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DESCRIGAO A gestacao desencadeia diversas adaptagées no corpo feminino e o acompanhamento nutricional permite um bom desfecho tanto para a mae quanto para 0 feto. PROPOSITO Compreender os diversos processos de ajuste fisiolégico na gestagdo e a dindmica mae/feto e suas consequéncias, que capacitarao o nutricionista e nortearao suas condutas durante o acompanhamento do pré-natal PREPARACAO Antes de iniciar o contetido deste tema, tenha em maos uma calculadora, papel e caneta. OBJETIVOS MODULO 1 Identificar os ajustes fisiolégicos na gestagao e a descrigo da avaliagao antropometrica nutricional MODULO 2 Descrever a avaliagao dietética e as recomendagées nutricionais na gestagao MODULO 3 Descrever as patologias associadas a gestacdo INTRODUGAO Neste tema, vamos entender as mudangas fisiolégicas ocorridas no corpo feminino durante a gestagao, suas principais consequéncias e interferéncias na nutrigao materna e no. desenvolvimento fetal. Aprenderemos também sobre a avaliagao antropométrica e as recomendagées nutricionais e sobre as patologias associadas a gestagao. MODULO 1 © Identificar os ajustes fisiolégicos na gestagdo e a descrigdo da avaliagao antropométrica nutricional AJUSTES FISIOLOGICOS NA GESTAGAO periodo gestacional é composto de 37 a 42 semanas gestacionais. O primeiro trimestre se inicia na concepgao e vai até a 13* semana. O segundo trimestre vai da 14* semana até a 27%, © 0 terceiro, da 28* até a 40* semana e constitui o periodo de grande importancia para o crescimento e desenvolvimento do feto. Apés a fecundacao, 0 évulo percorre a trompa de falépio em direco ao titero para sua implantagdo. Neste percurso, ocorre uma série de divisdes celulares que dardo origem ao embrido. Essa fase é chamada de blastogénese. Em seguida, ocorrera a implantagao do évulo na parede uterina, inicia-se assim, a fase embrionaria, onde continua a replicagao celular associada a hipertrofia celular, dando origem aos érgaos. O embrido comega a adquirir 0 aspecto fetal humano. A partir do 3° més de gestagao, comega a fase fetal do desenvolvimento, periodo caracterizado por crescimento rapido e hipertrofia celular. Por serem fases de intensa divisdo, replicagdo e hipertrofia celulares, alguns nutrientes so essenciais. Sao eles: Acido félico Vitaminas By2 © A Piridoxina Riboflavina Aminodcidos Manganés 3°-4° DIA Aimplantagao do évulo no endométrio da inicio aos ajustes fisiolégicos que permitiréo a evolugao da gestagao, Ocorrem modificagdes no endométrio que dardo origem a placenta. Este anexo fetal é uma estrutura esponjosa, complexa e vascularizada, com fungdes de: Protegao Nutrigao Respiragao Excregao Produgdo de horménios (estrogénio e progesterona) No inicio da gestagao, é responsavel pela produgao de glicogénio, colesterol e acidos graxos, funcionando como um reservatério para o embrido e, também, pela produgao de estrogénio e progesterona responsaveis pelos ajustes iniciais da gestagao. Os fluxes sanguineos matemo e fetal sdo independentes e separados por uma membrana muito fina chamada membrana placentaria. E por meio dela que ocorrem as trocas entre mae concepto. A transferéncia dos nutrientes ocorre através dos seguintes mecanismos: DIFUSAO SIMPLES Proceso passivo, sem gasto de energia. Os nutrientes passam do meio mais concentrado (matemo) para o menos concentrado (fetal). Nutrientes absorvidos: oxigénio, gas carbénico, vitaminas lipossoliveis (A, D, E e K), carboidratos com peso molecular < 1000, eletrdlitos, Acidos graxos e agua. DIFUSAO FACILITADA Mesmo processo da difusao simples, porém mais rapido devido a presenga de transportadores de membrana. Nutrientes absorvidos: carboidratos. 2s o te bu TRANSPORTE ATIVO Realizado por um transportador de membrana contra um gradiente de concentragao, com gasto de energia, Nutrientes absorvidos: aminodcidos, ferro, calcio, iodo, fosfato e vitaminas hidrossoliveis. PINOCITOSE OU ENDOCITOSE Processo de invaginagéo da membrana englobando os nutrientes. Usado para absoreao de grandes moléculas proteicas, lipoproteinas, fosfolipidios e imunoglobulina (IgG é a Unica que atravessa a placenta). Fluide extracelular Membrana Plasmatica Vesicula Citoplasma ee pio. Menoreoncentracio de solutos Ho Proteina eeareeado* Major concentragéo de solutes ULTRAFILTRAGAO Transporte rapido de nutrientes por pressao hidrostatica ou osmotica. Nutrientes absorvidos: Agua e solutos. O transporte de lipideos é mais complexo. A placenta é capaz de regular a captacdo, a estocagem e a liberacdo dos lipideos plasmaticos fetais. Altos niveis de colesterol interferem no metabolismo lipidico da placenta, podendo aumentar a sintese de esteroides (0 colesterol é precursor da progesterona). PAPEL DOS HORMONIOS DURANTE A GESTAGAO Os horménios produzidos neste periodo da vida (esteroides e proteinas) sao responsaveis pelas modificagées corporais que permitirao: O DESENVOLVIMENTO DA GESTAGAO Calendario da gravidez O AMADURECIMENTO FETAL “3 O PARTO ALACTAGAO ‘Sua produgdo ¢ influenciada pela satide geral e pelo estado nutricional da gestante. Sua produgdio pode ser dividida em 2 etapas: FASE OVARIANA Até a 8* e 9* semanas de gestagao. Produgdo de gonadotrofina coriénica humana (hCG), estimulando a produgao de progesterona e estrogénio. FASE PLACENTARIA Apartir da 8* e 9* semanas. A placenta passa a produzir esteroides em quantidades crescentes. A tabela abaixo mostra os principais horménios da gestagao e suas fungdes. oud PucUC Ty Sere UUs) Cy Ora Gonadotrofina coriénica Células do Efeitos principais humana (hCG) trofoblasto da placenta Permite 0 diagnéstico hormonal da gestagao e a manutengao inicial da gravidez. Impede a rejeigdo imunolégica do embriao e inibe a contratilidade espontanea do utero, Estimula a produgao de relaxina € progesterona pelo ovario, estrogénio pela placenta e testosterona pelo testiculo fetal. Progesterona Estrogénio. Placenta Placenta importante no inicio quando a placenta ainda nao produz progesterona e estrogénio em quantidades suficientes. Efeitos principais Relaxa a musculatura lisa, diminuindo a contragao uterina e evitando a expulsao do feto. Reduz motilidade do trato gastrointestinal (TGI). Favorece a deposigao de gordura materna, nduseas, pirose, refluxo gastroesofagico e constipagao intestinal. Aumenta a excregao renal de sédio (efeito natriurético). Interfere no metabolismo do Acido félico. Estimula 0 apetite materno na 1 metade da gestagao. Promove o desenvolvimento mamiario. Efeitos principais Aumenta as propriedades hidroscépicas do tecido conjuntivo (favorece crescimento uterino), Reduz as proteinas séricas favorecendo a formagaio de edemas. Afeta a funcao da tireoide. Hiperpigmentagao cutanea. Modificacées no metabolismo de glicidios. Alteragées nos tecidos conjuntivo e vascular. Reduz o apetite na 2* metade da gestagao Promove desenvolvimento do tecido glandular mamario e, junto com a progesterona, inibe a prolactina e, consequentemente, a produgéo de leite durante a gestagao. Interfere no metabolismo de Acido félico. Lactogénio placentario Placenta Efeitos principais humano (hPL) ou Somatomamotrofina coriénica humana (hCS) Horménio do crescimento Agao mamotrofica, mas nao esta envolvido na produgao lactea Agao contrainsulinica (aumenta resisténcia periférica a insulina), Promove a glicogendlise (aumentando a glicemia materna). Promove a lipélise. Reduz 0 consumo de glicose e a gliconeogénese, favorecendo a captacao de glicose e aminoacids pelo feto. Tem ago semelhante ao horménio do crescimento fazendo deposigao de proteinas nos tecidos. Inicia 0 processo de lactogénese. Efeitos principais Eleva a glicemia Estimula 0 crescimento dos ossos longos. Promove a retengao de nitrogénio. Tireoxina Insulina Glucagon Cortisona Aldosterona Renina - angiotensina Tireoide Pancreas (células B) Pancreas (células a) Cortex adrenal Cortex adrenal Rins Regula a velocidade da taxa metabdlica basal (TMB). Reduz a glicemia e promove a produgao energética e sintese de gordura. Eleva a glicemia pela glicogenélise. Eleva a glicemia pela protedlise tecidual Promove retengao de sédio e excregao de potdssio Estimula a secregdo de aldosterona, causando a retengao de sédio e agua Aumenta a sede. Inibe reabsorgao dssea de Calcitonina Tireoide | calcio Fontes: Guyton e Hall, 2017; Accioly et al., 2009; Vasconcelos et al., 2011 . > © Atengao! Para visualizagdo completa da tabela utilize a rolagem horizontal ADAPTAGOES METABOLICAS y TAXA METABOLICA BASAL (TMB) A partir do 3° més, ocorre um aumento de 15 a 20% para suprir as necessidades fetais e maternas. METABOLISMO DE CARBOIDRATOS Mesmo em situagées de jejum materno, o feto requer glicose