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MARSHALL ROSENBERG Criar filhos compassivamente Maternagem e paternagem na perspectiva da Comunicagao Nao Violenta “) Palas Athena Introdugado Hé trinta anos ensino Comunicacao Nao Violenta para mies e pais. Gostaria de partilhar algumas das coisas que tém sido titeis para mim e para os pais com quem trabalhei, e também quero dividir algumas percepgées que tive sobre a maravilhosa e desafiadora missao de criar filhos. Primeiramente, é aconselhavel chamara atencao para o perigo da palavra “filho” - se for usada para sugerir um tipo diferente de respeito, diferente daquele que teriamos por al- guém nio rotulado como filho ou crianga. Explicarei melhor o que quero dizer com isso. Nas oficinas de maternagem e paternagem que realizei ao longo dos anos, muitas vezes comecava dividindo o grupo em dois. A atividade funciona assim: um grupo ficaem uma sala, o outro grupo em outra. Ambos recebem a tarefa de escrever, em uma folha de papel grande, um didlogo com alguém, numa situacao conflituosa. Digo a cada grupo qual €0 conflito. A unica diferenca é que para um grupo sinalizo que o conflito se da com um filho, e para o outro grupo que a “ee discussao © COD We Depois, os grupos se retinem e juntos Contemplamos o5 diferentes didlogos que escreveram ~ num caso pensando que o outro era um filho, no outro supondo ser um vizinho, Note que nao permito que os grupos discutam entre si sobre quem éa pessoa envolvida na discussao, portanto, os dois grupos pensam que o contexto éo0 mesmo. Depois que todos leram os didlogos dos dois grupos, pergunto a eles se perceberam alguma diferenca quanto ao grau de respeito e compaixao demonstrados em cada um dos casos. Todas as vezes que propus essa atividade, a comunicagio do grupo que trabalhava na discuss&o com um filho sempre era percebida como menos respeitosa e compassiva quando comparada com o grupo que havia trabalhado com 0 outro como sendo um vizinho. Isso mostra aos dois grupos, de modo doloroso, que é muito facil desumanizar alguém pelo simples fato de ver essa pessoa como “meu filho”. Nossa prépria consciéncia Um dia, tive uma experiéncia que realmente me conscienti- zou do perigo de pensar nas pessoas como filhos/criangas. Eu tinha passado um final de semana inteiro trabalhando com dois grupos: uma gangue de rua e o departamento de policia, Meu papel era de mediador entre esses antagonistas. Muita violéncia vinha sendo trocada entre eles, e me pediram para tentar intermediar uma solugio. Depois de passar tanto tempo ali, lidando com a hostilidade mutua entre membros da gangue e policiais, eu estava exausto. Quando as sessdes de mediacao terminaram, a caminho de casa, dirigindo meu carro, pensei comigo mesmo que nunca mais na minha vida queria estar em meio a um conflito. E claro que quando entrei pela porta da cozinha, meus trés filhos estavam brigando. Expressei minha dor da manei- ra que recomendamos na Comunica¢ao Nao Violenta. Disse como estava me sentindo, quais eram minhas necessidades e fiz meu pedido. Falei da seguinte forma, aos gritos: “Quando ouco tudo isso que esta acontecendo agora entre vocés, fico a CRIAR FILHOS COMPASSIVAMENTE. muito nervoso! De verdade, preciso muito de paz e sossego depois do final de semana que passei! Serd que vocés poderiam me dar esse tempo e espaco que estou precisando?” Meu filho mais velho olhou para mim e disse: “Vocé quer falar sobre isso?” Muito bem. Naquele momento eu o desumanizei na minha mente. Como? Porque pensei: “Que graca! Vejam sé, um menino de nove anos tentando ajudar o pai”. Examine de perto meu pensamento. Veja como desqua- lifiquei seu oferecimento por causa da sua idade, porque 0 rotulei como crianca. Felizmente, percebi na mesma hora 0 que estava acontecendo em minha cabega. Talvez tenha tido mais clareza justamente por causa do trabalho que acabara de fazer com a gangue de rua ea policia, algo que me mostrou 0 perigo de pensar nas pessoas em termos de rétulos ao invés de enxergar sua humanidade. Nossa educacao como pais Todavia, no estou dizendo que devemos parar de usar as palavras “filho/crianga” para comunicar de modo rapido que estamos falando de alguém de certa idade. Refiro-me 4is ocasides em que permitimos que rétulos como esses nos impegam de ver a outra pessoa como um ser humano - 0 que nos leva a desumanizar o outro por causa das coisas que nossa cultura nos ensina sobre as “criangas”. Permita que eu demonstre as consequéncias daquilo que estou afirmando, ¢ como o rétulo “crianga” pode nos conduzir a um comporta- mento bastante infeliz. Segundo a maneira como fui educado a pensar sobre criagio de filhos, 0 trabalho de um pai ou mae é fazer as criancas se comportarem bem. Veja, na cultura em que fui educado, se vocé se torna autoridade, professor ou pai, passa aentender que sua responsabilidade é fazer com que pessoas rotuladas como “filhofcrianga” ou “aluno” se comportem de determinada maneira. 