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ARQUEOLOGIA EM CENÁRIOS DE FOME

Respeito, dignidade, alimento e conhecimento


– Livro de resumos da VII Reunião da SAB Nordeste –

Cruz das Almas | 2022


SOCIEDADE DE ARQUEOLOGIA BRASILEIRA COMISSÃO CIENTÍFICA
GESTÃO 2022-2023 Albérico Nogueira de Queiroz (UFS)
Adriana Schmidt Dias – Presidente Arkley Marques Bandeira (UFMA)
Marcelo Fagundes – Vice-presidente Carlos Alberto Etchevarne (UFBA)
Carlos Xavier de Azevedo Netto (UFPB)
REPRESENTAÇÃO DA REGIÃO NE DA SAB 2021- Flávio Augusto de Aguiar Moraes (UFAL)
2022 Marcelia Marques (UECE)
Agnelo Fernandes Queiróz Maria Conceição Soares Meneses Lage (UFPI)
Fabiana Comerlato Maria Fátima Robeiro Barbosa (UNIVASF)
Olívia Alexandre de Carvalho Roberto Airon Silva (UFRN)
Suely Luna (UFRPE)
COMISSÃO ORGANIZADORA DA VII REUNIÃO DA
SAB NORDESTE – 2022 MONITORIA
Fabiana Comerlato - Coordenadora Angélica Rodrigues de Oliveira (UFRB)
Albérico Nogueira de Queiroz Bianca Araújo Freires (UFRB)
Ana Rosa Silva Lima Agnelo Brisa Santana Pires (UFRB)
Fernandez Queiróz Cristiano da Silva Araújo (UFRB)
Cidália de Jesus Ferreira dos Santos Neta Gilcimar Costa Barbosa (UFRB)
Flávio Augusto de Aguiar Moraes Henrique Correia da Silva (UFAL)
Maíza Sampaio dos Santos Jaciara Pereira Lima (UFS)
Olívia Alexandre de Carvalho João Pedro Santos Guedes (UFRB)
João Vitor dos Santos e Santos (UFRB)
INSTITUIÇÕES ORGANIZADORAS Laiane Nunes Lima (UFRB)
Grupo de Pesquisa Recôncavo Arqueológico Leonardo Lopes Rangel (UFRB)
Programa de Pós Graduação em Arqueologia e Maria Clara Viegas Aquije (UFS)
Patrimônio Cultural/ UFRB Olga Morgan Fortes (UFRB)
Laboratório de Bioarqueologia – UFS Olga Natália da Paixão Vidal (UFRB)
Núcleo de Pesquisa e Estudos Arqueológicos Paulo Otávio Laia (UFRB)
e Históricos ( NUPEAH-UFAL/Campus do Rafael Alves Moreira Nascimento (UFRB)
Sertão) Rafaela da Silva Souza (UFRB)
Sueli de Jesus Correia (UFS)
ORGANIZADORES DA EDIÇÃO Yuri Barbosa Barros (UFRB)
Agnelo Fernandes Queiróz
Fabiana Comerlato DIAGRAMAÇÃO
Olívia Alexandre de Carvalho Rafael Alves Moreira Nascimento

S621r Simpósio de Arqueologia em Cenários de Fome: respeito,


dignidade, alimento e conhecimento - livro de resumos (7.: 2022:
Cruz das Almas, BA) Reunião da Sociedade de Arqueologia
Brasileira Regional do Nordeste, 21 a 24 de setembro de 2022/
Agnelo Fernandes Queiróz, Fabiana Comerlato, Olívia Alexandre de
Carvalho (organizadores) - Cruz das Almas, BA: UFRB, 2022.84 p.:il

ISBN: 978-65-87743-62-2

1. Simpósio. 2. Arqueologia. 3. Nordeste do Brasil. I. Queiróz, Agnelo


Fernandes. II. Comerlato, Fabiana. III. Carvalho, Olívia Alexandre de. IV.
Título.

CDD: 930.1
CDU: 902
ARQUEOLOGIA EM CENÁRIOS DE FOME
Respeito, dignidade, alimento e conhecimento

APRESENTAÇÃO
Este caderno reúne as atividades da VII Reunião da Sociedade de Arqueologia Brasileira/Sessão Nordeste,
de 21 a 24 de setembro de 2022, com sede na cidade de Cachoeira (BA).

O tema principal do evento evoca as agruras do cenário nacional, os enormes desafios do campo
universitário e o agravamento das condições de vida dos brasileiros. “Arqueologia em cenários de fomes",
fomenta o debate da Arqueologia e a realidade social que o Brasil e, especialmente, o Nordeste vive na
atualidade. Ao mesmo tempo, que convida toda a comunidade arqueológica a debater o papel social do
seu ofício e de suas práticas e a troca de conhecimentos e saberes.

Os simpósios temáticos propostos tiveram como baliza os seguintes eixos norteadores: 1. Gestão social
do patrimônio arqueológico e direitos humanos; 2. De onde viemos e para onde vamos: a Arqueologia
nordestina e os desafios contemporâneos; 3. Arqueologia e multiambientes no Nordeste; 4. Arqueologia
preventiva: experiências, aprendizados e rumos; 5. A pesquisa arqueológica: metodologias, tecnologias e
inovações.

O caderno reúne o resumo das comunicações de 11 simpósios temáticos, somando 129 trabalhos aceitos
e 198 autores dos 9 Estados do Nordeste. Além dos simpósios, o evento será composto por conferências
e minicursos, bem como a Assembleia Geral da Sociedade de Arqueologia Brasileira, regional Nordeste -
de forma virtual.

O último dia será dedicado às ações com atividades presenciais em diversos lugares do Nordeste. A
“Arqueologia de canto a canto” tem como proposta atividades práticas com todos os públicos organizadas
pelos sócios com o apoio de instituições parceiras. A programação consta com quatro atividades, que tem
o intuito de socializar e dialogar sobre nosso patrimônio arqueológico e as diversas percepções e fazeres
da Arqueologia no Nordeste.

Que tenhamos respeito, dignidade, alimento e conhecimento!

São Félix, 05 de agosto de 2022.


Coordenação da SABNE
Gestão 2020/2022
ARQUEOLOGIA EM CENÁRIOS DE FOME
Respeito, dignidade, alimento e conhecimento

SUMÁRIO
RESUMO ............................................................................................................................................ 11
1º DIA: 21 DE SETEMBRO DE 2022 ...................................................................................................... 11
SIMPÓSIO TEMÁTICO 01 – Arqueologia como prática social e instrumento político para grupos
marginalizados .......................................................................................................................................... 11
Ensino de arqueologia no Piauí: provocações decoloniais a partir dos cursos de graduação .................... 11
Inventário Participativo do Patrimônio Material de Casa Amarela: por uma Arqueologia Comunitária
como prática sociopolítica ......................................................................................................................... 12
“E agora o que devemos fazer?”: interdisciplinaridade e gestão de acervos ............................................ 12
Patrimônio de quem e para que: inventário participativo do patrimônio cultural de SãoRaimundo Nonato
– PI............................................................................................................................................................. 13
Conservação de arte rupestre em comunidade indígena .......................................................................... 13
O Museu do Antigo Zabelê: Um estudo a partir da Arqueologia Pública e Museologia Social .................. 14
Por uma Arqueologia menos colonizadora: história indígena de longa duração no Vale do Rio Colônia . 14
Sítios da Esperança: O protagonismo do Assentamento Nova Esperança na preservação dos sítios
arqueológicos, Olho D’Água do Casado/AL ............................................................................................... 15
Parque Nacional do Catimbau: um patrimônio. E a comunidade? ............................................................ 15
A invenção de um patrimônio valenciano: um estudo de caso sobre a lavagem da escadaria na Igreja
Nossa Senhora do Amparo em Valença-BA ............................................................................................... 15
O museu já está aqui: arqueologia, paisagem, patrimônio e museologia em Tanque do Piauí ................. 16
A importância da Arqueologia para a efetividade do Direito Territorial de comunidades remanescentes de
Quilombo................................................................................................................................................... 16
Etnomapeamento dos sítios arqueológicos na Terra Indígena Barra do Mundaú, Itapipoca, Ceará. ........ 17
Marcas de tinta: comunidade e representações gráficas em Souto Soares, Bahia.................................... 17
SIMPÓSIO TEMÁTICO 02 – Arqueologia Histórica no Espaço Regional: abordagens, temas e pesquisas
.................................................................................................................................................................. 18
Notas preliminares sobre cachimbos históricos no nordeste: breve panorama em ampla escala ............ 18
A materialidade dos garimpos na formação da Chapada Velha, no estado da Bahia ................................ 19
Materialidade ex-votiva no Piauí: Estudo comparativo das narrativas e objetos da Toca do Cruzeiro
(Coronel José Dias), Cemitério dos Anjos (São Braz do Piauí) e Igreja do Senhor doBomfim (Dirceu
Arcoverde) ................................................................................................................................................. 19
Conexões entre cultura material e memória social no semiárido piauiense: a indumentária dosvaqueiros
da Comunidade de Queimadinha, município de São Raimundo Nonato-PI .............................................. 20
Análise da cerâmica histórica do sítio arqueológico Ramada 02, São Fernando, Rio Grande do Norte .... 20
Análise do material cerâmico do sítio arqueológico Totoró, Currais Novos/RN ........................................ 20
ARQUEOLOGIA EM CENÁRIOS DE FOME
Respeito, dignidade, alimento e conhecimento

Análise da louça dos sítios arqueológicos Santana 01 (Jucurutu-RN), Santa Clara 01 (SãoFernando-R N) e
Oiticica 18 (Jardim de Piranhas-RN) .......................................................................................................... 21
Primeiros engenhos coloniais do litoral norte de pernambuco: uma abordagem da arqueologia de
paisagens ................................................................................................................................................... 21
Pesquisa Arqueológica do Istmo de Olinda, PE: um acidente geográfico que une as terras e a história de
duas cidades irmãs .................................................................................................................................... 22
Estudo Arqueológico de um Sítio Terrestre Submerso na Zona Intertidal da Praia dos Milagres,
Varadouro, Olinda-PE ................................................................................................................................ 22
SIMPÓSIO TEMÁTICO 03 – Gênero e Arqueologia: o que mudamos desde 2020? Perspectivas desde o
Nordeste ................................................................................................................................................... 23
Do binário ao cuir: conversando sobre outras possibilidades de leitura do registro arqueológico ........... 23
Problemas de gênero nos registros rupestres do Parque Nacional Serra da Capivara: Provocações em
direção a uma ecologia de saberes............................................................................................................ 24
Arqueologia e Gênero nos Espaços Cemiteriais: a representação de indivíduos infantis no Cemitério de
Santo Amaro, Recife (1851-1930).............................................................................................................. 24
Arqueologia no cemitério de Santo Amaro, Recife/PE: Uma análise das representações infantis presentes
na arte funerária dos jazigos (1851 - 1930) ............................................................................................... 25
“Foi Maria pra depois Bonita”: cangaceiras, armas e a imagética do cangaço através da Arqueologia ..... 25
Um olhar feminista sobre a prática arqueológica: o caso dos egressos do curso de bacharelado em
arqueologia da UFPE ................................................................................................................................. 25
SIMPÓSIO TEMÁTICO 07 – Pesquisas Arqueológicas com enfoque ambiental no Nordeste brasileiro:
espaços e saberes ..................................................................................................................................... 26
Lugar, gesto e memória: persistências no fazer das loiças de barro Xokó ................................................. 26
Vasos, cuias, panelas e potes: um olhar sobre a cerâmica tupiguarani da mata sul de Pernambuco ........ 27
Estruturas de obtenção de água pela comunidade de Lagoa de Fora, São Raimundo Nonato, semiárido
piauiense ................................................................................................................................................... 27
Sítios com Arte Rupestre na Bacia Hidrográfica do Rio Grande, Barreiras e São Desidério-BA:Estudos
Geoarqueológicos ..................................................................................................................................... 28
Arqueologia da paisagem na ilha de Cajaiba, Bahia .................................................................................. 28
Os registos rupestres da borda sul da Chapada Diamantina: uma perspectiva ambiental no estudo das
pinturas pré-coloniais ................................................................................................................................ 29
MESA DE ABERTURA .......................................................................................................................... 29
Território de violência, tráfico humano e tráfico arqueológico, o caso de México/Mesoamérica ............ 29
2º DIA: 22 DE SETEMBRO DE 2022 ...................................................................................................... 29
SIMPÓSIO TEMÁTICO 05 – Dos vivos aos mortos: abordagens em Bioarqueologia ............................... 29
Bioarqueologia em foco: um recorte da arqueologia nordestina .............................................................. 30
Arqueologia da morte: estudos de caso sobre a materialidade presente nos registros funerários .......... 30
Análise Bioarqueológica de Contextos Funerários no Piauí....................................................................... 31
ARQUEOLOGIA EM CENÁRIOS DE FOME
Respeito, dignidade, alimento e conhecimento

