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— Tudo bem. Eu entendo que as coisas não estão fáceis. Vou dar
mais cinco dias para vocês conseguirem o dinheiro. Infelizmente o prédio
não é meu e o patrão vem daqui uma semana e terei que dar conta.
— Uma ova! — Vovó exclama. — Acha que não sei o que quer
fazer? Sempre nos diz para parar. Vai fingir que não conseguiu nada e voltar
sem um potencial marido rico para casa!
Hoje estou usando saia longa laranja com tecido fluido, blusa azul
claro colada, de uma manga só, e sandálias rasteiras com amarração nos
tornozelos. Abusar de combinação de cores é algo que sempre faço.
Vovó reclama da minha demora para ficar pronta, mas logo mamãe
desce, confere se o Sr. Reginaldo não está na portaria e retorna garantindo
que a barra está limpa.
No ponto de ônibus, uma van passa e mamãe faz sinal, mas vovó
puxa sua mão e resmunga:
— Não tenho dinheiro de passagem, minha filha. Só o cartão.
Fecho os olhos com força e massageio a testa com a ponta dos dedos,
sabendo que não posso de jeito nenhum levá-las a uma mansão com um
monte de ricaços. Se não fossem parentes de Dak, tudo bem, mas trapaça
contra a família Donovan é fora de cogitação. Seu pai é recluso a ponto de
eu sequer conhecê-lo. Já viajei com Dakota e sua mãe, mas Dominic
Donovan sempre estava ocupado com o trabalho. Ele nos comeria vivas se
sonhasse com uma tentativa ridícula de golpe sob seu teto.
É neste momento que a van acelera e segue seu rumo, então respiro
aliviada para logo ter um colapso quando escuto as vozes atrás de mim.
— Então, por favor, diga a Liam para não deixar minha suculenta
para trás. E nem abrir a primeira gaveta da cômoda.
Dakota ri e pisca para mim. Coloca a mão na cintura e seu short curto
sobe, expondo as coxas grossas. Minha amiga engordou nos últimos meses
após o término de um namoro tóxico e, por ser uma figura pública na
internet devido a sua família e rede de hotéis famosos, recebeu ataques em
suas redes sociais por conta do seu corpo. Estas pessoas que fazem posts
sobre Setembro Amarelo são as mesmas que perdem seu tempo indo a perfis
alheios para derrubar a auto-estima das pessoas. Em minha opinião, Dakdak
nunca esteve mais bonita. Embora haja uma parte doente da sociedade, há
também aqueles seres humanos que têm lutado para quebrar padrões e
mostrar que são felizes como são. Se a saúde de Dakota está ok, não tem
motivo para ela perseguir uma magreza para agradar pessoas que só vêem
beleza em um perfil de corpo que nos empurram goela a baixo.
Minha melhor amiga é linda. Seus olhos verdes voltaram a ser
brilhantes, cheios de alegria, os cabelos loiros na altura dos ombros moldam
o rosto salpicado de sardas. É branca e mais alta do que eu e uma amiga
maravilhosa.
— Pai, esta é Estela, minha amiga de quem já falei tanto com você.
— Dakota apresenta depois de soltá-lo. — Estas são sua mãe e avó...
Elas poderiam não saber falar inglês. Eu seria grata, mas são
golpistas com pedigree. Vovó sempre fala sobre o pai de mamãe, que era um
homem rico, abastado, por quem ela era loucamente apaixonada e lhes dava
uma vida maravilhosa. No entanto, quando morreu, ela descobriu que ele
tinha outra família e que, na realidade, ela e mamãe eram as outras. Aos
vinte e cinco anos, sua vida mudou totalmente e teve que cuidar da mamãe
sozinha, que tinha cinco anos. Gina não tinha emprego, afinal, era um desejo
do homem mantê-la e dar tudo o que merecia. Quando foi tirado, ficou sem
eira nem beira.
Reviro os olhos e puxo mamãe não tão sutilmente, afinal sou péssima
com sutileza.
— Sim, querida.
Dois funcionários vestidos com terno e gravata passam por nós e
entram no jato, logo retornam com as malas de Dak. Seguimos para a
limusine e luto para disfarçar a boca aberta com tamanho luxo, não posso
dizer o mesmo sobre minha progenitora e avó.
Seus olhos verdes, que agora sei de quem herdou, brilham de alegria.
A realidade é que Dakota está feliz por me ajudar e esta história de babá é
pura invenção.
— Não, Dak, está tudo bem! Dormi muito no avião e quero conhecer
as crianças... — Intervenho com um sorriso.
Dominic passa a minha frente sem dizer nada e bufo ao segui-lo. Ele
adentra a mansão por um lado diferente ao qual a filha seguiu, passa por um
corredor longo e abre uma das portas no final, que vem a ser um escritório
sofisticado com uma parede toda de vidro, que dá total visão da vista lá fora.
O diferencial se dá aos móveis claros, mesa com tampo de vidro e cadeiras
com estofado creme e porta-retratos. Em um deles consigo ver a foto dele
com Dakota, duas crianças e um golden retriever com a língua de fora.
— Você não irá cuidar dos meus sobrinhos. — É o que ele diz ao
quebrar o silêncio.
— O que?
— Não entende inglês? Foi mais uma armação para fazer minha filha
trazê-la? — Ele solta em um português quase perfeito, exceto pelo sotaque
pronunciado e me sinto uma idiota por ter falado em meu idioma com
Dakota para que ele não entendesse.
— Você sabe quem eu sou, deveria saber que não deixaria minha
filha trazer golpistas para cá sem me certificar de quem se trata realmente.
Sobre saber quem ele é, sei o que Dakota fala. Ele é um CEO
implacável do ramo da hotelaria. Seus hotéis cinco estrelas vivem sendo
marcados nos storys de artistas, atletas e subcelebridades. Já passei um final
de semana em um que fica em Copacabana com Dakota e Lorena, sua mãe.
É realmente coisa de realeza. Dinheiro é poder, então não me surpreende que
tenha conseguido cavar nossas vidas.
— Sinto muito...
— Mas até aí, trabalhei duro. Dar golpe não é fácil. Tolerar gente
como você é um inferno. — Sorrio quando ele para tão perto que seu cheiro
invade meus sentidos. O desgraçado é cheiroso! — No entanto, vim aqui
para ser babá e só receberei qualquer dinheiro por este trabalho, Sr.
Donovan.
Ele se inclina e olha dentro dos meus olhos. Ele é uma cabeça mais
alta que meus 1,73 cm. É intimidadora a forma como me encara, como se
pudesse ler todos os meus pecados. O pior é me importar que, de fato, ele os
conheça.
— Você ficará, mas estarei de olho em cada passo que der, pequena
bandida. — A voz grave sussurrada me causa calafrio e me afasto,
preocupada com a reação que este homem continua me causando mesmo
quando está me ameaçando.
Fujo em busca de Dakota e levo uma vida para encontrá-la junto com
vovó e mamãe.
— Obrigada, Dak.
Ela segura minhas mãos e diz com cuidado:
— Não quero que vocês continuem nesta vida ou que você entre de
cabeça nisto. Você merece muito mais.
Dakota suspira tão forte que sopra minha franja, fazendo nós duas
rirmos. Abraçamo-nos brevemente e ela se afasta. Entro no quarto a tempo
de ver vovó se jogando na cama king size.
— Você o viu? Viu este lugar? Mais importante, viu a filha dele?
Este homem é um gentleman, educado, lindo, rico! Não se trata de um velho
à beira da morte desta vez. Agora será para sempre! Serei feliz em todos os
aspectos.
Ela entra usando uma saída de praia sobre o biquíni roxo, já animada
para aproveitar a Califórnia.
— Estela!
— Papai não vai ser mal educado com elas. Fica tranquila. Você sabe
que não deve ser fácil para elas. Deve ter algum motivo muito forte para
viverem como vivem.
— Bem, ela achava que estava casada com o homem de sua vida há
anos e quando ele morreu, ela descobriu que era a outra. Ficou sem nada,
sequer lutou pelos direitos de mamãe, tão desorientada que estava na época.
— No fim das contas nada justifica, mas somos família e, como babá
dos seus primos, posso juntar algo para dar um basta. Para começar, você
precisa esquecer que sou sua amiga e me deixar trabalhar.
— Chega de conversa fiada então, baby, vá tomar banho para
conhecer os meninos. — Ela pisca.
Sequer vi de onde este cão surgiu, mas sei que é o mesmo que vi nas
fotos no escritório de Dominic.
— Socorro! — Abrir a boca para pedir ajuda é um erro, pois o
animal lambe a minha boca. Choramingo de agonia e logo sou salva por
outro monstro, o provável dono do cachorro.
— Não quero que tio Dominic morra. Ele nos dá muitos abraços,
mesmo que diga umas coisas estranhas. — O pequeno diz, com os olhinhos
confusos.
Fico perdida sobre quem dar atenção, então olho de um para o outro.
— Seu tio não vai morrer. Ele é saudável e muito, muito forte.
— Meu pai também era. — O mais velho não tira os olhos do jogo
que está jogando. — Mas ele só trabalhava e meu tio Dean disse que quem
só vive para o trabalho, não vê a vida passar. Papai só trabalhava e morreu.
— O garoto dá de ombros, como se não fosse nada.
Mas não pode ser nada uma criança dizendo tais coisas e sei disso
porque fui uma criança que dizia absurdos, porque vivia uma vida de
absurdos.
— Es... — Ele luta bravamente para dizer meu nome, mas por algum
motivo tem dificuldade.
Minha amiga parece muito chateada com a situação, mas não faz
ideia de como agir. Espanto o clima de velório e finjo que nada está
acontecendo, pelas crianças. Zeke, o cão, segue os irmãos, mesmo quando
saímos da propriedade. Ao chegarmos à praia, percebo que sou tão boa babá,
que os garotos estão usando jeans e camisa da Marvel e calçando tênis. O
que vale é a intenção. O vento é uma brisa leve e o sol bem fraquinho, então
dispo os dois, deixando-os com suas pequenas cuecas boxers. Tiro o vestido
de Dakota, ficando de sutiã e calcinha, que é comportada, tipo cueca, e dou
uma mão a cada um antes de correr em direção ao mar.
— Tio Dean!
A alegria é contagiante e o homem se desdobra para pegar os dois no
colo e manter Dakota como um filhote de bebê coala em suas costas,
enquanto se inclina para fazer carinho no cão. Eles conversam, se abraçam e
riem por um tempo, então se aproximam. Ele sequer disfarça ao me analisar
de cima a baixo.
— Não se deve acreditar em tudo o que dizem por aí, certo? — Ele
pisca.
— Estela.
— Será que Dominic encontra outra para você e dá esta para mim?
— Não, tio Dean. Nós gostamos dela. — Ethan diz e meu peito
aquece. — Quer dizer... — Fica envergonhado e desvia o olhar.
— Vim o mais rápido que pude, Dom. Saí do apartamento das três
mulheres e logo embarquei em outro de seus jatos para cá.
— Acha pouco, Liam? Até uma senhora fazendo parte deste circo.
Afasto a mala, mas ainda assim não consigo dispersar as imagens que
meu cérebro começa a criar. Imagino a pequena bandida enfiando o pau
enorme em sua pequena boceta e é o meu próprio pau que contrai contra a
boxer. Inferno!
Porra! Ela é dois anos mais velha que a minha filha, dezessete
fodidos anos a menos que eu. Que merda estou pensando? Além de tudo é
uma golpista de marca maior e usa a pobre avó para enganar tolos.
Meu irmão não é tolo para cair em qualquer situação que Estela
possa tramar, portanto não entendo a agonia em meu peito ao imaginá-los
juntos.
— E Dylan?
— Obrigado, Liam.
Tudo está errado nesta cena. Meus sobrinhos não estão usando
roupas de banho, a infeliz está com seu corpo em exibição e torna difícil não
notá-la, assim como no quarto quando caiu de pernas abertas. A irritação que
a mulher me causa, está mexendo com outras emoções. O tesão, sendo a
maior delas, é algo que não estou acostumado a controlar.
Sempre tive uma boa aparência e depois dos trinta anos, tornei-me
religioso com exercícios físicos. Acordo às cinco horas da manhã
diariamente, usando a primeira hora do dia para correr, além de ir à
academia após o trabalho. Treino box e pratico outros esportes
ocasionalmente, então mesmo chegando aos quarenta, mantenho um físico
agradável.
