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Introdução à Teoria dos Grafos

Unidade 1. Elementos da Teoria dos Grafos.

Professores:
Marcelo Bruno Gomes Pedroza
Glauber Marcio Silveira Pereira
Erica Boizan Batista
TÓPICOS

Noções sobre grafos


Representação de grafos

Tipos de grafos
Árvores
Grafos Eulerianos

Grafos hamiltonianos
História da teoria dos grafos
No século XIII, um enigma agitou a pequena Königsberg, cidade da antiga Prússia
e atual Kaliningrado (Rússia). Ela era cortada pelo Rio Pregel, que dividia a cidade
e formava duas grandes ilhas que, juntas, formavam um complexo unido por sete
pontes. Seis delas interligavam duas ilhas às margens do Rio Pregel e uma fazia a
ligação entre as duas ilhas, conforme exposto na figura abaixo.

Figura 1. Mapa da cidade.

Fonte: Universo Racionalista. https://universoracionalista.org/wp-


content/uploads/2016/03/untitled-infographic_block_1.jpg. Acesso em: 18 abr. 2021.
História da teoria dos grafos

No problema, discutia-se a possibilidade de atravessar todas as pontes


uma única vez e retornar ao ponto de partida. Em 1736, Leonhard
Euler (ver foto abaixo) apresentou uma solução para o problema. Euler
propôs transformar as partes de terra da cidade em pontos e as pontes
que os unia em retas, criando assim, o primeiro grafo da história.

Figura 2. Leonhard Euler.

Fonte: Wikipedia
https://pt.wikipedia.org/wiki/Ficheiro:Leonhard_Euler.jpg
Acesso em 11 mai. 2021.
História da teoria dos grafos

Graças aos estudos de Euler os grafos são amplamente utilizados


hoje em dia em diversas áreas. Vemos nas figuras abaixo exemplos
de grafos, a esquerda um mapa de um metrô e a direita uma
molécula.
Figura 3. Exemplo de grafo.

Figura 4. Exemplo de grafo.

Fonte: https://pixabay.com/pt/vectors/cafeína-molécula-
estrutura-química-148821/
Acesso em: 18 mai. 2021.

Fonte: https://br.freepik.com/vetores-gratis/metro-ilustracao-do-mapa-do-
metro_13153632.htm. Acesso em: 18 mai. 2021.
História da teoria dos grafos

Nas próximas unidades apresentaremos alguns exemplos


de problemas solucionados usando teoria dos grafos,
incluindo o problema das sete pontes de Euler.

No entanto, para isso precisamos primeiro abordar as


principais definições e propriedades da teoria dos grafos.
Noções sobre grafos

Definição 1 (Grafo): Grafo é uma


estrutura matemática composta de
Figura 5. Exemplo de grafo.
vértices (ou nós) e arestas (ou
traços) representados por G(𝑉, 𝐴),
onde 𝑉 é o conjunto não vazio de
vértices e 𝐴 o conjunto de arestas
que são pares não ordenados de
𝑉.

Graficamente, um grafo pode ser


representado com pontos
correspondendo aos nós unidos
por traços associados às arestas.
Um exemplo com 𝑉 = { 𝑣1 , 𝑣2 , 𝑣3 } e Fonte: Autoria própria.

𝐴 = { 𝑒1 , 𝑒2 , 𝑒3 }, pode ser visto na


figura ao lado.
Noções sobre grafos
Definição 2 (Vértices adjacentes): Dados dois vértices de um grafo, dizemos
que eles são adjacentes (ou vizinhos) se existir uma aresta comum entre eles.

Na Figura abaixo, tem-se que 𝑣1 e 𝑣2 são exemplos de vértices adjacentes uma


vez que existe uma aresta, 𝑒2 , comum entre eles.

Figura 6. Exemplo de grafo.

Fonte: Autoria própria.


Noções sobre grafos
Figura 7. Exemplo de grafo.

Definição 3 (Arestas adjacentes):


Dadas duas arestas de um grafo,
dizemos que elas são adjacentes se
tiverem ao menos um vértice em
comum.

Na Figura abaixo, temos que as


arestas que 𝑒2 e 𝑒3 são exemplos de
arestas adjacentes, uma vez que
Fonte: Autoria própria.
elas tem o vértice que 𝑣2 em comum.
Noções sobre grafos
Definição 4 (Laços): Um laço é uma aresta que liga um vértice a ele mesmo.

Na Figura abaixo, temos que a aresta que 𝑒1 é um exemplo de laço.

