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SOCORROS
PRIMEIROS
SOCORROS
São Paulo
março/2016
Nome do aluno
ADMINISTRAÇÃO REGIONAL DO SENAC
NO ESTADO DE SÃO PAULO
Gerência de Desenvolvimento
Roland Anton Zottele
Coordenação Técnica
Ana Maria Galvão de Carvalho Pianucci
Apoio Técnico
Adriana Ferreira Dutra Tomida
Ilustrações
Bruno Ginde Mazzilli
Editoração Eletrônica
Manuela Ribeiro
Revisão de Texto
Luiza Elena Luchini (coord.)
INTRODUÇÃO / 9
4 EMERGÊNCIAS CLÍNICAS / 65
5 FERIMENTOS DIVERSOS / 73
6 QUEIMADURAS / 83
7 INTOXICAÇÕES / 91
Para o instrutor
• O aprendizado dos procedimentos de primei-
ros socorros será mais efetivo se forem utiliza-
das técnicas de encenação em sala de aula. In-
centive seus alunos a participar como vítimas,
encenando os principais sinais e sintomas, e
como socorristas, na prestação dos cuidados
preconizados.
• Estimule o trabalho em equipe na prestação
dos cuidados.
• Avaliações práticas também são muito úteis e
solidificam o aprendizado. Recorra ao “Passo a
passo” e à “Revisão” ao final de cada capítulo
para ratificar o aprendizado das técnicas e soli-
dificar o conhecimento sobre as sequências de
abordagem.
• Muita atenção aos alunos com os quais esti-
ver trabalhando. Lembre que há diferenças na
abordagem de primeiros socorros para profis-
sionais de saúde e para socorristas leigos trei-
nados. Escolha os conteúdos apropriados a
cada grupo. A definição desses grupos é apre-
sentada no capítulo 1.
• Estimule os alunos a divulgar as informações
mais simples sobre primeiros socorros aos
membros de suas famílias. A informação mais
vital é sobre o acionamento de serviços de
emergência. Lembre-se de que os familiares
deverão ser considerados leigos (não treina-
dos).
Para o aluno
• Participe ativamente das encenações e ensine
os procedimentos mais simples aos membros
de sua família.
Inúmeros estudos demonstram a importância dos primeiros socorros realizados de forma correta pela
pessoa mais próxima à vítima. Pode ser a secretária de um diretor de empresas, o colega que traba-
lha na máquina ao lado, uma vizinha ou a equipe de brigadistas e a equipe médica de uma grande
indústria.
Olhe ao seu redor. Quem você vê? E se você precisasse de socorro agora? Essa pessoa que está
próxima de você saberia lhe ajudar?
Tenha certeza de que esse colega ou familiar que está ao seu lado poderá lhe ajudar muito se dominar
algumas informações relativamente simples e se tiver um mínimo treinamento prático.
A proposta da apostila é apresentar os procedimentos de primeiros socorros em um formato e lingua-
gem acessíveis ao público leigo ou a profissionais de nível médio ou técnico, como forma de apoio ao
aprendizado prático dos procedimentos durante aulas ministradas por professores treinados.
Seja você também uma pessoa preparada. Sorte de quem estiver ao seu lado!
Peça ajuda
Em qualquer circunstância, solicite sempre a presença de outra pessoa para lhe ajudar, seja para
acionar o serviço de emergência ou para abrir uma janela, afrouxar roupas ou realizar outro proce-
dimento qualquer. Se necessário, afaste-se brevemente da cena e vá buscar ajuda retornando em
seguida.
Na prática, deve-se observar se a cena em que a vítima está é segura para o socorrista e para todos
em volta. Observe riscos potenciais como:
• Tempestades e inundações
• Instabilidade de estruturas
• Fogo, fumaça
• Fio e rede elétrica em risco
• Produtos químicos
• Explosivos
• Árvores em risco de queda
• Materiais perigosos (óleo, agentes intoxicantes, etc.)
• Baixa iluminação
• Tráfego intenso
• Nevoeiros
• Animais perigosos
• Vento
• Vítima agressiva
• Relevo acidentado (encostas, etc.)
Se houver riscos, solicite auxílio da polícia ou dos bombeiros informando sobre a situação. Se a vítima
puder ser alcançada e movimentada, mova-a para uma área segura para o início dos procedimentos
de socorro.
Lembre-se de que manobras heroicas só aumentam os riscos e não devem ser incentivadas. É im-
portante que o socorrista execute apenas os procedimentos para os quais foi preparado e está apto
a executar. Se a situação é de risco, afaste-se e aguarde a ajuda solicitada.
Se a vítima está agressiva ou hostil (portando armas, por exemplo) ou foi agredida (e o agressor ainda
se encontra na cena), acione imediatamente o socorro e informe a situação da mesma maneira.
É preciso ressaltar que a cena deve ser monitorada constantemente, pois algo que parecia seguro
pode se transformar em uma cena hostil ou de risco após alguns minutos.
Diante da importância da avaliação da cena para o sucesso do atendimento, ao final deste capítulo
há algumas considerações práticas que servirão muito aos profissionais da saúde que atuam em
empresas e aos profissionais de segurança.
Impeça aglomerações
Muitos curiosos podem se aproximar de você e da vítima, dificultando as ações de socorro e, até
mesmo, a circulação de ar. Oriente-os para que se afastem, informando da importância de espaço
para o sucesso do atendimento.
Procure não se exaltar, pois haverá sempre muitos palpites e observações sobre a vítima e o modo
de agir. Peça a alguém para organizar o ambiente, para que isso não o distraia. Aos mais exaltados,
é uma boa atitude pedir algum favor, como: “Se você quer ajudar, arrume um cobertor para aquecer
a vítima”, ou então “Arrume panos limpos e secos”. Ele se afastará para cumprir a tarefa, deixando o
ambiente mais calmo.
Informe o que está sendo feito e ouça as queixas da vítima; isso a tranquilizará.
Observe abaixo como esses aspectos podem lhe dizer muito sobre a segurança da cena e sobre os
primeiros passos a serem tomados:
• a vítima movimentar-se ou falar é um bom sinal. Ao falar, ela demonstra que está respirando e que
há circulação sanguínea. Ao se movimentar, demonstra algum grau de consciência;
• o conhecimento sobre o que se passou é fundamental. Um colega que sofreu uma queda de dois
degraus pode ter uma perspectiva de gravidade diferente de outro cuja queda foi de um andar.
Busque informações;
• diante de fogo, produtos químicos, fiação elétrica caída e outras circunstâncias do tipo, o so-
corrista deve imediatamente solicitar auxílio especializado, afastar-se e aguardar a chegada do
serviço solicitado;
• alguém pode dizer que a vítima rolou escada abaixo, ou então que teve fortes dores no peito antes
de ficar inconsciente e rolar pela escada. Possivelmente, ela teve um mal-estar antes de cair. Ouça
com atenção as pessoas que presenciaram os fatos;
• hálito com odor etílico pode significar intoxicação alcoólica. Use os seus sentidos na busca de
informações.
Esses são apenas exemplos de como uma boa comunicação, um olhar atento, saber ouvir e utilizar
o olfato são ferramentas importantes para o socorrista.
Recusa de atendimento
Diante de agravos percebidos como de pouca importância, a vítima pode recusar ajuda. Nessas cir-
cunstâncias, mesmo que ela não permita uma abordagem, enfatize a importância da avaliação por
um médico e do consequente encaminhamento para um hospital para esclarecimento da situação.
Cena que envolva produtos perigosos
O socorrista pode se ver em situações que envolvam produtos perigosos, como produtos químicos
com características tóxicas, radioativas, etc., utilizados na indústria e no comércio. Além disso, vários
itens de mobiliário doméstico e de escritórios, quando submetidos a fogo, resultam em uma fumaça
altamente tóxica devida à combustão dos produtos químicos utilizados em sua confecção.
Cuidado com fios elétricos caídos sobre veículos ou peças e maquinários elétricos. Ao tocá-los, você
pode ser atingido por descarga elétrica. Use uma madeira longa para afastá-los.
Objetos elétricos próximos a lugares úmidos ou com acúmulo de água também exigem atenção do
socorrista. Lembre-se de desligar a corrente elétrica ou desligá-los da tomada antes de manusear.
Objetivo e importância
Se a cena está segura e não há riscos para o socorrista, o próximo passo dos primeiros socorros
é entrar em contato com a vítima para realizar a “avaliação inicial”. O objetivo dessa avaliação é
identificar a situação e já corrigir condições que possam colocar a vítima em risco de morte imediato.
Para estimular a vítima e realizar a avaliação, aproxime-se de sua cabeça e de seu tronco, chamando-
-a e tocando seu ombro (Figura 1). Dê preferência a chamá-la pelo nome e insista por 3 vezes com a
pergunta: “Você está bem?”.
AVALIAÇÃO DA RESPONSIVIDADE:
• Aproxime-se da vítima;
• Toque seu ombro e chame-a em voz alta
por pelo menos 3 vezes.
• Pergunte: Você está bem?
Vítima responsiva
Considera-se a vítima responsiva se ela atende ao chamado do socorrista com movimentos, abrindo
os olhos, tossindo e/ou balbuciando palavras.
Considerar
Vítima responsiva Estimule com
alterações e queixa
perguntas:
Atende ao e acionar o serviço
chamado com Qual é seu nome?
de emergência.
movimentos, tosse Sabe onde está?
LIGUE para
ou palavras. O que aconteceu?
192 ou 193
Vítima irresponsiva
Para a vítima que não se movimenta ou não fala e que não responde ao estímulo da voz e ao
contato do socorrista, dizemos que ela está irresponsiva. Nesses casos, o socorrista leigo pode pedir
ajuda às pessoas no entorno e ligar imediatamente para o serviço de emergência pelo celular ou tele-
fone fixo (dígitos 192 ou 193 ou outro serviço disponível na sua cidade). Evite se afastar do paciente
e só o faça se não houver ninguém que possa ajudá-lo.
Após o acionamento do serviço de emergência, o socorrista leigo deve avaliar rapidamente se a víti-
ma respira sem dificuldades, observando se o tórax se movimenta e se a respiração é normal.
Se a vítima está irresponsiva, mas respira sem dificuldades e tem pulso, coloque a vítima em
posição de recuperação (Figura 2) e mantenha a observação até a chegada do socorro. Essa posição
favorecerá a circulação, a respiração, o conforto e a drenagem de secreções pela boca, enquanto se
aguarda a chegada da equipe profissional.
POSIÇÃO DE RECUPERAÇÃO
É indicada para vítimas de agravos clí-
nicos, irresponsivas e com respiração
normal.
• Lateralize o corpo à esquerda.
• Posicione braços e pernas flexiona-
dos e apoiados na superfície.
Pedir ajuda
Vítima imediatamente e Colocar em posição
irresponsiva ligar para o serviço de recuperação,
Respira sem de emergência pelo (lateralizada à
dificuldades. celular ou telefone esquerda).
fixo: 192 ou 193
Se a vítima está inconsciente e não respira ou apresenta respiração fora do normal (muito lenta
e/ou com esforço e agonizante), caracteriza-se comprometimento grave da respiração e circulação
e risco de morte em alguns minutos. Nesse caso, os procedimentos de RCP devem ser iniciados
imediatamente (os procedimentos serão detalhados a seguir).