e aminoacidos em quantidades constantes. No 1° trimestre, ha uma tendéncia a hipoglicemia e redugao das necessidades de insulina devido a utilizagao de glicose materna pelo feto. A partir do 2° trimestre, ocorre uma resisténcia insulinica decorrente da ago hormonal. No 3° trimestre, a sensibilidade insulinica reduz em torno de 50% devido a agao do hPL. Essa resisténcia a insulina é essencial para fornecer nutrientes, preferencialmente, ao feto e para que haja 0 actimulo de gordura em tecido adiposo materno. Os horménios controladores da glicose da mae, inclusive, a insulina, nao passam para 0 feto, que produz sua prépria insulina a partir da 9* semana gestacional. Aelevagao da glicose materna estimula a produgao de insulina fetal, podendo levar a macrossomia METABOLISMO PROTEICO Os aminodcidos sdo necessérios para o equilibrio celular, sintese tecidual fetal e materna. A hemodiluigao (aumento do volume de plasma sanguineo, diminuindo a concentragao de glébulos) provoca redugao das proteinas plasmaticas, principalmente, a albumina, facilitando a formagao de edema, A deficiéncia de proteinas no periodo gestacional poderé acarretar alteragdes nos tecidos e estruturas dos érgaos, levando a redugéo do peso do concepto e modificagées enzimaticas e bioquimicas. METABOLISMO LIPIDICO Sofre influéncia dos horménios da gestagao (estrogénio, progesterona e lactogénio placentario humano). Ocorre maior mobilizagao de gordura corporal para a producdo de energia materna, elevando os niveis plasmaticos de acidos graxos, triglicerideos, colesterol, lipoproteinas, apolipoproteinas, lipideos totais e fosfolipidios, principalmente no 3° trimestre. ADAPTAGOES FISIOLOGICAS SISTEMA DIGESTIVO Néuseas e vémitos no 1° trimestre que podem gerar anorexia e perda ponderal. Gengivas edemaciadas e hiperémicas que sangram com facilidade. Ptialismo ou sialorreia e reducdo do pH salivar, que, associados ao aumento da frequéncia alimentar e a higiene bucal inadequada, podem levar a formagao de cérie dentaria. Redugdo da fungao da cardia e do aumento da secregdio de suco gastrico, favorecendo o refluxo gastroesofagico e ocasionando pirose. E comum também, além do refluxo gastroesofagico, a hérnia de hiato. © aumento do volume uterino junto a agéo da progesterona lentifica 0 esvaziamento gastrico, retarda o transito intestinal e eleva a incidéncia de nauseas, pirose, refluxo gastroesofagico, constipagdo intestinal e hemorroidas. Hipotonia do intestino delgado aumenta o tempo de contato entre nutrientes e a mucosa absortiva, favorecendo a absor¢ao de nutrientes e agua. Hipotonia da vesicula biliar, com menor liberagao de bile e, consequentemente, intolerdncia a alimentos gordurosos. SISTEMA RESPIRATORIO Aumento de 20% na necessidade de O» causa hiperventilacao. Hiperventilago pulmonar que reduz a pCO, e facilita as trocas gasosas através da placenta. O crescimento do titero empurra o diafragma, tomando a respiragao mais dificil. Ha substituigao da respiragao tordcica pela abdominal e a gestante fica ofegante SISTEMA CIRCULATORIO E EQUILIBRIO HIDROELETROLITICO Elevagao do volume sanguineo, do débito cardiaco e da frequéncia cardiaca. O volume sanguineo aumenta até 50%, enquanto o volume globular sobe apenas 25% levando a uma hemodiluigdo e anemia fisiolégica. Para manter 0 equilibrio hidroeletrolitico, o sistema renina-angiotensina-aldosterona 6 ativado para reabsorgao tubular de gua Diminuigao da resposta vascular endotelial aos constritores angiotensina Il e norepinefrina, e uma maior disponibilidade e susceptibilidade para o fator de relaxamento derivado do endotélio e dxido nitrico (NO), provocando vasodilatagao. SISTEMA URINARIO fluxo da urina 6 mais lento devido a compressao das veias ovarianas sobre os ureteres, aumentado a incidéncia de infecgao urinaria. Aumento do fluxo renal e de 50% da taxa de filtragdo glomerular para facilitar a depuragao de residuos metabélicos (ureia, creatinina e Acido urico). A capacidade de filtragao da glicose aumenta em 50%, mas sua taxa de reabsorgao continua a mesma, levando a uma glicostiria fisiologica. Ocorre aumento na frequéncia de micgao pelas alteragées hormonais e pela pressdo do litero na bexiga, podendo levar a incontinéncia urinaria. Veja a seguir, de forma resumida, como ocorrem as alteragées fisiolégicas, nutricionais e metabélicas (t aumento | redugdo e — manutengao): ALTERAGOES FISIOLOGICAS + volume plasmatico + volume de células vermelhas no sangue + rendimento cardiaco + égua corporal taxa renal de filtragao glomerular | motilidade gastrointestinal ALTERAGOES NUTRICIONAIS | do status hematolégico 1 células brancas no sangue J. albumina sérica | vitamina C, Acido Félico e By2 } caroteno sérico » ou | retinol sérico + tocoferal sérico + excregdo urindria de metabdlitos, folato, niacina e piridoxina ALTERAGOES METABOLICAS 1T3eT4 + insulina plasmatica | eficacia 1 teste de tolerancia a glicose anormal + absorgao de calcio e ferro } retengo de nitrogénio (anabolismo no 1° trimestre) + acidos graxos, triglicerideos, colesterol, fatores de coagulagéo ASSISTENCIA NUTRICIONAL PRE-NATAL objetivo do acompanhamento pré-natal é assegurar o desenvolvimento da gestagao, permitindo o parto de um recém-nascido saudavel, sem impacto para a satide materna. © acompanhamento nutricional deve ocorrer em todas as consultas do pré-natal. A Organizagdo Mundial da Satide (OMS) recomenda, para gestantes de baixo risco, um numero minimo de 6 consultas: uma no 1° trimestre, duas no 2° e trés no 3° trimestre. Para gestantes com riscos, as consultas deverao ser mensais até a 28* semana, quinzenais entre 28 e 36 semanas e semanais no termo. Durante 0 acompanhamento, séo avaliados o estado nutricional da gestante e o ganho de peso durante a gestacdo para: IDENTIFICAR AS GESTANTES EM RISCO NUTRICIONAL. DETECTAR AS GESTANTES COM GANHO DE PESO INADEQUADO. DETECTAR PRECOCEMENTE AS CARENCIAS NUTRICIONAIS. REALIZAR ORIENTAGAO ADEQUADA A CADA CASO. AVALIAGAO DO ESTADO NUTRICIONAL AVALIAGAO ANTROPOMETRICA Permite identificar as inadequag6es prévias a gestacdo e o ganho de peso inadequado, Deve ser realizada em todas as consultas. Calculo da idade gestacional Considera-se periodo gestacional de 40 semanas e 0 arredondamento das semanas deve ser feito da seguinte maneira: 1,2E3 DIAS Considerar o numero de semanas completas. 4,5E6 DIAS Considerar a semana seguinte. we EXEMPLO 16 semanas e 4 dias = 17 semanas. Pode-se utilizar também o calendario, o disco ou a régua obstétrica. Passo a passo da avaliagdo antropométrica: Calculo do IMC: PESO PRE-GESTACIONAL CONHECIDO Deve-se avaliar a gestante por meio dos pontos de corte do Instituto Americano de Medicina (IOM, 2009). Para 0 calculo, deve ser utiizado 0 peso aferido no periodo de 2 meses antes da gestacdo até a 13° semana gestacional. Peso pré—gestacional (kg) Bstatura(m) ic (%)= ~ © Atengao! Para visualizagdo completa da equagao utilize a rolagem horizontal Quadro 1: Ganho de peso recomendado (kg) na gestagao segundo o estado nutricional inicial de gestantes de feto Unico. Cee Ganho de cera reas at) FO) rues een Tea ceca Et Peete} Piet) POC TCT) wv rae ae Perry) DTT (kgim2) oUt TOUT Ponce t) CoD} ero Crue Ty semana) Pear ic} Baixo peso pe 0,51 (BP) 2,0 12,5 - 18,0 0,44 (0,44 - 0,58) <18,5 Adequado (A) 15 0,42 115-160 0,35 18,5 — 24,9 (0,35 — 0,50) Sobrepeso (S) 0,28 1,0 7,0- 11,5 0,23 25-29,9 (0,23 - 0,33) Obesidade (0) 0,22 05 5,0-9,0 0,17 230 (0,17 - 0,27) Fonte: Adaptado de IOM, 2009 por Accioly et al., 2009. > © Atengao! Para visualizagdo completa da tabela utilize a rolagem horizontal i ATENGAO Para gestantes de baixa estatura (< 1,47m), usar 0 ganho de peso minimo para cada faixa de IMC. Avaliar atenciosamente quando o ganho ponderal for > 0,5 kg/ més ou > 3 kgimés, especialmente apés a 20° semana gestacional. Pode ser sugestivo de edema e Sindrome Hipertensiva da Gestagao (SHG). Se a gestante ja atingiu o ganho de peso total recomendado, mas ainda se encontra no 2° trimestre, usar o ganho de peso minimo para a sua faixa de IMC até o termo. Aretengao hidrica é comum na gestagao e mais frequente no ultimo trimestre. Deve- se obter 0 peso seco, utilizando a tabela abaixo: Tabela 1: Estimativa de peso seco a partir de edema retido. Recut) + Torozelo 1 kg ++ Joelho 3-4kg +++ Raiz da coxa 5-6 kg +++ Anasarca 10-12 kg \ 8 Atengao! Para visualizagao completa da tabela utilize a rolagem horizontal Fonte: Adaptado de Vasconcelos et al., 2011 PESO PRE-GESTACIONAL DESCONHECIDO Utiliza-se 0 peso atual e se calcula o IMC, também atual. A classificagao sera de acordo com Atalah (1997). Fonte: Atalah et. al., 1997. CONSULTAS SUBSEQUENTES: Existem duas possibilidades para o