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1- CONCEITO DE TENDÊNCIA
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TEORIAS E TENDÊNCIAS PEDAGÓGICAS PARA CONCURSOS Sara Filpo 2
LIBERAL PROGRESSISTA
Pedagogia Libertadora
Tradicional
Libertária
Pedagogia Renovada
Progressivista
Crítico-social dos
conteúdos
Pedagogia Renovada
Não-Diretiva
Tecnicista
Libâneo diz que a “educação brasileira, pelo menos nos últimos cinquenta anos, tem sido
marcada pelas tendências liberais, nas suas formas ora conservadora, ora renovada” (p. 6).
O termo “liberal” das Tendências Liberais não tem o sentido de liberdade, mas vem no sentido
de liberalismo econômico e social: uma educação que forma pessoas para atenderem as
demandas da sociedade. Logo, está voltada para a adaptação do indivíduo a uma sociedade
que já está posta, sem oferecer chances para a sua transformação.
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De acordo com estimativas relativas a 1970, “cerca de 50% dos alunos das escolas
primárias desertavam em condições de semianalfabetismo ou de analfabetismo
potencial na maioria dos países da América Latina” (Tedesco, 1981, p. 67). Isso sem levar
em conta o contingente de crianças em idade escolar que sequer têm acesso à escola
e que, portanto, já se encontram a priori marginalizadas dela.
O simples dado acima indicado lança de imediato em nossos rostos a realidade da
marginalidade relativamente ao fenômeno da escolarização. Como interpretar esse
dado? Como explica-lo? Como as teorias da educação se posicionam diante dessa
situação? (p. 3).
A seguir, Dermeval Saviani introduz sua classificação das teorias de Educação no livro Escola
e Democracia. Este trecho já caiu em várias questões de concurso, por isso é muito
importante sua leitura e compreensão. Veja:
Grosso modo, podemos dizer que, no que diz respeito à questão da marginalidade, as
teorias educacionais podem ser classificadas em dois grupos. No primeiro, temos
aquelas teorias que entendem ser a educação um instrumento de equalização social,
portanto, de superação da marginalidade. No segundo, estão as teorias que entendem
ser a educação um instrumento de discriminação social, logo, um fator de
marginalização (grifo nosso, p. 3).
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NÃO-CRÍTICAS CRÍTICO-
REPRODUTIVAS
Tradicional
Violência
simbólica
Escola Nova
Aparelho Ideológico do
Estado
Tecnicista
Dualista
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Nesse sentido, a educação, dependente que é da estrutura social vigente, cumpre a função
de reforçar a dominação da classe dominante e legitimar a marginalização, já que “sua forma
específica de produzir a marginalidade social é a produção da marginalidade cultural e,
especificamente, escolar” (SAVIANI, 2012, p.5).
O concurseiro só precisa ficar atento sobre qual movimento de pensamento que cada autor se refere
em suas classificações, porque apesar de possuírem nomenclaturas diferentes a depender de cada
autor, todos eles se referem aos mesmos movimentos de pensamento. Nada é inventado. A
Pedagogia Tradicional possui suas características e marcos históricos específicos e a Pedagogia
Nova também possui suas características e marcos históricos específicos também. Entretanto, cada
autor pode trazer uma nomenclatura diferente para cada um desses movimentos.
Anotações
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Anotações
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1- PEDAGOGIA TRADICIONAL
Libâneo e Saviani vão concordar ao dizer que a Pedagogia Tradicional foi a primeira tendência
pedagógica no Brasil. No livro “História das Ideias Pedagógicas no Brasil”, Saviani diz que há
um consenso entre os pesquisadores de que a vinda dos jesuítas ao Brasil no ano de 1549
marca o início da educação formal brasileira.
Com as Reformas Pombalinas e a expulsão dos jesuítas em 1759, abriu-se espaço para novas
ideias pedagógicas com base no laicismo com visão iluminista. Então, o ensino que era
predominantemente religioso, passa a possuir novas vertentes, embora tenha continuado
tradicional.
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Na Idade Moderna, Comenius (1592-1670) foi considerado o Pai da Didática Magna. Na Idade
Contemporânea, Herbert (1766-1841) foi considerado o pai da Pedagogia Tradicional, ele e
Comenius são os principais representantes do modelo tradicional de ensino.
O caminho cultural em direção ao saber é o mesmo para todos os alunos, desde que se
esforcem. Assim, os menos capazes devem lutar para superar suas dificuldades e
conquistar seu lugar junto aos mais capazes (LIBÂNEO, 2014, p. 24)
De acordo com Libâneo, nessa tendência o professor tende a encaixar o aluno em um modelo
idealizado de homem e a matéria é tratada de forma isolada, totalmente desvinculada dos
interesses e das experiências dos alunos, das realidades sociais e dos problemas reais da
sociedade e da vida, sem qualquer questionamento.
Nessa perspectiva, acreditava-se que a criança aprendia da mesma forma que o adulto,
apenas menos desenvolvida. Por isso, os programas eram desenvolvidos com base numa
progressão lógica estabelecida pelo adulto sem levar em conta as características próprias de
cada idade da criança.
Principais características:
• A figura central é o professor;
• O professor é o detentor do conhecimento e as aulas são expositivas;
• O aluno é um receptor passivo e a aprendizagem é mecânica, sem considerar as
especificidades de cada idade do aluno;
• O conhecimento (acervo cultural) é transmitido;
• A relação professor-aluno é vertical;
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De acordo com Libâneo, essa pedagogia tradicional ainda é viva e atuante em nossas escolas,
presente em escolas religiosas ou leigas que se orientam pelo clássico-humanista ou
humano-científica, sendo esta a que mais se aproxima do modelo de escola predominante
em nossa história educacional.
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Segundo Gadotti (2003), a Escola Nova foi o movimento mais vigoroso de renovação da
educação no Brasil e sua teoria e prática se disseminou em muitas partes do mundo, fruto de
uma renovação geral que valorizava a autoformação e a atividade espontâneo da criança.
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Sua concepção de educação foi principalmente difundida pelos pioneiros da Educação Nova.
No campo internacional, teve por influência autores como John Dewey, William Kilpatrick e
Paschoal Leme. No campo nacional, teve por influência e disseminação por Anísio Teixeira,
Fernando de Azevedo e Lourenço Filho. Também sofreu influências do campo da Psicologia
a partir dos estudos e ideias de Maria Montessori, Decroly e da Psicologia do Desenvolvimento
de Jean Piaget.
De acordo com Gadotti (2003), um dos pioneiros da Escola Nova é certamente Adolphe
Ferriere (1879-1960), sendo talvez o mais ardente divulgador da escola ativa e da educação
nova na Europa. Ele “criticava a escola tradicional, dizendo que ela havia substituído a alegria
de viver pela inquietude, o regozijo pela gravidade, o movimento espontâneo pela
imobilidade, as risadas pelo silêncio” (p.143).
