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ACHERON - NACIONAIS - APOLLYMI


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ACHERON - NACIONAIS - APOLLYMI


PERIGOSAS

Copyright © 2017 Evilane Oliveira

A Jogada Incerta

1ª Edição

Capa: ML Capas
Revisão: Margareth Antequera
Diagramação digital: April Kroes

Esta é uma obra de ficção. Nomes, personagens e acontecimentos que aqui


serão descritos, são produtos da imaginação da autora. Qualquer semelhança
com nomes, datas e acontecimentos reais é mera coincidência. Esta obra
segue as regras da Nova Ortografia da Língua Portuguesa. É proibido o
armazenamento e/ou a reprodução de qualquer parte dessa obra, através de
quaisquer meios, sem o consentimento escrito da autora. A violação dos
direitos autorais é crime estabelecido pela lei nº. 9.610./98 e punido pelo
artigo 184 do Código Penal.

Todos os direitos reservados.

Edição Digital | Criado no Brasil.

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Índice
Prólogo
Capítulo Um
Capítulo Dois
Capítulo Três
Capítulo Quatro
Capítulo Cinco
Capítulo Seis
Capítulo Sete
Capítulo Oito
Capítulo Nove
Capítulo Dez
Capítulo Onze
Capítulo Doze
Capítulo Treze
Capítulo Quatorze
Capítulo Quinze
Capítulo Dezesseis
Capítulo Dezessete
Capítulo Dezoito
Capítulo Dezenove
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Capítulo Vinte
Capítulo Vinte e Um
Capítulo Vinte e Dois
Capítulo Vinte e Três
Capítulo Vinte e Quatro
Capítulo Vinte e Cinco
Capítulo Vinte e Seis
Epílogo
Sobre a Autora
Contato

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Prólogo

nde colocou minha boneca? — Annabelle pergunta para a irmã


O idêntica.
— Eu não sei. — sua voz sai fraca.
— Você é tão chata, Marianne. — a menina resmunga empurrando os braços
da irmã.
— Belle...
— Annabelle. — ela a corrige mandante.
— Você não a deixou na sala? — a irmã indica.
— Irei ver. — Annabelle sai do quarto, mas não sem antes puxar o
cabelo da irmã.

— Precisamos voltar. — Marianne pede quando ver que seu Chito não
está entre seus braços.
— Mari. O que foi dessa vez? — a voz suave de sua mãe questiona
amorosa.
— Chito não está aqui. — Seus olhinhos se enchem de lágrimas e sua
mãe suspira fazendo o pai dirigir pelo retorno voltando para a casa de praia
que eles passaram o verão.
Em questão de segundos tudo escureceu e devagar os gritos de toda sua
família foram ouvidos pela pequena Marianne.

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A culpa é sua! A culpa é sua! A culpa é sua!

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Capítulo Um

Annabelle

u ouço algo caindo no chão e me viro para dar de cara com Lauren. Ela
E tem seus olhos pidões e seu lábio está um pouco torto. Acho que ela fez
cara de cachorrinho, mas não posso ter certeza.
—Desculpe Okay? — ela se abaixa e começa a juntar os cacos do resto
do vaso que deixou cair.
— Não se preocupe. Mas você sabe que vai me pagar, não é? —
questiono sussurrando enquanto coloco o brinco em minha orelha e vejo se
meu batom está okay.
— Que seja! — ela revira os olhos e se afasta indo pegar seu próprio
batom vermelho escarlate.
— Nós iremos nos atrasar. — aviso cruzando os braços enquanto a
espero.
— Você é crack nisso, hein Anna? — ela ri. Certamente lembrando-se da
minha caminhada da vergonha entrando na sala com 10 minutos de atraso no
primeiro dia de aula.
Eu queria sumir.
— Não seja boba... Eu sempre odiei os primeiros dias de aula, mas esse
foi o pior “ever”. — ela ri e me puxa pela mão para irmos até a porta para
destrancá-la.
Pego minhas chaves e andamos até o estacionamento, mas para minha
total surpresa tem um táxi parado. Olho para Lauren em busca de respostas e
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ela abre a porta me ignorando.


— Iremos ficar bêbadas não quero parar no hospital na volta. — ela fala
quando percebe que não a segui.
— Tudo bem. — desisto com um baixar de ombros e entro no táxi me
sentando ao seu lado.
Entrando na boate minha visão fica sem foco pela quantidade de fumaça
no recinto. Lauren segura minha mão e me guia até a mesa que as outras
meninas estão. Encolho-me vendo elas, são todas tão bonitas e charmosas.
Eu me sinto feia as olhando de perto, não que eu seja, mas elas são muito
mais bonitas.
— Meninas! — Tara grita e pula fazendo seus seios pulares também.
— Hey! Que bom que vieram. Honestamente pensei que não viriam. —
Alisha sorri simpática mostrando seus dentes bonitos.
Ela é doce, vejo isso de longe.
— Olá! — cumprimento deslizando no banco e Lauren me segue
sorrindo.
Ela está em êxtase pelo primeiro ano na faculdade. Eu também estou,
mas ainda está sendo difícil me mudar assim da minha cidade e vir para a
capital do estado.
Deixar minha mãe foi algo que me encheu de alívio. Muitos podem
estranhar, mas a verdade é que eu apenas sinto. Foi como se um peso que eu
carrego a vida inteira tivesse saído das minhas costas.
Quero dizer, parte dele.
— Então vocês já pediram bebida? — Lauren pergunta enquanto enrola
uma mecha do seu cabelo vermelho vivo no dedo.
— Sim, eles devem estar trazendo, mas em questão de alguns minutos
nós teremos que ir até lá. Dizem que o local fica muito cheio, nós iremos ver.
— Tara diz olhando para o bar.

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Todas elas são amistosas e em pouco tempo estamos conversando


animadamente. Assim que as conheci há uma semana pensei que eram sem
miolos e que só a aparência importava para elas, muito preconceito da minha
parte. Admito.
— Olha isso está ficando chato, que tal uma brincadeira? — Tara fala
enquanto deposita o seu copo na mesa depois de beber mais uma vez.
Minha cabeça está um pouco zona, mas logo adoro a ideia.
— Claro! Que tipo de brincadeira? — Lauren pergunta moendo seu
lábio, bêbada.
— Iremos desafiar umas às outras, porém tem que ser uma coisa rápida.
Vou sortear quem começa e depois a pessoa desafia e a que foi desafiada
escolhe quem desafiar. Pronto. É simples. — Tara ri orgulhosa de si mesma.
Sinto-me alegre pela brincadeira, talvez seja a bebida, mas um pequeno
incômodo se propaga em minha barriga. Acho que é medo.
— Tudo bem. Vou colocar nossos nomes no papel e pedirei alguém para
retirar. — Lauren pega sua bolsa e começa a rabiscar sua agenda pequena.
Ela amassa os papéis e quando uma garota aleatória passa pela nossa
mesa ela pede para ela retirar um dos papéis. A garota nos olha como se
fossemos de outro planeta e eu rio disso. É claro, estamos numa boate
brincando de desafio. Deus, nós somos patéticas.
A morena retira o papel e o abre entregando para Tara que logo se volta
para nós.
— Quem começa é... — Ela esconde o papel e sua boca faz um O para
seguir com o suspense. — Lauren. Vamos pequena comece o nosso jogo. —
Lauren ri, e olha para nós três devagar e eu rezo quando seus olhos passam
por mim.
Graças a Deus, ela segue e para em Alisha. Solto um suspiro de alívio e
dou minha atenção a Lauren.
— Eu desafio você a beijar a moça que retirou o papel com meu nome.
— quando ela diz isso, Tara logo se levanta indo até ao seu lado.
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Elas ficam aos cochichos enquanto vejo a cor da cara que Alisha faz;
simplesmente branco igual papel. Ela está tão assustada.
— Tudo bem. Tara vai ser a desafiada no lugar de Alisha. Mas ninguém
mais troca, okay? — nós acenamos e Ali suspira aliviada agradecendo Tara
por ficar em seu lugar.
Por isso, até eu agradeceria.
Tara pisca para nós e sai rebolando até a mesa da garota que estava
conosco. As duas conversam animadamente por alguns minutos e de repente
Tara está atacando a boca da garota.
— Meu Deus! — grito arregalando meus olhos. — Elas estão se
beijando! — grito fazendo Ali e Lauren me olharem.
— Esse foi o desafio, Anna, e temos que cumprir. Tudo bem? — Lauren
ri de mim e volta sua atenção para Tara.
Ela se afasta da garota e limpando os cantos dos seus lábios vermelhos e,
devagar, vem em nossa direção. Ela sorri e se senta olhando diretamente para
Alisha.
— Agora vamos lá, Alisha. — Tara sorri e a Ali a corresponde acenando.
— Okay, o que é? — seus dedos batem na mesa e eu seguro-os tentando
acalmá-la.
— Humm deixe me ver. — ela inspeciona o local e um sorriso grande se
destaca em seus lábios parando no bar. — Você vai beijar o carinha moreno
que está ali. — ela aponta e nós três, Lauren, Alisha e eu nos viramos para
ver quem é.
— Meu Deus! Ele é lindo. — Lauren diz empurrando o ombro de Alisha
que está mais vermelha que um tomate maduro.
— Tudo bem. Eu consigo. — ela sorri, mas antes que ela dê um passo
volta para a mesa e aponta para mim. — Eu vou te desafiar a seduzir o amigo
dele. Aí vamos nós duas. — Meu queixo cai e eu engulo em seco.
— Alisha... — mordo meus lábios e as meninas logo me fazem levantar
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para seguir Ali.


Atrapalho-me com meus saltos e quase caio no chão. Meu Deus, que
vergonha. Vou matar Tara por inventar essa brincadeira idiota.
— Vamos. — Ali pega meu braço e me puxa para o bar onde eles estão.
— Eu estou morrendo de vergonha. — gemo perto do ouvido de Alisha.
— Você não está mais que eu. Apenas sorria e empine seus seios, vi Tara
dizer que os homens adoram. — ela pisca com um sorriso tenso.
— Tudo bem. — respiro fundo e faço o que me pede. — Vamos lá.
Chegamos ao lado deles e suspiro quando vejo meu desafio. Meu Deus!
Que homem é esse?
Seu rosto quadrado está sorrindo enquanto o cara — o desafio de Alisha
— que está com ele diz algo. Meu baixo ventre se aperta vendo seu cabelo
curto cair na sua testa e ele retirar com seus dedos grandes.
Vamos lá. Preciso cumprir o desafio e voltar para o Campus com
segurança. É só isso. Vamos, faça rápido.
—Por favor, uma bebida para mim e minha amiga. — digo sentindo
minha língua pesar trinta quilos.
Alisha entra e fica entre o seu desafio e o banco, enquanto eu entro no
meio dos dois homens. A conversa dos dois cessa e eles nos olham com
curiosidade. Dou meu melhor sorriso e espero o barman fazer seu serviço.
— Aqui. — ele as deposita e eu levo a minha ao meu lábio.
— Eu pago. — o meu desafio fala com sua voz firme nas minhas costas.
— Eu posso pagar. — digo me virando para encontrar seus olhos verdes
claros me olhando.
Meus seios, especificamente. Os empino mais um pouco e seus olhos
crescem famintos. Bom.
— Mas não vai. — ele se inclina para mim e devagar seu nariz se apossa
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do meu cheiro enquanto ele inspira no meu pescoço.


Minha calcinha fica úmida e eu me pergunto qual foi o mosquito que me
picou. Eu não sou uma sedenta por sexo. Quero dizer, eu já fiz sexo, mas já
faz tanto tempo que não lembro de me sentir molhada desse modo.
E tudo por um cheiro.
— Você vai falar algo ou só vai ficar com seus lábios abertos para mim?
— ele me traz para o momento e em segundos lembro que o desafio tem que
ser rápido.
— Se você preferir a segunda... — eu nem mesmo termino de falar.
Seus lábios gentis cobrem os meus chupando e dando mordidas antes de
afundar sua língua em minha boca. Ela é suave diferente das suas mãos que
apertam meus quadris me levando para entre suas pernas.
Seu membro duro cresce em linha com minha barriga e eu gemo
descaradamente em sua boca. O seguro pelos ombros e deixo minha língua
passear por sua boca deliciosa. Seu gosto se mistura com o gosto de uísque e
limão, me deixando sem ar.
— Você vai me matar se não soltar minha boca. — escuto minha voz e
devagar ele se afasta. Os olhos que antes eram de um verde claro agora estão
escuros e dilatados.
— Quem é você, pequena? — suas palavras enviam arrepios em minha
espinha.
Seus olhos olham no fundo dos meus me fazendo soltar de seus braços
rapidamente.
— Hey... Eu só quis dizer que quero saber seu nome. — ele franze as
sobrancelhas e delicadamente me puxa para seu aperto novamente.
—Annabelle. — digo sentindo meu queixo tremer. Aperto minha
mandíbula e sorrio tentando disfarçar.
— Olá Belle. — ela diz e eu desvio de seus olhos. O que é que está
havendo comigo? — Meu nome é Caleb. — sua voz é suave me fazendo
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relaxar contra suas mãos. Seus dedos seguram meu queixo enquanto ele se
inclina capturando meus lábios novamente.
Então o calor cresce em mim novamente. O que esse homem está
fazendo com meu corpo?
— Belle... — ele geme se afastando da minha boca.
— Obrigada pelos beijos. — mordo meu lábio e sorrio me afastando.
—“Obrigada”? Eu não fiz nenhum favor...
— Você está demorando demais nesse desafio, Anna. — Alisha diz
chegando ao meu lado.
Os olhos de Caleb se fecham quase por inteiros olhando para os meus e
ele solta minha cintura.
— Cadelas e seus jogos... — ele balança a cabeça e sorri para seu amigo.
— Saint você ouviu isso? — o amigo dá um olhar sério a Ali, que se encolhe
vendo a burrada que fez, e depois se levanta.
— Vou ao banheiro. — e sai sem olhar para ninguém.
— Desculpe. Você me chamou de cadela? — questiono cruzando os
braços.
— Caleb... Como vai Dom? — uma mulher bonita chega ao seu lado e
ele já não lembra que estou aqui.
— Debb... Você sabe como ele está. Não foda com minha cabeça. — Ele
dá um sorriso frio e se levanta jogando dinheiro no balcão.
— Onde Ashley está? — ele pergunta ignorando totalmente a minha
presença.
— Você sabe que não precisa se preocupar. Ligue e ela estará na sua
cama. Nua. A vadia é louca por você. — a tal Debb fala revirando os olhos.
Meu estômago embrulha e eu digo a mim mesma que isso foi uma
lástima. Beijar ele foi um jogo estúpido. Suspiro pegando meu copo entre os
dois e me viro para Ali que está olhando na direção que o tal Saint foi.
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— Vamos.
Então, eu volto para minha mesa para encontrar as meninas bêbadas e
rindo feito loucas.
— Vocês se deram bem, hein? O desafio foi a melhor coisa que fizeram
essa noite. — Lauren grita quando chegamos à mesa.
—Eu te desafio a calar a boca, Lauren. — brinco sorrindo e ela me
mostra a língua. — Mas agora sério, eu te desafio a beijar Tara. — elas
arregalam os olhos e eu sorrio.
Tomem garotas malvadas!
As duas se levantam e se beijam não um beijo como o que Tara deu na
menina que retirou o papel. Só um selinho sem maldade.
Depois disso, tento prestar atenção nas piadas idiotas que Tara faz, mas
mesmo não querendo minha cabeça girava a procura de Caleb. Eu estou
impressionada e muito afim dele, talvez seja por isso que continuo o
procurando pela boate. Onde ele está?
Ele está em sua cama com a tal Ashley, sua idiota!
Eu esperava que fosse minha mente dizendo essas coisas, mas a verdade
é que foi a voz de minha mãe que ouvi dizendo essas palavras.
E nada me assusta mais, que sua voz em meus pensamentos.

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Capítulo Dois

Caleb

le não está falando? — Hayden pergunta assim que entramos no hospital.


E — Não. Parece um método de afastar as pessoas, ou talvez ele esteja
apenas digerindo a sua condição. — explico sentindo um gosto amargo
na boca ao falar assim de Dom.
— Foda-se eu odiei essa merda. Eu que o tirei de casa para irmos para
essa porra de festa. Isso tudo é minha culpa. — Hayden diz sério apertando
seus dentes.
— Cale a sua boca. Eu já falei que foi uma fatalidade. Não repita isso,
Hayden. — Emma fala quase gritando.
Paro de andar e fico na frente do meu amigo. Hayden e eu temos nossas
divergências. Eu já dormi com sua namorada e ele ainda não aceitou bem
essa merda, mas nós somos amigos.
—Olha você não tem culpa de nada. Coloque isso em sua cabeça e siga
em frente. Dominick precisa de nós dois, para ajudar na sua nova vida, na sua
nova condição. Ele não precisa da gente se culpando por algo que foi obra do
acaso. Deixe esse sentimento de culpa fora da sua mente. — digo sério
enquanto ele acena.
Seus olhos estão molhados e então eu me afasto para que Emma possa
ajudá-lo. Assim que entro no quarto de Dom aperto minhas mãos em punhos.
Ele não merece passar por isso, Dominick é uma das pessoas que mais
admiro em minha vida, a vida foi muito injusta com ele.
Passo alguns minutos com ele, Hayden e Emma e vejo o quão surpreso
Dominick está por Hayden estar ao meu lado. Quando sua enfermeira entra
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no quarto, eu percebo seus olhares para ela.


E dela para ele.
Saio de lá depois de me despedir e passo em casa para ver minha irmã.
Tessa é a única pessoa que amo no mundo, nada além dela.
Seus cachos castanhos balançam enquanto corre até mim. A giro em
meus braços no jardim da minha casa.
— Hey! — ela gargalha segurando meu pescoço.
— Onde está Lila? — pergunto entrando em casa.
— Está fazendo minha comida. — ela explica quando a coloco no chão.
— Ela estava na cozinha enquanto você estava lá fora, Tessa? — minha
voz sai mais dura do que eu queria, mas ela tem que entender que isso é
perigoso.
— Eu vi seu carro, papai. — ela diz piscando seus olhos e minha
respiração engata quando ela me chama assim.
Eu não sou seu pai, Tessa sabe disso, mas eu amo quando ela me chama
assim. E ela também gosta, diz que agora sou seu pai e seu irmão.
— Tudo certo, mas eu não quero que saia de dentro de casa sem Lila.
Você me fez uma promessa, lembra? — me ajoelho a sua frente a fazendo me
olhar nos olhos.
— Sim. Desculpe-me. — sua mão tira uma mecha do seu cabelo de trás
da orelha e coloca na frente do rosto. Um gesto que possui quando está
envergonhada.
— Eu te amo Tessa, não quero que se afaste de casa. Isso é para nosso
bem. — explico devagar e ela suspira acenando. — Tudo bem. Agora vamos
até Lila, pois papai quer conversar com ela. — ela acena e me segue
segurando minha mão.
Vejo a babá de Tessa correr de um lado para o outro mexendo em uma
panela e cortando legumes.

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— Lila. — a chamo e ela fica tensa.


— Senhor Lewis. — ela acena e se aproxima.
— Gostaria que desse mais sua atenção a Tessa, ela estava do lado de
fora, e eu já deixei bem claro que ela não pode estar lá sem a presença de
alguém. — afirmo sério a vendo se encolher.
Foda-se, Tessa é minha vida, ninguém vai tirá-la de mim. Nem mesmo
nossa mãe.
—Desculpe senhor. Foi um momento de distração. — eu aceno e me
afasto pegando Tessa.
— Em um momento de distração podem levá-la de mim. Nós já
discutimos isso. — deixo minhas palavras com ela e subo para o quarto de
jogos da casa.
Contratei Lila para ser babá de Tessa, mas eu entendo que às vezes ela
tem que fazer mais que isso. Vou procurar uma cozinheira para a casa. Lila
tem que ficar de olho em minha irmã, nada mais.
— Papai, eu... — ela esconde seus olhos de mim e eu me sento no sofá
de frente para a TV da sala.
— O quê, filha? — questiono.
—Minhas amigas têm mamães. Só eu que não tenho. Por quê? — sua
pergunta faz meu peito rachar.
Eu sabia que chegaria esse dia, mas não imaginei que doeria tanto, eu
não poderia ver a tristeza nos olhos da minha Tessa.
Peguei minha irmã da minha mãe quando ela era apenas um bebê, eu
ainda estava na faculdade e precisava trabalhar para cuidar dela. Então, não
esperei para terminar meu curso, apenas entrei no time quando fizeram as
primeiras chamadas. Para hoje poder dar a Tessa e a mim um lar de verdade,
mesmo que todos os dias eu amanheça a procurando pela casa e sinto alívio
ao ver que ela está bem e ao meu lado. Minha mãe era uma vadia estúpida e
eu a quero morta, para não ter que temer o dia que ela irá se lembrar de que
tem uma filha pequena.
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Eu a odeio, nunca senti nada além de ódio por aquela mulher.


— Tessa, todos temos mamães. Algumas foram embora e têm outras que
ainda vão chegar. — digo com minha voz rouca.
— Então a minha foi embora ou ainda vai chegar? — sua voz é uma seda
indefesa.
— Ainda vai chegar. Não se preocupe. — minto abraçando seu corpo
pequeno.
Tessa tem apenas cinco anos, mas é tão inteligente. Conversa como
adulto e eu sou muito orgulhoso da menina que ela se tornou.
— Eu vou fazer uma festa para ela assim que chegar. — ela sorri e seus
olhos brilham. — Você me ajudará? — beijo seu cabelo e aceno.
— Vou, Tessa. Eu sempre vou lhe ajudar. — prometo.
Passamos à tarde na sala de jogos. Tessa brincando com suas bonecas, e
eu no videogame. Comemos aqui, e Lila ficou na cozinha preparando o café
de Tessa.
— Irei contratar uma cozinheira. Desculpe pelo serviço extra, irei lhe
pagar. — aviso quando descemos para comer.
— Não se preocupe. Faço com amor. Mais uma vez, me desculpe pelo o
ocorrido. — aceno e nos sentamos.
Escuto meu celular tocar e corro para pegá-lo na sala. Saint.
— Acabei de marcar um encontro com as diabas da outra noite. — Ele
fala rindo e eu suspiro me lembrando da cadela e seu desafio.
— Como conseguiu seu número? — questiono subindo as escadas.
— Não tem número que eu não encontre. Então marquei no Shopping, o
que acha?
— Acho que hoje faço aquela diaba pagar pelo desafio de criança que me
meteu. — rindo ele desliga.

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Entro no chuveiro e deixo a água limpar minha pele. Levo meus


pensamentos a Tessa e suspiro. Minha irmã não sabe quem é a mãe que Deus
lhe deu. Ela é má. O pior tipo de pessoa que existe no mundo. Meu coração
ainda está apertado por sua pergunta. Eu sempre soube que ela sentia falta de
uma presença feminina em casa, mas eu nunca namorei sério e a última coisa
que eu quero é que Tessa se apegue a alguém além de mim. Além do mais,
não quero correr o risco de alguma cadela a maltratar.
Pego minha toalha e vou para o meu closet pegar uma calça jeans e
camiseta branca. Enquanto passo perfume me lembro do cheiro da diaba da
outra noite. Ela era tão linda, cheirosa e com um corpo que me deixou de pau
duro na hora.
Seus cabelos loiros foram à primeira coisa que prestei atenção. Não tem
como ser mais claro, é a perfeição. A segunda coisa que me chamou atenção
foi sua boca. Ela é tão bem desenhada e suave, a última parte eu sei o porquê
a beijei. Foda-se ela ficou em minha mente a noite inteira.
Porém, ela é uma diaba. Fiquei tão chateado por ela me envolver em sua
brincadeira estúpida. Quem ela pensa que é?
Irei colocá-la em seu lugar, e logo depois a quero em minha cama. Sei
que ela não é inocente e tenho mais certeza ainda que me dará muito prazer
no sexo.
Eu espero por isso.
Pego as chaves do carro e ando até a sala. Já são sete horas da noite,
então Tessa já está quase indo para a cama. Caminho até seu quarto, mas ela
não está lá. Suspiro e vou para a cozinha da casa, mas mais uma vez não a
encontro.
Mordo meus lábios controlando minha ansiedade. Ela está aqui, Caleb.
Se acalme. Respiro fundo e ando até o jardim, onde vejo Lila balançar ela no
balanço que está pendurado na árvore grande de frente para nossa casa.
— Lila. — chamo e vejo quando seus ombros ficam tensos.
Não sei o que tem nela, já trabalhamos juntos há anos e sempre quando
chego ela fica assim. Tensa.
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— Senhor. — ela desce Tessa do balanço e a traz para mim. — Já


colocarei Tessa para tomar banho e dormir. — ela avisa e eu me aproximo
ficando na altura de minha irmã.
— Eu vou sair com meus amigos, tudo bem? — questiono segurando sua
mão e tirando uma mecha do cabelo do seu rosto corado.
— Eu posso ir com você? — ela sussurra e minha garganta aperta. —
Você nunca me leva para conhecer seus amigos, só o tio Saint, tio Dominick
e tio Hayden. — resmunga tirando seus olhos de mim.
— Tio Dominick está doente, mas quando ele melhorar eu irei lhe levar
na casa dele, tudo bem? Hoje não posso levá-la. Até porque já está no seu
horário de dormir. — beijo sua testa e ela suspira aceitando.
—Promete que vai me apresentar a suas amigas? — seus olhinhos
brilham e eu aceno.
— Eu vou. Prometo. — ela sorri e pega a mão de Lila.
— Tchau. — ela balança a mão e logo depois entra em casa.
Suspiro e ando até a garagem para pegar meu carro. Saio de casa e
conecto meu celular pelo Bluetooth no carro para ligar para Saint.
— Onde está? — ele pergunta assim que atende.
— No caminho. Elas já chegaram? — questiono olhando para os lados
para ver se vêm algum carro.
—Não é... Estou achando que elas não vêm. — ele resmunga de mal
humor.
— Não acredito que você está na da diabinha número dois. — gargalho
pensando em Saint apaixonado.
— Foda-se, eu gostei dela. A quero para mim. — ele fala irritado
enquanto fico rindo.
— Tudo bem cara. Se elas não forem até o Shopping, nós vamos até a
casa delas. — afirmo sério.

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— Como assim? Nem sabemos onde mora.


— Você encontrou o número de telefone. Encontrar o endereço não vai
ser difícil. — digo sorrindo.
— Você está certo. Estou te esperando na praça de alimentação. — e ele
desliga.
Quando chego vejo Saint falar ao telefone. Depois de Hayden e Dom,
Saint é o único mais próximo de mim. Confesso que quando o conheci fiquei
um pouco assustado. O cara é enorme e bem moreno, ele parecia um
segurança de boate. Sei lá, ele parecia um homem barra pesada, porém não há
nada disso nele. Saint é um cara de ouro. Cuida sozinho da mãe e irmão mais
novo. Seu pai foi morto quando ele era apenas uma criança.
Sento-me à sua frente e descanso meus braços cruzados no peito. Espero
que ele desligue a chamada e logo está sorrindo.
— Tentei ligar para Alisha, mas não me atende. Então consegui o
endereço. — ele deixa a frase no ar e eu bufo impaciente.
—Então?
— Elas são universitárias, Caleb. — Ele ri e eu engulo em seco.
Foda-se ainda são malditas crianças.
— Isso explica a brincadeira estúpida delas. — reviro os olhos e ele
acena.
— E aí? Vamos até lá ou esquecemos delas? — ele pergunta, mas eu
estou vendo seu rosto se contorcendo com a ideia.
— Você não vai esquecer, eu sei. — dou de ombros e me levanto. —
Vamos pegar as diabas. — resmungo lembrando de... — Como é o nome da
minha diaba? — questiono vendo que eu não lembro como ela se chama.
—Annabelle.
Belle, Belle, estou indo te pegar, minha diaba.

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Capítulo Três

Annabelle

perto meus dedos entre minhas sobrancelhas tentando relaxar contra a


A cadeira. Os livros estão amontoados ao meu redor, e minha cabeça lateja
pelas palavras que se misturam me fazendo fechá-los em um baque.
— Estou tão cansada. — Lauren diz se esticando na cama.
— Sim, eu também. — confirmo.
—Sabe você não falou nada depois que completou o desafio. O cara
mexeu com você? — sua pergunta me faz parar o movimento da caneta
contra a mesa.
Caleb.
Sim, esse era o seu nome. Eu desanimei depois que o perdi entre a
multidão. E quando cheguei a casa dormi pensando nele.
— Eu... — olho para Lauren que espera minha resposta e opto por falar a
verdade. Eu não a conheço bem, mas falar que um cara mexeu com você não
é nada demais. — Sim, ele mexeu. Ele era tão bonito, mas eu não sei. Ele me
chamou atenção e seu beijo... Meu Deus! Fiquei ardendo só sentindo seus
lábios nos meus, não posso imaginar quando estivermos juntos, finalmente.
— suspiro mordendo meus lábios ao lembrar dele.
— Cara, eu acho que você deveria procurar ele. Tesão reprimido não faz
bem a nenhuma mulher. — Lauren ri e joga o travesseiro em meu rosto.
Vagabunda.
— Como se fazer isso fosse simples... — reviro meus olhos olhando para
ela. — Eu nem sei seu número ou nome completo...
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—Annabelle... — meu corpo arrepia com sua voz e eu a olho. — Não


acredito que não conhece aquele homem. — sua boca está aberta em choque.
— Como assim? É óbvio que não. O conheci ontem. — franzo minha
testa sem saber aonde Lauren quer chegar.
— Ele é jogador do Arizona Cardinals. Onde você vivia Anna? — Ela se
levanta e vem até mim.
— Meu Deus! — arregalo meus olhos e meus lábios caem abertos.
Caralho!
— Jesus! Ele é um jogador? — minha voz sai desacreditada.
— Sim! Eles ganharam o estadual esse ano, seu melhor amigo sofreu um
acidente uma semana depois e ficou paraplégico. Você não assiste jornal? —
ela pergunta como se eu fosse uma alienígena.
— Eu não sabia. — pisco me sentando ereta na cadeira.
— Sim. Então você vai procurá-lo? Podemos encontrar seu número com
alguma das meninas. Eu acho que elas têm. — ela morde sua unha longa e eu
balanço a cabeça me levantando.
— Não. Ele é um jogador, você sabe o que falam deles? — questiono
vendo a confusão no rosto dela.
— Não. Eu não sei. Que tal me falar? — Lauren ri e se aproxima de
mim, curiosa.
— Ouvi dizer que eles fazem sexo grupal e meu Deus! Isso é terrível. —
digo lembrando das conversas que escutei sobre os jogadores da
Universidade, não que Caleb seja um deles, até porque ele joga no
profissional.
— Você tem a cabeça tão fértil. Poderia até engravidar só com a força do
pensamento. — ela ri e eu empurro seu ombro a fazendo cair na sua cama.
— Besta.
— Olha vou tomar banho, pois tenho que sair. — ela pisca e eu já sei que
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irá para a casa de Kane.


— Tomara que ele esteja com seus amigos. — falo rindo quando ela me
mostra o dedo do meio.
Infantil.
Guardo meus livros e pego meu celular para verificar o relógio que
marca 18 horas. Hoje é domingo e aqui no Campus é tudo tão calmo nos
finais de semana. Quando Lauren volta do banheiro alguém bate à porta.
Caminho para lá enquanto ela vai se vestir. Alisha sorri tensa para mim do
outro lado e eu a puxo para dentro.
— O quê? — questiono seu jeito esquisito.
— Ele me ligou. Como conseguiu meu número eu não sei, mas ele ligou
e eu estou muito assustada. Se eles quiserem se vingar da gente? O que
fizemos foi feio e eles ficaram bem chateados. — Ela derrama as palavras
com seus dedos tremendo e eu a sento na minha cama.
— Alisha, respira. — peço e ela me obedece, devagar, fazendo seu peito
subir e descer.
— Você entendeu? — seus olhos castanhos estão amedrontados e eu não
deixo de rir dela.
— Alisha, pelo amor de Deus! Ele deve querer transar com você, não te
matar. — ela faz careta e empurra minha cintura.
— Tudo bem. — Ela respira fundo e sorri. — Nós vamos ao Shopping
com eles! — ela pula na cama como uma criança de cinco anos e eu preciso
segurar a cadeira para entender o que disse.
— Eles? — meus olhos se arregalam.
— Sim, Caleb e Saint. — ela sorri alegre e eu me pergunto onde está a
garota medrosa que estava aqui nesse instante.
— Você está louca? Como assim nós quatro? Você pode ir só com Saint.
—Digo sentando ao seu lado.

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— Não. Eu não sairei sozinha com um cara que não conheço, além do
mais, Saint disse que Caleb quer te ver. — ela dá de ombros fazendo seu
cabelo ondulado e preto pular.
— Me ver? — mordo meu lábio pensando na possibilidade.
Eu quero aquele homem, mas eu tenho medo por ele ser um jogador. Ele
só quer sexo e nada mais, talvez eu também queira, mas e se no caminho eu
me apaixonar?
— Você está pensando demais. Vamos logo. — ela manda e me puxa
para se levantar.
Tudo bem. Não pire.
Pego uma calça jeans no meu guarda-roupa e deslizo-a pelas minhas
pernas depois que tomei banho. No banheiro limpei todos os lugares
possíveis e me depilei também, não que eu esteja pensando em dormir com
Caleb, não.
Quero dizer, talvez sim. Eu não sei.
Fecho meu sutiã preto que está combinando com a minha calcinha e visto
uma regata e uma jaqueta preta por cima. Ao me olhar no espelho fico
pensando se não é melhor eu trocar, mas eu não tenho tempo para isso. Solto
meus cabelos e passo meus dedos entre as mechas para domá-las.
Respiro fundo e vejo meu celular tocar. O nome da minha mãe aparece e
eu fico tensa sentindo meus dedos suarem. Porém, eu sei que ela não vai
parar até que eu atenda.
— Alô.
— Pensei que iria me deixar chamar no seu celular até amanhã. — ela
resmunga de mau humor.
— Desculpe. — minha voz sai tão estúpida.
— Tanto faz agora me fale como foi sua semana. O curso está sendo
difícil? Você sabe que tem que se esforçar. Não espero nada além do primeiro
lugar na turma para você. Não me decepcione. — ela fala devagar fazendo
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suas palavras entrarem em minha cabeça como um som retumbante.


— Foi ótima. Não se preocupe, estou adorando, as matérias são legais. —
minto forçando minha voz soar alegre. Olho para meus livros na mesa ao
lado da minha cama e faço uma careta.
— Isso é ótimo. Cuide-se Annabelle e cuidado com possíveis distrações.
— e ela desliga me deixando com os pelos arrepiados e sua aura negra me
puxando para a escuridão.
Mordo meu lábio e suspiro fechando meus olhos fortemente. Não pire.
— Temos que voltar para meu quarto, eu esqueci meu celular. — Alisha
avisa assim que entramos em meu carro.
— Meu Deus, Ali. — resmungo saindo do carro e a acompanho em
passos lentos até o prédio do seu quarto.
Assim que a porta se abre vejo Tara passando batom nos lábios de frente
para o espelho.
— Não iam sair? — Ela franze suas sobrancelhas e eu sorrio a
cumprimentando.
— Tara. — aceno. — Alisha esqueceu o celular e, bem, ela demorou
bastante para chegar a meu quarto. — digo e Ali me mostra a língua ao ouvir
minha reclamação.
— Tudo bem. Porém, eu já vou indo. — Ela se despede e sai em seguida.
— Onde ele está? — Ali questiona passando a mão pelos cabelos,
enquanto procura o celular.
— Onde o colocou a última vez que o viu? — pergunto olhando para os
lados no quarto.
Seu quarto é como o meu. Tem duas camas em cada parede e um guarda-
roupa grande dividido para as duas pessoas que moram aqui. O quarto é
simples. Mas o lado negativo daqui é o banheiro, que é coletivo. Eu odeio.
— Achei! — pulo quando Ali grita e, ao mesmo tempo, batem em sua

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porta. — Quem será? — ela torce o nariz, confusa.


— Tara? — indico, mas ela abana a mão descartando minha dica.
Ao abrir a porta Ali fica branca então apareço ao seu lado para saber
quem é. Minha boca se abre e eu engulo em seco vendo Caleb na porta junto
com Saint.
Ele está com os braços cruzados e as pernas separadas olhando
diretamente para mim. Minha boca seca olhando para seu tamanho, seu corpo
é magro, mas composto de músculos firmes.
Umedeço meus lábios, que secaram de repente e o vejo respirar forte.
Bom.
— Por que não foram ao nosso compromisso? — Saint pergunta e eu
pulo assustada.
Meu Deus! Sua voz é tão rouca e ele é tão cara de segurança forte. Ele é
quase o dobro de Caleb.
— Eu... Eu... — Ali murmura sem nexo e eu pego sua mão tentando
acalmá-la.
— Estávamos indo. É que mulheres se atrasam e Alisha ainda esqueceu
seu celular. — sussurro olhando para Saint.
Se eu tivesse falando e olhando para Caleb, com certeza eu não falaria
um terço da frase. Ele me deixa sem ar.
— Bom. — Caleb responde dando um passo para trás. — Vamos. — ele
manda e eu estúpida vou sem retrucar.
Alisha fecha a porta e bate em meu corpo quando se vira e me vê parada
olhando o corredor de frente para a sua porta. Pelo menos cinco meninas
estão em suas portas encarando Caleb e seu amigo. Enrugo a testa e volto a
andar atrás deles.
As garotas suspiram quando passamos e eu reviro os olhos. No
estacionamento caminho para meu carro, porém paro meus movimentos
quando sinto a mão de Caleb rodear meu pulso.
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— O quê? — questiono virando.


— Vamos no meu carro. — não foi um pedido, no entanto.
— Como eu e Ali iremos voltar? — questiono puxando meu pulso, mas
ele aperta me fazendo parar.
— Eu venho deixar você, já sua amiga, é negócio do Saint. — sua voz sai
decidida e eu respiro fundo me deixando levar por ele para seu carro.
Ainda bem que não me esqueci de dinheiro. Seria minha ruína esquecer
um método de voltar para casa. Ele abre a porta e eu deslizo me sentando.
Coloco o cinto e espero-o dar a volta entrando no carro. Saímos do Campus
com o carro de Saint na frente do nosso. Eu não sei onde eles estão nos
levando, mas acho que é para o Shopping.
— Você vai ficar calada o caminho inteiro? — ele resmunga parando em
um sinal vermelho.
— O que quer que eu fale? — questiono olhando pela janela.
— Quero que olhe para mim e fale. O quê? Não sei. Fale de você. — sua
voz sai tão impaciente que me pergunto se ele está aqui obrigado.
— Saint te obrigou a vir? — pergunto olhando diretamente para seus
olhos.
— O quê? Lógico que não. De onde tirou isso? — seus olhos estão tão
confusos que eu me deixo sorrir.
— Você está mal-humorado. Não sei... — dou de ombros voltando a
prestar atenção na rua movimentada.
— Não estou mal-humorado. Você que é muito teimosa. — seus dedos
batem contra o volante e eu bufo.
— Não fiz nada além de acatar suas ordens desde que bateu seus olhos
em mim, a menos de dez minutos. — informo.
— Eu não estou lhe dando ordens. — ele late irritado e eu suspiro
voltando a olhar para seu rosto.

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— Sim, você está.


— Retiro o que falei. Fique quieta mesmo. — ele manda e eu aperto
meus olhos vendo seu rosto bonito se contrair.
— Você é um babaca. — digo simplesmente e quando vejo seu rosto eu
quero rir.
— Me chame assim novamente que não iremos para porra de bar
nenhum. — irritado é apenas um eufemismo para seu estado agora.
— E para aonde iremos? — atrevo-me a perguntar sentindo minha
barriga apertar em contentamento.
Eu sou uma depravada. Eu sei, mas eu quero que o céu caia em cima de
mim se eu não estou em êxtase pela possibilidade de ir para sua cama.
— Você irá para minha casa e eu vou te foder até você me dizer o porquê
de me aderir a seu jogo idiota.
Minha calcinha está ensopada em antecipação e meus pensamentos
insistem nas cenas dele me fodendo pela sua casa. Meu Deus, eu sou uma
pequena cadela sedenta por sexo.
Dando uma última olhada em seu rosto me viro lembrando de cruzar
minhas pernas e focar nas paisagens passando por nós.
— Boa menina.

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Capítulo Quatro

Caleb

u vejo quando ela cruza suas pernas uma e outra vez durante nosso
E trajeto até um bar que Saint e eu vamos sempre. Ela está excitada e se eu
não tivesse dirigindo eu iria dar prazer a ela.
Entramos no bar alguns minutos depois, e eu aceno para o dono e sua
esposa que estão atendendo algumas pessoas no balcão do local. Saint
escolhe uma mesa e, juntos, nos sentamos.
— O que irão querer? — pergunto me levantando junto com Saint.
— Água. — as duas falam em uníssono. Vamos para o bar e eu sorrio
vendo Kátia empurrar Paul para o lado vindo até mim.
— Você, lindo como sempre e você... — ela lambe seus lábios olhando
para Saint. — Gostoso como sempre. — nós rimos quando seu marido lhe dá
uma tapa na bunda.
— O que vão querer? E aquelas meninas bonitas? — Kátia pergunta
olhando para Belle e Alisha.
— Nossas garotas...
— De hoje. — completo a fala de Saint e ele me manda um olhar afiado.
Dou de ombros, ele sabe que é verdade.
— Ainda irão encontrar uma mulher para amarrar suas bolas e nesse dia
eu quero estar na primeira fila vendo o quanto vocês serão massacrados pelo
próprio coração. — Kátia bate os dedos em seus lábios e sorri forte olhando
para as meninas.
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— No dia que você me ver assim, me amarre com uma corda no pescoço.
— brinco, fazendo-a revirar os olhos castanhos.
Paul abraça seu corpo roliço e beija seu rosto fazendo eu e Saint
revirarmos os olhos.
— Quando isso acontecer você vai estar tão afogado em lágrimas que
morrerá sozinho. Sem nossa ajuda. — ele pisca e se afasta.
— Quero duas águas e uísque puro. Obrigado. — ela se afasta com uma
careta.
Pegamos nossas bebidas e voltamos para onde as meninas estão. Sento-
me ao lado de Annabelle e afasto seus cabelos loiros do rosto a fazendo me
olhar.
— O que está pensando? — sussurro perto do seu ouvido.
— No quanto irei acordar cansada amanhã. — ela sorri e eu me lembro
que ela ainda está na Universidade.
— O que você cursa? — pergunto deslizando sua água para perto dela.
Ela engole em seco e leva o copo aos seus lábios antes de me falar.
— Medicina. — sua resposta é curta e eu aceno entendido. Seus olhos
fogem de mim e se concentram no copo à sua frente.
Quando ela fala me parece que não gosta do curso, mas como não a
conheço não sei dizer ao certo. Bebo meu uísque devagar enquanto a vejo
pela minha visão periférica sorrindo para as piadas idiotas de Saint e olhar
admirada para sua amiga.
— Caleb. — me viro quando escuto me chamarem, mas logo quero fingir
que não ouvi.
— Ashley. — afirmo acenando.
— Eu gostaria de saber o porquê de não ter me ligado na noite passada.
Você sabe, Debb me disse que estava no "Gabes", ontem. — Ela estala sua
língua e se aproxima de mim, baixando seu corpo para ficar na altura dos

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meus olhos.
— Não precisei de você. — digo entre dentes, dando um dos meus
olhares de aviso. Mas a cadela é pior, ela sabe onde apertar meus botões e faz
isso sem pestanejar.
— Você acha que ela vai aguentar você na cama? — ela aponta para
Annabelle e lhe dá um olhar cheio de raiva para logo voltar sua atenção para
mim.
— Eu acho que você está acostumada comigo na sua cama, porém sabe
que não vou mais estar lá. — me levanto a pegando pelo braço. — Vá
embora. — mando trincando meus dentes.
— Você vai fazer seu caminho para lá logo, logo. Você sabe disso. — ela
se inclina e beija minha boca para logo se afastar.
Mordo meus lábios com vontade de pegar Ashley pelos cabelos e lhe
bater. Vadia filha da puta. Balanço a cabeça e volto a me sentar ao lado de
Annabelle que viu a cena estúpida de Ashley. Pego minha bebida e a bebo
olhando para frente.
— Por que não aproveita e a leve para sua casa e aproveita para fodê-la
no meu lugar? — ela pergunta séria e eu quase engasgo com meu uísque.
Olho para seu rosto e a vejo calma, sem demonstrar qualquer raiva ou
brincadeira.
— Por que eu quero foder você em minha casa. Não ela, não qualquer
outra mulher. — a encaro firme e deixo meus lábios se arrastarem pelo seu
pescoço alvo.
— Por quê? Você quer me punir pela brincadeira? — ela procura meus
olhos e eu suspiro me afastando. — Eu juro...
— Antes de saber desse caralho eu já queria você, Belle. — vejo quando
se retrai ao me ouvir, então me afasto novamente querendo ver seu rosto.
Querendo saber se ela quer a mesma coisa que eu.
—Annabelle? — a chamo vendo seus olhos apertados e novamente ela se
retrai.
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— Me desculpe. — sua voz sussurra e eu elevo seu rosto para mim.


