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4? Si scoenenersconcenanachonsa ronoAvOLaCA cessas varias unidades de medida para pressio so mostradas abaixo: CAPITULO. 2 Fendémenos Ondulatorios 1 Pa = 1 Ni/m' = 10 dina/em’ IE grande a variedade de fendmenos ondvlatérios que existem na natureza, captados por nossos Orgios sensoriais, principal- ‘mente glhos ¢ ouvidos. ‘As ondas observaveis em tais fendmenos apresentam em comum o fato de transportarem energia pelo espaco sem trans- porte simultineo de matéria. A fim de melhor compreendermos a onda sonora, estu- daremos neste capitulo as proprcdades gerais dos fenGmenos ondulatérios. Russo, |.C. P Acdotica + Priconedsh cz Hol; Cadac a lereca tio 7a So Fado : Lo- wefe, 199%. Me Onda é uma perturbacio, abalo ou distiirbio transmitido atra- vés do vacuo ou de um meio gasoso, liquido ou sdlido. Ha uma variedade de ondas, por exemplo: ondas do mar, ondas uma corda ou mola, ondas eletromagnéticas, sonoras, etc. Tais ondas podem diferir em muitos aspecios, mas to~ das podem transmitir energia de um ponto a outro, através de grandes distancias, sem necessariamente haver transporte de matéria. Cada tipo de onda caracteriza-se pela oscilagio de uma ou mais varidveis fisicas que se propagam através do espago (Figura 2.1). Digitalizado com CamScanner * Bidimensionais ~ Quando se propagam em duas dimensbes ou em um plano formado por deis eixos, Bx: onda na égua. * Tridimensionais ~ Quando se propagam em todas as dire- bes, isto 6, no espaco. Ex.: onda sonora. . Figura 2.1 ~ Onda harménica simples. QUANTO A DIREGAO DA PROPAGACAO RELACIONADA A DIRECAO DA PERTURBACAO © ‘Transversais — Se a perturbacio for perpendicular & dire- ‘glo de propagacio da onda Ex: onda luminosa, onda numa corda (Figura 2.2). Tipos de Onda QUANTO A NATUREZA Dependendo do meio de propagacdo das ondas, elas podem ser classificadas em: ‘© Mecénicas ~ Sao ondas que se propagam em meios deforma veis ou eldsticos. Ondas numa corda, ondas na agua ¢ on- das sonoras so exemplos de-ondas meciinieas, que se oni- ‘ginam de_uma perturbagio ou distirbio em uma regio-do meio cléstico e sio transmitidas sucessivamente de um ponto a.outro, As-particulas do meio vibram somente ao redor de ‘suas posigbes de equilfbrio, sem se deslocarem como um pop uname [eonnTalionsae ‘+ Nao-Mecéinicas~ So ondas que ni necessitam de um meio material para sua propagacao € s4o constituidas por varia- des de campos elétricos e magnéticos. A onda luminosa atrayessa 0 espace interestelar praticamente vazio, sendo, portanto, uyya onda-nio-mecinica, também chamada de ele- tromagnéticas,- QUANTO A DIRECAO DE PROPAGACAO, * Unidimensionais - Quando se propagam em uma s6 dire gio ou segundo a dirego de um cixo. Ex.: onda numa corda. jgura 2.2 ~ Onda transversal numa corda Digitalizado com CamScanner + 36 JAbdstca stconcistica APUCADASAFONOAUDIOLOGIA * Longi Propagacio. Ex: onda sonora, onda numa mola (Figura 2.3). = Se a perturbagio for paralela a direcio de Figura 2.3 ~ Onda longitudinal numa mola. QUANTO A DURACAO DA PERTURBACAO NO MEIO * Solitsria ~ Quando a fonte emite apenas um pulso ou per- turbacao, sendo uma onda tinica Ex: uma inica sacudidela em uma corda tensionada pro- dduz um pulso. * Trem de ondas ~ Quando uma sucesso de pulsos move-se a0 longo do meio. =“ Ex: aplicando-se algumas sacudidelas na corda tensionada produz-se uma sucesso continua de pulsos, os quais, emi- tidos em iguais intervalos de tempo, geram um trem de on- + das periédicas. ONDAS ESTACIONARIAS OU PROGRESSIVAS ‘Na onda progressiva, cada particula do meio vibra com a mes ma amplitude, enquanto que numa onda estacionsria a ampli- tude depende da posicio do ponto, sendo maxima nos ventres de vibragio. Nas ondas estaciondrias todos os pontos do meio cariruio 2 renowenos oncuLsténs 37 ‘oscilam com a mesma freqiéncia, exceto os nés, que esto, permanentemente, em repouso. AS ondas sonoras produzidas na fala so progressivas, enquanto que as originadas no interi- ‘or de uma flauta sio estaciondrias, isto é, possuem mesma fre- iiéncia e amplitude, mas diregées opostas. A formacio de ondas estaciondrias € critério seguro para ccaracterizar a natureza ondulat6ria de um fendmeno e permite determinar 0 comprimento de onda correspondente (OKUNO ¢ col., 1982) (Figura 2.4). Figura 2.4 ~ Ondas estacionérias numa corda fixa em ambas as exirernidades. Superposi¢ao de Ondas A superposicao consiste no fato de duas ou mais ondas atingi- rem a mesma regido do espaco, simultaneamente. Quando isso ocorre, as ondas atravessam umas as OU- tras, sem se modificarem e cada ponto do meio elistico em que se propagam obedece ao prin ciado: a perturbagio resultante em cada ponto do meio durante, a superposigao é igual & soma das perturbagées que seriam causadas pela onda, individualmente. as efeito da superposicio de duas ov mais ondas é chi mado de interferéncia. Quando o pulso resultante da superpos assim enon igitalizado com CamScanner 38 ActisICa ESICOACIBTICA APLICADAS A FONOAUDIOLOGIA ‘cdo € maior do que qualquer um de seus componentes, ocorre a interferéncia construtiva, positiva ov negativa (Figura 2.5. is . ta26 Figura 2.5 ~ Syperpasic20' de ondas ~ intereréncia construtiva Se um dos pulsos € invertido em