Figura 8. Exemplo de grafo.

Fonte: Autoria própria.


Noções sobre grafos

Figura 9. Exemplo de grafo. Definição 5 (Vértices incidentes):


Dados dois vértices de um grafo,
dizemos que eles são incidentes em
uma aresta se eles são extremos
dela.

Na Figura ao lado, 𝑣2 e 𝑣3 são


vértices incidentes da aresta 𝑒3 (ou
𝑒4 ).

Fonte: Autoria própria.


Noções sobre grafos
Definição 6 (Arestas incidentes): Arestas incidentes são arestas que partem de
um vértice.

Na Figura abaixo, 𝑒2 , 𝑒3 e 𝑒4 são exemplos de arestas incidentes ao vértice 𝑣2 .

Figura 10. Exemplo de grafo.

Fonte: Autoria própria.


Noções sobre grafos

Figura 11. Exemplo de grafo.

Definição 7 (Arestas paralelas):


Quando dois vértices de um grafo
𝐺 têm mais de uma aresta
ligando-os, dizemos que essas
arestas são paralelas.

Na Figura ao lado, temos que 𝑒3 e


𝑒4 são exemplos de arestas
paralelas.
Fonte: Autoria própria.
Noções sobre grafos
Definição 8 (Grau de um vértice): O grau de um vértice é o número de arestas
que incidem nesse vértice.

Usaremos a notação 𝑔(𝑣) para indicar o grau do vértice 𝑣. Um laço conta duas
vezes para o grau de um vértice. Na Figura abaixo, temos que 𝑔(𝑣1 ) = 3,
𝑔(𝑣2 ) = 3, 𝑔(𝑣3 ) = 2, e 𝑔(𝑣4 ) = 0.

Figura 12. Exemplo de grafo.

Fonte: Autoria própria.


Noções sobre grafos

Figura 13. Exemplo de grafo.

Definição 9 (Vértices isolados):


Vértice isolado é todo vértice de
grau zero.

Na Figura ao lado, o vértice 𝑣4 é


um exemplo de vértice isolado.

Fonte: Autoria própria.


Noções sobre grafos
Definição 10 (Grau de um grafo): O grau de um grafo 𝐺(𝑉, 𝐴), é o máximo entre
os graus de seus vértices, ou seja, 𝑔 𝐺 = max 𝑔(𝑣1 , … , 𝑔(𝑣𝑘 )}.

Na Figura abaixo, o grau do grafo é 𝑔 𝐺 = max 𝑔(𝑣1 , 𝑔(𝑣2 ), 𝑔(𝑣3 ), 𝑔(𝑣4 )} =


max{ 3, 3, 2, 0 } = 3.

Figura 14. Exemplo de grafo.

Fonte: Autoria própria.


Noções sobre grafos
Definição 11 (Passeio entre vértices): Em um grafo, um passeio entre os
vértices 𝑣𝑖 e 𝑣𝑗 é uma sequência alternada de vértices e arestas iniciando em 𝑣𝑖 e
terminando em 𝑣𝑗 .
O passeio entre vértices não é único. Tanto arestas quanto vértices podem ou
não ser distintos. Se os vértices de origem e destino forem o mesmo, então o
passeio é chamado de passeio fechado. Na Figura abaixo, temos
{𝑣1 , 𝑒1 , 𝑣1 , 𝑒2 , 𝑣2 , 𝑒4 , 𝑣4 , 𝑒6 , 𝑣3 , 𝑒3 , 𝑣2 , 𝑒5 , 𝑣5 , 𝑒9 , 𝑣6 , 𝑒8 , 𝑣4 , 𝑒7 , 𝑣5 , 𝑒10 , 𝑣6 } é um exemplo
de passeio entre os vértices 𝑣1 e 𝑣6 .
Figura 15. Exemplo de grafo.

Fonte: Autoria própria.


Noções sobre grafos

Figura 16. Exemplo de grafo.


Definição 12 (Caminhos): Um
caminho é uma sequência em que
tanto as arestas quanto os vértices
são distintos.

Na Figura ao lado, temos


{𝑣1 , 𝑒2 , 𝑣2 , 𝑒3 , 𝑣3 , 𝑒6 , 𝑣4 , 𝑒7 , 𝑣5 , 𝑒9 , 𝑣6 } é
um exemplo de caminho entre os
vértices 𝑣1 e 𝑣6 .
Fonte: Autoria própria.
Noções sobre grafos
Definição 13 (Ciclos ou circuitos): Ciclo é um caminho em que o vértice de
origem e o de destino são o mesmo.