Mas foram as ideias do educador norte-americano John Dewey (1859-1952) que influenciaram
o cenário educacional brasileiro. Para ele, o ensino deveria ser pela a ação e não pela instrução,
devendo a escola reconstruir a experiência concreta, ativa e produtiva de cada um. Nesta
concepção, o aluno é o centro do processo de aprendizagem, não mais o professor como era
na Pedagogia Tradicional. Valoriza-se o trabalho coletivo, da troca, da ação ativa da criança
sobre o conhecimento a ser construído, crendo que a criança se desenvolve em etapas
gradativas, mantendo-se o respeito ao ritmo individual dos alunos.
Por se tratar de uma Tendência Liberal, Libânio vai dizer que a Pedagogia Progressivista
acentuou o sentido da cultura como desenvolvimento das aptidões individuais, por meio da
educação. Portanto, ela ainda busca a adaptação do indivíduo aos moldes da sociedade.
Pode-se dizer que Gadotti (2003) vai concordar com Libâneo, quando diz que este tipo de
educação preconizada por Dewey era essencialmente pragmática e instrumentalista. Isto
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porque ela buscava a democracia sem pôr em questão a sociedade de classes e que “poucos
foram os pedagogos escolanovistas que ultrapassaram o pensamento burguês para
evidenciar a exploração do trabalho e a dominação política próprias da sociedade de classes”
(p. 144).
Por compreender que a educação é um processo interno, que ocorre dentro do indivíduo, a
Pedagogia Renovada Progressivista parte das necessidades e interesses individuais do aluno
para a adaptação ao meio. Propõe, portanto, um ensino que valoriza a “autoeducação” em
que o aluno é o sujeito do conhecimento e o centro do processo. Logo, os conteúdos são
estabelecidos em função de experiências que o aluno vivencia diante de desafios cognitivos
e situações problemáticas, priorizando o “aprender a aprender” em que é mais importante o
processo de aquisição do saber do que o saber em si.
Alguns métodos inspirados nessa pedagogia são adotados em escolas particulares, como o
método Montessori, o método dos centros de interesse de Decroly e o método de projetos de
Dewey.
Principais características:
• Aprender a aprender e aprender fazendo;
• O aluno é o centro do processo;
• A cultura como potencial no desenvolvimento das aptidões individuais;
• Auto realização e auto desenvolvimento;
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psicólogo Carl Ransom Rogers. Ela tem por objetivo o desenvolvimento pessoal e as relações
interpessoais. Portanto, mais uma vez traz aspectos dos estudos da Psicologia para o campo
educacional.
Carl Rogers não traz um método de ensino, mas sim uma concepção de educação. As suas
ideias para a educação são uma extensão da sua teoria como psicólogo, em que o psicólogo,
e, portanto, o educador, trabalha de forma não-diretiva, pois o sucesso estaria na centralidade
no paciente e, neste caso, no aluno. Nesse sentido, a preocupação não está em ensinar, mas
sim em criar condições que promovam a aprendizagem, por isso o professor se torna um
facilitador neste processo de aprendizagem. Além disso, considera-se que a atmosfera afetiva
do ambiente favorece ou prejudica a aprendizagem.
Nesta tendência, acentua-se o papel da escola na formação de atitudes dos educandos. Por
isso sua preocupação está mais voltada aos problemas psicológicos do que aos pedagógicos
ou sociais. Nesse sentido, todo o esforço educacional deve estar voltado para a mudança de
dentro do indivíduo, para que ele atenda às solicitações do ambiente. O processo educativo
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deve despertar o potencial do estudante, logo, a escola deve dar assistência para que os
alunos se tornem independentes e que saibam buscar o seu próprio crescimento.
De acordo com Libâneo (2014), nesta pedagogia, o enfoque no ensino por meio da matéria,
aulas ou livros tem muito pouca importância, o grande propósito está em favorecer ao aluno
um clima de autodesenvolvimento e realização pessoal. Por isso, o resultado de uma boa
educação é muito semelhante ao de uma boa terapia. A transmissão de conteúdos se torna
secundária. Tudo gira em torno do aluno e a busca pela facilitação de sua aprendizagem, o
professor é restringido a ajudar o aluno a se organizar utilizando técnicas de sensibilização
em que os sentimentos de cada um possam ser expostos, sem ameaças. Logo, o objetivo do
trabalho escolar está centrado em processos de melhor relacionamento interpessoal, como
condição para crescimento pessoal.
Como tem a mesma raiz na Pedagogia Escolanovista, o foco da aprendizagem está no aluno
e o professor é visto como um facilitador e especialista em relações humanas, visando um
método de ensino que facilite a aprendizagem do aluno.
Principais características:
• O aluno é o centro do processo;
• Formação de atitudes;
• Autodesenvolvimento e realização pessoal;
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Ela permite a liberdade do indivíduo de escolher e decidir o que quer aprender e, assim,
desenvolver-se em seu próprio ritmo. Além de, caso não queira, as crianças não são obrigadas
a assistir as aulas e as decisões da escola são tomadas em assembleias participativas. Para
saber mais, visite o site da Summerhill School.
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A partir desta citação de Saviani, compreendemos um pouco melhor a sua crítica à Pedagogia
Nova.
Para este novo modelo de educação, fez-se necessário mudanças estruturais nas escolas. Em
lugar de classes confiadas a professores que dominavam os conhecimentos, a escola deveria
agrupar os alunos segundo suas áreas de interesses decorrentes de sua atividade livre. O
professor passou de transmissor para estimulador e orientador da aprendizagem, cuja
iniciativa deveria ser dos próprios alunos. Portanto, o papel central deslocou-se para o aluno.
A aprendizagem deveria ser espontânea decorrente do ambiente estimulante rico em
materiais didáticos e da relação viva estabelecida entre alunos e professores. Para Saviani, a
escola mudaria seu aspecto sombrio e silencioso para um ambiente alegre e movimentado.
Entretanto, os custos para sua implementação eram mais elevados do que as das escolas
tradicionais, tornando possível o desenvolvimento da concepção essencialmente
escolanovista em escolas voltadas para grupos de elite, aprimorando a qualidade do ensino à
estes grupos. O que resultou em efeitos negativos para as escolas de periferia, porque o
pensamento escolanovista que impregnou o pensamento dos professores da época não
condizia com as condições físicas das escolas de periferia somado à secundarização da
responsabilidade do professor no processo de aprendizagem do aluno levou ao afrouxamento
da disciplina e do comprometimento com os conhecimentos historicamente sistematizados.
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Concluindo essa discussão, Saviani vai dizer que o pensamento escolanovista não abalou a
disseminação de escolas tradicionais, porque ao mesmo tempo que evidenciava os
problemas da Pedagogia Tradicional, na prática ela também afirmada que era melhor uma
boa escola para poucos do que uma escola deficiente para muitos.
3- PEDAGOGIA TECNICISTA
A pedagogia tecnicista tomou forma no Brasil durante a segunda metade da década de 1960,
período em que os laços com o governo estadunidense foram estreitados durante o Regime
Militar. A partir desse estreitamento entre o Brasil e os Estados Unidos, empresas
internacionais entraram no Brasil e, com elas, um novo modelo organizacional.