Sendo assim, sempre que desejei uma mulher desde que me lembro,
elas retribuíram e fizemos bom uso do tesão, porque diferente de muitos
colegas que dizem foder para dissipar o estresse diário, eu sempre gostei de
trepar, independentemente se o dia foi bom ou ruim.
— Ei, irmão, eu encontrei uma raridade nesta praia. Bem que você
sempre disse que este é o melhor lugar do mundo.
— Meus sobrinhos estão sem roupa de banho, sem protetor, sem a
porra de um boné. — Digo, acusando-a, sem dar a mínima para Dean. —
Você está de calcinha e sutiã na frente deles. Que porra é essa?
— Ah, eu sinto muito. Não sabia disso... — Estela diz, então encara
os dois. — Que tal irmos para casa agora lanchar? Toda brincadeira me
deixou faminta.
— Você não vem com a gente e agora quer impedi-la de nos trazer,
mas ela é a única pessoa que fez isso, que brincou com a gente.
O nó em minha garganta é difícil de engolir e eu sequer consigo sair
desta situação.
— Ei, Ethan, não é verdade. Seu tio virá amanhã para praia conosco,
não é, Sr. Donovan? — Seu sorriso é ansioso e incerto ao esperar minha
resposta. Seus cachos castanhos estão embolados ao redor do rosto por conta
da água do mar, seus olhos grandes e escuros me dizem milhões de coisas.
— Assinto com a cabeça. — Viu, só? Além disso, eu tenho uma vovó e uma
mãe que estão loucas para conhecê-los, elas são doidinhas, mas vocês vão
gostar delas.
— Vão com Zeke, Dakota e o tio Dean, tudo bem? Irei falar com o
Sr. Donovan por um minuto.
— Ouça, Sr. Donovan, estas crianças precisam ser crianças. Vejo que
faz tudo o que pode, mas não é o bastante. Dinheiro não é tudo.
— Quantos anos você tem? Dez? Aliás, com nove anos Ethan parece
entender melhor as coisas do que o senhor.
Estela engasga e o som faz minha mente deturpada pensar se ela faria
o mesmo barulho com a cabeça do meu pau socada em sua garganta. Afasto-
me abruptamente, rechaçando a mim mesmo por mais este absurdo. Limites,
caralho! Parece que esta merda foge cada vez mais do meu controle e não
tem vinte quatro horas que convivo com a mulher.
— Meu Deus, como você consegue superar e ser mais idiota a cada
vez que nos esbarramos?! — Estela faz uma careta e se afasta, olhando-me
com muita raiva. — Tosco! Grosseiro!
— Sei que o senhor tem suas ideias sobre mim e não estou aqui para
mudar isso, mas quando era criança passei por situações que me fizeram
perder, digamos que, a inocência. Eu vejo isso acontecendo com Ethan e não
é bom. — Umedece o lábio inferior, como se escolhesse o jeito de dizer, e
reitera, olhando-me com intensidade. — Não é, Sr. Donovan. Ele disse que o
pai trabalhou demais e não viveu. E agora... ele o vê trabalhando demais,
então isso está na cabeça dele.
No entanto, não o suporto, não o tolero. Quero comer capim a ter que
continuar tendo estes devaneios. Prefiro admirar Dean, seu sorriso fácil e
cantadas baratas.
Os Donovan sentam-se à mesa e Dakota chega de braços dados com
o pai, ambos sorrindo e, uau, o infeliz fica ainda mais bonito com um sorriso
no rosto, que morre quando me vê de pé ao lado da cadeira de Ethan.
— Ele vale por dez parentes chatos. — Dean zomba de boca cheia.
— Nojento! — Dakota joga um pedaço de pão nele.
Pego meu celular do bolso da minha calça rosa bebê, que estava na
mala que Liam deixou em meu quarto. Logo me dou conta que ele é o
responsável por entregar meus vibradores ao seu chefe. Não é como se eu já
fosse a babá oficial, então envio uma mensagem para Dakota e peço que
diga ao seu pai que estou à sua espera para nossa conversa no escritório.
— Me solta! — Rosno.
— Se vira, titio.
Maldito!
— Digo que é um prazer enorme estar nesta casa com algo além
desses homens rudes.
Ele beija minha mão e faz o mesmo com vovó, mas se afasta e volta
a jogar seu galanteio para mamãe. Ela não perde tempo e cruza o braço no
dele, sorrindo encantadoramente e dando-lhe toda atenção.
— Tio Dean, não seja bobo. — Noah diz, sua voz doce e fofa
atraindo todos os olhares. — Tio Dom e Star estavam se abraçando muuuito
no escritório. Ela deve sentar com ele.
Engasgo de verdade. Todas as cabeças vão e voltam, olhando
Dominic e eu.
Juro que meus olhos quase caem no chão com a força que faço para
não revirá-los.
— Vá se arrumar! Tio Dean vai nos encontrar lá fora. Papai não quer
que a gente vá ao luau, pois amanhã sairemos cedo.
Este tipo de planta adora a luz do sol, então sempre a deixo próxima
a janela. Depois que tomei posse das minhas malas, exceto aquela com os
vibradores, fiquei feliz da vida que Liam realmente trouxe a suculenta com
cuidado. Uma coisa que faço questão de carregar comigo a cada mudança
furtiva de mamãe e vovó são minhas plantas. Há muitas delas pelo
apartamento e em minha opinião não existe decoração mais bonita.
Como todos os dias, estou na praia às 5h. Corro por meia hora e,
mesmo o clima fresco beira-mar da Califórnia não me impede de suar. Tiro a
camiseta, como em todos os dias, bebo a metade restante da água em minha
garrafa e volto a correr.
— Bom dia. — Por algum motivo as palavras saem entre dentes e ele
me encara com o cenho franzido. — O que você quer?
— O piloto do jato está passando mal pra caralho e não vai nos levar
para o tal passeio. Ele ficou com medo de falar diretamente com você.
— Puta merda.
— Até tentei contatar outro, mas este era o único na Califórnia. E aí,
vai cancelar?
— Sim, infelizmente não temos opções.
— Ele sonhou com a mãe. Disse que ela o amava muito. Sabe o pior?
Eu cheguei para checá-los e ele só... — Estela engole em seco e me encara
com os olhos escuros brilhando com lágrimas. — Ethan só estava quieto,
lidando com isso, chorando baixinho para não acordar o irmão.
Suas mãos agarram a minha camisa e afasto o olhar de seu rosto para
vê-la me tocando, mesmo que apenas a peça de roupa que estou vestindo. As
unhas coloridas apertam o tecido, seu nervosismo evidente.
Olho para ela, vendo sua covinha aparecer quando cruza os braços,
franze as sobrancelhas e seus lábios formam um bico adorável.
Dando a mão à mãe, ela a puxa e a ajuda a ficar de pé. Então vejo a
mulher de pé, a camisola de cetim com um decote generoso e penso na
forma como esteve “caída”. A mãe de Estela estava, no mínimo, tentando
uma pose sensual em meu caminho e não percebi, obviamente, pois
aparentemente só há uma pessoa nesta casa capaz de me tornar atento a
detalhes supérfluos. Mesmo sabendo que Amélia é uma golpista e,
provavelmente, colocou a filha neste caminho, não sinto raiva da mulher, a
ignorei desde o primeiro contato. Talvez porque meu foco fosse a amiga da
minha filha, quem poderia, de fato, machucar Dakota, justifico para mim
mesmo.
— Ah, claro que sim! Como não? Devo ter visto outra bandida
parecida com você quando retornava da minha corrida matinal.
Travo o maxilar, apertando meus dentes para não lhe dar uma
resposta mal educada.
— Tenho um contrato redigido por meu advogado, mas isso foi antes
de virem para cá. É o contrato original para outra babá.
— Como assim? Está dizendo que vai me pagar menos? Nem pensar!
Amo os meninos, mas ainda assim...
— Prossiga.
Ficando de pé, adere uma postura, que pode muito bem ser uma
tentativa falha, de intimidação. Coloco as mãos no bolso da calça e aguardo
que termine sua cena, andando ao meu redor como uma leoa cercaria sua
presa.
Ao parar atrás dela, vejo seu ombro subir e descer depressa, então
digo:
— Diga sua próxima adição a clausula, Estela. Já lhe disse que não
sou apreciador de dramaturgia barata.
— Sua filha é uma estrela, não posso negar. Nem quero porque
DakDak é incrível! Mas eu era a árvore. Você conhece a importância das
árvores no mundo, certo? Acredito que tem a mesma importância aqui na
Califórnia como no Brasil. — Replica meu tom quando lhe importunei sobre
o uso do plural.
Neste ínterim, Ethan e Noah exigem a atenção de sua babá. Sigo para
o meu escritório e faço algumas ligações para deixar tudo certo para o
passeio.
— Se irá colocar música, faça você mesma. Não irei tirar a atenção
da estrada. — Resmunga com aquele tom de exigência que só de respirar faz
parte dele.
— Vai, Dak. Toma! — Entrego o meu celular para minha amiga, que
nega prontamente.
— Isso é deselegante.
Raios!
Fui convidado pra uma tal de suruba
Não pude ir, Maria foi no meu lugar
Depois de uma semana, ela voltou pra casa
Toda arregaçada, não podia nem sentar
Quando vi aquilo, fiquei assustado
Maria, chorando, começou a me explicar
Daí então, eu fiquei aliviado
E dei graças a Deus porque ela foi no meu lugar
Roda, roda e vira, solta a roda e vem
Me passaram a mão na bunda e ainda não comi ninguém
Roda, roda e vira, solta a roda e vem
Neste raio de suruba
Já me passaram a mão na bunda
E ainda não comi ninguém
Oh, Manoel, olha acá como eu estou
Tu não imaginas como eu estou sofrendo
Uma teta minha um negão arrancou
E a outra que sobrou está doendo
Oh, Maria, vê se larga de frescura
Que eu te levo no hospital pela manhã
Tu ficaste tão bonita monoteta
Mais vale um na mão, do que dois no sutiã
Roda, roda e vira, solta a roda e vem
Me passaram a mão na bunda e ainda não comi ninguém
Roda, roda e vira, solta a roda e vem
Neste raio de suruba
Já me passaram a mão na bunda
E ainda não comi ninguém
Bate o pé
Bate o pé
Oh, Maria essa suruba me excita
(Arrebita, arrebita, arrebita)
Então vá fazer amor com uma cabrita
(Arrebita, arrebita, arrebita)
Mas, Maria, isso é bom que te exercita
(Bate o pé, arrebita, arrebita)
Manoel, tu na cabeça tem titica, larga de putaria e vai cuidar da padaria
Roda, roda e vira, solta a roda e vem
Me passaram a mão na bunda e ainda não comi ninguém
Roda, roda e vira, solta a roda e vem
Neste raio de suruba
Já me passaram a mão na bunda
E ainda não comi ninguém!
Vamos lá, todo mundo dançando, raios!
Todo mundo comigo! Uou, uou, uou
Oh, Maria se deu mal, vamo lá!
Ai, como dói
— Sim! Há o tio.
— Isso é sério?
— Os meninos querem.
E assim, ele estaciona, soltando fogo pelas ventas para irmos até a
loja. Seus irmãos e minha amiga esperam na van com Zeke e sou
presenteada com sua presença de merda acompanhando os meninos.
— Eu disse a você que fui a árvore nas peças escolares. Sou uma boa
atriz. — Sorrio amarelo e o homem sorri sem mostrar os dentes, mas só de
ver seu perfil, o olho fechando e as ruguinhas aparecendo faz meus ovários
explodirem.
Não lhe dou uma resposta, mas encosto a cabeça no banco e fecho os
olhos.
Desperto sentindo um leve aconchego em meus cabelos e, ao abrir os
olhos, deparo-me com um pacote absurdo para ser real. A leve carícia em
meus cabelos me puxa para a inconsciência novamente, mas é impossível...
O pau do meu chefe atrai meu olhar de forma que não consigo desviar para
me situar. Forço-me a fechá-los e colocar meu raciocínio a funcionar.
Estamos na minivan, viajando e eu adormeci após a ordem de Dominic.
Como parei em seu colo? Quer dizer, estou deitada sobre os dois
bancos e minha cabeça está apoiada em sua perna dura, muito musculosa,
forte e... Foco! Chega de elogiar este bastardo.
Coço suas cabeças como seu tio coçou a minha e os vejo despertar
pacificamente, pouco a pouco.
Tiro Ethan e Noah das cadeirinhas e corro para olhar com minha
amiga.
Estela me encara e este olhar mexe comigo de uma maneira que não
quero analisar. Ainda estou possesso com sua personalidade bandida,
expansiva e mentirosa, mas igualmente atraído pelas facetas da infeliz.
