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PERIGOSAS NACIONAIS

PERIGOSAS ACHERON
PERIGOSAS NACIONAIS

Esta é uma obra de ficção. Nomes, personagens,


lugares e acontecimentos descritos, são produtos
de imaginação do autor. Qualquer semelhança
com nomes, datas e acontecimentos reais é mera
coincidência.

Capa e diagramação Digital: Julia Menezes


Revisão: Julia Menezes e Bárbara Restani

Esta obra segue as regras do Novo Acordo


Ortográfico.

Todos os direitos reservados.


São proibidos o armazenamento e/ou a
reprodução de qualquer parte dessa obra,
através de quaisquer meios — tangíveis ou
intangíveis — sem o consentimento escrito da
autora.

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A violação dos direitos autorais é crime


estabelecido pela lei nº. 9.610. De Fevereiro de
1998 e punido pelo artigo 184 do Código Penal.

Edição Digital | Criado no Brasil.

Copyright © Julia Menezes

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SUMÁRIO

PRÓLOGO
CAPÍTULO 1
CAPÍTULO 2
CAPÍTULO 3
CAPÍTULO 4
CAPÍTULO 5
CAPÍTULO 6
CAPÍTULO 7
CAPÍTULO 8
CAPÍTULO 9
CAPÍTULO 10
CAPÍTULO 11
CAPÍTULO 12
CAPÍTULO 13
CAPÍTULO 14
CAPÍTULO 15
EPÍLOGO

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AGRADECIMENTOS
CONTATO

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SINOPSE

Penny Wilson já passou por muita coisa na


vida. Sempre pensou nas pessoas primeiro do que
nela mesma e no amor não seria diferente. O que
acontece quando ela se apaixona pelo filho do seu
chefe?
Jack King sempre teve tudo que quis e
quando viu a jovem Penny quebrada quis cuidar
dela e protegê-la, mas o que acontece quando o
destino interrompe a relação. Penny teve uma
escolha: O amor ou uma família. Ela escolheu a
família.
Será que eles conseguirão reacender esse
amor? Será que o amor superará tudo?

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LIVROS DA AUTORA
Série Meu Mafioso:

Meu Eterno Mafioso


Meu Doce Mafioso
Meu Bruto Mafioso
Meu Quebrado Mafioso
Meu Estranho Mafioso (em breve)

Spin off da série meu mafioso

CONTOS:
Meu Anjo Mafioso (conto do vô Raffaelo e
Christina, avôs de Dominic)
Uma surpresa Mafiosa (conto do dia dos
namorados de Isis e Dominic)

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Trilogia Os King:
Meu Querido Consigliere
Meu Amado Consigliere
Meu Devasso Consigliere (em breve)

Livro único:
Amor In FIGHT

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A todos que tiveram o primeiro amor nunca


esquecido...

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PLAYLIST

Aqui tem algumas músicas que me


inspiraram e ajudaram a escrever os capítulos,
espero que vocês gostem e sintam-se à vontade
ouvindo enquanto leem.
Scars To Your Beautiful — Alessia Cara
Too Good At Goodbyes — Sam Smith
Growing Pains — Alessia Cara
Trust My Lonely — Alessia Cara
I’m Not The Only One — Sam Smith
I Hate u, I Love U — Gnash feat. Olivia
O’Brien
Take Me To Church — Hozier
Somebody That I Used To Know — Gotye
feat. Kimbra
Stay — Rihanna feat. Mikky Ekko
Love Lies — Khalid & Normani
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Just Give Me A Reason — Pink

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Para as minhas leitoras, que ao


conhecerem a historia da Bella e do Apollo,
também queriam o final feliz dos irmãos King.

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PRÓLOGO

JACK
Quinze anos de idade

Estou concentrado estudando com meus


irmãos na sala quando escuto meu pai entrar em
casa, olho meu relógio e vejo que ainda são oito
horas da noite, e na maioria das vezes ele não está
em casa até ser muito tarde para passar tempo com
os seus filhos. Josh se levanta e espera ansioso pelo
pai, ele ainda é uma criança e não entende que
nosso pai pouco se importa com ele, com qualquer
um de nós. Depois que perdeu a mamãe quando
Josh só tinha cinco anos ele se fechou para o
mundo e esqueceu que tem filhos. Nós só servimos
para ele quando ele precisar passar o negócio da
família para um de nós, um de nós não. Apollo.
Apollo é nosso irmão mais velho e eu o

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amo, temos somente um ano de diferença e nós


somos mais amigos que irmãos. Apollo sempre foi
o filho de ouro do nosso pai, ele segue as regras,
não contesta e o mais importante, não dá trabalho.
Mas ele também tem seus pontos negativos
segundo ao meu pai, ele acha Apollo bom demais, a
maioria das pessoas amariam que seu filho fosse
bom e honesto, mas meu pai acha isso uma falha.
Ele não gosta de ver Apollo ajudando os outros ou
se preocupando com qualquer pessoa que não
pertença à família. Ele também não suporta que
Apollo não esteja na busca por alguma mulher que
segundo ele deve ser da máfia e de preferência que
a família tenha uma ótima posição.
Volto a minha atenção para o meu livro
enquanto Apollo assiste tevê no outro sofá. Escuto
meu pai chegar à sala, mas ignoro. Desde que
minha mãe morreu ele nos ignora, porque não fazer
o mesmo com ele?
— Meninos, temos um novo membro na
nossa casa. Penélope, a partir de agora ela ajudará a
governanta.
Levanto a minha cabeça e minha respiração
para. Penélope é sem duvida a menina mais bonita
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que já pus os olhos. Mesmo com o seu cabelo


jogado na cara e ela olhando pra baixo encolhida eu
não posso deixar de acha-la bonita. Ela tem os
cabelos num tom de loiro mais claro que o nosso,
ela também não é muito alta, mas é belíssima.
— Não quero você implicando com ela. A
menina já passou por muita coisa e merece paz. —
Eu aceno e vejo de canto de olho Apollo me
olhando sorrindo, ele sabe que eu gostei dela. —
Andem, se apresentem. Vou chamar Marília para
mostrar o quarto dela.
Assim ele sai e deixa a menina assustada
sozinha com a gente. Josh é o primeiro a se
aproximar dela.
— Olá, Penélope, me chamo Josh. — Ele
estica a mão e ela levanta a cabeça olhando pra ele.
— Oi. — Ela diz dando um pequeno
sorriso.
Reparo que seus olhos estão vermelhos de
chorar e ela tem uma marca vermelha na bochecha.
Bateram nela.
Apollo é o próximo a se levantar.

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— Olá, Penélope, me chamo Apollo e fico


feliz de termos você conosco, sempre quis ter uma
irmã. — Ela sorri e seus ombros caem um pouco já
sem tanta tensão, ela parece mais aliviada.
Ela então me olha, seus olhos eram da cor
do uísque de meu pai que eu bebia escondido. Eu
não consegui me manter olhando para ela, voltei o
olhar para meu livro apesar de não prestar atenção
nele. Minha boca estava seca, meu coração
acelerado e minha barriga estava estranha.
Ao contrario de Apollo eu nunca fui santo,
com treze anos eu já comia as meninas da escola e
pegava todas, nunca senti isso que eu estou
sentindo agora, eu tenho vontade de fugir ou me
esconder e nunca mais vê-la novamente, mas só de
pensar nisso faz minha barriga doer mais. Será que
o jantar estava estragado?
— Não vai cumprimentar a Penélope, Jack?
— Josh pergunta com os olhinhos brilhantes.
Eu olho para Penélope que também me
olha.
— E aí? — Ergo o meu queixo e em
seguida fecho meu livro correndo para o mais longe
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que eu conseguir.
Preciso ficar longe de Penélope.

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CAPÍTULO 1

PENNY

Sinto a minha respiração voltar ao normal


assim que sou deixada sozinha no meu pequeno
quarto e então me permito chorar. Nunca pensei
que o vicio dos meus pais chegariam a tanto, eles
venderam a sua única filha por uns trocados sem se
importarem com o que aconteceria comigo. Isso
dói, dói mais do qualquer coisa.
Nunca fui uma menina normal, desde muito
cedo eu aprendi a cuidar de mim mesma e deles.
Com somente seis anos eu já sabia fazer a comida,
porque se não eu ficava com fome. Eu também
aprendi a limpar a casa e me esconder quando meus
pais se drogavam, às vezes eles ficavam agressivos
comigo e eu não entendia o porquê. Sem o carinho
deles eu vivia na biblioteca que era a poucas
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quadras de casa, lia todo tipo de livros, mas


principalmente de romance, também sobre
culinária. Meu sonho era ter meu próprio
restaurante, mas eu sabia que isso nunca seria
possível.
Mesmo eu me esforçando ao máximo para
que eles sentissem orgulho de mim com as minhas
notas da escola, nada foi o suficiente. Nem as sopas
que eu fazia quando eles ficavam doentes, ou todas
as vezes que eu limpei o vomito no chão, ou a
bagunça de festas e orgias. Já passei por tanta coisa
e só tenho quinze anos.
Medo. Só essa palavra já me causa arrepios,
me fazem lembrar como me senti ao ser dada para
pessoas estranhas que me levariam para outro país
para me prostituir. As palavras chulas e doentias
que eles falavam quando eu estava dentro do carro,
me deixavam nauseada. A melhor coisa que podia
ter acontecido foi terem invadido um lugar que
pertencia a máfia, nunca me esqueceria do senhor
King entrando com seus homens e nos salvando.
Ele parecia tão frio e sem vida que eu tive medo,
mas de alguma forma eu confiei nele e acreditei
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que tudo mudaria, não tinha como ficar pior.


— Meus homens vão te levar de volta pra
casa menina, não precisa ter medo, eles não irão te
incomodar novamente. — Ele tinha dito me
passando uma garrafa d’água enquanto esperava o
ônibus que levariam todas as mulheres para de
volta de suas casas. — Onde eles te pegaram?
Algumas meninas falaram que foi na rua e outras
falaram que as sequestraram em boates.
Eu estava tremendo tanto que mal podia me
manter em pé.
— Para onde você quer voltar? Eles te
levarão onde quiser. — Ele continuou.
Finalmente eu tinha olhado pra ele.
— Eu não tenho nenhum lugar para voltar,
meus pais me venderam. — Um soluço me escapou
seguido por mais lagrimas.
O senhor King me olhou por vários
minutos.
— Quantos anos você tem?
— Quinze.

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Ele passou a mão pelos cabelos loiros com


alguns fios grisalhos.
— Vamos fazer o seguinte, a minha
governanta está ficando velha e precisa de alguém
para ajuda-la. Eu contrato faxineiras duas vezes por
semana e você só teria que manter a casa limpa
durante esses intervalos e ajuda-la na cozinha. Sabe
cozinhar?
Sem precisar falar mais nada eu aceitei.
— Sim, eu sei cozinhar, lavar, passar. —
Ele assentiu pensativo, na certa vendo se é uma boa
ideia ter uma menina menor de idade trabalhando
para ele.

Na manhã seguinte eu acordo quando o sol


surge depois de colocar as minhas roupas de ontem
que eu tinha lavado a mão no meu pequeno
banheiro e colocado pra secar no ferro do box.
Roupa essa que consistia em jeans largo e gasto,
que havia comprado de um brechó por dois dólares
e uma camisa masculina que pertenceu a meu pai.
Conforme fui crescendo minhas roupas não

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entravam em mim e meus pais não compravam


novas, preferiam gastar seu dinheiro com drogas,
então eu me virava ajudando velhinhas a colarem
suas compras de mercado no carro, tomando conta
de crianças do bairro para seus pais trabalharem,
cortando a grama e limpando o jardim, qualquer
coisa que me desse uns trocados para comprar
comida e juntar para comprar roupas de brechó.
Não deixei quase nada em casa, mas mesmo assim
me dói. Era tudo que eu tinha.
Uma batida na porta me deixa tremendo,
será que o senhor King iria querer algo em troca
para eu ficar em casa além de ajudar? A porta se
abre numa fresta e eu vejo a velha senhora que me
acomodou nesse quarto ontem. Ela foi gentil
comigo.
— Olá menina, pensei que já estivesse
acordada, eu também não conseguiria dormir
depois de ontem, porque não me acompanha na
cozinha para conversarmos?
Eu assenti. Assim que chegamos na grande
cozinha com fogão industrial eu não me permiti
olhar demais nada, pois sabia como funcionava as
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coisas em casas de ricos. Fui direto para a louça


suja e comecei a lavar tudo.
— Menina não te chamei para arrumar e
sim para tomar um café enquanto eu começo o
almoço!
Eu a olhei envergonhada por ter sido
repreendida, o meu maior medo no momento era
zangar alguém da casa e eles me colocarem na rua,
lá eu não tinha duvida do que seria obrigada a fazer
para ter dinheiro para comer. Eu preferia morrer a
me entregar a qualquer homem. Homens são maus
e só pensam com a cabeça debaixo, eles não se
importam com você, pra eles é só mais um buraco.
Graças a Deus não aconteceu nada enquanto eu
estava presa, mas quantas vezes dentro da minha
casa eu tive que fugir para evitar ser abusada pelos
amigos dos meus pais enquanto eles estavam
chapados?
— Eu só quero ajudar, assim que acabar eu
tomo um golinho de café.
A mulher pareceu querer protestar, mas
suspirou vendo que era isso mesmo que eu queria
fazer. A cozinha era aberta e dava para ver a sala
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perfeitamente, não queria me sentar aqui e agir


como se eu fosse um membro da casa, eu
agradeceria a todas as migalhas que recebesse,
trabalharia e voltaria para meu quarto agradecendo
por mais uma noite ter um teto pra dormir. Pensaria
no meu futuro, não o de verdade, um perfeito onde
eu conseguiria um curso em Paris e abriria meu
próprio restaurante com comidas aclamadas, aonde
pessoas viriam de todo lugar do mundo para provar
minhas comidas.
— Bom dia! — Senhor King entrou na
cozinha e se sentou na mesa, servindo sua caneca
com café fumegante.
Murmurei uma resposta e continuei a lavar
a louça.
— Conseguiu dormir um pouco, criança? —
me perguntou. Eu o olhei rapidamente e assenti.
— Sim senhor. Já estou pronta para o
trabalho.
Ele acenou e abriu o jornal para ler. Os
meninos entraram na cozinha vestindo um
uniforme azul com gravata. Mantive meus olhos

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baixos enquanto comecei a secar tudo que lavei,


não tinha nenhuma ideia onde se guardava, mas não
queria perguntar a dona Marília onde eram os
lugares, pois as atenções se voltariam para mim, eu
odiava atenção.
— Oi Penny, bom dia! — Uma voz de
criança disse atrás de mim antes de abraçar minhas
pernas, me virei para Josh que sorria para mim sem
um dente bambo na frente.
— Bom dia, querido. Dormiu bem? —
perguntei baixo e ele acenou ajeitando a gravata
torta. Sequei minhas mãos no pano de prato e a
consertei perfeitamente, assim como os seus
cabelos para o alto e retirei as remelas de seus
olhos.
— Parece que alguém não tomou banho
hoje. — Jack resmungou divertido colocando uma
torrada na boca.
O olhar assustado de Josh foi para seu pai
que estava com o jornal abaixado olhando sério
para seu filho.
— Amanhã eu quero sentir o cheiro do

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sabonete daqui, sim?


— Sim, pai. — respondeu rapidamente e
começou a pegar os talheres da minha mão e
abrindo uma gaveta, eu ajudei colocando as coisas
organizadas em seus devidos lugares rapidamente.
— A água está gelada e eu não alcanço o
chuveiro para mudar a temperatura. — murmurou
para mim quando terminamos de guardar o ultimo
prato em seu local certo.
Eu acenei e cochichei de volta.
— Eu vou ajeitar quando for limpar o
banheiro hoje.
— Obrigado. — sussurrou, eu voltei a
ajeitar seus cabelos loiros que estavam um pouco
grande e sem corte.
— Obrigada por me ajudar com a louça. —
Beijei a sua bochecha e me aproximei de Marília
que cortava legumes. Peguei uma faca e comecei
ajuda-la sem falar nada.
Quando terminamos Marília olhou para
mim.
— Você sabe cozinhar criança?
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Eu acenei rapidamente.
— Sim senhora, eu aprendi lendo livros de
receita de vários países, sei fazer quase tudo e
principalmente improvisar.
Escutei um riso na mesa e vi que era Jack.
— Só improvisando mesmo, pelas suas
vestes duvido que tivesse dinheiro pra comprar
ingredientes importados, quem dirá os nacionais.
Eu olhei para baixo para evitar que ele visse
as minhas lagrimas. Escutei uma batida forte na
mesa.
— Criança hoje você faz o almoço, os
meninos irão raspar o prato de tudo que você fizer.
Marília deixe ela assumir a comida hoje, tire uma
folga.
Marília me olhou com a pergunta nos olhos
se eu precisava de ajuda, do jeito que minhas mãos
tremiam eu tinha certeza que precisava, mas não
queria que o senhor King brigasse com ela. Eu
acenei pra ela dizendo que estava tudo bem. Ela
retirou seu avental e colocou em mim, acariciando
meu braço antes de sair.
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Me recusei a olhar para qualquer um deles


enquanto peguei tomates para fazer um molho
fresco.
— As crianças estarão aqui ao meio dia em
ponto, eles não almoçam na escola então vem todo
dia pra casa. — Ele disse e eu o olhei assentindo
com a cabeça.
— Sim, senhor.
O cheiro do café veio até meu nariz e meu
estomago escolheu essa hora para me envergonhar.
Senti minhas bochechas e orelhas vermelhas.
— Criança?
— Sim? — respondi sem olha-los, eu estava
quase chorando de constrangimento.
— Quando foi a ultima vez que comeu?
Eu fechei a minha boca com os dentes e só
o olhei.
— Eu não me lembro, senhor.
Voltei rapidamente a minha atenção para o
que estava fazendo, cortando os temperos frescos
para fazer o molho.

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— Sente-se aqui então para comer. — Suas


palavras não deixaram como negar, era uma ordem.
Com a cabeça baixa eu me aproximei e me
sentei na única cadeira vaga e mais perto, que era
ao lado de Jack, minha outra opção era na outra
ponta da mesa, mas pertencia a dona da casa, a
esposa do senhor King. Jack sem falar nada serviu
uma quantidade generosa de café para mim e
empurrou umas torradas no meu prato.
— Geleira de morango?
Eu abri a boca para dizer que estava tudo
bem, que eu comeria só uma torrada com um pouco
de café, mas o cheiro da geleia veio e minha
vontade também apesar de nunca ter comido.
— Geleia então. — ele respondeu a sua
própria pergunta quando eu não respondi. Espero
que o senhor King não brigue comigo por isso.
Comi em silencio enquanto ouvi Josh contar
dos seus amigos da escola e seus professores.
— Cala a boca Josh, ninguém quer te ouvir.
— Jack reclamou mal-humorado.
— Eu quero. — disse só mexendo os lábios
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para Josh que sorriu continuando a contar.


Apollo sorria enquanto terminava o seu
café.
— Vamos? — Senhor King perguntou se
levantando e me olhou. — Me avise se eles não
comerem tudo.
— Mas pai foi Jack que fez merda, ele que
devia comer uma panela inteira e não a gente. —
Apollo me deu um olhar de desculpas. —
Desculpa, nós podemos comer quase tudo, mas se
sua comida estiver ruim sairá ruim no vaso.
Eu tampei a boca rindo, divertida com ele.
Depois que eles saíram eu arrumei a mesa
colocando as coisas na geladeira sem parar para
admirar o que tinha lá dentro, comi com gosto as
cinco torradas recheadas que Jack colocou no meu
prato, saboreando o gosto do morango, nunca comi
algo tão gostoso assim.
Depois de separar as coisas que precisaria
para o almoço eu comecei a limpar a casa, varrendo
e passando pano em tudo. Perguntei a um dos
seguranças se eu podia limpar os quartos lá em
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cima e depois de falar com o senhor King pelo


telefone ele me autorizou, menos o seu quarto e
com a supervisão do guarda para que eu não
roubasse nada, eu acredito.
O quarto de Josh tinha muitos brinquedos
espalhados, então eu corri para a despensa pegando
uma grande caixa branca de papelão que vi lá e
com alguns giz de cera que achei pelo quarto eu fiz
desenhos e escrevi Brinquedos de Josh, os
colocando lá dentro. Arrumei as suas prateleiras e
ajeitei seus carrinhos pelas cores, fui ao seu
chuveiro e mudei a temperatura colocando o tapete
antiderrapante mais debaixo do chuveiro.
O quarto de Apollo era limpo, com alguns
pôsteres de carros e uma coleção com miniaturas
ainda na caixa, não precisei mexer em nada, só
tirando o pó e limpando. Já o quarto de Jack estava
uma bagunça tremenda, com roupas sujas pelo chão
e camisinhas espalhadas pelo quarto eu demorei o
arrumando. Precisei pegar um cesto de roupa suja
e meter a mão em várias cuecas e calças que por si
só já valiam mais do qualquer coisa que eu já tive.
As camisinhas eu coloquei dentro da gaveta da sua
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escrivaninha. Seus pôsteres indecentes de mulheres


nuas estavam caindo, eu os colei de volta escutando
uma pequena risada do segurança.
— Você não precisava fazer isso. — ele
disse balançando a cabeça em diversão. Eu
arregalei os olhos com medo de ter feito merda. —
Calma, só disse que você não tinha obrigação de
fazer isso.
Eu acenei um pouco mais calma. Troquei a
roupa de cama e fui para debaixo da cama que
estava com uma pilha de revistas. Eu virei para o
segurança.
— Não quero invadir a privacidade dele,
mas há muitas revistas espalhadas por debaixo da
cama, posso pegá-las e organiza-las para colocar na
sua estante?
O guarda voltou a cair na gargalhada.
— Bem que eu queria ver isso, mas não
quero que ele brigue com você.
Eu levantei as sobrancelhas em confusão,
mas não perguntei o motivo da piada.
— Posso então só limpar debaixo da cama e
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depois coloca-las no lugar? Está muito bagunçado e


com poeira aqui.
Ele acenou divertido.
Comecei a retirar meias fedorentas jogando-
as dentro da cesta de roupa suja, assim como
cuecas, tentando não corar enquanto fazia isso.
Retirei as revistas sem olha-las e varri debaixo da
cama retirando muita poeira como se ninguém
tivesse mexido aqui em anos. Quando termino de
limpar tudo eu vou pegar as revistas e solto um
grito quando vejo as capas que espalham quando eu
deixo as revistas caírem. Mulheres nuas de todos os
tamanhos de seios, com eles batendo quase no
queixo, mas o que mais me chocou foi ver umas
revistas com as mulheres com as pernas abertas
mostrando tudo mesmo.
— Meu Deus você devia ver a sua cara
menina. — O segurança continuou a rir.
Eu as coloquei no lugar e peguei o cesto de
roupa suja.
— Vou aproveitar que vou lavar essas
roupas pra descontaminar as minhas mãos.

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Coloco as roupas pra lavar enquanto


continuo a fazer o almoço, quando termino vou
rapidamente dobrar as roupas. Escuto vozes e sei
que os meninos chegaram. Corro para a cozinha
voltando a prender meu cabelo e eles me olham
sorridentes, pelo menos dois deles.
— Desculpe o atraso.
— Penpen hoje eu usei uma espada no meu
amigo e o matei. — Ele conta então faz uma parada
tomando um gole d’água. — Fiz ele cair da prancha
porque eu sou um pirata malvado.
Eu arregalei os olhos pra ele antes de
perceber que era uma brincadeira. Sorri para ele.
Gostei que em dois dias eu já tinha dois apelidos.
— Que legal. Só que os piratas mais legais
são os que duelam sem matar. — Pisquei pra ele
servindo seu prato de lasanha a bolonhesa com
molho branco.
Servi os meninos com uma quantidade
pequena, não queria que eles tivessem que comer
em grande quantidade algo que não gostam. Senhor
King entrou na sala e eu lhe servi com uma

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quantidade um pouco maior sabendo que como


patriarca ele podia largar quase tudo e ninguém
daria um pio.
— Sente-se para comer, criança. —
intimou.
— Eu... não precisa... eu posso comer mais
tarde depois de lavar os pratos.
Ele só me olhou e apontou para o lugar ao
lado de Jack. Olhei para Josh que já ia enfiar uma
garfada inteira na boca sem assoprar.
— Espera, está quente. — disse sem poder
me conter, peguei seu prato e assoprei até estar
mais frio e parti em alguns pedaços. — Aqui, agora
sim.
Depois de lhe entregar eu me servi com
uma porção. Rapidamente todos terminaram e o
senhor King levantou o olhar para Jack.
— Eu realmente esperava que ela
cozinhasse muito mal para fazer você comer a
panela inteira pra aprender a ser gentil, mas te fazer
isso agora seria um premio.
— Papai vamos todos repetir menos ele. —
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Josh jogou rindo e dando língua para o irmão mais


velho.
Senhor King assentiu com a cabeça e eu
comecei a me levantar para servi-los, cada um tinha
seu prato raspado.
— Só sirva o de Josh que é pequeno, Apollo
é grande o suficiente para se servir, quero filhos
independentes.
Servi Josh do mesmo jeito e Apollo encheu
o seu prato com a lasanha, o senhor King fez o
mesmo e Jack jogou o guardanapo de pano em
cima da mesa se levantando com raiva.
— Espere sentado até todos acabarem de
comer Jack e sirva a menina.
Eu arregalei os olhos com suas palavras.
Jack também levantou em surpresa. Não retruquei
porque não queria irritar o senhor King. Jack me
olhava com raiva enquanto dava o prato para mim
com um pouco mais de força que o normal. Não
entendia porque ele não gostava de mim, nunca fiz
nada pra ele.
Termino de comer e espero os meninos
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terminarem para começar a lavar a louça. Apollo se


aproxima e começa a secar os pratos, olho para ele
que sorri para mim.
— Não ligue para Jack, ele é meio mal-
humorado mesmo.
Eu dou de ombros.
— Está tudo bem.
Ele acena e depois que termina vai estudar
na sala. Vou separar as roupas deles o que é um
pouco difícil já que Apollo e Jack usam o mesmo
tamanho, apesar de ter percebido que Apollo se
vestia mais formal com camisetas polo enquanto
Jack usava umas meio de roqueiro. Depois de
passar, coloco as de Josh no cesto e levo para seu
quarto, ele sorri ao me ver.
— Penny você pode brincar comigo?
Eu mordo o lábio e nego com a cabeça.
— Agora eu preciso terminar de entregar as
roupas, mas mais tarde brincaremos. — Guardo
suas roupas e sigo para o próximo.
Vou para o quarto de Apollo e bato na
porta, ele abre e sorri para mim.
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— Obrigada Penny.
— Nada. Eu não soube muito bem de quem
era algumas peças e tive que chutar e se você
pudesse ver e...
Apollo dá uma olhada nas roupas e retira
uma calca jeans e duas camisas.
— Essas aqui são de Jack, mas acertou no
restante.
Me aproximo do quarto de Jack com suas
roupas na cesta, a porta está entreaberta e eu
acredito que ele está no banheiro, eu começo a
empurrar a porta quando o vejo abaixado buscando
algo debaixo da cama.
Porra.
Os olhos de Jack vão para mim.
— Você mexeu na porra do meu quarto?
— Eu... eu....
Ele pega a cesta da minha mão e a joga na
sua cama.
— Você mexeu nas minhas revistas?
— Eu...
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Nesse momento meus olhos estão


marejados de medo e quando Jack percebe isso ele
se afasta.
— Não mexa nas minhas coisas sem eu ter
permitido antes!
Ele entra no banheiro e bate a porta me
fazendo estremecer. Rapidamente arrumo as roupas
em cima da sua cama sem querer mexer em mais
nada e saio secando as lagrimas. O guarda me olha
com pena, mas nada diz.
Me tranco no quarto e passo o restante da
tarde sem fazer nada, quando chega a hora de
preparar o jantar vou para a cozinha e faço tudo em
silencio. Quando está tudo pronto eu vou até o
quarto de Josh que sorri ao me ver.
— Veio brincar comigo?
— Sim.
Sem dizer nada ele pega um carrinho e me
entrega quando me sento ao seu lado.
— Eu vou pedir um rosa pra você brincar
comigo.
Eu sorrio e brincamos mais um pouco até
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que batem na porta aberta. Tomo um susto ao ver o


senhor King ali.
— Está na hora do jantar crianças.
Ele sai e eu corro com Josh para a sala de
jantar. Rapidamente repito o mesmo processo do
almoço os servindo antes de me afastar.
— Você fará todas as refeições conosco
menina. — Senhor King anuncia e eu me sento.
Durante o jantar mantenho meus olhos
baixos, com medo que Jack conte ao senhor King
que eu mexi nas coisas dele, mas ele se mantém
calado.
— Vou me ausentar por alguns dias.
Penélope preciso que você fique com Josh, as babás
já não dão conta dele e preciso de alguém que
acalme esse pestinha.
Josh ri sapeca.
— Sim, senhor. — respondo.
— As refeições serão feita por Marília e
você a ajudará. Seu trabalho é somente esses no
momento, está autorizada a sair se quiser quando
não estiver trabalhando. Marília lhe entregará um
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celular simples para comunicação caso precise me


ligar para algo relacionado aos meninos.
— Eu não preciso de uma babá! — Jack
bate na mesa e o olhar duro do senhor King o para.
— Você não é o dono da casa Jackson.
Penélope não é sua babá, mas manterá o olho em
tudo na casa. Não quero festas ou prostitutas aqui.
Eu me mantenho calada. Os meninos eram
adolescentes e com certeza transavam por ai. Não
me surpreenderia tanto se visse meninas entrando
no quarto deles, mas com certeza ficaria roxa de
vergonha de imaginar as coisas que eles fariam lá.
Depois do jantar eu vou ajudar Josh a escovar os
dentes e a se deitar.
— Me conta uma historia, Penpen?
Eu acaricio seus cabelos e aceno.
— Era uma vez uma princesa que sofria de
uma maldição, ela não podia sair de casa ao por do
sol, pois se transformava num dragão vermelho que
queria destruir todo o seu reino. Um dia ela decidiu
ir para o jardim e tocou no espinho de uma rosa.
Então uma besta apareceu e cortou seus longos
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cabelos em troca de sua vida, ela então se


transformou no dragão e comeu a besta...
Ele tem os olhos arregalados.
— Pode colocar caubóis do espaço na
historia? — perguntou animado.
— Claro que sim, já ia chegar lá mesmo...