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De acordo com Saviani (2013), foi com o lema “segurança e desenvolvimento” que os militares
começaram a se atentar também ao campo educacional, considerando que naquela época
havia um número reduzido de atendimento da população em idade escolar, altos índices de
evasão e repetência escolar, o que evidenciava a baixa produtividade do sistema de ensino. A
necessidade de produção de mão de obra para essas novas empresas e a meta de elevação
geral da produtividade do sistema escolar levou a adoção do modelo de organização fabril
também no campo educacional.
No modelo de produção fabril, o trabalhador devia se adaptar ao ritmo do trabalho, que era
organizado de forma parcelada, cabendo ao trabalhador ocupar seu posto na linha de
montagem, executando sempre uma mesma função. Logo, entende-se que o produto do
trabalho (resultado final) depende de como é organizado o processo.
organização racional dos meios. E quem vai definir como será o processo são os especialistas,
os quais são os pesquisadores, cientistas, estudiosos, à eles cabe a atividade de “descoberta”,
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O processo deve ser eficiente para definir a qualidade do produto – o produto neste sentido é
a aprendizagem –, tornando necessário operacionalizar os objetivos e mecanizar o processo
em certos aspectos, compensando e corrigindo possíveis deficiências do professor e
diminuindo sua intervenção.
Principais características:
• O elemento principal é a organização racional dos meios;
• O processo deve ser eficiente;
• Enfoque no planejamento e objetivos;
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A QUESTÃO DA MARGINALIDADE
Levando em consideração a questão da marginalidade a partir da análise de Saviani (2012),
nesta pedagogia o marginal é o incompetente (no sentido técnico), o ineficiente e
improdutivo. Então a educação deverá superar a marginalidade na medida em que contribuir
para a formação de indivíduos competentes e produtivos para a manutenção da
produtividade da sociedade. Portanto, a equalização social se associa ao equilíbrio do sistema:
a educação deve proporcionar um treinamento eficiente para que os indivíduos aprendam a
executar as múltiplas tarefas dentro de uma sociedade, ou seja, deve formar trabalhadores
que irão compor o mercado de trabalho.
Saviani (2013) critica esta pedagogia porque ela acabou por fragmentar a prática pedagógica,
dividindo o trabalho educativo em inúmeras funções. Vale ressaltar as reformas educacionais
durante o período do regime militar, em que o trabalho pedagógico foi dividido em
especializações, a reforma do ensino primário e secundário, a criação de cursos de curta
duração, o enfoque no planejamento, a reforma universitária, entre outros aspectos históricos.
Assim, perdeu-se de vista a especificidade da educação, das relações entre professor-aluno e
a subjetividade que é a aprendizagem.
A comunicação entre professor e aluno tomou sentido meramente técnico, que era o de
apenas garantir a eficiência da transmissão do conhecimento. Sendo assim, debates,
discussões e questionamento eram desnecessários, pouco importando as relações afetivas e
pessoais dos sujeitos do processo de ensino e aprendizagem (LIBÂNEO, 2014). Levando a
consequências negativas, porque essa mecanização do processo educativo tornou o
conteúdo do ensino mais rarefeito e altos índices de evasão escolar e repetência.
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QUESTÕES DE CONCURSOS
QUESTÃO 1: (GUALIMP, PROFESSOR, 2019) “A __________________ enfatiza que o aluno
deve ser educado para atingir sua plena realização através de seu próprio esforço, de
modo que as diferenças entre classes sociais não devem ser levadas em consideração.
Juntamente com a afirmação que a escola deve transmitir conhecimentos, predomina
a assertiva de que não há diferenciação entre a capacidade de aprendizagem de
crianças e adultos.” A lacuna acima deve ser preenchida pela seguinte alternativa:
A) Tendência liberal tradicional.
B) Tendência liberal renovada e progressista.
C) Tendência liberal não diretiva.
D) Tendência progressista tecnicista.
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GABARITO
1 A 6 B
2 C 7 A
3 C 8 D
4 A 9 D
5 Certo 10 Errado
Anotações
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Dermeval Saviani (2012) vai analisar as teorias da educação tendo como consideração a
questão da marginalidade e com base nisso ele vai classificar as teorias educacionais em dois
grupos: as não-críticas e as crítico-reprodutivistas. Na primeira teoria a educação é vista como
um instrumento de equalização social, portanto, de superação da marginalidade. E na
segunda, a educação é vista como instrumento de discriminação social e reforçadora da
marginalidade.
PRESSUPOSTOS HISTÓRICOS
Historicamente, as teorias crítico-reprodutivistas surgiram em paralelo à pedagogia tecnicista
na década de 1970. Os estudos com base nesse pensamento teórico e a circulação desses
estudos se deram dentro dos cursos de pós-graduação.
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Para isso, foi arquitetado o Plano Nacional de Pós-Graduação (PNPG) articulado ao Plano
Básico de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (PBDCT) e ao Plano Setorial de Educação
e Cultura (Psec). Mas por se tratar ainda de um período militar, os programas de pós-
graduação foram fortemente marcados pela orientação tecnicista.
Contudo, Saviani (2013) vai nos mostrar que, apesar da estrutura organizacional da pós-
graduação se inspirar no modelo americano (no tecnicismo), a maioria dos docentes desses
cursos tiveram uma influência europeia em sua formação. Resumindo, a experiência norte-
americana dava ênfase no aspecto técnico-operativo, enquanto que a experiência europeia
dava ênfase principal no aspecto teórico. Resultando em um novo modelo de pós-graduação
que Saviani diz que foi decerto superior aos modelos que lhe deram origem. E, portanto,
geraram profissionais mais consciente da situação sócio-político-econômico-cultural do
Brasil com uma postura crítico-reflexiva, resultado que não era desejado porque a visão do
regime militar era tecnocrática.
DEFINIÇÃO
Para as Teorias Crítico-Reprodutivistas, não é possível compreender a educação sem levar em
consideração seus condicionantes sociais. Logo, buscam explicar a problemática educacional
relacionando-a a seus determinantes objetivos, ou seja, à estrutura socioeconômica que
condiciona a forma de manifestação do fenômeno educativo. Mas é reprodutivista porque
suas análises chegam à conclusão de que a função básica da escola é de reproduzir as
condições sociais vigentes, sem propor uma transformação ou mudança.
