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Madre Teresa de Calcutá

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Teresa de Calcutá

Madre, Santa de Calcutá e Fundadora das Missionárias da


Caridade

Nascimento Üsküp, Vilaiete do Kosovo, Império


Otomano. 
26 de agosto de 1910

Morte Calcutá, Índia 
5 de setembro de 1997 (87 anos)

Nome nascimento Anjezë Gonxhe Bojaxhiu

Nome religioso Madre Teresa de Calcutá

Progenitores Mãe: Dranafile Bernai


Pai: Nikollë Bojaxhiu

Veneração por Igreja Católica.


Igreja Episcopal Anglicana do Brasil.[1]

Beatificação 19 de outubro de 2003
Roma
por Papa João Paulo II

Canonização 4 de setembro de 2016
Roma
por Papa Francisco

Principal templo Templo das Missionárias da Caridade

Festa litúrgica 5 de setembro

Padroeira pobres e incapacitados

 Portal dos Santos

Anjezë Gonxhe Bojaxhiu M.C. (Skopje, 26 de agosto de 1910 — Calcutá, 5


de setembro de 1997), conhecida como Madre Teresa de Calcutá ou Santa
Teresa de Calcutá, foi uma religiosa católica de
etnia albanesa naturalizada indiana, fundadora da congregação das
Missionárias da Caridade, cujo carisma é o serviço aos mais pobres dos
pobres[2] por meio da vivência do Evangelho de Jesus Cristo. Em 2015, a
congregação fundada por ela contava com mais de 5 mil membros em 139
países.[2] Por seu serviço aos pobres, tornou-se conhecida ainda em vida pelo
codinome de "Santa das Sarjetas".
Madre Teresa teve o seu trabalho reconhecido ao longo da vida por instituições
dentro e fora da Índia, recebendo o Prêmio Nobel da Paz em 1979.[3] É
considerada por alguns como a missionária do século XX.
Foi beatificada em 2003 pelo Papa João Paulo
II e canonizada em 2016 pelo Papa Francisco na Praça de São Pedro,
no Vaticano.
Apesar do reconhecimento internacional, Madre Teresa foi criticada pelas
condições das casas dos moribundos de quem ela cuidava. [4][5] Christopher
Hitchens,[6][7] Michael Parenti, Aroup Chatterjee e o Conselho Mundial Hindu
destacaram-se nas críticas a Madre Teresa. Alguns estudos sugerem que a
sua imagem de pessoa caridosa e humanitária seja um mito. [8][9]

Biografia
Casa memorial de Madre Teresa na Macedônia do Norte.

Madre Teresa de Calcutá nasceu em 26 de agosto de 1910, em Üsküp, então


capital do Vilayet do Kosovo, subdivisão do Império Otomano. Tinha
pais albaneses, numa família de três filhos, sendo duas moças e um rapaz.
Seus pais eram Nikollë Bojaxhiu e Dranafile Bernai. Considerava 27 de agosto,
o dia em que foi batizada, como o seu "verdadeiro aniversário". Sua cidade
natal é hoje a atual Skopje, capital da Macedônia do Norte.[10]
Começou por fazer votos aos 18 anos nas Irmãs de Nossa Senhora do Loreto
(Instituto Beatíssima Virgem Maria), na Irlanda, onde viveu por pouco tempo.[11]
Várias décadas depois, em 1965, a Santa Sé aprovou a Congregação
Missionárias da Caridade e, entre 1968 e 1989, estabeleceu a sua presença
missionária em países
como Albânia, Rússia, Cuba, Canadá, Palestina, Bangladesh, Austrália, Estado
s Unidos da América, Ceilão, Itália, antiga União Soviética e China.[carece  de fontes]
A ela é atribuída a citação: "Não usemos bombas nem armas para conquistar o
mundo. Usemos o amor e a compaixão. A paz começa com um sorriso." O
reconhecimento do mundo pelo seu trabalho concretizou-se com o Prêmio
Templeton, em 1973, e com o Nobel da Paz, no dia 17 de outubro de 1979.
[carece  de fontes]

Morreu em 1997 aos 87 anos, de ataque cardíaco, quando preparava um


serviço religioso em memória da Princesa Diana de Gales, sua grande amiga,
que faleceu num acidente de automóvel em Paris. Tratado como um funeral de
Estado, vários foram os representantes do mundo que quiseram estar
presentes para prestar homenagem. As televisões do mundo inteiro
transmitiram ao vivo durante uma semana, os milhões que queriam vê-la no
estádio Netaji. Encontra-se sepultada em Motherhouse
Convent, Calcutá, Bengala Ocidental na Índia.[12] No dia 19 de outubro de 2003,
o Papa João Paulo II beatificou Madre Teresa de Calcutá. [carece  de fontes]
O seu trabalho missionário continua através da irmã Nirmala, eleita no dia 13
de março de 1997 como sua sucessora.[carece  de fontes]
Fase não teísta
Presidente da Itália Sandro Pertini recebendo Madre Teresa, em 1978.

