Áudio & Vídeo

Sistema de proteção para

amplificadores de áudio
A companhia
indispensável para
o amplificador
paX

Jan Didden

Nos dois artigos sobre o paX descrevemos um amplificador completo com correção
de erro. Agora, vamos apresentar um sistema de proteção para montar numa
placa separada, abordar a zona de funcionamento segura (SOA) para o dispositivo
de saída e como é modelada no sistema de proteção.

Um bom sistema de proteção para
amplificadores de áudio executa
duas tarefas importantes: proteção
dos alto-falantes e proteção contra
a sobrecarga do amplificador. Os
alto-falantes devem ser protegidos
contra tensão contínua excessiva
que possa surgir na saída do am-
plificador, quer devido a sinais ex-
cessivamente fortes de muito bai-
xa frequência, quer devido a uma
avaria no amplificador. A propósi-
to, também pode surgir uma com-
ponente contínua na saída se o aco-
plamento entre o amplificador e o
pré-amplificador for DC e se a saída
deste último tiver uma forte com-
ponente contínua. É boa ideia inse-
rir, mesmo que seja temporariamen-
te, acoplamento por capacitores na
entrada do amplificador, se o for li-
gar a pré-amplificadores que não
conhecemos.
Existem vários circuitos que des-
ligam os alto-falantes do amplifi-
cador através de relés, no caso de
surgir uma componente contínua

32
 SPEAKER
POSTS
J3

STAR GND D7 J8
1N4148
Indicador
INDICADOR
Operação/Proteção
VCC+ OPERAÇÃO/PROTECÇÃO
Vrel VCC+

J4 J5 VCC+

R19
FROM AMP RL1 VCC+
OUTPUT

16k
FROM POWER AMP
D1

R18 R20
VCC+ J7
1N4148 1
523 Ω

56k
ProtP VprotP 2
VOUT 3

C5 PROTECÇÃO 4
J1 R21 D8 Proteção
7 8
R1 ZONA zona segura
SEGURA 5
18k
33µ 10V 10k ProtN VprotN 6
FROM
R17
1N4148 VC1 VC2
1N4148
TRANSFORMER C6 6 1
REL OL
AC VCC-
4
AC
36k

4µ7 25V U2 D11

2
UPC1237
DC
3
UR
J6 GND VCC-
C3 1 C4
5
2
1 2
330µ 22n VCC+ Re(NPN)
6V3 VOUT 3 4
GND
5 6
Re(PNP) VCC-
071086 - 11

Figura 1. Sistema completo de proteção.

elevada na saída. Normalmente, o o cálculo dos componentes exter- Circuito

relé só volta a ser ligado após al- nos. É capaz de lidar com dois si- O circuito de proteção é apresen-
guns instantes e abre imediatamen- nais de modo a poder ser utilizado tado na Figura 1. Os blocos refe-
te, quando a alimentação é desliga- em amplificadores estéreo. Todavia, rentes ao indicador e à proteção
da. Deste modo evita-se o apareci- optou-se por utilizar um integrado para a zona SOA são descritos
mento de transitórios elevados nos para cada saída, de modo a facilitar mais à frente. O uPC1237 tem um
alto-falantes. a construção do amplificador esté- regulador interno de 3,4 V (pino 8)
No sistema que apresentamos é uti- reo a partir de dois circuitos mono. e a corrente é fornecida por R19 e
lizado um circuito integrado de bai- O relé escolhido para ligar e desli- R20. O relé é controlado pelo pino
xo custo e pouco conhecido, que foi gar o alto-falante é também pouco 6, através da resistência R18. A
desenhado precisamente para este conhecido. Foi desenhado especial- ponte de ligação J6 define o modo
tipo de aplicações, o uPC1237 fabri- mente para este tipo de aplicações, de funcionamento do circuito. Se
cado pela NEC. O NTE7100 da NTE pela Alpimo, uma empresa Holan- estiver fechado, o circuito rearma-
Electronics é uma boa alternativa, desa. Este relé possui dois contatos se automaticamente, ou seja, se
sendo completamente compatível internos paralelos, um de tungstê- for detectado um problema o relé
com o uPC1237. nio para grandes correntes, até 100 abre, fechando novamente após
Trata-se de um circuito integrado A, e outro menor, dourado. Quan- alguns instantes. Se o problema
de 8 pinos do tipo SIL que executa do o relé fecha, o contato de tun- tiver desaparecido, o relé perma-
todas as funções descritas acima. gsténio fecha primeiro, seguindo nece fechado, caso contrário vol-
A sua folha de características tem pelo dourado. Ao abrir, passa-se o ta a abrir, repetindo-se este ciclo,
todas as fórmulas necessárias para inverso. até o problema desaparecer. Se a

