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Apostila de Pir 2019 1
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Projeto de câmaras frias de pequeno porte – Prof. Jesué Graciliano da Silva – IFSC São José
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1- INTRODUÇÃO
nica de se enterrar pequenos animais na neve para consumo posterior era conhecida pelos povos
mais antigos. A conservação pelo gelo, a defumação e o salgamento foram as principais técnicas
utilizadas para conservar os alimentos ao longo de séculos.
Somente no século XVII foi possível conhecer, mais detalhadamente, os efeitos do resfria-
mento na conservação dos alimentos. O aperfeiçoamento do microscópio permitiu a descoberta das
bactérias, enzimas e fungos. Pela primeira vez, compreendeu-se que esses organismos microscó-
pios, presentes nos alimentos, multiplicavam-se rapidamente em temperaturas elevadas e, dessa for-
ma, deterioravam os alimentos. Porém, pareciam hibernar (dormir) sob temperaturas em torno de 10
graus Celsius ou menores. Temperaturas mais baixas não matavam estes micro-organismos, mas
controlavam o seu crescimento.
Nesse período da história, não havia um eficiente sistema de divulgação das descobertas cien-
tíficas. Por isso algumas pesquisas permaneciam esquecidas por muitos anos. Como exemplo, tem-
se o trabalho do professor universitário Willian Cullen (Edinburgh). Em 1755, Cullen baixou a pres-
são do éter para facilitar a sua evaporação e acelerar o processo de retirada de calor de uma pequena
quantidade de água. Produziu-se, pela primeira vez, gelo artificial (Figura 1.1). O processo de reti-
rada de calor da água pelo éter era descontínuo, necessitando de constante reposição do éter. A solu-
ção para esse problema foi providenciar um circuito fechado para a condensação do éter.
Figura 1.1- Aparato para formação de gelo desenvolvido por Willian Cullen.
Em 1803, Thomas Moore - de Maryland - construiu uma caixa de gelo isolada para transpor-
tar a manteiga produzida em sua fazenda, patenteando a palavra "refrigerator". Dois anos depois,
Oliver Evans, da Philadelphia, descreveu um ciclo de refrigeração fechado usando éter sobre vácuo.
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Anos mais tarde, Frederic Tudor, que morava em uma região de invernos rigorosos nos Esta-
dos Unidos, teve a ideia de vender o gelo disponível em abundância nas geleiras do rio Hudson
para os países de clima tropical. Tudor se tornou um dos homens mais ricos do mundo. E isso se
deve a sua capacidade de desenvolver um sistema logístico para cortar, armazenar e transportar o
gelo ao redor do mundo. Sua técnica de conservar gelo por meio em armazéns construídos de pare-
des duplas separadas por ar tornou-se a base da construção dos grandes galpões frigoríficos da atua-
lidade.
Figura 1.2- Ilustração da técnica de corte de gelo natural do rio Hudson (EUA).
No livro: “Como chegamos até aqui” (Johnson, 2014) há uma descrição detalhada de como
surgiu o comércio intercontinental de gelo natural e o longo processo de criação do primeiro equipa-
mento para produzir gelo artificial. Em 1880 foram comercializadas mais de 8 milhões de toneladas
de gelo. Paris, Nova Iorque e Rio de Janeiro, por exemplo, eram abastecidas com regularidade por
gelo natural, que era armazenado nos comércios e residências em geladeiras de madeira com isola-
mento térmico (Figura 1.3).
Figura 1.4- Ilustração da primeira máquina de fazer gelo apresentada por Harrison e Siebe.
frigerada ou vários meses, se congelada, permitindo-lhe chegar a tempo para a Europa para consu-
mo. Isso levou à criação de frigoríficos de grande porte no Rio da Prata.
Atribui-se a Clarecence Birdseye a descoberta de que o congelamento rápido preservava me-
lhor o sabor dos alimentos que o congelamento lento. Os cristais de gelo formados no processo são
menores quando o congelamento é rápido. Foi a partir dessa descoberta que foram desenvolvidos os
tuneis de congelamento por jato de ar a temperaturas de -30 oC, o congelamento por imersão e em
leito fluidizado. O sucesso dos produtos congelados foi tanto que acabou moldando o estilo de vida
da sociedade contemporânea. Nos bastidores da economia do frio tem-se uma vasta frota de cami-
nhões refrigerados transportando carnes e outros congelados para os balcões de exposição dos su-
permercados.
O primeiro refrigerador doméstico nos moldes atuais surgiu na segunda década do século
XX. A descoberta do ciclo de refrigeração e o desenvolvimento da máquina frigorífica abriram o ca-
minho para o uso prático do ar condicionado. Mas somente a partir da Segunda Guerra Mundial os
refrigeradores domésticos passaram a estar presente na maioria dos lares dos norte-americanos. No
início os compressores ficavam localizados na parte superior do equipamento (Figura 1.5).
Na Figura 1.7 tem-se uma ilustração esquemática da organização da cadeia do frio – que se
desenvolve a partir da colheita / produção, do resfriamento / congelamento, do transporte, do
armazenamento, da distribuição para exportação / varejo até chegar ao consumidor final. Há de se
ressaltar a importância de profissionais especializados em cada etapa de manuseio do produto até o
consumidor final.
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O excesso de colheita e frutas e legumes pode ser armazenado em câmaras frias para uso
durante períodos de entressafra, o que garante vantagens econômicas consideráveis, principalmente
para os pequenos produtores.
Segundo IBGE (2014), atualmente os refrigeradores são encontrados em mais de 97% dos
domicílios brasileiros. Isso corresponde a mais de 40 milhões de unidades. Atualmente, cada vez
mais pessoas têm utilizado alimentos congelados, prontos ou parcialmente preparados. O setor de
frios dos supermercados vem crescendo de forma consistente há muitos anos demandando a
produção de novos modelos de freezers, expositores e ilhas de refrigeração.