De volta ao começo: Reconstituição da posição original de enterramento em sepultamento infantil por


meio da Arqueotanatologia ....................................................................................................................... 31
Técnicas de mapeamento e estabilização nos remanescentes humanos da UF 8 do sítio Vila Velha-
Itamaracá-PE (sécs. XVI a XIX) ................................................................................................................... 31
O cemitério como espaço de diálogo entre a bioarqueologia e a arqueologia histórica ........................... 32
Sepulturas e Contas no Largo do Sítio Largo da Matriz em Marechal Deodoro, Alagoas .......................... 32
Espaços para os vivos e espaços para os mortos: sítios com remanescentes humanos e suas diversidades
artefatuais em Camalaú/PB....................................................................................................................... 32
Análise Bioarqueologica preliminar dos remanescentes ósseos humanos escavados no Forte de Santo
Inácio de Loyola, Tamandaré – PE (SÉC. XVII-XIX) ..................................................................................... 33
Arqueologia do corpo: discussão de alguns temas de uma disciplina ....................................................... 33
Deposições funerárias do engenho Jaguaribe, Abreu e Lima - PE: Resultados preliminares de escavação
arqueológica da campanha de 2018-2019 ................................................................................................ 34
Que o cemitério nos conta? O desenvolvimento da cidade de São Raimundo Nonato/PI no século XX sob
a ótica cemiterial ....................................................................................................................................... 34
SIMPÓSIO TEMÁTICO 06 – Tecnologia lítica para que? Os rumos dos estudos líticos no Nordeste do
Brasil ......................................................................................................................................................... 34
Análise tecnomorfológica das coleções arqueológicas de sítios líticos de superfície, Piragiba-BA ........... 35
Reflexões econômicas sobre a indústria de adornos em caulinita silicificada do sítio Praça de Piragiba .. 36
O fragmento distal de ponta bifacial de Sento Sé, Bahia ........................................................................... 36
Tecnologia lítica no Vale do Açu - RN: uma perspectiva sobre a indústria do sítio Cuó ............................ 37
Indústrias de líticos lascados no Seridó Potiguar: Análise das cadeias operatórias presente nos sítios
arqueológicos Santa Clara 01, Oiticica 01 e Barra 01 ................................................................................ 37
Tecnologia lítica e abordagem tecnofuncional: Estudo dos acervos líticos dos sítios arqueológicos
Boqueirão e Jerusalém, município de Lajes - RN ....................................................................................... 37
Digitalização do Acervo Arqueológico do Museu de Arqueologia e Paleontologia da UFPI. ..................... 38
SIMPÓSIO TEMÁTICO 04 – Entre a Amazônia e o Sertão: Ensino, Pesquisa, Licenciamento e Gestão do
Patrimônio Arqueológico no Maranhão .................................................................................................. 38
Quando a vida é sobre as águas: balanço de uma década de pesquisa arqueológica nas estearias ......... 39
O conjunto cerâmico da Estearia do Armindio: análises e outros olhares ................................................ 39
O Forjar dos Ídolos de Barro: Análise das Estatuetas das Estearias do Maranhão .................................... 39
Éden proibido ou molde do mundo?: análise da construção do corpo indígena a partir de crônicas sobre
o Maranhão ............................................................................................................................................... 40
Cartografia dos povos indígenas na Baixada Maranhense: das habitações lacustres aos assentamentos
coloniais .................................................................................................................................................... 40
Celebrações etílicas: uma análise da Cauinagem Indígena presente nas crônicas escritas sobre o
Maranhão (1612-1614) ............................................................................................................................. 41
ARQUEOLOGIA EM CENÁRIOS DE FOME
Respeito, dignidade, alimento e conhecimento

Arqueologia e Licenciamento ambiental em áreas urbanas: sítios arqueológicos identificados na Ilha de


São Luís, Maranhão ................................................................................................................................... 41
Programa de Gestão do Patrimônio Arqueológico do Residencial Santorini ............................................. 41
Evolução da paisagem urbana: mapeamento do impacto em sítios arqueológicos da Ilha de São Luís,
Maranhão .................................................................................................................................................. 42
Achados arqueológicos evidenciam presença humana e eventos na chácara Rosane em São Luís,
Maranhão .................................................................................................................................................. 42
Uma experiência no salvamento arqueológico mecanizado na ilha de São Luís ....................................... 43
SIMPÓSIO TEMÁTICO 02 – Arqueologia Histórica no Espaço Regional: abordagens, temas e pesquisas
.................................................................................................................................................................. 43
Paisagens moldadas para guerra: uma proposta de estudo da aplicação da arquitetura militar em terra
em sítios arqueológicos do nordeste do Brasil .......................................................................................... 43
A Tram Road Nazareth sob o olhar da arqueologia industrial ................................................................... 44
O cemitério dos Ingleses em Salvador, Bahia: documentação e análise tipológica dos atributos artísticos
.................................................................................................................................................................. 44
É tijolo, é pedra, é técnica construtiva: uma nova abordagem arqueológica a partir da Igreja Nossa
Senhora dos Prazeres, Paulista/PE ............................................................................................................ 44
Arqueologia cemiterial em Delmiro Gouveia, Alagoas, Brasil ................................................................... 45
Arqueologia e arquitetura do espaço escolar do colégio Nossa Senhora das Mercês em São Raimundo
Nonato - Piauí ............................................................................................................................................ 45
Movimento Portuário de Sergipe: uma escavação gráfica ........................................................................ 46
Carta de zoneamento arqueológico subaquático do rio Potengi .............................................................. 46
Arqueologia e as histórias de Henry Koster do engenho Jaguaribe-PE ..................................................... 46
Grafismos e Resistências Carcerárias: Arqueologia Histórica na Antiga Delegacia Pública de Barreiras (BA)
.................................................................................................................................................................. 47
Um olhar arqueofaunístico sobre casas de fazenda no Seridó Norte-Riograndense, séculos XVIII ao XX . 47
3º DIA: 22 DE SETEMBRO DE 2022 ...................................................................................................... 48
SIMPÓSIO TEMÁTICO 09 – A gestão do patrimônio arqueológico no licenciamento ambiental............ 48
A gestão do patrimônio arqueológico no Brasil: uma análise dos dispositivos legais ............................... 49
Arqueologia Preventiva: desafios científicos, empresariais e comunitários diante da preservação e gestão
dos bens arqueológicos ............................................................................................................................. 49
Uma análise sobre as intervenções realizadas por meio do licenciamento arqueológico em São Cristóvão,
Sergipe....................................................................................................................................................... 49
Análise das pesquisas arqueológicas em projetos de implantação do saneamento básico realizados pela
EMBASA no estado da Bahia (2018 –2022) ............................................................................................... 50
Pesquisa arqueológica no bairro Caixa d’Água, na cidade de Seabra/BA: resultados e perspectivas na
implantação do saneamento básico realizado pela EMBASA no estado da Bahia. ................................... 50
O rio São Francisco e as ocupações ao longo dos anos: o caso do Sítio Arqueológico Água Fria 01 ......... 51
ARQUEOLOGIA EM CENÁRIOS DE FOME
Respeito, dignidade, alimento e conhecimento

A busca por tornar reconhecido o patrimônio arqueológico em localidades de Cairu, Bahia ................... 51
Arqueologia preventiva e gestão do patrimônio arqueológico - reflexão sobre práticas de campo e gestão
dos acervos arqueológicos ........................................................................................................................ 52
Documentação museológica de acervos arqueológicos: uma reflexão acerca das diretrizes para recepção
de acervos no Laboratório de Documentação e Arqueologia (LADA/UFRB) ............................................. 52
SIMPÓSIO TEMÁTICO 10 –Arqueologia, saberes e educação: diálogos e experiências .......................... 53
A experimentação arqueológica como estratégia pedagógica .................................................................. 53
A extroversão do conhecimento arqueológico por mídias sociais: A Arqueologia Pública como
instrumento de divulgação cientifica em tempos de pandemia ................................................................ 54
Cursos de extensão universitária online: a experiência do grupo de estudos Arqueologia do Oeste da
Bahia.......................................................................................................................................................... 54
Audiovisual como ferramenta para a educação patrimonial: a experiência no sítio arqueológico Chácara
Rosane, em São Luís, Maranhão................................................................................................................ 55
Da quadrícula ao quadro: vivências e aprendizados nos Projetos Integrados de Educação Patrimonial no
licenciamento ambiental no Nordeste (2016-2022) .................................................................................. 55
Educação Patrimonial em Tempo de Pandemia: Uma Experiência no Licenciamento Ambiental no
município de Itaparica-Bahia ..................................................................................................................... 56
Férias no Museu da UNICAP: A importância das experimentações lúdicas no Museu para o ensino da
arqueologia e ciências naturais. ................................................................................................................ 56
Coleção, colecionadora, museu: Uma pesquisa acerca do Museu do Sertão Antônio Coelho em Remanso
– BA. .......................................................................................................................................................... 57
Um parque para preservar: levantamento e apontamentos acerca das pesquisas arqueológicas no
Parque Metropolitano Armando de Holanda Cavalcanti, Cabo de Santo Agostinho-PE (2015-2022) ....... 57
A comunidade em defesa de um Sítio de Arte Rupestre ameaçado: o caso de Entre Morros na Bahia.... 57
Como e Porquê conservar? Questões sobre a valorização de um sítio arqueológico em Estância/SE. ..... 58
MESA DE ENCERRAMENTO ................................................................................................................. 58
SIMPÓSIO TEMÁTICO 11 –Arqueologia Digital ........................................................................................ 58
SIG aplicado à Arqueologia: Mapeamento Histórico, Modelagem Preditiva e possibilidades de
conhecimento. .......................................................................................................................................... 59
Caracterização arqueológica e geomorfológica do entorno do sítio arqueológico Grota do Morcego,
Salgadinho (PB) através de modelagem tridimensional por aerofotogrametria ....................................... 59
Modelagem Preditiva aplicada à Bacia do Poti: O uso do algoritmo Random Forest. ............................... 60
Preservação patrimonial no Enclave Arqueológico Pedra Ferrada: fotogrametria com software livre na
construção de modelos tridimensionais em sítios arqueológicos com gravuras rupestres no Rio Grande
do Norte .................................................................................................................................................... 60
O Mapa Como Artefato: Georreferenciamento Absoluto Aplicado ao Piauí Colonial ............................... 61
Bancos de Dados Aplicados à Arqueologia. ............................................................................................... 61
Banco de Dados sobre Contextos Funerários do Piauí. ............................................................................. 61
ARQUEOLOGIA EM CENÁRIOS DE FOME
Respeito, dignidade, alimento e conhecimento