13 | CRIAR FILHOS COMPASSIVAMENTE Hoje percebo que esse é um objetivo que traz, consi derrota, pois aprendi que quando nosso objetivos an que outra pessoa se comporte de determinado modo, a provavelmente resistirao aquilo que estamos Pedindo, = gundo minha experiéncia, esta regra vale para Bbssoas Se. idade de 2a 92 anos. ma Esse objetivo - conseguir 0 que desejamos da outr, pessoa (ou conseguir que faga o que nés queremos) - a : Meaga a sua autonomia, seu direito de escolher 0 que deseja fazer, ponte! colher livremente sua tendéncia é resistir, mesmo se enxergarem E sempre que as pessoas sentem que nao podem eg © propésito daquilo que estamos pedindo e sejam, normal mente, inclinadas a fazer aquilo. E tio forte a necessidade de proteger nossa autonomia que, se percebermos que alguém insiste em seus préprios objetivos - se aquela pessoa age como se acreditasse que sabe o que é melhor para nés, e nao nos deixa escolha ou alternativa de agio - isso estimula nossa resisténcia. 14 As limitagdes da Coercao e da punicgo Serei eternamente grato a meus filhos por me ensinarem a respeito das limitagdes desse objetivo: conseguir que outras pessoas facam o que quero. Eles me mostraram que, em pri- meiro lugar, nao podia obrigd-los a fazer o que eu queria. Nao conseguia obrigd-los a fazer nada. Nao conseguia fazé-los guardar o brinquedo de volta na caixa de brinquedos. Nao conseguia que arrumassem a cama. Nao conseguia obrigd-los acomer. Essa foi uma ligaéo de humildade para mim: aprender que, como pai, eu ndo tinha poder. Por algum motivo eu havia colocado na minha cabeca que cabia ao pai fazer a crianga se comportar "bem". E ali estavam aquelas criancinhas me ensinando esta licdo de humildade: que nao se pode obriga- -las a fazer as coisas. Eu conseguia apenas fazer com que se arrependessem de nio ter feito o que mandei. E sempre que fui tolo 0 bastante para fazé-los se ar- repender de nao me obedecerem, eles me ofereceram uma segunda licdo sobre paternagem € poder, que acabou se mos- trando muito valiosa ao longo dos anos: faziam com que eu 15 ~r7 ~v vs4eo mummanos que me siio quais tenho responsabilidade. Meus Ultimas pessoas com quem quero ent envolvendo punicdo, Entretanto esse conceito de Punicio é muito defendido pela maioria dos pais. Pesquisas indicam que cerca de 80% dos pais norte-americanos acreditam sem reservas na eficacia do castigo fisico para criangas. Essaé aproximadamente a mesma porcentagem dos que defendem a Pena de morte para crimi- nosos. Havendo uma Parcela tao grande da populacdo que defendea puni¢do como justificavele necessdria na educagiio de criancas, tive, ao longo dos anos, bastante oportunidade de discutir essa questio com os pais, e fiquei satisfeito em ver que AS LIMITACOES DA COERGAO E DA PUNIGAO. igdo nfo apenas é ineficaz, mas impede que nossos filhos unica . . eae as coisas pelos motivos que desejamos. Ja que a punic&o é usada com frequéncia e considerada tificdvel, os pais imaginam que 0 contrdrio da punigiio é jus' 7 ‘ wele tipo de permissividade na qual nada fazemos quando as aq riangas se comportam de maneira divergente aos valores dos c : pais. Portanto, os pais sé conseguem pensar: “Se eu nao punir meu filho, estarei abrindo mao de meus proprios valores e sim- quer”. Conforme gens além da permissivida- ha alternativas entre deixar as pessoas fazerem o que bem entendem e aq; plicar taticas Coercitivas de punicdo. Alias, plesmente permitindo a crianga fazer o que mostrarei a seguir, hd outras aborda de. Em outras palavras, Certa qualidade de vinculo Hd uma abordagem alternativa A omissio e A utilizacao de tdticas coercitivas. Esta outra metodologia requer consciéncia da diferenga sutil, porém importante, entre ter por objetivo conseguir que as pessoas facam 0 que queremos (o que no recomend) e, em vez disso, ter a clareza de que nosso objetivo écriara qualidade de vinculo necessaria ao atendimento das necessidades de todos. Entendi por experiéncia que (estejamos nos comuni- cando com criancas ou com adultos) quando percebemos a diferenca entre esses dois objetivos e conscientemente nos abstemos de tentar conseguir que 0 outro faga o que quere- mos - ao mesmo tempo procurando criar uma qualidade de cuidado miutuo, respeito mutuo, um bom vinculo que permite aos dois sentirem que suas necessidades esto sendo levadas asério, ¢ a consciéncia de que as necessidades ¢ o bem-estar da outra pessoa sao independentes - é impressionante como 0s conflitos, que de outro modo pareceriam insoliveis, se resolvem com facilidade. 