Na Figura abaixo, temos {𝑣1 , 𝑒2 , 𝑣2 , 𝑒3 , 𝑣3 , 𝑒6 , 𝑣4 , 𝑒7 , 𝑣5 , 𝑒9 , 𝑣6 , 𝑒11 , 𝑣1 } é um exemplo


de ciclo.

Figura 17. Exemplo de grafo.

Fonte: Autoria própria.


Representação de grafos

Seja 𝐺(𝑉, 𝐴) um grafo com 𝑛 vértices e 𝑚 arestas. Duas


representações clássicas são:

1- Matriz de adjacência;
2- Matriz de incidência.
Representação de grafos

Definição 14 (Matriz de adjacência): A matriz de adjacência é uma matriz


simétrica de ordem 𝑛, 𝐴 = 𝑎𝑖𝑗 que acumula o relacionamento entre os
𝑛×𝑛
vértices do grafo. Cada entrada 𝑎𝑖𝑗 é igual a:
𝑎𝑖𝑗
0, se 𝑣𝑖 não adjacente a 𝑣𝑗 ;
= 𝑝, quantidade de arestas incidentes tanto em 𝑣𝑖 quanto em 𝑣𝑗 (com 𝑖 ≠ 𝑗);
𝑞, e a quantidade de laços incidentes em 𝑣𝑖 = 𝑣𝑗 .
Representação de grafos

Segue a tabela que representa a relação entre os vértices do grafo da figura


abaixo e sua matriz de adjacência:

Figura 18. Exemplo de grafo, tabela e matriz.

𝑣1 𝑣2 𝑣3 𝑣4 𝑣5 𝑣6
𝑣1 1 1 0 0 0 1 1 1 0 0 0 1
𝑣2 1 0 1 1 1 0 1 0 1 1 1 0
𝑣3 0 1 0 1 0 0 0 1 0 1 0 0
0 1 1 0 1 1
𝑣4 0 1 1 0 1 1 0 1 0 1 0 2
𝑣5 0 1 0 1 0 2 1 0 0 1 2 0
𝑣6 1 0 0 1 2 0
Fonte: Autoria própria.
Representação de grafos

Definição 15 (Matriz de incidência): A matriz de incidência, 𝐵 = 𝑏𝑖𝑗 ,é


𝑛×𝑚
aquela, na qual as linhas estão associadas aos vértices e as colunas às
arestas. Cada entrada 𝑏𝑖𝑗 relaciona o vértice 𝑣𝑖 à aresta 𝑒𝑗 assumindo os
seguinte valores:
0; se 𝑒𝑗 não é incidente em 𝑣𝑖 ;
𝑏𝑖𝑗 =
1; se 𝑒𝑗 é ou não um laços; e 𝑣𝑖 é uma das suas extremidades.
Representação de grafos

Segue a tabela que representa a relação entre os vértices e as arestas do grafo


da figura abaixo:
Figura 19. Exemplo de grafo e tabela.

𝑒1 𝑒2 𝑒3 𝑒4 𝑒5 𝑒6 𝑒7 𝑒8 𝑒9 𝑒10 𝑒11
𝑣1 1 1 0 0 0 0 0 0 0 0 1
𝑣2 0 1 1 1 1 0 0 0 0 0 0
𝑣3 0 0 1 0 0 1 0 0 0 0 0
𝑣4 0 0 0 1 0 1 1 1 0 0 0
𝑣5 0 0 0 0 1 0 1 0 1 1 0
𝑣6 0 0 0 0 0 0 0 1 1 1 1

Fonte: Autoria própria.


Representação de grafos

Segue a tabela e a matriz de incidência do grafo da figura anterior:

Figura 20. Exemplo de tabela e matriz.

𝑒1 𝑒2 𝑒3 𝑒4 𝑒5 𝑒6 𝑒7 𝑒8 𝑒9 𝑒10 𝑒11
1 1 0 0 0 0 0 0 0 0 1
𝑣1 1 1 0 0 0 0 0 0 0 0 1
0 1 1 1 1 0 0 0 0 0 0
𝑣2 0 1 1 1 1 0 0 0 0 0 0 0 0 1 0 0 1 0 0 0 0 0
𝑣3 0 0 1 0 0 1 0 0 0 0 0 0 0 0 1 0 1 1 1 0 0 0
𝑣4 0 0 0 1 0 1 1 1 0 0 0 0 0 0 0 1 0 1 0 1 1 0
𝑣5 0 0 0 0 1 0 1 0 1 1 0 0 0 0 0 0 0 0 1 1 1 1
𝑣6 0 0 0 0 0 0 0 1 1 1 1

Fonte: Autoria própria.


