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O Estado publica hoje (04/09) uma matria onde se afirma que a presidenta Dilma Roussef determinou que seus ministros apiem a formao de um entendimento capaz de fazer sair do papel, onde est h quase um ano e meio, a instaurao da Comisso da Verdade, destinada a apurar os acontecimentos da tenebrosa noite de arbtrio que escureceu a vida brasileira aps 1964. uma ao inadivel, destinada a lanar luz e verdade sobre situaes que precisamos conhecer, at para que jamais se repitam. Fiz a minha parte, apresentando o pedido de urgncia para a votao no projeto na Cmara. Mas, embora quase todos os lderes tenham concordado com o pedido, h resistncias a que seja feita a votao. Temem que se forme um Tribunal de Nuremberg contra os mandantes e os agentes daquelas violncias. O lder do DEM, Demstenes Torres, promotor por profisso, manifesta um descabido critrio de apoiar ou no a Comisso, dependendo de quem a comande, como se uma investigao devesse ser feita ou no dependendo de quem a presida.
Existem decises judiciais tomadas em tese: a de que a leia da Anistia prevalece sobre os tratados internacionais que consideram a tortura imprescritvel. Mas uma deciso que no teve, diante de si, a inteireza dos fatos. Se vai se manter, diante deles, algo que ao Judicirio pertence avaliar. Mas h algo, muito mais importante do que isso, em jogo. o direito de mes, pais, filhos, amigos, saberem o que se passou com seus entes queridos. tir-los de uma angstia de mais de 30 anos, que em muitos casos os acompanhou at a morte, sem dar-lhes paz para aceitar a perda e o sofrimento. limpar seus coraes e permitir que as lgrimas, finalmente, limpem a dor. A verdade, toda a verdade, nico caminho da libertao. Obs. Assistam o filme Estado de Stio, de Costa Gravas, de 1973, que denuncia a tortura estimulada pelos militares no Brasil