Uma coleção de cartas dirigidas a uns poucos conselheiros espirituais e


recolhidas no livro "Madre Teresa: Venha Ser Minha Luz" (Mother Teresa:
Come Be My Light) publicado em 4 de setembro de 2007, traduzido e publicado
no Brasil pela editora Thomas Nelson, organizado pelo Padre Brian
Kolodiejchuk, postulador da causa da sua canonização revelaram, segundo
alguns, dúvidas profundas de Madre Teresa sobre sua fé em Deus, provocando
discussões sobre uma possível posição agnóstica.[13]
Madre Teresa, em suas cartas, descreveu como sentia falta de respostas
de Deus.[14] Em 1956 escreveu: "Tão profunda ânsia por Deus - e ... repulsa -
vazio - sem fé - sem amor - sem fervor. Almas não atrai - O céu não significa
nada - reze por mim para que eu continue sorrindo para Ele apesar de tudo."
Em 1959: "Se não houver Deus - não pode haver alma - se não houver alma
então, Jesus - Você também não é real."[14]
Uma de suas cartas ao Padre Neuner dizia: "Pela primeira vez ao longo de 11
anos - cheguei a amar a escuridão. - Pois agora acredito que é parte, uma
parte muito, muito pequena da escuridão e da dor de Jesus neste mundo. O
Senhor ensinou-me a aceitá-la [como] um 'lado espiritual de sua obra', como
escreveu. - Hoje senti realmente uma profunda alegria - que Jesus já não pode
passar pela agonia - mas que quer passar por mim. - Abandono-me a Ele mais
do que nunca. - Sim - mais do que nunca estarei à disposição". [15][16]
No entanto, o texto de suas cartas não afetou a campanha por sua
santificação, já que a Igreja defende que outros santos também demonstraram
dúvidas em relação a sua fé, como por exemplo São Tomé.[14]

 A crise espiritual.
Segundo o postulador da causa da canonização de Madre Teresa e autor do
livro, a sua crise espiritual começou nos anos 50, logo após a fundação da
ordem das Missionárias da Caridade; a partir daí "viveu uma grande fase de
escuridão interior que se prolongou até a sua morte". "Sabia que estava unida
a Deus, mas não conseguia sentir nada". [17] Este fenômeno é conhecido na
tradição e na teologia mística cristã, e foi São João da Cruz quem o chamou
de noite escura do espírito, o que considera uma etapa no caminho de alguns
santos no caminho de identificação com Deus.

 Silêncio divino.
Bento XVI comentando as cartas disse que este silêncio serve para que os
crentes percebam a situação daqueles que não acreditam em Deus. Falando
sobre as experiências místicas da beata disse que "tudo aquilo que já
sabíamos se mostra agora ainda mais abertamente: com toda a sua caridade,
a sua força de fé, Madre Teresa sofria com o silêncio de Deus". [18]

 Antídoto contra o sentimentalismo.


Kolodiejchuk enxerga na atitude da beata um antídoto contra o
sentimentalismo: "A tendência em nossa vida espiritual, e também na atitude
mais geral relativamente ao amor, é que o que conta são os nossos
sentimentos. Assim a totalidade do amor é o que sentimos. Mas o amor
autêntico a alguém requer o compromisso, fidelidade e vulnerabilidade. Madre
Teresa não "sentia" o amor de Cristo, e poderia ter cortado, mas levantava-se
às 4h30min. cada manhã por Jesus e era capaz de escrever-lhe: Tua felicidade
é o único que quero. Este é um poderoso exemplo, inclusive em termos não
puramente religiosos."[19]
Beatificação e canonização
Foi beatificada em 19 de outubro de 2003, devido ao milagre ocorrido com
Monica Besra, uma indiana que terá sido curada de um tumor no estômago de
forma inexplicável, graça que foi atribuída à intercessão de Madre Teresa de
Calcutá.[20]
O Papa Francisco proclamou Madre Teresa de Calcutá como santa no Jubileu
da Misericórdia, em 4 de setembro de 2016. A canonização aconteceu depois
de a Igreja Católica ter aprovado, por unanimidade, a cura extraordinária do
brasileiro Marcílio Haddad Andrino em 2008,[21] que se encontrava
em coma devido a abscessos no cérebro e hidrocefalia. Apesar de sua
discrição e de evitar entrevistas, ele participou da cerimônia de canonização. [22]
[23]

Títulos e homenagens
Presidente Reagan presenteando a Madre Teresa com Medalha Presidencial da
Liberdade em 1985.