Os desafios de um script em linguagem R para Geofísica Aplicada em Arqueologia ................................ 62


Sobre a aposentadoria compulsória de Indiana Jones .............................................................................. 62
Archaeogaming e arqueologia de ambientes aquáticos: unidas sob uma mesma bandeira no mar virtual
.................................................................................................................................................................. 62
Canudos: A guerra e suas disposições espaciais. ....................................................................................... 63
Proveniência e a Produção de Dados Arqueológicos ................................................................................ 63
SIMPÓSIO TEMÁTICO 12 –Abordagens metodológicas, documentação e interpretação nos estudos de
arte rupestre no Nordeste do Brasil ......................................................................................................... 64
Estudo da produção bibliográfica sobre gravura rupestre no Nordeste do Brasil ..................................... 64
Registros Gráficos na Serra do Bodopitá ................................................................................................... 64
Semelhanças e diferenças das formas gráficas pintadas e gravadas no Parque Nacional Vale do Catimbau
.................................................................................................................................................................. 65
Estudo comparativo entre os sítios com registros rupestres de São Paulo e do Vale do Catimbau (PE) ... 65
Mapeamento e distribuição dos sítios com sobreposições gráficas na área arqueológica do Seridó ....... 66
Estudos de caso sobre conservação de sítios de arte rupestre de domínios geológicos diferentes no Vale
do Côa e na Chapada Diamantina – BA, Brasil. .......................................................................................... 66
Diagnóstico do estado de conservação do sítio arqueológico Pedra da Figura, Taquaritinga do Norte - PE.
.................................................................................................................................................................. 67
Arqueologia Experimental com Pinturas Rupestres .................................................................................. 67
SIMPÓSIO TEMÁTICO 05 – DO VIVO AOS MORTOS: ABORDAGENS EM BIOARQUEOLOGIA - SALA 2 .... 68
Registro 3d: a importância da fotogrametria para a preservação digital de acervo arqueológico ............ 68
mtDNA e Bioarqueologia: técnicas de biologia molecular aplicadas ao estudo do antepassado .............. 68
Escrito nos ossos: como os isótopos estáveis de δ13C e δ15N inferem paleodieta de populações pretéritas
.................................................................................................................................................................. 69
Arqueoanalitos: uma revisão sobre a aplicação de técnicas biomoleculares na reconstrução do perfil de
remanescentes humanos bioarqueológicos. ............................................................................................. 69
Coleções de referência como ferramenta auxiliar para diagnóstico sexual e etário ................................. 70
Quando os ossos contam histórias: Patologias Traumáticas em coleção de referência ............................ 70
Ponderações sobre envelhecimento e velhice na Osteoarqueologia: análises conceituais, metodológicas
e interpretativas ........................................................................................................................................ 70
Implicações simbólicas e científicas na lida com remanescentes ósseos humanos .................................. 71
Arqueologia forense e direitos humanos .................................................................................................. 71
Aplicação e relevância da Arqueologia e Antropologia ao Fórum: um chamado à especialização forense72
Arqueologia forense no brasil, revisão bibliográfica e perspectiva integrada das abordagens
metodológicas ........................................................................................................................................... 72
Arqueologia da cremação: estudo dos processos de queima dos ossos humanos do sepultamento 1, sítio
arqueológico Alcobaça, Buíque – PE. ........................................................................................................ 73
ARQUEOLOGIA EM CENÁRIOS DE FOME
Respeito, dignidade, alimento e conhecimento

4º DIA: 22 DE SETEMBRO DE 2022 ...................................................................................................... 73


ATIVIDADES PRESENCIAIS – ARQUEOLOGIA DE CANTO A CANTO .......................................................... 73
Minicurso: “Gêneros e materialidades: por uma arqueologia para além do binário” ............................... 73
Arqueologia Urbana de Sobral, Ceará: caminhando e redescobrindo a cidade. ....................................... 74
Arqueologia bem de perto: oficinas temáticas .......................................................................................... 74
Uma tarde no Centro de Pesquisa de História Natural e Arqueologia do Maranhão: diálogos entre
Arqueologia, Paleontologia e Etnologia .................................................................................................... 75
ÍNDICE ONOMÁSTICO......................................................................................................................... 76
PROGRAMAÇÃO – ATIVIDADES DA VII SAB NE.................................................................................... 83
ARQUEOLOGIA EM CENÁRIOS DE FOME
Respeito, dignidade, alimento e conhecimento

RESUMO
1º DIA: 21 DE SETEMBRO DE 2022

SIMPÓSIO TEMÁTICO 01 – Arqueologia como prática social e instrumento político para grupos
marginalizados
EIXO 1:GESTÃO SOCIAL DO PATRIMÔNIO ARQUEOLÓGICO E DIREITOS HUMANOS

ST01: Arqueologia como prática social e instrumento político para grupos marginalizados
Carlos Etchevarne (UFBA)
Carlos Xavier de Azevedo Netto (UFPB)
Nos últimos anos observa-se cada vez mais com maior evidência um novo caminho para a prática
arqueológica: sua dimensão social. O potencial mobilizador que tem o universo arqueológico pela sua
materialidade e facilidade de percepção/ interpretação, permite que ele seja apropriado para elaborar os
fundamentos de ideários reivindicatórios de grupos sociais despossuídos de poder econômico e, por isso,
marginalizados. Em teoria, essa característica essencial do material arqueológico já era preconizada nos
anos 1970, por vários arqueólogos, entre os quais o arqueólogo peruano Luis Lumbreras. No Brasil só
recentemente se abriu um espaço com essa concepção, que hoje parece não parar de se estender,
alcançando resultados, deveras, surpreendentes. Por isso, esse simpósio pretende reunir comunicações
que sejam produtos de experiências de práticas em comunidades, em que os pesquisadores foquem as
condições objetivas de subsistência, as relações estabelecidas entre as pessoas, seus hábitos, seus ideários
e a vinculação com os sítios arqueológicos existentes, no entorno. Ademais, nesse simpósio admitem-se
comunicações que apresentem reflexões conceitualizações, que favoreçam análises de situacionais
regionais ou locais, mas que tenham como foco sítios arqueológicos, mesmo que não tenham sido
estudados, mas que de alguma maneira sejam referenciais para os grupos sociais vizinhos. Dessa forma
com o simpósio “Arqueologia como prática social e instrumento político para grupos marginalizados”
pretende-se por um lado dar voz a essas experiências sociais que usam a Arqueologia como suporte
material ou conceitual para suas reivindicações, e, por outro, instigar aos pesquisadores a se aproveitarem
do potencial mobilizador que subjaze na mesma natureza dessa ciência.
Palavras-chave: Arqueologia e comunidades. Arqueologia colaborativa. Práticas sociais da Arqueologia.

Ensino de arqueologia no Piauí: provocações decoloniais a partir dos cursos de graduação


Gabriela de Andrade Monteiro (UNIVASF)
Leandro Elias Canaan Mageste UNIVASF)
Nesse trabalho, buscamos analisar o surgimento e desdobramentos das graduações em Arqueologia no
estado do Piauí, particularmente os cursos de Arqueologia e Preservação Patrimonial da Universidade
Federal do Vale do São Francisco (Univasf), em São Raimundo Nonato e de Arqueologia e Conservação de
Arte Rupestre da Universidade Federal do Piauí (UFPI), em Teresina. Nosso interesse com a empreitada é
evidenciar as transformações nas formas de fazer e ensinar a Arqueologia, considerando suas
repercussões nos processos de produção de conhecimento. Para isso, partiremos dos contextos históricos
e políticos relacionados com as propostas de expansão do ensino superior, com a interiorização das
universidades, a aplicação da Lei de Cotas e o ingresso de novos públicos no espaço acadêmico. No exame
desses quadros, temos nos pautado em referenciais da crítica decolonial, entendida como uma vertente
teórica e metodológica fruto de um movimento político de resistência e ruptura epistemológica às práticas
e teorias coloniais, ocidentais, modernas e eurocêntricas. Tal postura nos permite problematizar quais
sentidos de Arqueologia estão sendo produzidas nesses contextos acadêmicos, em termos de teorias,
métodos e posicionamentos políticos explicitamente adotados? A expansão do ensino superior culminou

11
ARQUEOLOGIA EM CENÁRIOS DE FOME
Respeito, dignidade, alimento e conhecimento

de fato em processos mais democráticos de produção de conhecimento, considerando as transformações


no perfil de cursos, discentes e docentes? Para respondermos a essas questões temos empreendido
levantamentos bibliográficos e documentais, focados na coleta e tratamento de informações sobre a
Univasf e a UFPI: os trabalhos de conclusão de curso, os perfis de docentes e discentes, assim como os
Projetos Pedagógicos dos Cursos. Nessa direção, pudemos perceber uma expansão nas linhas de pesquisa
voltadas para comunidades e diferentes construçõespatrimoniais, enfatizando temporalidades recentes,
em contraponto às perspectivas mais técnicas da disciplina arqueológica. Ao nosso ver, essas
modificações vêm ocorrendo em razão de tensionamentos entre perspectivas teóricas e metodológicas,
modelos de universidade e a entrada de estudantes de diversas origens no espaço acadêmico,
preocupados com os debates sociais e políticos, para além dos aspectos puramente científicos e
positivistas do sistema educacional colonial. Frente este cenário, tem sido possível identificar
possibilidades de desobediência epistêmica, que culminam no desenvolvimento de múltiplas
arqueologias.
Palavras-chave: Ensino de Arqueologia. Graduação. Piauí. Crítica decolonial.

Inventário Participativo do Patrimônio Material de Casa Amarela: por uma Arqueologia Comunitária
como prática sociopolítica
Pollyana Calado de Freitas (UFRJ)
Inserido no debate do direito à cidade, a dimensão pública da Arqueologia deve negociar a atuação do
patrimônio quanto ferramenta política emancipatória. A aplicação do Inventário Participativo pode
instrumentalizar essa negociação. Visando ações de reconhecimento, valorização, preservação e
extroversão, o inventário de Casa Amarela foi elaborado pelo Coletivo @casaamarelaeobairro, sob a luz
da Arqueologia Comunitária para pensar de forma contextual, multivocal, reflexiva e interativa. A
metodologia seguiu a proposta do Iphan, entendendo-o como ação de Educação Patrimonial que visa o
engajamento das comunidades, foram realizadas entrevistas semiestruturadas, questionários on line e
interação com os moradores através do Instagram. O produto final foi divulgado nas redes sociais e
distribuído nas escolas e nas bibliotecas do bairro. Por ser Casa Amarela um reduto de luta e subversão,
acreditamos que construir novas narrativas acerca de sua história é uma forma de resistir ao atual
processo de apagamento promovido pela disputa territorial e de ampliar a discussão mostrando sua
origem operária e suas conquistas sociais, visando novos futuros.
Palavras-chave: Arqueologia Comunitária. Patrimônio Material. Inventário Participativo. Casa Amarela.

