Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
Capa
Página Título
Direitos Autorais
Dramatis Personae
Epígrafo
Capítulo 1
Capítulo 2
Capítulo 3
Sobre o Ebook
Sobre o Autor
Dramatis Personae
Lando sabia que as suas chances de chegar até a grande mesa eram
extremamente pequenas. Havia muitos jogadores que se aglomeraram para
o torneio, e muitos deles eram tão bons ou melhores do que ele.
Mas pela primeira vez, a Senhora Sorte parecia estar solidamente ao seu
lado. Frequentemente, os melhores jogadores atraíam vagas onde estavam
competindo em outras mesas e, na maioria das vezes, acabavam eliminando
uns aos outros. Nas ocasiões em que enfrentava alguém cujas habilidades
eram superiores às suas, as cartas invariavelmente corriam a favor de
Lando.
Em um torneio normal, esse tipo de sorte não lhe daria mais do que um
alívio temporário. A longo prazo, os caprichos da sorte se equilibrariam e o
melhor jogador acabaria eventualmente triunfando. Mas Jydor havia
configurado os jogos de repescagem para serem de eliminação simples, o
que significava que Lando só tinha que aguentar os seus iguais e melhores
até um único jogo entre eles.
À medida que a tarde se transformava em entardecer e depois em noite,
ele lentamente, mas com firmeza, fez o seu caminho da beira do salão de
baile em direção à mesa elevada. Quando os jogos foram marcados para a
noite, estava a mais da metade do caminho para o seu objetivo. Exausto,
mas com uma profunda satisfação que não sentia há muito tempo, observou
enquanto os guarda-costas formavam a sua cortina protetora em torno de
Jydor e da Tchine e todos eles marchavam do salão de baile e desapareciam
nos turboelevadores particulares.
Não tinha visto Bink ou Tavia desde aquela reunião, mas teve um
vislumbre de Zerba quando os jogadores saíram e começaram a se dispersar
para os seus próprios quartos. Aparentemente, o Balosar também
sobreviveu ao combate da noite.
Era um bom sinal, decidiu enquanto se acomodava cansado na cama em
seu próprio quarto modesto. Só podia esperar que Bink e Tavia estivessem
fazendo progressos semelhantes.
— Você viu para onde ele o levou? — Bink perguntou, segurando o seu
comunicador com força.
— Direto para um dos turboelevadores particulares de Jydor, — Zerba
respondeu, com a voz tensa. — E os guardas lá obviamente conheciam o
cara.
— Eles provavelmente jogam cartas juntos depois do expediente, —
Bink disse, olhando para o corpo deitado na cama. Ela sabia que essa farsa
não poderia durar. Mas ela não esperava que desmoronasse tão rápido. —
Mas você ainda está livre?
— Livre e claro, até onde posso dizer.
— Então deve ter sido algo que ele disse que foi ouvido, — ela concluiu,
tentando lembrar as palavras exatas de Lando. Ele disse o nome de Lady
Vanq, ela se lembrou. Isso poderia ter sido o suficiente, especialmente se
aquele guarda em particular soubesse que a velha Devaroniana tinha sido
assassinada.
Mesmo que eles não soubessem dos detalhes, Jydor certamente sabia.
Lando estava metido nisso até o pescoço.
A menos que Bink pudesse fabricar outra interpretação para o comentário
dele...
— Certo, — ela disse, cruzando até o cofre de Lady Vanq. — Eu vou
lidar com isso. Fique quieto e finja que não sabe de nada. Isso significa
voltar ao jogo se e quando ele começar novamente.
— Eu sei o que isso significa, — Zerba rosnou. — Espero que você saiba
o que está fazendo.
— Eu também, — Bink disse. — Deixe-me saber se algo interessante
acontecer.
— O que nós vamos fazer? — Tavia perguntou firmemente.
— Você vai continuar na atualização de programação, — Bink
respondeu, lançando-se ao trabalho abrindo o cofre. — Onde você está
agora?
— Eu tenho a atualização em si, — Tavia respondeu. — Mas ainda não
consegui rastrea-la. Há algo engraçado em uma seção da codificação
também.
— Que tipo de engraçado?
— O tipo confuso, — Tavia respondeu. — Lê como texto criptografado.
Estou tentando limpá-lo para ver se é algo com o qual devemos nos
preocupar.
— Mas você poderia cancelar a atualização e deixar os droides verem o
que aconteceu aqui?
— A hora que você quiser, — Tavia confirmou. — No entanto, eu
gostaria de descriptografar esse texto primeiro.
— Vá em frente e faça uma tentativa, — Bink disse. — Mas se ficarmos
sem tempo, teremos que sobrepor a atualização e esperar que o texto não
seja um problema.
A fechadura do cofre se abriu. Puxando a porta com uma mão, ela digitou
o comunicador de Lando com a outra.
— Agora ou nunca.
Darim Chumu era um humano de meia-idade com a aparência de um
vendedor ambulante nato. Desde sua linguagem corporal casual enquanto
ele se sentava confortavelmente em uma das cadeiras na sala de entrada da
cobertura, até as profundas linhas de sorriso em seu rosto, estava claro que
ele era um homem que havia fechado inúmeros negócios ao longo dos anos.
Mas aquele rosto não estava sorrindo agora. E a postura lânguida
carregava a mesma tensão subjacente de um jogador tentando ler a mão de
um oponente.
— Peço desculpas pela aspereza do meu convite, — ele disse depois que
as apresentações um tanto tensas foram feitas e Lando estava sentado na
frente dele. — Mas você mencionou Lady Vanq, e esse nome não deve ser
falado casualmente no Cassino Carta Alta.
— Vou tomar nota, — Lando disse, esforçando-se para igualar o tom de
seu anfitrião. — Há mais alguma coisa?
Os olhos de Chumu se estreitaram microscopicamente.