Os balcões frigoríficos utilizados em supermercados operam em faixas de temperaturas
específicas dependendo do tipo de produto e conforme recomendações da Vigilância Sanitária e da
ANVISA.
Existem basicamente dois tipos de câmaras: para resfriados, cuja finalidade é proteger
alimentos em temperaturas próximas de zero graus Celsius e para congelados, cuja finalidade é
prolongar o período de estocagem dos produtos, a baixas temperaturas. Nas aplicações industriais, é
comum encontrarmos temperaturas de congelamento e estocagem entre -5oC a -35oC.
Uma das primeiras fábricas de gelo do Brasil foi construída pelo imigrante alemão Carl Ho-
epcke em Florianópolis no início do século XX. Na década de 1940 ainda era possível comprar gelo
para conservação de alimentos na cidade de Florianópolis.
Nessa época o empresário Atílio Fontana fundou a SADIA em Concórdia, construindo para
isso grandes câmaras frigoríficas. Em 1947 foi construído em Brusque o primeiro refrigerador brasi-
leiro. Mais tarde foram criadas em Joinville a CÔNSUL e a EMPRESA BRASILEIRA DE COM-
PRESSORES – que se tornou a maior fábrica de compressores do mundo.
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2- CONCEITOS BÁSICOS
Eventualmente, poderemos nos deparar com unidades do sistema inglês. Como exemplo, a
carga térmica (termo muito utilizado em climatização), muitas vezes, é calculada em BTU/h
(12.000 BTU/h correspondem a 3517 watts). Os catálogos dos fabricantes de condicionamento de ar
trazem esta unidade na determinação da capacidade de seus equipamentos. Por isso, a tabela 2.2 de
conversão de fatores é bastante útil.
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A conversão de uma unidade para outra pode ser realizada por meio de aplicativos
disponíveis nos celulares ou por uma simples “regra de três”. Como exemplo, suponha que a carga
térmica de um escritório foi estimada como sendo 18.000 W. Qual seria seu valor em kcal/h? Sabe-
se que 1 kcal/h é igual a 1,163W. Logo, 18.000W correspondem a 15.477kcal/h.
No Brasil, o INMETRO - Instituto Nacional de Metrologia, Qualidade e Tecnologia - é a
autarquia federal responsável por normatizar o Quadro Geral de Unidades de Medidas.
A Condutividade térmica indica a facilidade ou dificuldade que um corpo apresenta para
conduzir calor. Os metais têm maior facilidade para transferir calor do que a madeira, por exemplo.
Na Tabela 2.3 tem-se uma lista de alguns materiais e suas respectivas condutividades
térmicas. Esses valores são apenas aproximados, pois dependem da densidade e composição do
material. Destacamos a condutividade térmica do poliuretano, que é muito baixa comparada com
materiais como tijolos e metais. Essa é a explicação para o uso desse tipo de material na construção
das paredes das câmaras frias. Já o cobre tem elevada condutividade térmica e, por isso, é usado
para construção dos trocadores de calor dos refrigeradores e condicionadores de ar.
Onde é o fluxo de calor trocado (W), k é a condutividade térmica da parede (W/m. oC), As é a
área superficial da parede (m2), T é a diferença de temperatura entre os dois lados da parede ( oC)
e L é a espessura da parede (m). A Figura 2.1 ilustra o processo de troca de calor por condução
através de uma parede.
Em diversas situações temos trocas de calor entre o fluido movimentado dentro da tubulação
e o meio exterior, conforme mostrado na Figura 2.2.
Estes tubos precisam ser convenientemente isolados porque há transferência de calor por
condução através de suas paredes. Para essas situações, calculamos o calor trocado utilizando a
seguinte expressão:
Para o uso da equação, consideramos que R2 é o raio externo do tubo, R1 é o raio interno, L,
o comprimento da tubulação e ∆T = (Tquente - Tfrio). Observe que “ln” é o logaritmo natural e p (pi) é
aproximadamente 3,14.
Exemplo de Aplicação: Uma parede composta por 3 camadas de diferentes materiais separa um
ambiente interno, que está a 20C, de outro ambiente externo, que está a uma temperatura de 32C.
Suponha que a área superficial da parede seja de 30 m 2. O primeiro material é o reboco
(condutividade térmica kr = 1,15 W/moC), o segundo tijolo maciço (condutividade térmica kt =
1,32 W/m.oC), e o terceiro isolamento do tipo poliestireno (condutividade térmica k EPS = 0,025
W/moC). As espessuras são de 2cm, 20cm e 5cm respectivamente. Esses valores devem ser
convertidos em metros: 0,02m, 0,20m e 0,05m.
Para resolver essa questão, ilustrada na Figura 2.3, precisamos ainda conhecer os valores do
coeficiente de convecção do ar. Seja hext o coeficiente de convecção externo e hint o coeficiente de
convecção interno. Normalmente, hext é da ordem de 25W/m2oC e hint é da ordem de 7W/ m2oC.
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Se essa parede fosse construída apenas com o tijolo comum sem o isolamento, teríamos um
“U” de 2,99 W/m2oC. Aplicando esse valor na equação, teríamos uma troca de calor de 1.076W, que
é aproximadamente 7 vezes superior ao calor que passa pela parede rebocada e com o isolante
térmico na superfície interna.
Além desses princípios elementares de transferência de calor, para viabilizar o resfriamento e
o congelamento dos alimentos é importante compreender como funcionam os ciclos de refrigeração.