relacZo ao outro du- rante a superposicio, tendem a se anular, dando origem a uma interferéncia destrutiva. principio de superposicio aplica-se tanto para ondas ‘meciinicas quanto para eletromagnéticas, quando o deslocamen- to do ponto em tomo de sua posicio de equilibrio nao for muito grande (Figura 2.6). . Cariruvo:rexbuanos onpuLaréaios 39 Figura 2.6 ~ Superposicio de ondas — intrieréncia destrutiva. A Forma de Onda fendmeno ondulatério 6 comumente registrado em um gré- fico que representa o movimento das particulas materiais em fungio do tempo. Um pulso ou perturbacio em uma corda longa, fixa em ‘uma de suas extremidades, € gerado quando movimentamos sua ‘extremidade livre para cima e para baixo, com igual destoca- ‘mento vertical. (© movimento ondulatério resultante revela a existéncia de pontos permanentemente iméveis em suas posigies, de- rnominados nds ou nodos de vibracio, onde a amplitude é mula. Sitwados entre os nds € com 0 crescente afastamento dos mes- ros, encontram-se os ventres de vibragio, onde a amplitude € ‘méxima, Quando o ventre de vibracio esti voltado para cima 6 denominado crista ¢, quando esti voltado para baixo, vale. ‘A distancia entre duas cristas ou dois vales consecutives é cha- ‘mada de comprimento de onda (¥). Digitalizado com CamScanner 40" smicn epsiconcsmcn APLcADAs A FONDAUDIOLOGA A figura 2.7 mostra a representagio gréfica do movi- mento ondulatério, que reflete um movimento harménico sim- ples, também chamado de movimento senoidal. Este tipo de representagio é denominado forma de onda € nio-€ restrito somente ao deslocamento, mas também pode representar velocidade, aceleracdo, forca, pressio, etc. em fun- Go do tempo (SPEAKS, 1992). Figura 2.7 ~ Comprimento da onda (i). Onda Sonora ‘Uma onda sonora é prodvzida por um elemento vibrador ou fonte, que pode ser desde um cristal, uma corda, um tubo, uma membrana, uma placa que, quando estimulado, é capaz de pro- duzir perturbacdes ou variagdes na densidade do meio ao seu tedor, como conseqiiéncia do aumento ou diminuigao da pres- io sonora. Pelo fato das particulas materiais, que transmitem 4 onda, oscilarem paralelamente & direcio da propagacio, as condas sonoras sio longitudinais, iia vez que necessitam de um meio material para se Propagarem, pois no se propagam no vacuo,.as ondas sono- ras sio mecénicas. Além disso, sio tridimensionais, pois sua Cantruto 2: FENOMENOs onDuLATORIOS. 41 propagacio é feita em todas as direcoes, ou seja, no espago (OKUNO e col., 1982). ‘A figura 2.8 ilustra a variagéo do comprimento de onda de duas ondas sonoras de freqiéncias diferentes, propagando- se no ar € na Agua em velocidade de propagacio constante an Acun 1200 V Site se “Tengo # Figura 2.8 ~ Variago do comprimento de onda em diferentes meios. Digitalizado com CamScanner CAPITULO Natureza da a m Onda Sonora Se perguntarmos a um individuo o que é som, ele responderé: “som € tudo aquilo que ouvimos”. Para o fisico, 0 som & uma forma de energia vibratéria que se propaga em meios elésti- Cos. Para 0 psicélogo 0 som é uma sensacdo inerente a cada individuo. Ao fisiologista interessa a maneira pela qual o som ‘caminha pelas vias auditivas até atingir 0 cérebro. Se analisar- mos cada uma das respostas dadas, verificaremos que todas esto corretas, pois cada profissional lida com 0 conceito de ‘som de acordo com o interesse e a necessidade de sua area de conhecimento. Entretanto, observamos uma interdependéncia dessas areas, ou seja, 0 Psicdlogo necesita das informagées do fisico para poder comparar as sensacdes de freqiiéncia e inten- Sidade com os atributos fisicos mensuraveis do som que, por Sua vez, as propiciam. A abordagem psicol6gica na definicdo do som parece ter um apelo intuitivo, pois pode ser mais facil @ compreensio dos eventos fisicos que caracterizam 0 som tendo como referéncia as sensagdes que estio associadas variedade de sons que nos estimulam fiamente. Entretanto, S¢ uma drvore cai em uma floresta e nao hi ninguém por perto ara ouvir, ainda assim existe som, pois as propriedades fisi- cas da fonte que gerou esse evento e do meio no qual ele foi transmitido ndo podem ser esquecidas na definicio de som (Davis, 1970). Muitos corpos podem servir como fontes sonoras: as cordas de um instrumento musical como 0 violio, uma membra- na de um tambor, uma barra no xilofone, etc. Todavia, hd um ceercal 0 indispensivel para um corpo funcionar como Toute Sonor = precisa ser capaz de vibrar. Se um corpo pode Ser pos Digitalizado com CamScanner ‘CAPHTULO3:NATUREZA DA ONDASONOEA. 