Vítima
Pedir ajuda
inconsciente e
imediatamente e
sem respirar Iniciar os
ligar para o serviço
ou inconsciente procedimentos de
de emergência pelo
e com respiração RCP.
celular ou telefone
muito lenta ou
fixo: 192 ou 193
agônica.
• solicite à vítima consciente que não se movimente e não permita que outras pessoas tentem mo-
vimentá-la até a chegada do socorro especializado;
• não movimente a vítima para a posição de recuperação;
• se ela estiver respirando sem dificuldades, mantenha a posição encontrada e use as mãos para
segurar firmemente a cabeça da vítima na posição em que estiver, impedindo os movimentos e
promovendo a estabilização manual da cabeça e da coluna (Figura 4). Mantenha essa estabiliza-
ção até a chegada do socorro especializado.
Ao ligar para o serviço de emergência, mantenha a calma e esteja pronto para fornecer os seguintes
dados:
• endereço exato do local onde está a vítima;
• o que ocorreu e o que já foi feito;
• seu nome e telefone para contato.
Alguns serviços de emergência já estão preparados para auxiliar na identificação de problemas por
meio de perguntas e podem dar orientações sobre como prosseguir com os procedimentos de pri-
meiros socorros para essas situações. Essa ajuda com orientação por telefone pode ser muito útil ao
socorrista leigo. Esteja preparado para seguir orientações.
Acompanhe a seguir o passo a passo da avaliação inicial para socorristas leigos.
Avalie a
responsividade.
Pergunte:
Qual o seu nome?
Sabe onde está?
O que aconteceu?
Considere a queixa
principal.
Avalie rapidamente
a presença de
respiração.
Respira com
Respira sem
dificuldade
dificuldade.
(respiração agônica).
Inicie a
Coloque a vítima em
ressuscitação
posição de recuperação.
cardiopulmonar
Se suspeita de trauma,
(RCP).
mantenha na posição
encontrada e estabilize
manualmente a cabeça.
AVALIAÇÃO DA RESPONSIVIDADE
E DA RESPIRAÇÃO:
• Aproxime-se da vítima.
• Toque o ombro da vítima e chame-a em voz
alta por pelo menos 3 vezes. Pergunte: Você
está bem?
• Na ausência de resposta, consideramos a víti-
ma irresponsiva.
• Solicite ajuda imediatamente e chame um ser-
viço de emergência.
Figura 6. Avaliação da responsividade
• Na vítima irresponsiva, avalie rapidamente se a
e da respiração.
respiração está ausente ou há respiração agô-
nica (há movimentos de elevação no tórax ?).
Se a vítima está irresponsiva, o socorrista leigo deve pedir ajuda às pessoas que estão próximas e
imediatamente acionar o serviço de emergência (192, 193 ou outro) utilizando celular ou telefone fixo.
Uma pessoa pode ser orientada para acionar o serviço de emergência. O socorrista deve evitar deixar
a vítima sozinha, porém se necessário, pode afastar-se e buscar ajuda, retornando em seguida. Se
disponível, já deve ser providenciado o desfibrilador externo automático (DEA).
O socorrista leigo deve continuar a RCP somente com compressões torácicas até a chegada e a pre-
paração de um DEA e/ou até a chegada de outro socorrista com treinamento ou equipes de emergên-
cia capazes de prosseguir com as manobras. Obviamente, se o paciente apresentar sinais de retorno
da circulação (respiração, tosse ou movimento), a RCP deve ser interrompida.
Para garantir uma RCP de qualidade, se houver mais de um socorrista, deve-se alternar a pessoa
responsável pelas compressões a cada 2 minutos, minimizando ao máximo o tempo de interrup-
ção. Uma pessoa pode ser orientada por telefone ou na cena diretamente por um socorrista, viabili-
zando a alternância a cada 2 minutos.
A única forma de reverter a FV é a oferta de uma corrente elétrica externa o mais rápido possível, ou
seja, ofertar um choque elétrico que tecnicamente é chamado de “desfibrilação”. A desfibrilação é o
terceiro elo da cadeia de sobrevivência (Figura 6) e é possível com o auxílio de um equipamento que
pode ser manipulado por leigos denominado “desfibrilador externo automático”, conhecido como DEA.
O DEA (Figura 8) é um equipamento eletrônico simples e portátil que analisa automaticamente o ritmo
cardíaco a cada 2 minutos e utiliza comandos de voz e luzes para guiar o socorrista leigo durante a
sequência de RCP. Se o ritmo detectado for uma FV, o dispositivo fornece corrente elétrica de forma
automática e sem a necessidade do comando do socorrista. Apesar dos vários modelos diferentes
de equipamento, a técnica básica de utilização do DEA é comum a todos e é descrita na Figura 8.
O DEA pode ser muito útil na determinação dos 2 minutos de RCP, pois, por meio dos comandos de
voz, ele informa a necessidade de análise automática do ritmo a cada 2 minutos, o que permite além
da análise do ritmo, a troca do responsável pela compressão torácica.
O socorrista leigo deve continuar a RCP somente com compressões torácicas e DEA instalado até a
chegada de um socorrista com treinamento ou equipes de emergência profissionais que assumam
a RCP. Obviamente, se o paciente apresentar sinais de retorno da circulação (respiração, tosse ou
movimento), a RCP deve ser interrompida e a posição de recuperação deve ser considerada.
Considerações especiais
Sobre compressões e ventilações
Assim como enfatizamos nesse capítulo, todos os socorristas leigos devem no mínimo realizar so-
mente compressões torácicas no adulto em PCR. Se o socorrista leigo receber treinamento, possuir
dispositivos de barreira para ventilação e se sentir hábil e confortável na realização de ventilações, ele
poderá realizar ciclos de 30 compressões e 2 ventilações com dispositivo de barreira. As pesquisas
mostram que os resultados são similares para o paciente, quando atendido por socorristas leigos
somente com compressões ou quando associado a ventilações.
O instrutor de primeiros socorros deve avaliar a composição do grupo de alunos, os objetivos do
treinamento e o tempo disponível para definir as práticas e habilidades que deverão ser alcançadas.
A RCP com compressões e ventilações será abordada e detalhada no capítulo 3.
Se a cena é
segura, avalie a
responsividade.
Vítima irresponsiva
(após estimulo verbal
e toque no ombro).
Avalie rapidamente a
presença de respiração.
TÉCNICA DE COMPRESSÃO
TORÁCICA EM BEBÊS
• Posicione apenas dois dedos no centro do tórax 1
cm abaixo da linha dos mamilos.
• A profundidade da compressão deve ser de 4 cm.
Todas as demais observações realizadas para o adulto
devem ser seguidas nessa faixa etária (frequência, mi-
nimização das interrupções e retorno do tórax).
Alguns modelos de desfibrilador possuem eletrodos autoadesivos próprios para o público infantil que
devem ser utilizados nesses casos. A forma de utilização do DEA em crianças é igual para os adultos.
Veja a seguir um resumo comparativo das diretrizes e da técnica de RCP nas diferentes faixas etárias
quando aplicada por socorristas leigos.
CRIANÇA BEBÊ
ADULTO
DE 1 A 8 ANOS (menor de 1 ano)
Avalie a responsividade e a presença de respiração normal.
RECONHECIMENTO Considere a RCP na vítima irresponsiva e com ausência de respiração ou
respiração agônica.
Solicite ajuda das pessoas que estão a sua volta.
Acione o serviço de emergência 192, 193 ou outro pelo celular ou
ACIONAMENTO telefone fixo.
DO SERVIÇO DE Se possível, solicite que alguém acione o serviço de emergência e
EMERGÊNCIA providencie um DEA.
Se necessário, deixe a vítima para buscar socorro e retorne com um DEA
antes de iniciar a RCP.
Só compressões com as mãos
Obs.: O ideal é ofertar compressões torácicas e ventilações com
RCP “SÓ
dispositivos de barreira, porém se o leigo não recebeu treinamento ou
COMPRESSÕES”
não se sente hábil na realização de ventilações, ele poderá realizar apenas
compressões torácicas, até que um socorrista com treinamento assuma
sua posição. O serviço de emergência acionado poderá disponibilizar
orientações de RCP por telefone, na cena.
1 mão (crianças
2 dedos no centro do
LOCALIZAÇÃO DAS 2 mãos no centro do pequenas) ou
tórax, 1 cm abaixo da
COMPRESSÕES tórax 2 mãos no centro do
linha mamilar
tórax
A cena de uma PCR é bastante tumultuada e pode exigir muitos socorristas. Mesmo assim, os socor-
ristas podem não se lembrar de todos os detalhes necessários. A sugestão é treinar muito e sempre.
Mobilize as pessoas que podem estar envolvidas nesse tipo de atendimento e trabalhe a integração
entre todos, usando uma abordagem sequencial e coreografada em que cada um reconhecerá seu
papel nas várias etapas.
Para estimular a vítima e realizar a avaliação, aproxime-se de sua cabeça e de seu tronco, chamando-
-a e tocando seu ombro (Figura 1). Dê preferência a chamá-la pelo nome e insista por 3 vezes com a
pergunta: “Você está bem?”.
AVALIAÇÃO DA RESPONSIVIDADE:
• Aproxime-se da vítima;
• Toque seu ombro e chame-a em voz alta
por pelo menos 3 vezes.
• Pergunte: Você está bem?
Vítima responsiva
Considera-se a vítima responsiva se ela atende ao chamado do profissional com movimentos, abrin-
do os olhos, tossindo ou balbuciando palavras.
Peça ajuda às pessoas no entorno e acione o serviço de emergência se for necessário, informando
as alterações detectadas. Siga as orientações do operador ao telefone.
Considerar
Vítima responsiva Estimule com
alterações e queixa
perguntas:
Atende ao e acionar o serviço
chamado com Qual é seu nome?
de emergência.
movimentos, tosse Sabe onde está?
LIGUE para
ou palavras. O que aconteceu?
192 ou 193
Vítima irresponsiva
Para a vítima que não se movimenta ou não fala e que não responde ao estimulo da voz e do
contato do socorrista, dizemos que ela está irresponsiva. Nesses casos, o socorrista deve pedir ajuda
às pessoas no entorno e ligar imediatamente para o serviço de emergência do celular ou telefone fixo
(dígitos 192 ou 193 ou outro serviço disponível na sua cidade). Evite se afastar do paciente e só o faça
se não houver ninguém que possa ajudá-lo.
Vítima
irresponsiva Acionar o serviço
Não responde ao de emergência.
estímulo da voz LIGUE para
e do contato do 192 ou 193
socorrista.
• Se a vítima está irresponsiva, mas respira sem dificuldades e tem pulso, coloque a vítima em
posição de recuperação (Figura 3) e mantenha a observação até a chegada do serviço de emer-
gência. Essa posição favorecerá a circulação, a respiração, o conforto e a drenagem de secreções
pela boca, enquanto se aguarda a chegada da equipe profissional.
POSIÇÃO DE RECUPERAÇÃO
É indicada para vítimas de agravos clíni-
cos, irresponsivas e com respiração nor-
mal.
• Lateralize o corpo à esquerda.
• Posicione braços e pernas flexionados
e apoiados na superfície.
