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TEORIAS PSICODINÂMICAS DA ADOLESCÊNCIA

A teoria psicodinâmica é, na verdade, uma coleção de teorias psicológicas. Elas enfatizam a


importância dos impulsos e outras forças no funcionamento humano, especialmente os impulsos
inconscientes. A abordagem sustenta que a experiência da infância é a base para a personalidade
e os relacionamentos adultos. A teoria psicodinâmica originou-se nas teorias psicanalíticas de
Freud. Foi Freud quem introduziu pela primeira vez o termo psicodinâmico. Ele observou que
seus pacientes exibiam sintomas psicológicos sem base biológica. No entanto, esses pacientes
não conseguiram interromper seus sintomas apesar de seus esforços conscientes. Freud concluiu
que, se os sintomas não pudessem ser evitados pela vontade consciente, eles deveriam surgir do
inconsciente. Portanto, os sintomas eram o resultado de o inconsciente se opor à vontade
consciente. Era uma interação que ele apelidou de “psicodinâmica”.
DESENVOLVIMENTO PSICOSSEXUAL SEGUNDO FREUD
Psicanálise –
Gênese da histeria, da psicose e da neurose –
Inconsciente –
1ª TÓPICA (1900 – 1920)
Por meio dos mecanismos de repressão e recalque, certos conteúdos vão sendo pressionados a
sair da consciência, por serem assustadores, inadequados ou absurdos.
Consciente – percepções pensamentos
pré-consciente – memórias
inconsciente- pulsões memórias reprimidas
2ª TÓPICA (1920 EM DIANTE)
Freud refina sua compreensão sobre a psique a partir do estabelecimento de três instâncias
psíquicas, o Id, o Ego e o Superego
ID (cavalo) – instintivo, inconsciente, princípio do prazer
EGO – formado na experiência, consciente, princípio da realidade
SUPEREGO (cavaleiro) – hipermoral (julgador), princípio do dever
FASES PSICOSSEXUAIS
Segundo Freud, as crianças passam por uma série de estágios que levam ao desenvolvimento da
personalidade adulta, acreditava que a personalidade se desenvolvia através de uma série de
fases da infância em que as energias do id buscadas pelo prazer se concentravam em certas
áreas erógenas. Uma zona erógena é caracterizada como uma área do corpo que é
particularmente sensível à estimulação, associada a cada estágio servindo como fonte de prazer.
Essa energia que busca prazer e satisfação físicos é denominada libido.
Se esses estágios psicossexuais forem completados com sucesso, uma personalidade saudável é
o resultado. Se determinados problemas não forem resolvidos no estágio apropriado, poderão
ocorrer fixações. Uma fixação é um foco persistente em um estágio psicossexual anterior. Até
que esse conflito seja resolvido, o indivíduo permanecerá “preso” nesse estágio.
AS 5 FASES DO DESENVOLVIMENTO PSICOSSEXUAL SEGUNDO FREUD:
Fase Oral (0 a 1 ano), zona erógena: BOCA
 No primeiro estágio do desenvolvimento da personalidade, a libido é centrada na boca
do bebê. Ele fica muito satisfeito ao colocar todo tipo de coisa na sua boca (brinquedos
etc.) para satisfazer sua libido. Isso significa que nesta fase da vida, seus prazeres são
orais ou orientados para a boca. (Maior controle do ID)
Fase Anal (1 a 3 anos), zona erógena: INTESTINO E CONTROLE DA BEXIGA
 Segundo Freud, nesta fase a libido se concentra no anus, e a criança sente muito prazer
em defecar. A criança está plenamente consciente de que é uma pessoa por si só, e que
seus desejos podem colocá-la em conflito com as demandas do mundo exterior (ou seja,
seu EGO já se desenvolveu). Freud acreditava que esse tipo de conflito tende a surgir
no treinamento do uso do vaso sanitário, no qual os adultos impõem restrições sobre
quando e onde a criança pode defecar.
Fase Fálica (3 a 6 anos), zona erógena: GENITAIS
 A sensibilidade agora na fase fálica se concentra nos órgãos genitais, e a masturbação
(em ambos os sexos) se torna uma nova fonte de prazer. A criança toma consciência das
diferenças anatômicas sexuais, que desencadeiam o conflito entre atração erótica,
ressentimento, rivalidade, ciúme e medo. Freud chamou isso de complexo de Édipo
nos meninos, e complexo de Electra nas meninas1. Esse conflito é resolvido através
do processo de identificação, no qual a criança adota as características dos pais do
mesmo sexo.
Período de latência (6 a puberdade), zona erógena: SENTIMENTOS SEXUAIS ESTÃO
INATIVOS