45 + "BY facismensrsiconcisrca APUCADASA FOROAUDIOCIA to em movimento vibratdrio ele necessita de duas propriedades fisicas que sio inerentes a cada corpo: massa e elasticidade. Quando algo faz com que uma fonte sonora vibre ov ‘oscile, um evento sonoro ocorteu € este pode ser transmitido para algum meio. © ar é provavelmente 0 meio mais comum de ser encontrado, mas outros meios como, por exemplo, gua, fios, cordas ¢ ago também so capazes de transmitir som. D2- vido ao fato das estruturas maleculares terem massa e elastici- dade finitas, elas so capazes de funcionar tanto como fonte de um som quanto como meio para sua transmissio. Embora as propriedades que permitem uma estrutura funcionar como uma fonte de som sejam essencialmente idénticas as proprie- dades que permitem a um meio transmitit som, € conveniente descrevermos separadamente as propriedades do meio de trans- missio e as propriedades da fonte (SPEAKS, 1992). Propriedades do Meio de Transmissao Massa é a quantidade de matéria que esté presente ov 0 ele- ‘mento de um sistema mecdnico que representa a matéria que o corpo possui. O ar é uma matéria gasosa, mas a definigio de massa inclui duas outras formas de matéria: liquidos e s6lidos. ‘A massa é freqientemente confundida com o peso e € impor- fante distingui-los. Enquanto a massa se refere & quantidade de matéria presente, 0 peso refere-se & forca gravitacional de atra- (Go exercida sobre a massa pela Terra. O peso de um objeto € diretamente proporcional 3sua-thassa, mas sao conceituilmente diferentes. Peso é uma forca: massa é a quantidade de matéria presente. Devido & forca de gravidade, as moléculas da atmos- fera se acumulam préximas & superficie da Terra. Hé, portan- 10, uma forca ou pressio exercida para baixo as moléculas ‘io comprimidas em um menor volume, 0 que aumenta a den- Sidade. Densidade 6, entio, a quantidade de massa por unida- de de volume, Elasticidade & a segunda propriedade de um meio de transmissio, Toda matéria gasosa, Ifquida ou solida sofre di torgao tanto na forma quanto no volume, ao ser exercida uma peels Rea eeia ae forga sobre cla. Entretanto, acima de tudo, toda matéria se ccaracteriza pela tendéncia de se recuperar dessa distorcio. A propriedade que permite a recuperacao da distorcao, tanto de forma quanto de volume, é denominada elastcidade ou q pos: ide os corpos tém de voltarem rma ¢ tamanho originais, uma vez retirada a forca que os levau.a deformé ‘fo. Em relagao a0 af, © conceito de clasticidade Tendéncia do volume de ar retornar ao seu volume anterior apés ‘compressio. . Propriedades da Fonte Sonora ‘Um objeto que pode servir como fonte sonora é 0 diapasio, ‘mostrado na figura 3.1. O diapasdo € uma barra metélica em {forma de U. As hastes do diapasao possuem massa clasticida- e, o que faz com que retomem & posicéo original ap6s terem igitalizado com CamScanner 4G ACUSTICA EFEICOACISTICAAPLICADAS AFONOAUDIOLOGIA sido deslocadas. Ao serem postas em vibragio, as hastes execu~ tam um movimento de vaivém em ditegdes opostas. A posigio das hastes, antes que uma forca seja aplicada, € chamada de posicio de equilfbrio, mostrada pela linha cheia denominada XCA linha denominada Y representa 0 movimento das duas hastes para dentro, no momento em que a forca é aplicada. ‘A amplitude de deslocamento € proporcional & magni- tude da forca aplicada. Em outras palavras, quanto maior for a forca exercida sobre as hastes do diapasao maior sera a ampli- tude de deslocamento destas. Apés atingir 0 ponto méximo de deslocamenta, representado pela linha pontilhada denominada Z, o movimento das hastes € interrompido momentanéamente «, entdo, devido & elasticidade, retornam & posicéo de equi brio. A razio pela qual as hastes continuam a se mover, pas- sando pela posi¢ao de equilfbrio até 0 ponto de deslocamento méximo, é explicada pela primeira das trés Leis do Movimeri- 10 de Isaac Newton: “Todos os corpos permanecem em repou- 50 04 em um estado de movimento uniforme, a menos que outra forca aja em oposic¢ao”. Em outras palavras, nenhurna forga é requerida para manter as hastes em movimento pelas suas po- siges de equilibrio, mas uma forca de reagio seré’necesséria para parar esse movimento, Essa propriedade, mencionada pela 1° lei de Newton, é conhecida como inércia e essa lei pode ser enunciada como a tendéncia de um corpo em movimento permanecer em movi- mento ea tendéncia de um corpo em repouso permanecer em repouso. A cuantidade de inércia que um objeto possui € dire- tamenie proporcional @ massa do objeto. Devidp 8 jnturtigao destas duas forcas opostas, elastic dade e inércia,:as hastes do diapasdo continuam a mover-se e esto em vibracdo. © movimento vibratério consiste, entio, ene movimentos de vaivém de um corpo que apresenta massa elasticidade, como resultado de duas forcas opostas: inércia e elasticidade, 0 fato de que duas forgas esto operando, em vez de uma, € consistente com a 3* lei do movimento de Newton, que iz: “a cada forca deve ser associada uma igual forca de rea- ¢do em direzao oposta”. Essa lei nos diz que uma forca nio CCANITULO3: RATUREZA.DA ONDA SONORA. 47 pode existir sozinha. O movimento das hastes da posigio de equilfbrio a0 deslocamento méximo em uma diregao, voltando 4 posicio de equilfbrio e indo ao ponto de deslocamento mé- ximo na diregio oposta e, finalmente, retornando & posicao de equilfbrio € chamado de ciclo de vibragio. Movimento das Particulas de Ar” ‘Vimos anteriormente que massa € elasticidade so duas pro- priedades crticas, tanto da fonte quanto do meio de transmis- sio do som. Imaginemos 0 diapaséo vibrando em um meio como 0 at e observemos como 0 movimento das hastes afeta cada molécula de ar ao seu redor. Esses efeitos podem ser vis- tos na figura 3.2. Pariclas AecbopeEFG HIG Y_eeoe oe oe oe mpl Y 08 0 #000008 + Yo eowowoe oe Eq oe - oe mu Y 000 © of 0 © O° + Yo ec o eoeoe rere ee - Yee 0 oe 0 oe rp Y 000 6 080 @ 8 + Yo 008 0 eow o © rl Yo @ 