Um fluido refrigerante circula por dentro das tubulações da instalação transportando energia do
evaporador (ambiente interno) para o condensador (ambiente externo).
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Um ciclo de refrigeração pode ser analisado em termos de sua eficiência energética por meio
do Coeficiente de Performance (COP), uma grandeza adimensional. O COP, também conhecido
como Coeficiente de Desempenho, é comumente utilizado para avaliar a relação entre a capacidade
de refrigeração obtida e o trabalho gasto para tanto, podendo ser definido como:
podem ser calculados a partir da inserção dos 4 principais estados termodinâmicos do fluido
refrigerante no diagrama pressão versus entalpia específica ilustrado na Figura 2.6. Do ponto 4 para
1, acontece a vaporização do fluido a pressão constante. Do ponto 1 para 2, acontece a compressão.
De 2 para 3, acontece a condensação (inicialmente o fluido tem sua temperatura reduzida antes do
início da condensação). Entre o ponto 4 e 1 acontece a expansão do fluido refrigerante.
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Exemplo de aplicação 1:
Considere uma câmara com temperatura interna de -10oC. Nesse caso, considere que o
sistema funciona com R404A e que a Temperatura de evaporação seja de -20 oC e a Temperatura de
condensação de 40oC. Há um grau de superaquecimento e de sub-resfriamento de 5 oC . Qual é o
Coeficiente de Desempenho do ciclo?
A solução pode ser realizada a partir do traçado do ciclo termodinâmico no diagrama pressão
versus entalpia específica para o R404A.
A análise do desempenho de ciclos de refrigeração com dois estágios de compressão pode ser
realizada conforme o exemplo:
Exemplo de Aplicação 2
Seja um sistema de refrigeração operando com temperatura do evaporador 2 igual a -30C.
A temperatura do evaporador 1 é de 5C e a temperatura de condensação é de 40C. O fluido
refrigerante utilizado é a amônia. Calcule o COP.
Para solução deste problema, deve-se iniciar representando o processo num diagrama
pressão versus entalpia. Além da consulta ao diagrama pressão versus entalpia para a amônia (NH3),
é preciso também consultar uma Tabela de propriedades termodinâmicas para se obter as entalpias
específicas para o fluido refrigerante na condição de líquido saturado para T E = -30C, TE = 5C, e
TC=40C. A partir dessas informações é possível preencher a tabela de propriedades. Observe o
diagrama p x h desse ciclo na Figura 2.9.
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Figura 2.9– Representação do diagrama pressão versus entalpia específica para amônia
Como o fluxo de massa que passa pelo evaporador 2 é igual ao fluxo de massa que passa
pelo compressor 1 pode-se calcular a potência de compressão do compressor “B”.
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Finalmente, o COP desse sistema é dado pela relação entre a energia útil obtida e a energia
gasta no processo.
Quando um corpo entra em contato com uma fonte quente ou uma fonte fria, as trocas de
calor podem ocorrer na forma sensível e na forma latente. Observa-se que, quando o calor aplicado
modifica a temperatura do corpo, é chamado de calor sensível. Porém, se há modificação do estado
físico da matéria (mudança de fase), então dá se o nome a esse processo de troca de calor latente.
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Exemplo de Aplicação 3
Uma massa de 1kg de gelo a –20C deve ser aquecida até 100C. A quantidade de calor
trocada durante este processo é calculada por meio da expressão 2.6. São três parcelas. A primeira
se refere ao cálculo do calor sensível para elevar a temperatura até zero grau; a segunda se refere ao
calor latente para derreter o gelo e a terceira se refere ao calor sensível para aquecer a água até
100C.
Onde: m é a massa da substância a ser aquecida; c é o calor específico (o calor específico do gelo é
a metade do calor específico da água líquida); T é a diferença de temperatura entre a condição
final e a condição inicial; Já “L fusão” é o calor latente de fusão, que é a quantidade de calor que se
acrescenta ao corpo e que causa uma mudança de estado, sem mudança de temperatura.
Em um primeiro momento, ocorre a elevação da temperatura do gelo de –20 até 0C (calor
sensível sendo trocado). Essa parcela é calculada como Q 1=10kcal (1kcal=4,186kJ). A água tem
como característica ser uma substância pura e, desta forma, muda de fase à temperatura constante.
Nesta etapa, há apenas troca de calor latente: Q 2=80kcal (334,9kJ). Todo o gelo transforma-se em
água líquida e, neste momento, inicia-se o processo de aquecimento, no qual há troca de calor
sensível. O aquecimento prossegue até que a água atinja o ponto de vaporização a 100C, sendo o
calor trocado de 0 a 100C, Q3=100kcal (418,6 kJ). Neste instante, a variação de temperatura cessa
e a troca de calor latente é iniciada. O calor total envolvido no processo é de 190 kcal.
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3.1- Introdução
Nesse capítulo vamos mostrar como realizar o dimensionamento de uma câmara frigorífica de
pequeno porte. Inicialmente é importante ressaltar que a conservação de alimentos pode ser
realizada por meio do resfriamento, que é a diminuição da temperatura de um produto até uma
determinada temperatura próxima de 0oC e por meio do congelamento a temperaturas menores que
0oC. Esse processo depende do controle da temperatura, umidade relativa; velocidade e quantidade
de ar circulado e da velocidade de redução de temperatura. A umidade relativa incorreta pode
provocar a desumidificação dos alimentos, o que na maioria dos casos não é um efeito desejado. A
velocidade de congelamento também pode alterar o gosto dos alimentos.
O objetivo fundamental da conservação é evitar a deterioração dos alimentos, que nada mais é
que a alteração da composição orgânica dos mesmos pelo envelhecimento. No senso comum,
deterioração é a perda ou alteração do gosto, aroma e consistência. Os principais destruidores dos
alimentos são os microrganismos tais como fungos (mofo, leveduras) e bactérias.
