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Semicondutores
▪ Tudo que já foi explicado anteriormente é válido, um material semicondutor tem a capacidade de
emular o comportamento de um condutor e de um isolante, deve ter o mínimo de impureza possível,
não suporta variações bruscas de aquecimento.
▪ Digamos que uma energia é aplicada ao átomo, e com isso o elétron ganha energia, entra em
movimento e sai do átomo, gerando um espaço vazio no espaço que ele ocupava. Este espaço vazio
tem o comportamento de uma quasipartícula, sendo denominado de buraco eletrônico ou vacância.
Neste espaço é gerado uma carga positiva igual à carga do elétron (carga negativa) que estava lá
anteriormente, e quando essa carga entra em movimento, também gera corrente elétrica. No
momento em que o elétron se movimenta e deixa o buraco eletrônico, o elétron que ficou tende a
“tapar” o espaço deixado pelo primeiro, e assim sucessivamente. Ou seja, a corrente elétrica é a
contribuição do movimento dos elétrons e dos buracos eletrônicos, principalmente nos
semicondutores, porque nesses materiais a quantidade de elétrons é muito menor que nos
condutores.
▪ O GAP é neste material é < 2eV. Com isso os elétrons são capazes
de conduzir eletricidade com pequenas energias (como em
células fotovoltaicas de Si), fazendo com que o elétron saia do
seu átomo e vá para outro, gerando corrente elétrica.
▪ Os tipos de materiais semicondutores são muito variáveis, como
diodos, transistores, leds, diacs, triacs, etc. E todos eles são
baseados no Arsenieto de Gálio (AsGa), Silício (Si) e Germânio
(Ge). A grande variedade de dispositivos se deve ao
polimorfismo que estes elementos apresentam, sendo que para
gerar esses dispositivos alteramos a relação elétron-vacância,
pois naturalmente a quantidade deles são exatamente iguais para gerar estabilidade.
▪ A corrente elétrica pode ser de dois tipos: real ou convencional, no qual são opostos
matematicamente.
▪ Portador de carga – porta a capacidade de gerar corrente elétrica (elétrons e vacâncias). Os elétrons
que estão presentes na banda de condução também têm a capacidade de “tapar” os buracos
eletrônicos da banda de valência, gerando um processo dinâmico.
▪ Como vimos, a carga do buraco eletrônico é igual à carga do elétron que o deixou, só que no sentido
oposto, porém, o buraco eletrônico “não existe”, sendo apenas um espaço vazio com carga positiva.
Com isso, a relação carga-massa dos elétrons é diferente dos buracos eletrônicos. Assim temos que
entender como a rede funciona. Por exemplo, no momento que o elétron se desloca para fora do seu
átomo gera o buraco eletrônico carregado positivamente, sendo que o elétron é uma partícula e
apresenta massa e velocidade, ou seja, momento . Mas o que seria a massa do buraco eletrônico pois
este também apresenta momento? A massa do buraco eletrônico nada mais é que a massa da rede,
sendo o conjunto inteiro da célula unitária e dos agrupamentos da célula.
▪ Seguindo esse pensamento, o elétron apresenta uma massa muito menor que a dos buracos
eletrônicos, assim sua mobilidade é muito maior, fazendo com que tenha mais facilidade de se
movimentar e gerar corrente elétrica. É necessária uma pequena voltagem para fazer o elétron se
movimentar, enquanto no buraco eletrônico é necessária uma alta voltagem. Por isso, a corrente
gerada pelos elétrons é diferente da corrente gerada pelas vacâncias. ().
▪ A corrente elétrica medida é a contribuição das vacâncias e dos elétrons. E isso é muito importante
porque nos sistemas digitais temos processadores que são baseados nas correntes dos elétrons e
outros baseados na corrente dos buracos, tendo densidades de corrente e mobilidade diferentes,
gerando chaveamentos e processamentos diferentes.
❖ Tipo P – A sua dopagem ocasiona excesso de buracos eletrônicos (carga ) e faz com que sejam
acrescentados próximos à BV. Isso faz com que as correntes nesses dispositivos sejam baseadas
nos buracos eletrônicos. Os elementos receptores são Al, Ga e In (coluna III). A aplicação mais
importante desses semicondutores (p e n) está na chamada junção pn.