Se a vítima está inconsciente e não respira ou apresenta respiração fora do normal (muito lenta
e/ou com esforço e agonizante) e não possui pulso central, caracteriza-se a parada cardiorrespira-
tória (PCR) e a necessidade de RCP imediata por comprometimento grave da respiração e circulação
e risco de morte em alguns minutos. Os procedimentos de RCP serão detalhados a seguir.
Vítima inconsciente
e sem respirar,
PCR:
ou com respiração
Iniciar os
muito lenta ou
procedimentos de
agônica,
RCP.
e sem pulso
central (carotídeo).
Se a vítima está inconsciente e não respira ou apresenta respiração fora do normal (muito lenta
e/ou com esforço e agonizante), mas possui pulso central, caracteriza-se a parada respiratória e a
necessidade de reanimação imediata por comprometimento grave da respiração com risco de evo-
lução para PCR e risco de morte em alguns minutos. Os procedimentos de reanimação ventilatória
serão apresentados a seguir.
Vítima inconsciente
e sem respirar,
Parada respiratória:
ou com respiração
iniciar os
muito lenta ou
procedimentos
agônica,
ventilação.
e com pulso
central (carotídeo).
Uma vez que o pulso carotídeo já foi avaliado, outro importante aspecto a ser observado na avaliação
da circulação é se há presença de sangramentos externos.
A avaliação da presença de sangramentos externos deve ser realizada em todas as vítimas, princi-
palmente naquelas que sofreram traumas. Trata-se de uma inspeção rápida em busca de sinais de
sangramento, mesmo sob as vestes. Na presença de sangramento ativo externo visível, deve ser
aplicada compressão imediata diretamente da lesão (Figura 4) para conter a perda sanguínea.
Com a abertura das vias aéreas e consequentemente da boca, é possível realizar uma breve inspeção
para avaliar se há sangue, líquidos, alimentos e próteses soltas na boca que possam comprometer
a ventilação. As próteses podem ser retiradas manualmente. Se houver secreções em excesso e a
vítima demonstrar dificuldades para respirar, coloque-a em posição de recuperação para favorecer a
drenagem.
Considerações especiais
Em casos de suspeita de trauma
Caso o profissional suspeite de que a vítima tenha sofrido uma queda, atropelamento ou qualquer
outro tipo de trauma, serão necessários cuidados especiais para evitar lesões na coluna ou o agra-
vamento do trauma durante o procedimento de primeiros socorros. Diante da suspeita de trauma:
• solicite à vítima consciente que não se movimente até a chegada do socorro especializado;
• não movimente a vítima nem permita que alguém o faça;
• se ela estiver respirando sem dificuldades, mantenha a posição encontrada e use as mãos para
segurar firmemente a cabeça da vítima na posição em que estiver, impedindo os movimentos e
promovendo a estabilização manual da cabeça e da coluna (Figura 6). Mantenha essa estabiliza-
ção até a chegada do socorro especializado;
• caso a vítima com suspeita de trauma tenha indicação de ressuscitação (respiratória ou cardior-
respiratória), deve-se realizar a “manobra da mandíbula” ou “jaw thrust” (Figura 7), que é uma
manobra manual que auxilia na abertura das vias aéreas nesses casos.
MANOBRA DA MANDÍBULA
(Socorrista de cabeçeira)
Exclusiva para profissionais da saúde em atendi-
mento a agravos traumáticos em vítimas incons-
cientes e com respiração ausente ou agônica.
• Posicione-se na cabeceira do paciente.
• Coloque as mãos uma de cada lado da cabe-
ça, com os dedos apontando em direção aos
pés, para estabilizar manualmente a cabeça.
• Espalhe seus dedos pela face do paciente ao
longo do ângulo da mandíbula.
• Aplique força simétrica apenas com os dedos
para mover a mandíbula para frente e discre-
Figura 7. Manobra da mandíbula tamente para baixo (em direção dos pés da
vítima).
Alguns serviços de emergência já estão preparados para auxiliar na identificação de problemas por
meio de perguntas e podem dar orientações sobre como prosseguir com os procedimentos de pri-
meiros socorros para essas situações. Essa ajuda com orientação por telefone pode ser muito útil.
Acompanhe a seguir o passo a passo da avaliação inicial para socorristas.
Avalie a
responsividade.
Pergunte:
Qual o seu nome?
Sabe onde está?
O que aconteceu?
Considere a queixa
principal.
Avalie rapidamente a
presença de respiração
e de pulso carotídeo.
Coloque a vítima em
Inicie a ressuscitação
posição de recuperação Inicie a reanimação
cardiopulmonar
e mantenha a atenção. ventilatória.
(RCP).
Se suspeita de trauma:
mantenha na posição
encontrada e estabilize
manualmente a cabeça.
Ao final das primeiras 30 compressões, a via aérea deve ser aberta com a manobra de inclinação da
cabeça-elevação do queixo (Figura 5) e devem ser aplicadas 2 ventilações sequenciais de apenas 1
segundo, que promovam elevação visível do tórax. Esta sequência de 30 compressões fortes, rápi-
das e sem parar e 2 ventilações deve ser repetida por 2 minutos, ininterruptamente.
As duas ventilações de 1 segundo e com visível elevação do tórax devem ser realizadas preferen-
cialmente com o auxílio de um dispositivo de barreira que sirva de proteção ao contato com saliva,
sangue e secreções da vítima, ou por meio da técnica do boca a boca. Entre os dispositivos dispo-
níveis estão a máscara de bolso para RCP, a barreira plástica para o boca a boca e a bolsa-válvula-
-máscara (Figura 11).
BOLSA-VÁLVULA-MÁSCARA
• Sua utilização correta exige duas pessoas:
• uma para posicionar e manter a más-
cara sobre a face da vítima com as
vias aéreas abertas; e
• outra para comprimir a bolsa com as
duas mãos.
• O socorrista hábil pode utilizá-la sozinho,
mas é possível haver redução de até 50%
no volume ofertado devido à insuficiente
vedação da máscara e da compressão do
balão.
Os segredos da utilização de qualquer tipo de barreira para a ventilação na RCP são: a abertura cor-
reta das vias aéreas e o ótimo ajuste da máscara com a face da vítima.
Durante a primeira insuflação, se houver dificuldade na elevação do tórax, refaça o movimento de
abertura das vias aéreas e reajuste a máscara à face da vítima. Se ainda assim houver dificuldade,
deve-se considerar a possibilidade de “obstrução das vias aéreas” (ver capítulo 4).
A ventilação boca a boca (Figura 12) é uma opção de técnica sem uso de nenhuma barreira, porém
os socorristas podem não se sentir seguros com a realização do procedimento em virtude do risco
de contrair doenças, embora os estudos não comprovem essa relação.
VENTILAÇÃO
VENTILAÇÃO BOCA A BOCA
BOCA A BOCA
• Execute a manobra de abertura das vias aé-
•reas.
Execute a manobra de abertura das vias aéreas.
• •Use os os
Use dedos de uma
dedos mãomão
de uma parapara
fechar as na-as na-
fechar
rinas.
rinas.
• •Inspire normalmente.
Inspire normalmente.
• Cubra com sua boca aberta toda a boca da
• Cubra com sua boca aberta toda a boca da ví-
vítima.
tima.
• Com um movimento expiratório sem esforço,
• Com um movimento expiratório sem esforço,
insufle o ar para a vítima de maneira uniforme
insufle o ar para a vitima de maneira uniforme
durante 1 segundo.
durante 1 segundo.
• Repita o passo, iniciando pela sua inspiração
Figura20.
Figura 12.Ventilação
Ventilaçãoboca
bocaaaboca.
boca. • Repita o passo, iniciando pela sua inspiração.
Ao final de 2 minutos ou 5 ciclos de RCP (30 compressões e 2 ventilações), o socorrista deve manter
a via aérea aberta e observar rapidamente se a vítima continua irresponsiva e com respiração e circu-
lação inadequadas. Em caso positivo, prossiga com novo ciclo de RCP por mais 2 minutos. Repita
essas ações até a chegada do DEA ou a chegada da equipe de socorro especializado, ou até que a
vítima comece a dar sinais de presença de responsividade e respiração (sem dificuldade).
Como vimos na descrição acima, o socorrista deve continuar a RCP 30:2 até a chegada e a prepara-
ção de um DEA, sem retardar ou interromper as compressões enquanto outra pessoa abre e prepara
o equipamento. Isso é necessário para minimizar as interrupções nas compressões.
Caso o choque tenha sido indicado, é de extrema importância que as compressões sejam retomadas
logo em seguida. Este procedimento aumenta a possibilidade de o choque ter sucesso. Portanto,
prossiga com as compressões e ventilações por 2 minutos após o choque até a próxima análise.
O DEA pode ser muito útil na determinação dos 2 minutos de RCP, pois, por meio dos comandos de
voz, ele informa a necessidade de análise automática do ritmo a cada 2 minutos, o que permite além
da análise do ritmo, a troca do responsável pela compressão torácica.
Garanta a realização da RCP 30:2 com avaliação do ritmo pelo DEA a cada 2 minutos até a chegada
de equipes de emergência que assumam a RCP. Obviamente, se o paciente apresentar sinais de
retorno da circulação (respiração, tosse ou movimento), a RCP deve ser interrompida e a posição de
recuperação deve ser considerada.
Avalie a presença de
respiração e pulso
simultaneamente em 10
segundos.
Realizar 1 ventilação a
cada 5 a 6 segundos
ou cerca de 10 a 12
Posição de
respirações/min.
recuperação e manter
RESPIRAÇÃO RESPIRAÇÃO Mantenha ventilações
observação até a
NORMAL, AUSENTE, e a cada 2 min avalie
chegada do serviço de
PULSO PULSO respiração e pulso.
emergência.
PRESENTE PRESENTE
Mantenha atenção
para a ocorrência de
PCR
Iniciar RCP
Ciclos de 30 compressões
para cada 2 ventilações
por 2 minutos.
Utilizar o DEA assim que
disponível e preparado.
SIM! NÃO!
Choque Choque
indicado! não indicado!
Aplique o choque.
Reinicie RCP 30:2 imediatamente após
Reinicie RCP 30:2 imediatamente após o choque mantendo por 2 min até
o choque mantendo por 2 min até próxima análise pelo DEA. Mantenha até
próxima análise pelo DEA. Mantenha até a chegada do serviço de emergência
a chegada do serviço de emergência ou até que a vítima comece a se
ou até que a vítima comece a se movimentar ou tossir.
movimentar ou tossir.
Considerações especiais
Na suspeita de trauma
Caso a vítima com suspeita de trauma atendida por profissionais da saúde tenha indicação de RCP,
a manobra manual indicada para a abertura das vias aéreas é a “manobra da mandíbula” ou “jaw
thrust” (Figura 7). Considerando a importância das compressões e ventilações no resultado de sobre-
vivência, se o profissional não se sente seguro na realização dessa manobra e/ou a ventilação está
prejudicada pela dificuldade com a manobra no trauma, deve ser realizada a manobra de inclinação
da cabeça para não atrasar os procedimentos.
Sobre compressões e ventilações para profissionais de saúde e socorristas leigos com trei-
namento
Todos os socorristas leigos devem no mínimo realizar somente compressões torácicas no adulto em
PCR. Assim como os profissionais de saúde, se o socorrista leigo receber treinamento, possuir dis-
positivos de barreira para ventilação e se sentir hábil e confortável na realização de ventilações, ele
poderá realizar ciclos de 30 compressões e 2 ventilações com dispositivo de barreira.
