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Capa: D. A. Lemoyne
Foto: Adobe Stock e Canvas
Revisão: Walter Bezerra Cavalcanti
Diagramação Digital: Carla Arine
ISBN: 978-65-00-65600-8
Esta é uma obra de ficção. Nomes, personagens, lugares e acontecimentos descritos são produtos da
imaginação da autora. Qualquer semelhança com nomes, datas e acontecimentos reais é mera
coincidência.
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O Meu Noivo (de Mentira) é um CEO Italiano
1ª Edição
2023
__________________________________
A violação dos direitos autorais é crime estabelecido na lei nº. 9.610/98 e punido pelo artigo 184 do
Código Penal.
Sumário
Sinopse
Nota da autora
Playlist
Prólogo
Mássimo
Giovanna
Mássimo
Giovanna
Mássimo
Giovanna
Mássimo
Giovanna
Mássimo
Giovanna
Mássimo
Giovanna
Mássimo
Giovanna
Mássimo
Giovanna
Mássimo
Giovanna
Mássimo
Giovanna
Mássimo
Giovanna
Mássimo
Giovanna
Mássimo
Giovanna
Mássimo
Giovanna
Mássimo
Giovanna
Mássimo
Giovanna
Mássimo
Giovanna
Mássimo
Giovanna
Mássimo
Giovanna
Mássimo
Giovanna
Mássimo
Giovanna
Mássimo
Giovanna
Mássimo
Giovanna
Mássimo
Giovanna
Mássimo
Giovanna
Mássimo
Giovanna
Mássimo
Giovanna
Mássimo
Mássimo
Mássimo
Giovanna
Mássimo
Giovanna
Mássimo
Giovanna
Mássimo
Giovanna
Mássimo
Giovanna
Mássimo
Epílogo – Giovanna
Cap. Bônus – Louise
Agradecimentos
Sobre a Autora
Outras Obras
Redes Sociais
Sinopse
♫♫♫♫♫
Sportfy
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si=ZySIj113Q7KUQPAWh0Q1OA
Prólogo
— Gio, eu falei com o Enzo e você vai ter uma ajuda para fazer o
nosso casamento — começa Diana. — Ele se chama Mássimo Marino e vai
ser padrinho também.
Então, mais uma irmã minha encontrou o amor. Tudo começou com
Alessandra, que enamorou-se por um lutador coração de ouro e, de brinde,
ganhou uma filha que já consideramos como nossa. A queridinha da Mia.
Depois, minha Diana teve sua hora. Eu imaginando que seu amado
seria o meu melhor amigo Gaspar, mas na verdade se tornou um italiano
bonitão que é completamente louco por ela.
Sim. Minhas irmãs estão casadas e ainda assim espero encontrar o
meu amado príncipe. Ele está por aí em algum lugar. Na hora certa, vamos
nos encontrar e escrever uma linda história de amor.
— Pelo que sei, é um CEO de uma rede enorme de restaurante e um
grande chefe de cozinha famoso. Vai fornecer toda a comida e bebida.
Como você quer ajudar na ornamentação, vão ter que trabalhar juntos.
— Sem problemas — respondo na hora. — Tudo para conseguirmos
fazer o seu casamento em um mês, Di.
Local, cores, flores e músicas. Tudo isso já consegui resolver nos
últimos 14 dias. Amanhã vamos passar no estilista para ver o vestido da Di,
mas é praticamente certo que não vai precisar de muita coisa da minha
parte.
Agora, estou a caminho da empresa do outro padrinho, que chega
amanhã de viagem da Itália. Minha mãe ficou toda animada quando
descobriu quem era o melhor amigo do seu novo genro, e está louca para
vê-lo pessoalmente.
Confesso que já tinha visto o seu nome no site da livraria que
fornece exemplares para a biblioteca em que trabalho, no entanto, jamais
iria imaginar que o tal Mássimo Marino, chef de cozinha do programa
culinário, era o mesmo Mássimo amigo do Lorenzo e padrinho de
casamento da minha irmã.
Porém, devo dizer que estou um pouco apreensiva para o encontro
de amanhã. Todos os lugares em que citei seu nome, as pessoas tiveram
reações estranhas. Tipo... quando o Harry Potter falava o nome de
Voldemort e todos se sentiam incomodados... É bem próximo a isso o que
estou presenciando.
Paro na frente da Di Marino Buffet Italian, na área nobre de São
Paulo. É hora de almoço, mas este mês estou priorizando ajudar no
casamento. Diana está com quase oito meses de gravidez e anda tão cansada
que não tem como fazer tudo sozinha. Ainda bem que eu tenho carta branca
para resolver tudo do jeito que ela adora.
Abro a porta e falo com a menina do balcão.
— Bem-vinda a Di Marino Buffet Italian.
— Obrigada — respondo. — Eu sou Giovanna Soares. Somente
gostaria de confirmar a minha reunião com o senhor Mássimo amanhã.
Imediatamente, a mulher congela na minha frente como se tivesse
ficado petrificada. Tá vendo o que falei?
— Moça... — chamo a atenção dela.
— Si... sim. Somente um instante.
A mulher segue para dentro com passos apressados e chama a outra.
As duas ficam cochichando e me olhando sem eu entender de fato o que
está acontecendo. Até que os minutos passam e minha hora de almoço, que
é curta, começa a terminar.
— Oi... — chamo a atenção dela.
— Sim, senhora. — A primeira moça que me atendeu volta.
— Está tudo bem...? — peço confirmação, levantando uma das
minhas sobrancelhas.
— Pode deixar seu telefone. Quando o sr. Marino chegar, vamos te
mandar o lugar e o horário...
— Entendi, mas eu prefiro que seja próximo a essa biblioteca e no
horário do meu almoço. Pode passar para ele, por favor? — peço,
entregando um cartão com os meus dados.
Novamente, as mulheres se olham e somente balançam a cabeça,
assustadas. Agradeço ao sair, e quando estou abrindo a porta, escuto.
— Ela nem imagina, não é?
— Está claro que não — confirma a outra.
Passo o fim do dia trabalhando, mas a todo tempo fico pensando nas
falas das duas funcionárias. Porém, não vou ficar morrendo de véspera.
Nada é tão ruim que não possa ser melhorado.
Quem sabe o sr. Marino tenha o costume de ser firme com as
funcionárias? Pode ser só isso. Não é?
Se Deus quiser, será.
Mássimo
Não me recordo de ter ficado tão furiosa com uma pessoa como o tal
do Mássimo Marino conseguiu em menos de cinco minutos. Ele tirou o meu
pior, e olha que eu NUNCA fico irritada assim.
Que vontade que estou de esganar aquela cara bonita. E pensar que
vou ter que lidar com aquele infeliz viciado em tempo, prepotente e lindo.
Bem que podia ele ser feio, mas... pensando bem, ele é feio por dentro.
Todo aquele mar de arrogância e perfeição... Aff! Deve ser daquele
tipo de pessoa que se a meia estiver fora da posição na gaveta, ele demite a
empregada e manda comprar novas. Dos que nem sabe se vestir sem
precisar que um estilista renomado o diga como deve fazê-lo.
Deus do céu! Se somente cinco minutos foram insuportáveis,
imagina esses quinze dias. Ao invés de procurar sapos para ver se encontro
um príncipe, terei que engolir alguns para não destruir o casamento da
minha irmã com o amor da sua vida.
Bem que Lorenzo poderia ter um amigo que realmente prestasse.
Que tivesse empatia ou que fosse uma pessoa melhor. Mas não... É um
grosso que não sabe ouvir ninguém e adora mandar como um carrasco. E o
pior é que terei que lidar com ele por mais 14 dias.
Porque, pensando bem, se Mássimo não me ligar, eu mesma vou
precisar ir atrás dele para não ser completamente ignorada. Ai, que cruz!!!
Ainda bem que estou chegando na biblioteca, bem mais atrasada do
que é aceitável, e é tudo por culpa daquele homem. E pensar que não terei
tempo para comer algo, pois tem mais de quinze pequenos me esperando.
— Graças a Deus, você chegou! — minha amiga Samanta, que
também é bibliotecária, exclama assim que me vê. — Estamos tentando
entreter as crianças, mas elas estão loucas por suas histórias, Giovanna.
— Me deixa comer pelo menos um biscoito das crianças que eu já
começo.
Ela me entrega um pacote de lanche que entregamos no final e vou
comendo com pressa enquanto sou rebocada para as almofadas, onde o
grupo fica me esperando. Duas pessoas da biblioteca estavam tomando
conta dos pequenos e quando eles me veem chegando, gritam animados.
Esse é um dos meus melhores momentos. Não sou uma profissional,
mas me sentar para transportar cada uma dessas cabecinhas para um outro
mundo é o que mais gosto de fazer. Incentivar a gostar de história é o início
para formar um futuro leitor de livros. Não somente isso, quem sabe daqui
saia um autor de sucesso? Para isso, é preciso imaginar e criar, então faço o
meu melhor para que eles consigam atingir esse objetivo.
— Boa tarde, pessoal. Eu demorei um pouquinho, mas não vai
atrapalhar a nossa atividade. Hoje eu trouxe uma história de um menino que
foi morar em um pequeno planeta lá no céu, com uma flor. Quem quer
ouvir?
— Eu! — gritam em uníssono.
— Então, vamos começar a contar a história do livro, chamado “O
Pequeno Príncipe”.
Quem disse que parei? Depois de jantar e lavar a louça, agora vou
para a cama ler aquele romance delicioso que peguei no meu Kindle. O
mocinho é um italiano mafioso para ninguém botar defeito.
A mocinha não gosta tanto dele porque sabe da vida criminosa, mas
que homem de pegada! Só de ler, dá para imaginar as coisas que ele faz e o
jeito exato de como ela sente. Nessas horas eu queria estar vivendo uma
história como essa. Não com um mafioso, mas com um homem desse tipo.
Meio “Poderoso gostosão da virilidade”...
Adrian. Este é o nome dele. Um nome curto, bonito e sexy, que faz a
gente ficar com calor só de conhecer. E assim, a história vai acontecendo.
Enquanto vou lendo, o tempo vai passando, a mocinha vai falando
dele e vou me revirando na cama, lendo e querendo ser ela.
Na cena em que estou agora, os dois estão no elevador do prédio de
uma das empresas de fachada dele. Ele já falou que a quer como esposa e
não aceitará um não como resposta. A moça já negou de todas as formas
possíveis, mas o cara vai cercando-a até que acontece o primeiro beijo. As
mãos dele sobem pela perna da mulher, que começa a pegar fogo e...
Trim trim.
— Ai!
Dou um grito, como se tivesse sido pega no flagra. Demoro uns
instantes para perceber que é somente o meu telefone. Vou até a bolsa para
buscá-lo. Quando vejo a tela, percebo um número estrangeiro, achando ser
do meu futuro cunhado, com alguma notícia da Di. Atendo na hora.
— Alô!
— Agora tu mi atende, não é, princesinha?
Ai, meu Deus! Parece que o mocinho do livro se tornou real.
Alguém me abana, que esse sotaque italiano é de parar o trânsito. Agora dá
para entender porque a.... Espera um pouco.
— Mássimo? — pergunto, clamando aos céus que seja o Adrian que
descobriu meu telefone e se tornou real, em meio a um desejo que fiz
inconscientemente para a estrela cadente.
— Quem esperava que fosse?
Não é o Adrian. Ai, meu Deus! Então, imediatamente, todo o fogo
que estava sentindo se extingue, como se tivesse tomado um grande banho
de água fria.
— Isso é hora para você me ligar? — questiono, nervosa, olhando o
relógio e vendo que são mais de 2 da manhã.
— Você deveria estar descansando, mas está toda agitada, no é?
Que ranço!
— O que você quer?
— Com quem você estava falando? Princesas deveriam estar
dormindo a quest'ora.
— E ogros, nas masmorras — respondo.
— Está muito silêncio onde você está...
— Mássimo...
— Por que no me atendeu antes?
— Aff! Eu tenho uma vida, que graças aos céus, é bem distante da
sua. Me fala de uma vez o que você quer me ligando às 2 da manhã?
Está para nascer homem que me deixa mais irritada do que Mássimo
Marino. Não tem cabimento. Eu o conheci hoje, mas ele me faz ferver de
um jeito que não é legal. Sendo sincera, não é nada bom!
Mássimo
Por que ela atendeu daquela forma? A voz como se tivesse quase
gozando e... Puta merda! Eu conheço as mulheres. A princesinha está com
alguém. Não tem como gemer com as palavras às 2h da manhã sem estar
acompanhada, e eu quero que ela me confesse.
— Mássimo!
— Giovanna, vou te ligar amanhã. Está claro que sua companhia
não que me ouvir falando contigo a esta hora.
— Do que você está falando?
Bufo com a ironia. Mulheres. Sempre mentirosas.
— Não minta porque eu sempre descubro. Nada fica escondido de
mim, Princesinha.
— Nem sei do que você está falando. Só pode ter batido com a
cabeça ou estar bêbado.
— Como disse?
— Mássimo, se está me ligando para somente me perturbar mais um
pouco, fique sabendo que não vai se livrar de mim tão fácil. Amanhã eu
falo contigo e a gente resolve os assuntos do casamento da Di e do Lorenzo.
Agora... — ela pausa — eu vou dormir.
Rio, tendo certeza de que não é dormir o que ela pretende fazer.
— Giovanna...
— Boa noite!
Então, a ligação é encerrada.
Maledetta!
Outra vez ela me corta. Tinha a intenção de puni-la por não me
atender, mas claramente era eu quem estava saindo por baixo dessa
chamada. Agora me arrependo do motivo pelo qual resolvi fazê-lo.
Pronto.
Provavelmente ele não vai vir nem por intimação judicial. Vai falar
que os livros não são novos. Que tem poeira e...
Ai, merda! Por que mandei essa mensagem? Se quero mantê-lo
distante, por que falei sobre isso? A burra resolveu dar o endereço de onde
trabalha.
Melhor apagar essa mensagem e...
“Estarei ao fim do dia, Princesinha”
Merda!!!
Mássimo
Disponibilidade de horários?
Quem precisa de disponibilidade para conseguir organizar livros
numa biblioteca? Isso é um disparate. Eu deveria bloquear o seu número,
não mais cogitar olhar em sua cara e muito menos pensar no seu nome.
Porém, ao contrário de tudo, me vejo respondendo.
"Estarei ao fim do dia, Princesinha"
Por que o fiz? Nem imagino. No entanto, não me arrependo.
Na verdade, toda essa situação tem a ver com Lorenzo e seu
casamento relâmpago. Mais parece que meu melhor amigo tem uma
obrigatoriedade de se enlaçar.
Por que, recordando seu passado, quem diria que um dia faria algo
assim? Meu amigo sempre se orgulhou de usar as palavras certas para
conquistar o sexo oposto. Conseguia o inimaginável delas, e de repente me
liga falando que engravidou uma " Bela Dona" e que está gostando dela.
Não demorou muito para dizer estar apaixonado, que vai ter uma filha.
Poucas semanas mais tarde, me avisou do casamento.
Nunca fui a favor dessa loucura toda. Desde sempre tive um
pensamento certo sobre o que as mulheres querem. E tenho certeza de que
essa brasileira está prestes a realizar o maior sonho financeiro de sua vida.
De minha parte, continuo fazendo o meu excelente rotineiro, mas
imagino que Lorenzo, quando perceber o que de fato ocorre, seguirá o
caminho do meu pai. Vários casamentos e nenhum a longo prazo.
A única penalizada nisso tudo é a criança que ainda não nasceu.
Porém, sei que com o tempo vai aprender de verdade quem são as pessoas.
Ou quem sabe, seja eu a fazê-lo.
Por que não fui embora? Por qual motivo ignorei todos os
aconselhamentos que recebi de não o encontrar e estou aqui? Parada, diante
desse homem lindo e estupidamente arrogante.
Seus olhos azuis me encarando à meia-luz me faz pensar no
personagem do meu livro. O mafioso Adrian. Sei que não devia, mas a
descrição da autora e aquela maldita ligação na hora errada...
Já sei por onde começar a conversa.
— Mássimo. Por que me ligou ontem de madrugada?
— O que disse? — pergunta, tirando a atenção do cardápio.
— Acho que você me escutou.
— Acha?
Ele desvia o olhar de mim e só então percebo que agiu assim porque
errei ao usar a palavra. Porém, o que mais poderia fazer? Aff! Não tá dando
certo ele me encarando assim. Estou sentindo algumas coisas estranhas e
não são nada legais. Pensando bem, é melhor cortar o mal pela raiz e
colocar na minha mente que mesmo sendo um italiano lindo, não é o
mafioso delicioso do meu livro.
— Eu pensei em usar off-white nas cores para o casamento e a
Diana concorda. Tem algum prato daqueles requintados que possa combinar
com um casamento no fim de tarde?
Desta vez, o surpreendi. Seus olhos estão atônitos, me olhando
como se estivesse falando da rotação dos planetas em linguagem de sinais.
Mas, pelo menos, consegui desfazer aquele clima estranho em que
estávamos.
— O que quer, Giovanna? Preciso que...
O que eu quero?
Nossa! São tantas coisas. Encontrar o meu tão esperado príncipe, me
casar, morar numa casa enorme e encher os quartos de crianças, frutos desse
amor. Isso é só o começo.
Também tenho projetos de incentivo à leitura para crianças e, quem
sabe, talvez uma escola de jovens autores?
Depois poderia ter uma editora e lançar obras que poderiam girar o
mundo e conquistar muitos corações. Tudo começando quando o meu amor
surgir no meu caminho. O que infelizmente ainda não aconteceu.
— Giovanna?
— Oi?
— Responda — exige.
— Sobre o quê? — questiono.
Ele torce o lábio e fico sem saber o que dizer. Me distraí em minhas
divagações do meu mundo perfeito e me esqueci completamente do que
conversávamos. Se ele não me disser, vai continuar irritado, sem que eu
responda. Tudo por eu simplesmente não tê-lo escutado.
— Mássimo...
— Você começou falando do casamento e não disse mais nada.
Acredito que já tenha percebido que não tenho tempo para frivolidades e...
Lá vem ele de novo. Deus do céu! Quem aguenta? Agora sei porque
até hoje é solteiro. Ninguém consegue suportar uma pessoa assim por muito
tempo. Não é projeto de príncipe para ninguém e mesmo sendo lindo, com
seus cabelos loiros, olhos azuis, porte elegante e muito rico, não indicaria
ele para nenhuma inimiga minha. Porque até elas merecem coisa muito
melhor.
— Entendi — respondo. — Bem, vou te mostrar o que decidi.
Pego meu telefone e vou mostrando minhas ideias. Por enquanto é
somente contar, 13 dias para nunca mais precisar lidar com Mássimo
Marino.
Depois de jantarmos a melhor refeição da minha vida, ele foi bem
cavalheiro em somente me informar que me levaria em casa por ser tarde da
noite. Sem opção, fiquei parada no banco do carona, somente esperando a
viagem findar enquanto sentia o cheiro amadeirado do seu perfume.
Os minutos vão passando e então, no meio da estrada, Mássimo
freia o carro bruscamente, quase me arremessando para o outro lado do
vidro.
— Deus do céu! O que aconteceu? — pergunto, olhando para fora
em busca de algum bicho ou pessoa caída, mas não vejo nada.
No entanto, quando olho para ele, eu o vejo com os olhos brilhando
em fúria, mirando o outdoor que diz:
“Satine Roux curtíssima temporada em São Paulo.”
