
SEQUÊNCIAS 24
NOVOS RITMOS 25
PAGODE DE VIOLA 26
INTERVALOS 27
LOCALIZANDO AS NOTAS 28
Foto de capa: Raoni Maddalena
POSTURA:
UMA QUESTÃO DE SAÚDE

Foto: Raoni Maddalena

N
preocupação com a postura você está sentado no centro da cadeira e No entanto, o estudo mal orientado ou
não é, de maneira nenhuma, com a coluna ereta. É preferível também excessivo pode gerar a L.E.R. – Lesão por
uma questão estética ou a ma- que a altura da cadeira seja adequada ao Esforço Repetitivo. Frequente em digitado-
nutenção de uma “tradição for- comprimento de suas pernas: em uma po- res, a L.E.R. só encontra espaço no meio
mal” que se arrasta desde a invenção da viola. sição ideal, seus pés pisam firmemente no musical quando há um descuido do profes-
A postura é sobretudo uma questão de saúde. chão e suas pernas dobram no joelho em sor ou do aluno.
Ao estudar um instrumento, passamos ângulo reto. No estudo da viola, a L.E.R. normal-
horas a fio sentados, na mesma posição Para segurar a viola, sua perna direita mente aparece como uma tendinite, poden-
– algumas vezes sem nos darmos con- deve estar em posição mais alta que a es- do ocorrer em ambos os braços. Ela pode
ta da passagem do tempo. Isso provoca querda. É na perna direita que o bojo da ser aguda, funcionando como um alerta,
inevitavelmente uma sobrecarga em várias viola irá encaixar. Para conseguir esse des- mas pode evoluir para uma tendinite crô-
regiões do corpo, sobretudo nos braços e nível entre as pernas, você pode apoiar seu nica se os devidos cuidados não forem to-
na coluna. Pensar na postura em que toca- pé direito sobre um suporte (existem supor- mados. A tendinite é sempre consequência
mos o instrumento poderá minimizar essa tes específicos para viola à venda em lojas de um excesso, mas cada pessoa tem seu
sobrecarga e evitar sérias lesões que, infe- de instrumentos), ou simplesmente cruzar a limite natural, e além disso todo organismo
lizmente, só se manifestam em longo prazo. perna direita sobre a esquerda. está sempre pronto para ampliar esse limite
Não há apenas uma postura exata, uma vez Para aprender a tocar qualquer instru- por meio de treinamento. Para um iniciante,
que cada pessoa tem características físicas mento é necessário repetir dezenas de vezes forçar a velocidade em um exercício pode
próprias, mas há princípios que podem ser o mecanismo que produz o som. Isso não só ser perigoso. Mas a mesma pessoa, meses
seguidos e, principalmente, erros a evitar. é natural como também imprescindível para depois, poderá aumentar a velocidade sem
Ao tocar a viola, verifique sempre se a evolução da técnica de ambas as mãos. o menor perigo.

4 TOQUE FÁCIL PARA INICIANTES - V IOLA


POSTURA:
UMA QUESTÃO DE SAÚDE
EVITE LESÕES

1) Estabeleça uma pequena série de 5) Dores nas pontas dos dedos


exercícios de aquecimento para as são naturais e esperadas. Elas
mãos, semelhante aos alongamentos desaparecem em pouco tempo, à
praticados pelos atletas. Tente manter medida que os dedos vão ganhando
todo o corpo relaxado ao tocar, em resistência. Até certo ponto, dores
especial as mãos e os ombros. na mão esquerda também são
normais, principalmente em acordes
com pestana. Perigosas são dores
2) Nunca estude mais de uma hora ao longo do braço. Se você começar
sem pausas. A cada hora de estudo, a sentir dor constante ao tocar, pare
faça uma pausa de 10 ou 15 minutos, imediatamente e permita um ou
levante e ande um pouco e repita os dois dias inteiros de descanso. Se a
exercícios de aquecimento. dor ressurgir assim que você voltar
a tocar, ou se a dor persistir mesmo
sem tocar o instrumento, procure
3) Faça um planejamento do seu um médico: só ele poderá avaliar
estudo. Não há nenhum problema em suas condições físicas e indicar a
estudar 15 horas por dia. Grandes terapia adequada.
instrumentistas passam anos de suas
vidas mantendo essa média diária
de estudo. Mas esse nível deve ser
alcançado progressivamente. Comece
com uma hora por dia e aumente JAMAIS PRATIQUE A
seu tempo gradualmente, sempre AUTOMEDICAÇÃO!
observando a reação do seu corpo. ISSO PODE SER PERIGOSO
PARA A SUA SAÚDE, E PODE
4) Evite grandes desníveis. Se você AINDA ENCOBRIR UMA LESÃO
estuda uma hora por dia, certamente MAIS GRAVE, TORNANDO-A
aguentará tocar por 3 ou 4 horas IRREVERSÍVEL!
seguidas no fim de semana. Mas
provavelmente não suportará muito
mais do que isso!

TOQUE FÁCIL PARA INICIANTES - V IOLA 5


O
Conhecendo a som da viola é produzido pela vibração
das cordas. O que faz variar as notas na

VIOLA viola é o comprimento da corda que vibra.


Se tocadas soltas, as cordas vão vibrar
em toda a sua extensão livre, do capotraste ao rastilho.
A viola é formada pelo tampo, fundo e faixas: o
resultado desse processo é o som que caracteriza o
TARRACHAS
instrumento. O que faz variar as notas na viola é o
mão comprimento da corda que vibra. Se tocadas soltas,
as cordas vão vibrar em toda a sua extensão livre, do
capotraste capotraste ao rastilho.
Ao longo do braço, existem travessas metálicas
trastes chamadas “trastes”. Eles delimitam uma série de re-
giões denominadas “casas”. Quando o dedo da mão
braço esquerda aperta uma corda contra o braço da viola,
casas
dentro da casa, ele a força a encostar no traste da
frente. Quando for tocada, essa nota produzirá um
som diferente, porque haverá uma menor extensão vi-
tróculo brando, desde o traste correspondente até o rastilho.
As casas são numeradas a partir do capotraste. As
tampo
cordas também são numeradas de baixo para cima,
ou seja, da mais aguda para a mais grave. Na vio-
la, as cordas são duplas. Essas cordas duplas devem
faixas
laterais mosaico
ser apertadas e tocadas como se fossem uma corda
só. E a numeração segue esse princípio: chamamos o
boca primeiro par de “corda 1”, o segundo de “corda 2” e
fundo assim por diante!
rastilho Cada par de corda é afinado na mesma nota. Os
pares 1, 2 e 3 são afinados em uníssono, ou seja,
produzem a mesma nota na mesma região. As cordas
cavalete
4 e 5 são afinadas em oitavas, ou seja, uma delas é
afinada em região mais aguda e a outra em região
mais grave (exemplo: um sol agudo e um sol grave).
Existem muitas afinações diferentes para os cin-
co pares de cordas da viola. Essas afinações variam
conforme o estilo musical ou a região do país em
que a viola é tocada. Nesta edição, trataremos das
afinações mais conhecidas: o “cebolão” em Mi e a
afinação “rio abaixo”.
casa 4
casa 2
casa 3
casa 1

DECORE O NOME
DAS CORDAS!
Afinação Afinação
Cebolão em Mi Rio abaixo
1ª corda Mi Ré
2ª corda Si Si
3ª corda Sol# Sol
4ª corda Mi Ré
5ª corda Si Sol

6 TOQUE FÁCIL PARA INICIANTES - V IOLA


Ação da
MÃO ESQUERDA

O
s dedos da mão esquerda irão apertar as cordas, ao longo do braço da
viola, e assim produzir as notas que serão tocadas com a mão direita.
A PARTIR DE AGORA, USAREMOS
Eles são indicados por números: 1 (indicador), 2 (médio), 3 (anular) e 4
A AFINAÇÃO CEBOLÃO EM MI
(mínimo). Para conseguir um som limpo e preciso, o dedo deve apertar
as cordas contra o braço em posição perpendicular.