Há alguns anos as câmaras frias de pequeno porte com máquinas do tipo plug-in vêm
ganhando mercado pela facilidade de instalação. Este tipo de equipamento, na maioria das vezes, já
apresenta um painel digital e degelo automático.
Figura 3.1– Esquema de uma unidade plug-in para uma câmara fria. Fonte: Frigor
A carga térmica depende do tipo de produto; frequência de entradas e saídas dos produtos
durante a semana; plano de produção e colheita; temperaturas dos produtos ao entrarem nas
câmaras; quantidade diária (kg/dia) de produtos a serem mantidos resfriados, congelados, ou que
devam ser resfriados ou congelados rapidamente; tipo de embalagem; temperaturas internas;
umidade relativa interna e externa; duração da estocagem e método de movimentação das cargas.
Nesse texto os cálculos serão realizados no Sistema Internacional de Unidades (watts). Mas é
comum encontrar esses cálculos em kcal/h. Para converter uma unidade em outra basta lembrar que
1kcal/h é igual a 1,16W.
Tabela 3.1- Valores práticos para cálculo de carga térmica para câmaras frigoríficas
Carnes Lacticinios Verduras Congelados Ovos Frutas Lixo Peixes
com gelo
Temperatura de entrada + 15 +15 + 30 - 10 + 30 + 30 + 30 + 10
do produto (oC)
Temperatura interna da -1 +2 +4 - 18 0 +4 +2 +1
câmara (oC) +2 +4 +6 -20 +6 +2
Espessura do 100 100 100 150 100 100 100 100
isolamento (mm) (EPS) (EPS) (EPS) (PUR) (EPS) (EPS) (EPS) (EPS)
Calor específico 3,22 3,56 3,85 1,72 3,06 3,85 3,35 3,18
aproximado
(kJ/kg oC)
Movimentação diária 100 100 80 100 -- 80 100 80
em kg/m2 de área
EPS = isolamento de poliestireno PUR = isolamento de poliuretano
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Figura 3.2 – Penetração de calor pelas paredes, teto e piso da câmara fria.
Em geral, a maioria das câmaras frias é construída em espaços protegidos da radiação solar.
As câmaras de grande porte são protegidas por meio de coberturas metálicas e paredes ou painéis
laterais.
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Onde: “N” é o número de trocas de ar em 1 hora, dado pela Tabela 3.3, V câmara é o volume de
ar (m3) e Qremovido é o calor a ser removido do ar (W/ m3) dado pelas Tabelas 3.4 e 3.5.
É a parcela de carga térmica decorrente do calor que deve ser removido do produto que entra
na câmara a uma determinada temperatura. É composta das seguintes partes: calor sensível antes do
congelamento (resfriamento); calor latente de congelamento; calor sensível após o congelamento
(congelamento) e calor de respiração (para frutas).
O produto que entra na câmara deve ser resfriado até a temperatura de condicionamento, em
um determinado intervalo chamado de tempo de condicionamento. Se o produto for conservado
acima da temperatura de congelamento então há apenas troca de calor sensível. Caso seja necessário
congelar o produto há também troca de calor latente devido ao congelamento e ainda calor sensível
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Figura 3.4- Energia que deve ser removida para congelamento da carne.
Os valores de calor latente e sensível da carne bovina, peixes e frangos bem como das maçãs
e batatas são mostrados na Tabela 3.6.
Tabela 3.6- Valores aproximados de calor específico, calor latente e ponto de congelamento.
Produto Calor específico antes Ponto de Calor latente de Calor específico após
do congelamento congelamento congelamento o congelamento
(kJ/kg.oC) (oC) kJ/kg (kJ/kg.oC)
Peixe 3,55 -2,2 220 1,86
Carne bovina 3,20 -2,0 230 1,7
Frango 3,30 -2,8 246 1,77
Maçãs 3,65 -1,1 280 1,89
Batatas 3,50 -0,7 265 1,84
Exemplo:
Como exemplo, suponha que 200kg de frango a uma Temperatura inicial de +15 oC sejam
armazenados em uma câmara fria com Temperatura interna de -20 oC. O tempo total para a
temperatura ser reduzida de 15oC para -20oC foi de 16 horas. Com essas informações é possível se
calcular a carga térmica decorrente da parcela do produto por meio de três parcelas, mostradas na
Figura 3.5.
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Considerando os dados fornecidos pela Tabela 3.6 pode se calcular a troca de calor para
reduzir a temperatura, congelar e novamente reduzir a temperatura do frango como segue:
De forma similar podemos estimar também a carga térmica decorrente dos motores na Tabela 2.9.
Observamos que, nem sempre, todas essas parcelas de carga térmica estão presentes. No caso
de um container refrigerado, por exemplo, não há abertura de portas, circulação de pessoas ou
necessidade de iluminação. Se o produto for inserido em uma temperatura próxima a do interior do
container também não haverá a parcela referente à carga de produto.
A carga térmica avaliada deve ser corrigida para um período de tempo de funcionamento da
câmara. Para degelo natural, utiliza-se um tempo de funcionamento de 16 horas (para temperaturas
maiores que 0oC) e para degelo artificial, utiliza-se tempo de 18 a 20 horas (para temperaturas
menores que 0oC)
Exemplo de Aplicação 1:
Uma empresa deseja resfriar uma quantidade diária de 1.000kg de lixo. A Temperatura de
entrada do lixo de +32oC. Considere uma taxa de iluminação dentro da câmara como sendo de
10W/m2 (mínimo de 100W). Considere o movimento de 1 pessoa durante 2 horas dentro da
câmara. A câmara está localizada em Florianópolis, onde a TBS é de 32oC e a Umidade Relativa é
de 60%.
