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de seu editor (Lei nº 9.610, de 19.2.98).

editor: Thiago Domingues Regina


projeto editorial: BookPro
coordenação editorial: Blenda Castro
revisão: Tamires Pereira Duarte Goulart
copidesque: Julia Rosa
versão digital: Fabio Martins
capa: Cris Ambrosio

e-ISBN 978-65-254-0280-2

Todos os direitos reservados, no Brasil, por


Editora Viseu Ltda.
contato@editoraviseu.com
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Entrega
A inovação é o desapego, Deixar-se conduzir,
Experimentar a entrega.

A inovação é andar livre dos medos do futuro,


Dos assombros do passado
E car passível nas mãos de Deus.

A inovação é aceitar viver a entrega, o abandono, a quietude,


Ela será tecida nas madrugadas de encontro,
Ele nos ouve a cada amanhecer,
A súplica é atendida,
O coração renasce,
A certeza vem: a única coisa que tenho
São vocês meus irmãos e irmãs de caminhada.
Viver

Na caminhada da vida,
Há tropeços e esperanças,
Quais caminhos seguir?
Quais fugir?

Como encontrar estas respostas?


Será que na chama de uma vela aos pés do redentor,
Na calmaria de uma noite estrelada,
Nas ondas do mar.

No silêncio do coração estará todas as respostas,


Torna-se revolucionário nos dias de hoje
Essa atitude de aquietar, não ir, não aparecer.
Meditar.
Contraste
Uma cidade: duas realidades.
Uma cidade: dois olhares.
Uma cidade: o poder
Uma cidade: as mãos dadas.

Uma cidade em que sonhamos ser possível pensar no


Bem de todos a partir das ações,
Do poder público para todos.

Uma cidade em que mulheres, homens


Crianças, e jovens pensam,
Promovam saúde, cuidam dos outros
E de si mesmo. Solidariedade.

A cidade é a mesma,
O público é o mesmo,
O serviço leva vida ou morte,
Dignidade ou humilhação.Minha cidade: patrimônio.

Minha cidade: solidária.


Minha cidade: altiva.
Minha cidade dos pequenos.
Semeadura

Ao frei Casimiro Witasiak, OP 18.06.19

Andando pela “velha” Goiás,


Que não aceita ser velha,
Descubro becos, pedras, trilhas,
Cachoeiras, monumentos.

Andando pela “velha” Goiás,


Descubro olhares, medos,
Alegrias, lutas, choros,
Vida vivida plenamente.

Andando pela “velha” Goiás,


Descubro a mim mesmo
Um novo ser.
Recebo destes encantos que me encantam.

Andando pela “velha” Goiás,


Amei, fui amado, plantei,
Colhi, sofri, pereci,
Virei semente.
Seguindo a Alma

Ao frei Marcos Lacerda, OP. 18.06.19

Na tarde de minha vida,


Entre tantas guerras, perdas e vitórias,
Surge o inesperado.
Quem era aliado volta-se às costas,
Preciso aceitar outras mãos no caminho.

As costas ardem pelos olhares incrédulos, As vistas cansam de


ver o que outros
Não enxergam,
A vida segue seu curso, desapontando e apontando.

Na tarde de minha vida,


Descobri que não se deve buscar
Agradar aos outros,
A delidade é comigo mesmo.

Não sinto mais os olhares julgadores,


Sigo a alma, a intuição de uma vida doada
E nunca sucumbida.

Viva a vida! Viva a luta!


Viva os pequenos!
Profecia viva em meio à humanidade.
Desembaçando
A ignorância cegou o ser,
Bradava saber quando na verdade nada sabia,
A teofania era um segredo.

Como escapulir de uma jaula,


Quando não se sabe enclausurado?
Como almejar por liberdade
Um ser envolto na ilusão?

Passamos anos vendo um raio de luz,


Acreditando ser toda a claridade.
Quando avistamos o sol atemorizamos,
O que é isso? Deus?

A alma precisa ser libertada


Para que o corpo alcance a plenitude,
O m é o começo ou
O começo é o m?
Curar-se
O jovem anda cabisbaixo pela vida,
O jovem encontra outros cabisbaixos,
O jovem percebe que não há solução,
A vida por um o está.

O jovem na busca encontra um cortante,


O jovem o passa pelo corpo,
Uma dor para aliviar outra muito maior,
Os braços sangram, a alma grita!

O jovem encontra um sorridente de mangas curtas,


Atemorizado descobre outras possibilidades,
O jovem encontra outros sorridentes,
O jovem no grupo cura-se a si mesmo,
Os braços do jovem podem car à mostra,
A alma foi libertada.
Revelação
Deus in nito que amo e busco,
Deus, compaixão, que se curva aos pequeninos, Deus,
mensagem de vida aos escravizados,
Deus, alegria dos humilhados.

Deus, Palavra sublime e incompreensível,


Onde está o Senhor?
Nas alturas? Nas nuvens? Nas crianças? Na natureza?