Fazer-me gastar uma fortuna com plantas foi o cúmulo da ousadia, mas
aquele olhar de cachorrinho quando me fez o pedido não me deu a chance de
recusar. E então meus sobrinhos estavam reluzindo de alegria pela
quantidade absurda de mato adquirido e fiquei agradecido pela loucura da
babá.
— Vamos, Noah! Vamos ver o que Ethan está achando daqui.
Estela cruza as mãos, como se não soubesse bem o que fazer, então
se aproxima e diz:
Sem saber o que dizer, assinto com a cabeça e coloco as mãos nos
bolsos, vendo-a ir até os meninos.
— Tenho vinte anos e estou vivendo a minha vida, pai. Além disso,
posso ir e vir quando quiser. Nos falamos diariamente e ambos não fomos
até o outro. Eu amo você e não quero que se culpe, ok? Porque não foi nada
além de perfeito para mim.
Beijo sua testa e afasto os cabelos loiros que herdou de sua mãe.
Dakota sorri daquela maneira que sempre faz meu coração saltar. Minha
filha é minha maior alegria. Sem ela, teria andando sem rumo. Fui um jovem
rebelde, desordeiro, que não podia ver um par de pernas femininas e estava
mandando uma cantada barata. Minha sorte foi ter tido uma noite bêbada e
descuidada com Lorena quando visitei o Brasil pela primeira vez. A mãe de
Dakota se tornou uma grande amiga ao longo dos anos. Nunca nos
relacionamos além da noite em que concebemos a nossa filha, mas fomos
grandes parceiros na criação dela.
— Promessa. — Digo.
Levando meu olhar em sua direção, franzo a testa ao ver sua saia,
antes longa, agora com um nó largo na lateral da coxa direita, prendendo a
peça de forma que mal cobre sua bunda. Então Dean joga a bola nela, no que
ela a segura e joga no peito do seu pé, para dar um show de altinha.
— Você vai ser do time deles? — Estela inquire, parando a bola sob
seu pé esquerdo e colocando as mãos na cintura. — Seu pequeno traidor.
Ela começa a correr atrás dele, que gargalha alto e acaba sendo pego
para receber cócegas. Aproximo-me e Dylan exige:
— O que?
— Vem ser do meu time, tio Dom! Não vou deixar você perder.
— Dominic.
— O que? — Estela pisca e meu sangue ferve com esta sua nova
faceta, o nervosismo, a falta de palavras na ponta da língua.
E eu gosto de como soa, porra. Meu pau pulsa contra sua coxa,
fazendo-a piscar longamente.
— Realista, Estela.
— Não lhe darei uma resposta porque é meu chefe. — Estela bufa,
fazendo a franja voar e meus dedos coçarem para tocar os fios cacheados.
Batendo os pés feito uma criança, ela se afasta.
Sinto uma mão em meu ombro e depois outra, no outro lado. Encaro
Dylan e Dean.
Bufo e me afasto dos dois, xingando a mim mesmo por bufar feito
um animal. Que diabos? A influência daquela bandida parece se tornar maior
a cada hora que passa em torno dos meus e de mim mesmo.
Este foi um bom dia, a alegria dos meus sobrinhos aqueceu meu
peito a todo o momento. Saí do caminho de Estela, foquei no que importa e
consegui aproveitar o momento incrível. Almoçamos, jogamos bola, tiramos
fotos, fizemos um piquenique para o lanche da tarde e assistimos ao jogo. Os
garotos ficaram em êxtase e ambos adormeceram antes do fim do dia. Ethan
em meu colo e Noah, com a babá.
Voltamos para casa em uma viagem pacífica, visto que todos
adormeceram.
O homem caiu na lábia das duas e o fato de não ter ido embora após
a leitura do testamento é outro fator que está irritando o meu chefe.
— Algo que o advogado disse sobre a mãe dos garotos. — Dylan diz
em uma voz sombria.
— Exato. Aquela pilantra está por aí. — Dean resmunga com raiva.
— E os filhos cheios de trauma. Fodidos Connor e ela.
— O que?
— Não pense que sou estúpido. Disse que pouparia sua mãe e avó,
mas se seguisse os meus termos. O que falei sobre os meus irmãos?
Passo sob seu braço esquerdo, esbarrando em seu corpo, mas sem
hesitar, disposta a fugir o mais rápido possível.
— Está avisada. Longe dos meus irmãos. Aliás, devo ser específico,
visto que não tem escrúpulos e pode estender sua bandidagem ao meu tio.
Longe de qualquer Donovan.
Após uns minutos, vou até o banheiro e lavo meu rosto. O rosto do
Sr. Donovan volta a assombrar meus pensamentos. Preciso ter o controle da
situação e isso, só ocorre quando ele está espumando de raiva, o que
significa que Dominic não tem controle.
CAPÍTULO 11
— Não sou bebezão. Tenho cinco anos! É meu aniversário, você não
tem permissão para ser chato. — Noah cruza os braços e seu bico fica ainda
maior, fazendo o irmão bagunçar os cabelos dele e rir.
— Tá legal! Tenho algo a dizer sobre isso. — Digo solenemente e
capturo sua atenção. — Os dois são meus bebês! — Avanço, fazendo
cócegas na costela de cada um e caímos embolados na cama, rindo e
bufando.
Até que os dois se unem contra mim e finjo não conseguir me livrar
só para ver sua alegria com a vitória.
Ouço a porta abrir e reviro os olhos ao ver o Sr. Donovan. Noah salta
da cama para cobrá-lo sobre seu aniversário, mas os olhos do homem ficam
presos em mim por um momento antes de se ajoelhar e dar toda sua atenção
ao sobrinho. Bufo, ajeitando-me sobre a cama, sentindo a irritação voltar
com tudo.
— Acha que fará bem a eles? Estar perto deste tipo de mãe? E se ela
sumir outra vez? — Rosna cada questionamento.
— Sei que sua intenção é protegê-los e está certo. Por que não vai até
ela e descobre o que a fez estar longe dos filhos? Talvez seu irmão não deu
escolha à ela. — Reproduzo o que ficou em minha cabeça após o intenso
debate de Dylan e Dean dois dias atrás.
— O que? E as crianças?
— Meus irmãos e Dakota ficarão bem com eles por um dia. A infeliz
não está longe. Se eu não for preso, voltamos logo.
— Não diga algo assim, Sr. Donovan. Não pode sequer imaginar
isso. — Sussurro.
Dominic sorri de um jeito que envia um sinal de alerta ao meu
cérebro. Afasto-me e ele retruca:
Isso me faz saltar para trás e, como não me segurava com força, me
liberto de sua teia psicótica. Porque só isso justifica, o infeliz está louco com
toda a pressão por conta dos sobrinhos.
Ainda assim, não contenho a ira que sobe a superfície devido ao fato
de sempre me descontrolar e sair de mim perto dele. Por que, diabos, toquei
este bastardo? Mostro-lhe o dedo do meio e saio pisando duro. Por sorte
enquanto esquecíamos o resto do mundo, todos estavam atentos às crianças e
Zeke, e não notaram nossa bolha de loucura.
— Ei, baby, para onde vai com tanta pressa? — Dean segura meu
braço e me faz girar até quase bater contra seu peito.
Dean solta uma gargalhada e rodeia minha cintura com seu braço.
— Que saco, Dom! Ela gosta de mim. — Dean parece uma criança
birrenta, mas agora sei que faz para provocar Dominic.
— Tenho um pedido, embora saiba que não mereça. Não irei matar a
mãe deles, mas posso ser um imbecil e desconheço este lado meu. Gostaria
que fosse comigo. Apenas algumas horas de avião.
Cerro meus olhos e aperto os dentes para não retrucar com uma
resposta infantil. Por que tudo que esta bandida fala me afeta tanto?
Após o fim do filme, ela está sonolenta, mas ainda assim, comenta:
— Vou mandar as melhores músicas do Racionais para você.
Ela solta um suspiro encarando minha boca e preciso usar todo o meu
autocontrole para não me aproximar e sugar seus lábios.
Sigo seu olhar e vejo os nós dos dedos brancos de apertar o volante.
Criar meus sobrinhos seria fácil. Eu deixaria meu trabalho para cuidá-los se
necessário, delegaria mais, viajaria menos, me instalaria perto de Dean e
Dylan para que eles pudessem estar próximos. No entanto, o coração não é
fácil de ser manuseado e as crianças amam a mãe. É do ser humano, não é?
Amar seus genitores, mesmo que sejam grandes filhos da puta. Embora não
veja Ethan e Noah sentindo falta do pai. Apenas da infeliz que lhes deu a
vida e os deixou.
— O que?
Que diabos?
CAPÍTULO 13
Meu coração quase sai pela boca com os sons de tiros. Dominic me
empurra para dentro do carro e avança em direção a propriedade. Saio,
apressada e passo à sua frente apenas para ser erguida em seus braços e ouvir
seu rosnado:
— Continuam aí? Vou soltar Riri para pegá-los! — E corre para casa.
— Por favor, só escute! Quem quer que pense que somos, não somos.
Quer dizer... Eu sou Estela. — Apresso-me, então sinto os braços de
Dominic envolverem minha cintura e tirarem meus pés do chão. O ogro me
joga contra o ombro e grito com o susto.
— Abaixe a porra da arma e venha até aqui conversar como um
homem! — Dominic exige, então me leva para o carro, coloca-me no banco
e rosna: — Não se coloque em perigo nunca mais. Ouviu, Estela? — Seu
nariz toca o meu e sua respiração é pesada. Assinto com a cabeça, sem ter
outra opção e meu pulso dispara quando ele esfrega o nariz no meu,
cheirando-me no processo. — Bom.
— É uma criança, sabe, né? Fique falando mal dela e logo o pai te
dará um tiro. — Solto uma risadinha e se olhares pudessem queimar, minha
cinza estaria sobre este banco agora. — Ouça. Ele não confia em nós. Não
sabemos o que seu irmão aprontou, mas faz sentido, certo? Visto que as
crianças lembram da mãe e sequer tocam no nome do pai.
— Olha, não imaginava que você era tão insuportável. — Faço uma
careta, começando a achar sua atitude além do limite do aceitável.
Porra!
D.D.
Eu: O que significa este bilhete? Quanto você bebeu para estar
louco assim?
D. Donovan: Como assim? Apenas pesquisei no Google “música
brasileira para hora do almoço” e apareceu esta. Escrevi no bilhete, mas
não entendi totalmente.
Não consigo controlar a risada e rolo na cama, feito uma idiota. Não
por sua atitude ser engraçada de fato, mas estas borboletas malditas em meu
estômago certamente fazem cócegas. Ainda sorrindo feito uma idiota, teclo
mais uma mensagem.
Eu: Então, acho que pulamos aquela etapa de querer jogar o outro
da janela. Isso foi legal, Dominic.
Meu maxilar pode estar dolorido de tanto sorrir, mas tudo bem,
certo? O meu chefe insuportável pode ser tolerável. Só às vezes. Raramente.
Quase nunca.
Alimento-me, não porque ele exigiu, mas porque estou com fome e a
comida realmente está deliciosa. Após isso, tomo um longo banho e visto-
me com o mesmo vestido azul claro de comprimento até o meio das coxas,
ele é colado no corpo, sem ser apertado. Suas mangas são fofas, estilo balão,
na altura dos braços e os ombros ficam expostos, meu cordão de miçangas
amarelas combina com as pulseiras e o brinco de bolinha da mesma cor. Fico
sem calcinha, pois estava com esta por horas ao lado do meu chefe, então a
peça foi reduzida a uma poça de umidade várias vezes. Coloco-a sob meu
travesseiro, pois não tenho outro lugar para guardá-la.
Não sou um homem mesquinho, mas não posso ser hipócrita. Estou
acostumado ao luxo e isto é um privilégio do qual não posso reclamar.
Embora nunca tenha me importado em estar em lugares como este se assim
fosse necessário.
Justice é uma bela jovem loira, com olhos azuis e sotaque texano.
Contou-me que completou vinte anos poucos meses atrás. Sua idade me
incomodou, pois nunca me envolvi com alguém tão nova. No entanto, quis
fazer uma experiência e dei-lhe liberdade para sentar-se ao meu lado.
Questionei a mim mesmo se meu interesse por Estela é por estar
envelhecendo e querendo provar a mim mesmo com uma mulher mais nova.
Se for o caso, só funciona com uma novinha específica, porra.
No entanto, Justice solta algo que chama minha atenção e faz minha
cabeça sair do meu pau.