33
Áudio & Vídeo

Dimensionamento do sistema de proteção

35
entre as duas alimentações (assumindo ±40 V) com Vout igual a 0 V.
Com um Vce de 60 V, Vout é de – 20 V, mas a corrente Ic continua
30 positiva (cerca de 3 A). Isto significa que as fontes dos transistores
25
de cima (dispositivos do tipo N) conseguem fornecer corrente mesmo
com uma tensão de saída negativa. Nestas condições (com alto-
20 Icprot
falantes ou crossovers reais) podem ocorrer combinações de Vce e
DC SOA

15
100mS SOA Ic elevadas, apesar de a dissipação nos dispositivos, como mostra a
Res load-1
Res load-2
curva SOA, ser limitada. Por exemplo, com uma tensão Vce de 60 V
10 Reactive load-1 e uma corrente Ic de 3 A, a dissipação permitida (por dispositivo) é
5
de 90 W, apesar de a folha de características fazer referência a um
dispositivo de 160 W.
0 Poderíamos colocar um limitador de corrente simples que seguisse, por
0 20 40 60 80 100 120

-5
Figura 1. Zona SOA. Retas de carga e pontos chave para a proteção.
O amplificador paX usa proteção na zona SOA (Safe Operation
Area). Nesta seção apresentamos as equações e os cálculos
envolvidos para o circuito de proteção.
A Figura 1 mostra as várias curvas necessárias para desenvolver
o sistema de proteção SOA para os dois pares de dispositivos de
saída. O eixo vertical representa a corrente Ic (A) e o horizontal a
tensão Vce (V).
Quando a tensão Vce é nula, significa que a tensão Vout é igual a
Vsupply. Na prática, Vce não será exatamente zero para a saída
máxima, mas vamos ignorar esse fato. A curva em azul mostra as
combinações de Ic e Vce contínuos que permitem aos dois dispositivos
Darlington STD03 Sanken do amplificador funcionar dentro da
zona segura. A curva amarela mostra o mesmo, mas para períodos
inferiores a 100 milissegundos. Combinações de Ic e Vce abaixo e à
esquerda das curvas, são seguras, mas assim que saiam da curva, o
sistema de proteção deve ser ativado. Como a música é constituída
por sinais transitórios e não contínuos, poderíamos afirmar que a
curva amarela seria suficiente, mas se utilizarmos a curva azul,
conseguimos uma margem de proteção maior e, ao mesmo tempo,
proteção contra curto-circuitos.
A Figura 1 mostra algumas retas de carga, que são as combinações
de Ic e Vce necessárias para uma carga resistiva, assumindo uma
tensão de alimentação de ±40 V. A curva inferior (rosa) é para uma
carga de 8 Ω, a azul claro para 4 Ω. Para este último caso, podemos
ver que quando a tensão Vce é igual a zero, a tensão de saída é
igual à tensão de alimentação (40 V) e a corrente de saída Ic é de
10 A. A curva em castanho também é para uma carga de 4 Ω, mas
com uma componente reativa com 90º de defasagem máxima. Trata-
se de uma carga comum. Com Vce igual a 40 V estamos exatamente
exemplo, a linha da carga complexa de 4 Ω. Mas não poderíamos