— Eu não acho que você entendeu completamente, Mestre Calrissian, —
ele apontou. — Lady Vanq enganou Mestre Jydor tirando-o de um grande
negócio com dinheiro alguns meses atrás. Amigos dela não são bem-vindos
aqui.
— Eu dificilmente sou um amigo, — Lando protestou suavemente. Então
Chumu estava sondando para ver o quão perto Lando e a Devaroniana
assassinada tinham sido. — Sou mais um conhecido de negócios.
— Eu não sabia que ela fazia negócios com apostadores, — Chumu
apontou. — Você possui um cassino ou um poço de jogo?
— Na verdade, foi em relação a uma das minhas outras profissões, —
Lando respondeu. — É bastante confidencial, receio.
Os olhos de Chumu se estreitaram um pouco mais.
— Receio que devo insistir em uma resposta.
— Eu não sei se eu posso... — Lando interrompeu quando o seu
comunicador bipou.
— Vá em frente e atenda isso, — Chumu solicitou.
— Eles vão ligar de volta, — Lando contrapôs, deixando o comunicador
onde estava. As probabilidades eram de que era Zerba ligando para
conversar e trapaças, golpes e assassinatos eram os últimos tópicos de
conversa que ele queria falar agora.
— Atenda, — Chumu demandou, seu tom deixando claro que era uma
ordem. — Ou Rovi vai.
Com uma careta, Lando puxou o comunicador. Ao fazer isso, Rovi
estendeu a mão por cima do ombro e fechou uma mão enorme em torno da
de Lando.
— Em foco amplo, por favor, — Chumu acrescentou.
Não havia nada a fazer senão obedecer. Mentalmente cruzando os seus
dedos, Lando clicou ligando. — Lando.
— É Michelle, — a voz de Bink veio. — Ouça, você sabe onde Lady
Vanq está? Tentei todos os números de comunicador que tenho, mas não
consigo falar com ela.
— Eu não tenho nenhum número que você não tem, — Lando respondeu,
tentando esconder seu alívio. Bink ligando, e usando um pseudônimo,
significava que ela estava a par do problema. Provavelmente Zerba tinha
visto o arrebatamento e a alertado.
Claro, ele não tinha ideia de onde ela estava indo com isso. Mas o que
quer que fosse, provavelmente venceria qualquer coisa que ele pudesse
inventar na hora. — Isso é importante?
— Claro que é importante, — Bink respondeu rigidamente. — Ela ainda
me deve o último pagamento daquela cópia da Tchine.
E com isso, Lando estava de repente atualizado. — Ela não pagou ainda?
— ele perguntou, fingindo surpresa.
— E ela está atrasada na inicial para o Caffreni flutterine, — Bink
reclamou. — Você me disse que ela poderia ser confiável para pagar a
tempo.
— Essa é a reputação dela, — Lando concordou. — Vou ver se consigo
falar com ela.
— Você faz isso, — Bink disse. — Quando você fizer isso, diga a ela que
a argola Jam’arn também está pronta. Essa eu não estou tão preocupada, foi
muito mais fácil do que os outros. Não diga isso a ela, é claro.
— Eu não vou, — Lando prometeu. — Eu ligarei para você.
Ele desligou. — Suponho que não há sentido em ser reservado agora, —
ele disse a Chumu. — Também atuo como intermediário em pequenos
trabalhos de arte.
— Você quer dizer falsificações? — Chumu rosnou.
— Não são falsificações, — Lando rebateu. — Falsificação implica
intenção de enganar, e não existe essa intenção aqui. Os colecionadores têm
todo o direito de mandar fabricar iscas para despistar ladrões em potencial.
— Talvez, — Chumu disse. Sua expressão ainda estava sob controle,
Lando notou, mas seu rosto parecia alguns tons mais branco do que antes.
Não era para menos. Ele claramente estava nisso com Jydor, e agora
estava enfrentando a horrível possibilidade de que eles pudessem ter
cometido assassinato por nada mais valioso do que uma falsificação de alta
qualidade.
— Confie em mim, — Lando disse. — Sempre verifico as questões
legais antes de aceitar um trabalho desse tipo.
— Vou acreditar na sua palavra, — Chumu disse. — Interessante você
aparecer aqui. Mestre Jydor estava pensando há alguns dias se deveríamos
fazer algo semelhante para algumas das peças de sua própria coleção. Mas
ele nunca se convenceu de que alguém pudesse fazer cópias boas o
suficiente para enganar um ladrão experiente.
— Michelle pode, — Lando reafirmou. — Eu intermediei alguns desses
negócios, e eu nunca vi ninguém melhor do que ela.
— Eu gostaria de conhecê-la, — Chumu disse. — Você acha que ela
estaria disposta a aparecer?
— Tenho certeza de que poderia arranjar alguma coisa, — Lando
considerou. — Agora, porém, tenho um jogo para o qual preciso voltar.
— Claro, — Chumu disse. — Apenas ligue e marque uma reunião, sim?
Então Rovi irá levá-lo de volta para baixo.
Lando suspirou.
— Tudo bem, — ele disse, puxando o seu comunicador novamente.
— E peça a ela para trazer amostras de seu trabalho, — Chumu
acrescentou. — Eu gostaria de vê-los.
Chumu ficou impressionado com Bink. Ele ficou ainda mais impressionado
com o Caffreni e Jam'arn que ela trouxe.
— Isso são realmente falsificações? — ele perguntou, olhando
atentamente para cada um deles.
— São cópias, — Bink corrigiu. — Falsificação implica intenção de
enganar. Uma cópia destina-se apenas a qualquer finalidade legal para a
qual o proprietário deseja colocá-la.
— Você soa como seu amigo Calrissian.
— Ele é um colega, não um amigo, — Bink corrigiu novamente.
— Meu erro.