“E agora o que devemos fazer?”: interdisciplinaridade e gestão de acervos


Douglas Santos Neco (UFS)
Este trabalho tem por objetivo apresentar as reflexões desenvolvidas até o momento na pesquisa de
mestrado, visando efetuar alguns dos principais aspectos desenvolvidos, e, dentre outras coisas, contribuir
para discussão na área arqueológica quanto aos procedimentos realizados em reservas técnicas, levando
em consideração o crescente número de acervos nas instituições de salvaguarda. Efetuando
apontamentos das materialidades que se encontram em instituições a décadas, porém com pouca ou
nenhuma exploração significativa que reflitam sobre as realidades a ela atrelada. Sabemos que desde a
implantação do Programa de Aceleração do Crescimento – PAC, o número de artefatos coletados obteve
um aumento significativo e a partir disso devemos desenvolver indagações de como encontra-se os
processos pós retirada de campo, sua gestão, reflexão e ou divulgação dos resultados e reflexões sobre os
mesmos. Neste sentido, enquanto metodologia analítica, proponho os enredos entre musealização da
arqueologia e gestão de acervos em instituições culturais, efetuando umaabordagem voltada aos acervos
afro-religiosos através de um processo estratigráfico das materialidades presentes na reserva técnica do

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ARQUEOLOGIA EM CENÁRIOS DE FOME
Respeito, dignidade, alimento e conhecimento

Museu Galdino Bicho, instituição localizada na cidade de Aracaju/SE e vinculado ao Instituto Histórico e
Geográfico de Sergipe – IHGSE, enfatizando a disposição e localização dessas materialidades encontradas
subalternizados, ocultadas em relação as demais tipologias e materialidades. Pretende-se então, a partir
do estudo de caso das materialidades afro-religiosas musealizadas na cidade de Aracaju/SE, evidenciar
como a ocultação dessas peças ferem o direito a representação, ressaltando a necessidade de uma
documentação, registro e divulgação como forma de trazer à tona o que não está presente nos discursos
oficiais. Em bibliografias anteriores eram mencionados três objetos (atabaques), contudo após
investigação nos documentos, bem como na reserva técnica da instituição, foi possível nos direcionar a
mais peças pertencente a essa coleção, como resultado das investigações podemos enfatizar/atrelar as
novas descobertas. Neste sentido, consolidamos nossas colocações a fim de estreitar relações entre as
áreas cientificas, culturais e patrimoniais como arqueologia e museologia, tais concepções podem
contribuir enquanto processo conjunto na engrenagem de gestão dos conjuntos das materialidades
socioculturais e possa contribuir de maneira significativa e reparadora para com as comunidades antes
marginalizadas.
Palavras-chave: Interdisciplinaridade. Arqueologia. Memórias. Gestão de Acervo.

Patrimônio de quem e para que: inventário participativo do patrimônio cultural de SãoRaimundo


Nonato – PI
Mayke Lopes dos Santos (UNIVASF)
Mario Rodrigues de Lima Neto (UNIVASF)
Alencar de Miranda Amaral (UNIVASF)
O presente trabalho baseia-se nos dados e resultados do projeto de extensão homônimo que tem por
objetivo promover ações com vistas a engendrar reflexões sobre a formulação e valorização do patrimônio
cultural no município de São Raimundo Nonato – PI. A metodologia empregada consistiu na pesquisa
qualitativa pautada no levantamento bibliográfico-documental e etnográfico. Estas ações auxiliam na
realização do inventário participativo dos bens patrimoniais do município envolvendo as comunidades
locais e promovem reflexões sobre a formulação e valorização do patrimônio cultural. Ao longo das
atividades extensionistas, foram realizadas 35 entrevistas por meio digital (formulário do google e
WhatsApp) devido a propagação da Covid 19. Houve grande variedade e diversidade das narrativas e
objetos selecionados por nossos colaboradores e colaboradoras. Espaços de convivência social e
experiências sobrenaturais, artefatos de uso cotidiano, brinquedos de infância, “relíquias” de famílias e
uma grande diversidade de coisas, foram selecionadas por nossos colaboradores quer seja por seu valor
afetivo, estético, simbólico, ou por sua correlação com laços de consanguinidade e afinidade, desejos
pessoais e trajetórias de vida. Também foi possível realizar a difusão dos bens patrimoniais e das narrativas
por publicações de linguagem acessível no Instagram (@patrimoniossaoraimundo) voltado para a
divulgação dos objetos que contribuem para a nossa identidade. Estes dados contribuem para a reflexão
sobre como as pessoas se conectam com a história desses objetos e nos permitem perceber noções de
patrimônio cultural para além do patrimônio arqueológico.
Palavras-chave: Patrimônio Cultural. Inventário Participativo. Comunidades. Bens Patrimoniais. São
Raimundo Nonato – PI.

Conservação de arte rupestre em comunidade indígena


Maria Conceição Soares Meneses Lage (UFPI/CNPQ)
Benedito Batista Farias Filho (UFPI)
Pablo Meneses Lage (Wlage Consultoria Científica Ltda)
O sítio Pedra do Perdiz fica na Comunidade Indígena do Perdiz, TI São Marcos, Pacaraima- Roraima.

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ARQUEOLOGIA EM CENÁRIOS DE FOME
Respeito, dignidade, alimento e conhecimento

Ocupada por indígenas Macuxi. O acesso é feito pelas BR-174 e 433 em período seco. Nos festejos recebe
muitos visitantes. O sítio fica a 200m, contendo um matacão principal e outros secundários. O principal é
um abrigo sob rocha granítica com 10m de comprimento e altura média de 1,5 m, orientado O/S, voltado
para SO. As pinturas são na maioria não- figurativas, serpentiformes, paralelas, círculos alinhados,
pontilhados, cruzes etc. Para os indígenas são morcegos, macacos e jiquí. Têm diferentes tons de vermelho
e uma pintura preta. Sofrem ações naturais e antrópicas. Fez-se um diagnóstico, que orientou as
intervenções para eliminar as alterações naturais e as introduzidas, além de consolidar placas rochosas.
Realizou-seoficina na Escola, participando professores e alunos com o objetivo de discutir a intervenção e
ações futuras. Muito proveitosa e rica a interação com a equipe. As ações sobre as pichações era o
interesse maior, fato esse que se concretizou mediante a eliminação ou mascaramento. O resultado foi
muito positivo para a integridade do sítio rupestre.
Palavras-chaves: Intervenção de conservação. Pedra do Perdiz. Arqueologia social inclusiva.

O Museu do Antigo Zabelê: Um estudo a partir da Arqueologia Pública e Museologia Social


Maria Alda da Silva Braga (UNIVASF)
Leandro Elias Canaan Mageste (UNIVASF)
A presente pesquisa teve como objetivo apresentar e discutir a implantação de um museu comunitário
dentro da localidade Novo Zabelê, que fica no município de São Raimundo Nonato PI. O Novo Zabelê é
uma comunidade criada a partir os remanescentes da localidade do Zabelê. Essa antiga comunidade foi
desalojada de suas terras, por integrar o perímetro da área demarcada para compor o Parque Nacional
Serra da Capivara. Anos depois, parte do grupo foi reestabelecido em um novo local, que é o Novo Zabelê.
Nessa nova área foi criado um museu no ano de 2018, que busca apresentar as narrativas do “Antigo
Zabelê”. Desse modo, o que buscamos nessa pesquisa foi entender melhor as relações entre o museu, à
história da comunidade e o “Antigo Zabelê”, considerando o museu como um vetor de memórias dentro
da comunidade, que se relaciona com os efeitos detonados pelos processos de institucionalização da
Arqueologia na região. As bases teóricas que utilizamos são os vieses da Arqueologia Pública e da
Museologia Social, por serem duas abordagens que discutem às relações de patrimônio e memória dentro
de uma perspectiva social e crítica. Em termos metodológicos, adotamos a realização de levantamentos
bibliográficos e imagético, bem como entrevistas semiestruturadas com as pessoas da comunidade,
incluindo parte daquelas que estão envolvidas na organização e funcionamento do museu. Com os dados
coletados, acreditamos que o Museu do Antigo Zabelê constitui um espaço criado para materializar no
presente um lugar afetivo, articulando memórias, experiências e possibilidades de futuros.
Palavras-chave: Museu do Antigo Zabelê. Arqueologia Pública. Museologia Social. Museu Comunitário.

Por uma Arqueologia menos colonizadora: história indígena de longa duração no Vale do Rio Colônia
Morgana Cavalcante Ribeiro (UFPE)
Rodrigo Lessa Costa (UNIVASF)
Na tentativa de superar práticas arqueológicas que estabelecem a dicotomia entre pré-história e história,
propõe-se uma Arqueologia menos colonizadora que busque entender os processos de continuidade, mas
também de transformação entre o registro arqueológico e os grupos indígenas contemporâneos. Com
esta pesquisa objetivou-se entender a história indígena de longa duração no Vale do Rio Colônia,
localizado no sul da Bahia. Para tanto, a metodologia empregada nesta pesquisa fez uso de fontes
arqueológicas, etno-históricas, linguísticas e etnográficas. A região é tradicionalmente ocupada por grupos
indígenas Jê e Tupi que estão ali interagindo desde há pelo menos 670 antes do presente e isso é
demonstrado através de vários elementos. É palco de inúmeras ocupações indígenas desde o período pré-
colonial até a contemporaneidade, independentemente de questão étnica ou cultural, constata-se a

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ARQUEOLOGIA EM CENÁRIOS DE FOME
Respeito, dignidade, alimento e conhecimento

recorrência da presença indígena. Uma Arqueologia menos colonizadora compreende que o passado pré-
colonial – antes dissociado da história dos grupos indígenas – integra todo o continuum histórico dos
genuínos habitantes da terra que hoje conhecemos como Brasil.
Palavras-chave: História indígena. Longa duração. Continuidade. Mudança.

Sítios da Esperança: O protagonismo do Assentamento Nova Esperança na preservação dos sítios


arqueológicos, Olho D’Água do Casado/AL
Rute Ferreira Barbosa (UFPE)
Maicon Marcante (UFAL)
O presente trabalho visa apresentar os resultados preliminares do Programa de Gestão doPatrimônio
Arqueológico em sítios de registro rupestre, localizados no Assentamento Nova Esperança, município de
Olho D’água do Casado/AL, desenvolvido pela Superintendência do IPHAN e Associação Pegadas na
Caatinga. O objetivo principal foi fomentar o empoderamento da comunidade assentada através de
metodologias sustentáveis e inclusivas que visem, a médio e longo prazo, a proteção e preservação dos
sítios arqueológicos. Nesse sentido, partindo da análise de indicadores socioeconômicos dos assentados,
os quais demonstraram a falta de alternativas para geração de emprego e renda, buscou-se, na pactuação
com as lideranças, elaborar um Plano de Gestão colaborativo, fundamentado na atuação conjunta entre
pesquisadores e comunidade para prática de autogovernança do território.
Palavras-chave: Arqueologia. Desenvolvimento territorial. Assentamento.

Parque Nacional do Catimbau: um patrimônio. E a comunidade?


Jaime de Lima Guimarães Junior (UFRPE)
Ana Lúcia do Nascimento Oliveira (UFRPE)
A pesquisa “Parque Nacional do Catimbau: um patrimônio. E a comunidade?” procura entender como se
deu o processo de apropriação deste Patrimônio Cultural pelas comunidades do entorno, a partir da
formação do Parque aos dias atuais e perceber como o parque ajudou nas mudanças para a qualidade de
vida dessa população e verificar todo o envolvimento sócio, cultural e econômico das comunidades
atingidas pelos efeitos da patrimonialização da região. Mesmo com a expansão das pesquisas, qual o
significado delas para a comunidade local? Isso porque a expansão das pesquisas e das instituições
envolvidas com o tema não têm significado a apropriação desse patrimônio pela sociedade. Avanços
ocorreram, mas os desafios também aumentaram. Esse aumento tem sido acompanhado por discussões
acerca do papel social das pesquisas acadêmicas, entre elas, as relacionadas ao patrimônio cultural.
Quando questiona-se: finalizada a pesquisa, o que realmente tem permanecido? As indagações nutrem
nossas pesquisas, com objetivos de entender esse processo promovendo e melhorando a percepção de
como a patrimonialização de grandes regiões podem interferir no conjunto das pessoas das comunidades
atingidas.
Palavra-chave: Parque Nacional do Catimbau. Patrimonialização. Comunidade.