Mássimo
Não sei por que ela ainda me atinge. Ainda escuto seu nome na
grande mídia, mas nunca tive o desprazer de estarmos na mesma cidade.
Satine. Se há anos me esqueceu, por que resolve agora se reerguer das
cinzas?
Passei aniversários, Natais e muitas datas comemorativas esperando
que aparecesse do nada e me levasse com ela. Ou, quem sabe, receber um
cartão com seu nome. Porém, nunca aconteceu. Para mim, ficou somente a
lembrança que é destinada a seus inúmeros fãs espalhados pelo mundo.
Mãe. Satine Roux não sabe o que é isso. Esqueceu-se
completamente do seu único filho, como meu pai havia dito.
Abdicou de mim para cantar para multidões. Espero realmente que
seja feliz com a sua escolha.
— Mássimo, está tudo bem?
Puta merda!
A minha intenção era de seduzir a princesa-mulher, no entanto,
neste momento não tenho a mínima capacidade para tal.
Somente pensar na mulher que me trouxe ao mundo é o suficiente
para que eu desista de todas as coisas e me recolha em casa com um copo
de whisky.
— Mássimo?
— Está tudo bem — respondo, voltando a dirigir.
Dez minutos foi o tempo necessário para deixá-la em casa. Depois,
voltei para o hotel em alta velocidade.
Entro no meu quarto com raiva de mim por ainda ter a capacidade
de ter alguma emoção, mesmo que negativa, ao somente ver o seu nome em
algum lugar.
Em seguida, vou para o frigobar e encho um copo de whisky, me
recordando dos momentos em que tanto senti falta de Satine e o senhor
Nero me repreendia.
"Quando irá aprender, Mássimo? Mulheres. Todas são falsas. Vivem
de seduzir para conseguir o que desejam. Quando sua guarda fica baixa,
elas te destroem até que se torne seu escravo e nunca mais aparecem.
Entenda de uma vez que elas não são confiáveis. Servem somente para nos
satisfazer, nada mais."
E meu velho e sádico pai está mais do que certo.
Então, escapando de todos esses pensamentos, faço uma chamada
para uma certa cliente que visita com frequência o meu restaurante.
Toc Toc.
— Senhor Marino, estamos em seu aguardo. — Escuto e
simplesmente os ignoro, acabando de me arrumar.
Hoje entendo a definição da palavra “trabalho”, e tudo o que estou
passando nesses últimos dias tem esse significado. Infelizmente, Satine me
encontrou e tem tentado contato comigo de inúmeras formas, contudo,
permaneço não a respondendo.
Chegou ao ponto de me mandar ingressos vip para sua apresentação
com um cartão escrito a próprio punho. Somente os deixei na mesa de
entrada do quarto, completamente ignorados. Fiquei tentado a rasgar e jogar
no lixo, mas tal revolta não resolveria nada e ainda mexeria comigo. Por
isso, os mantive no mesmo lugar onde foram entregues.
No entanto, no evento de hoje, deixei bem claro para todos que o
nome de Satine Roux está completamente proibido. A biblioteca afirmou
que atenderia à minha exigência, mas como não confio muito na
inteligência dos funcionários do lugar, contratei alguns seguranças
particulares.
Meu ritual normal de cada um dos meus lançamentos é usar um dos
melhores ternos que tenho, um azul-marinho com camisa social de cor azul-
claro. Também coloco minhas abotoaduras gravadas com minhas iniciais e
calço sapatos de couro em tom castanho.
Deixei os cabelos bem alinhados e aparei a barba mais cedo. Agora
é somente o perfume de sempre e ir fazer fotos depois de autografar livros.
Abro a porta e dois seguranças me acompanham até a saída. Como o
aviso do lançamento foi espalhado, preciso de ajuda para sair do hotel
devido à grande quantidade de fãs que surgiram do nada na entrada. Dou
somente um aceno para os fãs e sigo para o carro da segurança. Em menos
de 10 minutos estou na entrada.
Parece que foi há uma vida que me encontrei pela última vez com
Giovanna. Depois que ela me presenciou olhando o outdoor de Satine...
Não posso abrir espaço para mexer nesse assunto. Por isso, evitei ao
máximo encontros pessoais. Estou atendendo às suas ideias para o
casamento por meios eletrônicos, fazendo pontuais alterações. No entanto,
não mais a vi. Talvez venha hoje. A responsável por tudo se chama
Samantha, mas por ser um evento grande para um espaço tão simplório, é
quase certo que já esteja por aqui.
— Senhor, a responsável falou que pode entrar.
Confirmo, abrindo a porta e caminhando para dentro. Aqui também
tem fãs do programa e ainda preciso de ajuda para caminhar com os
seguranças. Os convidados que estão do lado de dentro me aplaudem.
Agradeço e caminho para dentro em busca do local onde farei os
autógrafos. Quando dou o terceiro passo, uma morena de baixa estatura me
agarra e tenta me beijar.
— Quem é você?
Porém, antes que tenha sua resposta, meu olhar é capturado pela
princesa-mulher, Giovanna.
— Mássimo. Já esqueceu de tudo que aconteceu entre a gente?
Não consigo dar atenção para a louca e realmente não me recordo de
quem é. Meus olhos estão nela e seu vestido rodado cor-de-rosa. Faz alguns
dias que não a vejo, mas minhas memórias não foram fiéis a tanta beleza.
— Boa noite, senhor Marino — ela me cumprimenta, mas percebo
hesitação em sua fala. Por que será? — Estamos com a mesa reservada para
a noite. Poderia me acompanhar?
Concordo, me afastando da outra morena e seguindo a pequena
princesa. O espaço é bem iluminado, organizado e amplo como gosto.
Então, me acomodo na cadeira de madeira maciça, aguardando que comece.
Em vez de a outra mulher assumir, a tal da Samantha, quem começa
falando é a própria Giovanna, me deixando surpreso com a reviravolta.
— Boa noite a todos. Me chamo Giovanna Soares e estarei à frente
do lançamento desta noite. O livro “Sabores da Amada Itália” é uma obra
de um grande e conceituado chef de cozinha internacional. Ele construiu
um império com renome mundial, e ficou ainda mais conhecido com o
reality culinário de grande público no Brasil. Estou falando do sr. Mássimo
Marino, que está no seu oitavo livro de sucesso e hoje prestigia seus
leitores, fãs, e esta estimada biblioteca nesta noite de autógrafo.
Os aplausos começam e somente agradeço. As pessoas são
organizadas em fila e aos poucos começam a se aproximar para falar
comigo, autografar e parar ao meu lado para tirar fotos.
Toc Toc.
— Vai embora!
Mal cheguei e o dragão já lançou fogo. Não vou dizer que não
imaginava que isso iria acontecer... Mesmo assim, vamos ver até onde
vamos com isso.
— Mássimo, sou eu a...
— A imperatriz da incompetência? — questiona com ironia. —
Acha que não reconheço a sua voz?
Reviro os olhos, ignorando sua implicância, e abro a porta entrando
de costas. Confesso que quatro livros, e mais a sacola com os da minha
mãe, estão bem pesados para mim, principalmente por serem de capa dura
com mais de 200 páginas em papel fotográfico.
— A sua noite ainda não acabou, senhor Marino.
— Se eu falei que terminou, não volto atrás...
— Tem fãs suas... — Desvio o olhar.
— A culpa é de...
Sem querer, vejo uma das garrafas de champanhe que foi servida.
— Você está bebendo?
— Não. — Então vejo a taça em sua mão. — Sim, mas não o
suficiente.
Bufo, irritada, e coloco os livros na bancada do banheiro, esticando
uma caneta para ele.
— Os nomes estão nos papéis que coloquei — aviso. — Eu preciso
fechar a noite de hoje e ir para casa...
— Vem para a mia casa — ele convida, me cercando, e demoro
alguns instantes para compreender que realmente é comigo.
E demora mais um pouco para que as palavras encontrem a minha
boca.
— Mássimo...
Ele toca minha cintura, me puxando para ele. Acabo batendo em
seus músculos definidos esquecendo do que ia falar.
— Passei a noite te observando. Todas as vezes em que vinha uma
nova leitora, eu corria os olhos pela biblioteca e encontrava a bela e
sedutora princesa.
Ele fala ao pé do meu ouvido, causando reações novas que só tinha
lido nos meus romances.
— Esse vestido cor-de-rosa... Dio mio. Estou louco para tirar do seu
corpo e...
— Mássimo...
Seu toque caminha pelo meu pescoço, virando-o lentamente, e o
calor de sua respiração me deixa arrepiada dos pés à cabeça.
— Eu sei o que você quer, eu também desejo o mesmo. — Engulo
seco de olhos fechados enquanto percebo meu coração bater mais rápido.
— Non se negue ao que cada gota do seu ser anseia e...
Toc Toc Toc.
— Giovanna, está tudo bem? As leitoras estão esperando o livro.
Imediatamente, desperto do feitiço de Mássimo, me afastando como
se tivéssemos sido pegos no flagra.
— Deus do céu! — Viro-me de costas, evitando olhar para ele
completamente envergonhada. Somente estico a caneta e ele o faz como se
nada tivesse acontecido minutos atrás.
Alguém pode me dizer o que motivou tudo isso? Essa explosão
completa de sedução e por que eu reagi assim? Somente para início de
conversa, eu e Mássimo nunca tivemos completamente nada. Mas nada
mesmo! Digo, somente a briga de sempre. Ele é tão mandão e quer tudo
perfeito e excelente, enquanto eu somente estou tentando deixar as coisas
mais calmas e tranquilas. Simples assim.
No entanto, não compreendo...
— Pronto.
Viro-me para os livros, evitando o olhar, mas está difícil. O que será
que está acontecendo comigo? Guardo a caneta, repetindo mentalmente os
inúmeros defeitos de Mássimo, mas quando vou pegar os livros, ele me
impede, tocando em minha cintura e me forçando a olhá-lo. Deus! Que
homem sedutor e lindo é esse?
— Eu quero você esta noite, Giovanna.
Estou tão inebriada nos olhos azuis e seu cheiro másculo que
demoro alguns instantes para compreender. Deus do céu! O que está
acontecendo comigo? Perdi a capacidade de raciocinar?
No entanto, ele espera a minha resposta, o meu mundo para de girar
e compreendo o que quer, e não gosto nem um pouco.
— Mássimo, me solta — peço, me afastando, mas ele não desgruda
do meu braço.
— Diga que sim.
Dessa forma, todo o encanto que tinha sobre mim se desfaz. Por
isso, fecho os olhos, nervosa, e digo:
— Se me impedir, eu vou gritar e farei um escândalo que vai ser
muito maior do que fez há pouco.
Imediatamente, ele me solta, me deixando sair com os livros.
Todavia, não sem antes dizer:
— Te encontro ao final do evento, Princesinha. Esta noite te farei
cantar de um jeito bem diferente, e sei que irá adorar.
Eu deveria ter rebatido sua fala, mas acabei me intimidando diante
disso tudo. O que deu nesse homem? Porém, se ele acha que vai conseguir
alguma coisa comigo desse jeito, como se eu fosse uma qualquer, está
completamente enganado.
Depois de quase meia hora me desculpando com as leitoras porque
Mássimo resolveu dar de estrela e não sair do banheiro, estou quase
acabando de guardar as coisas e fechar a biblioteca.
Meus colegas foram indo embora aos poucos e agora falta somente
uma coisa para partir. Me livrar do habitante do banheiro. Bem que esse
título poderia ser o nome de um livro, não é?
— Mássimo, a biblioteca está fechando. Os paparazzi e seus fãs já
foram embora. Pode sair tranquilo e ir para sua casa — aviso, indo pegar
minha bolsa enquanto desligo uma das luzes.
Dois minutos depois, ele sai ainda sem camisa, movimentando a
minha imaginação criativa. Eu já falei e repito: ele é muito bonito, e agora,
nesse estilo Adrian, me sinto como uma das mocinhas dos meus livros.
Mas a ficção não é e nunca será realidade, mesmo eu querendo
demais que seja.
— Meu carro está nos fundos — informa, relembrando o convite.
Viro-me em sua direção e paro.
— Mássimo, de onde tirou isso? Eu não vou sair com você...
— Quem falou de sair? — questiona, com aquela sua frieza
habitual.
Ele se aproxima lentamente e é nesse momento que o Adrian do
meu livro se mistura com o Mássimo da vida real.
— O que quero é foder contigo, Giovanna. — Sinto-me indefesa
quando ele levanta o meu queixo para que fique diante do mar azul dos seus
olhos.
Ai, meu Deus!
— Sem envolvimentos românticos, Princesinha. Será que consegue
separar nessa sua cabecinha linda essas duas coisas e me deixar te dar
prazer até ficarmos exaustos?
Espera aí? Ele está me convidando ou me insultando?
— Eu... Acho melhor isso parar por aqui. — Minha voz sai um
pouco tremida e não consigo precisar o motivo.
— Giovanna. Sabia que seu nome é italiano? — ele chama a minha
atenção. — Fica ainda mais bonito na minha língua natal. Giovanna.
Isso chama completamente a minha atenção. A sensualidade com a
qual ele diz o meu nome não está em nenhum livro. Adrian, ou melhor,
Mássimo está se superando em todas as expectativas. No entanto, devo me
lembrar o motivo pelo qual isso não deve acontecer.
Porém, todos os pensamentos fogem quando sinto o calor de seus
lábios em meu pescoço e acabo me deixando envolver.
— Princesa Giovanna — declara antes de tomar meus lábios junto
aos deles.
Pelo amor de Deus! Que beijo é esse? Abrasador, selvagem,
arrebatador. Por tudo que é divino nesta Terra! O que esse homem faz que
não seja em excelência?
Sua língua invade minha boca sem pedir licença e me leva para as
estrelas mais longínquas do universo. As mãos passeiam por meu corpo, me
deixando em brasa e completamente envolvida.
Eu quero mais. Preciso de mais. Até onde o Adrian da vida real quer
me levar? Estou completamente entregue e viciada em seu toque. Sinto os
botões do meu vestido se afrouxarem e não me preocupo. Confesso que
nunca tinha ido tão longe com alguém e... Não penso ser ruim.
Ele me senta numa mesa e deixa beijos quentes em meu colo até
tocar meu seio sobre o sutiã. Quem diria que era tão bom? Acaricio seus
cabelos claros enquanto sinto a peça se soltar do meu corpo.
Mássimo coloca o mamilo em sua boca e um gemido me escapa. Ele
me deita na mesa e sinto seus dedos subindo entre minhas pernas. Eu passei
a vida toda me guardando para este dia e me parece ter sido a mais certa
decisão. Vou me entregar para um homem pela primeira vez.
— Princesinha, você não imagina o que planejo fazer contigo —
sussurra em meu ouvido enquanto toca minha calcinha.
— Mássimo...
— Pode ficar quietinha, que vou te fazer gozar mais forte do que
nun...
— Você precisa saber que...
— Que está molhada querendo meu pau? Eu já sei — afirma.
Rio e o puxo para mim.
— Não. Eu sou virgem.
Imediatamente, ele fica parado como uma estátua. Então, do nada,
ele tira as mãos de mim, como se eu tivesse uma doença contagiosa.
— Ma che cazzo![2]
Fico constrangida e começo a me vestir.
— Mássimo?
— É melhor você ir embora e eu também — responde, colocando a
camisa.
— O que aconteceu...?
— Se veste e vai para sua casa — argumenta, passando as mãos no
cabelo. — Não, eu te levo para sua casa.
— Mas...
— Não aconteceu e não vai acontecer nada, Giovanna. Entendeu
ora?
Como os mesmos olhos que estavam me desejando conseguiram
mudar tão rápido?
— Isso é só por que...
— Eu perdi o interesse. Você é muito princesinha para o meu gosto.
Prefiro mulheres decididas que sabem o que querem. Esclarecido?
Suas palavras totalmente rudes de frias quebram algo em mim. Por
isso, acabo de me vestir de forma apressada.
— Pode ir embora, Mássimo — eu o expulso.
— Giovanna...
— Não preciso de carona, meu cunhado Kalel vai me buscar.
— Não minta, você é uma péssima mentirosa. Eu não vi você
ligando para alguém que...
— Saia agora! — grito, revoltada.
Ele fecha os olhos e pega suas coisas.
— Não vou embora até você estar em casa...
— Acha que algo pode acontecer comigo? Não precisa se preocupar.
O prédio é bastante seguro. Não preciso da segurança do homem mais
prepotente que conheci neste mundo. Pode ir para a sua casa e ficar com as
mulheres decididas que são suas favoritas.
Seus olhos estão cravados nos meus e por um milésimo de segundo,
encontro o mesmo homem que estava comigo, mas isso passa tão rápido
que fico em dúvida se realmente aconteceu. Então, Mássimo vai para fora e
aproveito para trancar a porta.
Neste momento, as lágrimas chegam. Porém, não consigo precisar
se é de desgosto comigo mesma por ter quase perdido a minha virgindade
com ele ou de decepção por ter sido rejeitada pelo próprio.
Que idiota eu fui! Tentei transformar um italiano arrogante e
prepotente num personagem de livro e deu nesta situação estranha. No
entanto, isso jamais irá acontecer.
Mássimo Marino jamais terá a chance de se aproximar de mim
novamente.
Mássimo
— Bela Dona, não era preciso que você fizesse os doces da festa...
— Eu sei, Enzo. Mas não tem brigadeiro na família Soares melhor
que o meu...
Lorenzo, meu cunhado, se encosta na parede da cozinha, olhando
para a minha irmã de um jeito que nem precisa de explicações.
— Acho melhor você ir fazer alguma coisa, amor — fala Diana,
enquanto tento me conter ao enrolar brigadeiros.
Ele demora uns instantes para sair do lugar, mas minha afilhada
começa a chorar, fazendo-o se afastar.
— Ainda é assim? — pergunto.
Ela ri.
— Mesmo com a nossa filha, continuamos no ritmo. Eu o amo
demais — declara, irradiando uma felicidade que chega a fazer seus olhos
brilharem.
Sem querer, acabo suspirando.
— E pensar que eu não esperava o reencontrar como meu chefe e...
Você sabe bem de toda história.
Enrolo um docinho para ela e deixo na mesa.
— O prêmio de mais apaixonada vai para... Diana Soares Ricci. —
Ela sorri, agradecendo e comendo o doce.
— Gio, eu sei que na hora certa você vai ganhar esse título. Tenho
certeza disso. É a mais romântica da família. Um dia, um verdadeiro
príncipe vai chegar e arrebatar seu coração. Te fará vivenciar um romance
de livro. Pode acreditar que isso vai acontecer.
— Mas onde ele está? Estou começando a ficar impaciente...
— Quando você menos esperar, maninha — comenta. — Agora
vamos fazer esses doces porque faltam poucas horas para a festa.
Alessandra vai chegar com o beijinho de coco.
— Deus. E eu ainda tenho que me arrumar.
— Temos, Giovanna. Temos.
Mássimo
— Lorenzo...
— Não tente criar argumentos para encerrar a chamada. Me
explique primeiro como ficou noivo da minha cunhada? Vocês não se
entendem por nada neste mundo.
— É complicado...
No momento, estou sentado no sofá do quarto de hotel, pensando na
mensagem que Giovanna me passou e no que terá no nosso contrato de
noivos de fachada.
— Complicado como? Ela está grávida? Terá que assumir um filho?