Uma semana se passa e eu sigo a rotina de


manter a casa limpa, cuidar de Josh e ajudar
Marília na cozinha. Quase não vi Jack e Apollo me
levou até uma biblioteca perto de casa para pegar
alguns livros. Ele era um bom garoto e queria me
fazer feliz. Na minha outra casa havia uma
biblioteca a vários quarteirões, mas eu
quinzenalmente percorria o caminho todo para
buscar livros para estudar, já que minha escola não
era tão boa. Tinha ânsia de crescer e ser inteligente
para fugir de lá. Em nenhum momento desde que
cheguei pensei nos meus pais, estava aliviada de
estar aqui, apesar de sempre estar com os olhos
abertos e atenta a qualquer deslize meu que
custasse esse emprego.

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Numa noite de quarta feira eu acordei no


meio da noite com sede e decidi ir na cozinha beber
água. Quase morri do coração ao ver Jack comendo
o bolo que fiz junto com Marília.
— Vindo roubar comida? — ele perguntou
seco.
Eu ofeguei sentindo minhas bochechas
corarem e meus olhos encherem de água. Eu só
comia na mesa junto com eles, o restante do tempo
eu só bebia água.
— Não, só vim pegar um pouco de água. —
Consegui ocultar o choro da minha voz enquanto
enchia um copo na torneira e bebia.
Amanhã eu pegaria uma garrafa vazia de
refrigerante, encheria com água e deixaria no meu
quarto para não precisar sair. Rapidamente terminei
minha água, lavei o copo e me apressei a sair.
— Ei!
Eu parei e suspirei.
— Sim, Jack?
— Não é educado ficar de costas quando
alguém fala com você.
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Eu me virei para ele. Queria que fosse feio,


pois assim eu não o acharia bonito quando devia
odia-lo pela maneira que ele me trata.
— Sim, Jack. O que quer?
Ele franziu a testa como se não estivesse
pensado nisso. Focou seus olhos nos livros e
cadernos a sua volta antes de me olhar.
— Você não estuda?
Minhas bochechas esquentaram.
— Eu... eu estudava num colégio publico
perto do bairro onde eu morava, mas eu não posso
voltar. — Limpei a garganta sem querer chorar na
frente dele. — Apollo me levou a biblioteca e fez
um cadastro pra mim, eu vou lá buscar livros e
estudo no meu quarto.
Ele assentiu e puxou a cadeira ao seu lado.
— Venha estudar comigo então.
— O que? — Eu tinha ouvido direito?
— Venha Penélope. Você tem cara de
menina estudiosa.
Contra tudo que eu imaginava, aceitei a sua
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proposta e me sentei ao seu lado.


— Eu estou resolvendo problemas
matemáticos. Já viu algo como isso?
Eu olhei e reconheci a formula de um dos
livros que já li.
— Sim.

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CAPÍTULO 2

JACK

Sabia que era uma má ideia convidar Penny


para estudar comigo, mas ao mesmo tempo que
queria provocá-la eu gostava de estar com ela.
Penélope não era como nenhuma menina que já
conheci, ela era forte e sempre tentava ser perfeita
no que fazia. Era uma garota cheia de
responsabilidades para a pouca idade.
Eu sei que é horrível a forma que a trato,
mas creio que o quanto mais ela me odiar, eu
estarei protegido se algum dia não me controlar e
mostrar o quanto eu a quero. Cara, era a primeira
vez que eu orava para ser rejeitado. Enquanto ela
me explicava os cálculos eu tentava me concentrar,
mas estava focado nos seus cabelos claros e olhos
doces, sua voz saia como melodia.
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— Entendeu?
Olhei para o papel e percebi que ela havia
resolvido todos os cálculos do meu dever de casa.
— Um pouco. — Admiti.
Ela soltou uma risadinha doce.
— Isso quer dizer que não?
Para ganhar tempo mordi um pedaço do
bolo. O olhar dela foi para ele, antes de desviar
rapidamente.
— Quer?
Ela negou rapidamente e se levantou.
Droga, eu era um idiota. A acusei de roubar
comida. Porque meu estomago doía tanto ao ver o
olhar triste dela.
— Não, obrigada. É melhor eu ir, tenho que
acordar cedo amanhã.
— Tá bom, no mesmo horário amanhã?
Ela acenou e correu para seu quarto. Penny,
Penny o que você está fazendo comigo?

Quando a manhã chega e estavamos todos


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reunidos eu não comento que estivemos juntos e


mal a olho. Eu a trato mal perto dos outros também
para não me entregar. Papai piraria se soubesse que
eu estou caído pela empregada.
— Criança, segunda começa suas aulas na
escola dos meninos. — Meu pai diz e ela engasga
com o café que estava tomando.
Eu bato em suas costas. Penny frequentando
um colégio de elite? Sem chance, ela seria
devorada lá dentro.
— Não acho que seja uma boa ideia. — falo
e o olhar duro do meu pai me cala.
— Não pedi a sua opinião.
Eu dou de ombros fingindo não me
importar.
— Ei, Penny acho que você vai ficar na
nossa sala. — Apollo fala sorrindo. Ele estava
interessado nela?
Penny está totalmente pálida.
— Mas senhor King eu não posso pagar por
um colégio desse e tenho o trabalho aqui e... — O
olhar duro do meu pai a para.
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— Você é uma menina esforçada. Faça da


escola um investimento para a sua educação. Seu
trabalho pode ser feito depois da escola.
Ela acenou e uma lagrima deslizou de seu
olho.
— Obrigada. Ninguém nunca fez tanto por
mim como o senhor está fazendo.
Eu olhei para meu pai, vendo seu olhar
amolecer um pouco. Mas não era um olhar de
desejo e sim paternal, o mesmo olhar que eu
pegava ele nos dando antes de endurecer
novamente. Entendia que ele precisava ser duro por
causa do trabalho, mas ele era uma bola de gelo até
mesmo com os filhos.
— Agradeça-me com boas notas. — Ele
disse sucinto.
— Ou com um boquete. — resmunguei e
Penny pulou da mesa olhando para a gente de olhos
arregalados antes de correr para seu quarto.
Josh e Marília correram atrás dela e eu sabia
que vinha um sermão de meu pai, só não esperei o
soco que recebi no rosto, por pouco não cai no
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chão.
— Ela foi vendida pelos pais para ser
traficada para a Turquia, nós conseguimos salvar
todas as meninas que voltaram para a suas casas,
mas ela não tinha para onde ir. — Meu pai conta e
é um tapa na cara. No mesmo segundo eu quero ir
atrás dela e implorar pelo seu perdão. Como minhas
palavras deviam estar fazendo ela se sentir? — Não
vou tolerar qualquer tipo de brincadeira como essa
novamente. Essa menina está seriamente
machucada e não precisa de mais coisas em sua
cabeça. É o ultimo aviso para você Jack.
Meu pai se levanta e vai embora. Olho para
Apollo.
— Eu não sabia.
Ele suspirou.
— Eu sei, mas tem que maneirar nas
brincadeiras. Penélope não tem feito nada para
você a tratar assim. Está sendo cruel com ela.
Ele também se levanta, me deixando
sozinho.
Durante a aula eu não paro de pensar nas
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coisas que disse para Penélope e decido me


desculpar. Saio mais cedo da escola, alegando estar
com dor. Ao chegar em casa comprimento os
seguranças, mas eles se mantém lá fora. Na
primeira semana de Penny aqui era uma forma de
segurança caso ela fosse alguma pessoa disfarçada
para fazer mal, mas logo meu pai percebeu que não
era isso. Eu não imaginava as coisas que ela
passou. Para mim meu pai a trouxe para casa para
fazer a sua boa ação do século e tentar seu lugar ao
céu.
Depois de a procurar bastante encontro ela
encolhida no jardim lendo um livro de culinária
brasileira.
— Ei, Penny. Posso me sentar aqui contigo?
Ela hesita me olhando.
— Prometo não te machucar novamente.
Ela então suspira e acena. Caio na grama a
olhando.
— Queria pedir desculpas por hoje. Foi uma
brincadeira bem sem graça. Sinto muito por isso.
— Tudo bem. O senhor King prometeu que
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nunca faria qualquer coisa comigo ou deixaria


qualquer um fazer. — ela fala com a voz baixa e
aliviada.
— Sim, meu pai é um homem de palavra.
— Asseguro. — Então você vai estudar na minha
escola?
Ela acena.
— Sim, eu falei pro seu pai que podia tentar
fazer aulas a distancia, mas ele não me deixou nem
terminar.
Eu sorri.
— É bem do meu pai. Então está tudo certo
entre a gente?
Ela assentiu e uma vontade intensa de beijar
seus lábios me tomou. Eu me levantei num pulo e
me afastei sem me despedir ou esperar a sua
resposta. Agora mais do que nunca eu teria que
resistir a ela. Penélope provavelmente ficaria aqui
para sempre e eu ter algo com ela só colocaria o seu
emprego em risco, e eu não queria que ela voltasse
para a sua realidade. Eu podia enxergar o futuro
horrível dela se não estivesse conosco. E eu estava
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gostando demais dela para fazer qualquer coisa que


a machucasse.

À noite, depois que meu pai sai eu ligo para


Selena, uma garota da minha sala. Ela tem grandes
e grossos lábios que ganhou durante as ultimas
férias, artificialmente é claro. Mas seus peitos eram
naturais. Ela nem sequer hesitou quando eu a liguei
para vir aqui. Estava terminando meu banho
quando ouvi a campainha tocar. Eu já havia
autorizado a sua entrada na portaria. Vesti uma
calça sem cueca e corri descendo as escadas.
Estanquei meus passos ao ver que era
Penélope que abria a porta da sala. Apollo estava
sentado no tapete, rodeado por livros e olhou para
mim balançando a cabeça. Eu queria lhe responder
que ele fazia o mesmo que eu, só que não em casa,
mas nem me dei ao trabalho.
— Oi querida. — disse chegando até
Selena, que olhava Penny de cima a baixo. Apesar
de estar com roupas simples, não escondia a sua
beleza e Selena claramente também percebeu isso.
— Oi amor, tava conversando com a sua
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amiga. Qual o seu nome mesmo, querida?


— Penélope. — ela respondeu com a voz
doce, mas claramente desconfortável. Ela nem
sequer olhava para mim.
— Sobrenome?
— Wilson.
Selena colocou a unha decorada no queixo
pensando sobre o sobrenome.
— Não me lembro de nenhum Wilson
importante por aqui. Você está com Apollo?
Apollo apareceu atrás de Penny, sério.
Sabia bem como Selena era. A menina era boa em
boquetes, mas um lixo de pessoa ao tratar os outros
que não fossem tão ou mais importantes que ela.
— Penny mora conosco, é filha de um
amigo do meu pai. É como uma irmã.
Selena abriu um sorriso falso.
— Que alma caridosa o senhor King está
sendo...
A puxei antes que ela falasse algo a mais.
— Vamos logo.
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Selena olhou diretamente para Penny.


— Bom te conhecer Penny. Tomara que nos
encontremos novamente.
— Sim, tomara. — Penny respondeu doce,
mas percebia que ela queria distancia.
— Vem, Penny. Vamos continuar
estudando. — Apollo a chamou.
Meu maxilar ficou tenso. Ela estava
estudando com Apollo? Porque ela estava fazendo
isso quando devia estar comigo de madrugada.
Subi para meu quarto junto com Selena, que
foi logo tirando a roupa, mostrando seu novo
conjunto de sutiã e calcinhas que valiam mais do
que qualquer dinheiro que Penny já teve. O corpo
de Selena era lindo, mas eu só pensava no corpo
que Penny escondia debaixo daquelas roupas
largas.
— Ei, você está tão tenso. — Selena disse,
se ajoelhando a minha frente. — Deixe-me de
deixar relaxado.
De olhos fechados, eu fingi ser Penélope,
mas não era a mesma coisa. Pela primeira vez,
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desde que comecei a ter uma vida sexual eu


dispensei uma pessoa, e eu não estava nenhum
pouco arrependido por isso.

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CAPÍTULO 3

PENNY

A segunda chega e eu estou mais que


nervosa. Senhor King comprou o uniforme para
mim e todos os materiais, ele havia gastado
dinheiro comigo e eu não sabia nem como
agradecê-lo. No meio de todo meu tormento Deus
colocou um anjo em minha vida. Mesmo tendo a
fachada de sério e impenetrável o senhor King me
ajudou como ninguém já fez.
No sábado, quando estava indo para a
biblioteca devolver os livros que já li o senhor King
estava saindo de casa e me deu uma carona até lá,
junto com uma nota de cinquenta dólares para eu
comprar algo para comer, mesmo eu tendo negado.
Sua resposta foi me olhar sério antes de eu
finalmente aceitar. Não sabia bem quando teria
dinheiro de novo então o pouparia, mas não resisti
ao passar por uma farmácia e comprar uma tinta
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escura por poucos dólares. Nunca esqueceria as


palavras asquerosas dos homens que me
sequestraram, ainda estava em mim tudo que eles
disseram. Não queria ser bonita ou com cara de
devassa como eles me disseram, não queria que
meus cabelos chamassem atenção. Segundo eles
loiras eram mais chamativas e mais bem pagas.
Assim que cheguei em casa, me joguei na
cama e fiquei olhando a tinta por horas antes de ir
ajudar Marília na cozinha. Pedi a ela para pintar
meus cabelos no dia seguinte, quando ela tivesse
um tempinho. Ela não contestou ao ver meu olhar.
— Sabe, pintar os cabelos não vai apagar
sua beleza. Você é uma menina muito bonita, tanto
por dentro quanto por fora.
Quando me olhei no espelho quase não me
reconheci, meus cabelos estavam num tom
castanho que não chamava muita atenção, e até
pensei sobre cortar meus cabelos, mas não tive
coragem. Sempre gostei do comprimento deles.

Agora segunda feira eu estava com o uniforme,

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a saia de xadrez, com a camiseta branca com


gravata vermelha e meias ¾ com uma sapatilha
preta. O senhor King comprou as roupas um
tamanho maior que o meu e eu me sentia mais
segura assim, ele também me deu parte do meu
pagamento, apesar de eu achar injusto dado que eu
comia e tinha um quarto para dormir. Sua resposta
foi bufar.
Respirando fundo eu sai do meu quarto,
com a minha mochila nova com os livros dentro.
— Que porra você fez com seus cabelos? —
Jack perguntou assim que entrou na cozinha. O
restante dos garotos e o senhor King ainda não
haviam descido. Desde quando sua namorada veio
aqui eu não voltei a estudar com Jack a noite ou
voltei a ficar sozinha com ele.
Ele se aproxima e toca uma mecha do meu
cabelo, o olhando horrorizado.
— O cabelo é meu, Jack. Eu faço o que
quiser com ele! — Eu respondo com raiva pelo seu
olhar.
Senhor King chega exatamente essa hora e

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levanta as sobrancelhas para mim antes de me dar


um pequeno sorriso antes de se sentar e abrir seu
jornal. Josh e Apollo chegam e param para me
olhar antes de sorrirem.
— Ficou bonita, Penny. — Josh me elogia
chegando perto e me abraçando. — Vai estudar
com a gente?
Eu aceno e me afasto de Jack, me sentando
em meu lugar.
— Quero um de vocês dois acompanhando
Penélope pela escola hoje entre as aulas, até que ela
se acostume. Expliquem pra ela o horário certo de
entrada e saída. — Senhor King fala e abaixa o
jornal. — Estamos entendidos?
Os dois acenam.
Quando o carro para em frente a escola eu
respiro fundo, saindo do carro depois de Apollo que
estende a mão para me ajudar.
— Vai dar tudo certo, você é inteligente e
muito doce.
Eu aceno um pouco mais aliviada. É quando
Jack solta.
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— Sim, chegando com dois caras juntos vão


pensar maravilhas de você.
Eu estremeço com suas palavras azedas,
mas aprendi a não deixar tão aparente os meus
sentimentos, pelo menos eu tento. Marília disse que
eu sou transparente demais e que isso vai me causar
problemas, me deixar fraca.
Caminhamos até a diretoria para pegar
meus horários, e eu finjo não ver os olhares dos
alunos. Eles comentam quando eu passo e isso me
lembra dias terríveis. Depois de pegar meu horário
descubro que minha primeira aula é com Apollo e
me sinto um pouco mais calma.
Ele é contido durante a aula, prestando
atenção na matéria e não fazendo baderna. As
pessoas ainda olham tudo que eu faço, mas não se
aproximam. Umas meninas sorriem para mim, e eu
sorrio de volta antes de prestar atenção na matéria
da escola.
Apollo me acompanha entre as aulas e no
intervalo, onde usa esse tempo para me mostrar
toda a escola. Quando acaba a ultima aula, onde
não tive nenhum dos dois comigo eu sorrio ao ver
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que ele já me esperava fora da sala. Jack em


nenhum momento me acompanhou em qualquer
aula e não seria eu a falar alguma coisa.
A distancia eu vejo Jack envolvido num
grande grupo de amigos. Ele me ignora totalmente
quando passamos por ele.
Então é quando eu escuto. Me viro e vejo
horrorizada Jack em cima de um de seus colegas, o
socando no rosto sem dó. Apollo correu para seu
irmão e conseguiu o separar da briga.
Apollo praticamente joga Jack dentro do
carro e eu me sento entre eles, com medo que
briguem.
— Você está bem? — pergunto a Jack
quando chegamos em casa. Apollo subiu para seu
quarto, dando espaço para Jack se acalmar, mas eu
precisava saber disso.
Ele virou para mim, com seus olhos ainda
em chamas. Sua boca tinha um fio vermelho de
sangue, mas não parecia que o outro garoto teve
muita chance de revidar.
— Quer ajuda com os ferimentos?
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Ele então fala:


— Você está oferecendo porque quer me
ajudar ou porque está sendo paga para isso?
Suas palavras não deixam de me ferir, mas
eu o respondo mesmo assim.
— Eu ajudaria qualquer pessoa,
independente se eu trabalho para ela ou não, Jack.
Suspiro e coloco meus cabelos atrás da
orelha, saindo dali.
— Espera, eu quero sim.
Eu sorrio de leve.
— Vou buscar o kit de primeiros socorros.
— Estou no meu quarto te esperando. —
Ele responde, subindo as escadas apressado.
Depois de procurar um pouco eu encontro o
kit e subo as escadas, ainda pensando no que pode
ter feito ele brigar assim na escola. Bato na porta do
quarto e quando ele responde que posso entrar eu
abro a porta, parando de olhos arregalados quando
o vejo de banho tomado, sem caminha e com calcas
de moletom largas. Ele está sentado na cama e bate

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a mão ao seu lado.


— Jack...
— Vem cá, eu preciso de sua ajuda. — Ele
passa a mão pelos cabelos ainda úmidos e eu vejo
que suas juntas estão inchadas e arranhadas pelos
socos.
Eu me sento e abro o kit, pegando uma de
suas mãos e passando o anticéptico, em seguida
assopro o fazendo estremecer.
— Como foi seu primeiro dia de aula? —
ele me pergunta.
— Foi legal, não vai ser fácil pegar a
matéria toda, mas eu vou dar o meu máximo para
orgulhar seu pai.
Ele bufa.
— Já que você está aqui por tempo
indeterminado deve saber, nada do que você fizer
irá orgulhar ele, sempre quer mais do que o
impossível.
Suas palavras saem amargas e eu deixo
quieto.

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— Estou com medo de amanhã. —


Confesso.
— Por quê? Alguém disse algo para você
ou fez algo hoje?
Eu nego.
— É coisa boba.
— Me diz. — Ele levanta meu rosto para o
seu. Eu desvio o olhar.
— É só que Apollo não tem que ficar me
esperando entre as aulas, não quero acabar com a
vida social dele e não quero que ninguém seja
minha babá.
— Olhe para mim. — Ele pede. — Não é
incomodo nenhum para mim te levar entre suas
aulas até que você se acostume...
— Mas você nem falou comigo hoje na
escola...
Ele franze a testa.
— É melhor assim, mas entre as aulas eu
posso levar você. Não tem problema...
Eu me levanto e saio dali, o deixando
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sozinho. Então falar comigo ele não pode, mas não


é incomodo me levar entre as aulas. Palhaçada. Eu
aprendo. Já passei por coisas muito piores e não
será uma escola a acabar com o resto do meu
espírito.
Depois de tomar um banho eu ajudo Marília
na cozinha, brinco com Josh e vou ler um pouco até
a hora do almoço. Senhor King não almoça em casa
e parece que está em outra viagem. Me sento no
meu lugar de costume e como em silêncio.
— Penny amanhã só temos uma aula juntos,
mas Jack tem as outras com você. — Apollo conta.
Quando terminamos de comer eu vou lavar
a louça e quando vou me trancar no quarto Jack
coloca um pé na porta.
— Sei que eu não sou a melhor pessoa do
mundo, mas você quer estudar hoje a noite comigo?
Eu posso te mostrar o que a turma de matemática
está aprendendo agora.
Sei que sou burra, mas aceito. Jack já me
tratou tão mal que não imagino que qualquer coisa
que ele fale agora me atinja. Já estou preparada

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para a sua amargura comigo. Queria ter coragem de


perguntar porque ele me trata assim, mas sei que
sou covarde demais para isso.

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CAPÍTULO 4

PRESENTE
PENNY
Se a cabeceira da cama de Jack voltasse a
bater na minha parede mais uma vez eu iria pirar.
Já era a quinta noite seguida que ele trazia garotas
aqui e ficava fazendo barulho até quase de manhã,
me restando apenas poucas horas de sono, isso
quando eu dormia. Quando até poucos meses atrás
morávamos com seu pai, isso não me incomodava
tanto já que seu quarto era tão longe do meu e que
as suas acompanhantes saiam antes do amanhecer.
Mas isso mudou quando nos mudamos pra esse
apartamento. Ele escolheu um quarto ao lado do
meu, eu sabia que cedo ou tarde ele tentaria ter algo
de novo comigo. Em sua cabeça agora que não
morávamos mais com seu pai estavamos livres para
viver o amor, mas a verdade estava bem longe
disso.
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Jack e eu nunca ficaríamos juntos.


Com o passar dos anos eu só venho me
decepcionando cada vez mais com ele, com suas
escolhas. Ele nunca entendeu meu lado da historia,
o porque deu ter acabado tudo entre a gente, afinal,
ele viveu sempre num mundo privilegiado, onde
não tinha que escolher entre comer restos ou passar
fome. No começo eu achei que poderíamos superar
essas diferenças, mas às vezes são essas diferenças
que dão o ponto final.
A cabeceira voltou a bater, pela terceira vez
essa noite. Suspirei vestindo o roupão de seda por
cima da minha camisola, que nada mais era do que
uma das blusas antigas de Jack, para ocultar meus
seios duros. Ele nunca poderia descobrir sobre o
que eu usava para dormir, lhe daria esperanças. Eu
não era de ferro e se ele investisse pesado eu não
conseguiria resistir, ainda mais agora com ele no
quarto ao lado. Sabia bem que Jack aguentava três
seguidas, e com certeza não precisava ser lembrada.
Depois de verificar que tudo estava
tampado eu abri a porta do meu quarto, queria que
Apollo ou Josh tivessem um quarto perto, mas o
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quarto deles era distante do meu. Respirando fundo


eu bati com força na porta.
— Jack! — O chamei e voltei a bater. Os
gemidos da mulher pararam, pelo menos ela não
era escandalosa como a outra que narrou a foda
inteira na noite passada.
A porta se abriu e Jack me fuzilou com o
olhar, ele estava com sua calça jeans, porém não
estava fechada. Mantive meus olhos nele.
— Será que teria como você fazer isso no
quarto de hospedes ou em qualquer outro lugar, por
favor. Eu realmente preciso dormir e a sua
cabeceira está batendo na parede...
— É meu quarto. Minha casa.
Eu cruzei os braços. Já tínhamos passado
disso.
— É minha casa também e eu tenho direito
a querer uma noite de sono!
Ele só me olhou, mordendo o lábio com
desdém. O danado sabia que era bonito e usava isso
sempre a seu favor.
— Não vou pra outro lugar depois de ter
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meu quarto.
Eu suspirei cansada.
— Então pelo menos coloca o colchão no
chão ou uma almofada contra a cama para não ficar
batendo.
Ele então abriu o sorriso e eu percebi o que
disse.
— Isso você conhece bem, né, Penny.
Minhas bochechas coraram lembrando que
costumávamos fazer isso.
— Suas camas sempre foram problemáticas.
— Eu respondi fingindo que não me afetava.
Ele endureceu e eu suspirei, deixando meus
braços caírem, estava cansada, com tesão e só
queria que nossa conversa acabasse. Os olhos de
Jack foram para meu rosto e devagar foi descendo
pelo meu pescoço e quando chegou aos seios,
lambeu os lábios. Eu olhei para baixo para ver os
meus bicos bem marcados pelo roupão. Droga.
— É o frio!
Ele se aproximou até eu ter que dar um

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passo para trás pra evitar que nossos corpos se


encostassem.
— Se lembra como você se derretia nos
meus braços, como era safada na cama...
Eu o empurrei e entrei no meu quarto, me
encostando na porta e fechei os olhos com força ao
ouvir sua risada. Maldito. O pior é que ele tinha
razão, com ele eu me senti mais livre que qualquer
coisa, pena que durou pouco.
Quando deitei na cama me preparei para
escutar eles continuarem, mas em vez disso ouvi a
mulher lhe dando tchau, e não pude evitar rir com
isso, histericamente. Na minha mente eu fingi que
ele brochou e dormi sorrindo com a minha própria
palhaçada.

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CAPÍTULO 5

PASSADO
PENNY

Por incrível que pareça Jack cumpriu sua


promessa e me acompanhou entre as aulas, eu
estava começando a prestar atenção nos caminhos e
guardando os números das salas que eu tinha aula.
Apesar de não se sentar comigo nas aulas que
tínhamos juntos ele em nenhum momento me tratou
mal, na verdade fingiu que eu não existia. Sua
amiga Selena, por outro lado reparou bem em mim,
a cada vez que olhava a via me observando com
raiva. Suas amigas também estavam assim. Ótimo.
Em vez de me preocupar com isso me concentrei
nas aulas e no intervalo decidi ler um pouco na

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biblioteca. Jack me achou pouco depois.


— E, aí? — Ele disse, me estendendo um
hambúrguer com refrigerante.
— Ah, não obrigada.
Ele bufou.
— Come logo, Penny. Você parece um
palito de tão magra.
Eu o olhei.
— Porque você tem que ser tão mal
comigo?
Ele franziu a testa.
— Não sou mal. Você já deve ter percebido
o que acontece entre nós?
Foi a minha fez de franzir a testa.
— O que?
— Qual é? Você vai me fazer falar isso? —
Ele se aproximou um pouco, com seu rosto parando
a poucos centímetros do meu. — Eu gosto de você.
Eu com certeza tinha ouvido errado, não era
possível isso.

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— O que? — Voltei a perguntar. Foi a


única coisa que saiu da minha boca.
Jack sorriu e colocou uma mecha do meu
cabelo atrás da orelha. Tinha escapado do meu rabo
de cavalo. Ele abriu a boca para dizer algo, mas
Selena entrou na biblioteca, com os saltos batendo
no piso. Quem ia para a escola de saltos altos?
— Você está aí, vamos?
Eu olhei para Jack esperando ele negar, mas
em vez disso ele se levantou com um sorriso
aberto, nem sequer me olhando. Quem na verdade
era Jack?

Naquela noite enquanto ajudava Marília a


cortar os legumes suspirei.
— O que foi menina?
— Eu só não entendo as pessoas, como elas
podem ter tantas faces? — perguntei frustrada.
Marília levantou o olhar para mim. Já era
uma senhora idosa, muito vivida, poderia ter a
resposta para isso.
— Está falando de Jackson. — Ela
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sentenciou. — Aquele menino sempre teve pavio


curto e piorou depois que sua mãe morreu, seu pai
se afastou ainda mais e ele não sabe lidar com isso.
Me senti mal por Jack, ele se sentia sozinho
assim como eu, mas pelo menos tinha um pai que
do seu jeito torto se importava com ele.
— Mas porque ele me trata tão mal, às
vezes ele fala algumas coisas que me machucam.
— eu suspiro.
— Jack ainda não passa de um garoto
quando se trata de sentimentos, e você Penny
desenterrou isso nele. Não sabe que quando um
menino gosta de uma menina implica com ela é
porque gosta dela?
As palavras de Jack voltaram a minha
cabeça. Eu gosto de você.
— Mas isso é coisa de criança, ele não é
criança. — Neguei com a cabeça. Não podia ser
isso, talvez ele tivesse dito que simplesmente me
suportava, só que mais legal.
Marília riu, como se soubesse das coisas.