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TEORIAS E TENDÊNCIAS PEDAGÓGICAS PARA CONCURSOS Sara Filpo 27
Diferente das teorias não-críticas, esta teoria não tem proposta pedagógica, pois
Saviani (2013) diz que a teoria crítico-reprodutivista conta com um razoável número de
manifestações em diferentes versões, mas ele considera serem as teorias que tiveram maior
repercussão e que alcançaram maior nível de elaboração, são elas:
» Teoria do Sistema de ensino como Violência Simbólica;
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A ideia central contida na teoria é que em toda e qualquer sociedade existe um sistema de
relações de força material (econômica) entre grupos ou classes. Em outras palavras, há uma
relação de poder hierárquico. E o sistema de força simbólica tem o papel de reforçar essa
relação de força material, de forma dissimulada, indireta, arbitrária. Então há duas forças: a
material e a simbólica. A material está no plano material, na realidade, por exemplo: os ricos e
os pobres. A simbólica está no plano imaterial, simbólico, das ideias, por exemplo: a cultura
sistematizada no saber científico das elites imposto como currículo escolar nas escolas, a
música clássica como superior e a música popular como inferior àquela. Acredito que valha a
pena citar a exposição de Saviani:
Vê-se que o reforço da violência material se dá pela sua conversão ao plano simbólico
em que se produz e reproduz o reconhecimento da dominação e de sua legitimidade
pelo desconhecimento (dissimulação) de seu caráter de violência explícita. Assim, à
violência material (dominação econômica) exercida pelos grupos ou classes
dominantes sobre os grupos ou classes dominados corresponde a violência simbólica
(dominação cultural) (p. 18).
Portanto, a ação pedagógica (AP) impõe arbitrariamente a cultura dos grupos ou classes
dominantes aos grupos ou classes dominadas. E para essa imposição acontecer, essa ação
implica Autoridade Pedagógica (AuP) realizada mediante o Trabalho Pedagógico (TP). Esse
Trabalho Pedagógico (TP) que se institucionaliza no Sistema de Ensino (SE) como Trabalho
Escolar (TE) contribui para a reprodução da estrutura das relações de força sociais mediante
a reprodução da cultura dominante. E essa autoridade pedagógica é legítima pela posição de
importância no contexto escolar e por ser desconhecido como um poder arbitrário de
imposição, sendo reconhecido como autoridade legítima.
Entretanto, à luz da teoria da violência simbólica, entende-se que a classe dominante exerce
um poder absoluto de forma que se torna impossível qualquer reação por parte da classe
dominada. Portanto, a luta de classes se torna impossível.
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É nesse sentido que Althusser vai concluir que o aparelho ideológico de Estado escolar se
converteu em um aparelho dominante no sistema capitalista, tornando-se o instrumento
mais acabado de reprodução das relações de produção capitalistas (SAVIANI, 2013). Em outras
palavras, a escola se tornou o maior e melhor instrumento de reprodução do sistema
capitalista, pois ela agrupa todas as crianças de todas as classes sociais e impõe a elas durante
anos os saberes práticos envolvidos na ideologia dominante (idem; Althusser, s.d., p. 64).
Sendo que nesta mesma escola, à depender de como vai se dar o processo de escolarização
individual de cada aluno, vão sair as pessoas que vão ocupar as classes trabalhadoras de
menor prestígio e as pessoas que vão ocupar os postos próprios dos agentes da exploração,
repressão ou da ideologia; reproduzindo, assim, as relações de exploração capitalista. Em
suma, vai formar os exploradores e os explorados (idem).
Diferente de Bourdieu e Passeron, Althusser não nega a luta de classes, mas ela fica
praticamente diluída diante do peso que a dominação burguesa possui. Saviani vai dizer que
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a luta de classes resultaria em um caso heroico, mas sem glória por não haver nenhuma
chance de êxito.
L’École Capitaliste em France (1971). Essa denominação de “Teoria da Escola Dualista” foi dada
por Saviani porque, segundo ele, os autores se empenham em mostrar que a escola é dividida
em duas grandes redes, as quais correspondem à divisão da sociedade capitalista: a burguesia
e o proletariado.
Para Baudelot e Establet existem apenas duas redes de escolarização: as redes PP (primária-
profissional) e SS (secundária-superior). E, apesar da aparência unificadora e unitária, essa
divisão existe. Logo, o aparelho escolar contribui para a reprodução das relações sociais de
produção capitalista. E essas duas redes juntas constituem o aparelho escolar capitalista, esse
aparelho é um aparelho ideológico do Estado capitalista, voltando-se o conceito de AIE em
Althusser. Define-se o aparelho escolar como uma unidade contraditória de duas redes de
escolarização (SAVIANI, 2013).
Segundo Saviani, enquanto aparelho ideológico, a escola nesta teoria possui duas funções
indissociáveis: 1) contribuir para a formação da força de trabalho e 2) contribuir para a
inculcação da ideologia burguesa. Essas duas funções se desenvolvem juntas porque a
formação da força de trabalho se dá no próprio processo de inculcação ideológica. Para os
autores desta teoria, todas as práticas escolares são práticas de inculcação ideológica. E isso
ocorre de duas formas concomitantes: primeiro, a inculcação explícita da ideologia burguesa;
segundo, o recalcamento, a sujeição e o disfarce da ideologia proletária. Em outras palavras,
ao representar universalmente uma cultura e dispor de um padrão de conhecimento e
realidade, ela recalca a outra.
Nesse sentido, de forma velada e ideológica, a escola põe de escanteio o proletariado pela
falta de crédito e representatividade. A própria escola se torna um fator de marginalização:
“converte os trabalhadores em marginais, não apenas por referência à cultura burguesa. Mas
também em relação ao próprio movimento proletário, buscando arrancar do seio desse
movimento (colocar à margem dele) todos aqueles que ingressam no sistema de ensino” (p.
28).
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Logo, vê-se a diferença desta teoria para as anteriores, porque esta admite a existência da
ideologia do proletariado, a qual tem origem e existência fora da escola, dentro das massas
operárias e em suas organizações. Já que a escola é um aparelho ideológico da burguesia e
serve a seus interesses. Portanto, Baudelot e Establet compreendem a escola no quadro da
luta de classes, em que a escola é um instrumento da burguesia na luta ideológica contra o
proletariado.
Da mesma forma que a burguesia elabora sua própria ideologia com auxílio da escola, o
proletariado também desenvolve e elabora sua própria ideologia independente da escola.
Logo, a luta de classes dentro da escola se torna inútil, pois ela já é um aparelho da classe
dominante, não se cogitando a utilização da escola como meio de elaborar e difundir a
ideologia do proletariado.
Anotações
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QUESTÕES DE CONCURSOS
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educação e política ingênua ou astutamente feita, enfatizemos, não apenas é irreal, mas
perigosa. (Paulo Freire. Ação cultural para a liberdade e outros escritos. 9.ª ed. São
Paulo: Paz e Terra, 2001b.)
Com base no texto, julgue o item subsequente.
No Brasil, a visão crítico-reprodutivista desempenhou um importante papel nos anos
1970, pois suas análises constituíram-se em armas teóricas contra a política educacional
do regime militar.
( ) Certo
( ) Errado
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GABARITO
1 A 4 D
2 D 5 B
3 Certo 6 D
Anotações
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De Acordo com José Carlos Libâneo, as pedagogias progressistas são aquelas que partem de
uma análise crítica das realidades sociais, problematizando as finalidades sociopolíticas da
educação. Por este caráter dialógico, a pedagogia progressista não pode se institucionalizar
dentro de uma sociedade capitalista, mas se configura como instrumento de luta de
professores ao lado de outras práticas sociais.