— Isto faria o lugar ser seu. Brenton jamais aceitaria perder suas
terras. O velho está em um asilo em Houston, usando o que sobrou de sua
fortuna. Brenton vive com a filha e a irmã adotiva, que chegou há um ano
mais ou menos. Mas é reclusa e sequer aparece na área externa.
— Babá dele. Sabe, ele está numa idade que precisa de babá. Então
agora que cheguei, você pode ir.
— Ela sabe... Espera. Você é Paige? — Estela olha entre nós e salta
na mulher, abraçando-a. — Por favor, não seja uma puta. Ame aquelas
crianças e me dê uma boa história triste que justifique seu desaparecimento.
Ou vou pisar no seu pescoço com meu All Star.
— Certo. Dê-me o contato, farei com que chegue a Paige, não sei
como, pois não a vejo... Enfim, depois será com ela. Se Paige não ligar,
sigam seu caminho. Se eu os vir por aqui, vou avisar a Brent.
— Acha que tenho medo do infeliz? — Rosno, irritado com todo este
transtorno.
— Desculpe por isso. Ele está sob pressão desde que o irmão morreu.
— Estela puxa minha mão atrás dela e pega para entregar a Justice. —
Dominic é um homem poderoso, se quisesse colocaria a fazenda a baixo. —
Diz com cuidado. — Todavia, sequer cogitou isso. Ele só quer chegar a
Paige sem transtornos. Sem levar um tiro. Sem Brenton ser preso. Sem a
criança e a galinha Rihanna ficarem sem pai. Como Ethan e Noah estão.
Sem pai e sem mãe.
— Tudo bem.
— Sim.
— Certo.
— Aqui é legal.
— Claro!
Estela volta a evitar o meu olhar e faz um cacho na ponta de seu
cabelo já cacheado. Bebo de sua imagem e percebo que nunca me canso. É
assustador. Talvez eu só precise fodê-la fora do meu sistema. Não, isto não
daria certo. E nem é como se eu pudesse apenas decidir, afinal de contas,
conheço quando uma mulher me deseja e, embora, Estela o faça, ela foge
disto como o diabo foge da cruz. Eu jamais me imporia sobre ela. Além
disto, há minha filha, sua melhor amiga, e nossa diferença enorme de idade.
Como Dakota me veria se pensasse nesta situação?
— Eu vou subir...
— Vou subir...
Uma calcinha. Pode ser um erro do hotel, algo de outro cliente, uma
falta de atenção absurda de quem arrumou o cômodo. Contudo, meu pau já
fantasiou que a calcinha é de Estela, que ela a tirou por algum motivo. Não
resisto ao anseio de cheirar a calcinha. É uma peça estilo cueca boxer,
laranja, cheia de pequenos sóis. É toda Estela.
Volto a ficar duro e começo a foder minha mão outra vez, sem
vergonha, sem controle. Imagino a boceta de Estela na minha boca, enquanto
meus dedos marcam sua bunda e meu pau quase explode.
— Meu Deus!
— Como não?
— É perigoso. Há lascas de madeira por aí. Fique onde está.
— Não quero atrapalhar o seu sono. Vou ficar deitado aqui mesmo.
Vá dormir, Estela.
— Você está com dor. Vou ajudá-lo a levantar e pode deitar na outra
cama para não ficar com a coluna travada amanhã.
— Ela não, se entregar para Paige, não terá mais. — Olho ao redor e
penso como uma adulta disposta a resolver problemas, não uma safada louca
para escalar no pai da melhor amiga. — As camas são maiores do que a
maioria das camas de casal. Podemos dormir naquela. Somos profissionais.
Cada um no seu canto, dormimos e amanhã seguimos nossa vida.
— É só dormir. Não vou ceder sobre isso. Se não for assim, durmo
no colchão sobre a cama quebrada.
— Tudo bem, você está certa! Vou ao banheiro por um minuto. Pode
se deitar.
Puta merda! Vou dormir com o meu chefe e estou sem a porra da
calcinha.
Deito-me novamente e respiro calmamente, recobrando o controle da
situação. Fecho os olhos e luto para calar meus pensamentos. Mesmo a
exaustão do dia não é suficiente para me fazer adormecer. Longos minutos
se passam e chego a supor que o meu chefe desceu pela descarga, mas ele sai
do banheiro e se aproxima lentamente, como se esperasse que eu tivesse
adormecido.
Fecho os olhos, todavia, todo o meu corpo está em alerta neste quarto
escuro com a presença do dono da minha libido.
— Acho que não consigo dormir sem ter intimidade com a pessoa.
— Como?
— Sabe muito bem que são palavras da boca para fora. Infantis ao
extremo, eu assumo. Sequer me reconheci com estas atitudes. — A
honestidade é brutal em sua expressão e voz.
— Tive acesso aos seus documentos, Estela. Sei sua idade, nome e
sobrenome, nome dos seus pais. Sei que é uma bandida... — A última frase
vem junto de um aperto bruto em minha nuca e me remexo em seus braços,
precisando de algo, de tudo deste homem.
— Donovan.
Faço menção de sair da cama, pois ter que encontrar a mãe dos
meninos é a chance perfeita para fingir que nada aconteceu ontem à noite.
Entretanto, mal coloco meus pés no chão e Dominic grunhe, vindo para
minha frente.
— Sou pai de uma menina que sofria com cólicas menstruais. Este
assunto não é tabu para mim. — Dominic segura as laterais da minha
cintura, suas mãos enormes quase se encontrando. — Agora venha! — Puxa-
me, erguendo-me um pouco, então coloca meus pés sobre os seus e anda
comigo até o banheiro.
— Temos meia hora para buscar Paige. Faça o que precisa fazer e
não ande descalça. — Ordena e sai do banheiro, batendo a porta com força
atrás de si apenas para retornar dois segundos depois e jogar meus tênis no
chão.
Ele está usando uma camisa gola pólo preta e calça social cinza
carvão, o mais casual que já o vi. Lindo de um jeito que deveria ser proibido.
Esta é uma das canções que me acompanham desde que sou criança e
sempre senti amor ao escutá-la, mas de alguma forma desta vez quando ouço
Djavan cantar o refrão, sinto meus olhos umedecerem.
— Me deixa em paz!
— Mas você gozou para mim ontem, Estela. — Sua voz engrossa e a
mão sobe numa carícia bruta, apertando minha coxa, adentrando a saia do
vestido. Observo, hipnotizada, a mão sumir e logo sinto-o parar a mão
próxima da minha boceta, sem tocar, movendo o polegar no interior da coxa.
— Hum, babe? Você gozou, não gozou?
Entendo que não confie em mim. Não há amor para ser posto em
prova, mas decidi ser honesto comigo mesmo e com ela, visto que tem seus
receios. A coisa passou do ponto nesta viagem e não há volta. É simples,
pois é como sempre vivi. Tomando decisões, planejando e colocando-as em
funcionamento. Tudo seguirá o curso através das escolhas que fizer.
Estela será minha, amansada na minha cama, domada sob meu corpo,
rendida por minhas mãos, pau e boca.
— Connor arrumou uma amante e por mim estava tudo bem, pois
assim ele me deixaria em paz. Seu irmão era agressivo, me batia
constantemente e me impedia de estar perto das crianças, dizendo que se
tornariam molengas como eu. Eu aguentaria o que fosse para estar perto de
Ethan e Noah! — Seu choro intensifica e precisa de alguns segundos para
conseguir voltar a falar: — Mas a mulher começou a frequentar nossa casa.
Eles... eles começaram a fazer festas.
— Leve o tempo que precisar para se acalmar, Paige. — Estela
sugere, paciente, tocando levemente o joelho da mulher, que esboça uma
sombra de sorriso em agradecimento.
— Você vai ficar bem. Você será feliz de novo. Eu juro, Paige. Seus
filhos... eles são... perfeitos. Dom tem os levado a lugares, passeado, sendo
bom para eles... Eles serão completos com você de volta.
— Devia fazer. — Digo, sentindo a culpa que sentia por não ser
presente para os meus sobrinhos intensificar.
— Ethan...
Ouço o choro de Estela e a puxo para os meus braços sem pensar nas
consequencias. Ela parece não se importar, pois enrola os braços em minha
cintura e afunda o rosto em meu peito, enquanto acaricio suas costas.
— Eles estão tão felizes, papai. — Minha filha diz, sorrindo entre
lágrimas.
Beijo sua testa e lhe dou um breve abraço antes de me aproximar dos
meus sobrinhos e Paige.
— Ei, vou levar sua mãe de volta. Estão chorando é porque estão
tristes, então não adianta. — Brinco, colocando as mãos nos bolsos.
Isso me faz rir. Abaixo-me para ficar na altura dos pequenos e abraço
aos dois.
Noah nem precisa que eu termine para estar correndo. Ethan se afasta
e segura a mão de Paige. Ela acaricia a cabeça dele e promete:
— Eu não sabia que Connor havia morrido. Quando fui embora, não
levei celular, nada da minha vida com ele. Nos primeiros meses tentei
descobrir algo sobre as crianças na internet, mas Connor sempre os manteve
longe da mídia. Então só encontrava coisas sobre ele. Parei de procurar.
— Entendo.
Ela assente com a cabeça e puxo uma pasta que está sobre a mesa.
Entrego-a e levanto-me.
— O que é isso?
— Não sou tola de pensar que dinheiro não é bem-vindo. Mesmo que
fosse de alguém podre como Connor. Peço que você lide com tudo que for
necessário legalmente. Você pode?
Não encontro nada, mas como preciso me distrair, pego dois cordões
da minha nécessaire de bijus, um feito com bolinhas pretas e estrelas
transparentes e outro com miçangas de variadas cores e formatos de carinhas
felizes e quadrados com as letras do meu nome, que estavam organizados no
cordão. Desfaço-os com cuidado, deixando a linha de nylon elástico sobre
minha coxa esquerda depois de me sentar com as pernas cruzadas.
Espalho as bolinhas à minha frente e sorrio ao vê-las bagunçadas,
prontas para eu inventar algo novo com a minha personalidade.
— O que?
— Isto tem a ver com você. Sei que não teve uma infância fácil e que
talvez se veja em Ethan e Noah.
Dominic pega a pulseira recém-feita a desliza por sua mão, até tê-la
em seu pulso oposto ao que usa o relógio. Fica apertada, visto que faço mais
larga para o meu uso, mas meu pulso é bem menor que o dele. Meu coração
erra uma batida e a respiração se torna descompensada. Ele se aproxima, seu
corpo ficando inclinado sobre o meu e segura minha nuca, apertando os
dedos em minha pele, esfregando o polegar no lugar onde deixou um
chupão.
— Há você, a quem quero com tanta loucura, que não posso deixar
de fora dos meus pensamentos mesmo quando passei um dia fodido,
descobrindo que meu irmão era um monstro. Há você, aliviando qualquer
peso na minha consciência pesada. Há você, invadindo um espaço que só era
ocupado por pessoas que carregam o mesmo DNA que eu.
— Agora, me diga quem foi o infeliz que partiu seu coração, minha
pequena bandida.
— Você falou sobre não confiar em ninguém por conta dos homens
que passaram por sua vida. — Lembra, astuto, a mandíbula apertada como
se lhe causasse raiva pensar nisso.
Meu instinto é fugir desta conversa, mas olhando Dominic, seu rosto
bonito contorcido em preocupação, olhos ferozes, esta expressão de deus do
mundo pronto para iniciar uma guerra. Meu pulso dispara e as borboletas
estúpidas alçam voo sem controle em minha barriga. Abaixo o olhar e vejo o
pescoço grosso, quase rude, como todo ele, assim como o pomo de adão,
ombros largos e braços musculosos. Todo másculo, bruto, usando minha
pulseira feita à mão, com minha inicial, em seu pulso.
— Não sou eles, Estela. Quero você, toda você. Não posso afirmar
sobre o futuro, não faço ideia de para onde isso vai, mas porra, eu sinto
aqui... — Ele soca o próprio peito, enfatizando. — que você é minha. Eu sou
velho demais para brincar. Para não reconhecer os sinais, mesmo nunca
tendo lidado com isso antes. Lutei muito comigo mesmo e estou pronto para
lutar com você. Até que você entenda e me dê tudo o que me pertence.
— Você sabe que sim, babe. — Ele se inclina com um sorriso safado
e afasta meus cabelos para morder a ponta da minha orelha antes de rosnar:
— Se eu colocar a mão na sua boceta, terei minha prova. Mas só irei tocá-la
quando admitir que é minha.