 Latente significa “oculto”. Isso significa que nesta fase não há mais
desenvolvimento psicossexual. A libido está adormecida. Freud pensou que a
maioria dos impulsos sexuais é reprimida durante o estágio latente. Assim, a
energia sexual é sublimada. Isso quer dizer que grande parte da energia da
criança é canalizada para o desenvolvimento de novas habilidades e a aquisição
de novos conhecimentos. E nesta fase, as brincadeiras são feitas em sua maioria
com outras crianças do mesmo sexo.

Fase Genital (puberdade até a morte), zona erógena: AMADURECENDO E INTERESSES


SEXUAIS

 Este é a última fase da teoria do desenvolvimento psicossexual de Freud e começa na


puberdade. É um momento de experimentação sexual adolescente, cuja resolução
bem-sucedida é estabelecer um relacionamento amoroso com outra pessoa nos
nossos 20 anos. O instinto sexual é direcionado ao prazer obtido através do outro, ao
invés do prazer próprio, como no estágio fálico. Para Freud, a saída apropriada do
instinto sexual em adultos era por meio de relações amorosas. Fixação e conflito
podem impedir isso, tendo como consequência as perversões sexuais. Por exemplo, a
fixação no estágio oral pode resultar em uma pessoa obtendo prazer sexual
principalmente por beijos e sexo oral, em vez de relações sexuais.
Explicando complexo de Édipo
 O nome do complexo de Édipo deriva do mito grego em que Édipo, um jovem, mata
seu pai e se casa com sua mãe. Ao descobrir isso, ele abre os olhos e fica cego. Este
Édipo é o termo genérico (isto é, geral) para os complexos Édipo e Electra. No menino,
o conflito de Édipo surge porque ele desenvolve desejos sexuais (agradáveis) para com
sua mãe. Ele quer “possuir” sua mãe exclusivamente. Para isso, ele deseja
(irracionalmente) se livrar do pai para que possa atender a esse desejo. O garoto então
(inconscientemente) entende que, se o pai descobrisse tudo isso, o pai levaria o que
mais ama. Durante a fase fálica, o que o garoto mais ama é o pênis. Portanto, o menino
desenvolve ansiedade de castração. O menino então decide resolver esse problema
imitando, copiando e participando de comportamentos masculinos do pai. Isso se chama
identificação, e é assim que o menino de três a cinco anos resolve seu complexo de
Édipo. Identificação significa adotar internamente os valores, atitudes e
comportamentos de outra pessoa. A consequência disso é que o menino assume o papel
de gênero masculino e adota um ideal e valores do ego que se tornam o superego. Freud
ofereceu o estudo de caso Little Hans como evidência do complexo de Édipo.

Complexo de Electra
 Resumidamente, a menina deseja o pai, mas percebe que ela não tem um pênis. Isso,
segundo esta teoria, leva ao desenvolvimento da inveja do pênis e ao desejo de ser
menino. A menina resolve isso reprimindo seu desejo por seu pai e substituindo o
desejo por um pênis pelo desejo por um bebê. A menina (inconscientemente) culpa a
mãe por seu “estado castrado”, e isso cria uma grande tensão. A menina então reprime
seus sentimentos (para remover a tensão) e se identifica com a mãe para assumir o papel
de gênero feminino.

