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Ser Bipolar

1º Capítulo

“A História dos meus Pais”

Primeiro que tudo, tenho de vos contar a minha história, como tudo começou antes de
descobrir que sofria da doença de transtorno Bipolar.

Bem, vamos lá percorrer uma aventura à minha vida antes de saber que a maldita
doença existia na minha vida. Tudo começou quando os meus pais se conheceram, tinham
ambos uma diferença de dezoito anos, a minha mãe Natércia tinha 20 anos e o meu pai João
38.

A menina de ouro dos papás estava de férias nas Termas da Piedade onde encontrou o
amor da sua vida João Taxa. Os dias eram maiores pois estávamos no verão, em agosto e
Natércia estava na biblioteca do hotel a ler um livro quando de repente se cruza com um belo
rapaz chamado João; foi logo ali que surgiram borboletas na barriga dela. A isto chama-se
amor à primeira vista pois não paravam de trocar olhares intensos cheios de ternura e atração.
Não acham? Eu acho que foi ali naquele momento que tudo surgiu; uma paixão intensa sem
explicação. ,

Foi então que Natércia jovem, bela morena de olhos castanhos, não parava de pensar naquele
momento, tal como João. O tempo foi passando e o rapaz decidiu conhecê-la. Aproximou-se e
perguntou:

- “Olá chamo-me João e tu menina como te chamas? Tudo bem contigo? “, ansioso pela
resposta, não parou de olhar aqueles olhos penetrantes.

Ela vira-se e responde:

- “Olá, eu sou a Natércia e estou bem. Gostava de te conhecer melhor será que posso?”.

João era um homem divorciado, e naquela altura era um escândalo um homem que já foi
casado ainda por cima mais velho namorar uma jovem inocente como ela, pensou duas vezes
antes de responder mas acabou por dizer:

- “Sim, com muito gosto menina Natércia”. Se bem que ela já era uma mulher para os seus 20
anos e seus pais eram muitos retrógrados a nível de pensamento, logo eram muito existentes
com quem tiraria a inocência da sua bela filhinha de ouro.

Aquilo parecia tudo uma grande ilusão mas a verdade é que se tornou uma história de
amor verdadeira. No entanto, mal ele sabia o que estava prestes a enfrentar. Foi ali que a
aventura que estou prestes a contar começa.

Com o passar do tempo foram-se conhecendo e gostando mais um do outro e decidiram sair
juntos à noite pela primeira vez. Foram à discoteca e a música puxa dança e a dança puxa
conversa, envergonhada agarrada a dançar não sabia onde havia de se meter e ficou vermelha
com a pergunta que João lhe fez:

- “Queres namorar comigo?”

Natércia atrevida mas a fazer-se de difícil respondeu:

-“Sim, talvez, não sei.”

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O ambiente entre os dois ficou como um vulcão prestes a entrar em erupção. Naquele
momento só se ouvia a música e parecia que o mundo tinha parado para João que ficou sem
saber o que fazer, e sem esperar mais um segundo, prega-lhe um beijo, mas ela vira a cara e
ele acerta-lhe no rosto.

Com o calor da noite e o ambiente romântico a sua volta, ela acabou por não resistir e
deram um beijo ternurento. Foi então, que a bela jovem tinha começado a saber o que era o
amor na realidade, mas nem tudo parecia ser bom, pois ela era de Lisboa e ele de Tomar. As
férias estavam a acabar e cada um ia para seu lado, Natércia não queria que aquilo acaba-se ali
por isso deu a sua morada para se escreverem.

…e agora querem saber mais sobre a história de bons e maus momentos?

Calma… que o suspense vai continuar até ao fim. Mas vamos embora embarcar numa viagem
ao mundo da altura de Salazar. Natércia e João decidiram namorar e continuar a ver-se, ele ia
de semana a semana ver a sua amada às escondidas dos pais dela, José e Maria Nazaré, sua
mãe. Eram momentos engraçados e únicos de beijos, abraços, conversa até que um dia iam
sendo apanhados pelos pais dela, mas tenho de vos contar esse momento engraçado.

