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INTRODUÇÃO

Periódicos são, segundo Souza (1992, p. 18 apud OHIRA; SOMBRIO; PRADO,


2000, p. 28) “[...] publicações editadas em fascículos, com encadeamento numérico e
cronológico, aparecendo a intervalos regulares ou irregulares, por um tempo
indeterminado [...]”, que necessitam seguir uma padronização em sua estrutura, além
disso, o modo como armazenamos, disseminamos e divulgamos também precisam
de normas para que tais procedimentos sejam realizados. Vale ressaltar que a área
de Biblioteconomia se responsabiliza por técnicas normativas para que a ordenação
e a divulgação dos dados aconteçam de forma adequada.
Para as bases de dados, é imprescindível o cadastro e o registro de publicações
seriadas no Centro Brasileiro do ISSN (CBISSN), devido ao fato de que “publicações
que têm ISSN fazem parte dos registros de publicações seriadas mantido pelo Centro
Internacional do ISSN, em Paris” (IBICT, 2005 apud SANTOS, 2010, p.6), desse
modo, participam de uma rede internacional de dados.
Em vista disso, o presente estudo sobre o Número Internacional Normalizado
para Publicações Seriadas (ISSN), tem como objetivo abordar o que esse código
representa, qual sua relação com o código de barras, o que é necessário para sua
solicitação e transferência de titularidade, e o mais importante, quais são as vantagens
da atribuição do número ISSN em periódicos.
NÚMERO INTERNACIONAL NORMALIZADO PARA PUBLICAÇÕES SERIADAS
(ISSN)

O ISSN (International Standard Serial Number) – que é a sigla em inglês para


Número Internacional Normalizado para Publicações Seriadas – tem a função de
individualizar o título de uma publicação seriada, devido ao fato de ser um código
único e exclusivo; é composto por oito dígitos entre dois grupos contendo quatro
dígitos cada, ligados por um hífen e precedido por um espaço e a sigla ISSN (como
por exemplo, o número normalizado da revista impressa, Ciência da Informação: ISSN
0100-1965 1 ). Assim que o ISSN é atribuído, ele deverá aparecer em todos os
exemplares da publicação, apresentado em destaque, no canto superior direito da
capa.
O Número Internacional Normalizado para Publicações Seriadas realiza a
identificação do título de uma publicação seriada ao decorrer de todo o seu ciclo de
existência, seja em sua fase de lançamento, de circulação e até seu encerramento;
também identifica o idioma e o suporte utilizado, podendo ser impresso, online ou em
mídias digitais.
Após o estabelecimento do sistema de código de barras para publicações
seriadas, foi compreendido que o número ISSN – por ser um identificador único –
poderia ser utilizado como parte do código de barras, onde é representado em formato
EAN-13 (European Article Number), em que o símbolo codifica treze números
divididos em quatro partes (ROCHA, [s.d.]), no qual dois dígitos são acrescentados ao
código ISSN. Entretanto, o Centro Brasileiro do ISSN atribui apenas o ISSN, e não o
código de barras, apenas a Associação Brasileira de Automação (GS1 Brasil) 2 é
responsável pelo licenciamento da numeração do código de barras.
A solicitação do ISSN é realizada somente através do Centro Brasileiro do ISSN
(CBISSN) 3 onde, em 1980, o Instituto Brasileiro de Informação em Ciência e
Tecnologia (IBICT)4 se estabeleceu como CBISSN, mediante um acordo firmado entre
o Centro Internacional do ISSN (ISSN Network)5 – organização intergovernamental,
criada em 1971, com o apoio da Organização das Nações Unidas para a Educação,

1 Disponível em: <http://revista.ibict.br/ciinf/index>. Acesso em: 19 out. 2018.


2 Disponível em: <https://www.gs1br.org/>. Acesso em: 19 out. 2018.
3 Disponível em: <http://cbissn.ibict.br/>. Acesso em: 19 out. 2018.
4 Disponível em: <http://www.ibict.br/>. Acesso em: 19 out. 2018.
5 Disponível em: <https://www.issn.org/>. Acesso em: 19 out. 2018.
a Ciência e a Cultura (Unesco) que, três anos mais tarde, foi implantada para apoiar
o controle bibliográfico mundial de publicações seriadas – e o Conselho Nacional de
Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq)6, passando a ser o único membro
responsável pela atribuição do código ISSN.
Além de periódicos, o ISSN também é atribuído a anais de congressos,
seminários, encontros etc., ou seja, a todas as edições contanto que o título ou o tipo
de suporte físico seja alterado. Outros tipos de alterações não é necessária a
atribuição de um novo código, como mudanças de local de publicação, política
editorial e de frequência.
Existem casos em que é permitido a atribuição de um novo ISSN, que pode ser
quando ocorrer alteração no título e no idioma do título do periódico, ou em alteração
no tipo de suporte físico e eletrônico, como por exemplo, quando uma revista impressa
se torna online, isto é,