acompanhamento da gestante: Acompanhamento pelo ganho de peso semanal estimado: verificar o ganho ponderal proposto e comparar com 0 ganho de peso real da mulher. Acompanhamento pelo grafico de Atalah (IMC por semana gestacional): o grafico apresenta o desenho de trés curvas, que delimitam as quatro faixas para classificagao do EN, como mostrado abaixo: Gritico de Acompanhamento Nutricionale Gestante Meme Htegee ete Baga Fonte: Adaptado de Accioly et al., 2009, Como vimos, a gravidez é acompanhada por alteragdes anatémicas e fisiolégicas que afetam quase todas as fungées organicas matemas, a fim de criar um ambiente favoravel para desenvolvimento normal do concepto, O entendimento desses ajustes é indispensavel para subsidiar a conduta nutricional no pré-natal. AIMPORTANCIA DA ASSISTENCIA NUTRICIONAL NO PRE-NATAL: UMA VISAO PRATICA VERIFICANDO O APRENDIZADO MODULO 2 © Descrever a avaliagao dietética e as recomendagées nutricionais na gestagao AVALIAGAO DIETETICA Aavaliagao dietética deve ser bem detalhada. Pode-se utilizar 0 registro alimentar, 0 recordatério de 24 horas ou 0 questiondrio de frequéncia alimentar (QFA) que rastreia melhor a ingestao de micronutrientes, Deve ser utiizado um questionario validado preferencialmente ‘com uma populagao de gestantes. Veja esse modelo a seguir. E necessério investigar: Tabus alimentares. Ex: grdvidas evitam mamao e abébora porque consideram "quentes" para o bebé. Padrao das refeigdes. Alergia e/ou Intolerancia alimentar. Inclusdo/exclusao de alimentos. Picamalacia (perversdo do apetite. Ex: sabonete, carvao vegetal, melancia com margarina, tomate com chocolate, frutas verdes). Uso de produtos diet, light e edulcorantes. Uso de alcool e refrigerantes. Consumo de alimentos crus (toxoplasmose). Suplementos nutricionais. ‘Tem vorlade de ngerr eubstancias ou combinagbes de alimentos eniranhas durante a geslagao? 1) Sin Qualfe),frequéncia? Q)Nio Caso a resposta da 1 soja Sim perguniar O que sonte é vontade ou decojo de ingorir tais substincias? (Quando sente a vontade de ingerr a substincia, realmente a ingere? (1) Sim.Frequéncia, quantidade? $$$ fj Esse comportamenio jé ocorreu em outras gestagdes ou em periods de amamentacio anteriores ou mesmo fora da gestacéo? (1) Sim, Quando? QNio Voct sabe o motivo dessa vontadeldeseio? Para os cesos de espostas posvas, pecquniar se a geslan lve picamaléca fra da oesiacso. Fate Sauiens Cola Anita Narcoaa PBL MASSA E, Sade C, Lares E WG wm CONGR Poa RD dare: GoanabaraHoogen, 2012 11 O consumo dos alimentos gera consequéncias. Alguns devem ser eliminados da dieta e outros. consumidos com moderagao. CONSUMO DE BEBIDA ALCOOLICA © consumo de alcool pode gerar alteragées fisicas, cognitivas e comportamentais permanentes ¢ irreversiveis no feto. O alcool tem alta capacidade de absorgao, atravessando a barreira placentaria e encharcando o liquide amniético e os tecidos fetais. Doses elevadas de alcool podem prejudicar o transporte de O, pelo cordao umbilical. Por isso, ndo recomendado o consumo de bebida alcodlica durante a gestacao. TOXOPLASMOSE Causada pelo protozoario Toxoplasma Gondii (T. Gondii), transmitida através de felinos e associada ao consumo de alimentos crus, principalmente, carnes. Pode causar: alteragdes na retina, microcefalia, calcificagées cerebrais e retardo mental, comprometimento auditivo, restrigao de crescimento intrauterino e prematuridade. LISTERIOSE Agente causador é a Listeria monocytogenes, que transmite a doenga através de leites ¢ derivados nao pasteurizados. As consequéncias da contaminago sao: aborto espontaneo, parto prematuro, natimortalidade e infecgdes neonatais, SOJA E LINHACA Devem ser usados com cautela, pois contém fitoestrégenos (agao similar ao estrogénio). CAFEINA E capaz de atravessar a placenta. O consumo excessivo (10 a 14 xicaras/dia) esta relacionado ao baixo peso ao nascer e a ma formagao congénita. A recomendagdo, em geral, é de 2 xicaras pequenas de café/dia (100 mL). Nao esquecer as bebidas, como chas, refrigerante chocolate. CONTAMINANTES Merctirio, chumbo, cédmio, niquel e selénio so embriotéxicos, o que pode causar danos ao sistema nervoso central do embridio. O metil mercurio é um contaminante encontrado em peixes. Desse modo, é recomendado o consumo de peixes com baixo teor de merctirio (anchova, sardinha, bagre, salmao, badejo, tilépia, bacalhau e truta) CHA A Secretaria de Satide do Estado do Rio de Janeiro (SSERJ) contraindica 0 uso de chas durante a gestagao através da Resolugdo n° 1757, de 18 de fevereiro de 2002. Entre os chas citados, estao os de erva-doce, espinheira santa, erva-cidreira, camomila e boldo — chas muito utilizados nesse periodo. AVALIAGAO FUNCIONAL PARA DEFICIENCIA DE VITAMINA A Avitamina A é um micronutriente essencial para diversos processos metabélicos. Sua deficiéncia pode ser detectada por meio da entrevista para Cegueira Noturna (XN). PROCESSOS METABOLICOS Diferenciagao celular, ciclo visual, crescimento, reprodugo e sistema imunolégico. AVAUAGHO FUNCIONAL PARA DEFC'ECIA DE VIANNA © Adotaraertrovita para Cegucra Notuma (XN) em todas as concultas 4+ Dificuldade para enxergar durante o dia? 'e Sim, investgar os casos dagnosticedos de miopia,hipermetopia ou oulros. AlengSo pere diagnostcer 0 inicio 4 siral ocular 2 Dificuldade para enxergar com pouca luz ou & noite? Explcar & enirevstade que se trata de dficddade de visdo com pouca Lminacidade (ex. difcudlade para ‘amirhar no escurc @ recontecer objets pessoas, lritagdo da rotra). Ouir recurso que pode ser adotado & ulizar como referénca @ capacidade ce visao noturra antes e durante o perinco gestaconal eindagar se houve alleregdo nesse pacrdo individual. Investgar quando comecou a apresenter 0 shioma e, investgar se ooo'reu na lima gestorso ou lactapo, ou se iniiou na gestagéo alua, na fase adult, etc. Atengle para dlagnasticar 0 eriode de oceréncia do sinloma ocular fncio@ tirmina), om semanas ou moses. 3. Tem XN? Investigar se a entrvstada acha quo tem XN, defnida como difculdade de visio & roite ou com pouca luminosidade. Aten¢ao para a estmatva de tempo 6a ocorréna "AIS dagnosicade quand houver dcaldade para ensergr ao anolecer ou & nate, mas quando nie for telstda dcidade para enrerga diante oda, ou sia, quando a resposta para a perguna 1 or NAO @arespesia ara a perguta 2 ef 3 for SIM. Fenn (Saunders Laat 2010) AVALIAGAO BIOQUIMICA E EXAMES COMPLEMENTARES Orientam quanto ao estado nutricional e de satide geral da gestante. O Ministério da Saude recomenda a avaliagao de: Grupo sanguineo e fator Rh Hemograma completo Glicemia de jejum VDRL Sorologia para Toxoplasmose (IgM ¢ IgG), hepatite B (HbsAg) e HIV EAS e urinocultura com antibiograma Citologia cervicovaginal Coleta de cultura para GBS (cultura de Streptococcus agalactiae 35-37 semanas) Ultrassonografia e Dopplervelocimetria GESTAGAO GEMELAR Caso a gestagao seja gemelar (dois fetos), o ganho ponderal também ira variar de acordo com © estado nutricional pré-gestacional. Quadro 2: Ganho semanal e total para gestagao gemelar, segundo o IMC pré-gestacional. eC SC Dd ce TTC Pesce peso (kg) 0-20 Pury 28 semanas well eta) semanas EOC ET ECT Baixo Peso (BP) 0,560 - 0,680 — 0,560 22,5 - 27,9 <198 0,790 0,790 Adequado (A) 0,450 — 0,560 — 0,450 18 - 24,3 19,8 26,0 0,680 0,790 Sobrepeso (S) 0,450 — 0,450 — 0,450 171 -21,2 > 26,0-29,0 0,560 0,680 ‘Obesidade (0) 0,340 — 0,340 — > 29,0 0,450 0,560 0,340 13-17,1 Fonte: Luke, 2005; WHO, 1995. ~ © Atengaot Para visualizagéo completa da tabela utilize a rotagem horizontal GESTAGAO NA ADOLESCENCIA Agravidez na adolescéncia representa risco nutricional e requer intervengao precoce e continua. Gestantes jovens apresentam maior risco nutricional por se encontrarem em um estagio rapido de crescimento e desenvolvimento (ainda estao em fase de crescimento), além de haver maior necessidade de nutrientes para suportar 0 crescimento e desenvolvimento fetal (ACCIOLY, 2009). Repercussées da gravidez na adolescéncia: PARA A MAE Sindromes hipertensivas da gravidez Anemia Risco de parto prematuro Ganho de peso gestacional inadequado Placenta prévia Aumento da incidéncia de cesarianas Disfungo uterina Desproporgao cefalopélvica Anomalias congénitas HIV Fistulas Retengao de peso pés-parto Mortalidade materna e perinatal PARA O CONCEPTO Morbidade perinatal Mortalidade infantil Baixo peso ao nascer (BPN) e recém-nascidos de muito baixo peso no nascimento (< 1,5 kg) Recém-nascido pré-termo (RNPT) Restrigdo de crescimento intrauterino (RCIU) Recém-nascidos pequenos para a idade gestacional (PIG) Apgar abaixo no 5° minuto (teste feito no 1° minuto de nascimento e repetido no 5° minuto apés o parto para avaliar 0 estado geral e vitalidade