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Nacionalidade português
Religião católica
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Biografia
Primeiros anos
Monumento a Pedro Álvares Cabral em Belmonte, Portugal, sua terra natal
Poucos detalhes a respeito dos critérios utilizados pelo governo português para
escolher Cabral como chefe da expedição à Índia sobreviveram ao tempo. No
decreto real que o nomeou capitão-mor, as razões dadas são "méritos e
serviços". Nada mais se sabe sobre estas qualificações. [21] De acordo com o
historiador William Greenlee, o rei D. Manuel I "sem dúvida o conhecia bem na
corte". Isso, junto com "o papel da família Cabral, a lealdade inquestionável
deles à Coroa, a aparência pessoal de Cabral e a capacidade que ele tinha
demonstrado na corte e no conselho foram fatores importantes". [22] Também a
seu favor pode ter estado a influência de dois de seus irmãos, que faziam parte
do conselho do rei.[22] Dado o nível de intriga política presente na corte, Cabral
pode ter sido parte de uma facção que favoreceu sua nomeação. [22] O
historiador Malyn Newitt subscreve a ideia de algum tipo de manobra oculta,
dizendo que a escolha de Cabral "foi uma tentativa deliberada de equilibrar os
interesses de facções rivais das famílias nobres, pois parece que ele não
possuía qualquer outra qualidade para a recomendação e nenhuma
experiência em comandar grandes expedições".[23]
Nau de Pedro Álvares Cabral conforme retratada no Livro das Armadas, atualmente na Academia
das Ciências de Lisboa
Uma frota anterior tinha sido a primeira a chegar à Índia contornando a África.
Essa expedição foi liderada por Vasco da Gama e regressou a Portugal em
1499.[35] Durante décadas Portugal buscara uma rota alternativa para o Oriente
que excluísse o Mar Mediterrâneo, então sob controle das repúblicas
marítimas italianas e do Império Otomano. O expansionismo de Portugal
levaria, primeiramente a uma rota para a Índia e, posteriormente, à colonização
um pouco por todo o mundo. O desejo de difundir o cristianismo católico em
terras pagãs foi outro fator que motivou a exploração. Havia também uma longa
tradição de guerrear contra os muçulmanos, derivada da luta contra
os mouros durante a construção da nação portuguesa. A luta expandiu-se
primeiramente para o norte da África e, eventualmente, para o subcontinente
indiano. Uma ambição adicional que motivava os exploradores era a busca do
mítico Preste João — um poderoso rei cristão com o qual se poderia forjar uma
aliança contra o Islã. Por fim, a Coroa Portuguesa procurava obter um quinhão
no lucrativo comércio de escravos e de ouro no oeste Africano e no comércio
das especiarias oriundas da Índia.[36]
Partida e chegada a uma nova terra
A frota, sob o comando de Cabral, então com 32–33 anos de idade, partiu
de Lisboa em 9 de março de 1500 ao meio-dia. No dia anterior, a tripulação
tinha recebido uma despedida pública que incluíra uma missa e comemorações
com a presença do rei, da corte e de uma enorme multidão. [29][37][38][39][40][41] Na
manhã de 14 de março, a frota passou por Grã Canária, a maior das Ilhas
Canárias.[39][42] Em seguida, partiu rumo a Cabo Verde, uma colônia portuguesa
situada na costa oeste da África, que foi alcançada em 22 de março. [39][43] No dia
seguinte, uma nau com 150 homens, comandada por Vasco de Ataíde,
desapareceu sem deixar vestígios.[37][39][43] A frota cruzou a Linha do Equador em
9 de abril e navegou rumo a oeste afastando-se o mais possível do continente
africano, utilizando uma técnica de navegação conhecida como a volta do mar.
[37][44]
Os marujos avistaram algas-marinhas no dia 21 de abril, o que os levou a
acreditar que estavam próximos da costa. Provou-se estarem certos na tarde
do dia seguinte, quarta-feira, 22 de abril de 1500, quando a frota ancorou perto
do que Cabral batizou de Monte Pascoal (uma vez que aquela era a semana
da Páscoa). O monte localiza-se no que hoje é a costa nordestina do Brasil.[39][44]
[45][46]
Nau Capitania de Cabral, Índios a Bordo da Capitania de Cabral, quadro de Oscar Pereira da Silva