Foi assim; estavam os dois aos beijos no quarto dela até que entra o pai de Natércia e
João só tem tempo de se esconder atrás do cortinado e ficar caladinho como um rato sem piar
nem mexer, pois se fossem apanhados Natércia ia levar um castigo e não se escapava de uma
estalada na cara. Foi então que depois João se despediu dela e saiu sorrateiramente pela
janela. Até parece Romeu e Julieta e o seu amor proibido, como dizem os antigos “O proibido é
o mais apetecido “.

Tudo naquele namoro era proibido pois ela estudava e era muito nova para um
homem daquela idade pensavam os pais dela, que época mais antiqua, não é? Mas era assim
as regras e os costumes da altura, homem divorciado era visto como uma aberração, era
considerado uma pessoa sem escrúpulos. Conclusão, era uma ditadura onde não havia
liberdade de expressão, os homens é que trabalhavam e as mulheres ficavam em casa a cuidar
dos filhos e da casa; embora o ensino fosse gratuito para todos, era uma benesse.

João e Natércia estavam decididos com garra começar a viver aquela aventura contra
tudo e todos. Ainda posso acrescentar uma cena que se passou em que a irmã de João lhe
pergunta:

- “Tens a certeza de que é isto que queres? Olha que ela é muito nova em relação a ti e
tu já foste muito infeliz na tua última relação.” Mas João com toda a certeza respondeu:

- “Sim tenho fé que este é o amor da minha vida.”

E assim foi começaram os dois a viver aquele amor incondicional sem pensarem no
caminho de pedra que iam percorrer.

Ele escrevia-lhe todos os dias e ela como gostava de escrever respondia com paixão,
mas um dia o pai dela descobriu que namoravam. Foi então que Natércia fugiu de casa pois
não aguentava mais levar pancada dos pais. Refugiou-se, em Carnaxide, com os tios, mas José,
Pai dela, não hesitou e foi tentar trazê-la de volta para casa.

Arrastou-a, puxando-a pelos seus cabelos mas a tia dela não deixou mais ele fazer-lhe mal e
meteu-se à frente antes que ele a magoasse mais. Não deixou de dizer à sua filha que não a
queria ver mais pois era uma desonra namorar com um homem como João. Quando o rapaz
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soube do que se tinha passado com sua amada veio a correr buscá-la a Lisboa, pois não queria
que ela sofresse mais. Foi muito duro ouvir aquelas palavras da boca de seu pai pois era ele o
mais querido da sua filha. Natércia, mesmo assim, não desistiu de João.

E foi nesse momento que João foi ameaçado de morte com uma pistola apontada à
cabeça na ponte que Salazar mandou contruir, a ponte 25 de Abril. O pai de Natércia, José não
teve escrúpulos ao fazer aquilo. Mas João não teve medo e enfrentou com as seguintes
palavras:

- “Vá, mata-me aqui e agora se tens coragem”.

Bem, José ficou furioso e saiu dali rápido com uma raiva enorme pois não esperava ser
enfrentado daquela maneira.

E foi assim que tudo começou entre João e Natércia mas esperem que vem aí mais
logo agora que está a ficar interessante…

Capítulo 2

“História dos meus pais, parte 2”

Continuação…

Um belo Dia João veio buscar a sua amada a Lisboa para ir viver em casa dos seus pais
onde também vivia a irmã de João, Maria Manuela. Ali, ela sabia que não se sentia presa e não
levava pancada, pelo contrário, sentia-se segura e acolhida por todos os familiares de João. Era
um ambiente de paz e sossego para viverem o seu amor, mas mal ela sabia que mais tarde os
seus pais se iriam meter na sua vida.

João, pediu-a em casamento e este foi marcado para 8 de agosto. Casados no registo, e depois
foram para um belo restaurante em Tomar. Mas o mais engraçado foi que o seu pai José
transportou o vestido de noiva para o carro do tio dela que viria ao casamento, mas como
estava numa caixa e não se via ele não reparou no que levava nas mãos.

No dia 8 de agosto, o pai de João, João também, chegou-se ao pé de Natércia vestida


de noiva, a chorar e vira -se para ela e diz:

- “Cuida bem do meu filho norinha!”.

Foi um momento lindo a união deste casal. Entretanto o tempo foi passando e arranjaram casa
para viver. A casa era pequena e acolhedora. E agora que os pais dela sabiam iam fazer tudo
por tudo para lutar pela infelicidade dos dois, começaram por saber informações da ex-mulher
de João, para quê pergunto eu? Tudo para saber se havia um filho na vida de João. Só para
infernizarem a vida de Natércia e a separarem dele, mas nada era o que pensavam dele. Era
tudo falso, só havia boas informações sobre João que era um rapaz às direitas, bem educado e
fiel.