Confesso que não te vejo muito como pai, mas...
Passo a mão nos cabelos, evitando pensar nesse assunto.
— Eu não vou ser pai. Isso está decidido na minha vida e jamais
será alterado.
— Eu pensava o mesmo...
— Mas nunca teve a mesma convicção que a minha — afirmo. —
Lembre-se de que na Itália você tinha o costume de conquistar as forasteiras
por esporte.
Ele ri do outro lado.
— Um fato que prova como as coisas mudam. Então, meu amigo,
jamais se esqueça disso.
— Comigo tudo funciona de uma única maneira...
— Agora me pergunto... A sua noiva sabe que não anseia ter filhos?
Giovanna é do tipo...
— Ela não precisa saber disso.
O que é uma verdade. Vai durar tão pouco esse “noivado” com a
Princesa que jamais precisará saber do assunto. Ela é simplesmente uma
virgem que sonha em se relacionar com um príncipe de armadura de ouro.
Então, está claro que jamais acontecerá algo assim entre nós. Mesmo sendo
deliciosa e difícil de resistir.
— Se planeja se casar com ela, vocês precisam ter essa conversa.
Outra coisa... — Ele suspira. — O problema é que começou errado como
eu...
Junto as sobrancelhas, preocupado.
— O que foi?
— Terá que pedir autorização aos seus futuros sogros...
— Não é preciso — argumento.
— É algo de extrema necessidade na família da sua futura esposa.
Eles jamais deixariam a última filha solteira se casar com um homem que
não a faria feliz.
Puta merda! Por essa eu não esperava.
— Temos uma viagem em alguns dias...
— Tente falar com o senhor Alberto e dona Vitória o mais breve
possível. Nesse dia, toda a família se reunirá para avaliar o pretendente.
Bufo, não acreditando em uma linha do que ele fala.
— Não estou em tempo para piadas, Enzo...
— Não é. Eu mesmo precisei passar por isso. Mesmo Diana estando
grávida da nossa filha.
— Isso é um absurdo...
— Não reclame e pense em como impressioná-los. Isso é o mais
importante e... Amore Mio.
— O quê?
— Terei que desligar, Max. Diana acabou de chegar em casa.
Poucos instantes depois, ele desliga a ligação sem me dar chance de
rebater ou pedir mais informações. Falar com os pais dela? Por essa eu não
esperava.
Por que Giovanna tem telefone se não usa para me avisar das
coisas? Somente hoje, sexta-feira, que descobri que a biblioteca está
interditada. Ela devia ter me ligado na mesma hora, mas não... Foi sozinha
para casa, e quando consegui falar com ela para avisar sobre o dinheiro que
deixei em sua conta para comprar um novo guarda-roupa, ela não me disse
nada sobre estar de férias em casa. Por qual motivo? Nem imagino.
Ainda bem que ainda é 9 da manhã e temos alguns assuntos para
resolver. Ela nem imagina que estou chegando em sua casa, mas a culpa é
da própria. Detesto com todas as forças não ter acesso as informações.
Trabalhar no improviso é o pior dos caminhos para uma pessoa que aprecia
a perfeição como eu.
Estaciono e poucos instantes depois, um carro grande para na minha
frente.
— Kalel, hoje é feriado. Você só tem luta daqui a três semanas. —
Uma morena sai do carro, abrindo a porta de trás, e dois meninos iguais
saem do veículo.
— Ousada, sabe que preciso treinar. — Um homem grande e forte
como um lutador sai do carro, abrindo a porta de trás. — Mesmo ganhando,
minhas últimas lutas não foram do jeito que... — Do nada, ele para, me
encarando. — Você me parece familiar.
— Bom dia — a morena me cumprimenta. — Ele é o chef de
cozinha daquele programa de cozinha, Mássimo Marino. Também é o noivo
da Gio, amor.
— Noivo de quem? — Na mesma hora, a expressão calma do
lutador se converte em fúria.
— Calma, Kalel... — A morena, que parece ser a esposa, tenta
contê-lo, mas é praticamente impossível.
— Quem permitiu esse noivado?
— Eu vou conversar com os pais dela hoje à noite.
— Por que não agora?
— Eu não...
— Acha que pode desrespeitar a minha família só porque está na
televisão?
— Kalel, vamos entrar primeiro? Os meninos estão na rua e aqui é
perigoso.
Somente depois desses argumentos, seus olhos furiosos desviam dos
meus e vão para os filhos. Em seguida, os três passam pelo portão da casa,
deixando a morena do lado de fora.
— Oi, eu sou a Alessandra — ela se apresenta —, sou a irmã mais
nova da Giovanna. A gente se viu no casamento da Diana e no aniversário
da Agatha. Lembra?
Um flash de memória se passa em minha mente. Não fico focando
muito nas pessoas ao redor. O normal é que elas queiram a minha atenção,
não o contrário.
— Bom dia, Alessandra. Eu vim falar com a sua irmã.
— Imaginei, mas acho que sua reunião de família foi adiantada, e
isso não é nada bom para os planos de vocês.
Passo a mão na cabeça, preocupado, entrando junto com ela.
— Acho melhor a gente se apressar. Meu marido é o mais protetor
de todos e deve estar falando agora mesmo de você. Lorenzo passou um
dobrado para convencer meus pais de que seria um bom pai e marido.
Na mesma hora, me recordo do que meu melhor amigo falou dessa
reunião traumatizante. Puta merda! Como vou conseguir passar por essa?
Giovanna vai estar comigo?
— Antes que pense errado, Giovanna não vai ficar do seu lado para
te ajudar. Provavelmente, Diana vai ficar com ela no quarto. Acho que é
melhor assim. — Então, a morena para, do nada. — É uma pena que,
mesmo parecendo real, não existe sentimento entre vocês.
— No máximo em três meses iremos acabar tudo. Acredito que será
mais fácil pensando friamente do que de maneira afetiva, Alessandra.
Ela junta as sobrancelhas, estranhando a minha fala.
— Agora entendi tudo...
— O que foi? — indago.
— Deixa pra lá. — Agora estamos a poucos centímetros da porta de
entrada e por isso, ela fala bem baixo: — Uma dica. Seja o máximo
sentimental possível. Meus pais e meu marido só vão te aceitar se aparentar
estar apaixonado pela minha irmã. Entendeu?
Antes que eu responda, a porta se abre.
— Deus do céu! Eu não acreditei quando me disseram, mas é
verdade. Mássimo Marino está na minha casa.
— Oi, mãe. Eu estou aqui também.
— Todo o fim de semana você está aqui, Alessandra. No entanto,
um chef de cozinha internacional, não. — Uma senhora de cabelos escuros
que claramente é a mãe da minha noiva me abraça — Eu adoro suas
receitas. Vejo todas as temporadas do programa na televisão. Já repliquei
muito dos seus partos famosos e...
Ela vai falando e Alessandra faz o gesto de “OK” com as mãos.
Porém, tudo para quando a Princesa surge do fundo da casa, de short e
camiseta.
— Mássimo. O que faz aqui tão cedo?
Juro que perdi a capacidade de falar por alguns instantes. A roupa
está um pouco transparente e é possível ver o contorno de seus seios, mas o
que me tira do sério são suas pernas nuas. Ela está sempre de vestidos ou
saias que as escondem. Ver o que nunca tinha conseguido vislumbrar
aumenta demais o meu desejo por ela — que por sinal, não deveria ser
alimentado.
— Giovanna, para dentro.
A voz de trovão do lutador a tira do meu foco de visão a colocando
para o quarto e o grandão se coloca no meu campo de visão me encarando
como se eu fosse o seu oponente no ringue. Se a disputa fosse entre pratos e
panelas, ganharia fácil, mas quando o assunto é luta livre, sendo contra ele,
é melhor evitar.
— Bom dia, família. — Diana aparece com a pequena Agatha em
seus braços. — Acredito que chegamos a tempo. Enzo está estacionando na
entrada.
— Di, acho melhor você ficar com a Gio — Alessandra incentiva a
irmã, que entra se despedindo de mim.
— Olá, família. — Lorenzo surge e fala no meu ouvido, em italiano:
— Você deveria ter me ligado antes de vir. Desmarquei muitos
compromissos para poder estar aqui em plena sexta-feira.
— Então esse é o outro italiano que quer se casar com a minha
Giovanna?
O pai dela aparece e somente agora percebo que a situação não vai
ser nada simples. Cacete! Como vou conseguir levar Giovanna deste lugar?
Giovanna
Mais uma vez a sós com a Princesinha. Desta vez, tudo foi
esclarecido e nada poderá impedir que aconteça. Exceto, é claro, que ela
novamente fale que não quer. No entanto, terá que explicar minuciosamente
o real motivo.
Enquanto não acontece, eu a viro de costas, abrindo o zíper do seu
vestido azul enquanto deposito beijos quentes em suas costas. Passo as
mãos por seus ombros e o tecido volumoso cai aos seus pés, deixando-a
somente com uma lingerie da mesma cor do vestido.
Fico ainda mais excitado e me abaixo, beijando suas costas até tocar
sua bunda. Essa rendinha delicada está acabando comigo. Então, mordo
delicadamente uma das bandas e tiro a peça por suas pernas, escutando um
suspiro excitado de sua boca.
Abro seu sutiã e a viro para mim, passando os dedos em seus
cabelos escuros.
— Última chance pra pedir que eu pare, Princesa.
Ela fecha os olhos, abre lentamente a boca e declara:
— Continua, Mássimo. Eu quero mais.
Uma mistura de alívio e de desejo se apodera de mim. Finalmente
conseguirei o que almejo de Giovanna. Desta vez, ela está pedindo por isso.
— Promete que vai ser gentil comigo, Mássimo?
— Farei o meu melhor, Giovanna — afirmo, passando a língua em
seu pescoço.
A Princesa ri e joga para fora o sutiã, que ainda estava sobre seu
corpo. Aproveito para tirar a minha calça e meus sapatos, ficando somente
de cueca, com a visão da virginal perfeição.
Como ela é linda... E também pertence somente a mim.
Começo chupando seus seios e desço minha mão por sua boceta
molhada, masturbando-a com meus dedos. Ela demora um pouco para se
soltar, mas consigo deixá-la relaxada, tomando seus lábios num beijo
profundo.
Giovanna fica mais entregue, se abrindo para mim, e aproveito para
passar o dedo por sua entrada ensopada.
— Farei o meu máximo para que você também tenha prazer,
Princesa — afirmo, descendo por seu corpo entre suas pernas.
Até sua boceta é bonita e delicada. Não me demoro para passar a
língua antes de abrir seus lábios com os dedos e me deliciar com o seu
sabor. Que mulher gostosa! Poderia passar a viagem inteira chupando sua
boceta e seria feliz.
— Mássimo...
— Fica quietinha que você vai gostar, Princesa.
Nunca tinha fodido com uma virgem, mas o que sei é que o normal
é não ser tão bom para a mulher. No entanto, meu sobrenome é excelente.
Ou seja, vou fazer de tudo para que seja inesquecível para ambos.
Vou chupando seu clitóris, ouvindo-a gemer. Forço lentamente um
dedo em sua entrada apertada, fazendo movimentos de entrar e sair. Ela
pede por mais, no entanto, ainda não cheguei onde quero. Aumento a
intensidade das chupadas e aperto o bico de seu seio, quase a levando ao
orgasmo, e então paro, me afastando.
— Por que...
— Calma, princesa. — Pego um preservativo numa das gavetas. —
A viagem ainda não acabou.
Tiro a minha cueca e já coloco a camisinha, me posicionando entre
suas pernas. O terror brilha em seus olhos.
— Calma, Princesa. Se te machucar, eu vou parar. Está bem?
Ela somente balança a cabeça. Então, beijo sua boca e passo meu
pau em sua entrada. Tomo sua boca, entrando lentamente em sua boceta
apertada.
Eu a mantenho presa junto aos meus lábios, metendo devagar. Saio
um pouco e entro mais fundo, e desta vez ela dá um grito que me assusta na
hora.
— Giovanna! — eu a chamo, acariciando e esperando que volte os
olhos para mim.
Depois de quase uma eternidade, como me aparentou, ela abre os
olhos sorrindo.
— Está tudo bem, só continua — ela me pede, dando um beijo casto
e se abrindo mais para mim.
Continuo em ritmo lento, me segurando para não gozar antes da
hora. Ela é tão apertada que é bastante complicado me segurar. Sigo a
beijando e depois de tanto insistir, estou inteiro dentro dela.
Eu tenho um ritmo bem agitado no sexo, mas não posso fazer isso
na primeira vez dela. Giovanna tem que se acostumar comigo, porque tenho
toda certeza de que vou querer fodê-la outras vezes mais.
— Está tudo bem, Princesa?
— Doeu um pouquinho, mas está tudo bem — ela fala no meu
ouvido. — Continua, Mássimo. Me faça sua.
Era o que eu precisava para começar a meter fundo. Claro que não
começo forte como gosto. Continuo a comendo gostoso e depois, coloco-a
de quatro para mim.
Acaricio sua bunda macia e empinada antes de meter devagar. Sei
que não vou aguentar mais alguns minutos. Por isso, eu a levanto e a fodo
de costas enquanto masturbo sua boceta. Eu a puxo para mim, entrando
mais forte, até que finalmente consigo fazer Giovanna gozar no meu pau.
Espero que se recupere e, em seguida, aumento o ritmo, atingindo o meu
prazer.
Agora, sim, dever cumprido com a minha Princesa.
Retiro-me de dentro dela, jogando fora o preservativo. Depois me
deito na cama e fico ao seu lado. Seus olhos castanhos estão iluminados,
sua pele, brilhosa, e não consigo resistir a beijá-la de um jeito bem diferente
do meu comum.
Sem toda a agitação comum, mas de um jeito lento e completamente
fora dos meus padrões. Ela se prende a mim num abraço íntimo que poderia
não ter terminado. Porém, poucos minutos depois, Giovanna adormece
junto a mim, e não demoro muito a fazer o mesmo.
Giovanna
Que ódio sinto de mim mesma por explodir assim, mas a culpa é
dele. Somente dele. Mas indiferente a isso, eu vou usar essa banheira
majestosa, ignorando completamente que ele está do outro lado da porta.
Necessito urgentemente relaxar e nada melhor do que um banho
maravilhoso com água quente para recuperar o meu estado de espírito.
Depois terei que enfrentar a Fera? Sim, mas é melhor pensar no assunto
mais tarde.
Depois de quase meia hora na água quentinha e cheia de espuma,
escuto:
— Giovanna, está tudo bem aí?
— Sim... — Bocejo. — Só estou relaxando.
— Está bem.
Essa vida de luxo é boa demais. Estou maravilhada, mas meus dedos
estão muito enrugados de tanto tempo debaixo d’água. Então, me levanto e
vou para a ducha a fim de tirar a espuma. Em seguida, pego uma das
toalhas.
Depois de vestida, saio do banheiro e não encontro Mássimo no
ambiente quarto. Volto para a sala de estar mais rica que pisei na vida e o
vejo sentado, mexendo no telefone.
— Estava te esperando para pedir jantar para nós.
— Não vamos descer?
— Somente de manhã — responde, se voltando para mim. — Sente-
se aqui...
— Mássimo, eu já falei...
— Você vai somente me ouvir. Não avançarei ou vou tentar algo que
já falou que não quer.
Ainda receosa, ciente do poder que ele tem sobre mim, me sento ao
seu lado.
— Giovanna, você desconhece a minha história, mas deve saber que
não estou muito acostumado a ter alguns tipos de ações. Das principais é
pedir algo ou me desculpar, mas confesso que irei me esforçar para que
esteja mais tranquila na nossa relação. Está bem?
Não acredito em uma linha do que ele falou, mas prefiro dar o
benefício da dúvida e somente balanço a cabeça, em concordância.
— Mudando um pouco de assunto, você sabe cozinhar?
— Se eu sei o quê?
— Fazer uma refeição de qualidade. Usar temperos naturais,
preparar pratos...
Junto as sobrancelhas.
— Claro que eu sei! — exclamo.
Ele joga a cabeça para trás com um alívio assombroso.
— Por que me perguntou isso?
— Vai ter que cozinhar para o Sheik — responde.
— Como é que é!? — questiono, assustada e também curiosa. —
Mássimo, eu sei cozinhar, mas não sou chef de cozinha. Por que você não
faz um jantar daqueles com entrada, prato principal e sobremesa?
Ele toca meu rosto.
— Ele não quer que eu cozinhe. No máximo, serei seu ajudante.
Agora deu ruim. Como assim, cozinhar para um Sheik?
— Mas... Teremos tempo para isso?
Mássimo olha o relógio antes de dizer:
— Temos quatro dias.
— Você falou mesmo QUATRO DIAS?
Ele suspira antes de responder:
— Sim, somente quatro dias. Vai ser na Itália, na casa do meu pai. O
senhor Nero Marino.
O que seria meu futuro sogro de fachada. Que horrível! Ai, meu
Deus! E se eu queimar alguma coisa. Se precisar fazer uma lasanha... Ai,
não. A comida brasileira é toda diferente da italiana. Isso não vai dar certo
e... Não! Isso tem que dar certo! As crianças dependem de mim.
— Você precisa me ajudar — peço.
Ele toca em meu rosto e seus dedos vão para a minha nuca, me
causando arrepios pelo corpo.
— Eu farei isso, Princesa. Pode ter certeza.
Imediatamente, o clima esquenta, mas me afasto, tentando não me
render ao poço de pura luxúria que é esse homem. Eu ainda estou chateada
por muitos motivos. Então, nada de sexo.
— O que vamos jantar?
— Veja o cardápio. Você lê em inglês também, não é?
Confirmo, pegando a pasta de sua mão. Dou uma olhada nas opções,
mas quase caio para trás ao ver os preços.
— O valor é...
— Não preste a atenção nisso. Escolha somente o que deseja.
Faço a escolha de um peixe que nem por um decreto compraria, e
me sento na poltrona para assistir televisão. Porém, está tudo em árabe,
então desisto, desligando o aparelho.
— Você fica sexy de cabelo molhado.
— Eu, sexy? — pergunto, rindo. — Você não diz que sou a
Princesinha?
— Sim, mas... não agora. Somente aquela que desejo nua naquela
cama enorme, ou aqui mesmo, no sofá...
— Mássimo...
— Fala que você não quer, Giovanna... Eu estou cumprindo a minha
promessa de não encostar em você. Terá que me pedir que eu beije seu
pescoço, tome seus seios arrebitados e chupe a sua boceta, que já deve estar
molhada...
Aperto mais minhas pernas, tentando não pensar no que está
falando.
Eu o ouço rir, mas depois, a tortura verbal continua:
— Se apertando porque está ficando excitada com as minhas
palavras. Fala que quer o meu pau dentro de você, socando fundo até te
fazer gozar...
Plim dong
— Chegou o nosso jantar — respondo, quase correndo para abrir a
porta no objetivo nítido de escapar.
Eles entram com um carrinho e nos servem em uma mesa de jantar
pequena que tem no quarto, que poderia ser facilmente chamado de
apartamento.
— Obrigado pelo serviço. Aqui está a gorjeta — fala Mássimo com
o rapaz que fez o serviço.
Cruzo os braços, olhando para ele.
— O que foi?
— Eu sei que fez de propósito. Somente para mostrar que pode ser
diferente com as pessoas.
Ele coça os cabelos claros, sem afirmar ou negar.