Solução:
O lixo não tem um tempo determinado de estocagem. Apenas deve ser conservado para não
causar mau cheiro por um período de tempo. De acordo com a Tabela 3.1, a temperatura interna
recomendada para a câmara é de +2oC. A densidade de estocagem ou taxa de movimentação diária é
tabelada também na Tabela 3.1 como sendo 100kg/m2. Nessa condição a câmara deverá ter uma
área de 10m2, ou 2m de largura por 5m de comprimento. Considere que a altura da câmara seja de
2,5m. A área superficial da câmara é calculada a partir da soma das 6 faces da câmara (4 paredes,
teto e piso). Esse valor total é de 55m 2. A diferença de temperatura (DT) entre o ambiente externo e
ambiente refrigerado é de 30oC. A espessura do isolamento poliestireno é de 100mm. Para câmaras
pequenas, considera-se que o movimento diário é igual à quantidade armazenada. Após a definição
das medidas da câmara e de sua espessura de isolamento é possível estimar a carga térmica total
considerando-se as parcelas: penetração de calor pelas paredes, piso e teto, infiltração de ar,
produto, iluminação, motores e pessoas.
Para calcularmos a penetração de calor pelas superfícies utilizamos a Equação de Fourier
KEPS= 0,035 W/m.oC. Fazendo-se os cálculos obtém-se uma parcela de carga térmica decorrente das
paredes da ordem de 577W.
Para o cálculo da infiltração, considera-se que o calor removido para essa faixa de
temperatura e de umidade relativa é da ordem de 71,16kJ/m 3, conforme Tabela 3.4 (T > 0oC). O
volume da câmara é de 25 metros cúbicos (2m x 5m x 2,5m). O valor de “N” é obtido na Tabela 3.3
como sendo 0,22 x 10-3 renovações por segundo. Logo, o calor devido à infiltração de ar é da ordem
de 391W.
A carga térmica decorrente do produto é apenas sensível, uma vez que o lixo não é congelado.
O calor específico do lixo é encontrado na Tabela 3.1 como 3,35kJ/kg. oC.
Se o esfriamento acontece ao longo das 16h de funcionamento é possível estimar que a carga
térmica de resfriamento do produto é de 1.750W. Para isso dividimos 100.500J/(16x3600s).
Para o cálculo da parcela devido à iluminação, considera-se uma potência de 100W. Para se
estimar a carga térmica devido ao operador da câmara, utilizamos a Tabela 3.8, onde verificamos
que uma pessoa libera aproximadamente 273 W.
A carga térmica devido ao motor do evaporador é obtida, de forma aproximada, a partir da
Tabela 3.9 como sendo 121W.
A carga térmica total é a soma de todas essas parcelas é de aproximadamente 3.212W ou
10.953 BTU/h que é equivalente também a 0,9 TR ou ainda 2.769 kcal/h.
Exemplo de Aplicação 2:
Uma empresa deseja resfriar uma quantidade diária de 3330 kg de maçã. A temperatura de
entrada do produto de + 30oC. A temperatura interna da câmara deve ser 0 oC. A cidade é São
Joaquim. A densidade de iluminação é de 15W/m2. O número de pessoas trabalhando na câmara é
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Para o cálculo da infiltração, considera-se que o calor removido para essa faixa de
temperatura e de umidade relativa é da ordem de 71,16kJ/m 3, conforme Tabela 3.4 (T > 0oC). O
volume da câmara é de 126m3 (7m x 6m x 3m). O valor de “N” é obtido na Tabela 3.3 como sendo
0,10 x 10-3 renovações por segundo. Logo, o calor devido à infiltração de ar é da ordem de 896W.
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A carga térmica decorrente do produto é a soma do calor necessário para resfriar a maçã de
30oC para 0oC e da taxa de metabolismo.
A carga térmica total é estimada em 9.572W, que é equivalente a 32.640 BTU/h ou 2,7 TR.
Considerando-se que 1kcal/h é equivalente a 1,16 W a carga térmica é de 8.251 kcal/h.
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Esse mesmo cálculo pode ser realizado por meio de planilhas eletrônicas disponíveis na
internet, conforme mostrado na Figura 3.8. As diferenças se devem porque a planilha trabalha com
temperatura externa de 32oC.
Figura 3.8- Carga Térmica estimada usando planilha disponível na internet (Heatcraft)
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Na Figura 4.1 é possível visualizar os níveis de pressões do R134a dentro das tubulações de
uma câmara fria para resfriamento de frutas. Observamos que o fluido ingressa no evaporador a
-10oC a uma pressão de 1 bar (equivalente a 100kPa ou 14,5 psi). O ar dentro da câmara fria
encontra-se na faixa de -2 oC a 0oC. A compressão do fluido refrigerante ocorre a pressão de 7,6bar
(110 psi ou 760kPa).
Figura 4.4- Esquema da montagem dos painéis de isolamento de uma câmara fria.
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O poliuretano é uma Espuma rígida de poliuretano (PUR) injetado com densidade média de
38kg/m³ e Coeficiente de condutividade térmica de 0,028W/m.°K. As Espessuras de PUR padrão
são de 50mm, 80mm, 100mm, 120mm, 150mm e 200mm podendo variar de acordo com o
fabricante.
Na Tabela 4.1 podemos verificar as características mais importantes dos painéis em
poliuretano (PUR), dá-se especial importância a largura padrão que é a largura dos painéis
modulares, qualquer parede deve ser configurada através de múltiplos deste valor, ou será
necessário realizar o corte de placas.