Natércia ficou grávida com 24 anos, foi a alegria de toda a família de João saber que
vinha a caminho um bebé. Mas os pais de Natércia não gostaram muito de saber da gravidez,
principalmente a minha avó Maria Nazaré que era bruxa. Podem não acreditar no que estou a
escrever mas é verdade, a minha mãe foi de férias com os pais para a Nazaré e bebeu um chá
feito pela minha avó e ao ir ter com o meu pai; ele vira-se e diz de repente e diz:

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- “Não te sentes na cama que tem um pó esquisito em cima dos lençóis. Não te sentes por
favor!!!” gritou ele, mas já era tarde demais a minha mãe começou a perder sangue
abundantemente. “Que cenas esquisitas” devem achar vocês, e começou a ficar fraca. Era o
bebé a sair, mas eu fui mais teimosa e deixei-me ficar dentro dela.

O sangue era tanto que meu pai ligou para o médico e o doutor Sidónio decidiu que Natércia
havia de ter repouso até ao fim da gravidez e assim foi.

Morre a avó de Natércia, a mãe de Maria Nazaré que pediu perdão ao meu pai pelo
mal que fez para os separar, mas o mais espantoso é que ela estava muito mal já nem falava e
no momento da morte falou e calou-se para sempre. A minha mãe não podia ir ao funeral e a
minha avó materna levou como ofensa a falta de Natércia no funeral, mas ela tinha de
repousar para não perder o bebé.

É aqui que eu entro e que começa a minha história, uma menina a crescer dentro do ventre de
Natércia. Era a alegria de João saber que estava prestes a ser pai, babado contou à cidade
inteira que sua linda mulher estava de bebé. A sua irmã não parava de comprar coisas para o
bebé.

Foi no dia 3 de março de 1990 que começaram as contrações, era eu a querer ir para
os braços dos meus pais. A minha mãe estava a dormir e de repente sente vontade de fazer
força e vira-se para o meu pai e diz:

- “Amor, acho que é agora. Vai nascer a nossa filha leva-me para a maternidade.”

Com toda a calma o meu pai começou a arrumar as coisas para o bebé e a mala de Natércia e
pôs-se a caminho de Coimbra, para a maternidade Bissaya Barreto, demoraram uma hora a
chegar enquanto isso chovia imenso nesse dia e o Sporting jogava contra o Benfica. A minha tia
Maria Manuela saiu de casa e foi comprar roupas de bebé, flores entre outras coisas, tudo
para a sua sobrinha que já estava a dar sinal que queria nascer.

Chegada a hora a minha mãe entra na maternidade e pede comer ao meu pai e ele
deu-lhe erradamente pois antes do parto se comermos podemos ficar maldispostos e com
vontade de vomitar. Assim foi, rebentaram-lhe as águas e assim que se sentou na cadeira de
rodas a enfermeira parteira chamou a médica para a observar. Maldita a hora; pois entrou na
sala de partos, meteu a mão dentro da minha mãe e não a tirava, estava a impedir o bebé de
sair do ventre, sim eu mesmo. Já que meu pai quis assistir ao parto e sentir aquele furor todo,
não exitou e para não ver a sua amada a sofrer de dores chamou outro médico.

Foi por milagre que assim apareceu um médico excelente e expulsou a colega dali pois
estava só a piorar a situação e a pôr em perigo o bebé. Mandou a minha mãe fazer força e fez-
se luz; eu nasci às 15 horas certas do dia 3 de março de 1990. O médico vira-se para Natércia e
João e diz:

- “Que belas pestanas tens tu, rapariga!”.

Os meus pais emocionados agarraram-me ao colo e não me largaram mais, eu era um


grande bebé de 3,900 kg e 52 cm.

Entretanto, a caminho, vinham os meus avós paternos e a minha tia. Ao chegarem a


Coimbra tiveram uma paragem repentina pois os sinais de trânsito tinham mudado e o meu
avô foi parado pela polícia e pagou uma multa. Dizia ele que foi com grande satisfação pois ia
ver a sua neta, lembro-me de ele contar que disse ao polícia
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- “Ande lá, passe logo a multa que vou com pressa para ver a minha neta na
maternidade que nasceu agora à coisa de 5 minutos.”