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A semana se passou e eu peguei o jeito com


meus horários não precisando mais da ajuda dos
meninos. Apollo às vezes no intervalo ficava um
pouco comigo para me fazer companhia. Tentou
me apresentar para seus amigos, mas eles eram
muito barulhentos. Jack me evitava na escola, mas
em casa jogava jogos comigo e com os meninos,
nós estavamos todos bem. Não voltou a me magoar
com suas palavras, apesar de me deixar triste por
ser ignorada na escola.
Senhor King nos pegou jogando algumas
vezes brincando e sorriu, era raro ver isso pelo
olhar que os meninos deram. Eu queria que ele
fosse mais próximo dos filhos e por isso tomei uma
liberdade.
— Senhor King, quer jogar uma partida
com os meninos? Eles são muito bons e me vencem
sempre.
Ele parou o caminho para seu escritório e
me olhou franzindo a testa antes de olhar para os
meninos, que fingiram não se importar com isso,
apesar de eu ver o quanto eles queriam. Josh estava
interessado no seu vídeo game. O senhor King por
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fim suspirou e tirou o paletó. Eu prontamente o


peguei, deixando estendido no sofá.
— É melhor isso não ser fácil. — Ele disse
se sentando ao lado dos meninos no tapete. —
Venha jogar Penélope.
— Na verdade eu queria só olhar, estou
cansada. — Essa foi a primeira vez que menti para
o senhor King. Queria que ele tivesse esse
momento com os meninos, eu não faria parte disso.
Durante todo jogo eu sorri e ri vendo eles
jogarem. O celular do senhor King tocou várias
vezes seguidas, mas ele o colocou no silencioso
enquanto jogava e só quando ganhou se levantou,
franzindo o cenho quando viu tantas ligações
perdidas.
— Isso foi bom, meninos. Podemos repetir
logo. — Ele disse saindo da sala sem tirar os olhos
do celular.
Jack olhou para mim e ele brilhava de
alegria, foi impossível não sorrir de volta.
Senhor King pediu pizza, mas se manteve no
escritório, pedindo para eu levar um pedaço para
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ele. Assim que chegou eu já peguei o pedaço e


levei para ele.
— Eu sei o que você fez hoje. — Ele disse
assim que eu pousei o prato em sua mesa. Ele
levantou os olhos para mim. — Não sou duro para
eles porque quero, Penélope, eu estou preparando
eles para o meu mundo, ou você causa medo ou
você tem medo. Eu não quero que meus filhos
tenham medo de nada.
Eu acenei e comecei a sair, mas parei.
— Não é melhor ser respeitado do que
temido?
Ele sorriu para mim.
— As duas coisas tem que andar juntas, mas
às vezes é melhor ser temido. Acredite em mim.
Depois de comer todos fomos nos deitar,
afinal, já era tarde. Apesar da leve bronca que
recebi estava feliz, pelo simples motivo dos
meninos terem esse tempo com seu pai. Com
certeza guardariam para sempre esse momento,
mesmo que momentâneo. Estava quase
adormecendo quando bateram na minha porta de
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leve fazendo meu coração sobressaltar. Quem seria


a essa hora?
— Penny, posso entrar? — Escutei o
sussurro de Jack.
O que ele queria a essa hora? Abri a porta e
ele sorriu para mim, seus cabelos estavam
bagunçados como se ele passasse muito as mãos
sobre ele. Como de costume tinha o peito nu.
— O que foi Jack? Aconteceu algo?
Ele negou rapidamente depois de ver o meu
desespero.
— Não, só queria agradecer por hoje.
Minhas bochechas coraram.
— Não fiz nada, só o chamei. Vocês
poderiam fazer o mesmo de vez em quando.
Ele deu de ombros.
— De todo jeito foi você que fez. Desde
que você chegou aqui tudo mudou, todos mudaram.
Eu não sabia o que responder a isso. Era um
elogio ou uma acusação. Eu nunca sabia o que
vinha de Jack.
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Ele riu como se percebesse a minha


confusão.
— Pra melhor. Josh está mais feliz, meu pai
apesar de pouco está prestando mais atenção na
gente, Apollo não está sempre afundado em livros e
conversa mais. Você trouxe luz pra gente.
Sorri, então percebi que ele não falou dele.
— E você, Jack?
Ele coçou a nuca, parecendo mais menino
do que qualquer coisa. Ele segundo Apollo era
alguns meses mais velho do que eu.
— Vai me fazer mesmo falar isso?
Eu dei de ombros. Ele então suspirou.
— Eu não menti quando disse que gostava
de você na biblioteca, eu realmente gosto. Você me
faz sentir coisas que eu nunca senti, Penny. É muito
bom e eu tenho... medo.
Sua declaração me assustou um pouco. Ele
tinha medo de mim? Dos seus sentimentos por
mim?
— Eu quero fazer algo, sei que vou me

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arrepender para sempre se não o fizer. — Ele disse


de repente.
— Faça. — respondi, mesmo sem saber o
que era.
Meus olhos estavam arregalados e minha
respiração forte, assim como a de Jack. Então ele
fez. Colou seus lábios nos meus e foi paraíso.
Nunca fui beijada desse jeito, com tanto apresso.
Como se eu fosse algo muito importante. Seus
lábios eram macios e ele sabia bem como usar a
língua. Sua leve barba cortada arranhava um pouco
meu rosto, mas eu não liguei. Minhas mãos foram
para seu pescoço e eu senti como se mundo nesse
momento se encaixasse perfeitamente. Esse
momento era nosso.

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CAPÍTULO 6

PASSADO
JACK
Aquele beijo foi só o começo, não
conseguia tirar Penny da minha mente e agora mais
do que nunca. O modo como ela sorriu quando o
beijo acabou eu guardaria para sempre na minha
cabeça.
— Gostou?
Ela acena, envergonhada com a cabeça.
— Sim. Não imaginava que você gostava de
mim desse jeito.
Eu pego seu rosto em minha mão e depois
de mais um selinho respondo:
— Sempre gostei. O que acha disso, quer
ser minha namorada?
Ela morde o lábio.
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— Sim, mas seu pai não vai gostar nada


disso. Eu tenho certeza.
— Ele não precisa saber, ninguém precisa.
Ela parece pensar e depois fica tensa.
— Você vai continuar saindo com outras
meninas?
Eu rapidamente nego.
— Agora que tive você não quero nenhuma
outra.
— Mas porque esconder então? — Então
uma coisa lhe vem. — Seu pai na não me deixará
morar aqui.
Eu fico tenso, respondendo a sua pergunta.
— Também tem outra coisa. Não quero
mentir pra você. As meninas da escola queriam
implicar com você e ficando longe de você eu
impedi.
Um suspiro a deixa.
— Mas eu não fiz nada para elas!
Ela parecia tão pequena, tão indefesa que eu
só a queria coloca-la no colo. Eu faria qualquer
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coisa para protegê-la.


— Elas tem inveja.
Sua testa se franze.
— O que? De que? Você já me olhou? Eu
não tenho nada para ser invejado. — Ri sem humor,
se depreciando.
Eu pego seu rosto em minhas mãos.
— Sabe o que eu vejo quando olho para
você? A mulher mais bonita que já pus os olhos,
você é linda por dentro e por fora. Você passou
pelo pior, mas não perdeu a sua essência. Você tem
uma luz que a faz diferente de qualquer um. Única.
Seus olhos marejam e eu beijo sua testa,
descendo beijos até seus lábios. El aceita o beijo e
sua mão tímida vai para a minha cintura. Colo mais
nossos corpos e acaricio seu rosto com uma mão e
com a outra desço até sua cintura, arrancando um
suspiro dela.
— Então somos namorados? — pergunto,
descendo um beijo suave para a curva de seu
pescoço, a arrepiando.
— Sim. — Ela suspira totalmente entregue.
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Se eu pedisse para irmos para a cama ela iria sem


dúvida. Mas quero levar as coisas certo. Quero
merecê-la. — Mas em segredo. — Completa e eu
concordo, tocando seus lábios avermelhados de
nossos beijos.
— Posso voltar aqui amanhã?
— Minha porta sempre estará aberta para
você.

PRESENTE

Ela mentiu para mim.


Penny havia me prometido que sua porta
estaria sempre aberta, mas mais uma vez está
fechada. Mesmo depois de todos os anos separados
eu a ainda a desejo, vê-la todo dia é como ver um
desejo que nunca pode ser saciado. Eu usava a
ironia para tentar o ocultar o quanto ela machucou
meu coração, como ninguém jamais fez. E continua
a fazer cada vez que tento dar uma nova chance a
nós e ela me repele.
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Na minha mente, quando ela bateu na porta


do meu quarto e eu ouvi sua voz, achei que ela ia
dizer que me queria de volta e que não aguentava
mais ficar sem mim, mas em vez disso recebi uma
repreenda, como uma mãe. Porém ela se entregou.
Seus seios duros e suas bochechas coradas
demonstraram que eu ainda a atraia, apesar dela
negar veemente. Foi impossível me manter duro
depois disso para qualquer outra.
Eu era um besta de querer voltar depois dela
ter terminado comigo, mas não podia mandar meu
coração. Ela o tomou quando eu nem sabia que ele
existia direito.
Na manhã seguinte acabei me irritando
como de costume, Josh a tratava como se ela fosse
uma irmã, uma mãe, o que só dificultava ainda
mais qualquer chance de reconciliação.
Penny tinha acabado de colocar umas frutas
na mesa, ela parecia irritada, mas ela disfarçou sua
irritação com um sorriso, ao ver Bella.
— Venha se sentar querida, dormiu bem?
Penny era uma pessoa naturalmente doce,

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era acolhedora e nunca fazia ninguém se sentir mal


perto dela. Era uma joia preciosa. A joia que eu tive
nas mãos e perdi. Vê-la todo dia só me lembra
disso, de como os anos vão passando e
continuamos a fingir que aqueles poucos meses
juntos foram os melhores momentos que já tive.
— Sim, Penny. —Bella falou corada,
pegando um biscoito. — Está maravilhoso.
Penny sorriu grata. Nunca esqueceria que
quando Bella chegou na nossa vida e Penny viu o
que foi feito nela, Penny chorou em seu quarto,
tentando ser discreta, eu não podia deixar ela
sozinha então deixei de lado a minha mascara
irônica e a abracei enquanto ela chorava por uma
menina que mal conheceu.
Eu também fiquei mexido quando soube de
Bella, nenhuma menina merecia passar por isso.
Ela tinha que falar quem fez isso com seu corpo.
Nós a vingaríamos com sangue.
— Agora coloque sua bunda aqui e coma
com a gente. — Falei para Penny, piscando o olho
para ela, sabendo que ela ainda estava puta comigo
de ontem. A mesma que lançou um olhar
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fulminante, sem conseguir esconder. Ela devia estar


com tesão ainda, seus seios e olhar me mostraram o
quanto ela desejava ser a mulher na minha cama.
— Você parece cansada PenPen, você está
bem? — Josh perguntou preocupado e Penny
acariciou seus cabelos loiros com carinho de mãe.
Eu engoli seco, sem conseguir disfarçar o
olhar. Apesar de qualquer coisa eu queria um filho
com ela, a imaginava fazendo carinho em seus
cabelos claros, contando historias e nós seriamos os
melhores pais do mundo.
— Estou bem, querido. Seu irmão não me
deixou dormir com o barulho de sua cabeceira da
cama batendo na minha parede e os sons ‘Oh meu
deus, vai devagar’, ‘você é muito grande’ ou o
melhor ’que deliiiiiiiciiiiiaaaaa’ — Ela imitou os
sons fazendo todos rirem. Não consegui manter a
cabeça erguida, não por vergonha, mas por ouvir
sua voz gemendo. Ela me deixou de pau duro.
Tinha vontade de falar que ela também era faladora
na cama, mas me controlei. Penny nunca me
perdoaria por expor ela.
— Eu não sei como você consegue foder
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em casa, Penny é como nossa mãe e é super


estranho. — Josh falou fingindo estremecer. — Até
hoje não esqueci ela me fazendo colocar um
preservativo na minha primeira vez.
Meu sangue ferveu, ele só concretizava a
ideia para Penny, que estarmos juntos era errado.
Eu podia ver nós olhos dela isso.
— Penny não é nossa mãe, eu sou mais
velho que ela. — Eu consegui dizer.
— Por poucos meses. — Ela resmungou.
— Você não acha, só porque você quer
foder ela. — Josh deu de ombros e Apollo que até
agora estava quieto deu um tapa forte em seu
pescoço.
— Respeito.
— Não se preocupe, não vou foder Jack. —
Penny respondeu ofendida saindo da mesa sem
olhar para trás.
— Ela ficou chateada. — Bella olhou para
nós com raiva, a primeira mostrada desde que
chegou. Apesar de estar recebendo uma bronca não
pude deixar de ficar emocionado pela menina
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finalmente estar saindo da casca que ela era quando


chegou. — Como vocês podem ser tão idiotas. —
Eu desviei os olhos dos dela e Josh murmurou com
uma voz arrependida.
— O que eu fiz?
— Olha a linguagem que você usou, ela não
é uma puta, nem mesmo deve se falar com uma
assim. Mulheres merecem respeito. —Ela afirmou
calmante e ele acenou com a cabeça uma vez,
pensando naquilo.
Ela deu o assunto por acabado e foi tomar
um gole de café, eu devia ter avisado que Josh
provavelmente faria alguma pergunta estúpida
como ele estava acostumado, mas não fui rápido o
suficiente.
— Mas até você fode, é só o jeito que eu
digo. — Ele disse e ela engasgou com o café, sua
pele ficando vermelha.
Eu nesse momento não sabia se ria ou a
ajudava, mas ao ver o desespero do meu irmão
levantando seus braços para tentar fazê-la respirar,
eu comecei a abana-la só pra ter o que fazer,

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enquanto o merdinha do Josh ria. Quando Bella


desentalou, Josh continuou a rir, eu já estava puto
com ele e poderia usar isso como desculpa para lhe
dar umas porradas.
— Não me faça acabar com seu outro olho.
— Bella ameaçou de brincadeira, Josh já estava
com o olho quase bom, Apollo tinha batido nele
depois que ele ofereceu drogas para Bella, para
saber se ela era uma viciada. Idiota. Às vezes eu
esquecia que ele mal tinha dezoito anos e ficou
tanto debaixo da nossa asa que não percebe que ser
tão espontâneo pode ser perigoso no nosso mundo.
— Se isso significar ter a gostosa da Sara
me costurando eu aceito. — Sorriu e deu um pulo
quando Apollo ameaçou o bater, de novo. —
Calma, irmão. — Ele ainda estava sorrindo. — Eu
tenho que resolver alguns assuntos, mas de tarde eu
estou de volta. Podemos ver um filme? —
Perguntou a ela, que assentiu tomando um gole do
café. — Até mais tarde cunhadinha. — E assim ela
engasgou novamente, só que dessa vez nós rimos.
Era divertido vê-la corar e se atrapalhar. O olhar
apaixonado do meu irmão para Bella, mexeu
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comigo, eu me lembrava de ter esse olhar.


Terminei o café e me levantei indo para a
cozinha. Encontrei Penny sentada numa cadeira
olhando para a janela.
— Você não precisa se sentir culpada. Nós
não somos irmãos ou algo assim. Nem mesmo de
consideração, nunca a vi como uma e você sabe
disso.
Ela me olhou.
— Tudo seria mais fácil se nos víssemos
assim.
Era a primeira vez em anos que ela se
referia a gente como um nós.
— A vida nunca é fácil, está na hora de
vermos o que queremos no futuro. Eu vou te amar
para sempre Penélope, mas não vou esperar por
muito mais tempo. Não deixe o passado te impedir
de ter um futuro.
Sai da cozinha com o coração mais
despedaçado do que quando eu entrei. Eu queria
machuca-la como ela me machucou então
novamente eu trouxe uma mulher para casa,
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poderia foder em algum hotel ou nos próprios


quartos dos bordeis, mas queria que ela soubesse.
Que se lembrasse das nossas noite e como éramos
bons juntos. Quando entrei em casa vi Apollo e
Bella se beijando.
Quantas vezes Penny e eu nos
esgueirávamos pela casa para trocarmos nem que
fosse um selinho, seguido de palavras de amor. Só
queria voltar ao passado e eternizar aqueles
momentos. Só queríamos que nosso amor fosse
maior que qualquer medo de Penny.

Na manhã seguinte estavamos tomando café


quando Apollo e Bella chegaram de mãos dadas, a
menina tentou se afastar de Apollo, mas ele não
deixou. Ela nunca seria julgada por nós, se esse
fosse seu medo.
— Olha só, eles crescem tão rápido. — Josh fez
piada, e eu acertei um tapa em sua nuca. Ele
finalmente percebeu o quão envergonhada ela
estava por ter sido pega por mim ontem. — Foi
brincadeira. Você está bem, Bee?
— Sim. — ela disse, vendo a expressão de
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deboche do meu irmão.


— Espero que você tenha sido um
cavalheiro na cama meu irmão. — Josh soltou essa
piadinha e Bella, sem que esperássemos tacou o
pão na cara dele, arrancando a nossa risada e cara
incrédula de Josh.
— Não sabia que pão voava. — Penny
brincou colocando na mesa uma garrafa de café. Eu
respirei seu perfume de flores.
— Você vê PenPen, a gente trata a irmã
caçula como princesa e ela retribui me tacando um
pão quando só queria dar conselhos. — Ele brinca
se fazendo de triste. — É triste ser irmão mais
velho.
Penny bagunçou seus cabelos e o abraçou
por trás da mesa.
— Você tem sorte de ser fofo fazendo essa
cara. — Ela disse e ele se levantou a abraçando e
enfiando a cara nos peitos dela para Penny acariciar
seus cabelos.
— Eu ainda vou me casar com você
Penpen. — Ele falou fazendo todos rirem, menos
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eu. Ele achava engraçado brincar com uma coisa


que era meu sonho, terminar de chutar cachorro
morto?
— Estou saindo, não sou obrigado a ficar
vendo essa baixaria.
— Baixaria seria se fosse com você, seu
idiota. — Penny respondeu se afastando sem olhar
para trás, pelo caminho que ela estava fazendo não
deixava duvida que estava indo para seu quarto.
Eu a observei sair, tremendo de raiva. Raiva
de sua escolha de não lutar por nós, por ser egoísta
sobre nossos sentimentos.
— Porque você faz isso com ela? — Bella
perguntou. — Penny não merece isso.
Eu gostava dela, mas ela não tinha o direito
nenhum de se meter nesse assunto.
— Não se meta. — Rosnei ainda olhando
para a direção que Penny foi.
— Fale direito com ela, porque se ela se
sentir mal eu vou quebrar a sua cara. Não desconte
suas merdas na gente Jack, seja homem e lute pelo
o que você quer. — Apollo falou. Eu me virei para
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eles, vendo-os juntos só me fazia sentir pior. Eles


estavam caminhando para uma relação, um futuro,
enquanto eu estava preso no passado.
— Desculpe. — Consegui dizer e sai.
Precisava ficar o mais longe possível ou iria
finalmente jogar as cartas na mesa com Penny, mas
ainda que não admitisse, eu tinha medo que se
falasse tudo abertamente com ela, seria o nosso
ponto final. E eu não estava preparado para isso.

— O’brien foi cobrar Alder, ele pediu até


amanhã. — anuncio ao entrar na sala de Apollo.
— Ele está quanto tempo atrasado? — Meu
irmão perguntou sério.
— Era para ele ter pagado a três dias. Dois
já foram lá.
Apollo acenou com a cabeça.
— Mande O’brien dar uma surra e ficar até
meia noite a espera do dinheiro.
Eu aceno passando as ordens.
— Hoje está tudo mais calmo, foi a ultima
pendência. Esta tudo sob controle.
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Apollo olhou o relógio.


— Quatro da tarde, vamos encerrar por
hoje. Chame Josh, vamos jogar vídeo game?
Eu acenei, precisávamos desse tempo para
descansar. Fazia só poucos meses que assumimos
tudo no lugar do nosso pai. Ele estava doente e já
não conseguia mais manter o negócio. Eu querendo
ou não tinha magoa do meu pai, ele nunca ficou
muito conosco e deu o ultimato a Penny. Depois
disso eu parei totalmente de falar com ele, Apollo
tentou interferir, mas nem ele conseguiu. Só falava
com meu pai quando era realmente preciso e
palavras contadas.
Nós voltamos para casa e estavamos
jogados no sofá. Josh como sempre perdia e
deixava a batalha entre seus irmãos mais velhos.
Nós éramos tudo que ele tinha, sua referência
paterna éramos nós. Nós moramos com nosso pai,
mas ele mal estava presente, e quando estava impôs
medo. Raras vezes ele nos fez companhia ou nos
levou a algum lugar para nos divertimos em vez de
ser algo relacionado a trabalho. E todas essas vezes
teve a influência de Penny.
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Ouve um tempo que pensei que meu pai


podia estar interessado em ter algo com ela. Não
era raro vermos capos e consiglieres já velhos
acompanhados de mulheres que podiam ser suas
filhas... ás vezes até netas. Mas logo percebi que
Penny o cativou assim como todos nós e ele a
tratava como uma filha. Desde que fomos
praticamente expulsos de casa a alguns meses, ele
proibiu a visita de qualquer um de nós, como se eu
fosse por iniciativa própria. Mas Penny teimou e
continuou a ir, fazendo visitas e levando algumas
coisas que ele gostava. Ela era grata a tudo que ele
tinha feito. Meu pai nem mesmo no leito de morte
daria a Penny a permissão que ela tanto precisava
para ficar comigo, disso eu tinha certeza. Ele era
orgulhoso demais para desfazer a merda que fez.
— Homens e seus brinquedos. — Penny
falou atraindo a nossa atenção. Eu nem sequer tinha
ouvido o barulho da porta sendo aberta.
Eu a olhei de lado, ainda chateado por tudo,
mas quando a vi pulei no sofá. Saindo do meu
estupor.
— Que porra você fez com seu cabelo. —
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Eu gritei. Na minha frente eu estava vendo Penny,


do jeito que ela era na primeira semana que ela
chegou em nossa casa. Eu havia odiado o fato que
ela pintou o cabelo para tentar esconder sua beleza
e persistiu com isso por tantos anos, mas agora vê-
la assim me deixou sem fala.
Vê-la foi um choque para mim. Não
consegui me concentrar em nada que falavam a
minha volta, minha atenção completamente voltada
nela. Só consegui me sentar. Penny em nenhum
momento me olhou, sua atenção focada em suas
unhas feitas.
— Eu quero ela. — Josh suspirou, me
trazendo de volta ao mundo.
— Ela, pelo o que parece não quer você. —
resmunguei. — As mulheres que queremos nunca
nos querem, é a maldição da nossa família. Boa
noite pra vocês. — Olhei como Bella e Apollo
ficavam bem juntos, imaginando novamente Penny
e eu. Me levantei e fui para meu quarto. Isso tinha
que acabar de uma vez.

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CAPÍTULO 7

PASSADO
PENNY
Minha vida havia se tornado muito mais
divertida desde aquela noite em que Jack me pediu
em namoro. Estavamos juntos há duas semanas e
três dias, mas quem é que está contando?
Nós tentamos ser os mais discretos
possíveis, Jack em casa mal me olhava quando seu
pai estava perto e eu fazia o mesmo, mas na escola
ele muitas vezes esquecia que nosso namoro era em
segredo e pegava ele me olhando. O olhar quente
dele nunca sairia da minha mente, enquanto Apollo
tinha uma beleza aristocrática, de príncipe, Jack
parecia um guerreiro Viking, mais cru possível.
Quando nos beijávamos eu sempre me desfazia em
seus braços, seus beijos eram mágicos.
Mas não passamos disso e ele também não
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me pressionou a fazermos nada, estavamos curtindo


o momento juntos, criando uma ligação que só nós
entendíamos. Toda noite, às onze eu ansiava que
ele batesse na minha porta bem de leve, com seu
toque especial, como havia feito todas as noites.
Hoje não era diferente, porém eu estava me
tremendo toda. Queria toca-lo, e queria que ele me
tocasse. Cada vez que ele vinha eu sentia umas
sensações que eu tinha certeza que podiam
aumentar ainda mais.
Vesti meu pijama mais curto, que Marília
comprara do tamanho errado, mas não ousei falar.
E o espero batendo o pé no chão sem parar para
reduzir um pouco da minha ansiedade. Levantei e
me olhei no espelho. Minha raiz loira começara a
crescer sobre o cabelo castanho. Eu precisaria
pinta-lo novamente em breve. O que Jack viu em
mim? As meninas da escola tinham unhas feitas,
mãos macias e eram perfumadas, sem falar das
roupas de marca e cabelos hidratados e brilhosos.
Às vezes penso que tudo isso é um sonho e que
acordarei na minha antiga casa, em volta de meus
pais drogados e vomito pelo chão.
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As três batidas fracas rápidas, seguidas de


uma ultima num intervalo de três segundos. Só Jack
para criar uma combinação para uma batida de
porta quando ele poderia simplesmente bater uma
vez ou sussurrar meu nome.
Respirando fundo uma ultima vez e
mordendo o lábio eu abro a porta. Jack está como
de costume usando somente sua calça de moletom.
Seu abdômen cada dia mais marcado pela academia
e as atividades da escola.
— Uau. — ele murmurou entrando no
quarto e trancando a porta atrás dele.
Eu levantei o olhar de seu abdômen para
ele, que me comia viva com o olhar.
— Marília errou meu tamanho. — Deixo
escapar para quebrar o silencio.
Jack sorri.
— Que bom, tomara que ela faça isso mais
vezes. — Ele se aproxima mais e segura minha
cintura, descendo os dedos até um pouco mais
embaixo, onde a camisa termina, deixando meu
umbigo de fora. — Muitas vezes.
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Ele se abaixa beijando meus lábios de leve,


numa leve caricia. Então sua boca vai para meu
ouvido, me arrepiando quando ele fala com a voz
rouca de desejo:
— Quando nos casarmos quero você
sempre assim, pijamas bem curtos para eu ver o
que é meu. — Sua mão desce pelas minhas costas e
para em cima da minha bunda, a apertando e eu
suspirei, saindo quase como um gemido. — Ou
melhor ainda, sem nada. — Ele beija atrás da
minha orelha, descendo beijos até meu colo.
— Ai Jack. — Eu seguro seus cabelos o
puxando para mim e beijando seus lábios, sedenta
por sentir seu sabor. — Eu quero que você... —
Minhas bochechas coram. Eu nunca tinha falado
sacanagem, mas gostava quando Jack falava.
— Fale, baby. Deixe-me ouvi-la. Quero que
fale para mim tudo que você quer.
Eu empurro meus seios para ele e abaixo o
olhar para seu pomo de adão.
— Quero que você beije meus seios,
enquanto segura o outro apertado. Amo suas mãos

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em mim.
Ele geme e dá um ultimo aperto na minha
bunda antes de sua mão começar a subir minha
blusa, me fazendo respirar mais rapidamente. Jack
percebe e para.
— Você confia em mim? Sabe que eu
nunca faria nada para machuca-la, certo?
Eu aceno, mordendo o lábio e solto meus
braços de seus ombros e os levanto, dando
permissão para ele retirar a peça de roupa. Minha
respiração trava quando seu olhar desce para meus
seios nus.
— Linda. Perfeita.
Ele beija meus lábios com fervor, me
deixando sem fôlego. Seus dedos passando por
meus mamilos, os deixando ainda mais duros,
pesados e desejosos. Com passos apressados ele
nos leva até a minha cama de solteiro, nós nunca
nos deitamos juntos aqui. Quando ele vinha nos
sentávamos no chão, conversávamos, comíamos
besteiras e beijávamos antes que ele voltasse pra
seu quarto.

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Ele me deitou na cama, com delicadeza.