Aula 11
Diodos
▪ Será o primeiro dispositivo elétrico a ser estudado e é a base de formação de todos os outros
dispositivos semicondutores utilizados na engenharia elétrica, como os diacs, triacs, transistores, etc.
A combinação dos diodos P/N irá formar essa variedade de dispositivos. Todo mundo sabe o
símbolo de um diodo. O diodo é um dispositivo passivo e assimétrico (anisotropia).
▪ O diodo é um componente que pode se comportar como um isolante e um condutor, dependendo da
forma como a tensão é aplicada em seus terminais. Esse semicondutor apresenta simultaneamente
um lado com a barreira N e outro com a barreira P (junção PN). A corrente de difusão presente no
interior da região de depleção é responsável pela queda de tensão no diodo e nos outros dispositivos.
Semicondutores em geral não suportam tensão alternada.
Funcionamento do diodo
▪ Devido à junção PN, existe a presença natural da barreira de proteção (contenção), formando um
campo elétrico que faz com que os elétrons e as vacâncias não passem para o lado oposto, como já
foi explicado na aula 10.
▪ Quando que o diodo passa a conduzir? Ele irá conduzir ao ser aplicado um nível de tensão acima da
energia potencial do sistema, que nada mais é que a diferença entre as bandas de condução do lado
N e do lado P. Assim a corrente de deriva aplicada pelo nível de tensão irá superar a corrente de
difusão da região de depleção fazendo com que os elétrons passem para o lado P e os buracos para o
lado N.
▪ A corrente de difusão é gerada pelos portadores minoritários do sistema, que são formados pelos
dopantes do semicondutor extrínseco.
▪ A energia potencial do sistema depende inteiramente do elemento que compõe o dispositivo. Para o
Ge é de , para o Si de e para o AsGa de .
Polarização - Dependendo da forma como a polarização de tensão é aplicada no diodo ele modifica
seu funcionamento.
▪ Sem tensão () – O diodo se comporta como um isolante, já que a região de depleção não se modifica.
▪ Polarização direta () – Temos dois casos nessa parte. Caso a ddp
aplicada for menor que a energia potencial do sistema (), a maior
parte dos elétrons e vacâncias (lacunas) não terão capacidade de
atravessar a junção PN, com isso será gerado apenas uma pequena
condução no diodo, quase desprezível. Quando a ddp é maior que a
energia da barreira (), será exercida uma pressão sobre a região de
depleção, fazendo com que ela se compacte e facilite a travessia dos
elétrons e das vacâncias. Isso acontece por causa da repulsão
eletrônica que acontece quando a ddp é aplicada, como vemos na
imagem anterior. A carga positiva aplicada pela ddp faz com que as vacâncias do lado P se
repulsam, sendo forçadas a se aproximar da região de depleção, o mesmo comportamento acontece
do lado N, só que com s elétrons .
▪ Polarização inversa ( – Situação de fácil entendimento. Como a ddp
está com polaridade diferente do natural do diodo, as cargas serão
atraídas pelo polo negativo da ddp, se afastando da barreira e as
cargas serão atraídas pelo polo positivo da ddp, também se afastando
da barreira. Com isso, a pressão sobre a região de depleção diminui,
fazendo que com que aumente seu tamanho, dificultando mais ainda a
travessia de elétrons e buracos. Ou seja, o diodo terá mais dificuldade
ainda de conduzir nessa situação. Dizemos que o diodo está em
bloqueio.
Características da barreira eletrônica
▪ Na imagem temos que o nível de Fermi é constante e a junção PN está em equilíbrio. Mas porque
este nível é constante? Antes do contato das regiões p e n da junção, portanto antes de alcançar o
equilíbrio, realmente os níveis de Fermi nas
regiões p e n não são iguais. A desigualdade
destes níveis faz com que, ao se efetuar o contato,
elétrons da região n migram para o lado p e
lacunas da região p migram para o lado n. Isto
porque os elétrons no lado n tinham inicialmente
maior energia no lado n que no lado p e
analogamente para as lacunas, estas tinham
inicialmente maior energia no lado p que no lado
n (portadores de carga majoritários, por isso a
barreira é assimétrica). Como a natureza procura
o equilíbrio com o sistema com a mínima
energia, temos este fluxo inicial de portadores.