— Você me quer, não é? — questiono quando ela abre seus olhos.
— Sim. Eu quero. — ela afirma e acena devagar.
— Bom. — me afasto voltando minha atenção para Saint e Alisha.
— Porém, eu não... — ela se cala e eu espero que continue.
— O que estava falando? — questiono quando vejo que não continuará a
falar.
— Eu não aceito que beije outra mulher na minha presença. Eu não quero
compromisso e nem nada do tipo, mas eu mereço respeito. — ela fala calma
prestando atenção em minha reação.
— Eu entendo. Não se preocupe. Ashley enlouqueceu. Isso não vai
acontecer novamente. — afirmo sério. — E eu não quero relacionamento
com ninguém, nem mesmo espero repetir. — ela faz uma careta e acena
mordendo seu lábio fazendo o sangue dele ficar preso entre a pele e a carne.
Depois disso, ela se encolheu e não falou mais comigo. Eu quis me bater
por falar essa merda, mas é a verdade. Já tenho Ashley que é uma tremenda
dor na bunda, não preciso de mais uma garota.
Pago a conta e espero com Saint, Alisha e Belle voltarem do banheiro.
— Você vai levar ela para o Campus? — pergunto deslizando minha
carteira no bolso da minha calça.
— Não agora. Te encontro amanhã. — ele bate em minhas costas e se
afasta indo encontrar Alisha que já caminha em nossa direção.
— Podemos ir? — pergunto pegando a mão de Annabelle.
— Sim.
Ao entrar em minha casa vejo tudo escuro e acendo a luz da sala. Levo
um susto ao ver Lila sentada no sofá, somente de camisola. Que porra ela está
fazendo aqui na sala? Lila é como uma mãe para Tessa, mas nunca lhe dei
permissão de ficar assim pela casa. Seu corpo está quase desnudo no sofá e
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eu suspiro vendo Belle me olhar séria. Lila não é uma mulher mais velha que
eu, mas já é uma mulher feita. Eu entendo a careta de Annabelle.
— Lila. — chamo e empurro seu ombro. Ela desperta aos poucos e
arregala os olhos quando me vê a sua frente.
— Desculpe Caleb. Eu... Eu... — ela para de falar quando vê minha
acompanhante na sala. — Oh me desculpe. — ela se levanta e se apressa para
sair da sala.
Respiro fundo e lhe dou boa noite. Viro-me para Annabelle e a vejo de
braços cruzados apertando seus seios.
— Eu deveria ir. — sua afirmação verbera pela minha sala de estar
silenciosa.
— Por quê? — me aproximo dela em passos lentos e eu a vejo dar alguns
para trás até chegar na parede.
— Pelo amor de Deus, Caleb! — ela suspira baixo e morde seus lábios
novamente. — Eu já fui surpreendida por duas mulheres em uma noite. O
quê? Vai sair alguma debaixo da sua cama enquanto estivermos lá? — ela
continua falando e eu sorrio sentindo o cheiro dos seus cabelos.
— Ela é minha empregada, Annabelle. — respondo e seguro sua cintura
apertando-a devagar. — Agora que tal pararmos de falar? — olho em seus
olhos e ela suspira acenando.
Bom.
Seguro sua nuca pegando alguns dos seus cabelos a fazendo se arquear
para que eu possa alcançar sua boca. O gosto de menta da pastilha que ela e
sua amiga compartilhavam explode em minha boca quando sua língua viaja
pelos seus cantos.
—Segure. — mando com um rosnado a levantando pela cintura.
Annabelle se agarra a mim e devagar subo as escadas até meu quarto.
Olho de relance para o quarto ao lado do meu; de Tessa e me preocupo dela
ver Annabelle aqui, mas não penso por muito tempo, pois a menina em meus
braços puxa meu rosto de encontro à sua boca.
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Fecho a minha porta com o pé e deito em cima de Belle na cama me


empurrando de encontro ao seu núcleo apertado. Afasto-me respirando fundo
e a deixo deitada na cama totalmente sedenta. Seus olhos me procuram e eu
aceno para sua calça jeans.
— Tire a roupa. — ela engole em seco, mas me obedece.
Suas pernas são pequenas, mas tão bem torneadas que eu quero lamber
cada pedaço de pele que está visível aos meus olhos. Sua calcinha é de renda
preta e eu suspiro vendo o quão pequena ela é.
— Nua.
Reforço meu pedido quando vejo que ela para de se despir. Seus dedos
ágeis desprendem o fecho do seu sutiã, porém ela não os descobre para que
eu os veja sem nada.
— Retire. — rosno deslizando minha calça e cueca para baixo.
— Venha retirar você, seu mandão. — ela fala suavemente me fazendo
suspirar e sorrir. Ela é abusada. Eu gosto.
Pego seu tornozelo e a puxo para o final da cama levantando sua perna.
Escovo meus lábios pela sua pele macia e grunho vendo sua calcinha
ensopada grudada em sua doce boceta. Foda-se, eu estou quase gozando só
de ver isso. Passo meus dedos por cima e ela arqueia querendo mais contato.
O sutiã quase caiu, mas ela foi mais rápida e o segurou.
— Por favor. — escuto seu pedido e sorrio sentindo sua necessidade de
longe.
— Retire sua roupa, Annabelle. — mando sério. Seus olhos crescem,
mas ela faz o que mandei.
Bom.
Os bicos dos seus seios aparecem para mim e eu salivo com a vontade de
prendê-los entre meus dentes e lábios. Sua calcinha desce a deixando nua em
minha cama.
— Você é linda, Belle.
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Annabelle

Meu corpo inteiro se arrepia com a voz rouca de Caleb. Seus olhos
passam pelos meus seios até meu núcleo pulsante me fazendo tremer de
desejo. O que está acontecendo comigo? Eu nunca senti nada parecido com
essa necessidade que esse homem está me fazendo sentir.

Caleb fica de joelhos na cama e de relance consigo ver seu membro reto
e longo. Não direi que não vai caber, pois tenho certeza de que comigo
molhada assim, com certeza vai entrar e me dar prazer como nunca tive.

Estranho quando o vejo ainda de camiseta, mas logo trato de pegá-la


pelas bordas para ajudá-lo a tirá-la por sua cabeça, porém recuo quando sinto
meus pulsos serem apertados pela mão de Caleb.
— O... — tento questionar, mas sua voz me faz ficar em silêncio.
— Não. — sua voz é fria e logo afasto a minha mão do seu corpo.
— Por...
— Sem perguntas. — procuro seus olhos e me surpreendo ao ver a
intensidade brutal que me olha.

Engulo em seco fechando meus olhos e aceno. Não entendo seu jeito,
mas não irei contrariá-lo. Se ele não quer perguntas, eu não irei me atrever.
Somos dois estranhos que querem transar, então sem perguntas.
— Tudo bem.

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Quando ele encontra o caminho para beijar minha boca eu o devoro.


Seguro seus cabelos um pouco grandes ainda receosa da sua reação, mas
relaxo quando ele não me para. A mão dele aperta lugares em meu corpo até
chegar a minha intimidade sedenta por ele.

Seus dedos brincam com minha excitação, me fazendo empurrar meu


corpo para ele. Em meu baixo ventre uma onda de arrepios se alastra pelo
meu corpo quando o clímax se constrói em mim. Com apenas um movimento
dos dedos de Caleb entrando em mim, eu desmorono. Nos meus olhos luzes
piscam brilhantes e eu os aperto respirando forte, porém logo um grito rasga
minha garganta quando ele entra em mim sem cerimônia.
Seu membro longo alcança meu ponto G e em menos de segundos estou
gozando novamente. No meio da minha névoa lembro de que não o vi pegar
um preservativo, mas esqueço isso quando novamente ele entra e sai de mim
rápido e forte.

Eu não dei atenção para o que Ashley falou, mas agora eu estou
começando a entender o que quis dizer com a sua força na cama. Caleb me
fode sem dó ou piedade. Seu quadril bate no meu cada vez que entra em mim
e suas mãos apertam minhas coxas e cintura com força desmedida.
Quando sinto meu corpo querer chegar a um novo orgasmo, Caleb
começa a tremer e alcançar seu desejo. Meus músculos relaxam quando o
sinto sair de dentro de mim, mas antes que eu adormeça cansada, o vejo
retirar o preservativo.
Graças a Deus!

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Capítulo Cinco

Annabelle

inha cabeça gira quando abro meus olhos. A luz da manhã entra pelo
M quarto e eu começo a estranhar já que não tem janelas em meu quarto,
porém logo me lembro que não estou no Campus. Estou na casa de
Caleb. Olho para o lado a sua procura, mas os lençóis estão intactos,
não deixando qualquer dúvida de que ele não dormiu aqui.
Procuro a cadeira que coloquei minha bolsa, mas aqui não tem nada,
além de uma cama e um guarda-roupa grande. Esse não é o quarto dele. Eu
não acredito que o filho da mãe me colocou em outro quarto. Que escroto!
Sento-me puxando os lençóis para cobrir minha nudez e quase caio da
cama ao ver uma criança sentada na borda. Abro a boca a vendo com as duas
mãozinhas no queixo sorrindo terna para mim, mas volto a fechá-la sem saber
o que falar.
— Você é a minha mamãe? A que papai disse que estava chegando? —
sua voz suave e baixa me questiona e eu tenho que segurar o colchão para
que eu não caia.
Porra! Caleb é pai?
Respiro fundo e tento pensar em algo coerente para falar, mas nada me
vem à cabeça. A criança continua me olhando e eu engulo em seco. Vamos,
lá. Fale algo, sua burra.
— Humm... Qual é o seu nome? — sim, eu fiz essa pergunta.
— Tessa e o seu? — ela parece esquecer-se da primeira pergunta e eu
relaxo.
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Quando vou responder, paro e me pergunto se posso falar assim. Porém,


ela é somente uma criança, não vou mentir para mais uma pessoa.
— Marianne. — meu lábio treme quando falo meu nome verdadeiro.
Uma vontade imensa de chorar bate em meu peito, mas a afasto. Não quero
que Tessa se assuste comigo. — Porém na frente das outras pessoas você tem
que me chamar de Belle. Vai ser nossa brincadeira. O que acha? — espero
sua reação e confirmação, mas quando sua boquinha ia se abrir seu pai entrou
no quarto.
— Tessa. — ele respira fundo e caminha até ela a pegando nos braços.
— Bom dia, papai. — ela beija seu rosto e meu coração aquece o vendo
olhar para ela com adoração.
— Eu estava te procurando. O que faz aqui? Você acordou Belle? — eu
sorrio tensa quando ela me olha, talvez pensando que seu pai também está na
minha brincadeira. Porém relaxo quando ela pisca e sorri.
— Eu estava olhando seu sono. Você sempre faz comigo. — ela sorri
retirando os cabelos que estão em seu rosto.
— Sim... — ele olha para mim pela primeira vez depois que entrou no
quarto e meu corpo se arrepia lembrando ontem. O que foi aquilo? Fecho
minhas pernas e solto um gemido de dor quando sinto o quão dolorida ele me
deixou.
— Você pode descer para tomarmos café? — ele pergunta com sua testa
franzida e eu aceno confirmando.
— Só preciso tomar banho. É... Onde estão minhas... — aceno para meu
corpo temendo que Tessa entenda que estou nua debaixo desse lençol e ele
acena rindo de lado.
— Estão ali. — sua mão aponta para o criado-mudo e meu rosto aquece
vendo sua filha olhar para elas.
— Obrigada.
Eles saem me deixando sozinha e eu suspiro me levantando e indo tomar
o banho. A água quente corre pelo meu corpo e eu relaxo passando minhas
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mãos por ele. Pego um shampoo e lavo meus cabelos devagar fazendo
massagens no meu couro cabeludo.
Quando pego a toalha branca para me enxugar penso em Caleb e Tessa.
Quem é a mãe dele? Será que morreu em seu parto? Penso na sua pergunta e
meu coração dói por ela. Tessa quer uma mãe. Deve ser difícil ir à escola e
ver suas amiguinhas acompanhadas e ela não.
Depois de estar vestida e com os cabelos penteados por meus dedos, já
que não encontrei nenhum pente ou escova no banheiro, pego minha bolsa da
cadeira e a levo comigo. Irei embora na primeira oportunidade que eu tiver.
Entro na sala e escuto as vozes de Caleb e Tessa rindo, mas quando entro
vejo a garota que vi ontem aqui no sofá. Seus olhos crescem quando me vê. O
prato que estava em sua mão cai e eu me aproximo para ajudá-la. Seus olhos
estão marejados e eu não entendo sua atitude. Ela me conhece?
— Desculpe. — sua voz sai amarga e eu levanto meus olhos para vê-la.
Agora a realidade me bate. Ela gosta de Caleb. Ontem achei tão estranho
ela estar na sala só de camisola. Qual é a empregada que faz isso? Eu me
senti insultada. Não bastava Ashley? Ainda tinha uma mulher em seu sofá? E
só um cego não vê o quanto ela é bonita. Ela é morena com cabelos pretos.
Seus quadris são largos e eu me sinto menos gostosa na sua frente.
— Não se preocupe. — digo com um sorriso, mas ela não me dá atenção,
apenas sai da cozinha sem falar nada.
Sento-me ao lado de Tessa e ela sorri pegando um pedaço de fruta de sua
taça cheia delas.
— Bom dia.
— Bom dia, Belle. — Tessa e Caleb falam juntos e eu aceno pegando um
prato com ovos e pães.
Como em silêncio e quando levanto minha cabeça vejo Tessa olhando
para mim. Como ela pode ser tão linda? Seus cabelos são castanhos
chocolates e seus olhos são castanhos como os de Caleb. Não posso negar
que eles se parecem.

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— Você não respondeu minha pergunta Mari... — arregalo meus olhos


quando ela quase fala meu nome. — Belle. Por quê? — meus olhos fogem
para Caleb que nos olha sem entender nada e eu mordo meus lábios.
— Desculpe por não responder, Tessa. — peço e engulo em seco sem
saber como responder.
Eu não sou sua mãe e muito menos alguém que vai conviver com ela.
Não irei criar expectativas em uma criança. A verdade é que eu deveria ter
ido embora ontem mesmo. Isso não estaria acontecendo, porém eu também
não teria conhecido Tessa. E eu gostei dela, eu não me arrependo de conhecê-
la.
— O que você perguntou a Annabelle, Tessa? — Caleb pergunta e eu
abaixo minha cabeça com medo da sua reação.
— Que... Perguntei se Belle era minha mamãe que estava vindo. — eu
vejo quando ele fecha os olhos e se afasta da mesa encostando-se à cadeira.
— Tessa... A Belle não é sua mamãe. Ela é apenas uma colega do papai.
Só. — eu não sei o porquê, mas algo dentro de mim se remexe com suas
palavras.
— Não. Ela é minha amiga. Não é Belle? — seus olhinhos estão
brilhando e eu sinto meu peito apertar.
— Sim. É. Eu e Tessa somos amigas, Caleb. — afirmo olhando
diretamente para seus olhos.
Ele aperta sua mandíbula enquanto seus olhos me olham com raiva
reprimida. Foda-se ele. Eu não vou dizer para uma garotinha que não somos
amigas. Que tipo de pessoa ele pensa que sou?
— Papai? — ela o chama e sua atenção se volta para ela. — Não olhe
assim para minha amiga. — Ela pede e eu sorrio deixando minha mão apertar
a sua.
— Ele não me dá medo, Tessa. Não se preocupe. — afirmo e ela sorri
acenando.
— Eu não sou um monstro para dar medo em ninguém. — ele fala firme.
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— Não. Você é um idiota. — tampo minha boca e quero me bater por ter
falado isso na frente de Tessa.
— O que é um idiota? — Caleb respira fundo quando Tessa pergunta e
olha diretamente para mim, me recriminando.
— É um cara muito legal. — respondo e termino de beber meu suco. —
Agora eu preciso ir. — afasto a cadeira e me levanto.
— Onde você mora? — Tessa pergunta e eu me abaixo ao seu lado
ficando na sua altura.
— Moro na minha escola. — falo como se fosse um segredo e ela ri
arregalando seus olhos.
— Lá é legal? — aceno e beijo seu rosto. — Você pode vir me ver
novamente? Papai não me leva para sair e eu gostaria de ir a uma praça
brincar. Você me leva? — seu pedido me faz querer entrar em um buraco e
gritar de tanta fofura em meu peito.
— Se seu pai deixar, eu te levo sim. — afirmo beijando seu rosto fofo.
— Eu te levo a porta. — Caleb nos interrompe levantando e olha para
Tessa. — Me espere aqui, nós iremos conversar.
Eu saio da cozinha com Caleb me acompanhando até a sua porta. Pego
meu celular e chamo um táxi até aqui depois de pedir o endereço. Ele abre
sua porta e a fecha atrás de nós.
— Não faça isso. — Caleb pega meu braço e o aperta entre seus dedos
me fazendo voltar para perto do seu corpo.
— Não faça o quê? Solte meu braço. —puxo-o com força fazendo ele
me deixar ir. Acaricio as marcas e o olho como se fosse louco.
— Não dê esperanças a minha filha, você e eu sabemos que não irão
mais se ver. — ele está tão irritado e eu quero bater em seu rosto por falar
assim comigo.
— Você não sabe de nada. Se eu quiser vou vir vê-la sim. Agora se me
dê licença gostaria de esperar o táxi sozinha. — falo encarando seu rosto
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tenso.
— Não se meta com Tessa, Annabelle. Isso é um aviso. —Ele entra e
bate a porta e eu luto com a vontade de bater lá e mandá-lo se foder.
Escroto estúpido!

Deslizo a caneta na folha de papel respondendo as perguntas da prova.


Mordo meu lábio me concentrando na pergunta e suspiro terminando. Reviso
as minhas respostas três vezes antes de me levantar e entregar o papel para o
professor. Meus nervos estão inflamados. Eu não posso ir mal nessa prova.
Eu não posso fazer com que minha mãe me ligue e reclame de mim.
Eu pareço uma criança no fundamental, mas ninguém além de mim
conhece a fúria de Beatriz. Ninguém.
— Pare de andar de um lado para o outro. Você vai fazer um barraco no
chão. — Tara informa mascando seu chiclete.
Ela saiu de sua aula e me encontrou aqui esperando por Alisha e Lauren
que foram comprar um lanche.
— Eu não posso sair mal nessa prova. — repito pela décima vez.
— Você não vai. Pare com isso, Anna. Você estudou, vai sair melhor que
todas. — Tara aperta minha mão e eu aceno me sentando ao seu lado.
Olho para a tela do meu telefone e vejo uma chamada perdida de um
número desconhecido. Trago o celular para minha orelha e espero a pessoa
atender. Toda e qualquer pessoa passou pela minha cabeça, menos Caleb.
—Por que não me atendeu? — ele rosna e eu suspiro.
— Bom dia para você também. — Reviro os olhos e Tara se senta
arregalando os olhos. Sua boca me pergunta em silêncio se é Caleb e eu
aceno.
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— Você fez uma promessa a minha filha e agora ela está cobrando. —
Sua voz sai tão entediada que eu quero matar ele por me menosprezar desse
jeito.
— Então eu deveria estar falando com ela, não acha? — debocho e Tara
franze a testa sem saber o que falar.
— Foda-se, eu estou lhe esperando. Venha. — ele manda.
— Você vai esperar muito, viu? Você não manda em mim, então passe o
celular para Tessa que vou falar com ela. — digo séria e o escuto ranger os
dentes.
Bom.
— Eu vou te castigar quando estiver na minha frente...
— Pensei que ouvi você dizer que não repetia. — me atrevo a lembrar da
sua frase escrota.

— Mas eu vou. — ele diz tão sério que eu aperto minhas pernas juntas
em antecipação.
— Passe para Tessa. — peço em voz baixa.
— Mari? — sua voz me chama e eu fico tensa ao pensar que Caleb está
ao seu lado. — Belle?
— Oi amor. Não se esqueça da nossa brincadeira, Tessa. — sussurro
temendo que seu pai ainda esteja com ela.
— Eu lembro. Vamos ao parque hoje? Papai deixou. — ela se apressa em
dizer e eu mordo meu lábio.

— Hoje não posso. Tenho outro compromisso, mas eu juro que amanhã
cedo te pego para irmos. O que acha? — a respondo lembrando que marquei
com Tara, Lauren e Alisha para irmos ao Shopping.

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— Que pena. — fecho meus olhos ouvindo sua voz triste. — Eu... — sua
voz está embargada e eu quero me bater por isso.
— Eu vou com minhas amigas ao Shopping, você quer ir? Aí outro dia
vamos ao parque. — me pego oferecendo e eu já sei que Tessa vai me
estragar.
— Oba! Papai vou ao Shopping com Belle e suas amigas. — ela grita e
eu rio sentindo meu peito encher de sentimentos bons.
— Eu vou te pegar. Beijo, Tessa.

Ela desliga e eu sorrio vendo Tara me olhar em questionamento.


— Ganhamos uma nova amiga. — afirmo sorrindo.
Deus me ajude a ser somente sua amiga e que no caminho eu não deixe
seu pai entrar em meu coração como Tessa já entrou.

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Capítulo Seis

Caleb

ordo meu lábio olhando Tessa subir para seu quarto com Lila para se
M arrumar. Annabelle não sabe o que fez. Eu fui o culpado de tudo,
afinal, fui eu que a trouxe para minha casa. Eu, idiota, a deixei se
aproximar da minha vida com minha irmã.
Ando pela minha sala temendo essa aproximação das duas. Eu não quero
que Tessa saia machucada nisso. Ter alguém como amigo é algo muito forte
e eu não tenho certeza se Belle vai querer permanecer por muito tempo em
nossas vidas.
Eu não quero um relacionamento, mas ficar com Annabelle ao meu lado
é testar meus limites. Eu quero a possuir, é uma possessividade sem tamanho.
Entrar em seu corpo me fez fraco e na noite que dormimos juntos, eu quase a
deixei na minha cama e a puxei para meus braços, mas voltei à porra da
minha mente e a levei para o quarto ao lado.
Respiro fundo me deixando desabar na minha poltrona. Não irei contra
os desejos da minha irmã, só posso esperar para que isso não acabe em
merda.

— Belle. — Tessa se põe de pé quando Annabelle entra em nossa sala.


Suas pernas entram em minha visão e eu engulo em seco. Foda-se isso é

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um short? Não parece. Não parece mesmo.


— Tessa! Vamos? — ela se abaixa e abraça minha irmã. Seus olhos
permanecem em Tessa e nenhuma vez sequer ela olha para mim.
— Sim! Papai nós já vamos. — ela avisa se virando e correndo para
meus braços.
— Sim, com certeza. Porém vou falar com Belle antes, tudo bem? — ela
franze as sobrancelhas e eu beijo seu rosto a colocando para baixo.
Levanto os olhos para a mulher na minha sala e espero Tessa sair.
Annabelle anda até a parede oposta e levanta seu queixo em atrevimento.
— O que quer falar? — sua fala amarga me confunde. O que fiz agora?
— Eu quero que me explique para onde vão e com quem. Que horas
voltam e um motivo para eu confiar Tessa a você. — digo impassível e me
afasto da minha poltrona.
— Olha, Caleb, nós não nos conhecemos, eu entendo seu temor em
colocar sua filha em meus cuidados...
— O que falou? — questiono tentando entender se ela acha que Tessa é
minha filha de verdade.
— Que eu entendo...
— Você disse que Tessa é minha filha. — lembro-a cortando sua
divagação.
— Sim, eu falei. Até por que... — seus olhos crescem e ela se acalma. —
Ela é adotada? — seu sussurro me faz rir.
Deus, essa mulher é impossível!
— Tessa é minha irmã. — explico e Belle morde seus lábios balançando
a cabeça.
— Oh. Eu... — ela engole em seco e sorri. — Eu pensei que... Desculpe-
me.

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— Não precisa. Até porque ela me chama assim, então muitos pensam o
mesmo que você. — coloco o dedo em meus lábios e ando devagar até onde
Belle está.
— Sim... É... — capturado uma mecha do seu cabelo e inspiro seu cheiro
na pele do seu pescoço claro.
— O que, Belle? — pergunto e beijo seu pescoço.
— Não faça isso. — sua voz entrecortada avisa.
— Explique o porquê.
— Você... — ela engole em seco fechando seus olhos firmes e quando os
abre a explosão sexual se esvaiu deles. — Você me levou para outro quarto,
Lewis. Por quê? — sinto um arrepio em minha espinha quando escuto sua
voz suave pronunciar meu sobrenome.
— Não me chame assim. — ordeno devagar. — E eu lhe levei para outro
quarto para sua privacidade...
— Não minta para mim, Caleb. — ela late quase gritando e eu recuo.
Foda-se ela não é boba. — Eu sabia o que estava acontecendo. Eu também
queria só sexo, pode parecer contraditório me ouvir questionando o porquê de
me levar para outro quarto, mas eu sabia que era só sexo. Eu sabia que não
iria me acordar com baboseiras. Porém, eu não gostei do que fez. Senti-me
como uma prostituta. Que foi usada e depois descartada. Eu não espero que
minta para mim, Caleb. — aceno respirando fundo quando ela termina.
— Eu entendi. — afasto-me e viro as costas para ela. — Tessa deve estar
na sala de jogos. Pode buscá-la. — eu não me viro para saber se ela fez ou
não.
Apenas saio de lá.

Annabelle
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Ele sobe suas escadas e me deixa aqui. Fodido idiota. Eu não sei o que
deu em mim, porém enquanto eu vinha até aqui me peguei pensando na sua
atitude escrota de me colocar em outro quarto depois de ter fodido até meus
miolos.
Doeu acordar em outro quarto e doeu mais uma vez o ver me dando as
costas. Procuro Tessa pela casa e quando a encontro dou de cara com Lila
olhando para mim encostada à parede da sala.
— Pensei que você iria levar Tessa para passear, não ir com Caleb para
outro cômodo. — molho meus lábios passando a língua e sorrio chegando
perto dela.
— Eu vou para onde eu quiser Lila. — sorrio e me viro para Tessa que
está sentada no sofá. — Vamos meu amor? — ela pula e eu a pego nos braços
até o meu carro.
Passo cinto de segurança pelo seu corpo e beijo seus cabelos.
— Você e papai não são mais amigos? — Tessa pergunta quando saio da
propriedade do seu pai, quero dizer, irmão.
Fiquei tão surpresa quando ele disse que é irmão dela, não pai. Pergunto-
me como Tessa veio morar com ele. Onde a mãe deles está?
— Eu ouvi vocês brigando. — ela admite e eu sorrio terna olhando para
ela pelo retrovisor.
— Somos Tessa, é que às vezes amigos também discutem. Não se
preocupe. Tudo bem? — pisco e ela acena virando seu rosto para a janela.
Estaciono e saio do carro para pegar Tessa do banco traseiro. Seus
cabelos estão soltos e um lindo laço dourado está no topo. Seu short jeans é
curto e a camisa quase o cobre por inteiro. Tessa é muito bem cuidada, não
posso imaginar Caleb fazendo compras para ela, então meus pensamentos
vão até Lila. Ela deve comprar as coisas da pequena.
—Onde suas amigas estão? — ela pergunta enquanto caminhamos pelo
Shopping.
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— Na praça de alimentação. Marcamos de nos encontrar lá e depois


iremos às compras. O que acha? — pergunto seguindo até a escada rolante.
— Que será divertido. — ela ri e eu beijo o topo de sua cabeça.
— Vou ficar muito feliz se você se divertir. — pisco e juntas andamos
até a mesa que Lauren, Tara e Alisha estão.
— Oh meu Deus! Onde você comprou essa boneca enorme?
— Lauren finge estar surpresa enquanto olha para Tessa.
— Não... Eu não... — Tess tenta falar enquanto suas bochechas
esquentam.
— Ela não é linda? Seu nome é Tessa. — entro na brincadeira vendo os
olhos dela se expandirem.
— Eu também quero uma. — Alisha sorri cruzando os braços como uma
criança.
— Oh, eu não sou uma boneca de brinquedo. Sou a amiga da Belle. —
ela fala firme sorrindo para que nós possamos entender.
— Ah. Eu entendi. — elas falam juntas e nós rimos nos sentando.
Depois de comprar um sorvete para Tessa nós vamos às compras.
Comprei algumas coisas para Tessa e sempre quando estávamos no caixa ela
me mostrava o cartão de crédito que seu pai a deu. Escondida dela revirei
meus olhos e depois a expliquei que eram presentes. Ela só acenou e sorriu
me acompanhando.
— Hey! — escuto uma voz divertida sobre mim e eu mordo meu lábio,
dizendo que estou imaginando coisas.
— Tem um cara falando com você, Anna. — Alisha avisa e eu viro
assustada.
Cohen abre os braços e eu corro até ele quase caindo no processo pelos
meus sapatos. Jesus, o que ele está fazendo aqui?
— Meu Deus! Cohen, o que está fazendo aqui? — questiono acariciando
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seu rosto bonito.


Ele sorri me mostrando sua covinha perfeita e eu relaxo em seus braços.
Cohen tem esse poder sobre mim. Desde a nossa adolescência que era
basicamente restrita a se esconder pelos corredores da escola para nos
beijarmos, eu sempre me sinto assim. Mas não é atração ou algo do tipo. Eu e
ele descobrimos cedo que não éramos um do outro. Lógico que isso não nos
parou de beijarmos e transarmos sempre que podíamos. Porém esse tempo
passou.
— Mari você está tão linda. — fico tensa em seus braços com medo de
alguma das minhas amigas tenha escutado, mas relaxo quando ele balança a
cabeça dizendo que não.
— Obrigada. Por favor, não me chame assim...
— É seu nome. — vejo a raiva passar pelo seu olhar e fechos os meus
olhos querendo esquecer isso.
— Mas ninguém sabe. Por favor, Cohen. — peço e ele acena a
contragosto.
— Tudo bem. — ele se inclina e beija meus lábios devagar. — Senti sua
falta baby. — ele sussurra perto de mim.
— Eu também. O que veio fazer aqui na cidade? — questiono
imaginando que veio fazer algo importante.
— Resolver alguns problemas. Que bom que te encontrei aqui. — ele
sorri e eu aceno o abraçando e me afasto para apresentá-lo as meninas.
— Esse é meu amigo, Cohen. — sorrindo as meninas se levantam e o
abraçam. — Essa é Tara, Lauren e Alisha. — aponto para cada uma e me
abaixo para ficar na altura de Tessa. — E essa é a minha amiga Tessa. — ela
sorri e levanta os olhos para Cohen.
— Por que você beijou Belle? Só namorado que beija na boca. — Ela
parece chateada e eu aperto sua mão na minha.
— Cohen só não desacostumou. Ele foi meu namorado e me beijava, mas
ele não vai mais fazer isso, não é, Cohen? — sorrindo me viro e o vejo
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segurando o riso.
Sim, ele não presta.
— Não. Desculpe pequena Tessa, não beijarei mais sua amiga. — ele
sorri de lado e eu suspiro me virando para Tessa.
— Pronto. Viu? — sorrio e beijo seus cabelos.
— É que ela e meu papai vão namorar e eu acho que a Belle não pode ter
dois namorados. — ela explica séria e sinto meu coração parar de bater um
segundo.
— Sim, não posso ter dois namorados. — confirmo, porém não toco no
assunto do seu pai.
Namorar Caleb? Eu acho que isso nunca acontecerá.
— Humm seu pai, não é? — Cohen me olha sorrindo e eu reviro os olhos
vendo as meninas rirem de mim. Vacas.
— Podemos ir? — Alisha pergunta teclando no seu celular.
Ela e Saint se viram muito nessa última semana. Eu sei que ela já está
começando a gostar dele e de verdade, eu também acho que ele gosta dela.
— Podemos. — Tara pula da cadeira e junta suas sacolas.
Viro-me para Cohen e o abraço.
— Foi bom te rever. Quando eu voltar para a cidade te ligarei, tudo bem?
— beijo sua bochecha sobre os olhos atentos de Tessa.
— Sim. Vou te ligar para que me fale do tal que Tessa falou. — Ele pisca
e sinto minhas bochechas corarem. Oh meu Deus!
Ele dá tchau soltando sua gargalhada e eu gemo envergonhada.
Coloco Tessa em meu carro e sorrio vendo as meninas saírem do
estacionamento a nossa frente. Sigo para casa de Caleb e me surpreendo com
o silêncio de Tessa.

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— Está tudo bem, meu amor? — pergunto gentil a fazendo me olhar pelo
retrovisor do carro.
— Sim. Eu gostei muito de passear com você. — sua voz demonstra
outro sentimento. Tristeza.
— Tessa, nós somos amigas. Você pode me falar tudo que quiser e sentir,
okay? — digo firme e ela suspira deixando seus ombros caírem.
— Só me lembrei de uma coisa que Geórgia me falou... — seus olhinhos
brilham e eu paro o carro no acostamento para olhar em seus olhos.
— Quem é Geórgia, Tessa? E o que ela falou? — questiono confusa. Sua
atenção se concentra em suas mãos entrelaçadas e eu espero paciente que ela
comece a falar.
— Ela é minha coleguinha da escola. Ontem ela falou que minha mamãe
não me ama, por isso foi embora. — seus olhinhos brilham e eu me pego
querendo chorar também.
— Venha até aqui, querida. — retiro seu cinto e a puxo para meu colo.
— Ela disse a verdade, Mari? — meu coração aperta quando escuto sua
voz falar meu nome de nascimento.
— Não, meu amor. Ela é apenas uma criança e não sabe o que fala. Não
preste atenção no que ela diz. — digo firme e ela abraça meu pescoço.
— Por que você não pode ser minha mamãe, Mari? — sua pergunta
aquece e esfria meu coração ao mesmo tempo.
— Tess, eu... — engulo em seco e deslizo meus dedos por suas
bochechas rosadas cheias de lágrimas. — Eu posso ser sua mamãe. Você
ainda me quer como mamãe? — quando deixo as palavras caírem vejo seu
rosto se iluminar.
E toda e qualquer dúvida que eu tinha de não poder lhe dar falsas
esperanças se esvai de mim. É uma loucura. Eu não a conheço direito e seu
pai vai odiar a ideia, mas... Tessa é meu pequeno anjo.
Eu sou sua mamãe.
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Capítulo Sete

Annabelle

u quero! — ela grita e eu beijo sua bochecha.


e — Então pronto. Eu sou sua mamãe a partir de hoje. — ela ri e limpa suas
bochechas.
— Verdade? Você pode ir à minha escola para minhas amigas verem que
tenho uma mamãe? — ela pergunta com expectativa e eu mordo meu lábio
pensando em Caleb.
O que ele vai dizer sobre isso?
— Tessa por enquanto esse vai ser nosso segredo. Eu preciso falar com
seu papai primeiro. — beijo a ponta do seu nariz e espero por sua resposta.
— Tudo bem. — ela acena e eu sorrio voltando seu corpo para o banco
de trás.
Quando chego a sua casa com ela ao meu lado a porta é aberta e Caleb
entra em minha visão. Ele está suado e sua camisa está grudada em seu peito.
Oh Deus! Por que ele tem que ser tão lindo?
— Papai! — Tess grita e ele a pega nos braços a abraçando. — Eca! O
papai está sujo. — ela faz careta e eu rio da cara que ele faz.
— Sim, Tess. Agora se despeça de Annabelle para eu ir tomar banho. —
O modo como fala meu nome me envia arrepios e minha imaginação corre
até sua imagem tomando banho. Eu detesto o poder que ele tem sobre mim,
somente com a voz.

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—Obrigada pelo passeio. — Tessa beija minha bochecha ainda nos


braços de Caleb. Seu braço roça em meu ombro e eu suspiro me afastando.
— De nada, baby. — beijo seus cabelos e a vejo descer e correr para
dentro de casa.
— Como foi o passeio? — ele pergunta fechando a porta em suas costas.
— Foi ótimo. Tess se divertiu muito com as meninas. — sorrio olhando
para seus olhos verdes.
— Agradeço por ter a levado. Ela sente falta de uma figura feminina em
casa... — ele fala com tristeza estampada em seu rosto.
— Mas Lila sempre está aqui. — minha voz sai mais fria do que pensei
que sairia e Caleb me olha sem entender meu jeito, porém não respondo nada.
— Sim, mas Lila é sua babá, é diferente. — ele explica e se encosta à
parede de sua casa.
Quando ele fala diferente me lembro que disse a Tessa que ela poderia
me ter como sua mamãe. Agora na frente dele me pego temendo sua reação.
O que é normal, já que cheguei à vida da menina a menos de uma semana e já
falei que ela é minha filha.
Meu Deus, ele vai pirar! Com razão.
— É... Eu queria... — ele franze as sobrancelhas e chega mais perto de
mim. Seu cheiro misturado com suor bate em mim e eu inspiro devagar.
— Queria o quê, Belle? — ele me pressiona e eu me afasto indo para o
estacionamento em passos curtos. Preciso estar um pouco distante dele para
falar isso.
— Tessa me falou algumas coisas. — começo devagar e ele acena
chegando perto outra vez. Eu me escoro no meu carro e suspiro tentando me
acalmar. — Ela disse que uma coleguinha falou que a mãe de vocês não a
amava e por isso foi embora... — ele morde seu lábio e aperta as mãos em
punhos, irritado.
Eu vejo quando a dor atravessa seu olhar, mesmo que tenha sido apenas
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um segundo, mas eu vi. Ele ainda sofre com essa questão, mas sua raiva
mascara toda e qualquer dor.
— Ela estava alegre e do nada se lembrou. Foi triste... Meu coração se
quebrou um pouquinho por ela, Caleb. — argumento mesmo sem ter falado o
que fiz tentando me justificar.
Suspiro e mordo meus lábios criando coragem para falar.
— Eu sou ainda uma desconhecida Caleb, mas eu já a adoro. Por favor,
não me afaste dela. — peço quando a ideia passa por minha cabeça.
— Por que você acha que vou afastar vocês? Eu que te liguei para vir
buscá-la, Annabelle. — ele me lembra e eu respiro fundo.
— Ela me perguntou o porquê de eu não poder ser sua mamãe... — meus
olhos brilham com lágrimas e eu vejo, mesmo que embaçado, Caleb se
aproximar. — Eu não quero causar mal-estar entre vocês, mas Tessa é minha
filha agora, Caleb. — limpo meus olhos e o encaro firme.
— O que diabos você fez, Belle? — seus olhos estão perturbados e me
olham afiados.
— Eu falei que posso ser sua mamãe. — respondo sem medo.
—Annabelle você é uma criança! Como você vai ser mãe de outra
criança? — ele questiona gritando.
— O quê? — minha boca se abre em choque. Ele acha mesmo que sou
uma criança? — Eu não sou uma criança Caleb, eu já sou uma mulher! —
grito na sua cara vendo vermelho.
— Você ainda está na faculdade, Annabelle! — ele ruge irritado.
— O que isso tem haver? Pare de colocar motivos para não me querer ao
redor dela. — grito querendo socar sua cara.
— Você não podia ter feito isso. — ele balança a cabeça e em um passo
longo está me segurando contra o carro. — Quando você quiser sua própria
família o que vai acontecer? Você vai dar as costas para ela? Ela é apenas
uma criança, porra! — seu grito faz até os meus dedos tremerem.
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Ele está transtornado.


— Caleb se acalme, por favor. — peço empurrando seu peito. — Nada
disso vai acontecer. Tess gosta de mim e eu posso estar com ela alguns
momentos. Isso vai fazer bem a ela, não se preocupe tanto. — digo devagar
ainda presa entre seus braços e o carro.
— Eu... Eu só não quero que a magoe. Tessa é minha vida, Annabelle.
Ela é a única coisa na minha vida que importa. Não a faça sofrer. — ele pede
mais calmo e eu relaxo contra seu peito.
— Eu não vou. Eu prometo baby. — digo olhando em seus olhos verdes,
pois quero passar confiança.
—Obrigada por ter a levado para passear. — ele se afasta e eu o seguro
no lugar.
— Eu... Humm. — antes que eu fale alguma idiotice lembro-me das
compras de Tessa e aponto para o porta-malas. — As sacolas dela. — ele
acena e juntos vamos até lá.
Depois que ele tira elas eu entro em meu carro para ir embora.
— Não falamos sobre nossa conversa no telefone, mas já adianto que não
esqueci e nem vou esquecer que você estará em minha cama em breve. — sua
voz rouca sussurra e sem outra palavra ele anda até sua porta.
Acelero e saio de lá. Filho da puta! Suas palavras me aquecem. Eu o
desejo tanto que chega a doer, literalmente. Suspiro mordendo meus lábios e
vou embora.
Abro a porta do meu carro e paro quando vejo Saint encostado no seu
carro com Alisha entre suas pernas. Eles fazem um casal lindo, tenho que
admitir. Saint é moreno e grande, Alisha ao seu lado parece uma pequena
boneca branca de cabelos pretos.
— Hey! — ela sorri e me chama com a mão. — Como foi com Tess?
— Foi ótimo. Saint como vai? — cumprimento-o e ele sorri acenando.
— Ali falou que Caleb deixou Tess ir com vocês para o Shopping. Ela
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deve ter adorado. — ele diz com sua voz rouca e eu sorrio.
— Sim, ela se divertiu muito. — afirmo e me despeço deles entrando no
prédio do Campus.
Encontro Lauren deitada em sua cama com um livro nas mãos. Já percebi
que ela adora ler, em algumas brechas entre as aulas ela está lá com algum
livro nas mãos.
— Hey... — ela se senta e deixa a página marcada com um marcador
bem fofo de fita de cetim.
— Oi. Vocês vão sair hoje? — questiono lembrando que hoje é sexta-
feira e que elas não perdem uma balada.
— Sim. Kane terminou comigo e a última coisa que eu quero é ficar em
casa. — ela fala com um sorriso azedo de lado.
— Terminou? Por quê? — não escondo minha surpresa. Lauren é louca
por ele e eu sinceramente, pensei que ele também.
— Por que ele quer fazer o que todos os caras dessa faculdade fazem.
Curtir e comer boceta livremente. Foda-se ele, eu encontro alguém para
comer a minha e acabou. — sua voz é irritada e eu suspiro.
— Quem te escuta pensa que não está doendo. — afirmo me sentando ao
seu lado.
— Está, Anna. Porém eu não vou me debulhar em choro. Kane sabe o
que faz, se ele acha melhor assim, tudo bem. — ela dá de ombros e eu a
abraço.
— Tenho certeza que ele vai voltar a sua mente e vir até aqui. — sorrio
quando a vejo bufar.
— Espero, pois estou mijando em um balde para jogar nele quando isso
acontecer. — ela fala tão séria que eu me deixo gargalhar imaginando a cena.
— Você é terrível!
Continuamos rindo até Tara entrar no quarto. Seus cabelos estão no topo

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da cabeça e ela revira os olhos quando nos vê abraçadas.