DIAGRAMAS
Para produzir a nota correta, precisamos Para identificar a nota, escreveremos o dedo a ser usado (pelo número), em cima da
de três informações: a corda, a casa e o corda, na casa correta:
dedo que será usado. Para apresentar essas
informações, utilizaremos uma representa-
1 1
ção do braço da viola. A primeira corda é
2 Este diagrama indica que a corda 3 deve ser
a linha que está mais à direita. A partir dela, apertada na casa 1, pelo dedo 1.
temos as cordas 2, 3, 4 e 5. 3
4
5

1 Vamos agora montar nosso primeiro acorde, que é um conjunto de notas. Para isso,
2 precisaremos apertar três cordas, da seguinte maneira:
3
4
1 1
5 Podemos usar
também um 2
6 Para montar esse acorde, precisamos apertar:
bracinho reduzido, 3 tEFEPOBDPSEB DBTB
7
com menos casas 4 tEFEPOBDPSEB DBTB
8 2 3
5
tEFEPOBDPSEB DBTB
9
10 1
11 2
12 3
PRONTO:
5ª corda
4ª corda
3ª corda
2ª corda
1ª corda

4
5 ESSE É O SEU PRIMEIRO ACORDE, UM SI7!
AGORA QUE JÁ ENTENDEMOS COMO FUNCIONA
A AÇÃO DAS MÃOS ISOLADAMENTE, VAMOS JUNTÁ-LAS
E COMEÇAR NOSSA JORNADA JUNTO À VIOLA!

TOQUE FÁCIL PARA INICIANTES - V IOLA 7


Ação da
MÃO DIREITA
Usaremos a mão direita como se fos-
se uma palheta, batendo nas cordas para
cima ou para baixo. Usaremos o polegar
CONTANDO O TEMPO
(P) para fazer toques para baixo e para Um dos primeiros desafios da música A velocidade do pulso é chamada
cima. E usaremos os dedos indicador, mé- foi o de dominar o tempo. Alguns conceitos de ANDAMENTO. No caso do relógio,
dio e anular juntos para fazer toques para que hoje são óbvios para nós já foram mo- esse andamento é fixo e pré-estabele-
baixo. Esses três dedos juntos chamare- tivo de muita reflexão e pesquisa na antigui- cido (caso contrário, o relógio atrasaria
mos de toque com os “dedos da mão” dade. A possibilidade de marcar e contar o ou adiantaria a contagem do tempo).
ou, simplesmente, “mão” (M). Veja como tempo decorre diretamente da percepção O coração, por outro lado, tem um
representamos esses três movimentos: de um fenômeno primordial: o pulso. complexo mecanismo de regulagem
O pulso é a marca de regularidade do do seu andamento.
tempo. É a repetição constante de um es-
paço de tempo. É o que marca o ponteiro EXERCÍCIO Nº 2: experimente esta-
P P m dos segundos de um relógio. É o resultado belecer e manter pulsações em anda-
de uma torneira gotejando. É o nosso bati- mentos diferentes:
mento cardíaco.

EXERCÍCIO Nº 1: experimente estabelecer


TREINE ESSES MOVIMENTOS NA um pulso constante na viola, batendo nas
SUA VIOLA, ALTERNANDO CADA UM
cordas regularmente com a sua mão direita:
DOS TOQUES. FAÇA COM QUE OS
GOLPES SEJAM FIRMES E PEGUEM
TODAS AS CORDAS, PRODUZINDO
UM SOM ÚNICO.

O PULSO ORGANIZADO
A música não é apenas um encadeamento de pulsos. Essas EXERCÍCIO Nº 3: experimente organizar pulsos em compassos.
batidas se organizam em células de determinado número, de- Use o toque com o polegar no primeiro tempo do compasso e
nominadas COMPASSO. O compasso pode ser definido como toques com a mão nos restantes. Veja como fica:
um pulso organizado:

P m P m P m P m

Essa organização é percebida pelo ouvido como um jogo de for-


ças: o primeiro pulso de cada compasso é mais forte que os demais. P m m P m m P m m P m m
Os compassos são classificados segundo o número de pulsos que
contêm. Os compassos mais frequentes são os de 2, 3 e 4 pulsos,
denominados compasso binário, compasso ternário e compasso
P mmm P mmm P mmm P mmm
quaternário, respectivamente.

8 TOQUE FÁCIL PARA INICIANTES - V IOLA


Ação da
O PULSO
MÃO DIREITA
COMBINADO O PULSO DIVIDIDO
Nem todas as pulsações precisam ser O pulso pode ser dividido (ou subdividido) em muitas partes, a critério do compositor.
marcadas pelo instrumento. Um certo nú- Uma melodia (ou uma célula rítmica) pode ser composta por pulsos e suas divisões. Vamos
mero de pulsos pode ser combinado para ver esse conceito na prática:
produzir sons mais longos. Por exemplo:
um primeiro golpe pode “durar” dois tem- 1) Estabeleça um compasso quaternário, usando apenas o polegar (P):
pos de um compasso quaternário. Veja: P P p P P P p P P P p P P P p P

1 2 3 4 1 2 3 4 1 2 3 4 1 2 3 4
1 2 3 4 1 2 3 4

Nesse exemplo, há um golpe no 2) Agora vamos subdividir cada tempo. Alterne o polegar (P) e os dedos da mão (M):
primeiro tempo que será mantido até o P m p m P m p m P m p m P m p m
terceiro tempo, produzindo um som mais
longo. Os dois primeiros pulsos foram
1 e 2 e 3 e 4 e 1 e 2 e 3 e 4 e
agrupados em um toque só. Outras com-
binações são possíveis: experimente!
Fizemos uma subdivisão binária: dividimos cada pulso em 2. Nessa combinação, ficam
claras duas posições rítmicas muito importantes: o tempo (marcado pelo pulso) e o con-
1 2 3 4 1 2 3 4 tratempo, ponto de divisão do tempo em duas partes iguais.
A subdivisão binária pode aparecer em qualquer fórmula de compasso. Podemos ter
um compasso binário (2 tempos) com subdivisão binária, um compasso ternário (3 tem-
pos) com subdivisão binária, e um compasso de quaternário (4 tempos) com subdivisão
1 2 3 4 1 2 3 4
binária. Veja os exemplos abaixo e pratique bastante cada uma das possibilidades:

a)) Compasso
p binário:
1 2 3 4 1 2 3 4 P P p P P m p m P m p m

1 2 1 2 1 e 2 e 1 e 2 e

b) Compasso ternário:
P P P P P P P P P P m p m p m P m p m p m

1 2 3 1 2 3 1 2 3 1 e 2 e 3 e 1 e 2 e 3 e

c) Compasso quaternário:
P P p P p P p P P m p m p m p m P m p m p m p m

1 2 3 4 1 2 3 4 1 e 2 e 3 e 4 e 1 e 2 e 3 e 4 e

TOQUE FÁCIL PARA INICIANTES - V IOLA 9


Trabalhando com
AS DUAS MÃOS

V
ocê já tem tudo para começar a tocar músicas na viola.
Vamos usar dois acordes que você já conhece. O pri-
meiro, que chamaremos de Mi maior (ou simplesmente
Mi) é construído com todas as cordas da viola soltas. O
segundo acabamos de treinar: o Si com sétima, ou Si7.
Nosso exercício é começar tocando duas vezes o ritmo de
cururu (veja na página a seguir) em cada um desses acordes.