A invenção de um patrimônio valenciano: um estudo de caso sobre a lavagem da escadaria na Igreja


Nossa Senhora do Amparo em Valença-BA
Vaneza da Silva Nunes (UNIVASF)
A prática de lavar a escadaria da Igreja de Nossa Senhora do Amparo, que faz parte do festejo ocorrendo
entre os dias 30 de outubro e 8 de novembro constitui, o patrimônio cultural imaterial do município

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ARQUEOLOGIA EM CENÁRIOS DE FOME
Respeito, dignidade, alimento e conhecimento

através da lei 2.524 de 2018. A lei visa conferir reconhecimento a celebração que aparece nos registros
históricos antes mesmo da década de 70, sendo associada a uma diversidade de atores interessados:
operários, poder público e grupos de religião afro- brasileira. A partir da década de 1970, a realização da
lavagem é identificada com grupos praticantes de religião afro-brasileira no município, particularmente
aqueles relacionados com o candomblé. Frente este cenário, o objetivo é analisar o processo de
patrimonialização da lavagem, considerando um recorte particular, as percepções e os discursos
elaborados do ponto de vista dos grupos de candomblé. Através de discussões envolvendo a arqueologia
do presente,patrimônio e memória social, pretende-se construir uma trajetória histórica da lavagem da
escadaria no presente e passado recente. Partindo das discussões envolvendo a arqueologia do presente,
será possível analisar os aspectos sociais desse patrimônio cultural imaterial, e o processo de consolidação
desse patrimônio. A metodologia adotada nesta pesquisa será a aplicação de questionário qualitativo
semiestruturado, a fim de conhecer as percepções e narrativas de pessoas do candomblé envolvidas na
lavagem da escadaria. E, a partir de levantamento documental e imagético, buscar por informações
históricas sobre a lavagem e os grupos envolvidos no festejo. Através dessa pesquisa, será possível analisar
a adesão da prática da lavagem, dentro de um ponto de vista que considere tensões e acordos entre
discursos oficiais e comunitários. Essa pesquisa tem como objetivo enfatizar uma narrativa que parta da
percepção dos grupos de candomblé que recebem do prefeito da época, a responsabilidade de lavar a
escadaria. Considerando as possibilidades de reapropriação de produção de novas memórias, garantindo
a continuidade da prática e espaços públicos para a devoção de uma fé que até os dias atuais sofre com
perseguição e intolerância religiosa.
Palavras-chave: Patrimônio. Patrimonialização. Candomblé. Valença-BA. Arqueologia do presente.

O museu já está aqui: arqueologia, paisagem, patrimônio e museologia em Tanque do Piauí


Márcia de Santana Castro (UNIVASF)
Rodrigo Lessa Costa (UNIVASF)
A presente pesquisa se envolve em lugares de memória, artefatos e estruturas arqueológicas e uma
celebração religiosa no município de Tanque do Piauí, observando que a comunidade local procura se
organizar a fim de realizar ações de valorização para com os mesmos, com a justificativa que espera que
as informações sobre o passado do território sejam passadas aos mais novos e não se percam no tempo.
Nossa pesquisa busca documentar essas ações que, para nós arqueólogos, tem afinidade com a
musealização e a musealização da arqueologia, ainda que essas pessoas não conheçam a fundo tais
campos do conhecimento. Para documentar e descrever esses lugares e artefatos, a celebração religiosa,
e as ações dos nossos interlocutores sobre tais patrimônios, será feita a aplicação de um inventario
participativo, que para além da composição da nossa pesquisa, espera-se que seus resultados
sistematizados possam a auxiliar nas futuras ações da comunidade em Tanque-PI.
Palavras-chave:Tanque do Piauí. Musealização. Inventario participativo.

A importância da Arqueologia para a efetividade do Direito Territorial de comunidades remanescentes


de Quilombo
Gustavo Santos Silva Junior (UFRB)
O Decreto 4.887/2003 regulamenta o procedimento para identificação, reconhecimento, delimitação,
demarcação e titulação das terras ocupadas por comunidades remanescentes de Quilombos.
Conscientizar sobre a regularização fundiária é uma obrigação do Estado Brasileiro através de políticas
públicas, devendo utilizar dinâmicas de extroversão de grande alcance como os meios de comunicação
em massa. Todavia, o estudo arqueológico a partir de demandas oriundas do Licenciamento Ambiental,
como também de estudos de graduação e pós- graduação, alcança zonas negligenciadas por tal

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ARQUEOLOGIA EM CENÁRIOS DE FOME
Respeito, dignidade, alimento e conhecimento

obrigatoriedade. Esse é um ponto importante da interface apresentada entre Arqueologia e Direito


Territorial, pois se revela pontencial difusor de comunicação dos direitos territoriais, contribuindo para
o registro e a transmissão de saberes protegidos pelo texto do Decreto, atuando na democratização de
conhecimentos jurídicos necessários à regularização e à permanência de tais grupos sobre os seus
territórios.
Palavras-chave: Arqueologia. Direito territorial. Quilombos.

Etnomapeamento dos sítios arqueológicos na Terra Indígena Barra do Mundaú, Itapipoca, Ceará.
Bianca Araújo Freires (UFRB)
Henry Luydy Abraham Fernandes (UFRB)
O povo indígena Tremembé da Terra Indígena (TI) Barra do Mundaú celebra em seu território espaços de
memória que de tempos em tempos são descobertos e recobertos pelas areias de dunas. Esses espaços
referem-se a atividades cotidianas do passado como aldeias, acampamentos de povos antigos, casas de
farinha etc. Alguns desses espaços referem-se a sítios arqueológicos, que para os Tremembé, são provas
concretas da presença de seus antepassados na região. Contudo, esses sítios vêm sendo constantemente
saqueados por não indígenas. Diante de tal situação, os Tremembé vêm demandando medidas que
impeçam a continuidade desses saques. Como uma primeira medida para se pensar em estratégias de
proteção desse patrimônio arqueológico na TI Barra do Mundaú, propõe-se a realização do
Etnomapeamento em conjunto com os Tremembé cuja finalidade é localizar os sítios arqueológicos,
entender como encontram-se distribuídos na área e de que forma se relacionam com os demais espaços
utilizados pelos Tremembé. A relação de pertencimento construída pelos Tremembé em torno dos sítios
arqueológicos é fundamental para a proteção dos mesmos.
Palavras-chave: Etnomapeamento. TI Barra do Mundaú. Tremembé. Sítios arqueológicos.

Marcas de tinta: comunidade e representações gráficas em Souto Soares, Bahia


Carlos Alberto Etchevarne (UFBA)
Francisco Marques Oliveira dos Santos (Líder da Comunidade rural de Souto Soares)
João Domingos de Oliveira (Líder da Comunidade rural de Souto Soares)
Joaquim Roque de Souza (Líder da Comunidade rural de Souto Soares)
No município de Souto Soares, no centro do Estado da Bahia, alguns líderes comunitários, tomaram a
iniciativa de percorrer o território distrital para reconhecer possíveis fontes de água, que pudessem servir
para o trabalho da terra, sob o sistema de fundo de pastos das comunidades. Ademais, eles tinham por
objetivo demonstrar que a implantação de um projeto de agroindústria que o próprio município estaria
pensado, alteraria as condições ambientais e prejudicaria o tipo de exploração comunitária já existente.
Nessa atividade de reconhecimento, identificaram locais com pinturas rupestres, que eles denominaram
“marcas de tinta”. Por entender que elas trariam valor agregado à definição do espaço produtivo, e em se
tratando de vestígios “dos tapuias”, (considerados como os antigos habitantes), o território começa a se
constituir também na sua dimensão histórica. De fato, os grafismos rupestres, as marcas de tinta”, passam
a valer como demarcadores territoriais antigos e sinalizadores de fontes de água, que legitimariam, hoje,
o afastamento de qualquer iniciativa econômica que não seja de acorde à exploração existente. As
“marcas de tinta” convertem-se, assim, em ferramentas de resistência dessa comunidade rural, em defesa
do seu território.

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ARQUEOLOGIA EM CENÁRIOS DE FOME
Respeito, dignidade, alimento e conhecimento

Palavras-chave: Arqueologia e comunidade. Práticas sociais em arqueologia. Pinturas rupestres na Bahia.

SIMPÓSIO TEMÁTICO 02 – Arqueologia Histórica no Espaço Regional: abordagens, temas e pesquisas


EIXO 2: DE ONDE VIEMOS E PARA ONDE VAMOS: A ARQUEOLOGIA NORDESTINA E OS DESAFIOS
CONTEMPORÂNEOS

ST2: Arqueologia Histórica no Espaço Regional: abordagens, temas e pesquisas


Abrahão Sanderson N. Fernandes da Silva (UFRN)
Roberto Airon Silva (UFRN)
A arqueologia histórica que pode ser definida como um campo da arqueologia, como uma subdivisão
autônoma da disciplina arqueológica ou como resultado das transformações teóricas e metodológicas
acontecidas em meio às especialidades da arqueologia nos últimos quarenta anos no Brasil e tem
apresentado destacada expansão no contexto regional. O objetivo deste Simpósio Temático é reunir parte
considerável da riqueza de abordagens e da diversidade de pesquisas e métodos que têm se desenvolvido
no âmbito do contexto local norte-rio-grandense e no contexto regional Nordeste. Primeiramente,
merece destaque a produção de trabalhos monográficos tanto de graduação quanto de pós-graduação
em arqueologia, na qualidade de investigações desenvolvidas por profissionais e também por estudantes.
Tais trabalhos, foram e são desenvolvidos a partir de temáticas e abordagens inseridas no campo da
arqueologia histórica e pertinentes ao contexto regional. Em segundo lugar, se sobressaem também as
ações de identificação de sítios, prospecção, sondagens e escavações realizadas na esfera dos trabalhos
contratuais em arqueologia preventiva, os quais têm desenvolvido pesquisas nas quais tanto os sítios
quanto os materiais arqueológicos recuperados têm ampliado sobremaneira as informações sobre as
ocupações históricas através de seus resultados. Em terceiro e último lugar, deve-se considerar também
o desenvolvimento de pesquisas e ações em temáticas relacionadas a arqueologia pública, onde se
sobressaem a educação patrimonial, a musealização da arqueologia e o ensino da arqueologia, sendo um
campo fértil para a ampliação do diálogo entre profissionais e estudantes da arqueologia junto a outros
campos das ciências humanas e sociais. Esses últimos, têm incluído em suas problemáticas de estudo os
acervos e o estudo da cultura material histórica presente no contexto regional, bem como a relação dessas
ações arqueológicas com as demandas sociais e necessidades socioeconômicas e culturais de
comunidades ou grupos sociais direta ou indiretamente associados ao contexto arqueológico dos sítios, e
relacionados ao processo identitário dos vestígios materiais identificados e pesquisados.
Palavras-Chave: Pesquisa regional. Arqueologia histórica. Arqueologia preventiva. Arqueologia pública.

Notas preliminares sobre cachimbos históricos no nordeste: breve panorama em ampla escala
Sarah de Barros Viana Hissa (UFMG)
Os cachimbos arqueológicos do período histórico brasileiro podem ser classificados em dois grandes
grupos: cachimbos estrangeiros (moldados e feitos, em geral, a partir de argilas brancas cauliníticas) e
cachimbos ditos “de barro” (feitos no território, com argilas variadas com algum teor de ferro). A partir
de um levantamento de peças realizado em coleções e, principalmente, em revisão bibliográfica de
trabalhos acadêmicos, relatórios e artigos, foram observados alguns padrões para ambas as classes. Na
região nordeste do país, os cachimbos estrangeiros estão principalmente associados à ocupação
holandesa (tanto de fatura nos Países Baixos, quanto da cronologia de fatura, remetente ao século 17),
com exceção de Salvador. Já os cachimbos de barro apresentam alguns tipos particulares em diferentes
escalas de dispersão/distribuição. Tendo em vista que ainda há várias questões para as quais não se tem
resposta, serão oferecidos alguns caminhos interpretativos sobre os padrões observados.
Palavras-chave: Cachimbo. Fumo. Cerâmica. Classificação arqueológica. Distribuição.