Comecei a perceber que se nem eu estou sabendo lidar com este meu
lado possessivo, de querer jogar a mulher no ombro enquanto bato no peito,
gritando: “minha, minha, minha!”, Estela pode estar assustada. Então recuei.
O que pode ter sido decente, mas estúpido, visto que ela continua
fugindo.
Depois de me reunir com Paige para falar sobre sua primeira consulta
com o terapeuta, já marcada, saímos juntos do escritório e caminhamos em
direção ao quarto dos meninos. Meu pulso dispara com a consciência de que
encontrarei Estela junto à eles. A mera ideia de estar perto causa este anseio
louco.
— Não compreendo gírias brasileiras, mas tenho uma filha que ama
funk e sei o suficiente para saber que estas letras são inapropriadas para
crianças.
Ao chegar à sala de jantar, estranho não ver Estela. Pego meu celular
e envio uma mensagem, que a maldita visualiza e não responde.
— Não ficarei para assistir o filme hoje, pois estou com dor de
cabeça. — Invento, sentindo o remorso me consumir por estar me tornando
um pupilo daquela bandida mentirosa.
Meus olhos caem em Estela à medida que meu coração acelera e meu
pulso dispara quando vejo os braços de Dylan em seu ombro, apoiando-a
enquanto ri. Hoje ela está usando uma saia branca curta de cintura alta e
comprimento até o meio das coxas na frente, com o tecido fluido chegando à
altura das panturrilhas atrás. O cropped de crochê laranja chamativo com
alças finas só cobre os seios, de forma que a pele na cintura está à mostra.
Como a desgraçada com os olhos e, mesmo furioso, fico louco por quão
gostosa está, com os cabelos presos em um rabo de cavalo alto, tendo apenas
a franja e dois fios nas laterais moldando o rosto. Infeliz linda.
— Não precisávamos ter voltado tão cedo! — Protesta.
— Estela.
— Sinto muito por desonrar o contrato, mas foi mais forte do que eu.
— Estica a mão para puxar Dylan, mas o afasto pelo ombro, impedindo-a de
continuar se aproximando.
Desgraçada!
CAPÍTULO 20
— Fiquem com ela. Vou buscar água e algum comprimido para dor.
— Dakota avisa, saindo.
Puxo meu vestido pela cabeça e corro para o mar usando sutiã e
calcinha. Foda-se a cláusula daquele bastardo! Este é um ato de rebeldia por
ele ser um infeliz. Por sair da minha vida, mas não sair da minha cabeça.
Era isso que eu queria, mas só da boca para fora. Sinto saudade de
vê-lo, ouvi-lo. Até do seu toque que estava começando a se tornar
costumeiro.
Dominic e eu nunca daríamos certo em longo prazo, somos de
mundos totalmente diferentes, mentes distintas, culturas. Então porque me
importo tanto com o que Dakota vai pensar? Minha melhor amiga não
precisa saber! Curto seu pai enquanto puder, controlando meus sentimentos,
pois já estarei indo para uma situação sabendo sobre como tudo terminará.
Subo alguns degraus até alcançar Dylan. Nem me preocupo por estar
molhada quando o abraço, uma vez que tentou me deixar de fora
propositalmente.
— Não tenho nem roupa para este evento e não é meme. — Começo
a subir as escadas.
— Eu tenho, amiga. Há um vestido laranja que nunca usei e não
serve em mim há algum tempo. Comprei para usar no casamento da filha de
um parceiro de negócios do papai, na praia, mas ela pegou o noivo na cama
com um casal de amigos um dia antes. — Dakota ri. — Foi a fofoca do
século!
Não abri mão de usar meus acessórios, bijuterias feitas por mim.
Abusei das combinações laranja que já tinha e estou me sentindo perfeita.
Embora nada disso tire meu fôlego como quando meus olhos caem
em Dominic Donovan. Estamos em uma fileira, de forma que ele sorri
quando vê a filha e os irmãos e feche a expressão quando minha presença é
revelada. Sinto-me tão consciente dele, que preciso puxar uma inspiração
para em seguida expirar com calma, como se precisasse me lembrar como se
respira. Seu smooking preto com gravata borboleta da mesma cor é igual ao
da maioria dos homens presentes, mas no dito homem é como uma peça
rara. Feito sob medida, molda seus ombros largos, braços musculosos e
quadris estreitos, a calça não tem um efeito diferente nas pernas longas e
poderosas. Deveria ser crime ser tão bonito.
— Não sinta. Foi um porre. — O ruivo, que está de mãos dadas com
o que Dakota abraçou, bufa.
— Por Deus, Greg! — Cedrick revira os olhos.
— Obrigada. É de Dakota.
— Ele é osso duro de roer. Esta história de inventar que está comigo
vai fazê-lo me esganar a qualquer momento. — Dylan faz uma careta.
— Não importa.
CAPÍTULO 21
Ela diz algo e toca o ombro de Dominic e seja o que for, ele está
sorrindo como sorri para a filha e os sobrinhos. Como sorriu para mim.
— Vou beber água. — Digo para Dakota, mas sigo por outro
caminho.
— Poderia estar sendo perseguida por vários malucos, porra. Por que
saiu da festa sozinha? Por que se esforça tanto para ser irresponsável?
— Você é um idiota, meu Deus! Sou tão idiota por cogitar ter uma
conversa decente com você, por persegui-lo! Pare o carro, seu nojento
machista!
Duas batidas.
A forma como Dominic se abaixa para ter sua cabeça entre minhas
pernas e lambe os próprios lábios ao olhar minha boceta faz com que meu
clitóris pulse e excitação escorra sob seu escrutínio. Erguendo o olhar, libera
uma mão para passar o dedo pelo filete de baba e levá-lo à boca.
— Como uma diaba pode ter gosto do paraíso?
— Oh, Deus!
Dominic solta uma risada gostosa, que faz meu ventre apertar, e volta
a me lamber com anseio. Ele me penetra com dois dedos e os impulsiona em
um vai e vem delicioso enquanto sua boca castiga meus lábios e clitóris. A
maestria com que o homem me chupa é enlouquecedora. Sinto-me em uma
borda infinita, quase gozando, mas ele diminui o ritmo propositalmente e
volta a aprofundar. Mordo os lábios para controlar os gemidos, embora não
possa conter meus quadris que se movem de encontro a sua boca.
Ele morde meu lábio inferior, puxando entre seus dentes e esfrega
meu clitóris inchado.
— Você está tão inchada querendo o meu pau, que vai estrangulá-lo.
— Dominic sorri, soltando-me rapidamente para prender suas mãos em
meus cabelos. — Você é deslumbrante com o rosto livre para o meu olhar,
mas sinto falta dos cachos e da franja. — Comenta, empurrando contra a
minha mão e puxando o elástico que prendia o rabo de cavalo, fazendo os
fios caírem por minhas costas, apenas para ele segurá-los e puxá-los para
conduzir o meu rosto. — E, babe, — Continua, beijando minha boca — o
meu pau é todo seu.
— Me fode logo, Dominic. — Sussurro um gemido.
— Caralho, Estela...
— Dom!
— Por que você tinha que ser tão bandida? — Sussurra, lambendo
minha orelha e mordendo. Ele lambe meu pescoço, desce a boca,
distribuindo beijos até morder meu ombro e estocar duro. — Talvez seja a
bandidagem que a faz tão gostosa, tão irresistível, que faz com que meu pau
esteja nesta fome desde que a viu pela primeira vez.
Meu clitóris roça no carro a cada estocada rude, meus seios doloridos
estão tão sensíveis que o corpete do vestido serve de estímulo. Sou uma
confusão de gemidos e sensações, mas meu sangue ferve com a ideia de
provocá-lo. É sempre assim.
— Menti quando disse que você foi o primeiro. Sou uma bandida
mentirosa, lembra? — Murmuro, quase sem voz.
— Tenho tara nesta covinha, quando você ri, ou quando está puta e
ela só aparece na bochecha esquerda. Mas agora, vendo-a mole de desejo,
percebi que a da bochecha direita aparece por conta dos lábios entreabertos.
Dominic bombeia mais forte e depois se retira. Meu corpo sente sua
falta de imediato, mas calor sobe por minha pele quando sinto seu gozo
quente em minha bunda.
— Mentirosa.
CAPÍTULO 23
Desafio brilha nos olhos escuros e ela gira língua ao redor da cabeça
vermelha, fazendo arrepios subirem por minha coluna, e inquire:
— E você, consegue?
Minha resposta é agarrar seu rabo e puxá-la com tudo contra a minha
boca aberta, ao mesmo tempo em que empurro meu pau entre seus lábios.
Estela geme e segura minhas bolas enquanto beijo sua boceta como se
beijasse sua boca e ela conduz seu ritmo, levando meu pau até onde
consegue. A sensação de sua boca em volta de mim é o paraíso, a quentura, a
língua provocadora e os lábios que me sugam com firmeza enquanto usa a
mão para estimular os testículos. Pulso em sua língua, alucinado com seu
cheiro de mulher, lambendo-a e chupando seu clitóris, intercalando lambidas
com mordidinhas nos lábios inchados, chupadas no grelinho pulsante e enfio
o polegar no cuzinho apertado. Estela endurece sob o toque, mas não demora
a se render, rebolando contra mim e choramingando, sua saliva escorrendo
ao redor do meu pau.
— Vou gozar, minha pequena bandida. Será que, pelo menos, desta
vez, será uma boa garota? Vai tomar tudo que eu te der?
Quando Estela cai com o rosto contra a minha coxa, a deslizo pelo
meu corpo e nos ajusto até que esteja sobre mim, com o rosto perto do meu.
Seguro os cabelos longos, com os cachos voltando após terem sido lavados,
e beijo sua boca, ensandecido por sentir meu gosto em sua língua.
— Dom... meu Deus! — Estela fica na ponta dos pés para me beijar e
sorrio.
— Porque está ludibriada pelo meu pau e vai me seguir onde quer
que eu for.
— Você... Seu... Quer saber? Lady era esperta e intuitiva, sabia que
você era uma mala. Gosto dela! — Belisca minha cintura. — Agora some da
minha frente! Vou voltar para casa.
— Vou colocar outra coisa na sua boca, Sr. Donovan. — Estela pisca
e corre, passando por mim.
— O que tem?
— Diga. Certamente usarei disso para ter mais uma cláusula a meu
favor.
Beijo sua boca e aperto a bunda que teve toda a minha atenção na
calça legging apertada rosa neon.
CAPÍTULO 24
Eu: Dominic!
Dom: Cinco...
Dom: Quatro...
Dom: Três...
— Por que não investe no cara? Seu pai é incrível. Aceitaria qualquer
coisa que a fizesse feliz.
— Deve ser difícil para ele, como você bem disse, ele a viu crescer.
Eu não desistiria se o quisesse como você sempre quis.
— Não, amiga. Liam é amigo do seu pai, certo? Mais velho do que
você.
— Tio Dean acabou de enviar uma foto do luau de hoje. Vamos, vista
algo decente! Aquele cantor em ascensão, que deu em cima de mim da
última vez, está de volta. — Comenta, animada. — Vou afogar minhas
mágoas nele. Este luau é o único lugar em que Liam não me persegue. Por
isso, continuo saindo escondida. — Bufa.
Lembro da foto de Dominic e forço um bocejo.
— O que não faço por você, sua safada? — Dou um tapa em seu
traseiro grande e ela sai, rindo.
— Volto em cinco minutos. Vou me arrumar aqui para não ter risco
de você furar! — Aperta-me em um abraço e beija a minha bochecha. —
Amo você!
Dom: Amo a minha filha, mas não vou dividir você. Nem com ela.
Dom: Quanto tempo ela ficará aí?
Dom: Não bastava empatar minhas fodas quando era criança?
Dom: Babe, estou louco por você.
A foto que vem depois desta mensagem, é do seu pau grosso e
veiudo, sendo segurado pela mão grande, na base. A pulseira que eu fiz
aparece em seu pulso e sinto palpitações de posse por todo o meu corpo. A
cabeça polpuda está liberando uma gota de pré-sêmen.
Parecem anos, embora. Hoje passei o dia com Ethan e Noah, pois
Paige foi a sua primeira consulta com o terapeuta e passou o dia fora depois
disso. Ela se sentiu mal com coisas que foram trazidas à tona e preferiu ficar
fora de casa para que os garotos não percebessem. Diverti-me com os dois,
pois sentia saudade de nossos momentos. Fomos à praia, burlamos o sistema
e usamos roupas íntimas. Rimos dos berros do seu tio e barganhamos para
dançar brega funk. Dominic prometeu estapear o meu bumbum, mas após
termos uma reunião acalorada onde mostrei algumas músicas, ele permitiu.