O instrutor de primeiros socorros deve avaliar a composição do grupo de alunos, os objetivos do
treinamento e o tempo disponível para definir as práticas e habilidades que deverão ser alcançadas.
As principais modificações da RCP em bebês e crianças em relação aos adultos é demonstrada nas
Figuras 14 e 15:
RCP EM BEBES
1 socorrista
• Opção para checagem do pulso braquial
• Durante a manobra de inclinação da cabeça-
-elevação do queixo realizar apenas uma leve
extensão.
• Posicione apenas dois dedos no centro do tórax
1 cm abaixo da linha dos mamilos.
• A profundidade da compressão deve ser de 4
cm.
• Execute 30 compressões para cada 2 ventila-
ções com dispositivo de barreira.
• A mascara do dispositivo de barreira deve cobrir
boca e nariz.
2 socorristas
• Posicione as mãos ao redor do tórax com po-
legares no centro do tórax, logo abaixo da linha
mamilar.
• A profundidade da compressão deve ser de 4 cm.
• Execute 15 compressões para cada 2 ventila-
ções com dispositivo de barreira.
RCP EM CRIANÇAS
• Posicione as duas mãos ou apenas uma de-
las (opcão para crianças muito pequenas) no
centro do tórax, entre os mamilos da vítima.
• A profundidade deve ser de 5 cm (como no
adulto).
Para crianças e bebês: se a pcr não foi presen-
ciada pelo socorrista, considerar a realização de
rcp por 2 minutos antes de se afastar para bus-
car ajuda.
Na parada respiratória: administre 1 ventilação a
cada 6 segundos para adultos ou 3 a 5 seg para
Figura 15. Técnica de compressão as crianças e bebês.
em crianças (1 ano à puberdade). Todas as demais observações realizadas para
o adulto devem ser seguidas nessa faixa etária
(frequência, profundidade, minimização das in-
terrupções e retorno do torax).
Alguns modelos de desfibrilador possuem eletrodos autoadesivos próprios para o público infantil que
devem ser utilizados nesses casos. A forma de utilização do DEA em crianças é igual para os adultos.
Veja a seguir um resumo comparativo das diretrizes e da técnica de RCP nas diferentes faixas etárias
quando aplicada por profissionais da saúde.
CRIANÇA BEBÊ
ADULTO
DE 1 A 8 ANOS (menor de 1 ano)
Avalie a responsividade e a presença de respiração normal.
RECONHECIMENTO Considere a RCP na vítima irresponsiva e com ausência de respiração
ou respiração agônica.
Solicite ajuda das pessoas que estão à sua volta.
Acione serviço de emergência 192, 193 ou outro de preferência pelo
celular.
Se possível, solicite que alguém acione o serviço de emergência e
ACIONAMENTO providencie um DEA.
DO SERVIÇO DE Se necessário, deixe a vítima para buscar socorro e retornar com
EMERGÊNCIA um DEA antes de iniciar a RCP.
Para crianças e bebês: se a PCR não foi presenciada pelo socorrista,
considerar a realização de RCP por 2 min antes de se afastar para
buscar ajuda.
1 socorrista
1 ou 2 socorristas 30:2
RCP
30:2 2 socorristas
15:2
1 socorrista
2 dedos no centro do
tórax, 1 cm abaixo da
1 mão (crianças
linha mamilar.
2 mãos pequenas) ou
LOCALIZAÇÃO DAS no centro do tórax 2 mãos no centro do
COMPRESSÕES tórax 2 socorristas
(ou metade inferior do
esterno) (ou metade inferior do 2 mãos ao redor do
esterno) tórax com polegares
no centro do tórax,
logo abaixo da linha
mamilar.
FREQUÊNCIA DAS 100 a 120/min
COMPRESSÕES Alternar responsável pela compressão a cada 2 minutos
PROFUNDIDADE No mínimo 5 cm No mínimo 5 cm
DAS 4 cm
COMPRESSÕES (não ultrapassar 6 cm) (não ultrapassar 6 cm)
RETORNO DO
Permitir retorno total do tórax após cada compressão.
TÓRAX
Precoce: uso do DEA assim que estiver em condição de uso.
Seguir as orientações do comando de voz.
DESFIBRILAÇÃO Interromper as compressões a cada 2 minutos para avaliação do ritmo.
Reiniciar imediatamente as compressões após a avaliação do ritmo e o
choque (se indicado).
Minimizar interrupções durante a RCP.
Manter compressões e DEA até a chegada do serviço de emergência
ou a vítima apresentar sinais de retorno à circulação (respiração,
INTERRUPÇÃO
movimentos ou tosse).
DA RCP
A interrupção fora dessas condições deve ser considerada apenas
em caso de exaustão do socorrista ou em funções das condições de
segurança e do ambiente.
Atenção para a manobra adequada de abertura das vias aéreas:
manobra de inclinação da cabeça e elevação do tórax ou jaw thrust?
OUTRAS
Atenção para a ocorrência de parada respiratória (respiração ausente
OBSERVAÇÕES
com pulso presente): administre 1 ventilação a cada 6 segundos para
adultos ou 3 a 5 segundos para as crianças e bebês.
ADAPTADO DE: AMERICAN HEART ASSOCIATION, CPR, 2015.
A cena de uma PCR é bastante tumultuada e pode exigir muitos socorristas. Mesmo assim, os socor-
ristas podem não se lembrar de todos os detalhes necessários. A sugestão é treinar muito e sempre.
Mobilize as pessoas que podem estar envolvidas nesse tipo de atendimento e trabalhe a integração
entre todos, usando uma abordagem sequencial e coreografada onde cada um reconhecerá seu
papel nas várias etapas.
4. Se a respiração for recuperada antes da chegada do socorro especializado, o que deve ser
feito?
Se a respiração e a circulação forem restabelecidas, é fundamental manter vigilância sobre a vítima
nos momentos seguintes à PCR:
• realize a avaliação inicial repetidamente;
• mantenha a vítima aquecida;
• procure manter um amigo ou familiar próximo;
• se não houver suspeita de trauma, coloque a vítima em posição de recuperação;
• aguarde o socorro especializado ou providencie o encaminhamento da vítima
• para uma unidade hospitalar (dê preferência ao transporte por unidade do serviço de emergência
de sua cidade);
• se o socorro especializado já foi chamado durante a fase de detecção da PCR, telefone novamen-
te para o serviço solicitado informando da mudança do quadro.
• Isso poderá agilizar o atendimento.
IMPORTÂNCIA E CONCEITUAÇÃO
BÁSICA
Obstrução das vias aéreas por corpo estranho
(OVACE) é o termo técnico para o que costumei-
ramente chamamos de engasgamento. Na maio-
ria das vezes, a OVACE é causada por alimentos,
líquidos ou pequenos objetos, como próteses
dentárias e tampinhas, que ficam presos nas vias
aéreas e bloqueiam a passagem do ar. Esse blo-
queio é extremamente grave, pois impede a vítima
de respirar normalmente, podendo levar à morte
por parada cardiorrespiratória em alguns minutos.
O objetivo deste capítulo é apresentar as mano-
bras que devem ser realizadas para reverter qua-
dros de OVACE com a prestação de primeiros so-
corros para vítimas responsivas e irresponsivas.
Obstrução leve
Nesse tipo de obstrução, a vítima (adulto, criança
ou bebê) ainda consegue respirar, tossir e falar (ou
balbuciar), mas, mesmo assim, precisa de acom-
panhamento, uma vez que o quadro pode se agra-
var repentinamente.
OBSTRUÇÃO LEVE
(vítima consegue tossir e falar)
Obstrução grave
Nessa situação, a vítima apresenta um ou mais sinais:
• muita ansiedade;
• tosse muito fraca ou “silenciosa” (sem ar);
• chiado alto durante a inspiração;
• extrema dificuldade para respirar, tossir e falar;
• cianose labial (arroxeamento);
Figura 1. Sinal universal de
• sinal universal de asfixia (Figura 1);
asfixia (mãos ao redor da
• parada respiratória. garganta e boca aberta, para
tentar puxar ar).
OBSTRUÇÃO GRAVE
MANOBRA DE DESENGASGAMENTO
PARA VÍTIMAS IRRESPONSIVAS
OVACE EM VÍTIMAS IRRESPONSIVAS
Procedimentos de primeiros socorros:
• Deite a vítima de costas no chão.
• -
piração.
• Para vítima irresponsiva e com respiração au-
sente ou agônica, solicite o serviço de emer-
gência especializado e o DEA.
• Inicie a RCP com 30 compressões.
Figura 3. RCP usada como manobra
de desengasgamento para • Abra as vias aéreas e examine rapidamente a
vítimas inconscientes. boca para ver se há objetos ou próteses atra-
palhando a respiração (retire com os dedos so-
mente o que puder visualizar).
• Execute 2 ventilações de 1 segundo. Se necessário, refaça a manobra de abertura das vias aéreas.
• Prossiga com os procedimentos padronizados de RCP por 2 minutos, ou até a vítima tossir.
PASSO-A-PASSO
Passo a passo: manobra
MANOBRA DE de desengasgamento
DESENGASGAMENTO DEde Heimlich para vítimas responsivas
HEIMLICH
acima dePARA
1 anoVÍTIMAS
de idade
RESPONSIVAS ACIMA DE 1 ANO DE IDADE
Vítima responsiva
Posicione as mãos
cerradas no centro
do abdome da vítima,
acima do umbigo
Avalie responsividade
Vítima Vítima
responsiva irresponsiva
Avalie rapidamente
se há respiração
Acione serviço de
emergência e solicite DEA
Obstrução grave:
Obstrução grave:
CONVULSÃO
A convulsão ou crise convulsiva é decorrente de
uma desordem elétrica involuntáriae repentina do
cérebro. Caracteriza-se por perda de consciência,
acompanhada de contrações musculares, que va-
riam de leves a violentas e que podem surgir de
maneira espontânea ou decorrente de alguma al-
teração metabólica no corpo ou mesmo na estru-
tura cerebral. As causas mais comuns são:
• tumores cerebrais;
• má formação vascular cerebral;
• febre (em crianças até 5 anos);
• infecções, como meningite;
• desequilíbrios bioquímicos;
• hipoglicemia (diminuição da glicose no san-
gue);
• abuso de drogas ou álcool;
• abstinência de drogas ou álcool;
• trauma na cabeça;
• acidente vascular encefálico (derrame);
• redução no fluxo sanguíneo do cérebro;
• epilepsia.
Existem várias formas de manifestação da crise
convulsiva, que podem ser classificadas como ge-
neralizadas ou parciais.
A convulsão generalizada é muito comum, e re-
cebe este nome em função da desordem elétrica
acometer o encéfalo como um todo, de maneira
simétrica. É sempre acompanhada de perda de
consciência, e pode durar de 2 a 5 minutos. Os sinais podem aparecer de forma combinada ou não,
e os mais comuns são:
• enrijecimento da musculatura (pernas e braços ficam estendidos), que pode culminar em queda;
• contrações involuntárias, repetidas e violentas dos músculos, levando a movimentos abruptos e
desordenados;
• dificuldade respiratória, com arroxeamento da pele (cianose);
• contração dos músculos da mastigação, o que pode resultar em mordedura da língua;
• perda do controle dos esfíncteres (levando a perda de urina ou fezes);
• salivação excessiva.
