Você está na página 1de 5

UQ

O' BLLPO INDIFERENTE E você náo lem idnid de aondLe ele Houve-se outra pona Silência EIc
lía?'r Ble não te dww nada? Ele se crpóia à porta, de pé, exausta;
lean Cocteau * estcrva bêbado? NÕQ não estou vai até o reIog'io, adianta os pon Ú
preocupadu Eu 'nÍ,¡CI L.ua coisa feiros. Baixinhq d'¡'z:)
~ur<Jente para d1z'I:-r o ele e nãb No entcmto é tão fócil dar um te~
consigo acha'-lo. IÍ CIÍ, mdo bem? lefonemu.
Parabénsl Eu? DerpOis de ccrntuL (Ela o']ha o teleÍOne e de repente
eu volto morta pcru casa. Me1h0r. decide coIocar umc copa. Ruído de
Médíco? Você acha que eu tenho chaves. EIa tira a capa, corre para
dínheiro para ir ac znédico? Na"o. . . o soíá e pega um 11'vro. Â porta se
\ Estcu me cuidcn íu Jolto para cbre. É um magnííico gigoIô, a
cctsa e vou me de~':ar. Émile? Émile ponto de deixar de se-^Ic. Ele entrc
Esxcrito para cz senhorita Editb
é um an)'o. Ele é perfeito comlgo. e durcmte o que vai se sequir, ele
P¡'c11. Representcrdo pela primeíra
Mas é claro que vui voltom Ele não üra o ccsaco e vai despjr-se, jndc
VC'-.J. em 1940 no "Théâ2re des Bouí-
sai de perto de n.1n... Deve ter do bcmheiro ao quarta assobían~
fe.s-Par1'siens" com cenário de Chr1's-
ücm BércxrdÍ
tido um com'pronn'sso... ,_Bom, é
isso, um be1'1'o. Duuq horas/da ma~
rdosm Sua irmã teleíonou. Eu disse que
PJ
Um quarto de hotel pobre, 1'1um1'- nhã? Ió? Como n tempó passaí wê «>.st<:¡v_c¡ no banho. Blcx nào
nado peIcs Ietreiros dcr rua. Sofá- Bom, até logo, Taiua E ooc' sortel preciscvcx saber que você cmda
-cama, çrcmoione, telefone, um p°-. ÇElcx desh'ga, rnwe o barulho do nõo tm'hct cheqado, que você esto-
qUGIlO banheiro, cartazes. e1evador e vai éscxtar na porta. O va yar aí. Ela tericz ñcado radim1-
~f3ucmdo C cortina abre, a atríz teYefone toca. El«.2 .\;›._-"/m' k atende.) ¡'*. Âliásh só telefonou pczra sczher.
estó SOI ' de .'resu'dinho preto. Elc Alô? Ahl é você,'f_.,v.\.. seu irrnão? Elcr repetiu vlari'as vezesz você tem
e..°p1'cr pela .1'cnela, corre crté a por- É claro que ele estcí Mds está no cerfezc de que ele esirí aí? Que
ia purcr vimm o -(.'1evador, depois bcmheiro. Vou cim ncuz Éníhçl Émi- fílhcx da putq_1' Onde xocê estczva?
volta e sentu~se perto do teIe-¡c.'ne. lel O que? Nào pou=? Que ótim\o. . . Procurei você na ccxsa do Totox.
Coloca ›2m cíísco dela e o inter- Alô? como ele é -;;msso. NcT Vircxm você mas ninguém sabia
r^.›r.--:pe. Ela volia ao teIefone e d1's- está gritcmdo que esíá pelado e q1 onde você estava. As horas passam
ua um númera nâo ficaria bem u;--tnder nssím Se Iàa depresscn Eu estavc lendo.;.
rténho certezcx qpe ele estó oqui? anscxvcx que tinha acabado de che-
_