Tipos de grafos
Definição 16 (Grafo trivial): É um grafo com um único vértice e não tem arestas.

Na Figura abaixo segue um grafo trivial:

Figura 21. Exemplo de grafo trivial.

Fonte: Autoria própria.


Tipos de grafos
Definição 17 (Grafo simples). Um grafo é dito simples se ele não possui laços e
nem arestas paralelas.

Na Figura abaixo segue um grafo simples:

Figura 22. Exemplo de grafo simples.

Fonte: Autoria própria.


Tipos de grafos
Definição 18 (Grafo completo): Um grafo é completo se ele for um grafo simples
onde todos os vértices conectam-se uns aos outros.

Na Figura abaixo segue um grafo completo:

Figura 23. Exemplo de grafo completo.

Fonte: Autoria própria.


Tipos de grafos
Definição 19 (Grafo regular): Um grafo é regular quando todos os seus vértices
possuem o mesmo grau.

Na Figura abaixo segue um grafo regular:

Figura 24. Exemplo de grafo regular.

Fonte: Autoria própria.


Tipos de grafos
Definição 20 (Subgrafo): Subgrafo é um grafo construído de tal forma que seus
vértices e suas arestas estão contidos em outro grafo.

Abaixo o grafo da Figura a direita é um subgrafo do grafo da Figura a esquerda:

Figura 25. Exemplo de grafo.


Figura 26. Exemplo de subgrafo.

Fonte: Autoria própria.


Fonte: Autoria própria.
Tipos de grafos
Definição 21 (Grafo bipartido): Um grafo é dito bipartido quando seu conjunto
de vértices 𝑉 puder ser particionado em dois subconjuntos 𝑉1 e 𝑉2 , tais que toda
aresta de 𝐺(𝑉, 𝐴) une um vértice de 𝑉1 a outro de 𝑉2 .
Na Figura abaixo segue um grafo bipartido:

Figura 27. Exemplo de grafo bipartido.

Fonte: Autoria própria.


Tipos de grafos
Definição 22 (Grafo conexo): Grafo conexo é um grafo onde existe um ou mais
caminhos que nos levam a qualquer vértice do grafo independente de qual seja o
vértice de partida.
Na Figura abaixo segue um grafo conexo:

Figura 28. Exemplo de grafo conexo.

Fonte: Autoria própria.


Tipos de grafos
Definição 23 (Grafo desconexo). É um grafo onde existe pelo menos um vértice
que não pode ser conectado a outro por um caminho.

Na Figura abaixo segue um grafo desconexo:

Figura 29. Exemplo de grafo desconexo.

Fonte: Autoria própria.


Tipos de grafos
Definição 24 (Grafo direcionado ou Dígrafo): Grafo direcionado é um grafo que
contém um direcionamento quanto ao sentido das arestas.

Grafos direcionados são usados para problemas com fluxo único. Por exemplo
avenidas com direção única para os veículos. Na Figura abaixo segue um grafo
direcionado:
Figura 30. Exemplo de grafo direcionado ou dígrafo.

Fonte: Autoria própria.


Tipos de grafos
Definição 25 (Grafo não direcionado): Grafo não direcionado é um grafo onde
não existe nenhuma orientação quanto ao sentido da aresta.

São grafos onde o fluxo em todas as arestas podem seguir nas duas direções.
Na Figura abaixo segue um grafo não direcionado:

Figura 31. Exemplo de grafo não direcionado.

Fonte: Autoria própria.


Tipos de grafos

Alguns autores definem também grafos mistos, com arestas não direcionadas
e direcionadas. Note que toda aresta não direcionada pode ser substituída por
duas arestas direcionadas nas duas direções possíveis. Segue nas figuras
abaixo um exemplo, tendo à esquerda um grafo misto e à direita um grafo
direcionado, que podem ser aplicado para o mesmo problema.

Figura 32. Exemplo de grafos mistos.

Fonte: Autoria própria.


Tipos de grafos
Definição 26 (Grafo rotulado): Um grafo é dito ser rotulado em vértices (ou
arestas) quando a cada vértice (ou aresta) estiver associado um rótulo.

Na Figura abaixo segue um grafo rotulado:


Figura 33. Exemplo de grafo rotulado.

Fonte: Autoria própria.