19 necessidades. Precisamos conseguir dizer as criangas seo que s estiio fazendo est4 em harmonia com nossas necessidades, ela: mas fazé-lo de tal forma que nao ou em conflito com elas - imulemos a culpa ou a vergonha nos mais jovens. Vamos “Fico com medo quando vejo vocé bater no est dar um exemplo: seu irmao, pois preciso que as pessoas da familia estejam em seguranca” ao invés de “E errado bater no seu irmao”. Ou em outra circunstancia, em vez de afirmar “Vocé é um pregui¢oso porque nao arrumou o quarto”, dizer “Fico frustrado quando vejo que sua cama nao estd arrumada porque preciso de apoio para manter a casa em ordem”. Essa mudanga de linguagem - que evita a classificagao do comportamento da crianca em termos de certo e errado, bom e mau, e procura se concentrar nas necessidades ~ nao é facil para aqueles que foram educados por professores e pais a Densar em termnc de inlaamantne maralictne Dannartamhém 4 CERTA QUALIDADE DE VINCULO seja, sane Tespeitosa, através da qual a crianca sente m. Co ath, eae ‘sseutamos o que ela sente unicar isso em siléncio, apenas mostrando no olhar que estamos ali com ela, com sua tristeza, sua necessidade de ter outra qualidade de conexio com seus amigos. Mas talvez seja preciso dizer algo em voz alta, como: “Parece que vocé esta realmente muito triste. Nao esta se divertindo muito com seus amigos?” Entretanto, muitos pais, tendo definido seu papel como o de fazer seus filhos felizes o tempo todo, se precipitam e falam algo do tipo: “Bem, sera que vocé esté fazendo alguma coisa que talvez esteja afugentando seus amigos?” Ou discordam da crianga dizendo: “Ah, isso nao é verdade. Vocé tinha tantos amigos. Tenho certeza que vai fazer mais amizades”. Ou entdo oferecem conselhos: “Talvez se vocé falasse de outro modo com seus amigos, eles gostariam mais de vocé”. Nao percebem que todos os seres humanos, quando estio sofrendo, precisam de presenca e empatia. Talver até queiram conselhos, mas isto precisa vit depois de receberem conexao empatica. Meus préprios filhos me ensinaram isso da. eens mais dura, dizendo: “Papal, por favor nfo de con thos a nfo ser que tena recebido um pedide Por sserlio‘com firma reconhecida em cartério”. a As limitagoes das recompensas Muitas pessoas acreditam que é mais humano usar recompen- sas do que punicées. Mas vejo ambas como exercicio de poder sobre 0s outros, e a Comunicag3o Nao Violenta se baseia no poder com os outros. Na modalidade de poder comas pessoas, nao procuramos influenciar através de nossa capacidade de fazer as pessoas sofrerem se nAo fizerem o que queremos, ou de recompensé-las caso obedecam. 0 “poder com” é um tipo de poder baseado em confianca mitua e respeito, que leva as pessoas a se abrirem para ouvir 0 outro e aprender mutua- mente; doarem-se uns aos outros de boa vontade pelo desejo de contribuir com o bem-estar do outro, ao invés de motivados por medo de punicées ou esperan¢ga de recompensas. E possivel obter esse tipo de poder, 0 poder com as pes- soas, quando conseguimos comunicar de modo aberto nossos sentimentos e necessidades sem fazer critica alguma Aoutra pessoa. Isso acontece quando dizemos ao outro aquilo que queremos, de tal modo que ele nfo o ouga como uma exigéncia ouameaga. Como mencionei, é preciso também escutar 0 que 0s outros esto de fato tentando comunicar, € mostrar que en- tendemos com exatidao - em vez de imediatamente comecar adar conselhos e querer consertar @ situagao- 23 tural falar uespa mane. para muitos Paes ~~ escrito de Gandhi me e pensam: “Nio me parece na Z “a3 : , rivel coincidéncia, um “Nao confund: habitual”. Gandhi explica que, como. aue ir de modo bastante antinatural, ornado habituais uma vez osafalarou agir daquela certamente me pare- propria experiéncia rente ns a” Por uma inc ju nas Mas na a o que é natural hora exata: : com frequéncia, tenham se t Ges, fomos treinad maneira na nossa cultura. Quando liisso, ceu verdadeiro, pois reconhecina mi nha u estilo de comunicagdo com as criangas. Fui de certo e errado, bom e mau, €o u habitual que, por varias raz aorigem do me treinado a julgar em termos uso de punigdes sempre foi disseminado e se torno para mim como pai. Contudo, eu tampouco diria que pelo fato de uma coisa ser habitual ela seja natural. Aprendi que é muito mais natural as pessoas se CO- Transformar sua comunicagao habitual Recordo-me de uma ocasiao, quando estava em processo de transformar minha comunicagao habitual julgadora com meus filhos e adotar esta outra maneira que agora defendo. Naquele dia, a situacao era um conflito com meu filho mais velho, ¢ eu estava demorando para me comunicar da forma que escolhi ao invés do meu modo habitual. Quase tudo que vinha espontaneamente a minha cabeca era alguma afirmacao coercitiva na forma de julgamento por ele ter dito o que dissera. Tive que parar para respirar fundo e pensar em como acessar minhas proprias necessidades e entrar mais em contato com as dele. E isso demorou. Ele foi ficando frustrado porque seu amigo estava esperando 1d fora, e me disse: — Pai, vocé esté demorando muito para falar. ~ Vou te dizer o que dé para dizer rapidamente - faca do meu jeito ou eu acabo com a sua vida. Ele entio respondeu: — Tudo bem, pai. Demore o quanto quiser. 