Ao final das contrações, há um relaxamento do corpo e um período de alteração da consciência ca-
racterizado por confusão mental e sonolência, marcando o final da convulsão. Gradualmente, a vítima
retomará a consciência, mas pode haver sonolência acompanhada de dores de cabeça por horas.
A convulsão parcial dura poucos segundos, pois as alterações elétricas atingem apenas algumas
áreas cerebrais. Podem ser acompanhadas de alteração de consciência ou não. Nas vítimas que
perdem a consciência, é comum encontrarmos:
• olhar fixo e ausente;
• rápido piscar de olhos;
• movimentos com a boca que lembram mastigação (em alguns casos).
A crise parcial pode evoluir e tornar-se generalizada, no entanto, costuma ser autolimitada a alguns
minutos e não demanda maiores cuidados, exceto a garantia de privacidade. Deve-se orientar a víti-
ma a procurar ajuda médica em caráter ambulatorial.
Os objetivos do atendimento de primeiros socorros à vítima com convulsão são proteger contra le-
sões e monitorar a respiração e a circulação, por meio da avaliação inicial. Além das regras básicas,
diante de uma vítima em convulsão, o socorrista leigo treinado ou o profissional da saúde deve:
• se possível, proteger a vítima da queda contra o chão;
• afastar objetos que possam causar ferimentos (móveis, pedras, etc.);
Figura 1. Posição
Figura 1. Posiçãode
de recuperação.
recuperação.
DÚVIDAS COMUNS
2. O que fazer para evitar convulsões em uma criança que apresenta febre alta?
As convulsões por febre alta em crianças são mais comuns até os 5 anos de idade. Se a temperatura
exceder 37,5º deve ser providenciado acompanhamento médico, mas alguns procedimentos podem
auxiliar no controle:
• retirar o excesso de roupas;
• arejar o ambiente;
• providenciar um banho morno;
• compressas frias.
Medicamentos devem ser ministrados apenas por médicos.
DOR NO PEITO
As doenças do coração são a principal causa de morte da população adulta. Isso se deve, entre
outras coisas, ao aumento da expectativa de vida da população e às modificações no estilo de
vida ocorridas nos grandes centros. As pessoas estão cada vez mais sedentárias e obesas, com
maior risco para distúrbios de pressão arterial e colesterol.
Cerca de 50% das mortes por problemas cardíacos acontecem subitamente e antes que a vítima
consiga chegar ao hospital. Geralmente, esses quadros evoluem para a PCR devido a ocorrência
de fibrilação ventricular, arritmia sobre a qual falamos no Capítulo 2.
Entre os problemas cardíacos destacam-se aqueles que se originam da dificuldade de oxigenação
das células do coração, como o infarto agudo do miocárdio e a angina, cujo sinal mais evidente é a
dor no peito, chamada tecnicamente de dor torácica de origem cardíaca. Seus sinais e sintomas são
(Figura 2):
• sensação de aperto ou de opressão, de peso e de queimação no
centro do tórax, por até 20 minutos;
• essa sensação pode irradiar para todo o tórax (mais comumente
para o lado esquerdo) e também para ombros, pescoço, mandíbu-
la, braços e mãos;
• é comum a vítima esfregar as mãos no peito durante o episódio de
dor;
• mencionar sensação de morte iminente.
A dor torácica pode ser acompanhada de dificuldade para respirar,
náuseas, vômitos, palidez e sudorese. Se a dor perdurar por mais de
30 minutos, é grande a probabilidade de existência de infarto agudo Figura 2.
Figura 2.Dor
Dorno
nopeito
peito.
do miocárdio.
Idosos e diabéticos podem apresentar quadros semelhantes à dor descrita acima, porém sem dor ou
com uma dor mínima, difícil de caracterizar. São os chamados infartos silenciosos ou assintomáticos.
Não subestime esses quadros, na suspeita siga o protocolo e providencie auxilio médico urgente.
Existem ainda outras doenças que podem levar a dor torácica ou provocar dificuldades na sua de-
tecção. Há casos por exemplo, em que a dor no peito pode melhorar simplesmente com o repouso.
Somente uma equipe especializada poderá fazer tal diferenciação. Por isso, chame sempre o serviço
de emergência.
e enquanto se aguarda sua chegada, sejam tomadas as medidas mencionadas acima e, princi-
palmente se a vítima não for alérgica e se não houver nenhuma contraindicação, seja oferecida
1 aspirina do tipo adulto ou 2 aspirinas do tipo infantil. Trata-se da única exceção quanto ao
fornecimento de medicamentos por parte de socorristas em situações de primeiros socorros.
Entre os exemplos mais comuns de contraindicação a aspirina está a presença de sangramentos
recentes, incluindo sangramento gástrico.
DESMAIO
Dizemos que uma pessoa está consciente quando ela tem a percepção de si mesma e do ambiente.
Basicamente, é capaz de abrir os olhos e fazer contato, e sabe seu nome, onde está e o que está
acontecendo.
O desmaio caracteriza-se por um episódio repentino e breve perda da consciência. Também chama-
do de síncope, por si só o desmaio não determina uma doença, mas é um sinal de inúmeras delas, e
por essa razão as vítimas devem ser encaminhadas a ajuda médica.
Suas causas mais comuns são alterações no fornecimento de oxigênio e glicose para o encéfalo, que
é muito sensível à falta de qualquer um desses dois nutrientes básicos. Essas alterações costumam
ocorrer, por exemplo, na exposição prolongada a ambientes quentes, alimentação precária e exercí-
cios físicos excessivos. Dor, medo e excitação excessiva também são causas prováveis.
APÓS A CRISE:
• Se não houver suspeita de trauma, coloque a vítima em posição de recuperação;
• Monitore a circulação e a respiração realizando a avaliação inicial;
• Prepare-se para RCP;
• Se necessário, faça contenção de sangramentos;
• Fique atento às regras básicas de primeiros socorros;
• Oriente para o repouso até o transporte;
• Siga as regras básicas de primeiros socorros.
NÃO:
• Impeça movimentos;
• Jogue água ou bata no rosto;
• Tente abrir a boca ou colocar algo dentro dela;
• Ofereça alimentos; medicamentos ou bebidas;
• Transporte a vítima durante a crise.
5. Ferimentos
diversos
CONCEITOS BÁSICOS
Os ferimentos são lesões nos tecidos da superfí-
cie interna ou externa do corpo humano, incluindo
as diferentes camadas da pele, os músculos e os
órgãos internos.
Existem inúmeros critérios para a classificação
dos ferimentos. No geral, eles podem ser fecha-
dos ou abertos.
Nos ferimentos fechados, não há ruptura da pele e
pode haver sangramento interno devido à ruptura
de vasos internos com extravasamento de sangue.
Se superficial, pode formar uma área arroxeada de
contorno bem definido, chamada hematoma. O
hematoma subgaleal, conhecido como “galo”, é
um exemplo comum de ferimento fechado.
Nos ferimentos abertos, há ruptura da pele e a
possibilidade de sangramentos externos visíveis.
Entre as lesões mais comuns estão as abrasões
(ou escoriações), os cortes (ou incisões) e as avul-
sões (ou retalhos). Regra geral, todo sangramento
visível deve ser controlado, e por vezes esse san-
gramento está sob as roupas.
A gravidade de um ferimento é medida pela inten-
sidade do sangramento e pelo local atingido. A in-
tensidade do sangramento varia pelo tipo de vaso
sanguíneo atingido (Figura 1).
Figura
Figura 1. 1. Características
Características do sangramento
do sangramento em relação ao tipo de
vaso atingido (apresentação de sangramento externo).
em relação ao tipo de vaso atingindo
(apresentação de sangramento externo).
O maior risco de um sangramento excessivo ou não controlado é a evolução para o estado de cho-
que. Se o sangramento for intenso, o corpo humano pode não conseguir compensar a perda de
líquido e evoluir para o estado de choque.
O estado de choque é a falência progressiva do sistema cardiovascular, em que o corpo não tem
como distribuir sangue oxigenado para os tecidos. Em sua evolução, pode se tornar um quadro irre-
versível cujo evento final é a morte.
As causas mais comuns de sangramentos externos são: arranhaduras, ferimentos com agentes pon-
tiagudos (por exemplo, pregos), perfuro-cortantes (por exemplo, faca ou tesoura), mordedura de ani-
mais e ferimentos por arma de fogo, entre outros.
Apesar de muitas vezes os ferimentos terem uma aparência drástica e serem acompanhados de mui-
ta dor, nem sempre são classificados de graves, a menos que estejam sangrando de forma descon-
trolada ou comprometam a respiração, como no caso dos ferimentos das vias aéreas, face, pescoço
ou tórax.
Lembre-se de que a contenção das hemorragias faz parte da avaliação inicial e é ponto primordial
para as vítimas de ferimentos. Qualquer sangramento deve ser controlado.
Figura 4.
Figura 4. Aplicação
Aplicaçãodede
gelo.
gelo.
• Providencie um pano fino (meia, pano de prato, camiseta, gaze, etc.) para colocar entre o saco de
gelo e a pele do local;
• controle o tempo de aplicação das compressas (máximo de 10 a 15 minutos).
FERIMENTOS ESPECIAIS
Alguns ferimentos são considerados especiais em virtude de
suas características, localização ou possibilidade de complica-
ções e sequelas. Na maioria dos casos, comprometem funções
vitais e as vítimas devem ser encaminhadas a atendimento mé-
dico imediato. São considerados especiais os ferimentos:
• nos olhos: pelo comprometimento da visão;
• no pescoço: pelo comprometimento da respiração e a alta
possibilidade de sangramento;
• no tórax: pelo risco à respiração;
• no abdome: pela possibilidade de sangramento interno;
• na cabeça: pela possibilidade de comprometimento das fun- Figura
Figura 5. Ferimentonos
5. Ferimento nos olhos.
olhos.
ções neurológicas;
• amputações: pela possibilidade de perda da parte amputada e sangramento;
• encravados: pela possibilidade de ferimentos internos e sangramento.
Ferimentos no pescoço
• Contenha os sangramentos com compressão local direta;
• Não exerça compressão sobre a traqueia, de modo a não comprometer a respiração e a circula-
ção.
Ferimentos no tórax
• Se há hematomas, esteja atento à ocorrência de sinais de dificuldade para respirar;
• Para ferimentos abertos em que se perceba a saída de ar:
• cubra o ferimento com um plástico ou gaze e fixe 3 pontas (ou lados) com fita adesiva;
• se o ferimento for por arma de fogo ou arma branca, observe se há mais de 1 orifício (execute
curativos de 3 pontas com plástico em todos eles);
• mantenha a vítima lateralizada sobre o lado afetado ou em posição semissentada até a che-
gada ao serviço médico.
Ferimentos no abdome
• Para os ferimentos fechados, com presença de hematomas, esteja atento a informação de dor
abdominal e a sinais de choque. A dor acompanhada de rigidez no abdome pode significar lesões
internas importantes, com presença de sangramento. Esteja atento também a sangramentos por
via vaginal, anal ou uretral, pois também significam sangramento do abdome;
• Para os ferimentos com lesão aberta no abdome, se não houver exposição de vísceras, faça mo-
derada compressão da lesão;
• Se houver exposição de vísceras (evisceração):
• jamais tente recolocar as vísceras para dentro da cavidade abdominal; mantenha-as na posi-
ção em que foram encontradas;
• lave com água limpa ou soro fisiológico para retirar as sujidades e manter a umidificação;
• cubra com compressas umedecidas com água limpa ou soro (no lugar das compressas
umedecidas, pode-se utilizar plástico limpo para a cobertura das lesões);
• proteja o local com um curativo fechado sobre as compressas umedecidas ou sobre o plás-
tico, prendendo-o com esparadrapo às bordas;
• se não houver suspeita de trauma, mantenha os membros inferiores fletidos.