— Você já falou que eu te aconselhei a juntar seu mijo para tacar no filho
da puta do Kane? — eu gargalho novamente.
Essas ideias só podem vir de Tara.

—Onde colocou meu rímel? — Lauren pergunta pela milésima vez.


— Eu não peguei seu rímel! — digo suspirando contando as vezes que
ela me perguntou por algo que é seu.
— Eu tinha certeza que ele estava aqui. — ela vai até o seu lado do
guarda-roupa e pega a máscara de cílios de dentro da sua gaveta.
— Sei. — Reviro os olhos e ela me mostra a língua. Infantil.
Quando termino de me arrumar saio do prédio com Lauren e Tara ao
meu lado. Decidimos ir a uma boate no centro. De verdade, não sei onde fica,
mas Tara disse que é ótima.
— Como você está com o jogador? — Tara apelidou Caleb assim e agora
só Deus para pará-la.
— Eu não estou. — respondo e Lauren ri se sentindo divertida.
— Não está? Anna, a filha dele te adora e ele deixa você passear com ela.
Senão está acontecendo nada, querida, ele é louco. — elas sorriem e eu reviro
os olhos permanecendo calada o caminho inteiro.
Como dizer que o jogador que elas falam, não está à procura de coisa
séria. Principalmente envolvendo sua filha? E for fim, eu não quero namorar.
Na verdade, eu temo o tamanho dessa nossa aproximação.
Quando chegamos ao local ficamos em uma fila imensa esperando para
entrarmos. Enquanto Tara retoca o batom, eu e Lauren esperamos de braços

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cruzados.
Todas nós estamos de vestidos. O meu é preto com um decote profundo e
muito sugestivo enquanto o de Lauren é totalmente fechado com mangas
curtas. Já Tara, como sempre é a cadela cheia de poder; um vestido dourado
curto e aberto nas costas.
Sinto meu celular começar a tocar e estremeço quando penso ser minha
mãe. Porém suspiro aliviada quando vejo que não é, mas a ansiedade me
perturba quando vejo o nome de Caleb.
O que ele quer?
— Alô. — atendo estranhando sua ligação.
—Onde está? — sua pergunta sai estressada e eu me pergunto o que
aconteceu agora.
— O que foi? Aconteceu algo com Tessa? — questiono me distanciando
das meninas.
— Nada aconteceu. Onde está? — ele pergunta novamente e eu suspiro.
— Estou numa boate. — leio o nome no letreiro e falo para ele. — Por
quê? — pergunto.
— Você está numa boate? — sua voz sai incrédula.
— Sim, eu estou...
— Estou indo te buscar. — ele desliga na minha cara e eu grito frustrada
apertando as teclas do meu telefone para ligar de volta.
As meninas me olham sem entender e eu grunho ouvindo seu celular
tocar algumas vezes até cair na caixa postal.
— Ele disse que está vindo me buscar! Caleb é tão mandão! Idiota. —
digo frustrada olhando para os lados como se ele fosse surgir de uma hora
para outra.
— Então vai ficar aqui o esperando? — Lauren pergunta elevando sua
sobrancelha desenha por sombra e vejo que já estamos na entrada.
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— Não. Eu vou entrar e fazer o que vim fazer. — Tara ri e levanta a mão
para que eu possa bater.
E eu faço.
Peço um copo de uísque ao barman que me olha mais alguns segundos
antes de me entregar. Sei que ele sabe que não tenho idade para beber, mas
graças a Deus, não falou nada. Tara segura minha mão me arrastando até a
pista enquanto Lauren fica sentada no bar girando seus braços e rindo para
nós.
Remexo meu quadril enquanto a música de Ariana Grande toca nas
caixas de som. Vejo Tara rebolar contra um cara moreno e muito bonito e
suspiro sentindo alguém contra minhas costas.
As mãos do homem seguram minha cintura com força e eu repito o
balanço que Tara estava fazendo, mas antes que eu termine a pessoa me
deixou.
Quando penso em me virar para procurar o homem uma mão se fecha em
torno do meu pescoço e a outra segura minha cintura me deixando marcada.
— O que porra está fazendo? — o rosnado baixo e perigoso faz minhas
pernas ficarem bambas fazendo sugestão à música que toca.
Caleb me deixa molhada com sua voz e suas mãos em meu corpo, porém
não reclamo. Sei que ele vai me recompensar.
A noite toda.

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Capítulo Oito

Caleb

ntro em minha casa depois de ver Annabelle ir embora. Meus nervos


E estão inflamados, ouvir dela que agora é mãe de Tessa me deixa tão
furioso, mas quando me lembro da minha filha eu me permito relaxar.
Tess precisa disso. Belle me dizer que ela falou de uma colega fez minha
garganta apertar. A vadia da nossa mãe não merece que Tessa se lembre
sequer da cor do seu cabelo.
—Onde Tessa está? — pergunto quando vejo Lila no quarto.
— A coloquei no banho. Ela diz que já está grandinha e pode tomar
banho sozinha. — ela ri e eu aceno me preparando para sair. — É...
Annabelle vai vir para cá muitas vezes?
Viro-me voltando minha atenção para Lila. Ela é uma mulher linda, sua
pele é morena clara e seus cabelos são lisos e longos. Lila é da minha idade e
eu gosto muito dela. A respeito muito, principalmente.
— Sim. Isso é um problema? — pergunto confuso.
— Lógico que não... Só... É que não traz suas mulheres para casa... —
sua voz perde a intensidade quando a interrompo.
— Ela não é minha mulher. Agora que respondi sua pergunta, vá ver
Tess e a traga para a sala de jantar. — saio de lá rapidamente e passo em meu
quarto para tomar banho e esperar Tess.
Já são mais de sete horas, ela já deveria estar na cama, mas como saiu
com Belle não teve como.
— Papai? — escuto sua voz e sorrio me virando para ela.
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—Oi, minha princesa. — pego-a em meus braços e a sento na sua cadeira


enquanto Larissa põe a mesa.
Ela é a cozinheira que contratei essa semana. Nanã me ajudou nessa
parte, pois segundo ela, comida é coisa séria. Então ela me trouxe Larissa e
eu amei a comida dela.
— Belle me disse que iria conversar sobre uma coisa com você... — ela
desvia seus olhinhos de mim envergonhada.
— Sim, ela já conversou. — suspiro e aperto meus dedos juntos. — Que
tal agora você me falar o mesmo que disse para Belle? — peço pegando sua
mão e fazendo carinho.
— Geórgia me disse que nossa mamãe não me amava e por isso foi
embora. — ela sussurra olhando para os talheres na mesa.
— Você sabe que isso não é verdade. Eu já expliquei que sua mamãe está
vindo. — reforço minha mentira e ela funga devagar. — Tess eu não quero
que chore por isso, filha. — puxo-a para meu colo e ela esconde sua cabeça
entre meu pescoço e ombro.
— Você deixou a Belle ser minha mamãe? — pergunta retirando seu
rosto e deixando-me ver as suas bochechas molhadas de lágrimas.
— Sim, eu deixei. — suspiro e deslizo meus dedos por seu rosto. —
Porém, Annabelle ainda está na escola como você, Tessa. Você não vai poder
estar com ela sempre que quiser okay? — explico e ela acena deixando um
pequeno sorriso crescer em sua boca.
— Ela vem morar conosco? — sorrio vendo que meu aviso não surtiu
efeito.
— Não, Tess. Annabelle vai ficar morando em sua escola. — beijo seus
cabelos e a volto para sua cadeira.
— Tudo bem. — ela acena e se concentra em sua comida que Larissa
colocou no prato.
Comemos em silêncio e quando penso que irei levantar e pegar Tessa
para levá-la para seu quarto para que possa dormir, ela começa a falar,
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novamente.
— Beijar na boca é só coisa de namorado né, papai? — eu quase cuspo
meu suco quando a escuto falar isso.
Que merda? Alguém a beijou?
—Por quê? Alguém beijou na sua boca, Thereza? — ela franze as
sobrancelhas quando uso seu nome de nascimento. Eu nunca a chamo assim.
— Não... — ela fala ainda estranhando eu a ter chamado pelo seu nome,
e não pelo apelido.
— Então por que a pergunta, Tess? — volto a seu apelido para tentar
fazê-la relaxar.
— Cohen beijou Belle na boca quando estávamos no Shopping... —
levanto meus olhos para minha filha e mordo meu lábio até sentir o sangue
tocar minha língua.
— Belle estava com outro homem? E ela deixou que ele a beijasse nos
lábios? — questiono para Tess.
— Sim, mas eu briguei com ele e avisei que ela vai namorar com você,
então ela não pode ter dois namorados. — ela sorri orgulhosa de seu gesto.
Eu não sei se quero matar Annabelle por estar com outro homem
enquanto minha filha está com ela ou desmentir para minha filha que não
iremos namorar. Tipo, nunca.
— Sim, meu amor. Ela não pode namorar com dois. — afirmo em partes
e beijo seus cabelos deixando que ela vá com Lila para seu quarto.
Arrumo-me rapidamente e passo no quarto de Tess para ver se ela
dormiu e quando chego a sua porta vejo que ainda está acordada conversando
com Lila.
— Li? — ela chama a atenção de Lila e sorri trazendo as mãos para
abafar sua voz, como se fosse falar um grande segredo. — Eu tenho uma
mamãe, agora. — seu sorriso faz qualquer dúvida que eu tinha de ir embora.

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Tess é tudo para mim, eu não posso deixar que a machuquem, mas
também não posso a guardar em um pote para sempre.
— É mesmo? — a voz de sua babá sai incrédula e não sou somente eu
que percebo isso. Tessa também.
—Por quê? Você acha que não posso ter uma mamãe, Li? — sua voz sai
confusa e um pouco triste. Eu olho para Lila e ela sorri se sentando ao lado da
minha pequena.
— Lógico que sim minha bonequinha. Só fiquei surpresa. Então, quem é
a sua mamãe? — ela faz uma cara de questionadora e Tess relaxa novamente
voltando a rir.
— É a Belle. Ela disse que poderia ser minha mamãe e ela até vai a
minha escola mostrar para minhas amigas que eu tenho uma mamãe. — sua
voz é tão alegre e contagiante que eu me pego rindo.
— Ela de novo? — franzo as sobrancelhas ouvindo Lila, mas Tess parece
não ter escutado, pois não dá atenção.
Então resolvo entrar as interrompendo. Lila levanta da cama e diz que vai
se retirar então lhe agradeço e a mando dormir.
— Papai vai sair, mas qualquer problema você já sabe, não é? — aponto
para a primeira gaveta do criado-mudo.
— Sim. Eu sei. — ela boceja e eu beijo seus cabelos levantando seu
cobertor.
Antes de sair do seu quarto verifico se o celular que fica na gaveta de
Tess está carregado e logo depois sigo para o estacionamento. Entro em meu
carro e dirijo até Annabelle. Quando chego a seu prédio no Campus peço
para uma garota me dizer onde é seu quarto. Quando vim aqui fomos até o
quarto de Alisha, então não sei onde fica o de Annabelle.
Depois de bater incansavelmente eu sei que ela não está. Onde essa
mulher foi?
Desligo a chamada depois de falar com ela é meus punhos se fecham.
Não adianta ficar com um cara qualquer na frente da minha filha, ela vai para
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uma boate atrás de mais homens. É assim que ela quer ser uma mãe para
Tess?
Fecho meus olhos e tento me acalmar. Saio do estacionamento e dirijo
até o centro. Demoro a achar uma vaga, mas no final a encontro. Vejo uma
fila enorme e suspiro indo para o começo. Não sou o tipo de pessoa que usa
da popularidade para se dar bem em locais, mas hoje eu só quero pegar
Annabelle e ir para casa. Mas antes vou foder seu juízo dentro do meu carro.
Porra.
O segurança me olha um minuto a mais, porém o reconhecimento vem a
seguir.
— Sr. Lewis. — ele acena e me deixa passar depois de sorri.
Encosto-me ao bar e vejo Lauren ao meu lado dançando igual uma louca
e presto atenção para onde olha. Então a encontro. Meu sangue esquenta e eu
quero bater na bunda dela. Levanto-me e sigo até onde ela está dançando com
um homem colado a sua bunda. Aperto minha mandíbula e mando com o
olhar o cara se retirar. E ele faz.
Bom para ele.
Encaixo-me em suas costas e seguro seu pescoço entre meus dedos.
Aperto sua cintura querendo que fique com todas as marcas que eu puder dar
a ela.
— O que porra você está fazendo? — rosno em seu ouvido e sinto
quando ela geme.
— Me divertindo. — responde atrevida.
— Estamos indo embora, Annabelle. — aviso e puxo seu braço a
carregando até a saída.
— Caleb, me deixe avisar as meninas. Elas ficarão preocupadas. — ela
tenta em vão me convencer, mas não a respondo.
Ainda estou pensando nela beijando outro homem na frente da minha
filha e agora quase fodendo com um desconhecido. Quando chegamos ao
estacionamento ela se solta da minha mão e massageia o local mordendo seu
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lábio.
— Você está louco porra? — ela está irritada, mas eu estou muito mais.
— A única pessoa com problemas mentais é você, Annabelle! — grito a
pegando pelo braço e a prensando no meu carro.
Fecho meus dedos em seu pescoço e tenho vontade de apertar com força,
porém apenas aperto devagar.
— O que está acontecendo, Caleb? — seus olhos brilham e ela se debate
querendo se soltar de mim, mas aperto seu pescoço a fazendo arregalar os
olhos.
— Quem é Cohen? — quando solto a pergunta meu maxilar trinca
novamente.
Os olhos de Annabelle se expandem e ela suspira para depois sorri. Eu
não sei por que está sorrindo, mas eu não gosto.
— Você está com ciúmes, Caleb? — sua pergunta me faz se afastar.
— Você acha que estou? — dou-lhe uma careta e continuo. — Você
levar seus namorados quando sair com minha filha não está sendo feito, você
me ouviu? Foda-se eu não a quero ao seu redor enquanto você fode seus
machos estúpidos. — falo firme encarando seus olhos.
Annabelle abre e fecha a boca algumas vezes até que sua mão acerta meu
rosto em um baque. A encaro incrédulo. Não acredito que fez isso. Cadela.
— Não fale assim comigo! Eu não levei ninguém, Cohen apareceu de
repente...
— Eu não quero saber porra! — grito a fazendo se retrair. — Só porque o
idiota apareceu você o beija? Não me faça rir Annabelle. — afasto-me mais
dela, pois ainda estou com vontade de machucá-la. E isso não pode acontecer.
— Caleb pare... — eu não a deixo falar. Eu a pego pelo braço e a faço
entrar no carro.
Saio do estacionamento da boate enquanto ela me olha incrédula.

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— Você veio atrás de um homem nessa boate, Annabelle? — pergunto


por cima dos seus gritos me avisando para parar o carro e a deixar aqui.
— Eu vim me divertir. E isso não te interessa. Eu fodo com quem eu
quiser e se você não tivesse chegado eu estaria fodendo com o cara que
estava... — sua voz se perde quando encosto o carro e a pego pelos ombros a
trazendo para meu colo.
— Você estaria fodendo com quem, Annabelle? — pergunto subindo seu
vestido e deixando suas pernas a mostra.
Quando passo a mão por sua bunda vejo que veste uma calcinha pequena
que se perde entre sua bunda perfeita. Prendo meus dedos na sua boceta e
sinto o lugar úmido. Quer dizer que minha Belle está excitada.
— Você gosta de brigar comigo, Annabelle? Isso te dá prazer? —
pergunto atrevido vendo ela me olhar com ódio.
Não o bastante para se afastar.
— Caleb, eu vou te matar... — novamente sua voz se perde quando eu
afasto sua calcinha e enfio dois dedos na sua intimidade úmida.
Círculo seu clitóris inchado e afundo meus dedos dentro dela, Annabelle
grita apertando meus ombros.
— Você quer que eu te foda aqui ou em casa? — questiono entrando e
saindo dela.
— Aqui e em casa. — sua resposta é fraca e eu dou o que ela pede.
Rasgo sua calcinha pelos lados e a levanto retirando o pano de renda o
jogando pelo carro. Abro meu cinto e puxo meu amigo para fora. Annabelle
saliva embaixo quando vê ele. Sem perder tempo pego uma camisinha no
porta-luvas e depois de vesti-la deslizo Annabelle até que ela grite com a dor
e o prazer misturados.
Sua intimidade quente me recebe molhada e eu quase gozo só de sentir
essa porra.
— Caleb... — ela chama por meu nome enquanto rebola em meu colo.
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Aproveito do seu descontrole e retiro seus seios de dentro do vestido.


Eles pulam em meu rosto como um convite, e eu me deleito os chupando
como um pequeno bebê.
Annabelle convulsiona em cima de mim enquanto gozamos juntos.
F.O.D.A.—.S.E!
Annabelle vai ser a minha morte!

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Capítulo Nove

Annabelle

le me retira do seu colo e me coloca de volta para o meu banco para


E retirar a camisinha. Meu rosto queima com vergonha de mim mesma.
Como o deixei fazer isso depois das coisas que me falou? Ele
apertou meu pescoço! O que tem de errado comigo?
Desço meu vestido para o lugar e fico o caminho inteiro olhando pela
janela. Eu estou tão envergonhada de mim, mas eu amei transar com ele no
carro. Apenas fiquei triste por ele não me beijar. Será que ele não queria por
ele pensar que beijei Cohen de propósito?
Suspiro e saio do carro antes mesmo que ele abra a porta. Espero que
abra a sua casa para entrarmos e me pergunto o que ainda estou fazendo aqui.
Não é nessa hora que eu deveria fazê-lo me deixar em casa?
Fazê-lo me pedir desculpas pelas coisas que falou e por ter me prendido
pelo pescoço? Mas eu não estou e eu não vou.
Entramos em seu quarto e eu penso se ele vai me levar para o outro
quarto. Ele é capaz de fazer novamente, não é mesmo?
— Venha até aqui, Belle. —relaxo quando ele me chama pelo apelido.
O vejo sentado na cama e me aproximo lentamente. Suas mãos me
seguram pela cintura quando estou a um passo do seu colo.
— Desculpe pela explosão, baby. — ele afasta meus cabelos e inspira
meu cheiro para depois deixar um beijo.
— Caleb, eu não beijei ninguém. Cohen é meu ex-namorado e não
perdeu o costume, mas eu expliquei tudo a Tess. Eu não faria nada que a
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colocasse em um momento delicado. — tento convencê-lo olhando em seus


olhos verdes tão bonitos.
— Eu só quero que tenha cuidado. Ela é apenas uma criança. — ele avisa
com voz baixa me olhando nos olhos.
Eu sinto quando algo em mim se quebra ao ter certeza de que ele não
estava preocupado de outro homem ter me beijado. Porém eu o ignoro.
— Então quando eu não estiver com ela, posso ficar com outros homens?
— pergunto atrevida vendo algo como raiva atravessar seu olhar.
— Não. Por que você é minha. — sua voz aperta meu estômago e eu
relaxo contra seu peito. — Nunca mais outro homem vai tocar você. Me
ouviu, Belle? — suas mãos ágeis baixam meu vestido e sua língua brinca
com meus seios.
— Oh Deus, Caleb! — gemo descaradamente sentindo sua boca chupar
com força meu mamilo sensível
— Fale. — ele ordena baixo ainda com meu seio esquerdo em sua boca.
Gemo mais um pouco e um grito rasga minha garganta quando sinto seus
dentes fincarem no meu peito. Filho da puta.
— Eu ouvi Caleb. Por Deus, homem! — um gemido de dor enche o
quarto, mas eu me esqueço disso quando ele volta a chupar e lamber
delicadamente meus seios médios.
Sua boca os abandona e ela sobe até a minha então o mundo inteiro se
dissipa. Caleb é meu também. Sua boca é minha e ela me beija como
ninguém foi capaz de beijar. Meu vestido sai do meu corpo, logo depois ele
se levanta comigo em seu colo e me deita no meio da cama. Ele se afasta
retirando sua calça e cueca e eu salivo olhando para seu membro.
Eu não estranho que esteja com a camisa. Ele me disse para não fazer
perguntas. E eu não faço. Meus olhos se arregalam quando ele abre minhas
pernas e dá um beijo suave em minha intimidade. Porém logo depois é um
ataque quente e esfomeado.
Gozo em sua boca e antes que eu me recupere ele entra em mim de uma
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vez. Rápido e forte me fazendo gritar. Caleb bombeia em mim algumas vezes
até que nós dois estamos suados, satisfeitos e desmaiados um em cima do
outro.

Acordo com um braço me prendendo pela cintura e eu sorrio quando


tenho certeza que é Caleb. Ele não me deixou no outro quarto hoje, eu
agradeço por isso.
Pode parecer bobo, mas em mim essa atitude mostra algo diferente.
Porém balanço a cabeça esquecendo isso. Não posso ter relacionamentos.
Pelo menos, não enquanto eu estiver na faculdade.
Vejo que ainda está com sua camisa e me pergunto o que tem embaixo
dela que ele não quer me mostrar. Porém esqueço isso quando mexo minhas
pernas e me sinto dolorida. Um gemido baixo é arrancado da minha garganta
quando tento me mexer mais vezes, então tento relaxar, pois acho que
melhora e é isso que acontece.
— Bom dia. — a voz rouca amanhecida de Caleb sussurra em minha
orelha e eu sorrio me virando, devagar, para encará-lo.
— Bom dia. — cumprimento prendendo meus lábios entre meus dentes.
— Você é linda, Annabelle. — seu elogio envia ondas quentes as minhas
bochechas, fazendo-as corarem.
— Obrigada.
— Precisamos levantar. Tessa irá chegar aqui a qualquer momento... —
quando ele termina de falar escutamos batidas na porta.
— Papai? — a voz confusa de sua filha questiona e dá a entender o quão
ela está estranhando chamar por ele.
— A porta sempre está aberta. — ele explica pegando um short e
vestindo por cima da cueca.
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— Oh. — levanto-me rapidamente e pego minha bolsa a levando para o


banheiro.
Escuto as vozes abafadas e sei que Caleb deixou Tess entrar.
Fico em dúvida se tomo banho, mas me lembro que ontem dormi sem ir
ao banheiro então vou a contragosto para debaixo do chuveiro.
Prendo meus cabelos e rápido termino o banho que eu não queria tomar.
Visto meu vestido e tiro uma calcinha nova da minha bolsa carteira. Se ela
não estivesse no meu ombro enquanto dançava na boate, eu a teria deixado lá.
Com certeza.
Olho para meu vestido e suspiro o colocando. Eu não queria vestir
novamente, mas não tenho outra roupa, então fico assim mesmo. Saio do
banheiro e suspiro aliviada quando não vejo Tessa e Caleb.
Desço as escadas devagar e dou de cara com Lila sentada no sofá com
Tess no chão brincando com suas bonecas.
— Belle! — a pequena levanta rapidamente e eu a pego nos braços
beijando seu rosto.
— Hey! Você já lanchou? — pergunto olhando em seus olhos, porém
sinto Lila me medindo.
— Sim, Lila me deu. — ela sorri carinhosa para a sua babá e eu lhe dou
um pouco da minha atenção.
— Bom dia, Lila. — sorrio e ela faz uma careta quando Tess não está
vendo. —Onde está Caleb? — questiono fingindo que não vejo suas atitudes.
— Tomando banho. — ela sorri e eu desço Tess e me aproximo.
— Oh que pena. Eu poderia ter ido com ele. — bato meus cílios juntos e
sorrio inocente.
— Você é apenas mais uma... — as palavras dela perdem intensidade
quando Caleb desce as escadas.
Ele pega Tess nos braços e eu respiro fundo esquecendo-me de Lila.

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Preciso ir para casa. Estudar e me preparar para o resultado da minha prova


na segunda-feira.
— Estou indo embora. — aviso devagar e sorrindo para Tess.
— Depois de comermos café da manhã e eu vou lhe deixar. — ele afirma
não me dando brechas para contrariá-lo.
Comemos em silêncio enquanto Tess e Lila foram para o jardim, porém
antes me despeço de Tess e prometo que iremos ao parque essa semana.
— Em que está pensando tanto? — ele me traz para o presente e sorrio.
— Em minha ida com Tess ao parque essa semana. — digo e bebo o
resto do suco de laranja fresco.
— Talvez eu vá com vocês. Ainda não sei. — ele fala enquanto corta a
torta de morango em seu prato.
Juro, que não sei o porquê de ele estar comendo doce esse horário, mas
parece uma rotina. Da outra vez foi o mesmo.
— Então, você é um jogador? — questiono, mesmo sabendo que sim,
porém eu quero saber mais sobre ele, então esse foi um caminho a seguir para
começar.
— Sim, percebi que não sabia. — ele ri e eu me pego de boca aberta
olhando para seu rosto risonho. Eu acho que nunca o vi rir assim tão
espontâneo. É encantador.
— E você tem muitas... Humm... Mulheres? — meu rosto queima com
vergonha da minha pergunta idiota, mas eu tenho que saber em qual terreno
estou pisando.
Não quero cortar, ou, muito menos, decepar meu pé inteiro.
— Não. Eu tenho fodas casuais. — desvio o meu rosto para fora e
suspiro. Foda-se, eu quem perguntei. — A única que repeti foi Ashley, mas a
vadia enlouqueceu, então a deixei também.
Sua voz é como ácido atacando minhas entranhas. Caleb, fodido Caleb,

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estúpido!
— Você gostava de Ashley? É que ela foi à única que repetiu...
— Você também, esqueceu? — aceno moendo meus lábios e suspiro o
vendo querer afastar minhas perguntas.
— Responda. — peço.
— Não. Ashley só estava onde eu estava então me acostumei. Só que
acabou. Não existe mais nada entre nós. — ele explica sério e eu dou de
ombros. Isso não me importa.
— Okay...
— Voltando ao assunto jogador. Eu sou um Linebacker. — ele me dá um
sorriso orgulhoso e eu relaxo.
— É mesmo? O que você faz no campo? Desculpe, mas não sei de nada
que envolva esportes. — tento puxar assunto e ele sorri como se tivesse
conquistado o que mais queria.
Ele gosta quando se interessam pelos seus gostos. Eu percebi.
— Um Linebacker é membro do time de defesa, eles atacam os lados da
linha ofensiva adversária... — ele sorri e bebe seu suco. — Você entendeu?
— sorrio e aceno.
— Entendi. — sorrio e ele levanta sua sobrancelha me questionando à
verdade. — Um pouco. — rimos juntos enquanto ele balança a cabeça. —
Quando voltam a jogar? — questiono me recuperando.
Tara disse algo como eles terem acabado o Campeonato agora, então
acho que demorará que voltem aos campos.
— Daqui a dois meses e meio. — explica devagar e em questão de
segundos está falando de tudo que envolva seu time.
— Dominick, ele está bem? — seus olhos escurecendo quando toco no
nome do seu amigo e eu imediatamente me arrependo.
— Está. Só precisa que estejamos juntos. Nada mais. — aceno
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entendendo e deixo a conversar morrer.


— Eu sinto muito por ele... — suspiro sem olhar em seus olhos. —
Podemos ir agora? — pergunto voltando a prestar atenção nele.
— Sim. Vamos lá.
Entramos em seu carro e em silêncio vamos para o Campus. Meus dedos
batem contra minha coxa assim que entramos no Campus. Meus nervos estão
fervendo e eu não entendo meu estado.
Mesmo que esse sentimento seja constante na minha vida. É medo. Eu
não sei por que, de que ou de quem, porém eu estou. Suspiro tentando relaxar
e Caleb estaciona virando o rosto para mim.
— Eu estou te deixando nervosa? — sua pergunta gentil me faz o olhar
alarmada.
— Não... Eu só estou ansiosa para o resultado de uma prova. — a
mentira desliza fácil. Não que seja totalmente uma inverdade, eu estou sim
ansiosa pelo resultado, mas é mais que isso. E eu tenho certeza que
descobrirei em breve.
— Você se saiu ótima. Não se preocupe. — ele afirma sorrindo e eu sinto
vontade de me inclinar até ele e beijar sua boca, mas não faço isso. — O que
vai fazer hoje à noite? — ele questiona enquanto morde seus lábios.
— Ficar em casa. — engulo em seco quando ele sorri.
— Então ficaremos em casa. — ele afirma e eu abro a boca para
questionar, mas uma batida na porta do meu lado me faz ficar como uma
pedra.
Dura, tensa... Olhando para Sean.
— Sai porra! — ele grita olhando duro em minha direção e eu me
encolho vendo seus olhos azuis negros.
Seu cabelo loiro sujo está despenteado e eu me pergunto como ele veio
até aqui. Como chegou a minha faculdade.

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— Quem é esse babaca? — fecho meus olhos quando escuto o tom


irritado de Caleb. — Responda minha pergunta, Annabelle!
Merda, eu estou fodida! Simplesmente fodida.

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Capítulo Dez

Caleb

eus nervos me dizem para esperar Belle abrir a boca e falar, mas
M quando o fodido filho da puta bate no meu carro gritando novamente eu
saio a deixando lá dentro trancada. Foda-se, ninguém vai gritar com ela
comigo estando presente. Principalmente um homem com cara de
drogado do caralho.
— Quem diabos é você? — questiono firme apertando meus punhos.
— Caleb! — escuto o grito abafado de Annabelle pelo carro e o vejo se
virar para olhá-la.
— Não olhe para ela, porra! Diga quem é antes que eu arrebente sua cara
de mauricinho. — aproximo-me ouvindo meus dentes ranger um contra o
outro e ele começa a rir.
— Foda-se! A puta da família tem um defensor? — ele ri com escárnio e
eu me aproximo o pegando pela gola da camisa.
— Você a chamou de puta, foi isso mesmo? — minha voz sai como gelo.
Frio e duro. Eu me vejo partindo seu rosto em dois, então é somente o que
falta quando sua voz é ouvida por mim.
— Ela sabe que é verdade... — ele não termina de falar, pois faço seu
nariz ranger dando um soco forte em seu rosto. Merda.
O cara urra de dor no chão enquanto me amaldiçoa mais e mais. Idiota.
Eu não sinto nada além de raiva. Irritação irradia de mim, eu poderia matar o
desgraçado. Merda. Eu estou sem controle novamente. Respiro fundo e tento
me acalmar... Eu preciso me acalmar.
— Caleb me tire daqui! — Annabelle volta a gritar e eu me aproximo
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destrancando o carro.
Seus punhos acertam meu peito assim que seus pés tocam o chão e eu a
olho confuso. Que porra está errado com essa mulher?
— Pare! — grito a parando quando eu pego seus pulsos.
— Você está louco? Por que bateu nele? — seu rosto está em choque e
eu me pergunto qual é a droga que essa garota anda ingerindo.
— Por que ele lhe chamou de puta. Quem é o idiota? — questiono e a
vejo tentar se afastar. — Responda a minha pergunta Annabelle! — grito
vendo vermelho.
Minhas mãos apertam seus pulsos e quando seu gemido de dor é ecoado
eu afrouxo o aperto. Eu tenho que me acalmar. Porra! Eu não posso machucar
ela. Ela é somente minha Abelha. Eu não preciso machucar ela.
— Até ele te chama por esse nome estúpido, vadia? — o cara ri no chão
e eu inclino meu rosto sem entender o que falou.
O rosto dela fica branco. Seus olhos azuis arregalados e sua boca
vermelha aberta, cheia de surpresa ou... Eu não sei. Ela é a única coisa que
não consigo decifrar. Isso é perturbador.
— Cale a boca Sean! — ela grita enfurecida, porém seus olhos a traem.
Eles transmitem pavor e tristeza.
— O que ele quis dizer... — o cara me interrompe enquanto segura seu
nariz quebrado.
— Vamos Marianne, fale para ele. — meus ombros ficam tensos quando
ele a chama assim.
Por que ele está chamando Annabelle assim?
— Sean eu vou te matar. Cale a boca, seu fodido! — o azul dos seus
olhos é preenchido por lágrimas e eu tenho vontade de agarrar seus ombros
para confortá-la.
— Por que ele te chamou assim? Por Marianne? — seu lábio treme

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quando encontra meus olhos.


— Por nada. Por favor, vá embora. — ela implora e eu molho meus
lábios desacreditando no que me fala.
— Você está me mandando embora? — minha voz não disfarça a
descrença em seu pedido.
— Caleb, eu vou ligar, por favor, apenas vá. — ela desvia seus olhos de
mim e eu tenho vontade de bater em algo. Ou alguém.
— Foda-se! Marianne ou Annabelle! Fodam-se as duas. — grito andando
de volta para meu carro.
Antes de sair do estacionamento eu jogo sua bolsa pela janela do meu
carro em seu peito. Vislumbro seu lábio tremendo e suas lágrimas, mas eu
não vou me deixar parar e tentar fazê-la mudar de ideia.
Eu não sou o mocinho da história. Eu sou o vilão. Todos irão descobrir
em breve.
Deixo-me vagar até o armazém aonde venho quando a porra está fodida
demais e aceno para Joshua quando passo por ele na entrada. Ele é o dono do
local e um cara legal, não um amigo, definitivamente, não. Perder Ashley
para mim foi como se algo nele tivesse quebrado.
Eu lhe disse que lhe fiz um favor. Qual o cara que quer uma puta como
namorada? Uma puta que se exibe e olha para outros homens descaradamente
os chamando para foder? Eu não queria. Mas ele não viu isso assim, caímos
na porrada não posso dizer qual ficou pior, mas foi uma briga que valeu
apena no final.
Não por Ashley. Mas sim por que meu estresse inteiro se esvaziou. E ele
quase nunca se esvazia.
Jogo minha blusa em um lugar longe e me concentro em bater no saco de
pancadas. A corrente que o sustenta balança fazendo barulho e quando menos
espero, ele cai aos meus pés.
Passo para o próximo imaginando Sean, o idiota que estava com...

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Annabelle ou Marianne.

Minha cabeça fervilha com essa dúvida. Eu fui negligente com a


segurança de Tessa, eu não pesquisei nada sobre Annabelle, eu não sei de
onde ela é e o que faz. Eu apenas a deixei se aproximar da minha filha. Da
minha Tessa.
Agora um aperto assustador invade minhas entranhas quando penso que
ela pode ter sido mandada pela minha mãe. Olho para os lados com medo de
estar sendo observado e sinto meu coração rugir com um estalo de realidade.
Eu não posso voltar ao cara que eu era. Sempre temendo o momento que
a vadia volte a sua mente. Temendo que tirem minha Tessa de mim. Ela é
minha.
Ninguém vai me tirar o que é meu. Nem mesmo, Annabelle.
Então, quando chego a minha casa a primeira coisa que faço é ligar para
Peter. Peço-lhe toda e qualquer informação depois de passar o nome
Annabelle Reed.
— Até amanhã darei repostas às suas perguntas. — ele afirma deixando
seu sotaque do Texas aparente.
— Eu sei que sim. — desligo o telefone e encosto-me à cadeira de couro
que tenho em meu escritório.
Peter é um investigador particular. O contratei logo depois que entrei
para o futebol profissional para descobrir onde estava minha mãe, eu queria
estar preparado, um passo a sua frente, e eu estou. Até hoje.
Peter me dá por mês todos os movimentos da vadia. Eu tenho certeza que
ele me trará às respostas que quero sobre Belle.
Quem é você, Annabelle Reed? E por que aquele babaca te chamou de
Marianne?
— Papai? — Vejo Tessa abrir a porta e entrar tímida.

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Instantaneamente sinto meus músculos relaxarem. Ela está aqui. Está a


salvo.
— Oi minha bebê. — com cuidado a pego nos braços e a sento em meu
colo.
—Onde Mari está? — seus olhinhos estão sonolentos e eu inclino o rosto
em confusão.
— Quem é Mari, baby? — pergunto cauteloso, com medo de que alguém
esteja se aproximando dela.
— Sua namorada... A Belle. — ela solta um bocejo e eu engulo em seco.
— Ela te disse que seu nome era Mari? — pergunto devagar e ela
desperta arregalando seus olhinhos.
— Papai... Eu não disse... Ela não disse... — suas palavras saem
apressadas e eu pressiono meus dedos em seus lábios.
— A verdade, Tessa. — peço calmo, então ela funga olhando para longe
de mim.
— Ela disse que era nosso segredo. Eu não podia contar para ninguém.
— seus olhos preenchidos por lágrimas fitam suas mãos e eu levanto seu
rosto.
— Sim, mas você pode falar para o papai. Você pode falar tudo para o
papai. — afirmo sério tentando fazê-la entender que entre nós dois não pode
haver segredos.
— Sim... — ela limpa seu rosto molhado e sorri devagar. — Ela disse
apenas que seu nome era Mari, mas que eu precisava chamá-la de Belle. —
ela explica sussurrando e eu beijo sua bochecha.
— Papai entendeu. — suspiro e tento sorri.
Por que ela falou seu nome verdadeiro para uma criança e não falou para
mim? Para o homem que possuiu seu corpo?
—Onde ela está papai? — Tessa volta a questionar e eu me levanto a

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levando nos braços.


—Ela está em casa. — respondo e ela se cala escondendo seu rosto no
meu pescoço.
Coloco Tess em sua cama e lhe conto uma história dessas que ela adora.
Eu nem chego à página cinco e ela já dormia profundamente. Puxo sua
coberta e beijo sua testa. Tomo banho e volto para minha cama apenas de
cueca. O cheiro dela ainda está em meus lençóis, sua calcinha preta descansa
em uma das gavetas do meu criado-mudo e eu a pego apertando entre meus
dedos.
Annabelle...
Marianne...
Quem é você? Por que estava tão apavorada quando o bastardo te
chamou por esse nome?
Meu celular brilha na escuridão e eu suspiro tenso quando vejo o nome
de Hayden no visor. Ele nunca liga para mim.
O que aconteceu?
— Alô.
— Podemos sair? — seu sussurro baixo é como uma onda de náusea na
minha barriga.
— O que aconteceu? — questiono já sabendo que foi obra da Emma.
— Você já sabe o quê. Eu só preciso sair. — desligo dizendo que irei
passar em sua casa em poucos minutos.
Emma. Fodida Emma.
A mulher tem pavor de relacionamentos. Eu nunca quis nada sério, mas
Hayden é um homem apaixonado. Assim que a viu ele a queria, agora está
sofrendo as consequências.
Chego a sua casa e suspiro vendo sua figura encostada à parede. Ele entra
em meu carro e em questão de segundos estamos na mesma boate que vi
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Annabelle a primeira vez.


Deslizo no banco e vejo meu amigo se entregar a bebida. Seus olhos
vermelhos me olham e um sorriso frio se propaga em seus lábios.
— Você está gostando disso, não? — ele vira o copo nos lábios. — Você
me avisou... — seu tom irradia raiva e frustração e antes que ele faça
qualquer movimento eu estou lhe olhando frente a frente.
De homem para homem.
— Não foda as coisas comigo, Hayden. Eu não estou feliz pela sua
tristeza. Emma vai voltar a sua mente se ela gostar de você. Senão, boceta
não vai faltar para seu pau. — resmungo sério e ele acena suspirando.
— O que faço se só quero a dela? — depois de alguns minutos ele
pergunta.
— Bebe. — ele ri e vira o copo mais uma vez.
Passamos meia hora bebendo até que avisto os cabelos loiros que
estavam preenchendo meus travesseiros essa manhã. Aperto meus olhos para
ela que logo me localiza. Sua boca se abre e devagar ela engole seco. Eu
sorrio e levanto meu copo.
Seu rosto desconcertado me diz que ela esperou tudo, menos isso vindo
de mim. Pouco me importo. Essa mentirosa não é nada para mim. Foda-se
Annabelle, foda-se Marianne, foda-se todos os nomes que ela possui.
— A loira está vindo para cá. — Hayden avisa quando volto minha
atenção para nossas bebidas.
— Que bom. — deslizo a bebida pela garganta e sorrio para Hayden que
balança a cabeça em repreensão.
— Caleb, será que... — sua voz perde intensidade quando duas mãos
femininas me abraçam por trás.
Ashley.
— Baby, eu cheguei. — sua voz arrastada me faz levantar para ver o que

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deu nela.
Eu não a chamei aqui.
— Eu a chamei. — Hayden resmunga. — Parece que você precisa de
uma boa foda, irmão. — ele joga dinheiro no balcão e se levanta. — Tem
quanto tempo que não transa? — ele ri se afastando. — Vou ao banheiro.
— Menos tempo que imagina. — grito para ele vendo Annabelle se
contorcer no local.
— Acho que você percebeu que eu não chamei você. Desculpe Ashley.
— empurro suas mãos para longe e a mando embora.
— Mas... — ela fecha a boca quando aceno novamente e depois vai
embora.
— Eu não tenho nada para falar com você... — finjo estar pensando em
algo e volto minha atenção para seu rosto apertado. — Marianne? Ou
Annabelle? — questiono divertido, mas em seus olhos nada disso é tão
engraçado.
— Eu posso explicar. — seu lábio é mordido com força e eu balanço a
cabeça.
— Eu não preciso Annabelle. Nós não temos nada. — suspiro rindo e me
inclino para perto dela. — Não ouse chegar perto da minha irmã novamente.
Acabou. Você morreu para ela. — afirmo sério a deixando sufocar um
resmungo em choque.
— Você não seria capaz. Ela gosta de mim... Eu... — a interrompo frio.
— Ela gosta de você? De qual? Da Marianne ou da Annabelle? — vejo
quando o sangue é jorrado do seu lábio para seus dentes os deixando
vermelhos.
— Caleb. — ela tenta falar com a voz estrangulada.
— Você acha que vou deixar minha filha perto de uma mentirosa como
você? — pergunto interessado. Ela levanta a mão para me bater, mas a paro
antes que acerte meu rosto. — Não. Você teve oportunidade para me falar.
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Ser sincera, mas olhe agora. Não sei nem mesmo quem é. — quando digo
essa frase escuto minha voz magoada.
Mesmo que eu não queira admitir, ela me magoou.
Ela mentiu como minha mãe.
Elas sempre mentem.

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Capítulo Onze

Marianne

nde colocou minha boneca? — Annabelle pergunta para a irmã


O idêntica.
— Eu não sei. — sua voz sai fraca.
— Você é tão chata. — a menina resmunga empurrando os braços da irmã.
— Belle...
— Annabelle. — ela a corrige mandante.
— Você não a deixou na sala? — a irmã indica.
— Irei ver. —Annabelle sai do quarto, mas não sem antes puxar o cabelo
da irmã.