Abrindo minhas pernas para se ajoelhar entre elas.
Seus olhos não deixaram os meus, ele me deu um
selinho, olhando meus lábios com reverencia, o que
me fez morde-lo para provoca-lo. Nunca soube
desse lado meu, parece que Jack traz uma nova
Penny, uma adormecida que nunca acordou. Nunca
me interessei por nenhum garoto além dele.
— Porra Penny. Você me deixa louco.
Ele voltou a beijar meus lábios, sua mão
passando por minha perna, então subindo pela
minha barriga em direção aos meus seios. Quando
seus dedos acariciaram meu mamilo eu gemi contra
seus lábios, arrancando um suspiro dele. Seus
beijos desceram para meu pescoço e melhor do que
eu pude imaginar ele colocou o outro mamilo em
sua boca, passando a língua por ele, o deixando
ainda mais duro.
Eu gemi, perdida nas sensações.
Levantando os quadris pra poder aliviar um pouco
do prazer que eu estava sentindo.
— Você é muito gostosa. — Ele disse,
partindo para o outro mamilo.
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Continuei com a minha dança, mas só


conseguia roçar de leve em sua perna, mas foi o
suficiente para meu corpo responder e tremer em
antecipação.
Jack sentindo isso me levantou.
— Eu vou sentar e você senta em cima de
mim, okay?
Nesse momento ele podia me pedir
qualquer coisa que eu toparia.
— Sim.
Ele se sentou na minha cama e com as
bochechas coradas, vestindo somente meu short eu
me sentei diretamente em cima da sua ereção
marcada pela calça. Jack não estava usando cueca.
Eu deveria ficar horrorizada, mas isso só aumentou
o meu desejo.
— Quando casarmos você nunca usará
cueca em casa. — decretei, ele sorriu charmoso
passando a mão pelo cabelo.
— Concordo totalmente com qualquer coisa
que diga. Pode falar que o céu é verde que eu vou
acreditar.
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Eu soltei uma risadinha, mas ele pegou


minha perna, me puxando para sentar em seu colo.
Ele segurou minhas costas, me puxando para ele
enquanto voltava a beijar meus seios como se fosse
um doce saboroso. Eu tremi em seus braços, e me
mexi um pouco para me ajeitar, foi quando um
prazer forte veio quando minha intimidade
encontrou a dele.
— Baby, roça a bocetinha no meu pau.
Eu tremi, sedenta de desejo. Sem mais eu
comecei a me mover, gemendo sem conseguir me
conter. Era uma sensação tão nova e maravilhosa.
— Meu Deus. — suspirei.
— Fale o que está sentindo. — Ele pediu,
beijando meu pescoço. Enquanto suas mãos foram
para meu quadril me forçando a grudar mais meu
corpo com o seu, arrancando outro gemido meu.
— Eu... minha vagina está palpitando como
um coração. Eu me sinto tão bem.
Ele gemeu, gostando de me ver falar. Me
instigando a continuar.
— Eu sonhei tantas vezes com nós dois
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juntos, mas isso é mil vezes melhor. — Rebolei


mais e fechei meus olhos quando meu corpo
convulsionou de prazer, me fazendo chamar seu
nome como uma suplica.
Jack se afastou um pouco para ver o meu
olhar. Ele estava tão intenso.
— Eu quero que você entre em mim. —
disse, sem conseguir nem ter vergonha. Era tudo
que eu mais desejava no mundo.
— Tem certeza? Eu queria fazer algo
especial, sei que é sua primeira vez.
Eu sorri emocionada, que ele tinha pensado
em fazer algo por mim.
— Está especial e eu vou guardar para
sempre.
Ele beijou meus lábios e me deitou na cama,
retirando meus shorts com delicadeza. Eu estava
nervosa, mas queria tanto isso que superava
qualquer coisa.
— Eu não tenho camisinhas comigo, mas
quero fazer algo contigo.
Eu não entendi a onde ele queria chegar
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com isso, mas então sua boca estava em mim.


Fazendo coisas que nunca imaginei. Sua língua
fazia os dedos dos meus pés se revirarem e
arrancava meu ar. Eu queria ele mais que tudo. Sem
me conter mais eu arqueava meu quadril e segurava
seus cabelos loiros macios, empurrando-o contra
mim. Sem aguentar eu vim novamente, só que
dessa vez foi muito mais intenso. Meu corpo
tremia.
Jack levantou-se e lambeu os lábios, sua
boca inteira estava úmida de mim, seu queixo,
bochechas. Eu estava vermelha igual um pimentão,
ele então passou o antibraço na boca e no queixo
para se limpar. Minhas bochechas coravam, mas eu
não desviei o olhar.
— Deliciosa.
Eu olhei para sua ereção, presa dentro do
moletom. Eu queria fazê-lo se sentir bem como eu.
Sem precisar falar nada, Jack abaixou as calças e
segurou seu membro duro o acariciando enquanto
me olhava.
— Sempre tive desejo de te marcar com
minha porra. Vejo o jeito que os caras do colégio te
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olham. Você chama muita atenção Penny.


Eu levanto o olhar para ele, e percebo que
ele está olhando para a minha intimidade. Eu tremo
de desejo.
— Pode fazer isso...
Ele levanta o olhar para mim.
— Fazer o que? Me fala.
Eu lambo os lábios secos.
— Pode me marcar... com sua porra. Eu
quero tudo contigo.
Ele geme e aumenta o movimento de sua
mão.
— Eu... eu quero prova-lo.
Ele suspira, sem perder o movimento.
— Depois baby, vou te fazer mama na
minha pica, mas agora quero te marcar todinha.
Amanhã quero comer sua bocetinha. Você vai me
dar ela?
Suas palavras me deixaram sem ar. Eu me
sentia poderosa pelo seu olhar em mim, e saber
tudo que ele queria fazer comigo me deixava
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novamente em ebulição.
— Sim. — Ele abriu a boca para falar algo,
mas eu fui mais rápida. — O que mais?
Ele sorriu.
— Você gosta que eu fale sujo? — Ele
mordeu o lábio e desacelerou um pouco o
movimento. — Vou querer chupar você enquanto
você faz o mesmo comigo. Quero te comer na
escola, te fazer gozar na mesa da cozinha, no
chuveiro. Comer seu cuzinho, eu...
Minha mão foi para baixo, sem conseguir
me conter. Me acariciando pela primeira vez. Não
era tão bom quanto roçar nele ou sua língua em
mim, mas aliviou um pouco a dor que eu sentia.
Jack xingou quando desceu os olhos para lá.
— Puta que pariu. — Em seu olhar vi que
qualquer controle que ele tinha já não existia mais.
— Entra em mim, Jack. Por favor.
Sem mais ele se abaixou, colando cada
parte do corpo comigo.
— Porra, baby, eu queria fazer isso
diferente, mas você está tão quente.
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Eu acariciei seu rosto com a minha outra


mão, e a outra subi para sua nuca, o puxando para
mim.
— Eu quero isso. Quero tanto.
Ele pegou seu membro e guiou na minha
entrada. Tive uma leve ardência, mas foi
substituída pelo prazer rapidamente. Eu nesse
momento sabia que iria querer Jack pra sempre. Ele
sempre seria o homem da minha vida.
— Eu te amo. — falei contra seus lábios.
Ele diminuiu as investidas, e abaixou seus
lábios nos meus.
— Eu também te amo, Penny. Sei que
somos novos, mas quero estar para sempre contigo.
Quero que seja minha mulher, a mãe dos meus
filhos. Tudo pra mim.
Sabia que era loucura, mal tínhamos quinze
anos, mas mesmo assim acreditei em suas palavras.
Nesse momento éramos só um.

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PRESENTE

Havia se passado alguns dias desde que


pintei meus cabelos novamente de loiros. Era
estranho para mim me olhar no espelho e ver essa
nova Penny. Por muito tempo eu senti que era
errado eu ter essa aparência. Meus pais me fizeram
acreditar que eu estava trazendo o mal para mim,
que eu o mereceria.
Jack mesmo sem saber me ajudou muito
com minhas inseguranças, ele me ensinou que eu
era bonita sim e que não tinha nada de errado nisso.
Que eu podia ter minhas vontades e que minhas
decisões eram somente minhas.
Hoje todos estavamos apreensivos, Bella
havia tido um pesadelo horrível sobre seu passado e
chorava muito. Foi devastador ver tanta dor nela,
me fez lembrar a mim mesma, mas com certeza
Bella havia passado por muito mais dores.
Fui a cozinha tentar fazer algo, só pra ter o
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que fazer, essa sensação de que não posso fazer


nada por ela acabava comigo, mas Bella não se
abria, não importa o quanto tentávamos.
— Você acha que algum dia ela irá falar?
— Jack pergunta, entrando na cozinha com um
olhar triste.
— Acredito que irá quando a ferida não
estiver mais tão aberta, quando não doer tanto.
Ele passou a mão pelo cabelo e sem
conseguir evitar eu me aproximei dele, o
abraçando. Jack não hesitou em aceitar meu abraço,
faz muito tempo desde que nos abraçamos, só
fazíamos isso em datas importantes como natais e
aniversários. Eu sentia falta de estar em seus
braços.
— Penny vamos todos pra piscina. — Josh
falou entrando na cozinha e eu rapidamente me
afastei de Jack.
A ultima coisa que precisávamos era mais
brigas hoje. Josh me tinha como uma irmã, uma
mãe e eu sabia que para ele seria difícil me ver com
seu irmão.

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— Claro. Bella precisa mesmo se distrair.


Vou ligar pra Sara para vir e no caminho comprar
uns biquínis.

Nós nos divertimos na piscina, brincamos


como a muito tempo não fazíamos. Parecia que
éramos crianças de novo e foi maravilhoso
relembrar esses momentos. Cheguei a subir nas
costas de Jack para brincar de briga de galo e não
pude evitar me sentir quente para ele. Jack ao longo
dos anos ganhou músculos, mais até do que Apollo.
Jack tinha uma aparência mais rústica e isso mexia
com a minha imaginação. Antes que desce por mim
acabei adormecendo depois de umas bebidas, eu
era muito fraca para isso.
Acordo sendo erguida, abro um pouco meus
olhos e percebo que é Jack me levando a algum
lugar. Me aconchego a ele, gostando da sensação
de tê-lo comigo. Não devia ter ido na onda de Sara
e bebido.
Ele me coloca numa cama macia e leva um
segundo pra eu perceber que estou no meu quarto.

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— Está entregue. Tá toda vermelha igual


um camarão, Penny! — ele me repreende e eu
sorrio charmosa para ele.
— Acho que vou ter que achar alguém pra
passar um creme nas minhas costas.
Ele grunhe alguma coisa, mas eu fecho os
olhos querendo dormir de novo. Dou um pulo
quando sinto suas mãos nas minhas costas.
— Estou passando um pouco de loção nas
suas costas ou você realmente ficará com dor mais
tarde.
Deixo ele fazer o trabalho e finjo dormir,
apreciando suas mãos em mim. Nunca tive nenhum
homem depois de Jack, só beijei uns caras depois
de sair com Sara algumas vezes, porém nunca senti
nada que me fizesse querer prosseguir. Quando ele
passa a loção pela minha bunda eu escuto sua
respiração descompensada, ele segue pelas minhas
pernas e eu não deixo de abri-las um pouco
querendo mais. Posso culpar a bebida depois com
toda a certeza.
— Penny. — ele me alerta com o olhar e

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rapidamente termina de passar nas minhas pernas


antes de se afastar. — Melhor eu ir. — Ele
murmura.
— Não, fica mais um pouco. Só um
pouquinho. Não consigo dormir.
Ambos sabemos que é mentira e também
que me arrependerei mais tarde, mas mesmo assim
ele se joga na cama de sunga ao meu lado e me
puxa para ele. Tento não dormir, aproveitando esse
momento, mas o sono me chama e antes que
perceba estou caindo no sono.
Jack me acorda horas depois, ele já está
vestindo outra roupa, o que diz que ele já acordou a
um tempo.
— O que está fazendo aqui? — Eu pergunto
mais dura do que deveria. Dormir com ele mais
cedo me deixou vulnerável e isso não pode
acontecer. Jack tem o poder de derrubar meus
escudos, mesmo que não saiba ainda.
Sua expressão fica dura.
— Te acordei porque Bella precisa de você.
— Ele então coloca uma mecha do meu cabelo
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atrás da orelha. — Por mim podíamos ficar vendo


um filme juntos na cama e comendo algo.
Eu rio sem humor.
— Isso não vai acontecer, Jack. Aceite que
o que tivemos passou e siga em frente. — Meu
coração sangrava por dizer isso, mas eu precisava.
Jack precisava deixar esse sentimento ir. Era ruim
pra gente. Nunca iríamos ser nada e eu também não
queria virar uma amante quando ele fosse obrigado
a se casar.
— Foda-se Penny! — Ele grunhe e bate a
porta do meu quarto.
Penso em continuar aqui até amanhã, porém
lembro que ele me acordou falando algo sobre
Bella. Essa doce menina ganhou meu coração e eu
faria qualquer coisa ao meu alcance para vê-la feliz
e bem.
Depois de tomar um banho eu saio do meu
quarto e dou de cara com Sara. Ela esteve aqui esse
tempo todo?
— Nem pergunte. — Ela diz assim que vê
minha cara. — Vamos comprar umas pizzas. O
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clima tá meio estranho, pelo o que eu ouvi os pais


de Bella estiveram aqui e não foi bom. Jack bateu
no irmão dela, que insinuou que Bella estava sendo
uma puta.
Que desgraçado! Falta de consideração com
tudo que a irmã passou.
— Não gosto desse menino. — anuncio
quando entramos no banco de trás do carro com
seguranças.
— Eu também não, já bati com ele algumas
vezes. Ele parece um psicopata.
Depois de comprarmos pizzas, o meu bolo
de chocolate favorito daqui de Las Vegas e umas
cervejas voltamos ao apartamento. Os meninos
estão na sala. Quero pedir desculpas pelo jeito que
tratei Jack mais cedo e agradecer por ele defender
Bella, mas ele nem sequer me olha. Ele nunca me
ignorou antes.
Sara coloca clipes de musica para tocar e
elas me convencem a dançar junto delas. Antes que
eu perceba eu estou bêbada e rindo feito doida.
Jack finalmente quebra o gelo e volta a me

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observar, e a parte devassa em mim gosta dessa


atenção. Danço me esfregando em Sara que nem
liga, mas eu percebo que ela gosta de ver Josh
louco por ela.
Minha amiga sempre gostou de ser o centro
das atenções, porém com os cursos e a faculdade
ela não teve muito tempo para si mesma, por isso
que ela arriscou tudo para realizar suas fantasias.
Quando ela foi até o senhor King eu intercedi por
ela, e pelo carinho que ele teve por mim ele
autorizou essa vida secreta de Sara.
— Acho que já chega por hoje, né? — Jack
fala horas depois que Bella e Apollo já foram
dormir.
Eu continuo a dançar, mas dessa vez
sozinha. Sara desistiu uma musica atrás de dançar e
estava comendo bolo e seduzindo Josh. Paro para
pensar e ao olhar nos olhos de Jack eu me lembro
dos olhos de seu pai.
— Sim, é melhor eu dormir. Vou visitar o
pai de vocês amanhã.
Um bocejo me escapa e eu rio. Olho para

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Sara.
— Vai ficar bem? O quarto de hospedes já
está arrumado.
Sara acena sem deixar de olhar Josh e
lamber a colher. Tá bom, então.
Subo as escadas e tropeço no caminho
fazendo Jack me colocar em seus braços. Eu
aproveito para acariciar seu pescoço e peito.
— Você está tão gostoso. — murmuro e ele
fica tenso. Eu solto uma risadinha. — Quando você
sai pela manhã sem camisa me deixa tão molhada.
Parece um deus nórdico.
— Penny você vai se arrepender de falar
essas coisas amanhã.
— Será que vou? — Contesto e beijo seu
queixo com a barba. — Quando éramos jovens
você não tinha essa barba, ela iria me arranhar tão
gostoso lá embaixo.
— Penny...
Ele me coloca no chão de frente para meu
quarto e abre a porta para mim.

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— O que? Eu sei que você me deseja. —


Para provar meu ponto eu agarro seu pau por cima
da calça jeans.
Ele relutante segura minha mão e a afasta.
— Não assim. Eu sei que você culpará a
bebida amanhã e me odiará por me aproveitar de
você.
Meus olhos marejam.
— Eu só queria que tudo fosse mais fácil.
— Eu confesso, fungando em seguida.
— Querida, não chore. Por favor. — Ele
pede, me puxando para ele em um abraço. — Nós
podemos fazer isso, basta você querer. Eu
enfrentaria o mundo por você, Penny.
Eu fico tensa me lembrando de tudo e me
afasto.
— Não, Jack. Você seria engolido pelo
mundo.
Antes que ele responda eu entro no meu
quarto e tranco a porta.

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CAPÍTULO 8

PASSADO
PENNY

Faz dois meses desde que Jack e eu


dormimos juntos pela primeira vez, qualquer
vergonha que eu tinha acabou por completo. Jack
me mostrou como pode ser prazeroso estarmos
juntos. Acho que Apollo já desconfia de nós, mas
nunca falou nada.
Na escola Jack me leva para almoçar com
ele e sempre fala comigo, se sentando comigo
durante as aulas que temos em comum. Selena
tentou me acuar no banheiro uma vez e quase
conseguiu.
— Eu sei o que está fazendo. Você acha que
Jack vai ficar contigo por mais tempo? Ele só está
contigo pra provar uma virgem. — Ela cuspiu as
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palavras.
Meus olhos marejaram, mas eu não chorei.
Não deixaria ela perceber o quanto fui fraca. É
como um sangramento, quanto mais se mover mais
irá sangrar.
— Ninguém aqui gosta de você. Você pode
morar com os Kings, mas não passa de uma pobre
puta ralé! Nada mais que caridade e todo mundo
sabe que o senhor King deve estar fodendo você.
Ela espera eu falar algo, mas eu começo a ir
para a porta, completamente devastada. Ela então,
sem que eu espere, puxa meus cabelos.
— Sua puta eu estou falando com você!
Eu lhe acerto um tapa na cara, querendo
tirar suas mãos de mim e quando consigo corro
para longe. Vou parar atrás da escola, onde Jack e
eu ficávamos escondidos e lá choro. Minha cabeça
dói por ela ter puxado meus cabelos e por ela ser
tão má comigo. Não tenho nenhuma amiga aqui, as
meninas podem até me tratar bem, mas nenhuma
amiga. Agora que Selena havia falado isso fazia
sentido elas terem se afastado de mim, ela disse

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mentiras a meu respeito.


— Ah, tem gente aqui. — Uma menina diz.
Eu levanto a cabeça e vejo uma menina ruiva linda.
Devia ter onze ou doze anos. — Está tudo bem?
Eu começo a acenar, mas minha cabeça dói,
me fazendo encolher. Ela se aproxima e se senta ao
meu lado.
— Alguém te machucou?
Eu aceno e ela fecha a mão em punho.
— Me fala quem é. Eu posso te ajudar a
pregar uma peça, podemos colar a mochila dela ou
colocar uma placa nas costas dela.
Rio de leve apreciando suas ideias.
— Ela não vale a pena. — Dou de ombros.
Me vingar não era uma coisa que eu gostaria de
fazer.
— Bem, sorte a dela. Ou iria estar frita com
nós duas. Eu sou Sara Munniz.
— Eu sou Penélope, Penny, Wilson.
— Nós podemos ser amigas. Eu nunca
gostei de andar com as meninas da minha idade,
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são muito infantis.


— Eu iria gostar disso. — Dou um sorriso
feliz, mas logo murcha. — As meninas falam
coisas ruins de mim, mas não são verdades. —
Tenho medo que quando ela escute algo não queira
me perguntar.
Ela acena sem contestar ou perguntar.
— Se vierem falar coisas ruins de você
terão que me encarar. Papai diz que eu sou igual
uma pimenta, inteira eu não perturbo, mas não
mexe comigo que eu queimo.
Eu rio da sua descrição. Abro a minha bolsa
pegando uma caixinha de chocolate que ganhei de
Jack.
— Você quer?
Ela abre um largo sorriso.
— Penny, acho que é o começo de uma
grande amizade.

Sara precisa voltar para a sua sala depois do


intervalo e eu volto a ficar sozinha. Quando estou
pensando em voltar para a sala, Jack aparece
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correndo até mim.


— Você está aqui. Fiquei preocupado de
não te achar no intervalo.
Eu olho para o chão.
— Só precisava de um tempo sozinha.
Ele se abaixa na minha frente.
— Pode me contando o que houve, você
estava chorando.
Eu fungo olhando para o chão. Quando Jack
tenta levantar minha cabeça, a dor que eu estava
fica mais forte e eu estremeço.
— Me conte agora o que houve! — ele
comanda.
— Selena me encurralou no banheiro, disse
algumas coisas ruins pra mim.
— E o que mais?
Eu o olho.
— Deixa pra lá, Jack. Não vale a pena.
Ele só me olha.
— E o que mais? — repete com a voz

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mortal.
— Ela puxou meus cabelos.
Ele grunhe.
— Filha da puta!
Eu seguro suas mãos.
— Por favor, não faça nada. Não vale a
pena.
Ele segura meu rosto com cuidado.
— Você vale.

No dia seguinte eu queria fingir estar doente


para não voltar a escola. Eu nunca mais me sentiria
bem lá, sabendo o que as pessoas pensavam de
mim. A escola podia ser cruel. Eu estudava antes
numa escola publica então convivia com alunos
vendendo drogas e usando, pessoas transando pelos
cantos, brigas e essas coisas. As coisas eram
abertas. Numa escola de elite tudo era debaixo dos
panos, intrigas, fofocas, mentiras. Eu não tinha
ideia de qual das duas eram piores.
— Você está bem, criança? — Senhor King
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pergunta.
Levanto a cabeça para ele parando de
remexer o café da manhã.
— Sim, senhor.
Ele me observou um pouco antes de voltar
sua atenção para o jornal. Apollo levantou uma
sobrancelha para mim querendo saber o que houve,
mas eu neguei com a cabeça.
— PenPen, na volta podemos ver um filme
e fazer uns biscoitos? — Josh perguntou e eu sorri
para ele.
— Claro, querido. Eu irei adorar.
— E mais tarde podemos fazer os deveres
da escola juntos. — Apollo completou sorrindo
para mim.
— E podemos jogar vídeo game. —
Incrementou Jack, piscando para mim.

Quando o carro para na porta da escola eu


suspiro, tomando coragem eu saio do carro de
cabeça baixa. Esperava poder lanchar escondida de
novo hoje, talvez minha nova amiga aparecesse.
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— Ei, cabeça erguida. — Jack disse,


passando o braço ao redor do meu ombro. —
Mostre a eles que estão errados.
A muito custo eu levantei a cabeça e andei
de cabeça erguida para dentro da escola. Os alunos
paravam pra nos olhar, me olhar e isso me deixou
com as bochechas coradas, não conseguia esconder
como eu estava incomodada com a atenção.
Durante as aulas eu me mantive focada no
que os professores falavam. Me sentia mal, mas
não queria decepcionar o senhor King que estava
investindo na minha educação.
Na hora do intervalo eu já ia fugir quando
Jack e Apollo pegaram meus braços e me levaram
até o refeitório como perfeitos cavalheiros.
— Eu não quero ir. — murmurei antes de
entrarmos.
Os irmãos me olharam, eram parecidos e
tão diferentes ao mesmo tempo.
— Você vai sim. — Ambos falaram em
uníssono.
— Não quero. — Joguei de volta pensando
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em como correr deles.


— Você vai gostar do que vai acontecer,
gata. Eu te juro. — Jack disse confiante e beijou
minha bochecha, bem perto da minha boca. Olhei
para Apollo que estava sorrindo.
— Sempre desconfiei.
Eu estava nas nuvens com o beijo de Jack e
eles usaram isso pra me fazer entrar no refeitório.
Jack me soltou assim que sentei a mesa junto com
Apollo e foi buscar comida. Eu estava tomando
coragem para fazer o mesmo quando ele colocou a
comida na minha frente e se sentou.
Eu remexi a comida, sabendo que seria
horrível jogar fora sabendo quantas vezes passei
fome na vida e havia tantas pessoas que ainda
passavam. Peguei o hambúrguer e dei uma
mordida, só então eu percebi o quanto estava com
fome já que não tomei o café da manhã.
Jack e Apollo brincaram comigo, me
distraindo enquanto eu comia e quando dei por
mim já tinha terminado, assim como meu
refrigerante.

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— Toma o meu, baby. — Jack me entregou


seu refrigerante e eu arregalei os olhos, olhando em
volta com medo que alguém tivesse ouvido ele
falar assim comigo. Hoje Jack estava mais
impulsivo, não estava conseguindo esconder bem a
nossa relação.
— Jack...
Ele e Apollo olharam para trás de mim e eu
senti meu estomago embrulhar ao ver Selena.
— Penny posso falar contigo? A sós.
Eu abri a boca para negar, vendo que as
pessoas a nossa volta estavam olhando e
comentando.
— Não, o que você tiver que falar, irá dizer
aqui em alto e bom tom. — Jack retrucou.
Selena estava claramente incomodada com
a situação e eu não achei bom mexer com a onça
com vara curta. Se ela me xingasse ou algo assim
eu realmente preferia que ela fizesse sozinha do
que com todos vendo.
Ela suspirou.
— Eu queria me desculpar pelas mentiras
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que tenho contado a seu respeito. — Ela disse alto


o suficiente para que todos do refeitório ouvissem.
— Eu estava com ciúme. Você é pupila do senhor
King e eu estava com inveja que você convivia
diariamente com os meninos. Você não tem nada
com ele e nem com ninguém. Eu sinto muito.
Seus olhos estavam marejados, mas não de
arrependimento e sim de raiva.
— Tá tudo bem. — Eu consegui dizer. O
hambúrguer que eu havia comido com tanto gosto
ameaçava sair a qualquer momento.
— Eu sou uma mentirosa. Eu sou uma vadia
má. — Ela cuspia as palavras e lagrimas caiam dos
seus olhos. — Eu sou a pior pessoa do mundo e
tenho que machucar as pessoas para me sentir bem
comigo mesma.
— Está tudo bem. Eu aceito suas desculpas.
— Disse, querendo que isso acabasse.
— Eu não sirvo para nada, só pra tornar
todos infelizes.
Assim que ela terminou de falar isso saiu
correndo. Eu estava atordoada sem entender o
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porquê dela se humilhar dessa maneira na frente de


todos. Apesar do que ela me fez eu me sentia
péssima.
— Bem, isso foi melhor do que o esperado.
— Jack falou e eu me virei para ele, completamente
descrente e enojada.
— Você a fez dizer essas coisas?
Jack negou com a cabeça.
— Penny uma coisa que você tem que
aprender desde cedo é que ninguém mexe com os
Kings. Ao te difamar Selena difamou todos os
Kings e o que eles representam.
— Ela tem sorte que não houve nada pior.
— Apollo contou com simplicidade. — Logo ela
está bem de novo. Seu pai tinha negócios com a
nossa família e não ficou feliz em receber um aviso
de papai. Teve um braço quebrado como aviso para
segurar a língua da filha.
Eu estava começando a entender como as
coisas funcionavam com a máfia, mas parecia que
isso era só um pequeno grão de areia comparado ao
que eles são capazes.
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CAPÍTULO 9

PASSADO
JACK

O amor que eu sentia por Penny cada dia


mais aumentava, sei que somos jovens, porém foi
impossível lutar ou resistir a isso por mais tempo.
Eu a amava com tudo de mim e queria que
ficássemos juntos para sempre. Tínhamos acabado
de fazer um ano juntos. Penny já estava com seus
dezesseis e eu também. Ela era emancipada, o que
resolvia boa parte do problema.
Papai meses antes havia levado Apollo e eu
para a antiga casa onde Penny morava, era uma
periferia vandalizada, com prostitutas e drogados
na rua. Senti uma raiva insana me tomar ao pensar
nela sozinha caminhando por essas ruas, pensando
sobre os seus pais deixando qualquer um entrar,
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colocando sua vida em risco.


— Eu posso ver a raiva de vocês. Sim,
Penélope correu muito risco ao viver aqui com os
pais irresponsáveis. — papai disse, com a voz sem
emoção, mas eu vi que ele estava tão zangado
quanto eu. Com o passar dos meses percebi que ele
tinha carinho por Penny e apesar de não demonstrar
muito a tratava como uma filha.
No seu aniversario de dezesseis anos ele
contratou uma organizadora para fazer o
aniversário dos sonhos para Penny. Depois de ter
feito Selena parar de importuná-la, Penny se
enturmou mais e fez bastante amigos. Eu havia
forçado alguns a falarem com ela no começo, mas
logo todos se encantaram pela minha doce menina.
Penny chorou muito quando viu tudo
pronto, abraçou meu pai apertado o agradecendo
com todo o amor do mundo e meu pai sorriu,
acariciando seus cabelos. Ele raramente nos tocava
fisicamente e foi bom ver que ele gostava de Penny
tanto quanto nós. Apollo e eu tivemos uma valsa
com ela e eu tive que me segurar fortemente para
não beija-la na frente de todos e acabar com nosso
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disfarce. Ela estava tão bonita.


Papai nunca desconfiou de nós dois. Éramos
discretos ao máximo e eu sabia como entrar em seu
quarto a noite sem ser visto. Eu fingia que pegava
meninas na escola e fazia Apollo perguntar sobre
elas perto de papai. Sabia que isso chateava Penny,
mas era preciso e a noite eu mostrava a ela, que ela
era a única mulher que eu queria.
Penny certa vez tentou começar uma
conversa sobre ter também um namorado falso e eu
fiquei possesso. Só percebi que era uma brincadeira
quando ela soltou uma risadinha discreta, a
risadinha que eu conhecia bem. Uma vez meu pai
perguntou sobre isso, foi perto de seu aniversario e
Penny disse que não estava interessada em nenhum
garoto e que queria estudar para orgulhá-lo. Isso o
agradou bastante e tecnicamente era verdade.
Penny se empenhava ao máximo, apesar de sempre
me falar que não sentia vocação para nenhum
emprego importante. Ela pensava muito em ser
médica ou juíza para ajudar papai, mas logo tirei
isso da cabeça dela. Não a queria envolvida nesse
meio.
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— O que estamos fazendo aqui, pai? —


Apollo perguntou, hesitante. Meu pai deu um olhar
de desagrado ao ver isso.
— Os pais dela estão perguntando de mim
por aí.
— Querem dinheiro. — adivinhei e ri
balançando a cabeça. — Eles não tem noção do
perigo?
— São drogados. — Meu pai declarou o
obvio. — Bem, está na hora deles saberem que não
devem se meter com a minha família.
Eu e Apollo trocamos um olhar.
Nós já havíamos ido com os seus homens a
alguns lugares ruins para aprender sobre o negocio
da família. Nós entramos em cassinos, boates,
clubes de stripper e já havíamos visto muitas
coisas. Papai era mais rígido com Apollo, o estava
preparando para assumir tudo e eu não o invejava.
Não tinha o menor interesse de ser o chefe disso
tudo.
Papai desceu do carro e apontou para a
porta, dois dos seus homens foram na frente e com
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um chute arrombaram a porta. Papai sequer nos


olhou quando começou a caminhar, Apollo
precisou me puxar para que eu descesse do carro.
Não queria participar disso. Penny poderia estar
magoada com seus pais e eles serem lixos
completos, mas ainda eram e sempre seriam seus
pais.
Quando entramos a cena diante de mim me
fez parar. O pai de Penny era parecido com ela,
tinha os mesmos cabelos claros que ela tinha antes
de pintá-los. Sua mãe tinha as sobrancelhas e olhos,
além de alguns traços parecidos, porém estavam tão
magros e acabados que era difícil achar mais
semelhanças. Ambos estavam sentados no sofá, e
os homens de papai seguravam eles pelo ombro.
— Vocês estavam perguntando de mim e
aqui estou eu. — Papai disse, com a voz sem
demonstrar nada.
O pai de Penny parecia perdido, claramente
ainda drogado. Já a mãe dela, estava sóbria e eu via
medo em seu olhar. O mesmo olhar que Penny
tinha quando chegou a nossa casa.
Desviei do seu olhar, observando o cômodo
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a minha volta. Era pobre, não havia nada de valor.


