Você está na página 1de 32
eure VOY] VHOxIg], INV'T ogSnpesy, Aystoarag wqumnjo ojneg Oxy ap epepisiaaru, UPD SP 4qH vuny [eplA OosfouRs,]T OS8L V OSLI AC ‘OlNVd OYS AG VISIAVUOSA VINONOO d AAVGIDOS VA OVONTIOA Copyright © 2006 by Francisco Vidal Lunae Herbert S. Klein Titulo do original em inglés: The Evolution of the Slave Society and Economy of Sao Paulo, from the 1750's to the 1850's Ficha Catalogrifica Elaborada pelo Departamento Técnico do Sistema Integrado de Bibliotecas da USP Luna, Francisco Vidal Evolugao da Sociedade e Economia Escravista de Sao Paulo, de 1750 a 1850 / Francisco Vidal Luna, Herbert S. Klein; traducio, Laura Teixeira Motta. — Sao Paulo: Editora da Universidade de Sao Paulo, 2005. 280 p.; 16x 23cm. Tradugio de: The Evolution of the Slave Society and Economy of Sio Paulo, from the 1750's to the 1850's. Inclui bibliografiae indice de tabelas, graficos e mapas. Apéndice. ISBN 85-314-0844-X 1. Provincia de Sao Paulo. 2, Hist6ria quantitativa, 3. Historia econémica regional. I. Klein, Herbert S. IJ. Motta, Laura Teixeira. Il Titulo. CDD-300.98161 Dircitos em lingua portuguesa reservados & Edusp ~ Editora da Universidade de So Paulo Ay. Prof. Luciano Gualberto, Travessa J, 374 6° andar ~ Ed. da Antiga Reitoria — Cidade Universitaria 05508-900 ~ Sao Paulo ~ SP - Brasil Divisio Comercial: tel. (Oxx11) 3091-4008 / 3091-4150 SAC (Oxx11) 3091-2911 — Fax (Oxx11) 3091-4151 www.usp.br/edusp ~ e-mail: edusp@edu.usp.br Printed in Brazil 2006 Foi feito o depésito legal LOL “g66L ‘Sserq Laysraamay) proyuRrg ‘POyErE O98L-ORL1 ‘ancuosay ay us Gowers puw navssor) ‘ooinga, ‘wing sruodiauney ungog Fr oeurfaeg ‘[ "g We OpBnosip 9 vu SSH Z66T Sepyy] Soup SAD ‘OMe ORS “PHT PEUIp” ASOD YP OFN| [PP PRI] 194 “UID 2S89 91GOG "| stonog “eHe[Isesq O¥PTAVIOSA Up SCARUBSIP Svops|ay"IED sep vUM TOF Jedo] OpLd -s0UI O& SOpEUMSap > vIDUaISIsqns ap sosUgs sznposd vzed ‘soxSau ap srodep 2 SOIPUY ap asUOWTTEPOTET “eAvIDse vIGO-9p-OLUE Op OsN ( ‘SOIPUT WIeIA sOAnLD sasse “QOL op some oMeg Ox ep Ose OU ‘soavsdso 9 sopeSasduia eMpour eugnbayy WOd seu FeTWYy vjoosSe ospeprun ep veyuraord ozdurag “speuorsar 9 sTes0y sop -VOITW WD EPUDA % 9 BIDUZISTSqNS ¥ as-vAvUTSep OSnposd ¥ ‘svarE sep OTM eh * [euoprpen vmavsoy] vu vos opursd vu osezuQ ¥ OIWOdeNUOD tN OUIOD osppserq oyxaIU09 OU soTMUDUNTT sor9UgB 9p [E90] E[ooPae orSnpord vuenbad vp sorew zaa eped wouyiodun ¥ waar v noSswIOD aqusder vyLISOTOISTY V ‘seadd Seu Sep eaLIZTA POUTAOsd vu omo ap seuTLE seyraqe-wi00r sv vied vsompord oxf8or siueyOdurt vu NOUIO} as OTN OYS OP -uenb ‘Qo & ouaisod opoped ou aruatupepedso noxr090 ossy “eouTaosd ep sez -TAUWO Sep ETE 918 a saQgTdar aNUA OpLZTENIAWOD Jas ¥ Nossed ayvapeoxe O sjeuT ZaA epeo odurai op sessed o roo seus ‘opeprun edosd vu eprumsuos worur ens wid era ‘soIpUy soavsose waquIey Opurdordus viougnbaxy wos 2 sozerpurey svjoouSe sopeprun wr epngo ‘oxSnposd y “oyzed epoy wo sayueyodunr wes wi9q -We} OYUPNO o OUIOD sEUNTUY soMporg “ee9s9 vUaNbad Wis so[eALD 2 OPES ap oxSeno & epure 2 ‘wur-vaso ¥ 9 o1Uaprende v ‘oovqel 0 OWIOD OUTsUOD dp sosnIE ap tpezyenodsa oxSnpord v wigquiey vavpy ‘Jomo ov peso] Op ‘eoulAo;d vp saysed se sepoy we soprznposd wero} vums % OUTED soured a — Oxffay 2 ZOITe ‘OUT “Tur — sooiseq soquaune so ‘sodwe} soxjaumsd so apsoc] ‘ovseasodxa ap semmyno SLAOT S¥ WHOS OYSEDOSSE BIIANSO ‘OSSIP W]e ‘OpuaruEUT “eFWIOUODD ep [eITOUT -epuny sized yum nosaueuzed soroaja ap oxSnpord x ‘eSrre1uoy oyider vssou gyvo a Teonde ap sagsupodxo svp owaurpses9 op siodap owssayy “Q08] ¥ JoFEIUE opoped op aired opurxd uw ouraur opeoew o ured a vpuarsisqns vied son -uoure soraugs ap ovdnposd vu opmezqos as-noaseq vasyned pesns vOUOD y TVOO'T VINONOOY 4 VIONLLSISANS + OTALavo Evoru¢do ba SocieDaDE F Economra Escravisra De Sio Pavto foram as outras sociedades escravistas nas Américas que fizeram uso tio siste- miatico da cara mao-de-obra escrava nessa area de prtodugio. Sao Paulo é uma regifio que se presta especialmente ao estudo desse fendmeno. Inicialmente sem condi¢des para ingressar na economia internacional obter os recursos necessarios para importar afticanos, os paulistas foram forcados a encon- trar solugGes internas a fim de superar suas desvantagens no mercado internacio- nal. A combinacSo de captura de indios e explora¢ao abtiu mercados para suas culturas de subsisténcia e forneceu uma crucial forca de trabalho adicional A da familia. A ocupacio das Minas Gerais getou um ativo mercado regional, no qual Os paulistas forneciam os animais de transporte ¢ os alimentos essenciais para a economia mincradora. Esse mercado, pot sua vez, foi o principal fator que per- mitiu aos paulistas substituir os escravos indigenas, cada vez mais catos e mais dificeis de capturar, pela mao-de-obra de cativos africanos trazidos do ultramar, A gradual predominancia dos africanos no mercado local de escravos, de- pois de 1700, nio eliminou 0 uso de cativos na produgio de géncros alimenti- cios. Embora depois de 1800 os africanos fossem direcionados principalmente para os engenhos de acticar que exportavam para o mercado internacional, eles também eram empregados no cultivo de viveres pata os mercados locais ¢ regionais do principio ao fim da era esctavista na Provincia. Podemos examinar em detalhes a evolugio de todo esse mercado de géne- ros alimenticios servindo-nos de censos nio-publicados, que contém informa- ges a respeito da populagio e producio desde 1798 (ver Apéndice). Embora agdcar, mesmo nesse periodo inicial, compusesse dois tercos de todas as “ex- PortagSes” para além da fronteira da vila produtora, 0 outro terco consistiu em Produtos de origem animal e géneros de subsisténcia. Em ordem decrescente de valor, a provincia exportou animais e aguardente, seguidos de produtos ali- menticios basicos como arroz, feijiio, milho e farinha de mandioca, e finalmente toucinho. Embora esses cultivos ocorressem em todas as areas, houve uma sig- nificativa especializacio em sua exportacio, Mas os dados de exportacio provavelmente subestimam 0 valor da produ- ao de génetos alimenticios. No censo publicado de Miiller, de 1836, sé a pro- dugo de milho representou um tergo do valor total produzido, superando até mesmo o acucar € © café, que foram as exportacdes ptedominantes para locais mais distantes. O milho ¢ outros géneros alimenticios produzidos para autoconsumo ou para comercializacio local distribuiram-se pela provincia de modo desigual. O milho foi cultivado principalmente nas regides do Vale do Paraiba, do Caminho do