utilizar a zona de funcionamento mais extensa, especialmente
para tensões Vce baixas e correntes Ic entre 10 A e 30 A, que
podem ocorrer com alto-falantes com vales pronunciados de baixa
impedância. A Figura 1 mostra claramente que não é suficiente uma
limitação de corrente simples. O que se pretende é modelar a curva
em azul no nosso circuito. Isto é possível recorrendo a elementos não
lineares. A curva da proteção SOA final é a azul-escuro. Tem três
pontos de inflexão para Vce = 20 V e para Vce = 50 V.
A Figura 2 mostra a sua implementação, que é a parte positiva do
circuito completo apresentado na Figura 2 do artigo referente ao
circuito de proteção. A parte negativa funciona de modo semelhante,
sendo que não será discutida. Existem 4 pontos distintos na curva azul. O
primeiro e último são definidos por Vce = 0 e Ic = 0, respectivamente. Os
outros pontos são para Vce = 20 V e Vce = 50 V. Estes dois pontos são
causados pelos diodos D3 (para 20 V / 13 A) e D2 (para 50 V / 5 A).
Lembre-se, todas as correntes são para dois dispositivos em paralelo. Em
cada ponto, os diodos começam a conduzir e retiram corrente de R14 e
R4, de modo que Q1 conduza mais tarde.
Para calcular os valores dos componentes envolvidos no circuito,
começamos pela parte mais simples: se Vce for zero, a corrente Ic
máxima permitida é de 30 A para dois pares de saída. Neste ponto,
Vout = Vcc+ sendo que não vem corrente de R6/R5. A tensão para
ligar Q1 provem exclusivamente da queda de tensão nos resistores de
emissor dos dispositivos de saída, através de Rs. É necessário garantir
que a 30 A, a tensão na base de Q1 seja aproximadamente de 0,65
V. Apesar de existirem dois resistores de emissor e dois resistores
Rs no circuito, estas estão, na realidade, em paralelo, de forma que
usaremos, a partir de agora, uma Re de 0,11 Ω e uma Rs de 50 Ω.
Com 30 A através do valor em paralelo de Re, VRe = 3,3 V, que é
atenuado por Rs e R4, obtemos 12 / (50 + 12) x 3,3 = 0,64 V, que é
suficientemente próximo do desejado.
Passemos agora ao ponto onde Vce é igual a 20 V. A corrente
Ic permitida (curva em azul) é de cerca de 13 A. Se assumirmos

ponte de ligação J6 estiver aberta,
caso o circuito detecte um proble-
ma, o relé abre e só volta a fechar
após a intervenção do utilizador,
que deve desligar a alimentação
do circuito e ligá-la novamente, de
modo a rearmá-lo.
Ativação por desvio
da tensão contínua
O pino 2 de U2 é a entrada que de-
tecta o desvio de tensão. A compo-
nente alternada do sinal de saída do
amplificador é removida pela rede
R17-C3 e o valor da componente
contínua é medido. Apesar da ten-
são de alimentação do uPC1237 ser
unipolar (tensão Vcc+ do amplifica-
dor) o pino 2 suporta sinais bipola-
res. Os cálculos são um pouco com-
plexos, dado que as tensões, posi-
tiva e negativa, de disparo internas