Casualmente, Bink olhou ao redor. Chumu a trouxe mais fundo na
cobertura do que Lando tinha estado, direto para a sala de conversação
principal. Presumivelmente porque havia mais privacidade aqui, junto com
cadeiras mais confortáveis.
A vista era certamente melhor. Diretamente atrás de Chumu estava a
porta maciça, mas artisticamente decorada, para a sala de exibição de arte
de Jydor.
— Vamos direto ao ponto, — ela disse. — O que você quer que seja
copiado?
— Não tão rápido, — Chumu advertiu. — Ainda não estou convencido
de que suas cópias podem resistir a uma varredura de sensor. Quão perto a
correspondência de uma dessas é para a coisa real?
Bink reprimiu um sorriso.
— Essas passarão em qualquer teste que um ladrão normal poderia fazer
com elas, — ela respondeu. — Você precisaria de um conjunto de sensores
especial para dizer a diferença.
— Quão especial?
— Especial o suficiente para que eu duvide que haja alguém no setor,
exceto eu, que saiba como montar um.
— Interessante, — Chumu murmurou. — Eu gostaria de ver um.
Bink inclinou a cabeça.
— Por que?
O lábio de Chumu torceu. — Havia alguns rumores circulando na época
em que o Mestre Jydor comprou a sua estatueta Tchine, — ele respondeu
com a mistura certa de relutância e constrangimento. — Insinuações de que
a estatueta poderia ser uma falsificação. Naturalmente, fizemos a
verificação e ficou resolvido. — Ele colocou os outros dois objetos de arte
na mesa central baixa da sala de conversação. — Mas na época não
tínhamos ideia de que era necessário um sensor especial.
— Espere, — Bink disse, franzindo a testa. — Você está dizendo que o
grande prêmio em exibição no andar de baixo pode ser falso?
— Acho que a probabilidade disso é extremamente pequena, — Chumu
assegurou-lhe apressadamente. — Mas se houver uma chance de que seja,
precisamos saber sobre isso antes que o torneio termine.
— Ah, com certeza, — Bink concordou, olhando pensativa para o
espaço. — Eu certamente posso montar um sensor e dar uma olhada.
Infelizmente, não posso fazer isso até amanhã.
— Não pode ser essa noite?
— Há alguns componentes especiais que preciso obter.
— Bink sorriu levemente. —Componentes que não posso simplesmente
carregar comigo, por várias razões legais. Você também pode precisar de
tempo para coletar o dinheiro necessário.
— Que dinheiro?
— Meu dinheiro, — Bink respondeu. — A taxa para o teste será de dez
mil.
Chumu nem pestanejou.
— Isso será satisfatório, — ele disse. Levantando-se, ele tirou um cartão
de dados. — Aqui estão minhas informações de contato, — ele disse,
entregando-o a ela. — Ligue-me quando estiver pronto.
— Eu irei. — Guardando o cartão de dados, Bink retornou os dois
objetos de arte para a sua bolsa. — Vejo você amanhã. Tenha minha taxa
pronta.
Até onde Lando podia dizer, Phramp era o único jogador na mesa fazendo
qualquer trapaça séria, e ele ainda estava trapaceando com Mensant.
Ou pelo menos ele era o único até Zerba começar.
Lando tinha visto muitas trapaças ao longo de seus anos nas mesas de
jogo. Ele viu isso bem e mal feito, habilmente e com tanta incompetência
que se perguntou como o perpetrador evitou ser atingido na hora.
Mas Zerba era um artista.
Seus olhos nunca traíram seus movimentos. Suas mãos nunca se
atrapalharam ou se contraíram. Suas palavras, que Lando suspeitava terem
sido cuidadosamente projetadas para dar aos outros jogadores a ilusão de
que eles sabiam tudo o que precisavam sobre ele, nunca vacilaram.
E lentamente, a escalada constante de Mensant em direção à vitória
começou a vacilar.
Zerba não jogou as mãos para si mesmo ou para Lando, é claro. Isso teria
sido óbvio demais, para não mencionar perigoso. Em vez disso, ele jogou
seus negócios para os outros jogadores ao redor da mesa, nunca caindo em
um padrão, tirando metodicamente a liderança de Mensant.
Naturalmente, o próprio Mensant não parecia incomodado. Ele era um
apostador profissional, bem acostumado com os altos e baixos da sorte.
Muito mais interessante foi a reação de Phramp.
Ela veio gradualmente, tão gradualmente quanto a própria reversão da
sorte. Mas Lando podia ver a mudança dele de confusão para suspeita, e
depois para certeza quando percebeu que outra pessoa na mesa estava
jogando o seu jogo de volta para ele.
Só que ele não era tão bom em detectar trapaceiros quanto era em ser um.
Lando assistiu com uma diversão sombria enquanto os olhos de Phramp
corriam de um lado para o outro ao redor da mesa, tentando marcar o seu
oponente desconhecido. Mas, até onde Lando podia dizer, ele nunca reduziu
isso o suficiente.
Claro, a tarefa foi dificultada pelo fato de que Zerba não estava operando
sozinho. Lando não ousou arriscar qualquer trapaça real, não com essa
multidão, certamente não com os droides câmera pairando no teto
mostrando a ação mão a mão para os espectadores espalhados pelo salão de
baile. Mas isso não significava que ele não pudesse criteriosamente dar uma
mão sempre que isso ajudasse um dos rivais de Mensant.
E à medida que o jogo avançava pelas horas da madrugada até as
primeiras horas da manhã, ele se perguntou o que Jydor iria dizer quando
Phramp o advertisse de que alguém estava bagunçando com o plano dele. O
que ele diria, e o que ele faria.
— Não, — Zerba disse com firmeza, seus olhos se estreitaram, seu cabelo
novamente fazendo aquela coisa ondulada que Lando tinha notado uma vez
antes. — Eu não acredito nisso.
— Está bem ali, — Bink disse, apontando para o datapad de Tavia.