mi mi SI7 SI7 mi mi
1 1 1 1 1 1 1 1
2 2 2 2 3 2 2 3 2 2
3 3 3 3 3 3
4 4 4 4 4 4
5 5 5 5 5 5

O mais importante é conseguir montar o acorde Si7 sem


parar a contagem do tempo. Há um truque para conseguir isso
mais rápido: tocar lentamente e nunca parar o ritmo, mesmo
que o acorde ainda não esteja completamente pronto.
Quando você conseguir passar por esse exercício, tente tocar
apenas uma levada de cururu para cada acorde. Veja como fica:

mi SI7 mi SI7 mi SI7


1 1 1 1 1 1 1 1 1
2 2 2 3 2 2 2 3 2 2 2 3
3 3 3 3 3 3
4 4 4 4 4 4
5 5 5 5 5 5

10 TOQUE FÁCIL PARA INICIANTES - V IOLA


Construindo um ritmo
O CURURU

Foto: Raoni Maddalena

V
amos usar tudo o que
aprendemos para construir Pensando dessa maneira, teremos a seguinte configuração:
nosso primeiro ritmo na t/PQSJNFJSPUFNQP VNHPMQFDPNBNÍPQBSBCBJYP
viola: o cururu. t 0 TFHVOEP UFNQP Ï EJWJEJEP FN EPJT /B QSJNFJSB NFUBEF  UFNPT VN UPRVF
O cururu é um ritmo muito usa- percussivo, obtido com uma batida da mão direita sobre as cordas. Esse toque será
do na viola, especialmente no interior indicado com a letra X.
paulista. Como todos os ritmos, ele t/BTFHVOEBNFUBEF UFNPTVNUPRVFEFQPMFHBSQBSBDJNB
possui inúmeras variações. Estudare- t/PUFSDFJSPUFNQP NBJTVNUPRVFQBSBCBJYPDPNBNÍP
mos aqui uma variação bem simples. t1PSÞMUJNP OPRVBSUPUFNQP NBJTVNUPRVFQFSDVTTJWP
O cururu é um ritmo binário, ou A estrutura rítmica do cururu pode ser representada dessa maneira:
seja, construído em um compasso
de dois tempos. No entanto, para
fins didáticos, é mais fácil pensar m x p m x
no cururu como um ritmo de quatro PRATIQUE BASTANTE PARA
tempos, subdivididos. CONSEGUIR UM RITMO
1 e 2 e 3 e 4 e
CONSTANTE E SEGURO!

TOQUE FÁCIL PARA INICIANTES - V IOLA 11


Escrita
MUSICAL

O
problema da notação musical é muito antigo: há evidên- vantagens e desvantagens. É muito importante lembrar que não
cias de sistemas de escrita praticados desde a idade existe uma escrita que seja “correta” e outra que seja “errada”.
do bronze, por volta de 3.000 anos antes de Cristo. Até o presente momento, não foi inventada uma escrita que
Cada cultura e cada época desenvolveram sistemas de consiga representar com exatidão e minúcia toda a imensa
notação diferentes. Isso se deve ao permanente desejo do homem gama de informações que uma simples performance musical
de PRESERVAR e TRANSMITIR a informação musical. produz. A escrita é apenas um registro, e não se confunde com
A escri ta responde por essas duas necessidades básicas: o RE- a música. A questão não é “certo ou errado”, mas “adequado
GISTRO e a COMUNICAÇÃO. Existem várias maneiras de es- ou inadequado”. A escolha do sistema de escrita depende da
crever a música produzida para a viola, cada uma com suas finalidade do registro.

1 - NÚMEROS 2 - TABLATURA
Nesta escrita, cada número representa uma nota musical. O A tablatura é um sistema de cinco linhas, cada uma repre-
primeiro algarismo do número indica a corda, e o segundo a casa: sentando uma corda da viola. Na tablatura, as cordas são conta-
das de cima para baixo, da primeira para a quinta, da mais aguda
para a mais grave. Os números em cima das linhas indicam as
32 casas a serem apertadas. Cordas soltas são indicadas com o
número 0. Notas que aparecem uma em cima da outra devem
CORDA 3 CASA 2
ser tocadas simultaneamente.
Cordas soltas são indicadas como sendo “casa 0”: 5 2 CORDA 1
1 0
20 2
9
1
2
0 CORDA 5

CORDA 2 CASA 0 (CORDA SOLTA) corda 3 casa 2 acorde

VANTAGENS:
tOÍPQSFDJTBEFQBVUBFTQFDÓGJDB VANTAGENS:
tNVJUPGÈDJMEFFOUFOEFSFMFS tGÈDJMEFMFS
tJEFBMQBSBGSBTFTQFRVFOBT tGÈDJMEFWJTVBMJ[BSBMJOIBNFMØEJDB
tBNQMBNFOUFVUJMJ[BEB
DESVANTAGENS:
tFTDSJUBNFDÉOJDB OÍPNVTJDBMPTTÓNCPMPTJOEJDBN DESVANTAGENS:
apenas um lugar no braço do instrumento tFTDSJUBNFDÉOJDB OÍPNVTJDBMPTTÓNCPMPTJOEJDBN
tFTQFDÓGJDBQBSBBWJPMB OÍPQPEFTFSMJEBFNPVUSPT apenas um lugar no braço do instrumento
instrumentos tFTQFDÓGJDBQBSBBWJPMB OÍPQPEFTFSMJEBFNPVUSPT
tOÍPUFNJOEJDBÎÍPEFSJUNPQBSBQPEFSUPDBSPRVFFTUÈ instrumentos
escrito, é necessário conhecer a música tOÍPUFNJOEJDBÎÍPEFSJUNPQBSBQPEFSUPDBSPRVFFTUÈ
tRVBOEPBGSBTFÏNVJUPDPNQSJEBPVDPNQMJDBEB B escrito, é necessário conhecer a música
leitura fica inviável tQSFDJTBEFQBVUBFTQFDÓGJDB

12 TOQUE FÁCIL PARA INICIANTES - V IOLA


Escrita
MUSICAL
3 - BRACINHOS 4 - CIFRAS
Esse sistema de escrita usa uma representação gráfica Cifra é um conjunto de símbolos (letras e números) que
do braço da viola. Sobre ela, os dedos da mão esquerda são representam os acordes:
anotados com números (1, 2, 3 e 4), e os dedos da mão di-
reita são anotados com letras (P, I, M, A). Uma vez apertados
os dedos da mão esquerda, os comandos de mão direita C7M(9)
devem ser executados na ordem em que são anotados, de
cima para baixo. Comandos que aparecem alinhados devem
ser executados simultaneamente. VANTAGENS:
tFTDSJUBNVTJDBMPTTÓNCPMPTJOEJDBNBTOPUBTRVF
compõem o acorde
5 5 1 5 tOÍPQSFDJTBEFQBVUBFTQFDÓGJDB
6 6 6 Dedos 2, tJEFBMQBSBBDPNQBOIBNFOUPT
3 e 4 são tQPEFIBWFSJOEJDBÎÍPEFSJUNPEPFTUJMP MFWBEB
PVEP
7 2 3 4 7 2 3 7 2 3 4
montados
8 8 8
compasso (ritmo harmônico)
9 9 9
tÏVOJWFSTBM TFSWFQBSBRVBMRVFSJOTUSVNFOUP