Anna Freud é classicamente reconhecida, na história da psicanálise como a filha de Freud que
analisou O ego e os mecanismos de defesa, responsável por contribuir com a perspectiva
teórico-clínica denominada psicologia do ego. No entanto, pouca atenção foi dada (e ela foi
mesmo negligenciada). O desenvolvimento poderia ser compreendido e avaliado a partir de
diversos aspectos, e cada linha seria um aspecto diferente observado na evolução da criança,
como a alimentação, a relação com pares, a higiene, etc. Nesse sentido, cada linha do
desenvolvimento é um indício do quão avançada a criança está em termos de dependência e
autossuficiência emocional.
Ela foi responsável por expandir a teoria deixada por seu pai – a qual ela mesma criticou por ter
deixado uma série de lacunas, como a pouca precisão no que se refere aos fenômenos que
caracterizam o desenvolvimento do impulso agressivo, já que, para ela, o que existia era uma
mera correlação das expressões agressivas (morder, cuspir, agredir, prepotência) com as fases
libidinais.
A partir dessa consideração, Anna Freud propôs um modelo de avaliação mais abrangente que
pudesse abarcar o desenvolvimento desde as atitudes dependentes, irracionais, determinadas
pelo id e o objeto, como no sentido de um crescente domínio, pelo ego; da criança; mundo
interno e externo. Anna Freud se arrisca a demarcar três períodos no desenvolvimento infantil
Seus trabalhos científicos se concentraram nos períodos: infância (6-11 anos), puberdade (11-
13 anos) e adolescência (13-18 anos). Ela também analisou a interdependência desses estágios
com o aparelho psíquico. E estudou três entidades fundamentais: o princípio do eu, conhecido
como realidade; identidade e superego (instinto ou consciência).
Anna Freud concluiu que durante a adolescência as funções sexuais se desenvolvem. E esse fato
tem influência direta na personalidade e no comportamento psicológico do ser humano. Os
hormônios causam desequilíbrios e geram conflitos internos em adolescentes. Por sua vez, o
processo de desenvolvimento do superego ocorre no estágio de latência. É então que a criança
assimila os valores e a moralidade das pessoas importantes para ela.
Otto Rank sempre foi fascinado por estudos, desde a infância, ainda que inserido em um
ambiente familiar totalmente disfuncional. Dentre os destaques, está a “Teoria da Vontade”,
pois entendia que a vontade é um elemento positivo para controle das atividades instintivas das
pessoas, as libertando de sentimento de culpa, a “vontade” diz respeito a escolha e atividade.
Além disso, trouxe conceitos acerca do inconsciente social, divergindo das teorias freudianas,
que focavam no Complexo de Édipo.
Para Otto Rank, pode-se estabelecer dois mecanismos de defesa nessa situação: a promiscuidade
ou o ascetismo.
Rank também afirma que o indivíduo passa por três estágios para fortalecer sua vontade. O
primeiro é o de libertar a “vontade” de forças internas e externas; segundo o autor, o homem
mediano nunca vai além deste estágio, mas pode viver harmoniosamente. No segundo estágio
possui a divisão na personalidade, havendo uma luta entre a vontade e a contra vontade, que
engloba possibilidades neuróticas e criativas. O indivíduo pode apegar-se a sintomas neuróticos
ou evoluir para o terceiro estágio e tornar-se criador. O terceiro estágio é a integração da
vontade e da contra vontade, onde o indivíduo não está mais em conflito e Otto Rank o
caracteriza como consciente de seu potencial. Nesse sentido, Rank deu enfoque ao trauma,
como principal fator para psiconeurose, considerando que a ansiedade neurótica repetia o
momento do nascimento, ao seu aspecto fisiológico

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