Se tomarmos como referência periódicos científicos que migraram do


meio impresso para o eletrônico, vemos que estes detinham um
registro International Standard Serial Number (ISSN). Contudo, sua
versão on-line é considerada como uma outra obra, devendo possuir
outro registro de ISSN que indique sua edição eletrônica, ou seja, o e-
ISSN [...] (GRUSZYNSKI, 2007, p. 5).

Caso a publicação com o mesmo título for editada em suportes físicos e


eletrônicos diferentes, cada uma deverá receber um número de ISSN próprio. Se a
publicação traz em seu exemplar diversas formas físicas, por exemplo, uma
publicação impressa acompanhada de CD-ROM, será atribuído um único ISSN à
publicação.
A solicitação do ISSN para publicação impressa7 deve ser acompanhada do
formulário de solicitação do código ISSN, que está disponível para download,
preenchido de forma legível, e de documentos referentes ao tipo de suporte da
publicação, podendo variar de acordo com sua situação, seja em fase de lançamento
– onde é preciso enviar a capa (com o título em destaque e a designação numérica
de fascículo, volume, número e ano), a folha de rosto, o expediente (corpo editorial,
preriodicidade da publicação, nome e endereço completo do autor coorporativo ou da

6Disponível em: <http://www.cnpq.br/>. Acesso em: 19 out. 2018.


7Disponível em: <http://cbissn.ibict.br/index.php/solicitar-issn/publicacao-impressa>. Acesso em: 19
out. 2018.
editora responsável), a cópia da primeira página do sumário, o editorial ou
apresentação e a cópia da primeira página de um dos artigos que constam na
publicação. Outra situação é uma publicação impressa que já está em circulação,
onde o documento necessário é uma boneca definitiva das mesmas páginas
solicitadas para lançamento de publicação impressa, sem rasuras ou emendas,
porém, serão enviados o primeiro número da publicação até o mais recente.
A solicitação para publicação online8, em que “o ISSN é também fornecido às
publicações eletrônicas, não podendo ser utilizado o mesmo número concedido às
versões impressas” (OHIRA; SOMBRIO; PRADO, 2000, p. 32), também deverá ser
acompanhada do formulário e da cópia das páginas da tela de apresentação da
publicação, da tela do expediente e sempre informar nos links a designação numérica
ou cronológica da publicação para as edições anteriores e para a atual. Para atender
as normas do CBISSN de publicação online, também é preciso que a página principal
contenha links para a apresentação, expediente, normas para publicação, endereço
de contato, edição atual e edições anteriores. Um exemplo de ISSN atribuído à
publicação eletrônica é o da Revista Ciência da Informação que, além do formato
impresso, também possui o eletrônico e seu número atribuído é o e-ISSN 1518-83539.
Para CD-ROM 10 , a solicitação segue o mesmo padrão de exigência dos
formatos anteriores, podendo diferenciar em situação de lançamento – onde será
preciso enviar cópias da capa do CD-ROM, de seu rótulo, da tela do expediente e da
tela do sumário (que deverá constar a designação numérica ou cronológica da
publicação); e se o CD-ROM já estiver em circulação, deverá ser enviadas as cópias
dos mesmos itens indicados no caso de lançamento, sendo que da primeira
publicação até a última.
Em Pen Drive 11 , a solicitação será acompanhada do formulário, que é
necessário em todos os casos, e do Pen Drive com a publicação, que deverá conter
a capa (em formato PDF, DOCX ou JPG, contendo o título destacado e a designação
numérica de fascículo, volume, número e ano), a folha de rosto, o expediente, a cópia
da primeira página do sumário e de um dos artigos que constam na publicação.

8 Disponível em: <http://cbissn.ibict.br/index.php/solicitar-issn/publicacao-eletronica/online>. Acesso


em: 19 out. 2018.
9 Disponível em: <http://revista.ibict.br/ciinf/index>. Acesso em: 19 out. 2018.
10 Disponível em: <http://cbissn.ibict.br/index.php/solicitar-issn/publicacao-eletronica/cd-rom >. Acesso

em: 19 out. 2018.