Em equilíbrio, a probabilidade de ocupação de todos os estados em certo nível de energia, ao longo
de todo a material, deve ser a mesma. Situação análoga é observada ao conectar-se, por meio de um
cano, dois tanques de água, inicialmente com níveis diferentes de água. A situação de equilíbrio é
alcançada com os níveis de água nos dois tanques se igualando.
▪ O elétron é uma partícula carregada leve, já a vacância é uma partícula pesada. Quando aplicamos um
nível de tensão no sistema, temos que a pressão aplicada pela ddp será a mesma no lado P e no lado
N, certo? Desse modo, se uma mesma pressão é aplicada em partículas de diferentes massas, qual
irá se movimentar mais facilmente? Obviamente o que tiver menos massa, no caso o .
▪ As partículas são mais pesadas que os . Isso significa que teremos um acumulo de cargas do lado P
mais compacta que do lado N, ou seja, do ponto de vista operacional teremos no lado P uma
grande quantidade de carga num espaço menor, já que o elétron de pequena massa não consegue
empurrar a vacância pesada.
▪ Isso muda no lado N, pois como o é mais pesado, ele é mais ignorante e não consegue frear. Assim, a
barreira do lado N formado pelos portadores de carga é maior que do lado P. Por isso a barreira
é assimétrica.
Curva característica
▪ A curva característica dos dispositivos explica seu modo de
operação. É um gráfico que relaciona tensão aplicada x
corrente de condução. O diodo é um material não ôhmico
(não linear). Ao lado temos a curva característica de um
elemento de Si e de Ge. Para o Ge, temos que ele entra no
regime de condução apenas a partir de e no Si a partir de .
▪ Através da curva também verificamos que enquanto a tensão
sobre o diodo não ultrapassa um valor limite, que corresponde
ao potencial da barreira , a corrente através do diodo
permanece muito pequena. A partir desse valor, a corrente no
diodo pode aumentar substancialmente sem que cause
aumento significativo na queda de tensão no diodo.
▪ Quando o diodo é reversamente polarizado, existe uma
corrente de fuga que aumenta gradativamente com o aumento
da tensão inversa nos terminais do diodo. No caso do Si
observamos esse comportamento quando a corrente de fuga
satura no valor de negativo.
Tempo de relaxação (Tempo de recuperação reverso)
▪ É o tempo que o dispositivo demora para alargar e comprimir a região de depleção, ou seja, é o tempo
gasto na transição entre isolamento/condução.
▪ Esse valor é muito importante pois irá indicar a frequência de operação do dispositivo.
▪ Dispositivos com alto tempo de relaxação são lentos e não são utilizados para chaveamentos ou em
sistemas de alta frequência, como os leds. Já os com baixo tempo de relaxação fazem a transição
isolamento/condução muito rapidamente, sendo ideais em sistemas de chaveamento rápido, como
em processadores, amplificadores, telecomunicações, etc.
▪ Nos diodos de junção PN (lenta recuperação), esse tempo é na faixa de microssegundos, enquanto nos
diodos Schottky é na faixa de nanossegundos (rápida recuperação).
▪ A figura abaixo mostra um caso onde o diodo conduzia diretamente () e que, depois de desligado,
existe um tempo em que a corrente flui no sentido inverso ().
Aula 12
Retificadores
▪ Uma das funções do diodo de junção PN é a retificação de onda alternada. O diodo retificador converte
níveis de tensão alternada para níveis de tensão contínua, realizam a conversão CA-CC. Existem duas
maneiras de conversão CA-CC, para alta potência e para baixas potências.
Conversão em alta potência
▪ Utiliza um grupo motor-gerador. O motor é alimentado pela tensão alternada da rede, gerando um torque
que é transferido para o gerador, e o gerador vai converter esse
movimento mecânico em uma corrente contínua. O grande problema
desse tipo de conversão é grande perda de potência. Por isso, é utilizado
apenas para altas potências.
Conversão em baixa potência
▪ É feita por diodos de junção PN. O diodo é capaz de gerar conversões
entre AC-DC, mudando a forma da onda, transformando uma onda
alternada em uma onda pulsada, mas completamente positiva. Os
retificadores podem ser classificados de três formas:
❖ Segundo a sua capacidade de ajustar o valor da tensão de saída (controlados x não controlados). Os
retificadores não-controlados são aqueles que utilizam diodos como elementos de retificação,
enquanto os controlados utilizam tiristores ou transistores. Os não-controlados apresentam na sua
saída uma tensão que ainda não é contínua, existe uma ondulação. Os controlados já apresentam a
retificação com um valor contínuo, sem ondulações.