no recém-nascido) Sofrimento fetal agudo Para a avaliagao do estado nutricional pré-gestacional, faz-se 0 calculo do IMC e se usa a classificagao do estado nutricional através das curvas de IMC para a faixa etaria de 5 a 19 anos com base nas curvas da Organizagao Mundial da Satide (OMS, 2007). Quadro 3: Classificagao do estado nutricional de adolescentes do sexo feminino segundo IMC pré-gestacional. NT Rt ey BIE tm Car ly P97 242 Obesidade Fonte: Adaptado de Brasil, 2008. Ss scualizaca i © tengo! Para visualizacéo completa da tabela utilize a rolagem horizontal Peso: deve ser aferido em todas as consultas de pré-natal. Estatura: adolescentes que engravidam menos de 2 anos apés a menarca devem ter a estatura aferida em todas as consultas, pois ainda estao em fase de crescimento. Célculo do ganho de peso Quadro 4: Recomendagao do ganho de peso segundo o estado nutricional. Ganho de ea reas eran petaae ETA y eso (kg) COIL enn PEC} OCC LCC) ” Dur eer CC DE ura Perry Inicial (IMC) ete Peer oko gestacao Pay Nao Baixo Peso 23 05 12,5 - 18,0 determinado Adequado 1.6 04 115-160 1,0 Nao Sobrepeso 09 03 70-115 determinado Obesidade - 0,39 7,0-9,1 05 ® Ganho de peso minimo para evitar parto prematuro em obesas. > Ganho de peso minimo quando a gestante ja alcangou o ganho de peso total recomendado, mas ainda esta no 2° trimestre. Fonte: Adaptado de Accioly et al., 2009. > © atengao! Para visualizagéio completa da tabela utilize a rolagem horizontal RECOMENDAGOES NUTRICIONAIS Objetivos: Garantir suporte as modificagées estruturais e metabélicas decorrentes do periodo gestacional Assegurar o timo crescimento e desenvolvimento fetal Atender as reservas nutricionais do feto necessarias durante a primeira infancia. Garantir adequada produgao léctea, sem comprometimento do estado nutricional materno. Assegurar a satide da nutriz . Calculo das necessidades energéticas PASSO 1 Avaliar 0 EN pré-gestacional ou inicial e determinar o ganho de peso recomendado até a 40* semana gestacional PASSO 2 Calcular o VET (Valor Energético Total), iniciando pelo célculo do Gasto Energético (GE), a partir da estimativa da TMB (Taxa Metabélica Basal), segundo a idade materna. Etapas para célculo do VET VALOR ENERGETICO TOTAL (VET): GE = TMB x NAF Onde: TMB — Taxa metabdlica basal NAF — Nivel de atividade fisica > © Atengao! Para visualizagéo completa da equagao utilize a rolagem horizontal ETAPA 1 ETAPA 2 ETAPA 3 ETAPA 1 10 a 18 anos: TMB (kcal/dia) = 13,384 x peso (kg) + 692,6 ETAPA 2 18 a 30 anos: TMB (kcal/dia) = 14,81 x peso (kg) + 486,6 ETAPA 3 30 a 60 anos: TMB (kcal/dia) = 8,126 x peso (kg) + 845,6 Calculo do peso aceitavel: IMC médio (21kg/m?) « E? © tengao! Para visualizagao completa da equagao utilize a rolagem horizontal IMC PRE-GESTACIONAL BAIXO PESO Utiliza-se 0 peso aceitavel IMC PRE-GESTACIONAL ADEQUADO Utiliza-se o peso aceitével ou pré-gestacional. IMC PRE-GESTACIONAL SOBREPESO OU OBESIDADE Utiliza-se o peso pré-gestacional. CAlculo do peso aceitavel em adolescentes: P(kg) = IMC«2 E?(m) IMC — valor mediano correspondente a idade © Atengao! Para visualizagao completa da equacdo utilize a rolagem horizontal Calculo do nivel de atividade fisica: ESTILO DE VIDA SEDENTARIO OU LEVE 1,4 — 1,69 (média -1,53) ESTILO DE VIDA ATIVO OU MODERADAMENTE ATIVO 1,7— 1,99 (média 1,76) ESTILO DE VIDA VIGOROSO OU MODERADAMENTE VIGOROSO 2,00 - 2,40 (média 2,25) Nivel de atividade fisica para gestantes adolescentes: Idade (anos) OCR Atividade moderada CE CLy 1,45 1,70 1,95 10-11 11-17 1,50 1,75 2,0 17-18 1,45 1,70 1,95 Fonte: Adaptado de Acccioly ef al., 2009. ~ © tengao! Para visualizagéo completa da tabela utilize a rolagem horizontal Leve Muito tempo na escola ou em atividades sedentérias; pratica de esportes irregular; uso de transporte motorizados. Principais atividades de lazer so: assistir TV, ler, jogar no computador ou brincadeiras com pouca mobilidade. Pesada Caminhadas de longas distancias; uso de bicicleta; envolvimento em ocupagées que demandam muita energia; pratica de esporte que demandam muita energia; esforgo fisico por varias horas e dias da semana. VET = GE + Adicional Energético (AE) % © Atengaot Para visualizagéo completa da equagéo utilize a rolagem horizontal DISTRIBUIGAO ENERGETICA DIARIA 4° trimestre (IG < 14 semanas): 85 kcal/dia 2° trimestre (|G 2 14 a < 28 semanas): 285 kcal/dia 3° trimestre (IG 2 28 semanas): 475 kcal/dia 1 ATENCAO Como muitas mulheres nao iniciam o pré-natal no 1° trimestre, soma-se o AE de 85 kcal/dia (1° trimestre) ao AE de 285 kcal/dia (2° trimestre), o que da um AE de 360 kcal/dia. CALCULO INDIVIDUALIZADO 1. Para um ganho de 12 kg sao necessarias 77.000 kcal, logo: 1 kg — 6417 kcal ¥ 2. Obtida a energia total, divide-se pelo ntimero de dias que faltam até o termo (40* semana) e adiciona-se ao GE, obtendo-se 0 VET TOTAL. & EXEMPLO Gestante de 26 anos, empregada doméstica, idade gestacional de 15 semanas. Peso pré- gestacional: 57 kg. Peso atual: 59,1 kg. Altura: 1,65 m. 1° passo: Avaliagao do estado nutricional pré-gestacional segundo o IMC: 57 IMC = —5, = 20,94 — Adequado (1,65) S 4 4 7 © Atengao! Para visualizacao completa da equagao utilize a rolagem horizontal Avaliag&o do ganho de peso gestacional (ver quadro 1): Ganho de peso até a 15* semana: 2,1 kg Ganho estimado até o final da gestagdo: 0,4 kg/semana x 25 semanas=10 Kg Ganho de peso total = 2,1 +10 =12,1 Kg (esta dentro da faixa de 11,5 a 16 kg correspondente a gestantes com IMC pré-gestacional adequado). 2° passo: Calculo do VET: VET = GE + Adicional Energético GE = TMB x NAF TMB = 14,818 x 57 + 486,6 = 1331, 23 kcal GE = 1331,23 kcal x 1,76 (estilo de vida ativo) = 2342, 97 kcal ) © Atengaot Para visualizagdo completa da equagao utilize a rolagem horizontal Calculo do adicional energético: VET =2342,97 Keal + 285 Kcal (adicional energético para 0 2° trimestre) Célculo do adicional energético individualizado: Considerando que: 1kg —+ 6417 kcal 10kg — X X = 6.417 x 10 = 64.170 kcal ~ © Atengao! Para visualizagdo completa da equacdo utilize a rolagem horizontal Dividir o adicional energético pelo ntimero de dias que faltam para completar 40 semanas de gestagao: 25 semanas 25 x 7 = 175 dias Adicional energético = oer = 366, 7 kcal/dia VET = 2342,97 kcal + 366,7 kcal = 2.709, 67 kcal ~ © Atengao! Para visualizagdo completa da equagéo utilize a rolagem horizontal Ou seja, séo necessérias 2.709,67 Keal didrias para que a gestante tenha um ganho de peso semanal de 0,4 kg e um adicional de 10 kg até a 40* semana gestacional e um ganho total de 12,1 kg. Recomendagées de proteinas FAO/WHO/UNU: relagao g de proteina/kg de peso (1 g/kg/dia), calculado sobre 0 peso pré- gestacional ou peso aceitavel e acrescentar adicional: 1° TRIMESTRE 1 gldia 2° TRIMESTRE 9 gidia 3° TRIMESTRE 31 gidia Anvisa: 0 adicional deve ser de 71 g/dia (Institute of Medicine — 1OM, EUA). Gestagao gemelar de dois fetos: adicional de 50g/dia a partir da 20* semana. Gestagao na adolescéncia: ANVISA: 7 1g/dia. FAO: de 15 a 19 anos — 1,5 g/kg de peso gestacional ADA: < 15 anos: 1,7 g/kg/dia de peso ideal > 15 anos: 1,5 g/kg/dia de peso ideal Recomendagées de macronutrientes CARBOIDRATOS 55 a 75% do VET Fibras: > 25 g/dia Agucar de adigao: < 10% do VET PROTEINAS 10a 15% do VET LIPiDIOS 15 a 30% do VET Evitar acidos graxos saturados, trans e colesterol AGUA 3i/dia Recomendagdes de vitaminas e minerais Vitamina A Participa da proliferagao e diferenciagao celular, do ciclo visual, do crescimento, da reproduco, do sistema imunolégico, da manutengao do tecido esquelético, da formagao do esperma e da manutengao da placenta. A deficiéncia ou consumo excessivos esto relacionados a ocorréncia de abortos espontaneos, parto prematuro, defeitos Vitamina E Vitamina D congénitos cerebrais, oculares, auditivos e dos aparelhos geniturinario e cardiovascular. A cegueira notumna é a manifestagao ocular mais precoce da deficiéncia de vitamina A e, por isso, deve ser investigada na avaliagao nutricional da gestante. As reservas de vitamina A do feto sao baixas, por isso 0 Brasil adotou © PNSVA - Programa Nacional de Suplementagao de Vitamina A. Ja no pés-parto imediato, administra-se uma mega dose de 200,000 UI. DRI (2001) na gestagao: 14a 18 anos: 750 ug/dia 19 a 51 anos: 770 ig/dia Alimentos fonte: figado de boi, azeite de dendé, leite e derivados integrais, queijos amarelos, vegetais folhosos verde-escuro, hortaligas e frutas amarelo-alaranjadas. Maior antioxidante lipossoltivel e protetor da oxidagdo das lipoproteinas, exerce papel importante na patogénese da pré- eclampsia. A deficiéncia é rara, mas pode causar anemia hemolitica em prematuros, anormalidades neuromusculares e falhas na