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Para o amor não existe gêneros, apenas amor.

ONEDARTH"Amanhã, as 15:55, na praça, vou estar com um cachecol vermelho"

ONETAZ”Certo, vou estar com uma blusa verde"

Ambos reliam as mensagens enviadas com sorrisos de expectativa e medo.

Tony e Paul conversavam a quatro meses, mas nas conversas não existiam Tony e Paul, eles tinha
codinomes, além das idades reveladas, nada mais fora revelado, tom de pele, religião, sexo...

Mas Paul sabia que o super-herói favorito de Tony era o Batman, assim como Tony sabia que o super-
herói favorito de Paul era o Homem-Aranha, isso era um assunto recorrente em suas conversas.

Paul tem dezenove anos, mora com a tia, o garoto havia sido expulso de cada aos quinze, quando seu
padrasto o viu beijando outro garoto.

– Você acha que eu trabalho para sustentar um viadinho? – O velho homem com quem sua mãe casara
a alguns anos dizia com raiva e nojo na voz. – Nessa casa você não vive.

Ela não fez nada, era sua casa, mas sua mãe preferia deixar aquele homem tomar conta de tudo, Paul
não sabe realmente se fora expulso ou se fugira.

Tony tem dezessete anos, vive com os pais adotivos, ela não gosta da palavra "adotivo", – Laços
familiares não se constroem com sangue. – Diz sempre que alguém fala negativamente sobre adoção.

O garoto acha que o mundo é complicado demais, que as pessoas tentam ser normais de mais, ele não
se entende, já namorara garotas e garotos, isso não incomodava, ele sempre se apaixonou por pessoas,
não era importante saber se era homem ou mulher.

Quando se conheceram na internet, não esperavam construir nada, mas logo já não falavam só de filmes
da DC e da Marvel, falavam sobre suas vidas, sobre o futuro, as vezes quando não tinha assunto,
falavam sobre o clima, isso os faziam rir.

Eles estão caminhando em direção ao tal banco laranja, Paul não para de arrumar o velho cachecol
vermelho, sua mãe mandou de presente a uns dois meses, sua o convenceu a não jogar fora.

Tony anda nervosamente ajeitando a camisa verde, ele nem gosta tanto de verde, mas ele acha essa
camisa incrível, presente de sua ex namorada e agora melhor amiga.

Eles não sabem sobre o que vão conversar, mas se verem já bastara, talvez falem sobre o tempo.
O banco está bem ali, no meio deles, Tony vê Paul, Paul vê Tony.

Não é um caso de amor, nem um caso de amizade.

É apenas um caso que começou ao acaso, eles não planejam nada, nada além de manter a eletricidade
que os une.

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