Os garotos bateram palmas no fim de tudo, fazendo-nos lembrar que não
podíamos nos agarrar ali mesmo.
— Olha cara, eu até ia deixar você quieto, mas quieto não combina
contigo. O que houve, hein? Sem uma cantada barata em nenhuma das
gostosas? — Aponto as mulheres.
— O que?
— Ele enlouqueceu!
— Senti sua falta. E nem foi o meu pau desta vez, babe.
— Agora você chegou a uma coisa séria. — Desce a mão por minha
cintura e massageia minhas nádegas. — Só eu posso ferir esta carne gostosa.
— Beija minha boca. — Apenas para o seu prazer.
CAPÍTULO 25
Sem resistir, acaricio sua barba e movo o polegar para cima e para
baixo na parte grisalha, em seu queixo.
— Tenho um fraco por esta falha grisalha na sua barba. — Confesso
sem querer.
— Não quero que ninguém saiba, Dom. Para que causar uma
confusão? Logo estarei voltando para o Brasil...
— Paige e os meninos estão bem. Sei que há muita coisa para ser
resolvida e por isso ainda continuo aqui, mesmo que esteja sobrando, pois
ela nem quer ter uma babá. — Explico e levo as mãos até as suas quando o
vejo fazer o costumeiro ato de afrouxar a gravata quando fica tenso, mesmo
que não esteja usando uma. — Dom, minha avó e mãe estão sugando até a
alma do Sr. Norman. Sei que temos um acordo para você não mexer com
mamãe e vovó nunca esteve na sua mira, mas não quero que a vida delas
continue desta forma. O senhor me pagando uma pequena fortuna quando eu
sair vai ser o bastante para nos levantar. — Brinco sobre o dinheiro, mas
nem tanto assim.
— Seu dono para foder e dar estes orgasmos, que ninguém deu, ver
aquele olhar e rosto brilhando quando goza, que ninguém viu. Só eu, porra!
— Seu sorriso é sensual, tentador, sua voz rouca. — Seu dono para marcá-la
com minhas mãos e boca. Para lamber esta covinha. — Enfia a língua na
minha bochecha, pressionando a ponta endurecida e voltando a olhar o meu
rosto. Dominic puxa meus cabelos e continua: — Seu dono para ser honesto
com você, mesmo que você seja uma bandida mentirosa. Sendo assim, não
posso deixar de dizer que não estou interessado apenas em seu corpo,
mesmo que já tenha deixado isso muito claro. Fique sabendo que, a partir
desta declaração, não fugirá de mim. Tem medo de se magoar? Tenho quase
quarenta anos e nunca fiquei louco por uma mulher como estou por você,
ninfeta insolente. — Aperta minha nuca, afundando os dedos na pele
sensível. — Acha que não estou assustado? Estou assumindo para mim ao
mesmo tempo em que assumo para você. Não é um pedido de casamento,
Estela, mas seremos tolos se não vivermos o que temos. Um dia de cada vez.
Quando ele me pega assim e diz estas coisas, seja quando está no
modo fodedor falando putaria ou quando está todo decidido, como se fosse
apaixonado, fica difícil não me dar toda.
— Tudo bem! Agora, vá para casa, Dom. Antes que Dak surja.
Duvido muito que ela o faça enquanto seu crush, quer dizer, um dos
dez, está cantando. Minha amiga não perde tempo com obsessões, mesmo
uma tão antiga quanto sua paixão pelo segurança. Isso faz uma de nós
esperta, pelo menos.
— E o Dean?
— Sua vaca!
— Fechado.
— Dom...
— Isso, babe, este é o único nome que você tem permissão de gemer
assim. — Puxo a saia do vestido, que a infeliz não se deu ao luxo de tirar, e
subo a mão sob o tecido, sentindo seus leves arrepios enquanto cravo os
dedos na pele macia.
Seguro sua nuca, fazendo pressão com meus dedos, e beijo sua boca
com lentidão e paixão. A intensidade com que enfio minha língua,
lambendo-a, sugando seus lábios, causa reações em meu corpo que quase me
colocam de joelhos. Meus batimentos acelerados contam uma história
diferente da calma com que a devoro. Sugo sua língua e esfrego meu corpo
no dela, meu peito contra os bicos intumescidos dos mamilos, pele contra
pele.
Enfio a mão em sua calcinha boxer e acaricio o clitóris.
— Não sei que jogo idiota é este... mas estou implorando, Dominic.
Preciso de você...
Ela está tão habituada a mentir, que mente para si mesma. Não para
mim, embora. Estela nunca conseguiu me enganar.
— Diga, babe, você ainda quer que eu fique calado? Ou quer que eu
continue dizendo o que faria com você se fizesse amor com você, minha
pequena bandida?
— O que?
Estela morde o lábio inferior para reprimir o sorriso, mas seus olhos
não podem ser impedidos de sorrir para mim. Ela perde a luta e todo seu
rosto ilumina enquanto sorri. Com os olhos, as duas covinhas aparecendo e
os dentes a mostra.
— Merda, você é muito safado opressor! Eu não consigo não ser sua.
— Revira os olhos.
— Eu sou sua.
— Bandida mentirosa. Você caiu por mim antes de ver o meu pau.
— Você está tentando me distrair? Isso não irá poupá-la. — Abro sua
bunda e circulo um dedo no buraquinho bem no meio. — Eu prometi surrar
sua bunda enquanto enfiava o meu pau aqui, lembra?
Os arrepios sobem por sua pele e ela suspira, toda mole contra mim.
O homem jurou que me faria assumir que sou dele. Estava preparada
para seu avanço bruto, ansiando, pingando para tê-lo cumprindo a promessa
que fez ao me desafiar. Contudo, Dom fugiu da rota e me deu amor. Com
aquelas palavras, aquele olhar. E eu não fui capaz de fugir do sentimento
colossal que me tomou, das emoções que Dominic me envolveu. Estou
apaixonada pelo pai da minha melhor amiga e a assumir isso não me choca
como achei que faria.
Cansei de viver em negação, pois perderia ter Dominic do jeito que
tive. Do jeito que se deu para mim. Tão desmedido, descomunal. Eu nunca
tive muito nesta vida.
— Fui ao seu quarto, pai. Está trabalhando a esta hora? O senhor não
estava fazendo uma pausa pelos meninos?
Toda sua atenção é da filha agora e meu peito aquece. Este tom é
apenas dirigido a ela e aos meninos.
— Pai, quero que o senhor prometa que não vai surtar. Não estava
conseguindo dormir e precisava te contar.
— Ele não sabe, pai. É por isto que vim pedir que me ajude.
— Dakota, veja a si mesma. Você não precisa de ajuda para
conquistar ninguém. É linda, inteligente, doce, divertida, amorosa... Se este
palhaço não viu isso, não a merece. Ele é que tem que lutar para conquistá-
la. — A indignação em sua voz me faz rir baixinho. Este homem!
— Sou apaixonada por ele há muitos anos e ele não faz ideia, mas
estou sofrendo por estar perto. Agora quero voltar para o Brasil, sem Liam
como segurança.
— Pai!
— Ele não sabe, pai! Pelo amor de Deus! — Dak grita e começa a rir.
— Liam não sabe, ouviu? Não surta. Sou eu que estou sofrendo por gostar
dele e quero outro segurança.
— Você não devia rir. Venha cá! — Ele abre os braços para abraçá-la,
mas recua. — Espere, eu estou suado porque... malhei...
Ele solta uma risada e preciso cobrir os lábios para não rir alto.
Dominic não quer abraçar a filha porque está suado de sexo.
— Direi até o fim dos meus dias. — Ele se inclina e beija a testa da
filha.
— Tem certeza que ele não sabe desta história? Eu... — Dom limpa a
garganta e sua voz evidencia como é difícil para ele dizer as palavras
seguintes: — Seria impossível lidar com uma merda assim, mas você tem
certeza que quer se afastar?
— Ele tem a sua idade, pai. — Dakota ri. — Isso não é velho, é
maduro. E se tornou tendência ter um velho da lancha.
— O que?
— É uma coisa dita no Brasil, tipo sugar daddy. Um cara rico para
bancar a novinha.
Dakota gargalha.
— O melhor pai!
Enquanto ela gargalha, Dom faz sons de nojo. Sorrio ao ouvir Dak se
despedir e exigir que ele vá descansar. Ele promete que ficará somente cinco
minutos e fecha a porta após a filha ir.
— Ei.
— Babe. — Sussurra, subindo as mãos por meus braços e ombros,
pescoço e então rosto. Ele afasta os meus cabelos e esfrega o nariz no meu.
— Você ouviu este desastre?
— Dak é adulta, Dom. Sou apenas dois anos mais velha do que ela,
então não seja hipócrita.
— Mesmo? — Sorrio.
— Eu encontrei, babe.
— Com quase quarenta anos, depois de ter vivenciado tanto e não ter
sido impactado por quase nada, eu apenas sei. Sinto que é aquele tipo de
sentimento que aos noventa anos, se estiver vivo, vou carregar comigo. Vou
fechar os olhos e ver olhos escuros, covinhas, franja cacheada...
— Você passará dos noventa, pois vaso ruim não quebra. — Inclino-
me e esfrego os lábios nos seus. — Eu acho que estou gostando de você,
Dominic.
Ele solta uma gargalhada. Cubro sua boca com minha mão, pois
Dakota pode retornar para verificar se ele continua “trabalhando”. Dom
lambe minha palma e solto um gritinho.
O homem segura minha nuca com brutalidade e bate sua boca contra
a minha. O beijo é faminto e rude, sem controle. Gemo em seus lábios,
desnorteada, uma onda de sensações e emoções. Ele puxa meus cabelos,
movendo minha cabeça como bem quer e enfia a outra mão em minha
calcinha, empurrando-a para o lado, enquanto desce beijos por meu pescoço.
— Será que o amor da sua vida tira sua compostura assim, Sr.
Donovan? Será que já viu este rosto desnudo da máscara de dono do mundo?
— Dom...
— É você, Estela! E você está tão enganada de pensar que só viu
minha compostura ir pelos ares agora. — Ele desce beijos por minha nuca,
morde minhas costas, fazendo-me gemer. — Você sempre será a minha
bandida, babe, porque você roubou a porra do meu juízo desde a primeira
troca de olhares.
— Este rabo esteve esperando por mim, não esteve? Eu disse que me
enterraria aqui... — Dominic afunda um dedo e o deixa parado. — E não
consegui me afastar da sua boceta, que é minha perdição do caralho. —
Subindo sobre o meu corpo, empurra o pau na minha bunda, o esfregando de
cima a baixo entre as nádegas e murmura em meu ouvido: — Porque eu não
minto, minha bandida mentirosa. E eu não posso deixar de fazer minha
palavra valer.
— Sim... — Suspiro.
— Bom.
— Para usar.
— Aquele bilhete foi fofo. — Sorrio, então belisco seu braço. — Que
deselegante o Sr. Não Minto contando mentiras!
Sentir seu pau gostoso entre nós traz cada sensação de volta.
— Meu Deus!
— É bom, babe, estar toda cheia de mim? Porque é só isso que resta
para você, bandida. Irei atear fogo naqueles vibradores inúteis. Cada buraco
seu me pertence, cada um é para o meu uso, é para eu dar prazer à você
como eu bem entender.
— Porra, Dominic!
Convulsiono sobre ele, o mordendo forte, seu grunhido e as
arremetidas profundas fazendo o som de suas bolas ecoarem com o som de
nossos quadris batendo. Rebolo, adorando a sensação de estar toda cheia,
meu corpo acatando as barbaridades que este neandertal diz. Cada célula
entregue ao prazer abrasador que só ele apresentou.
Sinto-me prestes a cair no sono, mas ele se afasta, tira minha sandália
de tiras nos tornozelos, beijas meus pés e me puxa para ficar de pé. Protesto,
abraçando sua cintura e ele beija minha testa. Então puxa-me para os seus
pés, andando comigo até o banheiro, sem permitir que eu coloque meus pés
no chão.
— Sinto muito abandonar vocês, galera, mas vou voltar para o Brasil
esta semana. — Dakota anuncia.
— Já? — Pergunto.
Ele sorri e caminha até mim, então exibe um vaso com pequenas
flores cor de laranja e vermelhas.
— Não fica triste, Noah. Eu moro no Brasil, mas sempre visito papai.