25 CCRIAR FILHOS COMPASSIVAMENTE De fato, a0 me comunicar com morar e falar a partir da energia de Lembro-me de um j E sempre que as teil manterem 0 focono 26 TRANSFORMAR SUA COMUNICACAO HABITUAL valor daquilo que estd sendo solicitado pois, como jd mencionei, aquilo constitui uma ameaca & sua autonomia - e esta é uma necessidade muito forte dos seres humanos. Todos querem poder fazer algo quando escolhem fazer aquilo, e nao porque estao sendo forgados a fazé-lo. Assim que uma pessoa ouve uma exigéncia, fica muito mais dificil c! hegar a uma solugdo que atenda as necessidades de todos, wguerra nas tarefas” da familiar: meus filhos re- asa. Meu mais novo, Brett, que levasse 0 lixo para fora, de coletores de 0 de plo da minha vi tes tarefas em ¢; fake doze anos e peaimos & ele ; es por semana, para que a equipe lixo pudesse recolher. A tarefa era simples: pegar © gact odebaixo da pia dacozinhae leva-lo até acalgada, de onde de. Esse processo, do comego ao fim, is vezes parei um exer cebiam diferen duas ve! lix seria retirado mais tar’ Jevava cinco minutos. Porém, criava uma guerra dua! por semana na hora de pér o lixo para fora. aessa guerra? Em geral, bastava mencio- Eclaro que, pela minha entonagio Dravo e julgando-o por Shamar o nome dele alto Como comegav: nar o nome dele: “Brett!” de voz, ele percebia que eu jaestava nio ter feito o que devia. Apesar de c para que os vizinhos do quarteirao de baixo ou- 0? Ele fingia que osuficiente vissem, o que ele fazia para escalar 0 conflit nio tinha ouvido, mesmo estando na sala ao lado. Eo que eu fazia? Ficava com mais raiva, 6 claro. Entao eu gritava o nome dele ainda mais alto que da primeira vez, de tal modo que nem 29 TE j dentro. inda est4 aqu ito perspica2- para fora. ~- retrucava- a ultima vez, & nao fez. o vou fazer desta vez. no simples ato de colocar o —Olixo 4 —Vocé ém — Ponha 0 lixo _ Daqui a pouce _ vocé disse isso 4 _ Nao significa que na nta energia gasta Toda essa tensao Ss! eu tinha enfiado na ele tinhade fazé-lo, que ele tinha de aprender apresentei aquela tarefa Veja quai lixo para fora. naquele tempo, fazer aquilo, que aser responsavel. Em outras palavras, como uma exigéncia. As pessoas ente! pensarem que serao pul tarefa. Essa ideia tira tod Certa noite conversei com e criava entre nds porque, cabega que era seu dever ndem solicitagdes como exigéncias se nidas ou culpadas caso nao fizerema a a alegria de qualquer ato. Brett sobre isso. Foi quando eu estava comecando a entender toda essa questo da moti- vacao. Comecei a desconfiar que era muito destrutivo pensar que sabia o que erao "certo", ou seja, que meu dever como pai era fazer as criancas se comportarem "bem". Naquela noite conversamos sobre por que 0 lixo nao estava sendo colocado para fora - e nessa época eu jd estava aprendendo a escutar melhor, a ouvir os sentimentos e necessidades por tras da sua ne on es a pedia. Vi claramente que ele tinha porqueastsvasenas pes por ecolhay propria, e nao apenas igado a fazé-las. Quando enxerguei isso, disse-lhe: eit aa cee vamos sair desta situacao? Sei que tenho Passado, que quando vocé nao fazia as 30 “GUERRA NAS TAREFAS” coisas que eu pedia, eu o julgava por nao estar cooperando coma familia da qual vocé é membro. Como vamos sair deste histdrico que temos, e como conseguiremos chegar a uma si- tuaciio onde podemos ajudar um ao outro com base em outro tipo de energia? Ele teve uma ideia muito util: — Pai, que tal se toda vez que eu tiver divida se é um pedido ou uma exigéncia, perguntar a vocé: “Isso é um pedido ou uma exigéncia?” —Gostei dessa ideia. Isso me obrigariaa realmente parar e observar 0 que estou pensando, e perceber se 0 que eu disse de fato esta no espirito de “Veja, eu realmente gostaria que vocé fizesse isto, atenderia 4s minhas necessidades, mas se as suas necessidades estao em conflito com as minhas, quero ouvi-las, e entéo podemos pensar uma saida para que as necessidades de todos sejam atendidas”. Gostei mesmo da sugestao dele, de parar e realmente verificar quais pressupostos estavam funcionando dentro de mim. No dia seguinte, antes de ele ir para a escola, tivemos trés, oportunidades de testar 0 método. Por trés vezes Ihe pedi que fizesse algo, ea cada vez ele me olhava e dizia: “Pai, isso é urn pedido ou uma exigéncia?” A cada vez eu olhava para dentro e percebia que ainda era uma exigéncia. Eu continuava pensando que Brett devia fazer aquilo, que era a tinica coisa razovel de se fazer. Sentia que se ele no 0 fizesse, eu estava preparado para me tornar cada vez mais coercitivo. Portanto, foi util ele ter chamado minha atencao para fato. A cada vez eu parava, entrava em contato com minhas necessidades, tentava escutar asdele, e dizia: “Ok. Obrigado. Me ajudou. Era uma exigénciae agora éum pedido”. E ele sentia a diferengana minha atitude. E nas trés ocasiées ele fez o que eu pedi sem questionar. 