❖ De acordo com o número de fases da tensão alternada de entrada (monofásico, trifásico, hexafásico,
etc.).
❖ Em função do tipo de conexão dos elementos retificadores (meia ponte x ponte completa).
Tipo de conexão dos elementos retificadores (não-controlados)
Retificador de meia onda
▪ Usualmente topologias em meia ponte não são aplicadas. A principal razão é que esta conexão gera
problemas quando a carga do sistema é indutiva ou capacitiva. A meia onda gera problemas de
aquecimento nesta situação e, portanto, perdas de potência.
▪ O diodo ideal com polarização direta comporta como uma chave fechada e com polarização reversa
comporta como uma chave aberta.
Retificador de onda completa utilizando transformador com derivação central ou com partição
▪ Há uma defasagem de 180º entre as tensões de saída do transformador, VA e VB. Quando A é positivo,
B é negativo, a corrente sai de A passa por D1 e RL e chega
ao ponto C, não há condução por D2 (polarização reversa).
Quando A é negativo, B é positivo, a corrente sai de B
passa por D2 e RL e chega ao ponto C, não há condução
por D1. Para qualquer polaridade de A ou de B a corrente
IL circula num único sentido em RL e por isto, a corrente
em RL é contínua. Temos somente os semiciclos positivos
na saída. A frequência de ondulação na saída é o dobro da
frequência de entrada.
▪ A função da partição
é fazer com os
diodos não fiquem
em série, fazendo
com que os diodos
trabalhem um
alternando ao
outro, é um
aterramento para
gerar dois
caminhos. A bobina do secundário do transformador é dividida em duas, o que aumenta o volume
transformador. Essa retificação é utilizada para dispositivos grandes, como por exemplo, gerador,
motor. Retificações para dispositivos menores usa-se a configuração em ponte.
Retificador de onda completa em ponte
▪ O retificador em ponte dispensa o uso do transformador com partição. Quando A é positivo em relação
a B, a corrente sai de A passa por D1, RL, D3 e chega ao ponto B, D2 e D4 estão em aberto e não
conduzem. Quando A é negativo em relação a B, a corrente sai de B passa por D2, RL, D4 e chega ao
ponto A, D1 e D3 estão em aberto. Conduzem somente dois diodos de cada vez. Quando o ponto A é
positivo D1 e D3 conduzem. Quando o ponto A é negativo D2 e D4 conduzem. Para qualquer
polaridade de A ou de B a corrente IL circula num único
sentido em RL e por isto, a corrente em RL é contínua.
Temos somente os semiciclos positivos na saída. A
frequência de ondulação na saída é o dobro da frequência
de entrada. A frequência é o dobro, pois temos o dobro de
pulsação pelo mesmo período.
▪ Essa configuração é própria para dispositivos pequenos,
como carregador de celular.
carregado, e no momento que a polaridade for invertida, o ramal do diodo fica em aberto e a energia
armazenada no capacitor será descarregada sobre à carga, fazendo com que sempre receba valores
positivos de tensão.
Telecomunicações
▪ A área de Telecom trabalha essencialmente com transmissões de sinais, e para sua propagação ser
feita com eficiência deve ser em altas frequências, e para isso utilizamos um decodificador.
▪ Temos um exemplo de transmissão de onda sonora. A nossa voz é de baixa frequência, e para ser
transportada, a forma de onda da voz será sobreposta em uma onda de alta frequência. Essa onda de
alta frequência não contém informação, servindo apenas para o transporte. A informação está apenas
na parte superior da onda.
▪ A sobreposição dessas ondas é feita por um injetor de propagação de sinal.
▪ Quando a onda é receptada pela antena, teremos que ter um circuito retificador para transformar a
onda alternada em onda continua. A onda retificada passará a um decodificador (), e devido ao diodo
PN a onda de alta frequência não será sentida pelo sistema, apenas a parte superior da onda será
detectada, justamente a onda que contém a informação da nossa fala, assim, a onda que sairá do
decodificador será exatamente a forma de onda da voz, pois para ele a onda de alta frequência nem
existe.