Fiquei ausente nos últimos meses, só que desta vez, ficarei morrendo de
saudade de dois certos príncipes e voltarei logo!
Toco meu próprio nariz, pensando nas vezes que Dom esfregou o
seu. Sinto-me iluminar como Ethan, a sensação de ser especial, inundando o
meu peito e embargando a minha garganta.
Seus olhos quase pulam de órbita enquanto sua boca abre e fecha em
busca de palavras que não surgem. Vovó levanta-se, o dedo indicador em
riste, as unhas elegantes, pintadas de branco, apontadas para mim. Algo a faz
estacar no lugar, embora.
Passo por ele, irritada com este sentimento de posse que sinto ao seu
respeito. Quase levo a mão à garganta para afrouxar minha gravata
imaginária, como o infeliz faz diversas vezes, por estar me sentindo
sufocando, seja de desejo ou de raiva, como agora.
Dominic segura meu pulso e abre uma porta dos quartos, puxando-
me para dentro e fechando-a atrás de nós. Estou me posicionando para atacá-
lo com um golpe do Jackie Chan, mas sou impedida por seu beijo opressor.
Dominic não me beija, ele me possui. Um braço prende minha cintura, a
outra mão se embrenha por meus cabelos, o corpo todo colado ao meu, seu
joelho abrindo minhas pernas para sua coxa esfregar o meio delas. Viro uma
poça gelatinosa sob o assalto de sua boca, pela forma que me beija,
lambendo minha boca, sugando e mordendo meus lábios, pela forma como
me segura, como suas mãos não param em um só lugar, como passeiam, me
tocando, os dedos apertando, cravando na carne, sentindo. O atrito da coxa
roçando em minha calcinha causa uma sensação deliciosa. A fricção me
deixa toda molhada.
— Você tem uma beleza que sempre me causa um baque, babe, mas
hoje se superou.
— Você quer gozar, não é? Tão gulosa, minha menina... tão carente
dos orgasmos que não teve antes de mim. — Murmura e recua um passo.
— O que, babe?
Uma sessão de bota casaco, tira casaco, poderia acabar com sua
expressão suave.
Dom me puxa, colando minhas costas em seu peito. Ele cheira meus
cabelos perto da orelha e murmura:
— Espero que seja o que está sob sua calça. — Informo, dando-lhe
uma cotovelada e saindo do quarto enquanto sua risada me persegue.
Infame!
Í
CAPÍTULO 30
Concordo com a cabeça e volto minha atenção para Estela, que agora
está de braços dados com Dakota, próxima à Dean, que a entrega o
microfone plugado à sua caixa de som barulhenta.
— Ela é.
— Será uma mãe maravilhosa. Tem uma energia muito acolhedora.
— Vou?
— Por favor!
— Tudo bem.
— Oba! — Pula em meus braços, enrolando os bracinhos em meu
pescoço. — Tio Dy?
Dylan bufa.
— E você, mãe?
Pobres garotos! Sei bem o que esta bandida faz. Eles sequer têm
chance.
Sorrio e a puxo para frente, fazendo-a sentar em meu colo. Beijo sua
bochecha e massageio seus ombros.
— O que aconteceu com sua avó e mãe hoje? — Pergunto,
preocupado.
Ouvi quando falou sobre o irmão e sei o quanto esta história a abala.
Meu instinto ruge para protegê-la de qualquer merda.
— Nada demais.
— Estela. — Tento ser suave, mas seu nome soa como um alerta. —
Posso te ajudar, posso resolver o que for. Também posso só te ouvir. Eu sou
seu, babe, para tudo o que precisar. Qualquer coisa.
— Obrigada.
— Você o procurou?
— Se papai o criou dizendo que não prestamos, ele pode não ter me
procurado por concordar.
— E você decidiu ficar. Não há errado e certo entre você e seu irmão.
Porém, seus pais são filhos da puta completamente errados. — Não disfarço
a rispidez em minha voz ao citar os irresponsáveis.
— Já tomei sua mão, seu corpo, minha boceta. O que falta para eu
colocar o meu anel em seu dedo é tomar seu coração, pequena bandida. — A
afirmação possessiva sai com tanta naturalidade que sequer tenho tempo de
me espantar com o quão dominado estou pela mulher.
Por este motivo, viro-a para mim e seguro seu rosto, sorrindo
cinicamente.
Empurro a saia, até que caia aos meus pés, tiro as sandálias e as
deixo sobre as peças na areia. Apenas minha calcinha me cobre quando
corro em direção ao mar.
Quero gritar. Tão alto. Quero dizer que o amo! Embora não tenha
certeza do que é amar desta maneira. Então deixo o corpo berrar, o anseio
me queimar.
A água não está gelada, mas não chega a estar morna quando
caminho até estar com meus seios cobertos. Mergulho por alguns segundos
e, ao submergir e passar as mãos no rosto para tirar o excesso da água
salgada, deparo-me com Dominic abrindo os botões da camisa social, a
gravata enrolada em sua mão, a jaqueta do terno caída na areia.
Não sei qual o meu problema, mas amo quando está irritado e me
pega sem pudores, sem amarras. Todo ele. Viril. Dono de mim.
— Eu não.
Minha boceta palpita, meus seios pesam, doloridos contra seu peito.
Puxo os cabelos mais curtos em sua nuca e beijo sua boca. Dominic solta a
gravata e leva a mão entre nossos corpos, afastando minha calcinha e
estocando de uma só vez dentro de mim. Sua grossura realmente causa um
ardor diferente por conta do mar. Sinto-o me esticando toda, polegada por
polegada, queimando enquanto se afunda dentro de mim.
— Olhos em mim.
— Isto sou eu entendendo tudo o que você disse sem abrir sua boca.
Isto sou eu retribuindo. Porque eu te sinto e te vivo pra caralho, Estela.
Seguro seu rosto e o beijo forte, dizendo tanto, mesmo que nem eu
mesma seja capaz de compreender. Dom sorri ao se afastar, como se
entendesse. Como se nem eu mesma posso? Dominic desfaz o nó da gravata
e a joga sobre o próprio ombro.
Enfio rosto em seu pescoço e ele me carrega para a praia novamente.
Abaixa-se sem me soltar e pega seu terno para jogá-lo em minhas costas.
Sorrio com o aconchego. Dom pega nossas peças de roupa e as leva conosco
enquanto me leva em direção à piscina, na parte de trás de sua casa. Tomei
banho com as crianças algumas vezes, mas como eu, eles sempre preferem o
mar. Então desconheço a área com uma escada para a qual Dominic está
indo. Ele sobe os muitos degraus e me coloca sobre meus próprios pés ao
chegarmos ao terraço.
O terraço tem uma parte com cobertura e outra, que fica ao ar livre.
A proteção ao redor é feita por paredes brancas de fora a fora, que chegam à
altura do meu peito. Mas o surpreendente é como o local está repleto de
plantas. O jardim suspenso na área coberta me tira o fôlego, mas os
pequenos vasinhos sobre duplas e triplas prateleiras encostadas nas paredes
são o charme.
Ele vestiu sua calça, que está com o botão e o cinto abertos,
deixando-me cheia de pensamentos sobre como agradecê-lo por isso.
— Duas covinhas.
— O que?
— Quando ganha flores as duas covinhas aparecem.
Juro que derreto em uma poça sob os pés dele. Ele me puxa, no
entanto, colocando meus pés sobre os seus daquele jeito que ele faz. Não
resisto e esfrego nossos narizes, sabendo do carinho que ele demonstra com
o gesto, querendo lhe passar o mesmo.
Reviro os olhos.
— Não sei como vê as coisas aí do Olimpo, Sr. deus grego, mas aqui
de onde estou, não sei do futuro. Não sabia que ia gostar de você, porque
você era muito chato, quer dizer é. E eu também te odiava e não te
suportava. Tá legal, não suporto ainda algumas vezes.
Í
CAPÍTULO 32
Estela se move na cama, acertando meu estômago com uma
cotovelada e preciso apertar meus braços e pernas ao seu redor para mantê-la
presa. Tem sido assim todas as noites. Eu a prendendo para não ser surrado e
ela reclamando sobre estar sendo esmagada.
— Você estava sonhando com o meu pau? Para já estar assim, toda
molhada? — Murmuro, empurrando três dedos em sua boceta.
Cravo uma mão em sua cintura e a puxo contra mim, fundo e lento.
Puxando meu pau todo para fora, para entrar só de uma vez em seguida.
Estela geme, olha-me por sobre o ombro, com os cabelos molhados
agarrando em seu rosto. Seguro os fios em punho, obrigando-a a se curvar
para me receber. Neste ângulo, ela está toda arreganhada para mim. Subo a
mão de sua cintura e estimulo os seios pesados.
— Mexe neste grelinho, babe. Esfrega ele e goza para mim. Depois
disso, a quero de joelhos, bebendo minha porra, sem derramar uma gota.
— Descanse, preguiçosa.
— Irei passar um momento com mamãe e vovó. Estamos muito
afastadas.
Saio para correr meia hora mais tarde que o horário normal e quando
estou retornando, vejo um ponto cor de laranja, correndo em minha direção.
Ela para no meio do caminho, curvada, com as mãos nas coxas, respirando
com dificuldade.
— Tem sorte que estamos sob a luz do dia ou me pagaria por isso. —
Resmungo, fazendo-a rir e ficar na ponta dos pés para beijar meu queixo.
— Me faça pagar mais tarde. — Pisca.
— Por enquanto.
— Que você me sacia. Em sua idade, logo não será mais capaz. Juro
aceitar me casar com você, mas sou muito jovem e você terá que me permitir
ter acompanhantes para...
Impaciente com tantas gracinhas logo cedo, jogo-a sobre meu ombro
e sigo para casa.
Passo por ela e empurro Norman até suas costas baterem contra o
corrimão da escada. Agarro o colarinho de sua camisa ridícula colorida com
estampa de palmeiras e inquiro:
— Estou falido.
Nunca lhe dei um tostão, apenas permiti que vivesse em minha casa
em Los Angeles, embora ele tenha-a vendido ilegalmente, pois a papelada
estava em meu nome e depois foi um inferno para resolver a situação. Desde
então, passei a entender porque papai o detestava. Embora fosse duro, meu
velho era do tipo que não aceitava conviver com pessoas de caráter
duvidoso. Norman era uma pedra em seu sapato, pois era dono de uma parte
dos hotéis, mas nunca havia trabalhado, só usurpava os lucros.
Com a morte de Connor, ele recebeu uma quantia como herança, que
o tenho visto torrar com a mãe e a avó de Estela.
— Acha que essa jovenzinha quer algo com você? Ela se envolveria
comigo se já não tivesse fisgado o peixão! Se as duas tentavam me dar um
golpe, ela conseguiu dar em você.
— Dom!
— Caralho!
— Dominic, me escuta! Ele não sabe nada sobre mim, sobre nós. Já
ouvi coisa pior. Esqueça-o! Ignora!
— Irmã.
— O que?
— Porque me importaria?
— Não. Ela é a mãe da minha filha e uma grande amiga. Torço que
seja feliz. Lorena é uma mulher incrível.
Ao invés de sentir ciúme, sinto meu peito aquecer com o carinho que
fala da mãe de sua filha. Lorena realmente é maravilhosa e merece ser vista
como tal. Dean passa a mão pelos cabelos e solta uma risadinha.
Solto uma risada com um bufo e passo por baixo do seu braço,
colando-me ao seu peito de novo e olhando os gêmeos de perto.
— O que é isso?
— Norman está mentindo. Dominic está certo, vó. Não iremos sair.
Espero que mamãe refute, mas sua resposta é colocar minhas malas
no chão.
— Babe?
— Como pode, Dom? Como posso ter ficado longe do meu pai... do
meu irmão... Por isso? — Meu sussurro é quase inaudível até para os meus
ouvidos.
Deus! Lidei com tanta coisa, tendo raiva e deixando de lado. Fiz
piada, fui irreverente, aceitei a criação ridícula, o narcisismo de vovó, a
omissão de mamãe e a saudade do meu irmão. Para quê? Para ser dispensada
desta maneira?
— Estelinha, eu...
— Fora, vovó!
— Filha...
— Não vou deixá-la sozinha para pensar, porra. Não para remoer esta
tristeza em que se encontra desde que aquelas sanguessugas saíram. Há
horas não a vejo sorrir, não a vejo tagarelar, provocar. — Sua voz é dura,
assim como sua carranca, mas os olhos estão turbulentos. Ele me puxa pelo
pulso até segurar minha cabeça e me apertar contra seu peito nu. — Elas não
merecem.