Polegar tÏBNQMBNFOUFVUJMJ[BEB
10 p 10 p 10 p
toca
11 im 11 im 11 im primeiro. DESVANTAGENS:
12 12 12 Indicador
e médio tÏQSFDJTPBQSFOEFSFFTUVEBSBTJNCPMPHJB
tocam tTFSWFBQFOBTQBSBBDPNQBOIBNFOUPT OÍPJOEJDBB
depois, melodia.
juntos
tBQFTBSEFJOEJDBSBTOPUBTRVFDPNQÜFNPBDPSEF B
cifra não mostra a distribuição dessas notas.
VANTAGENS:
tNVJUPGÈDJMEFMFS
tFYUSFNBNFOUFWJTVBM
tJOEJDBGBDJMNFOUFBEJHJUBÎÍPEBTEVBTNÍPT

DESVANTAGENS:
tFTDSJUBNFDÉOJDB OÍPNVTJDBMPTTÓNCPMPTJOEJDBN
apenas um lugar no braço do instrumento
tFTQFDÓGJDBQBSBBWJPMB OÍPQPEFTFSMJEBFNPVUSPT
instrumentos
tOÍPUFNJOEJDBÎÍPEFSJUNPQBSBQPEFSUPDBSPRVFFTUÈ
escrito, é necessário conhecer a música
tJOWJÈWFMQBSBBOPUBSTPMPTNFMØEJDPT

TOQUE FÁCIL PARA INICIANTES - V IOLA 13


Escrita
MUSICAL
5 - PARTITURA
A partitura é um sistema de cinco linhas, onde cada
linha e espaço representa uma nota musical. As diferentes
figuras indicam a duração das notas:

O registro em partitura, apesar de ser o


VANTAGENS:
mais preciso de todos, não se confunde com tÏPTJTUFNBNBJTDPNQMFUPFQSFDJTP
a música. Não é correto dizer que estudar por tBFTDSJUBÏNVTJDBMPTTÓNCPMPTJOEJDBNPOPNFEBT
partitura é “estudar por música”. A partitura notas, ao invés de sua localização no braço do instrumento
não é som, ela é apenas o registro de um tBFTDSJUBJODPSQPSBPSJUNP
som, uma representação. Mas note que essa tÏVOJWFSTBM TFSWFQBSBRVBMRVFSJOTUSVNFOUP
BNQMB-
constatação não diminui a importância de mente utilizada
seu estudo: dominar essa forma de escrita é
imprescindível para a evolução do violeiro! DESVANTAGENS:
tBMFJUVSBFYJHFUSFJOBNFOUPFTQFDÓGJDPFVNFTUVEP
mais aprofundado, além de um conhecimento maior do
instrumento
tQSFDJTBEFQBVUBFTQFDÓGJDB

É FÁCIL PERCEBER QUE AS DIFERENÇAS ENTRE OS SISTEMAS ESTÃO DIRETAMENTE


RELACIONADAS ÀS PRÓPRIAS FINALIDADES DA ESCRITA: O REGISTRO E A COMUNICAÇÃO.

CADA SISTEMA OPTA POR REGISTRAR DETERMINADOS ASPECTOS DA MÚSICA:


UNS ANOTAM O LUGAR EM QUE SE DEVE APERTAR OS DEDOS, OUTROS INDICAM O NOME DAS
NOTAS QUE DEVEM SER USADAS. ALGUNS SÃO EXTREMAMENTE VISUAIS E FÁCEIS DE LER,
OUTROS SÃO MAIS COMPLICADOS E REQUEREM TREINAMENTO APROPRIADO.

ALGUNS SÃO ESPECÍFICOS PARA O ESTUDO DA VIOLA, OUTROS SÃO COMPARTILHADOS POR
MUITOS INSTRUMENTOS. COMEÇAREMOS NOSSO ESTUDO PELA LEITURA DAS CIFRAS.

14 TOQUE FÁCIL PARA INICIANTES - V IOLA


Leitura de
CIFRAS

C
ifra é um sistema de letras e números utilizados para Quando a cifra aparece sozinha, ou seja, sem nenhum outro
representar os acordes usados nos acompanhamen- símbolo (ex.: A), o acorde é subentendido maior. Por exemplo:
tos das músicas. As sete notas musicais são associa- A é Lá maior, C é Dó maior e assim por diante.
das às sete primeiras letras do alfabeto, na sequência Os acordes menores vêm acompanhados da letra “m” mi-
apresentada a seguir: núscula: Am é Lá menor, Cm é Dó menor etc.
Os acordes com sétima vêm acompanhados do número 7.
A B C D E F G A7 é Lá com sétima, C7 é Dó com sétima etc. Na prática, abre-
Lá Si Dó Ré Mi Fá Sol viamos ainda mais seu nome para “Lá sete”, “Dó sete” e assim
por diante. Toda essa simbologia tem uma explicação dentro da
Essas notas correspondem à fundamental do acorde, ou seja, teoria musical, que será abordada mais tarde.
sua nota mais importante, a partir da qual o acorde é montado. O primeiro passo para uma leitura eficiente é decorar os
É imprescindível decorar, o quanto antes, a correspondência acordes nas posições simples, apresentados nas páginas se-
entre a nota e a cifra. No Brasil, é comum escrever a cifra, mas guintes. É de extrema importância ao decorar (e tocar) esses
pronunciar o nome da nota. Dessa maneira, escrevemos “C” acordes, memorizar seu nome (ex.: Lá menor) e sua cifra.
mas falamos “Dó”, escrevemos “G” mas falamos “Sol”. O ideal é decorar esses acordes à medida que eles forem apa-
Além da FUNDAMENTAL, todo acorde tem um COMPLE- recendo nas músicas do seu repertório. Evite tocar as músicas sem
MENTO, que determina sua característica sonora, ou seja, o saber o nome dos acordes. Se os acordes estiverem bem decora-
efeito que ele produz quando tocado. Vamos começar estudando dos, com a associação correta de nome-cifra, será muito mais fácil
três tipos de acordes básicos, amplamente utilizados: o acorde tocar uma outra música em que o mesmo acorde apareça.
MAIOR, o MENOR e o COM SÉTIMA.

ACORDES BÁSICOS
A segunda etapa é decorar o desenho dos acordes. Vamos PROCURE PRATICAR E DECORAR AS SUAS
começar com as posições mais simples, sem pestanas. Simples MÚSICAS PREFERIDAS. QUANTO MAIOR FOR
não quer dizer fácil: conseguir montar e decorar todos esses O SEU REPERTÓRIO DECORADO, MAIS FÁCIL
acordes é uma tarefa árdua que vai exigir tempo e esforço. SERÁ PARA VOCÊ TOCAR MÚSICAS NOVAS!
Comece pelos maiores, depois os com sétima.

TOQUE FÁCIL PARA INICIANTES - V IOLA 15


Leitura de
CIFRAS
MINIDICIONÁRIO DE ACORDES - AFINAÇÃO CEBOLÃO EM MI
Apresentamos aqui sugestões para a montagem dos acordes ATENÇÃO: o símbolo “x” abaixo da 5ª corda indica que ela
maiores e com sétima. Elas não são as únicas: um mesmo acorde não deve ser tocada!
pode ser montado de muitas maneiras diferentes.