Tipos de diodos
Diodo de barreira schottky
▪ O diodo schottky não é um diodo com um lado P e outro
lado N. Ele é feito com uma heterojunção (os diodos PN
são feitos com uma homojunção). Na heterojunção desse
diodo teremos um semicondutor ligado à uma barreira
metálica, como podemos ver na imagem ao lado.
▪ Processo de formação da barreira schottky – No caso dos diodos PN tínhamos a transição de energia
dos portadores entre as BC do lado N e do lado P. Nos schottky temos a presença da camada
metálica, cujos níveis de energia BC e BV estão praticamente sobrepostos, e também a parte
semicondutora que têm a BC longe da BV. Obviamente verificamos que as bandas do semicondutor
e do metal não são iguais. E ao ser fornecido tensão nesse sistema (dependo do nível), em vez de ser
criado uma corrente será destinado energia para a ionização.
▪ Energia de ionização – é o efeito quando o elétron do metal passa da BV para a BC ganhando muita
energia, ele é capaz de se soltar do átomo, e se transferir por decaimento energético para a BC do
semicondutor. A energia mínima para isso tem o nome de energia de ionização. Esse efeito é o
grande responsável pela transferência de elétrons entre metal semicondutor. Os elétrons do metal
têm trabalho maior para chegar à energia de ionização que os semicondutores devido às diferentes
configurações entre as BC e BV de cada um.
▪ Através da ligação metal semicondutor forma-se uma barreira potencial de trabalho. Essa barreira é
formada porque os elétrons têm de se transferir para um material diferente do qual ele estava
originalmente. Isso significa que nem todas as vezes que for aplicada tensão sobre esse material ele
irá conduzir, o que é um funcionamento básico dos diodos. Como os níveis de energia de ionização
são diferentes entre o semicondutor e o metal, o material é isolante sem ddp sobre ele. Quando for
aplicado uma tensão diretamente polarizada no diodo , os níveis de energia de ionização se alinham,
gerando a transferência instantânea de elétrons, e quando a tensão for reversamente polarizada, os
níveis se distanciam mais ainda, gerando o isolamento.
▪ Devido à rápida transferência de elétrons nesse diodo, ele é capaz de operar em altas frequências.
▪ O diodo schottky pode ser do tipo P e do tipo N.
❖ Schottky tipo P – nesse caso, o Si está com excesso de vacâncias, assim na condução os elétrons
passam do metal para o semicondutor Si.
❖ Schottky tipo N – os elétrons do Si se deslocam para o metal. (1h23min e 1h25min)
▪ Nesse diodo a corrente gerada será majoritariamente dos elétrons, devido a impossibilidade de haver a
transferência de buracos eletrônicos do metal para o semicondutor. E como temos menos portadores,
a corrente no schottky é mais baixa. O nível de tensão que esse diodo suporta também é menor, pois
se fosse aplicada uma ddp muito elevada as cargas iriam se acumular na solda, gerando
aquecimento, perdas e queimando o diodo.
▪ Frequência máxima de 5GHz e tensão máxima de 5V.
Curva característica
▪ O valor de chaveamento do Schottky é menor que do diodo PN, mesmo sendo feito do mesmo
material (Si). A tensão de chaveamento é de 0,3V.
Aula 14
Tipos de diodos (continuação)
Diodo Zener
▪ Utilizado como regulador de tensão, isto é, ele mantém
a tensão sobre uma carga constante e de valor Vz
(tensão de Zener). É feito da mesma forma que o
diodo de junção PN, a única diferença é que o zener
19 20 -3
possui uma dopagem maior (10 --10 cm ). Essa
dopagem em excesso é responsável por dar
características especiais a ele. Ele opera em
polarização reversa. Ele se comporta como um diodo comum quando polarizado diretamente.
▪ Ele suporta tensões reversas próximas à tensão de ruptura e consegue manter a tensão de saída
estável. O diodo zener, ao contrário do que ocorre com o diodo comum, é fabricado para justamente
trabalhar com polarização reversa, desse modo, quando a tensão de ruptura do diodo zener é
atingida a mesma torna-se praticamente constante independentemente do valor da corrente que passa
pelo mesmo. Por possuir essa característica, o diodo zener é normalmente utilizado como regulador
de tensão. Se a tensão passar muito desse valor o diodo irá queimar, a região de depleção vai esticar
tanto que vai romper. Tensão de ruptura é um valor de tensão reversa a partir do qual a corrente
aumenta sensivelmente, abruptamente.
