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AULA 3

4.0. O ambiente de edição, compilação e execução FORCE2.0

Nas máquinas da sala de aula do Dept. Física o compilador FORTRAN que temos
instalado é o FORCE 2.0. Este é um compilador para FORTRAN77, que pode ser
baixado gratuitamente da internet (http://download.cnet.com/Force/3000-2212_4-
10067832.html). Ligue o computador e clique duas vezes sobre o ícone do FORCE2.0.
Aparecerá:

É neste ambiente que vamos efetuar as seguintes tarefas (nesta sequência):


(1) EDITAR os códigos fonte (como se estivéssemos em um editor de texto);
(2) COMPILAR os programas (isto é, gerar os arquivos executáveis (os
binários));
(3) EXECUTAR os programas.

4.1. EDIÇÃO.

Na fase de edição do código fonte o FORCE2.0 funcionará como um editor de texto.


Mas é um editor de texto específico para criarmos um código FORTRAN77.
Repare que existem duas linhas verticais na janela de edição. Estas linhas delimitam
uma “faixa” de edição para um programa FORTRAN77, faixa esta localizada entre a 7ª
e a 72ª colunas de cada linha (para se convencer disto, utilize o cursor para contar os
espaços necessários para se chegar nas duas linhas partindo-se da margem esquerda da
janela de edição).

Todo o conteúdo do programa FORTRAN77 deve ser escrito entre as colunas 7 e


72 (com exceção de alguns poucos parâmetros que veremos mais tarde). Ou seja,
exceto por estes poucos parâmetros, qualquer texto escrito fora desta faixa de edição
será ignorado pelo compilador o que certamente acarretará em erro. Respeitar esta faixa
de edição é obrigatório em todos os programas FORTRAN77, independentemente do
compilador FORTRAN77 que esteja sendo usado (isto é, esta não é uma característica
específica do FORCE2.0; é universal para todos os programas FORTRAN77). [obs: Nas
versões mais recentes do FORTRAN (90, 95, 2003) esta restrição não existe mais!].

OBS: De vez em quando precisaremos escrever nas colunas 1 a 5, que serão usadas para
numerar (“rotular”) um determinado comando do FORTRAN77. Quando necessário, a
coluna 6 poderá ser utilizada para indicar uma continuação de linha (veremos isto mais
tarde). Mas por enquanto não faremos uso das colunas 1 a 6; logo não escreva nada
nelas ainda. As colunas 73 em diante nunca serão usadas.

Vamos a um exemplo bem simples. Escreva no FORCE2.0 o seguinte programa


FORTRAN (cujo nome é primeiro_programa):

Obs: A numeração de linhas no lado esquerdo da janela de edição surge


automaticamente à medida que acrescentamos linhas ao código fonte. Esta numeração
de linhas funciona apenas para facilitar a localização das mesmas e não faz parte da
linguagem FORTRAN.

Temos acima um código fonte em linguagem FORTRAN77. No FORCE2.0 todos os


comandos do FORTRAN aparecerão em azul (no exemplo acima: program, print, stop,
end).
PROGRAM
Comando ao lado do qual é fornecido o nome do programa.
PRINT*,
Escreve na tela do computador tudo aquilo que se segue após a vírgula. Se o que
desejamos escrever na tela for um texto (uma frase, por exemplo) o mesmo deve estar
entre aspas (simples ou duplas), e neste caso o FORCE2.0 vai ressaltar o texto em
vermelho no código fonte.
STOP
Interrompe a execução do programa.
END
Indica o fim do programa.

Nesta disciplina aprenderemos diversos outros comandos do FORTRAN77.

4.2. COMPILAÇÃO.

Uma vez concluída a edição do código fonte partimos para a compilação (“tradução”
do nosso código para a linguagem de máquina, que será um arquivo executável). Mas
antes disto é aconselhável salvar o teu trabalho. No menu principal clique em “Arquivo”
e em “Salvar como” e salve o código fonte com um nome à tua escolha (por exemplo,
programa1). (O FORCE2.0 salvará este arquivo com uma extensão .f).

Agora compilamos o programa:


No menu principal clique em “Executar”, escolha “Compilar” e aguarde. Se o programa
estiver corretamente escrito não ocorrerá nenhum erro de compilação e uma mensagem
de “Pronto. Compilado” surgirá numa janela. Se houver um erro no conteúdo do
programa (por exemplo, se você digitar um comando erradamente), ocorrerá um erro de
compilação e o FORCE2.0 informará em que linha está o erro. Corrija o erro, salve a
modificação e compile de novo.

Para dar uma idéia de como o compilador é “exigente” e não admite nem mesmo o
menor dos erros de edição, experimente apagar a vírgula que vem depois do comando
PRINT*, salve o programa e compile. Veja o erro de compilação que surgirá. O
FORTRAN, assim como qualquer outra linguagem computacional, é muito sensível
quanto à sintaxe do código fonte e “exige” que esteja tudo perfeitamente escrito –
lembre-se, o computador é burro; não espere que ele tente entender o que você “quis
dizer”, ele só saberá entender o que você “disse exatamente”.