Ferimentos na cabeça
• Sempre que houver lesão na cabeça, deve-se suspeitar de lesão na coluna cervical e realizar a
estabilização manual da cabeça;
• Para os ferimentos fechados, com presença de hematoma subgaleal, esteja atento aos sinais de
comprometimento da função neurológica como: confusão mental ou agitação, sono excessivo,
sangramento pela orelha ou nariz, dificuldade para falar ou para andar, náuseas e vômitos, dor de
cabeça;
• Para os ferimentos abertos, faça leve compressão direta;
• Não tente impedir a saída de líquidos pela orelha e pelo nariz, apenas cubra com gaze ou pano
limpo para absorver o fluxo de sangue.
ESTADO DE CHOQUE
Identificar o estado de choque é a única maneira de intervir precocemente nesta ocorrência. Veja no
quadro abaixo os principais sinais e sintomas (e suas causas) que determinam a instalação do estado
de choque:
Diante de uma vítima de trauma com possibilidade de choque, providencie os seguintes cuidados de
emergência:
• chame imediatamente um serviço de emergência ou providencie transporte imediato;
• execute a avaliação primária e esteja preparado para a RCP;
• coloque a vítima em posição dorsal (barriga para cima), com as pernas elevadas a 45º (cerca de
30 a 40 cm de altura), para favorecer a circulação cerebral;
• se for impossível mantê-la com as pernas elevadas, mantenha o decúbito dorsal apenas (no caso
de mulheres grávidas, o decúbito lateral esquerdo é o mais indicado);
• aqueça a vítima com cobertores ou com o que for possível (jornais, roupas, toalhas, etc.), para que
o corpo não consuma toda a energia tentando promover seu próprio aquecimento;
• tente promover conforto à vítima para acalmá-la.
Diante de alguns ferimentos muito pequenos, o socorrista pode ter dúvidas a respeito da real neces-
sidade de encaminhar a vítima ao hospital. Abaixo, apresentamos alguns indicadores da necessidade
de encaminhamento:
Se houver:
• sangramento arterial ou incontrolável;
• objetos encravados ou possibilidade de contaminação;
• envolvimento de cabeça, vias aéreas, face ou genitais;
• envolvimento de arma branca e de fogo ou mordedura de animais.
Se o ferimento:
• for profundo e/ou maior que 1 cm;
• envolver camadas profundas da pele ou músculos.
2. O que fazer no caso de um sangramento nasal que não seja causado por trauma na cabeça?
Essa situação é muito comum e pode ser decorrente de hipertensão arterial, excessivo calor ou
frio e atividades físicas muito intensas, entre outros. Nesses casos:
• mantenha a vítima sentada e imóvel;
• não tente interromper o sangramento;
• cubra as narinas com uma gaze apenas para não escorrer sangue sobre as vestes;
• se possível, aplique compressas frias na testa e nas laterais do nariz, longe dos olhos;
• busque ajuda médica para avaliar as causas.
5. Devemos retirar anzóis no caso de encravamento nos dedos ou em outra parte do corpo?
É preferível encaminhar a vítima ao hospital. Na impossibilidade, se a ponta do anzol não possuir
gancho, não há muitos problemas em removê-lo fazendo o mesmo trajeto de entrada, porém em
sentido inverso. De qualquer forma, esteja preparado para sangramento. No caso do artefato
possuir um gancho na ponta, é premente o encaminhamento a uma unidade hospitalar.
RESUMO
Resumo DAS
das REGRAS
regras GERAISde
gerais DEprimeiros
PRIMEIROS socorros
SOCORROSaAvítimas
VÍTIMAS de
DE FERIMENTOS
ferimentosESPECIAIS
especiais
FERIMENTOS ESPECIAIS
TÓRAX
• Para os ferimentos abertos em que se perceba a saída de ar:
CABEÇA • Sempre que houver lesão na cabeça, deve-se suspeitar de lesão na coluna
cervical e realizar a estabilização manual da cabeça;
• Para os ferimentos fechados, esteja atento aos sinais de
comprometimento da função neurológica como: confusão mental ou
FERIMENTOS ESPECIAIS
hora do acidente;
– o recipiente deve acompanhar a vítima até o hospital.
CONCEITUAÇÃO BÁSICA
A pele é o maior órgão do corpo humano e é uma
barreira natural de proteção contra agentes físicos
(calor e frio), químicos (água, ácidos e outros) e
biológicos (bactérias, fungos, etc.), auxiliando ain-
da no controle da temperatura e da função sensi-
tiva. Se a pele sofrer uma agressão, essas capaci-
dades são imediatamente alteradas.
As queimaduras mais comuns são as produzidas
pelo sol ou pelo calor em ambiente doméstico
(fogo, objetos ou líquidos quentes), mas ainda po-
dem acontecer por contato por agentes químicos.
A maioria das lesões por queimadura é leve, pois
atinge apenas a camada mais superficial da pele.
No entanto a queimadura pode alcançar estrutu-
ras ainda mais profundas, como músculos, ossos,
nervos e vasos sanguíneos, e alterar o funciona-
mento de múltiplos sistemas corporais, repercu-
tindo sobre o coração, os pulmões e o encéfalo,
causando a morte.
Térmica São as mais comuns. Produzidas pelo calor (fogo, vapor, líquidos quentes, objetos
aquecidos) e pelo frio (gelo).
Elétrica São graves, produzindo lesões internas, principalmente com risco ao coração.
Geralmente causadas por correntes elétricas e raios.
Profundidade
Agente Características
Fontes e características
Primeiro grau
Térmica São as mais comuns. Produzidas pelo calor (fogo, vapor, líquidos quentes, objetos
vermelhidão
aquecidos) ee certo
pelo frioinchaço
(gelo). no local, com muita dor.
Segundo grau
Química Atinge
São umaProduzidas
graves. camada mais profunda
por produtos(epiderme e derme). Caracteriza-se por
ácidos e alcalinos.
vermelhidão, inchaço, dor intensa e presença de bolhas de tamanhos variados.
Elétrica São graves, produzindo lesões internas, principalmente com risco ao coração.
Terceiro grau Pode atingir causadas
Geralmente além das por
camadas profundas
correntes da pele,
elétricas geralmente acompanhada de
e raios.
lesões de primeiro e segundo graus. Pode ser indolor e apresentar coloração seca
Radiação e esbranquiçada,
Nuclear, ou (do
ultravioleta escura
sol)com aparência de carbonização. É bastante grave.
e infravermelha.
Quarto grau São as que alcançam todas as camadas da pele e ainda queimam tecidos,
músculos, podem
De acordo com a profundidade, ossos e ser
atéclassificadas
órgãos internos.
em:
Podem ocorrer vários graus de profundidade em uma mesma área corporal.
A análise da extensão
Profundidade é o fator de maior influência na avaliação de gravidade da queimadura. Quanto
Características
maior a extensão, maior o risco de morte da vítima, pois pode haver perda excessiva de líquidos do
corpo, perda
Primeiro de temperatura e altíssimo risco de infecções. Em primeiros socorros, o objetivo não é
grau
determinar a extensão, mas manter
vermelhidão a vítima
e certo comnovida,
inchaço prevenir
local, danos
com muita dor.adicionais e parar o processo
de queimadura.
Segundo
Quanto grau Atinge
à localização, uma camada
é preciso mais profunda
considerar (epidermeem
que queimaduras e derme).
algumasCaracteriza-se por
regiões específicas do
vermelhidão, inchaço, dor intensa e presença de bolhas de tamanhos variados.
corpo são muito críticas, por favorecerem a infecção da ferida ou causarem danos à respiração ou
mesmo por serem altamente incapacitantes para o trabalho e comprometedoras no aspecto estético.
Terceiro grau Pode atingir além das camadas profundas da pele, geralmente acompanhada de
É o caso das mãos, face, pés, genitais, pescoço, vias aéreas e tórax, chamadas de “áreas críticas”.
lesões de primeiro e segundo graus. Pode ser indolor e apresentar coloração seca
Uma queimadura nessas áreas é sempre
e esbranquiçada, grave.com aparência de carbonização. É bastante grave.
ou escura
Baseado nos quatro aspectos que traduzem a gravidade de uma queimadura, dizemos que:
Quarto grau São as que alcançam todas as camadas da pele e ainda queimam tecidos,
• Queimaduras leves: são aquelas de primeiro e segundo graus e pequenas (menores que a palma
músculos, ossos e até órgãos internos.
da mão);
• Queimaduras moderadas: são aquelas de primeiro grau e extensas (como as produzidas pelo sol);
segundo grau, de média extensão; e as de terceiro grau de pequenas áreas.
• Queimaduras graves: são aquelas de segundo e terceiro graus que envolvem face, pescoço, tó-
rax, mãos, pés, genitais e articulações em qualquer extensão. São graves também as extensas de
segundo e terceiro graus, além das químicas e elétricas.
Além de todos os fatores já comentados, há outros que contribuem para a gravidade da queimadura:
a idade da vítima (crianças e idosos respondem muito mal a queimaduras) e a presença de outros
traumas ou lesões associadas (diabetes, hipertensão, etc.) que alteram a resposta corporal ao feri-
mento.
Figura 1 e1 2.
Figuras e 2.Resfriamento da área
Resfriamento da áreaqueimada
queimada.
• sempre inicie o atendimento pela avaliação inicial com a checagem da responsividade e da res-
piração;
• retire joias, roupas e sapatos, se não estiverem grudados à pele;
• não perfure bolhas;
• não aplique pomadas, vaselinas, sprays, medicamentos ou pasta de dente, pois esses produtos
podem atrasar o atendimento definitivo no hospital e/ou causar mais dano aos tecidos;
• não aplique antídotos ou neutralizantes, pois as reações químicas podem provocar ainda mais
calor e piorar a queimadura;
• cubra o ferimento com gazes esterilizadas ou tecidos limpos e secos;
• no caso de queimaduras nas mãos ou pés, separe os dedos queimados com gazes limpas; se
estiverem grudados, não force a separação;
• no caso de queimaduras nos olhos, o resfriamento deve ser mais intenso e mantido até o cuidado
definitivo no hospital. A cobertura deve ser feita com gazes úmidas e em ambos os olhos;
• promova aquecimento até a chegada ao atendimento final.
• procure saber:
• o que causou a queimadura?: de acordo com a causa, os cuidados podem se alterar;
• houve outro trauma?: a vítima pode ter sofrido uma queda, por exemplo, e possuir traumas
associados que pioram o resultado;
• houve inalação de vapor, gazes ou fumaça?: pode ser um indicativo de queima- duras por
inalação que comprometam as vias aéreas;
• providencie transporte para avaliação e tratamento hospitalar – nas queimaduras pequenas, con-
sidere a possibilidade de transportar a vítima por conta própria.