— Precisamos voltar. — Marianne pede quando vê que seu Chito não


está entre seus braços.
— Mari. O que foi dessa vez? — a voz suave de sua mãe questiona
amorosa.
— Chito não está aqui. — Seus olhinhos se enchem de lágrimas e sua
mãe suspira fazendo o pai dirigir pelo retorno voltando para a casa de praia
deles.
Em um segundo tudo escureceu e devagar os gritos foram ouvidos pela
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pequena Marianne.
A culpa é sua! A culpa é sua! Q culpa é sua!
Acordo arfante quando o pesadelo acaba. Meus olhos já estão queimando
de lágrimas, enquanto abraço minhas pernas perto do meu peito.
Fazia tanto tempo que eu não sonhava com o acidente. O que mudou?
Aperto meus lábios juntos tentando parar de chorar, Lauren está
dormindo e eu não quero que fique triste por mim.
Eu sou uma peça danificada. Uma pessoa enviada pelo inferno para
trazer desgraça e tristeza à vida das pessoas. Eu não quero ser assim, porém
mamãe me dizia isso enquanto estávamos no hospital, quando chegamos a
nossa casa.
Todos os dias da minha vida ela me fez acreditar nisso. E hoje essa é a
única certeza que tenho. Eu sou má. Respiro fundo engolindo meu choro e
me levanto andando pelo quarto pequeno. Lauren se agita no seu sono e eu
prendo a respiração.
Ela relaxa novamente e eu me deixo abrir a porta para sair para os
corredores do prédio. O sol já está clareando, então não tenho tanto medo,
mas ainda assim eu olho para os lados a procura de algo ou alguém
escondido.
Sento-me contra uma parede fria e abraço minhas pernas cobertas pela
calça de moletom que vesti hoje depois que cheguei da boate com Tara. Eu
estava uma bagunça de choro e bebida. Tara não me perguntou nada, mas eu
sei que o mesmo não acontecerá mais tarde.
Caleb me fez chorar.
Ele quer me afastar de Tess.
Mas eu não posso. Algo nela me faz sentir bem. Eu preciso dela ao meu
redor. Eu quero cuidar e protegê-la do mundo.
Caleb não vai me afastar. Eu errei em mentir para ele. Eu errei em dizer o
nome da minha irmã morta no lugar do meu. Porém isso é uma loucura da
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minha mãe.
Eu lembro como se fosse hoje o que ela me falou assim que cheguei a
nossa casa depois do acidente que levou Annabelle...
— Você é a culpada de tudo, Marianne. E é por isso que não queremos
mais ouvir esse nome na nossa casa. — ela apertou meu braço até que ele
estivesse vermelho. — Você vai ser chamada pelo nome da sua irmã.
Annabelle. — seu lábio sorriu e ela me belisca aonde tinha uma pequena
queimadura do acidente.
— Mas meu... — sua mão acertou meu rosto e eu baixei a cabeça.
Obediente.
— Seu nome traz desgraça. Você traz desgraça e tristeza. Eu não quero
mais que alguém lhe chame pelo nome podre que recebeu na maternidade.
Você agora é Annabelle. Entendeu? — Eu aceno sentindo minhas lágrimas
chegarem aos meus olhos azuis.
Essa foi à primeira das muitas vezes que ela me culpou pela morte de
Annabelle. Seu poder podre sobre minhas ações.
Sobre quem eu sou.
Eu odeio Medicina. Eu odeio tudo que envolva hospitais, mas Annabelle
amava então mamãe me obrigou a cursar Medicina. Obrigou-me a ser melhor
em tudo pela memória de Annabelle.
Eu odeio minha irmã morta.
Eu sou má e eu a odeio por me fazer deixar de ser a Marianne que
mamãe e papai amavam. A Marianne que todos os amiguinhos gostavam, a
Marianne que cursaria psicologia por amor.
Eu apenas odeio a minha irmã morta.
Eu odeio você, Annabelle!
Levanto-me do chão e volto para meu quarto depois de chorar pela vida
que Annabelle roubou de mim quando morreu.

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Eu a amava, amava tanto, ela era apenas uma criança quando morreu,
mas por culpa dela eu pedi para que voltássemos para buscar Chito. Ele era
meu urso favorito, eu dormia com ele todas as noites, mas na noite antes de
voltarmos para casa...
—Onde está Chito? — pergunto chegando perto de Annabelle.
Estamos prontas para dormir. Mamãe nos vestiu iguais com pijamas
rosa. Mas enquanto meus cabelos loiros estão em uma trança bonita, os de
Annabelle estão soltos pelos ombros.
— Irei dormir com ele essa noite. — ela afirma e eu sinto meu coração
apertar.
Chito não gosta de Belle. Eu sei, pois nós conversamos. Às vezes eu
também não gosto, mas ela é minha irmã. Eu tenho que amá-la.
— Mas eu só durmo com ele...
— Apaguem as luzes meninas. — mamãe manda colocando a cabeça na
porta. — Boa noite meus amores. — ela beija minha cabeça e depois a de
Annabelle.
— Você ouviu mamãe... Apague as luzes, Marianne. — ela se deitou me
ignorando e eu me arrastei apagando as luzes e entrando de baixo das
minhas cobertas.
Àquela noite passei em claro olhando para o rosto de Chito. Eu senti no
fundo do meu coração que ele estava sofrendo.
Eu era apenas uma criança.
Balanço a cabeça tentando dispensar as lembranças estúpidas! Tento
dormir novamente, mas meus pensamentos voam até Caleb e Sean hoje. Eu
enlouqueci quando vi Sean aqui, Caleb bateu nele e eu enlouqueci mais
ainda.
Ele quebrou seu nariz! Eu sei que ele me chamou de puta e vadia, mas eu
não ligo para nada que ele fala. Eu o odeio também. Eu odeio minha família
inteira.

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— O que você quer aqui? — questiono vendo o carro de Caleb sair do


estacionamento.
— Sua mãe me mandou vir. — ele debocha estupidamente. — Ela sabe
que está namorando um jogador? — meus olhos se arregalam me virando
para o vê.
— Como você sabe que ele é jogador? — pergunto tremendo.
Eu não posso trazer mais pessoas para minha desgraça. Principalmente
Caleb.
— Eu assisto jogos, Marianne. — ele ri e depois geme pegando em seu
nariz quebrado.
— Por que me chamou de vadia na frente dele, Sean? — pergunto
sentindo meu coração apertar.
Sean é enteado da minha mãe. Como um meio irmão. Depois que papai
morreu minha mãe se casou novamente e então veio Sean no pacote.
— Não seja estúpida! Nós dois sabemos que você deu para quase todos
os caras da nossa cidade. — ele fala amargo e observa meu corpo com seus
olhos podres de desejo. — Só não me quis. Por que Marianne? — ele
aproxima-se e eu respiro fundo.
— Você é meu irmão! — grito lembrando-me das vezes que Sean quis me
beijar e transar comigo.
Ele é doente.
— Não somos irmãos porra! — ele volta a gemer com dor no nariz e eu
pulo longe do seu toque doentio.
— Você não veio aqui pela minha mãe. Você veio atrás de mim, Sean. —
meu lábio treme quando constato isso.
— Sim. Você está certa. — ele aperta as mãos do seu lado. — E você
está fodendo com o jogador...
— Não se meta com ele. Não fale nele! — grito, medrosa.

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Sean é um doente. Ele pensa que sou dele, mas eu não sou. Não sou de
ninguém.
Talvez de Caleb. Mas somente dele.
— Então a vadia está apaixonada? — meu lábio treme com o
pensamento.
Apaixonada?
Eu acho que é cedo demais para isso, mas, sim, Caleb tem meu carinho.
— Vá embora. Eu ligarei para minha mãe e avisarei que está me
perseguindo. — afirmo andando para trás.
Olho para os lados e não vejo ninguém que possa me ajudar. O Campus
está solitário.
— E eu avisarei que a filhinha dela está com um namorado... Ela te
proibiu lembra? Nada de namorados até a faculdade terminar. Ela é louca.
A velha é estúpida! Mas eu aprovo isso. Você é minha Marianne. Só minha.
— ele corre até mim segurando seu nariz e me puxa para seu peito enquanto
aperta minha bunda.
Eu bato em seu peito tentando me soltar, mas ele é mais forte que eu.
Muito mais. Meu peito aperta com as lembranças dele entrando em meu
quarto a noite. Tentando me estuprar.
Eu odeio Sean.
Em um segundo eu estou sozinha novamente, então vejo Saint segurando
Sean pela camisa e batendo em seu rosto. Minhas lágrimas descem quando
sinto Alisha me abraçar por trás.
— Vai ficar tudo bem, Baby. — ela promete me segurando em seus
braços. — Se acalme.
Eu quero esquecer essa merda que aconteceu, então quando Tara chegou
dizendo que iria sair, eu somente a acompanhei. Então vi Caleb.
Ele estava tão lindo, como sempre, e eu me surpreendi por ele não brigar

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comigo pela cena à tarde. Então fui até ele. Só para saber que ele me acha
uma mentirosa. Que não deixará mais eu ficar ao lado de Tess.

Acordo depois das sete e lembro que era hoje o dia que eu e Tessa
iríamos ao parque. Já faz uma semana que não escuto falar nada de Caleb.
Saint vem aqui quase todos os dias para pegar Alisha, só que ele não toca no
nome do amigo e eu também não.
— Você ainda está triste pela prova? — Lauren pergunta olhando para
mim pelo espelho.
— Não, Lauren. — balanço a cabeça e engulo seco.
Eu fiquei muito triste e temerosa pela atitude da minha mãe, mas eu
percebi que não importa o que eu faça. Nada para ela está bom, então esperei
que ligasse.
E ela fez.
Perguntou-me como tinha sido e eu disse que não foi uma das minhas
melhores. Ela somente me disse que eu era uma imprestável e que eu me
esforçasse mais. Quando desligou, eu suspirei aliviada. Eu não aguento mais.
— Que bom. — ela sorri e eu também.
— E Kane? Ligou novamente? — pergunto lembrando que ele está a
procurando de novo.
— Sim. Eu já falei que se ele pisar aqui vai levar banho de urina então
ele ainda não veio com medo. — ela ri orgulhosa e eu também.
— Você é má. — digo rindo e ela pisca os olhos para mim.
— Não era hoje que você levaria Tess para o parque? — Ela questiona
separando uma mexa do seu cabelo para cachear.

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— Caleb não me deixa mais se aproximar dela. — mordo meu lábio


sentando na cama.
— Por quê? — quando olho nos olhos de Lauren eu vejo Caleb refletido.
Eu também minto para elas. Eu as deixo me chamar pelo nome da minha
irmã morta. E isso não é uma coisa que amigos fazem.
— Eu preciso contar algo para você e para as meninas. — respiro fundo e
pego meu celular. Mando mensagem as chamando aqui, e Lauren logo deixa
o babyliss na cômoda vindo sentar à minha frente.
— Aconteceu algo baby? — sua pergunta sai tão preocupada que meu
coração fica mais culpado ainda.
— Sim. — afirmo e logo a porta é aberta por Tara e Alisha.
— O que aconteceu? — Alisha pergunta entrando e sentando ao meu
lado.
— Você está grávida? Nós vamos ter um mini jogador pelo Campus? —
Tara grita aos pulos e eu balanço a cabeça para sua loucura.
— Nada de mini jogador, Tara. — digo rindo e a puxo pela mão para que
sente ao lado de Lauren.
— Então o que Anna? — meu lábio inferior treme quando escuto ela me
chamar assim.
— Eu menti para vocês. — engulo em seco afastando meus olhos delas.
— Como assim? — Tara pergunta olhando para as outras meninas que
estão igualmente confusas.
— Meu nome não é Annabelle. — mordo meu lábio e espero que digam
algo.
— Não é. — Lauren acena e se vira para mim. — Então qual o seu
nome?
— Marianne. — afirmo olhando entre elas.

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Meu coração parece ter se livrado de um peso enorme. Como se nesse


momento uma tonelada tivesse sido retirada. E é tão bom.
— É mais bonito que Annabelle. — Tara diz sorrindo e pega minhas
mãos se ajoelhado a minha frente. — Por que mentiu Anna... Mari? — ela
balança a cabeça confusa e eu suspiro.
— Eu tinha uma irmã gêmea... O seu nome era Annabelle. Ela morreu
quando nossa família estava vindo de férias para casa, por que eu pedi a
minha mãe para buscar um urso que eu tinha desde pequena. — suspiro e
finjo limpar minhas unhas. — Nosso carro foi atingido por outro do lado em
que ela estava. Ela morreu na hora.
—Desde então minha mãe me culpa pela morte dela. Quando cheguei em
minha casa depois de sair do hospital, ela me disse que eu só trazia desgraça
e tristeza. Ela não queria mais ouvir meu nome, então mandou que todos me
chamassem de Annabelle. — limpo as poucas lágrimas que caem dos meus
olhos e vejo minhas amigas com suas próprias.
— Eu só tinha dez anos. Eu era uma criança. — as mãos de Alisha me
envolvem e eu me deixo chorar pelos anos de culpa e tristeza.
— Não se preocupe Mari. Sua mãe é doente. Ela foi má com você
querida. — Tara afirma e eu balanço a cabeça.
— Eu que sou má. Eu trago desgraça e tristeza...
— Cale-se! — Lauren grita limpando seus olhos. — Você não é má.
Você era uma criança. Não é sua culpa. — ela beija meus cabelos e suas
mãos suaves passam por minha bochecha.
— Agora Caleb sabe que eu menti para ele. Ele não me deixou explicar.
Só disse que eu não veria mais Tess. Ele me tirou ela, meninas. Eu a amo, ela
me faz respirar com tranquilidade. Ao lado dela eu não me sinto má. —
Alisha sorri e me puxa novamente para seus braços.
— Saint pode ajudar nisso. Ele sempre leva Tess para passear. Você pode
chegar de surpresa. — ela indica e eu sorrio gostando da ideia.
— É o que mais quero. Você pode me dizer quando eles irão passear e eu

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vou até eles... — começo a divagar e Alisha acena sorrindo. Beijo seu rosto e
agradeço. —Obrigada meninas. — peço e elas me abraçam.
Suspiro sentindo pela primeira vez, depois que Annabelle morreu, eu
estou sendo amada novamente.
Por minhas amigas.

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Capítulo Doze

Caleb

nnabelle Reed.
A Um acidente de carro.
Morta aos 10 anos de idade.
Família mora no Sul do Arizona.
O pai morreu há seis anos e ficaram apenas a irmã, Marianne Reed com 20
anos e sua mãe, Heloísa Reed de 43 anos. Marianne estuda Medicina na
Universidade do Arizona.
A mãe se casou novamente com Tom Ghost que tem um filho, Sean Ghost.
Aperto minha temporã olhando mais uma vez para esses papéis. Faz uma
semana que estão comigo e todos os dias eu pego e os releio.
Annabelle é irmã de Marianne. Minha Annabelle é a Marianne.
Isso é tão confuso. Por que ela mentiu? Por que ela usa o nome da irmã?
Aperto meus dedos e relaxo quando escuto os passos de Tess.
— Papai? — Ela chama da porta e eu aceno para que venha até mim.
Quando ela para perto eu beijo seu rosto a pegando em meus braços.
— Oi minha menina. — sorrio.
Deixo os papéis na mesa e saio do escritório com ela. Tess está
cabisbaixa e eu sei que está pensando em Anna... Marianne.
— A Mari ficou chateada comigo? — franzo minha testa não entendendo
sua pergunta.

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— Por que ela estaria chateada com você, Tess? — questiono enquanto
saímos para o jardim. O sol está no alto indicando que é meio dia. Sento-me
em um banco debaixo da sombra e coloco Tess ao meu lado.
— É que eu falei nosso segredo para você. — ela baixa a cabeça
apertando seus dedos. — Ela não veio mais me ver. — Ela funga devagar.
Minha garganta fecha com suas palavras. Eu não quero que ela sofra.
Jamais, mas eu não posso deixar Marianne ao redor dela. Ela mentiu.
— Ela não está chateada com você, baby. Foi o papai que disse para ela
não vir mais aqui. — ela levanta a cabeça e me encara chateada.
— Por quê? Eu amo a Mari papai. Por favor, deixa ela vir me ver. — seu
lábio inferior treme enquanto sua cabeça inclina para o lado.
— A Mari mentiu, filha. Eu não posso a deixar próxima de você. —
explico calmo, mas Tess logo se levanta e vira suas costas para mim.
— Ela não mentiu. Eu preciso ver ela, papai. — sua voz sai chorosa.
— Isso não vai acontecer, Tess. — afirmo sem me deixar amolecer pela
sua tristeza.
— Ela é minha mamãe. Eu... Papai por favor... — ela se vira para mim e
meu coração parece ser esmagado quando vejo o tamanho de sua dor.
— Tess...
— Eu a amo. A amo tanto papai que meu coração dói se ela não vem me
ver... — ela solta um soluço e eu a aperto junto ao meu peito.
— Deus, Tess. Você vai me matar com seu choro. — digo suspirando. —
O papai vai ligar tudo bem? — digo sorrindo e ela me abraça dando beijos
em meu rosto.
— Obrigada papai.
Pego meu celular e quando vou discar para chamar Marianne, ele começa
a tocar com Saint ligando.
— Hey! — ele fala alegre e eu suspiro.
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— Oi Saint. — digo e vejo Tess sorrir grande ao ouvir o nome do tio.


— Posso pegar a boneca hoje? Quero levá-la ao parque. — engulo em
seco com seu pedido.
Eu confio minha vida a Saint, mas não deixo de temer por minha Tess
sempre que pede que ela vá a algum passeio.
— Tudo bem, Cara. Venha, mas cuidado. — por fim deixo e desligo
depois dele avisar que está chegando.
— O tio Saint vem me ver? — Tess pergunta sorrindo e eu aceno.
— Ele vai levar você ao parque. Você queria ir, lembra? — questiono a
pegando nos braços novamente e caminhando para casa.
— Sim, mas eu queria ir com a Mari. — ela franze suas sobrancelhas
escuras e eu sorrio.
— Você vai deixar tio Saint ir sozinho? — faço cara de espantado e ela
arregala os olhos negando.
— Não. Eu vou com ele. Pode chamar a Mari? Aí vamos os três, não, nós
quatro. — ela balança a cabeça confusa e eu rio.
— Os quatro, filha. — ela acena e suspira.
— Você liga? — Eu aceno e a coloco para baixo.
— Peça a Lila para arrumá-la. Tio Saint está chegando. — ela corre até a
cozinha e chama Lila.
Em poucos segundos ela está vindo com sua babá. Lila sorri para mim e
eu retribuo acenando. Respirando fundo pego meu celular novamente. Não
sei por que me vejo tão nervoso para ligar para aquela mulher.
Espero ela atender e suspiro ouvindo seu sussurro dizendo alô.
— Sou eu. — a linha fica muda depois que falo e penso que ela desligou,
mas logo sua voz é escutada por mim.
— Caleb... Humm... Oi. — estranho sua voz e me pergunto o que diabos
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está fazendo.
— Você está ocupada? — questiono ouvindo música.
— Estava dirigindo, mas... Parei no acostamento. O que... Aconteceu? —
ela responde tentando soar calma, mas eu sei que não. Sua gagueira a
denúncia.
— Onde está indo? — questiono e sento na minha cama olhando para os
travesseiros que dias atrás ela estava.
— Por... Quê? — aperto meus olhos não gostando do nervosismo dela.
— O que está fazendo, Marianne? — pergunto sério usando seu nome
verdadeiro.
— O que quer Caleb? — ela se esquiva e eu suspiro.
— Você está indo ver outro homem? É isso? Por isso não quer
conversar? — a possibilidade passa por meus pensamentos, e antes que eu
consiga me calar já estou falando.
— O quê! Não! Eu não estou indo ver homem nenhum! — ela soa tão
desesperada para que eu possa acreditar que eu acredito.
Sou um doente filho da puta. Literalmente para a última parte.
— Okay. Então venha até aqui em casa. Tess quer te ver. — digo firme
sentindo meu coração desacelerar. Imaginar Anna... Marianne com outro
homem me dá náusea. Ela é minha, de um jeito totalmente louco, mas é.
— Você... Você... Quer que eu vá? Tipo você disse que eu não a veria
mais... — ela parece tão confusa que eu sorrio.
— Você sabe que a pestinha me tem na mão. Ela derramou lágrimas,
então cedi. — opto por falar meia verdade.
Marianne pode ser uma mentirosa, mas eu a quero aqui. Eu anseio sua
permanência em minha casa. Em minha cama.
— Eu... Fico feliz, Caleb. Você tem que me deixar explicar o porquê da
mentira. Eu juro... — eu a corto antes que acabe.
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— Eu vou escutar. Estou lhe esperando. — ela diz que tudo bem e depois
desliga.
Depois de meia hora a vejo sentada em minha sala. Suas pernas estão
nuas me chamando para elas, mas repito mais e mais que minha filha estará
aqui a qualquer momento.
— Oi. — ela sussurra e eu levanto meus olhos até encontrar seu rosto
corado.
Seus cabelos loiros estão presos em um rabo de cavalo e ela está vestida
com um vestido rodado florido e curto. Ela está linda.
— Olá. — cruzo meus braços e encosto-me à parede.
— Eu... hãn... Preciso falar uma coisa... — a porta se abre interrompendo
sua fala nervosa e Saint entra.
— Você não ia esperar no parque? — seu cenho franzido me faz olhar
entre os dois.
Como assim esperar no parque? O rosto da Mari parece pegar fogo e ela
logo se levanta vindo até mim.
— Do que está falando? — pergunto a Saint. Vejo ela se aproximar mais
e eu me afasto indo encontrar meu amigo.
— Caleb, para. — ela pede segurando meus braços.
— O que porra está acontecendo aqui? — questiono irritado e empurro
sua mão para longe de mim.
Eles estão ficando? É isso?
— Você está fodendo minha mulher, irmão? — questiono chegando à
frente de Saint que começa a rir. Por que o idiota está rindo?
— Vai se foder, Caleb. Eu tenho namorada. — ele continua rindo e eu
me afasto procurando Mari.
— Então o quê? — ela baixa a cabeça e eu me aproximo segurando seu
queixo para que me olhe.
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— Eu só iria passar no parque para vê Tess... — fecho meus olhos vendo


que mais uma vez Marianne mentiu.
— Mais uma mentira? — pergunto voltando para onde estava quando
Saint chegou. — Você ia ver minha filha escondido de mim, Marianne? —
pressiono-a e ela vem para minha frente.
— Você disse que não a veria mais. Caleb, eu só quero estar perto dela.
— seu lábio treme e seus olhos azuis se enchem de lágrimas. Mais lágrimas
para a coleção das vezes que eu a faço chorar.
— Você sabe que só seria questão de tempo. Você sabe que minha filha é
louca por você, porra! — grito me afastando novamente.
— Eu sei... Eu sei... Mas eu estava triste, eu queria vê-la hoje. Não fique
bravo. — ela segura meus ombros e eu respiro fundo procurando Saint.
— Você ia me trair Saint? — pergunto o vendo cruzar os braços à frente
do corpo.
— Deixe de ser dramático, Caleb. Annabelle é como uma mãe para Tess.
Só quis ajudar as duas. — ele dá de ombros.
— Seu nome é Marianne, não a chame mais assim. — mando irritado.
Ele dá de ombros com as sobrancelhas franzidas, demonstrando sua
confusão.
— Vou esperar lá fora. — ele sai depois de acenar concordando.
— Você pensa que eu seria capaz de ficar com seu amigo, Caleb? —
Mari pergunta andando para longe.
— Não foi isso que eu quis dizer...
— Não? Pelo amor de Deus, você o perguntou se estava fodendo
comigo! Me fez parecer uma vadia na frente dele. — Ela balança a cabeça e
devagar volta a se sentar no sofá.
— Esqueça essa merda! Eu só pensei errado. Só isso. — grunho frustrado
e me distancio da parede.

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— Só isso. — ela acena ironizando.


Fico por alguns segundos, calado, mas quando vejo que a tensão não se
dissipa eu me aproximo.
— Marianne... — começo, mas logo paro, quando a vejo chorar de novo.
— Por que você só chora baby? — pergunto me abaixando a sua frente.
— Por que você me chama. Você, Caleb, me chama, não pela minha
irmã. Mas por mim. Pela Marianne. — ela levanta seu rosto e eu vejo o
quanto ela ansiou por isso.
— Por que você deixou as pessoas te chamarem pelo nome de sua irmã
morta? — pergunto cauteloso, seu rosto se inclina e eu passo meus dedos por
seus lábios vermelhos.
— Como sabe que ela está morta? — Ela pergunta confusa e eu engulo
em seco.
— Eu contratei um investigador. Eu sei tudo sobre você, Mari. — afirmo
sério esperando pela bronca.
Esperando que ela grite e diga que eu não podia fazer isso. Mas ela não
faz.
— Eu estou cansada da minha vida, Caleb. Cansada de estudar o que era
sonho da minha irmã, cansada de ser ela. Eu a odeio tanto, Caleb. Tanto. —
ela soluça e eu a aperto no meu peito.
— Está tudo bem. Para mim você é a Marianne. A minha Marianne. —
beijo seus cabelos e fico tenso quando escuto os passos de Tess.
— Papai? — sua voz me chama e eu me viro mostrando Mari a ela. —
Mari! — ela corre, mas para antes de chegar ela inclina a cabeça sem
entender o choro da Mari. — Por que chora? — minha filha dá mais alguns
passos e para em frente a sua mamãe.
— Não foi nada...
— Eu te amo, não precisa chorar. — Tess diz tão séria que eu tenho
vontade de rir da sua inocência.
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— Eu sei baby. Eu também te amo muito. — Mari a pega nos braços e


beija seu rosto.
Levanto-me e vejo Lila de pé nos olhando. Aceno discreto, a avisando
que pode se retirar. Ela logo faz.
— Eu ia ao parque com tio Saint, mas eu posso ficar com você aqui
mesmo. — Mari ri negando e se levanta pegando a mão de Tess.
— Eu também estava indo. Vamos as duas. Tio Saint está esperando lá
fora. — Tess acena confirmando e sai puxando Mari. Eu não as acompanho,
porém vejo-a me olhando enquanto sai.
Passo à tarde no meu escritório organizando alguns contratos que estou
analisando para a empresa que estou tentando erguer. Ainda é só uma ideia,
mas como ser jogador lhe traz benefícios, os contratos são um deles.
Paro para pensar no que Peter me disse no começo da semana. A cadela
está se mudando. Para onde eu ainda não sei, mas espero que seja para o mais
longe possível de mim e Tess.
Ela deixou as drogas, ela se casou novamente e vive no Norte do estado.
Eu sei todos os seus passos, e eu espero estar sempre à frente dela. Por mais
que hoje ela esteja sóbria e viva de maneira digna eu não quero aproximação
com ela ou dela com Tess.
Aquela mulher me marcou de uma maneira que eu nunca fui capaz de
superar. Ela é podre. Ela sempre foi. Eu não me deixo enganar por um
trabalho e um casamento bem-sucedido. Ela ainda fede a destruição e
depravação.
Eu odeio Vanessa Lewis.
Se eu pudesse, eu mesmo a matava.

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Capítulo Treze

Marianne

ejo Tess brincar com Saint enquanto ele a gira devagar. Eu sorrio
V acenando com a mão quando ela me olha e suspiro constatando que
lembro perfeitamente de Caleb quando vejo seu sorriso. Ela é
simplesmente a cara dele. Ninguém diria que são irmãos. De verdade,
eles devem pensar que ela é sua filha biológica.
Ontem não pensei muito sobre o poder que ele tem em mim. Sobre eu
estar me apaixonando por ele, mas hoje foi tão intenso vê-lo me chamando de
Marianne. Ver que ele me enxerga como a Marianne. Não como a Annabelle.
E sim, eu estou apaixonada por ele. Eu estou tão apaixonada que só de
ouvir ele me chamando de sua mulher acendeu lugares em meu corpo que
anseiam por ele. Por seu toque. Porém também me vi humilhada por ele
pensar que eu estaria dormindo com Saint. Pelo amor de Deus ele é
namorado da minha amiga!
— Quero sorvete! — Tess grita e Alisha sorri indo pegar ela nos braços e
a levar até o carrinho próximo a nós.
Ali veio depois que saiu de um encontro com sua mãe. Eu adorei e Tess
já adora minha amiga em poucas horas que estão brincando.
— Não pense no que o idiota falou Mari... —Saint sorri leve e eu aceno
dando de ombros.
— Só não estou me sentindo merecedora de sua confiança. Eu já menti
duas vezes... Na outra questão... — suspiro e encaro seus olhos escuros. —
Ele pensar que estávamos dormindo juntos foi como se uma faca me
perfurasse.

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— Ele estava com ciúmes. Só isso. — Ele afirma sério e eu sorrio


acenando.
— Eu sei. — mas isso não faz doer menos, eu penso, mas não completo.
Nossa conversa morre e passamos mais meia hora com as meninas
brincando. Quando estamos indo embora digo que levarei Tessa para casa e
que eles podem ir sem problema. Sei que Ali quer seu namorado um pouco.
Afinal, eles estão há dois dias sem se ver. A vinda da mãe dela
sobrecarregou, então ficou difícil deles se verem.
— Você e meu papai são namorados, Mari? — engasgo com a pergunta
de Tess quando estamos quase entrando em sua casa
— É complicado, Tessa. — suspiro e beijo seu rosto. — Mas eu gosto
muito dele, quem sabe um dia, a gente seja namorados? — pisco para ela
enquanto saio do carro e abro sua porta a retirando.
— Eu vou ficar muito feliz. — eu sorrio e beijo seu rosto novamente.
Entramos em sua casa e estranho o local está tão silencioso. Coloco Tess
no chão e ela diz que vai para a cozinha procurar Larissa, a cozinheira, para
fazer bolo de chocolate. Pego a maçaneta da porta do escritório de Caleb e
quando vou girá-la ela se abre mostrando Lila. Seus lábios estão vermelhos e
ela está fechando sua blusa branca de botões.
Meu estômago se revira e eu tento me acalmar quando vejo o sorriso de
escárnio que ela me dá. Ele não estava com ela. Ele não estava com ela.
— Eu disse que você era só mais uma. — ela limpa a borda dos lábios
carnudos sorrindo cínica. Eu não me paro quando seguro seus cabelos a
fazendo me olhar diretamente.
— Eu espero que não esteja assim por estar com Caleb, por que se for eu
vou arrancar sua garganta com minhas unhas. — minha voz sai tão
determinada que me pego pensando se eu poderia mesmo fazer isso.
— Vá embora. Ele fica comigo desde que cheguei aqui. Nós nos
amamos...
— Mentira! Você não é nada mais do que sua empregada. Você que é
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doente por ele. — falo apertando seus cabelos entre meus dedos.
Seu rosto se contorce, mas o sorriso odioso está lá, me irritando.
— Ele me fode à noite, Annabelle. Ele me fode na sua cama. E nesse
minuto ele estava me fodendo sobre sua mesa... — eu a calo com uma tapa e
me afasto vendo seu rosto vermelho.
— Isso é mentira! — meus dedos tremem enquanto penso sobre isso.
Caleb dorme com ela? Como ele... Balanço a cabeça. É mentira! Ele não
faria isso. Eu perguntei a ele sobre ela e ele me disse que era apenas sua
empregada.
Meu Deus, o que está havendo comigo?
— Vá embora e não volte mais. Caleb é meu e nem você e nem ninguém
vai me tirar ele. — sua voz é carregada de veneno e eu me aproximo sentindo
meu sangue esquentar em minhas veias.
— Ele é meu e eu sou dele. Isso tudo é sua mentira! — digo e a empurro
tentando abrir a porta.
— Você verá com seus próprios olhos... — então eu abro a porta.
Sinto meu coração ser rasgado quando o encontro com a bermuda aberta.
Ele arregala os olhos me olhando e eu entro. Se ele e ela pensam que vou
correr daqui, estão muito enganados.
— Já chegaram? — ele se levanta e anda até mim. — Cadê Tess? —
questiona a procurando sobre meu ombro.
— Você me disse que ela é apenas sua empregada, Caleb. — deixo a
acusação no ar e ele franze o cenho olhando entre mim e Lila
— O que está acontecendo? — ele pergunta tão sério como nunca o vi.
Caleb cruza os braços e espera que alguma de nós duas fale algo.
— Lila estava aqui com você. Ela falou que dorme com ela. Ela disse que
você era dela... O que quer comigo? — questiono confusa. — Por que você
me quer? — balanço a cabeça sem entender.

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Se ele a tem, para que ele me quer aqui?


Afasto-me dele e me viro a tempo de ver Lila olhando para o chão.
Aproximo-me dela e a pego pelo queixo.
— Fale a ele o que me disse. Fale que ele te fode, não é? Que ele transa
com você na sua cama, nesse escritório. Fale! — grito vendo vermelho. Sinto
um sentimento tão ruim invadir meu sangue, minha barriga, tudo. É raiva
como nunca senti.
— Lila por que você falou isso para Mari? — Caleb pergunta e em
questão de segundos eu sei que foi mentira dela.
Vagabunda!
Ela pensou que eu iria correr de lá assim que a visse se ajeitando e
limpando seus lábios. Ela pensou que eu fosse estúpida, que eu fosse embora
o deixando aqui para ela.
— Caleb... — ela tenta falar, mas eu estou em cima dela antes disso.
Estapeio seu rosto e a puxo pelos cabelos enquanto Caleb me segura pela
cintura.
— Mentirosa! Por que mentiu? Está apaixonada pelo patrão, não é? — eu
rio dela e a solto quando Caleb me puxa. — Ele é meu, sua estúpida! — grito
tentando me soltar dos braços dele, mas ele me aperta mais.
— Vadia! Você é uma puta, Annabelle. Eu vou acabar com você. — ela
promete se levantando e eu sorrio vendo sua boca sangrar.
— Venha.
— Calem-se! — escuto a voz de Caleb tão alta em meu ouvido que só
agora me lembro que estou em seus braços. — Lila vá para seu quarto. Nós
iremos conversar. — ele promete e então ela sai tentando dar um jeito em
seus cabelos ridiculamente assanhados.
Suspiro relaxando minha coluna contra seu peito forte. Caleb me vira
devagar e suspira cheirando meu pescoço. Ficamos assim por alguns minutos
até que o escuto rir.
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— Você estava com ciúmes, gata? — ele pergunta rindo suavemente.


— Sim, oh meu Deus! Eu enlouqueci. Totalmente. — admito me
sentindo envergonhada. Porém eu não voltaria atrás. Eu faria tudo
novamente. Principalmente arrancar seus cabelos.
— Você pensou que eu estava fodendo Lila, Mari? — seu
questionamento me faz ficar tensa.
— Quando entrei, achei que sim. Sua bermuda está aberta. — aponto
para lá e depois encontro seu olhar aceso.
Escuros de desejo.
— Por que ela ficou pequena enquanto eu estava pensando onde te foder
quando chegasse. — minha calcinha vira uma poça de umidade e eu aperto
elas juntas tentando amenizar minha necessidade.
— Você já decidiu? — pergunto atrevida e cheia de desejo.
— Sim. Na minha mesa. — Caleb afirma. Ele caminha até a porta do
escritório comigo em seus braços e a tranca rapidamente.
Seu braço empurra tudo que estava em sua mesa para o chão e me deita
nela. Meu vestido embola na cintura quando Caleb abre minhas pernas o
deixando entrar no meio delas. Seus dedos um pouco calejados entram entre
minha calcinha e na minha intimidade e me contorço com o mínimo contato
de seus dedos contra ela.
— Molhada e apertada como sempre. — e em apenas um puxão ele rasga
o pedaço de pano delicado e desliza seus dedos para dentro de mim.
Eu arqueio sentindo a pressão aumentar no meu ventre e quando seus
dedos se movem dentro de mim apenas um pouco eu desmorono. Caleb puxa
as alças do meu vestido deixando meus seios inchados livres.
— Porra. — sua boca se fecha em torno de um deles ao mesmo tempo
em que ele me preenche.
Empurro contra ele e cada vez mais me sinto cheia. Sinto-me flutuar.
Minhas paredes doem com o contato bruto dele. Ele entra e sai de mim com
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uma força e rapidez tão grande que meu útero sente as pontadas.
Seus dedos apertam minha pele branca e eu sei, como da primeira vez
que transamos, sairei cheia de marcas roxas.
Meu prazer começa a crescer novamente em questão de segundos estou
convulsionando em seu peito. Sinto Caleb despejar dentro de mim e a
realidade de que transamos sem camisinha.

Saímos do escritório depois que nos limpamos no banheiro que há lá.


Sinto-me boba quando ele pega minha mão e me leva para a cozinha. Larissa
está sorrindo e cobrindo um bolo com cobertura de chocolate quando
entramos no cômodo. Minha boca saliva e eu sorrio me aproximando de Tess
que olha tudo com os olhos pidões.
— Vou falar com Lila. — ele avisa e eu perco o sorriso ao lembrar-me
dela.
— Tudo bem. — suspiro e me inclino beijando sua boca.
Caleb geme baixo e eu sorrio enfiando minha língua em sua boca. O
gosto dele é puro e suas mãos cheias de carinho passeiam por minhas costas.
— Agora vocês estão namorando? —afastamo-nos quando escutamos a
voz de Tess.
— Tessa...
— Papai disse que só namorados beijam...
— Sim, somente namorados beijam. — ele acena e sai da cozinha me
deixando para trás com a missão de responder ela.
— Eu quero tanto um pedaço desse bolo. Você poderia me dar um
pedaço, Tess? — pergunto molhando meus lábios tentando fazer ela se
esquecer da pergunta.
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— Claro. Larissa fez para todos comerem. — ela sorri e eu também, só


que o meu é de alívio.

— Não. — suspiro segurando o telefone entre o ombro e a orelha. Olho


dentro da bolsa e a jogo em cima da cama quando vejo que ele não está lá
também.
—Por que, não? — Caleb pergunta impaciente.
— Caleb eu preciso estudar. — digo mais uma vez, já que ele não
entende. — Eu já expliquei. Dei-me mal na primeira prova, eu não posso me
dar mal novamente. — mordo meus lábios e respiro fundo quando encontro
meu livro. — Acabei de achar o livro. Tenho que ir agora...
— Eu vou sozinho, então. Quando você parar com essa paranoia me liga.
— eu sei que ele vai desligar então apenas jogo o celular perto da bolsa.
Eu sei que ele está enlouquecendo com meus horários de estudo, mas
estou na faculdade. Eu preciso estudar, se eu quiser passar. Porém enquanto
me sento e deixo minha atenção nos livros me pego pensando nele em uma
boate sozinho. Eu confio nele, quero dizer, não temos nada oficializado para
eu querer marcar território, mas eu me pego pensando, e se alguém se
aproximar? Será que ele afasta a mulher ou a leva para casa?
Quando vejo que eu não conseguirei estudar estou pegando um vestido e
indo para o banheiro me arrumar rapidamente. Foda-se, se pareço uma doida,
uma ciumenta e insegura. Caleb é mais que um ficante para mim e eu não
vou o perder. Não mesmo!

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Capítulo Quatorze

Caleb

esligo o celular e suspiro. Mari ainda é uma universitária, ela precisa


D estudar, eu entendo, mas já passou uma semana e ela ainda está pilhada
com a prova que se deu mal. Eu sei que isso é alguma influência da mãe
dela em sua vida. Eu vejo o quanto ela fica nervosa quando ela liga, o
quanto seus olhos transparecem medo e receio.
Mari tem medo da mãe, eu não sei por que, ainda não tive tempo de
conversar com ela sobre o porquê de usar o nome da sua irmã, mas sei que é
algo relacionado à sua família.
Arrumo-me enquanto Lila dá a comida de Tess. Fiquei tão surpreso com
a mentira que ela disse a Marianne. Não a mandei embora por ser alguém de
confiança e que Tess gosta. Porém deixei claro que numa próxima vez, eu a
mandaria embora sem pensar duas vezes. Não a deixei se explicar, eu já vi o
que está acontecendo com ela. Lila está fantasiando comigo, mas isso foi
outra coisa que deixei claro. Não sinto e nunca senti algo além de respeito por
ela.
Espero que ela tenha entendido.
Depois de alguns minutos estou saindo do quarto de Tess a deixando
dormindo. Acelero meu carro e sigo indo para a boate onde Saint marcou.
Peço um uísque ao barman e bato meus dedos no balcão escuro.
— Ora, Ora... — olho por cima do meu ombro e sorrio vendo Katherine
se sentar ao meu lado.
— Se não é Katherine Reilow... — completo rindo e ela bate nos meus
ombros.

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— Está com quem? — ela pergunta olhando para os lados.


— Ninguém. — Dou de ombros e ela sorri acenando enquanto desce do
banco.
— Vou voltar para minha mesa. Estou com colegas. — ela solta beijos
pelo ar e eu balanço a cabeça lhe mandando ir.
— Sério? — escuto um grunhido e logo depois o cheiro de Mari
preenche meu espaço.
Foda-se, ele chega a mim mesmo com a fumaça de cigarro e cheiros de
todas as outras pessoas.
Marianne é a única que meu corpo responde. Foda-se eu pareço um
idiota!
— O quê, Abelha? — pergunto me virando e a puxando pelos braços
para ficar entre minhas pernas.
— Você estava com outra mulher? — seus olhos se apertam e eu sorrio
afundando minha cabeça em seu pescoço.
— Aquela era Kath. Irmã do Dominick. Não viaje tudo bem? — peço
deixando beijos em seu pescoço.
— Por que me chamou de abelha? — ela engole em seco e empurra
devagar, meus ombros.
— Você não vai querer saber. — rindo seguro seus quadris firmemente.
— Mas eu... — a interrompo beijando a costura da sua boca.
— Você disse que não vinha, baby. O que mudou? — afasto-me e encaro
seus olhos bonitos.
— Mudou quando eu imaginei... — ela cora e se cala desviando seus
olhos de mim.
— Imaginou? — instigo para que continue trazendo sua atenção para
mim segurando seu queixo.

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— Nada. — ela suspira e se afasta por completo falando com o barman.