080 © O80 — Y oe c eo o eq O00 * 080 ¢ of ‘pura 3.2 ~ Deslocamento de partfculas de ar individuais devido ‘a0 movimento vibratério de um diapasio, Digitalizado com CamScanner 448: “cosmca Epsiconcisticn APLICADAS A FONOAUDIOLOGIA As fileiras, de cima para baixo, representam as posigdes das hastes do diapasio e de cada molécula de ar em funcio do tempo, durante o movimento vibratério: equilfbrio, maximo deslocamento (+), equilfbrio, miximo deslocamento em dire- io oposta (-), equilibrio, ete. Cada coluna, da esquerda para a direita, mostra a posigio de uma simples molécula isolada, Na primeira fileira, as moléculas estio eqiiistantes umas das ‘outras, antes do movimento vibrat6rio. Imaginemos agora que © diapasio foi posto em vibrago durante algum tempo ¢ é possivel visualizarmos 0 movimento das moléculas de ar, uma uma, com o tempo. O movimento vibrat6rio da haste exerce uma forga na molécula A. Na segunda fileira, vemos que a molécula A foi deslocada de seu equilibrio até ponto de des- Jocamento méximo, movendo-se para a direita e para a esquer- a, de fileira 8 fileira, passando por sua posigao de equilib © movimento da molécula A, por sua vez, exerce uma forca sobre a molécula B, dando inicio ao movimento vibrat6rio, onde a aplicagao de forcas é efetuada de molécula a molécula, sucessivamente. Entretanto, quando falamos de ar, € mais conveniente uusarmos 0 termo massa de ar, em vez de molécula de ar, uma ‘vez que 0 movimento vibratério seré sentido por toda a mas- sa. Isso pode ser ilustrado na figura 3.3. © movimento das hastes do diapasio para o ponto de maximo deslocamento (+) produz uma condensacao ou com- presséo nas moléculas de ar. Em outras palavras, hi um aumen- to na densidade do ar devido & forga nas hastes comprimir as molécuilas em um volume'menot’Isso é chamado fase de com- presséo ou condensacao. Na medida em que as hastes retornam a posigio de equilfbrio a forca € aliviada e as moléculas de ar também retornam & posigao de equilibrio, havendo agora me- nos moléculas por volume de ar, isto é, menor densidade. Essa diminuicao da densidade é conhecida como fase de rarefacéo, em que o volume de ar € rarefeito. ‘CAPITULO: NATUREZA.DA ONDA SONORA 53 jgura 3.3 ~ Regiées de compressio e rarefacdo da massa de par- ticulas de at, devido ao movimento vibratério do diapaséo. ©Propagagao da Onda Sonora Voltando agora a onda sonora, que resulta do movimento vibra- A6rio de alguma massa, suponhamos que uma fonte sonora seja estimulada como, por exemplo, 0 diapasio. A agéo produz uma ‘onda de compressio que se move através do meio. Como vimos anteriormente, cada molécula de ar apre- senta um movimento de vaivém com relacao & posigio de equi- Iibrio, mas nfio o faz em grande distancia. Devido a forga que foi exercida sobre a massa de moléculas, 0 movimento que estas apresentam produziré regides altermadas de alta densidade (com- presso) e baixa densidade (rarefacio) ¢ esse distirbio é entao propagado através do meio. Digitalizado com CamScanner 530. ActisTica ESICOACISTICA APLICADAS A FONDAUDIOUOGIA ‘caviruto : WATUREZA DA onDs souEA. 51!” Movimento Circular Uniforme - Movimento Harménico Simples ‘Chama-se movimento circular uniforme aquele que ocorre quan- to um corpo se move ao redor da circunferéncia de um circu- Io a um constante nimero de graus de rotacao por segundo. £ também denominado movimento harménico simples ou mo- vvimento senoidal. A figura 3.4 mostra 0 diagrama esquematico de um ponto movendo-se em sentido anti-horério a uma taxa constante a0 redor da circunferéncia de uma roda em 360° de rotagio em 1 segundo. 180", 050 | 08 as 270", 075 5 Figura 34 ~ Diagrama esquematico de um ponto movendo-se 20 re- dor da circunferéneia de um ctculo a 360° de rotagio em 1 segundo. Neste exetiplo ocorre uma revolugio completa da roda €, portanto, do-ponto, em 1 segundo. Devido ao fato do ponto mover-se a 360° durante a revolugéo, a roda gira a uma taxa vniforme de 1° por 1/360 segundos. ‘Tentaremos agora estabelecer uma relacio entre 0 con- ceito de que o movimento de vaivém das moléculas de ar é analogo a0 do ponto que se move na circunferéncia do circulo ‘a uma taxa constante (Figura 3.5). Figura 3.5 ~ llustrago da projecio do movimento circular uniforme, criando uma sendide. (HIRSH, 1). The measurement of hearing (p. 20), New York, McGraw-Hill, 1952). Uma das melhores explicacbes foi dada por HIRSH (1952), que colocou um individuo sentado numa roda gigante, apon- tando uma luz de lanterna na direcéo de uma parede que se mo- vimenta da direita para a esquerda. O limite superior da imagem visual projetada na parede acorreré quando o indivi- duo estiver no topo do caminho percorrido pela roda € 0 infe- rior, quando estiver embaixo. O ponto médio corresponderé & posigio inicial (repouso). Nesse ponto podemos observar que © movimento circular pode ser projetado como retilineo. PROJEGAO DO MOVIMENTO CIRCULAR UNIFORME A figura 3.6 mostra mais detalhadamente 0 movimento circu- lar uniforme projetado - movimento harménico simples. O circulo a esquerda representa a roda gigante com 0 individuo sentado na cadeira. O ponto P, é 0 definido como o ponto de partida ou de repouso e pode ser também denominado de 0°. individuo entao é posto em