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e mistérios
Os deuses africanos são muito populares no Brasil. Alguns são mais conhecidos e já fazem parte do vocabulário
cotidiano do brasileiro. Mas tem alguns que só quem é filho-de-santo já ouviu falar.
Esses deuses são cultuados por adeptos das religiões afro-brasileiras, entre elas o candomblé, que surgiu na Bahia
no século XIX a partir das tradições religiosas africanas trazidas por negros escravizados, em especial os de origem
iorubá, grupo étnico-linguístico da África Ocidental. Essas divindades iorubás (ou nagôs) são os orixás, como
Oxalá, Iemanjá, Ogum e Exu. No candomblé, há mais de 200 deles.
Olorum significa literalmente Dono do Céu (Orum). É também chamado de Olodumare, embora nas religiões
afro-brasileiras o Deus Supremo seja mais conhecido por Olorum. Como grande pai, ele é o criador dos orixás e
responsável pela divisão entre o mundo sobrenatural, Orum, e o mundo dos homens, Aiê.
2. Oxalá
Oxalá, o Grande Orixá, é um deus muito importante no panteão iorubá, pois ele
é o criador da humanidade. É também chamado de Obatalá, que significa Rei
do Pano Branco. Além da cor branca, representa a pureza e o princípio de tudo.
3. Ossaim
4. Ogum
Ogum é o orixá da guerra, das lutas, geralmente representado com uma espada na mão. É o deus da metalurgia,
por ter recebido do grande pai Olodumare a incumbência de governar o ferro e todas as coisas que se pode fazer a
partir dele. Por isso, os filhos de Ogum são ligados ao ferro. No Brasil, Ogum é associado a São Jorge.
5. Oxóssi
Oxóssi é o orixá da caça. Por isso, quem é filho de Oxóssi está ligado ao mato, à floresta. De um modo geral, esse
orixá está ligado à provisão de alimentos e à fartura.
6. Exu
Oxumarê é o orixá do arco-íris. Segundo a mitologia iorubá, é o criado encarregado de transportar água da Terra
para o palácio de Xangô, que fica no céu.
8. Xangô
Xangô foi uma pessoa de carne e osso. Quarto rei de Oió, império fundado no século XV na África Ocidental, onde
hoje é a Nigéria e Benin, foi divinizado depois de sua morte. É o orixá do trovão, exercendo domínio sobre as
chuvas, e também orixá da justiça, já que enquanto rei era o magistrado responsável pela aplicação das leis no
mundo dos homens.
Xangô é conhecido por ser um orixá que tem muitas esposas, entre as quais Iansã e Oxum. O seu dia é quarta-feira,
dia da justiça.
9. Oxum
Oxum é o orixá dos rios e das fontes. É a deusa do rio Oxum, que fica no sudoeste da Nigéria, na África. Assim
como Iemanjá é a deusa dos mares, Oxum é a deusa de todas as águas doces. Uma das esposas de Xangô, é a
divindade da beleza e do amor.
10. Iansã
Também chamada de Oiá, é a orixá dos ventos, das tempestades e dos raios. É a responsável por guiar os mortos
em sua viagem a Orum, o dos deuses. Por isso, Iansã é a orixá responsável pela cerimônia fúnebre do axexê, na qual
se fazem oferendas festivas à pessoa que acabou de falecer.
Originalmente, Iansã é a deusa do principal rio da África Ocidental, o Níger, que nasce na Guiné e chega ao oceano
cruzando o território da Nigéria.
11. Iemanjá
12. Obá
Obá é a divindade do rio que leva seu nome, principal afluente do rio Oxum, na Nigéria. É uma das esposas de
Xangô. Representa o amor e a fidelidade conjugal.
13. Aganju
Orixá do fogo e dos vulcões, e por isso muitas vezes confundido com Xangô. Segundo a mitologia, Aganju é um
guerreiro muito velho e, tal como a lava dos vulcões, vive no fundo da terra, de onde sai de vez em quando.
14. Ibejis
Os Ibejis são os orixás gêmeos, protetores das crianças. Seu símbolo é o tambor. Por habitarem os caminhos,
atribui-se a eles o poder de proteger os andarilhos.
15. Obaluaê
Obaluaê ou Omulu é o orixá das pestes e de todas as doenças contagiosas. Segundo o sociólogo Reginaldo Prandi,
especialista em religiões afro-brasileiras, a devoção iorubá ao deus Obaluaê é resultado da mistura de diferentes
crenças de outros povos, como o fom e o nupe, que também tinham os seus deuses das doenças.
17. Euá
Euá é a orixá das fontes. É a mãe dos gêmeos Ibejis. Certo dia, Euá levou
seus filhos para buscar lenha no meio do bosque e não conseguia encontrar
o caminho de volta. Implorou ao Deus Supremo Olorum que os ajudasse e
não permitisse que seus filhos morressem de sede. Então Olorum
transformou as mãos e braços de Euá numa fonte d'água, que aos poucos deu origem a um rio. Com isso, os gêmeos
puderam matar a sede e conseguiram voltar à aldeia, onde contaram a história da mãe-fonte.
18. Oraniã
Oraniã, filho de Odudua, é o orixá das profundezas da Terra, também chamado de Senhor da Terra Firme.