— Uma Cosmopolitan. — ela pede olhando em seus olhos enquanto sua
atenção está em seus seios. Aperto minhas mãos olhando para esse fodido.
Ele acena afastando os olhos dela, sem nem mesmo se tocar que estou aqui
olhando para ele.
Eu aperto o balcão quando ele volta e novamente está com seus olhos lá.
Nos seios dela.
— Você perdeu algo no decote dela porra? — levanto-me e o puxo pela
camisa encarando seus olhos que estão cheios de medo.
— Caleb. — escuto o tom de aviso da Mari, mas a ignoro apertando mais
ainda a camisa o fazendo ficar quase roxo.
— Você perdeu algo lá? — pergunto pausadamente. Ele balança a cabeça
em negativa e eu o empurro o vendo correr para longe.
Seguro meus punhos juntos tentando me acalmar. Eu preciso juntar
minha merda. O que está acontecendo comigo? Conto até dez como aprendi
com a psicóloga que eu ia depois da faculdade e devagar volto ao normal e
minha atenção se dirige as mãos de Marianne empurrando meu peito.
— Qual é o seu problema, Caleb? — ela grita e eu aperto meus olhos
precisando me acalmar.
— Nada. Vamos embora. — rosno me levantando, mas desequilibro
quando ela novamente me empurra, por pouco não caio no chão. — Está
ficando louca? — pergunto segurando seus pulsos.
— Você estava sufocando o homem! O que deu em você? — afasto-me
dela e mordo meus lábios.
— Eu já falei que nada. Vamos embora Marianne. — rosno novamente
pegando seu pulso e puxando em direção a saída, mas não dou dois passos,
pois ela se afasta me deixando sozinho.
— Se quiser pode ir, mas eu não irei. — ela me dá as costas e pisando
duro vai para a pista de dança.
Sim! Foda-se, ela foi.
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Passo minhas mãos pelo meu rosto rigidamente e rosno apertando meu
punho. Eu vou matar Marianne. Vou fodê-la tão duro que amanhã ela não vai
poder se levantar.
Tentando segurar minha raiva me encosto contra o balcão e observo ela
começar a dançar. Seus quadris balançam ao som de uma música lenta e
provocadora enquanto seus olhos estão fechados.
Seu corpo a denúncia me dizendo que está tensa e irritada. Minha coluna
fica rígida quando um cara chega próximo a ela. Seu rosto se contrai e ela
logo me acha no meio da multidão. Seus olhos se arregalam e ela se afasta
rapidamente.
Eu vou matar ele. Sim, estou fazendo meu caminho para eles nesse
momento.
— Eu só vou falar uma vez... — rosno ficando cara a cara com o idiota
que sorria para ela. — Se manda. — exijo e ele levanta as mãos em sinal de
rendição se afastando.
Viro-me e encontro Marianne me olhando apreensiva.
— Eu espero que seu show tenha acabado. — pego seu pulso e a puxo
em direção a saída, só que dessa vez ela não tenta se soltar.
Caminho até meu carro e abro a porta. Presumo que ela tenha vindo de
táxi, pois não diz nada sobre seu carro. Coloco seu cinto de segurança e ando
até a porta para assumir o volante. Aperto ele entre meus dedos quando vejo
que minha raiva não passou.
— Caleb... — ela suspira e eu me concentro na avenida. — Caleb, por
favor... — eu a corto resmungando um “agora não”.
Eu penso sobre o que fazer. Eu juro que gostaria de levá-la para minha
casa e foder seus miolos, porém eu não me sinto bem. Meus músculos estão
apertados e meu sangue bombeia chicoteando meus ouvidos. É por isso que
não gosto de sentir raiva.
Meu temperamento é forte e eu ainda fui diagnosticado com *TEI, não é
algo que eu goste, porém sempre me precavi para que as pessoas não

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percebessem. Nos jogos eu sempre malho antes e depois para liberar a raiva.
Minha psicóloga disse que o futebol me faria bem, é um jogo que te deixa
extravasar a raiva. Então eu me entreguei e eu amo isso. Eu amo jogar, nada
me faz mais feliz.
Então quando chego ao Campus onde Mari mora eu sei que fiz certo. Eu
preciso me acalmar.
— Caleb... Por que não me levou para sua casa? — sua voz sai confusa e
eu suspiro.
— Tenho algo para fazer Marianne. Por favor, vá. — peço olhando pela
janela.
— Eu sei que fui estúpida... Desculpe-me, eu não estava pensando...
— Annabelle! — grito e depois arregalo os olhos vendo que a chamei
pelo nome da irmã morta.
Porra!
*TEI (Transtorno Explosivo Intermitente)

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— Marianne... — me viro chocado e a encontro com os olhos brilhando


com lágrimas enquanto suas mãos tentam abrir a porta. Travo-as rapidamente
e tento pegar sua mão, mas ela se afasta.
— Mari, por favor, me desculpe. Eu só estou irritado... — explico
enquanto uma única lágrima desce por seu rosto bonito.
— Você chamou por ela... — ela afirma e eu seguro seu rosto trazendo
ela para mais perto de mim.
— Eu sei. Eu sei Mari. — suspiro e colo minha testa na dela. — Por
favor, vá para casa. Depois nos falamos. — digo sentindo minha garganta se
fechar quando a vontade de chorar bate em mim.
— Tudo bem. — ela limpa a lágrima rapidamente e sai do carro pegando
sua bolsa.
Eu espero ela entrar no prédio e saio do estacionamento indo para minha
casa.

Duas semanas depois estou com o celular no ouvido olhando diretamente


para Tessa brincando no jardim.
— Você tem que estar brincando comigo, Peter! — rosno mordendo meu
lábio enquanto escuto ele tentar me acalmar.
— Foi de repente. Eu tenho certeza que ela sabia que estávamos em sua
cola. — ele respira fundo quando sinto meu coração disparar, é a mesma
sensação que eu sentia quando era apenas a porra de uma criança.
— Eu a matarei agora. Foda-se se eu for preso, se ela se aproximar eu a
matarei, Peter. Eu mato e você sabe disso. — afirmo me afastando da janela e
indo até minha mesa abrindo minha gaveta depois de destravar a fechadura.

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Olho para a pistola intocável que eu possuo desde que eu tinha dezesseis
anos de idade. Eu nunca a usei, mas se Vanessa tentar pegar minha filha de
mim, eu a matarei sem remorsos. Tenho na minha pele o quanto de maldade
ela é capaz de causar. Nunca permitirei que faça algo parecido com Tess.
— Não será preciso. Estamos a procurando. Eu a encontrarei, Caleb.
Você sabe que eu vou. — ele fala, resignado, e eu aceno sabendo que ele não
está aqui para me ver fazendo isso.
— Que seja! Ligue-me com mais informações. — desligo sabendo que
eu não dormirei por dias até que ela seja encontrada.
Aproximo-me, novamente, da janela depois de fechar minha gaveta
guardando lá a arma. Meus ombros ficam tensos quando procuro Tess e não a
vejo mais. Corro até a sala de estar e abro a porta vendo ela nos braços da
Mari. Suspiro aliviado e ando até elas.
— Hey! — sorrio e Tess olha entre nós tentando entender o porquê de
estarmos distantes.
Marianne se distanciou de mim, não responde meus telefonemas e eu
estou cada dia ficando louco. Eu sei que a magoei a chamando pelo nome de
sua irmã falecida, já pedi desculpas, mas ela só responde que já desculpou e
nem lembra mais.
Eu sei quando ela mente, então também sei que a mentira deslizou fácil
por seus lábios.
— Olá Caleb. — ela sorri apertado e beija Tess no rosto. — Eu gostaria
de levar Tess para a praia amanhã, se estiver tudo bem para você. — ela dá de
ombros sorrindo para minha filha que arregala os olhos e ri olhando para
mim.
— Deixa papai! — ela grita e vem para meus braços.
Suspiro e chamo Lila com um aceno a vendo sentado no sofá olhando
para nós.
— Eu vou conversar com a Mari. Eu vou te chamar assim que acabarmos
tudo bem, filha? — pergunto vendo ela suspira e seus ombros caírem.

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— Tudo bem, papai. — ela sai com Lila subindo as escadas e eu coloco
minha mão nas costas de Mari a fazendo estremecer enquanto andamos até
meu escritório.
— Você vai à praia? — pergunto e a vejo acenar trocando o peso dos
seus pés. — Com quem? — pergunto sentando em minha cadeira e
apontando a outra para que ela se estabeleça.
— Não comece com seus ciúmes sem cabimento. — ela avisa cruzando
seus braços em seu peito.
— Então vai com um homem. — afirmo e passo minha língua pelos
meus lábios ressecados.
— Eu não disse isso. — ela afirma irritada e suspira cutucando suas
unhas.
— Então com quem vai, Marianne? — quando falo seu nome ela aperta
seus olhos fechados e eu respiro fundo me levantando.
— Eu vou com as meninas, Caleb. — seu peito sobe e desce quando ela
abre suas pérolas azuis para mim vendo que estou na sua frente, de joelhos.
— Com elas? — questiono me inclinando e cheirando seu pescoço.
— Sim... — Minha abelha suspira e eu sinto o seu tremor quando passo
meus dedos por sua coluna.
- Você ainda está magoada, baby? – encaro seus olhos e eles se fecham,
não querendo me encarar. – Desculpa baby. Eu não quis te magoar. –sussurro
me inclinando e beijando seu pescoço.
- Só estou... Triste. Mas vai passar, eu juro. – ela finge um sorriso e
respira fundo me encarando. – Tessa pode ir conosco?
— Ela não pode ir com você. — aviso levando tudo de mim para dizer
isso.
Eu sei que minha filha vai ficar triste. Até mesmo Mari está triste quando
olho para seus olhos.

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— Por... Por quê? — sua voz suave me questiona devagar me cortando


com seus olhos afiados.
— Eu...
— Ainda é sobre eu... — ela engole devagar. —dançar com aquele
rapaz? — sua pergunta é tão envergonhada.
Somente ela me faz lembrar disso. Somente. Eu já tinha esquecido.
— Não, Abelha. — balanço a cabeça e me levanto.
— Então por que, Caleb? — ela também se levanta e vai para trás da
cadeira como se eu não percebesse sua tentativa de me manter afastado.
— Minha mãe está se mudando. Tessa não sairá de casa até eu saber para
onde ela está indo. — aviso me aproximando mais de seu corpo.
Mari se distancia de mim indo de encontro à parede e eu a prenso sob
meu peito segurando devagar seus cabelos.
— Você me ouviu, Marianne? — questiono e sua respiração engata
enquanto a seguro pela cintura.
— Eu não entendo. — ela respira fundo e me afasta saindo do meu
domínio.
— Minha mãe é uma vadia e eu não quero que ela encontre Tessa ou a
mim. Eu a odeio e não vou lhe dar brechas para tirar minha filha de mim. —
afirmo pausadamente quando Mari se vira e me olha.
Seus olhos suavizando como nunca vi e eu instantaneamente me sinto
como o menino fraco que eu era enquanto Vanessa fazia o que queria
comigo.
Isso não voltará a acontecer. Nunca.

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Capítulo Quinze
Marianne

alanço a cabeça acenando e me aproximo dele. Seu corpo está tenso e


B seus olhos tão duros e irritados como nunca vi.
— Está tudo bem, baby. — Afirmo séria pegando sua mão.
Parece que ele estava em outro lugar. Caleb volta a me encarar e se aproxima.
— Ela não pode pegar minha filha. Você entende? Eu não posso perder
Tess. Minha mãe é má Mari. Ela é má. — ele repete isso algumas vezes e eu
começo a entrar em pânico.
O que ela fez para ele? Por que ele está assim? Ele parece uma criança
assustada e eu me sinto sufocar olhando para ele.
— Eu entendi querido. Caleb olhe para mim. — peço deixando ele
sentado e me ajoelhando a sua frente.
— Eu não quero que fique triste. Quando Peter encontrar ela eu juro que
levo vocês para a praia. Eu juro. — Ele pisca e suspira como se tivesse
acabado de acordar.
— Okay. Sem problema. — afirmo olhando diretamente em seus olhos
sem nem mesmo saber quem é Peter.
Meu coração se aquece vendo que ele está preocupado com minha
alegria ou tristeza. Eu fui tão estúpida indo dançar e deixando ele mais
irritado, porém ouvir chamar por Annabelle quebrou algo em mim.
Foi algo sem ele perceber, mas mesmo assim doeu. Então passei essas
duas semanas, afastada. Tentando organizar meus sentimentos por Caleb. Eu
sei que gosto dele mais do que eu já gostei de alguém. E eu sei que ele sabe
disso.
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—Obrigada, Abelha. — ele suspira e se inclina para beijar minha boca.


Sento-me em seu colo e me deixo relaxar contra ele. Isso que estamos
fazendo com nós dois é inexplicável. Eu sei que eu não deveria estar com ele.
Eu sei que esses sentimentos irão me ferir mais que qualquer coisa, mas não
estou voltando atrás. Eu quero estar com Caleb. Já tentei me convencer de
que Caleb não é o cara para mim, suas ações para comigo dizem muito disso.
Seu ciúme, sua raiva desmedida e às vezes em que me machuca realmente.
Eu deveria me afastar, mas quem disse que irei? Eu quero ficar ao seu
lado, não quero ficar com mais ninguém.
— Nós podemos ficar aqui então. Ficarmos na piscina, o que acha? —
indico tentando fazer ele se convencer de que a praia não é importante e ele
sorri contra minha boca.
— Sim. Obrigado linda. — ele me puxa para mais perto para tomar
minha boca novamente para si. Sua língua brinca com a minha, mas logo seus
lábios seguem para meu pescoço colo e seios.
Suas mãos trabalham em abrir minha blusa de botões e rapidamente os
primeiros já estão abertos deixando meu sutiã aparente, então ele o segura
puxando meu mamilo duro e vermelho para sua boca quente.
A língua de Caleb se agita sobre minha pele sensível e eu gemo sentindo
minha calcinha encharcar rapidamente. Ele solta o outro seio do sutiã e logo
muda sua atenção para o mesmo. Meus quadris se movimentam por fricção e
logo recebo vendo a mão dele se perder entre minha calcinha apertando meu
clitóris inchado.
Em questão de minutos estou convulsionando em seu colo enquanto ele
continua chupando meu seio. Só que agora é delicadamente.
Suspiro e sorrio quando ele mesmo ajeita minha roupa. Seus olhos verdes
sorriem e ele inclina a cabeça beijando meus lábios devagar, entreabro minha
boca e sua língua suave percorre minha boca chupando e lambendo a costura
dos meus lábios. Quando nos afastamos, ele me levanta do seu colo e me
abraça encostando sua cabeça em meu ombro.
— Tessa vai ficar triste. — ele suspira e se afasta.
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— Sim, eu sei. Mas vou dizer que iremos assistir filmes na sua sala de
cinema até amanhã se for preciso. — eu pisco e ele sorri balançando a
cabeça.
— Você tem isso. — Ele afirma e eu aceno pegando sua mão para
sairmos do escritório.
Quando chegamos à cozinha vejo Tessa balançar seus pezinhos enquanto
está sentada no balcão com Lila a sua frente. Caleb não a demitiu. Eu nem
mesmo queria que fizesse, Tessa gosta dela, ela é acostumada com a presença
dela. Arranjar outra babá não é uma tarefa simples.
— Hey! — Tess grita quando nos vê. — Nós podemos ir papai? — ela
pergunta com expectativa e eu sorrio me aproximando mais e fazendo Lila se
afastar.
— Não amanhã. Nós iremos outro dia... — ela desce seus ombros e olha
para Caleb com o lábio tremendo.
— Por que não deixou papai? — sua voz suave e trêmula me faz sentir
dor no estômago.
— Tess... — Ele começa, mas não termina. — Iremos fazer uma noite de
cinema, eu, você e a Mari. O que acha? — ele muda de assunto a fazendo
fazer careta.
— Eu adorei, mas eu queria ir para a praia. — ela olha para mim e funga
devagar.
— Nós iremos. Porém não amanhã. Eu juro que vamos e o melhor, o
papai também vai com a gente. Não seria muito mais divertido com ele lá? —
questiono pegando sua mão e rindo levemente.
— Sim. — ela acena e solta minha mão para limpar seus olhinhos
molhados.
— Então qual filme iremos ver? — pergunto sorrindo.
— Meu papai também vai assistir conosco? — Tess pergunta e eu me
viro para que Caleb a responda.

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— Sim, baby. Vão subindo que irei pegar alguma comida com Larissa.
— ele avisa e eu aceno pegando Tessa em meus braços.
— Nos vemos lá em cima. — Aviso e beijo seus lábios para depois me
afastar.
Tessa escolhe dois filmes de crianças, Prozem e Marsha e o Urso.
Esperamos seu pai para colocar e depois estamos os três deitados no sofá
cama com Tess em nosso meio vidrada na TV imensa que está na parede.
A sala de cinema é cheia de pufes e sofás pequenos. No centro tem o sofá
cama que estamos e a nossa frente tem uma estante enorme com vários
equipamentos. Caleb disse que são jogos de videogame, sua outra paixão.
Estico a mão para pegar mais pipoca na tigela, mas não há mais nada.
Aperto meus olhos para Caleb e ele dá de ombros com a mão cheia delas.
Guloso.
— Vou pegar mais. — aviso sentando-me e deixando os dois vidrados
nas brincadeiras da Marsha com o Urso.
Quando chego à cozinha vejo Lila encostada no balcão com o celular no
ouvido.
— Sim. — ela responde e se vira me encontrando. Seus olhos se
arregalam e sua boca se abre.
— O que te assustou tanto Lila? — pergunto dando a volta nela e vendo-
a desligar o celular e guardá-lo em seu bolso.
— Nada. Com licença. — ela sai e eu estranho seu nervosismo.
Talvez seja somente coisas da minha cabeça. Balanço-a e me afasto
pegando mais um pacote de pipoca e fazendo rapidamente. Quando volto
para a sala de cinema, vejo Tess dormindo e Caleb com sua total atenção para
o filme.
— Está gostando garotão? — pergunto rindo e ele dá de ombros rindo
levemente.

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— Deite aqui. — ele bate no sofá onde Tessa estava, pois ele a afastou
um pouco para o lado.
— Okay. — ando até ele e me deito de costas para ele e puxo Tess para
meus braços. Os dedos dele se arrastam por meu braço e eu respiro fundo
sentindo meu corpo se arrepiar.
— Por que chamavam você pelo nome da sua irmã, Abelha? — meu
corpo fica tenso ouvindo sua pergunta. Caleb percebe então começa a me
massagear. Eu suspiro e me forço a relaxar.
— Minha mãe me culpou pela morte dela. Ela não queria mais ouvir meu
nome sendo dito por ninguém, então ordenou que todos me chamassem por
Annabelle. — suspiro e limpo uma única lágrima que desce por meu rosto.
— Você só tinha dez anos. Pelo amor de Deus! — ele tenta não gritar por
Tess estar aqui conosco e ainda por cima, estar dormindo.
— Ela disse que meu nome trazia desgraça e tristeza. Eu aceitei isso, pois
eles me fizeram acreditar nisso. Eu sou má, Caleb. Eu causei a morte da
minha irmã...
— Você não é má e muito menos causou a morte dela, baby. — ele
afirma e eu balanço a cabeça negando.
— Eu pedi para meus pais voltarem para pegar Chito, um urso que eu
tinha, então assim que eles fizeram o retorno um carro veio e bateu em cheio
no nosso. Do lado que Anna estava. — eu soluço e levo minha mão para
tampar meus lábios com medo de Tess ouvir.
— Ainda assim, não é culpa sua. Sua mãe é uma idiota por fazer você se
sentir culpada por um acidente. Por que foi isso que aconteceu amor, um
acidente. — ele beija minha testa e eu respiro fundo procurando ar ao ouvi-lo
me chamar de amor.
— Talvez seja. – falo me recuperando. — Eu só quero terminar essa
faculdade, entregar esse diploma para ela e me afastar deles. Eu quero ir
embora para sempre, não deixar rastros. Eu nunca mais voltarei à cidade que
eu morava. Nunca mais. — e isso é uma promessa.

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— Eu entendo bebê. — ele beija minha cabeça e juntos, eu, ele


e nossa filha dormimos abraçados.

Alguns dias depois.


— O que está acontecendo? — pergunto pela milésima vez à Caleb.
Ele está tenso. Não deixa mais Tess sozinha com ninguém. Nem mesmo
Lila ou Larissa. Somente comigo e ele.
— Por favor, Caleb. — peço suspirando.
—Peter não a encontrou. Isso faz dias porra! — ele grita apertando seu
peito e eu suspiro.
— Está tudo bem. Ela está conosco baby. Ela não vai sair de perto da
gente. — tento o convencer. Tess já está perguntando por que de não poder ir
à aula. Caleb não deixa.
— Eu só estou apavorado. Só isso. Desculpe. — ele beija meus cabelos e
me abraça firme.
— O que essa mulher fez a você, amor? — questiono vendo seus olhos
se fecharem e seu corpo se tornar uma pedra de tão rígido.
— Eu... Não... — ele gagueja nervoso e se afasta de mim rapidamente.
— Caleb... — chamo indo me aproximar de novo, mas ele levanta a mão
me mandando parar.
—Onde está Tess? Procure ela e fique com ela, por favor, baby. — sua
voz é fraca e eu luto entre ir e ficar, mas saio do seu escritório quando vejo
que minha presença não vai adiantar.
Encontro Tessa brincando na sala e me aproximo passando por Lila. Essa
está sempre me observando. Acho que quer apanhar mais. Só pode. Já vi

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várias vezes em que ela fica no andar de cima vendo Caleb na piscina. Minha
vontade é de arrancar seus olhos desejosos por meu homem.
Brinco com Tess por algumas horas e logo me levanto mandando Lila
dar banho e colocá-la para almoçar.
— Eu... — me interrompo quando entro na sala de Caleb e o vejo
sentado no chão com os olhos cheios de lágrimas. — Baby? — aproximo-me
e ajoelho em sua frente.
— Ela voltou. — ele repete isso algumas vezes e eu o abraço apertado.
— Quem amor? — questiono sufocada. Ver como ele está vulnerável me
corta ao meio. Consigo sentir sua dor sobre meu coração.
— Minha mãe voltou para Phoenix. — ele afirma passando seus braços
pela minha cintura.
— Agora já sabemos onde ela está. Isso é bom. — tento o fazer relaxar
com minhas palavras.
—Peter acabou de ligar avisando que ela comprou uma casa no centro.
— ele me diz. — Eu odeio me sentir como um menino estúpido. Ela me
deixa assim. Ela é o demônio. — suas palavras e olhos estão carregados de
ódio.
Um ódio tão grande que eu me sento a sua frente para administrar que
Caleb odeia tanto alguém. E esse alguém era para cuidar, ela era para ser a
pessoa que ele mais ama.
— Eu estou aqui. Não se preocupe. Eu não vou deixar Tess sozinha. Ela
não vai pegar nossa filha. Não vai. — prometo olhando em seus olhos.
—Obrigado Mari. — ele beija meus lábios e eu suspiro.
— De nada.
Ficamos um tempo calados apenas ouvindo a respiração um do outro.
Caleb rasteja seus dedos por minha pele e eu me aqueço quando suas mãos
apertam meus quadris firmemente. Seus lábios seguem devagar pelo meu
pescoço e beija meu ombro.
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— Nós vamos para a Praia. Ficaremos uma semana lá. Tenho uma casa
de praia na Califórnia. Vai ser bom para Tess, e ficaremos afastados de tudo.
—Ele sentencia e eu engulo em seco, nervosa. Eu tenho aulas essa semana.
Porém, eu aceito ir para praia com eles.
— Então, estamos indo para Califórnia. — sorrio e tomo seus lábios nos
meus.

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Capítulo Dezesseis

Caleb

oloco o celular em cima da mesa e sorrio quando vislumbro Mari na


C porta de braços cruzados. Seus seios estão prensados entre os mesmos e
eu devoro suas pernas torneadas com os olhos.
— Nem pense. — avisa em tom calmo começando a andar até mim.
— O quê!? — questiono sorrindo de lado.
— Você não me engana Caleb Lewis. — eu sorrio balançando a cabeça e
a deixo se aproximar mais para que eu possa pegá-la em meus braços.
— Entendo. — respiro fundo e agindo rápido pego sua cintura e a trago
para o meio das minhas pernas. — Onde está Tessa? — passo meus dedos
pelo cós da sua calça jeans preta e vejo os pequenos pelos se arrepiarem.
— Está nos esperando. — ela suspira e tenta se afastar, porém a impeço
segurando sua bunda. — Caleb, por favor. — sua voz sai entrecortada
enquanto eu beijo sua barriga lisa.
Minha calça se aperta contra meu cumprimento e eu aproximo Marianne
para minha boca. A pele dela é macia e tem gosto de... Bem, de nada, mas é
igualmente bom. Deixo minha língua brincar entrando em seu umbigo e
seguro suas pernas quando ela quase desfalece.
— Hoje você vai me alimentar, Abelha. Eu juro. — sussurro devagar
enquanto me levanto e a deixo se firmar no chão.
— Você... — ela se cala e rapidamente suas bochechas e colo queimam.
— Vamos embora. — ela me puxa pela mão e eu aceno a seguindo.
A viagem até Califórnia foi calma. Marianne achou melhor Lila não vir,
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eu entendi seu desconforto e aceitei, mas desconfio de que teria sido melhor
com ela por aqui. Eu não sei.
Peter me ligou dizendo que Vanessa está morando no bairro vizinho ao
meu, se separou do marido imprestável e veio embora. Eu não gosto disso,
sinto como se eu tivesse que redobrar os cuidados para com Tessa. Como se,
de algum modo, eu tenha que mostrar para alguém que eu sei cuidar dela.
Que eu posso cuidar da minha filha, porém eu não preciso mostrar nada disso
para ninguém. Tessa sabe que a amo e nada é mais importante que ela.
Eu sou um bom pai. Eu sei.
—Onde posso colocar Loren? — Tessa pergunta segurando uma boneca
de pano nas cores vermelha e creme.
— No seu quarto baby. — respondo dando de ombros.
Aonde ela quer colocar?
— É, amor. — escuto a voz da Mari e ela se abaixa ficando a altura da
minha filha. — Vamos fazer uma cama muito linda para ela e podemos fazê-
la dormir contando historinhas, o que acha? — os olhos de Tessa brilham e
ela começa a pular dizendo que sim.
— Okay. — Mari beija o rosto dela e se afasta levantando e vindo até
mim. Pisco para minha filha enquanto ela vai em direção ao jardim com a
moça que cuida da casa quando não estamos aqui.
Daqui posso ver o que está fazendo e com quem conversa. É melhor
assim. Tenho que manter meus olhos em Tessa.
— Vou vestir seu biquíni e descemos para ir até a praia. Tudo bem? —
os olhos azuis de Mari estão brilhantes e sua pele já um pouco vermelha
quando trago minha atenção para ela.
Ela está a cada dia mais bonita, não sei se são os vários momentos que
estamos passando juntos que estão me fazendo gostar mais ainda de sua
companhia, mas eu percebo sua presença antes de todos. Eu estou viciado
nela.
E eu espero que ela esteja em mim.
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— Tudo bem. Estarei falando com Saint. Ele deve chegar por aqui em
breve. — Aviso me abaixando e a levantando pela cintura para deixar um
beijo casto em seus lábios vermelhos.
— Alisha disse que viria também. — ela sorri alegre e eu beijo sua testa
acenando.
— Eles estão firmes. — admito estranhando o fato de Saint ter se
apegado à Alisha tão rapidamente. — Foi repentino, mas parece estar fazendo
bem a ele. — afirmo dando de ombros.
— Sim. Ali gosta dele realmente. Ela está apaixonada. — Mari sorri e eu
noto uma pequena hesitação em seus olhos.
— Quem? Ela ou você? — inclino-me sentindo seu cheiro e beijo o
lóbulo da sua orelha.
— Se eu disser que são as duas? O que você faria? — Sua voz sai tão
dura que eu me afasto para poder olhar em seu rosto.
— Eu iria ficar assustado, mas malditamente satisfeito. — respondo
honestamente e deixo um beijo em seus lábios. — Vá pegar Tessa. — peço e
saio a deixando lá no centro da sala.

— Só mais um pouco... — Marianne pede enquanto Tess bate seus pés


no chão.
— Acabou? — minha filha pergunta e eu sorrio me virando para que
Mari não veja.
Ela está tentando passar protetor solar em Tess, mas a pequena está
eufórica querendo ir para o mar.
— Prontinho. Vamos lá. — elas se levantam e eu volto a me aproximar.
— Pronto? — pergunto a Tess e ela acena sorrindo. A coloco nos braços
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e pego a mão da Mari enquanto andamos para a praia.


Deixo Tess fazendo um castelo e volto para a sombra onde Marianne está
sentada. Suas pernas bonitas estão esticadas e nuas.
Seu biquíni é um vermelho que acentua sua pele branca e seus cabelos
loiros. Sento-me em cima de seus quadris com cuidado para não colocar peso
sobre ela.
— Caleb! — ela chia fingindo irritação e eu me inclino capturando seu
lábio inferior.
— Você está tão gostosa nesse biquíni, baby. — rosno em seu ouvido e
me afasto somente um pouco para olhar seus olhos azuis brilhantes se
expandirem.
— Caleb... — a calo colando meus lábios nos dela novamente.
Suas mãos apertam meus braços enquanto as minhas seguram sua cintura
fina. Seu gemido ecoa em meio ao silêncio e eu rosno querendo arrancar esse
biquíni dela.
— Tenha santa paciência! Parem com isso e prestem atenção na filha de
vocês! — afasto-me quando escuto a voz de Saint.
Ele está rindo enquanto Alisha corre para brincar com Tess. Já percebi
que ela gosta da minha filha. Eu agradeço por isso.
— Cala a boca Saint. — mando e inclino-me para Mari novamente, mas
paro ao ver seus olhos estão cheios de lágrimas. — O que aconteceu bebê? —
pergunto confuso.
— Saint... — ela tampa a boca com a mão e eu olho para meu amigo em
busca de respostas.
— Eu não fiz nada, Mari. — ele balança a cabeça para mim e eu volto
minha atenção para minha Abelha.
— Ele disse que Tess é nossa filha. — ela afirma se sentando depois que
saio de cima dela.

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— Sim... — ele acena confirmando e ela limpa suas lágrimas com um


sorriso enorme.
— Ela é nossa, baby. — digo suspirando enquanto ela continua sorrindo.
— Você... Acha mesmo? — ela pergunta e eu rio.
— Lógico. Você mesma disse para ela que era sua mamãe. — dou de
ombros e beijo sua testa.
— Sim, é verdade. — ela ri e me abraça encostando sua cabeça em meu
peito. —Obrigada por isso. Por ela.
— Não agradeça. — acaricio seus cabelos e deixo outro beijo em sua
testa.
Depois disso Mari corre até onde Alisha e Tess estão deixando eu e Saint
sozinhos.
— Como estão os preparativos para voltar ao campo? — Saint pergunta
se jogando na cadeira ao lado.
— Ainda está longe. Não quero pensar nisso agora, tenho que manter o
olho em Vanessa e Tess. — escuto meu amigo suspirar e sei da sua
preocupação. Saint pensa que sou paranoico com isso, mas não. Eu só estou
prevendo merda e com certeza não vou deixar que caia em mim e minha
filha.
— Caleb, você não acha que se ela quisesse pegar Tess, ela já não teria
tentado? Por favor, é questão de lógica...
— Com ela não tem lógica, Saint. Ela é fria e calculista, nesse momento
ela deve estar achando que esses são os meus pensamentos. Que vou estar
desguardado e ela vai poder dá o bote e me pegar desprevenido. É assim que
ela pensa. — afirmo sério sabendo que tudo que falei é verdade. Ela é uma
pequena traidora. Sórdida e nojenta.
— Okay irmão. — ele levanta as mãos se rendendo e eu respiro fundo
virando a cabeça para ver Tess e Mari brincando enquanto Alisha está
sentada.

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Mari corre pela praia e minha pequena corre atrás dela. Em meu peito um
sentimento de paz e tranquilidade se fazem presente. Eu, por um momento,
permaneço sem saber o que esses sentimentos representam, passei tanto
tempo vivendo na angustia. No medo.
Essa paz é merecida. Eu nunca a possuí e agora que a tenho não a
deixarei partir. Nunca.
— Elas se dão bem. — Saint fala olhando para elas.
— Sim. — afirmo. — Tess está indo bem na escola novamente. — aviso
e o vejo sorrir.
Depois que Tess ficou mais grandinha ela passou a entender o que era ter
uma mãe, foi difícil para ela às brincadeiras dos colegas na escola e
consequentemente seu desempenho caiu. Porém tudo melhorou nesse último
mês. Mari está mais presente e todos os dias em que ela dorme comigo leva
Tess a escola e depois vai para a faculdade.
Está sendo cansativo para ela, mas eu não vou pedir para que ela fique no
Campus, longe de nós. Claro, tem noites que ela fica lá e faz ligação pelo
FaceTime para colocar Tess para dormir. Nessas noites me pego rolando na
cama, sentindo sua falta. É uma loucura, nunca, nenhuma mulher fez isso
comigo.
Mas Marianne Reed me enfeitiçou e eu estou viciado, dependente de sua
presença. Tanto na minha casa, ao lado da nossa filha, quanto na minha cama
comigo em cima dela. Meu calção de banho fica pequeno quando penso que
mais tarde a terei só para mim.
— Vamos comer? — acordo dos meus pensamentos com Mari na minha
frente segurando a mão de Tess. — Ela está com fome. — Mari explica e eu
aceno me levantando.
— Eu também estou. — aponto para meu calção e ela abre a boca
olhando para os lados enquanto suas bochechas pegam fogo.
— Deus, pare já! — ela rosna balançando a cabeça e eu sorrio pegando
Tess no braço.

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— Vamos comer então papai. — ela me dá a solução e eu rio da cara de


horror da Marianne.
— Comida. Vamos comer comida. — ela pega sua bolsa grande da
cadeira de praia e sai na frente rebolando sua bunda perfeita na minha frente.
Rindo eu e Tess a acompanhamos. Alisha e Saint foram nadar, segundo
Mari, já que eu não vi quando ele saiu, então não vamos esperar por eles.
Comemos em silêncio enquanto Tess conta como foi seu dia ontem na
escola. Depois de assistir um filme que Tess queria muito, estou a levando até
seu quarto, adormecida. Mari ficou na cozinha fazendo algo e eu subi a
avisando para subir logo em seguida.
Tomo banho rapidamente e saio indo até meu escritório ver se tenho
algum e-mail, mas para minha sorte não tem nenhum. Relaxo contra a cadeira
confortável e sorrio quando Mari entra no cômodo com uma camisola bonita.
— Venha até aqui. — mando me sentando mais confortavelmente.
Seu peito sobe e desce constante e eu sei que ela já sabe o que vai
acontecer. Suas bochechas estão coradas de um jeito único, só dela e eu me
pego querendo colocá-la em meus braços e a foder duro. Porém, não posso.
Marianne não é para ser usada assim, ela merece lento e carinhoso.
Seguro sua cintura quando ela está na minha frente e com a outra mão
afasto as coisas que estavam em cima da mesa. Depois de sentada na mesa eu
a faço se deitar e se abrir para mim. Sua calcinha fina está molhada e eu
suspiro me inclinando para beijá-la.
Tiro sua calcinha devagar pelas pernas e rosno ao ver o quanto está
molhada para mim. Sim, só para mim. Deixo suas pernas bem abertas e ataco
sua intimidade com fome. Deslizo minha língua pelas suas dobras quentes e
mergulho no mel da minha pequena abelha. Depois de gozar em minha boca,
eu a levanto e a faço se inclinar na mesa, então a penetro devagar.
— Caleb... — ela geme segurando a mesa e rebola em mim quando
permaneço parado por um momento.
Bato nela agora rápido e forte e vejo sua bunda bonita ficar empinada
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com Marianne querendo mais contato.


E eu lhe dou. Tudo.

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Capítulo Dezessete

Marianne

cordo com raios de sol banhando o quarto e gemo sentindo preguiça de


A levantar. Sinto Caleb nas minhas costas e sorrio lembrando-me de
ontem. Fizemos amor durante quase toda a noite. Amor? Foi isso mesmo
que falei? Eu não sei para ele, mas para mim foi amor. E continuará
sendo por que eu estou apaixonada por ele.
Não me imagino terminando tudo e seguindo minha vida normalmente.
Eu não. Talvez para Caleb seja mais fácil, mas para mim seria uma queda
grande sem opção para não sofrer. Eu iria cair dando de cara no chão.
Suspiro e me viro devagar para olhar para ele. Seu peito está coberto por
uma camisa e eu me pergunto o que tanto esconde de mim por debaixo das
roupas. Ontem quando estávamos na praia ele estava vestido, nenhuma vez
sequer retirou a blusa, até mesmo entrou no mar com ela.
Deslizo minha mão pelo seu peito e penso em levantar sua camiseta para
ver o que ele esconde, mas quando pego a aba dela decidindo por tentar ver
algo, ele desperta amassando meu punho entre seus dedos.
— Caleb... — gemo tentando puxar meu braço, mas ele aperta mais
fazendo lágrimas se construírem em meus olhos.
— Porra! — ele grita soltando meu pulso e se levanta rapidamente.
Arregalo meus olhos o vendo respirar rápido e constante. Seu peito largo
desce e sobe depressa e eu me sinto mal por isso.
— Meu Deus! — falo absorta olhando dele para meu braço. O que ele
tem de errado?
— Não faça isso, Marianne. Não faça! — seu grito verbera irritado
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chamando minha atenção e eu limpo a lágrima que desceu pelo meu rosto.
— Desculpe. Caleb, por favor, me desculpe. — peço levantando e
seguindo até ele.
— Eu... — ele engole seco fechando os olhos e suspira trazendo seu
olhar para meu pulso. — Baby...
— Não. Está tudo bem. — aceno tentando amenizar e suspiro quando ele
se aproxima mais, ficando na minha frente.
Ele levanta a mão e eu me retraio pensando que vá me machucar, mas
quando vejo o seu rosto cheio de dor eu tento relaxar. Foi sem querer Mari.
Ele não fez por querer, você o assustou. Penso comigo mesma e engulo em
seco.
— Não tenha medo de mim. — sua voz sai tão envergonhada e cheia de
temor que me vejo tentando acalmá-lo acenando. — Me perdoe. Eu não vou
te machucar de novo. Eu juro. — Caleb pega minhas mãos e devagar me
abraça.
Encostando a cabeça em seu peito me deixo respirar aliviada. Meu
coração parece um pedaço de papel amassado cheio de rasuras. Por ele. Pela
dor que emana de seu peito nesse momento.
— Não se preocupe. — sorrio tentando tranquilizá-lo.
— Lógico que me preocupo, Mari. Eu te machuquei de novo. — Ele se
afasta balançando a cabeça e eu tento em vão alcançá-lo novamente. Trazer
ele para meus braços.
— Caleb, por favor, eu só não entendo... O que está me escondendo? Me
fala. Talvez eu possa...
— Não. Pare. Eu não vou falar nada, eu não vou mostrar nada. Pare já
com essa merda Marianne. — seu grito frustrado me deixa saber que ele está
falando sério.
Ele nunca vai me falar isso. Nunca. Tristeza corre pelas minhas veias
quando essa realidade me bate. É isso aí.

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— Então o que estamos fazendo aqui? — questiono mesmo não


querendo brigar com ele.
— Como assim? — sua pergunta me faz estremecer me odiando por falar
isso.
— Eu só quero entender. O que estamos fazendo juntos? Eu não sei nada
de você. Eu durmo a noite na sua cama e mesmo assim você não me fala o
que te atormenta tanto. — respiro fundo tentando não chorar.
Estou cansada de chorar. Isso não me leva a nada a não ser para um rosto
inchado e vermelho. Literalmente.
— Nós gostamos um do outro e temos nossa filha. É isso. Pare de me
pressionar Mari. Se não falo algo é por que não é importante para nós. —
balanço a cabeça sem acreditar no que está falando.
— Não é importante Caleb? Eu durmo com você... Nós passamos mais
tempo juntos do que separados. Você deveria me contar... Eu te contei tudo
sobre mim. — mordo meu lábio quando vejo que essa briga não vai nos levar
a lugar algum.
Caleb não vai me dizer nada. Nunca.
— Mari...
— Esquece. — aceno entendendo e me viro indo para o banheiro. — Eu
desço daqui a pouco, por favor, veja se Tess já acordou. — e então eu fecho a
porta o deixando lá, parado e sozinho.
Deslizo por ela e me sento no chão do banheiro impecável. Descanso
minha cabeça na porta e suspiro tentando aliviar essa tensão que nossa
discussão fez a mim. Eu preciso esquecer isso, mas é tão difícil. Tão difícil
quando vejo que isso o faz mal.

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Deixando isso de lado tiro minhas roupas e deixo a água levar minha
frustração e tristeza.

Passamos dois dias na praia. Depois da nossa discussão eu e Caleb


passamos o resto do dia sem nos falarmos muito, mas a noite tudo voltou ao
normal.
Eu agradeci por isso.
Acordo procurando meu celular que toca insistentemente e gemo quando
vejo o nome da minha mãe na tela. Tenho vontade de não atender, mas já faz
mais de uma semana que não falo com ela, não quero que ela colecione seus
questionamentos e incômodos. Então mesmo não querendo, eu atendo.
— Alô. — sento-me na cama e puxo meu edredom cobrindo meu peito.
— Até que enfim atendeu esse celular. — ela reclama com raiva e eu
suspiro. — Te liguei diversas vezes no final de semana Annabelle, o que
estava fazendo? — aperto meus olhos tentando dissipar o sufoco que meu
coração recebe ao ouvir o nome de Belle.
Eu não sou Annabelle. Eu não sou Annabelle.
— Eu estou falando com você Annabelle! — ela grita chamando minha
atenção.
—Eu...Estou aqui. — sussurro me sentindo diminuir a cada segundo que
passa com ela no telefone.
— Responda minha pergunta. Onde esteve? — Eu grunho ouvindo sua
voz estrangulada.
— Eu fui à praia e meu celular ficou no Campus. Desculpe. — peço
lembrando-me de Caleb e Tess.
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Passar esse tempo com eles dois foi ótimo para mim. Pela primeira vez,
depois de algum tempo, eu me senti encaixada em um lugar. Senti pertencer
àquela família. A minha família.
— Praia... — ela começa, porém, para e parece estar pensando em algo.
— Espero que suas novas amizades não estejam lhe deixando dispersa.
Bastou uma nota baixa, espero que a recupere em breve. — avisa amena, mas
sei que nesse momento quer me atacar com insultos.
— Eu irei... — respiro fundo e pressiono minha testa tentando aliviar a
dorzinha chata que quer começar. — Agora preciso desligar. Vou me arrumar
para as aulas. — aviso e sorrio quando vejo que Lauren acorda e levanta
sentando ao meu lado.
— Cuide dos estudos. Tchau. — e desliga.
Pressiono meu rosto na almofada e grito frustrada. Eu a odeio tanto. Eu
deveria amar ela, eu deveria gostar dela antes de todos, porém isso não
acontece em meu coração.
Eu só tenho sentimentos ruins por ela.
— Sua mãe? — Lauren pergunta acariciando meus cabelos loiros.
— Sim... Mas não quero falar dela. — Ela acena e eu me deito colocando
minha cabeça em seu colo.
— Como foi o fim de semana? Alisha e você estão tão lindas com esse
bronzeado. Queria ter ido também. — ela faz um beicinho e eu rio dela.
— Vocês iam à praia semana passada. — lembro-a e ela bufa.
— Tara não quis ir sem você e Alisha. — seus olhos dão voltas e eu bato
em sua coxa.
— E Kane? Você já jogou a urina que está guardando nele? — pergunto
rindo levemente.
— Ainda não. Ele veio aqui algumas vezes, mas eu sempre me esqueço
do balde. — nós rimos até lágrimas caírem dos meus olhos.

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Arrumo-me rapidamente e saio com Lauren para encontrar Tara e Alisha


no refeitório do Campus.
— Tara avisa que nos matriculou nas aulas de ioga, explicando que
precisamos liberar a tensão sexual que está sob nossas costas. — fala fazendo
uma careta.
— Tensão sexual? Na ioga? — Lauren ri balançando a cabeça enquanto
eu bebo meu suco.
— Alisha e Mari não estão com tensão nenhuma. Só o que andam
fazendo ultimamente é trepar. — quase cuspo meu suco em cima de Alisha
quando Tara afirma isso.
— Tara! — Alisha cobre seu rosto vermelho e geme envergonhada.
— Não mintam! Por favor, aqueles dois homens são... — ela percorre
seus lábios com a língua e eu reviro os olhos. — Tão gostosos...
— Pare de chamar meu namorado assim! — Ali murmura e eu rio de seu
rosto irritado.
— Porém Caleb Lewis é uma coisa quente. Amiga, vamos dividir aquele
homem, o que acha? — Ela sorri maliciosa e eu a fulmino.
— Não acredito que está falando sério! — afirmo ficando de pé.
— Calma menina ciumenta. — elas riem de mim e eu suspiro voltando a
me sentar. — Estou brincando sua chata. — ela me mostra língua e eu lhe
devolvo com o dedo do meio.
— Voltando ao assunto da ioga. Precisamos ir até em casa pegar roupas e
voltar. — Lauren avisa.
Então nós fomos até nosso prédio e voltamos logo em seguida com
legging e camisetas. Sento-me na parte mais afastada e as meninas na minha
frente tentando calar a boca, pois a professora já mandou nos calarmos.
— Podemos ir? — gemo quando sinto alguém cutucar minhas costelas.
— Você não é a Marianne? — uma voz rouca pergunta e eu fico tensa me
levantando rapidamente.
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Eu dormi na aula de ioga.