movimento anti-horirio ao re- dor da toda, passando pelos pontos P, P,, etc., até completar uma volta. A excursio ao redor da roda € marcada com inter- valos de 45° e, ao final de uma rotacio completa, o passageito teri percorrido 360°. A dircita da figura 3.6, encontra-se a projegao daquele movimento circular, tal como a imagem pro- igitalizado com CamScanner 52) acismca ePsiconcusTicA APLICADAS A FONOAUDIOLOGIA jotada pela luz da lanterna na figura 3.5, A tinica diferenca é que a parede rodou 90° em relacio & sua posicio na figura 3.5 de forma que o circulo e a projecio aparecem no mesmo pla- no bidimensional. A projecio é, entio, a forma da onda (senoi- dal). Quando o passageiro encontra-se no ponto P, esta locali- zado no que chamamos “linha de base” ou de referéncia. A medida que a roda gira para cima, o passageiro ¢ a projecio séo deslocados da linha de base nessa direcao. A 45° (P,) de Totagao, a linha pontilhada horizontal indica exatamente onde a projegio estaria nesse ponto. Entre 45° e 90°, o passageiro percorre a mesma distincia (0 mesmo niimero de graus) pet corrida entre 0° e 45°, mas a magnitude do deslocamento li- near acima da linha de base é menor entre 45° e 90° do que o € entre 0° ¢ 45°. A.90°, é dbvio, a altura da curva projetada est no maxi- ‘mo, 0 que corresponde ao ponto mais alto atingido pelo pas- sageiro acima da linha de base. Entre P, e P, o passageiro movimenta-se para baixo e a projecio também se move nessa diregdo negativa. Na posi¢io P, a altura do deslocamento é a mesma que em P, e, de modo similar, P, corresponde a P, e P, corresponde a P,. P, corresponde ao deslocamento maxi- mo acima da linha de base (90) e P, corresponde a igual altu- ra maxima de deslocamento abaixo da linha de base (270°). De P, a P, 0 passageiro ea projecio estio subindo para a linha de base para completarem um ciclo de rotagio, que corresponde 2 360°. Quando 0 passageizo alcanca 0 topo do circulo, 0 que corresponde a 90° de rotacao (3/4 de ciclo), a projecdo atinge a altura maxima naquilo que, podemos chamar de diregiv po- sitiva de deslocamento. Quarido 0 passageiro completou exa- tamente metade do circulo, 0 que corresponde 2 180° de sota~ io, a projegio esté exatamente na mesma posigio que estava quando em repouso, isto 6, no ponto de partida. O deslocamento méximo na direcdo negativa ocorre quando 0 passageiro com- pletou 270° de rotagio e, finalmente, quando 0 movimento 20 redor da citcunferéncia € completo, 0 passageiro retornou a0 ponto de partida, 0 que corresponde a 360° de rotagio e a pro- jegio volta ao ponto de deslocamento zero. Uma rotagio de 360° € definida como um ciclo, que ¢ idéntico 4 nossa defini- CCAPFTULD3: NATURELA DA ONDA SONORA. 53 gio prévia: um ciclo corresponde ao deslocamento do equilt- brio ao maximo, de volta ao equilibrio, ao minimo e de volta 20 equilibrio, isto é, de 0° a 180° e 360°. O deslocamento ‘méximo corresponde a 90° (+) ¢ 270° (-) (SPEAKS, 1992). @ em graus Figura 3.6 ~ Projecio do movimento circular uniforme. Digitalizado com CamScanner CAPITULO. Dimensées da Onda Sonora ©0866 6088 Freqiiéncia (f) e Perfodo (T) g 2 s S a € & 6 € S 8 9 3 & N £ Chama-se fregiiéncia (f) 0 mimero de ciclos que as particulas materiais realizam em I segundo. A expressao ciclos por se- gundo foi substituida por hertz (Hz) em homenagem ao fisico alemao Heinrich Hertz, sendo esta a unidade de medida usada internacionalmente. Como vimos anteriormente, as ondas so- noras, propagadas através do ar ocorrem em sincronia com a vibrago de uma fonte sonora como o diapaso. A taxa na qual a fonte sonora vibra em hertz (Hz) é conhecida como a sua fre- giiéncia que, por sua vez, & determinada pela densidade e pelo comprimento das hastes do diapasio. Jé o periodo (T) é defi- nido como a quantidade de tempo, em segundos, requerida ‘para as particulas materiais completarem 1 ciclo. Freqiiéncia e periodo sio reciprocamente relacionados: @6oOe Em outras palavras, a freqiiéncia (f) € 0 inverso do perio- do (T). Se a freqiiéncia é expressa em hertz, o perfodo ser expresso em segundos. Existem outras alternativas comumente usa- das para descrevé-los ¢ estas podem ser encontradas na tabela 4.1. © @G6SOS460088080808 5G! ALtsTICA EPSICOACUSTICA APLICADAS A FONOAUDIOLOOIA Tabela 4.1: Unidades de medida para freqbéncia e perfodo fi Peiiodon _Taiatiphendey Z 1 sepiido ane uiloheriz-(KH2) 1.000 © © << milisegundo:. +s 0,001 3610s ‘megahertz (MHz) 2, 1.000.000,.5 ° “micresegunda® =0,000007MO. Bigahenz (GHz). 1 1.000.000.000°8. Inafosegundo = 0,000000001 Os A partir da tabela 4.1 podemos verficar que 1 quilohertz (KHz) = 1.000 Hz; 1 megahertz. (MHz) = 1.000.000 Hz ow 1,000 kHz, etc. Para perfodo, um milisegundo € 0,001 (1 mi- Iésimo) de segundo; um micrasegundo é 0,000001 (1 milioné- simo) de segundo, etc. Entretanto devemos observar, se a fre- gigncia for expressa em quilohertz, 20 calcularmos 0 periodo, © resultado seri em milisegundos e nao em segundos; se mega- hertz, em microsegundos, etc. Esses multiplicadores sio encontradas para designar faixas amplas de freqiéncias como aquelas utilizadas pelas estagdes de rédio, de TV, como, por exemplo: AM = 550 a 1.600 kHz - FM = 88 a 108 MHz - VHF = 54 a 216 MHz - UHF = 470 2 890 MHz. Teoricamente existem ondas sonoras de qualquer fre- quéncia. Entretanto, 0 ouvido humano é sensfvel somente aos sons cuja faixa de freqiéncias sc situa entre 20 ¢ 20.000 Hz, denominada faixa audivel. Ondas sonoras situadas abaixo de 20 Hiz sio chamadas de infra-som e acima de 20.000 Hz. de ultra-som. . ‘A faixa de freqiiéncias-audivel difere para alguns ani- mais, tais como: * gatos = 10 Hz a 60 kHz * cies = 15 Hz a 50 kHz + morcegos = 10 kHz a 120 kHz * golfinhos = 10 kHz a 240 kHz Golfinhos, morcegos € mariposas sio animais que se Jocomovem na busca de alimentos ou fugindo de perigos atra- ‘carfruLo « pmeNsSes ox ONDA SONORA. 