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Universidade de Rio Verde/GO/BR – FESURV
bsimoneli@fesurv.br
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Anais do X Encontro de Geógrafos da América Latina – 20 a 26 de março de 2005 – Universidade de São Paulo
Carlos (1992) admite que a rede urbana pode ser considerada como
forma sócio-espacial de realização do ciclo de exploração 2 da grande cidade
sobre o campo e centros menores, onde há relação de inter-relação entre a
grande cidade, os pequenos centros e o campo.
A rede pode ser considerada como uma forma espacial através da qual
suas funções urbanas se realizam. Trata-se das funções de comercialização
de produtos rurais, produção industrial, vendas varejistas, prestação de
serviços diretos, entre outras, as quais se reportam aos processos sociais
dos quais “a criação, apropriação e circulação do valor excedente constitui-
se no mais importante, ganhando características na estrutura capitalista”.
(CORRÊA, 1989, p. 71).
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Por ciclo de exploração, entende-se que existem dois, em que, no primeiro, a
grande cidade, “cabeça da rede urbana”, extrai do campo e das cidades menores,
via migrações, força de trabalho, produtos alimentares, matérias-primas, lucros
c o m e r c i a i s e r e n d a f u n d i á r i a . N o s e g u n d o c ic l o , q u e r e a l i m e n t a o p r i m e i r o , t r a t a - s e ,
portanto, do mesmo processo, ou seja, a cidade grande exporta para os centros
m e n o r e s e o c a m p o , c a p i t a i s , b e n s , s e rv i ç o s , i d é i a s e v a l o r e s . ( C A R L O S , 1 9 9 2 )
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Uma das questões que Santos (1996) muito tem discutido trata-se da
urbanização brasileira e da reestruração espacial pela qual temos passado
nesse recente período caracterizado pelo desenvolvimento da ciência,
tecnologia e informação, bem como a “função” que cada centro passa a
assumir na rede.
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Esse autor tem sido reconhecido com mérito por muito ter contribuído
para o estudo das redes urbanas no que tange ao caso brasileiro. Sua
preocupação sobre essa temática já ocorre desde a década de 1980.
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E s t a d e n o m i n a ç ã o f o i u t i l i za d a n a o b r a d e C o r r ê a , 1 9 9 7 .
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Hinterlândia caracteriza-se como a área unida social e economicamente a um
núcleo urbano. Em sua grande maioria, esses núcleos são modernos e seus
h i n t e r l a n d s s ã o e c o n o m i c a m e n t e i n d e p e n d e nt e s , e m v e z d e s e r t r i b u t á r i o s u n s d o s
outros. Geralmente, as cidades maiores exercem uma influência particularmente
intensa sobre as áreas que a rodeiam, até o ponto de afirmar-se que elas
organizam suas hinterlands formando regiões funcionais. (TAVARES, 2001)
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constituída por lugares centrais e na qual cada centro tem uma posição
(metrópole, capital regional, centro sub-regional, centro de zona, centro
local) e outra menos sistemática e mais irregular” (CORRÊA, 1997, p. 100),
em que cada centro desempenha um papel singular e/ou complementar aos
outros.
Diante disso, a rede urbana brasileira não pode ser mais tratada
exclusivamente por interações do tipo rígida, descrita na teoria
Christalleriana, mas deve incluir também interações de complementariedade
no âmbito da rede urbana, visto que a complexidade da divisão territorial do
trabalho leva a numerosas especializações funcionais, que definem diversos
centros urbanos.
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Contudo mesmo essas atividades não ficam presas num único pólo
urbano, visto que no atual período, centros de diversos tamanhos
complementam-se e nada impede que esse fluxo populacional consuma
serviços em centros de porte, funções e localizações variadas.
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Oliveira e Soares (2000) afirmam que o tema das cidades locais gera
polêmica na pesquisa, já que deixa lacunas diante de estudos empíricos.
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Algumas considerações
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não dispõem. Mas há toda possibilidade desse fluxo buscar o mesmo serviço
em centros maiores, mais equipados e, por vezes, mais distantes.
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