▪ Tensão zener (Vz)
❖ É o valor de tensão no qual o diodo zener entra em condução, quando polarizado reversamente.
Os valores de tensão são padronizados pelos fabricantes.
▪ Efeito zener
❖ Ele acontece com baixa tensão e alta concentração de dopantes. Como os lados da junção são
muito dopados, a região de depleção será menor, pois a pressão é maior. Assim, a barreira de
potencial é menor. Ao ser aplicada uma ddp reversa, os elétrons do lado p ganham energia
suficiente para vencer a barreira e retornam para o lado n, gerando uma corrente reversa, uma
corrente de fuga.
▪ Efeito avalanche
❖ Ocorre em altas tensões e baixas concentrações de dopantes. A partir de um certo valor de tensão
aplicada ao diodo, o elétron do lado p é fortemente arremessado para lado n devido à alta tensão,
haverá choques dos elétrons livres com a rede cristalina, retirando os elétrons da rede e formando
buracos eletrônicos. Ocorrerá um efeito multiplicativo, aumentando consideravelmente o número
de portadores de carga disponíveis para condução de corrente. Esse efeito faz com que a corrente
aumente rapidamente devido ao movimento simultâneo das duas cargas (e ).
▪ Esses dois efeitos (zener e avalanche) ocorrem simultaneamente no diodo zener, porém para
determinadas condições de dopagem e tensão você vai ver um efeito se sobrepor ao outro. São esses
efeitos que fazem o zener ser utilizado como regulador de tensão.
Diodo de Tunelamento ou Túnel
▪ Tunelamento quântico (ou efeito túnel) é um fenômeno da mecânica quântica no qual uma partícula
pode escapar de regiões cercadas por barreiras potenciais mesmo se sua energia cinética for menor
que a energia potencial da barreira, isso significa que um elétron pode sozinho (no sentido de sem
ajuda) gerar corrente elétrica. O diodo túnel possui tal denominação em virtude de seu princípio
operacional vincular-se ao conceito da mecânica quântica que afirma existir uma probabilidade
finita de um elétron afunilar-se através de uma barreira de energia, a qual não pode superar.
▪ Trata-se de uma junção PN feita com semicondutores com altas concentrações de impurezas, maior
do que no diodo zener. Ele opera em polarização direta, não suporta polarização reversa. Ele se
difere dos demais diodos, pois ele é capaz de gerar tensão quando submetido a uma faixa bem
específica de tensão.
▪ A elevada dopagem neste diodo produz uma região de depleção muito estreita, pois há uma elevada
pressão. É nessa fina região de depleção que muitos portadores podem atravessar com em um túnel.
Nesse dispositivo a energia de Fermi sobe para dentro da banda de condução, no lado n, e desce
para dentro da banda de valência, no lado p. Essa região de depleção reduzida produz portadores em
velocidades que superam as dos diodos convencionais. O diodo túnel pode ser, portanto, utilizado
em aplicações de alta velocidade, como em computadores e osciladores, nos quais são necessários
tempos de chaveamento da ordem de nanossegundos ou picossegundos.
▪ Sem tensão aplicada , a corrente é nula, não condução, não há tunelamento de elétrons. Ao ser
aplicado uma pequena tensão externa com polarização direta, o tunelamento de elétrons do lado n
para o lado p vai aumentar, enquanto que no sentido oposto vai diminuir, visto que a banda de
condução do lado n sobe. É nesta situação também, numa faixa bem específica de tensão, que o
diodo gera tensão. Portanto, existem faixas para em que o diodo consome energia e uma faixa que
ele gera. A partir de um certo valor de tensão , o tunelamento deixa de existir. O que vai acontecer é
que os elétrons atravessam a junção sem tunelar.
▪ Quando
o
diodo
está
▪ O LED (Diodo Emissor de Luz) é um fotoemissor, que tem queda de tensão igual à do diodo. Os
LEDs têm uma corrente de operação máxima, assim como os diodos.