As câmaras também podem ser construídas em painéis de Poliestireno expandido (EPS) com
densidade média de 14kg/m³ e coeficiente de condutividade térmica de 0,040W/m.°K. Para este
material estão disponíveis as espessuras padrão: 50mm, 75mm, 100mm, 125mm, 150mm, 200mm e
250mm, conforme Tabela 4.2.
Tabela 4.2- Dados de painéis de isolamento EPS.
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Figura 4.5- Esquema de uma porta de correr para câmara fria – Fonte EOS
As portas para as câmaras frigoríficas precisam obedecer a alguns critérios importantes para
o seu funcionamento como um núcleo isolante determinado pelas normas da ABNT, vedações em
borracha EPDM, parafusos em aço inox, entre outros. Também é possível que, de acordo com cada
projeto, a porta para câmara frigorífica tenha diversas características opcionais. Dentre elas, estão
soleiras para embutir produtos congelados, chapas de proteção, janelas de inspeção, além de
sistemas de cadeados e sistemas de aquecimento no batente, especialmente importante em câmaras
de baixa temperatura, em que a formação de gelo impede a abertura da porta.
Alguns modelos de porta giratória possuem painel acoplado, facilitando a montagem da
câmara já que não exige o corte. Nestes casos especificamente, é necessário que os painéis e a porta
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https://www.heatcraft.com.br/product_docs/Catalogo/Monobloco_Euromon.pdf
A seguir devemos procurar uma tabela que relacione a capacidade térmica do produto com
os modelos disponíveis. Há duas tabelas de seleção de equipamentos neste fabricante, uma para
baixas temperaturas (temperaturas internas inferiores a 2ºC e limitadas a -18ºC) e outra para altas
temperaturas (com limitação em 2ºC). No nosso caso temos temperatura interna de -18ºC (este
fabricante não utiliza a temperatura de evaporação para seleção, mas outros fabricantes podem
utilizar este dado), esta é a temperatura mínima alcançada pelos equipamentos de baixa
temperatura, portanto podemos utilizar estes.
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A capacidade de 1200 kcal/h faz com que a seleção recaia sobre o equipamento BPN020L6,
onde:
B – Modelo Bohn;
P – Unidade do tipo compressor hermético;
N – Aplicação interna ( não deve ser exposto a ambiente externo com incidência de
chuvas e sol);
020 – Potência equivalente de 2HP;
L – Faixa de temperatura Baixa;
6 – Fluido refrigerante R-404A;
Nesse exemplo a câmara funciona com tensão de 220V 1F 60Hz, ou 380V 3F 60Hz.
Portanto poderíamos utilizar B ou D para nossa aplicação. Também devemos verificar se o volume
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máximo da câmara é atendido, no nosso caso temos 2mx2mx2,5m. Logo, temos volume de 10m³,
muito abaixo dos 20m³ de limite, portanto o equipamento é adequado. Na Figura 4.6 tem-se os
detalhes construtivos do sistema plug-in.
4.5- Evaporador
No caso de utilização de equipamentos do tipo Split System, é preciso realizar a seleção
individual de cada componente. O primeiro equipamento a ser selecionado deve ser o evaporador.
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Quanto ao cálculo de carga térmica, observamos que o tipo de degelo está associado à
temperatura de evaporação do refrigerante. Temperaturas de evaporação abaixo de zero provocam o
congelamento da umidade no evaporador. Este congelamento bloqueia a serpentina, na maioria dos
novos sistemas o controlador da câmara (CLP) possui um sensor de temperatura para verificar o fim
do degelo. Em geral são programadas paradas da máquina para degelo e o final do degelo pode ser
realizado por temperatura (sensor próximo a serpentina) ou por tempo programado previamente no
controlador. Os dois principais tipos de evaporadores são: Degelo natural e Degelo artificial
(geralmente com resistência elétrica ou gás quente). O processo de degelo a gás quente consiste em
desviar o vapor superaquecido proveniente da descarga do compressor (alta pressão e alta
temperatura) para o evaporador, realizando o degelo de dentro pra fora da serpentina. A principal
vantagem é a economia de energia, aproximadamente 70% do calor do degelo é direcionado à
camada de gelo, tendo apenas 30% desta energia térmica dispersa na câmara, permitindo que os
processos de degelo sejam mais curtos (em média, 10 minutos por degelo).
A seleção de evaporadores também deve levar em conta as nomenclaturas dos fabricantes e
deve ser observada de forma minuciosa, quais os dados utilizados para seleção do equipamento. Em
geral, utiliza-se a capacidade térmica, a temperatura de evaporação e o tipo de degelo. Sendo que,
em alguns modelos o tipo de degelo pode ser determinado posteriormente, facilitando ainda mais a
seleção. Caso a capacidade térmica necessária não seja encontrada, deve ser utilizado o valor mais
próximo, desde que esteja acima do mínimo calculado.
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A válvula de expansão com equalização externa deverá ser utilizada quando a perda de carga
no evaporador for significativa. Neste caso a temperatura na saída do evaporador por conta da
queda de pressão é menor do que a temperatura de evaporação após a saída, orifício da válvula.
Como o bulbo sensor está medindo a temperatura na saída do evaporador que está mais baixa, caso
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se utilize equalização interna a válvula só vai abrir com um superaquecimento maior para
compensar a perda de carga no evaporador.
VÁLVULA DE
EXPANSÃO
FLUIDO VAPOR
EVAPORADOR PARA SUCÇÃO
DO COMPRESSOR
Capacidade nominal = 0,4 TR. Observe que a capacidade da válvula varia com as condições de
operação.