Chegando à maternidade foram logo ao quarto onde eu estava com os meus papás, eu
era uma menina rechonchuda e morena de cabelo castanho-escuro e os olhos da minha mãe;
era a alegria daquela família, todos contentes, agarravam-me com cuidado como se fosse uma
boneca de porcelana, lembro-me da minha mãe dizer que a minha tia não saía de pé do berço
onde eu dormia de tanta alegria. Pareciam uns babados, o meu pai estrafegava-me de tal
maneira que os meus olhos pareciam que iam sair do buraco.

Era o ambiente perfeito para cuidar de uma criança, uma família que me amava
incondicionalmente e não punha objeção à união dos meus pais.

Bem, mas agora já chega de pormenores e vamos ao que interessa, eu era uma criança
já com um ano quando conheci a bruxa da minha avó Nazaré e do meu avô José pois não
quiseram saber de mim. O mais triste é que na aldeia da minha avó materna e do meu bisavô
Zé de Almeida, pai de Nazaré, conheceram-me primeiro que eles e comentavam com eles

-“Vocês não sabem a neta linda que têm” mas parecendo que não, esta conversa fez
os meus avos maternos ficarem a pensar naquilo e despertou curiosidade, principalmente ao
meu avô José.

E porque chamo bruxa à minha avó e continuo a dizê-lo?, pensam vocês que estão a
ler este termo. Podem não acreditar em bruxas mas como dizem os espanhóis “que las ai las
ai”. Isto tudo porque na época das aldeias havia pessoas que faziam bruxedos e curandeiras e
a mãe da minha avó era uma dessas pessoas e ensinou tudo sobre bruxaria à minha avó. Mas
continuando, maldita a hora que minha mãe decidiu dar-me a conhecer aos seus pais, na
altura foi tudo bonito eram uns babados por mim, queriam ver-me a toda a hora; mas por trás
daquilo tudo vinha um bruxedo realizado, ainda eu estava no ventre da minha mãe e vocês
perguntam-me porque que falas em bruxas e eu respondo:

- Só quem vive no convento é que sabe o que lá se passa.

Mas para aprofundar mais isto tenho de vos contar como tudo aconteceu.

Eu era criança, bem feliz, davam-me tudo o que precisava desde carinho a coisas
materiais mas o amor estava aonde? Nunca me esqueço de ouvir a minha avó Nazaré dizer
frases esquisitas do género “meia-noite é a hora das Ratas”, “O Diabo não se mete comigo”,
bem que estranhas eram sim, eram, mas nunca liguei muito. Com três anos lembro-me bem de
ir a casa de banho e ver o fantasma do meu trisavô a dizer-me:

- “Olá, eu sou o teu trisavô António e tem cuidado com a tua avó”, agi naturalmente
como se fosse um amigo imaginário e disse aos meus pais o que tinha acontecido mas eles
disseram-me que era tudo da minha cabeça. Mas seria??? Eu vi a foto desse meu Trisavô e era
ele.

Para mim aquilo foi tudo real pois eu tinha medo de andar na quinta dos meus avós maternos
à noite e de dia, porque via pessoas de branco como uma luz incandescente e agora vocês
perguntam; “Mas ela fala a verdade ??” sim falo, podia ser criança, mas sentia presenças boas
e más que até me dava um arrepio na espinha. Não, não estou a imaginar. Não me perguntem
porquê mas sempre tive esta habilidade de falar com pessoas que já morreram e de ver anjos

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a isto se chama criança médium. Se não sabem são pessoas com sensibilidade para sentir
presenças e falar com elas, mas mal eu sabia o que ainda vinha por aí.

Foram passando os anos e eu crescia e cada vez mais sentia que aquilo que via era real
pois o meu pai dizia que já tinha saído do corpo dele e tinha andado a passear no ar enquanto
estava a dormir, isto é, o sexto sentido apurado, um dos mais difíceis de ter e de explorar, mas
ele sabia o que dizia, adivinhava as coisas ante de acontecerem e ainda hoje adivinha. E ele
falava comigo sempre sobre as visões que tinha das pessoas de branco na quinta dos meus
avós. Nunca foi uma relação muito boa com os meus avós maternos, eu era obrigada a passar
o verão com eles embora o meu pai não concordasse muito.