— Mas é ridículo, — Zerba apontou. — Quem deixa um bilhete de
assassinato?
— Lady Vanq, aparentemente, — Lando murmurou, seus olhos
rastreando pelo texto:
Bink deu à irmã cinco minutos para completar a parte dela da operação,
depois outros três só para ter certeza. Então, colocando três peças finais no
dispositivo de aparência ridícula que ela estava construindo, ela chamou o
guarda.
— Estou pronta para ir, — ela disse, colocando tudo de volta em sua
bolsa. — Mestre Chumu disse que eu deveria encontrá-lo lá embaixo.
— Tudo bem, — o guarda disse, dando um passo à frente e dando uma
olhada rápida na bolsa dela. Aparentemente satisfeito por ela não ter
teletransportado de alguma forma os talheres extravagantes para fora do
armário da sala de jantar, ele a escoltou até o turboelevador e fez um gesto
para ela entrar.
Duas vezes durante a viagem de descida ela quase ligou para Tavia para
ver se tudo tinha ido de acordo com o plano. Ambas as vezes ela deixou o
seu comunicador em seu cinto.
Tavia era boa nisso, muito melhor do que a própria Tavia percebia. Além
disso, se você não podia confiar em sua própria irmã para ajudá-la, em
quem você poderia confiar?
CAPÍTULO
***
Tavia esperava que Chumu a visse no restaurante ao sair do salão de
baile. Mas ele aparentemente não esperava que as coisas tivessem mudado
tão rápido e ignorou o restaurante em favor de ir direto para o turboelevador
particular. Tavia pensou em persegui-lo, decidiu que não era algo que
Michelle, a falsificadora de arte profissional, faria e permaneceu sentada à
mesa. Bebendo a bebida sem álcool que ela pediu, ela nutriu sua paciência.
Três minutos depois ele estava de volta. Desta vez ele a viu e se apressou.
— Aí está você, — ele rosnou enquanto se sentava no banco do outro
lado dela. — O que você está fazendo aqui?
— Meu trabalho, — Tavia respondeu, tentando usar o tom profissional
sarcástico que Bink disse que tinha usado no homem mais cedo. — O que te
atrasou?
— O que me atrasou... — Ele parou, olhando um pouco mais duro. —
Quanto tempo você está aqui embaixo?
— Quase tanto quanto você esteve, — Tavia respondeu a ele.
O que não era bem verdade, é claro. Na verdade, ela chegou à mesa
apenas um minuto antes dele sair do salão de baile, depois de sua rápida
troca de roupas e equipamentos com Bink na reciclagem feminina.
— Você precisa prestar mais atenção ao seu entorno, — ela acrescentou.
— Não seja engraçadinha, — ele esbravejou. — Como você está
planejando fazer isso?
— Não é necessário planejamento, — Tavia respondeu. — Está feito.
Ele pareceu surpreso.
— O que você quer dizer?
— Quero dizer, eu fiz as leituras. — Tavia gesticulou em direção ao salão
de baile. — Você estava certo. É uma cópia.
— Espere um minuto, — ele rosnou. — Como você pode ter feito as
leituras? Eu não vi você lá.
— Você não deveria, — Tavia respondeu, acrescentando um pouco de
paciência tensa à sua voz. Essa foi fácil, era um tom que ela usava muito
com Bink. — Você ouviu o que eu acabei de dizer? A Tchine do Mestre
Jydor é uma cópia.
O rosto de Chumu endureceu, então pareceu se fechar em si mesmo
quando as palavras finalmente penetraram. Seus olhos se moveram para a
bolsa de equipamentos dela, descansando na cadeira ao lado dela, então
para a entrada do salão de baile, então de volta para o rosto dela.
— Você tem certeza?
— Positivo, — Tavia confirmou. — É uma cópia muito boa, na verdade.
O artista usou as mesmas técnicas e materiais que eu uso.
Chumu engoliu visivelmente. — Não há como dizer quem é esse artista,
eu suponho?
— Não sem um olhar mais atento. — Tavia mexeu os seus dedos. —
Você tem os meus dez mil?
Chumu olhou de volta para o salão de baile.
— Sim, claro, — ele respondeu, puxando uma guia de crédito do bolso e
deslizando-a sobre a mesa para ela. — Você disse que fez uma cópia
semelhante para Lady Vanq?
— Eu fiz, — Tavia disse amargamente. — Embora, se eu não for paga
em breve, terei que pegar de volta.
— Assumindo que você pode até mesmo encontrá-la.
— Oh, provavelmente está no cofre dela com o real, — Tavia observou,
espiando a guia de crédito. Dez mil como combinado, não criptografado,
pronto para ela simplesmente levar para algum lugar e depositar ou retirar o
dinheiro. — Ela estava falando em levá-la para Devaron com ela e, de
acordo com os registros do espaçoporto, a nave dela ainda está aqui, — ela
considerou, enfiando a guia de crédito no bolso. — Então, o que você vai
fazer sobre o seu pequeno problema com o torneio?
— Isso vai depender do Mestre Jydor, — Chumu murmurou, com a sua
mente claramente em outro lugar. — Vou avisá-lo e partiremos daí.
Obrigado pela sua ajuda. Entrarei em contato.
Tavia franziu a testa. — Com relação a…
— Com relação a fazer cópias de algumas das outras obras de arte do
Mestre Jydor.
Tavia sentiu seu estômago apertar. Com o fim de seu baile de máscaras à
vista, ela esqueceu brevemente que aquele tinha sido o vetor de entrada de
Bink nessa coisa toda.
Por sorte, Chumu parecia preocupado demais para notar o deslize dela.
— Claro, — ela disse, levantando-se e passando a alça da bolsa por cima
do ombro. — Boa sorte.