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TEORIAS E TENDÊNCIAS PEDAGÓGICAS PARA CONCURSOS Sara Filpo 36
CONTEXTO HISTÓRICO
Quanto aos aspectos históricos, Saviani (2013) vai dizer que vários fatores contribuíram para a
emergência de Pedagogias Contra-Hegemônicas na década de 1980. Foram elas: “processo
de abertura democrática; a ascensão às prefeituras e aos governos estaduais de candidatos
pertencentes a partidos de oposição ao governo militar; a campanha reivindicando eleições
diretas para presidente da República; a transição para um governo civil em nível federal; a
organização e mobilização dos educadores; as conferências brasileiras de educação; a
produção científica crítica desenvolvida nos programas de pós-graduação em educação; o
incremento da circulação de ideias pedagógicas propiciado ela criação de novos veículos” (p.
413).
A respeito da Teoria Crítica de Educação que Saviani propõe em contraposição às teorias Não-
Críticas e Crítico-Reprodutivista, ele vai se referir a Pedagogia Histórico-Crítica. As pedagogias
Libertadora e Libertária compõem as pedagogias contra-hegemônicas explicadas
anteriormente e que também são denominadas de teorias críticas por algumas bancas.
Contudo, quando Saviani contesta as teorias anteriores no livro “Escola e Democracia”, ele diz
que é preciso uma teoria de educação crítica e não reprodutivista. Essa teoria crítica é a
Histórico-Crítica, considerada verdadeiramente crítica e revolucionária. No item 3 sobre as
Pedagogias Histórico-Crítica e Crítico-Social dos Conteúdos e na aula 06 da Série Teorias e
Tendências Pedagógicas você entenderá melhor!
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TEORIAS E TENDÊNCIAS PEDAGÓGICAS PARA CONCURSOS Sara Filpo 37
1- PEDAGOGIA LIBERTADORA
A Pedagogia Libertadora também pode ser denominada como Pedagogia da Libertação,
Pedagogia Freireana, Pedagogia Problematizadora e ainda Pedagogia da “Educação
Popular”. Ela tem como seu autor exponencial o educador Paulo Reglus Neves Freire a partir
de todas suas obras, sendo a primeira “Educação como Prática de Liberdade” datada sua 1ª
edição em 1974.
A Tendência Pedagógica Libertadora volta-se para a Educação Popular, advogando por uma
educação do Povo para o Povo, feita com o povo e pelo povo, em contraposição ao modelo
de educação organizado até então construído pela classe dominante para a classe dominada.
Ela, por si só, não defende uma prática libertadora no ambiente escolar (educação formal),
pois defende a autonomia pedagógica dos movimentos populares e organizações
trabalhadoras e sindicais (no âmbito da educação não-formal), postulando que uma
educação verdadeiramente libertadora se daria fora das instituições escolares.
Segundo Saviani, Paulo Freire assume a versão política do solidarismo cristão, como em
Pedagogia do Oprimido ainda, quando estabelece condições para que o opressor possa se
solidarizar-se com os oprimidos: “o opressor só se solidariza com os oprimidos quando seu
gesto deixa de ser um gesto ingênuo e sentimental de caráter individual, e passa a ser um ato
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TEORIAS E TENDÊNCIAS PEDAGÓGICAS PARA CONCURSOS Sara Filpo 38
de amor para com eles” (p. 46-47). É nesse sentido que entendemos que a matriz filosófica de
Paulo Freire não está em Marx, mas no existencialismo (personalismo) cristão, voltado para o
solidarismo cristão de modo radical desembocando na “teologia da libertação”. Saviani diz
que “poderíamos mesmo considerar que a pedagogia libertadora de Freire é o correlato, em
educação, da ‘teologia da libertação’” (p. 333).
Paulo Freire, no bojo de toda sua obra, principalmente no livro “Pedagogia do Oprimido”,
critica a Educação Bancária, modelo de educação tradicional em que o aluno passivamente
armazena todo o conhecimento depositado pelo professor de forma engessada e sem uma
reflexão crítica ou contextualização de todo aquele saber.
Ao criticar o modelo de educação dominante vigente até então marcado pelo “gosto da
palavra oca”, Freire (1974) chega à conclusão de que uma educação que proporcione ao
homem meios para superar suas atitudes ingênuas e mágicas diante da sua realidade estaria
baseada em: “A) num método ativo, dialogal, crítico e criticizador; B) na modificação do
conteúdo programático da educação; C) no uso de técnicas como a da Redução e da
Codificação” (p. 107). Seria possível a partir de um método ativo, dialogal e participante. Vamos
abordar cada item citado a seguir.
educador e educando mediante uma relação horizontal, em que ambos se tornam sujeitos
do ato do conhecimento. Para Freire o diálogo se nutre o amor, humildade, esperança, fé e
confiança e, por isso, somente o diálogo comunica e pode gerar a criticidade. O diálogo é
contrário ao “antidiálogo”. Neste, a relação é vertical, é desamoroso, é acrítico e não gera
criticidade, não é humilde, é desesperançoso, arrogante e autossuficiente. É quebrada a
relação de simpatia constituída no diálogo, por isso o antidiálogo não comunica, mas faz
comunicados. (FREIRE, 1974).
B) Assim como Libâneo vai trazer no livro “Democratização da Escola Pública”, para a
dos conteúdos específicos, mas despertar uma nova forma de relação com a experiência
vivida.
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TEORIAS E TENDÊNCIAS PEDAGÓGICAS PARA CONCURSOS Sara Filpo 39
social. A utilização das técnicas de redução e codificação ao qual o autor se refere, está
relacionada a prática de análise de uma certa situação utilizada como tema gerador, por
exemplo. Em que professores e estudantes vão reduzi-la e realizar o processo de
descodificação, problematizando de forma crítica. Portanto, a prática educativa na sala de
aula parte da resolução de problemas, a partir de temas geradores, num processo de
compreensão, reflexão e crítica sobre a realidade de Temas Geradores.
Principais características:
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TEORIAS E TENDÊNCIAS PEDAGÓGICAS PARA CONCURSOS Sara Filpo 40
2- PEDAGOGIA LIBERTÁRIA
Pedagogia Libertária ou Pedagogia de Freinet ou “Pedagogia da Prática” como Saviani
chama é fundamentada em princípios anarquistas. O principal autor dessa concepção de
educação é o educador francês Celestin Freinet. Seus principais estudiosos no Brasil foram
Oder José dos Santos, Miguel Gonzalez Arroyo e Maurício Tragtenberg. Tragtenberg não traz
como elemento principal em seu trabalho o caráter pedagógico, mas critica as instituições
em favor de um projeto autogestionário. Arroyo é quem vai trazer propostas efetivas para o
ambiente escolar.