Eu tinha tanta saúde que até era estranho nunca ficar doente. Lembro-me que a única vez que
fiquei doente foi com varicela tinha eu 7 anos. Ia ao cinema com os meus pais e amigos, o meu
avô João ia comigo ao circo e à feira, bem era tudo um mar de rosas mas os espinhos
começaram a aparecer. A minha mãe estudava na universidade de Coimbra e dormia lá, só
vinha aos fins de semanas e eu chorava com saudades dela e tinha o meu pai a fazer os doi
papeis de mãe e pai ao mesmo tempo. Ele era fantástico comigo não me faltava nada, era a
menina de ouro e por isso protegiam-me demais, de tal maneira que um dia a redoma partiu.

Eu visitava a minha mãe em Coimbra e dizia às colegas de quarto:

- “ Queres trocar a minha mãe pelas minhas bonecas? é que assim fico com a minha mãe e tu
com as bonecas”, que cena mais engraçada mas eu era uma criança inocente e não sabia como
era importante estudar pois ainda era pequena. Entretanto Natércia acabou o curso e
regressou a Tomar e lá estava eu e o meu pai à espera dela de braços abertos. Ao início ela foi
trabalhar para a escola Jácome Raton como professora de português. Esses foram os melhores
tempos da minha vida, eramos muito felizes embora algumas guerras com os pais dela mas
sempre a lutar contra a infelicidade que esses sentiam por nos ver felizes, como se diz quem
não se contenta com a felicidade dos outros é um infeliz pois não deixa os outros serem
felizes, isto dito pelo povo português. Mas porquê??? Porque eram pessoas frias que não
pensavam em mais nada a não ser em dinheiro, achavam que o dinheiro comprava a
felicidade.

O meu pai contou-me isto tinha eu 10 anos, lembro-me como se fosse hoje, ele disse:

- “Filha não desprezes quem te quer mal, tem-nos por perto mas não te afeiçoes muitos
porque a tua avó Nazaré mandou fazer bruxaria de morte para nós” e eu perguntei:

- “O quê???? Não acredito nisso pai só vendo”

E ele respondeu:

- “Filha, acredita que sim, eu cá sei através dos meus contactos de padres e também sei que a
tua avó lida com amigos da laia dela.” Eu respondi:

- “Mas pai como pode ser as bruxas não existem” e ele responde:

- “Existem sim, para quem sabe fazer bruxedo, e nunca duvides do pai porque a tua avó levou
terra de cemitério e enrolaram uma foto minha e da tua mãe em pele de cobra e enterram
num cemitério em Portimão”.

- “Mas pai como sabes isso tudo, estás-me a assustar com isso, como descobriste?” disse eu;
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- “Ouvi a conversa toda da tua avó Nazaré com os amigos dela do Algarve, em que ela pede
que acabem com a relação entre mim e a tua mãe e que eu e tu filha que estavas dentro da
tua mãe deveríamos morrer. Entendes agora filha?” disse João à sua filha.

Que histórias mais macabras devem pensar vocês ao lerem o que escrevo, mas é tudo real.

Vamos lá saltar um pouco mais esta história…

Capítulo 3

“A minha história de vida parte 1”

Eu tinha 10 anos, quando tive o meu primeiro trauma, o meu avô José gostava muito de me
ver nua e apalpava-me toda, uma vez tentou penetrar-me e eu gritei:

- “Socorro mãe, socorro pai” mas só ouve uma pessoa que me ouviu foi o meu papá; que veio
logo a correr ver o que se passava e deu comigo despida mas aflita e naquele momento vi o
meu pai quase cego de ódio e pensei que ia matar o meu avô, ali naquele momento. Mas só
houve uma pessoa que o impediu que foi a minha mãe. Mas passando à frente para o ano
2000 que foi um ano memorável para mim, os meus pais compraram uma casa em Fátima, a
terra de todos os Santos, segundo a história, foi onde Nossa Senhora de Fátima, Mãe de Jesus,
apareceu. Foi onde se deu o milagre do sol. E tenho uma pequena cena inexplicável para
contar ….

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