 Padma Shri – Índia, 1962.[24]


 Ramon Magsaysay Award Foundation – Filipinas, 1962.[25]
 Prêmio Nobel para a Paz – Noruega, 1979.[3]
 Doutora honoris causa em Medicina e Cirurgia pela Faculdade de Medicina
e Cirurgia da Universidade Católica do Sagrado Coração – Itália, 1981.[26]
 Medalha Presidencial da Liberdade – Estados Unidos, 1985.[27]
Deus Caritas Est
O Papa Bento XVI na sua encíclica Deus caritas est, de 25 de
dezembro de 2005, "sobre o amor cristão", cita Madre Teresa como
exemplo de pessoa de oração e ao mesmo tempo de fé operativa:
A piedade não afrouxa a luta contra a pobreza ou mesmo contra a miséria do
próximo. A beata Teresa de Calcutá é um exemplo evidentíssimo do fato que
o tempo dedicado a Deus na oração não só não lesa a eficácia nem a
operosidade do amor ao próximo, mas é realmente a sua fonte inexaurível.
Na sua carta para a Quaresma de 1996, essa beata escrevia aos seus
colaboradores leigos: 'Nós precisamos desta união íntima com Deus na
nossa vida cotidiana. E como poderemos obtê-la? Através da oração. [28]

Marca registrada
Em 2016, o hábito de Madre Teresa, tida como imagem indissociável de
sua figura, um sári branco com três listas azuis, foi registrado junto
ao Departamento de Patentes da Índia visando evitar o uso comercial
indevido. Este é o primeiro caso de copyright de uma vestimenta
religiosa no mundo.[29][30]
O hábito foi usado pela primeira vez por Madre Teresa em 1948, e,
durante mais de três décadas, os tecidos foram desenvolvidos por
doentes com lepra, que viviam em habitações sob alçada da ordem das
Missionárias da Caridade, nas imediações de Calcutá. [31][30]

Críticas e controvérsias
Ver artigo principal: Críticas a Madre Teresa
Os críticos de Madre Teresa, nominalmente Christopher
Hitchens, Aroup Chatterjee e Robin Fox, argumentam que sua
organização fornecia ajuda abaixo dos padrões e possuía como
interesse primário a conversão de pessoas à beira da morte para o
Catolicismo. Além disso, afirmam que Madre Teresa teria usado as
doações que recebeu para atividades missionárias em outros lugares,
em vez de gastar na melhoria do padrão de ajuda médica de sua
fundação. Esses críticos colocaram objeções fortes às virtudes de
Madre Teresa e têm recebido a atenção de um número cada vez maior
de pessoas.[5]
Em 1994, Hitchens publicou um artigo no The Nation intitulado "O
Demônio de Calcutá". Para ele, as próprias palavras de Madre Teresa a
respeito da pobreza provam que "suas intenções não eram de ajudar as
pessoas". Chegou a afirmar, inclusive, que Madre Teresa mentiu a
certos doadores sobre o destino de suas contribuições. Hitchens
também foi a única testemunha chamada pelo Vaticano para fornecer
evidências contra a beatificação e canonização de Madre Teresa. [32]
Outro crítico feroz, o Dr. Aroup Chatterjee (autor de Madre Teresa: O
Veredito Final, 2003), afirma que a imagem pública que Madre Teresa
possui enquanto protetora dos pobres e enfermos é deturpada. Ele
afirma categoricamente que o número de pessoas que realmente
recebem auxílio da ordem das Missionárias da Caridade não chega
perto do que os ocidentais são levados a acreditar. [33]

Cinema e literatura
 Madre Teresa é o tema do filme-documentário (1969) e do livro Algo
bonito por Deus (1971) de Malcolm Muggeridge.
 Em 1994 ela foi o tema do documentário Anjo do Inferno, de
Christopher Hitchens e Tariq Ali, exibido no Channel 4 da Inglaterra.
 Madre Teresa: Em Nome dos Pobres de Deus é um filme de 1997
dirigido por Kevin Connor estrelado por Geraldine Chaplin. Ganhou
em 1998 o prêmio Art Film Festival.
 A vida de Madre Teresa foi retratada em 2003 em minissérie de
televisão italiana Madre Teresa, estrelada por Olivia Hussey como
Madre Teresa. Posteriormente, foi lançado internacionalmente como
um filme de televisão Madre Teresa de Calcutá e recebeu o Prêmio
Camie em 2007.
 The Letters, 2014 ‧ Drama/Filme biográfico ‧ Um drama que explora
a vida de Madre Teresa através de cartas que ela escreveu ao seu
amigo e conselheiro espiritual, Padre Celeste van Exem, ao longo de
um período de aproximadamente cinquenta anos.

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