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ARQUEOLOGIA EM CENÁRIOS DE FOME
Respeito, dignidade, alimento e conhecimento

A materialidade dos garimpos na formação da Chapada Velha, no estado da Bahia


Luiz Antonio Pacheco de Queiroz
Proponho uma reflexão sobre o papel da materialidade do garimpo na formação territorial da Chapada
Velha a partir da visão dos habitantes de Gentio do Ouro e Xique-Xique, no estado da Bahia. Conforme
discuti no doutorado em arqueologia, a territorialidade de garimpeiras(os) é desprezada pelo senso
comum, que destaca apenas os feitos dos grupos dominantes na formação da região. A desconsideração
de lógicas tradicionais da atividade mineradora borrou a compreensão dos territórios influenciados pelo
garimpo. Parte das fontes utilizadas foi criada com a arqueologia preventiva e etnografia arqueológica
realizadas na região. Incorporei os poucos estudos que admitem as perspectivas dos mineradores
subalternizados e demais habitantes. A materialidade é pensada com base na dependência da formação
de coisas ehumanos, essencial para compreender como a sociedade e garimpagem formam uma à
outra. As características do território são compreendidas nos significados locais e influências externas,
portanto, nas práticas artesanais, tempo peculiar de destinação à mineração local e sujeição da produção
para o abastecimento do mercado de bens de consumo mundial.
Palavras-chave: Garimpos da Chapada Velha. Materialidade. Formação territorial.

Materialidade ex-votiva no Piauí: Estudo comparativo das narrativas e objetos da Toca do Cruzeiro
(Coronel José Dias), Cemitério dos Anjos (São Braz do Piauí) e Igreja do Senhor doBomfim (Dirceu
Arcoverde)
Marisa Lima Miranda Sousa (UNIVASF)
Alencar Miranda de Amaral (UNIVASF)
Pensando na necessidade de ampliar as informações sobre os locais onde ocorre a prática ex- votiva no
Piauí é preciso identificar a cultura material presente e os relatos associados a esses espaços e a partir da
perspectiva comparativa fazer o estudo da materialidade e das narrativas sobre esses espaços e objetos.
Defendemos que é de suma importância que se registrem e se valorize práticas e materialidades que
remetam a contextos e narrativas regionais. Assim, o presente trabalho tem como objetivo analisar e
comparar os objetos e artefatos presentes na Toca do Cruzeiro (Coronel José Dias), Cemitério dos Anjos
(São Braz do Piauí) e Igreja do Senhor Bomfim (Dirceu Arco Verde),buscaremos analisar os aspectos
técnico-morfológicos e o estado de conservação de artefatos de madeira depositados nestes três locais
no estado do Piauí assim como também compreender sua correlação com o contexto histórico, social e
religioso regional, buscando ainda identificar as similaridades e variabilidades nestes espaços. Com vistas
a problematizar, através do enfoque da arqueologia regional e comunitária, as especificidades dos
contextos simbólicos e materiais associados à espaços sagrados e à pratica ex-votiva sertaneja no Piauí.
Os dados levantados até o momento, referentes ao sítio toca do Cruzeiro, indicam que, numa
perspectiva técnica, predominam o emprego de matérias primas locais; o entalhe manual, como
procedimento para formatação das peças; o predomínio de peças figurativas de partes anatômicas do
corpo cujas formas, majoritariamente, tendem à simplificação e geometrização; a rigidez e frontalidade
nas esculturas de corpo inteiro, com representações de pessoas em pé com os braços paralelos ao corpo.
Por sua vez, os relatos coletados revelam que as esculturas entalhadas na madeira e depositas na Toca
do Cruzeiro dizem respeito aos problemas de saúde vividos pelos moradores da região.
Palavras-chave: Cultura Material. Religiosidade. Ex-voto.

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ARQUEOLOGIA EM CENÁRIOS DE FOME
Respeito, dignidade, alimento e conhecimento

Conexões entre cultura material e memória social no semiárido piauiense: a indumentária dos
vaqueiros da Comunidade de Queimadinha, município de São Raimundo Nonato-PI
Amanda Paes Landim Silva (UNIVASF)
Leandro Elias Canaan Mageste (UNIVASF)
O presente trabalho teve como objetivo identificar de que forma a indumentária do vaqueiro se torna um
objeto importante no cotidiano da Comunidade de Queimadinha, zona rural do município de São
Raimundo Nonato, Piauí. Desse modo, esperamos tecer conexões entre cultura material e memória social
dentro desse contexto, avaliando as narrativas dos vaqueiros a respeito de seu passado e as
materialidades envolvidas no processo. Paralelamente, buscamos construir a história da comunidade e
entender como a indumentária se faz presente nas memórias de nossos colaboradores. Na prática,
aplicamos metodologias pautadas em entrevistas e na construção de uma ficha de análise para a
classificação dos objetos. Com os trabalhos, conseguimos coletar informações que permitiram refletir
sobre a história da comunidade de Queimadinha e sua inserção em um contexto cultural mais amplo no
tocante a vida sertaneja. Por fim, a interface entre arqueologia e comunidade aplicada nessa pesquisa
serviu para evidenciar que forma alguns vaqueiros construíram, interpretaram e narraram as suas
experiências no campo por meio da indumentária.
Palavras-chave: Cultura material. Memória social. Indumentária.Vaqueiro.

Análise da cerâmica histórica do sítio arqueológico Ramada 02, São Fernando, Rio Grande do Norte
Vanessa Dantas Evaristo (UFRN)
Keliane Soares de Macedo (UFRN)
Yasmin Isis Lopes Dantas (UFRN)
A Barragem de Oiticica, corresponde a um projeto hídrico que abrange os municípios de Jardim de
Piranhas, São Fernando e Jucurutu, no Rio Grande do Norte. Na bacia hidráulica dessabarragem foram
resgatados 23 sítios arqueológicos, dos quais, o Ramada 02, em São Fernando/RN, é um deles. Este sítio
arqueológico é multicomponencial, com vestígios pré- históricos e históricos, sendo que, neste trabalho,
abordaremos as cerâmicas históricas. A análise abordou desde as técnicas de confecção e morfologia,
além de aferições métricas. Nos fragmentos analisados observou-se, entre outros aspectos: bordas e
paredes, cujo modo de produção foi acordelado e/ou modelado. Essas peças estão, em sua maioria
fragmentados, apresentando comprimento, largura e espessura pequenos. Quanto à decoração,
percebemos uma variedade de tratamentos de superfície externa e interna. O antiplástico foi composto
principalmente de minerais, sendo o tipo de núcleo mais comum o de cor uniforme escura.
Palavras-chave: Cerâmica. Sítio arqueológico. Período histórico.

Análise do material cerâmico do sítio arqueológico Totoró, Currais Novos/RN


Hozana Danize Lopes de Souza (UFPE)
Juscelino Aguiar dos Santos Junior (UFRN)
Pedro Augusto Formiga (UFRN)
Localizado no munícipio de Currais Novos/RN, o sítio Totoró tem sua origem datada de meados do século
XVIII, a partir do contexto da instalação de fazendas de gado no Seridó colonial. As escavações
arqueológicas nesse local encontraram diferentes tipos de materiais, dentre eles, 1.421 fragmentos de
cerâmica utilitária. Essas peças foram analisadas a partir de uma ficha composta por atributos perceptíveis
macroscopicamente. Domina nessa amostra, fragmentos de parede e do modo de produção acordelado.
Ainda, ocorrem cerâmicas alisadas e fragmentos que possuem decoração variada entre escovada e incisa,
o banho vermelho está presente em ambas as faces e o antiplástico é mineral na maioria dos fragmentos,

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ARQUEOLOGIA EM CENÁRIOS DE FOME
Respeito, dignidade, alimento e conhecimento

mas também temos a presença de caco moído e carvão. Esta categoria de evidência se destaca
quantitativamente em sítios arqueológicos no Seridó Potiguar, associada a contextos de populações
sertanejas, por meio da análise percebemos que as cerâmicas não divergem de outros sítios presentes na
região.
Palavras-chave: Totoró. Cerâmica. Seridó. Arqueologia.

Análise da louça dos sítios arqueológicos Santana 01 (Jucurutu-RN), Santa Clara 01 (SãoFernando-R N)
e Oiticica 18 (Jardim de Piranhas-RN)
Maria Eduarda Soares Dias de Medeiros (UFRN)
Lourdes Castro Pereira (UFRN)
O projeto de resgate arqueológico de sítios na bacia hidráulica da Barragem de Oiticica, envolveu a
pesquisa em 23 sítios, que estão associados a ocupações históricas e pré-históricas. Os sítios
arqueológicos Santa Clara 01 e Oiticica 18 são multicomponenciais, já o Santana 01 apresentou ocupação
apenas histórica. Busca-se compreender os contextos de ocupação e de cotidiano das populações
sertanejas nos municípios de Jucurutu, São Fernando e Jardim de Piranhas, através da identificação e
análise de fragmentos de louça branca, coletados nos referidos sítios. Foram encontrados em maior
quantidade, fragmentos caracterizados como faianças finas, havendo ainda faianças e porcelanas em
menor número, cuja pasta varia de cor, predominando a branca e a ausência de decoração na maior parte
dos fragmentos. Através dos dados coletados, propõe-se o uso da louça branca como indicador
cronológico dos sítios, em virtude de sua industrialização documentada e com definição cronológica bem
marcada.
Palavras-chave: Oiticica. Sítio arqueológico. Contextos de ocupação. Louça branca.

Primeiros engenhos coloniais do litoral norte de pernambuco: uma abordagem da arqueologia de


paisagens
Luiz Severino da Silva Jr (UNIVASF)
Cláudia Alves de Oliveira (UFPE)
Essa pesquisa tem por objetivo o estudo da paisagem dos primeiros engenhos coloniais da Sesmaria
Jaguaribe, no Litoral Norte do Estado de Pernambuco. Procura-se compreender a transformação da
paisagem pela implantação dos engenhos na primeira metade do século XVI. No caso da área em estudo,
a transformação da paisagem construiu os ‘lugares sociais’ para lavradores, escravizados, povos nativos e
clérigos. Assim, os sítios arqueológicos formados, passam a ser lugares de memórias dentro do quadro do
patrimônio e relacionados as teorias sociais da diáspora, da Arqueologia de Engenhos e das relações de
poder. Nessa perspectiva, foram consideradas as dimensões do espaço físico, social e o espaço pensado
(simbólico, ideológico, a aplicação de uma ordem imaginada). Verificam-se algumas escolhas para a
construção dos lugares sociais na paisagem natural do ‘Mar de Morros’, vales fechados, com nascentes
d’água nas encostas acima das moendas, plantio em área limitadas e a consequente retração dos
engenhos no começo do século XIX, diferente das estratégias adotadas na Várzeado Capibaribe que
surgiu também no século XVI.
Palavras-chave: Arqueologia de Engenhos. Paisagens. Sesmaria Jaguaribe.