reprodugao. DRI (2000) na gestagao: 14 a 50 anos: 15 mg/dia (a-tocoferol) Alimentos fonte: éleos vegetais, gérmen de trigo, figado, oleaginosas, leite de vaca e derivados integrais, abacate, ovos e salmao. E fundamental na homeostase de calcio e fésforo e essencial ao crescimento ésseo, ao sistema imunolégico e a reprodugdo humana. As concentragées de 25(OH)D do bebé possuem intima correlacéo com a materna. A insuficiéncia de vitamina D durante a gestagao reflete no ganho de peso insuficiente e mostra disturbio da homeostase dssea da crianga. Estudos correlacionam a deficiéncia de vitamina D materna com 0 aumento do risco de pré-eclampsia; em Vitamina K Tiamina (Vitamina By) criangas, esta ligada a doengas autoimunes, como: diabetes tipo 1, esclerose miitipla, alergias e doengas atépicas. As necessidades didrias so supridas pela conversao da sua forma ativa através da exposigao a luz solar. DRI (2011) na gestacao: 600 Ulidia Alimentos fonte: éleo de figado de bacalhau, peixes gordurosos, figado de frango, gema de ovo e laticinios enriquecidos. Necesséria para a sintese de protrombina e varios fatores de coagulagao. Sua absorgao acontece no intestino delgado e requer a preservagao das fungdes hepatica e biliar. A limitada transferéncia placentaria, a reduzida flora intestinal, a baixa concentragao no leite materno e a imaturidade do figado em produzir protrombina tornam necessdria a administragao de dose parenteral profilatica de vitamina Ka fim de evitar a doenga hemorragica do recém-nascido. DRI (2001) na gestagao: 14a 18 anos: 75 yg/ dia 19 a 50 anos: 90 ugidia Alimentos fonte: vegetais folhosos, figado bovino e manteiga. Fundamental no metabolismo de carboidratos, na utilizagao de glicose no sistema nervoso central e no ciclo de Krebs para a geracao de energia, Sua deficiéncia pode prejudicar o desenvolvimento cerebral DRI (1998) na gestagao: 14 a 50 anos: 1,4 mgidia Alimentos fonte: levedura, cares e visceras, cereais (aveia), sementes e oleaginosas, leguminosas. Riboflavina (Vitamina Ba) Niacina (Vitamina Bs) Piridoxina (Vitamina Be) Participa da formagao de flavina adenina mononucleotideo (FMN) & flavina adenina dinucleotideo (FAD), essenciais para geragao de energia. Responsdveis pela formagao de células vermelhas do sangue, regulagdo das enzimas tireoidianas e da gliconeogénese Necessdria também na conversao de triptofano em niacina. DRI (1998) na gestagao: 14 a 50 anos: 1,4 mgidia Alimentos fonte: leveduras, leites e derivados, ovos, carnes e visceras, folhosos, cereais, oleaginosas, leguminosas. E componente essencial de duas enzimas ativas, a nicotinamida- adeninda-dinucleotideo (NAD) e a nicotinamida-adenina- dinucleotideo-fosfato (NADP). Forece energia para células por meio de reagdes de oxirredugao e metabolizagao de carboidratos. Pode ser sintetizada pelas bactérias intestinais e a partir do triptofano. DRI (1998) na gestagao: 14 a 50 anos: 18 mg/dia Alimentos fonte: leveduras, cares em geral e visceras, cereals integrais, leites e derivados e oleaginosas Importante coenzima do metabolismo proteico, envolvida no metabolismo de triptofano e sua conversdo em niacina e na conversdo do Acido linoleico em araquidénico. E fundamental no desenvolvimento do sistema nervoso central na sintese de neurotransmissores. Utilizada no tratamento da hiperémese gravidica (néuseas e vémitos persistentes e graves que impedem a alimentagao e provocam perda de peso e desidratagao). DRI (1998) na gestagao: 14 a 50 anos: 1,9 mg/dia Vitamina Biz Calcio Alimentos fonte: gréo-de-bico, soja, feijéo branco, batata, abacate, banana, peito de frango, atum, came de porco, leite de vaca, ovos ¢ gérmen de trigo. E necessaria sua ligagdo ao fator intrinseco presente no suco gastrico para ser absorvida. Indispensavel para a conversao da homocisteina em metionina e para a regenerago da forma ativa do acido félico. As principais manifestagdes de caréncia s4o anemia megaloblastica e distirbios neurolégicos com desmielinizacao difusa e progressiva. Sua deficiéncia em gestantes aumenta o risco de malformagao fetal e defeitos do tubo neural. Altas doses de folato podem mascarar a deficiéncia de By. Ahomocisteina é um dos mais sensiveis indicadores de deficiéncia de B12, precedendo os sintomas clinicos. DRI (1998) na gestagao: 14 a 50 anos: 2,6 pg/dia Alimentos fonte: produtos de origem animal como leites e derivados, cares em geral, visceras, frutos do mar e ovos. Exerce diversas fungées: contragao muscular, ago nos neurotransmissores, regulagao da insulina, transmissdo de impulsos nervosos, coagulagdo sanguinea e regulagao dos batimentos cardiacos. Sua deficiéncia pode prejudicar 0 crescimento e desenvolvimento fetal, alterar a permeabilidade da membrana, afetar a pressao sanguinea e favorecer contragées uterinas que podem levar ao parto prematuro, Gestantes com ingestao insuficiente de céilcio, vitamina D e fésforo podem desenvolver osteoporose no futuro e gerar recém-nascidos com menor densidade éssea. Estudos mostram que a ingestao de calcio reduziu o risco de hipertensao e pré-eclampsia e a suplementagao melhora sensibilidade a insulina em mulheres com diabetes tipo 2 ¢ hipertensao arterial. Fésforo Ferro DRI (2011) na gestacao: 14 a 18 anos: 1300 mg/dia 19 a 30 anos: 1000 mg/dia 31 a 50 anos: 1000 mg/dia Alimentos fonte: leite e derivados, sardinha, ostras, salmao, feijao — soja E essencial junto ao calcio e se encontra em grande proporgao em ossos e dentes. Necessério para a formagao do dcido desoxirribonucleico (DNA), Acido ribonucleico (RNA) e adenosina trifosfato (ATP), constituigéo de membranas celulares e reagdes de fosforilagdo para ativagao/desativacao de enzimas. A ocorréncia de céimbras na gestagao pode estar relacionada ao desequilibrio da relagdo calcio/fésforo, DRI (1997) na gestagao: < 18 anos: 1.250 mg/dia 19 a 50 anos: 700 mg/dia Alimentos fonte: carne bovina, peixe, ovos, leite e derivados, nozes e leguminosas, cereais e graos. Essencial para o crescimento, a satide e o desenvolvimento do organismo humano e para a sintese de hemoglobina e transporte de oxigénio, A anemia durante este periodo aumenta o risco de morbidade e mortalidade materna, prematuridade, baixo peso ao nascer, mortalidade perinatal e menor concentragao de hematécrito e hemoglobina no recém-nascido. Durante a gestagao, apesar de a capacidade de absorgao de ferro estar triplicada, ¢ dificil atingir as recomendagées deste mineral apenas com a alimentagdo. Por esse motivo, 0 Ministério da Satide (MS), por meio do Programa Nacional de Suplementagao de Ferro (PNSF), recomenda para todas as gestantes, a partir da 20* semana até 0 3° més pés parto, doses de 40 Acido Félico mg de ferro elementar e 400 ug de Acido félico/dia. Em casos de anemia, deve-se usar duas doses diarias de 60 a 120 mg de ferro. elementar/dia durante 3 meses. No caso de prescrigéo maior que 60 mg, ¢ aconselhavel a suplementagao de cobre (2 mg) e zinco (15mg), J que a absorgo desses micronutrientes pode ficar prejudicada. O ferro esta presente em varios alimentos de origem animal e vegetal. Nos vegetais, esta presente o ferro nao heme, com menor biodisponibilidade, Ou seja, sua absorgao pode sofrer influéncia de fatores facilitadores (Acido ascérbico, carotenoides, frutose, citrato e os aminoacidos presentes nas cares: cisteina, histidina e lisina) inibidores (fitatos, fibras, cafeina, oxalatos, compostos fendlicos, Céilcio, fésforo e zinco). Ja o ferro presente nos alimentos de origem animal, 0 ferro heme, deriva da hemoglobina e sua absorao ndo sofre interferéncia de fatores inibidores da absorgao. No Brasil, segundo a resolugao RDC 344 da Agéncia Nacional de Vigilancia Sanitaria (ANVISA), é obrigatéria a adigao de ferro e Acido félico nas farinhas de trigo e milho como uma das formas de prevengao de anemia ferropriva. DRI (2001) 14. 