Ela atravessou o restaurante, suas omoplatas coçando com a imagem
vívida de um disparo de blaster iluminando e queimando no espaço aberto
entre eles.
Mas o tiro não veio. Chumu aparentemente comprou a história. Agora, se
ao menos ele reagisse da maneira que Bink e Lando esperavam.
A partir daquele último olhar persistente que ele enviou para o salão de
baile, Tavia achou que sim.
***
Era tarde da noite quando Jydor finalmente pediu um intervalo para o
jantar.
Tinham sido umas boas horas, Lando decidiu enquanto se levantava de
sua cadeira, estremecendo quando os músculos não utilizados foram de
repente chamados de volta ao trabalho. Mensant ainda estava à frente do
bando, mas sua liderança outrora dominante foi reduzida a quase nada. Os
outros jogadores haviam notado e estavam cheios de confiança renovada ao
perceberem que era mais uma vez um jogo aberto.
Phramp, sem surpresa, estava pronto para ser amarrado.
Assim, aparentemente, Chumu também estava, embora por razões
totalmente diferentes. Quando Lando e os outros jogadores e espectadores
saíram do salão de baile, ele viu de relance o gerente de negócios abrindo
caminho contra a multidão, indo para a plataforma onde Jydor ainda estava
sentado, estudando algo em seu datapad.
Puxando o seu comunicador, Lando digitou para Zerba.
— Sim, eu o vi, — o Balosar disse depois que Lando lhe deu a notícia.
— Ele está preocupado, tudo bem.
— A questão é se ele está preocupado o suficiente, — Lando apontou. —
Você quer observá-lo, ou eu vou?
— Não precisa, — a voz de Tavia interrompeu. — Eu tenho
eletrobinóculos e uma visão clara. Vocês dois vão comer alguma coisa. Eu
vou deixar vocês saberem o que acontece.
O primeiro relatório de Tavia veio quando Lando estava pedindo uma
refeição leve: Chumu estava contando a Jydor sobre rumores de que uma
equipe profissional de assalto à mão armada estava na cidade e que ele
estava preocupado que a Tchine pudesse ser seu alvo. Jydor não parecia
impressionado, mas Chumu estava pressionando o seu ponto e pedindo que
a estatueta fosse devolvida à segurança da sala de exibição da cobertura.
Jydor não parecia inclinado a ceder à pressão, especialmente não à
pressão de uma gangue de ladrões. Mas Chumu continuou com ele, e
quando Jydor se dirigiu para a sua sala de jantar particular para a sua
própria refeição, ele finalmente cedeu. Quando Jydor desapareceu para a
sala de jantar, Chumu coletou a Tchine e os guardas, e marcharam juntos
para fora do salão de baile e para o turboelevador.
O segundo relato de Tavia, no meio da refeição de Lando, foi que o
guarda Rovi emergiu sozinho do turboelevador, com uma bolsa de
transporte presa no ombro, e estava indo para a saída.
— Melhor avisar Bink que a companhia está a caminho, — Lando disse,
embora ele duvidava que Tavia precisasse de tal empurrão.
Ela não precisava.
— Já está feito, — ela disse. — Na hora que o jogo recomeçar, tudo deve
acabar.
Lando fez uma careta enquanto guardava o seu comunicador. A parte
deles acabaria, certamente. Mas a dele não.
Embora pudesse ser. As coisas estavam adiantadas o suficiente para que,
mesmo que ele saísse agora o grande esquema de Chumu ainda estaria em
ruínas. Jydor estaria livre, enquanto Chumu poderia não receber toda a
punição que merecia, Lando há muito reconheceu este que não era um
universo perfeito.
Ele fez uma careta. Por outro lado, se ele abandonasse, Bink não ficaria
satisfeita. E Bink não satisfeita não era algo que ele estava pronto para
enfrentar agora. Provavelmente nunca.
Com um suspiro, ele se voltou para a sua refeição. Não é exatamente o
que ele havia contratado quando chegou em Danteel. Mas ele chegou até
aqui. Ele poderia muito bem ir até o fim.
***
Tavia, Bink sabia, odiava as raras situações em que ela tinha que se
passar por sua irmã ladra—fantasma. Mas mesmo odiando, ela ainda fez um
bom trabalho.
Infelizmente, o mesmo não pode ser dito ao contrário.
— Você terminou? — A voz ansiosa de Tavia veio do comunicador de
prendedor de Bink.
— Quase, — Bink rosnou, olhando para o seu datapad e as instruções
supostamente simples, passo a passo de Tavia sobre como invadir a
criptografia. Passo a passo, talvez. Simples, absolutamente não.
— Quer dizer que você não terminou? Vamos, Bink, ele chegará a
qualquer minuto.
— Então cale a boca e me deixe trabalhar, — Bink retrucou, irritada,
retirando uma mecha de cabelo que tinha caído na frente de seus olhos. Ela
poderia fazer isso. Ela tinha que fazer isso.
E então, de algum lugar lá fora, ela ouviu o inconfundível som de uma
porta se fechando.
— Ele está aqui, — ela sussurrou com urgência. — Eu vou te ligar de
volta. — Ela desligou o comunicador do prendedor e olhou rapidamente ao
redor do quarto de dormir. Mesmo com meia dúzia de cadeiras e amplas
mesas espalhadas, havia realmente apenas um lugar que ela poderia
razoavelmente esperar para se esconder.
Ela estava embaixo da cama, o mais longe possível, quando a porta se
abriu e alguém entrou no quarto escuro. Pelo que ela podia ver das botas
dele, era quase certamente Rovi.
Bink prendeu a respiração, imaginando se ele levaria um momento para
limpar a sala antes de começar a trabalhar. A maioria dos ladrões fazia disso
um hábito, e ela suspeitava que ladrões que também se envolvessem em
assassinatos seriam ainda mais propensos a fazê-lo. Ela tinha um pequeno
blaster de último recurso, mas estava enterrado embaixo dela em um coldre
de barriga. Se ele decidisse olhar debaixo da cama, ela estava acabada.