Sul e das planicies do Oeste Paulista, mas nio era encontrado no litoral. Também o feijZo passou a ser cultivado em todas as 108 601 god ‘pogy wy ‘orormop op sayy sop svonspo}eIVd se oyUENb wequie) vi -Ios0 vSuvypUIes YW ‘eaUILy vp sosrquieut sojed ods visas apap araeizodun aed no oyeqr o opos ‘sepepyun ap sody stop sou ‘eqjuey yp sorquiaw so seu -adv weavdordura onb ‘soaviasa was sapeprun sy as-weAeypaurasse OAeIIS9 Os UM WO sapeplUN s¥ssa aUSUN|DABAOIY ‘SOALIDSA ap saIopmssod sornusume sox -9u93 9p sorompord sop ovenb um vavquasordor 9 — oanes um seuade uinssod sagoyMoESe ep euzoue oxIUMU WI_) ‘soredsyp OUI Wessoz saodmaTsIp sv erOquID SoazIDsa YNSsod soyWoUTTe Ip ssioinpord sopswop sop oenb um ap ¥9I9.) IoIs assou sorvjotdod snas 2 soavsose sop ogsedionied t jaarion 9 ‘uns “sv OWISayy JETUey OUfeqey op erpuadap a soavzssa vyUA ovu sopnusuNTE sor -9ug8 ap sezompord svjooy3e sapepren sep evolu v ‘svsadsa ap eras OTOD “BARD OU[EQEN ap ¥SIOJ ep o4Yp WeavjoUOD 2 soz -oyuas ap [e101 op apezaw weyundurzo9 epure OuraIuT OproroUr o wed wenznp -ord onb so ‘sremms-ogu 9 stems soavidsa ap sonviadosd so sopoy sowsmput as ‘our oursaut assan “(Cp BfoqeI 394) vaNIMONSe vu epesaduss vanes oyeqen ap e510} ep apeiouT Ep vore0 wueyUNdWOD soavse snas 2 OUIAIUT Oprarau o ved weznpord vmynoude vu sopednoo soanes op sormiodord sop sourenb sax auourpeuxorde “gzgy wo vf ours: opvosou o vied oxSnposd z as-ureav> “Ipap “Foyas assau vEvALIOSA UP e%()/, WIeAT[ONUOD anb ‘emmyNI~8e vu sopednd0 SOA¥IDsd ap sonvsardosd sop 04,98 ap voIE “pOS] WY ‘TestaaTIM suIUTDALIOM. Jo} soppuounye soxugs op oxSnposd y ‘[e20] opesseur o vied supyyoa svorur -QUODa SOpEPIANe s¥ sepo) ap vDugodun vu eSuepnur ep opeumxosde ospenb uN sOWDANO d soOPAUaUNY sorUgS ep sesomposd svjoonSe sapeprun svssap eZIINIWU ¥ IIGOS SaYL1ap SOUTLIVOIUA “GZBT 2 /OT AP SOsUAd so OpUEPNIS;] ‘sopeijodxs wossoy toque) soppusuTE soxug sono so sopo} 3 OUT © eroquia ‘soanvoyrud!s sreur so UeTa OYUPNOI 2 Oovqe) ‘SIEUI-vAJO “ZOITe ‘s9) -ueysox soynposd soc ‘epuzsosd vp vsoy vsed sagsvjsodxe sep Jopwa op og Wer -osnduio soyun! mwonse 0a ayv9 Q ‘epuyoduN vonod ayuoUTEAnEpaI WEFAN So} -npoad sasse ‘vuraosd ep vso} ‘onb vpaaas waquies 9¢8] ap JOIN ap Osuad CQ TAS op oyuTMED o ‘over vor vu Wa ajuaWTEIOL 9s-NoNUIUCD aywUI-EAJO & stuady ‘svJoYNIOUOU! UTeIOJ OLU sazuEIIOduT sreuT semoayeo 9 svsrorvande sogiBor sv oursow ‘unssy “(ep 2 ["p svjaqes 394) wistTNEg 9389() OU EpeNUOOUD ¥I9 sompord ap apeprsiearp vusour vssy ‘oyuapseNse > voolpuewn op eywrey ‘zosze ‘ouput ‘oxpodpe ‘oseqey os-teznposd ‘ofdusaxe sod ‘vqyesed OP 2BA ON “soppusuye sosougs 2 sreuue sompord ap vanroyrusys ovsnpoad vam urex2ap 9y¥9 9 avande op sagseis0dxa sorzoreur svjod sraavsuodsax seuloz sv ousour ‘olULIIOg “VqrEIg OP aA OU OpeANINo Toy tuDquTA seuT ‘oou -gIoy omposd aueyoduT uM Toy Zone o ‘a]svITUOD Uy “¥ISOD vu OJBOxe sated TWO] YIVONODY J VIONGISISANG EvotucAo DA SocIEDADE E ECONOMIA ESCRAVISTA DE SAO PauLo exemplo, um quarto dos agricultores com um s6 escravo eram pardos ou ne- gos, a0 passo que entre os que possufam mais de um escravo seu ntimero era insignificante. Os pardos constitufam um quarto dos produtores de alimentos sem esctavos. Em geral os ptoprietarios de escravos eram mais velhos do que os no-proprietatios. Embora os esttangeitos fossem numericamente pouco re- presentativos, compareciam em maior propotcio entre os proprietirios. So- mente 3% dos chefes de domicilios eram estrangeiros em todo 0 nosso levanta- mento, mas seu peso atingia 8% entre os proprietatios de escravos. Além disso, estavam mais representados entre os produtores de café e de agticar do que entre os produtores de cultivos dedicados ao mercado interno, Ademais, encon- tramos varios pottugueses entre os maiores proprietarios de esctavos na pro- vincia de Sao Paulo. Encontramos resultado similar entre os nascidos em Minas Gerais, com maior representatividade entre os proprietatios (6%) do que entre os chefes de domicilio (2%). Para os chefes de domicilio de outras partes do Brasil, esse desequilfbrio era menos pronunciado (ver tabela 4.3). Em conttaste com os proprictirios de escravos que produziam café e agu- cat, os produtores de géneros alimenticios com cativos tinham em geal plantéis pequenos. Os que possuiam cinco cativos ou menos representavam dois tercos dos agricultores com escravos nesse setor. Evidentemente, havia alguns grandes ptoprietirios de escravos, mas, de um modo getal, 80% dos cativos emprega- dos na produgio de alimentos pertenciam a unidades com menos de vinte es- cravos € 0 indice de desigualdade de Gini para os proprietarios de escravos nessa Area era relativamente baixo: 0,52. Podemos fazer um exame mais detalhado da estrutura de producio nesse stor estudando duas tipicas localidades produtoras de géneros alimenticios. Para esse fim, selecionamos as vilas de Jacarei e Cunha, localizadas no Vale do Paraiba. A primeira produzia animais e géncros alimenticios em quantidades significativas para o mercado das cidades de Sao Paulo ¢ Rio de Janeiro, e a segunda produzia principalmente milho, além de viveres para o metcado do Rio de Janeiro. Cunha é um caso especialmente interessante porque, tendo sido um importante centro agricola com uma forga de trabalho escrava muito expressiva, nunca se totnou um grande produtor de agucar ou café. Nos trés ptimeiros decénios do século XIX, as culturas de exportagao com- puseram menos de 5% da produg&o de Cunha. Diversas culturas alimenticias, varidveis ao longo do tempo, sustentaram a economia local, sempre predomi- nando o milho e a criagio de sufnos com seu subproduto, o toucinho. Em 1835, por exemplo, Cunha produziu 2.600 toncladas de milho, 177 toneladas de feijio, 133 toneladas de toucinho, além de quantidades significativas de ar- 110 TIL ‘ZOL 4 “pe6t ‘dsupy/eeneay ‘ojneg ovg/amuoznopy Ope annd 9S 7 9 smu sous v oateucl ap ory op wins 4 vpunds apepELauTes op aisnBny “} vogszoauiod v ered vaneumss ap odn umf opanmiod eua onb ©. sojeats,, wie oyprur op o5azd 0 opuvwaozuy sosuI9 souTENUODUS oLu ‘seEUIEpY “semaubpE so ‘WrO9 2¥y 9s owod ‘seomguI seprpata tH TIT\X OfNo9s Op osad ap apepmmn ssa Io1I9.AU09 foarssod 9 Ogu ‘aywoureToFUT “,sojearo,, wo vssaxdxa toy oufrur ap ozSnposd & ¢zgy 9 91g] ap sour soN“¢ “epeumsoqns Opis ena voujaoad vu soos0d 9 oyprur ap ogSupord e ‘epyya x07 oxStsodns vssa 9s ‘seur ossaz0rd ‘omrapepzea o 103 yen zaqes yaasssodunr -y curpqurea opnnuo opis z93 eBapod sosz0d sojad oprur -nsuoo oYfTar Q “epEpAE20] ep vuyAs ogSemndod e