Os primeiros socorros a vítimas de queimaduras térmicas podem ser efetivados apenas com a aten-
ção a essas regras gerais de atendimento. Em relação a outras causas, algumas especificidades
precisam ser abordadas.
A queimadura por inalação de vapores quentes leva a ressecamento e inchaço da mucosa do nariz e
nas vias aéreas em geral, tornando a respiração muito dificultada diante da obstrução. Esse edema
pode ser leve e imperceptível no início e se agravar com o passar do tempo. Os sinais mais comuns
de queimaduras por inalação são: queimaduras na face, dificuldade respiratória, rouquidão, tosse e
respiração ruidosa.
No caso de queimaduras por inalação, esteja preparado para:
• se possível, retirar a vítima do ambiente e colocar em local bem arejado;
• posicionar a vítima consciente e sem traumas adicionais na posição sentada;
• se inconsciente, colocar a vítima em posição de recuperação;
• abrir as portas e janelas para melhorar a ventilação;
• aquecer a vítima;
• monitorar a respiração com a ajuda da avaliação inicial;
• providenciar transporte ou socorro especializado.
No caso de queimaduras desse tipo, esteja preparado para iniciar a abordagem pela
avaliação primária e realizar RCP, se necessário.
ASPECTOS ESPECÍFICOS • Use método de barreira para não entrar em contato com o produ-
DO ATENDIMENTO A to químico;
QUEIMADURAS QUÍMICAS • Lave a região com muita água corrente por tempo superior a 15
minutos, utilizando, se possível, um chuveiro (observe as exce-
ções);
• Não use neutralizantes ou antídotos;
• Para substâncias em pasta ou em pó, primeiro remova o excesso
com uma escova ou tecido seco e, em seguida, resfrie.
IMPORTÂNCIA E CONCEITUAÇÃO
BÁSICA
Intoxicações carcterizam-se por distúrbios nas
funções do corpo humano devido à interação com
substâncias químicas de qualquer natureza, seja
de forma acidental ou intencional.
Algumas dessas substâncias podem produzir efei-
tos tóxicos somente quando em quantidade eleva-
da. É o caso de inúmeros medicamentos.
Entre as substâncias que podem produzir intoxi-
cações estão:
• medicamentos (analgésicos, antidepressivos,
estimulantes e xaropes, etc.);
• produtos de limpeza em geral (ceras, desinfe-
tantes, água sanitária, etc.);
• cosméticos (acetona, talcos, etc.);
• derivados do petróleo (gasolina, graxa, óleo
diesel, etc.);
• pesticidas, raticidas, inseticidas;
• gases (fumaça de incêndio, monóxido de car-
bono, amônia, etc.);
• produtos químicos usados em empresas, alca-
linos e ácidos (soda cáustica, etc.);
• plantas (comigo-ninguém-pode, espirradeira,
trombetas, etc.);
• drogas ilícitas (cocaína, maconha, ecstasy,
LSD, etc.);
• bebidas alcoólicas (destiladas ou fermentadas)
e outras (cafeína e chás).
Siga as regras básicas de primeiros socorros, garantindo principalmente a sua segurança, evitando
entrar em contato com a substância:
• remova a vítima do local de risco, colocando-a em um ambiente arejado e seguro;
• vítimas conscientes com dificuldade respiratória devem ser transportadas em posição semis-
sentada;
• leve junto à vítima potes, frascos ou outros recipientes que contenham restos da substância;
• esteja atento à ocorrência de vômito na vítima inconsciente – nesse caso, posicione a vítima
em decúbito lateral esquerdo e, se possível, recolha parte do líquido para encaminhar ao
hospital, auxiliando na detecção do agente intoxicante.
Na abordagem em primeiros socorros a vítimas de intoxicação aguda por álcool, siga os princípios
determinados anteriormente, porém esteja alerta para a ocorrência de dificuldades com a respiração.
É importante ressaltar que a depressão do sistema nervoso central leva o indivíduo intoxicado por ál-
cool a alguns comportamentos que geram descaso e desprezo por parte das outras pessoas. Nunca
é demais lembrar que o Conselho Federal de Medicina considera o alcoolismo agudo uma enfermi-
dade que leva a dependência física e psíquica do usuário e não deve ser considerado simplesmente
um vício.
Não se deixe levar pelo comportamento usual. Seja diferente. Ajude. Preste socorro.
Maconha
A maconha é a mais comum e mais usada, provavelmente pelo seu menor custo e maior facilidade
de obtenção. Geralmente consumida na forma de cigarro, como se fosse inalada, seus efeitos variam
de acordo com a pureza da droga e condições físicas e psicológicas do usuário:
• doses menores levam a alucinações visuais e auditivas, pensamento lento e diminuição da per-
cepção da realidade e da própria identidade, olhos vermelhos, sedação e sono;
• doses mais elevadas levam a agitação, delírio e ansiedade.
Cocaína
A cocaína é um pó fino e branco que pode ser aspirado por via nasal ou injetado na veia. Seu derivado
mais consumido é o crack, encontrado em formato de cristais (como pequenas pedras), que pode ser
inalado como um cigarro. Seu uso leva a:
• euforia e instabilidade emocional, com agitação e alucinações (inicialmente);
• exacerbação da instabilidade emocional (em uma fase mais avançada);
• comprometimento das funções do coração (incluindo dor no peito e PCR), que é o mais grave
sinal;
• convulsões;
• coma.
Esse grupo de vítimas precisa de atendimento médico, psicológico e social em longo prazo e na fase
aguda, principalmente ajuda médica. Promova os cuidados de primeiros socorros descritos e provi-
dencie transporte imediato ao atendimento definitivo. Na medida do possível, possibilite um ambiente
confortável e tranquilo, sem cobranças. Seja cooperativo.
6. Aqueça a vítima.
IMPORTÂNCIA E CONCEITUAÇÃO
BÁSICA
Animais peçonhentos são aqueles que possuem
aparelho inoculador de veneno, capaz de injetar
essa substância no corpo humano. São exemplos
de animais peçonhentos cobras, aranhas, escorpi-
ões, vespas e abelhas.
Animal venenoso é aquele que possui veneno, po-
rém não possui aparelho inoculador (como a ara-
nha caranguejeira e seus pelos urticantes). Na prá-
tica, incorretamente, ambos os termos são usados
para designar o mesmo grupo de animais.
Trata-se de um tipo de acidente comum em áreas
urbanas e rurais. Muitas vezes, em comunidades
rurais, os ferimentos são tratados com medidas
caseiras e pouco confiáveis.
Neste capítulo, serão abordados os principais as-
pectos dos acidentes e o atendimento de primei-
ros socorros em casos de:
• ofidismo: acidente com cobras;
• escorpionismo: acidente com escorpiões;
• araneísmo: acidente com aranhas;
• acidentes com abelhas e vespas.
ATENÇÃO!
Idosos e crianças são mais suscetíveis ao
efeito de venenos em geral!
OFIDISMO
Em nosso país, os acidentes com cobras são comuns, principalmente
nos meses quentes (novembro a abril) e durante o período diurno. As
serpentes que mais causam acidentes são:
• jararaca e outras do gênero, como a jararaca pintada, jararacuçu e
a urutu (88,2% dos acidentes desse tipo);
• cascavel (8,2%): única a possuir chocalho ao final da cauda, é a
responsável pelo maior número de mortes;
• surucucu (2,9%): enormes e com escamas, são comuns em grandes florestas;
• coral (0,7%): com halos de cores bem marcantes, têm hábitos noturnos e são pouco agressivas;
só atacam se abordadas.
ATENÇÃO!
Não cabe ao socorrista identificar o tipo de cobra, ou mesmo capturá-la. A identificação
pode ser feita por meio dos sinais e sintomas da vítima, e a captura deve ser realizada apenas
por pessoal especializado. Preste socorro à vítima.
É muito comum que a vítima não consiga dar informações suficientes sobre o animal a ponto de
permitir sua identificação. Por essa razão, a observação dos sinais ou sintomas referidos pela vítima
é fundamental para o médico durante o atendimento definitivo.
Veja abaixo algumas características da ação do veneno desses animais sobre o corpo humano:
Tipo de
Ação do veneno Local da picada Outras observações e sinais
cobra
Destrói as proteínas
Se for inoculada grande
dos tecidos, gerando Muita dor, inchaço
quantidade de veneno, pode
Jararaca necrose, e têm ação e formação de
haver hemorragia nas gengivas
anticoagulante levando bolhas de sangue.
e pelo nariz.
a hemorragias.
Dor muscular, paralisia dos
músculos da face, pálpebras
Tóxica ao tecido Formigamento e caídas, visão turva e até parada
Cascavel
nervoso e muscular. discreta dor local. respiratória. A lesão de tecidos
musculares pode levar a graves
problemas nos rins.
Outras observações
Tipo de cobra Ação do veneno Local da picada
e sinais
Semelhante ao da
Muita dor, inchaço
jararaca e ainda com Inoculam grande quantidade
Surucucu e formação de
ação tóxica para o de veneno.
bolhas de sangue.
tecido nervoso.
Paralisa da musculatura
das costelas causando
Tóxica para o tecido Dormência e
Coral dificuldade para respirar.
nervoso. discreta dor.
Pálpebras caídas, visão dupla
e excesso de salivação.
Com o objetivo de evitar acidentes com esse grupo de animais, observe os seguintes cuidados:
• mantenha sua residência livre de entulhos;
• em ambientes rurais, use botas, sapatos fechados ou botinas sempre com cano alto;
• não coloque a mão em buracos na terra, em madeira oca ou qualquer local em que não haja vi-
sibilidade;
• antes de ultrapassar troncos caídos ou andar por barrancos ou margens de rios e lagos, examine
o local.
ESCORPIONISMO
Os escorpiões são animais da família das aranhas. São aracnídeos que vi-
vem junto a lixo, entulho, sujeira e umidade. Com hábitos noturnos, saem
para caçar animais vivos com os quais se alimentam.
Alcançaram importância diante do alto número de acidentes ocorridos nos
centros urbanos e pela gravidade dos sinais e sintomas, principalmente em
idosos e crianças abaixo de 7 anos ou desnutridas.
Os escorpiões que mais causam acidentes no Brasil são o escorpião amarelo (ao lado) e o marrom,
sendo que o primeiro possui o veneno com maior toxicidade, capaz de provocar sintomas de maior
intensidade.
ATENÇÃO!
Não cabe ao socorrista tentar capturar o animal. A captura deve ser realizada apenas por
pessoal especializado. Preste socorro à vítima.
ARANEÍSMO
Mesmo com baixa mortalidade, esse tipo de acidente tem impor-
tância diante da possibilidade de lesões graves e por acontecer
mais em áreas urbanas e no período diurno durante todo o ano.
As aranhas que provocam maior número de acidentes são a aranha
armadeira (ao lado), com 60,7% dos casos, a aranha marrom, a vi-
úva-negra ou flamenguinha, a aranha de jardim e as caranguejeiras.
ATENÇÃO!
Não cabe ao socorrista identificar o tipo de aranha, ou mesmo capturá-la. A identificação
pode ser feita por meio dos sinais e sintomas da vítima, e a captura deve ser realizada apenas
por pessoal especializado. Preste socorro à vítima.
Veja abaixo algumas características desses animais e a ação de seu veneno sobre o corpo humano:
Ação do Local
Tipo de cobra Outras observações e sinais
veneno da picada
• Acidente mais comum.