Fotosensores
▪ Os Fotosensores têm a função de modificarem a corrente que transpassa sobre ele quando recebem
luz na barreira de depleção. Eles também são idênticos aos diodos de junção PN, modificando
apenas que o GaAs é o material utilizado. A diferença entre o fotosensor e o fotoemissor é apenas no
modo de operação.
▪ Quando a luz bate num fotosensor, essa energia movimenta os e as da região de depleção, e começam
a sair da barreira para o lugar onde estão mais próximo. Como nesse processo os começam a se
movimentar, significa que temos a geração de corrente elétrica. E como sabemos, essa corrente
elétrica é pequena (mA), servindo apenas para detectores.
Gás Plasma
▪ Consiste numa lâmpada incidindo radiação numa substância
fotoluminescente. Existe uma tela muito fina num formato
semelhante de uma forma de gelo, onde cada lacuna é
preenchida por uma camada de Fósforo RGB (mesmo da
lâmpada fluorescente). Cada agrupamento de três
“quadradinhos” composto por um de cada cor forma um
pixel. Assim cada pixel pode ter qualquer cor visível.
▪ A malha condutora controla a corrente que cada caixinha
recebe, podendo controlar a cor que o pixel emite. Essa caixa
será por um vidro polarizado e preenchida por gás Xenônio ou Argônio (gases inertes, isolantes). E
quando esses gases começam a conduzir, geram luz ultravioleta que quando bate no Fósforo gera
luz. Mesmo processo da lâmpada fluorescente.
▪ Essas telas geram um preto perfeito, por não haver a luz de fundo. E também as cores ficam mais
vivas. Mas esses dispositivos consomem mais energia, por isso a durabilidade é baixa (2 anos), e
também não são recomendáveis para tamanho acima de 40”, por ter alta densidade de corrente no
sistema.
LED (Light Emitting Diode – Diodo Emissor de Luz)
▪ A placa inteira desse televisor é feita de LED. Ele mesmo gera sua luz, o que a faz gerar imagens
mais brilhosas e coloridas, mas com menos detalhes, e evita a utilização da luz de fundo. Os leds
podem ser divididos em duas arquiteturas:
❖ Edge-lit – é uma tela no qual a cor é projetada de fora para dentro. Existem LEDs de alta
intensidade nas bordas e LEDs de baixa intensidade no meio. Com isso a imagem tende a
escurecer, com redução de brilho e contraste. Essa tecnologia produz telas mais finas que a local
dimming.
❖ Local dimming – todos os LEDs vão produzir a mesma intensidade de cor, gerando imagens com
alto desempenho de brilho e contraste. Tem economia de energia.
Apenas informação: a frequência de atuação dos televisores é muito importante no desempenho,
pois quanto maior evita distorções na imagem (vultos). Uma frequência de 60Hz é considerada baixa,
enquanto uma de 120Hz já pode ser considerada de boa qualidade, mas quanto maior melhor.
OLED (Diodo Orgânico Emissor de Luz)
▪ É uma tecnologia feita a partir de moléculas orgânicas
fotoluminescentes capazes de gerar luz. Esse sistema não é
baseado em semicondutores. A arquitetura das células de luz do
OLED é a mesma do LED. Para gerar luz, a energia que a
molécula ganha é utilizada para crescimento do nível eletrônico e
que leva ao decaimento eletrônico gerando luz. Como vemos ao
lado, a estrutura dessa célula é semelhante ao LED.
▪ Os OLEDs têm maior capacidade de precisão de imagem que o LED.
▪ O controle dos pixels é feito por uma malha eletrônica, onde cada fita controla a ativação e a
intensidade de cada célula.
▪ A cor de cada célula depende do material utilizado em sua composição, com os materiais sendo
baseados na anilina. E como essas moléculas são orgânicas, elas são menos poluidoras ao meio
ambiente que as células de LED.
AMOLED (Matriz Ativa de Diodo Orgânico Emissor de Luz)
▪ A diferença dessa tecnologia para o OLED está na malha condutora responsável por ativar cada pixel.
Ao contrário do OLED, ela utiliza uma placa condutora inteira para acionar cada célula. O controle
sobre cada pixel se torna mais difícil, porém a fabricação se torna muito mais fácil, fazendo com que
seu preço barateie.