57 vvés de ondas ultra-sénicas que eles préprios emitem. A obser- vagio do comportamento desses animaig sugeriu a idéia do desenvolvimento do sonar, durante a2* Guerra Mundial, vie sando a deteccio de objetos (submarinos, minas, etc.) sob @ “gus, Tocalizando-os a grandes profundidades. Como: ultra- ‘som esti situado acima da faixa audivel pelo ser humano, pode fer usado com intensidades pequenas ou bastante elevadas Em baixa intensidade, o ultra-som visa a transmissao_ de energia a0 meio; em intensidade elevada, visa a producio de alteragdes no meio (OKUMO ¢ col., 1982). DETERMINANTES DE FREQUENCIA ‘A freqiéncia na qual uma fonte sonora vibra € governada pe- las propriedades da font, especificamente de sua massa ¢ rgi dex. A fregiténcia na qual o sistema oscila pode ser chamada de freqiiéncia natural do sistema. A freqiéncia natural & in- versamente proporcional & raiz quadrada da massa e direta- ‘mente proporcional & raiz quadrada da rigidea, isto é, ‘abemos, por exemplo, que a freqiéncia vibrat ria de um péndulo depende quase que inteiramente de seu comprimento. ‘Todavia, se a fonte sonora for uma corda vibrante, a fre~ qiiéncia de vibragio dependeré do comprimento, da massa & da tensto desta. Velocidade Angular (w) Hi ocasides nas quais € itil descrever a freqiéncia com rela- gio a chamada velocidade angular. Tomando por base 0 exem: plo do passageiro sentado na roda gigante que completa uma volta a 360° de rotagio, se 0s 360° de rotacio forem completa dos em 1 segundo, dizemos que a freqiéncia é de 1 Hz. Supo- rnhamos que a unidade de medida para freqiéncia seja grau de rotagio por segundo em vez de hertz. Neste caso terfamos 360°. por segundo como medida de freqiiéncia. Se dividirmos un oda em virios segmentos ou radians, verificaremos. que) Digitalizado com CamScanner 58 ACUSTICA EPSICOACUSTICA APLICADAS A FONOAUDIOLOGIA. Fase dependentemente de seu didmetro, 360° contém exatamente dois radianos, ou seja, 6,2832 vezes 0 comprimento do raio ou 3,1416 vezes 0 comprimento do didmetro da roda. Quando a freqiiéncia é expressa em radianos por segundo, a unidade de medida é chamada de velocidade angular (w) (Figura 4.1) Figura 4.1 - Demonstracao de velocidade angular. Se considerarmos uma roda contendo agora quatro ponios de referéncia (A, B, Ce D) em vez de apenas um, isto é, quatro individuos sentados a 90° de intervalo e cada um segurando ‘uma lanterna e apontando para a parede em movimento, qua- tro projecoes senoidais poderao ser observadas & direita da fi- ‘gura 4.2. As quatro curvas nao podem ser superpostas pois cada passageito esté sentado em pontos diferentes 20 redor da cit- Eunferéneia da roda Assim, dizemos que B esti a frente de A em 90°, C esté a frente de A cm 180°, assim por diant importante fembrarinds que as quatro projegées senoidais tm cxatamente a faesma freqiéncia e amplitude, diferindo apenas naquilo que chamamos de fase jinicial. A onda B inicia a 90° enquanto a A inicia a 0°; a Onda C a 180° e a onda D a 270° Por fase inicial entendemos 0 deslocamento, em graus, a par- tir de 0° no instante em que a vibracdo ou rotagao tem inicio. Portanto, as quatro curvas representadas na figura 4.2 apresen- tam fases iniciais diferentes. 'A fase angudar, também chamada de fase instantinen 6 0 Angulo de rotagiio em qualquer momento especifico de tempo. CcaTiTULD E-DMENSOES DA ONDA NORA. 5 ‘eum cae freqiléncias dos movimentos vibratirios di- eons moverio em fase ou fora dessa fase em vez = manterem uma fase de separacéo constante, mesmo que os inicios dos movimentos sejam os mesmos. A fase angular tam- ‘bém pode ser descrta em termos de radianos em vez de graus. radiano, 90° Se 360° corresponde a 2x radianos, entao 0° = n/2 (1/4 de 2n), 180° = x (1/2 de,2n) € 270° = 2) (SPEAKS ¢ col, 1982). (Figura 4.2) ' © 1 (Tem) Figura 4.2 ~ Demonstragio de quatro projesBes senoiais de mes- ma freqiéncia e amplitude, mas com diferentes fasesinicias. Amplitude(A) ‘A outta dimensio da onda sonora é a chamada = que (pontelas materia de sux posgco de eurior 8 ampli: ‘quando é medida em um tempo ou de pode ser instantinea, ngulo de rotagio definidos; pode ser méxima, também deno- rinada de amplitude de pico ¢ corresponde em uma onda senoi- dal 2 90° ov 270°; ¢, finalmente relacionada & raiz média qua- Uética (rms) dos desvios da pressio sonora (Figura 4.3). ‘Veremos posteiormente que a amplitude relaciona-se & intensidade sonora, sendo um dos processos fisicas utilizados nna media desta, juntamente com a pressio ¢ a energia (rans- portada pelo som. Digitalizado com CamScanner 68 | AcUsTICA EPSICOACUSTICAAPLICADAS A FONOAUDIOLOIA w " Pico fsimo Pico pico 3g 4 g 2 3s 2 as s* 0 25 t « 2 2 H Li. 4. 