Sento-me na cadeira e começo a comer um peixe delicioso que
chega a me fazer gemer de prazer.
Porém, quando abro meus olhos, Mássimo está inclinado sobre a
mesa, me olhando.
— Você é terrível, Princesinha — fala, começando a comer sua
carne.
Depois da refeição, escovo os dentes, visto uma camisola bem-
comportada e vou para a cama. Mesmo que o quarto seja grande, dá para
dormirmos no mesmo ambiente e nem nos encostarmos. Falando bem sério,
é possível colocar mais duas pessoas adultas entre nós com a maior
tranquilidade.
Confesso que nem sinto quando Mássimo se deita do outro lado de
tão denso que o colchão é. Somente o percebo quando diz:
— Perdonami, Princesa.
Até acho que estou sonhando, mas quando me viro, eu o vejo sem
camisa do outro lado do colchão enorme me olhando.
— Eu não pensei... — Ele começa a se arrastar para perto de mim.
— Cazzo, por que uma cama tão grande?
Rio e tento me aproximar um pouquinho para ouvi-lo.
— O que foi?
— Eu fiz o meu melhor para que sua primeira vez fosse especial.
Claro, não tem romantismo com flores e champanhe, mas queria que fosse
uma memória positiva e acabei estragando tudo por...
— Tratar mal as pessoas — completo.
— Si. Eu vou me esforçar, mas não posso dizer que vou acertar
todas as vezes. Sta bene?
Ele segura a minha mão, que some dentro da dele.
— Ok — respondo e ele me puxa para perto, me movimentando
como se eu fosse uma pena de tão leve. — Será a política de boas maneiras
para Mássimo Marino.
— Boas maneiras? — ironiza.
— Sim. Foi assim que uma das minhas irmãs entrou na vida de Mia
e de Kalel.
Ele ri e ainda me espanto com o quanto fica lindo com esse gesto.
— Aquela que é meio doida, que casou com o lutador? Alessandra,
não é? — Confirmo. — Ela ensinou boas maneira para quem?
— Para a Mia, minha sobrinha.
— Ah, porque seu cunhado não sabe bem o que é isso...
— E você sabe perfeitamente, não é? — ironizo.
— Eu só preciso de pequenas lapidações, Princesinha.
Desta vez, sou eu quem ri alto.
— Pequenas? — pergunto, tentando me controlar.
Ele cerra os olhos para mim antes de continuar:
— A meu ver são, mas... — ele torce o lábio — estou pensando em
outra coisa melhor do que discutir isso.
— Você falou que não iria me tocar sem que eu pedisse, lembra?
Mássimo me mostra o relógio.
— Já passou da meia-noite, cumpri a minha promessa. Hoje é um
outro dia. Mas você quer?
Eu só devo estar ficando louca por querer.
— Prometo que vou te foder bem devagar e te beijar bastante.
Mas é só ele começar a falar essas coisas que algo em mim quer
demais Mássimo Marino, com todos os seus defeitos no pacote.
— Eu quero — confesso.
— Pede de novo pra mim, Princesa.
— Não — respondo, rindo e levantando um pouco a minha blusa.
— Vou te fazer implorar. Pode ter certeza disso.
Ele se ajoelha na cama, levantando a minha camisola, que não tem
nada de sexy.
— Nunca mais você vai usar uma roupa como essa.
— Por quê?
— Ainda pergunta? — Ele a levanta, me deixando somente de
calcinha. — Pelo menos posso começar com seus peitos.
Sua boca quente cai nele e sinto sua língua circular meu mamilo.
Isso é bom demais. Vou para as alturas com suas carícias e nem percebo
quando minha calcinha some de meu corpo; somente quando Mássimo abre
minhas pernas e coloca um dedo dentro de mim, continuando sua carícia no
outro seio.
Ele mete rápido dentro de mim e começo a sentir o meu orgasmo
vindo. Nossa, é melhor do que eu imaginava nos livros. Quero fechar as
pernas para aumentar a sensação, mas o corpo de Mássimo não deixa.
— Eu vou pegar um preservativo e já volto — avisa, se levantando,
indo para o seu lado da cama e pegando-a na gavetinha.
Depois, volta para mim e ri com um ar de vilão de romance. Um
daqueles que são sexys, os quais a gente se apaixona mesmo com inúmeros
episódios enormes de “Eu odeio você”. É desse jeito.
Sua língua desce por minhas pernas e vai para meu umbigo. Desce
lentamente, mas quando está quase chegando onde mais quero suas carícias,
ele para.
— Mássimo!
— Pede, Princesinha. Fala que quer ser chupada por mim.
Jogo a cabeça para trás, sem jeito.
— Eu não sou de falar essas coisas.
— Fala pra mim. Entre quatro paredes, a gente pode falar e fazer
tudo.
Ele beija minha perna e fecho os olhos.
— Mássimo...
— Diga. Quero ouvir dalla tua bella bocca, Giovanna — exige,
caprichando no sotaque italiano.
Não resisto ao dizer:
— Me chupa, Mássimo.
Nem acreditei quando essas palavras saíram da minha boca, e nem
ele. Mássimo demora alguns instantes para processar, mas quando começa,
entra com a língua em minhas partes, mexendo com as minhas estruturas.
Mássimo sabe como dar prazer para uma mulher. Fala safadezas e entra
com o dedo em mim.
— Quero que você goze comigo — avisa, parando de me chupar e
baixando a cueca para pegar o preservativo.
Nossa! Como o pênis dele é grande! Eu não vi na primeira vez
porque não deu para reparar em muita coisa, mas agora...
— O que foi, Princesa?
A voz dele me faz olhar para seu rosto e não para...
— Depois vou te ensinar a chupar. Se você quiser — responde,
vestindo o preservativo.
— Mas vai entrar? Parece... grande.
Ele ri, se colocando entre as minhas pernas.
— Não entrou ontem? Meu pau não cresceu de um dia para o outro
— esclarece, passando “aquilo tudo” na minha entrada antes de penetrar um
pouquinho.
— Relaxa, Giovanna — ele fala no meu ouvido.
Realmente estou preocupada, mas...
De repente, ele me beija com força e urgência. Eu me prendi em
seus braços fortes, começando verdadeiramente a relaxar. Sinto seu membro
entrando em mim até se afundar por inteiro.
— Eu te falei que cabia certinho dentro de você, Princesa —
murmura.
Seu ritmo fica mais forte, se chocando contra mim, e sinto uma onda
se formando. Ele me troca de posição, me colocando em cima dele.
Acaricia minha bunda, se afundando ainda mais dentro de mim. Parece um
tipo de cavalgada pornográfica, mas estou gostando.
Ele toca meu ponto de prazer enquanto sento no seu membro, até
que alcanço o meu prazer, me explodindo com ele afundado no meu canal.
Sinto seus beijos em meus seios e depois, volta ao seu ritmo.
Mássimo me inclina para a frente e entra forte, numa velocidade
bem mais rápida. Então, solta um grito, gozando forte e me prendendo junto
a ele.
Em seguida, ele tira o preservativo usado, me deita de lado, se
encaixa nas minhas costas e me abraça. Eu poderia viver sentindo seus
braços fortes a me proteger.
Poucos minutos depois, dormimos, completamente esgotados.
Mássimo
Eu não posso ser mãe do filho de Mássimo. Eu sei que foi uma
imprudência, mas tenho certeza de que não vai acontecer.
Conforme as palavras do próprio, nós não temos futuro e é isso que
preciso mentalizar para saber quem realmente sou para ele. Somente um
meio para conseguir a sua expansão e também, a “Princesinha” que esquenta
suas noites.
Ele não está me usando, como pensei no início, pois nada está
escondido. O que queremos um do outro é somente sexo e, pensando menos
com o coração, Mássimo jamais afirmou que juraria amor eterno a mim.
Não. Eu não estou me apaixonando por ele. No entanto, confesso que
adoro quando me prende em seus braços, me chama de princesa, beija minha
boca com devoção e me leva para outro mundo entre quatro paredes.
A verdade é que, quando acabar, nunca mais conseguirei me
esquecer dele. Foi o meu primeiro em muitas coisas. Porém, preciso
proteger meu coração para estar livre quando realmente encontrar o meu tão
esperado príncipe.
— Vamos voltar para a casa.
Confirmo e enquanto ele está fechando o portão, passo o lenço que
me deu, tentando diminuir a textura grossa que sai de dentro de mim.
Que Deus me ajude a não engravidar na hora errada. Sou louca para
ser mãe e segurar um bebê meu nos braços, mas agora é o pior momento.
Não só pelas circunstâncias, mas pelo pai que claramente não tem os
mesmos anseios que eu.
— Giovanna.
Ele estica a mão para mim e aceito, seguindo o caminho de volta.
Paro quando estamos perto da casa e vejo as luzes que pouco iluminam o
imóvel imponente.
Quando passamos pelas portas, Mássimo dá a ordem para uma das
funcionárias e seguimos para o quarto. Pego uma roupa, me preparando para
tomar um banho e pouco depois, entregam a toalha.
— Eu vou na cidade. Quer alguma coisa?
— Vai me deixar sozinha aqui? — pergunto.
— Não se preocupe, será por pouco tempo. Não irei demorar. Até
sair do banho, estarei de volta.
Confirmo e vou para o banheiro.
Parece que entrei na Idade Média. Ou quase. Tem chuveiro e vaso
sanitário, mas as paredes em pedra dão uma aparência tão antiga que me
sinto como naquele livro em que a mocinha voltou no tempo e se apaixonou
por um conde do passado.
Mesmo sendo antiga e aterrorizante, ainda fico curiosa em saber qual
a história desta casa. Depois, quando as coisas se acertarem, vou pedir para
Mássimo me contar sobre.
Abro o registro do chuveiro e a água gelada e forte toca meu corpo.
A vontade é de desistir, mas não dá. Preciso tomar um banho antes de
dormir. Então, me lanço na água congelante, sentido o frio bater como
microagulhas na minha pele. Molho meus cabelos tentando me adaptar, mas
não adianta.
Passo sabonete e desisto do hidratante com enxague, porque não
quero ter que lidar novamente com esse frio todo.
— Bem que poderia ter pelo menos um baldinho de água aquecida,
não é? — falo comigo mesma.
Torço meus cabelos na toalha e coloco um roupão para ir jantar mais
tarde. Saio do banheiro e vejo duas outras mulheres me olhando com
assombro. Já meio assustada com a primeira proximidade que tive com os
funcionários da casa, vou direto para o quarto de Mássimo.
O pior é que ele ainda não voltou.
Então, pego meus itens de cabelo e penteio meus fios até ficarem
arrumados. Quando estou acabando de me vestir na frente do espelho,
Mássimo passa pela porta.
— Quer ajuda? — pergunta, deixando um beijo na minha nuca.
— Se você me ajudar, a gente não vai sair daqui. Não acha?
Ele fecha os olhos, balançando a cabeça com desgosto.
— Sim, mas depois do jantar, a minha sobremesa é você, Princesa.
Suas mãos prendem minha cintura e percebo o semblante de alívio
em sua face. Posso apostar que tem a ver, principalmente, com o fato de
saber que não fizemos um filho. A quem eu quero enganar? Eu jamais vou
ser a certa para ele e devo me acostumar à ideia de uma vez por todas.
— Vai tomar um banho antes de descer? Confesso que a água está
congelante.
— Congelante? Como assim? — ele me questiona. — A água é
aquecida. Em que lugar você tomou banho?
— Naquele banheiro do fim do corredor.
Ele ri.
— Não acredito que você foi no banheiro antigo. Aquela água é a
mais fria della casa. Por isso você está gelada desse jeito.
— Mas... Qual é o certo?
Mássimo pega suas coisas e vai para a porta ao lado do banheiro que
fui. Nossa! Esse sim é um banheiro sofisticado. Parece de hotel e tem até
banheira.
— Nesse aqui, Princesa — responde, fechando a porta. — Quando
precisar, pode usar sem problemas. Meu pai tem um privativo, então tem
liberdade de vir aqui tranquila.
Mássimo me rouba um beijo, vai tirando a roupa lentamente e me
chama para o boxe com água quente. Quem disse que resisti? Em poucos
minutos, estávamos transando, alcançando o auge do prazer.
Trim Trim
Novamente o número dela pisca na minha tela.
— Deus do céu! Sempre no pior momento.
Depois que começou a circular fotos em que eu e Mássimo estamos
juntos, ninguém menos que Satine Roux encontrou meu telefone. A
princípio, conversamos bastante nos momentos em que o filho dela estava
distante. Porém, a todo momento, o que essa mãe mais espera é reencontrá-
lo.
Ela sabe que estamos aqui e me falou algumas coisas da casa, e até
mesmo de Nero, seu ex. Se fiquei curiosa com a história? Sim. Muito mais
do que eu poderia imaginar.
Numa das chamadas que fiz quando estava passeando, ela me
contou sua história de amor com Nero e o que causou a separação. Foi tudo
muito lindo e intenso. Um amor entre um grande produtor de vinhos e uma
cantora francesa de cabelos vermelhos que começava sua carreira.
Foram apaixonados por anos, mas Nero era possessivo demais.
Satine estava começando a crescer e ser conhecida como cantora, mas o
marido achava que ela deveria cuidar somente da casa e começou a ter
crises de ciúmes sem motivo. Invadia shows, brigava com a plateia, até que
num certo momento, passou a desconfiar que o próprio filho fosse de outro
homem.
Eles gastaram um valor expressivo com exames somente para
confirmar o óbvio. Toda essa desconfiança destruiu o sentimento que unia o
casal, e quando Satine pediu o divórcio, Nero alegou que se não estava mais
com ele, também não teria mais acesso ao filho dos dois, ou sofreria
terríveis consequências.
Em certo momento, me perguntei por que ela não lutou o suficiente
para ver Mássimo, mas não tive essa intimidade para perguntar. Vejo pela
minha criação e até como minhas irmãs, que são leoas para com seus filhos.
Porém, não posso julgar o que não vivenciei.
Recordo-me de ter ficado com o coração na mão, ouvindo-a chorar e
relembrando a noite em que foi colocada para fora pelo próprio marido sem
poder se explicar completamente para Mássimo, que na época tinha
somente cinco anos.
Foi muito triste para ela e conforme vivenciei, até hoje ela leva a
cruz de péssima mãe, e tudo por conta de um homem que a impediu de ver
o próprio filho crescer.
Mesmo não tendo ciência de todos os detalhes, consigo
compreender a tristeza latente que está sempre presente nas canções de
Satine. Uma grande injustiça com Mássimo, e tudo isso é decorrente de um
homem amargo que não soube ser amado e se destruiu após uma separação.
No entanto, se nunca teve amor, como vai ensinar ao filho?
Por isso, depois de três dias de conversas sigilosas com Satine,
consegui compreender melhor o meu noivo de fachada. Realmente ele é um
novo Mássimo. Porque mesmo sem palavras, eu o vejo feliz ao meu lado.
Para um tipo sério que era um poço de grosseria, vejo um homem que sorri
comigo, me abraça e deixa beijos que me incendeiam por inteira.
Pensando de outra maneira, talvez seja esse o homem que Satine
Roux trouxe ao mundo. Não o Mássimo Marino que o mundo conhece.
Aquele que ainda espelha medo e pavor de todos.
Trim Trim
— Sim, Satine — respondo, atendendo à chamada.
— Bonne nuit[4], Giovanna — ela me cumprimenta. — Está se
arrumando para a noite de hoje.
— Sim. Estou quase pronta para colocar o vestido lindo que
Mássimo me deu.
— Que c'est beau![5]— ela comemora. — Deve estar maravilhosa.
Rio, reparando no tecido.
— Tem a cor dos olhos dele. Eu adorei demais o presente.
Quando ele me falou que tinha acertado tudo para que a nossa noite
fosse perfeita, eu até pensei em dizer que mesmo negando, estava se saindo
um ótimo príncipe. No entanto, preferi deixar para lá. Pode parecer para
todos que somos um casal apaixonado, mas nós dois sabemos que é
somente uma fachada que virou paixão, que não vai nos levar a lugar
algum. Não posso esquecer que temos pouco menos de três meses. Esse é o
nosso tempo.
— Signora[6] — uma das empregadas da casa me chama e entro em
um dos quartos para me arrumar, finalizando a chamada.
A mulher vai falando algumas coisas e tento ir conversando com o
conhecimento mediano que tenho do idioma, somado ao que aprendi
assistindo novelas que se passavam na Itália.
Porém, quando estou pronta, fechando o vestido, a porta se abre
com o dono da casa. Ele coloca as duas para fora, ficando sozinho comigo.
Imediatamente, levanto meus ombros e me preparo para o que virá. Neste
instante, vem à minha mente todos os conselhos que recebi de Satine.
Espero estar preparada.
— Você não deveria estar debaixo do meu teto...
— Senhor...
— Cale a sua boca! — grita.
— Não! — rebato.
— O que disse?
— Não vou me calar. Não sou uma simples convidada. Sou a noiva
do seu filho...
— Meu filho está cego por causa de uma golpista.
— Eu não sou uma golpista...
— É, sim. E é ainda mais desprezível do que a infeliz que o trouxe
ao mundo.
Tento sair, mas ele segura meu braço.
— Eu ouvi você falando com ela. A mais traidora de todas. Satine.
Ela me enganou e ao Mássimo também. Se estão em conluio, exijo que se
afaste.
— Pare com isso, sr. Marino. Não entende que Mássimo me quer
por perto?
— Você é só mais uma. Meu filho pode ter qualquer mulher no
mundo. Se esticar os dedos, umas dez, muito mais bonitas e formosas que
você, se jogam aos pés dele.
— O senhor não entende o que nos une.
— Quer dinheiro? Eu pago o que você quiser, mas não quero meu
filho junto a uma mercenária de boceta quente.
Na mesma hora, viro minha mão no seu rosto.
— O senhor... Por que estou te respeitando se a recíproca não é
verdadeira? — pergunto para mim mesma. — Eu não sou o que pensa, mas
Mássimo gosta de mim e isso é o mais importante. Antes de se dirigir a
mim, dobre sua língua. Não é por se achar melhor que as mulheres que
conhece que vou permitir que me trate dessa forma deplorável.
— Você vai embora da minha casa após esse jantar!
— Eu vou agora mesmo. Não quero passar mais um segundo neste
lugar tenebroso que reflete a sua personalidade asquerosa e desprezível.
Somente então consigo me afastar daquele homem infeliz e entro no
quarto, mais decidida que nunca. Arrastando o vestido pesado, vou para o
quartinho, pego minha mala e começo a guardar as minhas coisas.
Quando jogo a primeira pilha de roupas, toda a cena se repete em
minha cabeça e me lembro do que ele falou e como reagi. Não errei por tê-
lo esbofeteado. Ele me humilhou e ainda não consigo entender como um
homem pode ser tão ruim assim. Não tem o mínimo de cabimento. Um ódio
gratuito por eu somente existir e estar ao lado de Mássimo.
Sim, realmente não somos um casal real, mas consigo perceber a sua
mudança. Para quem nunca sorriu e deu presente, sou uma agraciada. Tirar
uma risada dele é algo primoroso que... vou sentir muita falta.
— Foco, Giovanna — falo comigo mesma, limpando as lágrimas.
Sentirei saudades, mas será por pouco tempo. Creio que quando
chegar em casa, no Brasil, poderemos recomeçar o nosso acordo. Porém, eu
me recuso a ter contato com a personalidade tóxica de Nero, ou sequer o
seu dinheiro. Foi demais para mim.