C C7 D D7 E
1 3 1 1 1 1
2 4 2 2 2 3 2 2
3 5 3 3 4 32 3 3
4 2 6 4 4 4 4 4
53 4 7 5 5 5

X X

E7 F F7 G G7
1 1 1 1 2

2 2 2 2 3

3 3 3 3 3 4

4 4 4 4 4 5

5 5 5 5 6 4

A A7 B B7 B7
1 1 1 1 1 1 1 1
22 3 22 3 2 2 2 3 2
3 3 4 3 2 3 3 2
4 4 4 3 4 4 3
5 5 5 5 5 4

X X
16 TOQUE FÁCIL PARA INICIANTES - V IOLA
Leitura de
CIFRAS
ATENÇÃO: todo acorde é um conjunto de notas, mas todos Nesta edição, não consideramos as inversões dos acordes
têm uma nota mais importante, chamada de fundamental, que é a na cifragem. Ou seja, para nós, C, C/E ou C/G foram cifrados
que dá o seu nome. Exemplo: nos acordes de C e de C7, a fun- simplesmente como C. Nessa etapa do seu estudo, essa diferen-
damental é a nota dó. Quando essa nota é a mais grave, o acorde ciação não é tão importante, já que a inversão é uma variação
está na chamada posição fundamental. Se outra nota ocupar o sempre compatível. Isso quer dizer que se uma música pedir o
lugar mais grave, dizemos que o acorde está invertido. Tradicional- acorde C/E, qualquer acorde C ficará bom, com ou sem inversão!
mente, a inversão é cifrada com uma barra inclinada. Se em uma Se você quiser aprofundar seus estudos, acesse o site www.
montagem do acorde C colocarmos a nota Mi na posição mais musicando.com.br e procure lições adicionais!
grave, escreveríamos C/E, que quer dizer “dó com mi no baixo”.

Use a lista abaixo para treinar o primei-


ro item: descobrir o nome dos acordes.
Leia, em voz alta, o nome de cada acor-
de. Faça isso até ficar automático! RESUMINDO O QUE PRECISAMOS SABER:

t#  t%N t( t0/0.&%0"$03%&"0-&3"$*'3"


t"N t$  t& t$0.00"$03%&²'&*50 064&+" "
t'  t'N t% POSIÇÃO DOS DEDOS (DESENHO)
t(N  t"  t#N
t"  t$  t&N
t%  t#  t$N 
t&  t'  t(

TOQUE FÁCIL PARA INICIANTES - V IOLA 17


Simbologia musical: escrevendo
A FORMA DA MÚSICA

Foto: Raoni Maddalena

P
ara poder escrever o acompanhamento de uma sempre uma estrutura organizada, por mais complexa que ela possa
música, não basta apenas anotar a sequência dos parecer. Essa organização recebe o nome de forma. Uma canção,
acordes. Uma boa escrita musical deve ser clara e por exemplo, pode ter uma introdução, um tema e um refrão. Já
precisa o suficiente para que qualquer um, mesmo começa a se delinear uma estrutura! A introdução pode ser tocada
sem nunca ter ouvido a música anotada, possa tocá-la corre- duas vezes, o tema apenas uma, o refrão duas vezes, a introdução
tamente. Já começamos a entrar em contato com esta simbo- pode ser repetida no final. Enfim, são muitas as possibilidades de se
logia quando iniciamos o estudo de cifras. Até agora, sabemos organizar uma música. Vamos ver como a escrita musical trata de
que cada acorde é representado por uma letra, mais um com- cada uma dessas situações.
plemento que indica sua estrutura (maior, menor ou com 7ª). Já vimos que toda música apresenta um pulso que se organiza em
Vamos ver agora a simbologia aplicada ao estudo da FORMA. compassos. Na escrita musical, os compassos são separados por bar-
Nenhuma música é uma sequência aleatória de acordes. A música é ras verticais. Essas barras são chamadas BARRAS DE COMPASSO.

18 TOQUE FÁCIL PARA INICIANTES - V IOLA


Simbologia musical: escrevendo
A FORMA DA MÚSICA
EXEMPLO 1:
]DPNQBTTP]DPNQBTTP]DPNQBTTP]DPNQBTTP]

De um modo geral, temos a seguinte equivalência:


DPNQBTTPMFWBEB

CUIDADO: ALGUMAS LEVADAS OCUPAM MAIS DE UM COMPASSO. VERIFIQUE SEMPRE ONDE ESTÁ O TEMPO 1
DE CADA COMPASSO!

Vejamos como isso se aplica


a uma levada de cururu: m x p m x

1 e 2 e 3 e 4 e

Observe que a levada de cururu foi escrita em quatro tempos. Isso quer dizer que o compasso do cururu é quaternário. Cada compasso
vai ter quatro tempos, e em cada compasso teremos uma levada completa de cururu:

EXEMPLO 2:
]‹MFWBEB]‹MFWBEB]‹MFWBEB]‹MFWBEB]

Para anotar uma música, basta colocar dentro dos compassos os acordes na ordem correta:

EXEMPLO 3:
| E | A | D | E |

Essa notação me informa que tenho que fazer uma levada no acorde E, uma no acorde A, uma no D e uma última no E.
Isso bastaria para anotar uma música simples, composta apenas por uma sequência de acordes. Mas se a música tiver muitas partes
diferentes, seria útil poder separar cada uma delas, marcando seu começo e seu fim. É para isso que serve a BARRA DUPLA: indicar
o começo ou o fim de cada parte de uma música:

EXEMPLO 4:
G | C 3JUNPDVSVSV JÁ SABEMOS QUE ESSA MÚSICA TERÁ
*OUSP UMA INTRODUÇÃO ANTES DE ENTRAR O
E | A | D | E
(]$ TEMA PRINCIPAL. VEJAMOS AGORA COMO
Nossa música poderia ser 1BSUF" ANOTAR REPETIÇÕES DE ACORDES E DE
escrita da seguinte maneira: PARTES INTEIRAS DE UMA MÚSICA.
&]"]%]&

TOQUE FÁCIL PARA INICIANTES - V IOLA 19


Simbologia musical: escrevendo
A FORMA DA MÚSICA
1 - REPETIÇÃO LOCAL 3 - FINAIS ALTERNATIVOS
Se um acorde é mantido por mais de um compasso, utili- É muito comum acontecer de um trecho musical ser repe-
zamos o símbolo de repetição local. Veja: tido, mas apresentar um final alternativo. É como se a música
apresentasse um desvio, no final da segunda repetição. Veja
E | / | / | / | A | / | / | / essa idéia no esquema abaixo:
É o mesmo que:
Primeira vez
(e retorna)
E | E | E | E | A | A | A | A Trecho a ser repetido

Segunda vez
Note como a primeira escrita é mais clara: podemos per- (e segue)
ceber, com apenas um golpe de vista, que teremos neste
trecho quatro compassos de E e 4 compassos de A.
Já sabemos que para anotar a repetição de um trecho usa-
Existe também um símbolo para anotar a repetição de
mos o sinal de ritornello. Agora precisamos marcar qual passa-
dois compassos consecutivos:
gem será o final da primeira vez, ou seja, antes da repetição, e
E | A | qual será o final da segunda vez, ou seja, depois da repetição.

É o mesmo que: E | A | E | A

CUIDADO: ISSO NÃO É O MESMO QUE REPETIR E | A | D | G C | F


DUAS VEZES O ÚLTIMO COMPASSO !
A sequência de leitura deste trecho é a seguinte:
E | A | / | /
E | A | D | G | E | A | D| C | F
É o mesmo que: E | A | A | A
Veja o mesmo trecho graficamente:

2 - RITORNELLO EAD
G retorna

Quando temos que repetir 3 ou mais compassos, usamos o


Ritornello. O ritornello é uma barra dupla modificada, que indica o C segue
trecho a ser repetido. Observe:
Falamos que o G aparece na “casa da primeira vez”, e que
E | A | D | G o C aparece na “casa da segunda vez”. Note que a indicação
de finais alternativos anda sempre junto com o ritornello. Dá
É o mesmo que: E | A | D | G | E | A | D| G para entender melhor porque o ritornello tem esse nome: ele
indica um retorno ao ponto de partida. Sem a indicação de
Se quisermos repetir o trecho mais do que uma vez, basta indicar finais alternativos, o ritornello produz uma repetição exata. Com
o número de repetições desejadas: os finais alternativos, a sequência de acordes não é repetida
3x integralmente. No exemplo acima, na primeira execução, o G
E | A | D | G será o último compasso da sequência. Na segunda execução,
o G não será tocado, e o C entrará em seu lugar, e a música
É o mesmo que: E | A | D | G | E | A | D | segue adiante com o F.