1, B 90 180 270 360 0 em graus Figura 4.3 ~ Distribuiggo senoidal da pressio sonora instantanea para duas ondas sonoras de mesma frequéncia, mas de diferentes amplitudes. A figura 4.4 representa a distribuigio senoidal de duas ondas sonoras de mesma amplitude que, todavia, diferem em fregiiéncia. Amplitude Figura 4.4 ~ Distribuigdo senoidal de duas ondas sonoras de igual amplitude, mas de diferentes frequéncias. CCaPfTULI«:DIENSOES BA ONDA SONORA GT Qualidades da Onda Sonora As dimensées ou atributos da onda sonora esto relacionadas as qualidades: altura, intensidade e o timbre, embora este dl- timo seja uma qualidade ndo do som, mas da fonte sonora que © produziu. , ° ‘A-aliura € a qualidade relacionada a fregiiéncia da nora que, POF nos permite classifica-Ta em uma escala que varia de grave a aguda. ‘Quanto mal i ais agudo € 0 som, Quanto Mais baixa for a freqtiéncia, mais grave ele o seri. Ainda com relacao & frequéncia, é importante observarmos que os ter- mos alto ¢ baixo referem-se a ondas sonoras de alta ¢ baixa fre- agiéncia, sendo, partanto, equivalentes aos termos agudo e grave Ennio A intensidade sonora, como geralmente sH0 empregagos Fintensidade € uma qualidade relacionada tanto a amplitude da onda sonora quanto d sua presséo efetiva ¢ sua Trergia transportada, permitindo-nos classificd-la dentro de ‘uma escala que vaTia de feaco-a forte Dessa mancira. quanto maior for a amplitude, a pressio efetiva ¢a energia transportada {Fels onda sonora mais forte 0 som, Quanto menor for, mals fraco ele o sera. Ofimbre néo é'uma qualidade do som, mas sim da ara) Por meio dele podemos diferenciar, por exemplo,, ‘a mesma nota musical emitida por instrumentos diferentes, sgragas A contribuigio das diversas freqiéncias harménicas de que se compa tim som denominado complexo (RUSSO € col.» 1984), O estudo das ondas complexas e dos tipas de sons seré realizado no préximo capitulo, quando ento voltaremes a abor- dar essa qualidade da fonte sonora. Digitalizado com CamScanner CAPITULO : ie) Tipos de Onda Sonora Dependendo do niimero de freqiiéncias presentes na onda ela pode ser classificada em: onda senoidal, onda complexa e onda periédica, Onda Senoidal Denomina-se 1 proveniente de uma relagio que contém uma funcdo de seno. Dela nominada de indamental, cuja representacio esquemitica da forma da onda pode ser encontrada na figura 5.1. Deslocamento Tempo Figura 5.1 - Onda senoidal, também chamada de tom puro. 'SSOOS SS SSCOSSS SHS HOHHHOGHOSSHHOGD Digitalizado com CamScanner ** 64 ¥ actismca & psiconCOSTICA APLICADAS A FONOAUDIOLOGIA ‘CAPITULO &: 71908 DE ONDA SONORA. 65 0 tom puro nio é encontrado na natureza, sendo gera- RE Onda Sercidal ie bFonema /s/ Tom de corda voral do eletronicamente, Encontra grande aplicagio na érea de au: Giologia, mais especificames bi ds Sanne auditi- Va, isto é, na delerminacéo dos limiares sonais do ndividuo, realizada com 0 uso dpfaudidmetros calibrados, Onda Complexa ‘Uma onda complexa pode ser definida como sendo qualquer ‘onde sonora composta de uma série de sendides simples que podem diferir em amplitude, freqiiéncia ou fase (Figura 5.2). ‘Amplitude —> ti — avopl Tempo —> Figura 5.3 — Representagdo das virias formas de ondas geradas pelo ‘tom puro e sons complexos de fala, igura 5.2 — Onda complexa, resultante da soma de trés ondas senoidais. Este teorema foi primeiramente propesto por um mate~ mético francés que viveu na época de Napolejio 1 chamado Joseph Fourier, A série de ondas senoidais que combinadas formam a onda complexa € conhecida como Série de Faurier, ‘em homenagem a esse matemitico. Dessa série deriva um pro- cesso denominado Andlise de Fourier, que significa que qual quer forma de onda complexa pode ser decomposta ou anali sada para determinar as amplitudes, freqiéncias e fases das ondas senoidais que a compéem. Tpdas as ondas sonoras po —{ jem ser classificadas com relagio & presenca ou auséncia 06 periodicidade e ao grau de complexidade da onda, A vor humana e o sb produzido por instrumentos mu- sicais constituem alguns exemplos de sons complexos, ou seja, constituidos por mais de uma freqiiéncia, A figura 5.3 mostra uma comparacio da onda senoidal com trés ondas complexas ¢ suas respectivas formas de onda. (0 grau de complexidade de uma onda sonora complexa depende do nimero de ondas senoi- dais combinadas, bem como dos valores dimen- sionais especificos de amplitude, freaiténcia fase dos componcntes senoidais” (FOURIER). )- Digitalizado com CamScanner 66 ACUSTICAESICOACISTIC APLCADAS AFONOAUDIOLOOIA Onda Periddica Quando a onda sonora se repete a iguais intervalos de tempo ela € conhecida como onda periddiea, isto é, as caracteristi- cas do ciclo da onda sio duplicadas exatamente nos demais ciclos. Tanto as ondas senoidais quanto as ondas complexas sio tipos de ondas periddicas (Figura 5.4). | Figura 5.4 ~ Onda peri De acordo com o Teorema de Fourier, qualquer onda Mf complexa consiste em um niimero de ondas senoidais simples somadas. Entretanto, para que uma onda complexa seja peris- dica, seus componentes senoidais no padem ser selecionados %o-acaso. Em vez disso, precisam obedecer a um requisito