19. Olocum
Na África, Olocum é a divindade iorubá das águas salgadas, a rainha do mar, posto que no Brasil foi ocupado por
sua filha, Iemanjá. Lembremos que na África Iemanjá é uma divindade associada ao rio Ogum.
No mito iorubá, Olocum deu uma garrafa contendo uma poção mágica a sua filha, dizendo-lhe para quebrá-la numa
situação de perigo. Foi o que Iemanjá fez quando o rei de Ifé e seu marido, Olofun, ordenou que a capturassem por
ela ter fugido, devido ao cansaço da vida na cidade. A poção mágica fez nascer um rio, que a conduziu novamente
ao mar de sua mãe, Olocum.
20. Odudua
21. Erinlé
Erinlé faz parte do grupo dos Odés, que são os orixás caçadores. Odé,
em iorubá, significa "caçador". Ou seja, Erinlé é um dos tantos
orixás da caça cultuados na África que, nas cidades brasileiras dos
séculos XIX e XX, ou foram esquecidos ou agrupados em torno de um
único orixá., como Oxóssi, que cuida dos alimentos. Ele é pai de
Logum Edé.
22. Oxaguiã
Oxaguiã, rei de Ejibô, é um deus da criação, ao lado de Odudua e Oxalá. Oxaguiã é o criador da cultura material,
começando pelo pilão, instrumento importantíssimo no preparo de alimentos, como o inhame. É também
identificado com Oxalá jovem em muitos terreiros pelo Brasil.
23. Oxalufã
Se Oxaguiã é identificado com Oxalá jovem, Oxalufã aparece para muitos pais e filhos-de-santo no Brasil como o
Oxalá velho. Por isso, geralmente é representado como um idoso curvado, que anda com dificuldade. Tal como
Oxalá, sua cor é o branco e uma de suas maiores virtudes é a sabedoria.
24. Orunmilá
25. Onilé
Onilé significa literalmente Senhora da Terra ou mesmo Mãe Terra. Também conhecida como Aiê, Onilé é a deusa
que não só representa mas governa o nosso planeta. Embora não seja tão conhecida, essa deusa é muito importante,
já que dela depende a própria vida na Terra. Em tempos marcados pelos graves problemas ambientais, o culto a
Onilé torna-se ainda mais importante.
Ocô é o orixá da agricultura. Seu símbolo é o cajado de madeira, com o qual ele aparece em todas as
representações. Duas de suas principais características são a disciplina e a determinação.
27. Oquê
Oquê é o orixá da montanha. Nos terreiros de candomblé, é conhecido como o orixá da firmeza, da duração e da
força, guardião de todos os outros orixás.
28. Ajalá
Ajalá é um importante orixá da criação. Sua função é a fabricação dos ori, que é a cabeça ou a individualidade que
compõe o espírito de cada um dos seres humanos.
O culto a Ajalá tem a ver com a crença iorubá na multiplicidade das almas. Em vez de uma alma única e
indivisível, tal como creem os judeus e os cristãos, os seres humanos seriam constituídos por várias almas, dentre as
quais o ori, identificado com a cabeça. Segundo o sociólogo Reginaldo Prandi, nosso destino e nossas realizações
individuais constituem o ori, que morre junto com o nosso corpo.
29. Nanã
Nanã Burucu é a orixá é a orixá do fundo dos lagos. É a divindade mais antiga de todo o panteão, tendo
acompanhado Odudua durante a criação da Terra. Se Oxum é a dona das águas doces, Nanã é a mãe, ou seja, aquela
que as criou.
30. Otim
É a orixá do rio Otin, que passa pelo estado de Osun, na Nigéria. É mais um caso de um espírito da natureza, ligado
a um determinado lugar (no caso de Otim, a um rio) que com o passar dos anos se tornou uma divindade. No Brasil,
é cultuada como orixá da caça, filha de Erinlé.
Olorum então permitiu que os orixás voltassem à Terra de vez em quando, impondo-lhes a condição de que isso
fosse feito através dos corpos de seus devotos.
Para entender como ada orixá recebeu a sua parte da natureza, é preciso lembrar o mito de Onilé, um dos mais
belos e importantes da mitologia iorubá.
O Deus Supremo, Olorum-Olodumare, preparou uma reunião para distribuir as riquezas do mundo entre todos os
orixás. Assim, todos eles deveriam comparecer com suas melhores roupas e ornamentos. E todos compareceram
ricamente vestidos, cada um exibindo uma qualidade especial.
Diante da dificuldade da decisão, Olorum resolve acatar as escolhas que cada orixá já havia feito. Assim, Iansã,
vestida com o vento e enfeitada com os raios, tornou-se governadora das tempestades. Iemanjá, vestida com a
espuma do mar, tornou-se a Rainha do Mar. E foi dessa forma que cada orixá recebeu a sua parte.
Onilé, no entanto, não havia aparecido na reunião. É filha de Olorum, portanto estava no palácio de seu pai. Mas por
ser extremamente tímida, escondeu-se numa cova que ela mesma abriu no chão. Por estar vestida de terra, recebeu
de seu pai o governo do planeta, que é a casa de toda a humanidade.