31 que noss® arece que s6 gostamos — SEASSAS. p q g deles enquanto pessoas ASto & quanda fazem o que queremos- Amor incondicional Lembro-me de uma vez, anos atras ~ Brett sé tinha trés anos de idade. Eu nao sabia se estava comunicando a ele ea meus outros filhos a qualidade incondicional do meu amor. Ele apareceu naquele meu momento de questionamento interno eentrou na sala. Entdo, perguntei-lhe: — Brett, por que o papai ama vocé? Ele me olhou e disse de imediato: — Porque agora eu faco cocé na privada? Fiquei muito triste naquele instante porque era evidente que ele nao tinha como pensar de outra maneira. Naquele tempo, minha resposta a meus filhos era muito diferente quando eles faziam o que eu queria e quando desobedeciam. Entio, disse a ele: — Bem, eu realmente gosto disso, mas nao é por isso que te amo. ~ Entdo é porque eu nao jogo mais a comida no chao? Ele se referia a um pequeno incidente na noite anterior, 33 ture - uma crian¢a de trés anos. dessa idade? E disse sem pen — Ora, gosto de vocé porq Lembro que naquele momento pensei: “Bem, isso foi oisa muito vaga € banal de se dizer”. Mas ele entendeu. eu vino rostinho dele. Ele sorriu, Como eXpressa: aigy seers wrguci sar: ue vocé é vocé! uma C! Compreendeu a mensagem; me olhou, e disse: — Ah, vocé me ama porque eu sou eu, papai! Nos proximos dois dias, parece que a cada dez minutos olhava para cima e dizia: “Vocé ele corria para o meu lado, papai. Vocé me ama porque eu me ama porque eu sou eu, sou eu, papai”. Portanto, para comunicar essa qualidade incondicional de amor, respeito e aceitacdo as outras pessoas, no significa que seja necessdrio gostar de tudo o que fazem. Nao quer dizer que devamos ser permissivos e abrir mao de nossos valores. Mas € preciso, sim, mostrar as pessoas que temos a mesma qualidade de respeito por elas nas duas ocasiées: quando fazem o que queremos e quando nao fazem o que lhes pedimos. Depois de mostrar respeito através da empatia, dedicando tempo para compreender por que nao querem fazer o que pedimos, entao podemos passar a estudar maneiras de motiva-las a fazerem voluntariamente o que precisamos. Em alguns casos, quando o outro tem um comportamento que ameaga nossas necessi- 34 AMOR INCONDICIONAL dades ou a seguranga, e nao ha tempo ou habilidade para se comunicar de modo adequado, é Possivel até recorrer a forga. Mas 0 amor incondicional exige que, nao importa qual seja o comportamento das Pessoas, elas tenhama confianca de que receber&o alguma medida de compreensdo da nossa parte. Preparando nossos filhos E claro que nossos filhos muitas vezes se vero em situagdes onde nao receberao aceitagiio, respeito nem amor incondicio- nal. Frequentarao escolas onde talvez os professores utilizem formas de autoridade baseadas em outro modo de pensar, por exemplo, que respeito e admiracao devem ser conquistados e que a pessoa merece ser acusada e punida se nao se comportar de determinada maneira. Portanto, uma de nossas tarefas como pais e mies é mostrar aos nossos filhos como preser- var sua humanidade, mesmo quando estdo sendo expostos a autoridades que usam algum tipo de coerciio. Um de meus dias mais felizes como pai foi o primeiro dia do meu filho mais velho na escola do bairro. Ele tinha doze anos de idade. Acabara de cursar os seis primeiros anos numa outra escola onde eu ajudara a treinar todos os professo- Tes, uma escola baseada nos principios da Comunicaciio Nao Violenta. LA esperava-se que as pessoas fizessem as coisas nao pelas punicdes e recompensas, mas por perceberem a importancia de sua contribuicao para o proprio bem-estar e 37 CRIAR FILHOS COMPASSIVAMENTE 0 dos outros; as avaliagSes cram em termos de necessidades e pedidos, nao julgamentos. Depois de seis anos naquele estabelecimento, esta seria uma experiéncia radical para ele, pois, infelizmente, a escola do bairro nfo funcionava da maneira como eu gostaria. Mas antes que mudasse de escola, tentei transmitir a ele algum conhecimento sobre por que os professores da nova escola talvez se comportassem diferente, e tentei lhe passar algumas habilidades para lidar com a situacio, caso ocorresse, Quando ele voltou do primeiro dia de