Tipos de grafos
Definição 27 (Grafo valorado): Um grafo é dito ser valorado quando existe uma
ou mais funções (peso) relacionando vértices e/ou arestas a um valor escalar.

Estes valores podem representar distância gasta de um vértice para outro.


Existem grafos não valorados, por exemplo uma casa e cada vértice um cômodo
da casa. Na Figura abaixo segue um grafo valorado:
Figura 34. Exemplo de grafo valorado.

Fonte: Autoria própria.


Tipos de grafos
Definição 28 (grau de entrada e a saída): Considere um grafo direcionado 𝐺,
definimos o grau de saída de um vértice 𝑣, denotado 𝑑− (𝑣), como o número de
arcos que têm origem em 𝑣 , e o grau de entrada, 𝑑+ 𝑣 , como o número de arcos
que têm seu destino em 𝑣.

Na Figura abaixo segue um grafo direcionado com 𝑑 − 𝑣1 = 3, 𝑑 − 𝑣2 = 0 ,


𝑑 − 𝑣3 = 2 , 𝑑− 𝑣4 = 0 , 𝑑 − 𝑣5 = 1 e 𝑑 + 𝑣1 = 0, 𝑑 + 𝑣2 = 2 , 𝑑+ 𝑣3 = 0 ,
𝑑 + 𝑣4 = 3, 𝑑+ 𝑣5 = 1.
Figura 35. Exemplo de grafo – grau de entrada e a saída.

Fonte: Autoria própria.


Árvores
Adição

Definição 29: Um grafo 𝐺(𝑉,𝐴) é denominado árvore se ele for conexo,


não contiver qualquer ciclo como subgrafo e a remoção de qualquer
uma de suas arestas o torna desconexo.

Seja 𝐺(𝑉,𝐴) uma árvore que possui 𝑛 vértices, então 𝐺(𝑉,𝐴) possui
(𝑛 − 1) arestas. Na Figura abaixo segue um exemplo de árvore com
7 vértices e 6 arestas.

Figura 36. Exemplo de grafo árvore.

Fonte: Autoria própria.


Árvores
Adição

Definição 30 (Árvore geradora): Árvore geradora é uma árvore que


interliga direta ou indiretamente todos os vértices do grafo.

Abaixo o grafo da Figura à direita é uma árvore geradora do grafo da


Figura à esquerda:

Figura 37. Exemplo de grafo árvore geradora.

Fonte: Autoria própria.


Árvores
Adição

Definição 31 (Árvore geradora mínima): Uma árvore gerada mínima


de um grafo com pesos nas arestas (grafo valorado) é qualquer árvore
geradora que tenha peso mínimo.

Abaixo o grafo da Figura à direita é uma árvore geradora mínima do


grafo da Figura à esquerda:

Figura 38. Exemplo de grafo árvore geradora mínima.

Fonte: Autoria própria.


Grafos eulerianos
Definição 32 (Ciclo euleriano): Chamamos de ciclo euleriano um ciclo em
𝐺(𝑉, 𝐴) que passe por todas as arestas desse grafo uma única vez.

Na Figura abaixo, temos que {𝑒1 , 𝑒2 , 𝑒3 , 𝑒4 , 𝑒5 , 𝑒6 , 𝑒7 , 𝑒8 , 𝑒9 , 𝑒10 } é um exemplo de


ciclo euleriano.

Figura 39. Exemplo de grafo ciclo euleriano.

Fonte: Autoria própria.


Grafos eulerianos
Definição 33 (Grafo euleriano): Grafo euleriano é um grafo que contém um
ciclo euleriano.
Lema 1: Se 𝐺(𝑉, 𝐴) é um grafo euleriano, então todo vértice de 𝐺(𝑉, 𝐴) possui
grau par.
Lema 2: Seja 𝐺(𝑉, 𝐴) um grafo conexo. Se o grau de cada vértice é pelo
menos dois, então 𝐺(𝑉, 𝐴) contém um ciclo.

Lema 3: Seja 𝐺(𝑉, 𝐴) um grafo conexo. Se todo vértice de 𝐺(𝑉, 𝐴) possui grau
par, então 𝐺(𝑉, 𝐴) é euleriano.

Para as demonstrações das propriedades, pode ser visto em Vulcani (2015).


Grafos eulerianos

Teorema 1 (Teorema de Euler): Um grafo conexo 𝐺(𝑉,𝐴) é euleriano se, e


somente se, o grau de todos os vértices de 𝐺(𝑉,𝐴) é par.