FOLED (Flexible Organic Light Emitting Display – Display Orgânico Flexível Emissor de Luz)
▪ Temos a mesma coisa do OLED, com a única diferença que as
camadas do sistema devem ser flexíveis, ou seja, os vidros antes
utilizados devem ser trocados por polímeros polissensíveis.
▪ Ainda temos a tecnologia de OLED transparente, que modifica
também apenas as camadas que devem ser transparentes.
Aula 16 e 17
Transistores
▪ Transistor – significa transcondutância, utiliza os diodos em sua
constituição. É um dispositivo ativo, controlado por corrente ou
por tensão. Onde:
❖ Emissor – seria a entrada, que emite os elétrons ou vacâncias,
região rica em portadores.
❖ Base – controle;
❖ Coletor – a saída; coleta os portadores de carga que vem do
emissor, que passam pela base.
▪ ; corrente do emissor = corrente da base corrente do coletor.
▪ O transistor, basicamente, desempenha duas funções: amplificação e chaveamento. No caso da
amplificação, podemos fazer uma analogia com uma torneira: girando a torneira, podemos controlar
o fluxo de água, tornando-o mais forte ou mais fraco. No caso do chaveamento, podemos imaginar o
transistor como um interruptor de luz: ligando o interruptor, a luz se acende; desligando o
interruptor, a luz se apaga. Nos dois casos, estamos controlando a corrente no transistor.
▪ Amplificar é aumentar a amplitude sem haver deformação na forma da onda.
Classificação dos transistores
▪ Os transistores são classificados de acordo com o tipo de portador de carga utilizado para transporte
de corrente. Sob esse ponto de vista, existem dois tipos de transistores: os bipolares e os unipolares.
Enquanto os bipolares utilizam-se de elétrons livre E lacunas como portadores de carga, os
transistores unipolares utilizam-se de elétrons livres OU lacunas como portadores de carga.
Transistor Bipolar - BJT
▪ Corrente gerada pelos dois portadores.
▪ Ele é caracterizado por duas junções PN. O controle de portadores é feito pelas duas regiões de
depleção. Nesses dispositivos o controle da corrente que flui pelo transistor é feito por corrente
injetada no terminal da base, essa corrente controla as barreiras. A corrente de operação flui no pelo
meio do transistor, perpendicularmente as barreiras. São mais utilizados na eletrônica de potência.
Os bipolares são designados pela sigla BJT (Transistor de Barreira de Junção).
Tipo PNP
▪ Obs.: a seta do emissor sempre aponta para o lado N.
▪ No BJT
existem
modos de
operação
que são determinados de acordo com a polarização das duas junções, JEB (junção emissor-base) e
JCB (junção coletor-base). São eles:
▪ O modo ativo é o mais interessante, pois é responsável pela amplificação. O modo corte e saturação
vai servir para o chaveamento.
▪ Modo ativo: A polarização na JEB fará com que a barreira dessa junção se afine, fazendo com que os
portadores majoritários (lacunas h+) do emissor passem por ela sem muita dificuldade por causa da
repulsão, formando uma corrente de deriva. Ao chegar do lado n, esses portadores se tornam
minoritários já que no lado n os portadores majoritários são os elétrons. Os buracos chegam até a
segunda barreira por meio de difusão, por que o lado n é muito estreito. Como a JCB está
reversamente polarizada a barreira dessa junção é grossa, contudo ela seletiva, isto significa que ela
não deixa passar os portadores majoritários. Assim, como os buracos tornaram-se minoritários eles
conseguem atravessar a segunda barreira porque ela nem vê esses portadores. No caminho, alguns
buracos que estão se difundindo através da região da base se recombinam com os elétrons
(portadores majoritários na base), mas como ela é muito estreita e fracamente dopada, a
porcentagem de buracos perdidos por recombinação é muito pequena. Ao chegar no lado p, que é o
coletor, esses buracos são atraídos pelo polo negativo da ddp, formando uma nova corrente de
deriva.
▪ Obs: A base é estreita e fracamente dopada para que não haja uma elevada recombinação eletrônica,
essa recombinação é a corrente de fuga vista na figura acima.
Tipo NPN
▪ O transistor bipolar NPN opera de maneira análoga ao transistor PNP, porém com fluxo de portadores
majoritários de cargas sendo os elétrons. Observe o sentido convencional da corrente.