50 anos: 27 mg/dia Alimentos fonte: figado bovino, cares, ovos, vegetais de cor verde- escuro e leguminosas Atua como coenzima em varias reagées celulares. Devido & participagao na biossintese de purinas e pirimidinas e na sintese de DNA e RNA, ¢ vital para a divisao celular e sintese proteica. Sua deficiéncia esta associada a uma série de complicagées obstétricas, como: anemia megaloblastica, aborto espontaneo, descolamento de placenta, parto prematuro, retardo do crescimento intrauterino, doenga hipertensiva especifica da gravidez, hemorragia e defeitos do tubo neural (DTN). Por esse motivo, o Ministério da Satide orienta a suplementago de 400 ug de Acido félico/dia durante a gestagao. DRI (1998): lodo Zinco Acidos Graxos Essenciais LC-PUFA 14 a 50 anos: 600 ug/dia Alimentos fonte: levedo de cerveja, figado bovino, folhosos, leguminosas e gérmen de trigo. Participa da composigao dos horménios tireoidianos, tiroxina (T4) € triiodotironina (T3), importantes no crescimento e desenvolvimento humano. Sua deficiéncia estd associada 4 maior incidéncia de natimortos, abortos espontaneos e anormalidades congénitas (deficiéncia mental, surdo-mudez, diplegia espéstica, hipotireoidismo e nanismo). DRI (2001): 14 a 50 anos: 220 ug/dia Alimentos fonte: frutos do mar, peixes, ovo e sal iodado. Componente ou cofator de um grande numero de enzimas e intimeros processos metablicos, como: sintese proteica, divisdo celular, modulagao da prolactina, ago da insulina e de horménios tireoidianos, cicatrizagao e sistema imunolégico. Sua deficiéncia esta associada a infertilidade, abortos e malformagées congénitas. DRI (2001) 14 a 18 anos: 12 mgidia 19 a 50 anos: 11 mg/dia Alimentos fonte: carnes, leite e derivados, ostras, mariscos, figado, queijos, cereais integrais, leguminosas e nozes. Os Acidos graxos poli-insaturados de cadeia longa (LC-PUFA) sao conhecidos pelo seu papel no desenvolvimento cerebral e da retina. Os principais LC-PUFA sao 0 araquidénico (w-6), 0 docosaexaenoico (DHA — w3) e 0 eicosapentaenoico (EPA — w3). Probiéticos Adieta materna, antes e durante a gestagao, determinara o tipo de Acido graxo que se acumularé no tecido fetal. Os acidos graxos essenciais sao transportados por meio da placenta e depositados no cérebro e retina do feto. E importante garantir uma ingestéo adequada de émega-3 para a satide da mae (reduz o risco de parto prematuro e depressdo pés-parto), do feto e para a composigao do leite materno. Sua suplementagao 6 recomendada na dose de 200 a 400 mg/dia de DHA. Alimentos fonte: peixe de agua salgada e gelada (salmao, sardinha e arenque), dleos vegetais (soja, milho, girassol e canola) azeite extra virgem, oleaginosas e abacate. O intestino, além de ser érgéo de digestdo e absorgdo, possui importante papel imunolégico. A fungao imune do intestino depende de trés componentes: barreira intestinal, sistema imune associado ao GALT (tecido linfoide associado ao trato gastrointestinal plasmécitos, linfécitos, imunoglobulina A) e MALT (tecido linfoide associado a mucosas) e microbiota intestinal Adieta materna pode desempenhar um papel significativo na formagao da microbiota fetal. A microbiota intestinal alterada no inicio da vida associada a dieta gestacional materna pode ter consequéncias adicionais a programagao do sistema imunolégico da prole no inicio da vida. Estudos revelam que a transmissao da microbiota da mae para o feto pode ocorrer antes do parto, e que o ganho excessivo de peso gestacional ¢ a inflamagao esto associados a alteragdes no microbioma placentario. Ao produzir neurotransmissores no intestino, como serotonina ou GABA, a microbiota intestinal pode contribuir para uma série de disttirbios neurolégicos e comportamentais, incluindo ansiedade, depressao e autismo, ativando ou deprimindo vias neurais no sistema nervoso entérico e central (CHU et al, 2017). O papel dos probisticos é auxiliar a recomposigao da microbiota intestinal, através da adesdo e colonizagao da mucosa, impedindo a adesao por bactérias patogénicas. Fungo dos probiticos: Nutricional: sintese de Vitamina do complexo B e Vitamina K Digestéria: sintese de enzimas digestivas, principalmente lactase, proteases e peptidases; regula o transito intestinal e a absorgao dos nutrientes. Cardiovascular: redugao dos niveis de colesterol plasmaticos Metabdlica: produzem Acidos graxos de cadeia curta (AGCC) que sao substrato metabdlico para os colonécitos; produzem enzimas Citocromo P450-like favorecendo a destoxificagao hepatica. Imunomoduladora: essenciais para o desenvolvimento e a maturagao dos sistemas imune entérico e sistémico (GALT e MALT); contribuem para a promocdo da tolerdncia oral, atuam na manutengo da barreira mucosa intestinal e reduzem a produgdo de citocinas pré-inflamatorias (TNF-a, interferon-y, IL- 8) e aumentam a produgdo intestinal de citocinas anti- inflamatorias (IL10 e TGF-8). ~ © Atengao! Para visualizagdo completa da tabela utilize a rolagem horizontal ORIENTAGOES NUTRICIONAIS EM SITUAGOES ESPECIFICAS MAIS COMUNS NA GESTAGAO Anemia Desestimular 0 consumo de café, cha, mate, refrigerante, leite e derivados e alimentos ricos em fibras (farelos) junto Cegueira Noturna (XN) Nauseas e vémitos s grandes refeigées. Estimular 0 consumo de frutas ricas em vitamina C junto as grandes refeicoes Estimular o consumo de alimentos fontes de ferro como: canes, vegetais verde-escuros (bertalha, espinafre, brécolis, couve, entre outros), leguminosas e bife de figado (100g) uma vez por semana. Consumir de 1 bife pequeno de figado (100g), uma vez por semana. Estimular o consumo de alimentos fonte de vitamina A como: derivados de leite integral, ovo, folhosos verde- escuros e vegetais alaranjados. So comuns no inicio da gestagao e responsdveis pela perda de peso das gestantes no 1° trimestre. Dieta fracionada com menor volume. Evitar frituras, alimentos gordurosos e alimentos com odor forte ou desagradavel ou os que causem desconforto/intolerancia. Evitar 0 uso de condimentos picantes, preferir temperos suaves. Preferir alimentos sdlidos pela manha e ricos em carboidratos (biscoitos, torradas, iogurte, geleia de frutas) Hiperémese Pirose Ingerir bastante liquido para evitar a desidratagao acidose metabélica nos intervalos das refeicées. Preferir preparages a temperatura fria ou gelada e frutas com caldo. Evitar a monotonia alimentar. Evite deitar-se apés as grandes refeigdes (almogo e jantar), Alterar a consisténcia da dieta para liquida gelada ou pastosa de acordo com a tolerancia (além das orientagdes dietéticas para néuseas e vémitos). Monitorar cuidadosamente a evolucao ponderal e avaliar a indicagao de suplemento nutricional Avaliar a necessidade de encaminhar para acompanhamento psicolégico, Fracionar a dieta e reduzir o volume. Elevar a cabeceira da cama e evitar deitar-se apés as grandes refeicdes. Evitar café, cha, mate, alcool, fumo, doces, frituras, pastelarias, alimentos gordurosos, embutidos e pimenta. Excluir/substituir alimentos que causem desconforto/intolerancia. Sialorreia ou Ptialismo. Fraquezas e Desmaios Picamalacia Fracionar a dieta e reduzir o volume. ‘Aumentar a ingestao de liquidos. Estimular 0 consumo de frutas com caldo. Orientar a deglutir a saliva Orientagao semelhante a indicada para nauseas e vémitos. Fracionar a dieta e reduzir o volume. Evitar o jejum prolongado e intervalo grande entre as tefeig6es, visando prevenir a hipoglicemia e a hipotensao. Utiizar o sal usado na dieta em quantidade normal, com ‘excegdio em casos de hipertensdo crénica que devem ser avaliados individualmente. Conversar com a gestante, investigando problemas ‘emocionais ou familiares que possam estar associados tentar convencé-la a substituir essa pratica pela ingestéo de alimentos de sua preferéncia. Esclarecer que as substancias nao alimentares podem contribuir para o agravo da anemia e interferir na absorgao de nutrientes ou mesmo acarretar doengas (parasitoses por exemplo). Caimbras Constipagao Intestinal e flatuléncia Consumir alimentos fontes de potdssio (Agua de coco, banana, laranja entre outros), célcio e vitamina B41 Evitar a pratica de exercicios em excesso. Aumentar a ingestao de fibras: frutas laxativas (mamao, ameixa, laranja entre outras) e as demais com bagago; vegetais de preferéncia crus. Consumir produtos integrais (cereais, paes, biscoitos, farinhas) Consumir farelo de trigo ou aveia. Iniciar com 1 colher de cha e aumentar conforme a tolerancia, chegando até a 2 colheres de sopa/dia, para evitar distenséo abdominal Observar a tolerancia a alimentos flatulentos (alho, batata- doce, brécolis, cebola, couve, couve-fior, ervilha, feijao, milho, ovo, rabanete, repolho, entre outros). Aumentar atividade fisica, caso nao haja contra indicagéo médica, Orientar o atendimento do reflexo retal. Aumentar a ingestao de agua por dia. Mastigar bem os alimentos. Evitar falar durante as refeicées e comer devagar. Fazer as refeigdes em ambiente calmo. Hemorroidas Indicar dieta rica em fibras. E comum em casos de gestagdo gemelar ou no tiltimo trimestre de gestagao devido 4 compressao gastrica pelo iter aumentado. Aumentar o fracionamento da dieta. Modificar a consisténcia das preparagées, principalmente no jantar e na ceia, caso os sintomas sejam intensos. Sensagao de plenitude Indicar complemento nutricional caso o valor energético da dieta nao seja alcancado. Evitar alimentos gordurosos e que causem irritago gastrica. Evitar deitar-se apés a refeicao. Preferir roupas amplas e confortaveis. ~ © atengao! Para visualizagdo completa da