Mas pela primeira vez ele perdeu uma aposta. Fechando a porta, ele foi
direto para o cofre de Lady Vanq. Bink ouviu o som fraco de barras de
código clicando, e com um baque suave a porta destrancou. O painel pesado
se abriu e Rovi desapareceu lá dentro.
Mantendo um olho na porta, Bink digitou o seu datapad novamente. Com
rachaduras começando a aparecer nas bordas do plano de Chumu, ela tinha
poucas dúvidas de que as ordens de Rovi eram para dissolver a atualização
do computador assim que ele trocasse a Tchine supostamente falsa pela real
e estivesse em segurança fora da casa. Bink tinha até então para invadir e
alterar o texto da nota de assassinato. Ela terminou os dois últimos passos
nas instruções de Tavia...
E com uma velocidade gratificante e pontual, ela estava dentro.
Ela havia escondido a Tchine que ela havia conseguido tirar da sala de
exibição de Jydor bem o suficiente para tornar plausível que Rovi pudesse a
ter perdido em sua primeira passagem pelo cofre após o assassinato. Apenas
um minuto depois, ele havia feito a troca e saído do cofre, fechando-o atrás
de si e refazendo os seus passos pela sala.
Mas aquele minuto foi tudo de que Bink precisava. Ela alterou o texto,
colocou a criptografia de volta no lugar e se retirou do sistema de
computador da casa.
Ela esperou trinta segundos depois que Rovi fechou a porta do quarto de
dormir atrás dele. Então, saindo de debaixo da cama, ela correu para a
janela e o arnês escondido ali. Rovi voltaria ao Carta Alta, sem dúvida
querendo estar presente quando a polícia detivesse seu futuro ex—chefe.
Bink não tinha intenção de deixar o show começar sem ela.
***
A mão tinha acabado de ser dada quando Lando viu Chumu abrindo
caminho entre a multidão de observadores até a base da plataforma.
Aparentemente, tudo estava pronto, e ele veio assistir em primeira mão a
culminação de seu plano.
Lando olhou para as suas cartas. Não foi uma mão ruim, mas certamente
não foi ótima. Mesmo com o sistema de troca de carta que fazia parte do
sabacc, não era provável que ficasse muito melhor.
Ele pousou suas cartas e respirou fundo. Isso ia doer. — Aposto tudo, —
ele anunciou, empurrando a sua pequena pilha de fichas para o centro da
mesa.
Os outros jogadores olharam para ele, suas expressões variando de
descrença, ao desprezo, para a suspeita.
Lando concordou praticamente com todos eles, especialmente os
desdenhosos. Infelizmente, ele precisava estar longe da mesa quando a
polícia chegasse, e essa era a maneira mais rápida de fazer isso acontecer.
Os lances começaram, com algum espírito renovado infundindo os
procedimentos enquanto os outros viam uma chance de eliminar um deles.
Alguns minutos depois, depois de uma rodada igualmente animada, a mão
chegou ao fim.
Para surpresa de ninguém, Lando perdeu.
Lando levantou-se, ofereceu os tradicionais e graciosos agradecimentos
aos outros jogadores e ao anfitrião, depois desceu os degraus até o andar de
baixo. Escolhendo um lugar onde estava na linha de visão de Chumu, ele se
sentou e esperou.
A espera não foi longa. Phramp tinha dado a próxima mão e o lance
estava em andamento quando um repentino murmúrio de surpresa ondulou
pelo chão da entrada do salão de baile. Lando esticou o pescoço para olhar
quando meia dúzia de homens e mulheres com uniformes da Polícia da
Cidade de Danteel entraram na sala e se dirigiram para a plataforma dupla.
Lando olhou para Jydor. O homem ainda estava sentado ali, seu rosto
ilegível enquanto observava os policiais se aproximarem. Os jogadores,
concentrados no jogo, pareciam em grande parte alheios.
— Boa noite, Tenente Stenberk, — Jydor chamou cortesmente quando o
grupo chegou à plataforma e parou do lado de fora do anel de guarda
inferior. — Posso perguntar o que o traz ao Carta Alta a esta hora?
— Receio ter notícias desagradáveis, Mestre Jydor, — Stenberk
respondeu. Seu tom também era cortês, mas tinha um tom severamente
oficial por baixo. — Sugiro que continuemos nossa conversa em seu
escritório.
— Que tipo de notícia desagradável é essa? — Phramp perguntou antes
que Jydor pudesse responder. Os jogadores finalmente perceberam o drama
iminente, suas cartas esquecidas em suas mãos enquanto olhavam para a
polícia. — É algo que pode afetar o torneio? Se sim, merecemos saber o
que é.
— Tenho certeza que não tem nada a ver com nenhum de vocês, —
Chumu acalmou.
— Como você pode saber disso? — Phramp retrucou com desdém. —
Não, em nome de todos nós jogadores, solicito formalmente que isso seja
tratado abertamente, onde possamos ouvir o que está acontecendo.
— Mestre Phramp... — Chumu começou.
— Na verdade, eu vou mais longe, — Phramp interrompeu. — Tendo
pago dez milhões de créditos por um lugar nesta mesa, insisto que o que o
Tenente Stenberk tem a dizer seja dito aqui e agora.
Chumu olhou para Jydor e estendeu as mãos impotente, como se toda a
cena não tivesse sido cuidadosamente roteirizada entre ele e Phramp.
— Mestre Jydor? — ele perguntou.
— Eu não tenho nada a esconder, — Jydor respondeu, com a sua voz
firme, mas seus olhos estreitando. — Você pode prosseguir, Tenente.
— Como quiser, — Stenberk disse. — Lamento informá-lo, senhor, que
Lady Carisica Vanq foi encontrada morta em sua casa.