11 Disponível em: <http://cbissn.ibict.br/index.php/solicitar-issn/publicacao-eletronica/pen-drive>.

Acesso em: 19 out. 2018.


A documentação da solicitação do ISSN deve ser enviada pelos correios ou
pode ser entregue diretamente no Centro Brasileiro do ISSN, onde será preciso que o
documento seja protocolado anteriormente, no Protocolo Geral do IBICT.
Se houver transferência de titularidade12 na editora ou do autor cooporativo, o
CBISSN deverá ser informado através de correspondência devidamente assinada por
ambas as partes e autenticadas em cartório. Caso o novo autor coorporativo ou a nova
editora ainda não possuam cadastro no Sistema do ISSN, além do documento para a
transferência de titularidade, é preciso encaminhar o formulário para cadastro.
O ISSN não é obrigatório, no entanto, é um critério de indexação em base de
dados nacionais e internacionais e um parâmetro para o controle de qualidade de
revistas científicas. Contudo, não há nenhuma relação com copyright, ou seja, o título
não é protegido após a inserção do ISSN.
Sua atribuição possui diversas vantágens, como a diferenciação entre
publicações seriadas com o mesmo nome ou com títulos semelhantes; proporciona
um método econômico e eficiente de comunicação entre editores, fornecedores e
compradores; e também oferece um ponto de acesso útil a variados tipos de
catálogos. E eu uso, na recuperação e transmissão de dados sobre publicações
seriadas, facilita a ordenação e o processamento de títulos de publicações seriadas
em bibliotecas.

12Disponível em: <http://cbissn.ibict.br/index.php/transferencia-de-titularidade>. Acesso em: 19 out.


2018.
CONCLUSÃO

O ISSN é um código único composto por oito dígitos, distribuídos em dois


grupos com quatro dígitos cada, separados por um hífen, que identifica uma
publicação seriada independente de seu país de origem ou de seu idioma, sendo
indispensável para que sejam registrados com precisão.
O estudo revelou todo o significado por trás do número ISSN e qual sua relação
com o código de barras e com o copyright; as diferentes formas em que a solicitação
é realizada, seguindo o padrão de cada formato (impresso, online, em CD-ROM ou
em Pen Drive) e de sua situação, em processo de lançamento ou em circulação; quais
os documentos necessários para realizar a transferência de titularidade, seja para
editoras ou autores coorporativos cadastrados ou não; por fim, suas principais
vantagens.
Mesmo não sendo obrigatório, o número normalizado ISSN nos oferece
diversas vantagens, é usado de forma ampla em bases de dados automatizadas na
recuperação, organização e disseminação de dados de publicações seriadas, bem
como é geralmente utilizado em bibliotecas para processar, identificar e ordenar
títulos. O código participa de uma rede internacional de dados, logo, possibilita um
meio eficiente e econômico de comunicação entre editores, fornecedores e
compradores, como também oferece um ponto de acesso útil aos catálogos de
editores, diretórios, inventários, bibliografias, entre outros.
REFERÊNCIAS

GRUSZYNSKI, A. C. A edição de periódicos científicos eletrônicos: desafios para a


visibilidade da ciência na Web. In: XXX Congresso Brasileiro de Ciências da
Comunicação, 2007, Santos. Disponível em:
<https://www.researchgate.net/publication/242462158_A_edicao_de_periodicos_cien
tificos_eletronicos_desafios_para_a_visibilidade_da_ciencia_na_Web>. Acesso em:
19 out. 2018.

OHIRA, M. L. B.; SOMBRIO, M. L. L. N.; PRADO, N. S. Periódicos brasileiros


especializados em biblioteconomia e ciência da informação: evolução. Encontros
Bibli: revista eletrônica de biblioteconomia e ciência da informação, Florianópolis, v.
5, n. 10, p. 26-40, jan. 2000. ISSN 1518-2924. Disponível em:
<https://periodicos.ufsc.br/index.php/eb/article/view/1518-2924.2000v5n10p26>.
Acesso em: 20 out. 2018.

ROCHA, L. C. C. V. da. Código de barras sem mistérios. [s.d.]. Disponível em:


<http://msdn.microsoft.com/pt-br/library/cc580676.aspx>. Acesso em: 20 out. 2018.

SANTOS, G. C. (Compilador). Fontes de indexação para periódicos científicos:


um guia para bibliotecários e editores. Campinas: Faculdade de
Educação/UNICAMP, 2010. (Série Manuais BFE, n.5). Disponível em:
<http://www.bibliotecadigital.unicamp.br/document/?code=49835&opt=1>. Acesso
em: 20 out. 2018.

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