34
alguns valores e calcularmos os demais: Rs = 100 Ω, R4 = 12 Ω,
definimos R14 como 270 Ω. Ignoremos D2/R8 e D3/R7 por alguns
instantes. Precisamos apenas garantir mais tarde que os diodos não
conduzem até tensões de Vce iguais a 20 V. Vce = 20 V, Ic máximo
de 13 A, obtemos uma tensão Vs de R4 / (Rs + R4) x (Re x Ic), ou
seja, 0,28 V. Precisamos que Vb seja igual a 0,65 V, pelo que a
corrente em R5 deverá gerar os demais 0,37 V através de R14.
Esta corrente deverá ser igual a 0,37/ 270, ou seja, 1,37 mA, que
passarão também por R6. Com uma tensão Vce de 20 V (ignorando
a pequena perda em Re), obtemos R5 + R6 = (20 – 0,65) / 1,37 =
14,1 kΩ. Não interessa como dividimos o valor total (importa para
obter os outros valores, claro, mas não para o funcionamento).
Podemos fazê-los, por exemplo, iguais: R5 = R6 = 7 kΩ.
Neste ponto, onde Vce é igual a 20 V, o diodo D3 deve estar no limiar
de condução, sendo que deverá ser um diodo Zener com uma tensão
de Zener igual a Vm. Como temos 1,37 mA a passar em R6, Vm = 20
– (1,37 x 7) = 10,4 V (podemos então usar um Zener de 10 V).
Vamos agora para o ponto seguinte, 50 V / 4 A. Tal como no ponto
20 V / 13 A, D2 deve estar no limiar de condução, sendo que
podemos ignorá-lo por enquanto, tal como R8.
Procedendo do mesmo modo como anteriormente, calculamos a
contribuição de Ic em Vs: Vs = 12 / (12 + 50) x (0,11 x 4) = 85 mV. A
corrente derivada de Vce por R5 e R6 deverá adicionar 0,65 – 0,085
= 0,565 V a Vb, pelo que IR14 será 0,565 / 270 = 2,1 mA. Esta
corrente circula também por R5 e R6, o que resulta numa tensão Vm de
VCC+
R6
Protection
7k
0,65 + (2,1 x 7) = 15,35 V. O diodo Zener deve ser, portanto, de 15 V.
Com Vm = 15,35 V e D3 de 10 V, temos 5,35 V aos terminais de R7.
A queda de tensão em R6 é agora de VR6 = 50 – 15,35 = 34,65 V,
sendo que IR6 = 34,6 / 7 k = 5 mA. Como 2,1 mA passam através
de R5, 2,9 mA deverão passar por R7, com uma queda de tensão
nesta de 5,35 V (Vm – 10 V de D3), o que dá uma resistência para
R7 de 1,8 kΩ.
O próximo ponto é o de 100 V / 0 A. Ic = 0, sendo que não há
contribuição de Re em Vs e a tensão de 0,65 V em Vbe tem de ser
gerada pela corrente em R5 e R14 + R4, pelo que IR4+R4 = 0,65 /
282 = 2,3 mA. Esta corrente percorre também R5, implicando que
Vm = (2,3 x 7) + 0,65 = 16,75 V.
A corrente através de R6 é: IR6 = (100 – 16,75) / 7 = 12 mA, sendo
que o excesso de 12 mA – 2,3 mA = 9,7 mA terá de ser absorvido
por D2/R8 e D3/R7.
VR7 = (16.75 10) = 6,75 V com R7 igual a 1.8 kΩ, sendo que IR7 =
3,75 mA, o que faz com que IR8 seja igual a 9,7 – 3, 75 = 6 mA.
VR8 = 16,75 15 = 1,75 V, o que dá R8 = 290 Ω.
Finalmente, temos todos os valores. Seria muito interessante verificar
tudo isto antes de começar a comprar os componentes e soldá-los.
Não foram levados em consideração alguns aspectos, como por
exemplo as perdas de VRe em Vce e outros arredondamentos. O
autor preparou uma folha de cálculo para verificar tudo isto,
disponível em www.linearaudio.nl. Funciona no sentido inverso ao
que foi feito anteriormente. Usa os valores dos componentes no
circuito e calcula, para cada Vce, a contribuição da corrente através
de R5, calculando depois a corrente Ic que produz a tensão suficiente
aos terminais de Re para fazer Vbe igual a 0,65 V. Transformando
esses pares de Vce e Ic obteríamos a curva SOA (azul), ou seja, o
nosso objetivo inicial. Podemos ver na folha de cálculo que os seus
valores seguem os do circuito, mas que existem alguns desvios. Isto