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ARQUEOLOGIA EM CENÁRIOS DE FOME
Respeito, dignidade, alimento e conhecimento

Pesquisa Arqueológica do Istmo de Olinda, PE: um acidente geográfico que une as terras e ahistória de
duas cidades irmãs
Matheus Gaudêncio de Avelar Vilela (UFPE)
Carlos Celestino Rios e Souza (UFPE)
O Istmo de Olinda é uma estreita faixa de terra, existente entre o rio Beberibe e o oceano Atlântico, que
ligava Olinda ao atual Bairro do Recife. O acidente geográfico era, até o fim doséc. XVI, uma área apenas
de passagem. Já no séc. XVII, sob o domínio holandês, atingiu o seu auge de militarização com
fortificações, como todo o Recife, então Mauritsstad. Do séc. XVIII ao XIX foi perdendo, junto à sua função
de defesa, a de passagem, graças à construção de pontes e estradas carroçáveis. No início do séc. XX,
durante as obras do Porto, foi então seccionado. Apesar de não unir mais as duas cidades, o Istmo
continua sendo um elo de suas histórias, exercendo também importante papel na história de
Pernambuco. Hoje, para a sociedade ondese insere, essa região não passa de um marco paisagístico.
Diante disso, o trabalho possui o objetivo de, por meio de pesquisas bibliográficas, iconográficas,
prospecções arqueológicas não interventivas e satélite, realizar um mapeamento dos dados
arqueológicos da área, com o propósito de saber o que ela tem a oferecer à Arqueologia, sob a ótica de
compreender as transformações sofridas pela sua paisagem ao longo do tempo da presença humana no
local.
Palavras-chave: Istmo de Olinda. PE. Paisagem. Fortificação. Iconografia.

Estudo Arqueológico de um Sítio Terrestre Submerso na Zona Intertidal da Praia dos Milagres,
Varadouro, Olinda-PE
Matheus Gaudêncio de Avelar Vilela (UFPE)
Carlos Celestino Rios e Souza (UFPE)
Na Zona Intertidal (entre marés) do bairro do Varadouro, no espaço localizado entre a Praia dos Milagres
e o início do Istmo de Olinda, foram identificados dois conjuntos de ruínas construtivas próximos entre si,
configurando um Sítio Terrestre Submerso Marinho, categoria de sítio arqueológico ainda não catalogada
em Pernambuco e tema de pesquisa incipiente no Brasil. Diante disso, o trabalho tem o objetivo de
elucidar o surgimento desse sítio, compreendendo as transformações pelas quais passou, assim como
desvendar o histórico das construções que nele resultaram, através de pesquisas bibliográficas,
iconográficas, imagéticas e entrevistas não estruturadas com moradores das redondezas da área
estudada. Neste contexto, foi possível entender que o principal fator causador do arruinamento das
construções foi o avanço do mar sobre o litoral, resultado do desequilíbrio ecológico ocasionado pelos
aterros dos mangues e alagados da região, assim como das obras de dragagem e ampliação do Porto do
Recife. Além disso, a comparação entre imagens de satélites e fotografias aéreas forneceu informações
que permitem estabelecer um corte cronológico das construções.
Palavras-chave: Zona Intertidal. Sítio Terrestre Submerso. Paisagem.

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ARQUEOLOGIA EM CENÁRIOS DE FOME
Respeito, dignidade, alimento e conhecimento

SIMPÓSIO TEMÁTICO 03 – Gênero e Arqueologia: o que mudamos desde 2020? Perspectivas desde o
Nordeste
EIXO 2: DE ONDE VIEMOS E PARA ONDE VAMOS: A ARQUEOLOGIA NORDESTINA E OS DESAFIOS
CONTEMPORÂNEOS
ST03: Gênero e Arqueologia: o que mudamos desde 2020? Perspectivas desde o Nordeste
Viviane Maria Cavalcanti de Castro (UFPE)
Mônica Almeida Araújo Nogueira (IPHAN-AM)
Mariana Zanchetta Otaviano (IPHAN-MA)
A proposta deste simpósio temático é promover uma continuidade do espaço de discussão criado no ano
de 2020, quando da realização da VI SAB-NE. A partir de um movimento de circularidade, procura-se não
somente aprofundar as discussões iniciadas na edição anterior, como também abraçar novos temas de
pesquisas. As normas sexistas, androcêntricas, heteronormativas e coloniais estão em debate e
demonstram que a ciência nunca foi neutra, as construções da arqueologia tradicional, historicamente
patriarcal e colonial, não correspondem mais aos anseios de pesquisa no presente, pois contribuem para
a permanência de realidades únicas e binárias, opressões e violências raciais e de gênero. A arqueologia
passa, portanto, pelo dilema de modificar-se na ação de romper com as estruturas que a ergueram. Negar
esse fato é negar a realidade. Partindo principalmente do movimento crítico feminista da ciência e no
caminho de contestar e romper com as formas de representação que foram construídas sobre o passado,
este simpósio temático convida para participar pessoas cujos trabalhos e temas de pesquisa versem sobre
uma arqueologia que se comunica e se conecta a ideias que denunciem, de alguma forma, as opressões
científicas e as mais diversas violências. Nestes propósitos, o Simpósio “Gênero e Arqueologia: o que
mudamos desde 2020? Perspectivas desde o Nordeste” abarcam dentre tantas, as arqueologias do corpo,
feminista, queer, cuir, decolonial e subalterna, envolvendo ainda demais pesquisas que possam contribuir
para pensar a condição arqueológica, visando discutir tanto a produção científica quanto promover a
militância nos campos dos fazeres arqueológicos, especialmente no Nordeste.
Palavras-chave: Arqueologia Crítica. Conhecimento Científico. Gêneros. Militância.

Do binário ao cuir: conversando sobre outras possibilidades de leitura do registro arqueológico


Mariana Zanchetta Otaviano (UFPE)
Shay de los Santos Rodriguez (FURG)
O entendimento binário de sexo e sua associação aos gêneros masculino e feminino influenciam, até hoje,
as análises dos materiais arqueológicos, fato que se dá por diferentes motivos, entre os quais por vivermos
em uma sociedade que entende sexo como gênero e por observamos uma cristalização deste pensamento
nas produções acadêmicas. Nesse sentido parte-se da premissa heteronormativa para a formulação de
hipóteses e inferências sobre modos de ser e viver no passado. Mas uma mulher é uma mulher por possuir
vagina? O que faz de um homem um homem? Acreditamos que as possibilidades interpretativas se
limitam quando a binariedade é utilizada para nortear a formulação sobre os modos de existir. Este
trabalho se baseia em discussões contemporâneas sobre os gêneros e busca refletir como a
heteronormatividade, enquanto norma, acaba anulando a oportunidade de se pensar outras
possibilidades de existências dentro da análise arqueológica, invisibilizando as diferentes formas de ser
que não estão inseridas na norma hétero. Para fomentar nosso debate, utilizamos imagens de algumas
estatuetas encontradas em sítios arqueológicos tipo estearias, situadas no Maranhão e de outras
materialidades arqueológicas. Para tanto, por meio de uma conversa e embasades em estudos queer/cuir,
fizemos a análise iconográfica destas imagens, discutindo e apresentando as possibilidades de inserção de
outros olhares para a análise do material arqueológico.
Palavras-chave: Arqueologia Cuir. Construção do Conhecimento Arqueológico. Análise Iconográfica.

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ARQUEOLOGIA EM CENÁRIOS DE FOME
Respeito, dignidade, alimento e conhecimento

Estatuetas. Gêneros.

Problemas de gênero nos registros rupestres do Parque Nacional Serra da Capivara: Provocações em
direção a uma ecologia de saberes
Itelmar de Negreiros Oliveira (UNIVASF)
Leandro Elias Canaan Mageste (UNIVASF)
Nesta pesquisa, proponho uma reflexão acerca das abordagens sobre os registros rupestres do Parque
Nacional Serra da Capivara com atribuições de “sexo” e “gênero”, inspirado nas provocações das teorias
decoloniais e queer. Nesse sentido, buscarei transitar por uma ecologia dos saberes, no intuito de analisar
as diferentes narrativas arqueológicas produzidas nas últimas décadas para a região. Ao mesmo tempo,
tentarei perceber como essas narrativas são assimiladas, interpretadas e desafiadas em outros cenários
de produção de conhecimento, considerando as experiencias dos condutores de turismo da região, bem
como perspectivas etnográficas e etnoarqueológicas que desnaturalizam a questão do gênero. Em termos
práticos, a partir da aplicação de uma arqueologia etnográfica, realizarei uma leitura densa desses
contextos, pautando o estudo em uma revisão bibliográfica crítica e na elaboração de entrevistas
semiestruturadas com os condutores de turismo da região. Com esses esforços, buscarei ampliar o arsenal
de possibilidades interpretativas, comprometidas em entender/romper com a normatização estabelecida
pelo sistema colonial binário de “sexo” e “gênero”.
Palavras-chave: Gênero. Arqueologia. Estudos Decolonial. Ecologia dos Saberes.

Arqueologia e Gênero nos Espaços Cemiteriais: a representação de indivíduos infantis no Cemitério de


Santo Amaro, Recife (1851-1930)
Luanderson Monteiro Ferraz (UFPE)
Vanessa Viviane de Castro Sial (UFPE)
Viviane Maria Cavalcanti de Castro (UFPE)
O presente trabalho propõe investigar o aparato material empregado nos túmulos de indivíduos infantis
sepultados no Cemitério de Santo Amaro entre 1851 e 1930, a fim de compreender como o gênero está
inserido na arte tumular, quais as diferenças entre as representações de indivíduos infantis femininos e
masculinos e como a sociedade recifense da época lidava com a morte de infantes. Para tal, foram
levantados os dados de 38 túmulos, dentro do recorte estabelecido, que compreende um total de 42
indivíduos infantis. Foram observadas as seguintes categorias de análise: localização do túmulo no
cemitério, dados referentes aos indivíduos infantis, informações sobre os túmulos. Além de notícias de
jornal recolhidas do Diário de Pernambuco, através do site da Hemeroteca Nacional Brasileira. A análise
dessas categorias mostrou que há diferenças na forma de retratar indivíduos masculinos e femininos,
tanto na materialidade, quanto nos símbolos empregados em seus túmulos. Embora, seja possível notar
que tais representações tendem a se uniformizar com o passar do tempo, em decorrência da forma de
lidar com a morte pela sociedade e pela organização do espaço cemiterial.
Palavras-chave: Gênero. Arqueologia da infância. arqueologia cemiterial, representação social.
materialidade.

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ARQUEOLOGIA EM CENÁRIOS DE FOME
Respeito, dignidade, alimento e conhecimento

Arqueologia no cemitério de Santo Amaro, Recife/PE: Uma análise das representações infantis
presentes na arte funerária dos jazigos (1851 - 1930)
Luís Filipe Marinho Harten de Amorim Nogueira (UFPE)
O objetivo deste trabalho é analisar e comparar frequências nas variáveis de representações infantis (e
suas relações) visivelmente apresentadas nos jazigos do cemitério de Santo Amaro das Salinas, entre
1851 e 1930, comparando Primeira República e Segundo Reinado. Entre os elementos analisados estão
tipo de arte, matéria-prima, tipo de jazigo, categoria de representação infantil, ações representadas, e
associações entre representações. Os resultados indicam que na Primeira República há um reforço na (já
presente) predominância de associações de elementos religiosos às representações infantis,
representações de crianças terrenas se tornam menos frequentes na transição entre os períodos
históricos analisados, enquanto representações de querubins se tornam mais frequentes. Representações
de anjos se apresentaram as mais frequentes nos dois períodos analisados. Por sua vez, ocorreu um
aumento na variedade de associações entre elementos das representações entre o SegundoReinado
e a Primeira República, fato que indica um investimento realizado pela sociedade recifense na cultura
material funerária do primeiro ao segundo período.
Palavras-chave: Arqueologia Histórica. Estudos cemiteriais. Infância. Arte Tumular. Cemitério de Santo
Amaro.