|G | E | A | D | G

20 TOQUE FÁCIL PARA INICIANTES - V IOLA


Simbologia musical: escrevendo
A FORMA DA MÚSICA
4 - DESLOCAMENTOS 1BSUF$
"]&]%](
Os sinais de deslocamentos são usados quando a música
começa a ficar muito complexa. O objetivo ainda é o mesmo: 1BSUF"
evitar escrever novamente passagens que já foram anotadas. &]"]%](
Para explicar os deslocamentos, vamos usar como exemplo uma
música com três partes: 1BSUF#
']$
1BSUF"

&]"]%](
1BSUF$
"]&]%](
1BSUF#
']$
Fica fácil perceber que é bem melhor usar o marcador: a músi-
1BSUF$ ca parece muito mais simples com o uso do Da capo, e de fato ela
"]&]%]( o é: fizemos apenas uma repetição de longo alcance, não houve
informação nova, não há a necessidade de escrever tudo de novo.
O Da capo não precisa aparecer no final da música. Pode apa-
As partes das músicas são geralmente anotadas com as le-
recer em qualquer lugar. Veja um outro exemplo:
tras do alfabeto: Parte A, Parte B etc. Cuidado: essas letras
NADA TÊM A VER com as cifras! Não diga jamais “Parte Lá,
Parte Si, Parte Dó”, isso não faz sentido algum!
1BSUF"
&]"]%](
A) DA CAPO (D.C.) 1BSUF#
']$
“Da capo” quer dizer “do começo”. A presença desse marca- %$
dor indica que devemos tocar a música inteira de novo, desde o 1BSUF$
início. Veja como fica: "]&]%](
1BSUF"
&]"]%]( Aqui o Da capo aparece no final da parte B. Ao chegamos lá, pre-
cisaremos recomeçar a música, para então seguir adiante. Fica assim:
1BSUF#
']$ 1BSUF"
 &]"]%](
1BSUF$
Note que o Da capo foi con-
"]&]%]( 1BSUF#
siderado apenas uma vez.
%$ ']$
Depois de reiniciar, temos
No final da parte C, o sinal Da Capo (D.C.) foi introduzido. que passar por ele e con-
1BSUF" tinuar a música. Isso é evi-
Isso quer dizer que devemos tocar toda a música outra vez! O
&]"]%]( dente, pois se tivéssemos
resultado será o seguinte:
que considerá-lo de novo,
1BSUF" 1BSUF# teríamos que voltar ao iní-
&]"]%]( ']$ cio indefinidamente, e nun-
 ca chegaríamos à Parte C!
1BSUF# 1BSUF$
']$ "]&]%](


TOQUE FÁCIL PARA INICIANTES - V IOLA 21
Simbologia musical: escrevendo
A FORMA DA MÚSICA
B) DA CAPO AL FINE (D.C. AL FINE)
Pode acontecer de uma música repetir desde o início, mas não
1BSUF#
inteira. Para anotar essa forma, usamos o marcador “Da capo al
']$
fine”. Veja no exemplo abaixo: 
1BSUF$
1BSUF" "]&]%](
&]"]%](   %4
1BSUF#
Depois de tocar as três partes, o comando Dal segno (D.S.)
']$
fine nos leva de volta ao sinal, que está no início da Parte B. Veja
1BSUF$ como fica:
"]&]%](   
D.C. al fine PBSUF"
&]"]%]( Alguns autores preferem
O comando “fine” deve ser ignorado na primeira passagem. substituir os marcadores
Pense que para produzir seu efeito, ele precisa primeiro ser “ativa- 1BSUF# Da capo e Dal segno pe-
do”. Quem faz essa ativação é o “Da capo al fine”. Isso quer dizer ']$ las indicações diretas das
que devemos reiniciar a música, mas parar no fine. O fine indica o  partes da música (Intro,
lugar em que a música de fato termina. Veja como fica: 1BSUF$ Parte A, Parte B, etc.). A
"]&]%]( marcação ficaria assim:
1BSUF" Da Intro, Da Parte A, Da
&]"]%]( 1BSUF# Parte B, etc.
']$
1BSUF# 
']$ 1BSUF$
"]&]%](
1BSUF$
"]&]%]( D) DAL SEGNO AL FINE (D.S. AL FINE)

1BSUF" Muito parecido com o Da capo al fine, só que o retorno deve


&]"]%]( ser feito a partir do sinal, e não do início da música. Ao chegar a
esse marcador, devemos retomar a música a partir do sinal e parar
1BSUF# quando encontrar o comando fine. Veja no exemplo:
']$
1BSUF"
&]"]%](
C) DAL SEGNO (D.S.)
“Segno” quer dizer “sinal”. A tradução de “Dal segno” é “do si-
1BSUF#
nal”. Esse comando é muito parecido com o Da capo, só que neste ']$
caso, a repetição não será feita desde o início da música, mas de fine
um outro ponto marcado por um sinal. Veja o exemplo: 1BSUF$
"]&]%](
1BSUF"    D.S. al fine
&]"]%](
Essa música deve ser executada da seguinte maneira:

22 TOQUE FÁCIL PARA INICIANTES - V IOLA


Simbologia musical: escrevendo
A FORMA DA MÚSICA
1BSUF" $PEB
&]"]%]( "]&]%](
1BSUF# F) DAL SEGNO AL CODA (D.S. AL )
']$
O marcador Dal segno al coda é muito parecido com o Da capo al
1BSUF$
"]&]%]( coda. Só que desta vez, não devemos retornar ao início da peça, mas
ao ponto em que se encontra o sinal. Veja no exemplo:
1BSUF#
']$ 1BSUF"
&]"]%](
E) DA CAPO AL CODA (D.C. AL )


“Coda” quer dizer “cauda”. Ela é usada quando o autor quer ter- 1BSUF#
minar a música de um jeito diferente, daí a ideia de cauda. Na notação %]"]$](
musical, a coda funciona como um hiperlink: ela nos leva para um outro
ponto. Assim como o fine, a coda precisa ser ativada para funcionar. 1BSUF$
Quem faz isso é o comando Da capo al coda. Veja no exemplo: ']$
D.S. al
1BSUF"
$PEB
&]"]%](
"]&]%](
1BSUF#
']$
%$BM Ao chegar ao final da Parte C, encontramos o comando Dal segno
$PEB al coda. Devemos retomar do e seguir até o símbolo . Então,
"]&]%]( pulamos para a coda, última linha da música.
Veja o resultado:
Na primeira vez que encontramos a indicação de (coda),
no final da Parte A, não devemos fazer nada. Ela ainda não foi 1BSUF"
ativada. No final da parte B, encontramos o Da capo al coda. Esse &]"]%]( Perceba que os comandos
marcador nos obriga a começar de novo, mas agora a coda foi Da capo e Dal segno são
1BSUF# muito parecidos com o
ativada. Terminando a Parte A, devemos obedecer ao comando %]"]$]( Ritornello, mas atuando
de . Isso quer dizer que devemos pular até a parte que está in-
sobre a peça como um
dicada como sendo a “cauda” da música, ou seja, a sua coda. No 1BSUF$ todo. Da mesma maneira,
exemplo acima, a coda é a última linha de acordes. Fica assim: ']$ Da capo al coda e Dal segno
1BSUF" al coda são parecidos com
&]"]%]( 1BSUF# os finais alternativos (casa
%]"]$]( da 1ª vez e casa da 2ª vez),
1BSUF# só que também atuan do
']$ $PEB globalmente.
 "]&]%](
1BSUF"
&]"]%](

TOQUE FÁCIL PARA INICIANTES - V IOLA 23


SEQUÊNCIAS

Foto: Raoni Maddalena

M
uitas músicas do repertório da viola são construídas em cima de sequências simples de
acordes. Apresentaremos aqui uma sequência nas principais tonalidades. Cada sequência é
construída sobre os quatro acordes mais comuns em cada tonalidade. Pratique-as bastante e
tente reconhecer esses acordes nas músicas que você está acostumado a ouvir!