O sofá estava rasgado, o chão era repleto de poeira
e lixo. Havia um cheiro leve de vomito como se
tivessem limpado mal. Eu olhei para a porta a
esquerda. Penny havia me falado uma vez que era
ali seu quarto e eu tive que me segurar para não ir
até lá.
Meu pai limpou as mãos, apesar de não
tocar em nada e começou a caminhar. Foi até a
cozinha e olhou os armários e geladeira vazias,
então foi até a porta do antigo quarto de Penny e eu
não pude deixar de segui-lo.
O cômodo estava revirado, sem duvida eles
tentaram achar qualquer dinheiro que minha
menina tinha escondido. Reparei a cama velha e
surrados lençóis com estampa infantil. Meu coração
doeu em ver que aquilo era o pequeno mundo de
Penny. Ao lado da sua cama havia uma cadeira de
madeira velha, com vários livros e cadernos
empilhados. Suas poucas roupas ficavam dentro de
uma caixa de papelão no canto do quarto.
Meu pai balançou a cabeça.
— Esses malditos venderam tudo que
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tinham e ainda assim não foi o suficiente. Então


eles venderam Penélope, que não tinha nada a
acrescentar a eles.
— Ela vale muito mais que isso. — Apollo
disse o que eu queria dizer nesse momento. Ele
tocou meu ombro, me pedindo para manter a
calma, mas tudo que eu queria era acabar com eles.
Eles a venderam. As drogas foram mais importante
do que ela. Sua filha.
— Vocês devem imaginar que quando
deixei Penélope morar conosco eu fiz toda uma
investigação sobre ela, para ter certeza absoluta que
ela não era uma espiã. — Ele nos encara, com
aquele olhar frio de negócios. — Acabei
descobrindo que os pais dela tiveram uma outra
filha.
Eu me arrepio já esperando o pior, Penny
nunca falou sobre irmã nenhuma.
— Penélope tinha apenas três anos quando a
criança nasceu, ela apresentava dependência a
drogas e em poucos meses a criança pereceu e
morreu. Acho que com isso eles tiveram
arrependimento e se mantiveram limpos por alguns
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anos, porém a maça podre não volta a ser


comestível. É só uma questão de tempo antes que a
historia se repita.
Em suas entrelinhas ele estava colocando a
escolha de mantê-los vivos nas nossas mãos.
Apollo olhava para o chão, mas eu não conseguia
desviar o olhar de meu pai.
— Faça isso. — Eu disse, precisava ser
forte.
Nesse mundo ou você mandava ou era
mandado. Ou você vivia ou morria.
Meu pai sorriu.
— Eu não, vocês. Quero que ambos o
façam. Já era hora de se tornarem homens.
Ele nos deu as costas e foi para a sala.
Apollo segura meu ombro:
— Não hesite. — ele diz em voz baixa, em
seguida se afasta.

Paro em frente a eles, a mãe de Penny treme


sem parar e o cheiro de mijo me atinge, assim como

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vejo a mancha em sua calça. Apesar de tudo eu não


me sinto confortável em dar medo a uma mulher.
Os efeitos das drogas parecem estar finalmente
passando no pai dela, que arregala os olhos.
— O que vocês querem? — ele diz, com a
voz rouca.
— Vocês andaram perguntando por mim,
querendo saber se podiam conseguir algum
dinheiro. De mim. — Ele retirou uma arma com
silenciador do paletó e deu para Apollo. — Na
perna. Ele.
Apollo pegou a arma e sem hesitar atirou na
perna do pai de Penny, que urrou de dor. Meu
coração estava acelerado e eu queria sumir daqui. O
cheiro do sangue que escorria da perna dele, tomou
o lugar.
— Nós não queremos mais nada. Pode ficar
com ela, só deixe a gente em paz. — A mãe falou,
sua voz doce como a de Penny.
Como eles tiveram coragem de vender a
filha eu nunca entenderei, nunca em toda a minha
vida eu cogitaria essa opção.

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Meu pai nem sequer me olhou.


— Jackson, no pé. Dela.
Apollo me passou a arma sua mão tremia de
leve, apesar de seu rosto estar em branco, porém
quando me entregou a arma ele segurou minha mão
por alguns segundos. Suas palavras se repetiram na
minha cabeça. Não hesite. Eu levantei a arma, mas
não podia atirar nela, apesar de tudo, ela era tão
parecida com Penny. Como atiraria em alguém que
se parecia tanto com a mulher que eu amo.
Antes que eu percebesse o que aconteceu
meu pai tomou a arma de minha mão e me acertou
com um soco forte no rosto, me fazendo cair no
chão.
Ele levantou a arma e deu dois tiros na
perna da mãe de Penny e em seguida mais dois na
perna do pai. Eles gritavam e urravam de dor, a
mãe de Penny chegou a desmaiar.
— Esse foi o primeiro e único aviso, se
afastem totalmente de Penélope. Ela não será uma
escoria como vocês.
Papai saiu e ambos os seguimos, mas antes
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de deixar a casa eu olhei para trás. Um dos homens


de meu pai colocou uma grande quantidade de
droga em cima da mesa e eu sabia nesse momento
que eles estavam cavando a própria morte. Não
passariam de hoje.
— Às vezes não é preciso sequer sujar as
mãos nos negócios, meninos. — Ele disse ao entrar
no carro. Seu olhar frio veio em mim. — A
próxima vez que você hesitar uma ordem minha
será você a tomar o tiro.
Eu queria encara-lo, mas era mais
inteligente que isso. Papai estava nos criando como
chefes de uma máfia, não como filhos.
— Sim, senhor. Eu entendi.

Bati na porta de Penny levemente, na nossa


batida secreta. Ela abriu a porta sorrindo antes de
me puxar para dentro, segurando minha mão. Olhei
o anel no seu dedo indicador que eu havia dado de
presente de aniversario, combinando com Apollo
de dar brincos para ninguém desconfiar. Queria dar
uma aliança, porém meu irmão logo tirou essa ideia
da cabeça. Seria atestar que Penny e eu estavamos
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juntos.
— Oi, senti sua falta. — Ela beijou meus
lábios de leve antes de se afastar e me bater. —
Você colou de mim na prova!
Eu ri a puxando para mim.
— Foi só uma questão. Como eu ia saber
sobre bactérias e protozoários.
Ela rolou os olhos e beijou meus lábios
novamente.
— Vamos ver um filme?
Meu pai havia reformado o quarto inteiro de
Penny como presente de aniversario e agora ela
tinha computador, televisão, estantes recheadas de
livros e uma bela cama de princesa.
— Claro, mas antes queria te perguntar uma
coisa.
— Me diga. — Ela piscou sedutora se
sentando na cama.
— Eu queria saber se... ai droga. Queria
fazer isso de modo romântico, mas não podemos
fazer nada que nos entregue.

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— Jack...
Ela começou a se levantar, mas eu me
abaixei, me ajoelhando na sua frente.
— Penny sei que somos jovens, imaturos
muitas vezes ainda, mas não quero ter um futuro
sem que você esteja nele. Quero envelhecer ao seu
lado, quero que no tempo certo tenhamos uma
família. Quero tudo contigo agora e sempre. Você
fez morada no meu coração e ele não bate mais sem
você.
— Jack...
Eu segurei suas mãos.
— Nós não vamos casar agora, isso é claro,
mas quero que assim que completarmos dezoito
anos você diga sim no altar para mim. Em uma
capelinha ou numa igreja gigante, quero que você
tenha meu nome e seja minha para sempre.
Penélope Wilson, em breve Penélope King, você
aceita ser minha noiva?
— Sim, eu aceito. — Ela disse emocionada,
pulando em meus braços, nos derrubando no chão.
— Em dois anos tudo que sonhamos será
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real. Eu te farei a mulher mais feliz do mundo.


Realizarei todos os sonhos.
— Você já faz, Jack. Você já faz!

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CAPÍTULO 10

PENNY
PRESENTE

Meu despertador me acorda e tudo que eu mais


quero é voltar a dormir, porém lembro do meu
compromisso e me forço a levantar. Eu estava com
saudade do senhor King, apesar de não admitir ele
se sentia sozinho naquela grande casa. Depois de
descobrir a doença ele se afastou totalmente de
todos. Eu entendia que essa era sua maneira de
cuidar da gente, que não víssemos ele ficar
debilitado. Era um homem forte e não queria ser
visto como fraco.
Depois de arrumada eu fui pra cozinha começar
a preparar os biscoitos que ele tanto gostava.
Enquanto os meninos não bateram o pé quanto a
decisão dele de sairmos de lá e não visitarmos, eu o
fiz de qualquer jeito. Ele era um pai pra mim e eu

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nunca iria abandoná-lo como fui abandonada por


meus pais.
Senhor King podia ser duro, mas era a pessoa
que estendeu a mão pra mim e cuidou. Ele me deu
um futuro bem diferente do que eu teria se eu
tivesse sido deixada na rua sozinha.
— Puta merda, Penny. Minha cabeça está
explodindo.
Eu rio de leve, mas minha cabeça também
dói.
— Não estou muito melhor.
Ela se aproxima e beija minha bochecha
antes de ir lavar as mãos e me ajudar a amassar a
massa de biscoitos.
— Dormiu bem?
Ela me olhou de canto de olho e suspirou.
— Dei uns beijinhos em Josh ontem. Esse
menino agora não larga mais do meu pé, né?
Eu ri com a cara dela de desespero.
— Ele é um menino bom, Sara. Não seja má
com ele.
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Ela revirou os olhos.


— Tá mamãe patinha. — Ela tinha um
sorriso secreto e eu me perguntei o que ela estava
escondendo.
Conheci Sara quando ela ainda era uma
menina, ela ficou comigo quando Selena me fez
sentir um lixo. Nossa amizade não durou muito
depois dali, nós éramos de turmas e áreas diferentes
da escola então não nos víamos muito, mas sempre
que nos víamos sorriamos e nos falávamos.
Só fui descobrir que o pai de Penny era um
medico da máfia a muitos meses atrás quando
senhor King passou mal e ele veio junto com ela,
então desde lá voltamos a sermos amigas com tudo.
— Só tô dizendo que não quero nada sério
nem me prender a ninguém. Josh tecnicamente é
meu chefe e qualquer coisa que aconteça entre nós
pode respingar, e advinha em quem vai cair?
Eu não neguei, Josh nunca faria nada de
propósito para machuca-la, porém era possível que
se por exemplo eles discutissem e ela batesse nele,
Josh seja obrigado a retaliar de alguma forma pra

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provar sua força.


— Só não magoe meu menino.
Ela assentiu.
— Só uma perguntinha: Todos os King são
bem dotados? Porque benza Deus, as sungas deles
estavam recheadas ontem!
Nós explodimos em gargalhadas e Bella
entrou na cozinha pouco depois. A menina parecia
bem melhor, assim como os King, Bella também
me fazia querer cuidar dela.
Nós começamos a conversar e Bella sem
aguentar muito nos conta que Apollo fez seu
primeiro oral. Não que eu queria saber o que um
homem que eu considero como irmão fez, mas
escuto sorrindo. Sara que é sem papas na língua diz
que Bella pode fazer o mesmo e se eu não mudasse
de assunto para filmes, Sara converteria totalmente
a cabeça de Bella.
As meninas me ajudam a arrumar a mesa
depois que os biscoitos estão prontos. Apollo está
sem camisa, completamente a vontade, o que faz
Bella babar. Logo depois Josh e Jack descem as
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escadas do mesmo jeito e eu quase derrubo o prato


em minha mão. Eu nunca me acostumaria com a
beleza dele.
Os meninos brincam a respeito dos
biscoitos estarem envenenados. Faz tempo desde
que os vi agir assim como meninos travessos. Eles
esticam a mão para pegar mais biscoitos e eu e as
meninas ao mesmo batemos em suas mãos.
— Por causa da palhaçada de vocês só a
gente vai comer. — Sara anuncia e para provar seu
ponto morde com força um biscoito fazendo Josh
estremecer.
— Mas tem tantos ai. — Ele resmunga e é
verdade, fizemos bastante.
— Como vou visitar seu pai irei levar para
ele. — falo e os meninos me olham interessados.
— Desde quando você visita nosso pai? —
Jack pergunta irritado e eu rolo os olhos.
— Desde sempre.
— Mas ele não nos deixa o ver. — Josh fala
claramente chateado.
— Vocês não insistiram como eu. — falo
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tristemente. — Porque vocês não vêm comigo


hoje?
Os meninos concordam de ir mais tarde,
enquanto eles vão resolver alguns assuntos no
escritório, as meninas e eu vamos ver o filme na
sala. Sara conseguiu me influenciar um pouco
nesse mundo. Nós vimos quando estreou Cinquenta
Tons de Cinza e eu ganhei o box dos livros, que li
em uma semana. Os meninos sofreram porque eu
mal fazia comida. Não era empregada deles, mas
gostava e não me importava de cozinhar para eles.
O filme está na metade quando os meninos
chegam e se sentam com a gente. Eu nem olho para
Jack, ou meu rosto me entregaria. Nós já brincamos
de me amarrar e me bater algumas vezes quando
éramos jovens experimentando novas coisas.
Apollo não consegue resistir e falta bem
pouco para fazer sexo com Bella aqui na frente de
todos, por fim ele a pega no colo arrastando pro
quarto, a menina não olha pra ninguém.
— Sairemos em uma hora. — Eu grito.
Depois que eles saem eu suspiro.

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— É tão bom ver eles felizes. Bella está


brilhando.
— Verdade, daqui a pouco em vez de
chama-la de Bee, vou a chamar de Vagalume. —
Josh brinca, levantando o olhar do celular.
— Apollo sempre foi mais reservado, é bom
ver ele assim. — Jack diz e eu o olho. Seu olhar
desce para meu decote comportado que parece ser
indecente ao seu olhar.
Pouco depois o celular de Sara toca e ela
precisa ir embora, mas eu podia jurar que isso era
uma desculpa. Ela havia me ensinado essa tática de
fazer a amiga ligar e fingir que era alguém
importante.
— Não vai conhecer seu futuro sogro? —
Josh brinca e a cara de Sara se franze com horror.
— Nunca nessa vida. — Ela acena pra gente
e começa a se afastar rapidamente arrancando um
riso meu.
— Ela já conhece ele, Josh.
Sara levanta a mão num gesto obseno, sem
se virar.
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Quando Bella e Apollo voltam para sala


meia hora depois os irmãos tem sorrisinhos no
rosto, mas Jack é discreto ao contrario de Josh.
— Cara você foi rápido hein, conseguiu até
tomar banho.
— Cala boca Josh. — Bella fala e ele dá
língua pra ela, colocando aquele chapéu panamá
estúpido e vai desfilando até a porta como se
estivesse numa passarela.
Não demoramos muito para chegar à casa
elegante do senhor King, que é em um condomínio
que eu me lembrava bem de andar por horas
observando a beleza do lugar. Os meninos estão
nervosos então seguro a mão de Jack e em seguida
de Josh, num aperto de incentivo para lhes passar
força. Apollo tem Bella com ele e é tudo que ele
precisa.
Assim que entramos depois de eu abrir a
porta, uma enfermeira que estava passando se
surpreende ao nos ver e fala que o senhor King está
indisposto. Sua resposta padrão que ela havia usado

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pra mim na primeira vez que vim aqui, uma semana


depois de termos sido expulsos. Eu agi como
Apollo estava fazendo, ignorando e indo até o
senhor King.
Eu peço com o olhar para me deixarem entrar
primeiro, para amansar um pouco a fera.
— Chegou atrasada, criança. — ele diz deitado.
Mesmo de cama, ele ainda aparenta ser um chefe
de máfia. Com a postura e olhar frio.
— Você emagreceu. — falo beijando sua
testa antes de me sentar ao seu lado, na cadeira. Ele
murmura alguma coisa, mas logo a porta se abre e
eles entram, assim que os vê sua carranca se
aprofunda mais ainda.
— O que vocês estão fazendo aqui? —
Grunhe.
— Viemos te visitar pai. — Josh diz o
olhando com preocupação. — Já fazem semanas. O
senhor está bem?
Com muito custo eu havia convencido ele a
ligar para seus filhos para dar um sinal de vida.
Sabia que Josh gostaria desse contato.
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— Estou morrendo, como você acha que


estou?! — Ele grita e começa a tossir. Pego um
copo com água e dou a ele. — Por isso que não
quero que ninguém veja. — Ele diz baixo para
mim, mostrando que odiava estar fraco. Eu acaricio
seus cabelos.
— Eles são sua família e querem estar com
você. — Digo suavemente e ele sorri.
Com essa doença ele finalmente me
confessou que sempre gostou de mim como uma
filha, eu havia respondido a ele rolando os olhos
‘’como se eu não soubesse. Também sempre te
considerei um pai pra mim e você foi e sempre
será’’. Ele tinha conseguido conter as lagrimas por
um tempo antes que uma caísse e ele adquirisse
aquela carranca, me mandando ir pra casa.
O senhor King finalmente volta a sua
atenção para Bella e olha para Apollo.
— Já arranjou uma mulher? — Ele olha
Bella com os olhos cerrados e então foca nos meus
olhos e cabelo. — Qual seu sobrenome criança?
— Parker. Me chamo Bella Parker. — Ela

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responde meio hesitante. Apollo a aperta junto dele


e beija sua cabeça.
— Tem certeza? — Ele pergunta com uma
sobrancelha erguida e ela fica pálida. O que ele está
querendo com isso?
— E-eu sou adotada. — Murmurou com a
voz fraca.
— Quem é sua mãe?
— Carmen Loreni. — Responde de queixo
erguido.
Ele dá um sorrisinho e eu aperto sua mão, o
repreendendo. A menina demorou tanto pra sair da
casca e não deixaria ele afugentá-la.
— Claro que você é adotada. Theodoro não
tem nenhuma chance de ser seu pai. — Ele
desdenha e olha para Apollo. — Você escolheu a
filha de uma prostituta como sua mulher? E eu
achando que pelo menos você não iria se rebaixar
tanto. — Ele olha para Jack com nojo e eu olho
para o chão, me doía que eu nunca seria boa o
bastante para Jack. Entendia que o senhor King
vinha de outro tempo, mas mesmo assim me
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magoava — Só falta dizer que meu caçula também


quer uma prostituta ou uma empregada.
Josh também tem as mãos em punho e eu
nunca o vi tão sério. Quero pedir pro meu menino
se acalmar, tenho medo que ele faça algo que vai se
arrepender depois, mas sei que se eu abrir a boca
irei chorar.
— Na verdade eu tenho uma dançarina de
stripper. — Ele sorri sarcástico e da de ombros. —
Se você visse como ela...
Meus problemas passam a ficar em segundo
plano. Como Josh, de todas as coisas que podia ter
falado diz exatamente isso. Sara tem muito o que
explicar. Será que ela sabia?
— Chega! — Eu falo. Olhando Josh o
repreendendo de falar da intimidade de outra
pessoa assim. Então olho para os outros homens da
sala. — Não destratem seu pai e você. — Olho para
o senhor King que está surpreso. — Já
conversamos sobre você não se meter na vida dos
seus filhos.
Ele resmunga um pouco e eu rolo os olhos

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lhe entregando a caixa de biscoito.


— Eu e as meninas fizemos. — Dou um
beijo na bochecha dele e me levanto. — Volto em
alguns dias.
Começo a andar querendo sair daqui e
pensar na vida, logo Jack vai cansar de mim e de
me esperar e irá se apaixonar novamente. Logo eu
não terei mais importância e ficarei sozinha
novamente. O senhor King então me chama.
— Eu gosto de você criança. Não disse por
mal.
— Eu também gosto de você. — falo e
mando um beijo para ele. Olho então para os
meninos. — Eu tenho o dia de folga e mais tarde
volto para casa, a comida já está pronta, é só
colocar no microondas.
Eu saio do quarto, mas assim que estou fora
lembro que deixei meu celular ali e antes que possa
abrir a porta eu escuto:
— Depois de tudo que ela fez e faz por
você, você ainda acha que ela é uma escoria. Não
sei por que perdi meu tempo vindo aqui, você
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continua o mesmo homem que só liga para o poder


e status.
Eu estava presa ali, minhas pernas não me
obedeciam nesse momento. Mal conseguia respirar
quando ouvi a resposta do senhor King:
— Eu estou a protegendo de você, Penélope
merece um homem que cuide dela e a ame, não um
que só a quer como um troféu. — Ele cospe e a sala
fica muda.
— Eu a amava, eu teria dado o mundo pra
ela. — Jack exclama.
— Sim, mas teria mais amantes que podia
contar. — Ele retruca. — Posso não gostar da sua
posição na cadeia, mas ela é uma boa menina. Ela
merece um homem honesto.
— Isso quem tem que decidir é ela. Eu a
amo e vou lutar dessa vez.
Eu coloco a mão na maçaneta, pronta para
entrar e acabar com isso. Não gosto de ser exposta
dessa maneira. Saber que o senhor King queria que
eu tivesse alguém honesto, fora da máfia mexeu
comigo. Ele sabia dos perigos e queria me proteger.
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Me proteger até mesmo do seu filho.


Jack abre a porta ao mesmo tempo que eu.
— Eu esqueci meu celular. — Corro para
dentro pegando o celular e saio em disparada sem
olhar para ninguém.
— Penny. — Escuto Jack me chamar, mas
apresso o passo. Não consigo olhar para ele agora.
Toda dor que ele me causou voltou a me
assombrar, eu pensei que já havia superado. Não
foi só o senhor King que acabou com tudo de bom
que nós tínhamos.
Peço um carro a um dos seguranças que
corre para me atender vendo meu desespero. Fecho
meus olhos e toco minha testa, quando uma dor de
cabeça ameaça começar. Jack infelizmente me
alcança a tempo.
Abro a boca para pedir para não falarmos
disso agora quando ele segura meu rosto e toma
meus lábios. Com possessão ele conduz o beijo e
mesmo sem querer isso eu me derreto como
sempre. Suspirando e colando meu corpo ao dele
em busca de mais.
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— Agora você vai ouvir tudo que eu tenho


pra dizer. — Ele diz quando se separa.
Senti minhas bochechas corarem ao lembrar
que tinha seguranças por todo o perímetro
escutando tudo e contariam ao senhor King. Estava
chocada, mas logo me recuperei.
— Deixa isso pra lá, Jack. Acabou. Está na
hora de superarmos isso.
— Você não vai deixar as coisas por isso
mesmo, Penny. Não mais. Se você não me ouvir eu
vou me fazer ser ouvido, nem que para isso eu
tenha que te amarrar na minha cama, como
antigamente. — Ele grunhiu.
— Jack, por favor!
O carro para e Jack nem espera eu dizer
nada, me coloca dentro do carro, entrando logo em
seguida.
Ele nem me olha, em vez disso fala com o
motorista:
— Siga para casa.
O homem seguiu e ficamos em silencio.
Quando entramos no elevador só nós dois eu não
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consegui olhar para cima. Depois de tanto tempo


finalmente falaríamos sobre tudo? Abriríamos o
jogo? Eu não podia contar tudo para ele, só o faria
odiar seu pai mais ainda.

PASSADO

Não podia ser real. Não podia.


Jack e eu estavamos juntos faziam dois
anos, ambos estavamos contando os dias para que
completássemos dezoito anos para finalmente nos
casarmos. Eu havia economizado a mesada que
recebia e ainda dava aulas de matemática para
alguns alunos em troca de dinheiro. Sabia que não
seria fácil a nossa vida, mas tinha esperança que
daria certo.
Ontem Jack e eu brigamos feio porque eu
fui convidada para ir ao cinema com um garoto e o
senhor King aceitou por mim. Não tive escolha se
não ir, mas não aconteceu nada. Jack estava
praticamente espumando a noite quando voltei.
— Você não poderia ter feito isso comigo.
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— ele esbravejou.
Eu me encolhi com a sua raiva antes de
suspirar.
— Era só pra tirar qualquer suspeita do seu
pai, Jack. Você sabe que ele está mais atento. Eu
nem reclamo mais quando você finge dormir com
as meninas...
Minhas palavras param quando eu o olho.
Jack havia olhado para o chão quando eu disse isso.
— O que você fez?
Faço as contas e foi semana passada que ele
havia fingido dormir com uma garota. Era mais
velha que nós e estava na faculdade. Jack havia me
dito que ela era prima de um amigo dele e que
estava precisando de dinheiro, então por isso
aceitou fingir ter um caso com ela. Ele havia ficado
estranho desde então.
— Penny...
Eu comecei a chorar.
— Sai daqui!
— Eu não transei com ela! — Ele gritou e

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eu me encolhi mais ainda, pois tinha medo que o


senhor King ouvisse e piorasse tudo.
— Então porque desse olhar culpado? Eu te
conheço bem Jackson Willian King.
— Eu estava bêbado na volta da festa e ela
me fez um boquete, eu não pedi e tentei me afastar.
Juro. Só aconteceu...
Eu queria gritar, jogar coisas nele, mas só
pude negar com a cabeça.
— Você estava fazendo esse teatrinho
comigo tendo um encontro só porque você se sente
culpado.
Ele rosnou.
— Você saiu com outro também!
— Eu nunca sequer beijei qualquer um além
de você! — Gritei descontrolada. — Você me traiu,
Jack. Traição. Já fui traída pelas pessoas que mais
amei e você mesmo assim pisou no meu coração.
— Minha voz falhou no final. — Só saia daqui.
— Vamos ajeitar isso, prometo que não
faço de novo.

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Eu me afastei quando ele tentou se


aproximar.
— Você me traiu mais alguma vez?
Ele abaixou novamente o olhar e eu soltei
um gemido de dor, seguido de um soluço.
— Quando?
— Nesses últimos encontros eu precisei
beijar as meninas de língua, porque sabia que tinha
seguranças do meu pai olhando.
Eu ri sem qualquer toque de humor.
— Que ótima desculpa, Jack.
Ele se ajoelhou no chão e começou a chorar.
Era surpreendente ver um homem desse tamanho
chorar como criança. Jack havia crescido mais e
não parecia de modo algum um menino de
dezessete anos, não só fisicamente. Seu pai estava
ensinando cada dia mais o que era fazer parte da
família, mas parece que ser fiel não foi ensinado
ainda.
— Eu só queria ser normal, Penny. Poder
andar de mão dada contigo, falar de você para meus
amigos e dizer o quanto você é perfeita em tudo.
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Quero te levar para passear sem estar rodeado de


pessoas fingindo que é um encontro de amigos.
Eu chorei mais ainda.
— E você acha que eu não quero isso?
— Eu errei, me perdoe. Falta só mais uns
meses até que possamos assumir para o mundo que
estamos juntos.
Contra tudo que eu acreditava sobre traição
eu acreditei que ele estava arrependido, mas meu
coração doía demais. Eu estava tão magoada, sentia
que a culpa era minha, mas eu no fundo sabia que
não era.
— Me perdoe. Me perdoe. — Ele repetia
enquanto me abraçava, ainda ajoelhado.
— Preciso de um tempo, Jack. Não quero
sentir essa dor novamente. — murmurei, com a voz
derrotada. Ele me apertou mais.
— Nunca mais. Eu prefiro acabar comigo
do que machucá-la novamente.
— Por isso eu preciso de um tempo.
Ele levantou o olhar para mim.

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— Está terminado comigo?


Eu fechei os olhos, deixando mais lagrimas
caírem e assenti.
— Eu vou te reconquistar de novo, eu
prometo, Penny.