tabela utlize a rolagem horizontal Neste médulo, observamos a atuagao do nutricionista de modo a garantir uma boa ingestao de nutrientes e favorecer a satide da mae e do concepto. ELABORANDO UM PLANO ALIMENTAR PARA UMA GESTANTE: UMA VISAO PRATICA VERIFICANDO O APRENDIZADO MODULO 3 © Descrever as patologias associadas a gestagao DIABETES GESTACIONAL O Diabetes melito representa um conjunto de disturbios endécrinos caracterizados por hiperglicemia, consequéncia da deficiéncia insulinica. Essa deficiéncia pode ser decorrente da produgao pancreatica reduzida, de inadequada liberago elou da resisténcia periférica ao horménio. As recentes diretrizes da Organizagao Mundial de Satide (OMS) e dos principais protocolos de manejo de DM recomendam que a hiperglicemia inicialmente detectada em qualquer momento da gravidez seja categorizada e diferenciada em DM diagnosticado na gestagao ou em DMG. eee ME Rete le) Diabetes mellitus durante a gestacao Glicemia de jejum > 126 mg/dl 2 horas apos de TTOG 75g > 200 mg/dL Diabetes mellitus antes da gestacao Diabetes mellitus tipo 1, diabetes mellitus tipo 2, outros tipos especificos Diab mellitus Diabetes mellitus @ Fonte: Adaptado de Femina, 2019. As modificagdes na gestagdo incluem progressiva resisténcia a insulina, catabolismo dos lipidios com formagées de corpos ceténicos e hipoglicemia de jejum comandadas pelos horménios contrainsulinicos placentérios (cortisol, lactogénio placentario humano, prolactina e horménio do crescimento placentario). O diabetes gestacional é caracterizado pela hiperglicemia em consequéncia da resisténcia aumentada a insulina que ocorre no 2° trimestre e vai até o final da gestacao. Se nao houver tratamento adequado, aumenta 0 risco de morbimortalidade perinatal, macrossomia fetal e malformagées. Mulheres com diabetes descompensado apresentam maior risco de anomalias congénitas, retardo do crescimento intrauterino pelo aumento das comorbidades (hipertensao crénica e nefropatias), parto prematuro e pré-eclampsia. Fatores de risco: Idade igual ou superior a 35 anos indice de massa corporal (IMC) >25 kg/m? (sobrepeso e obesidade). Antecedente pessoal e familiar de diabetes gestacional. Macrossomia ou polidramnio em gestagao anterior. Obito e malformagao fetal sem causa aparente em gestagdo anterior. Uso de drogas hiperglicemiantes (corticoides, diuréticos tiazidicos). Sindrome dos ovarios policisticos, Hipertensdo arterial crénica. Ganho excessivo de peso. Suspeita clinica ou ultrassonografirca de crescimento fetal excessivo ou polidramnio. FISIOPATOLOGIA A primeira metade da gestagdo é caracterizada por intenso anabolismo, aumento da sensibilidade a insulina, aumento da deposigao de proteinas e lipidios e diminuigao da glicemia matera. Ocorre aumento dos niveis plasmaticos de insulina favorecendo a gliconeogénese ea lipidogénese. Ao final do 2° trimestre, prevalece o catabolismo para atender as necessidades crescentes do feto, O hiperinsulinismo e a resisténcia a insulina caracterizam o estado diabetogénico da gestacao. Quando a gestante tem uma reserva pancreatica limitada e ndo consegue compensar as alteragdes da gestacdo, desenvolve a intolerdncia aos carboidratos, No diabetes descontrolado, ocorre transferéncia exagerada de glicose ao feto e consequente hiperinsulinismo e aumento de deposigao de gordura nos tecidos fetais, favorecendo a macrossomia. Os recém-nascidos macrossémicos tém érgaos aumentados, porém imaturos. Esse hiperinsulinismo fetal também tem relagao com a imaturidade pulmonar pela produgao deficiente de surfactante, causando a Sindrome da Angiistia Respiratéria. Ao mesmo tempo, a hiperglicemia estimula o aumento das taxas de hemoglobina glicosilada fetal (4vida por oxigénio), favorecendo a hipdxia tecidual e alteragées morfolégicas da placenta indicam oxigenagao fetal insuficiente. Repercussées do diabetes: PARA A MAE Aumento de complicagées como sindromes hipertensivas da gestagao Polidramnia Infecgdes urindrias e pielonefrites Candidiase Hipoglicemia Cetoacidose Trabalho de parto prematuro Necessidade de parto cirtirgico Diabetes tipo 2 pés-gestacional Lesées vasculares nos rins e retina Maior risco de aborto PARA O CONCEPTO Macrossomia Restrigao do crescimento intrauterino retardado Asfixia e sofrimento fetal durante o parto Prematuridade Obito Sindrome da angustia respiratoria Disturbios metabélicos Malformagées congénitas Maior risco de desenvolvimento de obesidade e diabetes tardiamente RASTREAMENTO E DIAGNOSTICO Segundo 0 Ministério da Satide, na primeira consulta do pré-natal, deve ser solicitada a glicemia de jejum para todas as gestantes. O rastreamento e 0 diagnéstico estdo resumidos na figura abaixo: Inieio do ré-aial Into do rata Ini do pr-natal Gan aa Rimes) (naman) ane Hipertensao arterial 140/90 mmHg) presente antes da gravidez ou crénica diagnosticada até a 20* semana da gestagao. Ocorre apés a 20° semana de gestagao, pressao Pré-eclampsia/eclampsia arterial > 140/90 mmHg, com proteintiria (> 300 mg/24h). Pode evoluir para eckimpsia Presenga de convulsdes nao causadas por epilepsia ou Eclampsia qualquer outra doenga convulsiva, Pode ocorrer na gravidez, no parto e no puerpério imediato. E 0 surgimento de pré-eclémpsia em mulheres com Hipertensdo crénica com hipertensdo crénica ou doenga renal. Agravamento pré-eclampsia associada apés a 20* semana gestacional Hipertensdo sem proteintiria que ocorre apés 20 Hipertensdo gestacional semanas de gestagao. A pressao arterial volta ao normal cerca de 12 semanas Hipertensao transitéria apés 0 parto. Agravamento da pré-eclampsia, caracterizado por hemélise (H=hemolysis), elevagao das enzimas hepaticas (EL= elevated liver functions tests, transaminases -ALT ou TGP, AST ou TGO) e ‘Sindrome HELLP plaquetopenia (LP= low platelets count, contagem de plaquetas <100.000mm3). ~ © Atengao! Para visualizagéo completa da tabela utilize a rolagem horizontal Fatores de risco: obesidade, baixa estatura, histéria prévia de hipertensao, diabéticas com proteintiria, hipertensas pregressa por mais de 4 anos, e com nefropatia hipertensiva, idade materna (primigestas, > 40 anos e <16 anos), raga/etnia (negras, hindus, arabes, iraquianas), gestacao multipla, polidramnia FISIOPATOLOGIA Ajustes fisiolégicos da gestagao: Fecundagdo do évulo —> Tolerancia imunolégica v Alteragdes bioquimicas e morfolégicas v Desenvolvimento placentario, aumento do volume plasmatico matemo (50%) v Prostaglandinas Vv + Prostaciclina e | Tromboxano v Vasodilatagao generalizada Por razées desconhecidas, em algumas gestantes a invasao trofoblastica nos vasos uterinos ocorre de maneira incompleta ou nao ocorre, havendo preservacdo da camada muscular desses vasos com resisténcia aumentada ao fluxo sanguineo uteroplacentario, FISIOPATOLOGIA DA PRE-ECLAMPSIA E ECLAMPSIA Pré-eclampsia e eclampsia v Sindrome de ma adaptagao v | produgao de prostaciclina e + produgao de tromboxano Vv Vasoespasmo, dano endotelial, agregagao plaquetaria, aumento da pressdo arterial v Hipoxia tecidual e alteragées multissistémicas (hematolégica, renal, hepatica, cerebral, pulmonar, oftalmolégica, uteroplacentaria) RECOMENDAGOES NUTRICIONAIS E ORIENTAGOES DIETETICAS As gestantes que apresentam um ou mais fatores de risco devem reduzir a velocidade de ganho de peso e melhorar a qualidade da dieta para prevenir essa patologia. A determinagao de energia diaria ¢ feita seguindo o mesmo procedimento para gestantes saudaveis. Em relagdo as proteinas, a dieta deve ser hiperproteica com elevado teor de proteina de alto valor biolégico para facilitar a sintese de albumina. Acredita-se que 0 efeito dos niveis normais de albumina no distirbio hipertensivo da gestagao € mais eficaz na redugao do edema e da pressdo arterial do que a restrigao de sédio. Portanto, de modo geral, nao é recomendada a restrigao de sédio, apenas a restrigao de alimentos ricos em sddio. A restrigao de sddio s6 6 recomendada se a gestante apresentar hipertensao crénica. No que diz respeito 4 suplementagao de calcio, acredita-se que a baixa ingestao resulta no aumento do horménio paratireoidiano, produzindo vasoconstrigéo e aumento da pressao arterial. Por essa razo, a Federagao Brasileira das Sociedades de Ginecologia e Obstetricia recomenda a suplementagao de 2 g/dia de calcio em mulheres em risco e com baixa ingestéo de nutriente, como medida de prevengao da pré-eclampsia. A suplementagao de calcio junto com dcido linoleico aumenta os niveis de prostaciclinas e da vasodilatacao. As vitaminas A, C e E tém ago antioxidante e controlam a peroxidagdo lipidica, evitando a lesdo endotelial e a ago vasoconstrictora do tromboxano. ORIENTAGAO NUTRICIONAL PRE-ECLAMPSIA, HIPERTENSAO