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Três Poemas

Wu Zao/Wu Tsao

Para a cortesã Ch'ing Lin

Em seu corpo esguio


Seus ornamentos de cinto de jade e coral soam
Como os de um companheiro celestial
Vêm da Cidade Celestial de Jade Verde.
Um sorriso seu quando nos encontrarmos,
E fico sem palavras, esqueço cada uma.
Por muito tempo flores você colheu,
E encostou-se aos bambus,
Suas mangas verdes frias ficando,
Em seu vale deserto:
Posso visualizar você sozinha,
Uma garota abrigando seus pensamentos enigmáticos.

Como uma lâmpada perfumada, você brilha


Nas sombras que se acumulam.
Nós jogamos jogos de vinho
E recitamos poemas uma da outra.
Então você canta ‘Lembrando do Sul do Rio’
Com seus versos de partir o coração. Então pintamos as lindas sobrancelhas uma
da outra.
Quero possuir-lhe completamente - seu corpo de jade
E seu coração prometido.
É primavera.
Vastas névoas cobrem os Cinco Lagos.
Minha querida, deixe-me comprar um barco pintado de vermelho
E levar-te embora.

Sem título (chamado “Chuva amarga em meu pátio”)

Chuva amarga em meu pátio


No declínio do outono,
Só tenho sentimentos poéticos vagos
Que não posso reunir.
Eles difundem-se nas nuvens escuras
E nas folhas vermelhas.
Após o amarelo pôr do sol
Nasce a fria Lua
Fora da névoa sombria.
Não baixarei as persianas
De bambu manchado de seu gancho de prata.
Esta noite meus sonhos seguirão o vento,
Sofrendo com o frio,
Para a torre de jaspe de sua bela carne.

Sem título (chamado “Fechei as portas duplas”)

Fechei as portas duplas.


Em que canto dos céus ela está?
Uma flauta horizontal
Além das vermelhas paredes
Soprado tão suavemente quanto a brisa
Sopra o fio de salgueiro.
No persistente brilho do pôr do sol
Os corvos empoleirados ignoram minha melancolia.
Mais uma vez, saio languidamente da cama.
Depois de queimar incenso,
Eu me detenho na escada de jóias.
Lamento os anos perdidos,
Doente, com medo do frio, com medo do calor,
Enquanto os belos dias passavam.
De repente, é a Festa dos Mortos do Outono.
Constantemente perturbada pela mudança do clima,
Perco a noção da luz fluindo
Isso nos lava.
Quem moveu as pontes giratórias
Em meu saltério embutido?
Eu percebi-
Das vinte e cinco cordas
Vinte e uma se foram.

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