Para Oder José dos Santos, a educação que deveria ser valorizada é aquela voltada para a
prática social do sujeito, para a realidade e necessidade prática. Devendo ser este saber
constituído enquanto matéria-prima do processo de ensino. Para ele, o eixo da educação
centralizada na transmissão e assimilação dos conhecimentos deveria ser modificada
radicalmente, voltando-se para conhecimentos que atendam os reais interesses da maioria
da população brasileira. A prática pedagógica se articula politicamente com os interesses das
camadas populares, voltando-se para a solução de problemas de forma prática para essa
classe.
Miguel Gonzalez Arroyo e Maurício Tragtenberg também vão concordar com essa mesma
perspectiva, considerando que o modelo de escola voltado para os interesses das classes
dominantes deveria ser destruído para se construir uma escola possível para as classes
subalternas. Criticam esta educação que inculca a ideologia dominante e submete aos
subalternos a seus padrões. Entendendo que a educação deve ser entendida como processo
de produção e não de inculcação, produção no sentido de produzir.
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TEORIAS E TENDÊNCIAS PEDAGÓGICAS PARA CONCURSOS Sara Filpo 41
participante desse tipo de educação, ao sair do ambiente escolar, levaria para o ambiente
externo tudo o que aprendeu. Portanto, esta pedagogia também traz expressamente o
sentido político na educação.
PEDAGOGIA INSTITUCIONAL
Libâneo vai dizer que sua modalidade mais conhecida é a “pedagogia institucional”, pois
todas as bases da instituição serão organizadas conforme os interesses dos alunos a fim de
torná-la satisfatória. Sendo assim, tem como princípio a autonomia da escola como uma
forma de resistência a burocracia e ao poder controlador do Estado. É na forma de autogestão
que os alunos buscarão colocar em prática sua própria iniciativa, sem outra forma de poder.
Principais Características:
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TEORIAS E TENDÊNCIAS PEDAGÓGICAS PARA CONCURSOS Sara Filpo 42
A Pedagogia Crítico-Social dos Conteúdos foi desenvolvida por José Carlos Libâneo e a
Pedagogia Histórico Crítica foi desenvolvida por Dermeval Saviani. Sendo assim, cada
tendência possui suas especificidades e singularidades, mas por possuírem uma mesma visão
sobre a educação, praticamente todas as bancas examinadoras de concursos vão
correlacionar as duas tendências como se fossem uma mesma tendência.
Ambas tendências pedagógicas tem em vista uma pedagogia que seja crítica que considera
os condicionantes sociais objetivos diante da educação, mas, além disso, propõe formas de
superação dessa realidade a partir da instrumentalização da classe dominada através do
domínio do saber sistematizado.
Em outras palavras: crê que a escola está determinada pela classe dominante, mas crê que é
através do domínio dos conteúdos, do saber sistematizado pelo conjunto da humanidade,
que o sujeito irá se “instrumentalizar” para modificar essa sociedade e situação pré-
determinada.
Logo, ambas pedagogias não possuem uma visão ingênua da escola, como nas pedagogias
liberais e não-críticas que acreditavam que a sociedade era harmoniosa e era dever da escola
corrigir as possíveis distorções para manter essa harmonia.
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TEORIAS E TENDÊNCIAS PEDAGÓGICAS PARA CONCURSOS Sara Filpo 43
nos ambientes ocupados pela classe dominante. E, para isso, é preciso que ele tenha acesso
de qualidade ao mesmo saber, a mesma formação intelectual que a classe dominante possui,
que é conhecimento historicamente sistematizado.
Além disso, ambas têm a mesma fundamentação teórica no materialismo dialético. Contudo,
é na Pedagogia Histórico-Crítica de Dermeval Saviani que essa referência teórica e filosófica
é mais fundamentada.
Algumas bancas cobram essas tendências como se fossem variações de uma mesma
tendência por terem sido elaboradas em cima de uma mesma concepção de educação.
Enquanto isso, outras bancas cobram no edital: “Tendências Pedagógicas e Pedagogia
Histórico Crítica”, de modo separado. Então, além de você compreender a raiz das duas, é
importante saber a especificidade de cada uma isoladamente.
A partir da década de 1970 vão emergir discussões acerca do modelo de pedagogia oficial e a
busca de alternativas a ela. Procurava-se uma nova forma de educação que rompesse com
esse mecanismo de dominação e propusesse uma prática pedagógica crítica. ´
surgiu como uma versão da pedagogia histórico-crítica voltada para a didática” (p. 1).
Boa parte dos professores não ficaram satisfeitos com essa conclusão reprodutivista e
acreditaram na possibilidade de uma educação que não fosse reprodutora e que atendesse
aos interesses da classe dominada.
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TEORIAS E TENDÊNCIAS PEDAGÓGICAS PARA CONCURSOS Sara Filpo 44
Ela se transforma, é dinâmica e contraditória, porque ora segue um padrão, ora segue outro.
Ou seja, a sociedade tem um caráter contraditório “cujo desenvolvimento conduz à
transformação e, mais tarde, à sua própria superação” (SAVIANI, 2013, p. 79).
PRESSUPOSTOS HISTÓRICOS
A Pedagogia Histórico Crítica começou a tomar forma no artigo “Escola e democracia: para
além da teoria da curvatura da vara” publicado na revista ANDE em 1982, tornando-se o livro
“Escola e Democracia” em 1983. Até então ela era uma “nova teoria pedagógica”, não possuía
ainda um nome. Essa nova teoria pedagógica foi denominada pedagogia histórico-crítica em
1984.
Ao estudar a filosofia da educação, Saviani vai chegar à conclusão de que no Brasil, até então,
não havia uma reflexão sistematizada, ou seja, estruturada e explícita de caráter dialético
sobre a questão educacional. Para ele, as teorias crítico-reprodutivistas traziam uma
abordagem “dialética idealista”, uma “dialética de consciências” porque no fim não trazem
uma proposta de superação, só de “reflexão” (digamos assim).
Diante da insatisfação das análises das teorias crítico-reprodutivistas, por tudo aquilo que eu
já trouxe na aula 04, aumentaram as exigências de uma análise do problema educacional que
desse conta de seu caráter contraditório e que, ao mesmo tempo, orientasse práticas
É daí que surge a denominação “histórico-crítica”, como Saviani mesmo conta no livro
“Pedagogia Histórico-Crítica”. Tal denominação está relacionada a uma concepção de
educação que leva em consideração os condicionantes sociais, mas, além disso, os relaciona
à dimensão histórica que o reprodutivismo não alcançou. A expressão pedagogia histórico-
crítica é o empenho em compreender a questão educacional com base no desenvolvimento
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TEORIAS E TENDÊNCIAS PEDAGÓGICAS PARA CONCURSOS Sara Filpo 45
histórico objetivo. Porque uma possível denominação de “pedagogia dialética” não seria
suficiente, já que naquela época (década de 1970) os debates no contexto acadêmico se
misturavam entre os crítico-reprodutivistas e críticos.
