Você está na página 1de 3

Estevão: Perseguição,

coroa de glória do cristão


"Mas alegrai-vos no fato de serdes participantes das aflições de Cristo, para
que também na revelação da sua glória vos regozijeis e alegreis", I Pedro 4:
13.
Texto: atos 6: 8-15
INTRODUÇÃO
Embora tenhamos dedicado a maior parte dos nossos estudos nos cultos de
doutrina à análise de biografias de personagens do Antigo Testamento,
reservamos as duas últimas lições para estudar a vida de dois grandes homens
da história da Igreja: Estêvão e Paulo.
Hoje abordaremos a vida de Estêvão, diácono, pregador e mártir do
Cristianismo. Aprendemos inúmeras lições com o estudo da vida desse
homem.
Devemos iniciar a lição, perguntando: a que se deve o crescimento e o
dinamismo da igreja nos primeiros séculos? Como explicar seu avanço, mesmo
em meio às perseguições que tentavam impedir, a todo custo, sua marcha?
Será que era uma igreja que dispunha de recursos que desconhecemos hoje?
O segredo do crescimento da igreja primitiva estava no vigor espiritual dos
homens de Deus, mesmo nas dificuldades. Houve intensa perseguição aos
cristãos nos primeiros séculos, mas esse tratamento cruel teve um papel
fundamental na expansão do Cristianismo. Em toda sua história, a igreja
sempre triunfou em meio às lutas e contratempos. O que se vê nas páginas da
história da igreja é que, quanto maior a perseguição, maior o avanço.
I – UM CRISTÃO PREPARADO
Não fossem as condições espirituais de Estêvão, ele jamais suportaria as
afrontas de seus algozes. Devemos dar graças a Deus porque Ele conhece a
fragilidade humana, SI 103: 14, e, por isso, dá meios ao cristão para enfrentar
as perseguições. Não pense você que ser crente consiste apenas em possuir
uma carteira de membro de igreja. Ser cristão é estar preparado para os
momentos mais difíceis desta vida.
Por que Estêvão venceu a perseguição?
a) Era cheio Espírito Santo, 6: 3. Sua boa reputação perante a comunidade era
resultado das qualidades que possuía. O Espírito Santo capacitou e encorajou
Estêvão para enfrentar até mesmo a morte. Veja o que Deus pode fazer em
nossas vidas, tomando como exemplo o apóstolo Pedro. Compare o homem
tímido que negou a Jesus, Mt 26: 69-75, com o ousado e corajoso Pedro, cheio
do Espírito, que enfrentou autoridades, At 4: 20;
b) Era cheio de sabedoria, 6: 3, 10. Estêvão era um homem sábio na exposição
da Palavra. Não se trata de uma sabedoria humana, mas da sabedoria que
vem de Deus para ensinar as verdades do Evangelho. Deus concede sabe-
doria, mas usa o conhecimento da Palavra que se adquire pelo estudo e pelo
esforço pessoal. Na hora da pregação ou de precisar defender a fé, essa
sabedoria é a arma de que o cristão dispõe;
c) Era cheio de graça e poder, 6: 8. Por ser um homem de fé, sinais e
maravilhas aconteciam através de sua vida. Quando todos se levantaram
contra ele com pedras e ameaças, manteve-se firme. Mas por quê? Porque a
vitória que vence a perseguição é a fé, I Jo 5: 4 e Ap 2: 10.
II – O CRISTÃO E SUA COROA
Afirmar que a perseguição e o sofrimento por causa do evangelho são motivo
de alegria e de glória para o cristão (veja I Pedro 4: 13-16) parece ser uma
mensagem que não encoraja a ninguém. Mas é isso que vemos na vida de
Estêvão e de todos os homens que entregaram suas vidas por amor a Jesus.
Fizeram isso com alegria, apesar da dor. Há uma coroa de glória para aquele
que perseverar até o fim, Mt 24: 13. Estêvão recebeu o seu prêmio, At 7: 56.
a) Estêvão confessa a Jesus, At 7: 54. Mesmo diante de uma atitude de revolta
e agressão, Estêvão teve forças para dizer: "Senhor, lhes imputes este
pecado", v. 60. Ele estava confessando Jesus diante dos homens, Mt 10: 32 e
Mc 8: 38;
b) Jesus recebe-o diante do Pai, At 7: 56. Ao partir para a eternidade, Estêvão
exclama: "Eis que vejo os céus abertos e o Filho do homem, em pé à destra de
Deus". Jesus dá as boas-vindas ao primeiro mártir da história do Cristianismo,
que morria por amor a Ele.
III – CHAMADO À PERSEGUIÇÃO
Depois da morte de Estêvão, desencadeou-se uma grande perseguição contra
a igreja. Quem seria o próximo a morrer por amor a Jesus? Naqueles dias,
homens e mulheres eram presos e açoitados, e muitos foram mortos, At 8: 2;
22: 19, 20; 26: 10, 11. Era o início de uma perseguição que atravessaria os
séculos e chegaria até nossos dias. Deus usou a perseguição daqueles dias
para dar impulso à obra missionária, 8: 4. A igreja precisa conhecer, pelo
menos, três grandes verdades a respeito da perseguição:
a) Designados para a perseguição, I Ts 3: 3. tribulação, perseguição e aflição
são fatos que fazem parte da vida cristã. Deus não nos chamou para uma vida
de mar de rosas, mas para sofrermos o restante das aflições de Cristo, Cl 1:
24.
b) Os bem-aventurados. Em Mateus 5: 1-12 encontramos a lista dos bem-
aventurados. No verso 10, Jesus promete o Reino dos céus àqueles que forem
perseguidos por causa da justiça, Mt 6: 33. Nessa palavra está implícita a glória
do cristão que é a sua coroa, Tg 1: 12, Ap 2: 10, 3: 11 eIITm4: 8;
c) O preço de uma vida piedosa, II Tm 3: 12. Quanto mais o cristão procura
santificar-se, pregar a Palavra, orar, jejuar, contribuir com a obra Senhor,
parece que as lutas mais aumentam. Uma vida piedosa e consagrada a Deus
tem como preço as perseguições, problemas e dissabores.
 
CONCLUSÃO
Em seu ministério, John Wesley enfrentou várias dificuldades, oposições,
perseguições, e somente anos depois, ao retornar, é que podia então declarar
que a vitória foi alcançada. Quando retornou À Irlanda, havia frutificação; o
número de membros multiplicava, em muitos lugares eram construídas capelas
espaçosas e cômodas em todos os sentidos, graças à liberalidade do povo
cristão.
Embora Wesley  muito se regozijasse com esta prosperidade, compreendia 
que a existência desta prosperidade havia levado muitos a ficarem
acomodados. Então ele declarou: "não há agora, nenhuma oposição da parte
dos ricos nem dos pobres. Em consequência disso, não há muito zelo, pois o
povo vive satisfeito com  sua comodidade. Quando se levanta a perseguição,
quantos buscam mais a Deus! Quando tudo está em paz, quantos se esfriam e
perdem o primeiro amor! Alguns perecem na tempestade, porém, a maioria
esfria na calmaria. Senhor, salva-nos, senão pereceremos!"
Ainda hoje está comprovado que a igreja, quando enfrenta intensas
perseguições, cresce mais. Deus usa essas situações para burilar nossa vida
cristã, e para em alguns momentos nos despertar mais a busca-lo.

Você também pode gostar