aula, fiquei radiante ao descobrir como tinha utilizado os conhecimentos que ofereci, — Rick, como foi na escola nova? - perguntei-lhe. — Ah, foi tudo bem, pai. Mas, puxa, alguns dos pro- fessores... Vi que ele estava tenso € quis saber: —O que aconteceu? — Pai, nem bem eutinha passado pela porta, sério, mal entrei na sala, o professor olhou para mim, correu na minha direcao e gritou: “Vejam 86, vejam s6 a menininha!” O professor estava reagindo ao fato de que meu filho naquela época tinha cabelo comprido até os ombros. Aparen- temente, entendeu que ele, como autoridade, sabia o que er certo, que existia apenas um corte de cabelo correto, e ques? alguém nao fazas coisas da forma certa, é preciso humilhalo ou fazé-lo se sentir culpado por estar errado. Senti tristeza por meu fill maneira em seus primeiros minutos numa escola — Como vocé lidou com a situagao? - pergun a — Pai, me lembrei do que vocé tinha dito, - 7 oo cho assim, para nunca dar a0ou rebeldes- 5 submissos OU lo daquel® nova- tei-Ihe- iho ter sido saudad estamos numa situa de nos obrigar a sermo PREPARANDO NOSSOS FILHOS Fiquei encantado pelo fato d principio tao abstrato naquela hora. eee er lembradoum gatisfacao e quis saber o que linha Comuniquei-the minha Ele me disse: ae. — Pai, também fizo é ‘ as pessoas falam comigo ee Sm 7 : ), para eu tentar ouvir 0 e estio sentindo e precisando, sem levar para 0 lado pes- 1. Somente tentar ouvir seus sentimentos e necessidades. Demonstrei-lhe minha apreciagao: — Uan, fico feliz que vocé pensou ¢: qu soa! m fazer isso. O que vocé ouviu? — Ah, pai, estava airritado ue eu cortasse 0 bem bvio. Ouvi que ele estav: abelo. nti ao receber e queria q — Ah... ~ retruquei.— Como vocé se sé a mensagem daquela maneira? Jo professor. Fle é carecae parece - respon i, fiquei triste pe! de cabelo —Pa problema com que tem um deu Rick. esse assunto 0 jogo do "Capitage minha Pesquisa para montar essas escolas, mais sobre que espécie de escolhas as criancas esto aptasa fazer em cada idade, e como delegé-las a elasa fim de melhor desenvolverem a habilidade de tomar decisdes na vida. Na época, me pareceu que uma brincadeira com meus filhos seria uma boa maneira de aprender mais sobre isso, e chamamos essa atividade de Jogo do Capitdo. A cada dia, eu escolhia uma das criangas para ser o capitao. Uma crianga por vez, eu delegava ao capitio varias decisoes que normal- ente cram minhas, ¢ ele tinha que decidir por mim. Masndo nsferia & crianca uma decisfio a nao ser que cu estivesse queria aprender 41 Pronto a Ver i 0 P a tivo da brincadeing Sua esegy esti, ay 40 ap) Sa fazer : Nder ¢ ; en, oy Tice; es, ue ‘i, setae, vel ° due jie, g iT darej om Ti Cadeir, x Ny a, @ por qu . ty Para mim, ta iéncia f, Uneig, ig f Ot at deviames b car uy tea i ag ua: D: avangs < indo Paguei, 4 lean h; Sido} ae Ti; .. 7” 2N¢as. Imediata, ente U tr85 bay ee, 580 20 capitao , Ortunidade g Fate, é y ¢falei: ‘Por +, Pod dar asa ttre ‘ de tr ™o¢a nao entendey na 5 ala; Dit és : ae aie anos de idade, foj ate ld, estend as Brey, 48. Entio falej Capito, Por favo, Maoe eeebey Com as balas” " decid We Frey ae , ele dev uma para © trmdo e uma para a irma, e comeu a Ultima, Quando contei essa historia Pela primeira vez ¢ um 8tupo de pais, um deles disse: “Tudo bem, mas isso acon. teceu porque vocé jd tinha ensinado que partilhar seria 9 Correto”. Entéo respondi: “De modo algum. Sef que nio foi Por isso, porque na semana anterior ele se viu numa situagio bem parecida e comeu todos os doces sozinho, Mas, no dia seguinte, 0 que aconteceu com ele? Sim, no dia seguinte ele aprendeu que se nfo levarmos as necessidades dos outrosem conta, nossas préprias necessidades nunca serio itenamesi satisfeitas. Foi uma ligdo rdpida de intrdapendtncte ae im foi emocionante ver como as criangas perc’ - jdamente quando precisam tomar decisdes. Perceb: . em demos realmente cuidar de nés mesmos sem 01060 bo “capiTiO” rap ye nunca Po trar igual preocupacao pelas necessidades dos outros”. ja relatei acim que abrir mo do conceito de punicéo 6 facil para maes ¢ pais. Muitos estao imbuidos da nocao ye o castigo é necessdrio. Nao conseguem imaginar 0 de ser feito quando as criangas se comportam anoso a Si ou a outras pessoas. E tras opcées além da permissivi- gum tipo de aco punitiva. mos nao de q' que mais po | de um modo que pode ser di nao conseguem conceber ou! dade - deixar rolar ~ ou de usar al Considerei muito i ; muito importante transmitir 4 eles pai: © conceito do uso protetivo de forca queles pais e mies . € consegui i a diferenca entre o uso de forca : ee : S Ga para proteger e ouso de fe para punir. Assim sendo, quand a a f : quando podemos, as vezes, usar a ‘orga com criangas? Bem, as condigdes que pedem ouso da forca seriam