Havia se passado meses, eu ainda me sentia


triste por causa de Jack, mas sabia que fiz o melhor.
Se eu ficasse com ele enquanto estava tão magoada
iria macular mais ainda nossa relação. Esse tempo
também foi bom para eu me conhecer mais. Eu
gostei de conhecer novos meninos e sair com eles,
apesar de não acontecer nada mais que alguns
beijos eu já me sentia feliz com isso. Não estava
preparada para entregar meu corpo de novo.
Jack por outro lado não era o mesmo, ele
mal saia de casa, passou mais tempo com o pai, o
que me preocupava para os lugares que ele estava
sendo levado. Algumas vezes lavei roupas dele
manchadas de sangue. Apollo não me contava o
que eles três faziam e isso só deixava minha
imaginação a mil. Cheguei um dia a ter um
pesadelo tão ruim que gritei acordando todos. O
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senhor King e os meninos invadiram meu quarto


pensando o pior e foi preciso Josh dormir comigo
para eu me acalmar.
Temia que meu menino perdesse a doçura
quando crescesse mais e prometi a mim mesma que
não deixaria. Ele não pularia fases como Apollo e
Jack.
Eu estava lendo mais uma pagina de um
livro quando escutei a batida característica de Jack
na minha porta. Estranhei e abri a porta, com medo
que tivesse acontecido algo sério.
Jack estava sem camisa e com calças de
moletom.
— O que houve? — perguntei preocupada.
Josh havia tido febre mais cedo, mas já fora
medicado.
— Eu só... posso entrar?
Abri espaço para ele, fechando a porta atrás
de mim.
— O que houve? — repeti.
— Sonhei contigo. — Eu realmente não
esperava por essa resposta e não tinha ideia de
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como responder.
— Foi um pesadelo? — Isso explicaria
porque ele veio aqui ainda hoje.
Ele negou com a cabeça. Seus cabelos
estavam mais longos, arrastando pela mandíbula.
— Sonhei com nosso casamento.
Eu olhei para meus pés.
— Jack não faça isso. Achei que já
estivéssemos bem.
— Eu nunca estarei bem sem você. Nunca.
Preciso de você. Sei que fiz merda e estou tão
arrependido. Eu sempre estive.
Ele segurou minhas mãos e eu não me
afastei, mas também não o olhei, preferindo fitar a
parede.
— Faltam poucos meses agora, Penny.
Todos os nossos sonhos e planos...
— Planos esses que você trocou por ficar na
vagabundagem!
Ele suspirou.
— Eu sei que eu fiz merda e pode acreditar
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que eu paguei por isso. Ver a minha menina. A


minha mulher sair em encontros com outros caras,
ver você feliz com eles foi o pior dos castigos.
Saber que você se entregou a eles...
Eu não desmenti, gostei de ver ele se
corroendo pensando em tudo que eu poderia ter
feito com aqueles garotos.
— Jack talvez seja melhor deixar as coisas
como estão. — disse, me odiando por isso. Eu o
queria de volta, mas não faria isso fácil para ele.
— Não. Você é minha. Me pertence. Meu
coração é seu!
Eu estava numa mistura de assustada e
excitada por ele estar todo homem das cavernas
para mim.
— Jack as coisas não podem ser
simplesmente assim. Você me traiu.
Ele soltou minhas mãos e pegou meu rosto
entre as suas.
— Eu nunca mais farei isso. Vou te honrar,
vou te respeitar e vou te amar até o fins dos meus
dias.
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Seus belos olhos azuis estavam tão intensos


e desceram para meus lábios quando eu os lambi
antes de morder. Fazia tanto tempo que não
ficávamos juntos assim.
— Você sabe que é minha Penny. Me deixe
fazer as coisas direito, case comigo daqui a poucos
meses?
— Jack. — Só falei seu nome, mas ele saiu
como uma prece, deixando claro que eu havia
aceitado.
Ele abriu um largo sorriso.
— Preciso ouvir sua voz.
Eu o olhei nos olhos e acenei.
— Sim, Jack eu aceito me casar contigo.
Suas mãos deixaram a minha para agarrar
minha cintura me puxando para ele enquanto a
outra segurava meu rosto num ângulo perfeito para
ele. Jack estava tão sedento por mim quanto eu por
ele.
— Senti tanto sua falta.
Seus beijos foram para meu pescoço, me

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deixando arrepiada. Minhas mãos passavam por sua


cabeça, o acariciando e foram descendo por suas
costas e peito, sentindo seu corpo forte e quente
contra o meu. Sem me conter mais eu agarrei sua
bunda, o surpreendo um pouco, o fazendo rir de
leve.
— Sempre soube que você tinha tara por
minha bunda.
— Por você todo. — declarei e segurei seu
rosto para olha-lo nos olhos. — Quero que você me
foda com força, quero que me marque como sua.
Ele me obedeceu, puxando a camisa pela
minha cabeça e descendo meus shorts. Então
estavamos na cama.
— Mãos na cabeceira. — ele ordenou e eu
rapidamente segui a ordem, apertando a madeira
fortemente.
Ele separou minhas pernas e olhou minha
intimidade.
— Senti tanta falta disso, tão bonita e
minha.
Seus lábios me tomaram com delicadeza,
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sua língua numa brincadeira de me deixar louca,


querendo mais. Ele não teve pressa. Preferindo
explorar cada cantinho trazendo novas sensações
para mim. Por fim ele voltou sua atenção para onde
mais doía e eu não aguentei, agarrando seus cabelos
e moendo minha intimidade contra seu rosto.
— Aí Jack, bem aí.
Ele levantou o rosto, com um sorriso bobo
na boca.
— Mãos na cabeceira, Penpen.
Sorrio com o apelido carinhoso que Josh me
deu, todo dia ele usa um diferente e eu amo
completamente esse menino.
Suas mãos voltam para meu corpo e logo
ele está dentro de mim, seus beijos indo pelo meu
pescoço e seios.
— Senti tanta falta disso. Fale comigo
Penny. — Ele me instiga.
— Eu quero que você me tome fortemente.
— Ele dá uma estocada bruta e eu gemo. — Quero
tanto isso, Jack. Não se contenha.
Ele sai de mim e me vira de quatro.
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— Queria ser carinhoso contigo nessa foda


de reconciliação, mas você não colabora. — Ele
finge reclamar, me fazendo rir de leve enquanto me
ajeitava na posição.
Quando ele entra em mim numa estocada
longa eu afundo minha cabeça no travesseiro e
grito contra ele. Jack não tem pena e faz
exatamente como eu pedi, suas mãos apertam meus
quadris tão forte que deixaria marcas. Isso me deixa
ainda mais quente.
— Isso, faz assim. — Eu gemia empinando
a bunda e rebolando contra ele. — Você faz isso
tão gostoso.
— Amo quando você fala.
Ele me puxa pelos cabelos para cima e toma
seus lábios nos meus, deliciosamente enquanto nos
entregamos juntos ao prazer completo. Ele
despenca ao meu lado e tira os cabelos do meu
rosto.
— Isso foi maravilhoso. Imagina quando
tivermos a nossa própria casa e você não precisar
ocultar seus gemidos?

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Eu sorri.
— Provavelmente chamarão a policia.
Ele ri e beija meus lábios, me cobrindo em
seguida.
— Com certeza, mas será por uma boa
causa.
Sua mão, agora mais áspera que antes,
acaricia meu rosto.
— Nós vamos ser felizes, Penny. Acredita
em mim. Nós teremos o nosso para sempre.
— Eu acredito, Jack.

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CAPÍTULO 11

JACK
PRESENTE

Paro o elevador num andar abaixo da cobertura


de Apollo, tenho ficado de olho nesse duplex
durante todo esse mês que ele foi desocupado, seria
o lugar ideal para morar com Penny. Ela amava
demais meus irmãos para ficar muito distante deles
sem ficar constantemente preocupada.
Penny franze a testa quando eu saio do elevador
e seguro a porta.
— Jack o andar está errado.
Eu nego com a cabeça.
— Vamos conversar aqui embaixo, com
mais privacidade.
Ela sai do elevador e eu pego a chave do
apartamento, havia recebido hoje do sindico mais

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cedo para dar uma olhada e essa parecia a melhor


hora. Penny e eu precisávamos conversar e quem
sabe fosse aqui mesmo que fizéssemos as pazes.
Ao abrir eu me deparo com o apartamento
todo em branco, com pisos de madeira, com
grandes e belas janelas.
— Uau. — ela murmura atrás de mim me
seguindo.
— Gostou? — Pergunto me virando para
ela.
Penny cruza os braços protetoramente.
— Porque estamos aqui, Jack?
— Está na hora de conversarmos. Recebi as
chaves hoje para dar uma olhada.
Seu olhar muda para triste.
— Vai se mudar?
Dou de ombros.
— Quem sabe?
Ela volta a olhar para a bela sala, antes de
começar a andar para a cozinha americana, toda
planejada, já com belos moveis pretos sobmedida.
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Ela passa a mão pela bancada de granito e eu quero


guardar sua expressão para sempre. É tão linda. Ela
amou o lugar, mas com certeza não iria admitir
para mim.
— Quer conhecer comigo os outros
cômodos? Quem sabe o quarto?
Ela bufa, rolando os olhos.
— Se vamos falar, comece você.
Eu suspiro, sabendo que não podíamos adiar
mais as coisas, não depois de eu colocar as cartas
na mesa.
— Porque Penny. Porque você terminou
comigo? Porque você me abandonou?
Ela olha para a bancada.
— Jack as coisas são mais complicadas do
que isso. A corda sempre rompe pro lado mais
fraco e eu também não queria que você se
machucasse. Não quero.
Me aproximo, sua expressão derrotada
acaba comigo. Quero abraça-la, apertá-la, beijá-la e
dizer que tudo ficaria bem, mas nem eu mesmo
tinha certeza disso.
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— A única pessoa que pode me machucar é


você.
Ela se encolheu como se eu tivesse batido.
— Jack a tantas coisas que nos separam. Já
não somos os mesmos de antes.
Eu franzo a testa.
— É só isso que você tem a dizer, porque
para mim isso parece desculpas bem fracas para
não tentar novamente. Não estou pedindo para
começarmos do zero. Quero continuar exatamente
de onde paramos.
Lagrimas transbordam dos seus olhos e ela
chora, mas eu não me aproximo mais.
— Eu quero tudo contigo e sempre vou
querer.
— Me desculpe, mas eu não posso.
Ela se afasta e eu sei que qualquer chance
que eu tinha foi reduzida ainda mais. Penny não
queria voltar comigo, ela não queria tentar. E
chegou a hora que eu comecei a pensar se eu
também devia parar de tentar. Me lembrei de suas
palavras naquela noite, palavras que feriram até
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minha alma.

PASSADO

Penny estava estranha.


Em duas semanas seria meu aniversario de
dezoito anos e nós poderíamos finalmente nos
casar. Já tinha planejado tudo, inclusive comprado
um vestido branco de presente para ela. Não
teríamos um casamento grande e queria que ela
mesmo com pouco se sentisse uma noiva. Apollo
infelizmente não podia saber, amava meu irmão,
mas ele com certeza viria com um discurso que
estavamos fazendo merda e essas coisas.
Estavamos vivendo o sonho depois que
voltamos, estavamos de alguma forma mais
maduros, mais seguros de si e ouso dizer mais
intensos. A sacola parecia mais pesada do que o
normal quando bati na sua porta a noite. Ninguém
respondeu e eu voltei a bater.
Ouvi passos e virei para trás vendo Penny
vindo até mim, comecei a sorrir, mas parei ao ver
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meu pai atrás dela.


— Penny...
Meu pai me cortou.
— Vocês acharam mesmo que eu não ia
descobrir desse casinho de vocês?
— Papai eu...
Ele negou com a cabeça e Penny abraçou
seus braços, visivelmente constrangida e por um
triz de chorar.
— Como você descobriu? — perguntei,
com a voz dura.
Ele não podia interromper o que estava pra
acontecer.
Meu pai sorriu.
— Eu sei de tudo.
Queria jogar na cara dele que não sabia, que
esse casinho durou anos, mas preferi ficar quieto
para não piorar ainda mais as coisas.
— Você não pode atrapalhar isso, pai. Não
pode mandar em nós. Penny e eu vamos nos casar
você querendo ou não. — eu olho para ela, para
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que falasse algo também, mas ela se mantém


olhando para o chão. — Penny...
Ela levanta o olhar para mim.
— Eu não posso fazer isso, Jack. Não posso
arriscar minha vida inteira por você. Você já me
traiu antes. Eu quero viver, experimentar novas
coisas. Quero ser livre. Não estou pronta para
nenhuma relação séria assim.
Eu não acredito em suas palavras, olho para
meu pai com raiva.
— O que você fez? O que disse? Ela já
tinha aceitado se casar comigo.
— Jack ele não disse nada, eu só... — ela
soluça. — Eu só não quero mais ficar contigo. Eu
gostei de sair com outros garotos, gostei da
sensação leve de estar com eles.
Eu dou um passo para trás, ferido.
— Você não quer ficar comigo?
Ela permanece olhando para o chão e
confirma com a cabeça.
— Não quero mais isso.

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— Penny...
— Não, Jack! — Ela grita e me olha. — Eu
não quero ficar contigo. Não gosto da pessoa que
sou quando estou com você. Não gosto da maneira
como você age, não gosto de nós juntos.
Eu olho para meu pai.
— Bem, no fim não foi você a estragar
tudo.
Olho para Penny uma ultima vez e jogo a
sacola com o vestido que comprei com tanto
carinho para ela no chão.
— Foda-se você, Penny.
E saio, deixando os restos do meu coração
no chão.

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CAPÍTULO 12

PASSADO
PENNY

Uma hora antes...


Uma batida na porta me deixa alerta, Jack
está adiantado. Disse que viria aqui somente mais
tarde para me dar algo. Pego a minha mala e
escondo debaixo da cama, não querendo que ele
visse o quanto eu estava apressada para nos
casarmos. Claro, eu sabia que as coisas não seriam
fáceis, mas tinha fé que o senhor King aceitaria. O
leite já estaria derramado.
A porta volta a bater, mas não a batida
característica de Jack. Talvez o que ele estivesse
trazendo fosse pesado. Me apresso em abrir a porta,
já sorrindo, mas meu sorriso morre quando dou de
cara com o senhor King.
— Venha ao meu escritório comigo
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Penélope.
Mil coisas passam pela minha cabeça, me
deixando tensa.
— Aconteceu algo com os meninos? —
pergunto acelerando o passo para alcança-lo.
Ele hesitou um segundo para responder.
— Não.
Ele entrou em sua sala e se sentou na
cadeira. Suspirando mais tranquila eu me sentei a
sua frente. Algumas vezes o senhor King me
chamou aqui para falar sobre minhas notas da
escola e de como estava satisfeito com elas, mas
agora eu tinha a impressão que não seria isso.
— Aconteceu alguma coisa? — Eu estava
preocupada. — O senhor está bem?
Ele colocou os cotovelos na mesa,
entrelaçando os dedos enquanto me olhava.
— Eu gostaria que você não tivesse feito
isso, Penélope.
Eu gelei com suas palavras.
— O que? O que fiz? — Tentei me lembrar
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se não lavei as roupas ou algo do tipo, mas nada


veio a minha mente.
— Sei que Jackson pode ser muito...
obsessivo com suas coisas, mas não imaginei que
você pudesse entrar numa relação com ele.
Abri a boca para falar algo, mas nada saia.
— Qual foi a surpresa ao descobrir que ele
foi comprar um vestido branco. Todas as peças se
encaixaram, vasculhando seu quarto eu achei os
votos dele. Votos de casamento. — Ele bateu na
mesa. — Eu não esperava isso de você.
Lagrimas caiam dos meus olhos ao ver a
expressão de decepção em seu rosto.
— Eu o amo. — Consegui dizer.
Ele suspirou.
— Você quer condená-lo? Quer vê-lo
morto?
Eu neguei rapidamente com a cabeça, meus
olhos arregalados por suas palavras.
— É isso que vai acontecer se ele ficar com
você. O nível dele irá cair. Meus filhos precisam se

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casar com mulheres que acrescentem em algo na


família. Filhas de consiglieres, de capos, de
advogados, de juízes, de empresários. Resumindo
alguém importante. Jack será visto como um elo
fraco e com isso tentarão me derrubar através dele.
Derrubar ele? Ele queria dizer matá-lo?
— Sim, matá-lo para me atingir e tomar o
negócio de mim.
— E-eu não sabia. — Outro soluço veio.
Ele me olhou, com aquela expressão dura.
— Isso tudo sem falar que você está
cuspindo no prato de quem lhe estendeu a mão. Se
não fosse por mim você seria uma prostituta de
esquina e provavelmente já estaria morta. Eu te dei
casa, comida, educação. Um futuro! E é assim que
você me agradece?
Chorei mais com suas palavras.
— Se quer fazer algum bem a Jackson, se
afaste. Termine qualquer coisa que vocês estão
tendo. Não faça dele o alvo. Álias se vocês
fugissem e se casassem de que iriam viver? Ele
seria visto como um traidor e seria caçado,
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condenado a morte. Se por acaso vocês


conseguissem se esconder o que você acha que
aconteceria, Jack foi criado com tudo do bom e do
melhor. Vocês provavelmente iriam ficar na rua
depois que o dinheiro acabasse. Sem curso superior
para conseguirem um bom emprego, sem
referencias, sem nada. Ele iria se ressentir com
você e te odiaria.
Eu não havia pensado por esse lado e ele
tinha razão. O que faríamos depois do sim? Viver
de amor não basta.
Por fim o senhor King terminou de me
quebrar com suas palavras.
— Quem garante que vocês não ficariam
iguais seus pais. Drogados, que venderiam seus
filhos por um pouco de droga pra sair da realidade
que viviam. Você gostaria ter um filho passando
por tudo que você passou?
Eu respirei fundo, secando minhas lagrimas.
— O senhor está certo. Me desculpe. Eu
vou terminar com Jack. — Minha voz quebrou,
assim como meu coração.

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— Você está fazendo o certo. Ele não vai


enxergar isso, mas você o estará salvando.
Nós caminhamos pelo corredor e eu
encontrei Jack. Eu sabia que a sacola em sua mão
continha o vestido que ele comprara para mim.
Precisei ser fria, precisava magoa-lo para que ele
não visse a verdade das minhas mentiras. Precisava
quebrar o coração dele. Ele não saberia, mas eu o
estava salvando de um destino horrível que era
estar comigo. Eu o estava salvando, repetia a mim
mesma.
Quando Jack por fim jogou a sacola ao
meus pés e saiu, eu quebrei, chorando como nunca
fiz antes.
— Você fez o certo. — O senhor King disse
depois de uns minutos, esperando eu me recuperar.
Eu comecei a acenar, mas uma dor intensa
tomou meu abdômen. O senhor King viu a
expressão de dor no meu rosto e me segurou.
— O que houve? Onde dói, criança? — Ele
parecia desesperado.
— Minha barriga, dói tanto. — Disse antes
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que outra fraqueza me tomasse.


Ele me pegou nos braços e me levou até a
porta da frente, no caminho não encontramos com
ninguém. Ele mandou um de seus homens preparar
um carro e me olhou atormentado.
— Você ficará bem.
Eu desmaiei pelo trajeto e quando acordei
estava num quarto, com soro em minhas veias.
— Ela acordou. — Escutei a voz de Sara.
Eu havia descoberto há alguns meses que o
pai de Sara era um médico da máfia, depois de eu
ter cortado a mão e precisado de uns pontos. Sara
veio com ele e nos reencontramos.
— Oi querida, tudo vai ficar bem. — Ela
acariciou meu rosto.
— O que houve?
O senhor King entrou no cômodo antes que
ela pudesse responder. Sara se afastou da cama,
antes de sair do quarto com um olha de pedido de
desculpas por me deixar.
— Você estava grávida. Como você pode,

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Penélope! — Ele trovejou, me fazendo me encolher


na cama.
Grávida? Eu estava grávida?
Vendo a surpresa no meu olhar seu olhar
irritado se suavizou um pouco.
— Você tem noção do que poderia ter
acontecido com você se fosse sequestrada? Eles
teriam usado esse bebê como troca! Como vocês
foram irresponsáveis!
— Eu estou grávida? — perguntei, ainda
em choque.
— Não, Penélope. Você teve um aborto
espontâneo. Estava de quatro semanas.
— Eu perdi ele? — Minha voz quebrou. Em
um dia eu havia perdido Jack e esse bebê.
— Agora você pode estar sofrendo, mas foi
o melhor. — Ele limpa a garganta, mas eu não o
olho. — Imagine vocês dois sozinhos, sem
qualquer acompanhamento médico, na rua com
uma criança. O para ‘sempre de vocês’ era
realmente esse?
Não respondo. Minha cabeça dá voltas e eu
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não posso pensar em nada direito nesse momento.


Em uma questão de horas minha vida virou do lado
avesso. A dor que senti ao saber que meus pais
haviam me vendido como um produto não era nem
um terço do que eu sentia nesse momento. Minhas
lagrimas pareciam não querer sair, eu não
conseguia sequer falar.
— Você irá ficar aqui na casa de Sara essa
semana. Falarei aos meninos que a levei a um spa
para ficar sozinha. — Ele começa a se afastar e
hesita. — Não pense que estou feliz com tudo isso,
criança. Eu sempre quis o melhor para você e meus
filhos. Por isso que vocês não podem ficar juntos...
e é melhor Jack não saber dessa questão. Certo?
Acenei, só querendo que ele fosse embora.
Questão? Ele chamou um bebê, seu primeiro neto
de questão, como se não fosse nada. Pelos sessenta
segundos que fiquei sabendo dele, antes de saber
que havia ido embora eu já o amava. Era uma
pequena parte minha e de Jack, criada no amor.
Parte essa que ele nunca saberia.
Eu tinha que me preparar, subir meus muros
e resistir a Jack de agora em diante. Não queria
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perdê-lo como perdi nosso filho, não superaria isso.


Se fosse para ver ele vivo eu me manteria distante.
Eu arrancaria esse amor e o trancaria no mais
profundo de mim. Eu conseguiria, tinha que
conseguir.

PRESENTE

Uma semana se passou desde a ida a casa


do senhor King, Jack respeitou o meu espaço e não
tentou falar comigo nada além do necessário. Eu
devia ficar feliz com isso, mas de alguma forma
isso me magoava. Era estúpido eu sei, um jogo de
gato e rato, mas eu não podia evitar, gostava que
mesmo depois de anos ele ainda tivesse
sentimentos por mim assim como eu tinha por ele.
A festa de coroação de Apollo para a
presidência das empresas King era hoje e eu estava
morrendo de febre, já tinha aceitado que seria par
de Jack e esperei que ele estivesse decepcionado
que eu não pudesse ir, mas o infeliz simplesmente
deu de ombros e sacou o celular escolhendo a

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acompanhante da noite. Ele sequer perguntou se eu


estava bem. Não queria preocupar ninguém, mas
minha febre estava alta demais e não abaixou com
os medicamentos.
Liguei para Sara que também não pode ir a
festa, para perguntar sobre qual medicamento o pai
dela me recomendava e ela se mostrou tão
indignada quanto eu por Josh não ter feito um
alarde por ela não ir com ele.
— Sara você está jogando um jogo perigoso
com Josh. — disse ao telefone, enquanto assistia
The Originals na televisão.
— Que nada. Isso é só brincadeira. Ele
aparece aqui as vezes, assiste umas danças e depois
vai embora.
Eu franzo a testa.
— Tem certeza que estamos falando de
Josh? Esse menino não vai a um clube de stripper
só pra olhar.
Deus era testemunha de como Josh tinha a
libido alta e tinha que estar com mulheres
praticamente todo dia. Eu amava esse menino, mas
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eu sabia reconhecer que ele não era mais inocente


no quesito sexo.
Sara bufou.
— Talvez ele esteja mudado, talvez seja um
fetiche dele de só olhar. Isso é normal, Penny.
— Pra mim você está brincando com fogo.
Ela ri.
— Eu adoraria me queimar.
Mais tarde estou na cama, me sentindo
melhor e com a febre controlada. Batem de leve na
minha porta antes de Josh colocar a cabeça para
dentro.
— Posso entrar PenPen?
Eu sorrio.
— Claro, querido.
Ele entra e se deita ao meu lado, ele já está
de pijama.
— Como foi a festa? — pergunto curiosa.
— Foi boa, os consiglieres fingiram que
aceitaram Apollo como consigliere e nós fingimos
que não sabíamos. Fiquei preocupado contigo.
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Eu levanto minha mão, acariciando seu


rosto.
— Estou bem, querido. O remédio fez efeito
e a febre já foi embora. — Josh acena e puxa a
coberta para ele. — O que esta fazendo?
— Não vou te deixar sozinha, com febre
ainda por cima.
Meu menino aquece meu coração com sua
doçura e eu não deixo de sorrir. Em menos de meia
hora ele está roncando ao meu lado, estou quase
pegando no sono quando escuto um som suave da
porta abrindo. Abro os olhos e vejo Jack colocando
a cabeça para dentro, quando nos vê na cama ele só
acena e sai do quarto.

Um mês passou e muitas coisas


aconteceram nesse tempo. Bella decidiu que ficaria.
Quando soubemos da novidade, que eu modéstia a
parte já esperava, Sara e eu organizamos uma
festinha para comemorar, tudo de ultima hora, mas
com muito amor e carinho. Havia algumas fotos
que tiramos de nós todos então imprimimos e
colocamos na sala, num varalzinho. Contendo
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também várias fotos distraídas de Apollo e Bella,


no mundinho de amor deles. Lembro de como Jack
e eu também vivíamos no nosso mundo.
Bella chorou ao ver tudo e ficou encantada
com as fotos.
— Vocês são boas demais para mim. — Ela
abraça Sara e eu.
— Ficamos muito feliz que você irá ficar
aqui. — Sara diz e beija a bochecha dela. — A
faculdade é uma merda e provavelmente você não
terá tanto tempo com o gostoso do teu homem, mas
você se acostuma com o horário.
Nós rimos e Josh murmura algo,
provavelmente reclamando de Sara chamar Apollo
de gostoso.
— Meus meninos são lindos mesmo. —
Anuncio como uma mãe orgulhosa.
Josh me abraça pelas costas me levantando.
— Sabia que você era apaixonada por mim,
Pirlimpimpim.
Eu rio.

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— Sou fada agora?


Ele dá um beijo estalado e barulhento na
minha bochecha.
— Sempre foi. E agora que tá loira parece a
Tinkerbell mesmo.
Bella olha as fotos encantada.
— Mandarei fazer um quadro para colocar
no nosso quarto. — Apollo declara a abraçando e
beijando sua cabeça.
— Ah lá, ô romanticão. — Josh zoa.
— Já estou vendo seu pau cair daqui e virar
uma boceta. — Jack completa divertido.
— Não quer pintar as paredes de lilás não,
já que é a cor favorita de Bella?
Nós brincamos todos e bebemos para
comemorar, mas a distancia de Jack acaba comigo,
ele sequer me olha. Parece que no fim eu consegui
o que queria.

A escola começou para Josh, Bella e Sara,


que já estava acostumada com o ritmo. Ver meu

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menino indo para a faculdade me fez chorar feito


criança recordando de quando ele era menor. Das
vezes que ajudei ele a ajustar a temperatura do
chuveiro, a cortar a carne para ele apesar do senhor
king não gostar, de orienta-lo de como conquistar
uma garota, não adiantou muito, mas eu tentei.
— Ei, não chore tanto se não vai derreter.
— Apollo diz me abraçando em seguida enquanto
eu ainda olho o portão que Bella e Josh entraram.
— Eles crescem tão rápido.
Apollo ri me apertando mais um pouco
antes de soltar. Jack que até então estava quieto só
olhando solta:
— Sim, parece que foi ontem que você
trocava a roupa de cama mijada de Josh.
Eu rio e o soco de leve.
— Não fale isso perto dele, irá deixa-lo
chateado.
— Ou da vez que você o atrapalhou na
primeira vez pra lembrar ele de colocar a
camisinha. — Apollo incrementa e eu tampo o
rosto.
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— Meu Deus, foi a pior visão que eu tive.


— Eu lembro do seu grito. — Jack diz
quando abre a porta do banco de trás pra mim. —
Você gritou assustada, mas não deixou de mandar
ele colocar a porra da camisinha.
Eu rio e espero ele entrar no banco da frente
para responder.
— Prioridades, Jack. O que eu posso fazer
se ele teve dois irmãos mais velhos que não o
orientaram?
Apollo gargalha e Jack vira para mim, com
um sorriso safado.
— Quem disse que não o orientamos?
Eu rolo meus olhos, bufando.
— Vocês são podres.
— E você nos ama, Penny. — Apollo disse
e eu não pude deixar de sorrir.
— Sim, eu amo meus meninos King.
Jack não respondeu ou tentou brincar mais
comigo.

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CAPÍTULO 13

PRESENTE
JACK

Meu irmão não era um homem de


brincadeira. Costumava zoar Apollo dizendo que
ele já nasceu adulto, porém agora mais do que
nunca eu enxergava o Consigliere que ele nasceu
para ser.
Minhas mãos estão cheias de sangue, assim
como salpicos pelo meu rosto. Saber que o próprio
irmão de Bella fez com ela me causou o mais puro
nojo. Nojo que esse não vai ser o primeiro ou o
ultimo do mundo. Nojo que existam pessoas assim.
Me lembro do estado que Bella chegou aqui,
machucada por dentro e por fora, segurando a vida
na esperança de se mudar para longe e tentar
recomeçar.
Me mantenho forte, não quero quebrar perto
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de Apollo, ele tem sido tão forte por ela. Mais tarde
conversaria com meu irmão, mas agora tudo que eu
precisava era tirar da cabeça o rosto de Lúcifer.
Queria ter a chance de machucá-lo por mais tempo,
nada disso ia trazer a dor que ele causou de volta,
mas pelo menos iria fazê-lo pagar por isso.
Vejo Penny confortar meus irmãos, então eu
percebo que ela está a ponto de quebrar, ela sobe as
escadas praticamente correndo e eu não espero nem
um minuto para segui-la. A porta do quarto dela
está fechada e eu hesito na porta. Não posso contar
com Penny para nada.
Entro no meu quarto e vou para o banheiro.
Decidir deixar Penny ir tem sido horrível, ainda
mais por convivermos no mesmo lugar, nos vendo
diariamente. Minha vontade de me mudar aumenta
cada dia mais, porém não acho que ir para um
apartamento só um andar abaixo vá fazer qualquer
diferença.
Lavo meus cabelos, os deixei crescer assim
no começo em um ato de rebeldia contra meu pai,
porém gostei de tê-lo assim. Com uma toalha em
minha cintura e outra sendo usada para secar meus
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cabelos eu estanco meus passos ao sair do banheiro


e dar de cara com Penny sentada na minha cama.
Imaginei essa cena um milhão de vezes,
mas nada se compara ao vê-la real. Sei que ela só
veio aqui para ver como estou, mas não deixo de
pensar nela vivendo ao meu lado, dormindo na
minha cama.
— O que está fazendo aqui? — Tento
manter a voz sem emoção, mas depois de tudo que
aconteceu hoje eu não deixo de pensar qual seria o
destino de Penny se meu pai não tivesse acolhido.
Eu posso odia-lo por nos separar, mas sempre terei
essa divida de gratidão por ele tê-la salvado.
— Eu vim ver como você está. — Ela bate a
mão no colchão ao lado dela. — Senta aqui
comigo, é só um pouco.
Eu franzo a testa e olho para a minha toalha.
Vejo seus olhos irem para meu abdômen, antes de
voltar a atenção para mim.
— Eu não me importo com isso, só quero
conversar. — Ela diz, com as bochechas coradas.
Suspirando eu me sento ao seu lado, ela
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segura minha mão e me olha.