Dermeval Saviani considera o ano de 1979 como sendo o marco da pedagogia histórico
crítica. Este é o ano em que ele assume a primeira turma de doutorado em educação da PUC-
SP, na qual ele orientou 11 alunos. Este grupo de pesquisadores tinham como problema
central a superação do crítico-reprodutivismo. “Começava-se a tentar descobrir formas de
analisar a educação, mantendo presente a necessidade de criar alternativas e não apenas
fazer a crítico do existente” (p. 2).
E é nesse contexto que o trabalho de José Carlos Libâneo ganha relevância. Mais
precisamente no livro “Democratização da Escola Pública, no qual ele se empenha em
analisar a prática dos professores em cada tendência e, também, redefine a didática à luz
desta nova concepção de educação, a qual ele denomina “Pedagogia Crítico-Social dos
Conteúdos”.
A pedagogia revolucionária proposta por Dermeval Saviani traz uma visão crítica da realidade,
porque considera os condicionantes históricos-sociais na educação e, por isso, também
entende que a educação escolar é um instrumento dessa classe dominante e elemento
determinado por ela. Mas crê que quando a classe subalterna domina este instrumento, pode
exercer poder também sobre ela.
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TEORIAS E TENDÊNCIAS PEDAGÓGICAS PARA CONCURSOS Sara Filpo 46
Libâneo vai dizer que “Se o que define uma pedagogia crítica é a consciência de seus
condicionantes históricos-sociais, a função da pedagogia ‘dos conteúdos’ é dar um passo à
frente no papel transformador da escola, mas a partir das condições existentes. Assim, a
condição para que a escola sirva aos interesses populares é garantir a todos um bom ensino,
isto é, a apropriação dos conteúdos escolares básicos que tenham ressonância na vida dos
alunos” (p. 40).
Serão métodos que estimularão a atividade e iniciativa dos alunos sem abrir mão,
porém, da iniciativa do professor; favorecerão o diálogo dos alunos entre si e com o
professor, mas sem deixar de valorizar o diálogo com a cultura acumulada
historicamente; levarão em conta os interesses dos alunos, os ritmos de aprendizagem
e o desenvolvimento psicológico, mas sem perder de vista a sistematização lógica dos
conhecimentos, sua ordenação e gradação para efeitos do processo de transmissão-
assimilação dos conteúdos cognitivos (SAVIANI, 2012, p. 70).
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TEORIAS E TENDÊNCIAS PEDAGÓGICAS PARA CONCURSOS Sara Filpo 47
condição, não consegue ainda articular a experiência pedagógica na prática social de que
participa logo no ponto de partida, sua visão é limitada.
possibilitem ao aluno uma visão de totalidade dos fenômenos das práticas sociais.
Síncrese Análise
Síntese
(pela mediação do professor)
Mas além disso, Libâneo vai dizer que não basta que os conteúdos sejam apenas ensinados e
bem ensinados. É preciso que haja ligação de forma indissociável entre o conteúdo e a sua
significação humana e social. Eles precisam estar relacionados à prática social do aluno. Há
uma relação de continuidade, em que o professor e o aluno se encontram no ponto de partida
(que é a prática social), cada um em um nível diferente, e imergem na construção das relações
entre os conteúdos e a experiência social (ruptura). Esse processo é contínuo.
Garantir a ligação dos conhecimentos universais com a experiência concreta dos alunos é a
continuidade. Ajudá-los a ultrapassar os limites de sua experiência cotidiana é a ruptura. Nela,
os métodos de ensino estarão subordinados a questão do acesso aos conhecimentos
sistematizados.
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TEORIAS E TENDÊNCIAS PEDAGÓGICAS PARA CONCURSOS Sara Filpo 48
Continuidade
Mediação Ruptura
Libâneo também utiliza termos utilizados por Saviani como síncrese e síntese. Ele considera
que a transferência da aprendizagem se dá a partir do momento da síntese, que é quando o
aluno supera sua visão parcial e confusa (síncrese) e adquire uma visão mais clara e
unificadora (síntese). Mas traz conceitos de continuidade e ruptura.
Do ponto de vista teórico, forma e conteúdo se relacionam, precisa ser feita uma articulação.
O conteúdo puro não traz superação da realidade do aluno. A forma, ou seja, o método
isoladamente também não traz superação. Uma concepção dialética precisa relacioná-los.
Para se ensinar História, é preciso que o professor utilize formas de se ensinar suficientes para
que o aluno aprenda.
Cabe aqui dizer que Saviani explica que “a questão central da pedagogia é a questão dos
métodos, dos processos. O conteúdo, o saber sistematizado, não interessa à pedagogia como
tal” (2013, p. 65).
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TEORIAS E TENDÊNCIAS PEDAGÓGICAS PARA CONCURSOS Sara Filpo 49
Vejo muito hoje as pessoas terem dificuldades em utilizar esse termo “método”. Porque o
escolanovismo acostumou as pessoas a relacionar os métodos à pedagogia tradicional ou
tecnicista. Relacionando o conceito de método ao conceito de mecanização.
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TEORIAS E TENDÊNCIAS PEDAGÓGICAS PARA CONCURSOS Sara Filpo 50
é instrumento da classe dominante, por que é levantada sua importância agora? Pois bem, neste
Na Idade Média, no período do feudalismo, o poder estava concentrado nas mãos do clero e
dos nobres. A burguesia que hoje compõe a classe dominante, mas naquele século formava
a classe dominada. Eles lutaram visando o acesso à educação, o que viabilizava e garantia o
direito de participação política. Portanto, a pedagogia tradicional foi estruturada em cima dos
ideários revolucionários burgueses daquele tempo e nos princípios de igualdade de acesso à
educação, para que eles, enquanto classe subalterna, pudessem acessar os conhecimentos
científicos e pudessem ter direito nas tomadas de decisões.
Mas após seu êxito, a burguesia passou de classe dominada para classe dominante no novo
sistema capitalista, seus interesses frente à democratização da escola mudaram.
No livro “Escola e Democracia” Saviani diz que o ideário da escola nova foi fundamentado
nessa concepção da nova burguesia. Pois o movimento escolanovista trouxe uma pesada
crítica à pedagogia tradicional, mas na verdade havia o desinteresse pela democratização real
da escola pública, já que a nova classe subalterna (agora os operários) não “sabia escolher”
bem os governantes e seus interesses conflitava com os da classe dominante (agora a
burguesia).
Em suas propostas, Saviani e Libâneo comentam que uma das críticas feitas diz que suas
propostas pedagógicas valorizam a cultura dominante, os conhecimentos da classe
dominante. Todavia, como já foi dito, essa cultura não é propriedade da classe dominante, a
burguesia se apropriou dela. Essa cultura foi construída historicamente pelos homens, faz
parte da história da humanidade, é o saber erudito, o saber clássico. O saber não é
propriedade da burguesia, ela se apossou dele na Idade Média, aquela burguesia
revolucionária que queria ter acesso ao que só a Monarquia e o Clero tinham acesso, que era
ao conhecimento clássico. Ela quer aprender do mais básico aos conhecimentos artísticos,
literários, científicos. Foi após tomar o poder que a burguesia mudou o seu discurso.