Não acredito!
Procuro as meninas pela sala, mas elas estão sentadas longe de mim,
fazendo dupla com outras pessoas. Minhas bochechas coram e eu suspiro
envergonhada. Talvez eu só tenha cochilado. Não sei... Volto à atenção para
quem me acordou e sorrio devagar para um cara loiro.
— Oi.
— Você é minha dupla. Hum... Podemos? — sua voz é suave e eu aceno
sentando direito.
— Desculpe acho que cochilei. — ele ri e balança a cabeça se sentando
ao meu lado.
— Sem problema.
— Não entendo... Porque de duplas? Ioga é apenas sentar e fechar os
olhos, não? — questiono confusa e olho para minhas amigas as vendo
respirando fundo e se concentrando na própria respiração.
— Eu também não sei. É minha primeira aula... Só feche os olhos e
respire, mas não durma. Por favor. — eu rio acenando e fecho meus olhos
começando o que é para fazer.
Humm, nada.
Eu não sei se essa professora é uma preguiçosa e não quer ensinar ou ela
também não sabe o que é ioga. Passamos mais dez minutos respirando fundo
e sentados. Abro meu olho para procurar a professora e a encontro dormindo.
Sim! Seu corpo fino está dobrado e ela está quase babando.
— Eu acho que alguém deveria acordar ela. — murmuro para o loiro e
ele sorri quando abre os olhos e vê a professora dormindo.
— Vamos embora. — ele levanta-se e me dá a mão para que eu possa me
levantar.
Olho para minhas amigas e as vejo se levantando também. Volto a olhar

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para a professora e me pergunto se todos sairão e a deixaram aqui, dormindo.


Mas relaxo quando uma mulher vai até ela e a acorda. Ela limpa sua babá e
engole seco vendo todos nós a olharmos.
— Desculpem! Estou com dois bebês em casa. Preciso dormir por uma
semana. — ela grunhe e eu sorrio a entendendo.
Não que eu tenha dois bebês em casa, mas Tess suga a vida de mim
quando estamos juntas.
Saímos juntos e encontro as meninas já na porta.
— Primeira e última vez. Foda-se a tensão sexual, isso não fez nada para
mim, a não ser deixar minha bunda dormente. — Tara reclama e eu rio
baixinho.
— Hey! Quem é seu amigo Mari? — viro-me lembrando do loiro e sorrio
o vendo parado olhando para nós.
— Eu não sei... Qual o seu nome mesmo? — questiono segurando minha
bolsa no ombro.
— James. Prazer, Marianne. — eu suspiro e aceno.
É bom ter alguém lhe conhecendo por Marianne. Nada mais.
— Prazer James. Essas são minhas amigas, Alisha, Tara e Lauren — ele
as cumprimenta sorrindo e juntos caminhamos até a saída do Campus,
entrando para os prédios, onde ficam nossos dormitórios.
Em nossa conversa James deixou escapar que mora no mesmo complexo
que nós.
— Mari... — me viro encontrando James e sorrio vendo que ele vai em
direção ao outro prédio.
— Ei. Até mais. — levanto a mão para dar tchau, mas me assusto quando
ele beija minha bochecha.
— Até mais. — James dá de ombros sorrindo e eu engulo em seco
acenando.

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— Não vá tão longe. — meu corpo fica tenso quando escuto a voz de
Caleb.
Fria e dura.
Não pode ser.

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Capítulo Dezoito

Caleb

spere um momento. Papai vai buscar Mari. — aviso e ela acena


E mostrando seus dentes sujos de chocolate.
Saio do carro e deixo sua porta aberta para que se sinta à vontade, então
ando a passos duros até onde Marianne está com suas amigas e um cara.
Minha coluna retesa quando o vejo se inclinar. Que porra é essa?
Sorte dele que seus lábios vão para a bochecha dela, ou não tanta assim.
Foda-se quem ele pensa que é?
— Não vá tão longe. — rosno me aproximando mais quando ele se vira e
mostra estar indo embora.
Vejo Marianne ficar tensa e tenho vontade de perguntá-la o porquê de
estar nervosa. Ela estava fazendo algo errado? Parece.
— Caleb... — ela começa e eu passo por ela indo até seu amigo.
— Não posso ficar muito tempo, então vou ser direto. Não se aproxime
dela novamente. Se eu ver você aproximando a porra da sua boca para perto
da pele dela eu vou quebrar algum osso seu. Você me ouviu? — pergunto
cauteloso vendo seus olhos crescerem me reconhecendo.
— Lewis. Não é o que está pensando. Mari só...
— Marianne. — rosno baixo e ele acena dando um passo para trás.
— Caleb. Pare. — Mari entra entre nós e empurra meu peito.
— Eu espero que não seja o que estou pensando. — aceno olhando

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diretamente para seus olhos e pego a mão da Mari andando até meu carro.
— Você quer mijar ao meu redor, Caleb? — Ela pergunta furiosa e para
ao ver Tess sentada no banco de trás. Seus olhos azuis crescem e suas
bochechas coram enquanto engole seco.
— Por que papai tem que fazer xixi em você Mari? —a pergunta da
minha filha me faria rir se eu não estivesse tão irritado.
— Por que seu pai pensa ser meu dono, amor. — ela diz com a voz
suave, pegando a mão de Tess, mas sei que está tão irritada quanto eu.
— Seu dono? Ele é seu namorado, não é dono. — nossa filha explica
com o cenho franzido.
—Obrigada por explicar isso para ele. — ela se inclina e beija a testa da
nossa filha suspirando.
Marianne se volta para frente e prende seu cinto vendo que já saímos do
Campus da sua faculdade. Foda-se ela não vai ficar lá.
Quando entramos em casa vou direto para meu escritório e tento me
acalmar. Marianne não fez nada. O que diabos há de errado comigo? Quem
era aquele cara? Não importa.
Marianne não merece esse meu temperamento. Eu só estou cansado
dessa merda. Peter avisou que Vanessa está vendo um advogado. Minhas
suspeitas dizem que ela vai entrar na justiça por Tessa, estou tão louco.
Acabei jogando minha irritação e frustração nela. Eu tenho que acalmar
essa inquietação e me desculpar.
Depois de alguns minutos vou para a cozinha a sua procura, mas não a
encontro, só estão na cozinha Larissa e Lila, então subo as escadas. Encontro-
a saindo do banho e pronta para pegar uma de suas roupas que estão aqui em
casa.
— Mari. — chamo e me aproximo a vendo subir seu muro de proteção.
Eu me odeio tanto pelas vezes que eu a machuco. Pelo meu descontrole
idiota. Eu tenho que voltar para a terapia.
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Eu tenho que falar sobre isso com a Mari. Ela tem que saber que não é
uma opção minha quando eu explodo. TEI é uma doença, eu cuidei dela por
um tempo, mas com os jogos acabei deixando isso de lado. Foi um erro.
Agora eu sei.
Ela se vira para mim e suspira cruzando os braços.
— O que Caleb? — seus olhos estão afiados e eu sei que mais uma vez
estaremos brigando.
— Me desculpe pelo modo como agi. Foi impulsivo e idiota, mas eu... —
engulo em seco criando coragem. — Eu quero falar com você sobre isso há
um tempo. — sento-me na nossa cama e suspiro cruzando as mãos.
— Falar o quê? — sua voz questiona firme enquanto se veste
rapidamente. Eu desvio meus olhos do seu corpo e espero até que ela esteja
vestida.
— Eu sou doente. — murmuro sentindo meus músculos repuxarem.
— Co-como assim do-doente? — Marianne se aproxima e se senta à
minha frente juntando as pernas.
— Eu tenho TEI... — sua testa se junta e eu sei que ela não faz ideia do
que isso significa. — Eu tenho Transtorno Explosivo, eu não sei controlar
minha raiva. — estico minha mão e acaricio seu rosto. — É por isso que às
vezes te machuco que às vezes explodo com outros caras ao seu redor. Eu...
— esfrego meu rosto tentando me concentrar.
— Caleb... Por que não me disse antes? — sua pergunta é suave como se
só estivesse confusa. Nada mais que isso.
— Eu... Não sei. — meus ombros caem e eu a olho. — Eu parei de ir à
terapia depois que os jogos ficaram mais próximos um do outro, porém eu
vou voltar Mari. Eu juro que vou. — aperto sua mão clara entre as minhas
escuras e beijo seu dorso.
— Eu... — sua boca se fecha e ela fica calada por um tempo. — Eu quero
ir com você para a terapia na próxima vez. Pode ser? — eu suspiro aliviado e
aceno.
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— Lógico. Sem problema. — ela se inclina e devagar beija meu rosto.


— Eu não estou assustada. Eu só quero que esqueça às vezes em que me
machucou. Eu sei que você não fez por querer. — ela sussurra enquanto seus
dedos acariciam a pele do meu braço.
—Obrigado baby.
Abraço seu corpo e ficamos calados por algum tempo, até Tess nos
chamar para brincar na sala de jogos.

Dois meses depois


Suspiro e procuro Mari pelos torcedores na arquibancada do setor VIP e
a encontro acenando para mim. Pisco para ela e relaxo fazendo contagens
como meu terapeuta sempre manda. Eu voltei a fazer terapia e Mari sempre
me acompanha. Ela está me fazendo melhor. Muito melhor.
Sorrio para Dom na arquibancada mais à frente das meninas e ele acena
me encorajando. Eu sei o quanto estar aqui está sendo doloroso para ele, mas
ele veio. Ele passou por cima dessa insegurança e veio nos prestigiar.
Seus olhos estão contentes, mas por dentro sei que está derrotado. Deixar
Kayla foi, sem dúvida, mil vezes mais doloroso para ele do que não estar
jogando. Porém eu sei que eles voltarão. É questão de tempo.

Estaciono fora da minha casa e abro a porta para que Mari desça. Meus
músculos estão me matando e orando para que eu me jogue na
hidromassagem ou na cama mesmo.
— Desculpe novamente. — peço entrando em casa e procurando Tess.
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— Eu já desculpei. — ela afirma, mas sei que ainda está irritada pela
cena que fiz quando Steve a empurrou. Foda-se.
—Onde está Tess? — pergunto entrando na cozinha e vendo Larissa
cozinhando.
— Saiu com Lila. Ela disse que iriam até o parque. — ela responde ainda
olhando para sua panela.
— Vocês estão loucas? Surdas talvez? — grito furioso. — Eu disse que
ela não sai daqui senão for comigo ou com a Marianne. Ligue agora para ela.
Mande-a vir embora. — aperto meus pulsos vendo as veias dos meus braços
saltarem.
— O-kk. Senhor Lewis. — sua voz sai amedrontada e eu suspiro quando
Mari passa por mim indo até ela.
— Desculpe Larissa. Porém Caleb avisou a todos que Tess não pode sair
sem nós. O que aconteceu? — de longe se nota que ela sabe falar com os
funcionários melhor que eu.
— Eu vou atrás dela. — aviso e saio da cozinha indo para o
estacionamento.
Assim que abro a porta do carro vejo Lila caminhar com Tess até a nossa
casa.
— Tess. — chamo voltando a fechar a porta.
— Papai! — ela pula em meus braços e eu sorrio beijando seu rosto.
— A Mari está aí. Vá dar olá. — peço e a deixo descer e observo ela ir
para dentro. Volto minha atenção para Lila e me aproximo em passos largos.
— Eu dei uma ordem Lila. Tessa não sai dessa casa sem mim ou a mãe
dela. Será que você não entendeu? — seus olhos se arregalam medrosos e eu
tento me acalmar.
Ela deve estar pensando que a matarei. Foda-se eu quero, mas não sou
um porra louco.

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— Desculpe Caleb. É que ela pediu muito. Na verdade, ela queria ter ido
ao jogo com vocês, mas você não a levou, então eu só quis dar a ela um
pouco de alegria.
— Eu não levei porque não é um lugar seguro e o que diabos você tem a
ver com isso? Tess é minha filha e quando digo que ela deve ficar em casa,
ela deve e acabou. Você me entendeu? — ela acena com a cabeça
repetidamente e eu entro em casa procurando Mari e Tess.
— Hey! — escuto a voz de Mari e caminho até ela. Beijo seus cabelos e
pego Tess dos seus braços.
— Como foi no passeio? — pergunto cauteloso.
Nesses dois meses descobri que minha mãe não estava querendo tirar
Tess de mim, pelo menos por enquanto, Vanessa contratou um advogado para
se divorciar do marido. Não sei o que ela planeja, mas eu não quero ser
surpreendido por ela.
Nunca.
— Eu brinquei no escorrega e Lila me comprou um sorvete. — seu
sorriso faz a tensão em meu corpo relaxar.
— Foi mesmo? — pergunto e juntos, nos três subimos para nosso quarto.
À noite Marianne me obrigou a vir deixá-la no Campus. Foda-se não sei
o que diabos ela ainda quer ver aqui.
— Essa é minha casa Caleb. Eu moro aqui. Você já deveria ter se
acostumado. — seu murmúrio de descontentamento é calmo.
— Pegue suas coisas. Venha morar comigo. — peço de uma vez vendo
seu rosto ficar branco.
— Caleb...
— Diga sim, baby. Eu quero você em minha casa. Eu gosto de você. Isso
é o mais importante. — interrompo-a e ela sorri.
— Eu também gosto de você, mas isso não acontece assim. Eu ainda

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estou na faculdade. Não tenho um emprego e além do mais temos Tessa.


Como vamos explicar isso a ela...
— Tessa te ama. Ela vai adorar. — suspiro tentando a convencer.
— Eu sei. Porém, ainda é cedo. Temos três meses de convivência, isso é
pouco. Precisamos nos conhecer mais. — ela afirma e eu vejo quando seus
olhos seguem para meu peito.
Minha coluna fica rígida e eu desvio o olhar dela. Merda. Isso não. Ela
nunca vai ver o que tenho por debaixo dessa blusa. Nunca.
— Vamos devagar. — Ela se inclina e captura meus lábios. Beijo sua
boca com desejo, mas logo nos afastamos para podermos entrar em seu
prédio.
Quando a porta do seu quarto se abre eu acabo tropeçando em suas costas
e vejo que ela parou na porta sem conseguir se mexer. Que merda é essa?
— Marianne... O que foi? — questiono e levanto a cabeça encontrando
uma senhora loira.
Seus olhos são azuis como os de minha Abelha e seus cabelos são loiros
idênticos aos dela também, com nem mais uma segundo eu sei que ela é a
mãe da minha mulher.
A que a fez sofrer como ninguém foi capaz.
— Annabelle. O que está acontecendo aqui? — sua voz é uma pasta fria
e arrogante e eu me encho de raiva a ouvindo chamar Mari pelo nome da
irmã morta.
— Mãe... — e pela primeira vez eu posso presenciar o efeito que essa
mulher tem na vida de Marianne. Da minha Mari.
Seu rosto parece perder a cor e seus ombros caem como uma forma de
rendimento. Seus olhos antes azuis brilhantes agora estão mortos e sem brilho
algum.
— Seu nome é Marianne. — rosno entrando entre a mulher arrogante e
Mari.
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— Annabelle Reed se livre desse homem! — ela manda revirando os


olhos e olhando para as paredes do quarto.
— Eu... Eu... — olho para minha Abelha e suspiro a segurando pelos
ombros.
— Se acalme Marianne...
— Annabelle. Seu nome é Annabelle. Pare de pronunciar esse nome
vergonhoso e cheio de podridão. — viro-me com ódio saindo por todos os
meus poros.
— Não fale essa merda sua velha louca! — grito andando até ela e pela
primeira vez vejo algo, sem ser prepotência, cruzar seus olhos.
— Quem diabos é você? — ela pergunta, mas seus olhos estão em Mari.
— Eu sou o namorado da sua filha e se não a tratar com devido respeito à
senhora vai ter que se retirar. — digo firme e ela se afasta de mim andando
até Mari.
— Você está louca? Nada de namorados sua idiota. Você é surda? — ela
grita sacudindo os ombros da Mari.
— Mãe... — os olhos, a característica dela que mais gosto, agora estão
repletos de medo e lágrimas.
— Solte-a! — pego-a pelos braços sentindo o sangue retumbar em meus
ouvidos e a jogo na parede longe de Mari.
— Parem! — viro-me vendo Mari limpar seus olhos. — Vá embora! —
ela grita irritada e eu olho para ela como se fosse louca.
Ela está me mandando embora?
— O quê? — pergunto ao mesmo tempo em que sua mãe diz; Sim. Vá
embora.
— Não. Você. Você que era para ser minha mãe, mas é somente um
estorvo preto pairando em minha vida. Eu odeio você! Vá embora. Esqueça-
me! Esqueça que existo! Me deixa em paz!

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E é como se eu estivesse vendo uma Fênix ressurgir das cinzas. Mari está
se libertando das loucuras da mãe. Eu não poderia estar mais feliz com isso.

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Capítulo Dezenove

Marianne

inhas mãos tremem. Meu coração parece estar prensado entre meu ódio
M e amor por minha mãe. Minha respiração é irregular e eu estou
temendo desmaiar a qualquer momento.
— Você não pode estar falando sério. — ela ri de mim e olha com asco para
Caleb.
Eu nunca senti tanta raiva dela como estou tendo agora a vendo destratar
ele com os olhos debochados. Ela se sente melhor que ele, mas ela não é.
Ninguém é melhor que ninguém, mas para essa mulher a vida está sempre de
pé a aplaudindo.
Deus, perdão, mas eu a odeio tanto. Eu não consigo medir o tamanho do
meu desgosto por ela.
Esse ódio não nasceu da noite para o dia, não. Ele nasceu de pouco a
pouco, nasceu das situações ridículas que ela me fazia passar durante toda
minha infância e adolescência. Todos na minha escola se perguntavam o
porquê de me chamarem por Annabelle se nos meus documentos o nome que
constava era Marianne. As professoras me questionavam e eu não sabia o que
responder. Eu não sabia o que falar para a mulher, pois nem mesmo eu sabia
o que havia com minha mãe para ela colocar o nome da minha irmã como
meu. Eu tinha vergonha de todos esses momentos, enquanto ela só mandava
as pessoas se preocuparem com suas vidas e deixassem a minha em paz.
Porém, esse foi o ponto. Ela nunca me deu paz. Minha mãe nunca me fez
sentir esse sentimento tão bondoso e necessário. Respiro fundo e travo meu
olhar com o dela.
— Eu mandei ir embora. Agora! —ando até ela a encarando como nunca
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cheguei perto de fazer.


— Você está revoltada pela influência desse marginal. É tão nítido agora.
Quando Sean me falou duvidei, mas é verdade. Você está transando com ele
e agora acha que é mulher suficiente para me tirar da sua vida, mas, eu vou te
dizer uma coisa, você não é. Agora se cale e o mande embora daqui e de sua
vida. — a cada palavra pronunciada por ela é mais um pedaço do que eu
sentia por ela se rompendo. Fosse amor, ou respeito, ele não existe mais.
Eu a odeio.
—Primeiro: Caleb não é marginal. Segundo: eu acho que a única coisa
que não ficou nítida para você era que seu enteado tentava me estuprar todas
as malditas noites. Eu me trancava todas as noites no banheiro para que
quando ele viesse no meu quarto não me encontrasse. Você, que era para
cuidar de mim, nunca sequer notou que aquele nojento sempre teve obsessão
em mim. — grito, descontrolada, enquanto as lágrimas embaçam minha
visão.
— O quê porra? — escuto a voz de Caleb incrédula e quando limpo meus
olhos o vejo se aproximar de mim afastando minha mãe do seu caminho para
me abraçar.
— Isso é mentira, não é Annabelle? Sean nunca faria algo do tipo. — ela
balança a cabeça com veemência e eu me afundo no peito de Caleb.
— Vá embora porra ou eu mesmo irei lhe atirar na rua! — Caleb avisa
baixo com seu rosnado típico de quando está com o controle por um fio. O
seguro pela cintura e o abraço mais apertado.
— Eu voltarei Annabelle. Pode esperar. — ela se afasta e quando escuto
a porta bater se fechando caio de volta nos braços do homem que eu amo.
Agora eu tenho certeza que eu o amo. Nunca enfrentei minha mãe. Por
ninguém, nem mesmo minhas antigas amigas, mas ela falar barbaridades para
Caleb me fez louca. Então, sim, eu amo esse Linebacker. Ele e nossa filha são
os meus tesouros. As pessoas por quem eu esperei durante todo o meu
sofrimento vivendo sob o teto da minha mãe.
— Por que não me falou Mari? — escuto o sussurro de Caleb e respiro
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fundo me afastando um pouco para observá-lo.


— Eu não queria te envolver nisso. A gente tinha acabado de se
conhecer. — dou de ombros sabendo que isso é verdade.
— Você disse no carro que a gente acabou de se conhecer... Eu não te
entendo... — ele senta na cama feita de Lauren e eu me ajoelho na sua frente.
— Desculpa. — peço e inclino-me descansando minha cabeça em seu
ombro. — Eu não sei o que fazer da minha vida. — confesso baixo
lembrando-me das palavras da minha mãe.
Com certeza ela irá deixar de pagar essa faculdade, esse dormitório e
tudo mais. Esse é o momento que eu tanto ansiei, mas agora não sei por onde
começar, ou, talvez, eu saiba.
— O que quer fazer, baby? — a pergunta de Caleb me tem afastada para
olhar em seus olhos verdes.
É tão fácil amá-lo. Caleb foi a primeira pessoa na minha vida que me
perguntou o que eu queria. O que EU queria não a minha irmã, não a minha
mãe, mas somente, eu.
Diversas pessoas não sabem o quanto isso faz bem para nossa vida.
Muitas pessoas desprezam a escolha que alguém dá para ela. Eu não vou
desprezar essa escolha, porém é algo novo para mim. Não sei como escolher
o que quero.
Qual faculdade cursar?
Qual roupa usar?
Qual carro comprar?
Qual emprego arrumar?
Qual a vida que eu quero viver?
A única resposta concreta que tenho nesse momento é que eu quero viver
ao lado dele. Eu só quero estar com ele e nossa filha. Nada mais, pelo menos
por enquanto.

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— Eu só quero viver com você e Tess. Nada mais. — seu sorriso me faz
sorrir instantaneamente.
Ele me ama. Talvez ele ainda não saiba, mas eu tenho certeza de que seu
coração bate por mim, como o meu bate por ele. Só por ele.
— Então vamos viver juntos baby. — ele sussurra e me rouba o ar e o
coração, mais uma vez, com um beijo apaixonado.
Depois de algum tempo namorando na cama de Lauren, Caleb vai
embora para cuidar de Tess. Eu não queria me afastar dele, mas também não
posso deixar minha vida ruir e não fazer nada.
No outro dia acordo cedo e dedico um bom tempo a me arrumar. Não
que eu queira me arrumar diretamente, eu só preciso cuidar de mim. Da
minha alma e corpo, sem finalidade ou emoção.
Lavei os cabelos cuidadosamente, hidratei e enrolei os fios dourados os
deixando caírem bonitos nas minhas costas. Visto uma calça jeans, uma
camisa branca simples e pego um casaco para vestir por cima.
Vejo Lauren sair do banho e sorrio.
— Hey! Amiga você não acha que essa roupa está muito... Humm... —
ela finge pensar por um momento e sorri. — Chamativa para a sua aula? —
Eu rio dela e me aproximo.
— Não vou para a aula, Lauren. — ela franze a testa e eu suspiro. —
Estou indo trocar de curso. Eu odeio Medicina, então resolvi estudar o que
me faz bem. Só isso. — dou de ombros tentando banalizar isso, mas sei que
minha atuação foi péssima quando ela pega minha mão e me faz sentar.
— O que aconteceu Mari? — mordo meu lábio, nervosa, e olho para
minha amiga.
Seus cabelos vermelhos estão em um coque louco e seus olhos atentos
aos meus movimentos me lembram de que tenho que responder sua pergunta.
— Eu me libertei da minha mãe, Lauren. Agora eu tenho que arranjar um
emprego para pagar meus estudos e o dormitório. Vai ser muito difícil, mas
eu vou tentar. — ela acena e passa seu braço por meus ombros me abraçando.
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— Estou aqui. Eu vou te ajudar no que for preciso. E vamos começar


com escolher o seu curso... Não, espera. Você já escolheu? — sua pergunta
me faz sorrir grande.
— Sim! Eu quero cursar psicologia com foco em crianças. Quero cuidar
do desenvolvimento delas e perceber algum problema em suas vidas. Eu
quero fazer a diferença no mundo. — Lauren me olha calada por alguns
segundos e quando penso em falar algo ela me abraça novamente.
— Você vai conseguir. — ela pisca sorrindo. — Além do mais Tara
estuda psicologia. Vocês vão se ver muito pelo prédio de lá. Fora que Tara
conhece vários psicólogos gatos para te apresentar. — ela ri quando a afasto
de mim e jogo um travesseiro em seu rosto.
— Não fale isso na frente do Caleb! — reclamo com medo só dessa
possibilidade.
— Então o Linebacker fez você se apaixonar de verdade? — ela passa
sua língua pelos lábios em uma tentativa nula de sensualidade.
— Sim. Eu o amo. E você e Tara têm que ir vera minha princesa
novamente. — aviso apontando meu dedo, e em seu rosto um sorriso leve se
forma.
— Eu quero mesmo. Alisha disse que ela está cada dia mais encantadora.
— ela levanta-se e meu coração incha de amor.
— Sim, minha filha é encantadora. — afirmo olhando pela janela
enquanto meus pensamentos vagam para ela e Caleb.
— Então vou me arrumar bem rápido para que você possa se livrar de
mim e ir vê-la. O que acha? — escuto a voz de Lauren e me viro sorrindo.
— Eu adoraria.
Então fizemos. Mudei de curso e amanhã eu já começaria numa turma
nova. Descobri que posso contratar uma bolsa de 50% e pagar só metade do
valor total da faculdade. O dormitório fica além do meu orçamento, quero
dizer, qualquer orçamento que eu venha ter, mas me disseram que posso ficar
neles por enquanto até eu me estabelecer financeiramente. Uma dádiva.

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Admito.
Deixo Lauren na sua aula e sigo para o estacionamento para pegar meu
carro. Sorrio quando vejo Cohen parado do lado dele e me aproximo me
jogando em seus braços.
— Cohen. — ele sorri e beija minha testa.
— Como você está querida? — suspiro e afasto-me.
— Bem. E você o que anda fazendo? — encosto-me ao carro ao seu lado
e o observo.
Cohen é lindo. Seus olhos são castanhos chocolates e quando sorriem
parecem um sorvete derretido, de chocolate, é óbvio. Seus cabelos
bagunçados são sua marca registrada e nesse momento percebo o quanto de
saudade eu estava sentindo dele.
— Abri minha gráfica no centro da cidade. Eu te falei que estava vindo
de vez. Eu vim. — ela abre os braços sorrindo e eu abro a boca em choque.
— Não acredito! Eu pensei que estava apenas brincando. — lembro-o e
ele balança a cabeça colocando suas mãos nos bolsos.
— Não. Eu vim de verdade... — ele se vira ficando de frente para mim e
eu sorrio fácil ao imaginar que ele vai estar aqui por perto. — Eu vim por
você. Para ficar perto de você. — meu sorriso desliza e eu dou um passo para
trás.
— Eu... Cohen, você está falando como amigo não é? Por que...
— Não. Eu te amo e você sabe disso, Mari... — molho meus lábios com
minha língua e respiro fundo me afastando mais.
— Eu não posso ser o que precisa Cohen. Eu... — procuro seus olhos e
falo a verdade: — Eu amo outro homem. Ele tem meu coração agora. — ele
engole seco e se afasta, copiando meus gestos ao dar um passo para trás.
— Mais você não me falou nada. — ele argumenta parecendo magoado.
— Não tinha o que falar. Nós somos amigos, mas você estava em outra

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cidade...
— Mas eu devia saber Mari! Eu espero por você desde nossa
adolescência... — sua voz perde intensidade quando assistimos Caleb descer
do seu carro na nossa frente.
— Eu... Por favor, me desculpe Cohen. Agora eu preciso ir. Vou te ligar
em breve. Eu juro. — apresso-me em dizer, mas fico parada ao ver Caleb
descendo Tess do carro.
Merda.
— Baby. — Caleb acena e me puxa para seu peito ainda segurando nossa
filha.
— Oi. — sorrio e viro-me para Tessa. — Oi meu amor. Como foi na
escola? — pergunto sorrindo e ela sorri de volta respondendo que foi ótima.
Seus olhinhos se fixam em Cohen e ela sorri.
— Cohen! — ela grita batendo palminhas e Cohen sorri a reconhecendo.
— Oi baixinha.
—De onde você conhece minha filha? — a voz de Caleb sai cautelosa e
eu pego seu braço vendo o olhar do meu ex seguir minhas ações.
— Ele é o “galoto” que beijou Mari na boca papai. — minhas bochechas
coram e Caleb olha de Tess para mim e por último Cohen.
— Cohen eu preciso ir mesmo. Depois te ligo. Juro. — ele acena se
distanciando e eu me sinto mal por isso.
— Mari nós vamos almoçar no restaurante favorito do papai. — Tess
avisa sorrindo amplamente e eu sorrio de volta sem querer olhar para seu pai.
— Sim, nós vamos. — Caleb afirma e pega minha mão me puxando até
seu carro.
Um suspiro quase aliviado é emanado de mim. Sim, eu estava pensando
que ele iria brigar fazer uma cena, mas mais uma vez ele me surpreendeu.

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Como sempre.

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Capítulo Vinte
Caleb

nquanto almoçamos penso no cara, o tal de Cohen. Sei que ele é ex da


E Mari, acho que ela ainda não percebeu, mas eu sei que o cara ainda a
quer. Hoje vi seus olhos se encherem de dor quando ela estava em meus
braços. Foda-se, não sei por que não enlouqueci ao vê-los juntos. Talvez
seja porque eu estava vindo da terapia. Eu saio de lá parecendo um bobo.
Não bobo, não. Eu saio calmo.
Então apenas respirei fundo e trouxe minha mulher comigo. Deu-me
raiva saber que o idiota a beijou da última vez que se viram, deu, bastante,
mas ela está comigo. E é comigo que ela vai continuar. Pelo menos eu espero.
— Caleb. — sua voz me traz para o presente.
— Oi? — questiono vendo sua testa franzida.
— Você está calmo. — sua afirmação me faz sorri.
— Sim, baby, por quê? Isso é algo ruim? — pego sua mão em cima da
mesa e olho divertido para Tess, que brinca com as crianças no parque
pequeno a nossa frente.
São apenas brinquedos de plástico, mas que as crianças adoram. Isso
inclui Tessa, é claro.
— Não. Só estou... Surpresa. — ela dá de ombros e eu me inclino
deixando um beijo em seus lábios.
— Sim, eu sei. Mas eu não vou brigar por causa do seu ex. Ele não é
nada. — ela me olha por um instante e desvia seus olhos bonitos de mim. —
Não é Marianne? — reforço a vendo hesitar.
— Ele é meu amigo. — ela frisa me contradizendo.
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— Você sabe que ele não quer ser somente seu amigo. — rosno sabendo
que a calmaria está indo embora.
— Mas é o que ele é. — responde afiada afastando sua mão pálida da
minha.
— Okay... — volto a me encostar a minha cadeira e observo Tess.
Durante a próxima meia hora ficamos calados apenas observando nossa
filha brincar. Pago a conta e acompanho Mari que pegou Tess nos braços até
o estacionamento. Em certo momento sinto que tem alguém me observando.
É estúpido, já que paparazzi sempre estão rondando jogadores, mas hoje é
diferente.
Viro-me olhando para os lados, mas não encontro nenhum possível
observador, finjo esquecer isso e em um movimento rápido volto a olhar ao
redor e para minha total irritação eu a vejo.
Eu sabia que alguém estava nos observando. Só não pensei que ela
chegaria a tanto. Seus olhos se expandem quando me vê e ela tenta correr,
mas antes que faça eu começo a andar até ela deixando Tess com uma
Marianne confusa.
— O que porra você está fazendo aqui? — cada palavra sai carregada de
um ódio intenso. Se ela acha que pode me seguir, ela está malditamente
enganada.
— Caleb... — ela suspira e coloca as mãos na cintura e se inclina para o
lado tentando olhar para onde minhas meninas estão.
— Suma da minha frente. — rosno entrando em seu campo pessoal.
— Eu só quero a ver. — seus olhos imploram e eu recuo quando ela
levanta sua mão para me tocar.
Foda-se eu tenho nojo de suas mãos imundas.
— Você nunca vai chegar perto dela, está ouvindo? Eu juro que matarei
você se ousar chegar perto dela. — aviso baixo tentando controlar a
tremedeira das minhas mãos.

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— Você... — seus olhos me medem de cima a baixo. — Está lindo filho.


— assim que as palavras saem de sua boca eu pego seu braço apertando até
que suma a cor entre meus dedos. Sim, estou a machucando. E eu quero mais.
— Fique longe de mim e da minha filha. Eu juro que matarei você. —
prometo apertando mais ainda seu braço.
— Me solte. — ela manda rapidamente e empurra meu peito. — Ela é
minha filha, Caleb... Ela é apenas sua irmã! Nada mais. — seu grito emana
pela minha cabeça me fazendo respirar fundo para que eu possa me acalmar.
— Vá viver sua vida de merda. Tessa não sabe que você existe. Para ela
você não é ninguém. Ela tem mãe agora e não é uma puta imunda que pensa
que depois de deixar as drogas e a vida de prostituta tem condições de criar
uma filha.
— Eu entrarei na justiça pela guarda dela...
— E você acha que eles vão te dar? Você está olhando para o Linebacker
que está entre os mais bem pagos dos Estados Unidos. Você acha que algum
juiz vai tirá-la de mim? Vanessa, eu sei que você é mais esperta que isso... —
sorrio e dou um passo para trás a soltando.
— Não se sinta tão autossuficiente. Ela pode sumir Caleb... — sem mais
nenhuma palavra ela se vira e vai embora.
Vagabunda!
Volto para o carro e vejo Marianne me olhando preocupada. Tess está no
banco de trás brincando com uma boneca e eu agradeço por ela não ter
percebido minha ausência. Coloco o carro em movimento e durante todo o
trajeto respiro fundo tentando acalmar meu peito. Eu preciso me acalmar. Ela
não é ninguém. Ela não vai tirar Tess de mim, minha filha nunca vai sumir.
— Baby... — Mari começa, mas balanço a cabeça a interrompendo.
Quando chegamos a nossa casa, subo para meu quarto deixando Tessa
com Lila. Mari me segue em passos curtos deixando uma distância segura de
mim.
— Caleb nós temos que conversar. — ela avisa assim que fecha a porta.
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— Eu sei. — passo a mão pelos meus cabelos, frustrado.


— Quem era aquela mulher? — fecho meus olhos tentando aliviar a dor
em meu coração.
Por que eu a temo? Eu não deveria mais. Já se passou tanto tempo. Ela
não pode mais me ferir.
— Era... Sua mãe? — viro-me para Mari e suspiro acenando.
— Ela nunca foi uma mãe, de verdade... — começo, mas desisto. Eu não
quero falar sobre isso. Eu não quero falar da minha vida antes de tudo.
— Você pode falar comigo. Eu quero te ouvir... — balanço a cabeça
andando pelo quarto.
— Não precisamos falar...
— Precisamos. Eu vejo o quanto você fica transtornado quando fala dela,
e hoje foi... Pelo amor de Deus! Você estava irreconhecível. Eu vi Caleb.
Ninguém me disse, eu estava lá. — ela argumenta firme me encarando. Seu
peito sobe e desce e eu sei que ela está certa sobre isso. Ela está decidida.
— Marianne... Ela não é ninguém. Só me colocou no mundo. Ponto
final! — falo em exasperação enquanto ela se aproxima.
— E Tessa? Ela é a mãe dela Caleb.
— Não! A mãe dela é você. Vanessa é apenas uma ex-drogada e puta que
não aceitou que venci na vida e cuidei da minha irmã sozinho desde os meus
dezoito anos. Então quando eu falo que ela não é ninguém, essa é a verdade e
eu quero que você respeite isso. — minha mulher passa a mão pelos cabelos e
suspira cruzando seus braços.
— Você que sabe. Eu gostaria de saber de você. Da sua infância...
— Não! — rosno apontando para ela que pula se assustando. Seus olhos
azuis estão arregalados e sua garganta sobe e desce me dizendo que a assustei
muito.
— Marianne...

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— Eu entendi. — ela molha seus lábios vermelhos e dá de ombros,


tentando mostrar que isso não a importa.
— Não Mari...
— Sim, eu entendi. Não tenho nada a ver com isso. Eu não preciso saber
quem é o homem que dorme comigo, eu não preciso saber quem é o cara que
eu... — ela balança a cabeça e não termina sua frase.
— Eu não... Você me conhece baby... Esse sou eu. — aproximo-me dela
com medo que se afaste, mas para minha surpresa, não.
Marianne fica parada com o olhar fixo ao meu, me desafiando.
— Esse é o que você quer ser. Hoje eu vi outro homem, esse eu não
conheço. — ela afirma.
— Mari, por favor...
— Eu tenho que ir. Preciso... — ela tenta falar, mas para se afastando. —
Preciso me preparar para começar o curso novo, tenho que procurar
emprego... Você sabe... — Mari morde seu lábio inferior indecisa.
— Como assim? Você mudou o curso? — pergunto indo atrás dela, mas
ela para levantando a mão.
— Fique aí. — ela suspira e dá de ombros. — Eu mudei de curso. Passei
para psicologia... Você sabe... Eu não gostava de Medicina.
— Eu estou orgulhoso de você, baby. Muito. — ela acena confirmando e
desvia seus olhos de mim. — Fique. Durma aqui. — peço deixando minha
postura de homem grande e forte de lado e vestindo a roupa do cara que é
completamente louco por essa mulher.
— Não. Hoje não. — sua cabeça balança e eu suspiro cedendo.
— Tudo bem. Você está chateada. Eu entendo. — mordo meu lábio e a
vejo suspirar virando e indo embora.
Foda-se, não sabia que se apaixonar era uma merda.
Sim, merda, eu estou apaixonado pela Abelha.
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Duas semanas depois...


Observo seu corpo coberto pelo lençol preto e engulo o último resquício
do uísque que estava em meu copo. Marianne está cansada. Começou a
trabalhar em uma clínica como recepcionista há poucos dias, talvez uma
semana. Eu falei que ela não precisava fazer isso, até porque seu dia agora
está exaustivo. Ela chega e cai na cama pronta para dormir.
Perdeu peso e seus olhos estão rodeados por olheiras pelas horas noite
adentro que passa estudando. Seu curso novo está a deixando muito feliz, eu
admito, mas o trabalho está demais. E eu estou indo acabar com isso em
breve. Mesmo ela não querendo. Foda-se ela é minha mulher, eu cuido dela e
pronto. Isso não era para ser algo proibido.
Ela resmunga se mexendo e eu me levanto voltando para a cama. Deito-
me ao seu lado e tiro seus cabelos bonitos do seu rosto.
— Não acredito que dormi. — ela se vira e sorrio para seu rosto inchado
e com marcas do travesseiro.
— Você estava cansada. — lembro-a deixando um beijo em seu rosto.
— Sim... Meus horários na clínica e nas aulas não estão me deixando
dormir tanto quanto eu quero. — seus ombros sobem como se isso fosse algo
bobo.
— Eu já falei, mas... Você não precisa trabalhar. Eu pago sua faculdade.
Eu tenho dinheiro suficiente... — tento a convencer, mas ela me corta antes
que eu termine meu pensamento.
— Não Caleb. Eu não quero seu dinheiro. — ela responde se sentando.
— Besteira! É apenas dinheiro. Eu tenho, então posso dar para você
Marianne. — afirmo a puxando para meu colo contra sua vontade.
— Não falaremos sobre isso Caleb. Eu não quero seu dinheiro e eu não
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vou aceitar. — ela suspira se sentando mais à vontade em meu colo.


— Tudo bem. — confirmo me inclinando e capturando sua boca
vermelha.
Estou cansado de brigar. Eu só quero estar com ela esse resto de noite.
Amanhã, quero dizer, hoje, mais tarde precisamente, irei viajar com o time
então só quero relaxar e saber que Mari e Tess estarão bem sozinhas.
Minha atenção volta para ela e eu respiro fundo quando vejo que seus
cabelos loiros estão caindo até seus seios cobertos apenas por uma camisola
branca transparente, a fazendo parecer um anjo. Meu anjo loiro.
— Eu quero você Mari, mas sei o quanto está cansada. — suas mãos
entram pelo meu cabelo curto enquanto sinto suas unhas se arrastarem pelo
meu couro cabeludo.
— Eu não estou cansada para você garotão. Nunca. — suspiro tentando
controlar meus extintos, porém quando ela aperta meu membro entre seus
dedos. Merda.
Tudo ao redor se apaga.
Em questão de segundos ela está nua na minha cama. Suas pernas abertas
e eu lhe dando prazer. Com o gosto do seu mel ainda em minha boca subo
pelo seu corpo e a beijo. Marianne geme descontrolada enquanto entro nela
devagar. Prolongando nosso prazer. Seus quadris se agitam contra os meus e
logo a tenho tremendo pelo prazer que varre seu corpo claro.
Depois de mais três longas estocadas, meus músculos se tencionam e eu
gozo relaxando contra seu peito.
— Você vai sentir minha falta, baby? — Mari pergunta em meio ao
silêncio do quarto.
— Você sabe que sim, Abelha. — beijo seus seios e a trago para cima do
meu peito.
— Por que me chama assim? — mesmo na penumbra do quarto eu vejo
seu vinco entre as sobrancelhas.

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— Por que quando provei sua boca e algo além... Eu senti gosto de mel.
Você é minha abelha. A rainha. — afirmo sério lembrando-me do nosso beijo
naquele bar/boate.
— Mel? — Ela ri e eu me volto para ela fingindo indignação. — Sorry,
baby. Eu achei engraçado. — ela dá de ombros e eu beijo seus lábios.
Sua língua toca a minha e por minutos ficamos apenas beijando um ao
outro. Mari é deliciosa. Com certeza é dela, o gosto que mais me viciei em
toda minha vida.
— Ligue-me todas as horas vagas que tiver. — ela manda quando já
estamos quase adormecendo. — E não fique com outras garotas, Caleb... —
seu bocejo longo a interrompe. — Eu não sei como chegarei lá, mas se eu
flagrar você em revista com alguma vadia, ah Caleb, eu irei até lá...
— E o que vai fazer? — pergunto rindo enquanto ela fecha a boca e
suspira.
— Eu... Com certeza... Sinceramente? Eu não sei, mas não pague para
ver, garotão!
Logo depois que fala ela me deixa rindo e dorme tranquilamente.
Sim, com certeza eu não pagarei para ver!

