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APARIÇÃO

Sempre fiz de mim o que jamais serei


Os talentos num espírito que se anulou
E os retratos num rosto que se apagou
Tudo são sombras do disfarce que criei

Sempre quis da vida o que nunca terei


Os afectos das paixões que já destruí
E os triunfos das ilusões que já perdi
Tudo são ruínas dos sonhos que amei

E se eu pudesse deixar morrer a dor de me desconhecer…


Viver a paz e não ser um escravo deste Mal que nos vence
E se eu pudesse sentir-me eleito pelo destino a percorrer…

(Aparição)

Enormes serão os prazeres e as vitórias


Que irei celebrar nas minhas memórias
E vou gravar essa marca na eternidade
Para que seja recordada com saudade

Imensas serão as lágrimas e as glórias


Que irei derramar nas minhas histórias
E vou provar que só o amor é sublime
Exaltando-o nesta arte que me redime

Ah, poder declarar ao mundo a minha felicidade sem fim…


Viver a paz e guardar no coração este Bem que nos inspira
Ah, poder amar todos os seres só por serem iguais a mim…

Diogo Figueira

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