4.3. EXECUÇÃO.

Se a compilação obteve sucesso então o FORCE2.0 terá criado um arquivo executável


(no mesmo diretório em que está o código fonte). Agora você pode executar seu
programa clicando em “Executar” e “Executar”. Se tudo estiver certo uma janela com
fundo preto será aberta onde constará a frase “Este é meu primeiro programa”.

Experimente escrever outra frase na tela: modifique a frase, salve a modificação,


compile o código fonte, e execute o programa.
5.0. Um primeiro contato com a sintaxe do FORTRAN77
Na aula passada falamos da declaração de variáveis e seu significado em termos de
endereçamento de memória no computador. Mas no exemplo que vimos acima não
usamos variável nenhuma. Apenas criamos um programa que escreve uma frase (boba)
na tela. Vamos agora gerar um programa onde variáveis do tipo INTEIRO são usadas.

Seguindo o que foi descrito no item anterior, ESCREVA, SALVE, COMPILE e


EXECUTE o seguinte programa:

program soma
integer k,n,m
n=1
m=3
k=m+n
print*,k
stop
end

Se ao final de todos os passos tudo estiver correto uma janela será aberta onde constará
o resultado “4”.

Todo programa FORTRAN começa com o comando PROGRAM seguido de um nome


para o programa (você escolhe o nome, apenas tendo cuidado de evitar alguns caracteres
da Língua Portuguesa como c-cedilha, til, acento agudo, etc...).

Como vimos aula passada a linha

integer k,n,m

é uma declaração de variáveis. Neste exemplo estamos declarando 3 variáveis do tipo


inteiro: k, n, m.

As linhas
n=1
e
m=3
são atribuições de valores para as variáveis n e m. Ou seja, a partir deste ponto do
programa a variável n é igual a 1 e a variável m é igual a 3.

A linha
k=m+n

é também uma atribuição de valor (no caso, para a variável k), mas na forma de uma
operação aritmética (soma). Ou seja, a partir deste ponto do programa a variável k é
igual a 4 (isto é, 1 + 3).

Na linha
print*,k
temos o comando PRINT seguido de um asterisco. Este é um comando de impressão na
tela. No caso acima é uma impressão na tela do computador. Ao chegar nesta linha o
programa irá mostrar na tela o resultado da soma m+n.

E finalmente temos:

stop
end

Sempre devemos terminar nossos programas com estes dois comandos: STOP
(interrompe a execução do programa) e END (finaliza o programa).

Então, em resumo, todo programa FORTRAN terá a sequência geral: nome do


programa, declaração de variáveis, execução de comandos de entrada de valores ou de
atribuição de valores, execução de contas, execução de comandos de saída dos
resultados, finalização do programa.

Façamos agora um programa (com nome soma2) com variáveis do tipo REAL. Salve o
programa com outro nome, compile e execute.

program soma2
real k,n,m
n=2.3
m=3.1
k=n+m
print*,k
stop
end

Se ao final de todos os passos tudo estiver correto uma janela será aberta onde constará
o resultado 5.4.

5.1. Convenção padrão do FORTRAN para associar nomes com tipos de


variáveis, e o comando IMPLICIT NONE.
Vimos o importante conceito de declaração de variáveis em FORTRAN; mas o fato é
que a rigor não somos obrigados a declarar as variáveis explicitamente (mas não
declarar é um exemplo de péssima prática de computação!). O FORTRAN possui uma
convenção padrão para as variáveis que é a seguinte:

(a) Todas as variáveis (não declaradas) cujos nomes começam com I, J, K, L, M,


ou N serão consideradas do tipo INTEIRO. Por exemplo: j, index, marte, k2, nano,
etc...

(b) Todas as variáveis (não declaradas) cujos nomes não começam com I, J, K,
L, M, ou N serão consideradas do tipo REAL. Por exemplo: ast, raio, helio, d25, zum,
etc...

Então agora volte ao programa soma e apague a linha de declaração das variáveis,
assim:
program soma
n=1
m=3
k=m+n
print*,k
stop
end
Salve, compile e execute o programa e veja se o resultado é alterado.

Agora volte ao programa soma2 e apague a linha de declaração das variáveis, assim:
program soma2
n=2.3
m=3.1
k=n+m
print*,k
stop
end
Salve, compile e execute o programa e veja se o resultado é alterado. A resposta é “Sim,
foi alterado!”. Ao invés de fazer 2.3 + 3.1 = 5.4, o FORTRAN interpretou as variáveis
n, m e k como sendo do tipo inteiro (pois esta é a convenção padrão para estas variáveis
quando não são declaradas) e truncou os valores atribuídos a estas variáveis, fazendo
então 2 + 3 = 5 , o que modifica o resultado.

Sempre declare todas as variáveis de seus programas.

Uma maneira de te obrigar a declarar explicitamente todas as variáveis é usar o


comando IMPLICIT NONE (traduzindo ao pé da letra: “nenhum implícito”) logo após
o nome do programa, assim:
program soma
implicit none
integer k,n,m
n=1
m=3
k=m+n
print*,k
stop
end
e
program soma2
implicit none
real k,n,m
n=2.3
m=3.1
k=n+m
print*,k
stop
end
Com o implicit none, o FORTRAN “neutraliza” a convenção padrão e o compilador
exigirá que todas as variáveis sejam declaradas. Sempre inclua o implicit none nos seus
programas.

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