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Capítulo Vinte e Um

Marianne

ess dá tchau mais uma vez para seu pai enquanto fico um pouco atrás
T assistindo eles se despedirem. Sinto-me tão doente por o ver indo embora
assim, eu sei, estou sendo dramática, mas eu estou acostumada com sua
presença todos os dias.
E agora só ficaremos eu e Tess durante três dias. É muito tempo.
— Comer todos os legumes... E o que mais? — ele ri quando Tess se
esquece do que ele acabou de a mandar fazer todos os dias.
— A Mari vai te dizer. — ele beija seu rosto e ela o abraça apertado
dizendo que vai sentir saudades.
Meu coração apertar com a visão dos dois. Sim, eles são tão importantes
para mim. Eu não consigo imaginar minha vida sem os dois. Tessa desce dos
braços dele e corre para os braços de Alisha que veio se despedir de Saint.
Sorrio ao ver eles dois brincando com minha filha.
Caleb me leva para seus braços e eu abraço seu pescoço sentindo seu
cheiro maravilhoso. Deus, eu o amo tanto que dói.
— Prometa que cuidará da nossa filha. — ele pede e eu vejo o quão
vulnerável ele está por ter que nos deixar.
O encontro com a mãe dele foi algo que eu nunca tinha presenciado.
Caleb estava com tanta raiva, nem em suas cenas de ciúmes ele ficou tão
irritado. Agora ele está paranoico. Para ele, Tess pode sumir a qualquer
momento.
Até seguranças ele contratou. Não fui contra, pois é da filha dele que
estamos falando. Se ele acha que algo pode acontecer, então nós temos que
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cuidar de tudo.
A sua negação a mim quanto a falar da sua infância me deixou chateada e
agora semanas depois ainda estou um pouco. Naquele dia fui embora bem
irritada, porém no outro dia Caleb estava encostado em seu carro no
estacionamento do Campus em uma desculpa silenciosa.
Eu, é óbvio, aceitei.
— Eu prometo querido. Não se preocupe. Estarei com ela todos os dias e
estaremos aqui esperando por você no domingo à noite. — digo firme e ele
suspira entre meus cabelos.
— Fique bem. — eu aceno e sua boca desce para a minha.
Nosso beijo é lento e cheio de sentimento. Ninguém além de nós dois
pode saber o que a gente compartilha aqui. Caleb Lewis é meu centro. Nada
na minha vida é mais importante que ele. Eu pareço uma idiota falando isso,
pode ser, mas eu só tenho ele, Tess e as meninas. Não nego que se eu o
perdesse ficaria sem rumo. Totalmente.
— Vou sentir saudades. — sussurro quando ele se afasta dando por fim o
nosso beijo.
— Eu também sentirei. — seus olhos me fitam gentis e suaves e eu
relaxo contra seu peito. — Nada de festas com suas amigas... — ele murmura
baixo e eu rio.
— Se eu quiser irei. — dou de ombros brincando.
— Não, você não vai. — ele ri e me suspende no ar.
— Somente por Tess. — aviso rindo e o abraço com minhas pernas. —
Nada de outras garotas... Nós conversamos...
— E eu não pagarei para ver. Já estamos entendidos Mari. — seu olho
verde pisca e eu capturado seu lábio lhe dando um último beijo.
O vejo se afastar com Saint e suspiro pegando Tess de Alisha que sorri
para mim.

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— Nos veremos em breve! Tara quer ir tomar banho na piscina de Caleb.


— eu rio balançando a cabeça.
— Tara é impossível! — respondo colocando Tessa no banco dela e
passando o cinto de segurança.
— Sim, ela é. Eu já vou indo. Cuide-se e no domingo estarei lá com as
meninas. — avisa dando de ombros.
— Eu esperarei por vocês. — solto beijos para ela e saio do
estacionamento entrando no trânsito.
— Por que Ali não veio com a gente? — olho para Tess pelo retrovisor e
sorrio ao vê-la me olhando de volta.
— Por que ela tem que deixar o carro do tio Saint na casa dele. — Ela
acena entendendo e perde o interesse em mim, se entretendo com sua boneca.
Quando chegamos a sua casa eu a coloco para comer seu lanche da tarde
e vou no quarto pegar meu material para estudar. O curso está sendo ótimo.
Não fiz amigos até porque mal tenho tempo para fazer algo além de prestar
atenção ao que o professor fala e correr para a clínica médica onde estou
trabalhando.
É cansativo, mas mais cansativo era atender as ligações de mamãe com
cobranças estúpidas e me chamando por Annabelle. Não. Eu prefiro trabalhar
muito a tê-la ao meu redor. Talvez eu esteja sendo insensível com a mulher
que me deu à luz. Porém, eu não sou ingênua para pensar que ela mudará ou
que meu amor fará isso. Não. Se ela não mudou por uma criança, tenho
certeza que não mudará por uma adulta.
Às vezes só temos que aceitar o que a vida nos dá. Mesmo não sendo o
que estamos esperando.
— Já acabou? — pergunto me sentando ao lado da pequena.
— Sim. — seu sorriso me ilumina.
Dou-lhe banho e ignoro Lila andando atrás de nós duas como uma
segurança louca. Ainda não esqueci o que fez aquele dia. A maneira como
insinuou que tinha algo com Caleb me fez odiar a sua pessoa, porém Tess
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adora essa cobra e eu vejo que mesmo Lila sendo uma invejosa e queira
roubar meu homem, ela ama minha filha.
— Eu posso vestir ela Annabelle... — ela arrasta o nome da minha irmã
me fazendo ficar tensa.
Deixo Tess em pé escolhendo sua roupa e me viro encontrando a cobra
me observando e ostentando um sorriso irônico nos lábios.
— Lila meu nome é Marianne. Caleb já deixou isso claro para você, mas
senão sabe como se pronuncia eu posso te ensinar sem problema algum. —
sorrio simpática mostrando que sua tentativa de me ferir falhou.
— Marianne... Annabelle... Sabe que acho os dois muito feios. Sua mãe
não teve bom gosto...
— Eu adoraria arrancar seus dentes como você deve estar querendo, mas
não vou fazer isso na frente da minha filha, então suma daqui. Eu vou cuidar
de Tessa o final de semana em que seu pai não está. Não se preocupe. —
empurro seus ombros a colocando no corredor e fechando a porta em seguida.
Volto para Tess e visto seu vestido com estampa de flores e depois
vamos para a sala de jogos onde a coloco para assistir filmes infantis
enquanto eu abro meus livros para estudar.
No sábado pela manhã acordo sentindo uma mão pequena fazendo
carinhos em meus cabelos e sorrio para Tess. Ela dormiu comigo, pois,
segundo ela, seria nossa festa do pijama. E a certeza disso está diante de mim.
O quarto está repleto de penas dos travesseiros que eu e Tess jogamos uma na
outra, lógico que eu apenas fingi jogar, pois estava com medo de machucá-la.
— Bom dia, mamãe. — paro por um momento escutando sua voz suave
me chamar por mamãe.
— Bom dia, filha. — minha voz sai embargada e eu tento relaxar
sorrindo amplamente.
— Ali falou que viria para a piscina... É hoje? — seus olhos verdes
iguais ao do seu pai questionam brilhosos.
— Amanhã. Hoje nos duas iremos a minha casa e ao parque brincar. O
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que acha? — finjo expectativa e ela sorri batendo palmas.


— Eba! — ela pula da cama e corre porta a fora dizendo que vai escolher
sua roupa.
Suspirando feliz me sento na cama e olho para o quarto que venho
dividindo com Caleb desde a primeira vez que ele me trouxe aqui. Nunca
parei para olhar nada de fato, mas hoje percebo o quanto do seu quarto tem
dele.
Ele é cinza com cortinas brancas que nos separam do jardim e seus
móveis são pretos. Descendo da cama sigo para seu closet e suspiro vendo
suas camisas e jeans. Caleb é despojado então o que ele mais tem em
calçados são chinelos e sapatênis. A maioria de suas camisas tem um V no
peito sempre me mostrando a pele morena que tem.
Adentro mais um pouco e percebo uma caixa embaixo de um dos vãos
que há no closet. Ela perece um pouco velha devido às rasuras e a cor
amarelada que tem no papel que a contorna. Abro-a e suspiro olhando para o
que tem dentro. O garoto que me olha agora poderia ser Caleb, talvez seja,
mas meu coração não me deixa imaginar que é.
Seus olhos verdes são vazios. Sua bochecha tão quadrada e de pelos
grossos hoje, era apenas um fio de pele fraca. Elas são fundas e seu pequeno
corpo era muito magro. A foto está rasgada, mas vejo uma mão feminina em
seu ombro.
Seu corpo estava tenso, eu percebo pelos seus olhos e sua mandíbula
travada. Eu demoro a perceber o que estava acontecendo ali, mas eu percebo,
ele estava com medo. Porém, não consegui entender do que ele poderia estar.
Deslizo meus dedos com unhas pintadas de rosa claro pelo seu rosto e
suspiro quando sinto uma lágrima descendo por minha bochecha. Pergunto-
me se ele passou fome, pois na foto dá a entender que sim.
Minha mãe é uma mulher má, muito, mas ela nunca deixou que
passássemos dificuldade. Sempre tive comida e roupas limpas dentro de casa.
É óbvio, que isso não é muita coisa comparada ao amor que alguns recebem,
mas eu tinha isso.

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Sinto-me mal. Sinto meu peito apertado e que eu deveria saber disso, mas
ele não se abre comigo. Caleb nunca vai se abrir para mim de verdade.
— Mari! — deixo a caixa cair me assustando com o grito de Tess.
Murcho quando vejo que voltei a ser Mari e não mamãe, mas tento me
recompor para que ela não perceba. Volto minha atenção para a caixa depois
de gritar dizendo para ela que estou no closet e vejo uma foto de um bebê nos
braços de Caleb já grande e forte.
Ele deveria estar saindo do jogo, pois está de uniforme enquanto segura a
bebê, que presumo ser Tess. Ela estava com uma faixa bonita na cabeça e
com um vestido maior que seu corpo de recém-nascido. Vejo que Caleb está
muito feliz quando meus olhos batem em seu rosto risonho observando sua
irmã em seus braços.
Guardo as duas fotos, as únicas que estavam na caixa e devolvo-a para
seu lugar de origem.
— Hey! — sorrio para Tess e a pego no colo.
— Lila disse que não vamos para sua escola. — ela murmura de cabeça
baixa e eu finjo um sorriso com vontade de matar aquela vadia.
— E eu posso saber por quê? — questiono saindo do closet e o fechando.
— Ela disse que eu tenho um lugar para ir com ela...
— Foi mesmo? Então vamos saber para onde ela acha que vai levar você.
— coloco-a no chão e saio do quarto segurando sua mão.
Entro na cozinha e vejo Lila conversando com Larissa enquanto as duas
riem de algo.
— Olá! — O sorriso some e no lugar deles, no rosto de Lila, uma
carranca profunda se estabelece. Já no de Larissa um olhar assustado. Eu já
percebi que ela tem medo de mim e Caleb. Não sei por que já que nunca falei
nada com ela.
— Gostaria de saber para onde você acha que vai com minha filha hoje.
— encaro seus olhos que vão de Tessa para mim firme.
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— Passear um pouco. Ficar dentro de casa não faz bem...


— Quanto a isso, não se preocupe. Tess vai sair comigo. — aviso baixo e
deixo as duas lá não dando chance para a bruxa responder.

— Sabe o que me faria muito bem? — Ali pergunta dramática para Tess
enquanto as duas estão deitadas na cama de Lauren.
— Não sei tia Ali. — ela sorri se desculpando e Alisha para por um
momento antes de responder, talvez sentindo o amor que minha filha tem por
ela.
— Piscina! Você deixa a gente ir para sua piscina grande e bem
geladinha? — balanço a cabeça para Ali a repreendendo, pois eu iria levar
Tess para o parque, mas minha filha já entrou na onda da dramática da turma.
— Sim! Sim! — Tess pula da cama e corre para meu colo. — Podemos ir
Mari? — sorrio olhando para seus olhos e para Ali que junta às mãos
rezando.
Sorrindo grito que sim, então Alisha, Lauren e Tara correm para pegar
seus biquínis.
E o dia de hoje, promete.

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Capítulo Vinte e Dois

Caleb

aio do vestiário de banho tomado e com minha bolsa com uniforme no


S ombro. Saint me empurra para o estacionamento e eu suspiro quando vejo
a quantidade de garotas que estão nos esperando.
Sim, essa parte era minha favorita, mas agora estou tão focado em
Marianne que nenhuma outra me dá vontade ou interesse. Lógico que eu olho
para outras mulheres, não sou cego, mas minha mulher me tem na mão.
Eu sou homem e posso muito bem admitir que eu estou apaixonado por
ela. Foda-se, eu sou e nenhuma outra mulher foi capaz de me deixar assim.
Nunca.
— Merda. Emma vai arrancar meu pau quando me ver aqui. — Hayden
geme medroso e Saint ri me fazendo gargalhar.
— Você a trouxe porra? — questiono rindo enquanto ele dá de ombros.
— Ela não confia em mim, eu tive que trazer ela. — Saint gargalha alto e
eu empurro o ombro de Hayden.
— Marianne confia em mim. —digo orgulhoso da minha Abelha.
— Confia? Ela disse que fará você pagar se você ficar com outra mulher.
— Saint ri enquanto lembra-se das palavras de Marianne antes de me deixar
entrar no ônibus.
— Foda-se eu não vou traí-la e ela sabe disso. — dou de ombros fazendo
Hayden parar de andar e me olhar.
— Está amarradinho hein Caleb? — ele murmura rindo e corre de mim
quando dou passo em sua direção.
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— Idiota! — rindo vamos até as meninas e tiramos selfie e autografamos


camisas e outras coisas que elas pedem.
— Caleb como está Dominick? Estamos com saudades. — uma delas
fala manhosa e eu sorrio forçado.
— Está se recuperando. Obrigado por perguntar. — ela acena entendendo
e se afasta indo para suas amigas.
Entro no ônibus do time e relaxo contra o encosto do banco. Saint senta
ao meu lado e em questão de segundos está falando com Alisha. Quero
chegar ao hotel para ligar para Tess e Mari, não gosto de ninguém escutando
minhas conversas.
O ônibus entra em movimento e eu suspiro fechando meus olhos. Ele vai
quase vazio, pois os caras saíram para beber e pegar mulher. Hayden
resmunga atrás de nós e eu espio vendo Emma murmurar palavras quase
gritadas para ele.
Coitado.
Pego meu telefone assim que fecho a porta do meu quarto. A foto de
Mari sorri para mim e eu suspiro. Sim, ela é tão bonita.
— Baby. —sua voz é alegre e eu instantaneamente sinto meus músculos
relaxarem.
Não gosto de sair e deixar Tess. Sempre sofro quando tenho jogos fora. É
terrível.
— Abelha. Como estão? — Me sento na cama e retiro minha camiseta
ouvindo sua voz.
— Ela está dormindo. Passamos à tarde na piscina. Ela ficou cansada. —
explica devagar. — E você? Como foi o jogo?
— Nós vencemos. — digo orgulhoso.
— Parabéns querido. Fico feliz por você. Que horas chega amanhã? —
ela questiona ansiosa e eu posso até vê-la roendo sua unha.

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— Ainda não sei de fato, mas com certeza deve ser à tarde. Você vai me
esperar? — pergunto enquanto caminho pelo quarto elegante.
— Com certeza. Eu e Tess estaremos lá. — sua promessa é como uma
carícia em meu peito.
Mari lembrar sempre de Tessa me faz sentir bem. Faz com que eu tenha
certeza de que fiz a escolha certa em trazê-la para nossas vidas. Em confiar
minha filha, nossa filha, a ela.
— Fico feliz baby. Agora tenho que desligar. Vou dormir um pouco e
mais tarde ligo para falar com ela. — aviso baixo e abro minha bolsa tirando
de lá um short mais fino.
— Okay. Cuide-se. Estou com saudades...
— Eu também Abelha. — e desligo.

Marianne

— Bom dia! — suspiro quando sinto Tess pular em cima da cama.


Senhor eu só quero dormir dois minutos a mais. Tessa me esgotou
totalmente. Não quis dormir de modo algum depois que falou com seu
pai. Eu até pedi por uma festa do pijama, mas ela não quis. Passou horas
brincando com suas bonecas e me fazendo cuidar de uma delas, o pior é que
eu dormia e ela me acordava com um bico lindo e muito fofo nos lábios,
dizendo que não podemos dormir, pois tínhamos que cuidar das nossas
filhinhas.
Então simplesmente desmaiei depois de meio segundo em que ela fechou
seus olhos.
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— Bom dia, Tess. — beijo sua testa e me sento.


— Papai vai chegar hoje não é? — ela pergunta descendo da cama.
— Sim. Mas não sabemos o horário então iremos ao parque nos divertir.
— afirmo sorrindo e ela pula rindo e batendo palmas.
Faço minha higiene e visto uma calça jeans, enquanto Tess vai com Lila
para seu quarto se arrumar para o café da manhã.
— Você não acha que está a acostumando mal? Tessa não dorme na
cama do Caleb, nem mesmo quando era um bebê. — assim que entro no
corredor, escuto Lila resmungar.
— Eu acho que você opina demais para uma mera empregada não acha?
— fuzilo-a com os olhos.
Saber que ela trabalha aqui há tanto tempo me faz ficar tão irritada. Saber
que ela ajuda Caleb e cuida de Tess desde bebê me faz questionar por que
não cheguei antes. Eu gostaria de ver meu bebê dar os primeiros passos, a
primeira palavra. Tudo.
— Só estou fazendo uma observação como babá da Tess. — Reviro os
olhos e continuo andando até as escadas.
Olho por cima do meu ombro imaginando Lila nas minhas costas
querendo me jogar pela escada. Okay. Eu viajei, mas tudo pode acontecer.
Ela está parada me encarando enquanto seus braços estão cruzados.
— Tessa é minha filha e Caleb confia em mim. Não se preocupe okay?
— desço lhe dando minhas costas e vou para a cozinha.
Passo a manhã fazendo trabalhos da faculdade na sala de jogos enquanto
Tessa brinca na minha frente. Às vezes paro o que estou fazendo e sorrio a
vendo conversar com a boneca bonita. É um amor tão grande, chega a ser
imensurável, que sinto por ela. Mesmo tendo tão pouco tempo de convivência
ela já se tornou parte de mim.
Acordo dos meus devaneios quando meu celular começa a tocar. A foto
de Caleb aparece e meu coração acelera de uma maneira tão boa. É como se
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um calor bom crescesse em meu peito.


— Alô. — suspiro e franzo minha testa quando escuto uma música ao
fundo.
— Hey! Baby estou ligando para avisar que chegarei ao começo da noite.
Tudo bem? — estranho sua alegria, mas deixo isso passar.
— Tudo bem. Estarei te esperando. — prometo. Ele pergunta por Tess e
depois que eu aviso que ela está brincando ele desliga.
Mais tarde saio de casa com ela e vamos para o parque da cidade juntas.
Vesti um macaquinho nela com uma camiseta com estampa da Minnie. Ela
adorou.
— Podemos brincar no balanço Mari? — ela pergunta sorrindo enquanto
seus olhinhos brilham olhando para as outras crianças.
— Claro. Vamos lá. — seguro sua mão e caminho com ela até lá.
A sento direitinho e sorrio empurrando o balanço. Uma senhora está ao
meu lado e ela acena simpática enquanto um menino brinca a sua frente.
— É sua filha? — ela pergunta curiosa e eu mordo meu lábio olhando
para Tess.
— Sim. — afirmo instantaneamente.
Tess sorri piscando seus olhinhos e meu dia ficou mil vezes melhor com
isso. A velha senhora continua suas perguntas sobre Tess e eu em certo
momento começo a me estressar. Por que ela pergunta tanto?
— A senhora conhece minha filha? — pergunto depois que pergunta
onde está o pai.
— Oh não. — ela balança a cabeça e suas bochechas coram totalmente
envergonhadas.
— Okay. — aceno e pego a mão da minha pequena e a levo para o
próximo brinquedo.
Ajeito meu vestido floral que está subindo com o vento e abro um sorriso
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observando Tess descer o escorregador. Desvio minha atenção dela para meu
celular que vibra e sorrio vendo o nome de Alisha.
— Hey!
—Onde está? Passei na sua casa para irmos juntas ao centro de
treinamento dos meninos. Buscá-los. — estranho sua pergunta, pois pensei
que Saint tivesse ligado para avisar.
— Caleb me ligou e disse que chegariam só à noite. — digo suspirando e
me viro olhando para o escorregador onde Tess estava.
A procuro com os olhos e começo a andar olhando para os lados. Minha
cabeça gira quando escuto alguém gritar e vejo que foi Alisha gritando no
celular.
— Marianne! O que está acontecendo? — meu sangue bombeia nos
meus ouvidos e corro entre os brinquedos procurando minha filha.
— Ela não está mais aqui. — tento falar, mas minhas lágrimas me fazem
sufocar.
Estou entrando em pânico. Novamente olho para os lados, mas não a
encontro. Corro até a senhora que estava fazendo perguntas, mas ela já não
está aqui.
— Tess! Filha! — grito e vejo várias mães virarem para mim. — Por
favor, vocês viram uma menina de cinco anos, ela tem o cabelo castanho... —
soluço estampando minha boca e viro novamente procurando ela. — Ela é
minha filha! Onde ela está? Por favor, me ajudem. — peço gritando enquanto
corro pelo parque.
—Marianne! Onde você está? — Alisha grita do outro lado do celular e
eu começo a chorar mais e mais.
Onde ela está? Será que alguém a pegou? Será que está perdida?
— Ela sumiu. Foi um segundo que olhei para o celular Ali! — grito
vendo embaçado pelas lágrimas enquanto aperto meu peito.
— Eu estou indo. Por favor, se acalme...
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— Mamãe! — escuto seu grito e me viro a tempo de vê-la sendo


carregada por uma mulher para longe de mim.
Eu corro tentando alcançá-las enquanto Tessa grita novamente chamando
por mim. Antes que eu posso chegar até ela, a mulher entra no carro e sai
pela avenida a levando para longe.

34 — 62 H.Y.S

Repasso a placa rapidamente na cabeça enquanto olho para o carro que


segue pela avenida. O rosto da mulher passa por meus olhos e eu choro. Era a
senhora que perguntava. Eu vi. É ela, mas eu não entendo por que pegou
minha filha.
Por que ela pegou meu bebê?
Desço até ficar de joelhos e choro ouvindo os gritos de Alisha pelo
celular que caiu no chão. As pessoas passam por mim e param me fazendo
sentar. Uma pessoa chama a Polícia, outra me dá água e me pede calma.
Porém por dentro estou acabada. Meu coração está doendo só de imaginar o
que essa mulher quer com minha bebê. Será que ela sabe que Caleb é o pai
dela e possui dinheiro?
Meu Deus! Caleb... Meu choro aumenta quando vejo o que acabou de
acontecer. Eu perdi a filha dele. Ele vai me odiar.
— Marianne. — Alisha corre até mim e eu me levanto chocando meu
corpo com o dela.
— Uma mulher a levou. Ela levou minha filha... Eu não entendo... Eu
não entendo Ali. — choro em seus cabelos enquanto duas mãos acariciam
minhas costas.
— Se acalma. Vai ficar tudo bem. Nós vamos encontrar ela. Eu juro
Mari. — sua voz sai firme encarando meus olhos e eu pego essa certeza para
mim.

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Nós vamos encontrá-la.


— Com licença. — um policial chama devagar e eu me afasto de Alisha.
— Sou o oficial Fernandes.
— Marianne Reed. — aperto sua mão depois limpo meu rosto repleto de
lágrimas.
— Sinto por sua perda. Mas precisamos dos detalhes deste sequestro.
Toda e qualquer informação é importante Senhorita Reed. — ele avisa sério.
Então falo tudo. As perguntas da mulher, o momento em que me distrai
com o celular, o grito de Tess por mim. Por sua mamãe.
— A placa será uma ajuda muito importante. Eu peço que se acalme. Ela
vai voltar. — o oficial acena se afastando e Alisha me abraça novamente.
Meus pensamentos voam para minha mãe. Ela está certa, eu só trago
desgraça. Eu sou má. Tudo que toco gera tragédia e tristeza.
— Temos que pegar os meninos. Os policiais irão para a casa de Caleb.
— só de ouvir seu nome ser pronunciado me faz estremecer.
Ele me odiará tanto. Eu o prometi que cuidaria da nossa filha.
— Eu não sei se conseguirei. Ele vai me odiar tanto Ali. — mordo meu
lábio que treme incontrolável.
— Não. Você não fez...
— Eu perdi a filha dele Alisha! Essa mulher a levou por minha culpa!
Enquanto eu me distraí com telefone. — balanço a cabeça sem entender
como ela pode me defender.
— A filha de vocês Mari. Tessa é sua filha. Se acalme. Tudo ficará bem.
Eu juro. — abraço-a suspirando e limpo mais uma vez às lágrimas que
descem por meus olhos.

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Caleb
Assim que encontro seu rosto no meio das pessoas eu sei que algo muito
ruim aconteceu. Minha garota está com os olhos azuis brilhantes apagados e
nariz vermelho. Seu cabelo loiro bonito é uma bagunça e olhando para Alisha
que está logo atrás, eu sei que alguma merda aconteceu.
— O que aconteceu Baby? — questiono pegando ela nos braços.
Suas pernas circulam minha cintura e ela me abraça forte. Eu engulo seco
e olho para sua amiga em busca de alguma resposta, mas só recebo um
fechamento de olhos.
— Mari... — ela chora e desce dos meus braços me afastando do seu
corpo.
Suas lágrimas sofridas banham suas bochechas claras. Seus olhos
encontram os meus e eu dou um passo tentando chegar até ela, mas ela se
afasta.
— Eu a perdi. — inclino minha cabeça sem entender.
— Perdeu o quê Marianne? — seu corpo se retrai e ela se afasta
novamente.
— Nossa filha. — talvez a cor do meu rosto tenha drenado. Talvez meu
sangue tenha coagulado. Eu não sei.
Mas a única coisa que tenho certeza é que meu coração parou.
Eu estou morto.

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Capítulo Vinte e Três

Caleb

u procuro seus olhos, mas Mari se afasta mais. Suspiro mais uma vez e
E respiro fundo procurando Saint e Hayden. Os dois me olham apavorados.
— Você a perdeu? É só isso que vai me dizer porra!? — grito furioso
e começo a andar até ela.
Minhas mãos voam para seus braços apertando com toda minha força e a
balanço. Seu corpo treme em minhas mãos enquanto a raiva, o medo... A
mistura mais desprezível para mim se instala nas minhas entranhas.
— Responde Marianne. Onde está a minha filha? — rosno novamente e
mordo meu lábio até sair sangue quando sinto tapas serem atacados em
minhas costas diversas vezes. Olho por cima do meu ombro e encontro
Alisha batendo em mim com ódio em seus olhos.
— Solte-a! Eu vou matar você se não a soltar agora! — ela vocifera
possuída pelo demônio e eu, depois de dar um olhar a Saint para parar sua
mulher, volto minha atenção para Marianne.
—Onde ela está Marianne? Fale de uma vez! — balanço seu corpo
novamente e a solto me afastando.
Eu não quero machucar ela. Eu jamais iria querer deixá-la com algum
hematoma. Eu prometi a ela que nunca mais faria isso, mas agora eu só quero
que ela me fale que isso é uma brincadeira de mau gosto. Ou que minha filha
esteja em um lugar seguro, aonde vou poder pegá-la a qualquer momento.
— Nós estávamos no parque... — ela começa enquanto eleva seus braços
para abraçar a si mesma. — Foi de repente baby. Num momento ela estava
brincando no escorregador e no outro não estava mais lá... — ela soluça forte
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e Alisha passa por mim indo a abraçar. — Eu a ouvi gritar por mim, ela
gritou por mamãe, Caleb, e então eu corri... Eu tentei pegá-la... Por favor,
querido, acredita em mim... — ela engole seco quando o choro aumenta. —
Porém a mulher que estava com ela nos braços correu e entrou num carro. —
ela termina entre soluços e eu ando, quero dizer, eu corro até meu carro.
— Caleb. Porra não! Você não vai fazer isso. — Saint grita me
chamando.
Mas eu não o escuto de verdade. Eu sinto minhas mãos tremerem e as
lágrimas que até minutos atrás eram tão distantes da minha vida agora
queimam dentro de mim esperando o momento em que as deixarei fluir e me
quebrar.
Antes de entrar no carro olho para Marianne e vejo que está chorando
nos braços de sua amiga. E agora eu não me importo com isso. Com a sua
dor. Nada mais importa quando minha filha está perdida, não, raptada por
alguém desconhecido que pode lhe fazer mal.
Acelero o carro e entro no trânsito da cidade seguindo para o parque. Eu
sei onde fica eu levei minha Tess lá milhares de vezes quando queria brincar.
Por um tempo deixei o lugar de lado e foi nesse período que Marianne entrou
em nossas vidas.
Depois de quase dez minutos sentado no banco da praça percebo que foi
inútil vir para cá. Eu não a encontrarei aqui. Fecho meus olhos e tento
convencer meu coração de que ela está bem. Essa pessoa só quer dinheiro,
nada mais. Ela vai ligar, vai me dizer onde deixar o dinheiro e logo mais
estarei com minha princesa em meus braços.
Mordo meu lábio e sinto minha garganta fechar. Tento inutilmente
respirar, mas o ar fica preso entre meus pulmões. Quando penso que morrerei
sozinho alguém chega.
Marianne.
— Respira. É apenas um ataque de pânico Caleb... Respira. — sigo o
comando da sua voz calma e logo depois sinto o ar entrar novamente.
— Ela não está aqui. — constato olhando para seus olhos azuis cheios de
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lágrimas.
— Eu sei... Eu daria minha vida para ela estar aqui... Daria tudo para não
ter que ver você me odiando... Mas eu não posso... Eu não sou capaz. — ela
sorri triste e limpa meu rosto.
— Eu a confiei a você Mari... — a lembro me levantando. Ela é a única
pessoa quem eu confio minha filha de olhos fechados e agora... Ela
desapareceu.
— E eu peço perdão. Eu não sou a pessoa certa. Eu não sou digna da sua
confiança. Talvez minha mãe estivesse certa o tempo todo. — ela dá de
ombros quando se aproxima de mim. — Porém eu prometo que a trarei de
volta. Eu anotei a placa do carro. A Polícia está na sua casa te esperando... Eu
juro que estou tentando ajudar... — mordo meu lábio já rasgado e olho para
seu rosto inchado de chorar.
— Eu só quero que você... Que você vá para casa. — decido por fim
vendo-a ser magoada por mim. Pelo meu sofrimento que acabou de se
transformar em raiva dela.
— Eu amo Tessa. Eu faria qualquer coisa por ela, então se é isso que
você quer, eu vou fazer. Peço perdão Caleb... Eu nunca quis causar isso... —
ela dá um passo para trás e devagar vai embora de cabeça baixa.
Ver Mari assim me deixa doente, mas ela perdeu a pessoa que mais amo
em toda minha vida. Nada e nem ninguém é mais importante que minha filha.
Entro em meu carro para voltar para casa e quando paro em um sinal
vermelho vejo um grupo de mulheres sorri e acenar para meu carro.
Prostitutas...
O freio do meu carro é pisado com força quando a imagem de Vanessa
me ameaçando roubar Tess entra em minha mente. É claro! Ela fez. A
Vagabunda pegou minha filha.
Mais rápido do que o permitido começo a dirigir até a casa da minha
mãe. Um misto de alívio e desespero entra em mim e eu não sei o que é pior;
saber que elas estão juntas ou que Tess está com algum desconhecido.
Um desconhecido pode ser melhor de coração do que a doente da
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Vanessa. Eu só peço que se caso a minha intuição esteja certa que alguém
toque em seu coração e não faça nenhuma maldade com minha filha.
Desço do meu carro e bato na porta de sua casa. Espero segundos entre
as batidas, mas ninguém abre a maldita porta.
— Vanessa! — grito e soco a porta mais vezes. —Abra a porta!
Olhando ao redor vejo a vizinhança toda escura. Eles devem estar se
recolhendo. Bato mais duas vezes e suspiro quando ninguém abre. Mas é tão
óbvio que ela não estaria aqui. Ela sabe que seria o primeiro lugar que eu
viria.
Volto para meu carro e ligo para Peter. Ele diz que Saint ligou
perguntando se eu tinha ligado e ficou sem entender nada. Desligo depois de
lhe mandar procurar minha mãe e só descansar quando encontrar.
Ligo também para Saint e pergunto como estão as buscas por ela, ele
responde que estão rastreados o carro e que logo terão o local exato.
Agradeço e logo depois desligo dizendo que estou chegando a casa.
Dirijo para lá e quando entro na sala vejo os tênis dela na porta, num
lembrete de que ela os retirou antes de ir para o jardim. Tess gosta de sentir a
areia e a grama molhada contra seus pés. Meu peito sufoca e meus olhos, tão
desacostumados com as lágrimas, as recebem sem poder de impedimento.
Subo para meu quarto correndo, mas ainda escuto o grito de Larissa avisando
que os policiais estão no meu escritório com Saint e Hayden.
A ignoro e entro em meu quarto vendo ele impecavelmente arrumado.
Marianne é a dona dessa obra. Ela é obcecada por arrumação. Caminho por
ele e me lembro dela dizer hoje de manhã que o final de semana inteiro elas
dormiram juntas na mesma cama.
A roupa de dormi da Tess está dobrada na cadeira e eu desabo na cama
soluçando forte. Eu tento me convencer de que preciso ser forte, mas agora é
como se eu fosse aquele garoto medroso e estúpido de sempre.
O garoto que nunca deixei de ser.

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Quando passa quase uma hora descobrimos onde o carro está. Numa
localização há uma hora daqui, parece que é uma pousada. Corremos para o
estacionamento e entramos em nossos carros para ir pegar minha filha.
Sinto-me aliviado quando Saint e Hayden me dizem novamente que ela
está bem. Que a terei novamente em questão de minutos, que só preciso ter
fé. E é isso que eu encontro no mais fundo do meu ser. É difícil encontrar a fé
no meio de tanto sofrimento, de tanta dor, porém quando o sentimento que
plantamos em nossos corações vai, além disso, sempre a encontraremos. E eu
encontro a minha.
Desligo meu carro em frente à casa de dois andares numa rua
movimentada e iluminada e espero os policiais saírem dos seus para que
meus amigos possam me deixar sair também.
— Isso não é filme. Ninguém aqui é super-herói, então fiquem quietos e
nos deixem fazer nosso trabalho. — Um deles fala sério me encarando e eu
aceno mesmo a contragosto.
Foda-se, Tessa está aí dentro. E eu preciso dela ao meu lado novamente.
Entramos no local a recepcionista se levanta e nos cumprimenta então
logo o oficial pergunta por uma menina de cabelos castanhos e olhos verdes.
A mulher acena dizendo que ela está no prédio e eu me aproximo.
— Está com Vanessa, não é? Uma mulher de cabelos castanhos, olhos
verdes e magra? — questiono ansioso e ela começa a responder, mas o oficial
me puxa para trás.
— Vamos ver as coisas primeiro Caleb. Depois nós dois vamos
interrogar qualquer pessoa que esteja nesse prédio. — aceno entendendo e
suspiro secando minhas mãos suadas na minha calça jeans.
— Vamos subir até o quarto em que a criança está e a senhora vem com a
gente. — ele manda rapidamente e ela se levanta novamente nos
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acompanhando.
Quando chego ao corredor um choro baixinho é escutado por todos e eu
sei que ali é minha filha. Tessa está chorando.
— É ela! — digo rápido e o oficial acena confirmando e manda a moça
abrir a porta.
E então tudo acontece. Tessa entra em meu campo de visão. Minha
língua cresce na minha boca e de repente eu quero vomitar. Quem fez isso
com ela? Minha filha está com uma corda amarrada em suas mãos e todo o
seu corpo está com hematomas. Minha mandíbula trava e eu posso escutar
meus dentes rangendo e então, eu só quero matar quem bateu desse modo
nela.
— Tess. — chamo baixinho com medo de pegar em seu corpo
machucado e fazer doer. — É o papai meu amor. — falo quando ela chora
mais se encolhendo.
— Papai? Oh papai... — seus olhinhos verdes me encontram e eu
começo a desatar a corda que aperta seus pulsos pequenos.
Sua roupa está suja e em seus braços consigo ver marcas roxas. Por que a
machucaram tanto? Como alguém é capaz de machucar um bebê como ela?
Por que fizeram isso com minha pequena? Tessa é somente um bebê, porra!
A pego em meus braços e suspiro mordendo meu lábio quando ela chora
mais por eu tocar suas feridas. Será que quebraram algo? Por Deus, não.
— Eu quero a mamãe... Eu quero minha mamãe, papai. — ela pede
chorando e meu peito se aperta por não ter trazido sua mãe comigo.
— Ela está te esperando em casa. Vamos chegar rapidinho lá. Você vai
ver. — prometo e deixo um beijo em sua testa.
Já no carro pronto para ir embora com ela no meu colo enquanto Saint
dirige meu carro de punhos fechados vejo o oficial fazer mais perguntas as
pessoas, mas ninguém viu como Vanessa deixou o local sem ser vista.
— Por que sua mãe é má, papai? — o ar foge dos meus pulmões quando
Tess pergunta isso, por que quando eu era apenas uma criança eu também
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questionava isso.
— Por que ela não tem coração. — digo sincero olhando para seus
olhinhos brilhantes iguais os de sua mãe sem coração. — Durma. Nós vamos
chegar a nossa casa rapidinho e você verá sua mamãe.
Quando enfim Tessa adormece em meus braços peço para que Hayden
ligue para Marianne ir até o hospital perto da nossa casa, esperar por mim e
Tess. E quando eu chego é lá que ela está. Ainda de pijama ela chora quando
vê nossa filha em meus braços. Tess desperta quase que imediatamente e
começa a chorar sentindo o corpo doer novamente.
— Baby... — Mari a chama e ela chora quando encontra a mãe parada a
sua frente. — Oh meu Deus! O que fizeram com você, minha princesa? —
Marianne cuidadosamente pega nossa filha em seus braços e chora
acariciando os cabelos castanhos de Tess.
— Ela foi má por que ela não tem coração, mamãe. — seu murmúrio é
ouvido por todos e mesmo aqueles que trabalham com essas questões todos
os dias enchem seus olhos de lágrimas.
— Eu te amo filha. Perdão. Perdoa a mamãe minha pequena... — e ela
repetiu o pedido durante quase todas as horas em que passamos no hospital
com Tessa.
Eu só aquieto meu coração quando chego a nossa casa e coloco as duas
na cama. Uma do lado da outra. Minha vida estava resumida naquela cama.
Eu não podia perder nenhuma das partes.

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Capítulo Vinte e Quatro

Marianne

ento permanecer imóvel, fingindo dormir enquanto escuto Caleb levantar


T da cama e sair do quarto. Ele pensa que adormeci há muito tempo, mas
não. Eu sequer consigo ficar mais tempo apertando os olhos com o
coração batendo na garganta, não me deixando relaxar, o que é preciso
para que uma pessoa normal adormeça.
Abro meus olhos em meio à escuridão do quarto e devagar tampo minha
boca quando soluços voltam para me atormentar. Tess está com alguns
curativos pelo corpo e devagar, eu os acaricio.
Como essa mulher pôde fazer algo assim com sua própria filha? Ela com
certeza deve ser doente. Eu não tenho explicação para isso.
— Ela foi má por que ela não tem coração, mamãe.
Suas palavras voltam a minha mente e eu sinto minhas lágrimas
descerem constantes. Parece que meu corpo ficou seco, oco por dentro
quando eu consegui enxergar meu bebê nos braços do pai dela. Ver o tanto
que essa mulher bateu nela me faz tão doente.
Eu queria que isso fosse o meu pior pesadelo só para depois acordar com
ela na cama, sorrindo e me dando bom dia. Nós passaríamos o dia dentro de
casa e depois iríamos buscar seu pai. Ele ficaria feliz e me beijaria na frente
de todos e Tess estaria rindo das brincadeiras de Saint. Mas não isso.
Não essa cena tão dolorosa para mim. Eu quero poder retirar todos os
seus ferimentos. Tudo.
Kayla disse que ela ficaria bem. Que não quebrou nada e que só precisa
do meu carinho. Ela estava de plantão no hospital e eu vi em seus olhos o
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quanto ela ainda sofre por Dominick ter ido para New York. Ouvi Caleb
comentar uma vez e fomos nos despedir.
Eu poderia ficar mais triste por ela, mas naquele momento Tess precisava
de mim. E eu também precisava dela.
Levanto-me depois de beijar seu rosto e a cubro mais com o edredom
quente para protegê-la do frio do ar-condicionado. Saio do quarto deixando a
porta aberta para caso ela acorde eu posso vir ao seu chamado. Ando pela
casa à procura de Caleb, mas me sinto frustrada quando não o encontro.
Passo pela sala olhando para o sofá e para os cantos, mas ele não está
então me lembro do seu escritório e corro para lá, mas murcho vendo que
também não está. Aonde ele foi?
Com um último suspiro subo as escadas e me preparo para entrar no
quarto, só que uma fresta de luz num dos quartos me chama atenção. É um
cômodo que nunca entrei de fato, mas a curiosidade e também a esperança de
que ele esteja lá me faz andar até ela.
E quando abro a porta eu o vejo. Caleb está parado de costas para mim
com a atenção para uma janela grande por onde podemos ver a cidade. É
simplesmente lindo.
O espaço é uma sala. Tem uma mesa grande atrás de Caleb e no centro
tem um sofá grande parecido com o que temos na sala de jogos. Olhando
mais atentamente, essa sala parece com uma sala de jogos. Tem uma TV na
parede de frente para o sofá e quando entro sinto nos meus pés descalços um
tapete felpudo.
Ele não escuta minha aproximação, ou se escuta, prefere não se mexer.
Caminho até estar atrás dele mantendo um pouco de distância e engulo em
seco vendo seus ombros tremerem.
Ele... Ele está chorando.
— Caleb. — chamo estranhando a rouquidão da minha voz.
— Oi. — ele limpa o rosto e depois se vira para me olhar.
— Eu... Você está bem? — mordo meu lábio inferior me sentindo
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completamente nervosa.
— Eu... Não sei. — seus ombros descem e ele encosta-se à janela.
— Se você precisar de...
— Eu só preciso de você Marianne. — ele interrompe minha fala me
deixando com olhos arregalados. — Eu fui um idiota com você. Eu sei que
você não a perdeu por que quis. Eu estava cego pela raiva e você era... Era
um alvo fácil. Afinal você estava com ela. — sua garganta sobe e desce
enquanto seus olhos verdes me avaliam.
— Eu sei que sim. Você não precisa se explicar... — digo firme. Por que
essa é a verdade. Era a filha dele que eu perdi, é compreensível que ele
perdesse a cabeça.
— Eu não irei me perdoar por machucar você de novo. Nunca. — suas
mãos se fecham em punhos e quando olho para seu rosto vejo sua atenção em
meus braços.
Tem pequenas manchas lilás de suas mãos grandes. Eu as acaricio,
devagar, por que estão doloridas e suspiro me aproximando mais.
— Não irei dizer para não se preocupar Caleb... Afinal, eu mereço mais
que isso. — aponto para as malditas manchas sentindo meu coração acelerar.
— Com certeza, eu merecia que você me escutasse que me entendesse... —
respiro fundo procurando palavras para que ele possa compreender. — Você
fez um juramento e quebrou. Mas eu posso entender Caleb por que eu sei do
seu problema de temperamento. E ali era sua filha...
— Eu sei... Mas isso não vai justificar. Você deveria se afastar Abelha.
— ele morde seu lábio e eu sinto meu coração encolher. — Eu falo isso por
que eu não sou capaz de me afastar. Eu não sou. Você e Tess é minha família.
Eu nunca vou me afastar, mas se você me disser que quer se afastar. Eu vou
entender...
— Mas eu não quero Caleb... Eu não sei nem se posso! — fecho minhas
mãos tentando me acalmar. — Eu te amo. — falo por fim mordendo meu
lábio em seguida. Seus olhos ficam grandes e sua boca se abre sem saber o
que responder. — Eu nunca vou ser capaz de te deixar porque eu não me vejo
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mais sem você. Eu não me vejo sem nossa filha... Vocês são a minha família.
— engulo em seco e me assusto ao ver que ele andou e já está na minha
frente.
— E você é a nossa Abelha. — ele suspira afastando meus cabelos do
meu pescoço. — Você me tem na mão, você sabe disso, não sabe Marianne?
— balanço a cabeça sem poder abrir a boca. — Você me enlouquece...
Deixou-me louco quando nos conhecemos e me põe de quatro quando penso
que está com outro homem... — tento falar que nunca estive com ninguém
depois dele, mas ele não deixa. — E eu sei que não esteve com outro depois
de mim, eu o mataria... — ele dá de ombros e eu empurro seu peito
repreendendo sua fala.
— Você está cheio de si Caleb... — as palavras se perdem pelo escuro do
quarto quando sua boca desce até a minha me calando.
Suas mãos seguram minha cintura enquanto sua língua serpenteia minha
pele buscando meu gosto por toda sua extensão. Pego seus braços fortes
tentando me firmar no chão, mas logo não necessito disso, pois Caleb me
levanta fazendo com que eu o abrace com elas.
— Caleb... — chamo temendo Tess acordar, mas ele não me escuta.
Ele me senta à mesa grande não deixando meus lábios sozinhos enquanto
abro os botões da sua camisa jeans. Seus dedos tiram minha camisola preta
deixando rastros de arrepios na minha pele alva. Meus seios ficam nus, e com
o ar frio os bicos rosa tornam-se rijos a ponto de quase arranhar o seu peito
musculoso.
Caleb se afasta apenas um pouco e seus olhos caem na minha pele nua
logo se abaixando e abocanhando um seio me fazendo molhar a mesa. Sua
atenção se divide entre os dois e num avanço rápido estou deitada na madeira
fria.
— Ah Abelha... — ele respira e estende sua mão tocando minha calcinha.
Meu quadril se arqueia querendo mais contato dele, e eu recebo, só que
com sua boca. As pontas dos seus dedos seguram minha calcinha e devagar,
quase dolorosamente, ele a retira pelas minhas pernas. E então o prazer
acontece. Seus lábios me provam sem pressa e em questão de segundos estou
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tremendo e lhe dando meu prazer.