wyqurey reIpuT ap zoa wo soseo sop euOTEUE vu [euy omnpoad o seuade nonstax anb ‘Ssopeasuao3 ojod sopejoxse wes03 OBE sprumUt so ‘Osta assau ‘onb O1aqo esaoqpuy stop sasso sareyuauraydutos wrer9g ‘oyLTINO owI0> sossod ome) Sopeuorsuaur UNIO} (181 2 PORT ap sosuaD sou onb ossed oF ‘oysHNo ap o¥Snpord apuesd vum as-nonsies seu ‘sopeno soozod ap oxatimu 0 nowoDUSUI 9s OB 9¢gT WO ‘epnredenuoD wug{ ‘oyuPnos op ogSnpord ureseuojsuaus ou seu ‘Sopedeo 2 sora] we sopragrssepp ‘soozod 9p osaumMU apuesd um wrerenstdar sost29 So “€Ezg] 2 91] OWOD ‘sour suNdpe UN ‘OUT OLNsoUT ajanbeu oyspno: ap odnpord eaneayruis ep resade ‘sosuso somno sou o1uasaxd aaoyso oxduras anb ‘¢g1 we soasod ap oxse9 ep o1usuIe[oHe o aanoy Ogu “eproaytoosep ovzes vumse Jog *Z “ypezeg ap ouod ojad sopesrequra ‘omaue{ ap ony Op opeosaur ov sopeunsap sazaarA sono 2 oyu ap ogSnpord apuvss vam seur ‘Jeo wou eonse viaey ov ye enb nowsye 2 eyEND Wd 2AoIso anb wasnuscono sgoury siuvlvia ‘ome Y-IUIES Jod opwursyUO 9 sosuad sou OpEy -2a21 OIpenb assy "eTMIOUODe ep aseq ¥ WeIEULIO; anb sowoune op smeUOIIpEN svimypno sv seuody wiesoy eyunD wh ‘oxseizodxe op svimymo sesso v requauTa[dns via soyuoUTY ap o“Snpord ¥ apuo 9 soaned ep vidwio9 v ered epuss ¥ weDaUIOF 9789 0.9 FeonSe O apuo Terpuna seiosy Wod oIseIUOD WY ‘sjeUOTIPEN seppUoUT “We sey ap aqwaquaaord ezonbyr ¥ woo vavsosa oUeqen ap v5rx03 [EOUEISqns vu TeIUAWINe d TeWWAXSNs ap zedvo tox eYTN anb urexsour sopeynsar sossq] “Grp FpPqe JoA) o1wa}sns nas wred vavjuyd,, onb noxepap sajp aed apuesd siod ‘oxSnpord ens auaureaSaquT nrumsuo oqoWpavaoad soaviosa wos soToyNIpSe sop VHORWU & “ZIA wNS IO "SOALIDSA STU NO DIUTA WO sefooSe sopeprun ap oreaoid oginposd yp oS: um aseng) sopezqepzowlos oyuTNa1 op 2 sosz0d sop ‘ouput op so5za} slop wresznpord soapes zap ep vue sigruyjd woo soarzsa ap soppiond -ord sQ) “vorumguosa apeprane ens UId BALIDSO vIqO-2p-ovUT ap OATSUDIUT OsN JozBy ureopnd vyung op soieue ap sexompoad so ‘opesiour o ered sopeuenG ‘equng ap oxSnposd ep [e301 z0Tea oO asenb noywasasder 29 our assau sigx-Tur 1g e no¥ays ouraIuT opvosswa o vsed sreunue 9 sazaata op oxdnposd up [e101 JOywA C *,098qEI 9 ZO TOO] VINONODY d VIONZISISENg Evonucao pa Socmpape E ECONOMIA EscravisTa DE SA0 PauLo ‘TABELA 4.1 — VALOR DA PRODUGAO E IMPORTANCIA RELATIVA DOS PRODUTOS AGRICOLAS, PROVINCIA DE SAO PAULO EM 1836! PERCENTAGEM VALOREM DOVALOR FRODUTOS, QUANTIDADE —_-FRECO MINDYO? MIL-REIS DO PRODUTO CAFE EMCTONELADAS 8.638, 1.600 940.858 163 {CAR EM TONELADAS 8.287 1.180 665.647 116 TA- BACO EM TONELADAS 166 1.280 14481 03. ar GODAO EMTONELADAS 136 960 8911 02 CHA EM LIBRAS 788 1.600 1.261 ERVA-MATE EM TONELADAS 7.138 400 194.352 34 AGUARDENTE EM CANADAS 46.721 3.400 158.872 28 RA PADURA EM UNIDADES. 46.300 AR- ROZ EM TONELADAS 7.982 1.600 528.178 92 FEJAO EM TONELADAS 7.580 70 180.573 3 sa LHO EMTONELADAS 93.238 oo 1.974.277 343 FA RINHA DE MANDIOCA EM ALQUERES 89.765 640 57.450 10 FARINHA DE MILHO EM ALQUEIRES 2.451 720 1.765 ‘TOUCINHO EM TONELADAS 191 3.200 41.568 iz sctvos 69.155 5.000 345.775 60 AVAL 11.399 16.000 182.384 32 MULAS 2.268 40.000 90.720 16 BOWINOS 35.573 10.000 355.730 62 ounos 5.799 640 3711 01 PEIXE SECO EM TONELADAS 60 3.200 12.992 02 ‘OLE DE AMENDOIM EM MEDIDAS 666 320 213 VALOR TOTAL 5.759.717 100 VALOR DA PRODUGAO POR REGLAO VALE DO PARALBA 1.351.021 23 RE GAO DA CAPITAL 670.329 12 (OESTE PAULISTA 2.192.038 38 cae MINHODOSUL 1.160.435 2 ui ‘ORAL, 385.893 T 10 TL 5.759.717 100 Fonte: Daniel P, Miller, Ensaio d’nm Quadro Estatstico da Provincia de S20 Paulo, 3, ed., Si0 Paulo, Governo do Estado de Si Paulo, 1978. ‘Notas: (1) Para a conversio de medidas e estrutura de precos, veja-se Francisco Vidal Luna ¢ Herbert S. Klein, “Nota a Respeito de Medidas para Grios Usilizados no Pesiodo Colonial e as Dificuldades pars Sua Conversio ao Sistema Metrico” “Observagies a Respeito dos Precos Agricolas em Sio Paulo (1798/'1836)", ambos publicados no Baler de Histona Demogrifca, Ano VIII, n. 21 (mar¢o 2001) - [So Paulo}. A qualidade dos dados apresentados por Milllr foi discutida em Francisco Vidal Luna, “Observagies sobre os Dados de Producio Apresentados por Maller”, Boltim de Histria Demegrifice, Ano VIN, n. 22 (novembto 2001) - [So Paulo. (2) Foi possivel teansformar a unidade de medide de alguas produtos, originalmente anotados em alqueizes ou arrobas. Mas o prego considerado continua relacionado com a unidade de medida original. O café, agicar, tabzco, algodio, erva-mate, toucinko ¢ peixe seco, cuja quantidade foi transformada de arrobas para toneladss, continuam ‘como preco minimo em arrobas, O arroz, o feijio ¢ o milho, originalmente em alqueires, tiveram sua quantidade transformada ‘em toneladas, mas seus precos minimos aqui apresentados continuam em alqueizes. 112 ell ‘sonpyiserq ssoxped sojad ypraaya oquaw ~bWanxe WasejUsoIAd “— sayueNqeY [Ur ¢ DuoMEpeUXorde SOP (OST 2p #9709 — BYUND te soaviosa ap as-vyunduroo [e101 ogSendod ep aprisun ‘omy aq “(Sy vpoqus 494) OpepyEdo] tp soane sop %g 2p Sieur WieyURep sosoynose so a ‘soxppsesq soosped sojed opvaaye asuaweiuIproNnxe [aalu ‘soaviosa vssod — Osua9 Op oUF op opuapuadap “4g & YG ap — sejornge somorMOp sop wade ~uaosed vsosquiosse eury “epepyLooy v vied soavs9 ap oxnge aqueuorssoidunr © 2 ‘sejoopSe soanmo ap sodp sop urge ‘eyunr) wo repnSurs ayusUTETSpEpIsA 9 anb © sey ‘apepyeooy ap odg ossap oursaur vpesadso as anb oxsz0do1d ‘emo ~p8v v 9s-ureavorpep vyuN ap SOTD/WOp sop so5z01 stop auawepeunxordy T'p Poqe: 2s-elaa ‘sodaud ap emannse 9 sepipaus ap jaatoo ened (1) :10N, “Ty tPqer ep mop] ssU0g o'00L o'oor O00 o'ooL ooo ‘WIL “wwour See gsc Th ey Les “Tsod OMNES ose v9 sre ceo ese asia dIs40 88 ¥SC ¥OL SOL 09 ‘wav va OYTO ru sur oF TOL 19 varvwva oa srvA, SONIA svn sonar song SONIADET oor o'0or ‘oor ofoor o'r Wik wer +0 €or aweout 89 Lie ov zs soz TSO ORNID, ss Sie £6 Scr ‘VISTEIa Isd0 HOE vst oe LOT Tvilavo Ya OVISE wee Tre Sse cy OTL vanveva og 31vA CHNDAGL ——_YooIaNYHC eva oyfits zoway on O'OOr '00r Ofoot o'00L o'oor "Wik 66 rp ot rol coun est “6 CHL St zo ‘AsOdOHND vey 0c ree 8°96 6% ‘vISTLva AISg0_ Zu 19s se 10 et “Teuld¥ va OvIDnE soz ¥EL Lee 20 eon varveva oa s1¥A, sENacravaoy ovaoow oovavs wonby 50 YALL EN VONYNODMT sagromt s9€8] WA O1NV OVS 3A VIONIAOU ‘SVIOSMOY SOLAGOUd SIVAN SOG YOTVA F VaTzAdoUd HCVALLINVAD — 7p VISEVL, IVDO] VINONODG] d VIONTISISEAG EvouvcAo ba Sociepaps & Economia Escravista DE SAo PAULO. E L SOAMIOST Op 4a sIv +L ul soavansd Ob ~ 12 9%, % soavaosa 0@~ TL sz id SOAVIDSH D9 6 « soavansa gf + gs OAVHOS | TAINVd Od OHNVIKVL 40a SOAVIOSH SOC HAVINADIIA L I soavunsa of Ha svn. £ z SOAVYOSA Ob - 1Z. Or 6 SOAVUOST OZ - LL 6L 8h SOAWEDSA OL - 9 19 OL SOAVIDSS S| +e 4 OAVHOSE T. es‘ L é L 89 oviavsonssa 2 s SOAVEOSA IC OLY OWAININ st +e SOAWIDSA NOD SAMOLTAORIOV AC WHOVNED EA soavaosa da soreysanigowd ¥ s ob OL SAINTISIXH SOAVUISA SOC NHOVINED WA & % $6 vb $6 8 Oripmvod aa sagaHo aa WaDvINTONA Soavwosa {SOAKOSE SSOAVUDSEL | SOAWHOSHL OMELINT OaYoNETO VEE Noo SHHOLAGOUL Was 3809 wes Koo oanizacowa ssWOETANIOY Soa NAD VENT oat $081 zat 0st 6Z8L-bO8 | ‘O1NVd OVS Wel ONULLNT OGVOWS OV VAVNUISAC OYSAGOU VN SOGINTOANA SAMOLINORIOY ~ €"> VTAAV I, 114 SIL RISTICAS DEMOGRAFICAS DOS CHEEES. ;TORES, PRODUZINDO PARA O. S%0 PERCENTAGEN DE H 7 8 80 80 79 a1 PERCENTAGEM Di 21 22 20 20 a 19 COR PERCENTAGEM DE BRANCOS 96 64 7 3 76 90 4 35 3 25 23 10 PERCENTAGEM DOS NEGROS 0 1 0 1 2 1% DADE DOS HOMENS 13, 27 2B 28 a 2 45 47 47 48 47 51 42 26 40 24 32 2 IDADE DAS MULHERES PERCENTAGE PNIRE 0-29 ANOS DE IDADE 3 6 3 6 9 9 PERCENTAGEM ENTRE 30- 49 ANOS DE DADE 32 46 33 50 41 43 PERCENTAGEM CoM 50 ANOS OU MAIS 6 47 ot M4 50 48 SIFUAGAO CONJUGAL DOS HOMENS, PERCENTAGEM DOS SOLTROS 7 3. 7 2 8 4 PERCENTAGE DOS CASADOS 85 92, 85 93 85 80 PERCENTAGEM DOS IOVS 7 5 8 5 6 6 NJUGALDAS NULHERES. PEROENTAGEM DOs SOLTEUOS 15 25 15 19 32 a PERCENTAGEM DOS CASADOS 4 8 5 5 7 1 PERCENTAGEM DOS VIGVOS, 81 or 9 5 ol 62 ‘WOOT FINONOOY A VIONGESISEAg EvotucAo Da Sociepabe & Economia Escravista DE S40 Pato awe 98 ‘apupyeoo] ssuarayip aru ap oduag (2) “sopepryeaoy sovuaxaytp Tp 9p odnap (1) sseON (sowaumnaop sop ovSeaunuapr waved aorpugdy a etast SUARRURUON, SEIS] SHV SIUC SOAdOUNE SESE HO OVINE SVONTAOWA SVWLAO HG RA DVANE TE, SIRE SNUG WEOVINEOIE Onnvd oys HC HOWINEDAA Wa TEO 116 AL Se SHIR Somuazan op wale wesznposd (sosz0d 9 oyUT ‘reonde) wy Hope 2 (oxlas 2 oufits “zeonde ap oz5npoid eu vpeaseg) seurdurey ‘forese[ seuady -wouraoad up sozopwar sop 103 9Pepye90| ep vooHe ovdnpoad ep JopEa o anb eayyusis ‘or91I09 205 oxouMU O 9g “oUTUT ap soupnble 00¢'1L0°L 9p apepnuveh wsyurpsounnxo v neznposd joreoe[ g¢g wr SaT[Qyy opunBag “9 ‘sompoad sassep ovdeziqePpioui09 vp srewxou sounssp owos oxourl ap ony 9 so1ues ‘omneg ©88 *P S9peppo se vred sepuaa sv sepeuorouaus ous sozaa seumife ‘opepreao| ep sorrusy, sou Sepuos sep wiyTe ‘soppauou: somposd so ezvg ‘sepuaa sessop OURSOP 0 oWOD Upeasuadar apep p20] eadoxd v 28-wp peso wo ‘sose> soanod sossayy ‘ous9)UF prose ou sompoud 9p ¥puaA ¥ a1qos sogSeuzoyur wo9 sosua0 sou sopensifar sosvo soonod aquoureaneyar vy ‘nUUIZpPIUy “¢ “OUT 9p seperauor 796'] Nznpoad apepreoo] ¥ Gz] WO 2 “sIpI-TU YCE'gg v opurfoyp ‘sozaa sios nowoume ogsnpord ens ap 107A 0 “GZEI 2 fog] BUA “o¥s ~uvdxa vpidys ap asey wa variso joreae{ XPX [D9 op oMFUT ON “,onDUE[ ap ORY © vied awwapaoxa nas ap ayed vqouror wpquies opepyeooy z anb ap sopipur smd “ ¥y ‘vfoulaord ep pexrdeo v assoy opeozour [ediound nas woqury ‘sopeppuenb seuonbad wo 9yvo mznpord v nodouos wequien 07g] 2p epeoep ep sug wo seu ‘ousaiut opeorou o vsed oxsnpord y ayuouNEpuasse os-vavorpap ‘Jorvae{ OWIOD ‘vyun ‘endes vp sonowrgimb viuaaou svuade v ‘sa op [euorprsu oxSs0d BU SvUr ‘vqreIt Op ZA OU vaENIS ds WAquIE ‘Zgg] wD epepung Jorvoe{ “2y¥2 9 reonSe ap sagsuizodxa sv used epeaoa Sew ZaA upea epUrAoId vu ap Oras OU Ja98979 ¥ NONUAUOD a OYTEqen op BdIOF ¥NS 2 SOpvdIDUT snas VArIUVUE ‘oUFOIUL OprazauT oO ved oxSnpord ap OUD OF -odsord um as-nousoy eyuny omna9s op o1rut o apsap ‘auoweeL) “(orp epoqea 32a) SOUR OZ 2 FZ a4IUD 98-KAUMUIS BIPIUE apepr vo ‘seroyMUT U9 wed suatwoy O9T ¥ soLradns aquauZoyUDIsTSUOD vid SOXAS SO IIIUD OLZLIY ‘sOAne Sop Wa3tO VUpLC] ‘Susreazeo 9 seIPOTEINSe Sapepl[eIO] SEPESULAL STUU svU "PEO & ‘ZA vain syeur oapredwoo ovsodosd ‘vonpy vu soppseu wesa apepresoy vu vA ~vsOS9 OYeqeN ap v510J EP % OC ap vara) ‘souvonye aluawajueuruoperd urazas SOANWD SO ap OJ O TOF WMUFOSUT UIDGuIET, ‘seMaIvoNSe 9 svsTIaJED seuOZ se vavd OUISOUT OPLAg|> OFOWINU ‘SOAvIDSa BIUDIES ¥ vIUOSSeS op JoyUYd WoD seZoyuaS vyGR wyUN. ‘ory a ‘Orpgur OyULUZ) ov ouNXosd jazuyjd um yssod sone) ~ondoad sop vxoreur 2 vydure oyu vnouew ap as-emqmisip vuwavioso v aonb WIS 9 Soavzose ap sopvaopdosd sopuesd viavy ovw onb voyrudis ogw ossy ‘vood9 vu svastined svaxy semno woo opSsuseduros wo ‘oxreq aqusWeAnvar w9qurey Jopa win — 0g‘) % C/‘O Op vAvIwA a]9 SOTFITUOP so sopor soumNpUT opuenb oumsout 2 ‘Qg‘9 9p vs2 UID ap aoIpuy Oo soaesosa wOD SOTIIWOp so aU “YTX oma9s op sagsped sojad soxreq wroq wieso TUId ap apeppenSjsep ep seo1puy so anb voyrudis epmarsp ouside ox} yas wrreavzoso v ap o3y 0 ‘soaqod soy, “PIMop ap varssordxo omar ogSsodosd eum dssoanoy wquND we eroquIy ‘TV20T VINONOOY f VIONGISISANS Evoru¢Ao DA SociepapE NOMIA EscravisTA DE SA0 Pau Mas Jacaref foi mais que uma simples produtora de milho. Em 1829 tam- bém cultivou atroz (192 toneladas) ¢ feijio (215 toneladas), juntamente com 241 toneladas de café. A producao cafeeira estava crescendo, embora em 1836 ainda fosse inferior 8 metade da produgio de Areias —a principal vila cafeeira da provincia (ver tabela 4.6). Apesar do café, Jacaref permaneceu principal- mente uma localidade produtora de géneros alimenticios para o mercado in- terno. Os produtores de milho, por exemplo, possuiam uma grande parcela da forca de trabalho escrava e em 1829 mais da metade desses produtores possuia cativos. A grande diferenga entre essa localidade ¢ a de Cunha era que 08 viveres também etam produzidos por cafeicultores. Estes produziram cer- ca de um tergo das culturas destinadas ao mercado interno’. Nessa localidade ptovavelmente houve um processo semelhante ao de Areias, onde os produ- tores de milho ¢ outros géneros alimenticios lentamente ingressaram na cafei- cultura e, enquanto seus cafeeiros amadureciam, continuaram a manter-se gra- gas & comercializacao de produtos tradicionais. Jacarei também diferiu de Cunha na parcela de escravos que trabalhavam na agricultura. Apesar da semelhanga na percentagem de domicilios dedicados a agri- cultura (80%) em Jacarei, menos de 20% desses domicilios agricolas possufam cativos. Claramente, uma patcela bem maior dos ptodutores de alimentos usava apenas mio-de-obra livre, da qual a maior parte compunha-se de membros da propria familia. Além disso, seus plantéis eram em média menores que os seus equivalentes em Cunha. Em Jacare/i, a média de escravos possuidos pelos agricul- tores que produziam exclusivamente alimentos era de trés em 1829, em compara- cao com doze cativos por