GESTACIONAL OU CRONICA - ESTAGIO 1 Tratamento ambulatorial, Dieta normossédica (até 6 g/dia), hiperproteica, adequada em vitaminas e minerais (A, C, E e Calcio - 2000 mg). Preferir frutas, legumes e verduras, cereais integrais, leguminosas, leites ¢ derivados desnatados, quantidades reduzidas de gorduras saturadas, trans e colesterol Preferir dleos vegetais: soja, milho, girassol e canola. Peixe: 2 a 3 porgées/semana. PRE-ECLAMPSIA, HIPERTENSAO GESTACIONAL OU CRONICA - ESTAGIO 2 Internagao obrigatéria. Dieta normossédica (até 6 g/dia). Em hipertensdo grave persistente ou crénica, maximo de 2 a 3 gidia de sal de adigao Dieta hiperproteica, adequada em vitaminas e minerais (A, C, E e Calcio). Preferir frutas, legumes e verduras, cereais integrais, leguminosas, leites e derivados desnatados, quantidades reduzidas de gorduras saturadas, trans e colesterol. Preferir 6leos vegetais: soja, milho, girassol e canola Peixe: 2 a 3 porgdes/semana. ECLAMPSIA Seguir as recomendagées do estagio 2. SiINDROME HELLP Conduta similar a indicada na PE grave e Eclampsia Tratamento definitivo é a interrupgao da gravidez. MEDIDAS GERAIS Controle do peso, estresse, infeccdes, fumo, repouso noturno (8h) e diumo (2h). Monitoramento da vitalidade e crescimento fetal. Atividade fisica regular monitorada 2 a 3x/semana Uso de alcool e cigarro deve ser desencorajado. Ingestdo de liquidos ndo deve ser limitada ou forgada NUTRIGAO NA GESTANTE COM HIV virus da imunodeficiéncia humana (HIV) é um retrovirus causador da AIDS (Sindrome da Imunodeficiéncia Adquirida) ¢ atua nos linfécitos T CD4+, alterando seu DNA com o objetivo de replicacdo. Apés a produgdo das cépias virais, o linfécito T CD4+ se rompe, liberando-as para que novos ataques ocorram (AIDS, 2017). Apés a infecgdo pelo HIV, acorre diminuigao progressiva do numero e atividade dos linfécitos T CD4+ e comprometimento da imunidade celular de maneira tardia e avangada (Accioly et al., 2009). TRANSMISSAO VERTICAL E a transmissao do virus de gestantes infectadas pelo HIV (HIV+) para seus filhos durante a gestagdo, parto ou aleitamento materno. Os fatores que colaboram para a transmissao vertical (Brasil, 2012): FATORES VIRAIS FATORES MATERNOS FATORES COMPORTAMENTAIS FATORES OBSTETRICOS FATORES INERENTES AO RECEM-NASCIDO FATORES VIRAIS A carga viral, 0 genétipo e o fenétipo viral FATORES MATERNOS Estado clinico e imunolégico, presenga de DST e outras coinfecgées, estado nutricional e tempo de uso de antirretrovirais na gestagao. FATORES COMPORTAMENTAIS Uso de drogas e pratica sexual desprotegida. FATORES OBSTETRICOS Duragao da rotura das membranas amnisticas, a via de parto e a presenga de hemorragia intraparto. FATORES INERENTES AO RECEM-NASCIDO Prematuridade e baixo peso ao nascer e aleitamento materno. Dentre os fatores de maior relevancia para a Transmissao Vertical, pode-se destacar a carga viral elevada e 0 tempo prolongado de ruptura das membranas amnidticas. Diversos estudos apontam redugao de transmissao vertical do HIV por meio de intervengées preventivas como: uso de antirretrovirais combinados, parto ceséreo, quimioprofilaxia com 0 AZT na parturiente e no recém-nascido e a ndo amamentagao. HIV E ALEITAMENTO MATERNO O leite materno 6 uma importante via de transmissao do HIV para o bebé. A baixa contagem de CD4+, a alta carga viral no leite e plasma materno, a soroconversdo materna e a duragao do aleitamento matemo so fatores de risco pés-natais importantes para a transmissao do HIV e mortalidade da crianga. Por esse motivo, o Ministério da Satide contraindica o aleitamento materno em situagdes de infecgo materna pelo HIV, inclusive o aleitamento materno cruzado (aleitamento da crianga por outra mulher ou ama-de-leite) devido ao risco de transmissao do HIV. DIAGNOSTICO E recomendada a realizagao de teste anti-HIV para todas as gestantes na primeira consulta pré-natal e no inicio do 3° trimestre. Exames bioquimicos deverdo ser realizados para avaliagdo do curso da doenga e para Monitoramento da satide da gestante/lactante. Os exames solicitados rotineiramente sao: Contagem de linfécitos T-CD4 Medida da carga viral Hemograma Plaquetas Enzimas hepaticas «i ATENGAO A profilaxia com antirretrovirais deverd ser iniciada a partir da 14* semana gestacional MANEJO ANTIRRETROVIRAL NA GESTAGAO Aindicagao de TARV (terapia antiretroviral) na gestagao pode ter dois objetivos: profilaxia da transmissdo vertical ou tratamento da infecco pelo HIV: PROFILAXIA DA TRANSMISSAO VERTICAL Gestantes assintomaticas, com contagem de T-CD4 + 2 350 céls./mm? — a profilaxia deve ser suspensa apés 0 parto. TRATAMENTO DA INFECGAO PELO HIV Mulheres que apresentam repercussao clinica ou imunolégica grave, gestantes sintomaticas ou assintomaticas com contagem de T-CD4 + < 350 céls./mm3, ATARV deve também ser considerada para pacientes com contagem de 350 < CD4 < 500 células/mm? na presenga das seguintes condigées: Coinfecgao pelo virus da hepatite Be C Doenga cardiovascular estabelecida ou com risco elevado (acima de 20% segundo escore de Framingham) Nefropatia do HIV Carga viral elevada, superior a 100.000 cépias Neoplasia 1 ATENCAO As mulheres que nao receberam AZT oral durante a gestagao devem receber durante 0 trabalho de parto e parto até o clampeamento do cordao umbilical. VIA DE PARTO Sera baseada no resultado da carga viral materna realizada a partir da 34 semana CARGA VIRAL < 1000 COPIAS/ML Via de parto é determinada por indicagao obstétrica (vaginal ou cesarea) CARGA VIRAL 2 1000 COPIAS/ML Via de parto indicada é a cesariana eletiva ASSISTENCIA NUTRICIONAL O estado nutricional da mulher HIV+ antes e durante a gestagao influencia sua satide e sobrevivéncia e a do recém-nascido. O estado nutricional adequado pode reduzir a transmissao vertical por meio do aumento da resposta imune da mae e da crianga. As mudangas fisiolégicas da gestagao e a infeccdo pelo HIV aumentam a taxa metabdlica basal e os requerimentos de energia «1 ATENCAO Aavaliagao antropométrica ¢ realizada seguindo os mesmos pardmetros de gestantes nao infectadas. As gestantes infectadas pelo virus HIV ganham menos peso e apresentam maior prevaléncia de deficiéncias de micronutrientes. Assim, a Organizagéo Mundial de Satide (OMS, 2003) recomenda um acréscimo energético didrio com objetivo de manutengao do estado nutricional GET = (TMB x NAF) + Acréscimo (%) Acréscimo: - 10% para gestante assintomatica = 20% para gestante sintomatica inicial - 30% para gestante sintomatica S a a a © Atengao! Para visualizagao completa da equago utilize a rolagem horizontal Para considerar o crescimento fetal e ganho de peso materno, é necessério incluir 0 adicional energético que pode ser calculado individualmente (6417 Kcal — 1 kg de peso/semanas/dias). Gestantes com baixo peso pré-gestacional ou com gasto energético aumentado devido & infecgao pelo HIV devem adicionar 300 kcal/dia no primeiro ou no segundo trimestre (MS, 2010) 1 ATENCAO As recomendagées de macronutrientes e micronutrientes sao idénticas as de gestantes de baixo risco. Neste médulo, pudemos observar o papel da alimentagao adequada e saudavel no tratamento dos agravos associados ao periodo gestacional. DIABETES GESTACIONAL: A IMPORTANCIA DA NUTRIGAO VERIFICANDO O APRENDIZADO CONCLUSAO CONSIDERAGOES FINAIS periodo gestacional é uma fase em que hé aumento elevado das exigéncias nutricionais para permitir 0 ajuste fisiolégico matemo e o desenvolvimento fetal. Os recém-nascidos com boas condigées de nutrigao na vida intrauterina tm maiores chances de alcangar o melhor desenvolvimento fisico e mental. J4 0 estado materno anterior e a duragao da gestagao se associam ao maior risco de intercorréncias e, consequentemente, ao resultado obstétrico negativo, Neste cenario, vimos que a assisténcia nutricional é fundamental no acompanhamento do pré-natal para garantir um bom resultado obstétrico, PODCAST A PODCAST REFERENCIAS ACCIOLY, E.; SAUNDERS, C.; LACERDA, E. M. A, Nutrigdo em Obstetricia em Pediatria: 2. ed. Rio de Janeiro: Cultura Médica: Guanabara Koogan, 2009. AMERICAN DIABETES ASSOCIATION. 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EXPLORE+ Para aprofundar os seus conhecimentos a respeito do assunto tratado neste tema, recomendamos as seguintes leituras: Manual Oficial de Contagem de Carboidratos para as Pessoas com Diabetes, encontrado no site da Sociedade Brasileira de Diabetes. Guia Alimentar para a Populagao Brasileira, 2014, encontrado na Biblioteca Virtual da Satide, do Ministério da Satide. Caderneta da Gestante, encontrada no site oficial do Ministério da Satide, CONTEUDISTA Mariana Peixoto Souto @ CURRICULO LATTES

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