aque- las em que nao ha tempo para conversar e 0 comportamento da crianca pode levar ao prejuizo da sua prépriaintegridade ou ade outros - ou quando a pessoa nao estd dispostaa falar. Portanto, se a pessoa nao quer falar, ouse nao ha tempo para sar, @ nesse meio tempo ela esta se comportando de y conver! e : modo conflitante com nossas necessidades {comoa de prote : i | Mas agora é preciso mos usara fors2. OOO sug @ uso punitive de fora. ger as pesso ve! sn em varios pomtes; que usa a forse. jliza formou um el __ Portanto, essa percepeiio constitui uma distingiosey ficativa entre © USO protetivo e punitivo de forca, Etal ei dade esta muito relacionada a segunda diferenca-2 intengio, No uso punitivo de forga, a intencdo é criar dor e sofrimento na outra pessoa, fazé-la lamentar ter feito 0 que fez. No uso protetivo de forca, a intengdo é apenas proteger. Protegemos nossas necessidades, em seguida nos comunicaremos de modo a educar a pessoa. Mas no momento pode ser preciso usar de forca para oferecer protecao. Um exemple disso seria o que aconteceu comigo quando meus filhos eram pequenos. Viviamos numa rua movimentada. m fascinados com o que estava acontecendo do outro e nao entendiam ainda o perigo de sair correndo o certeza de que se tivesse bastante tempo ‘Mas, nesse meio Eles era’ Jado darua, tre oS Carros. Tenh ar com eles, conseguiria explicar. -a conversi ©US0 DE Fors, tina edo que sofressem um acidente. P : - Pore i avia motivo para usar forca protetiva, pois pen a explicar ant ‘ = . es que algo grave aconteces: a se. Entao uintal onde nao ha perigo de serem atropelados”, iho depois de dizer isso, um deles se ea eee ncorret para a rua. Eu o peguei no colo, iensialé : winete quei 14 - nado como castigo, pois havia malantaers 1 o colo no quintal, tinhamos bala NGOS € escori regador. Eu na . Eu nio fazer estavat para atender & minha necessidade de seguranca. entando fazé-los soft 6 ‘rer. SO queria controlar o ambi iente Muitos pais dizem: “Mas serd que a crianga na 4 jsso como. punicao?” Bel i i Sa : >” Bem, se isso foi feito como punicio no passa lo, se a crianga teve muitas experiéncias com pessoas punitivas, sim, talvez veja como punicgio. Mas 0 principal é que nds, 05 Pals, estejamos conscientes da diferenca, equando usarmos de fora, estejamos certos de que é para proteger € n&o para punir. Um modo de lembrar 0 propésit enca entre controlar ir estamos tentand inta mal pelo que fez, pa ou medo. nossa inten¢a0 nao o objetivo é zero. que to do uso protetivo de forga é ver a difers acrianga e controlar o ambiente. Ao punit fazendo com que elase si dentro dela vergonha, cul No uso protetivo de for¢a, trolar a criangas é controlar © ambiente. ro eg aja termpo ce F ger nossas necessidades al 6 necessario: te 1 controlar @ erianga afim de suscltar é con prote- 47 ajuda muito fazer © que compreende o con. do qual estou falando, ali ‘uir num mundo que muitas VO a esse estilo de criagio, Com certeza, para mim sempre foi muito mais facil Persistir com essa metodologia da qual estou falando quando recebia empatia de uma comunidade de apoio - empatia ne. e para prosseg Vezes nao da incenti ‘cia piled é muito dificil ser pai ou mie. Como é Cessaria, pois as vezes é muito difici a i {cil recair em velhos padrdes! Quando eu tinha a companhia air ficil recaine ¢ mies que também estavam tentando se v ais e ma ‘ : ae vn ilhos da mesma maneia que eu, foi muito bom cee ‘om eles, ouvir suas frustragdes ¢ poder falar a falar com eles, poder P TE crIAR FILHOS COMP ASSIVAMEN eles das minhas. Notei que, quanto mais Participay, eg comunidade, melhor conseguia adotar esse Processg ap opderio eg Ov! area ‘ouad e apes onb Oo} 9 wonduru eure UU “ax oyastiaa a1sa 2008 ¥ apod uaqures oss! oto 2 “auoa safe anb saqaozod ofayte ani ‘oso1owre opowt ap saj2 Woo IeUOFOLIaL ‘mavpoasde soujyy snout ‘wis "esojoazd woBesuau and + onajiod 9 urpnduyy ‘reded “waq opny,, -assip a oxquio now ou vbaqea e sod ‘wrur ap nownrxosde 26 [a “saya wo 19[ey onb opout ojad 21512) eaeysa anb vja v assIp a uly Eywru ep oyrenb o aye ny opuend ‘areyfautas eysodsoz 2 osou yew op oyzenb o aye mg °,sfeu ap epeU 10y ‘ogy “ted ‘waq opny., :seuade assip a ‘napuayue ayq ‘oxrequia P| seossad se ovSejar wa opunuas vatisa anb sestoo afoul opeyuossap 493 40d 235133 eAvysa anb aja v assiq “oUyaA STEUr OuLy nour op ourenb ou oxjauitad iny 9 puny rosdsoy jeuno wa gy energy ersdond pe ice 49s vingasuoo na zapides anb woo svut “stp 11 von nope us oe on sod son e901 i ncurae -nopnfe aur osst ‘onb sod fas opu ‘e1]9910 nezeueroured eee ie ‘epungas eu ‘oaeaq seul seedy ermmiene nea “e ‘opneq wetaey anb sazrp assepn stinbinedeee eee vd10} woo wizod & aa woedsmenues ce Noon EPED «sons snes anb og eqoonn ae 130s svossad uray anb wioaa OBU $2" PAO ap wi9} anb O,, Sapo v asst cooeyueus win faus0) aut NP ‘outta 104 30 ssavainninag ‘yas vfasop anb red 0 no aput e110} 9s a 1aAJOA opipad wn odey 2" wi pavd ayupuodue 2 anbaed / ap osiaad na anbiod *;, ‘SO]UIWNUSS SNSUI SOp esned eB - (voytoadsa opSn pun ap no viduguafasd pwn ap zaa wa) wi exed ayuewodut 2 anb o no osiaaud na anb og '¢ SAQVGISS3SDSN ed j ogdexdsuy + 5 equouied + i ezajaq + : jemuydse oeyunWed i a1a SoyUOS i lojpows eduesnas + (orn) 29: are : apepuupxoud + = te . 