cafeicultor. Adicionalmente, em tazio do impacto do café, a proporcio de afticanos na escravaria total da localidade, composta de 1.298 cativos, era maior que a encontrada em Cunha. Em Jacarei os afticanos constituiam dois tetgos da forca de trabalho escrava em 1829 (ver tabela 4.7). temos sérias dtividas quanto & correcio desse nimero, Embora as Listas Nominativas de 1836 estejam incompletas no caso de Jacaref, temos informagGes sobre aproximadamente quinhen- tos domicilios, que produziram 3.501 alqueires de milho ¢ 18.707 cargas desse produto. Supon- doa conversio de 2 cargas = 1 alqueite, foram produzidos 12.854 alqucires de milho em Jacarei naquele ano. Esse niimeto est muito distante da extraordindria quantidade informada por Miillet. Embora nossos dados sejam incompletos, entre esses ntimeros € os dados mais comple- tos para anos anteriores, fica evidente que a elevadissima quantidade mencionada por Miiller é incorreta, Sobre o tema veja-se Francisco Vidal Luna, “Observacées sobre os Dados de Produ- sao Apresentados por Miiller”, Boletiny de Hixtéria Demegréfica, Sio Paulo, (8):22, nov. 2001. 7. Assim, 39% do milho, 40% do tabaco, 36% do arcoz, 31% do feijio € 44% dos suinos foram produzidos por cafeicultores. 118 OL < 6 SONVHDS SWIC Jy oz se 6 SOMMDSE OF - 12 ca a or SOavWOSEQZ~ TT $1 +1 OL SOAVWSA QT -9 o % ea SOAPIDSTS- oenD AOL 9 8 8 9 SOAVEOST SINT Tp € € ov % SOMES OF- 1Z ly & a 91 soavaost0Z~ 11 +1 IL 82 i SOAREISS OT -9 6L ¢ é It SOAVEOSE S = | onan. (¢¢) TuNv14 34 OMNYRVL Nod ‘OYSNGOU YN OYSvaDILAVa 66 oor oor oor ssavaIna yeasosins 86 66 16 SVOVIENOL IE OHNDAGL 008 66 SO TEND, KE OFFI +6 a 86 ‘SVOVTHNOLN OHM SOAVWE ROD SOD0K TE OAIZATONE HOTA OG RAOVINIDNAA 0% ves 116 9ST Gor SwKINY & ¥8 zw ompnor SL 991 68 £0 sez ‘YooIdnyn a sivas ONIN Oa¥eEBTOCSODIIL SOLNGOK 60 <0 OYCODT f ODvENE i) ez wonbvasavo oySenuoaxs sa soon somndow oyoacoud Va woTvA Oc RHOVINEDWE coo08 zene bel'6r ose'st 8Lr'Sz epe-t008ca) oydadoud Va YOTVA. 689 zwosz saavansa wea saqurt ¥e07 LOL Om 896 _SSlavaINA Wa SONS eel 681 OL SVOVTINOL WI OHNDAOL aut ee ir + SvVAVTENOL Wa YI ve 8 UN LZ SVOVTANOL Wa ZOWEY 069° 8962 _SOTWAVD,, WH ONIN 98ST <1 £ 0S SVOVTSNOL Wa OF TOU 8 1 SvOVTENOL WH ODvEvE t SVOVTENOL 16a #39 OL SVOVTENOL Wa BVOQOY SES e81 91ST Om8T ‘ORT Valzadowd SavaLINvAD ISE8T-PO8T “VHNAD Wa VIOIMOY OYSAGOAd VA OYSVZITYOWANOD 8 YOTVA “ACVALINYND — +p VISAVL WOO] VINONODY @ VIONFLSISHAS EvotucAo Da SocreDADE E Econom Escravisra DE Sko Pavto (QUANTIDADE PRODUZIDA (%) 1804 1810 1816 1823, SuRNOS 1-5 rscravos 5 14 7 6-10 zscravos 1B 18 26 2 11-20 Escravos 2 48 24 9 21 - 40 escravos 4B 34 2 7 41 EDcusEscRavos 19 6 7 Fonte: Iden da tabela 4.3. ‘Notas: (1) Para as observacbes quanto & conversio de medidas e estrutura de precos, veja-se tabela 4.1. 2) Algans dos suinos foram anotados em artobas e convertidos para unidades pela estimativa de cinco arrobas por animal. Em 1804 a produgio foi anotada em 1.539 arrobas de suinos, o que corresponde a 308 animais. (3) Nao encontramos informagbes para efetuar a conversio da unidade de medida “‘cavalos de milho”. Como, nos anos de 1816 ¢ 1823, parte expressiva da produgio de mille anotou-se naquela unidade de medida, foi impossivel caleular o valor da produgio de milho nos dois anos. Face & importincia do milho na produgio agricola, a estimativa de valor da produsio naqueles dois anos, aprescntada na tabela acima, que nfo contempla o mailho, esti subestimada. Examinaremos melhor esse setor da economia estudando cada um dos princi- pais géneros alimenticios. Para isso, adicionaremos a Cunha e Jacarei varias outras localidades tipicamente produtoras de alimentos. Nosso objetivo ¢ compreender como esses géneros eram produzidos, saber quem cram os produtores ¢ verificar se houve mudangas ao longo do tempo. Entre as oito diferentes localidades utilizadas nessa andlise, algumas estavam profundamente envolvidas com a pro- dugfio acucareira, como Itu, Capivari, Campinas ¢ Mogi Mirim, ou com a produ- Gio cafeeira, como eta o caso de Areias. Outtas, como Cunha e Jacaref, ocupa- vam-se muito mais com culturas destinadas ao mercado interno. De todos os géneros alimenticios consumidos e produzidos para o mercado local, nenhum foi mais onipresente ou importante do que o milho. Era alimento consumido por pessoas e animais, portanto essencial 4 economia local. Como observou o oficial militar alemao Friedrich von Weech em visita 4 regio, o milho era tio importante nas zonas temperadas do Brasil quanto a mandioca nas zonas mais tropicais. Como ele comentou, o milho “é mofdo em moinhos apro- priados até que se obtenha a mais fina fatinha (/bd), ¢ esta, escaldada em Agua quente (amg), ou seca, é um alimento extremamente nutritivo, substituindo por completo 0 pao. Desejando-se fazer pio com essa farinha, é preciso mistura-la com fatinha de trigo”®. O milho, ao mesmo tempo, servia de alimento para os produtores familia- res, era comercializado diretamente no mercado ou vendido como ra¢ao ani- 8. J. Friedrich von Weech, A Agricultura e 0 Comércio no Sistema Colonial, Sio Paulo, Martins Fontes, 1992, pp. 123-124. 120 Ter 1804 1810 1816 1823 1829 1835 2.887 2.781 3.018 2.860 3.375 2.574 1.331 1.318 1.410 1271 1.549 1.046 1.556 1.463 1.608 1.589 1.826 1.528 189 183 185 165 189 132 46 a7 47 44 46 41 346, 348, 368 346 407 373 55, 53 50 48 46 35 5 bs 4 28 & 12 -MGIDIA DE ESCRAVOS PossuiDOS 7 7 8 8 8 8 DESVIO PADRKO 78 86 88 on oO 96 (MEDIANA ENTIRE PROPRIBTARIOS DE ESCRAVOS 4 4 a 5 6 5 VIRE PROPRIETARIOS DEE ESCRAVOS 1 1 1 1 1 2) {INDICE DE GINT ENTRE PROPRIETARIOS 0,52 052 0,50 ost 050 053 INDICE DE GINL INCLUINDO DOMICILIOS SEMISCRAVOS 0,74 0,75 075 0,77 077 0,83 -MATORES PROPRIETARIOS DE ESCRAVOS 49 4 64 2 4 or [RSCRAVOS NA AGRICULTURA 1.128 tant 1.210 995, 1.317 848, PERCENTAGHM DOS FSCRAVOS NA ATIVIDADE, 88 87 86 83 85 82 NOMIRO DE PROPRIETARIOS DE ESCRAVOS 153 140 148, 107 149) 101 MEDIA DE ESCRAVOS ENTRE PROPRISTARIOS 7 8 8 9 9 8 PERCENTAGEM DE DOMICILIOS DEDICADOS A AGRICULTURA 79 (oc) oy 50 56 60 BSCRAVOS EM OTRAS ATIVIDADES! 161 170 195 199) 224 183 PROPRIETARIOS DE ESCRAVOS! 