Quando estou colocando a terceira pilha de roupas na mala,
Mássimo entra, me questionando. Eu tentei evitar uma briga entre os dois,
que claramente só se suportam pelos laços de sangue, mas foi em vão.
Mássimo estava irredutível e depois de cancelar o jantar, foi para o
escritório do pai, me deixando sozinha e preocupada enquanto ouvia a
discussão dos dois.
— Eu falei para não se meter com a minha mulher! Giovanna está
comigo...
— Você não tem noção de quem ela é...
— Isso não te importa. Te falei desde o instante em que cheguei para
não importuná-la, e foi só isso que aconteceu desde o momento em que
chegamos.
— Eu o fiz para te proteger. Aquela mulher estava falando com
Satine. Ela te contou sobre isso?
— Não me importa se Giovanna estava ou não falando com ela. Eu
exigi que não se dirigisse à minha mulher.
Escuto a risada de seu Nero.
— Você está apaixonado por ela...
— Não fala do que você não entende, Nero! — grita Mássimo.
— Ela te laçou pelo pau. Assim como a sua mãe fez comigo.
— Não vou ficar ouvindo suas histórias de um relacionamento
findado que nunca superou. Estamos indo embora. Giovanna não quer ficar
e eu também não.
Então, Mássimo sai pela porta, fervendo de raiva e pisando firme.
Vira-se para mim com os olhos irados.
— Giovanna, acabe de arrumar suas coisas. Estamos indo embora
agora mesmo.
— Mássimo, não precisa me...
— Puta merda, Giovanna! — exclama, nervoso. — Por uma única
vez, me escute e faça o que estou falando.
Então, confirmo e vou para meu quarto. Ele aparece para pegar um
embrulho na cama, jogar dentro e fechar a sua mala, que praticamente não
foi desarrumada. Ele está tão frio e distante que nem parece o mesmo que
acordou colado junto ao meu corpo.
Por isso, somente me mantenho em silêncio, esperando a nossa hora
de ir embora. Em menos de meia hora, estamos saindo de carro da casa sem
olhar para trás. Depois de uma hora de estrada, onde somente o breu da
noite existe, pergunto a Mássimo para onde estamos indo.
— Ainda não sei, mas temos muito que conversar, Giovanna.
Caramba! Certamente ele vai me questionar sobre os motivos de
estar falando com Satine. Imaginava que poderia acontecer, mas tinha que
ser no pior momento?
O tempo de estrada vai passando e uma chuva forte começa a
impedir a nossa visão. O motorista avisa que estamos perto de Florença e
nos deixa em um dos hotéis de lá. Subimos para o melhor quarto, mas
quando a porta se fecha, percebo que não estamos bem, e desta vez, é minha
culpa.
— Por que está falando com Satine pelas minhas costas, Giovanna?
Mássimo
Eu sabia que meu pai jogaria para cima de mim todos os motivos
pelo qual Giovanna não é a certa. Na verdade, para seu Nero, nenhuma
mulher presta, ele só elenca os defeitos provando seu ponto.
Das poucas vezes que havia retornado depois de ter completado a
maioridade, jamais fui acompanhado de uma mulher, mas desta vez, ter
vindo com uma noiva certamente o irritou demais.
Não poderia dizer a verdade sobre a natureza do meu noivado. O
próprio Nero sempre me falou sobre sigilo nos negócios, mas jamais
imaginei que poderia pôr tudo a perder por conta da herança do sobrenome
da família.
No entanto, ainda não tive resposta de Giovanna sobre o motivo
pelo qual anda falando às escondidas com Satine.
— Vai me explicar ou não? — questiono novamente.
Estamos no quarto de hotel em Florença e me recuso a me
aproximar dela até ter uma resposta sobre sua relação com a mulher que me
trouxe ao mundo.
— Mássimo... — ela respira fundo —, eu sei que você e sua mãe
não se entendem, mas...
Sua voz morre e fico ainda mais irritado.
— Mas o quê? — pergunto. — Ela quer um investimento na carreira
musical dela? Foi isso?
— Claro que não, mas ela quer se aproximar de você...
— Giovanna, não se meta nesse assunto — eu a interrompo.
— Ela é sua mãe...
— Você não sabe quem é Satine — continuo. — Aquela mulher, que
você chama de “minha mãe”, é a mulher que renegou o próprio filho por
dinheiro para investir na própria carreira. Provavelmente deve estar
precisando de mais e está me cercando, à espera de que tenha algum
sentimento por ela.
— Mas não foi o que ela me contou sobre a relação dos seus pais...
Suspiro.
— Pessoas mentem — afirmo com frieza. — Precisando de
dinheiro, fazem mais do que isso. Satine teve o que queria e agora que o
filho cresceu, espera que eu lhe dê mais recursos. No entanto, ela não me
conhece.
Ela aperta o lábio.
— Mássimo, eu não vi essa interesseira fria que...
— Não quero que fale com ela, Giovanna — exijo. — Sei que não
vai obedecer ordens minhas, mas para que possamos confiar um no outro,
falar com aquela mulher só irá atrapalhar.
Ela respira fundo.
— Foi ela quem me achou. Depois que começou a rodar as fotos de
nós dois, recebi uma chamada e começamos a conversar.
Meus olhos crispam de raiva enquanto vou ouvindo suas palavras.
Foi há poucos dias, mas Giovanna deveria ter me contado desde o início.
Não temos nada de verdade, mas a confiança é importante. Ter me
escondido suas conversas com Satine é o pior dos mundos para mim.
— Não precisa continuar — eu a interrompo, me dirigindo para a
porta.
— Mássimo, eu só queria ajudar.
— Você errou em omitir a verdade e preciso de um tempo para
refrescar a cabeça.
— Você falou que a gente ia conversar — argumenta, segurando
meu braço. — Não me deixa aqui.
— Tenho que pensar em como vamos ficar com os seus segredos,
Giovanna.
— Eu não tenho segredos.
Ela me abraça, mas mesmo gostando do seu toque, ainda sinto raiva
por conta do que fez.
— Me perdoe. Eu sei que não devia ter me envolvido nos seus
assuntos, mas eu jurava que estava te ajudando. Eu errei, Mássimo.
Ela começa a tirar meu terno enquanto evito olhar em seus olhos.
Sinto seus lábios em meu pescoço e mesmo ainda furioso, meu pau reage ao
seu toque.
— Não vai embora, Mássimo. Não me aqui.
A luta interna entre a minha vontade de ir embora daqui e deixá-la
dormir sozinha contra o meu desejo de foder forte essa mulher começa a
mostrar de fato quem vence a briga.
Tudo piora quando ela pega a minha mão, colocando-a em cima do
seu seio. Não devia, mas acabo apertando um pouco, ouvindo um suspiro de
seus lábios.
Todo a minha razão some quando sinto suas mãos pequenas abrindo
o meu cinto e tocando o meu pau.
— Eu ainda não aprendi a fazer isso, mas eu quero saber te dar
prazer...
Cacete!
A Princesa tira o meu pau para fora e começa a bater uma punheta,
um pouco sem jeito. Vou ensinando como fazer e sem que eu diga muita
coisa, ela começa a passar a língua no meu caralho, me deixando mais
excitado do que antes.
Ela continua lambendo meu pau até que num certo momento, coloca
a ponta na boca. Somente a instruo para que tome cuidado com os dentes e
deixo que ela me chupe. Não chego a foder sua boca como gosto, mas
quando estou perto de gozar, eu a levanto do chão.
— Você está aprendendo tão rápido, Princesa.
Giovanna ri, envergonhada. Então, beijo seus lábios.
— Mássimo, eu não gosto de brigas e...
— Promete que se ela te ligar, vai falar comigo? — pergunto,
mirando seus olhos castanhos.
Ela balança a cabeça em concordância, deixando um sorriso tímido
brotar em seus lábios.
— Agora se prepara, que você me deixou excitado pra caralho,
Princesa. Vou te foder com força — declaro no pé do seu ouvido — e vai
gostar de cada instante.
Eu a deixo na beira da cama e abro o seu vestido, deixando o tecido
cair aos seus pés. Os seios ficam disponíveis para o meu toque. Deito-a na
cama, beijando seu corpo até sua cintura. Tiro sua calcinha, mergulhando
dois dedos dentro dela.
Passo a língua por sua boceta e fodo-a com minha mão. Ela acaricia
minha cabeça, pedindo mais, e a chupo até perceber que está quase
gozando.
— Mássimo — ela reclama.
— Calma, Princesa — respondo rindo para a sua expressão frustrada
—, eu te prometi e vou cumprir.
Coloco-me entre suas pernas e toco seu rosto lindo.
— Entra em mim — pede e não me demoro, afundando-me em sua
boceta melada.
— Seu pedido é uma ordem, Princesinha — falo, beijando seus
lábios e aumentando o ritmo das estocadas.
Eu avisei, toda a minha fúria se esvai no sexo, e com Giovanna é
mais perfeito do que com qualquer outra que tive. Sinto como se fôssemos
um do outro. Sem amarras e receios. Com pressa ou mais devagar. Eu
poderia passar a vida dentro dela que não seria um destino ruim.
— Estou chegando lá...
— Eu sei, Princesa. Goza gostoso no meu pau — incentivo,
fodendo-a com mais força, e ela atinge o seu ápice poucos momentos antes
de eu esporrar fundo dentro dela.
Esgotado, me lanço ao seu lado, trazendo-a para meus braços e
esperando que recupere o fôlego.
— Mássimo. — Abro os olhos, encontrando uma Giovanna suada e
bagunçada. — O que a gente vai fazer amanhã?
Estranho a sua pergunta.
— Como assim, Princesa?
— Estamos em Florença...
— Você quer conhecer a cidade, não é?
Ela sorri para mim, deixando clara a resposta.
— Amanhã vamos passear, mas agora eu quero dormir sentindo o
seu cheiro.
Viro-a de costas para mim, prendendo sua cintura junto ao meu
corpo. Giovanna aproveita para acariciar minha nuca enquanto cantarola
uma canção. Sem demora, consigo adormecer muito mais relaxado.
Giovanna
Três dias sem vê-la e estou sentindo muito mais falta dela do que
previa. Na verdade, desde o momento em que saiu do carro, percebi que
queria ela do meu lado por mais tempo. Até para dormir está mais
complicado, foi quase um mês com Giovanna na minha cama e não sentir o
cheio do seu cabelo no meu leito por poucas noites está me causando
insônia.
Eu sabia que no Brasil as coisas seriam diferentes, principalmente
por ter a sua própria casa, mas se pudesse, a traria para o hotel em que estou
para ter uma noite tranquila de sono. A única coisa que ainda tenho dela são
as ligações, mas é muito pouco comparado à sua presença constante.
Tentei encontrá-la, mas com a rotina da biblioteca reformada, ela
anda muito ocupada. Durante a noite, tive problemas em alguns dos meus
restaurantes e não foi possível ir atrás da Princesa.
Somente hoje consegui um tempo livre próximo ao meio-dia e estou
me encaminhando para a biblioteca. Entro pela porta da frente e vejo que
muitas coisas mudaram em um mês. Principalmente por deixar o ambiente
com uma aparência mais moderna.
— Olha quem é — a recepcionista de sempre me cumprimenta. —
A Gio está lá dentro conversando com o Tomaz.
No mesmo instante, a falta dela que estava sentindo é substituída
por algo que não consigo nominar.
— Em que lugar ela está? — pergunto de uma vez.
— Espera um pouquinho que vou chamá-la — informa a mulher,
correndo para dentro sem me dar a resposta.
De novo aquele cara. Parece que espera o momento para cercar a
minha Princesa. Eu sei que gosta dela e Giovanna é a única que não percebe
e...
— Mássimo.
Viro-me na direção da sua voz e um misto de alívio e também
irritação me toma. Ela está linda com um daqueles vestidos rodados que
parecem perfeitos para serem utilizados numa foda rápida e deliciosa.
Minha Princesa caminha para mim e somente a prendo em meus
braços, tomando seus lábios com vontade. Aperto sua cintura até atingir a
sua bunda, mas Giovanna se afasta, interrompendo nosso contato.
— As crianças estão vendo...
— Sim, tinha me esquecido.
Realmente, havia ignorado que poderíamos ser vistos. Se fosse por
aquele cara, foda-se, mas não fica bem para os pequenos que escutam suas
histórias.
Ela me dá um selinho e segura minha mão.
— Senti saudades, mas estou estranhando por estar aqui. Você não
me avisou nada...
— Eu quis te surpreender e te levar para almoçar — afirmo.
Giovanna me abraça e a beijo lentamente.
— Queria fazer mais coisas contigo, mas não sei se vai dar tempo,
Princesa — sussurro no seu ouvido.
— Eu tenho que trabalhar, Mássimo — responde, rindo. — Tem
crianças que não me viram ainda e...
— Sei disso, Princesa, mas também senti a sua falta. — Beijo seu
rosto. — Pega a sua bolsa, vou te levar para almoçar.
Afasto-me, deixando-a ir para dentro. Neste instante, o tal do Tomaz
aparece. Cerro os olhos para ele e ficamos nos medindo por alguns minutos.
Queria que desaparecesse de perto dela, mas não tenho como influenciar
para que saia. Na verdade, mesmo se pudesse, não faria. Desejar a minha
Princesa é muito pouco para exigir a demissão de alguém.
— Oi, Tomaz — Giovanna o cumprimenta. — Estou indo almoçar
com Mássimo, no fim do dia podemos retomar a nossa conversa. Está
bem?
— Claro, Gio. Te espero — responde sorrindo para ela.
Então, uma onda de fúria cresce em mim e nem sinto quando
estamos do lado de fora entrando no meu carro.
— Mássimo, o que foi?
— O que você está “conversando” com aquele cara, Giovanna?
— É sobre trabalho. Mudou muita coisa por aqui nesse um mês que
fiquei contigo. Ele só está me atualizando de tudo...
Bato no volante.
— Não gosto do jeito que ele olha para você — afirmo.
— Ele é só meu amigo...
— Não é o que os olhos dele dizem quando te olha.
Eu a escuto suspirar.
— Mássimo...
— Evita, está bem? — digo. — Tenho certeza de que aquele cara te
quer, e não é somente sua amizade.
— Essa sua crise de ciúmes está me irritando, Mássimo. Sabe muito
bem que só estou com você.
— Eu não sinto ciúme, Giovanna. No entanto, está na cara que
aquele homem quer te foder e não sou idiota pra ficar somente olhando e
não fazer nada.
Ela bufa, irritada, abrindo a porta do carro.
— Pra onde você vai?
— Ficar longe! — responde, soltando o cinto.
— Giovanna.
— Está insuportável lidar contigo — argumenta. — Eu estava com
saudade dos seus beijos, mas parece que ficou cego e só quer procurar
chifre na cabeça de cavalo.
— Do que você está falando?
— Vou almoçar sozinha — responde, se levantando. — Passar bem
— diz, batendo a porta e pegando um táxi.
Puta merda! Mais um problema para resolver.
Passei o dia ligando para ela, mas nada de ser atendido. Fiquei
remoendo a nossa briga e novamente deixei minhas emoções atrapalharem
as coisas; eu a afastei.
Próximo ao fim da tarde, voltei para a biblioteca e fiquei plantado,
esperando que Giovanna saísse do trabalho, o que aconteceu depois das sete
da noite, acompanhada daquele cara.
Contendo toda a minha raiva, espero que se aproxime de mim.
— Tem algo a me dizer, senhor Marino?
Balanço a cabeça.
— Você me faz perder a cabeça, Giovanna.
— Então, a culpa é minha? — pergunta, cruzando os braços.
— Não. — Eu a puxo para perto. — Mas não gosto da proximidade
de vocês...
— Eu sei, mas já te falei que não temos nada. Você precisa acreditar
em minhas palavras...
— Em você eu acredito, mas não confio nele — confesso.
Ela ri e a abraço, beijando seu rosto.
— Eu não te vejo há três dias, Princesa. O que acha de te levar ao
meu hotel para te fazer gozar gostoso e depois deixar você na casa dos seus
pais? — pergunto ao pé do seu ouvido.
Giovanna se joga para trás, rindo, e a prendo mais ainda junto a
mim.
— Quero muito conhecer o seu hotel, Mássimo.
Não é ciúme.
Que raiva de Mássimo! Ele precisa ficar no cantinho do pensamento
como faço com as crianças que não se comportam na biblioteca.
Isso é muito ruim. Detesto brigar com ele, mas parece que não
entende as coisas. No mínimo, estamos nos gostando. Os presentes que me
dá, os sorrisos que antes de estarmos juntos não existiam... Será que tudo
isso é fingimento para conseguir transar?
Que raiva que dá não ter experiência como minha irmã mais nova.
Alessandra saberia o que fazer na hora e Di teria uma boa ideia para tirar a
prova e saber o que realmente está acontecendo entre nós.
Sei que deveria ter protegido meu coração de Mássimo, mas... Aff!
Mas estou realmente gostando dele. É por isso que detesto nossas brigas e
fico tão boba quando ele sorri para mim. Sim. Sou realmente um clichê dos
livros de romance que leio. Toda apaixonada por um príncipe Fera que
jamais imaginei amar.
Porém, por muitos momentos, uma dúvida persiste. Será que
realmente existe sentimento por mim ou é somente o ciúme de posse? Disso
eu não sei, porque ele me vira do avesso com suas carícias e beijos, no
entanto, jamais falou algo que afirmasse se não é somente minha
imaginação.
Na verdade, acho que essa última briga vai ser uma boa para nós,
em principal, para mim. Estou envolvida demais em um relacionamento de
fachada que envolve muito sexo e mentiras. Será que realmente estou me
enganando no meio disso tudo? Não sei. Mas vou me afastar e manter os
braços dele bem longe de mim.
Nem sei como consegui chegar em casa. Chorei até não conseguir
mais e vim de táxi para casa. Grávida. Um pequeno descuido e... tenho um
bebê de Mássimo crescendo dentro de mim. Uma criança que eu sei que ele
não deseja.
O que eu vou fazer agora?
Trim Trim
Vejo o nome dele piscando na tela e não tenho coragem de atender.
Se ele ouvir a minha voz assim, vai ficar preocupado e vai me pressionar a
falar o que nem sei dizer.
Depois vai me culpar por ter dito que não teria problema e vai ser a
pior briga de todas, porque será o nosso fim. No entanto, querendo ou não,
Mássimo deve saber... Deus do céu! Como vou conseguir olhar em sua cara
e falar sobre isso se só sei chorar?
— Giovanna, vai jantar?
— Já comi fora, mãe — respondo, entrando no meu quarto depois
de trancar a porta.
O telefone toca outra vez e ainda estou sem capacidade de falar com
ele. Porém, sei que vai insistir e então prefiro mandar uma mensagem para
que pare de ligar.
Giovanna: Oi. Está tudo bem, Mássimo. Indo dormir, estou cansada.
Mássimo: Seu médico falou que está tudo bem?
Giovanna: Sim. Agora vou dormir.
Mássimo: Não está me dispensando para ler livro, não é? Eu faço
melhor do que qualquer personagem daquelas histórias quentes que você
adora, Princesa.
Um sorriso triste me escapa. Como o amo, mas se ele imaginasse a
verdade...
Giovanna: Não. Só estou esgotada. Boa noite, Mássimo.