Corolário: Um grafo conexo 𝐺(𝑉,𝐴) possui caminho euleriano se, e


somente se, 𝐺(𝑉,𝐴) tem exatamente zero ou dois vértices de grau ímpar.

Teorema 2 (Teorema de Euler para grafo direcionado): Um grafo


direcionado conexo 𝐺(𝑉,𝐴) é euleriano se, e somente se, todos seus vértices
têm valores de grau de entrada e saída iguais, ou seja, se para todo vértice
𝑣 de 𝐺(𝑉,𝐴) vale que 𝑑+ 𝑣 = 𝑑 − (𝑣).
Grafos hamiltonianos
Definição 34 (Grafo hamiltoniano): Grafo hamiltoniano é um grafo que contém
um ciclo que passa por todos os seus vértices, sendo que cada vértice só
aparece uma única vez no ciclo.
A Figura abaixo é um exemplo de um grafo hamiltoniano:

Figura 40. Exemplo de grafo hamiltoniano.

Fonte: Autoria própria.


Grafos hamiltonianos
Definição 35 (Ciclo hamiltoniano). Chamamos de ciclo hamiltoniano um ciclo
em 𝐺(𝑉,𝐴) que contenha todos os seus vértices, sendo que cada vértice só
aparece uma vez no ciclo, com exceção do vértice de início.
Na Figura abaixo, temos que {𝑣1 , 𝑒1 , 𝑣2 , 𝑒3 , 𝑣5 , 𝑒5 , 𝑣3 , 𝑒6 , 𝑣4 , 𝑒7 , 𝑣1 } é um exemplo de
ciclo hamiltoniano.

Figura 41. Exemplo de grafo ciclo hamiltoniano.

Fonte: Autoria própria.


Elementos da teoria dos grafos

Resumo da apresentação
Nesta apresentação abordamos a definição
de grafo, seus diversos tipos e algumas das
principais propriedades de teoria dos grafos.
CRÉDITOS

Autores
Marcelo Bruno Gomes Pedroza
Graduado em Matemática
Especialista em Matemática e Física
Mestre em Matemática

Glauber Marcio Silveria Pereira


Graduado em Matemática
Mestre em Bioestatística
Doutor em Estatística

Erica Boizan Batista


Graduada em Matemática Autor
Mestre em Matemática
Doutora em Matemática
REFERÊNCIAS
BOAVENTURA, E. de O.; URIBE, E. B. O. Estudo sobre grafos e algumas aplicações. Colloquium Exactarum, v. 08, n. Especial, p. 26–33, jul–dez
2016.

BOAVENTURA NETTO, P. O. Grafos: Teoria, Modelos, Algoritmos. 3. ed. Rio de Janeiro: Edgard Blücher, 2003.

CARVALHO, D. A. de; MALDONADO, M. O problema do carteiro chinês: Modelagem e métodos de solução. Procedding Series of the Brazilian
Society of Computational and Applied Mathematics, v. 6, n. 2, p. 010162–1–010162–2, 2018.

FEOFILOFF, P.; KOHAYAKAWA, Y.; WAKABAYASHI, Y. Uma Introdução Sucinta à Teoria dos Grafos. 1. ed. São Paulo: USP/SBM, 2011.

PEDROSA, M. B. G. Uma introdução à Teoria de Grafos Utilizando Problemas do Cotidiano (dissertação PROFMAT) – Universidade Federal do
Cariri – UFCA, Juazeiro do Norte, Ceará, 2020.

PEREIRA, G. M. R.; CÂMARA, M. A. da. Algumas aplicações da teoria dos grafos. FAMAT em Revista Controle & Automação, v. 11, p. 67–80, Oct
2008.

OLIVEIRA, G. F.; O problema do carteiro chinês (trabalho de conclusão de curso) – Universidade de São Paulo – USP, São Paulo, São Paulo, 2020.

SILVA, A. A.; Uma abordagem heurística para o problema do carteiro chinês capacitado na coleta de lixo urbano (dissertação) – Universidade
Federal de Pernambuco – UFPE, Recife, Pernambuco, 2020.

VULCANI, R. de L. M. Grafos Eulerianos e Aplicações. Dissertação (Ph.D. dissertation) — Universidade Estadual de Campinas, Instituto de
Matemática, Estatística e Computação Científica, Campinas, São Paulo, 2015.

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Glauber Márcio Silveira Pereira e Erica Boizan Batista está licenciado com uma Licença Creative Commons Atribuição-
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