30 36 33 28 37 29 MEDIA DE ESCRAVOS POSSUIDOS 5 5 6 7 6 6 (CARACTERISTICAS DOS ESCRAVOS PRRCENIAGEM DE ALRICANOS 42 5 51 53 55 a RAZAO DS NASCULINIDADE 158 159 170 164 168, 160 IDADEMEDIA 25 26 24 25 26 26 Fonte: Idew da tabela 4.3, Nota: (1) Inclai aresanato, comércio, transportes, profissGes liberais, pessoas dedicadas & administeacio publica e rentistas. WOO] VINONODA AI VIONELSIsang EvoLucdo Da SocteDaDE & Economia Escravista DE So Pavto mal. Era dado aos porcos e, portanto, usado indiretamente na fabricagio do toucinho, outro importante produto da provincia, além de alimentar as mnulas, que etam vitais para a rede de transporte’. Como j4 observamos no estudo das fazendas de café e de agitcar, 0 milho eta produzido tanto em unidades agricolas dedicadas exclusivamente a essa cultura quanto na condi¢ao de subproduto em muitas lavouras de exportagiio de aguicar € café. Em 1836 Miiller estimou que 0 valor da produgo de milho em Sao Paulo correspondia a um tergo do valor total da producio agricola (ver tabela 4.1). AAreias ¢ Jundiai claramente apresentam uma tendéncia temporal de crescimento do produto total, produgio média e média de escravos por produtor. Ambas as localidades mostram, adicionalmente, o declinio dos produtores sem escravos € dos produtores com plantéis menores. Em Jundiaf, por exemplo, os produtores de milho sem cativos, que haviam sido responsaveis por 40% da produgio desse cereal, viram sua participacdo diminuir para apenas 27% em 1836; ja os pequenos proprietarios de escravos (com dez ou menos cativos), que antes con- trolavam mais da metade da producio, passaram a responder por apenas 31%. A concentracao crescente também se deu no volume da produgo. Quem pro- duzia até quinze toneladas de milho ¢ detinha 80% da safra total desse grao no periodo anterior passara a controlar menos de dois tercos em 1836. Esse pro- cesso de concentragio foi possibilitado pela duplicagio do mimero médio de esctavos por produtor, no petiodo. 9. Sem estradas para carrogas nem ios navegaveis correndo em diregio a costa, nesse petiodo a maioria das mescadorias era transportada pela provincia em lombo de mula. Os muares consu- miam muito milho. Um censo agricola parcial de Sao Paulo em 1854 registrou uma populacio de aproximadamente 36 mil mulas pertenceates As propriedades acucareiras e cafeeiras [dr. José Antonio Saraiva, Documentos com que 0 Presidente da Provincia de Sao Paulo Instruio o Relatirio da Abertura da Assembla Legislativa Provincial no dia 15 de Fevereiro de 1855, Sio Paulo, 1855, tabela niio-numerada intitulada “Quadro Estatistico de Alguns Estabelecimentos Rurais da Provin- cia de So Paulo”), Nesse mesmo periodo a barreira de Cubatao, situada na entrada do porto de Santos, informou que aproximadamente 166 mil mulas de carga haviam pasado pelo porto naquele ano [Francisco Alves da Silva, “Abastecimento em Sio Paulo (1835-1877), Estudo Histético do Aprovisionamento da Provincia via Barreira de Cubatio”, dissertacio de mestrado, Departamento de Histéria, Universidade de Sio Paulo, 1985, pp. 103-104, 162]. Assim, registro de 36 mil mulas provavelmente subestimou a populacio total de muares da regio nesse petiodo. De qualquet modo, usando essa populagio como provavelmente o atimero minimo de mulas pertencentes 4 provincia em fins da década de 1830 e estimando seu consumo de milho diario em um quilo por animal, isso significaria que as mulas consumiam 13.400 toneladas de milho, o que teria representado 14% do milho produzido em 1836. 122 €c1 ‘aod sorew ap Sopeprun seu wrasexs090 ovSnposd wu so10998019 sejaazed ap 9 SOABIDS TOD $9101 -npoad sojad ogg ap ogSnpord ep a1usosor9 s[onGOD tun 9p se1ougpuD se seu epure noxpessox sopepyesoy oxfo sessap opmiso o ‘waSsY -(6"p Baqea Jaa) oprzmpord To} op %¢] seuade sod staagsuodsax ures0} ‘saxoynoniSe sop soSuai slop wossas -nduios eroquia ‘(sepejeuo} sgn 97 urex9y[O9 anb) sarompord souonbad sc -saz01 -npoad sop oywmb wm svuady wosszjuasordex vroquia e101 oxSnpoad ep apriout TUAL[ONWOD S¥ISTALIOSA SaTOTwUL SO “ZA wNS JOg “OYTFUI Op %Tp svuade sod wep ~wodsaz seur ‘soavsoso op soumseridosd sop so5391 stop ap sreur wreMpsuOD soAnLD Zap pv unssod anb s¢ ‘oyptn op aired sour v wesznposd stayed sarorur so uryun onb so ‘soavss9 too sazomposd so amu oWsayy “SOALIOS UES sopeprtm Suu Sepago se anb spur sazaa sias ‘ejoonSe opeprum sod sepepuon azuo wppur wo urenznpord soanes ap sopmandosd s¢ R01 ovSnposd vp o% yg od sroavs -uodsaz wrer0F 9 soavsose wemssod saxomposd sop ep ap 49492 “(Bp vjoqea 108A) [ves29 essap suprjauoy QQS'Z] twenznposd onb ‘saroynouse pur z ap syeur ‘seyun{ Sceyenuos oy op opnyse ossou wred sepeuomops sopepyLdo] O10 st SepOT, “9EST ® LIS aU9 soavrsa ayes ered OENb ap wiaquiys naVs2I9 orpgur jayurjd nas a ‘sepyfauor 7‘z vied /‘] ap eppur eyayJoo ens noyotuNE ouput ap sozompord op odns¥ o ‘sepny wg “soanes 2198 wxed onenb op nor -uaume saxompord sop orpeu [ayue[d o oyUENbue ‘o¢gy we sepejauoa gic ered 91ST WO srenur sepyjauoy 4% ap nossed sosomposd op vEOSaW9 wssap OUTTUT 2p wpeur oxsnpord v ‘opduraxa sod seypunf wy ‘soxompord saxoreur sop 2 oa ~vigsa OSvIq ou epraseq ovSnpord ep Jou zoA vPro ormWOpard ou OpuLINsor ‘oqmownsax9 ap ousped assa nopaar waqura Swonde no 9yv9 o¥U sew ‘OU werznpord anb svjooyde sapeprun sep oluaumossI9 GQ “soavssa-Was $0 9 saz -ouau saxomnpoxd so opuelofesap 2 odwi op sessed 0 wos opusssoz ureANso sagiar sessap svfoopse sopeprun sv “wissy 9yv9 9 avonde ap awaureapoadsas ‘set -ooni8e seioprizodxo sopurs3 wis sopepye0] senp svsso anb sesquagy oqey) ‘oponed owsour ou soanes azan ued ajas ap nowoumne sviesy we oyu op saxomposd sop soavsoso ep orpeur joqueyd o ‘oduray owsew oy “oprznposd [e101 op apeiaw vp strut 09 -nod vied uresessed “ oyln op sodz01 stop ap sreur werznpord soure anb ‘sre ~nue sepejsuoy azumb 93 sod syaaysuodsas — soxousur sazomnpoad so ‘Zaa ens Jog ‘ovSsnpord vp %6Z & OpUarsap “OCg] Wa sTeur epUTe > ‘oinposd op LE vied apeisur ep stew ap ‘orsnposd vu oxsedppaed ens amurunp urena u9q ~we} (SoAneD zap 21% WOD) souvieudosd sousnbad sQ “Eg 2 L181 AU AOL vied %/¢ op NIMUTUNp OYTUT op v3Zvs UP [BIO] OU soALIDsI WHOS soFOINposd sop ovsvdiopred y -asyy ssou osso20sd owsows 0 as-nosyHaa suiory we TY] VINONOD 4 VIONGISISAAG EyoLucAo pa Sociepape & Economia Escravista DE S40 Pavto TABELA 4.6 — QUANTIDADE, VALOR E COMERCIALIZAGAO DA PRODUCAO AGRICOLA. EM JACAREI, 1804-1829" 124 QUANTIDADE PRODUZIDA. 1804 1829 AGUCAR EM TONELADAS oA 1 (CAFE EM TONELADAS: 241 "TABACO EM TONELADAS 02 13 ALGODAO EM TONELADAS: 21 13, AMENDOIM EM ALQUEIRES 34 21 “MILHO EM TONELADAS* 590 1.962 ARROZ EM TONELADAS a1 192 EIKO EM TONELADAS 81 215 AGUARDENTE EMCANADAS 673 323 (CANA-DE-AGUCAR EM CARGAS- 10 ‘RAPADURA EM UNIDADES: 6.100 PARINTIA EM ALQUEIRES 30 sutos 194 450 VALOR DA FRODUGAO (EN MIL-REIS)? 