Então, fecho a tela do telefone. Deixo as lágrimas virem e choro até
adormecer.
Mássimo
Ele não me ama... Não, é ainda pior. Ele jamais me amou e isso
dilacera o meu coração de um jeito que jamais poderia imaginar. Tudo fica
ainda mais triste devido à maneira tenebrosa com a qual descobri isso.
Com todos os meus pensamentos no bebê que cresce em meu
ventre, fui ao seu encontro para poder contar sobre essa novidade
completamente inesperada. Não me esqueci de suas palavras dizendo que
não queria um filho nosso, mas de um jeito ou de outro, ele precisava saber
que seria pai.
No entanto, nada me preparou para entrar no apartamento que ajudei
a organizar e escutar o homem que amo dizendo o seguinte:
“Eu não sinto nada importante por Giovanna. Ela é somente um
meio para um fim.”
Eu não tive coragem de encará-lo depois disso. Na verdade, ainda
não tenho principalmente por saber que estava falando tudo isso para seu
pai, que tinha ressurgido das cinzas.
Dói demais saber que foi tudo uma grande mentira.
Na verdade, eu deveria ter me lembrado deste ditado antes. Não
falam que o que começa errado, termina errado? Se tudo começou com uma
farsa de um noivado falso... O que de verdadeiro pode existir depois disso?
Eu não deveria ter me apaixonado por ele. Todos sabem que essas
coisas só acontecem em livros e filmes de romance. Sobre mocinho se
apaixonar de verdade pela mocinha e viverem uma grande história de amor.
Mas agora... Deus. Nem em palavras consigo me expressar.
Então, com o rosto lavado em lágrimas, chego na biblioteca. Vou
para o banheiro e tento me controlar, mas não consigo. Algumas pessoas
ficam preocupadas e me entregam água com açúcar, o que de fato não
adianta muita coisa. Estou desolada e desesperada.
— Gio. O que aquele filho de uma puta fez com você? — Tomaz me
pergunta quando saio do banheiro, mas não consigo responder. — Ele te
machucou? Eu vou arrebentar a cara dele.
— Não faça nada, por favor — peço em meios a soluços.
Ele me abraça e me permito descarregar um pouco das minhas
emoções reprimidas. É muita tristeza e mágoa dentro do meu coração.
— Amiga... — Júlia me chama e eu me solto dos braços de Tomaz.
— Você não tá bem. Acho melhor você ir para casa.
Concordo com a cabeça, pegando as minhas coisas. Realmente estou
sem concentração para me encontrar com as crianças. Na verdade, preciso
de um tempo de tudo. Necessito pensar em como será a minha vida. Tenho
um filho a caminho e minha atenção deve estar nele. Porém, me pergunto:
Como falarei para a minha família sobre isso?
— Verdade, Gio. Fique uns dias em casa que iremos ajeitar as coisas
por aqui. Eu posso pedir um táxi.
Afirmo e vou para a entrada da biblioteca.
— Tomaz, obrigada por ser meu amigo. Por me apoiar em todos os
momentos...
Ele suspira.
— Você sabe o que penso daquele italiano prepotente...
— Sim, e obrigada por tentar me alertar sobre ele. Você é um ótimo
amigo.
Eu o abraço forte, mostrando o quanto sou grata por tê-lo, mas
somos interrompidos pela voz de Mássimo, furioso. Como ele tem coragem
de agir assim depois de tanto mentir? Ele demonstrava gostar de mim, mas
era tudo falsidade.
Mássimo exige respostas, no entanto, não entendo o motivo de sua
revolta. Se nunca foi real, por que esse ciúme? Por que age dessa forma?
— Eu até tinha algo para te dizer...
— Fale de uma vez!
Recuso-se a dizer e então, quase arrancando meu coração de dentro
do peito, digo:
— Acabou, Mássimo. Estou terminando definitivamente o nosso
noivado.
As lágrimas descem em meu rosto enquanto o vejo paralisado à
minha frente. Sigo correndo para fora e pego o primeiro táxi que encontro.
Peço para me levar pra casa e agradeço aos céus por meus pais estarem
viajando. Porém, quando passo pelo portão da frente, penso que aqui é o
lugar mais fácil de ser encontrada e não quero falar com ninguém neste
momento. Então, pego uma bolsa de viagem com algumas coisas e vou para
a casa da minha irmã, que está mais distante desse turbilhão que se tornou a
minha vida. Alessandra.
Desço na frente de sua casa e percebo que o carro de Kalel não está
na garagem. Caminho até a porta torcendo para que esteja lá, porque estava
tão desesperada que nem cheguei a ligar para avisá-la.
— Gio? Tá tudo bem? — pergunta Alê ao abrir a porta.
Na mesma hora, minhas lágrimas retornam e minha irmã me acolhe
em seus braços.
— A Diana está quase chegando, maninha.
Alê me avisa quando desço pelos degraus depois de tomar um
banho, onde chorei mais ainda. Cheguei aqui faz algumas horas e Alê está
sozinha em casa, pois o marido lutador levou as crianças para assistir um
campeonato. O que quer dizer que iremos passar o fim de semana inteiro
juntas.
— Obrigada por chamá-la — respondo, entrando na cozinha da casa
e me sentando à mesa. — Eu realmente tenho que falar com vocês.
Ela me olha com pesar e não consigo evitar que meus olhos nublem
de tristeza.
— Não consigo te ver assim, irmã. O que está acontecendo com
você?
Baixo a cabeça e deixo as lágrimas virem. Ela acaricia a minha
cabeça e me abraço a ela. Alguns minutos depois, escuto a voz de Diana.
— Giovanna, conta pra gente, o que foi? — Alessandra exige, já
sem paciência. — Não aguento ver a minha irmã romântica e sorridente
desse jeito.
Diana segura a minha mão, me confortando, e Alessandra está num
misto de tentar me apoiar e também descobrir o que está acontecendo. Por
isso, depois de tomar mais de três copos de água, declaro:
— Terminei meu noivado — respondo, limpando uma lágrima. Elas
não fazem nada. Agem como se estivessem esperando por algo que
realmente não contei.
Di vira meu rosto para ela e sinto um carinho tão forte que as
palavras escapam de mim.
— Eu tô grávida — falo, deixando as emoções fluírem.
Sinto-me aliviada e também desesperada. Estava querendo contar
para alguém e confio minha vida nas minhas irmãs. No entanto, eu vou ser
mãe e mesmo desejando demais ter filhos, eu esperava encontrar um
príncipe, me casar e depois encher a casa de crianças, mas...
— Tô esperando um filho do Mássimo.
— Isso nós entendemos...
— Alessandra! — Diana a repreende. — Gio, mas ele sabe? É por
isso que está desse jeito?
— Se ele renegar o próprio filho, prova de vez que é um belo de um
filho da puta...
— Você não está ajudando, Alessandra.
— Di, eu posso ajudar da melhor maneira. Conto tudo para o Kalel e
rapidinho ele dá um jeito naquele chef famoso que fez a nossa princesa
sofrer.
— Eu não consegui dizer — esclareço. — Mássimo me enganou por
quase três meses... — Fungo. — Ele me iludiu, provavelmente por sexo, e
eu acabei me apaixonando por...
— Puta merda!
— Foi tudo uma mentira. O Mássimo que me conquistou nunca
existiu. Ele falou coisas horríveis de mim para o pai dele, que me odeia, e...
As palavras somem em meio ao meu pranto e minhas irmãs me
abraçam, dando-me conforto. O tempo vai se passando e as duas vão
tentando me dar solução para o que é totalmente insolucionável.
— Eu nunca o achei o melhor dos homens. Sempre foi muito frio e
Lorenzo afirma isso até hoje...
— Di, eu já dei a minha solução. A gente pede para um dos amigos
do Kalel ter uma conversa com ele e...
— Alê, Di. — Paro as duas. — Eu já sei o que vou fazer — afirmo,
me levantando. — Sei que as duas querem me ajudar, mas Mássimo nunca
quis um filho comigo...
— Gio, ele é o pai. Pode ser um merda de pai, mas você não
engravidou com o dedo — argumenta Alê.
— Ele vai saber, mas não agora — explico. — Neste momento,
preciso urgentemente me afastar disso tudo. — Engulo em seco. — Não
vou conseguir olhar para Mássimo e não querer chorar...
— Ah, Gio...
— Eu o amo, mas agora esse sentimento está me fazendo mal —
explico. — Pedi por telefone um afastamento da biblioteca por uns dois
meses. Havia licenças que nunca tinha usado e agora é tudo que preciso.
— Para onde você vai? — Alê me pergunta.
Um sorriso triste se faz em meu rosto.
— Não sei, mas até amanhã eu vou descobrir.
Mássimo
Meu coração está batendo mais forte que um tambor, mas preciso
saber se todas as minhas suspeitas eram infundadas. Estou a alguns metros
da entrada da biblioteca e fico somente observando os funcionários
entrando, mas nada dela.
Os minutos se passam e o infeliz do Tomaz entra sozinho. Fecho as
minhas mãos em punho, esperando Giovanna surgir um pouco depois e ir
ao seu encontro, no entanto, não é o que acontece. As horas se passam, mas
não a vejo. Ainda tem um mar de crianças entrando e saindo de lá, contudo,
ela não aparece.
Quando está perto da hora do almoço, tomo a iniciativa de buscar
mais informações sobre seu paradeiro. Porém, quando estou perto das
escadas da entrada, reflito sobre o fato de que se Giovanna não apareceu,
não preciso ir lá e...
— Não sei como teve a coragem de aparecer aqui depois do que fez
com ela.
Olho diretamente para a pessoa que menos gosto neste lugar,
tentando controlar meus sentimentos reprimidos. Eu não a vi com ele, mas
não quer dizer que eles não sejam um casal.
— Para começar, não tenho assuntos com você — afirmo. — Minha
noiva é... — suspiro — era Giovanna e...
— Por causa de alguma merda que fez ou falou, ela precisou se
afastar do que ama para conseguir te esquecer.
Imediatamente, fico sem saber o que dizer. Na verdade, minha
mente processa rapidamente o que esse infeliz falou. Ela está sofrendo? Por
minha causa? Mas como? O que posso ter feito contra a minha Princesa que
lhe causou dor?
— Onde ela está? — pergunto.
— Nem imagino e se soubesse, não te contaria — responde,
cruzando os braços. — Giovanna é uma mulher maravilhosa e não merecia
sofrer em suas mãos, mas você chegou na minha frente. — Ele olha para
longe. — Fiquei anos esperando que ela ao menos me olhasse e do nada,
um chef de cozinha famoso aparece no caminho, mudando todo o seu
destino.
— Agora você confessa que gostava dela, não é?
— Gostar? — questiona. — Eu sempre fui apaixonado por
Giovanna. A bela contadora de histórias que mais parece uma princesa, mas
infelizmente ela nunca me olhou de outra forma. — Ele cerra as mãos em
punho. — A minha vontade é de te arrebentar a cara só por ter feito ela
chorar. Você não a merece e jamais vai merecê-la...
— Eu sei disso, mas...
Então, suas palavras começam a fechar o quebra-cabeça. Giovanna
não está com esse infeliz. Na verdade, mais uma vez está muito chateada
comigo por algo que nem imagino. Só de saber que está sofrendo, meu
peito aperta e a minha vontade é de procurá-la.
— Eu preciso encontrar a minha Princesa — afirmo, indo embora
sem olhar para trás.
Entro no meu carro e a primeira coisa que faço é liga para Lorenzo
ativando a chamada pelo volante do carro.
— Ela não está com aquele infeliz — falo assim que atende.
— Max, do que está falando?
— A Princesa não está com aquele cara! — exclamo, sorrindo com
a esperança se renovando dentro de mim.
— Eu já tinha te dito...
— Eu sei, mas eu precisava ouvir a verdade daquele maledetto, que
por sinal jogou na minha cara que é apaixonado por ela.
— Entendi, mas agora, o que vai fazer? Nem adianta me perguntar
que não sei onde está a sua princesa.
Suspiro e tento pensar em como encontrá-la. Porém, ainda não
consigo compreender o motivo pelo qual resolveu terminar tudo. Outro
ponto. A gente nem se viu naquele dia. Eu senti falta dela e... tudo aquilo
aconteceu.
— Enzo, talvez a sua Bela Dona possa me ajudar...
— Vou chamá-la aqui.
Escuto barulhos do ambiente e encosto o carro, aguardando a
resposta.
— Mio Amore, Mássimo deseja conversar contigo para saber do
paradeiro de Giovanna. Poderia falar com ele?
— Ele tá na linha? — Escuto a voz dela ao longe.
— Sim.
Então a ligação é silenciada e fico aguardando. A pior coisa que
existe é ficar ansioso por respostas, principalmente para uma pessoa que
sempre teve total controle de tudo. Eu preciso falar com a minha Princesa.
Não sei que merda fiz, mas necessito que ela me diga.
Não tenho memória do que pode tê-la magoado tão fortemente. Eu
estava com raiva por... puro ciúme, mas me lembro de seus olhos castanhos
carregados de lágrimas, e saber que tive culpa me fere demais.
Puta, que merda!
Eu preciso vê-la. Alessandra e Diana precisam me dizer onde está a
minha Princesa. Ou terei que...
— Max — Enzo me chama do outro lado da linha.
— Diga — respondo com o coração na boca.
Ele demora uns instantes para falar.
— No fim do dia, você vai para a casa da Alessandra, a Bela Dona
irá te passar o endereço. Lá, as duas vão conversar contigo.
Suspiro, pesaroso, sabendo que terei que esperar. Então, somente
agradeço pela ajuda e vou para meu apartamento.
Só de abrir a porta, a saudade da minha Princesa aperta. As nossas
fotos ainda estão espalhadas pela casa. Mesmo no momento em que estava
com raiva por ela ter escolhido outro, não consegui destruir os porta-
retratos que comprou. Na verdade, por toda casa existe sua marca. Os
paninhos de renda branca nas prateleiras que mandei colocar, os livros de
romance que estão na estante, até as flores artificiais que colocou na mesa
de centro da sala deixam sua marca.
Assim também estou. Minha razão ainda não confirmou, mas meu
peito sabe que as palavras de Lorenzo são as certas. Eu estou
verdadeiramente completamente apaixonado pela minha Princesa. Ela
chegou devagar, movimentando a minha vida de um jeito que jamais
imaginei acontecer.
Paixão. Para mim, sempre foi somente carnal, mas pensando nos
questionamentos de Enzo, está mais do que certo de que não é só desejo que
sinto pela minha linda Giovanna.
Eu imaginei que iria passar a vida somente usando as mulheres por
sexo, mas nada me preparou para uma princesa dos tempos modernos, que
ama crianças, é romântica e sonha em encontrar um príncipe.
A minha principal questão é se poderei ser esse cara um dia. Porque,
de fato, nunca vivenciei um amor real. Deparei-me com alguns próximos se
casando no caminho, mas nunca prestei atenção se realmente existia
sentimento.
Pensando friamente, Fabrízio e Antonella foi mais um acordo de
negócios do que qualquer outra coisa. Lorenzo... Bem, ele engravidou a
Bela Dona dele e depois falou que estava apaixonado. No entanto, será que
o que estou sentindo é isso mesmo?
Não possuo essa resposta. Se for pelo exemplo que tenho em casa, a
situação é das piores, meus pais se separaram na minha infância e o senhor
Nero começou uma rotina de trocar de esposas como se não gostasse nem
um pouco da presença delas em sua vida. Por isso, depois do terceiro
casamento, não me fiz mais presente.
No entanto, não é assim que penso sobre o meu futuro com a minha
Princesa. Eu quero acordar abraçado ao seu corpo e ir dormir sentindo seu
cheiro. Ouvir suas histórias e realizar as cenas quentes de seus livros.
Arrancar seu sorriso com pequenas ou grandes surpresas. Tomá-la em meus
braços até o clímax do prazer e começar tudo outra vez. Porém, tudo isso
parece muito fantasioso para ser de verdade.
Distraio-me com a televisão após almoçar e percebo a chuva
batendo na janela. Começo a me aprontar e vou para a casa da irmã mais
nova da minha Princesa.
Quando paro do lado de fora, vejo uma cena que poderia estar nos
livros quentes de Giovanna. Kalel e Alessandra estão debaixo de chuva, em
beijos apaixonados, como se estivessem gravando um filme. Chego até
mesmo a procurar alguém com uma câmera do lado de fora, mas não vejo.
Os dois estão abraçados quase que devorando um ao outro. Depois, ele a
pega nos braços e leva para dentro. Nem precisa de câmera para saber o que
está acontecendo.
Dou mais meia hora do lado de fora e saio do carro. Dirijo-me à
porta deles. Quem atende é Kalel, me chamando para dentro.
— Fique sabendo que não concordo muito com essa história de
deixar a minha mulher contigo...
— É somente uma conversa — afirmo.
— Sim, mas se você não tivesse feito merda com a Gio, jamais
aconteceria.
Balanço a cabeça, tendo certeza de que está certo.
— A Ousada não me deixou te pressionar o bastante, mas me fala,
você gosta realmente da minha cunhada?
Antes que eu tenha a chance de responder, Alessandra aparece, nos
interrompendo. Eles se beijam e então me questiono o motivo do
relacionamento deles. Qual vantagem? Pelo que pesquisei, Kalel é órfão,
tem somente os filhos como parentes e a esposa, mas não é milionário ou
algo do tipo, com a sua carreira de boxeador. Do outro lado, tem
Alessandra, que é freelancer por opção, que também não tem recursos. Por
que então ficarem juntos?
— Quando Diana chegar, vamos conversar — Alessandra me
informa. — Kalel, você ofereceu alguma coisa para a visita?
— Não.
Ela revira os olhos e vai para dentro. Poucos instantes depois, ele
vai atrás dela. É tão estranho isso, eles têm anos de casados, mas continuam
se amando como adolescentes cheios de hormônios.
Depois de alguns minutos, tocam a campainha e Kalel vai atender
para receber Diana.
— Oi, Mássimo — ela me cumprimenta, sentando-se à mesa e me
chamando para fazê-lo também.
Alessandra aparece, um pouco mais despenteada do que antes. Ela
se despede do marido, que fala que vai dar uma volta para termos
privacidade. Concordo e assim que o boxeador sai, a caçula fala, deixando
uma mesa de frios.
— Eu sei que é sobre a Gio, então começa logo.
— Quero encontrá-la. Me digam o endereço que...
— Não tão rápido, Mássimo — Diana me interrompe. — Por que
quer tanto falar com a nossa irmã depois de magoá-la como fez?
Suspiro.
— Eu não sei do que estão falando. Não fiz nada contra Giovanna.
As duas se olham, torcendo a boca.
— Tem certeza? — Alessandra pergunta, cruzando os braços. —
Você não fez nadinha para entristecer a minha irmã?
Diana balança a cabeça para os lados, com certo ar sarcástico.
— Você está falando como se soubesse de algo que nem ao menos
imagino.
— Mas devia — afirma Diana.
— No entanto, não sei — esclareço.
Jogo a cabeça para trás.
— Vocês não podem me falar onde ela está e eu resolvo o assunto?
Simples assim?
— Claro que não! — exclama Alessandra. — Nunca vi minha irmã
da forma que estava, mas sei que num certo momento, ela vai te procurar...
— Quando?
— Isso é com ela.
— Mássimo, Giovanna está... — Diana olha para a irmã — numa
fase complicada.
No mesmo instante, sinto um calafrio.