— Eu não, não sou um deus. Mas você, babe, você é minha dádiva,
minha divindade. Vou adorá-la por quanto tempo respirar. Pensar que não, é
uma porra de blasfêmia. Fui incrédulo toda a minha vida, precisei tê-la para
saber que o paraíso existe. Você não é o meu pedaço de céu, você é todo ele,
minha pequena bandida. — Dom esfrega o nariz contra o meu, os olhos
fixos nos meus.
Ele afasta as mãos para o meu pescoço apenas para lamber minhas
lágrimas. Todo o meu corpo reage, a dor no coração ficando esquecida,
porque a única coisa que ele pode fazer sob o toque deste homem, é bater
freneticamente. Enrolo meus braços ao redor do seu pescoço, aceitando seu
beijo quando me toma cheio de paixão.
— Dom...
— Porque você é minha. Feita para mim. Como sou seu. Feito para
você.
Dom desce da cama e puxa-me de pernas abertas até que estou com a
bunda arreganhada na beirada da cama, toda exposta para ele. Dominic se
ajoelha e chupa minha boceta sobre a calcinha. Grito de prazer com a fricção
intensa de sua boca e do tecido.
— Oh, Deus!
— Sou eu, babe, tomando seus sentidos. Todos os pensamentos.
Cada anseio do coração. Porque sou egoísta e não quero nada além de mim
possuindo qualquer gama da sua atenção. — Dominic bate em meu clitóris e
choramingo, desesperada, perdida no vórtice de suas palavras, sendo puxada
pela dor da palmada e flutuando com sua boca lambendo e chupando minha
boceta.
Dom afasta a calcinha para o lado e sinto sua língua subindo do meu
ânus até o clitóris, a ponta endurecida, provocando. Ele estala a língua e
sorri.
Ele move a ponta dura da língua contra o meu clitóris e faz um vai e
vem delicioso com os dedos, tirando-me qualquer raciocínio com a forma
que minha coluna arrepia com suas palavras. Sinto o formigamento iniciar
nos dedos dos meus pés e o tremor em minhas coxas, ambos tomando todo o
corpo conforme o orgasmo arrebatador detona meus sentidos.
Sinto Dom tirando minha roupa, deixando-me completamente nua.
Ele puxa sua boxer e babo com o vislumbre do seu pau duro, longo e bruto.
Dominic aperta a cabeça babada de pré-sêmen e me monta, as pernas nas
laterais das minhas coxas, seu tronco forte e poderoso ereto. Segurando a
base do seu membro, empurra-o contra minhas dobras e provoca,
pincelando, esfregando o meu clitóris.
Gozo gritando o seu nome, puxando seu corpo para o meu e ele vem,
me enchendo, grunhindo e apertando meu corpo com seus braços.
Após um longo banho onde chupei o pau de Dom até meu maxilar
ficar doendo e ele gozar nos meus peitos feito o selvagem que, às vezes, é,
estou deitada em seus braços.
— Sim, Dom. Quanto mais entendo que te amo, mais quero fugir.
— Sobre isso sou. Sempre deixei claro. Você é que foi um enxerido,
metido! Não aceitou, me chamando de “minha”, feito um homem das
cavernas.
Dominic solta uma risada debochada e arqueia a sobrancelha daquele
jeito soberbo insuportável.
— Não ia não. — Minto. — Tanto que não fiz. A camisinha era para
outra pessoa.
Sua mão em minhas costas desce até segurar minha bunda com força.
Retalio com uma mordida no peito duro.
— Eu confio, mas é difícil não ter medo de tudo dar errado, de esta
confiança ser quebrada. No fundo, posso ter esperado algo assim delas.
Subconscientemente. Mas se parar de esperar de você e algo acontecer...
— Estela, vivemos um dia de cada vez. Sabe que sou honesto pra
caralho. Não podemos controlar o que sentimos, nem ter certeza que isso
perdurará. Mas o respeito e empatia, o nosso caráter, tem que se manter. Se
um dia não quisermos mais um ao outro, como lidaremos com isso, definirá
tudo. Prometo à você sempre dizer como me sinto e se fizer o mesmo,
estaremos bem.
Í
CAPÍTULO 35
Uma semana passou desde que minha mãe e avó foram com Norman.
Dominic tem sido minha âncora e sou completamente grata a ele por
ser um chato. Sério, estou gostando da sua mania de oprimir minha mente
todos os dias com o seu corpo. Para que só pense nele. E nele.
— Foi encontrar com Liam. — Digo, pois Dom enviou Liam para o
Brasil para fazer algo importante e agora foi buscá-lo no aeroporto.
— Pense, maninha, para que meu irmão iria buscar Liam? Foi uma
desculpa. Ou aliança, surpresinha romântica e nhê nhê nhê... Ou foi enfeitar
sua cabeça.
— O tempo que você perde enchendo o meu saco, já teria feito seu
próprio jardim, maninho. — Desdenho.
— Eu também, mocreia!
Minha amiga me abraça forte e tenho certeza que veio por conta da
situação com mamãe e vovó. Quando contei o que aconteceu um dia depois
pelo WhatsApp, Dakota disse que viria imediatamente, mas a fiz ver a razão,
pelo menos naquele momento. Sendo filha de quem é, é óbvio que faz o que
quer.
— Dean, você pode ficar com os meninos para eu falar com Dak um
momento?
— Ah, que bom, porque se sentisse por ficar com papai é porque não
o merece. Você sabe que ele é o melhor, não sabe? E que se o magoá-lo vou
fazer picadinho de você? Depois eu colo, mas vou atacá-la com um daqueles
seus golpes da coruja seca.
— Sabe que não sou boazinha, certo? Agora você me paga por não
ter contado sobre você e papai. Não contarei as novidades sobre Liam e eu!
— A safada se desvencilha de mim e corre para fora do quarto.
Vejo Dominic passando pela porta da sala e seu olhar voltando entre
a filha, os sobrinhos, eu e a TV.
Dakota não disse nada, mas pelo beijo e a troca de olhares cúmplice,
o pai conversou com ela antes que eu confessasse. É claro que a espertinha
já havia se dado conta por si mesma, mas saber que Dominic teve esta
atitude em prol de proteger o meu emocional, diz ainda mais sobre o
homem.
— Diz de uma vez, Dominic. Se fica puto com o que falo, é porque
não pode ouvir o que penso! — Reclamo, olhando-o com repreensão.
Observo-a, usando uma saia jeans curta, as pernas para cima, os pés
apoiados sobre o painel do carro. A camisa branca de botões aberta está toda
amarrotada e a regata verde quase expõe os seios, de tanto que se mexeu nas
duas horas que estive dirigindo para São Francisco.
— Uau!
— É um sinônimo de canal.
— Legal que você poderia ter dito apenas isso, mas quis mostrar sua
inteligência e me deixou toda curiosa como sabe tanto?
— Dirá para o seu irmão que sou o que seu? — A pergunta abrupta a
faz franzir a testa.
— Dom... eu...
— Como dizer sim se não ouvi uma pergunta? Olha, Dom, você pode
melhorar este pedido. — Cruza os braços, recuperando a compostura e
bandidagem. Uma mulher passa por nós e Estela a chama. — Ele pagará
cem dólares para a senhora gravar um vídeo rapidinho, aceita? — A mulher
acena com a cabeça e presta atenção nas instruções que Estela dá. Ela se
volta para mim e avisa: — Vamos lá, Dominic Donovan. Honre esta deusa a
quem servirá pelo resto dos seus dias senis, ajoelhe-se e faça um pedido
decente!
Avisto seu irmão, que reconheço pela foto que Liam me enviou, pois
sua aparência e de Estela são distintas. Ela estaca no lugar ao vê-lo e, tendo
conhecimento de que o acompanha nas redes sociais, sei que o reconheceu.
— Estou aqui, babe. Está tudo bem! Vou esperá-la em uma das
mesas.
— Eu gostaria de ter você ao meu lado, mas acho que preciso estar
sozinha, né? — Solta uma risadinha e provoca: — Nasci colada a ele, não à
você.
— Não nasceu colada a ele, mas está colada a mim agora, bandida.
— Dou um tapa na sua bunda, sorrindo ao vê-la fazer uma careta de
chihuahua e sair rebolando aquela bunda gostosa na saia curta.
— Papai está morto. Deixou uma carta para mim. — Ela suspira,
mostrando o papel amassado em suas mãos. — Sofreu com câncer nos
últimos meses, foi rápido e sem chance de lutar. Procurou-me, mas eu já
estava na Califórnia e não teve chances de me encontrar. Lucas diz que se
arrependeu e na carta me pede perdão, fala que sentiu saudades todos os dias
e escreveu um trecho de Vento no Litoral. — Para mim, suas emoções
aparecem, as lágrimas que logo capturo com beijos. — A vida é tão frágil,
Dom. Perdemos tanto nós três.
— Estou tão feliz por te conhecer, Estela. Lucas fala tanto de você!
— Manuela sorri honestamente, puxando minha mulher pelo braço e
levando-a, já envolvidas em uma conversa animada.
Minha filha, meus irmãos, Lorena, Liam, Paige, seu irmão e cunhada
estão sentados ao redor das pequenas mesas redondas.
— Star, você aceita casar com o tio Dom e ser nossa para sempre?
E eu também.
EPÍLOGO
Fiz este cordão para Dakota e eu, mas minha filha é irmã e melhor
amiga, segundo ela. Sorrio, vendo Dakota derreter de suas provocações e
pegá-la no colo. Elas são completamente distintas na aparência, apenas os
olhos verdes são idênticos aos do meu marido. E a atitude, pobre de mim!
— Ah, não! Poxa! — Zoe lamenta, mas pula do colo da irmã e sobe
na cama.
Ele sorri o sorriso mais terno e feliz do mundo e acena com a cabeça.
— Esta criatura é uma mini Estela. — Dakota ri. — Juro que não
posso com ela.
Dakota está esperando sua primeira filha. Ela se casou com Liam ano
passado, após morarem juntos por anos. Quando Liam foi ao Brasil para
investigar o meu irmão, foi atrás da minha amiga. Os dias em que ele atuou
como segurança de Ethan e Noah enquanto Dak estava no Brasil, fez o
homem tirar a cabeça da bunda e lutar por minha amiga.
Meus gritos são abafados pela sua boca. Dominic crava os dedos em
minha carne enquanto afundo as unhas em sua pele. Ele morde meu pescoço
e ombros, sugando a pele para marcar. Chupo sua garganta, rebolo em seu
colo e sussurro o quanto ele é gostoso. Dom puxa meus cabelos, controlando
minha cabeça para que olhe em seus olhos. Ondulo, subindo e descendo no
pau grosso e longo. Ele dá um tapa em minha coxa e morde minha garganta,
estocando forte, viril e bruto. Gozo, chamando o seu nome e ele mete até
estar enterrado até o fundo, gozando dentro de mim.
Quer dizer, em alguns dias não pôde mostrar daquela forma. Mas
nosso coração sempre estava em nosso meio, adormecida sobre o braço do
pai com uma mão jogada em meu peito, então, eu senti este amor todos os
dias.
— Amo vocês até Plutão, papai e mamãe, mesmo que ele não conte
mais.
Ela é filha de seu pai, eu não disse? E irmã da minha melhor amiga.
Beijando sua testa, sussurro:
— Amo vocês.
FIM.
AVALIE!
Se você chegou até aqui, não deixe de dar sua avaliação escrita. É
muito importante para o meu trabalho.
AGRADECIMENTOS
Amei cada segundo dos 30 dias que passei escrevendo este livro.
Fluiu tão facilmente e não esperava por isso após o trauma com meu último
lançamento. O pai da minha amiga veio para me salvar, voltar a minha
essência: comédia romântica. E serei eternamente grata a essa turma.
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Leonello Di Accorsi é um mafioso simples. Para ele
qualquer dificuldade termina na lâmina de sua faca ou na ponta de
sua arma. Até que Serena Fontana invade uma reunião dos
Subchefes de Chicago, atraindo a atenção do homem com sua
rebeldia e temperamento intempestivo.
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Uriah Vilela é o CEO frio com passado sombrio. Ele
chegou onde está por mérito próprio. Vindo de uma vida de
dificuldades e pobreza, conseguiu agarrar as chances que teve e
vencer. Embora, seu passado esconda dores que não podem ser
reparadas pelo dinheiro.
Beatrice Camargo é a órfã milionária, que precisa de um
marido para impedir que a empresa deixada pelo seu avô caia em
mãos erradas.