Activate
porque, depois de ter a folha de cálculo, foi possível experimentar
Vm alguns valores para obter uma curva mais perfeita, ou para obter
D3 D2 R5 componentes com valores fáceis de encontrar. Na folha de cálculo foi
utilizada uma tensão VCC de 44 V e uma tensão Vcd(min) de 2 V. A
7k

10V 15V QOUT QOUT

folha permite ainda alterar a razão entre R5 e R6 para se conseguir
Q1 DRIVE DRIVE um valor standard para os diodos Zener. Para isto, pode ser utilizada
a função solver do Excel para encontrar a razão entre as resistências
Vb
R14 STD03N STD03N que resulte, por exemplo, num diodo Zener D3 de 12 V. Mais algumas
2SC iterações e obtem-se para D2, 18 V. No final, os valores obtidos
270 Ω

2910
Rs
foram utilizados no circuito final, apresentado no artigo principal.
100 Ω Como a curva utilizada foi a azul, mesmo que ocorram alguns desvios
Vs Rs não causarão problemas maiores.
100 Ω
R7 R8 R4 Re Re Se você encontrar algum erro na folha de cálculo, contate o autor.
Não é fácil desenvolver circuitos de proteção com elevada precisão,
290 Ω

0Ω22

0Ω22
12 Ω
1k8

e os erros podem ser desastrosos. Por isso, a verificação dos cálculos,

Output e trabalhando com a folha de cálculo no sentido inverso, permite
071086 - 15
ganhar alguma confiança no circuito.
Figura 2. Circuito de proteção SOA.

são diferentes (está tudo explicado Atraso dor estabilize, antes de ligar os al-
na folha de características). Com al- Uma amostra do sinal alternado do to-falantes. Quando a alimentação é
gum cuidado é possível definir as transformador de tensão passa para desligada, o relé abre imediatamen-
tensões de disparo para o mesmo o uPC1237 através de R21 e D8 até te, antes que os capacitores de ar-
valor de 0,6 Vdc. Estes valores são C6. Esta parte do circuito proporcio- mazenamento da fonte de alimen-
definidos por R17 e C2, como se na o atraso para o relé, de modo a tação tenham hipótese de descar-
mostra na Figura 1. permitir que o circuito do amplifica- regar. Deste modo evitam-se ruídos

35
Áudio & Vídeo
no alto-falante, ao ligar e desligar o
R16 VCC+
3k9
amplificador.
R6
Zona de funcionamento

6k19
segura (SOA)
A segunda função do sistema de
D6 proteção é proteger os dispositi-
D3 D2 R5 vos de saída contra cargas de mui-
1N4148 to baixa impedância e contra curto-

9k1
2SC2910 circuitos.
12V 18V
Existe um artigo muito interes-
R14
sante sobre o funcionamento na

270 Ω
Q1
R7 R8
zona SOA, escrito por Michael
U1 VprotP
C1 Kiwanuka [1]. O circuito de pro-

536 Ω
ProtP

2k0
7 1
100n
R4 teção é baseado este artigo, ape-
sar de ser diferente do proposto.

12 Ω
8 2 O esquema é apresentado na Fi-
6 4 VOUT gura 2. O circuito recebe dois ti-
R9
pos de informação do amplifica-

12 Ω
5 3 C2
R11 R10
536 Ω dor: a corrente IC nos dispositi-
vos de saída, através de VprotP e
2k0

ProtN 100n R15

MCT6 270 Ω VprotN VprotN (pelo conector J7, Figura
Q2 1), que é na realidade a queda de
tensão nas resistências de emis-
D4 D5 R12 sor, e uma representação da ten-
2SA1208
são Vce dos dispositivos de saída, ob-
9k1

D9
12V 18V
tida pelos componentes ligados à ten-
1N4148
são de alimentação e Vout.
Os cálculos destes componentes são
R13 descritos em outra parte do artigo.
O objetivo da proteção SOA é limi-
6k19

tar as combinações de Vce e Ic de

R22
3k9 modo que os dispositivos de saída
071086 - 12 VCC- estejam sempre dentro da zona se-
gura de funcionamento (SOA).
Figura 2. Sistema de proteção para a zona SOA.