— Ela está doente? Por isso resolveu sumir? — pergunto,
preocupado.
— Não! — exclamam as duas.
— Olha só, a gente vai fazer o seguinte — começa Diana —, vamos
passar o aviso de que você quer conversar. Se a Gio decidir que quer te ver,
vamos te passar o endereço. Está bem?
Mais frustrado do que bem, confirmo com a cabeça.
Mássimo
Será que alguém pode me dizer o motivo pelo qual é tão dolorido
não conseguir falar com ela? Desde ontem, estou esperando alguma
mensagem das irmãs, no entanto, nada de resposta. Até liguei para Lorenzo,
mas ele me jurou que não sabia de muita coisa.
Então, estou mais ansioso do que nunca, pensando no que poderia
ter feito ou dito que magoou minha Princesa. Quanto mais penso, menos
resposta encontro. Do outro lado, falando de sentimentos, me pego
recordando do relacionamento de Kalel e Alessandra. Foi o primeiro no
qual vi verdade e só de lembrar do carinho e amor com que aquele
brutamonte trata a esposa, fico ainda mais intrigado com tudo que aprendi
desde a minha infância.
Meu pai sempre tratou as mulheres como objetos que respiram e
falam, ou seja, sem utilidade real. Não tinha nada do que presenciei.
Atenção, afeto ou algo que pudesse dizer que existia sentimento. Por isso
que nunca mantinha um relacionamento firme com...
Espera um pouco, será que foi isso que aconteceu desde o seu
primeiro relacionamento? Se meu pai tratava Satine como as esposas
posteriores, está mais do que claro por que não deu certo. Isso não justifica
abandonar o filho, mas conhecendo meu pai, pode ter muito mais por
debaixo dessa história do que me falou a vida toda. No entanto, para ter
certeza, somente uma pessoa pode me responder sobre isso.
Pego o telefone, passando pelas chamadas não atendidas, e encontro
o número com código de área da França. Olho para a tela por alguns
instantes e decidido, resolvo fazer a chamada.
Depois de cinco toques, escuto a voz melodiosa do outro lado.
— Alô. Quem está falando? — ela responde em claro francês.
— Satine. Sou eu, Mássimo.
— Meu filho...
— Eu... — engulo em seco antes de continuar — eu estou refletindo
sobre algumas coisas e quero conversar com você. No momento, estou no
Brasil e tem um assunto que gostaria de tratar contigo.
— Sim, filho. Vamos conversar... — ela fala, animada. — Estou
saindo da Colômbia e indo para a Argentina, mas posso pedir para fazerem
uma escala por aí ou até mesmo remarcar o show, querido... — Suspira. —
Você é o mais importante, meu querido.
Suas palavras amorosas me tocam o peito. Sei que são anos de
separação, no entanto, como estou com todas as minhas emoções
bagunçadas, preciso urgentemente me encontrar.
Olho no telefone e faltam vinte minutos para o meu ônibus com destino a
São Paulo. Não queria ir embora, mas seria muito pior que Mássimo descobrisse a
verdade pelo meu cunhado. Diana me falou que Lorenzo está controlado, mas não
sabe por quanto tempo vai conseguir mantê-lo assim. Conforme o próprio falou,
prejudicaria a amizade deles guardar esse segredo, e isso foi o principal incentivo
para voltar pra casa.
Confesso que foi uma despedida muito complicada, mas deixei informado
que, no momento certo, retornaria. De presente, recebi umas roupinhas de bebê
lindas de tom amarelo e verde. Não sei por que, mas acho que estou esperando um
menininho, contudo, somente quando minha barriga crescer é que vou saber se
minha intuição está certa.
— Primeira chamada para São Paulo, capital. Plataforma 2.
Puxo minha mala, colocando-a no bagageiro, e subo para o meu lugar com
a minha bolsa de mão. Sento-me um pouco mais atrás para não ter dificuldade
para ir ao banheiro, já que minha bexiga está bem pequena ultimamente. Abro o
meu kindle para ler a continuação do livro do Adrian, que a autora lançou, e relaxo
até chegar em casa.
Quatro dias. Esse foi o tempo que elas pediram para que Giovanna
viesse ao meu encontro. É hoje e já mandei que arrumassem a casa inteira
para que pudesse ver, como Satine me falou, os meus sentimentos.
Algo tem começado a mudar referente ao meu contato com a mulher
que me trouxe ao mundo. Escuto as mensagens dela diariamente e até
respondo de maneira menos agressiva. Foram anos pensando que ela era o
absoluto oposto do que é, e por isso jamais poderia ser hipócrita de falar
que já consegui passar por cima de tudo.
Estou começando aos poucos e saber que tenho uma irmã deixa as
coisas um pouco mais fácil. Entender que Satine o fez para protegê-la do
sádico que me criou, mesmo sendo dolorido para o meu “eu” criança, é
realmente algo bom. Estou curioso para conhecê-la, mas, em primeiro lugar,
tenho que resolver a situação com a minha Princesa.
Mandei fazer uma decoração romântica de um jeito que jamais
conseguiria fazer sozinho. A assistente pessoal de Satine me ajudou,
contratando algumas pessoas que deixaram tudo assim. Tem velas
espalhadas nas prateleiras e pétalas de rosas vermelhas no sofá, no quarto e
em boa parte do chão. Não sei se é demais, mas preciso que Giovanna
acredite em mim e me perdoe — do que seja lá o que fiz que a magoou
tanto.
Recebi uma mensagem, há dez minutos, de que estava saindo da
casa de sua irmã Alessandra, mas estou tão ansioso que até pensei em ir
para o térreo, a fim de esperá-la na recepção do prédio.
No entanto, a Princesa tem a chave daqui. Ela pode entrar e sair no
momento que quiser, por isso, melhor esperar que venha até a porta.
— Esqueci do vinho.
Levanto-me da cadeira e corro para a adega. Escolho duas taças de
cristal e levo para a sala, junto com os frios que separei. Nunca soube ser
um desses homens que apreciam grandes gestos, mas quero fazer de tudo
para a minha Princesa.
Quando estou voltando para a sala, escuto o barulho da porta se
abrindo e meu coração quase para quando a vejo entrando.
— Princesa.
Ela se vira para mim e a luz que sempre existia em seu olhar está
ofuscada. Giovanna repara na arrumação e dá um passo para trás, quase que
saindo do apartamento.
— Tem alguém aqui? — pergunta, receosa.
— Estamos só nós.
— Mas isso...? — questiona, juntando as sobrancelhas, e deixo tudo
que estava em minhas mãos no sofá, mantendo foco em seu rosto.
— Fiz para você, Princesa.
Eu a coloco para dentro, percebendo o estranhamento presente em
seus olhos.
— Mássimo, mas por que...? — Então, sua expressão muda para
chateação. — Ai, meu Deus! Ele te contou?
— Quem me contou? O quê? — questiono, confuso.
Ela começa a balançar a cabeça para os lados, em negativa.
— Giovanna, me diga, o que está acontecendo...
— Eu pedi para guardar segredo.
Sua ação de somente piscar faz com que duas lágrimas desçam por
seu rosto.
— Só não quero que você me odeie — argumenta, me deixando
preocupado e ainda mais confuso.
— Por que eu faria isso?
Minha mente tenta processar o que poderia fazer com que a odiasse,
e só de cogitar, as piores ideias me surgem. Melhor parar com isso e ser
direto.
— Eu não sei de nada, mas espero que seja lá o que tenha feito, não
se refira ao fato de ter encontrado outro homem ou que esteja doente com
algo grave. Eu não suportaria uma vida sem você, Princesa. Te quero
comigo, fiz tudo isso e farei mais para provar que falo a verdade.
Seus olhos cruzam com os meus e mais lágrimas descem por seu
rosto. Trago-a para meus braços, mas ela parece uma estátua.
— Por favor, não minta para mim — ela pede.
Suas palavras estão tão sofridas que meu peito se aperta.
— Princesa, eu não estou mentindo.
— Está, sim. Eu sei a verdade. — Afasto-me, mirando seus olhos
vermelhos. — Eu ouvi o que falou de mim para o seu pai neste
apartamento.
De imediato, não entendo o que meu pai tem a ver com...
Então, a memória me assalta. Merda!
— Princesa, tenho certeza de que não é o que está pensando —
argumento.
Ela aperta os lábios e morde a boca antes de falar:
— Você falou que não sente nada por mim e que fui somente um
meio para um fim.
Fecho os olhos, arrependido.
— Princesa...
— Não ouse falar que é mentira. — Aponta para o meu rosto. —
Ninguém me contou. Eu estava aqui e escutei você dizendo essas palavras,
Mássimo. — Ela limpa o rosto. — Eu me apaixonei por você, mas nunca
foi real. Era tudo somente a ilusão de uma boba romântica.
— Não diga isso, Princesa. — Tento tocá-la, mas ela se afasta. —
Mas é um fato que tudo que falei para o Nero era, sim, uma mentira —
afirmo. — Meu pai tinha vindo da Itália somente para me trazer à razão
para agir como ele. Falei aquilo para que parasse de nos importunar.
Ela limpa o rosto.
— Por que não me falou disso antes de resolver terminar, Giovanna?
Toco seu rosto, fazendo de tudo para que não desvie de mim.
— Mássimo, a gente vivia uma fachada que estava com dias
contados. Meus sentimentos... que deveriam ser somente falsos, se tornaram
real e...
— Eu amo você, Princesa.
Ela para de falar, somente me encarando, e então deixo meus
sentimentos falarem mais alto.
— Demorei para entender, mas estou completamente apaixonado
por você, Giovanna. Eu não sabia o que sentia, mas é em você que penso
durante o dia todo. Do meu despertar e até na hora em que vou dormir.
Sinto falta do seu cheiro, do seu sorriso, até de suas reclamações sobre o
meu comportamento. Eu sei que não sou o mais romântico de todos, mas
quero ser o príncipe que sempre quis. Desejo estar ao seu lado em todos os
momentos. Nos bons e maus. Te apoiar nos seus sonhos e ajudar a realizá-
los e...
— Por favor, pare! — ela me pede e não sei o que fazer. — É
melhor eu ir embora daqui.
Ela chora mais forte e não sei o que fazer, principalmente quando a
vejo se encaminhar para a porta. Num ato desesperado, seguro seu braço.
— Giovanna...
— Mássimo, não dá.
— Como assim não dá? — indago, mais confuso do que antes. —
Me fala o que eu tenho que fazer para que possamos ficar juntos.
— Você não entende.
— Claro que não entendo. Porque, para mim, a conta é simples.
Principalmente porque eu te amo e você já falou que sente o mesmo. Onde
está o problema que realmente não compreendo?
— Eu tô grávida — fala de uma única vez. — Estou esperando um
filho seu e você também falou para mim que jamais poderia acontecer.
Meu agarro diminui e ela se solta de mim, parando encostada na
porta do apartamento.
Eu poderia pensar em muitas coisas, mas jamais que...
— Giovanna...
— Aconteceu naquela viagem para a Grécia — começa. — Eu
atrasei o meu anticoncepcional por três dias e no dia em que fui na minha
médica, descobri. Vim na manhã seguinte para te contar e ouvi você falando
aquelas coisas horríveis sobre mim. — Ela suspira. — Você é bastante
intransigente quando as coisas não acontecem do seu jeito, mas eu vou
assumir essa criança e...
— De onde você tirou que eu não quero um filho com você? —
pergunto.
— Você falou!
Suspiro, relembrando minhas palavras naquela discussão que
tivemos no jardim secreto. Coço o rosto e começo a falar:
— A verdade é que jamais imaginei que poderia sentir algo tão forte
— confesso, deixando minhas emoções fluírem. — Pensei que nunca me
apaixonaria e que tudo se resumiria a sexo... Em meio aos meus
sentimentos confusos, eu só pensava no seu futuro, sem cogitar um lugar
para mim no seu mundo...
— Eu já gostava de você, seu doido insensível — responde, batendo
no meu peito com as mãos em punho. — Eu já estava me apaixonando pelo
seu jeito mais frio e difícil, mas que me olhava como se eu fosse a única e
me chamava de Princesa.
— Mas você é. Tudo isso e muito mais. — Passo as mãos em seus
longos cabelos negros. — Eu morri aos poucos sem te ter por perto, minha
amada Princesa. Eu quero você, meu amor. — Toco em seu rosto. — Não
aprendi a falar essas coisas, mas vou fazer um intensivo só para que saiba
que é a primeira e única mulher pela qual me apaixonei.
Ela ri e duas lágrimas descem por seu rosto.
— Como senti falta do seu sorriso. — Toco em sua cintura. — Do
seu gosto doce, esses vestidos rodados que me tiram o juízo... — Beijo seu
pescoço. — Do seu cheiro que me remete lar... Eu te amo, Princesa. Quero
ser o seu príncipe, o pai dos seus filhos — toco em sua barriga plana — e
seu amante ardente em todos os dias de nossa vida. Você aceita?
Miro seus olhos e novas lágrimas se formam.
— Eu fiz merda?
— Não, meu amor — responde, rindo. — Estou chorando de
alegria. Você não é o príncipe que eu pedi, mas o que a vida me trouxe.
Porém... Só estou na dúvida. Isso tudo é um pedido de casamento?
Junto as sobrancelhas.
— Ainda não, mas de namoro/noivado — afirmo. — Te quero
comigo, Princesa. Somente diga que sim.
Ela sorri.
— Sim. Muito sim, meu amor.
Aliviado, tomo seus lábios num beijo apaixonado, que soma
saudade e desejo. Eu a levanto em meus braços, bagunçando seus cabelos
enquanto permitimo-nos amar.
Eu a seguro pelas pernas e levo para a cama, que está coberta de
pétalas de rosas. Lanço seus sapatos longe e tiro minhas roupas, indo nu ao
seu encontro. Ela senta de costas para que eu tire o seu vestido. Jogo seus
cabelos para o lado e deposito beijos de sua nunca até seu pescoço.
Enquanto isso, desnudo seu corpo.
Quando ela se vira para mim, não consigo deixar de dizer:
— Seus seios estão...
— Sim — concorda. — Estão bem maiores que...
— Estão lindos como você, meu amor — afirmo, beijando seu colo
e acariciando com cuidado enquanto a deito na cama. Tomo cada seio em
meus lábios, ouvindo seus gemidos que mais me excitam.
Tiro seu vestido, encontrando sua calcinha. Beijo seu ventre e puxo
o tecido por suas pernas, deixando-a nua para mim.
— Como senti falta disso aqui — afirmo.
— Só isso? — pergunta, em tom de brincadeira.
— Não, mas de chupar a sua boceta, foi uma das que mais senti.
Ela joga a cabeça para trás e abro suas pernas, expondo o seu sexo
molhado para mim. Exalo seu cheiro e beijo lentamente sua entrada.
Giovanna se joga para trás e tomo o cuidado de segurá-la na cama. Começo
a chupar seu clitóris e mergulho um dedo dentro dela. Percebo o quanto está
molhada e meto o segundo, fodendo-a. A minha Princesinha toca minha
cabeça, pedindo mais, e faço até sentir que está quase chegando no seu
clímax.
— Max — reclama.
— A gente vai gozar junto, amor.
Posiciono meu pau em sua entrada e penetro de uma única vez.
Meto fundo e ela me abraça, pedindo mais. Estamos no ritmo de uma transa
apaixonada, com os olhos colados enquanto nos amamos, a caminho de um
prazer totalmente indescritível.
Como eu amo essa mulher. Não me canso de falar isso. Giovanna
me enlouquece e me vicia. Jamais irei desejar outra que não seja a minha
Princesa.
— Eu estou quase...
— Goza comigo, minha linda.
Estoco fundo, esporrando dentro dela enquanto seu canal se aperta
contra meu pau. Espero até que se recupere enquanto a cubro de beijos.
Então saio dela, trazendo-a para o meu peito. Não quero que fique longe ou
que sequer se afaste.
Giovanna
— Sim, realmente está resolvido, mas ainda tem o meu outro projeto
que está em andamento — respondo para a pessoa.
— Está tudo nos conformes, Mássimo.
— Assim espero. Quero pronto com todas as especificações que
pedi.
— Antes do fim do prazo, estará pronto.
Afirmo, desligando a chamada.
Toc Toc
Estranho, principalmente por não saber de alguém que estaria vindo.
Mesmo assim, peço que entre.
— Oi, filho.
Satine entra na minha sala e a primeira coisa que faço é me levantar
para abraçá-la. Nessas últimas semanas, estamos nos aproximando bastante
e ela me apoiou demais nesse recomeço que estou tendo com Giovanna.
Elas se encontraram somente uma vez, mas todos os dias trocam
mensagens.
— O que Satine Roux está fazendo em São Paulo de novo?
— Ela veio em curtíssima temporada visitar o filho e a futura nora.
— Gostaria de um almoço conosco?
— Jamais recusaria.
Rimos e conversamos por alguns momentos. Ela sabe do neto que
está a caminho e está mais animada do que nunca. Hoje entendo o quanto
foi difícil resistir a tudo e ainda subir num palco encantando pessoas, no
entanto, ainda não consigo chamá-la de mãe como fiz na minha infância.
Na hora do almoço, Giovanna veio nos encontrar e deixei as duas na
mesa e fui para a cozinha fazer um frango ao molho de cogumelos para nós.
Fiquei assistindo às duas conversando, mas quase me corto quando
Giovanna entrega umas cartas antigas para Satine que sei bem de quem são.
— Patrão, vai queimar...
— Cazzo! — exclamo, tentando dar minha atenção para a cozinha,
no entanto, estou bastante curioso com a reação de Satine.
Eu joguei todos aqueles papéis, mas Giovanna resolveu ficar com
eles. São delas, mas falam de mim de um jeito que...
— Cazzo!
Olho para Satine, que cobre o rosto com a mão e se levanta para ir
embora. Giovanna chama a minha atenção e peço para o chef continuar meu
prato. Vou ao encontro dela na entrada do restaurante.
— Satine, venha aqui — eu a chamo para o corredor.
— Seu pai nunca me entregou nenhuma delas. Eu sabia que tinha
sofrido, mas jamais poderia imaginar que foi dessa forma, filho. — Ela
chora. — Me perdoe por não ter lutado mais por você.
Eu a abraço com força.
— Você não teve culpa. Foi o meu pai que... afastou a gente. —
Foco seus olhos e deixo que as palavras fluam de mim. — Eu te perdoo,
minha mãe.
Ela chora mais ainda, porém, é possível ver um sorriso em seu rosto.
— Filho...
— Eu estou aqui, Dona Satine — falo, pegando um lenço de uma
das mesas.
— Eu esperei por tanto tempo te ouvir me chamando assim de novo,
filho. — Ela soluça, bastante emocionada. — Eu amo ainda mais o homem
que você se tornou. — Ela limpa o rosto, evitando retirar a maquiagem. —
Fico muito feliz por estar conseguindo conquistar sua felicidade. Giovanna
é tudo aquilo que desejei para você.
— Ela é muito mais do que poderia imaginar — confesso. — Mas
eu também tenho você e a minha irmã, que ainda não tive a chance de
conhecer...
— Você vai. Louise ainda está resolvendo algumas questões, mas
está se preparando para te conhecer e também tem a questão de que vou ser
avó de um bebê dela também.
— Puta merda! Nem sei como reagir a isso — afirmo. — Eu vou ser
tio e pai. Vai ter dois netos, dona Satine.