Deus, que buscamos toda uma vida,


Deus, que encontramos toda a vida,
Deus, amor que não cessa,
Deus da paz, da justiça, do amor,
Deus da caminhada. Deus da revelação.
Gratidão
Os galhos estão espalhados pela estrada,
Isso demonstra o quanto o vento forte estava,
Os carros andam receosos, cuidadosos,
Porque, aqui, algo maior que nós se manifestou.

O céu de imenso azul demonstra que a tempestade passou,


O verde nas matas mostra o quão agradecida está a natureza
pelas águas.
Os humanos trilham com medo,
A natureza mesma agredida alegre,
Como andar nesta vida aprendendo
Com a criação de ter gratidão?
Transformação
Se eu morrer amanhã a vida não acaba,
Se eu morrer amanhã a vida se transforma,
Se eu morrer amanhã, será que terei vivido tudo o que queria?
Será que vou partir incompleta?
As lágrimas serão minhas?

Se eu morrer amanhã, o adeus será para sempre?


Se eu morrer amanhã, a esperança terá acabado?
Se eu morrer amanhã, a verdade será conhecida?
Se eu morrer amanhã, terei amado tudo que queria?
Se eu morrer amanhã, a vida termina?
Muitas vidas nascerão amanhã,
Muitas histórias serão contadas,
Vishi! Santa ou pecadora?
Humana!
Esperança
Quando o sol nasce há uma alegria no ser,
Há um renascer de esperança, de possibilidades,
Quando o sol nasce os pássaros dançam,
Nas árvores, o orvalho se dissipa,
Salientado que tudo pode se transformar.

Quando o sol nasce os humanos saem a trabalhar,


Os estudantes a estudar, as crianças a brincarem,
O sertanejo já está pensando em almoçar,
Alguns pensam em descansar,
Assim, na ciranda da vida cada qual ocupa seu espaço.

Quando o sol nasce, a magia de Deus é revelada,


Quando o sol nasce, as mazelas humanas são reveladas,
Quando o sol nasce, os caminhos podem ser trilhados,
Quando o sol nasce, a vida renasce.
Arbítrio
Na noite escura o silêncio se ouve,
Na noite escura o medo se revela,
Na noite escura o amor acontece,
Na noite escura as estrelas brilham.

Na noite escura, escolho onde ir,


Se serei prisioneira dos medos e receios de viver,
Se opto por olhar para o céu e contemplar as estrelas,
Se em mim, perco-me de amor e prazer.

As noites escuras são espaços de descobertas,


De decidir os caminhos que queremos seguir,
As estradas que queremos trilhar,
Os sonhos que desejamos realizar.

Benditas as noites escuras que nos devolvem


A capacidade de discernimento, de escolhas, de buscas,
Benditas as noites escuras que me levam,
Aonde nem pensei que poderia chegar!
Buscas
No andar da carruagem,
Sinto o vento esvoaçando meus cabelos,
O frescor da tarde esconde o tremor do coração,
Onde andará o amor que estou a procurar?

Será que o encontrarei nas estrelas,


Nos sonhos, nos delírios da noite escura?
Será que um dia ao abrir os olhos,
Descobrirei que o que estava procurando já estava aqui?

Como amar o amor?