matematico, chamado de relacéo harménica. © termo relacio Te-compoem a sere devem ser multiplas integrais (niimeros Inteitas)- a reqiéncia senoidel de- mets Pa equéncia da ‘série_Todas as sendides incluidas na st irie harmGnica sao cha- madas de harmOnicos. Estes, por sua vez, Si numerados, con- secutivamtntes & i é ‘qéncia fundamental (f,), conhecida como primeiro harménj- c0 de fy fy fa. até a mais alta, ov al€ 0 dltimo componente da série harmonica (Figura 5.5). For exemplo, no caso da freqiiéncia fundamental ser de 100 Hz, os demais componentes senoidais, isto é, os harmoni cos da onda complexa serio 200 Hz, 300 Hz, 400 Hz, e assim por diant, sendo essas freqUéncias miltiplas integrais da fun- damental, Assim, para compreendermos melhor 0 conceito de timbre; suponhamos agora que a nota musical Id, cuja frequén- CAPFTULD 5: T9708 DE ONDA SONORA 67 5 Figura 5.5 ~ Representacio da série harménica cia predominante e fundamental € de 440 Hz, seja tocada em um instrumento como 0 violéo e, a0 mesmo tempo, a0 piano ¢ no diapasio. Certamente, 20 ouvi-las nao teremos maiores ¢i- ficuldades em diferencié-las, pois apesar de sabermos que se trata da mesma nota musical, a quantidade e a qualidade dos harménicos variard em funcao das caracteristicas fsicas de cada fonte sonora (Figuta 5.6). wae Aa hd ly [Ulises mI) Vie: as de ondas € especttos de freqiiéncia da nota Id ‘no piano e no diapasio. Figura 5.6 ~ Fo produzida no violino, Digitalizado com CamScanner +7 6B” pconéa rejconcisTicaArLicnDAs A FONOAUDIOLOGIA Somacao de Ondas Senoidais Harménicos, Parciais e Sobretons ‘Algumas vezes os componentes de uma onda complexa periédica so chamados de parciais sobre 7 Yarns. As designagées parciais € RarmOnicos sio sinénimos, desde que todos os componentes da série sejam maltiplos in- teiros da freqiiéncia fundamental. __ A palavra sobretom, encontrada na literatura musical, deriva do fato de que uma onda complexa pode ser descrita como consistindo em uma freqiiéncia fondamental ou tom fun- damental € uma série de outros tons cujas freqiiéncias esto acima da fundamental. Assim, 0 segundo harménico é primeiro sobretom, 0 terceiro_harménico ¢ 0 segundo ¢ assim por diante, A Telagio entre harménicos, parciais e sobretons pode ser encontrada na tabela SI. 7 Tabela 5.1: Relagio entre freqiéncia fundamental, harménicos, paras e sobretors em uma onda sonora complexa periddica Quanto maior for o niimero de ondas senoidais adicionadas & série harménica maior seré a mudanga resultante da forma da ‘onda complexa. Se observarmos a figura 5.7 verificaremos que ela mostra, & esquetda, trés ondas senoidais (S,, S, ¢ S,) de diferentes freqiéncizs e amplitudes, mas de fases inicias idén- ticas (0°). A freqiéncia exata de cada onda a ser somada é impor- tante e as duas freqiéncias mais allas devem ser harménicas ‘aviruuns TFos De oxDA SENORA, 68 dda mais baixa, isto 6, da freqdéncia fundamental. Podemos tam- ‘bém observar as formas de ondes resultantes da soma progres- siva dos componentes senoidais (C, e C,), ‘Amplitude ‘Tempo Figura 5.7 - Somagdo de ondss senoidais que forma ondas com- plexas periédicas distinas, C, e C, ‘Se a fast inicial dos componentes senoidais variar, mas forem mantidas constantes suas freqiéncias ¢ amplitudes, a somagéo das ondas resultard em uma forma de onda diferente. ‘A figura 5.8 jlustra do's componentes seno‘dais (linhas tr cejada e pontilhada) de fases idénticas (0°) e podemas ver a for- ma da onda complexa resultante dessa somacio, (linha continva). ‘A onda resultante de B é diferente da de A, pois a fase inicial de , permaneceu 0", mas a fase inicial de S, foi mu- dada para 270°, Em C, S, permanece em 0°, mas a fase inicial de S, € agora 180°. ; ‘Assim, com essas mudangas na fase inicial de um dos componentes senoidais, sdo produzidas trés diferentes ond: periddicas complexas. Digitalizado com CamScanner Amplitude Tempo Figura 5.8 — Efeitos da variagio da fase inicial na forma de uma onda complexa resultante da somagao de ondas senoidais. Onda Aperiédica ‘A principal caracteristica distintiva das ondas peri6dicas com- plexas é a sua regularidade no tempo ou periodicidade. Elas fe repetem indefinidamente. A onda aperiddica, contudo, 6 wma segunda categoria de forma de onda ¢ seu nome deriva exala- monte da falta de periodicidade. Assim, é muito dificil e qua- Je inipossivel prever a forma da onda num intervalo de tempo de suas caracteristicas, durante ou- 4 partir doxgonheeimento tro intervalo de.tempo de igual duragzo. O movimento vibrat6- tio de uma onda aperiédica é a0 acaso, alealGrio, ¢, por essa razio, imprevisivel. 'A figura 5.9 ilustra uma onda sonora aperiddica onde € virtualmente impossivel identificar caracteristieas idénticas de qualquer intervalo de tempo. As on- movimento vibratério em das aperiédicas sio encontradas diariamente € cexemplos fami- liares so os ruidos dos por avides, auloméveis, cacho- ‘eiras e, até mesmo, alguns ‘sons de fala, principalmente os sor crt enon sowons. 7 sibilantes que sio caracterizados i i izados por movimentos vibra aleatrios, iso, apeisios (SPEAKS, 1922) ‘Amplitude Tempo Figura 5.9 ~ Onda sonora aperiédica. Digitalizado com CamScanner

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