&]]#]]&]&]"]]&]]#]]&]

"]]&]]"]"]%]]"]]&]]"]

(]]%]](](]$]](]]%]](]

%]]"]]%]%](]]%]]"]]%]

$]](]]$]$]']]$]](]]$]

24 TOQUE FÁCIL PARA INICIANTES - V IOLA


NOVOS RITMOS

Foto: Raoni Maddalena

V
amos estudar agora um dos ritmos mais populares no Esse mesmo esquema rítmico, tocado em andamentos dife-
repertório da viola: a GUARÂNIA. A guarânia é um rentes, recebe outros nomes. Acelerando um pouco a guarânia,
ritmo ternário, ou seja, construído em um compasso entramos no território do RASQUEADO. Com um andamento
de três tempos. Faremos uma guarânia usando apenas ainda mais acelerado, chegamos à POLCA.
toques para baixo, alternando polegar e mão. Veja como fica: Um outro ritmo muito popular é a TOADA. Construído em
um compasso quaternário, a toada utiliza os três toques que
aprendemos. Veja como fica:
P m P M P

1 e 2 e 3 e
A MECÂNICA DA TOADA
É MAIS COMPLEXA.
P P M P P M
Veja que a guarânia divide os dois primeiros tempos em dois. O terceiro PRATIQUE BASTANTE, USE AS
tempo é construído por apenas um golpe, que dura mais que os outros. SEQUÊNCIAS DE ACORDES.
1 e 2 e 3 e 4 e

TOQUE FÁCIL PARA INICIANTES - V IOLA 25


PAGODE DE VIOLA

O
surgimento do Pagode de viola, ou Pagode caipira, é
creditado ao músico e compositor Tião Carreiro. Muito
usado em música sertaneja de raiz, esse ritmo pode ser
construído com a junção de duas batidas de cururu. A
troca de acordes é um pouco mais trabalhosa. Veja no esquema
abaixo como executar esse ritmo, ainda na afinação Cebolão em Mi.
Lembre-se de que o Cururu é na verdade um ritmo binário, ou seja,
de dois tempos por compasso. O mesmo acontece com o Pagode:
são dois compassos de dois tempos. No entanto, continuaremos a
escrevê-lo em quatro tempos, para fins didáticos.

B7* E B7 E
1 1 1 1 1
2 1 2 2 2 2
3 3 3 3
43 4 4 4
5 5 5 5

B7* E B7 E

M X P M X M X P M X

1 e 2 e 3 e 4 e 1 e 2 e 3 e 4 e

ATENÇÃO:
o asterisco ao lado do primeiro B7 não é um
símbolo musical. Ele foi usado apenas para
diferenciar uma montagem da outra!

No final do segundo compasso, no acorde E, é comum se fazer


um repique para recomeçar o ciclo. Esse repique é um rápido con-
junto de toques sobe-desde-sobe. Ele fica grudado no recomeço do
ritmo, no acorde B7. Podemos representá-lo dessa maneira:

repique
B7* E B7 E

M X P M X M X P M

1 e 2 e 3 e 4 e 1 e 2 e 3 e 4 e

26 TOQUE FÁCIL PARA INICIANTES - V IOLA Foto: Raoni Maddalena


INTERVALOS

Foto: Raoni Maddalena

E
xperimente tocar na viola uma nota, apertando uma metros. Da mesma maneira, podemos dizer que a distância (in-
corda em uma casa qualquer. Agora toque outra tervalo) entre uma nota e outra é de 5 tons. Já conhecemos as
nota na mesma corda. O nosso ouvido consegue notas musicais Dó, Ré, Mi, Fá, Sol, Lá, Si e Dó. Agora vamos
perceber que são notas diferentes, mesmo sem descobrir qual a distância, ou melhor, qual o intervalo entre
saber que notas foram tocadas. Agora tente tocar outra nota, cada uma delas:
ainda na mesma corda. Mais uma vez, o ouvido percebe que as
três notas são diferentes. Última experiência: toque duas vezes DÓ RÉ MI FÁ SOL LÁ SI DÓ
a mesma nota. É fácil perceber que elas têm o mesmo som.
Isso porque nosso ouvido consegue comparar as frequências 1 tom 1 tom 1/2 1 tom 1 tom 1 tom 1/2
tom tom
de cada som que escuta, mesmo sem que saibamos o nome
das notas. Ele consegue perceber a distância que existe entre Repare que as notas não são todas separadas pelo mesmo
cada uma das notas musicais. Em música, essa distância é intervalo. Temos intervalo de um tom entre Dó e Ré, Ré e Mi,
chamada de INTERVALO. Fá e Sol, Sol e Lá e Lá e Si. Mas existe apenas meio tom entre
A unidade de medida do intervalo é o TOM. É possível Mi e Fá e entre Si e Dó. Sabendo isso, podemos facilmente
comparar a distância entre as notas com a distância física en- calcular o intervalo entre uma nota e outra qualquer.
tre dois pontos. Por exemplo: você pode dizer que a distância Por exemplo: Dó e Mi estão separadas por intervalo de 2 tons:
entre uma parede e outra da sala em que você está é de cinco 1 tom entre Dó e Ré, e mais um entre Ré e Mi.

TOQUE FÁCIL PARA INICIANTES - V IOLA 27


Localizando as notas
NO BRAÇO DA VIOLA

V
imos que a distância que existe entre as notas musicais
é denominada intervalo. Aprendemos também que esse DÓ 1 1 1
intervalo é de 1/2 tom entre as notas Mi-Fá e Si-Dó, e 2 2 2
de um tom entre as demais. Agora chegou a hora de RÉ 3 RÉ 3 3

1 tom = 2 casas
encontrar essas notas no nosso instrumento.

1/2 tom = 1 casa


4 4 4
Na viola, cada 1/2 tom corresponde a uma casa. Então, a 5 MI 5 MI 5

1 tom = 2 casas
partir do Dó, por exemplo, para chegarmos ao Ré, teríamos que
6 6 FÁ 6
avançar duas casas. A partir do Mi, para chegarmos ao Fá, seria
7 7 7
necessário avançar uma casa. É fácil perceber que se tivermos
8 8 8
um ponto de partida, podemos encontrar todas as notas no
9 9 9
braço do instrumento. Os nossos pontos de partida serão as
cordas soltas. 10 10 10

Vamos começar então com a 5ª corda, Si. Essa corda recebe 11 11 11


o nome da nota Si porque este é o som que ela produz quando 12 12 12
tocada solta. A nota que está logo após o Si é o Dó e o intervalo
que as separa é de meio tom, portanto uma casa. Encontraremos
o Dó então na 1ª casa da 5ª corda.
A próxima nota é o Ré, um tom acima. Teremos então que ENCONTRAMOS A NOTA MI NA 5ª CASA, E A NOTA
avançar duas casas, chegando na 3ª casa. Encontramos então o FÁ NA 6ª CASA
Ré na 3ª casa da 5ª corda.
Agora, mais uma vez, estamos diante de um intervalo de um
Observe: tom, entre o Fá e o Sol. A partir do Sol, o Lá estará duas casas
para frente:

dó 1 Agora podemos finalizar nosso ma-


1 tom = 2 casas 1
2 peamento da 5ª corda da viola:
2
ré 3
3
4
4 1 1
1 tom = 2 casas

