Introdução: Prof. Hugo de Paula

Introdução
Sintaxe e semântica
Paradigmas de Programação
Introdução
Prof. Hugo de Paula
P ONTIFÍCIA U NIVERSIDADE C ATÓLICA DE M INAS G ERAIS

Departamento de Ciência da Computação
Prof. Hugo de Paula Linguagens de Programação

Introdução
Sumário
1 Introdução
Linguagens de Programação
Nível de abstração
Critérios de avaliação
2 Sintaxe e semântica
Definições
Sintaxe
Semântica
3 Paradigmas de Programação
Gerações de Linguagens de Programação
Paradigma
Linguagens assertivas e declarativas
Introdução Linguagens de Programação
Sintaxe e semântica Nível de abstração
Paradigmas de Programação Critérios de avaliação
Linguagens de programação
“É qualquer notação para a descrição de algoritmos e estruturas de dados”

(Pratt, 1975. Programming Languages: Design and Implementation).
“Uma linguagem que tem por objetivo expressar programas de computador e

é capaz de expressar qualquer programa de computador”
(MacLennan, 2016. Principles of Programming Languages: Design, Evaluation, and Implementation).

Abstração
A abstração permite a distinção entre categorias e indivíduos, ou classes e

instâncias.
Por exemplo: Um carro, do nível mais abstrato para o mais concreto:
um veículo automotor (pode ser moto, caminhão, caro, etc...)
um carro propriamente dito
um carro de passeio ou uma SUV
um Koenigsegg CC
um Koenigsegg CC 2003
um Koenigsegg CC 2003 do Geraldo
um Koenigsegg CC 2003 do Geraldo no momento em que foi comprado

Abstração
Nível de abstração da linguagem
Alto nível Linguagem
de abstração Natural
Desenvolvedor
Linguagem
de Programação
Linguagem
Assembly
Baixo nível Linguagem

de abstração de Máquina

Domínios de programação
Aplicações científicas
Grande quantidade de operações de ponto-flutuante. Uso de arranjos (vetores
e matrizes). Exemplo de linguagem: Fortran.
Aplicações de negócios
Produz relatórios, usa números decimais e caracteres. Exemplo de linguagem:
COBOL.
Inteligência artificial
Manipulação simbólica. uso de listas. Exemplos de linguagem: Prolog, LISP.
Programação de sistemas
Foco em eficiência. Exemplo de linguagem: C.
Sistemas para a Web
Coleção de linguagens para marcação (ex. HTML), script (ex. JavaScript),
programação geral (ex. Java).
Critérios de avaliação de linguagens
Readability (legibilidade): facilidade com que uma linguagem pode ser lida e
compreendida. Dimensões: simplicidade, ortogonalidade, tipos de dados,
sintaxe.
Writability : facilidade com que uma linguagem pode ser usada para criar
programas. Dimensões: simplicidade, ortogonalidade, suporte a abstração e
expressividade.
Confiabilidade: conformidade com as especificações. Dimensões: checagem
de tipos, tratamento de erros, naturalidade, aliasing.
Custo: custo total. Dimensões: treinamento (curva de aprendizado),
produtividade, tempo de compilação e de execução, custo de compiladores,
custo de confiabilidade, manutenção.

Requisitos de linguagens de programação
Toda linguagem de programação deve ser universal: se um dado problema

possui solução algorítmica, então a LP deve prover uma implementação que
resolva este problema.
Toda linguagem de programação deve ser natural: Está relacionado com a
legibilidade. Dado um domínio de aplicação, as estruturas semânticas da
linguagem devem prover as operações básicas deste domínio.
Toda linguagem deve poder ser implementável em um computador;
Toda linguagem deve possuir uma implementação eficiente.

Introdução Definições
Sintaxe e semântica Sintaxe
Paradigmas de Programação Semântica
Sintaxe (forma)
define a forma ou a estrutura como cada um dos elementos da linguagem de
programação é escrito. Os principais elementos de uma LP são expressões,
instruções ou unidades de computação.
Semântica (significado)
define o significado de cada elemento da linguagem de programação. Qual a
ideia ou abstração ele representa.
Sintaxe + Semântica = Definição de uma linguagem de programação.

Exemplo de sintaxe e semântica
Semântica: fim de instrução

Sintaxe:
Em C/C++: “;” (ponto e vírgula)
Em Haskell: “\n” (fim de linha – notação posicional)
Semântica: bloco de comandos

Sintaxe:
Em C/C++: “{ }” (chaves)
Em Pascal: “begin end”
Em Haskell: indentação (notação posicional)