Como andar amando?
Como ser amor? Que o ser irradiado de amor que está em mim
Possa te alcançar onde estiver e aquecer
Teu ser, transbordando-o de amor.
Con ança na impotência
Um torpor invade meu ser.
Dentro de mim noite e dia
Vai crescendo...? Vai minguando...? Não sei.
Um monstro!!
Deito e co a pensar:
Impotência.
Con ança.
Con ar que será revertido.
Con ar que tudo dará certo.
Con ar que suportarei todas as di culdades da travessia.
Cada amanhecer uma nova luta.
No nal do dia uma grande vitória.
Em alguns meses a libertação.
Assim seja!
Viva com intensidade. Demonstre amor
às pessoas queridas.
Quando estávamos vindo da chácara, eis que havia uma árvore
enorme caída no meio da estrada. À primeira vista, quase
impossível retirar. Santo Deus! Voltamos à chácara para buscar,
ajudar e ver se conseguiríamos liberar a estrada. Ao chegar, um
vizinho que também estava vindo para a cidade viu a árvore
caída e voltou a sua residência para buscar uma motosserra
(Graças a Deus!). Não tinha como tirar só com machado. Aí
camos ali conversando, enquanto o trabalho ia sendo
realizado. Em meio às conversas, minha vizinha falou: “o pai dos
meninos acabou de morrer, ainda não contamos para eles.
Estamos indo à cidade para o velório. A família que vai contar.”
Este fato foi muito forte. Olhava para aquela criança alegre,
ajudando, brincando sem saber como seriam tristes suas horas
seguintes. Um menino muito trabalhador. Ajuda o pai, estuda,
joga bola, anda de cavalo, tem muitas habilidades. O irmãozinho
também tinha os olhos brilhando. Aquilo era uma festa.
Lembrei-me de uns anos atrás, quando meu pai se foi. Eu tinha
praticamente a mesma idade daquele menino. Meu coração
cou muito triste. Abracei-o. No silêncio do coração, rezamos
pedindo a Deus que cuidasse deles, da mãe e de toda a família. À
noite, fui lá ver como estava a família. Muito triste. Morrer de
repente – a pessoa é arrancada sem aviso – é muito difícil de
suportar. Vi isto nos rostos e falas dos familiares. Por isso,
comecei falando de amar e demonstrar amor. Vivemos, muitas
vezes, mais reclamando do que não temos, saudades das pessoas
que estão longe, de alguém que nos insultou e esquecemo-nos
de valorizar quem está ao nosso lado, que nos ajuda e caminha
conosco. Viver bem! Sem drogas! Sem desculpas! Ame! Promova
a paz! Seja a paz!
Transforma-ações
“Este mundo como conhecemos acabou”. Eu escutei esta frase
de Átila Iamarino, quando houve a decretação da pandemia de
covid-19 no ano passado (2020). Aos poucos, fomos percebendo
mudanças inimagináveis. Ruas dos grandes centros do mundo
vazias. O mundo parou. Nem sei se conseguíamos respirar
diante da perplexidade do que estava acontecendo. Um número
de mortes expressivo e, parecia, que os pro ssionais de saúde
iam perdendo a cada dia. Alguns relataram desespero diante do
momento. Não é fácil ver tantos irmãos tombando e não
conseguir acudir a todos.
Durante este ano, nossa vida mudou mesmo. As reuniões por
internet, paramos de nos encontrar com nossos amigos,
paramos de abraçar, de sair à noite, de dançar, as noites com
piadas intermináveis caram na lembrança.
Hoje, meio que destroçados, aprendemos a contar mortos,
doentes, curados. Olhamos, protegemo-nos, tentamos proteger
os que amamos e os que sequer conhecemos. Está sendo nosso
jeito de lidar com isso. Às vezes, indispomo-nos com alguns que
não aceitavam distanciamento, toque de consciência, agora não
faço mais isso. Cada um tem seu próprio caminho e despertar.
Tem também a lei para colaborar para que todos quem vivos.
Imagina a lei! Alguém precisa te obrigar a se proteger para
garantir a sua própria vida e a do próximo.
Em meio a tudo isso, nasceram sementes de esperança: muitas
pessoas exerceram a solidariedade, evitando uma pandemia
maior que seria a fome. Infelizmente, não conseguimos acudir a
todos, mas alguns receberam a ajuda necessária. Hoje, há
muitas campanhas ainda. Muitos empresários perderam seus
empreendimentos e vão ter que recomeçar do zero. Sem falar,
que neste tempo sem trabalhar as economias, se é que tinham,
foram sendo usadas no básico. Neste caso, o básico é a
manutenção da vida.
Agora, o sepultamento é na solidão. Ninguém chega perto, não
há lágrimas sobre o caixão, apenas a distância fria que é
aquecida pelas mensagens de irmãos que chegam pelas redes
sociais.
O mundo realmente não é o mesmo. Eu co preocupada em não
magoar as outras pessoas, quero que cada um se sinta amado,
consciente de seu valor, de seu trabalho, de sua missão aqui
nesta terra. Nós fomos escolhidos para lidar com um momento
ímpar. Devemos ter trazidos em nosso DNA elementos que nos
dão capacidade de lidar, resolver e aprender com isso. Sempre
falo: imagina os pesquisadores daqui uns anos, estudando essa
geração maluca que posta foto tomando vacina, que ajoelha
para tomar vacina, que faz política ao tomar vacina. Seremos
um pouco incompreendidos, porque eles não tiveram acesso à
dor, insegurança, medo, angústia que nossa humanidade
enfrentou e enfrenta nestes dias.
Não sei como sairemos dessa, mas tenho acompanhando as
orientações do Atila, dos pesquisadores, estudiosos, OMS e sei
que devemos manter a fé, acreditar que Deus provê as pessoas
de inteligência para desvendar mistérios e provocar cura.
Continuar fortalecendo nosso SUS, que acudiu todos os
brasileiros independentemente de cor, sexo, religião, formação,
posição social.
Agradecimentos:
Agradeço a Deus que me inspira e mostra sua vontade em
minha vida, A minha família que sempre mostrou os caminhos
de Deus e da solidariedade. E as comunidades de base, aos
dependentes de substâncias psicoativas e seus familiares,
equipe de trabalho, que contribuem, juntos, para o meu
crescimento nesta vida.
Sumário

Entrega
Contraste
Semeadura
Seguindo a Alma
Desembaçando
Curar-se
Revelação
Gratidão
Transformação
Esperança
Arbítrio
Buscas
Con ança na impotência
Viva com intensidade. Demonstre amor às pessoas queridas.
Transforma-ações
Agradecimentos:
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