Lista de Capacitores:
C1;C2= 100 nF, cerâmico
componentes C3= 100 µF/10 V
C4= 22 nF, cerâmico
Resistores: C5= 33 µF/10 V
(1/4 W, filme metálico) C6= 4 7 µF/25 V
R1= 10 kΩ
Semicondutores:
R4;R9= 12 Ω D1;D6a D11= 1N4148
R5;R12= 8,2 kΩ D2;D5= Diodo zener 18 V/0,5 W
R6;R13= 6,2 kΩ D3;D4= Diodo zener 12 V/0,5 W
R7;R11= 2,0 kΩ J2= LED Bicolor
Q1= 2SC2910
R8;R10= 560 Ω Q2= 2SA1208
R14;R15= 270 Ω Q3= BC546B
R16;R22= 3,9 kΩ Q4= BC556B
R17= 36 kΩ U1= MCT6 (Fairchild)
U2= UPC1237 (NEC) ou NTE7100 (NTE
R18= 510 Ω
Electronics)
R19= 16 kΩ
R20= 56 kΩ Diversos:
R21= 18 kΩ J6= Barra de terminais 2x1
R24;R25= 22 kΩ J7= Conector DIL 2x3 para cabos planos
RL1= Relé LS da Amplimo
R23= 3,9 kΩ/1 W PCI (Ref.ª 071086-1)

36
 Vrel
R24
+VCC
22k
Q3
BC546B BC556B
J2
Bi-colour LED
OFF ON
R23
3k9
Figura 3. Indicador de estado.
Normalmente, um circuito de pro-
teção deste tipo retira corrente dos
transistores de saída, de modo a li-
mitá-la. O coletor do transistor de
proteção (Q1 e Q2, Figura 2) estaria
normalmente ligado à base dos pri-
meiros transístores do estágio de saí-
da. Q1/Q2 ligam quando a tensão Vbe
excede 0,65 V, limitando o sinal na
base. Mas, as experiências mostraram
que mesmo com uma tensão de Vbe
de apenas 100 mV, os transístores de
proteção já começam a influenciar o
sinal na base, resultando numa maior
correção de erro e distorção.
Por essa razão, optou-se por trans-
formar o circuito num circuito do
tipo On/Off. Os transístores de pro-
teção ligam ao pino de proteção con-
tra sobrecarga do uPC1237 (pino 1),
através do optoacoplador duplo U1
(MCT6). Se ocorrer uma sobrecarga,
este pino é colocado ao nível lógico
alto através da resistência R1 (Figu-
ra 1) e o uPC1237 desliga o relé dos
alto-falantes. No protótipo, o jumper
6 está colocado, fazendo com que
o relé seja ligado novamente após
uma situação de sobrecarga, para
verificar se essa situação persiste.
Se sim, então o relé volta a desligar
imediatamente.
É discutível se o circuito de prote-
ção não deveria atuar limitando a
saída, em vez de desligar os alto-fa-
lantes. Se o amplificador for utiliza-
do num sistema PA, isso é verdade,
mas para um amplificador de utili-
zação doméstica, isso já não é tão
R25 importante e consegue-se um cir-
cuito de proteção que não influen-
22k
cia de modo algum o sinal que está
Q4
a ser amplificado.
O amplificador do autor já tem mais
de um ano de existência e o siste-
ma de proteção só foi ativado uma
única vez, devido a um cabo de en-
D10
trada balanceado, que estava inje-
tando uma tensão contínua de 2,5
1N4148 V na entrada.
Indicador de estado
071086 - 13 Existe um pequeno circuito biestá-
vel que usa a tensão de controle do
relé para ligar um LED bicolor, que
pode ser colocado no painel frontal.
O LED acende com uma cor, enquan-
to decorre o tempo para ligar o relé,
ou quando a proteção está ativa, e
com outra quando o amplificador
está funcionando normalmente.
O circuito é apresentado na Figura 3.
Todos os componentes das Figuras
1, 2 e 3 pertencem à placa do sis-
tema de proteção apresentado na
Figura 4.
Construção
Antes de construir o circuito,
deve completar primeiro o am-
plificador, pois este é necessá-
rio para testar o sistema de pro-
teção. Podem ser montados
primeiro os componentes relacio-
nados com a proteção DC e com
o atraso, em torno de U2. Comece
pelos componentes mostrados na
Figura 1.
Em seguida, construa o cabo pla-
no de 6 condutores e ligue as duas
placas. Verifique a orientação dos
conectores. A orientação correta
está marcada na placa de circuito
impresso. Conecte também um dos
fios do secundário do transformador
(sinal alternado) ao conector J1 da
placa de proteção. Não ligue ainda
o alto-falante, nem a saída do ampli-
ficador ao circuito de proteção. Li-
gue o amplificador, deverá ouvir o
relé operar após alguns segundos.
Se desejar um atraso maior, basta
aumentar o valor de C6. Ao desligar
Áudio & Vídeo
o amplificador, o relé deve desope-
rar imediatamente.
Em seguida, verifique a prote-
ção de desvio de tensão DC.
Te m ­p o r a r i a m e n t e l i g u e u m a
resistência de 100 k Ω entre
as entradas positiva e negativa do
alto-falante, na placa de proteção
(J4). O relé deverá abrir. Faça este
teste com e sem o jumper J6, para
verificar se ambos os modos funcio-
nam corretamente.