— Sei que isso está sendo difícil pra você.
Você pode não demonstrar muito, mas tem muito
carinho por Bella, porque... — Ela limpa a garganta
e eu a observo com mais atenção. — Porque você
me vê nela, de quando eu cheguei até vocês.
Eu aceno, sem desviar o olhar. Não queria
mentir. Eu me arrependo e sempre me arrependerei
do jeito que tratei Penny quando ela chegou em
casa, não a desculpas pra isso. Ver o estado que
Bella chegou aqui só trouxe em mim ainda mais a
culpa de como tratei Penny, e uma vontade enorme
de fazer diferente com Bella, apesar de eu não ter
sido muito bom nisso.
— Só... ele era irmão dela. Alguém que ela
devia confiar, alguém que devia cuidar dela. — Eu
me inclino, descansando meus braços na perna e
tampando o meu rosto. — Sei que devia estar
acostumado com a violência no mundo, mas isso...
Ela acaricia meus cabelos e eu escuto um
pequeno soluço saindo dela. Levanto o rosto e vejo
lagrimas caindo do rosto de Penny. Ela estava tão
preocupada em se certificar que estavamos bem e
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ninguém reparou que ela também estava sofrendo


por Bella.
A puxo para mim e a coloco no meu colo.
Ali nós dois consolamos um ao outro.
— Eu sinto tanto pelo o que ela passou. —
Penny diz contra meu pescoço. — Tanto.
Eu a aperto.
— Ela está superando, não irá esquecer,
mas aprenderá a superar e ela tem a nós para ajuda-
la.
— Sim, ela tem.
Acordo no meio da noite, ainda sentindo o
calor corporal de Penny, minha toalha se foi, assim
como ela. Não deve ter saído a muito tempo, pois o
lençol ao seu lado ainda está quente. Quando penso
que posso supera-la, Penny vem e me mostra pelo
menos por poucas horas a sensação de tê-la em
meus braços e acaba com qualquer barreira que eu
criei. Eu realmente preciso colocar uma distancia
entre nós.

Apollo pediu Bella em casamento. Porra, eu


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estava feliz por meu irmão, mas não deixava de


pensar em Penny num vestido de casamento
dizendo sim. Esse foi o momento que mais ansiei, e
a cada dia se tornava mais distante. Não havíamos
nos falado mais desde aquele dia que desabafamos
sobre Bella. Penny inclusive tinha ido a um
encontro. Ela achou que ninguém saberia, mas eu
tinha meus homens a protegendo sempre que ela
saia do apartamento agora.
Queria pegá-la e dizer que ela era minha,
mas sabia que isso só a afastaria. Penny às vezes
era como uma rosa, tão bonita, mas tão delicada
quanto e com alguns espinhos para a proteção.
Ela podia negar, mas eu tinha visto seu
olhar quando Bella foi pedida. Ela queria isso
também.

Mais uma noite eu me esgueiro para o


quarto dela, tentando somente vê-la. Durante todas
as noites desde que ela me deixou, sua porta se
trancou. Desde que nos mudamos pra cá eu não
havia tentado abrir a porta, mas sentia que
precisava saber. Minha mão hesita na porta quando
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eu escuto um barulho lá dentro.


Já passa das duas da manhã eu tinha certeza
que ela estaria dormindo. Começo a rodar a
maçaneta quando escuto um gemido baixo. Eu
reconheceria esse som em qualquer lugar. Abro a
porta sabendo que é errado e que eu estava
invadindo a privacidade dela, mais do que isso eu
estava me atormentando com essa cena que se
repetiria na minha cabeça para sempre.
Penny estava nua na cama, seus cabelos
agora loiros espalhados pelo travesseiro. Seus seios
duro de tesão, sua mão entre as pernas enquanto a
outra brincava com um vibrador dentro dela.
Passei a mão pelo meu rosto sem acreditar
no que estava vendo. Minha calça de pijama se
estendeu como uma tenda por eu não estar usando
cueca. Quando ela gemeu meu nome eu me perdi.
— Porra. — murmuro agarrando meu pau
para me impedir de gozar ali mesmo só olhando-a.
Penny abre os olhos e eu não tenho ideia do
que fazer. Ambos estão em situações
comprometedoras.

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— Jack?
Eu começo a ir para a porta.
— Me desculpe, eu só... eu só...
Ela se senta na cama, e não faz mínima
questão de tampar seu corpo nu. O leve barulho do
vibrador é o único som que se ouve aqui além da
nossa respiração pesada.
— Jack você não pode entrar no meu quarto
sem bater na porta... — ela começa a brigar
comigo, mas então seu olhar vai para minha ereção
marcada pela calça.
Eu começo a me aproximar e ela não
protesta. Paro ao seu lado na cama e desço a minha
calça ficando completamente nu.
— Chupe.
Ela me olha parecendo que irá reclamar,
mas seu olhar se aquece e ela lambe os lábios antes
de se aproximar, ficando de quatro e tomando meu
pau na boca. Tenho que ter uma força de controle
absurda para não gozar ali. Agarro Penny pelos
cabelos ditando o comando.
— Isso mesmo, baba ele todo. Leve até a
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garganta, querida. — Peço e ela dá seu máximo.


Agarro seus seios e os apalpo, beliscando
seus mamilos. Minha mão então passa por suas
costas curvadas, com a bunda bem empinada para
mim. Meto um dedo dentro dela, vendo o quanto
ela estava molhada. Penny geme, se empurrando
contra minha mão.
Quando estou a ponto de gozar eu me
afasto.
— Deita ai e abre as pernas. Quero te
provar de novo.
Penny tem um olhar vidrado, mas hesita.
— Talvez não seja uma ideia fazermos isso.
Eu bufo.
— É uma ótima ideia. Nós dois somos
adultos, comandamos nossas vidas.
Ela abre a boca para protestar, mas desiste.
Ela está tão quente quanto eu. Seguindo meu
comando ela se deita e abre as pernas, me deixando
acomodar entre elas. Sinto seu cheiro e passo a
língua pela sua boceta toda nua.

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— Se depilando toda Penny? Eu gosto.


Ela tem as bochechas coradas.
— Se vai fazer isso não precisa falar.
Eu sorrio, gostando da provocação.
— Mas você gosta quando eu falo. — Dou
uma mordidinha no seu púbis que a faz se arrepiar.
Sem querer conversar mais eu a lambo,
degustando de seu gosto. Ela geme e agarra as
cobertas me fazendo sorrir contra ela. Seu corpo
sempre respondeu tão bem a mim. Suas costas
arqueiam quando ela chega ao prazer, seu corpo
tremendo logo em seguida.
Me levanto, deitando sobre ela e tomo seus
lábios nos meus, num beijo gostoso e cheio de
tesão. Sem esperar mais eu me enfio dentro dela,
gemendo com a sensação quente, molhada e de lar.
— Porra, eu senti tanta saudade de você. —
grunho enquanto arremeto contra ela, começando a
aumentar meu ritmo gradativamente, para ela se
acostumar.
Me afasto um pouco, aprofundando as
investidas vendo seus belos seios balançando.
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Abaixo a cabeça e tomo um deles na boca,


mordendo do jeito que a deixava louca. Ela então
joga seu corpo para trás quando o prazer se torna
demais e se entrega ao prazer, eu não tardo a segui-
la.
— Eu te amo. — Ela murmura, totalmente
fora de si, mas mesmo assim eu ouço, me deixando
mais confiante de que ainda poderíamos ter um
futuro juntos. Onde existe amor, qualquer muralha
passa a ser um muro de escalada.
— Porra, isso foi ainda melhor que das
outras vezes. — anuncio, caindo ao seu lado.
Nossa respiração é rápida e ofegante pelo
esforço, sinto meu corpo relaxado e já começo a
pensar no futuro.
— Jack, eu sinto muito.
Eu me viro para ela.
— De novo não, Penny. Vamos deixar o
passado para trás. Vamos viver o presente. Quero
ter uma vida ao seu lado. Lembra que sempre
sonhamos isso?
Ela me olha.
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— Jack as coisas não são fáceis. Me


desculpe, mas eu preciso conservar meu coração.
Eu me levantei, vestindo minha calça
rapidamente.
— Que coração?

Não volto a tentar algo novamente com


Penny ou tentar conversar sobre a noite, ela deixou
bem claro que nada que eu fizesse seria capaz de
fazer ela ficar comigo. Penso que meu pai possa ter
feito ela tomar essa decisão, porém já se passaram
tantos anos, teve tempo para fazer suas escolhas de
agradar a ele ou ser feliz. Parece que sua escolha
não foi muito esperta, mas foi a que ela fez.
Entro num bar, onde no subsolo está
acontecendo uma luta de gaiola, é menos aberto e
mais sangrento que um underground. Eu fiquei de
fiscalizar com os meus homens para ter certeza que
não há nenhum dinheiro sendo desviado entre as
transações de apostas e recebimento dos lutadores.
Os Underground rapidamente se tornaram uma
grande coisa, quase como da liga profissional,
sendo feita em arenas grandes, vista por canais na
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internet sendo transmitidos ao vivo e com toda a


merda de matérias e essas coisas.
Essas lutas clandestinas, chamadas de
gaiola, são feitas num lugar menor e sem tanta
visualização ou regras, com alguns lutares que
estão querendo ganhar uma grana, ou tentando
entrar e também há os veteranos que querem chutar
bundas numa quarta feira a noite.
A gaiola existe em quase todas as máfias,
pois é uma maneira fácil de conseguir dinheiro, as
pessoas gostam da sensação, gostam de ver o
sangue. Só Santiago Raffaelo Primeiro foi tão
ousado em transformar essas lutas clandestinas em
algo maior e rodando todo o país pelos territórios
das máfias parceiras, assim rodando dinheiro entre
todas elas e sem precisar fazer guerra pelos
territórios e deixando todos felizes com essa
transação, assim unindo ainda mais os laços.
Tornando sua máfia ainda maior e rendável, assim
o fazendo não precisar sujar as próprias mãos.
Expondo de certa forma a máfia, mas sem
deixar claro que fazia parte dos acordos entre as
famílias. O cara era um gênio.
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Meus cabelos estão presos num coque e eu


uso roupas mundanas, para me enturmar meio a
multidão. Fico de olho nas apostas e depois na luta.
Quando vejo o corpo do oponente cair no chão de
nocaute eu sorrio, Jordan McKenna, o Destroye já é
famoso no underground, ganhou a maioria das lutas
que disputou. Ele é aclamado por todos, as
mulheres se jogam sobre ele e ele sorri feliz pela
atenção.
— Mais alguém pra me enfrentar essa
noite? — Ele grita, cheio de energia ainda.
Seu treinador tenta tira-lo dali, mas ele
continua a gritar procurando por alguém louco o
suficiente para desafiar um lutador profissional. Eu
levanto a mão e a multidão abre caminho.
Destroye bufa uma risada.
— Tragam o homem aqui.
As mulheres gritam animadas, e os homens
grunhem em aprovação de ver mais violência e
sangue. Subo na gaiola retirando minha camisa e
sapatos, deixando minha arma junto a um homem
que trabalha para mim.

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— Senhor, tem certeza disso?


— Sim, me arranje uma bermuda, não dá
pra lutar de jeans.
Rapidamente outro homem vem me
entregando. Sem qualquer vergonha eu retiro minha
calça, fazendo as meninas gritarem excitadas ao me
verem só de cueca box preta. Visto a bermuda
preta, a regulando no meu quadril e entro na gaiola
sem esperar que me arranjem um protetor bucal, era
uma luta informal no final das contas. Sangue é o
que eles querem ver aqui. Pego as fitas e enrolo
minha mão, protegendo meu metacarpo e junções
de dedos.
As lutas do undeground, são lutas
profissionais e geram mais dinheiro e visibilidade
então pelo menos temos que cuidar um pouco da
integridade dos participantes. As lutas de gaiola
não rodava pelos estados, acontecia na surdina,
com tudo que tinha direito.
— Como você quer ser apresentado, garoto?
— O locutor da gaiola pergunta, sem me
reconhecer.

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— King.
Ele começa a se preparar para falar no
microfone quando assimila então o que eu disse.
— Se-senhor, me desculpe. Não percebi que
era você. Talvez não seja uma boa ideia um dos
consiglieres participar de uma luta e...
Eu o segurei pela camisa, aproximando meu
rosto do dele.
— Me apresente e vamos começar a luta.
Jordan se aproxima, alheio a tudo e me
estende um estojo, olho para ele com pouco caso,
que segura o protetor bucal com outra mão.
— Eu sempre tenho um extra para as lutas.
Aceito, ele é todo certinho e não deixo de
admirar que ele além de se proteger, quer seu
oponente na mesma linha de partida com ele.
— Valeu, mano.
Pego uma garrafa que jogam para mim e
lavo antes de colocar. Bem a tempo que o locutor
começa a narrar, revelando minha identidade. Meu
plano de ficar de olho na surdina vai por água

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abaixo, mas ainda bem que tenho meus homens de


olho por todo esse lugar.
— Do lado direito temos o vencedor da
noite, Jordaaaan Destroyer McKennaaaaaaaa. Essa
meus senhores, será uma luta extra e não contará
pontos.
Destroye é ovacionado por todos, o cara
está indo pra ser a porra de uma lenda dos
Undergrounds, se vencesse mais esse ano, seria o
terceiro, fora ter ido para as finais do UFC na sua
estreia, antes de ser suspenso.
— E do outro lado, o dono da porra toda.
Um dos homens que faz a merda andar. Um dos
reis de Las Vegas... Jack King!
A multidão fica em polvorosa ao ver um
dos consiglieres, dono de boa parte de Vegas aqui,
até o olhar de Jordan muda para mais cuidadoso.
Seu treinador grita para ele deixar para lá, mas eu já
o vi em campo, Destroye não desiste.
— Luta limpa, cara. O que acontece na
gaiola fica aqui. — Falo baixo e ele acena.
A luta começa e eu me afasto, o rondando.
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Já vi como ele luta, Jordan gosta de ver como os


adversários atacam, para assim ver seu ponto fraco
e atacar ali.
Ele joga a perna para atingir minhas
costelas, mas eu consigo desviar a tempo. A
adrenalina sobe cada vez mais, e eu me sinto bem
pra caralho. Me aproximo o suficiente e trocamos
alguns socos, sendo aclamados pela multidão.
Destroye não tem pena e bate em mim com
movimentos fluidos, exalando todo o treinamento
que ele tem. Porra, o cara é bom, mas eu estou
frustrado pra caraca com a minha vida e isso me da
força.
Acerto um soco no seu olho, que faz um
corte no supercílio aparecer, jorrando sangue, ele
como revanche, me acerta no maxilar e eu agradeço
mentalmente por estar usando protetor bucal ou
teria quebrado meus dentes e ferido minha língua
com certeza. Meu rosto dói, mas eu não me abato.
A luta passa para o chão e ele me dá uma
sequencia de socos, eu consigo me esquivar de
alguns antes de finalmente conseguir retribuir, até
que nos separamos, lutando pelo ar. Nem eu e nem
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ele irá desistir. Lutas de gaiola não tem intervalo, é


até que o participante desista ou vá a nocaute. Nós
dois estamos exaustos, mas damos o show que
essas pessoas pagaram para ver.
A máfia Mão Negra, que tinha metade de
Las Vegas em sua mão estava crescendo cada dia
mais com as suas lutas da gaiola que na maioria das
vezes terminavam em mortes. Meus irmãos e eu
não podíamos ser vistos como fracos ou eles
acabariam atacando, tentando nos derrubar do
nosso território. Os Raffaelos e os outros
consiglieres podiam nos dar apoio, mas seria uma
vergonha se não defendêssemos o nosso lugar.
Consigo me levantar sobre Destroye e dou
uma série de socos em seu rosto antes de
finalmente ser afastado por ele, que rebate de volta.
Sinto meu rosto inchado e o sangue do meu
supercílio tampa uma de minhas vistas. Me coloco
em pé, mas ele logo em seguida me acerta um de
direita que me faz perder a visão por um momento,
me levanto ao chão. Assim o declarando o
vencedor.
— Temos um recorde, pessoal! — O
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locutor grita, eufórico. — Quinze minutos seguidos


de luta! Isso é insano!
Um dos meus homens traz uma toalha e
uma garrafa para mim.
— Lutou muito bem senhor.
Eu aceno para ele, porque sei que é verdade,
apesar de não sair ganhador daqui eu aguentei
quinze minutos direto de luta com um cara que vive
disso todo dia.
Me aproximo de Destroye e apertamos as
mãos.
— Você mandou muito bem, cara. Devia
começar a lutar.
Eu sorrio dando de ombros.
— Teve um tempo que eu quis ser lutador,
mas não é mais possível.
Passo por meus homens que me olham
admirados, mesmo não tendo ganho, demonstrei
que eu não precisava de uma arma para me
defender.

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Quando chego em casa já passa das quatro da


manhã, como sabia que todos estariam dormindo eu
não me limpei no clube, preferindo estar em casa
para fazê-lo. Me surpreendo ao encontrar Apollo e
Penny na sala esperando por mim.
— Aconteceu alguma coisa?
Apollo me olhou e se aproximou, me
empurrando.
— Que porra você estava pensando em ir
lutar, Jack? Está maluco?!
Minha testa se franze.
— Qual o problema? Meus homens ficaram
de olho em tudo, amanhã você terá a porra do seu
relatório na mesa.
Ele volta a me empurrar.
— Isso não se trata disso. Você foi lutar,
Jack! Podia ter se machucado seriamente ou
morrido, não estamos forte o suficiente para isso.
Você deixou o território enfraquecido!
Eu me aproximo dele, seu peito encostando
no meu.

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— E quem é que vai me impedir de lutar?


Você?
— Eu sou a porra do seu Consigliere antes
de ser seu irmão, você me deve respeito.
Apollo nunca antes jogou isso na minha
cara, mas era verdade. Antes de sermos irmãos
tínhamos um império para comandar.
— Sim, meu consigliere. Como quiser. —
Cuspo as palavras me afastando. — Papai te treinou
direitinho. Logo você estará igual a ele.
Subo as escadas ouvindo passos suaves
atrás de mim.
— Jack deixa eu fazer um curativo em
você...
— Não precisa Penny. Parece que eu não
consigo porra nenhuma do que eu quero né? Não
será a falta de um curativo que me deixará mais
fodido.
Fecho a porta do meu quarto suavemente,
vendo a expressão triste dela, mas não posso ceder
mais. Não sei quantas vezes já prometi que
esqueceria Penny, mas agora é pra valer.
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Na manhã seguinte recebo uma mensagem


de Apollo para encontrar ele em sua sala, quando
acordei ele já tinha saído. Bella me olhou triste ao
ver meu rosto, mas não comentou, já Josh não tinha
semancol nenhum.
— Tu tá mais feio do que já é. Quem fez
isso? Uma de suas fodas?
— Josh é melhor calar a boca ou você será
o próximo a ser atingido. — Bella anunciou com a
voz suave e piscou para mim antes de se levantar.
— Vamos pra escola.
— Sempre soube que você queria ser
lutador. — Penny disse quebrando o silencio. —
Do jeito que você sempre instigava os outros a
lutarem com você na escola, você gostava da
sensação.
Eu a olhei.
— Mas nunca tive uma chance real de fazer
isso.
Ela não fala nada e nem é preciso.
— Preciso ir.
Ao chegar a sala de Apollo eu respiro fundo
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antes de entrar, a mascara de duros que precisamos


representar a todos de fora a cada dia fica mais
pesada, haverá um dia que não será só uma
mascara. Não quero acabar como meu pai, sem
emoção.
— Queria falar comigo?
Ele aponta para eu me sentar.
— Las Vegas não fala em outra coisa, se
não você lutando ontem na gaiola.
Suspiro com meus ombros caindo.
— Vai ter tortura para deixar um aviso a
todos?
Ele nega, franzindo a testa ao ouvir minha
sugestão.
— Estamos sendo vistos como mais fortes e
não só filhos que precisaram assumir os negócios.
Eles estão nos enxergando brutais depois do que foi
feito com Lúcifer e agora você mostrando que sabe
lutar.
Só de falar de Lúcifer faz meu sangue
correr mais rápido. Aquele cara merecia sofrer bem
mais.
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— Você sabia que a Mão Negra tem como


um dos principais lutadores Ellijah Bertolli, um dos
irmãos de Enzo Bertolli, capo da Mão Negra?
Eu acenei sem entender aonde ele queria
chegar. Mão Negra não se escondia embaixo de
uma fachada de executivos como a Cosa Nostra.
Eles eram agressão, medo, e sangue. Não fingiam
ser o que não eram e era por isso que eles tinham
um território quase tão vasto quanto os acordos
entre Raffaelo e a Cosa Nostra.
Era comandada por Enzo Bertolli, um dos
capos mais sanguinários que já conheci. Ele matou
o próprio pai, degolando a cabeça e manchando as
ruas de Vegas com seu corpo. Tinha outros três
irmãos, Ellijah, Enrico e Emanuel. Por fora Enzo
podia aparentar ser civilizado, mas bastava uma
única fagulha para ele mostrar o verdadeiro eu.
— E o que você esta dizendo é?
Apollo sorri.
— Você pode lutar as vezes, rendeu um
bom dinheiro, mas não faça disso um habito. — Ele
limpou a garganta. — Eu preciso de você para me

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ajudar a controlar tudo isso, não consigo sozinho.


Eu aceno em entendimento, apesar de estar
se tornando frio, Apollo precisa de alguém que o
auxilie, que esteja aqui para ele quando a corda
apertar. Alguém para ajuda-lo a ficar frio.
— Pode sempre contar comigo irmão.

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CAPÍTULO 14

PENNY
Dois meses se passaram desde aquela noite
onde Jack e eu dormimos juntos. Eu devia chamar
aquela noite de erro, mas não conseguia. Sonhei
tanto com essa noite e foi ainda melhor que nos
meus pensamentos. Jack se tornou mais intenso,
mais voraz e desejoso.
E agora eu estava enfrentando as
consequências daquela noite. Olho para o teste em
minhas mãos, com o coração acelerado e com
lagrimas caindo. Tudo mudaria agora. Não importa
o que acontecesse, esse bebe iria nascer.
Já vinha me sentindo estranha há uns dias,
mas nunca considerei que pudesse ser uma
gravidez. Quando minha menstruação atrasou
considerei o estresse que estava vivendo com Jack
me ignorando e achei que fosse isso, mas então os
vômitos e fraquezas matinais começaram. Acho
que tivemos sorte, Jack e eu quando mais novos
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deixamos de nos prevenir muitas vezes, mas nunca


consideramos a gravidez, até que aconteceu.
Limpo as lagrimas dos meus olhos, não
havia como eu esconder isso de Jack, também
precisava contar a verdade, ele precisava entender
porque eu não lutei por ele.
Me olhei no espelho, limpando as lagrimas
e tentando ajeitar a maquiagem. Hoje era o dia do
casamento de Bella e eu não podia estragar isso
jogando essa bomba. Jack e eu teríamos tempo para
conversar. Minha fixa caiu então e percebi que não
deixaria o senhor King ter qualquer tipo de
intromissão, eu era uma adulta agora e ele não me
controlava. Era grata por tudo que ele me fez,
porém tudo tinha limite e eu não deixaria ele se
meter nisso.
— Ei, vai dar tudo certo! — Sara diz
sorrindo para mim, chorando emocionada. — Eu
serei tia!
Eu rio e a abraço.
— Os King nunca a deixariam na mão,
acredite em mim Penny. Mesmo que vocês não

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fiquem juntos nunca faltará nada para você e seu


bebê.
— Ele será chamado de bastardo. — Eu
murmuro, lutando contra as lagrimas. Não quero
que meu filho seja excluído ou apontado pela
sociedade.
— Nós estaremos aqui para dar o pilar a ele.
Ele ou ela saberá o quanto é amado e nada que
venha do ódio irá importar.
Eu aceno e ela ajeita minha maquiagem.
— Você precisa falar com Jack, não hoje,
mas logo. Sabe como as noticias correm rápido,
não vão demorar muito a perceber que não sou eu
que estou grávida.
Sara havia ido comprar os testes, mesmo
sabendo que sua imagem podia ser manchada. Ela
fez isso por mim.
— Eu vou. Eu prometo.
Ela seca os olhos e se ajeita, me olhando
através do espelho.
— Te garanto que dessa vez ele não irá
deixar você escapar.
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Eu sorrio, é o que eu mais quero. Percebi


que não dá para viver através do medo do que
poderia ser. Dominic Raffaelo, o capo e Jace
Donavan sua mão direita, estão junto em um
relacionamento sério com meninas de fora e nunca
foi dito um ai sobre isso. Porque Jack e eu seria tão
diferente? Hoje percebo que o preconceito vem da
sociedade, não realmente da máfia. A sociedade
impôs que ricos deviam ficar com ricos e as
pessoas ouviram, muitas vezes se destruindo no
processo.
— Eu vou lutar, Sara.
Minha amiga segura minha mão.
— Eu sei que vai. Você já está diferente.
Eu a puxo para a porta.
— Agora vamos, Bella deve sair da
banheira a qualquer momento.

Eu estava tão orgulhosa de ver essa menina


quebrada havia se tornado, Bella assim como os
meninos, despertaram meu lado materno. Ela se
olhava emocionada, seu vestido, escolhido com a
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ajuda de Sara e eu. Era simples e o all-star que


usava completava o seu estilo.
Bella passou por tanto e merecia ser feliz.
— Você está nervosa? — Pergunto
ajeitando o véu em sua cabeça, enquanto Sara
esticava o vestido.
— Não, nunca estive tão calma na minha
vida. — Responde sorrindo, em paz. Feliz.
— Sorte a sua, é capaz de eu vomitar no
meio do meu casamento. — Elena resmunga
terminando de passar o batom nela. — Ou matar o
noivo.
Bella não aguenta e ri, já Sara e eu somos
um pouco mais discretas. Elena franze a testa e
abre a boca, em seguida balança a cabeça.
— Todos já chegaram. — Ela anuncia
depois de pegar o celular. — Será só a gente na
capela?
Bella acena sorrindo feliz com isso. Ela
acreditava que teria um pequeno casamento e
depois ia para uma festa chique, mas Apollo fez
uma grande surpresa para ela. Para ele, ela era mais
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importante que qualquer status.


Bella irá contar a verdade sobre o que
aconteceu a ela para seus parentes, sei o quanto
será duro para ela, porém eles precisam saber.
— Está pronta? — Pergunto a ela, não só
sobre o casamento, mas sobre dizer a verdade e se
libertar de uma vez por todas.
— Sim, eu estou.