5 $0.9 epin ep oFde! : opdesqajed i anbor + i ‘sazopepasd i ‘epi ep ortautizanbuu> . rs 3 qu . ‘syeunmue "soy2sut 'seu9}2eq "SMU : cee sea + cape sebeouenuO OOH!» ~ pbueyuoo + opjuaxe ‘oIUaWLAOW i yenxas opssoudx> + — <— = opjsy seiso-weg ejouppuedepsoqu snnek ondesd 0 + ‘soysqdasd ‘soyuos soudoud 80. seayeas xed soueyd 12470389 « aapeduy + oprBuensuos « opensiuy + ‘snyuos + Ipamuoqioosep opevorndasap + ‘OpEUIUEEDP + ‘seplpusie ogiso ogu sopepissezeu se opuenb sowusuinues, mistuno + osodueiadso « os0un0 + ‘opeuowows + ‘opesnou + ‘orouna + Opens) + pxpniojuos + opysopeuiie + pL + aueyuoo + opesupe « ‘sepipuaie of359 sapepissazou se opuenb soqualUulyuas, SIVSUAAINN SOLNAWILN3S SNOT ad VISIT 3uNaMAISS¥anOD SOMME IVD “obreia Comunicacado Nao Violenta oom te gues i oat sina da classe 0 vidas todos os dias. Ela oferece um método eficaze de facil compreensio que consegue chegar nas raizes da violéncia e do sofrimento de um modo pacifico. Ao examinar as necessidades nao atendidas por tras do que fazemos e dizemos, a CNV ajuda a reduzir hostilida- des, curar a dor e fortalecer relacionamentos profissionais e pessoais. A CNV esta sendo ensinada em empresas, escolas, prisdes e centros de mediacao no mundo todo. E esta provo- cando mudangas culturais pois instituigées, corporagées e governos estao integrando a consciéncia propria da CNV as suas estruturas e abordagens de lideranga. A maioria tem fome de habilidades que melhorem a qualidade dos relacionamentos, aprofundem o sentido de empoderamento pessoal, ou mesmo contribuam para uma comunicacao mais eficaz. E lamentavel que tenhamos sido educados desde o nascimento para competir, julgar, exigire diagnosticar - pensar e comunicar-se em termos do que esta oo ON _—~ CRIAR FILHOS COMPASSIVAMENTE “certo” e “errado” nas pessoas. Na melhor das hipéteses, ag formas habituais de falar atrapalham a comunica¢ao e criam mal-entendidos e frustragao. Pior, podem gerar raiva e dor, ¢ Jevar a violéncia. Inadvertidamente, mesmo as pessoas com as melhores intengdes acabam gerando conflitos desnecessérios, A CNV nos ajuda a perceber abaixo da superficie e des- cobrir o que esta vivo e é vital em nés, e como todas as nossas agées se baseiam em necessidades humanas que estamos tentando satisfazer. Aprendemos a desenvolver um vocabul- rio de sentimentos e necessidades que nos ajuda a expressar com mais clareza o que esta acontecendo dentro de nds em qualquer momento. Ao compreender e reconhecer nossas ne- cessidades, desenvolvemos uma base partilhada que permite relacionamentos muito mais satisfatérios. Junte-se aos milhares de pessoas do mundo todo que aprimoraram seus relacionamentos e suas vidas por meio desse processo simples, porém revolucionario. Sobre o autor Marshall B. Rosenberg, Ph.D., fundou e foi diretor de servi- gos educacionais do Center for Nonviolent Communication - CNVC, uma organizagao internacional de construgio de paz. Além deste livro, é autor do classico Comunicagao Nao Violenta, Marshall foi agraciado com 0 Bridge of Peace Award da Global Village Foundation em 2006, e com o prémio Light of God Expressing Award da Association of Unity Churches International no mesmo ano. Tendo crescido num bairro violento de Detroit, Marshall interessou-se vivamente por novas formas de Comunicagao que pudessem oferecer alternativas pacificas as agressoes que ele presenciou. Esse interesse motivou seus estudos, até odoutorado em Psicologia Clinica da University of Wisconsin em 1961, onde foi aluno de Carl Rogers. Estudos e vivéncias posteriores nO campo da religiao comparada 0 motivaram a desenvolver © processo de Comunicacio Nao Violenta. Marshall aplicou © processo de CNV pela primeira vez em um projeto federal de integragao escolar durante os anos a CRIAR FILHOS COMPASSIVAMENTE 1960 com a finalidade de oferecer mediacao e treinamento em habilidades de comunicac4o. Em 1984 fundou o CNVC, que hoje conta com mais de 200 professores de CNV afiliados, em 35 paises do mundo inteiro. Com violdo e fantoches nas mios, e um histérico de viagens a alguns dos lugares mais violentos do planeta, dota- do de grande energia espiritual, Marshall nos mostrou como criar um mundo mais pacifico e satisfatério.

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