5
5 2 2
6
FÁ 6 3 3
7
7 4 4
8
SOL 8 5 5
9
9 6 6
1 tom = 2 casas

10
10 7 7
11
1 tom = 2 casas

11 SOL 8 8
12
12 9 9
LÁ 10 LÁ 10

Com esse mesmo procedimento, podemos avançar no braço 11 11


12 Si 12
da viola, sempre na 5ª corda, e encontrar novas notas:

28 TOQUE FÁCIL PARA INICIANTES - V IOLA


Localizando as notas
NO BRAÇO DA VIOLA
O resultado final da nossa busca é esse:
SI = 5ª corda
É superimportante treinar essa sequência, tocando cada uma
DÓ 1 dessas notas, mantendo uma pulsação, e FALANDO O NOME
2 DAS NOTAS enquanto toca!
RÉ 3 'BÎBPFYFSDÓDJPEFTEFBDPSEBTPMUBBUÏB‹DBTB 4* %Ø 3Ï

4 FEFQPJTWPMUF DPNFÎBOEPEB‹DBTB 4J -È 4PM
4&.13&
FALANDO O NOME DAS NOTAS enquanto toca!
MI 5
FÁ 6 Tente fazer isso sem precisar olhar para a revista!
7
SOL 8
9
LÁ 10
11 ESSE ESQUEMA É PARA A
Si AFINAÇÃO CEBOLÃO EM MI!
12

O mesmo procedimento pode – e deve – ser aplicado às outras


cordas. Veja como fica:

5ª corda 4ª corda 3ª corda 2ª corda 1ª corda


SI MI sol# si mi
DÓ 1 fá 1 lá 1 dó 1 1 fá
2 2 2 2 2
RÉ 3 sol 3 si 3 ré 3 3 sol
4 4 dó 4 4 4
MI 5 lá 5 5 mi 5 5 lá
FÁ 6 6 ré 6 fá 6 6
7 si 7 7 7 7 si
sol 8 dó 8 8 sol 8 8 dó

9 9 mi 9 9 9
lá ré fá lá ré
10 10 10 10 10
11 11 11 11 11
SI 12 mi 12 sol# 12 si 12 12 mi

Repare duas coisas importantes:


TREINE CORDA A CORDA ANTES DE SEGUIR ADIANTE.
1) Em todas as cordas, a nota que está na 12ª casa é a mesma
O EXERCÍCIO É SEMPRE O MESMO: COMECE DA CORDA
nota da corda solta. Dizemos que a nota na 12ª casa está uma
oitava acima da nota produzida pela corda solta. SOLTA, E VÁ TOCANDO NOTA A NOTA, MANTENDO A
PULSAÇÃO, FALANDO O NOME DAS NOTAS ENQUANTO
2) A segunda e a quinta cordas soltas partem da mesma nota: Si. TOCA. QUANDO CHEGAR À 12ª CASA, COMECE A
Por isso mesmo, são exatamente iguais em toda a extensão (cada VOLTAR, SEMPRE FALANDO O NOME DAS NOTAS, ATÉ
qual em sua oitava, evidentemente). O mesmo acontece com as CHEGAR DE NOVO À CORDA SOLTA! VOCÊ PRECISA
cordas um e quatro, só que partindo da nota Mi. CONSEGUIR FAZER ISSO SEM OLHAR PARA A REVISTA!

TOQUE FÁCIL PARA INICIANTES - V IOLA 29


Localizando as notas
NO BRAÇO DA VIOLA
FECHANDO O FOCO
Agora que você já treinou o exercício de localização de notas É muito importante decorar essas notas que acabamos de en-
ao longo de todo o braço da viola, será fácil seguir adiante. Vamos contrar. Para que isso fique um pouco mais fácil, decore primeiro as
fechar um pouco o foco e localizar todas as notas naturais até a 3ª notas em cada corda, para só então montar tudo em uma sequência.
casa, em todas as cordas. Você precisa conseguir tocar, falando o nome das notas, desde o Si
na 5ª corda solta até o Sol na 1ª corda, 3ª casa, e vice-versa.
corda solta 1ª casa 2ª casa 3ª casa É importante que, após praticar bastante esse exercício, você
5ª corda 4J %Ø  3Ï consiga encontrar o nome de cada nota sem precisar tocar a se-
4ª corda .J  'È 4PM quência inteira. Faça você mesmo o seguinte teste: pense numa
3ª corda   -È  nota qualquer (por exemplo: Ré) e tente encontrá-lá na viola. Quase
2ª corda 4J  %Ø 3Ï todas as notas podem ser encontradas em dois lugares diferentes (o
1ª corda .J 'È  4PM Ré está na 3ª casa da 5ª corda, e também na 3ª casa da 2ª corda).

ACIDENTES
Utillizamos com frequência dois símbolos musicais que têm Agora, vamos tentar encontrar o C#. O C pode ser encon-
a função de alterar as notas que aprendemos a encontrar. Es- trado na 1ª casa da 5ª corda. O sustenido pede para avançar-
ses símbolos são o sustenido (#) e o bemol (b), genericamente mos uma casa.
chamados de ACIDENTES. Chegamos então na 2ª casa da 5ª corda, a mesma casa
O sustenido tem a função de aumentar uma nota em meio tom, e do Db! Dizemos portanto que o Db e o C# são enarmônicos,
o bemol diminui a nota em meio tom. Vimos que meio tom, no instru- pois apesar de terem nomes diferentes, foram encontrados no
mento, equivale a uma casa. Então, se quisermos encontrar um D#, mesmo lugar, e portanto têm o mesmo som.
basta encontrar a nota D e avançar uma casa. Se procurarmos o Db, Se você prosseguir no estudo da teoria musical, vai entender
será preciso recuar uma casa a partir da nota D. O D é encontrado a vantagem da enarmonia, e em que situações escrever um C#
na 3ª casa da 5ª corda. O D# será encontrado na 4ª casa (meio tom ou um Db. Mas como por hora estamos nos preocupando apenas
acima), e o Db na 2ª casa (meio tom abaixo). Fácil, não? com a leitura, tanto faz se a nota que estamos procurando é um
Uma consequência do uso dos acidentes que costuma gerar um C# ou Db – o importante é encontrá-la – e ambas estão no
confusões, principalmente entre os iniciantes, é a enarmonia. Enar- mesmo lugar: a 2ª casa da 5ª corda.
monia é uma situação em que um mesmo som recebe dois nomes Agora podemos completar os espaços em branco da tabela
diferentes. Veja: o Db foi encontrado na 2ª casa da 5ª corda. anterior:

corda solta 1ª casa 2ª casa 3ª casa 4ª casa


As notas dessa tabela estão em uma sequência im-
5ª corda 4J %Ø%Ø3Ï3Ï portante chamada Escala Cromática, em que todas
4ª corda .J 'È 'È 4PM as notas estão separadas por um intervalo de meio
3ª corda 4PM-È -È  tom. Toque a partir da 5ª corda solta, até a 4ª casa
2ª corda 4J %Ø %Ø 3Ï3Ï da 1ª corda. Use os dedos 1, 2, 3 e 4 para tocar as
1ª corda .J 3Ï'È 4PM4PM notas das casas 1, 2, 3 e 4 respectivamente: um
dedo para cada casa!

NOTE QUE NA AFINAÇÃO QUE ESTAMOS USANDO, A CEBOLÃO EM


MI, A 3ª CORDA SOLTA JÁ É UMA NOTA ALTERADA: SOL SUSTENIDO.

30 TOQUE FÁCIL PARA INICIANTES - V IOLA

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