— Sim, por isso vai demorar um pouco para que esse encontro
aconteça.
— Ela é casada?
— Senhor Marino, desculpe interromper, mas o prato está pronto.
O chef da minha cozinha nos chama.
— Vamos almoçar. Depois falamos mais de Louise — comenta ela,
enlaçando seu braço no meu.
Nos alimentamos e não me recordo de um momento no qual estive
tão feliz. Ter minha mãe e a minha Princesa do meu lado é uma felicidade
que jamais poderia cogitar vivenciar.
Pena que após o nosso encontro, Satine precisou voltar para a sua
turnê, mas pelo menos Giovanna passou a tarde comigo. Depois do fim da
tarde, fomos para a casa dos pais dela. No entanto, durante o trajeto,
percebo que está muito silenciosa para o meu gosto.
— Amor, o que foi? — Viro, olhando para ela. — Alguém te
desrespeitou na cozinha ou algo assim?
— Não, mas... — Eu a escuto suspirar. — Mássimo, você demitiu
uma aprendiz de cozinheira somente porque errou no molho de uma massa?
Cacete!
— Foi numa época complicada... — começo.
— Aconteceu quando estávamos separados e todos falaram que
você foi um poço de grosseria.
— Giovanna...
— Isso está errado e se eu fosse você, readmitiria a moça e ainda
dava um bônus como pedido de desculpas.
— Mas ela serviu um prato terrível — argumento. — Você sabe
bem que não tem espaço na minha cozinha para incompetência...
— E para aprendizado? — questiona. — Você não tem somente um
restaurante, por que não implanta uma cozinha-escola ou somente treinos
para estudantes de gastronomia?
Olho rapidamente para ela, que continua com sua ideia.
— Transforme essa moça em exemplo. Uma estudante na cozinha
de Mássimo Marino, seria perfeito. Pode selecionar vagas anuais e escolher
alguns mais promissores para estudar e trabalhar na sua cozinha. Claro que
receberão pagamento, mas será menos do que os funcionários. Terão
certificados e todos os futuros chefs irão adorar contratar um ex-aluno seu.
O que acha, meu amor?
Paro na frente da casa dos pais dela e solto o meu cinto.
— Eu adorei, mas tenho uma pergunta.
— Fala.
— Já falei que te amo hoje? — pergunto.
— Sim, mas quero ouvir mais — responde abrindo um lindo sorriso.
— Te amo. Te amo. Te amo, minha Princesa. — Tomo seus lábios.
— Tive a sorte grande quando meu amigo resolveu casar com sua irmã e
me chamou para padrinho.
— Fui eu quem tive quando fui obrigada a trabalhar com o chef de
cozinha famoso mais complicado e grosseiro deste planeta. — Beijo seus
lábios. — Te amo, meu príncipe desencantado.
— Princesa, se continuarmos assim, eu vou te comer neste carro, na
frente da casa dos seus pais e...
Ela abre a porta na hora, fugindo dos meus braços.
— Amor, a gente continua em casa.
Seguimos para dentro da casa de seus pais de mãos dadas. Seu
Afonso fica nos olhando com firmeza.
— O que vocês vieram fazer aqui no meio da semana? — meu pai
pergunta.
— A gente quer conversar contigo e com a mamãe — Giovanna
avisa.
Entramos e nos sentamos à mesa da cozinha.
— Você é o genro que pedi para Deus.
— Vitória! — o pai dela chama a atenção. — Se os dois vieram
juntos para falar alguma coisa, não é coisa boa.
— Está bem, mas não é mentira o que falei — confessa minha
futura sogra, mandando uma piscada cúmplice. — Então diga, por que
vieram?
Giovanna me olha, ponderando.
— Bem, é que...
— A filha de vocês está grávida e a criança é minha — falo de uma
única vez.
— Mássimo! — reclama Giovanna.
— O que foi, amor? — questiono.
— Não era para você dizer assim — explica.
— Mas a gente não veio para falar...
— Como vamos resolver essa situação, sr. chef de cozinha famoso?
— seu Afonso me questiona. — Minha filha é de família e...
— Não precisa se preocupar, senhor. Giovanna está comigo e vou
assumir todas as responsabilidades perante ela e o nosso filho...
— Mais uma filha grávida antes do casamento — murmura dona
Vitória, não tão amistosa quanto antes. — Giovanna...
— Mãe, está tudo bem...
— Começou com Alessandra, que esperou as crianças nascerem
para casar, então veio Diana, que casou praticamente ganhando... Por fim,
veio você, que... nem sei o que vai acontecer.
— Dona Vitória — falo para ela —, eu amo a sua filha e quero
constituir família com ela. Não precisa ficar preocupada, tudo será
resolvido.
Ela confirma sem verdade. Em seguida, nos serve um pedaço de
bolo e seu Afonso vai para fora. Giovanna vai ao encontro dele, me
deixando sozinho com a minha futura sogra. Tomo um café caseiro,
esperando que retorne, e escuto a voz embargada da minha futura sogra me
chamando a atenção:
— Giovanna é a minha última menina e também está indo embora.
— Ela suspira. — Eu sei que filhos são para o mundo, mas não posso deixar
de ficar triste e também feliz por ela estar seguindo o seu caminho com um
rapaz que a ama.
Ela se vira para mim.
— Eu me lembro quando ela era somente uma bonequinha em meus
braços — comenta, nostálgica. — Giovanna nunca deu trabalho. Sempre foi
amorosa e tranquila. — A senhora senta e segura minha mão. — Você está
levando a minha preciosa princesa, mas preciso que me prometa que irá
fazê-la feliz.
— Prometo que farei de tudo para que ela tenha uma vida
maravilhosa ao meu lado, Dona Vitória.
— Sei que numa hora vão se casar, pois existe em ambos o mesmo
amor nos olhos que encontro quando estou com o meu Afonso. Então, com
meu coração apertado de saudade, eu dou a bênção a vocês. Que sejam
felizes e tenham bastante filhos, porque a minha Giovanna adora crianças...
— Vamos pensar nisso, Dona Vitória — respondo, apertando seus
dedos juntos aos meus. — Eu vou fazer o meu excelente para que Giovanna
seja a mais feliz das mulheres. Pode ter certeza disso.
Pouco depois, me levanto e caminho em direção ao lado de fora.
Encontro a minha Princesa abraçada ao pai e acabo a ouvindo dizer:
— Pai, o que mais queria, eu consegui. Pode acreditar em mim.
— Eu sei que está certa, minha menina.
Coço a garganta, chamando a atenção deles, e depois nos
despedimos de seus pais. Assim, seguimos para nosso apartamento.
Giovanna
Tinha que ser aqui. A minha última noite de solteira. No meu quarto
de infância com minhas irmãs. Amanhã, todos os serviços contratados vão
vir aqui. Terei banho de noiva para mim e minhas irmãs/madrinhas, mas a
minha arrumação vai ser aqui. Está tudo pronto e Mássimo fez tudo como
sempre sonhei.
— Será que a princesinha vai conseguir dormir? — Diana me
pergunta.
As minhas irmãs estão comigo bem do jeito que era antes de
Alessandra encontrar Kalel, Diana topar com Lorenzo, e agora eu descobrir
Mássimo.
— Só sei sorrir e chorar de alegria. É amanhã e estou com saudades
do meu noivo, mas também sei que só devo vê-lo no fim do dia.
As duas se olham de suas camas.
— Irmãzinha, já deu tudo certo. Aquele homem te ama demais. Eu
vi quando foi lá em casa pedir para te encontrar de novo — afirma Alê.
— Verdade, Gio. Mássimo mudou da água para o vinho quando se
apaixonou por você. Enzo vive dizendo que nem o reconhece como o amigo
de infância que era fechado demais.
— Vocês vão ser felizes, pode acreditar.
Corro e abraço Alê, e Di se junta a mim, tornando este um abraço
coletivo.
— Não podemos apertar demais a nossa princesa gravidinha —
lembra Diana.
— Sim. Aquela que nunca tinha sentado e gostou tanto do assunto
que engravidou rapidinho.
— Alê! — eu e Di reclamamos do comentário.
No entanto, em seguida, nós três rimos. Pegamos os colchões e
forramos o chão para dormirmos juntas, como fazíamos quando éramos
crianças. Foi uma noite maravilhosa.
— Eu amo demais ter vocês como minhas irmãs. — Viro-me e olho
para as duas. — Mesmo Alessandra sendo louca sem filtro e Diana sendo a
mais tranquila e ponderada. Vocês são minhas melhores amigas e não sei
como seria minha vida se não nascesse nessa família.
— Assim eu vou chorar — Diana comenta. — Eu perdi o último
Natal com vocês[11] e...
— A gente sabe que ficou presa em uma nevasca — Alê comenta.
— No entanto, passamos o Ano Novo juntas. Esqueceu?
— Verdade, Di. Ninguém ficou chateado — comento, me
recordando. — Queríamos que voltasse em segurança. Você, Lorenzo e a
Ágatha. — Seguro a mão das duas. — Vocês são especiais demais. São as
minhas fadas-madrinhas. Eu agradeço a Deus todos os dias por ter irmãs tão
maravilhosas e lindas.
Nos abraçamos, rimos e choramos ao relembrar o passado. Então,
dormimos agarradinhas.
— Tem certeza de que está tudo certo? — pergunto pela terceira vez
para minha mãe.
— Sim, eu tenho. O carro já está aqui na frente e... — Logo,
percebo lágrimas em seu rosto. — Minha princesinha está se casando.
Eu choro junto.
— Mãe...
— Vou ficar sem filhas na minha casa...
— Oh, mãe...
Ela se afasta para ajeitar o meu corpete, que não ficou tão apertado,
mesmo com minha gravidez. Um estilista chamado Gil Costa desenhou o
meu vestido do jeito que tinha imaginado desde a minha adolescência.
Possui renda, alguns pontos de brilho, cauda, véu mais curto, decote
coração com alça canoa em transparência e uma saia ampla e bem
volumosa.
Nos cabelos, pedi o estilo meio preso e meio solto. Na parte de
cima, está mais preso, mas atrás, o comprimento está presente em uma bela
cascata de cachos. Tem uma tiara linda que prende o véu, que já está no
lugar.
— Você está a noiva princesa mais linda da história, filha.
— Vitória. — A voz do meu pai atrapalha o nosso momento.
— Eu vou ver seu pai, mas desejo que seja muito feliz.
Eu a abraço e depois que se vai, me viro para o espelho e tento não
chorar ao ver o início dos meus sonhos se realizando.
— Lembra quando te falei que um dia você iria conhecer o seu
príncipe e ser a última a fechar a porta deste quarto, Gio?
Olho para a entrada e encontro Diana num belo vestido azul, nas
cores que escolhi para o meu casamento.
— Chegou o meu dia, Di — falo, com a voz embargada.
— Sim, chegou, Gio.
Ela entra e me abraça com cuidado para não me sujar de maquiagem
ou amassar o meu vestido.
— Eu estava procurando pelo mundo e por causa do seu casamento,
o encontrei mais perto do que poderia imaginar.
— Precisou de algumas lapidações, não é?
Rimos.
— Muitas, não acha? Mas eu sei que estou fazendo a coisa certa. Eu
amo Mássimo Marino com todos seus defeitos, e ele é o príncipe que a vida
me deu.
— E eu sei que ele te ama demais também. Você e essa pessoazinha
que ainda não chegou no mundo.
Sorrio, acariciando minha barriga.
— Está pronta para fechar a porta, Princesa Giovanna? — ela me
pergunta.
— Sim. — Limpo as lágrimas com cuidado. — Chegou a minha vez
de viver o meu “felizes para sempre”.
Diana me ajuda com o vestido e lentamente fecho a porta do meu
quarto, sabendo que, a partir de hoje, essa casa não é mais o meu lar, mas
sim ao lado do meu futuro marido.
Mássimo
Olho para meu traje e tenho certeza de que escolhi certo em mandar
fazer algo no estilo do casamento. Foi um pouco complicado convencer o
estilista, mas ele o fez e ainda o chamou de obra-prima da moda masculina.
Ficou do jeito que eu queria. Sóbrio e nem um pouco fantasioso. Escolhi na
cor preto, com alguns detalhes em branco.
Estou acabando de me aprontar quando Lorenzo entra com a sua
filha no meu quarto.
— Ágatha, olha o seu padrinho. Hoje ele vai se casar com a princesa
dele. A sua tia Giovanna — ele fala com a menina.
— Imaginei que sua filha ficaria com a mãe.
— A Bela Dona resolveu ajudar sua noiva. Falando no assunto —
ele pega algo no bolso —, as alianças estão aqui e esteja pronto, porque
recebi a mensagem de que estão saindo da casa dos pais...
Toc Toc.
Ele abre a porta e a mãe do noivo, a mais linda de todas, aparece
num belo vestido de gala vermelho-fogo.
— Boa noite, senhora Satine — ele a cumprimenta.
— Você deve ser Lorenzo, não é? — ela pergunta. — Meu filho, se
não estiver falando da noiva ou do meu neto, comenta demais sobre a
amizade que possuem.
Ele manda uma piscada para mim.
— Aprecio que diga, principalmente porque foi por causa do meu
casamento que ele encontrou a Princesa dele.
— Verdade?
— Sim, ele quase tirou a minha vida por decidir me casar rápido e
ainda ser obrigado a interagir com a minha cunhada princesinha, lembra?
Sorrio, confirmando ser tudo verdade.
— Eu fico feliz em saber que esses dois se acertaram,
principalmente porque Mássimo necessitava de uma grande mudança de
vida e uma família de verdade. Agora, vou descer com a minha Joia Rara.
Encontro ambos no altar. — Ele abre a porta. — Felicidade, meu amigo.
Assim que a porta se fecha, Satine me abraça rapidamente e começa
me ajeitar.
— Você está tão lindo. O noivo mais maravilhoso de todos.
— Obrigado, mãe. Está pronta para entrar comigo?
Ela sorri, exultante.
— Eu poderia caminhar cantando de felicidade ao seu lado somente
por estar participando do seu casamento, filho.
Meu peito se anima e aperto forte a sua mão.
— Vamos entrar juntos, mãe. Você só não vai ser a mais linda da
noite porque a minha noiva será.
— Verdade. Tenho certeza de que Giovanna irá arrebatar olhares.
Toc Toc.
— Cinco minutos para a entrada do noivo! — alguém da
organização grita.
— Está chegando a hora.
Neste momento, começo realmente a ficar nervoso. Desço para o
salão de festas que locamos. Tem espaço para mais de 1000 pessoas e
chegamos bem perto desse número de convidados.
Juntamos o meu ciclo de famosos, pessoas da mídia e grandes
empresários com o dela, composto de casais e crianças, bem como alguns
funcionários da biblioteca que lhes são próximos. Confesso que para mim
tem muita gente, mas é assim que a minha princesa deseja.
— Prontos? — perguntam e após confirmarmos, eles abrem as
cortinas.
Paramos no corredor para as fotos e começamos a caminhar. Está
muito cheio e muitos falam sobre a cantora famosa que está do meu lado.
Quando meu olhar avança para onde está localizado o altar, reconheço duas
pessoas que imaginei que não poderiam comparecer. O Sheik Mohammed
Al Sabah e sua neta Malika, que acabaram sendo os pivôs da nossa união.
Eu o cumprimento com a cabeça e minha mãe se acomoda no lugar
dos pais dos noivos. Dona Vitória, que escolheu entrar com um dos amigos
de Giovanna, já está ali, e as duas conversam com tranquilidade.
— Já está nervoso o suficiente para casar? — Fabrízio me pergunta.
— Se ela demorar mais de cinco minutos...
Então, a cortina se abre e meu coração erra a batida quando vejo a
minha Princesa. Está tocando uma música melosa que não conheço e eu só
quero observar a minha noiva. Não ouço mais nada e só tenho olhos pra
Giovanna, que está mais linda que qualquer princesa desta terra.
Seu Afonso para próximo do altar e me aproximo deles.
— Cuida da minha menina — pede, me abraçando.
— Prometo ao senhor que o farei com excelência.
Ela segura a minha mão, sorrindo para mim. Subimos o altar
praticamente num mundo particular que está sendo assistido por
praticamente mil pessoas. Por fim, o padre que minha mãe convidou inicia
nossa cerimônia. Não escuto muita coisa, somente quando tenho que fazer
os juramentos e os votos.
— Giovanna Soares, promete amar e respeitar, na saúde e na
doença, na riqueza e na pobreza, até que a morte os separe? — pergunta o
padre.
— Sim.
— Mássimo Adrian Roux Marino...
— Como é que é? — Giovanna questiona, interrompendo a
cerimônia.
— Está tudo bem, amor? — pergunto ao pé do seu ouvido.
Ela somente sorri e confirma:
— Desculpe, padre. Mássimo Adrian Roux Marino — ela se vira
para mim com um sorriso nervoso —, é a sua hora dos juramentos.
Não entendi muita coisa, mas depois vou descobrir.
— A noiva tem alguma objeção? — pergunta o padre.
— Não! — exclama. — Continua.
Estranho, mas deve ser algo bem engraçado, porque minha noiva
não para de sorrir.
— Mássimo Adrian Roux Marino, promete amar e respeitar, na
saúde e na doença, na riqueza e na pobreza, até que a morte os separe?
— Prometo até o fim dos meus dias.
Depois, trocamos as alianças e um alívio daquele chega quando
escuto:
— Eu os declaro marido e mulher. Pode beijar a noiva.
Beijo seus lábios com todo meu coração.
— Que príncipe mais lindo que é o meu marido.
— Que princesa maravilhosa que é a minha esposa.
Eu sabia que cedo ou tarde aconteceria e até aceitei ser no dia hoje.
Minha mãe não falava dele, mas sempre soube quem era e como era.
Trabalhar no mundo dos famosos permite essas vantagens. Sabemos quem
são boas pessoas e aqueles que têm péssima fama, e é ao encontro de um
desses últimos que estou indo.
Subo as escadas do restaurante que precede o seu sobrenome e bato
na porta que me foi indicada. Eu tive que aprender português por causa da
profissão, mas a resposta vem na minha língua natal, francês.
Viro a maçaneta e paro diante de um homem loiro, alto e de olhos
azuis, tão parecidos com os meus.
— Boa tarde. É um prazer te conhecer, Louise.
Meu corpo treme como se eu nunca tivesse conhecido um famoso na
vida, mas a situação é completamente diferente, principalmente porque
estou diante do meu irmão mais velho, Mássimo Marino.
Agradecimentos
Romances
Fantasias
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Não se esqueça de avaliar a história.
[1] Profissional responsável pela preparação dos pratos servidos frios ou em temperatura
ambiente (saladas, molhos, antepastos e conservas), pela chacuteria (linguiças, terrines, galantines e
patês);
[2] Puta que pariu!
[3] Programa de fofoca de famosos do livro “Grávida do Homem Errado”.
[4] Boa noite
[5] Que lindo!
[6] Senhora.
[7] Personagem da série “Irmãos Castillo”.
[8] Casal de protagonistas do conto “Eu e o Mar”.
[9] Responsável pela confeitaria e doces.
[10] História que acontece no conto Novamente Nós: Natal em Família.
[11] História que se passa em Novamente Nós: Natal em Família.
[12] Protagonista de “Uma Namorada para o Meu Chefe”.
[13] Personagem de “Grávida do Homem Errado”.
[14] Um dos mocinhos da Série dos “Irmãos Castillo”.