Descrevendo uma sintaxe

Sentença
é uma string de caracteres sobre algum alfabeto.
Linguagem
um conjunto de sentenças.
Lexema
é a unidade sintática de mais baixo nível de uma linguagem. Por exemplo: if,
while.
Token
É uma categoria de lexema. Por exemplo: identificador, operador.
Gramáticas
Descrevem a estrutura de uma linguagem de programação. As principais
formas são:
Gramática livre de contexto
Bakus-Naur Form (BNF)
Exemplo de gramática
<program> -> <stmts>
<stmts> -> <stmt> | <stmt> ; <stmts>
<stmt> -> <var> = <expr>
<var> -> a | b | c | d
<expr> -> <term> + <term> | <term> - <term>
<term> -> <var> | const
a
a
SEBESTA (2019). Conceitos de Linguagens de Programação.
Prof. Hugo de Paula
11ed
Semântica estática
Semântica estática
não está relacionada com o significado. As gramáticas livres de contexto não
conseguem descrevem toda a sintaxe de uma linguagem de programação.
Exemplo: Tipo dos operandos em uma expressão.
Construtores não-livre de contexto: por exemplo, variáveis precisam ser

declaradas antes do uso.
Gramáticas de atributos: adicionam informações semânticas às gramáticas
livres de contexto.
Especificam a semântica estática.
Permitem a checagem semântica (compiladores).

Gramáticas de atributos
Exemplo de gramática de atributos

<assign> -> <var> = <expr>
<expr> -> <var> + <var> | <var>
<var> A | B | C
actual_type: synthesized for <var> and <expr>

expected_type: inherited for <expr>
a
a
SEBESTA (2019). Conceitos de Linguagens de Programação. 11ed

Exemplo de gramática de atributos (cont)
Syntax rule: <expr> -> <var>[1] + <var>[2]
Semantic rules:
<expr>.actual_type <- <var>[1].actual_type
Predicate:
<var>[1].actual_type == <var>[2].actual_type
<expr>.expected_type == <expr>.actual_type
Syntax rule: <var> -> id

Semantic rule:
<var>.actual_type <- lookup (<var>.string)
a
a

Exemplo de gramática de atributos (cont)

<expr>.expected_type <- inherited from parent
<var>[1].actual_type <- lookup (A)

<var>[2].actual_type <- lookup (B)
<var>[1].actual_type =? <var>[2].actual_type
<expr>.actual_type <- <var>[1].actual_type

<expr>.actual_type =? <expr>.expected_type
a
a

Semântica
Programadores precisam saber o que as instruções significam.

Compiladores precisam saber o que os construtos das linguagens fazem.
Prova de correção deveria ser possível.
Geração de compiladores deveria ser possível.
Projetistas de linguagens devem detectar ambiguidades e inconsistências.

Semântica
Semântica operacional: descreve o significado das execuções de

instruções em uma máquina (mudanças de estado). Para alto nível de
abstração, uma máquina virtual é necessária.
Usada para criar manuais de linguagens de programação.
Semântica denotacional: notação formal e matemática do estado de
entidades da linguagem. Cada instrução mapeia instâncias dessas entidades
em objetos matemáticos.
Podem provar a correção de um programa.
Semântica axiomática: baseada na lógica de predicados.
Difícil de ser definida e utilizada por compiladores e implementadores de
linguagens.

Introdução
Paradigma
Segundo MacLennan (1999) a história das linguagens de programação se

dividem em 5 gerações.
1a geração: linguagens orientadas à máquina.
2a geração: linguagens que minimizam o uso de desvios e sequenciadores
(GOTO).
3a geração: linguagens voltadas a aplicação (ex. C, C++, Java).
4a geração: linguagens voltadas à abstração de dados (ex. BD, web, GUI).
5a geração: linguagens funcionais, lógicas e declarativas em geral.

Introdução
Paradigma
Paradigma de Programação
Paradigma denota um modelo baseado em um conceito prévio.

Paradigma de programação é um modelo, padrão ou estilo de programação
suportado por determinado grupo de linguagens.
Cada paradigma irá se basear em um modelo prévio de como problemas são
resolvidos em outros domínios do conhecimento humano, tais como
matemática, física, etc.
podem ser agrupados em dois grandes grupos: linguagens assertivas e
declarativas.

Introdução
Paradigma
Linguagens assertivas
Baseadas no conceito de comandos que afetam variáveis.

São linguagens de aplicação geral.
O programador fica encarregado de traçar, no algoritmo, os comandos que
devem ser executados (como o problema será resolvido).
Principais modelos de programação:
Programação Imperativa
Programação Orientada para Objetos
Programação Orientada a Eventos
Programação Orientada a Aspectos

Introdução
Paradigma
Linguagens declarativas
Baseadas no conceito de declaração.

Declarações permitem dizer o que deve ser feito, e não como deve ser feito.
Ideais para se construir cadeias de conhecimentos e relações (muito
utilizadas nas áreas de inteligência artificial).
Exemplo comercial: SQL (Structured Query Language), para manipulação de
bancos de dados.
Principais modelos de programação:
Programação Lógica
Programação Funcional
Programação Relacional

Introdução
Paradigma
Paradigma imperativo
Definição:
Programas centrados no conceito de um estado (“variáveis”) e ações
(“comandos”) que manipulam o estado.
Primeiro paradigma a surgir e ainda é o dominante.
Baseado no Modelo de von Neumann.
Vantagens:
Eficiência (arquiteturas atuais são uma evolução do modelo von Neumann).
Modelagem “natural” de aplicações do mundo real.
Paradigma mais do que estabelecido.
Desvantagens:
Implementações demasiadamente operacionais (definem “como fazer” e não “o
que fazer”)

Introdução
Paradigma
Paradigma orientado para objetos
Definição:
Programas estruturados em módulos (classes) que agrupam um estado
(atributos) e operações (métodos) sobre este estado.
Classes podem ser estendidas, via herança, e usadas como tipos (cujos
elementos são objetos).
Ênfase em reutilização de código
Uso mais comum junto com o paradigma imperativo. Embora existam
linguagens funcionais com orientação para objetos, como CLOS (Common
LISP Object System).