Seguidamente, monte o resto dos

componentes para o circuito indi-
cador da Figura 3.

Na placa de circuito impres-

so as marcas “ON” e “OFF” in-
dicam qual dos pinos está ati-
vo para um determinado esta-
do. Se utilizar LEDs vermelho/
/verde, ligue o vermelho ao pino J2/
/OFF e o verde ao pino J2/ON.
Repita agora os testes, para veri-
ficar que o circuito indicador está
funcionando.

Resta agora montar os componen-

tes para a proteção SOA. Depois
de estarem todos montados, ligue
o cabo plano, a saída do amplifi-
cador (conector J3 do amplifica-
dor ao conector J4 do circuito de
proteção) e a ligação à massa (co-
nector J3 do circuito de proteção
ao ponto de massa da ligação em
estrela).
Ligue o amplificador e verifique se
este está funcionando corretamen-
te. Agora, para simular uma situa-
ção de sobrecarga, ligue uma resis-
tência de 10 kΩ entre o positivo da Figura 4. Disposição dos componentes na placa de circuito impresso do circuito de proteção.
alimentação e o nó da base de Q1,
R14, R5 e C1. O relé deve desligar.
Repita o teste, colocando agora a re-
sistência entre o negativo da alimen- de saída do amplificador. (071086-1)
tação e o nó da base de Q2, R12, R15
e C2. Circuito autônomo Artigo original: Protection System for Power Amplifiers –
O artigo foca a utilização do cir-
Nota: se você não montar a placa cuito em conjunto com o ampli- May 2008
do circuito de proteção diretamen- ficador paX. Mas o circuito pode
te nos terminais de saída do ampli- ser utilizado com qualquer am-
ficador, pode-se ligar o fio de retor- plificador, desde que se ajuste
no diretamente do terminal de saí- os valores da zona SOA. A caixa Bibliografia
da para a massa (centro da ligação na Figura 1 mostra as ligações
em estrela), sem passar pela placa necessárias para ligar o [1] Transparent V-I Protection in Audio
de proteção. A ligação “viva” dos amplificador ao circui- Power Amplifiers, Michael Kiwanuka.
alto-falantes liga do conector J8 da to de proteção, através do Electronics World, October 2002.
placa de proteção para o conector conector J7.

38
27 a 30 de outubro, 2008
t
5SBOTBNerica Expo Center t São Paulo

Um evento de Mercado, Negócios e já!

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Relacionamento! va-s
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