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Neste dia 07 de outubro de 2022, não viemos aqui falar do fascismo, nem da fome, nem
do racismo, nem da homofobia, nem da intolerância religiosa; Não viemos chorar todas
as vidas perdidas pelo descaso durante a pandemia da Covid-19.
Viemos para a rua, com nossos corpos agradecer, bendizer e celebrar à vida, este é o
tema deste Auto que agora estamos iniciando, após dois anos de isolamento social.
Viva a vida de todas e todos aqui presentes e as vidas daqueles que se foram, nossos
amores, nossa Ancestralidade.
Vamos agir a favor de toda a vida sobre a terra: floresta, animais, águas, humanidade. A
favor das águas da nossa Amazônia, das terras indígenas, da Mãe-terra, do ar que
respiramos, ar que é vida que pulsa, oxigena nossos corpos.
A vida pulsa, é para Agradecer, bendizer e celebrar a vida que viemos agir.
Vamos delirantes, desejar que a alegria se alastre neste cortejo, atravessaremos as ruas
em um breve e efêmero espaço de tempo. Seguiremos desejantes de vencer a angústia
que insiste em nos invadir os corpos. Que seja angústia! Um dia o amigo Padre Bruno
Séqui SECHI nos ensinou que “a angústia só é realmente angústia, se for alavanca para
um processo transformador”. Vamos alastrar nossas angústias, desejantes, delirantes,
amantes.
Estivemos por muitos dias preparando este cortejo, para o melhor espetáculo possível
nesta noite; que seja um ótimo espetáculo para todes! Vamos prestar nossa homenagem
à Virgem de Nazaré, simbolizada no nosso cortejo pelo manto que nos acompanhará
durante todo o trajeto até a Praça Felipe Patroni, e ao subir para o céu com a força das
nossas esperanças, concentraremos nossos pensamentos por um futuro melhor para o
nosso país.
A Universidade Federal do Pará, Escola de Teatro e Dança e atuantes deste cortejo,
orgulhosamente apresentamos o 28 Auto do Círio.