A escolha de uma válvula de expansão com capacidade muito maior ou menor que a da
instalação (compressor/evaporador/condensador) pode resultar em operação deficiente. Uma
válvula excessivamente grande pode inundar o evaporador, com risco de golpe de líquido para o
compressor. Uma válvula de capacidade menor do que a capacidade do sistema alimenta com
deficiência o evaporador, produzindo uma condição de equilíbrio de baixa pressão de evaporação (o
compressor succiona bem mais do que a válvula fornece de refrigerante), o que reduz a capacidade
do sistema e pode comprometer o funcionamento da câmara no verão – aumentando a temperatura
de conservação do produto. Em alguns casos, se a diferença for muito grande o pressostato de baixa
pode ser acionado e o sistema não consegue operar.
A pressão de condensação é influenciada pelas condições ambientais. No verão a tendência é
o sistema operar com pressões de condensação mais altas tanto na condensação à água quanto na
condensação a ar. No inverno há um aumento do rendimento pela queda da pressão de condensação,
no entanto se a pressão de condensação cair demasiadamente pode vir a interferir no funcionamento
da válvula de expansão. A válvula passa a liberar menos refrigerante do que o sistema necessita
podendo levar ao desarme do sistema. Para evitar este inconveniente é comum controlar a pressão
de condensação do sistema. Nos sistemas com condensação a ar controlam-se os ventiladores dos
condensadores e nos sistemas a água regula-se através de uma válvula a quantidade de água que
entra no condensador mantendo a pressão de condensação dentro dos limites admissíveis. Não é
rara a ocorrência de alimentação deficiente da válvula de expansão em virtude da ocorrência de
vapor na entrada da válvula (bolhas). Este vapor prejudica a passagem da quantidade certa de
refrigerante para o evaporador reduzindo a sua capacidade. A principal razão para esta ocorrência é
a falta de fluido refrigerante. Mas outros problemas podem influenciar, como por exemplo, o
bloqueio do filtro secador.
De forma generalizada, podemos realizar a seleção da válvula verificando o tipo de fluido
refrigerante a ser utilizado, a temperatura de evaporação, a temperatura externa e a capacidade de
refrigeração. É importante verificar na tabela de seleção do equipamento de que forma estas
variáveis se relacionam e quais são as unidades.
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4.8- Controlador
O controlador de uma câmara frigorifica serve para realizar a automação de todas as funções
dos equipamentos, ele recebe os sinais de entrada dos sensores de temperatura e por vezes, degelo e
realiza o controle das saídas de acordo com o determinado pela configuração realizada. Existem
controladores cujas saídas são dependentes das entradas, são monitoradas as temperaturas interna
e/ou externa assim como a formação de gelo para determinar o acionamento dos equipamentos e do
degelo, em outros estas funções são realizadas de acordo com temporizadores internos.
A seleção do equipamento a ser utilizado depende do projetista e das necessidades do
projeto, por vezes, o custo também é fator determinante nesta seleção. Juntamente ao controlador
devem ser selecionados os sensores, contatores, e outros elementos necessários ao funcionamento
do sistema. Em geral o controlador é posicionado em um quadro de comando acessível ao
operador, geralmente acima da porta de entrada no lado externo da câmara.
4.11- Tubulações
Deverão ser definidos os diâmetros das linhas de vapor (linha de baixa pressão - sucção) e
de líquido (linha de alta - entrada do evaporador). O diâmetro destas linhas é função da perda de
carga (queda de pressão) nos trechos retos de tubulação e também nos acessórios utilizados que
provocam perdas de carga localizadas.
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O sistema opera comandado pelo termostato KP-61 que controla a temperatura interna da
câmara, com a utilização de pump-down que é o recolhimento automático do fluido refrigerante
para o tanque de líquido na parada do sistema.
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subresfriamento do líquido quente que vai para a válvula de expansão. O objetivo com este tipo de
trocador é garantir o subresfriamento do líquido e aumentar o COP (eficiência do sistema).
A válvula de expansão (TE) indicada no esquema anterior é do tipo termostática com
equalização externa, observe que saem dois tubos capilares da válvula, um que está ligado ao bulbo
sensor para medição da temperatura na saída do evaporador e outro para ligação da equalização
externa (tomada de pressão).
O separador de óleo (OUB) é responsável por retirar o óleo que é arrastado no processo de
compressão e retorná-lo para o cárter do compressor. Nos sistemas que operam com baixa
temperatura o uso do separador de óleo é recomendável.
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Exemplo de aplicação:
Um dono de supermercado deseja construir uma câmara fria de 8m x 4m x 3m para
armazenagem de frango congelado. A carga de 3.200 kg de frango chega do distribuidor a uma
temperatura de -10ºC e precisa ser conservado a uma temperatura de -20ºC.
Observamos que para o diâmetro da linha de líquido 3/8” a potência não é suficiente,
portanto é preciso utilizar um equipamento com diâmetro de entrada e saída maior e realizar as
adaptações na tubulação. Portanto o modelo a ser utilizado é ST 105 com conexão ½” Soldada.
A válvula solenoide pode ser selecionada pelo diâmetro, pois a capacidade térmica é muito
superior a necessária. Portanto o modelo é EVS10 com conexão 3/8” Soldada.
https://www.educreations.com/lesson/embed/41989961/?s=gFVMGE&ref=embed
https://www.educreations.com/lesson/embed/42068998/?ref=embed
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5- EXERCÍCIOS:
1- Qual a temperatura de armazenamento e o isolante térmico apropriado para os seguintes
alimentos.
4- Por que é realizado o controle da atmosfera na conservação de maçãs dentro das câmaras frias?