Jydor sentou-se um pouco mais reto.
— Ela está morta? Como?
Lando mudou a sua atenção para Chumu. Havia apenas a sugestão de um
sorriso satisfeito brincando nos cantos dos lábios do gerente.
— Foi suicídio, senhor, — Stenberk respondeu. — Ela atirou em si
mesma com um blaster.
O sorriso no rosto de Chumu desapareceu. — Suicídio? — ele ofegou. —
Mas... como você sabe?
— Ela deixou um bilhete, — Stenberk respondeu, virando-se para
encará-lo. — Mais precisamente, ela nos transmitiu isto.
— Houve um... — Chumu fechou a boca. — Quero dizer…
— A razão de estarmos aqui, senhor, — Stenberk prosseguiu, olhando de
volta para Jydor, — é que Lady Vanq também possuía uma estatueta Tchine
como a sua. Dadas as circunstâncias, tenho certeza de que você entende.
— Claro, — Jydor disse. — Eu vou mandar o Mestre Chumu pegar o
meu certificado de compra e autenticidade.
— Isso seria muito útil, senhor, — Stenberk apontou. — Também
queremos... um momento, por favor, — ele se interrompeu, pegando o seu
comunicador. — Steinberg.
Houve um momento de silêncio enquanto ele ouvia.
— Entendido, — ele disse. — Obrigado, Sargento.
Ele colocou o comunicador de lado.
— Acontece que o certificado não será necessário, afinal, — ele disse a
Jydor. — Agora fomos autorizados a entrar no cofre de Lady Vanq, e a
Tchine dela está lá.
Os olhos de Chumu estavam esbugalhados agora, com a sua respiração
rápida e superficial, seu rosto tenso com total perplexidade.
— Você tem certeza que não é... — Ele se interrompeu. — Eu entendo
que alguns colecionadores fazem cópias de suas obras de arte, — ele
continuou, com a sua voz tensa, suas palavras obviamente sendo escolhidas
com muito cuidado. — Tem certeza que a Tchine que você encontrou não é
algo assim?
— Com certeza, — Stenberk respondeu, olhando para Chumu pensativo.
— O perfil do sensor corresponde precisamente ao de uma Tchine genuína.
— Ele olhou para Jydor novamente. — Lamento tê-lo incomodado, senhor.
— Ele começou a se virar.
— Espere aí! — Zerba disparou, apontando um dedo para Phramp. — O
que... isso é um skifter. Você tem um skifter!
— Do que você está falando? — Phramp exigiu, franzindo a testa para as
suas cartas. — Eu não uso trocadores.
— O inferno que você não usa. — Zerba gesticulou enfaticamente para
Stenberk. — Você, Tenente. Venha aqui em cima. Eu quero uma
testemunha.
— Mestre Jydor? — Stenberk perguntou.
— Claro, — Jydor disse, gesticulando para o tenente enquanto ele olhava
duro em Phramp. — Vamos dar uma olhada.
Ele deu um passo para trás de Phramp enquanto Stenberk subia os
degraus. Lando olhou para Chumu novamente, para ver que a perplexidade
anterior do gerente se transformou em horror congelado.
Stenberk deu um passo atrás de Phramp e arrancou as cartas de sua mão.
Ele tocou em cada canto.
— Ele está certo, — ele disse a Jydor, oferecendo ao outro uma das
cartas. — É uma skifter.
— Isso é impossível, — Phramp protestou. — Deve ter sido plantada em
mim.
— Como? — Jydor perguntou. — Você deu essa mão.
— Eu... — Phramp gaguejou, olhando ao redor da mesa em
perplexidade. — Eu não sei. Mas deve ter sido.
— Saia daqui, — Jydor disse, com a sua voz mortalmente suave. — Eu
nunca quero ver você no Carta Alta novamente.
Silenciosamente, seu rosto uma massa de confusão e raiva, Phramp se
levantou e desceu os degraus, movendo-se como um homem em um sonho
ruim.
— Você quer que eu o prenda? — Stenberk perguntou.
— Não se incomode, — Jydor respondeu, observando Phramp enquanto
ele se movia pela multidão em direção à saída. — Alguém pagou dez
milhões de créditos para colocá-lo no jogo. Duvido que a punição que ele
receberá de seu patrono por seu fracasso seja mais leve do que a penalidade
legal por trapacear no sabacc.
— Você provavelmente está certo, — Stenberk concordou. — Falando
em sabacc, é melhor eu deixar você continuar com seu torneio. Desculpe ter
interrompido.
— Não é um problema, — Jydor disse, seus olhos ainda em Phramp.
Lando virou-se para olhar para Chumu novamente.
Desta vez, Chumu estava de volta olhando para ele. E havia assassinato
naqueles olhos.
Hora de Lando se tornar escasso. Levantando-se, ele virou suas costas
para Chumu e atravessou o salão de baile.
Mas não em direção à entrada principal, a direção que Phramp tinha ido.
Nos próximos minutos, essa área pode não ser saudável para Lando estar.
Felizmente, havia outra opção. Na noite anterior, a essa hora, ele notou
que uma das grandes câmaras laterais separadas do salão de baile principal
por um alto arco havia sido fechada para limpeza. Sendo os horários de
limpeza as coisas rígidas que costumavam ser, havia uma boa chance de
estar fechada agora também.
E estava. Passando pela simples barreira de corda que havia sido
montada entre a câmara e o salão de baile, ele acelerou o passo, indo para a
saída de emergência na outra extremidade.
— Pare.
Lando se permitiu mais dois passos antes de parar. Mantendo as mãos
visíveis, ele se virou.
Chumu estava caminhando em direção a ele, seu rosto trovejando, um
pequeno blaster de último recurso agarrado em sua mão.
— Eu achei que você teria coisas melhores para fazer agora, — Lando
sugeriu. — Encontrar uma maneira de limpar a sua bagunça, para começar.