• Agressivas e grandes, têm 5 cm e
Dor intensa, alcançam até 15 cm de envergadura.
inchaço e • Habitat: residências, folhagens de
Tóxico para reções locais bananeiras e de jardim.
ARMADEIRA o sistema que podem se
nervoso. irradiar para • Normalmente só sinais locais.
outras partes • Casos graves podem evoluir para
próximas. tremores, distúrbios visuais e até
convulsões.
• Em crianças, pode levar ao choque.
respirar.
ter sido picado uma primeira vez, e só descobrirá a partir da reação alérgica desencadeada por uma
segunda picada.
Basicamente, existem três tipos de resposta de um indivíduo ao contato com o veneno das abelhas:
• acidentes com uma ou poucas picadas em um indivíduo não sensibilizado: leva a fortes dores
locais, inchaço, vermelhidão e calor local, que regridem rapidamente.
• acidentes com uma ou mais picadas em indivíduo sensibilizado: muito grave e com risco de mor-
te, diante da possibilidade de choque anafilático que se inicia em alguns minutos. Leva a sinais
de dificuldade respiratória e rápida evolução para parada respiratória e cardíaca. Esteja preparado
para realizar RCP.
• acidentes com múltiplas e simultâneas picadas como num ataque por um enxame: em números
aproximados, 300 ou mais picadas em um adulto de 55 kg, ou cerca de 30 picadas em uma crian-
ça de menos de 2 anos são capazes de produzir essa reação. Caracteriza-se por dor e inchaço
generalizado, agitação e dificuldade respiratória, que pode evoluir para parada respiratória e car-
díaca. Atenção para a necessidade de RCP.
• siga as regras básicas de primeiros socorros, garantindo principalmente a sua segurança para
evitar um acidente enquanto o animal estiver próximo;
• remova a vítima do local de risco, colocando-a em um ambiente seguro;
• realize a avaliação inicial da vítima, começando pela checagem da responsividade, tratando os
problemas conforme encontrados (atente para a ocorrência de complicações respiratórias);
• mantenha a vítima deitada e em repouso;
• retire anéis e adornos;
• lave o ferimento com água e sabão e cubra com tecido limpo seco ou gazes secas se possível;
• busque transporte rápido para o hospital, se não houver serviço de emergência na sua localidade;
• geralmente, é possível identificar o tipo de animal de acordo com a história relatada pela vítima
– informe a equipe do atendimento hospitalar de todos os detalhes do animal que lhe foram pas-
sados;
• atente para as ações que jamais devem ser realizadas:
• garrotear o membro para conter o avanço do veneno pelo corpo;
• incisões no local da picada na tentativa de drenar o veneno para fora do corpo;
• injetar soro ou água no local da picada do animal.
CONSIDERAÇÕES ESPECIAIS
Sobre o ofidismo:
• nos acidentes com jararacas e surucucus, diante da possibilidade de inchaço acentuado no local
da picada, pode-se elevar o membro afetado, na tentativa de reduzir e impedir o agravamento do
problema;
• nos acidentes com cascavel, se a vítima chegar muito precocemente ao hospital, ela pode estar
ainda sem sinais de gravidade. Isso pode confundir o atendimento e atrasar a utilização do soro
indicado. Se possível, descreva o animal, buscando facilitar o diagnóstico.
Resumo das regras gerais de primeiros socorros a vítimas de acidentes com animais
peçonhentos RESUMO DAS REGRAS GERAIS DE PRIMEIROS SOCORROS
A VÍTIMAS DE ACIDENTES COM ANIMAIS PEÇONHENTOS
8. Providencie transporte.
CONCEITOS BÁSICOS
Os ossos e as articulações e, ainda, os múscu-
los, tendões e ligamentos fazem parte do sistema
músculo-esquelético que dá forma, sustentação,
proteção e movimento ao corpo humano.
As lesões envolvendo o sistema músculo-esquelé-
tico são muito comuns:
• Fraturas: caracterizam-se pela quebra do osso.
Podem ser fechadas ou abertas (expostas).
Nas fraturas fechadas, não há rompimento da
pele. Na aberta ou exposta, pontas de ossos
podem forçar a pele e rompê-la, caracterizando
claramente a fratura.
• Entorses: acontecem quando a articulação é
subitamente levada além de seus limites de
movimentação. Lesões graves podem até rom-
per ligamentos. Exemplo: entorses de tornoze-
lo, conhecidos por “virar o pé”.
• Luxações: caracterizam-se pela saída de um
osso de sua posição normal na articulação
(“saída do encaixe normal”). Exemplo: luxa-
ções de joelho, ombro, cotovelo.
• Distensões: lesões por estiramento dos mús-
culos (com ou sem ruptura das fibras muscula-
res), acontecem quando os músculos são for-
çados além de sua capacidade ou quando os
músculos estão tensos e frios e são forçados
repentinamente.
Após um evento traumático (quedas, acidente de
trânsito, violência, etc.), suspeite imediatamente de
uma lesão deste tipo quando a vítima apresentar:
• dor ou sensibilidade anormal (a vítima tende a
segurar o local afetado, tentando proteger-se
da dor, tomando uma atitude antiálgica);
• inchaço no local da dor;
• deformidade do local (encurtamento, desali-
nhamento em relação a outro membro, etc.);
• Repouso: não movimente ou permita movimentos na parte afetada, de modo a evitar agrava-
mento e aumento da área de edema (devido ao aumento da circulação);
• Gelo ou compressas frias: para diminuição da dor e da circulação local, abreviando o edema;
lembre-se de proteger a área de pele com tecido fino;
• Elevação: para ajudar na redução do edema, deve ser cuidadosa e realizada somente se não
causar aumento da dor;
• Imobilização: para impedir o agravamento da lesão.
6. Respeite sempre a posição encontrada, não fazendo nenhuma correção ou tração na tentativa de
tornar mais próximo da “normalidade”.
7. Respeite a posição em que a vítima indica sentir menos dor (posição antiálgica).
8. Aplique e fixe a tala sempre em uma articulação acima e outra abaixo do local afetado.
9. Se possível, eleve a parte imobilizada para diminuir o inchaço e a dor.
10. Não aperte excessivamente as amarrações nem as fixe sobre o local afetado.
11. Acolchoe os espaços entre as talas e o corpo, utilizando toalhas, tecidos, etc.
12. Imobilize pés e mãos em posição anatômica.
13. Mantenha descobertas as pontas das mãos e pés, para avaliar a circulação e a sensibilidade.
14. Na ausência de pulso ou se a extremidade da parte lesada estiver arroxeada e/ou fria, agilize a
imobilização na posição encontrada e o transporte para o cuidado definitivo. Se for o caso, ligue
novamente para o serviço de emergência para agilizar o atendimento.
15. Sobre as fixações:
• passe sob as curvaturas anatômicas naturais, sem elevar ou movimentar o corpo;
• faça nós bem firmes sempre sobre as talas ou sobre o acolchoamento, para não machucar a
pele da vítima.
16. No caso de imobilização de articulações, imobilize na posição encontrada, mantendo o ângulo
de flexão encontrado.
17. Transporte ou providencie transporte da vítima para uma unidade hospitalar, para os exames de
confirmação diagnóstica e o tratamento definitivo.
Se o socorrista for um profissional da área de saúde e possuir treinamento, pode ainda verificar o pulso
e avaliar a sensibilidade e a função motora abaixo da área da lesão antes e após a imobilização.
Antebraço e punho
Utilize uma tala de madeira, revista dobrada ou até um guarda-chuva fecha-
do sob o antebraço. Os dedos devem ficar expostos e em posição natural
(não esticados). Utilize uma atadura ou material em tecido para fixar e im-
provise uma tipoia para que o braço não fique abaixado (Figura 1).
Braço (úmero)
Respeite a posição em que o braço foi encontrado. Caso esteja estendido Figura 1
ao longo do corpo, imobilize-o ao lado do corpo da vítima. Se dobrado so-
Figura
Figura 11
bre o abdome, utilize materiais em tecido, fazendo uma tipoia para apoiar
o braço e, em seguida, outras duas amarrações, sendo uma acima e outra
abaixo da lesão (Figura 2).
Ombro e clavícula
Utilize como tala o próprio corpo da vítima. Fixe o braço no tronco com um
material em tecido, sob a forma de tipoia, deixando os dedos visíveis. Se
quiser intensificar a fixação, utilize um segundo material em tecido para fixar
o braço no tronco, como no caso da imobilização de braço. A Figura 2 apre-
senta uma opção de imobilização adequada para inúmeras circunstâncias,
Figura
Figura 22
como ombro, braço (úmero), clavículas, esterno e costelas.
Figura 2
Costelas e esterno
Graves por causarem enorme dificuldade respiratória, devem ser imobi-
lizadas como os ombros e a clavícula, respeitando-se o lado afetado, no Figura 3
Figura 33
Figura
caso das costelas. Transporte imediatamente.
Membros inferiores
Utilize talas firmes que se estendam do joelho até além dos pés, fixadas
com material em tecido (Figura 3). Fixe bem as duas articulações (joelho
e tornozelo), executando a “amarração em 8” (Figura 4). Na ausência de
talas firmes, utilize a perna sadia para imobilizar. Figura 4
Figura
Figura 44
Pé e tornozelo
Para esta região, além da opção de imobilização semelhante à da
perna, uma forma fácil e rápida é a utilização de toalhas ou travessei-
ros que devem ser fixados acima e abaixo da lesão associada à figura
em “8” nos pés (Figura 5).
Figura
Figura 555
Figura
Figura 5
Joelho
O joelho pode ser encontrado estendido ou dobrado. Se dobrado, faça um apoio com travesseiros e
utilize talas para impedir que se estendam. Se estendido, imobilize-o como no caso do fêmur.
Fêmur
O fêmur pode ser imobilizado com talas longas, que vão do quadril até além do pé, ou até mes-
mo utilizando-se a perna sadia como tala. Neste caso, antes de amarrar uma perna na outra,
acolchoe e utilize amarrações de tecido bem largas para não garrotear.
Pelve (bacia)
A imobilização da pelve é semelhante à de fêmur. Para garantir um
bom procedimento, serão necessárias talas longas que se esten-
dam das axilas até os pés da vítima, imobilizando toda a extensão
dos membros inferiores. Como alternativa, o próprio corpo da víti-
ma servirá para imobilizá-la.
Em seguida, prepare a madeira longa, que servirá como maca, co-
locando-a perto da vítima, que será rolada sobre a mesma, como
um bloco único. Para transportar a vítima, antes devemos fixá-la
na maca usando amarrações firmes, como cintos de segurança,
para que ela não caia (Figura 6).
Coluna Figura
Figura 66
Figura
Figura 77
Diante de um acidente grave ou de qualquer uma destas queixas, acione imediatamente o serviço de
emergência de sua cidade. Proceda como nos casos de imobilização da bacia (imobilização asso-
ciada a maca para transporte), providenciando a fixação adicional dos braços sobre o tórax e conse-
guindo auxílio e uma tábua/maca. Para transportar a vítima, antes devemos fixá-la na maca usando
amarrações firmes, como cintos de segurança, para que ela não caia (Figura 7).
Para os profissionais da saúde, é conveniente avaliar a sensibilidade e a força motora e providen-
ciar a estabilização manual da cabeça.
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