6- Qual é a troca de calor através de uma parede com área de 80 metros quadrados e 100 mm de
espessura? Compare a diferença da troca de calor no caso dela ser construída de poliuretano ou de
poliestireno. Considere os coeficientes de transferência de calor interno e externo de 7 e 25W/m
².oC. Considere que o ar externo está a 32 oC e o ar interno está a 2 oC. Considere
Kpur=0,024W/moC e Keps=0,029W/moC.
7- No exercício anterior, adicione uma parede de tijolo com 12 cm de espessura (cujo k=1,2W/m
o
C.) do lado de fora do isolamento. Considere apenas o PUR. Qual é a nova troca de calor?
Converta este valor para TR.
8- Calcule qual a troca térmica na situação do exercício 2 considerando-se que as paredes internas e
externas estão a 2oC e 32oC respectivamente utilizando-se apenas a equação de Fourier para avaliar
as trocas de calor. Qual a conclusão a este respeito?
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9- Calcule qual é a energia que deverá ser removida de uma carga de 500 kg de frango que entra em
uma câmara a uma temperatura de 12oC e é resfriado até a temperatura de -20oC. Considere que a
temperatura de congelamento do frango é de -2,8oC e que calor latente L de congelamento é de
59kcal/kg, calor sensível antes do congelamento é de 0,79kcal/kg oC e depois de congelar é de
0,42kcal/kg. oC.
11- Calcule qual é a energia que entra em uma câmara através de suas paredes, piso e teto durante
24 horas, considerando-se um isolamento de EPS de 100mm, temperatura externa de 32 oC e
temperatura interna de 2oC. A câmara tem as seguintes dimensões: 5mx2m e 2,5m de altura.
Considere a equação de Fourier no seu cálculo.
12- Calcule qual é a carga térmica em 24h devido à infiltração para a câmara do exercício anterior.
13- Considerando-se que uma pessoa fica 2 horas dentro da câmara durante as 24 horas, calcule
qual é a carga térmica decorrente nesse período.
14- Uma empresa deseja resfriar uma quantidade diária de 3000 kg de maçã. A Temperatura de
entrada do produto de + 15ºC. A temperatura interna da câmara deve ser 2 oC. A cidade é
Florianópolis. A densidade de iluminação é de 15W/m 2. O número de pessoas trabalhando na
câmara é de 2 pessoas por um período de 6 horas. A temperatura externa do ar é de 32 oC e a UR é
de 50% para o verão. Estime a carga térmica e selecione os componentes.
15. Um dono de supermercado localizado em Florianópolis deseja construir uma câmara fria de 5m
x 3m x 3m para armazenagem de frango congelado. O frango chega do distribuidor a uma
temperatura de -15oC e precisa ser conservado a uma temperatura de -20oC. A densidade do produto
ou movimentação diária do frango é de 100 kg por metros quadrados. Estime a carga térmica e
selecione os componentes. Considere ainda, taxa de iluminação de 12W/m² (mínimo de 100W) e a
permanência média de 2 pessoas por período de 3h.
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16. Um grande supermercado da região de Florianópolis acaba de lhe procurar para que você como
técnico em refrigeração projete para ele uma câmara frigorifica para armazenamento de laticínios. O
cliente lhe forneceu as seguintes especificações, utilize-as para achar as dimensões e a potência da
câmara: Movimentação diária de 1,5ton; O produto já chega refrigerado a temperatura de 15ºC;
Taxa de iluminação de 12W/m² (mínimo de 100W); Permanência média de 2 pessoas por período
de 3h; As opções são para dimensões são (5x3x2,5)m , (4x2x2,5)m , (6x2x2,5)m ou (5x2x2,5)m.
16- Calcule qual é a energia que deverá ser removida de uma carga de 500 kg de frango que entra
em uma câmara a uma temperatura de 12ºC e é resfriado até a temperatura de -20ºC. Considere que
a temperatura de congelamento do frango é de -2,8ºC, que o calor latente “L” de congelamento é de
59kcal/kg, o calor específico do frango antes do congelamento é de 0,79kcal/kgºC e depois do
congelamento é de 0,42kcal/kg.ºC.
17- Considere uma câmara de congelados. A temperatura interna é de -18 ºC. A temperatura do ar
externo é de 32ºC e UR = 60%. Nesse caso, avalie se haverá condensação sobre a superfície externa
da câmara. A câmara tem isolamento de poliuretano de 100mm.
19- Calcule qual é a energia (em kcal) que entra em uma câmara através de suas paredes, piso e teto
durante 24 horas de funcionamento, considerando-se um isolamento de EPS de 100mm,
temperatura externa de 32ºC e temperatura interna de 2ºC. A câmara tem as seguintes dimensões:
5m de largura por 2m de comprimento e 2,5m de altura. Considere a equação de Fourier no cálculo
e que as trocas acontecem através de todas as 6 faces com mesmo diferencial de temperatura.
20- Uma câmara localizada em São José tem volume de 25 metros cúbicos e temperatura interna de
2ºC. Calcule qual é a carga térmica (em kcal) em 24h devido à infiltração de ar externo.
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5- DESENHOS:
Figura 5.3- Ilustração de uma planta e de uma vista de uma câmara fria.
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REFERÊNCIAS:
https://wiki.sj.ifsc.edu.br/wiki/images/b/ba/Selecao_de_componentes.pdf
https://youtu.be/qAs--2ZHsx4
https://youtu.be/jtLklcHVHic
https://youtu.be/zqXgmVnI3L8
https://www.abiaf.org.br/?abiaf=[artigos].
https://vdocuments.mx/projeto-final-camara-fria
https://youtu.be/KYet4mYoapU
https://youtu.be/peVAaLIJJ6c
https://youtu.be/lMqoKLli0Y4
https://youtu.be/_cbJxPMT5Ak
https://youtu.be/6x83B7CMWoE