— A bagunça é sua, não minha, — Chumu retrucou, parando a três
passos de distância e apontando a arma para o estômago de Lando. —
Quem é Você? Para quem você está trabalhando?
— Meu nome está na inscrição do torneio, — Lando respondeu. — E eu
não estou trabalhando para ninguém.
— Não, claro que você não está, — Chumu resmungou sarcasticamente.
— Você apenas aconteceu de tropeçar nos meus planos e decidiu cuspir
neles?
— Na verdade, foi exatamente isso que aconteceu, — Lando admitiu. —
Embora eu suponha que no seu lugar eu também não acreditaria. — Ele
acenou com a cabeça em direção ao blaster. — Você não está pensando
seriamente em seguir a rota da vingança, está? Duvido que a polícia
acredite em dois suicídios de blaster no mesmo dia.
— Ah, e isso foi especialmente engraçado, — Chumu rosnou. — O que
você fez, hackeou a programação do Rovi de bloqueio nos droides e mudou
a mensagem?
— Basicamente, — Lando respondeu. — Foi um ótimo plano, no
entanto. Mesmo. Congelar Jydor fora de sua própria operação e, ao mesmo
tempo, derrubar os seus dois maiores concorrentes foi pura genialidade. O
vencedor leva tudo, assim como Jydor anunciou no início. — Ele
considerou. — Embora agora, eu suponho, está mais para o vencedor perde
tudo.
Chumu bufou. O que faz você pensar que eu perdi?
— Por favor, — Lando disse com desdém. — O que você vai fazer,
encontrar outro dos rivais de Jydor que você possa matar e incriminá-lo? A
polícia sabe como procurar padrões, você sabe.
— Que padrão? — Chumu contra-atacou. — Não há padrão aqui. Graças
a você, a morte de Vanq entrará na lista de dados como suicídio. — Ele
levantou o blaster um pouco mais alto. — E você está certo sobre dois
suicídios parecerem suspeitos. Acho que teremos que matá-lo em legítima
defesa.
— Nós... significa você e Rovi? — Lando perguntou. — Ou você quer
dizer apenas Rovi? Geralmente, vocês tipos mentores não lidam com
nenhum dos assassinatos reais vocês mesmos.
— Não, normalmente não, — Chumu concordou. — Mas no seu caso,
acho que vou abrir uma exceção. — Com a mão livre, ele puxou outro
blaster de último recurso e o jogou no chão aos pés de Lando. — Pegue.
— Acho que não, — Lando disse, sem fazer nenhum movimento em
direção à arma. — Eu odiaria que houvesse qualquer mal—entendido
quando a polícia chegar.
Chumu balançou a cabeça. — Boa tentativa, mas todos os policiais
saíram na outra direção.
— Eles vão voltar, — Lando assegurou-lhe. — Neste momento, eles
estão provavelmente apenas curtindo o espetáculo.
Chumu franziu a testa. — Que espetáculo?
— Aquele. — Sorrindo, Lando levantou a mão e apontou para cima…
… para o droide câmera que Tavia tinha redefinido com o trabalho de
seguir Lando por toda parte.
— O vencedor perde tudo, — Lando disse calmamente. — E a minha
amiga está certa. Você realmente precisa prestar mais atenção ao seu
entorno.
Chumu estava imóvel, aparentemente sem nada mais para dizer, quando
Stenberk e os seus homens chegaram.
***
O VENCEDOR PERDE TUDO É UM CONTO DE FICÇÃO. TODOS OS PERSONAGENS, LUGARES E ACONTECIMENTOS SÃO FICCIONAIS.
tradutoresdoswhills.wordpress.com
Star Wars: Guardiões dos Whills
Baixe agora e leia
Quando Jyn Erso tinha cinco anos, sua mãe foi assassinada e seu
pai foi tirado dela para servir ao Império. Mas, apesar da perda de
seus pais, ela não está completamente sozinha, — Saw Gerrera, um
homem disposto a ir a todos os extremos necessários para resistir à
tirania imperial, acolhe-a como sua e dá a ela não apenas um lar,
mas todas as habilidades e os recursos de que ela precisa para se
tornar uma rebelde.Jyn se dedica à causa e ao homem. Mas lutar ao
lado de Saw e seu povo traz consigo o perigo e a questão de quão
longe Jyn está disposta a ir como um dos soldados de Saw. Quando
ela enfrenta uma traição impensável que destrói seu mundo, Jyn
terá que se recompor e descobrir no que ela realmente acredita… e
em quem ela pode realmente confiar.
Sylvestri Yarrow vive uma maré de azar sem fim. Ela tem feito o
possível para manter o negócio de carga da família em
funcionamento após a morte de sua mãe, mas entre o aumento das
dívidas e o aumento dos ataques dos Nihil a naves desavisados, Syl
corre o risco de perder tudo o que resta de sua mãe. Ela segue para
a capital galáctica de Coruscant em busca de ajuda, mas é desviada
quando é arrastada para uma disputa entre duas das famílias mais
poderosas da República por um pedaço do espaço na fronteira.
Emaranhada na política familiar é o último lugar que Syl quer estar,
mas a promessa de uma grande recompensa é o suficiente para
mantê-la interessada... Enquanto isso, o Cavaleiro Jedi Vernestra
Rwoh foi convocada para Coruscant, mas sem nenhuma ideia do
porquê ou por quem. Ela e seu Padawan Imri Cantaros chegam à
capital junto com o Mestre Jedi Cohmac Vitus e seu Padawan,
Reath Silas, e são convidados a ajudar na disputa de propriedade
na fronteira. Mas por que? O que há de tão importante em um
pedaço de espaço vazio? A resposta levará Vernestra a uma nova
compreensão de suas habilidades e levará Syl de volta ao
passado... e às verdades que finalmente surgirão das sombras.