11.277 68.350 PERCENTAGEM DO VALOR DA PRODUGKO CAFE 50, TABACO E ALGODAO 13 1 ALIMENTOS ¥ ANDAIS MIO 52 31 CEREAISE MANDIOCA AGUARDENTE 2 1 ANDANS 5 3 PERCENTAGEM DO VALOR PRODUZIDO EM FOGOS COM ESCRAVOS ‘MILO. 30 58 cart. 93 FAO 35 41 PARTICIPSCAO NA PRODUGAO, POR TAMANHO DE PLANTEL. cont 1-5 escravos 13 15 6- 10 Escravos 15 19 11-20 escravos 23 12 21-40 EscRavos 13 21 41 F MAIS ESCRAVOS 35 33 MIO 1-SEscravos 49 28 6-10 EscRAVOS 19 18 11-20 escravos 9 18 21-40 vscravos 2B 41 Mais EScRAvOS 13 WoIsIxe OBE JTaUPAVIUSWIET] “efooJZse opeprun vudord vu soprumsuos urer -o} auawupeavaosd anb ‘sopmb 192 ap soueur wesaango sarompord sop sowenb sgn op srepy ‘wuonbed s2uowranvjas womposd vum wo opepmun wpro “ye urerz -npord wipqures srenb sep svymun ‘soavsoso wio2 sopeprim sessop assopaosd zome ap ovdnpord ep 4g/, eroquiy “ejoopSe epeprun sod soanes azop op osorumu orpaw jaruerd wm woo ‘soavsosa vnssod sazoynoriz sop apeiayy “zavortdin asenb sesompord ap oxsumu o oIenbus “Gzg] % LTgT ep Ovdnpord ens nosydnumb ‘SOpepye0] ONO ap vA]soUTe vssou Wd ZoITe ap vJomposd sojeu v ‘ojduox9 10d ‘SepIY "XTX 0/998 op 05301 oxaurd o aruvIp sepepyLso] sessap eETOTEU zu Os -uedxo vpidys op asey eum wr 9s-eaeuquoous Zose o anb 9 sopep sou wuaprAa as sreur aonb ( ‘sapepyeso] ono semsour seu 2s-noaseq zozze op oxdnposd vp UL USSON| “FVD 9 JeONI ap SePUAZL} Wa 92% OpENUODUA Opuas ‘sOAvIDSO WIOD sejoopse sepyprun wo oiwowyedpund opeanm 10; zo o wequiey, ‘myo vu as-uvsnadar oypu op orsnpord vu sopearasqo sossaso1d soursout sC) ‘SBYUIZIA svary sep NO o¥isax yp sazompord sojed sepesuaduz0s wrex9 [eo] ovSnpord vu sepugMyep senbsrenb a aed ypor wo a1uEIsu0D va ops sod ypuewap y sourxoid sopeosour wo eprpuaa ‘oumxeur ou ‘no o¢Snp -ord ep oyisex vndord vu vpezqeprowiod vie opus op owed soyeus v ayuaUOA ~eaold “sour sorya op stodap ‘yznpord ¥ wiosseSaur0> soxrsazvo so onb gue stez Bt ~27¥2 SOAOU So IeJUAISNS vrEd [eJUSUTEpUNg JOF aIUSUTEALID 2 OSEZTTEIIAUIOD [DEF ap tanyjno vu wza OYTTUE O ‘seIOZV 9p OsED OU SOWA OWIO’) ‘Oped OP 2 sax0PEY -’qen snas ap wpugisisqns v vied sousut ov ‘oyu werznpord ‘soavsosa soumur Wod ‘sepuszey sopurad sv oursour 91¥ ‘srewapy ‘oysuvdxe vsso opueyuedurooe Joy oyprur op e102 ogSnposd ¥ qeuoISex opADUIOD Op 2 ovSuZOdxa ap sey. sep oxSonp vu nypuedxa os tourord yp ertuouosa v nb vprpour y ‘jendes op SOWUSWSAAUT SOXTe 9 STeNUE SeIFES WIOD TEI vID OATTND Nog -“epuyaosd ep soors -o1 Sv supo} Wd opraueyd vI9 oYpur o onb seyesser oqeo sepy ‘ovSezTEIIWOD v ered sepeijoa sreur sesoanposd se anu urexAnso sepepyLoo] ONO svssq cempeder vp 9 watopusure op sofard_ so axqos sooseuzopst somaango ory (¢) "1 exed z 2p opSiodoxd wu somone wie epewnoysuen 103 _ seize, tip oun ap oxbapord y (2) 'p tjaqen apr ‘soSand 3p emmannso 9 seprpaws 9p sapeprun ap opszo4t00 23406 (1) HON, “Ch mpqE Up mapy :23004 1 SOANIOSE SIV Ty a SOAPWSI OP- 1Z $1 él SOAVAOSE OZ- LL ot z SOAWIDSH QT -9 9 +9 SOAVWISA G- T oyfras ‘WOOT VINONODY # VIONGISISANg EVOLUCAO Da SoctEDADE £ Economia Escravista DE Sk0 Pavto dados disponiveis da vila de Iguape, principal érea_produtora e exportadora de arroz nesse periodo; portanto, nfo podemos analisar a vinica zona que comercia- lizava intensamente sua produgio além das fronteiras da propria vila. Em 1836, esses oito municipios continham 1.200 tizicultores, que colheram 652 toneladas de atroz naquele ano. Mais da metade desses produtores possuia escravos, com uma média relativamente alta de treze cativos por unidade agri- cola, € respondiam por 80% da producio total. Como nas outtas culturas que examinamos, a produgio concentrav: -se nos produtores com os maiores plantéis. Metade da ptodugao nas oito localidades foi obtida em unidades com mais de dez cativos. O rizicultor escravista médio colheu quatro vezes mais arroz que os produtores sem escravos. Portanto, 0 arroz, como 0 milho, uma cultura de sub- sisténcia tradicional, foi no século XIX obtido crescentemente com mio-de- obra esctava. Porém, diferentemente do milho, 0 atroz em geral era cultivado em unidades nao-especializadas em meio a varias outras culturas, incluindo as principais culturas de exportacio, café e agicar, pelo menos nas cito localidades estudadas. Como observamos vatias vezes, especialmente no caso do acticar, os produtores de Sao Paulo diferenciaram-se pela vatiedade de cultivos, muitos dos quais destinavam-se tanto ao consumo local quanto ao regional. Em 1836, mais da metade da producio de arroz proveio de unidades agricolas que tam- bém produziram café e/ou acticar. Mas, mesmo se excluirmos esses produto- res-exportadores, fica evidente que 0 arroz foi crescentemente um produto cul- tivado com mio-de-obra escrava em todas as partes da provincia. Consideran- do apenas as localidades de Areias, Cunha e Jundiai, para as quais dispomos de um bom conjunto de dados relativos aos anos de 1816 e 1836, verificamos que 08 produtores com escravos expandiram sua participacdo na producio de 60% pata 87%, Claramente, esse uso crescente de cativos na rizicultura significou que © arroz tornava-se uma cultura cada vez mais comercial no mercado paulista no século XIX, Juntamente com 0 arroz, o feijio foi provavelmente o mais importante alimento consumido em Sdo Paulo desde o inicio da colonizagao. Como o arroz ¢ o milho, o feijao foi uma cultura encontrada em todas as partes da provincia, sendo produzido tanto pelos posseitos pobres quanto pelos grandes fazendeitos. Era normal encontrar plantacées de feijio em fazendas de criac&o de gado ou em engenhos de agucar. Em Jundiaf encontramos trezentos ptodu- toes, nlimeto que se manteve relativamente estavel nos varios anos de censo. Destes, aproximadamente 40% possufam escravos, e produzitam cerca de 80% do total de feijio. As unidades agricolas com escravos ptodutoras de feijao tinham em média entre oito ¢ treze cativos e produziram oito vezes mais que as 126 Ler ‘991-SOL “dd “427 do ‘mumynaesiy H ap22A\ OL ap slodac] “vsaqea sod saasoyourg\ sazranbye zap ¥ ow10 ap vumea wy osso wred vases spepnerenb ¥ 2 ‘sasall Zap B ONO ap 2 ¥epsodua ap oduar o Snz9 oypUL WD soazod so weWoUNTYy MOaTasqO 9 SoyTeIop Wo v-noAdIdsop omep UYOL se[sur aquel ~erouraoad ep ssoiSo1 sv sepor wo vpemuoous vi soas0d ap oxsen v “unssy “o@PIpuea a vprBps 9 wequiry suze y odwiay oumuT Jod s-eaz9su07) “opuypedsap 3 opvioxtvaua ‘opedjes ‘Sure ep operedas 9 oyUTINO} () ‘soqw20p sov 9 ureuauIEUE anb soeut sv owssow 938 epepuauiodas z9s ap owod & ‘faaypnes 9 vsoroges aqUIMIMEIONKA vo auTED wns 9 a2Uays|sUOD as-EUIO} OYTIONOD as 9 ‘owaWEpIdes wEproBud ‘oUffUT tw0D opeTusUT “He opuag [° assap oxSeno ¥ ayuauIEoTI as-uneaIpap somapuazey SoNMpL ‘sepruod