Introdução
Paradigma
Programação orientada a eventos
É mais uma extensão à programação imperativa pura, ou à programação

orientada para objetos.
Migração da interação usuário-computador de síncrona para assíncrona (o
programa não mais deve interromper sua execução para receber entradas do
usuário).
Sistema operacional avisa que um evento acabou de ocorrer.
O programa deverá então responder a este evento.

Introdução
Paradigma
Programação orientada a aspectos
Permite separar e organizar o código de acordo com a sua importância para

a aplicação (separation of concerns).
Complementa a programação orientação para objetos permitindo ao
desenvolvedor modificar dinamicamente o modelo para criar um sistema que
pode atender a novos requisitos que são transversais ao sistema.
Maior desvantagem é a depuração.

Introdução
Paradigma
Paradigma funcional
Programa é uma função (ou um grupo de funções), composta de funções
mais simples.
Uso de funções e expressões na forma como elas são definidas na
matemática: implementa um mapeamento de entradas em saídas, sem
produzir efeito colateral.
Linguagens de programação funcionais tratam funções como valores de
primeira classe.
Vantagens:
Maior facilidade para se implementar prova de propriedades
Possibilidade de se explorar concorrência de forma natural.
Desvantagem:
As implementações em geral são ineficientes.
Introdução
Paradigma
Programação lógica
Programa implementa uma relação ao invés de um mapeamento.

Relações podem ser unárias, binárias, ternárias etc.
Como relações são mais gerais que mapeamentos, a programação em lógica
é, potencialmente, de nível mais alto que a programação imperativa ou
funcional.
Restringe sua implementação a cláusulas de Horn, baseadas na relação
SE-ENTÃO.
A computação de um programa baseado no paradigma lógico é realizada,
testando-se uma dada consulta.
As vantagens e desvantagens são as mesmas do paradigma funcional.

Introdução
Paradigma
Linguagens multiparadigma
Tendência é combinar paradigmas.

Por exemplo, praticamente todas as LPs orientadas para objetos possuem
avaliação tardia e funções lambda, típicos da programação funcional.
Ex.: C#, Java 8, CLOS, etc.

Chapter 2 Evolution of the Major Programming Languages 2Evolution of the Major Programming Languages 59
FLOW-MATIC
ALGOL 58
LISP
ALGOL 60 APL COBOL
CPL
SIMULA I SNOBOL
BASIC PL/I
LW
SIMULA 67
ALGOL 68
BCPL
B
Pascal C
Scheme
MODULA-2
awk ML
Smalltalk 80
ICON
Ada 83 Miranda
Prof. Hugo de Paula

Introdução
C++ COMMON LISP

Perl
Oberon QuickBASIC Haskell

ANSI C (C89)
Eiffel Visual BASIC
Python
Paradigma
Lua PHP Java

Ruby
Histórico das linguagens de programação
Ada 95
Javascript
C99
Python 2.0
C#
Visual Basic.NET
Ruby 1.8 Java 5.0

Ada 2005
Java 6.0 C# 2.0 Python 3.0
C# 3.0
Ruby 1.9
C# 4.0
Java 7.0
C# 5.0
Java 8.0
gh-level programming languages

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Semântica: fim de instrução

Semântica: bloco de comandos

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Descrevendo uma sintaxe

Construtores não-livre de contexto: por exemplo, variáveis precisam ser

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Exemplo de gramática de atributos

actual_type: synthesized for <var> and <expr>

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Syntax rule: <var> -> id

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Exemplo de gramática de atributos (cont)

<var>[1].actual_type <- lookup (A)

<expr>.actual_type <- <var>[1].actual_type

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Programadores precisam saber o que as instruções significam.

Prof. Hugo de Paula Linguagens de Programação

Semântica operacional: descreve o significado das execuções de

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Gerações de Linguagens de Programação

Segundo MacLennan (1999) a história das linguagens de programação se

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Paradigma denota um modelo baseado em um conceito prévio.

Prof. Hugo de Paula Linguagens de Programação

Baseadas no conceito de comandos que afetam variáveis.

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Baseadas no conceito de declaração.

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Prof. Hugo de Paula Linguagens de Programação

Paradigma orientado para objetos

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Programação orientada a eventos

É mais uma extensão à programação imperativa pura, ou à programação

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Programação orientada a aspectos

Permite separar e organizar o código de acordo com a sua importância para

Prof. Hugo de Paula Linguagens de Programação

Programa implementa uma relação ao invés de um mapeamento.

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Tendência é combinar paradigmas.

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C++ COMMON LISP

Oberon QuickBASIC Haskell