A15, é você Gswmrr_.e.'/e?t” Você está maluca, S1m'one? Ê 1ógi-- do minhcr apresentcxçõo .. ñi
Eu quero fcxl/U com o SL o't/or. co que ele estcx'. Iàão tetho culpa. olh i para o reloq'io 0 me dei conta-
Pn›cw-e, eu espero. Ele .tó ctí? se 'el° não quer vir atenden (q,n'- e.;':x' era tardíslsimo... Ondé
Ófin .'\| Quo barulheu'a'. em muita tandoj Sua irmõ acha qIJG você você tavcx? (Sí1ênc1'o) Muito bem.
gfurxtú qí? Amda beml otor? É vo- _bem que podía íumer um esforço. . . Vccê õo quer respOndeL como
cê? Scu eu... e'.. Émüe está aí (no telefone) Ele 3rn um vocabu- sempre. “c›is então nõo rssponda',
em uimo:? Não? ê o viu? À que lm1"o e tcmtoí I'*$í.o, ele ~está no meu bem. \Não vou te m'terroqcn.
hc›ms? Elo est a sozinho? Ah e'? banho e nõo tem a menor inten- nãn vou 1'ns“ist1r'. Eunõa Não sou
çã<› de scn'r de lu. Eu liqo PGTG dessas mulheres que fczzem m'ter-
' O leltor mteressado em imor- vourÍ~ mais tcrrde. l_'.¡."'1a desliqa e díz rogcxtóños e que seguem vocês cnté
m'v_*..'.›'es sobre a vida e a obra deste enire os dentes) saberem o qule elas querem. Não
gezriul dramaturgo, poeta e plntor Filhc dCI putcnl meciscr se preocupan Estou per-
maacês, deve consultar o nP 126 dos (Ela retoma seu pOSio de VÍÇÍCL guntcmdo onde você estcva. Você
Cadezmun de Teatro. Barulho de eJevcdor. Ela corre. nãc quer responder. O silêncio dxz'
r,
vq no hotel e às duas e meia eu que gcmho o meu dhnheiro /%
que soas se vuam na rua para olhaL
Derdi o controle. Decidí, de-ci-d1' tem uma porção de pessoas dis- É essa a vagabundcx que o senhor
que fcxlaría e cxccbaria com esse postas a me defendar. /I'rodos os encontrou. É com essa vaqabundcx
s\<ilêncio. VochVpodeáieaLLalaw desconhecidos do rllfdípy 'e,/do/d/§ico_ Que o senhor me trcu'. Se pelo In5=-
v cê pode ler seu jorncL voc Ao- Bastaria eu gritcr Ê fsCOrro e o nos eu soubesse que você me traí
de refugiar cxtrós do jor . Nõo senhor ficaricz bem ljdicado nos com uma menina novcr, fresquinhc
c›.stou em cxí. Você n~ vci me seus vôos. Émüel ,« Êxrbxmdeeb\ que você está lcznçando e por quem
Dngancz.. estou ta vendo, eu continuar lendo seu nal ocê )" você tem o maíor tesãq não vou
estou te ven ap cxr do jornch deve ter crcabado d-eler esse j dizer que eu ficaria enccrntada, não,
Essa minha cen mas compreendería. Mczs umc mu-
esscx você nõQ espe: va: "É uma lher velha que nem ríca é, que só
vítima voyme crprov 'cxr delcr". fío para te arrumcr encrenca e que te dá o
Pois olhelmãa nào, nõo e Õo. Eu a direíta que em troca? O que, pergunto
me reçnso a ser umcr vítim eu. Enfim. Os homens são mcxlu-
me Pémar cozinhcr em bcmho- Cos. Malucos e depravados. E lct-
riJa ' Eu vou viver. Eu voi _1utcxr. . mkfosenvorquer m mentáveis. Lamentav'eís. Você é
vu qcmhor essa partídak \
wqr que est cxlrña Eeu? . lamenta".le1. É isso. Nõo estczva
\Íi
UT am^<w
é evídente. ,eu ~ñüCLneSÍOU wo 1mcx? Áo que gra+ achcmdo a palavrcm Você é lamen-
aí que estó c s ; çcxl em pQSSOJCI távell )"
Um u c¡. Não co
.. 7 E minha saúde? Você pensc
nheçJÊÃo
/ na minhc saúde? você nem 11'a:1.
Se eu morresse você íicaricx hvre
rando, vocefzuo me ormentcxrfq de mim. Você acha que íaz bem
náo i1'ccr;c('/de bocte em egíe en~ à mínha saúde ficcxr espercmdq
quavnoteufico esperandohícd me l nczl e obrigcd
k v-
roendo. Sou umcr sombra do qw *coiscr. Eu ncr'o. cidi que manter\a
esperando, esperando, sempre espe-
rcmdo? Ficar índo dc jcrnelcx pura
eu fuí. Um fanlasma. .. um verda- u lma e ntereL cx porta e dcz portcx pora a icmelc1?
deiro fcmtasma Um Ícmtasma cheio E Nem telefone tinha neste hotel no-
de correntes, as correntes que você nõ . >iánrw su jento. Eu é que mcmdei instalar.
coiouq em m1'rn. Um famasmc numc você Parc quê? Parcr que o senhor pu~
solitóric eSÍCII tre :o . dO desse me tranqüillzan pudesse me
Mfemuquoue você q de ra1'va. Esta“m"orrenao ôe raiva dízerz "Tenho um compromisso,
oebxdrgo=~'ícr1'a de poaer ir e Dorque sabe que efs'6rrc¡der.' estou em tal ou tczl lugar, nào se
f z "'Onde você estava. Telefonei D.OIIOI preocupe. meu amor. Volto jó paro
_. \
o Totor e você tinha acabado de Casa". Despesa inútiL OW'
U

soir com alguma Vügabunda, é O teleíone virou


v cê amcL _ \%Carece¡ hco clcrro. E é com esm nojenta czue um instrumento de tortura a mcn's.
num cofre c Rchavy você dorme quanáo me diz que Ió tínha o elevador, a campaínha
seus colequs Ihe pediram para ir ló de baíxc as chcves na porta
Cãn'UTWrCMO\ÂÁQL.ISSu é so'rd1d_v . a Marselha. Cala ú boccxl... eu e o relóqio. Agora tem o teleíona
JÊÁeU egoísmo ultrapass\cTT"'/ocosos íe conheco e eu a conheço tenho Esse telefone que eu fico olhando
fhmltea Só que você esqueceu que cerleza Um mulhe: que tem 0 d0' que eu devoro com os olhos. E o
.'sou uma mulher e não uma c01'sa. bro da sua idade e CIue se veste sxlêncía Onde quer que se encon-
f que eu ccnta que tenho sucesso no mercado das pUklüã AS D.e'5- tre, e Deus sabe aonde - eu pre- 23›'
_\

Você também pode gostar