sv sepoa ap oredasd ow ‘opio8 our 9 apuezd 9s-eus01 opepmo ume w09 anb ‘qeuue osopues opezqan ‘oyuranoy ap oumsuos 0 apuvs’ 9 ‘sopenbsy op ouad sepenuis sepuraord sey EXTX 0/298 op opruy ou aqueleja wa noAresqo OuTOT) “‘SOTNAUITTE sO geasosord 9 sujun SeyurZoo vsed sopo) sod opesn opuas ‘eouraosd vu awEII0d -wr ogsejzodxe vam ouos ssarede oyurono) o ‘sayue{era op sorper sosumd So 9 oxsejzodxo op seonsyuise svseund sv apsaq] ‘ompordgns ayueyz0dur seu nas oyun} op ogsuaxqo ¥ a soumns ap oxsenD & vied WequIE) [eUEWEpUNE IOy oun o “euvumy BpfA Bp sodiseq SOJUSLUTTE so wesd O¥lfoy 2 ZOLIE ‘oupTUT 2g ‘oxsvzodxa ap sompoid wemputonb sepeea semyno op vougisixe ¥ opuvoIpur ogg] wo yoopse apeprun sod soavsosa azop woo ‘osoxaumu oUt vIP Oxley ap soromposd sop oIppuT parurzd © ‘omposd op [e103 o¢Snpord ep 99 Jod 9 svystavI9sa sapepron wie ep -ngo ovlaz op ogSnpord ep 491 30d staavsuodsas wresoy (soanva zap op steut) sigrard sosorwur wo serorMaSe sC ‘soavsosa wIDs sazomposd so anb sew $9294 slos vp IU ws weznposd soroynopSe sossq ‘ovSnpord yp opg varjon -W09 9 vAEIDS9 ¥IqQO-9P-O¥UE vAvsN apeIdUT 9p vOIED sfenb sop “oxltoy wreALANTND onb soroynoyde [fur Z ap slew g¢g] wo seun{ ureyUDUOS sapepyLoO] C110 sy ‘OI OUW WN WD ZOITE Sp epejsUO} viON 9 o¥lIay 9p sepEpUO} DAOU “9J9 9p EpESUO} ¢‘T ‘OUTTUT op svprfauos vUTH nayjoo a epuazey ens we soavszose 96 eNssod onb sour jp op Joyfur uM To} ye~pun{ wo swMSuys vs -oimpord eurg ‘[101 oxSnpord ep %p od sroavsuodserx wero; satompord saz -OUDLT SQ “srenue sofInb vIUEIIs op soUSUT NoYJOS sopop wIFOTeUT vIOpYBeusa vo STeNUY sepy[euO} Zp ap sTeur 9AIIqO JOYNTSe UMTUIN ‘soavsosa wos sopeprun Voor] VBXONOD GT a VIONALSISEAG EvoLUucAo ba SocteDane & Economia Escravist DE SA0 Pauo abatidos, cortada em pedacos a carne magra, o mais limpo possivel, cura-se 0 toucinho com um pouco de sal e, em alguns dias, esté em condicdes de set enviado 20 mercado. As costelas, o lombo e as partes magras conservam-se salgados para 0 consumo caseiro", Para analisar a estrutura de produgao de porcos e toucinho selecionamos uma amostra com as localidades de Cunha e Jundiai, relativamente proximas da cidade de Sao Paulo. Embora essas vilas fossem importantes produtoras de potcos ¢ de milho — seu alimento bisico ~, somente Cunha produzia grandes quantidades de toucinho, enquanto Jundiai apenas vendia animais vivos a seu mercado urbano © produzia pouco toucinho para exportacdo. Ao que parece, era facil para os produtores de Jundiaf levar seus animais vivos para o mercado na cidade de Sao Paulo, enquanto Cunha tinha de remeter quase todas as suas exportag6es para o Rio de Janeiro de navio pela costa, o que diminuia sobrema- neira a viabilidade da venda de animais vivos. Em 1836 ambas as localidades produziram em média cerca de 2 mil toneladas de milho por ano, garantindo assim a alimentagio de seus prdprios animais. Para um centro de criagdo de porcos como Cunha, a principal forma de comercializacio de suinos eta seu subproduto, o toucinho, um processo com- plexo, alternando-se entre a criagao e o abate dos animais. Além disso, os néme- tos apresentados pelos recenseadores e por Miiller com grande probabilidade subestimam a producio. O bardo Luis Guilherme von Eschwege, viajante ale- mio, fez comentarios sugestivos sobre esse tema. Observou que nas primeitas décadas do século XIX os ntimeros oficiais indicavam que a provincia de Sio Paulo produziu 358 toneladas de toucinho, das quais comercializou 292 tonela- das além das fronteiras da provincia, deixando apenas 65 para o consumo local. Ele achava essa quantidade muito pequena, considerando-se o extraordinatio volume de toucinho consumido no Brasil naquele perfodo. Assim, o bario cal- culava que a produgio necessiria para atender a0 consumo da provincia seria da ordem de 4.400 toneladas de toucinho, o que, pot sua vez, requetia a ctiacio de 100 mil porcos — um ntimero, segundo cle, também no encontrado nos dados censititios'?. Quanto 4 produgio, os registros do século XIX indicam que de 11. Joha Mawe, Travels in the Interior of Brazil, Particularly in the Gold and Diamond Districts of that Country, by Authority of the Prince Regent of Portugal: Including a Voyage to the Rio de la Plata and an Historical Sketch of the Revolution of Buenos Aires, London, Printed for Longman, Hurst, Rees, Onme, and Brown, 1812, p. 75. 12. Citado em Afonso de E. Taunay, Histéria do Café no Brasil, 20 vols., Rio de Janeiro, Departa- mento Nacional do Café, 1939, vol. 2, p. 340. 128 61 “Se8T WO EEE ap OproTIaNd oZU OsuD9 ou sourango anb ov oanuapr aseab 9 o:uMU 85 “SeisHUasono sayuvlera sop Sowyenxa anb seanewnso sep apeprrenb & wreroqoxz09 SOFDUMU sossy “sepEsuoy Lp op log epensisax s1uatapaye oxSnpord ens oyenbus — sepypuol /‘¢ ap vie oyuisno? ap [euaiod oysnpord ens ‘orwey10d — oyuronoy ap sopmb pp wz ~npoad ‘zea uns sod ‘Tewnue wed 2 ‘vdaqea 10d sob ¢¢ ¥ soared (gy mauoUr Ae 9p sogSypuoo vyuR soynonBe asso ‘ouput ap oxSnpord vsso w105 -oxli9y 9p sopmb oop] 9 our ap sepepsuor ce nyznpord wipqures 1oymopSe assiq “soavsas9 azuo ap o8esduia 0 wod ‘sorb QQL"p ap oxdnpoxd eum nonsidar as jenb o vred apepr ap sour (9 ap zoyNaUSe uM Jo; tomposd JOR GQ YA eu oprznpoid CYUPNOI Op Y~Yp weseIed a soaz0d ap sazopeyD sop %G] weyudui0s sopmb 00S"1 ep vuNDe ureZnpord anb sozoyNoRSe a9ssz9p s> ‘soIspUOUME soIU -98 sonno so sopoy op oxsnpord vu openuosus sosorumu spews sigiued wo03 Sopepiun Ws oxsenusou03 ap ozsped owsaus o oyUTSNO? ap ovSnpod vu mA =rsqo sowpod ‘orursz0g (sopnb soquozan seuade ‘ipput we ‘crenznpoid soa “BLS WlDs sejooJIe sapeprun zap sv) oyBINOI ap somMb YOT"T 9A23q0 OIpgur 407 -npord © ‘soavsdso wz09 soyjoruop wo s1uaWTEIQUassa Oprzaposd toy oywTNO} © onb op vpranp visar ovu ‘wyssy ‘oprznpord peios op o%g6 s0d steaysuodsaz weyOy ® soavsosa []{]"] wemssod ompopwop op sozayD GY] ‘SomITHOp ap ox ~stunu assaqq ‘sasomposd 6] ap ofaosd oto} ap sepypuor ze] ap [101 ‘orSnposd wp esmannso v seurmexs toyed waqum Byun) op sopep s—y ‘eurrue 9 oueumY oumsuos o vied [Azores soared onb o ~ OFT 2p Seprpucr (OS'Z ep [e101 oySnpord vu nons7Fax osuad o ‘oue assay “OUTTUE op sepyjauo} seyta92A0u ap [e101 WM OprMsUOD UETIN sfenb so ‘soar0d Te ¢ op areqe a ovsen9 v opponbor viraa — sepepauoy Ze] owowepeunxorde — eqn) we o¢gy wo epensiBos oyuTne op osnpord v “unssy ‘opneqe opuenb oyuIno) ap sop py vavsad a ovSeu9 uns a1uEMp oT ap sopmb 0$7? 00g enUA eyumsuo ssseur 9z0p ¥ Ono wo ope oo10d vpyo aonb wusewunsa adomuse 9 AAP] StasUADONO saiueletA SC

Você também pode gostar