Quando entramos na limusine, Bella logo


percebe que não estamos parando no lugar
escolhido. Ela fica emocionada sabendo que foi
ideia de Apollo, o amor deles é tão lindo e puro e
quero poder ver eles velhinhos juntos. A cerimônia
linda, foi feita no canil da ONG que Bella ajudava,
os cachorros com gravadas dentro do cercado, o
altar repleto de flores. Os convidados eram somente
amigos íntimos e família. Chorei emocionada
vendo eles fazerem os votos.
Me aproximo do senhor King.
— Está linda Penélope.
Eu o abraço, mesmo ele estando meio duro
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em retribuir. Sua pele está pálida, mas ele não se


senta, usando uma bengala como apoio, querendo
manter a pose de forte. Penso que talvez ele não
tenha a oportunidade de conhecer seu primeiro neto
e isso me faz suspirar. Ele me olha interessado e eu
consigo dizer sem quebrar.
— Espero que você ainda viva uns anos.
Não desista, por favor.
Ele me olha interessado e até mesmo
preocupado.
— Está tudo bem?
Eu sorrio, com os olhos marejados.
— Sim, só percebi que não estou pronta
para perdê-lo.
Ele me surpreende ao acariciar meu rosto.
— Posso ter feito muitas escolhas erradas
na minha vida, mas nunca, em nenhum momento
me arrependi de ter pego você. — Ele limpa a
garganta. — Nunca pedi antes, mas seria uma
honra que você me chamasse de filha até que eu dê
meu ultimo suspiro.
Eu então choro em silencio em seus braços,
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emocionada. Levanto o olhar pouco depois vendo


Jack nos olhando a distancia.
— Eu não vou desistir dele. — falo
quebrando o silencio e olhando para ele.
O senhor King acena.
— Eu sei e apesar de achar que você merece
mais, você tem a minha benção. Você já é uma
King de coração, mas agora será no papel e deve
agir como tal. — Me preparo para ele me humilhar,
as vezes ele nem mesmo percebia que fazia isso,
era como ele foi criado. — Nunca deixe de
colocarem pra baixo, você teve sempre se manter
de cabeça erguida, equilibrando a coroa do império
que você faz parte, filha.
Eu lhe dou um ultimo abraço, antes de me
afastar. Preciso encontrar Jack, mas ele está longe
de ser visto.
Vamos para a festa e lá eu me divirto com
as meninas, aproveitando a noite. Sara bebeu um
pouco demais.
— Droga, Penny. Acho que estou
apaixonada por aquele cabeça de bagre!
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Meus olhos se arregalam antes de um


sorriso sair.
— Ele é um bom menino. Ele pode ser um
pouco imaturo, mas tem um bom coração.
Ela funga e bate o pé no chão.
— Não posso gostar dele, Josh não sabe ser
fiel! Me trai com ela!
Minhas sobrancelhas se franzem.
— Oi? Quem?
— Ela! Ginger!
Pera ai, quem é Ginger?
Ela bufa.
— A stripper safada!
Minha risada chama atenção das pessoas
que estavam perto, eu abaixo a voz para respondê-
la.
— Mas Sara, você é ela.
Ela faz um bico.
— Ele não sabe.
Eu decido contar a minha suspeita.
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— Acho que você subestima demais a


inteligência do meu menino. Os King são muito
espertos.
Ela bufa.
—Não Jack, ou ele já a teria com um anel
no dedo.
Escuto alguém limpando a garganta e fico
para morrer quando percebo que é Jack atrás dela.
— Não é fácil assim, é mais fácil pegar um
tubarão num lago. — ele responde sem parecer
afetado, mas eu o conheço melhor que isso. Ele está
com raiva por estarmos falando dele.
Ai. É isso que ele acha de mim? Algo
impossível? Será que eu o empurrei tanto que Jack
finalmente desistiu de mim?
— Bem, você não tem nem um tubarão nem
um lago, mas tem uma menina que te ama aqui. É
só fazer as contas.
Sara se afasta e depois de nos olharmos por
mais uns segundos ele segue o caminho para longe
de mim. Começo a pensar que talvez só dizer que
podemos ficar juntos não será o suficiente.
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Vou ao banheiro e choro. Choro por não ter


encarado o senhor King antes e deixado claro que
não desistiria de Jack e ele teria que aceitar. Perdi
anos da minha vida para agradar alguém em
gratidão quando eu devia ter pensado em mim em
primeiro lugar. Eu nunca pensei em mim.
Depois de me ajeitar eu dou de cara com
Josh.
— Oi, Penpen, estava te procurando. Vamos
levar Bella e Apollo até o cruzeiro.
Eu franzo a testa.
— É realmente necessário eu ir?
Penso em como irei enjoar durante o voo,
mas não posso contar isso ainda.
— Claro que sim. Somos uma família e
temos que estar juntos.
Eu fungo com suas palavras e o abraço.
— Eu te amo, Josh.
— Também te amo, Penny. Quando penso
em uma mãe eu só vejo você vindo a minha mente.
Nós saímos de mãos dadas e pegamos o voo
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depois de nos despedirmos de todos. Bella está


mais leve depois de ter contado a verdade aos
parentes. Apesar de serem homens frios, calculistas
e até mesmo chamados de psicopatas, eles sofreram
pelo o que ela passou. Se compadeceram e nunca
julgaram ela por não ter sido forte e ter contado
desde a primeira vez. Infelizmente no mundo ainda
existe pessoas que culpam a vitima.
Chegamos onde o navio estava, tudo que eu
queria era chegar em casa logo antes que enjoasse,
mas quando vi quatro malas fiquei surpresa, afinal,
eles ficariam fora só sete dias.
— Quatro malas?
Bella olhou também surpresa.
— E olha que eu nem sabia que teria uma
sequer. — ela brinca de volta.
Josh limpa a garganta, fazendo a gente olhar
para ele. Meu menino lê os papeizinhos que tem na
mala e sorri largamente.
— Essa é sua Bee, e essa do Apollo. — Ele
entrega as malas e eu franzo a testa.
— E essas outras duas, são comida ou algo
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assim? Nos navios tem comida Josh.


Jack que até o momento estava quieto
comenta:
— Não acho que seja para isso essas malas.
— Seu olhar fuzilava Josh, que nem se importou.
— Bem, você e Penny merecem férias!
Sem que eu sequer pudesse falar algo, ele
distribui pra nós quatros o folheto do navio com o
mapa.
— Se divirtam crianças.
Eu começo a entrar em pânico. Eu passaria
mal no navio por sete dias e ainda perto de Jack.
Ele descobriria tudo antes mesmo que eu pudesse
tomar coragem para contar.
— Não posso ir.
Josh bufou.
— Claro que pode. Já está tudo feito, não há
como voltar atrás. Vão curtir a viagem e voltem
relaxados que o papai aqui será o melhor
consigliere de Vegas. — Ele piscou me deixando
ainda mais tensa. Não acho que seja uma boa ideia

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ele ficar sozinho lá.


— Está tudo bem Penny. O pai de Bella o
ajudará assim como os capitães. — Apollo disse me
tranquilizando.
— Não acho que tenhamos escolha, no
caso. — Jack murmurou sem me olhar, fitando
Apollo com raiva. — Eu estava ocupado hoje.
Apollo deu de ombros.
— Desmarque, você ficará aqui por sete
dias.
O clima estava estranho, o que Jack faria
depois do casamento?
Me despedi de Josh, com o coração na mão
de deixar meu menino. Nunca fiquei tantos dias
longe dele, a única vez que isso aconteceu foi
quando perdi meu bebê e precisei ficar longe por
esse tempo.
Jack não falou nada quando percebeu que
seria um único quarto para nós, depois que
embarcamos fomos atendidos onde iriam nos
mostrar nossos quartos, eu podia ver que ele queria
perguntar sobre um outro quarto, mas o olhar que
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Apollo o deu o parou. Iria tornar tudo mais


constrangedor do que já estava. Eu não queria
discutir e arruinar a lua de mel deles, então me
calei.
Entramos no nosso quarto e para ter algo
que fazer eu coloquei a minha mala em cima da
cama, para pegar um pijama.
— Vamos falar sobre isso? — Jack
perguntou, se sentando num pequeno sofá.
— Sim eu... eu só vou tomar um banho
antes e tirar a roupa de festa.
Ele acena sem muito interesse.
Entro no banheiro e decido tomar coragem e
contar tudo para ele, não tomo banho para não
demorar mais tempo e rapidamente me visto, só pra
perceber quão sexy a camisola de seda rosa que eu
peguei ficou em mim. Eu não tinha outra opção, se
não sair do banheiro de toalha, então preferi
continuar com a camisola.
Rapidamente lavei o rosto e soltei os
cabelos, não sabia como começar a contar tudo pra
ele, mas eu o faria. Hoje Jack iria descobrir os
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porquês de eu nunca ter dado uma chance real a


nós.
Abro a porta do banheiro com calma e
quando vou abrir a boca para falar eu o escuto ao
telefone:
— Não, não vai dar para eu ir Katrina... Sim
eu aviso.
Ele desliga e se vira para mim, eu já tenho
os braços cruzados e apesar de não ter direito
nenhum eu pergunto.
— Quem é ela?
Jack levanta as sobrancelhas, surpreso pela
minha pergunta.
— O que?
— Com quem você está falando?
Ele passa a mão pela barba. Sua gravata e
paletó já se foram e sua blusa está com os primeiros
botões abertos.
— Porque você quer saber?
Eu respiro fundo.
— Porque hoje vamos colocar tudo em
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pratos limpos.
Ele inspira, surpreso pelas minhas palavras
antes de deixar o rosto sério.
— Acho que já conversamos o suficiente.
Pra mim chega, não vou mais correr atrás de você.
Me dói ouvir isso, mas eu mereço.
— Tudo bem, eu entendo. Mas mesmo
assim você precisa saber.
Ele não responde, só me olha. Então eu
começo.
— Eu nunca achei que era boa o suficiente
para você Jack. A verdade é essa. Claro, seu pai
disse diversas vezes isso e só fortaleceu essa
questão dentro de mim. Eu realmente não lutei por
nós. Nunca o fiz.
Ele se senta na beira da cama e olha para o
chão. Eu me aproximo um pouco.
— Se lembra no dia que terminamos? —
Ele acena e eu respiro fundo. — Seu pai havia
falado comigo antes de você chegar. Ele disse tudo
que eu já sabia, não tínhamos a mínima estrutura
para fugirmos e vivermos por nós mesmos. Você
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seria caçado como traidor, caso isso não


acontecesse nós ficaríamos sem dinheiro e
viveríamos na miséria. Nós poderíamos nos tornar
meus pais, Jack. — Minha voz quebrou na ultima
parte.
— Nós teríamos dado um jeito. — Ele diz
convicto.
Eu rio sem humor.
— Não teríamos. Você nunca viveu em
situação de risco, nunca passou fome. Você me
odiaria.
Ele então me olha.
— Eu nunca iria te odiar, Penny.
Uma lagrima cai do meu olho.
— Eu fiz o que achei melhor naquele tempo
e não me arrependo. O que me arrependo foi ter
deixado passar tantos anos depois disso, nós não
precisaríamos da aprovação do seu pai. Ambos já
estavamos adultos e poderíamos trabalhar para ter
uma vida digna.
Eu olho para o chão. Jack se levanta
parando a minha frente, sua mão se erguendo para
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tocar meu rosto, mas eu me afasto.


— Se lembra que depois que terminamos eu
fiquei uma semana fora?
— Sim, papai disse que você foi para um
spa ou algo assim.
Mais lagrimas caem dos meus olhos.
— Naquela noite depois que você saiu eu
passei mal, Jack. — Ele fica tenso. — Eu perdi o
nosso filho, filho esse que eu nem sabia que
carregava. O medico disse que foi pelo estresse.
— Não. — Ele disse de repente. — Não.
Você não me contou que eu perdi um filho. Um
filho, Penny?
Ele caminha até o outro lado do quarto,
precisando de espaço. Soluços e o choro não
cessam de mim.
— Me desculpe, eu estava com medo.
Ele finalmente se vira para mim com os
olhos marejados.
— Você sofreu por ele sozinha. Você
enfrentou tudo sozinha, eu devia estar lá para você.

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Mais choro sai de mim, porque eu sei que


ele estaria lá e nunca teria me deixado.
— Eu sei que você estaria. — sussurro o
olhando.
Ele se aproxima.
— Porque falar agora? Nós tivemos tantas
chances de conversar e você nunca me disse isso.
— Hoje eu falei com seu pai, disse que não
iria mais desistir mesmo sabendo que ele nunca irá
nos aprovar.
— Que se foda ele e sua aprovação. — Ele
grunhe.
— Pra mim ela importa Jack. Sempre
importou.
Jack se aproxima e me segura pela cintura.
— Ela ainda importa?
Eu não consigo falar nesse momento sem
cair no choro novamente, balanço a cabeça em
negativa.
— Não. — Eu fungo. — Meu amor é maior
que uma aprovação. Agora eu vejo isso. Me
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desculpe por ter nos separado por tanto tempo.


Ele me abraça, me segurando enquanto eu
choro. Não sei quanto tempo passamos assim, mas
então eu lembro que preciso dizer a ele sobre a
gravidez.
— Jack?
Eu me afasto o suficiente para o olhar.
— Isso não é tudo.
Ele seca as lagrimas dos meus olhos.
— Pode falar, eu quero ouvir tudo.
Respirando fundo eu solto de uma vez só.
— Estou grávida.
Ele no primeiro momento não reage e eu
começo a ficar nervosa.
— Eu sei que as coisas não se resolvem só
comigo falando tudo. Eu sei o quanto te feri e nosso
filho vai te amar mesmo que não sejamos um casal.
Eu não me importo com o que vão falar e nós dois
vamos fazer ele ou ela, se sentir amado e
compreendido. — Quando ele ainda não fala nada
eu completo. — Não estou te pedindo para estar
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comigo. Eu nunca faria isso.


— Por quê?
Minha testa se franze com a sua pergunta.
— Porque o que?
— Porque você não vai me pedir pra estar
contigo?
Eu mordo meu lábio tentando pensar em
uma razão.
— Porque eu não quero força-lo a estar
comigo, por causa do nosso filho. Eu ouvi você no
telefone com essa tal Katrina. — Eu engulo seco.
— Não vou atrapalhar seu relacionamento. Se você
está com ela é porque me superou.
Então a ultima coisa que eu esperava, era
sua risada.
— Katrina é a corretora de imóveis. Ela me
daria os papeis do apartamento hoje.
Eu não acredito muito nisso.
— Nessa hora?
Ele dá de ombros.
— Sabe como eu sou apressado. Queria me
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mudar antes que Bella e Apollo voltassem, assim ia


levar Josh comigo pra ficar um tempo para eles
terem um espaço só pra eles.
— E eu? — Me incomoda que ele tenha me
excluído.
Jack ri.
— Você já estaria na nossa casa.
— O que?
Ele me dá aquele sorriso maroto que eu
tanto gosto.
— Eu te trancaria na casa junto comigo até
nos acertarmos.
Eu rio.
— Sério?
Ele se aproxima e toca minha cintura.
— Totalmente sério. Ver você hoje no
casamento só solidificou que é isso que eu sempre
quis e que não ia esperar mais.
— Eu pensei que você tivesse desistido. —
Desabafo.
— Eu estava com raiva, porque mesmo
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quando eu te odiava por deixar meu pai mandar na


sua vida, eu ainda te amava.
Ele toca a minha barriga.
— Nós vamos ser pais.
Eu rio feliz.
— Sim, nós vamos!
Ele se abaixa, levanta minha camisola e
beija minha barriga. Eu ofego, surpresa com o seu
carinho.
— Vou estar sempre aqui para vocês.
Ele beija novamente a minha barriga antes
de levantar, sem se afastar de mim.
— E agora, como ficamos? — pergunto
tímida, mas eu preciso da resposta.
Jack bufa.
— Achei que já estava claro desde a parte
que falei que te levaria até nosso apartamento e te
trancaria lá até que você aceitasse ser minha para
sempre.
Sua mão toca minha cintura e ele abaixa o
rosto até ficar de frente para o meu.
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— Você é minha, Penny e em breve terá


meu anel em seu dedo e meu sobrenome.
Meus olhos se arregalam.
— Você está fazendo isso por causa do
bebê?
Ele nega veemente.
— Você sempre foi minha e nosso filho só a
fez perceber que eu sempre estarei na sua vida e
você na minha. Nada que meu pai ache irá mudar
isso.
Eu sorrio feliz.
— Bem, você terá que encarar enjoos
matinais, fomes de coisas... diferentes, mal humor e
por ai vai. Está preparado?
Ele sorriu largamente antes de colar nossos
lábios.
— Sim, esperei por isso a vida toda.
Seus lábios descem novamente aos meus e
eu me entrego por completo, degusto seus lábios,
puxando a sua camisa fazendo os botões voarem
pelo nosso quarto. Jack puxa minha camisola pela

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cabeça, me deixando somente de calcinha, que não


tarda a sumir também.
Ele nos leva até a cama e seus lábios tocam
todo meu corpo com prazer. Jack essa noite faz
amor comigo sem tirar os olhos dos meus, seus
olhos transmitindo todo amor que ele sentia.
Quando finalmente nos entregamos ele me diz com
a voz rouca:
— Eu sempre te amei e nunca deixarei de te
amar.

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CAPÍTULO 15

PENNY

Desperto com o coração pesado e uma


vontade imensa de chorar. Não entendo no começo
porque sinto isso, penso que estava tendo um
pesadelo ou algo isso, mas mesmo acordada a
sensação não passa. Me viro de lado olhando Jack
dormindo ao meu lado no nosso quarto.
Havíamos nos mudado há um mês, assim
que voltamos do cruzeiro, e nos casamos no civil
poucos dias depois disso. Eu não queria uma
grande festa e Jack respeitou isso, fazendo só uma
festa aqui no nosso apartamento para os amigos
mais íntimos. Senhor King ainda não aceitou
completamente nosso relacionamento, mas
compareceu ao casamento e a festa, mesmo tendo
ficado um pouco. Quando contamos da minha
gravidez ele tentou se fazer de duro, mas ao me
olhar chorou. Jack ficou surpreso, mas eu não.
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Sabia que aquela fachada dura era o jeito dele, o


jeito que foi criado.
Estico a mão e toco Jack com calma.
— Jack.
Ele abre os olhos e rapidamente toca minha
barriga.
— É o bebê?
Estamos com três meses e Jack e os
meninos ficavam em cima de mim iguais gaviões
não me deixando segurar qualquer peso e mal me
deixavam cozinhar. Apollo havia contratado uma
cozinheira e uma nova faxineira uma vez que eu
não podia mais fazer isso, e Jack fez o mesmo na
nossa casa mesmo comigo brigando por isso.
Acabou que eu as vezes cozinhava e ajudava
Eugenia na cozinha.
— Não, mas tem algo errado. Eu estou com
uma sensação estranha aqui. — Toco meu peito e
Jack se senta, me puxando para ele.
— Tem certeza que não foi um pesadelo?
Eu nego.

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— Há algo. Eu tenho certeza. Tô com


vontade de chorar. — Fungo.
Ele acaricia minhas costas.
— Vou ligar para a enfermeira de papai.
Um som de dor sai de mim, será que Deus
levou o senhor King? Ele estava cada dia mais
doente, porém eu havia implorado para ele resistir
para ver o neto e ele havia me prometido que iria
tentar.
Jack liga e depois de poucas palavras com a
enfermeira desliga.
— Ele está bem, amor. Foi só um sonho.
Vou preparar um leite quente com mel para você.
Ele começa a se levantar, mas eu o seguro.
— Jack ligue pros meninos. Tem alguma
coisa errada, eu sinto.
Jack fica tenso quando falo de seus irmãos e
rapidamente liga para Apollo que diz que estava
dormindo. Sua expressão muda quando ele liga
para Josh e ninguém atende. Eu começo a chorar.
— Não ele, meu menino não. — Choro

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mais forte quando Jack volta a ligar para Apollo,


logo Apollo e Bella descem até meu apartamento.
Jack nos veste percebendo que eu não tinha força
para isso.
— Vamos. — Apollo já diz assim que entra
na nossa casa. — Josh foi surpreendido pela Bratva
quando voltava para casa.
Bratva não, outra máfia o pegou? Meus pés
cedem e Jack me segura.
— Ele já foi levado ao hospital, parece que
ele estava sem homens com ele e dirigindo acima
do limite antes de ser abordado, foi o que o salvou.
Nós entramos no carro e durante todo
caminho eu oro pelo meu menino.
— Como você sabia? — Apollo pergunta
depois de me entregar uma xícara de chá.
— Eu senti. — Ele acena e segura minha
outra mão.
— Ele vai ficar bem, ele é forte. Você está
aqui para ele e é tudo que ele precisa. — Sua voz
falha um pouco e ele limpa a garganta, me dando
um ultimo apertão antes de se afastar.
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Sara interrompe a sala de visita


completamente apavorada. Ela ainda está maquiada
da noite, porém toda borrada pelo seu choro. Eu me
levanto e a abraço.
— Como ele está? Como isso aconteceu?
Num momento ele estava comigo e no outro... —
Ela volta a chorar.
Eles estavam juntos?
Apollo deve ter ouvido porque logo limpa a
garganta para nos afastarmos.
— O que aconteceu, Sara? Conte com
detalhes.
Ela respira fundo.
— Nós estavamos brigando, ele descobriu
sobre mim. — Ela funga. — Ele na verdade sempre
soube ou quase isso. Nós ficamos juntos no
casamento de Bella e estavamos até agora, porém
ele disse que queria que eu parasse de dançar.
— Então vocês brigaram e ele foi embora
em alta velocidade. — Apollo advinha. — Onde
vocês estavam?
Sara me olha em busca de ajuda, mas eu
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não consigo falar nada. Apollo já tinha tomado os


negócios e era só questão de tempo até ele
descobrir ou termos que contar a ele.
— No clube Diamond.
Apollo a olha tão duro que me faz lembrar
tanto de seu pai que eu ofego, mas sei o que ele está
pensando. Observo Jack que também estava perto,
que no momento tamém olha sério para Sara.
— Não é isso, Apollo. — Eu intercedo. —
Há um ano Sara foi até o pai de vocês pedir
permissão para dançar em um de seus clubes ou
algum protegido por nós, em sigilo. Só dançar. Eu
pedi por ela e ele autorizou, mas disse que era
muito arriscado descobrirem. Iria manchá-la.
Sara completa:
— Então um dia, poucos dias depois disso
eu encontrei um menino novo, devia ser uns anos
mais novo que eu e o ajudei. Ele tinha levado um
tiro e estava perdendo sangue, fiz os primeiros
socorros e o levei ao hospital. Esse menino era
Enrico Bertolli.
— Porra. — Jack fala.
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Bella que até o momento estava em silencio


pergunta com a sua voz doce.
— Senhor King te puniu?
Sara nega.
— Os Bertolli não gostam de deixar
dividas, então falaram que eu podia pedir qualquer
coisa que era minha. Dinheiro, joia, favor, qualquer
coisa. Eu pedi para poder dançar num clube que
fosse cuidado por eles, mas que não os pertencesse.
Tendo a segurança que nunca seria forçada a fazer
nada. Bertolli não hesitou e autorizou, prometendo
manter sigilo absoluto. O senhor King não ficou
feliz, mas Penny implorou a ele, e no fim ele
deixou, até achando melhor porque eram poucos
homens que iam a clubes protegidos pela Mão
Negra.
Apollo acena mais calmo, entendo que Sara
nunca os traiu.
— Josh me avisou que estava indo a esse
clube, no começo para reuniões com os Bertolli,
mas depois continuou a ir lá. Ele deve ter
reconhecido.

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— Nós teríamos ido contar a você sobre o


acordo. — falo e Apollo acena para mim.
— Eu sei que sim, mas queria que tivesse
sido dito assim que assumi o comando.
— Nós dois sabemos que isso não teria
parado Josh. Você viu como ele olhou para Sara
enquanto ela remendava a porra do olho dele. —
Jack intervém. — O leite já foi derramado, o
importante é o moleque sair dessa.
Apollo se afasta e pega seu telefone, ele está
caçando os homens da Bratva. Eles estão tentando
tomar Las Vegas, tanto da Cosa Nostra quanto a
parte da Mão Negra.
Horas se passam e finalmente o médico veio
até nós dizendo que a cirurgia foi um sucesso,
foram removidas três balas dele, no ombro e duas
nas costas. Só então eu suspiro aliviada e abraçada
com Jack eu soube que tudo ia ficar bem.
Sara desmanchou em um choro de alivio e
eu tinha esperança que essa briga de cão e gato
entre ela e Josh finalmente acabaria.

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EPÍLOGO

PENNY
Olho a revista com nomes, pensando em
qual se encaixa melhor para nosso filho. Jack
queria um nome com P, para combinar com meu,
mas eu queria um nome que me fizesse suspirar.
Nenhum nome ainda causou essa reação em mim.
Eu estava com seis meses, com um barrigão
gigantesco, porém Jack sempre me elogiava então
eu não deixava de me sentir bonita.
Josh e Sara estavam namorando sério desde
que voltou do hospital, o menino que não era tonto,
fez ela cuidar dele, e então implorou a Apollo para
morar no apartamento em frente ao meu e de Jack,
Apollo com muito custo deixou, mas foi também
porque Josh ameaçou colocar um poste de pole
dance na sala, e o menino fez isso em sua nova
casa. Sara está morando com ele e ambos não
poderiam estar mais felizes.
— Eu gosto de Samuel. — A voz do senhor
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King me faz levantar o olhar para ele. Eu estava no


seu quarto, ao seu lado na cama de casal fazendo
companhia.
Ele ficou emocionado ao saber que seria
avô e desde então sempre me mandava presentes,
cartas e me pedia para visitar mais ele. Então hoje
quando me queixei de dor nas costas ele abriu
espaço em sua grande cama para eu me deitar ao
seu lado enquanto víamos um filme.
— Samuel King. — Testei o nome em meus
lábios e sorri para ele. — Samuel George King. Eu
amei.
Ele sorriu emocionado por eu ter colocado
seu nome como nome do meio.
— Talvez Jackson não irá gostar disso.
Eu bufo revirando os olhos.
— Assim será o nome do nosso filho. Eu
amei. Ele será gentil como eu, mas forte e
destemido como o avô, pai e tios.
Samuel chutou a minha barriga e eu
coloquei sua mão sobre ela, o senhor king olhou
para o outro lado para que eu não visse seus olhos
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cheios de água.
O senhor King estava recebendo um novo
tratamento, mas ainda era cedo para saber se ele
teria mais uns anos de vida, porém eu estava
esperançosa.
Pouco depois a porta se abriu e Jack entrou,
com um olho preto da ultima luta que foi. Eu não
gostava disso, mas Jack amava a sensação de lutar,
então eu não brigava.
— Está na hora de irmos. — Ele disse e eu
suspirei, ele ainda não falava tanto com seu pai,
ainda estava resentido de nunca ter sabido sobre o
aborto.
Eu beijo a bochecha de George e me levanto
com a ajuda de Jack. Eu aperto sua mão quando
estamos perto da porta.
— Amanhã podemos jantar aqui, pai? — Ele
pergunta e eu tenho que morder o lábio para não
chorar.
— Claro, filho. Fale pro Josh trazer a
menina ruiva.
Ele acena e saímos. Jack beija minha mão.
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— Eu sei que é difícil para você, mas você


se arrependeria disso se não tivesse tentado. — Eu
falo quando chegamos ao nosso carro.
— Sim, eu sei. Nosso filho será criado com
amor e ensinado da maneira certa a ser um homem
da máfia. Não irei fazer o que meu pai fez conosco,
tentarei ser um pai melhor.
Eu beijo sua bochecha.
— Você já é. Alias, eu já escolhi o nome do
nosso filho.
Jack levanta uma sobrancelha para mim.
— Qual?
— Samuel George King.
Ele não diz nada no primeiro momento, mas
depois acena.
— Ele foi importante para você e sem ele eu
sei que provavelmente nunca teria te conhecido.
Sou grato por isso.

Acordo de madrugada com uma pontada na


barriga e sorrio feliz, mesmo entrando com dor.

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Esse menininho não queria sair da minha barriga de


jeito nenhum. Eu queria parto natural, aqui em casa
mesmo depois de ver uns partos que Carina havia
me mandado, a conheci no casamento de Bella e
Apollo e todas mantivemos contato. Samuel já
estava uma semana atrasado da data que o médico
deu e ele já havia marcado a cesárea para daqui a
dois dias caso a bolsa não rompesse.
Cutuco Jack que resmunga um pouco
antes de finalmente abrir os olhos.
— Chegou a hora?
Eu aceno.
— Ligue para Sara, ela irá me ajudar.
Jack franze a testa, mas não retruca. Desde
que descobri que estava grávida, Sara começou um
estagio no hospital na área de neonatal, e eu
confiava minha vida a ela.
— Ainda bem que Sara me raspou toda
ontem. Parece que estava adivinhando.
Um minuto depois que ele desliga o celular,
Josh e Sara entram no meu apartamento. Josh vai
logo pegando a piscina inflável e começa a encher
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com a ajuda de Jack. Apollo chega e também vai


ajudar enquanto as meninas se revezam entre
escolher musica, pegar as coisas que precisam e me
fazerem companhia.
Entro na piscina, sorrindo para meus
meninos que colocaram água quente para mim.
Josh se abaixa ao meu lado enquanto Jack
termina de retirar as roupas ficando só de cueca e
entra na água, sentando atrás de mim.
— Você vai ficar bem Penpem, vai trazer
nosso menino pro mundo.
Jack bufa atrás de mim.
— Não lembro de você estar lá aquela noite.
A cara inteira de Josh se franze.
— Credo Jack. — Ele beija minha testa
então outra contração vem e eu seguro sua mão a
apertando com toda a força que consigo. Josh
começa a ficar vermelho. — Tem razão Jack, eu
não estava aquela noite, então você segura a mão
que quando a minha ruiva tiver eu seguro a dela.
Eu rio entre a dor e solto sua mão,
rapidamente sendo substituída pela a de Jack.
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Olho para cima e vejo Apollo rindo de Josh,


que mexe a mão de um lado para o outro.
— Gata olha isso aqui, ela cortou minha
circulação. Eu preciso dessa mão para...
— Josh cala a boca! — Um coral de vozes
diz ao mesmo tempo, mas eu não consigo rir. Só
gemer de dor.
Bella que já estava filmando todo o parto
sorri corajosa para mim.
— Você consegue Penny.
Depois de mais três horas incansáveis de
dor, sendo acompanhada pela minha família
finalmente Samuel vem ao mundo com três quilos e
um pulmão forte. Ele tinha uma penugem loira e os
olhos pareciam ser azuis.
— Você me fez o homem mais feliz do
mundo. — Jack diz quando nos deitamos na cama
com nosso pequeno pacote de amor.
— Você que me fez, Jack. Eu te amo para
sempre.
— Para sempre e sempre.

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AGRADECIMENTOS

Em primeiro lugar quero agradecer a Deus


por estar sempre comigo, mesmo nos piores
momentos eu sei que Ele tem planos para mim.
Quero agradecer as minhas leitoras que
nunca me abandonaram e sempre estiveram
comigo, pediram livro dos outros irmãos e assim
como eu queriam ver a historia deles. A Bárbara
Restani, que me incentivou a continuar, sempre me
ajudando e surtando junto comigo. Espero que
tenham gostado do livro e que o amor de Penny e
Jack tenha sido passado para vocês.
Muito obrigada por todo apoio e carinho!
Com amor,
Julia Menezes

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