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CONHECIMENTO.

Existe tanto a desfrutar dessa vida, tanto a ser e a fazer, não podemos nos
prender a duas ideias, não podemos nos dar ao luxo de ficar sobre o muro.

Não posso chorar por uma expectativa.

Não posso chorar por tentar, mas sim chorar por não faze-lo.

Eu finalmente aprendi que devo continuar em frente que uma hora ou outra o
destino se ajeita, as coisas se acertam como tem ser, o passado é esquecido e
aprendido, as dores cicatrizam,

As cicatrizes profundas viram troféus e com isso aprendo a suportar a dor


mesmo quando existem ferimentos na alma que vão tão fundo que o tempo é
incapaz de curar. Entendi que alheio as minhas vontades, penso que aquele
tem que ficar, fica o que é verdadeiro permanece, e o que não é, se vai,
desaparece.

Como se consegue recuperar uma vida antiga? Como e que segue em frente
quando em seu intimo você começa a entender que não existe um caminho de
volta. Ai você chora.

Existem certas coisas que mesmo o passar dos anos não se consegue
resolver, sentimento tão intensos que são enraizados tão profundamente na
alma, que serão eternos e nos acompanharão para sempre.

Aprendi que o tempo é curto demais para quando se precisa dele.

Então não tenho pressa, não me prendo em magoas, não desejo muito. Não
perco tempo com pensamentos que não me potencializam. Só espero, fico na
minha. Amo quem me ama! Não perco tempo com desprezos.

A caridade é minha estrada.

A raiva no meu vocabulário não existe.

O contrario de amor não é ódio, é indiferença.

Compreendi o que vem a ser paciente.


Aprendi a ouvir uma boa musica quando a tristeza bater. Recitar meu poema
favorito quando a angustia encostar. E a cantar para aliviar as dores da alma.

Aprendi a escutar mais do que falar.

Entendi que a vida é como um riacho, que vai para onde deve ir, não para onde
eu desejo que ele deva seguir.

Aprendi que beijos não são contratos, e que não adianta economizar alma por
um coração vazio que não vale a pena. É que o amor nunca deve sufocar, pois
é apenas um laço.

Aprendi que morte existe para nos fazer avaliar o bem que fizemos ou que
deixamos de fazer, e para nos fazer compreender o quanto aquela pessoa foi
importante para nós.

Aprendi a dar tudo de mim, quando enxergo a possibilidade da felicidade.

E principalmente que não existe atalho para a felicidade. Para ser feliz basta
levar a vida com naturalidade, então é só ser natural, que serei feliz.

Aprendi a ignorar o que me faz mal.

Aprendi em mim que somos almas livres, não possuímos as pessoas e o que
podemos fazer para segura-las e ter amor por elas.

Aprendi que o futuro é incerto demais, então não faz sentido, acumularmos,
tantas certezas.

Compreendi que para um amor impossível, só é preciso tempo e compreensão.

Entendi que a frustração faz parte da minha construção.

Eu percebi entre todas as possibilidades que para vencer tenho que arriscar.

Sabemos mas é bom sermos lembrados dessas coisas, por que, sobretudo, a
fé me faz ser indobrável. Fé de que, por mais difícil que seja o caminho, o
universo sempre irá conspirar a nosso favor.
Em nome daquele que a Si mesmo se criou!
De toda eternidade em ofício criador;
Em nome daquele que toda a fé formou,
Confiança, actividade, amor, vigor;
Em nome daquele que, tantas vezes nomeado,
Ficou sempre em essência imperscrutado:

Até onde o ouvido e o olhar alcançam,


A Ele se assemelha tudo o que conheces,
E ao mais alto e ardente voo do teu ‘spírito
Já basta esta parábola, esta imagem;
Sentes-te atraído, arrastado alegremente,
E, onde quer que vás, tudo se enfeita em flor;
Já nada contas, nem calculas já o tempo,
E cada passo teu é já imensidade.

Que Deus seria esse então que só de fora impelisse,


E o mundo preso ao dedo em volta conduzisse!
Que Ele, dentro do mundo, faça o mundo mover-se,
Manter Natureza em Si, e em Natureza manter-Se,
De modo que ao que nele viva e teça e exista
A Sua força e o Seu génio assista.

Dentro de nós há também um Universo;


Daqui nasceu nos povos o louvável costume
De cada qual chamar Deus, mesmo o seu Deus,
A tudo aquilo que ele de melhor em si conhece,
Deixar à Sua guarda céu e terra.
Ter-Lhe temor, e talvez mesmo — amor.

Johann Wolfgang von Goethe, in “Últimos Poemas do Amor, de Deus e do Mundo”


Tradução de Paulo Quintela

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