Saviani diz que a escola é lugar do conhecimento científico, não é lugar do senso comum
(Saber popular). Não é porque o saber erudito é elitista, a ideia é fazer com que esse
conhecimento erudito se socialize, seja de todos, se torne do povo. O povo tem o senso
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TEORIAS E TENDÊNCIAS PEDAGÓGICAS PARA CONCURSOS Sara Filpo 51
acesso ao saber erudito, esse saber não pertencerá mais às elites, ele se tornará popular.
Ele entende a cultura popular como sendo aquela que o povo domina.
Nesse sentido, essa nova pedagogia defende que o povo precisa da escola para ter acesso ao
saber erudito, ao saber sistematizado e, depois, poder expressar de forma elaborada os
conteúdos da cultura popular que correspondem aos seus interesses. Esse saber erudito nada
mais é do que o saber clássico, o conhecimento científico que se tornou conteúdo escolar.
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TEORIAS E TENDÊNCIAS PEDAGÓGICAS PARA CONCURSOS Sara Filpo 52
Essa humanidade é produzida por meio, também, do saber sistematizado. Esse saber é o
conhecimento clássico e esse conhecimento clássico não é só o conhecimento escolar, é o
que o ser humano conseguiu produzir e não descartamos. Exemplo: uma cadeira, ela foi
construída e não substituída por uma outra estrutura suspensa. Os clássicos são necessários
para nos humanizar.
dos homens” (2013, p. 422). O que significa que a “educação é entendida como mediação no
seio da prática social global”. Por isso que Saviani vai dizer que a prática social é o ponto de
partida e o ponto de chegada da prática educativa. Porque só se aprende porque tem outra
pessoa te ensinando, socializando com você.
Entendido isso, faz-se necessário que a prática social seja o ponto de partida e o ponto de
chegada da prática educativa. Processo em que professor e aluno se encontram para que
Como você já viu, na Pedagogia Histórico-Crítica, professor e aluno são desiguais porque
ocupam posições diferentes em relação ao conhecimento. E dentro do processo de
construção do conhecimento, o aluno ocupa duas posições diferentes: a posição do aluno
empírico e a posição do aluno concreto.
Diante desse movimento dialético, Saviani diz que há diferença entre o aluno empírico e o
aluno concreto. O que é de interesse do aluno concreto não diz respeito às condições que ele
se encontra e não escolheu. O aluno concreto é o sujeito inserido dentro do contexto histórico
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TEORIAS E TENDÊNCIAS PEDAGÓGICAS PARA CONCURSOS Sara Filpo 53
e social: o sujeito que faz parte de uma família pobre de periferia, com condições limitadas de
subsistências; ele não escolheu essa condição, logo, é o aluno concreto.
O aluno empírico é o mesmo sujeito, mas inserido em suas paixões, sentimentos, desejos,
emoções; é o aluno que gosta de ler livros, de jogar bola, de jogar vídeo game. Saviani vai dizer
que se deve firmar o atendimento “aos interesses do aluno concreto. Por isso que de imediato
talvez o aluno empírico não tenha interesse no conhecimento sistematizado, mas mesmo
assim este conhecimento corresponde diretamente aos interesses do aluno concreto, por ele
estar inserido numa sociedade que põe a exigência do domínio do conhecimento. E é por isso
que é tarefa da educação viabilizar o acesso a este tipo de saber.
análise. A educação é entendida como mediação no interior da prática social global, logo, o
ponto de partida e o ponto de chegada é a prática social. Essa mediação explicita-se em três
momentos:
abordagem feita por Saviani se trata de um esforço heurístico e didático apenas para fins de
compreensão, pois ele mesmo considera que é mais apropriado falar em “momentos
articulados num mesmo movimento, único e orgânico” do que em “passos que se ordenam
numa sequência lógica”. Segue:
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TEORIAS E TENDÊNCIAS PEDAGÓGICAS PARA CONCURSOS Sara Filpo 55
Portanto, a prática pedagógica não é realizada de qualquer maneira, sem uma diretividade.
Ela é planejada, sistemática, intencional, disciplinada.
estudante. Libâneo vai dizer que uma aula começa pela constatação da prática real e em
seguida a consciência dessa prática relacionada ao conteúdo proposto pelo professor, “na
forma de um confronto entre a experiência e a explicação do professor”. “Vai-se da ação à
compreensão e da compreensão à ação, até a síntese, e o que não é outra coisa senão a
unidade entre a teoria e a prática”.
É por isso que Libâneo preconiza a formação docente do professor visando o conhecimento
e domínio dos processos pedagógicos. Em outras palavras: para que o professor possa
contribuir de maneira efetiva na aprendizagem do aluno, ele deveria ter uma formação
acadêmica e social no sentido de adquirir habilidades para relacionar os conhecimentos
científicos com as contradições da realidade, a fim de problematizá-la com os alunos.
Para essa pedagogia, aprender é desenvolver a capacidade de: “processar informações e lidar
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Anotações
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QUESTÕES DE CONCURSOS
QUESTÃO 1: (CONSULPLAN, ESTAGIÁRIO DE PEDAGOGIA, 2019) Saviani (2008) sugere o
ano de 1979 como sendo o marco do surgimento da abordagem histórico-crítica. Sobre
a abordagem histórico-crítica, é INCORRETO afirmar que:
A) Fundamenta-se no materialismo histórico.
B) Decorre das relações estabelecidas entre o conteúdo-método e concepção de mundo.
C) O ponto de partida é que determina os métodos e os processos de ensino-aprendizagem.
D) Incorpora a dialética como teoria de compreensão da realidade e como método de
intervenção nesta realidade.
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D) ato de produzir mediação no seio da prática social global, dela decorrendo um método
pedagógico no qual professores e alunos se inserem em um mesmo contexto, com posições
distintas, para a solução de problemas.
E) ato político em que o aprendizado é autogestionário, não espontâneo e voltado para uma
necessidade prática, em um processo de produção que destitua o projeto educativo da
burguesia.
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TEORIAS E TENDÊNCIAS PEDAGÓGICAS PARA CONCURSOS Sara Filpo 59
GABARITO
1 C 5 A
2 D 6 B
3 D 7 C
4 E
Anotações
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TEORIAS E TENDÊNCIAS PEDAGÓGICAS PARA CONCURSOS Sara Filpo 60
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
LIBÂNEO, José Carlos. Democratização da Escola Pública. 28. ed. São Paulo. Edições Loyola.
2014.
SAVIANI, Dermeval. História das Ideias Pedagógicas no Brasil. 4. ed. Campinas, SP: Autores
SAVIANI, Dermeval. Escola e Democracia. 42. ed. – Campinas, SP: Autores Associados, 2012.
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TEORIAS E TENDÊNCIAS PEDAGÓGICAS PARA CONCURSOS Sara Filpo 61
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