Caleb sorri maliciosamente para mim quando se afasta e eu vislumbro
seus lábios molhados com meu prazer. Ele me leva para o final da mesa e
logo o sinto entrando em mim. Preenchendo-me. Dando-me tudo de si.
A luz da lua banha nos dois e o quarto completamente escuro. Eu não
consigo vê-lo direito, mas quando olho atentamente eu vejo seu rosto. E
enquanto olho diretamente para seus olhos, sei que ele me ama. Talvez ele
não esteja pronto para falar, mas eu tenho plena certeza de que eu habito em
seu forte coração.
— Eu te amo Caleb. — afirmo olhando diretamente para os olhos verdes
que me olham ainda cheios de desejo.

Voltamos para o quarto depois de nos vestirmos rapidamente. Eu estava


temendo que Tess tivesse acordado, mas quando chegamos, ela ainda estava
adormecida. Dormindo como o anjo que é. Adormecemos olhando um para o
outro enquanto seguramos a mão de Tess. E assim, dormi me sentindo a
mulher mais segura desse mundo.
Acordo procurando Tess e relaxo quando sinto seu corpo ao meu lado. A
luz do sol entra pela janela banhando nós duas e eu me levanto fechando as
cortinas. Pego meu robe e o visto antes de sair procurando Caleb.
Respiro fundo quando o vejo sentado em sua cadeira no escritório. Ele
parece concentrado no celular e eu me aproximo cautelosa.
—Peter. Eu já falei. Foi ela e eu a quero morta. Você não pode entender
pelo menos uma vez o que eu falo porra? — ele ruge dando um soco na mesa
e eu pulo deixando um grito baixo sair dos meus lábios. Mas que foi o
suficiente para ele me notar.
Seus olhos estão em mim firmes e eu relaxo quando ele se despede do tal
Peter e concentra sua total atenção em mim. Caminho para ele e me sento em
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seu colo quando ele me puxa para lá.


— O que quis dizer com isso Caleb? — pergunto olhando para minhas
unhas.
— O que falei. Eu a quero morta. — o ressentimento e a raiva em sua
voz me fazem se retrair.
— Você está com raiva, eu também estou. Eu odeio sua mãe pelo que ela
fez com nossa filha, mas não pode fazer isso. Nem mesmo pensar nisso...
— Marianne... — ele engole em seco e eu fico calada esperando que ele
termine de falar. — São várias coisas... Não foi somente isso. Se você
soubesse... — Caleb balança a cabeça dando fim a sua fala.
— Então... Me fala. — peço deixando minha preocupação por aquele
menino da foto ressurgir em meu coração.
— Não me peça isso. — sua cabeça desce e ele entra em meu pescoço
sentindo meu cheiro. — Você é minha mulher, mas não a quero metida
nisso... Esqueça.
— Não me peça isso você. E não fará nada com essa mulher. —
seriamente o encaro. — Você quer que eu e sua filha vivamos sozinhas? Quer
que Tessa cresça com um pai presidiário? — seus olhos se desviam de mim e
ele permanece calado. — A Polícia vai pegar ela. Nós só precisamos focar
em nossa vida juntos, no nosso bebê. Somente.
A contragosto ele acena e devagar eu relaxo contra seu peito. E então
como um passe de mágica eu me lembro de ontem à noite. Lembro que pela
primeira vez ele retirou a blusa, só que eu não me toquei disso. Como eu
pude não ter notado na hora? Eu poderia ter descoberto o que ele esconde
debaixo da camisa. Eu estava tão focada em transar com ele que me esqueci
disso.
— O que está pensando? — seus dedos pressionam minha testa e eu
sorrio tentando fingir tranquilidade.
— Nada. Só quero esquecer o que aconteceu. — afirmo suspirando e
pressiono minha mão em seu peito.

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— Eu também Baby. — seus lábios pressionam os meus e logo depois


subimos de volta para nosso quarto.
Tess continua dormindo calmamente e eu me coloco ao seu lado com
Caleb do outro e beijo seus cabelos castanhos.
Suspirando vejo Caleb voltar a dormir e logo depois eu também.

Seguro minha barriga sentindo uma náusea bater e levanto da cama


correndo para o banheiro. Ajoelho-me no vaso sanitário e começo derramar
líquido parecido com água pela boca. Suspiro limpando meus lábios e me
levanto para me olhar no espelho, mas escuto o som do chuveiro sendo
desligado e levanto a cabeça para ver Caleb me olhando.
Engulo seco e devagar meus olhos descem por seu peito nu. Diferente de
ontem agora estou com minha consciência focada e consigo ver nitidamente o
que ele me esconde desde quando nós conhecemos.
— Caleb... O que... — fecho meus olhos e escuto ele se movimentar,
quando volto a olhar para ele seu peito está coberto pela toalha.
Meu estômago revira e de novo caio no chão vomitando nada além de
água.
Aperto meus olhos tentando apagar isso, mas as imagens voltam para me
assombrar.
— O que... Quem fez... — não consigo dizer nada.
Sinto-me completamente dormente. Meu coração parece que está sendo
sufocado e o ar não consegue entrar para deixá-lo me deixar viver.

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Capítulo Vinte e Cinco

Caleb

eito-me na cama e espero mamãe voltar do trabalho para comer algo.


D Minha barriga ronca e eu a aperto tentando fazê-la parar. Não lembro
quando comi de verdade. Sempre são apenas sobras da rua.
A porta do meu quarto se movimenta e eu me sento sabendo que minha
mãe chegou. Sua mão entra na porta e de lá ela sorri. Não gosto do jeito que
ela anda sorrindo para mim ultimamente. É estranho. Faz meu estômago
revirar, as mães dos meus amigos não sorriem assim.
— Caleb... Vá tomar banho. Mamãe trouxe uma comida bem gostosa
para você. — ela fala arrastando a voz e eu me levanto rapidamente fazendo
o que me manda.
Eu tento relaxar quando a água bate em minhas costas. Talvez mamãe
tenha comprado um bolo para mim, hoje estou completando 10 anos. Ela diz
que já sou um homenzinho. Que tenho que cuidar dela. Eu cuido. Talvez eu
devesse cuidar mais, pois já ouvi várias vezes os homens que ela traz para
casa gritar e bater nela. Mas não vou até lá, pois ela não gosta que eu faça
isso.
Estico a mão para pegar a toalha encardida no cabide na parede e me
assusto ao ver mamãe na porta olhando para mim.
— Você está tão lindo filho. — ela diz sorrindo e morde seus lábios
suspirando. E nem um segundo depois ela sai sem outra palavra.
Eu saio depois de algum tempo que ela se foi com um pressentimento
ruim. Assim que coloco os pés no quarto engulo em seco vendo que ela está
lá com nada além de uma camisola transparente.

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O que ela está fazendo? Por que está assim aqui no meu quarto?
— Mãe... — minhas mãos tremem quando ela se levanta da cama e anda
até mim fazendo os seios balançarem.
— Hoje é seu aniversário e você já virou um homenzinho... O meu
homenzinho. — ela afirma me fazendo inclinar a cabeça, sem entender. —
Como presente de aniversário irei ensinar várias coisas para você, querido.
— ela beija meu peito devagar. — Você vai amar... — ela sussurra.
Fecho meus olhos apertados e começo a pensar no por que ela está
fazendo isso? Isso é errado.
Eu sei o que é sexo. Meus amigos da escola sempre mostram revistas
para mim, mas eu nunca imaginei isso com outra pessoa. E com mamãe seria
errado.
Não é? Eu não tenho certeza, mas acho que sim.
Mamãe me derruba na cama empurrando meus ombros e sobe em cima
de mim se sentando em minha barriga. Todos os dias, depois daquela noite,
ela veio até meu quarto e só sai depois de gritar algumas vezes e me chamar
de seu homenzinho. Eu odeio a noite. Eu acho que estou começando a odiar
minha mamãe também.

Meus olhos se focam em Marianne enquanto ela se levanta de perto do


vaso sanitário olhando novamente para minhas cicatrizes.
— O que... Quem fez isso? — seus olhos estão cheios de lágrimas e eu
suspiro sentindo todo o meu corpo se tencionar.
— Marianne... — falo depois de me cobrir.
Eu... Eu odeio essa merda. Eu odeio meu peito. Meu coração aperta
quando Mari anda até mim sem desviar os olhos das marcas de cigarro que se
estendem pelo meu abdômen e peito.
— Você vai conversar comigo Caleb... Você vai confiar em mim e vai
me dizer quem fez isso com você! E eu quero que comece agora... — seu
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corpo treme descontrolado e ela suspira mordendo seus lábios vermelhos.


Respiro fundo sob seus olhos questionadores e penso em uma maneira de
fugir desta conversa. Ela vê a parte mais feia e dolorosa do meu corpo já foi a
pior coisa que poderia ter acontecido comigo depois de perder Tess. Não
quero imaginar contar isso para ela.
— Mari... Eu não...
— Nós dois vamos conversar Caleb... — ela acena firme me explicando
que isso não está em discussão. — Nós dois nos amamos e você tem que
confiar em mim. Na sua mulher... — não desminto quando ela fala que nos
amamos, porque essa é a verdade.
Eu a amo.
— Okay. Só... Vamos para o escritório... Eu não quero... — ela pressiona
seus dedos nos meus lábios e tenta sorri.
— Tudo bem. Vamos lá, baby. — ela segura minha mão e me leva do
banheiro.
Visto uma roupa rapidamente e a sigo até meu escritório. Mari parece
firme e cheia de resiliência. Não sei se isso é bom ou ruim. Nós dois nos
sentamos no sofá e eu suspiro olhando para a janela que há atrás dela. Passo
a mão com força por minhas cicatrizes e suspiro reunindo força para começar
a falar.
— Foi minha mãe quem fez isso. — digo apertando minha mão uma na
outra fazendo o sangue se reunir na ponta dos meus dedos.
— Como assim? Ela... Ela... — seu lábio treme e Mari não consegue
terminar de falar. Seu rosto é uma mistura de confusão com tristeza tão
devastadora que eu queria sumir daqui para não ter que presenciar essa dor.
— Ela me queimou com o cigarro que fumava. — olho firme para a
janela desejando que eu pudesse ter a opção de pular e não tocar nesse
assunto nunca mais.
— Mas... Por que ela fez isso querido? — um sentimento de pena em
seus olhos é percebida por mim e inacreditavelmente isso me faz sentir feliz.
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Ninguém nunca olhou para mim mais de uma vez para poder sentir pena,
ou qualquer outro sentimento. Teve vezes que eu queria ter alguém me
olhando até com ódio, pois dessa maneira alguém pelo menos estaria me
observando. Estaria vendo que eu existo. Que eu sofri nas mãos da Vanessa.
— Tudo começou quando eu completei dez anos... — começo sentindo
minha garganta fechar e as lágrimas pinicarem meus olhos. — No dia do meu
aniversário ela entrou em meu quarto e me tocou... — falo firme sem emoção
alguma passando por meu rosto ou coração.
Mari arregala os olhos e tampa a boca quando um grito é dado por ela.
Eu ignoro seu choque e continuo devagar.
— Nesse dia ela disse que me ensinaria várias coisas... — aperto a ponta
do meu nariz lembrando-me daquele dia. — E na verdade... Ela abusou de
mim... É... Essa merda durou anos. Dos dez até os dezesseis, que foi quando
aconteceram as queimaduras...
— Pare... Não fale... Não precisa... — ela leva as mãos aos ouvidos
enquanto seu rosto está cheio de lágrimas, diferente do meu que apenas duas
lágrimas solitárias descem por ele.
— Quando eu tinha dezesseis anos me apaixonei por uma garota da
minha escola... Ela era linda, parecia um anjo loiro como você, e eu queria
namorá-la, mas Vanessa já tinha me avisado diversas vezes que eu era só
dela. Eu era seu homem. — o gosto amargo da raiva se põe em minha boca e
eu engulo seco tentando me controlar. — Essa garota me chamou para sair,
ela também gostava de mim. Então marquei de ir com ela assistir um filme...
Eu nunca pensei que minha mãe estaria no cinema também... — dou de
ombros novamente encontrando os olhos azuis cheios de lágrimas do meu
verdadeiro anjo loiro.
— Caleb... — ela se levanta e caminha até mim sentando em meu colo
enquanto soluça forte. Eu a abraço colocando sua cabeça em meu ombro e
deixo um beijo em sua cabeça.
— Ela fez o papel perfeito de mãe na frente da garota, mas... Quando
chegamos a nossa casa ela me mandou tirar a roupa e fez o que fazia todas as
noites. Abusou-me, usou meu pau para brinquedo próprio. Como se ele fosse

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um vibrador. Um objeto dela. — aperto minha mandíbula lembrando-me


disso. — Enquanto ela descia e subia repetia mais e mais que eu era dela, que
meu pau era dela e que eu não deveria ficar com outra menina. Nunca. —
Mari se levanta enquanto balança a cabeça me pedindo para parar de falar.
Eu a sigo no gesto de se levantar e vou para a janela me mantendo
distante.
— Depois de gozar como a boa puta que ela é, ela me amarrou na cama e
acendeu um cigarro enquanto dizia para eu ficar calado. — meus ombros
ficam tensos lembrando-me da cena da vadia. — Então ela começou o
processo de me queimar lentamente...
— Caleb pare! Eu não quero mais ouvir isso. Pare agora! — Mari grita
atrás de mim e eu fecho meus olhos me forçando a falar.
— Enquanto ela me queimava dizia mais e mais que eu era dela e que
nenhuma menina iria querer olhar para minha pele feia e cicatrizada. Mas ela
sim, pois ela me amava...
— Meu Deus! Pare de falar isso! Eu a odeio tanto. Como ela pôde fazer
isso com você? Como ela pôde? Que mãe faz isso com seu próprio filho? —
Mari grita se colocando a minha frente e me abraça apertado. — Eu te amo
tanto Caleb... Eu daria minha vida para que você não tivesse passado por
isso... Eu juro que daria baby.
— Ela era doente Mari... Uma louca varrida... — afirmo sério limpando
suas lágrimas devagar. — Depois desse dia eu fui embora e comecei a
trabalhar para me sustentar. Depois de dois anos eu descobri que ela tinha
tido uma criança... Tess estava sozinha no dia em que fui até lá para conhecer
minha irmã... Ela estava com fome, frio e o pior de tudo, quase morta. Ela
estava sem roupas e nesse dia estávamos no inverno. Ela era apenas um
recém-nascido Mari. — aperto-a em meu peito enquanto ela chora baixinho.
— Eu a trouxe comigo e desde esse dia ela mora na minha casa. Desde esse
dia Tessa se tornou minha filha. Foi difícil... — engulo seco e beijo sua testa.
— Eu tive que sair da faculdade e entrar para o time diretamente. Eu não vivi,
eu só cuidei dela e convivi com a paranoia e o medo de perdê-la. De deixá-la
à mercê da loucura de Vanessa. — confesso murmurando.

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— Ela nunca mais vai chegar perto de você ou de Tess. Eu sou capaz de
matá-la. Eu passei a odiar aquela mulher quando bati o olho em nossa filha e
vi o quão machucada ela estava, porém agora eu desejo nada menos do que a
morte para ela. Vanessa não é nada e ela não é louca de vir até aqui, e de te
machucar ou machucar nossa filha. — seus olhos estão afiados e eu sorrio
fraco para a mulher que domina meus pensamentos.
— Eu te amo Mari. Você e a Tessa são minha vida. Nada que Vanessa
fez no passado doeria mais do que ficar sem vocês duas. Nada. — digo
olhando diretamente para seus olhos e suspiro quando ela sorri para mim
docemente.
— Eu te amo mais. —a promessa silenciosa em seus olhos me deixa sem
ar.
As pontas dos seus dedos entram por minha camisa e devagar ela retira
completamente o pano. Suas unhas finas e bem pintadas arranham meu peito
vagarosamente e eu suspiro.
— Nada em você me faz te desejar menos. Suas cicatrizes são apenas
isso. Cicatrizes. — Marianne me encara e de repente começa a beijar cada
ferida cicatrizada na minha pele. Passo alguns segundos apenas sentindo seus
lábios em mim e logo seguro seus cabelos a puxando para cima.
E durante o processo de beijar minhas cicatrizes, eu tive a certeza de que
escolhi a mãe certa para minha filha. Nossa filha.
Bato meus lábios nos dela e a seguro junto a mim. Sua língua suave e
macia é chupada por mim e Mari geme com prazer em meus braços.
Desacelero nosso ritmo e sorrio encostando a cabeça em sua testa.
— O que significa nós dois nos amarmos? — Mari questiona e seus
olhos se arregalam, não acreditando que falou isso alto. — Oh meu Deus!
Desculpe...
— Significa que você vem morar comigo, significa que você é minha
namorada e significa também que nós vamos ser uma família. Nossa família.
— ela tenta impedir um sorriso de se formar em seus lábios, mas perde a
batalha quando eu vejo seus dentes brancos me informarem de sua felicidade.

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— Você é meu namorado. — ela acena para si mesma e dá um grito de


felicidade.
— Você é minha namorada...
— Oh meu Deus! Você deveria ter feito um pedido... Caleb... — ela
arregala os olhos e eu fico sem entender. — Você nunca, nenhuma vez sequer
me levou para jantar fora. — sua indignação me faz ri.
Só Marianne para me fazer rir depois de tanta história e drama ser
contada. Porém estou indo levar minha namorada a um jantar de verdade.

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Capítulo Vinte e Sete

Marianne

liso o vestido vermelho que coloco no corpo e sorrio vendo o quão


A bonita fico com ele. Seu tecido sedoso abraça minhas curvas de maneira
quase imprópria, mas hoje quero agradar Caleb. Estou cansada de estar
sempre de camisola e calça jeans.
Escuto seu grito pela porta do quarto e suspiro correndo atrás do meu
sapato e da minha bolsa enquanto pressiono meus lábios um no outro para
que o batom nude se espalhe de maneira uniforme e bonita.
— Já estou indo. — grito de volta e pego minha bolsa no criado-mudo.
Quando abro a porta eu sorrio vendo ele de costas para mim. Seus
ombros largos estão cobertos por um terno escuro, caro e muito bonito. Seus
cabelos longos estão penteados para trás deixando eles domados.
— Você está quente Baby. — arrasto minha voz suavemente e ele respira
fundo se virando para mim.
— Não mais do que você nesse pedaço de pano...
— Você acha que está curto? — finjo inocência e me viro devagar.
— Você é uma menina malvada Marianne. — sua língua serpenteia pelos
seus lábios bonitos e eu me aproximo lentamente, Caleb resmunga algo sobe
sua respiração e quando ele pensa que vou beijar sua boca eu passo por ele e
sigo para a escada.
— Iremos nos atrasar querido...
Deixo Tess dormindo serenamente, demorei a sair do seu quarto, depois
de alguns minutos respirando com dificuldade por sair de perto dela, eu me
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levantei e fui me arrumar. Esse medo é constante, mas Vanessa está presa e
ela não nos fará mal novamente.
Sento-me em frente à Caleb quando entramos num restaurante italiano
que ele mesmo escolheu. Não reclamei, pois adoro massas.
— Sua mãe não entrou em contato com você Mari? — Caleb questiona
como quem não quer nada, mas eu sei que ele sabe a resposta para essa
pergunta.
Peter anda o mantendo atualizado dela, de Cohen e principalmente de
Sean. Minha mãe não me ligou, nenhuma vez sequer, eu também não esperei
que fosse. É claro que eu estaria mentindo se dissesse que eu não sinto desejo
de que ela fizesse.
Mas ela não fez. Ela nunca irá.
— Não. — levo a taça de vinho aos meus lábios encarando Caleb e sorrio
vendo que ele me observa. — Estou falando sério...
— Eu sei. Você não precisa dela... Você tem a mim, a nossa filha. —
seus dedos entram nos meus e ele acaricia minha palma devagarzinho.
— Eu sei querido. Não se preocupe — sorrio fraco e dou o assunto por
encerrado.
— Vi que não levou suas coisas para nossa casa... O que aconteceu? —
depois de alguns minutos degustando nosso jantar Caleb volta a falar.
— Temos que oficializar nosso relacionamento antes de morarmos
juntos...
— Como o quê... Casar? — seu rosto fica branco e eu me sento mais
confortável ficando bem de frente para ele.
— Talvez... Você não quer? — pergunto confusa encarando seus olhos
verdes.
— Eu... Não sei... Você quer tipo, para casarmos esse ano? — ele parece
incrivelmente confuso e eu suspiro relaxando contra a cadeira.

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— Não. Nós vamos casar quando você parar de agir desse jeito quando
eu tocar no assunto. Até lá, ficarei na faculdade. — suspiro e distancio minha
mão da dele.
— E Tessa? Ela pensa que vai morar conosco. — ele rosna baixo e eu
encaro seus olhos, irritada.
Esse jantar não era para ficarmos discutindo, mas acho que isso é
inevitável quando Caleb está presente.
— Não use nossa filha para isso. — aviso em tom sério e ele respira
fundo desviando seus olhos de mim.
— Nós vamos nos casar amanhã. Não se preocupe. — minha boca se
abre em choque ao ouvir isso dele. Filho de uma puta!
— Não irei me casar com você amanhã!
— Você acabou de dizer que vai morar comigo depois que oficializarmos
nosso relacionamento...
— Eu não quis dizer assim. Quero que me peça em casamento... Que
compre um anel bonito, essas coisas que os homens fazem, mas estou vendo
que nem um jantar normal podemos ter! — rujo as palavras tremendo de
raiva.
— Levante-se! — sua voz me faz pular da cadeira. — Agora Marianne.
Eu quero que levante e vá para o banheiro...
— Eu não quero ir para o banheiro...
— Marianne. — ele avisa apertando sua mandíbula e respirando fundo
me levanto da mesa e sigo para o banheiro feminino.
Não entendi o porquê de eu vir para o banheiro. Eu não queria ir ao
banheiro! Respiro fundo e molho minhas mãos na água corrente que vem da
torneira apertando-as juntas.
Viro quando escuto a porta se abrir e minhas pernas parecem virar geleia
quando Caleb entra no local. Suas mãos ágeis pegam uma cadeira de plástico
que estava perto da porta e a pressiono entre a madeira e a fechadura.
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— O que está fazendo? — pergunto calma sentindo os meus seios se


tornarem pesados e os bicos duros o suficiente para ficarem doloridos.
— Eu vou te acalmar. — em segundos ele está na minha frente me
colocando em seus braços e me sentando na bancada.
— Caleb não faremos isso no banheiro de um restaurante... — minhas
palavras se perdem quando sua mão entra em meu vestido e engancha seus
dedos na minha calcinha para logo depois descê-la pelas minhas pernas.
Eu sou louca, mas foda-se se eu não estiver molhada com a ideia de
transar com ele aqui.
— Você está muito nervosa Marianne... — suas mãos seguram meus
joelhos e ele os afasta rapidamente me deixando totalmente aberta. — Iremos
rápido, mas quando chegarmos a nossa casa irei te acalmar mais... — deixo
de escutar suas palavras quando seus dedos pressionam meu clitóris inchado
e devagar começam a me torturar.
Rapidamente ele se afasta e desce o zíper da sua calça e solta o seu
membro completamente duro. Eu sufoco um grito quando ele me preenche
amassando as minhas carnes. Meu Deus!
— Caleb... — chamo enquanto seus movimentos se intensificam.
— Vamos relaxar baby... — ele rosna baixinho em meu ouvido e eu o
aperto dentro de mim sentindo meu corpo tremer com o desejo alcançado. Eu
poderia cair senão fossem os braços dele me segurando enquanto ainda entra
e sai de mim com rapidez e uma força absurda.
Seu membro parece crescer e em golpes ele me preenche com seu
clímax.
— Está mais calma, baby? — balanço a cabeça rindo e beijo seus lábios
perfeitos.
— Sim, bem mais calma, mas não iremos nos casar amanhã. Esqueça
isso. — ele respira fundo e uma última vez entra em mim, me fazendo gemer.
— Gemendo você fica mais bonita, baby. — ele pisca rindo e eu beijo
sua boca.
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Meus dedos tremem de uma forma assustadora e eu tento respirar mais


forte para que o ar chegue ao meu pulmão.
Estou começando a sentir a raiva, o ódio e o desejo de enforcar essa
vagabunda crescer em meu peito. Eu só queria cortar um dedo seu para sentir
a dor que meu Caleb sentiu quando ela fez as queimaduras nele.
Sento-me cruzando as pernas e a vejo se aproximar com uma guarda
penitenciária a escoltando. Vanessa foi presa dois dias depois de machucar
Tessa. Estava escondida com o ex-marido na sua cidade natal. Olhando para
ela e tento não rir, mas é impossível. Ela merece mais, mas o mais dela só
vira quando morrer.
— Quem é você? — Ela pergunta confusa e eu suspiro olhando para o
guarda.
— Marianne. Namorada do Caleb. Mãe de Tessa. Você deve conhecer...
— seus olhos se enrugam e ela me olha com ódio velado.
— Eles são...
— Não é nada sua doente mental! Ele me falou o que fazia com ele desde
seus dez anos. — falo tremendo e seguro minha mão junto ao meu peito para
evitar que ele voe e, sem querer, possa atingir seu rosto velho. — A
depravação que você o colocou durante seis longos anos. Os anos que ele
deveria estar brincando, se divertindo...
— Você acha que ele não gostava? — ela me interrompe rindo alto. —
Ele ficava duro para mim. Eu era a putinha dele... — em um movimento
rápido eu seguro seus cabelos e a faço bater o rosto na mesa fria. — Sua
Vagabunda! — Ela grita e olha para a policial que finge não nos ver.

Graças a Deus!

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— Ele era uma criança. Você era a puta doente... A depravada. — grito
em sua cara e me afasto.
— Eu era apaixonada por ele. Só isso, você não entende...
— Eu volto a dizer... Ele era uma criança! Seu filho! — grito
descontrolada com a doença dessa mulher. — Como pôde queimá-lo com
cigarro? Como foi capaz? — pergunto tremendo e sinto minha barriga doer
de nervoso.
— Ele era meu. Não podia me trocar por uma adolescente idiota. Eu já
era sua mulher... — fecho meus olhos ao escutar as palavras cheias de certeza
que Vanessa derrama em mim.
— Você é completamente louca... — balanço a cabeça e me viro para
encará-la. — Por que bateu em minha filha? Por que deixou meu bebê
daquele jeito? — pergunto e seguro na cadeira para não cair dela. Meu
coração se parte novamente lembrando-me do jeito que encontrei meu bebê.
—Tessa só me afastou mais de Caleb... Ela ficou repetindo mais e mais
que sua mamãe estava vindo. A mãe dela sou eu, mas aquela... Ela não me
ouvia, então descontei minha raiva de anos nela. — encaro seus olhos verdes
iguais os de Caleb e Tess e só vejo maldade e resistência. Ela é louca. —
Caleb ainda não percebeu, mas iremos ficar juntos. Quer ele queira ou não.
Respiro fundo quando vejo que não vou chegar a lugar nenhum
conversando com essa mulher e me levanto rapidamente querendo dar o fora
daqui.
— Eu só quero que saiba que hoje ele tem alguém que o ama e que vai
cuidar dele. Você não é nada. Tess te odeia e ele mais ainda. — afirmo e saio
de lá depressa.

Paro por um momento e respiro fundo deixando todos os sentimentos


ruins aqui. Nesse lugar com a mulher que podia ter estragado a vida do meu
namorado... Que podia ter matado tanto ele como sua irmã. Eu apenas deixo

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as coisas ruins que ela plantou em nossos corações.

Entro em meu carro e dirijo devagar até a casa de Saint. Os meninos


estão lá, pois darão uma festa hoje à noite. A final do Campeonato está
próxima e eles estão mais confiantes que nunca.
A foto de Caleb aparece em meu celular e eu paro o carro no
acostamento para atendê-lo. Ele pensa que sai com Tara para o Shopping, não
quis dizer que vim até o presídio visitar sua mãe.
Ele nunca me deixaria vir.
—Onde está? — sua voz sai tão irritada que antes mesmo que ele fale, eu
sei que a mentira não deu certo.
— Chegando. Quando eu estiver aí conversaremos...
— Marianne, eu acho que você está querendo tapas na bunda que te
prometo... Eu sei da sua mentira e cuide, pois, estou lhe esperando no quarto.
— então ele desliga.
O que vou fazer com esse homem e seu desejo de me dar tapas na bunda?
Sim, Caleb está com essa mania há algumas semanas. Ele disse que viu um
filme que o homem fazia isso e agora quer fazer comigo. Vê se pode?
Não me pergunte qual era o bendito filme, pois não tenho tempo nem de
me coçar quanto mais de assistir filmes. Somente os de Tess, até porque deles
eu não posso escapar.
Volto para a estrada e chego à casa de Saint antes do que eu
verdadeiramente esperava. Subo as escadas passando pelos outros jogadores
e respiro fundo abrindo a porta do quarto que estarei dividindo com Caleb
hoje.

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— Entre Marianne. — em um comando baixo escuto a voz dele e meu


corpo obedece rapidamente.
— Caleb...
— Não. — engulo em seco e seguro minhas mãos juntas torcendo à
frente da minha blusa. — Tire a roupa. — seu segundo comando, no entanto
não é obedecido.
— Não farei isso, Caleb. Por favor, vamos conversar...
— Eu quero que tire a roupa Marianne. Não se preocupe. Nós vamos
conversar. — sua voz tem promessas silenciosas e eu suspiro tentando
relaxar.
Seguro as pontas da minha blusa e a retiro rapidamente querendo
terminar com isso. Desço minha calça jeans ficando apenas de lingerie e
vislumbro a sombra de Caleb se erguer. O quarto ainda permanece escuro e
eu não consigo enxergá-lo.
— Você pensa que cai na sua mentira, Marianne? — sua voz rouca é
sussurrada perto do meu ouvido e eu pulo assustada.
— Não... Não...
—Pronto. Essa é a resposta. Não, Marianne, eu não cai. — ele respira
fundo e cheira meu perfume gemendo no final. Jesus!
— Caleb, nós estamos na casa do seu...
— Não importa, além do mais com essa música nem eu consigo ouvir
meus pensamentos. — engulo em seco e fecho minhas pernas quando seus
dedos tocam a renda da minha calcinha. — Vamos foder hoje, Marianne. Eu
sei que gosta, oh, já está molhadinha para mim... — seu dedo acaricia minha
calcinha e por ela ele percebe a umidade.
— Caleb... — gemo envergonhada sentindo seu dedo passar por meu
clitóris inchado.
— Retire o resto das roupas. — ele manda ríspido e eu faço rapidamente.

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Caleb me pega nos braços depois de eu ficar nua me leva para a cama.
Assustada, escuto seu comando novamente:
— De quatro, Marianne...
Rapidamente fico com os joelhos e cotovelos na cama e ele permanece
parado em frente à cama tendo uma total visão da minha intimidade nua.
Seus dedos deslizam por ela e eu me retraio quando sua língua os substitui.
Escuto seu gemido misturado com os meus e suspiro quando ele se afasta.
— Você sabe por que eu te chamo de Abelha, Marianne?
— Sim. — falo com urgência, querendo que ele volte a me lamber.
— Fale.
—Porque, segundo você, tenho gosto de mel. — e então, como um urso
faminto ele volta a provar minha intimidade inchada e cheia de desejo.
Gozo violentamente e Caleb geme enlouquecido se distanciando apenas
para colocar a camisinha, que aprendemos a lembrar, no seu comprimento.
Lentamente minhas paredes se esticam para ele me preenche.
Então começa a se movimentar, rápido e forte. Minha bunda bate em seu
quadril e eu suspiro gozando novamente. Caleb segura meu quadril me
mantendo no lugar e de repente sinto sua mão atacar minha nádega direta.
Assustada, me retraio, mas ele me mantém no lugar.
— Caleb! — reclamo incomodada, mas ele volta a atacar me dando mais
uma. Mesmo contra minha vontade, meu desejo aflora e já estou excitada
novamente.
O que tem de errado comigo?
— Espero que dessa vez aprenda, que você não me esconde nada. Não
quero saber de você em presídio, muito menos visitando aquela desgraçada.
Você me entendeu Abelha? — enquanto ele fala seu membro sai de dentro de
mim e ele segura minhas nádegas deixando-me aberta para ele.
— Entendi... — então ele está me chupando novamente.

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Acordo no outro dia com meu namorado sorrindo para mim. Suas mãos
acariciam minha bunda com o auxílio de alguma pomada e eu suspiro me
lembrando de ontem.
— Eu te amo. Você é tudo que eu preciso e quero. — engulo seco
olhando para seus olhos cheios de sinceridade. — Eu não quero me lembrar
de Vanessa ou ouvir sobre ela. Acabou. É passado. Agora só quero você e
minha filha. Vocês são as minhas constantes, ninguém mais.
Aceno piscando para afugentar as lágrimas e me inclino beijando seus
lábios. Eles também são as minhas únicas constantes. Ninguém além deles.

FIM.

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Epílogo

Marianne

02 anos depois...

orrindo balanço minha mão para Tess que está descendo do palco da sua
S escola. Estamos no ginásio e hoje era uma apresentação do balé que ela
faz parte. Ela é apaixonada pela dança, então eu e Caleb embarcamos no
seu sonho também.
— Você está tão linda filha. — enxugo meus olhos a vendo sorrir
balançando a mão para mim.
—Mamãe já sou uma mocinha, não pode chorar assim. — ela sorri e me
abraça vindo para meus braços contradizendo o que acabou de afirmar.
— Certeza? — pergunto fingindo não ter certeza e ela ri. — Vamos lá?
— Papai não veio? — seu rosto murcha e meu coração aperta.
— Infelizmente não deu tempo. Seu jogo terminou mais tarde...
— Felizmente papai tem muito dinheiro e pode alugar um jatinho. —
Viro-me ao ouvir sua voz e sorrio. Ele se levanta de uma poltrona, dois
lugares atrás da minha e anda abrindo os braços.
— Pai! — ela ri e corre para os braços de Caleb. — Que bom que veio.
— Tessa beija seu rosto rindo alegremente e eu caminho até eles.
— Estávamos com saudade. — aviso sorrindo e o abraço também.
— Não estavam mais que eu, tenho certeza. — ele pisca e eu beijo sua

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boca perfeita. Tessa cobre seus olhos e resmunga algo referente ao seu nojo
em nos ver com os lábios juntos.
Voltamos para casa rindo ouvindo Tessa falar de suas amigas que andam
sempre a perguntando de namorados. Não preciso dizer que Caleb quase nos
meteu em um acidente nesse momento. Tessa ter sete anos não diz nada para
ele, nos seus pensamentos ela ainda tem 5, lógico que não concordo com
namoro, mas ele leva isso tão a sério que está ranzinza até agora.
—Você acha que ela vai namorar cedo? — ele pergunta tirando sua blusa
e pegando a toalha em nosso closet.
— Não sei... Talvez. — dou de ombros e o vejo olhar pela janela.
— Não quero que ela namore. Acho que namorar não é algo saudável...
— seus olhos permanecem sérios e eu acho graça do seu rosto pensativo.
— Caleb, por favor... — acabo caindo de rir na cama e ele se vira para
mim.
— Estou falando sério.
— Eu sei e é por isso que estou rindo... — respiro fundo e tento me
acalmar. — Relaxe, ela ainda não namora... E se for namorar vai ser com um
homem respeitador e gentil...
— Você nunca me leva a sério. — resmunga de cara fechada e vai para o
banheiro tomar banho me deixando rir sozinha.
Corro pelo quarto ainda rindo e pego a caixa de presente no closet a
deixando em cima da cama. Deixo-a fechada e suspiro tentando me acalmar.
Ele vai enlouquecer.
Não conversamos sobre isso, mas espero que ele goste da ideia. E mesmo
ele não gostando, não há volta. É definitivo. Apresso-me saindo do quarto e
vou para a sala de estar esperar sua reação.
Mordo meu lábio e concentro-me em olhar para o jardim bem cuidado.
Nas horas em que não estou na faculdade, que graças a Deus falta poucos
meses para o fim, fico no jardim cuidando das flores. Eu gosto disso. É
relaxante.
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Vim morar com Caleb assim que nos casamos um mês depois que visitei
sua mãe. Depois daquele dia descobrimos pelo Peter, que Lila foi cúmplice
do sequestro de Tessa. Ela avisou a Vanessa onde eu estaria, que horas e com
quem. Acho que nunca vi Caleb tão decepcionado com alguém, por que,
mesmo eu não gostando, ela era alguém que ele confiava a nossa filha. Se
depender de mim, ela vai apodrecer na cadeia ao lado daquela doente mental
que é a mãe do meu marido.
Balanço a cabeça para esquecer aquela mulher e foco no jardim onde foi
meu casamento. No final Caleb teve o que queria. Casamos. Foi o dia mais
feliz da minha vida sem dúvidas. Foi tudo simples, mas eu e ele ficamos em
êxtase. Foram poucas pessoas. Seus amigos, as minhas amigas, Tessa e só.
Foi perfeito.
— Marianne! — pulo assustada com seu grito e me viro o vendo descer a
escada.
— Hã... Oi. — sorrio nervosa e ele balança sua cabeça olhando de mim
para os sapatinhos vermelhos que segura.
— O quê... É verdade? — seus olhos voam para minha barriga e eu
sorrio vendo suas lágrimas.
— Sim! — levanto para me aproximar e Caleb se ajoelha em minha
frente com sua mão pairando perto do meu estômago, por enquanto liso.
— Nós vamos ter um bebê? — ele pisca deixando as lágrimas caírem e
eu me ajoelho também.
— Vamos, sim. Você está feliz? — pergunto limpando suas bochechas
com meus dedos.
— Nunca me senti mais feliz, Abelha. — ele ri divertido. — Não posso
acreditar que vamos ter um bebê. — ele pronuncia bobo e eu me afasto me
dando mais espaço para olhar em seus olhos.
— Eu sei. Também estou muito louca com isso, mas nós vamos o amar
tanto quanto nossa Tessa. Seremos uma família mais feliz do que já somos.
— sorrio sentindo que pela primeira vez meu peito está completamente
preenchido de amor.
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Nada mais que isso.


— Tenho plena certeza disso. Hayden e Dom vão enlouquecer por mais
um sobrinho. — seus olhos brilham com diversão dançando por eles.
— Sim. Emma vai conseguir logo e não posso dizer de Kayla, já que ela
não pensa em bebês agora. — dou de ombro sabendo o quão minha amiga
não quer bebês enquanto estiverem em lua de Mel.
Que está durando muito.
— Podemos sentir ele? Ouvi Kayla dizer algo assim quando fomos ao
hospital enquanto ela conversava com uma mulher grávida. — sua
sobrancelha franze e eu beijo entre elas.
— Ainda não. Mas logo poderemos. Vamos subir? Temos que dar a
notícia a Tess. — lembro-o e ele sorri levantando.
— É verdade.
— Então... — Caleb engole em seco quando chegamos ao quarto de
Tess.
Ela se levanta da cama e anda até nós, nos oferecendo sua atenção.
— Sabe a conversa que tivemos sobre irmãozinhos? — pergunta vendo
que Caleb não consegue falar nada.
— Sim, vocês disseram que só irei ter um irmão daqui um tempo. — ela
pisca sorrindo.
— E se ele chegar mais cedo? — Caleb questiona mordendo o lábio e eu
sorrio balançando a cabeça. Parece que ele vai desmaiar a qualquer momento.
— Mais rápido como? O Papai Noel vai trazer no Natal? — seus olhos
brilham em êxtase e eu relaxo.
— Sim, mas só no próximo Natal, esse ainda não. — explico sorrindo e
me ajoelho a sua frente.
— Por que não nesse?

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— Por que tínhamos que pedir com antecedência. O Papai Noel não vai
ter tempo para trazer logo. Tudo bem? — Caleb se aproxima também se
ajoelhando.
— Eu posso esperar. — ela ri e nos abraça.
Sem perceber eu relaxo contra eles dois. Tudo vai ficar bem e nós três,
quero dizer, nós quatro, vamos ficar bem. E muito felizes.

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Sobre a Autora

vilane Oliveira é uma cearense de vinte anos que conheceu o mundo da


E literatura aos quinze anos quando estudava o ensino médio. Começou a
escrever aos 17 anos pelo Wattpad e conquistou alguns leitores que a
acompanham desde seu primeiro romance New Adult.
Casada e com uma filha a nordestina sonha alcançar o coração de mais
leitores.

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