“Foi Maria pra depois Bonita”: cangaceiras, armas e a imagética do cangaço através da Arqueologia
Luciana Alves Costa (USP)
Organizações contra hegemônicas, que desafiaram o poder governamental, foram recorrentesno Brasil,
sobretudo no Nordeste. No contexto da citada região brasileira e ao final do século XVIII, pessoas armadas
e organizadas em bandos transitaram por alguns de seus sertões e iniciaram o que conhecemos por
cangaço. Interpretado como bélico por sua associação com armas e, por esse motivo, antes visto como
exclusivo para o gênero masculino, esse movimento contou com a participação de mulheres sertanejas na
primeira metade do século XX. As cangaceiras, apesar de inseridas numa sociedade com valores morais
patriarcais, confrontaram aordem social vigente, foram partícipes no cotidiano do cangaço, manusearam
armas, influenciaram a organização do movimento e contribuíram para a construção de sua imagética.
Tais interpretações resultam da pesquisa “Acorda Maria Bonita, levanta, vai fazer o café: a relação do
gênero feminino do cangaço com a cultura material bélica” cuja realização se deu mediante a análise
imagética de registros fotográficos, análise de coleção privada associada às cangaceiras, e sob os
pressupostos teóricos da Arqueologia de gênero e feminista.
Palavras-chave: Cangaceiras. Armas. Imagética. Arqueologia de Gênero e Feminista. Arqueologia do
Cangaço.

Um olhar feminista sobre a prática arqueológica: o caso dos egressos do curso de bacharelado em
arqueologia da UFPE
Alessandra Hellen de Lima Oliveira (UFPE)
Viviane Maria Cavalcanti de Castro (UFPE)

Na última década as arqueólogas vêm se manifestando pela reivindicação do reconhecimento de sua


importância na arqueologia e as dificuldades em sua prática. O objetivo dessa pesquisa é transformar as
discussões, denúncias e apontamentos de comportamentos nocivos durante a prática arqueológica em
dados com o fim de formalizar o incômodo dos(as) profissionais prejudicados(as) e ser um ponto de
partida para, além de expor esse problema, iniciar um movimento de resolução dessas questões,
embasadas na arqueologia de gênero e arqueologia feminista a partir de seu viés crítico voltado aos

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ARQUEOLOGIA EM CENÁRIOS DE FOME
Respeito, dignidade, alimento e conhecimento

profissionais da área. O objeto dessa pesquisa são os egressos da UFPE, e lhes foi indagado: existe distinção
de comportamento nas relações de trabalho na prática arqueológica? Se sim, elas são afetadas por
questões de gênero, desde o processo de seleção à sua remuneração? Como ocorrem essas relações?
Como a pandemia do COVID-19 reforçou esses aspectos comportamentais? E como a intersecção de
Orientação Sexual e Identidade Étnico-racial interferem nesses comportamentos? Para responder essas
questões, foi elaborado um questionário distribuído em plataformas online. E a partir dos dados coletados,
foi feita uma análise relacionando os grupos definidos pela identidade de gênero e suas possíveis
intersecções e alguns contextos chave como por exemplo, o assédio moral. Através da metodologia de
análise de dados, foi possível identificar que existem situações que são mais comuns às mulheres e outras
que perpassam as intersecções entre identidade de gênero, Identidade étnico-racial e Orientação Sexual.
Palavras chave: Arqueologia de Gênero. Arqueologia Feminista. Prática Arqueológica.

SIMPÓSIO TEMÁTICO 07 – Pesquisas Arqueológicas com enfoque ambiental no Nordeste brasileiro:


espaços e saberes
EIXO 3: ARQUEOLOGIA E MULTIAMBIENTES NO NORDESTE

ST7: Pesquisas Arqueológicas com enfoque ambiental no Nordeste brasileiro: espaços e saberes
Cristiana de Cerqueira Silva Santana (UNEB)
Albérico Nogueira de Queiroz (UFS)
O Simpósio proporciona um espaço para a apresentação e discussão de pesquisas em Arqueologia com
enfoques voltados à compreensão ambiental, no tocante aos processos migratórios, de ocupação e de
utilização do meio, sejam em períodos pré-coloniais e pós-coloniais, nos biomas inseridos no Nordeste
brasileiro: Caatinga, Cerrado, Mata Atlântica e Floresta Amazônica. Interessa-se por debater as estratégias
para obtenção, aproveitamento e processamento de matérias-primas bióticas e abióticas. Também se
interessa por estudos que viabilizam e auxiliam as investigações arqueológicas e ambientais
multifacetadas na região, tais como, experimentações com faunas e vegetais, abordagens paleoecológicas
e ecológicas, inclusive em comunidades tradicionais atuais, as quais possam subsidiar estudos
etnoarqueológicos; além de montagens e manejos de coleções de referência e aplicações de metodologias
interdisciplinares. A relevância de se conhecer, abordar e discutir tais estudos proporciona conhecimento
e aprofundamento nas diversas perspectivas, e em especial ao colaborar com o avanço da Arqueologia
Ambiental, Zooarqueologia, Arqueobotânica, Geoarqueologia, Antropoarqueologia e demais áreas
correlatas. Em suma, espera-se promover uma ampla reflexão sobre as estratégias metodológicas
adotadas nas investigações sobre ocupação e utilização do espaço no decorrer do tempo, a partir dos
estudos de remanescentes orgânicos e inorgânicos provenientes dos contextos arqueológicos, tendo
como subsídio diversas pesquisas, as quais estão sendo desenvolvidas no nordeste brasileiro, abrangendo
a Arqueologia, Biologia, Ecologia Humana e Ciências Ambientais, compreendendo a ocupação humana
como uma complexa tessitura de relações ecológicas e sociais.
Palavras-chave: Ambientes. Contextos. Interfaces. Reflexões

Lugar, gesto e memória: persistências no fazer das loiças de barro Xokó


Larousse Soares Magalhães (UFS)
Lorena Luana Wanessa Gomes Garcia (UFS)
Juliana Salles Machado (UFS)
A presente proposta é parte de pesquisa realizada junto às mulheres loiceiras do povo indígena Xokó, que
vivem na Terra Indígena Caiçara/Ilha de São Pedro (SE). O território tradicionalmente ocupado pelos Xokó

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ARQUEOLOGIA EM CENÁRIOS DE FOME
Respeito, dignidade, alimento e conhecimento

se tornou alvo de disputa ainda nas primeiras décadas da invasão do colonizador europeu e a violência
desencadeada desde então está expressa nos séculos de silenciamento e invisibilização do povo indígena.
A loiça de barro contribuiu e viabilizou a ressurgência étnica dos Xokó na década de 1970, período que
marca a retomada da terra no passado recente . A história das loiças é indispensável à memória coletiva
e seu processo de produção acompanha as mudanças e continuidades desta prática ancestral. Neste
sentido, algumas escolhas relacionadas ao fazer das loiças se mostram irredutíveis: o barreiro utilizado, a
dinâmica de ensino-aprendizagem e o contar das histórias das mulheres loiceiras. Do ponto de vista
etnoarqueológico e das arqueologias do passado recente, estes aspectos indicam que as mudanças e as
continuidades observadas na produção das loiças podem ser entendidas como faces de um mesmo
fenômeno: a persistência da identidade Xokó materializada nas suas panelas de barro.
Palavras-chave: Etnoarqueologia. Arqueologia do passado recente. Loiça de barro. Loiceiras Xokó. T.I.
Caiçara/Ilha de São Pedro.

Vasos, cuias, panelas e potes: um olhar sobre a cerâmica tupiguarani da mata sul de Pernambuco
Wirlanny Evelyn Oliveira Barros (UFRPE)
Ana Lucia do Nascimento Oliveira (UFRPE)
Os vestígios materiais deixados pelos povos originários, presentes nos sítios arqueológicos, permitem
reconstituir uma possível interpretação acerca de seu modo de vida e entender os processos de interação
com o meio ambiente à sua volta. Nessa perspectiva, o presente trabalho tem como objetivo, apresentar
uma compreensão acerca das dinâmicas culturais dos grupos Tupis que se estabeleceram na região da
Mata Atlântica Sul de Pernambuco, buscando analisar os vestígios cerâmicos da tradição tupi-guarani,
recuperadas pelo “Programa de Salvamento Arqueológico na Área da Refinaria do Nordeste - Abreu e
Lima, Município de Ipojuca-PE". Por meio desse estudo, apresentaremos a variabilidade artefatual desses
vestígios que foram evidenciados nos sítios de ocupação pré-colonial, e os elementos presentes no seu
modo de fabricação e decoração, trazendo à cena principal as populações ceramistas que as produziram
e utilizaram e suas relações com o ambiente. Possibilitando contribuir com novos olhares para o campo
da Arqueologia Pré-colonial e compreender ainda mais a respeito dos grupos Tupis que se estabeleceram
nas matas litorâneas próximas ao mar de Pernambuco.
Palavras-chave: Cerâmica Tupiguarani. Povos Originários. Arqueologia Pré-colonial do Nordeste.

Estruturas de obtenção de água pela comunidade de Lagoa de Fora, São Raimundo Nonato,semiárido
piauiense
Samara Sandra de Negreiros Paes (UNIVASF)
Vanessa Linke (UNISVASF)
Nailton Negreiros Ribeiro (UNIVASF)
A Arqueologia do Presente nos coloca diante da possibilidade de se voltar o olhar arqueológicopara o
tempo recente, ou para o passado contemporâneo, se imiscuindo de suas materialidades, sentidos e
narrativas associadas. O contexto que aqui trabalhamos se refere a uma comunidade rural em São
Raimundo, denominada Lagoa de Fora, e que foi fundada na transição do século XIX para o XX, por
Serapião José de Negreiros e Ana Rosalina de Negreiros. À margem da lagoa que nomeia a comunidade,
foram alocadas as primeiras edificações que, com o crescimento dos descendentes de Serapião e Ana
Rosalina, foram rumando para locais vizinhos conformando o território vasto que detém a comunidade e
que engloba, inclusive, as outras lagoas. Situada no semiárido piauiense a população regional vive com
períodos de longas estiagens. A convivência com seca permitiu que as comunidades do semiárido
desenvolvessem conhecimentos e estratégias coletivas e familiares para a busca e armazenamento de
água, seja com a ajuda de políticas públicas de estado, seja de forma independente do poder público. Este

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ARQUEOLOGIA EM CENÁRIOS DE FOME
Respeito, dignidade, alimento e conhecimento

trabalho tem por objetivo caracterizar os distintos processos de acesso (captação e armazenamento) à
agua utilizados na comunidade de Lagoa de Fora desde o início de sua ocupação até os dias atuais. Através
de campos etnográficos e descritivos pode-se perceber a presença de seis processos: barreiro, cacimba,
caldeirão (de pedra), cisterna, poço, barragem. Percebe-se que os seis processos não são excludentes e
coexistem em um mesmo momento, embora se perceba o gradual abandono dos caldeirões (de pedra),
com a instalação de cisternas e mudança no uso da água de diferentes estruturas ao longo do tempo.
Palavras-chave: Arqueologia do presente. Barreiro. Cacimba. Caldeirão. Seca.

Sítios com Arte Rupestre na Bacia Hidrográfica do Rio Grande, Barreiras e São Desidério-BA:Estudos
Geoarqueológicos
Fernanda Martins da Silva Leão (Itgeo consultoria)
Paulo Jobim Campos Mello (UFS)
Os sítios arqueológicos Morro dos Tapuias, Derocal, Seu Camé, Gruta das Pedras Brilhantes e Serra do
Mimo foram estudados em uma perspectiva geoarqueológica, de modo a compreender as interações
humanas e escolhas geoambientais das sociedades produtoras de arte rupestre na região da bacia
hidrográfica do Rio Grande, margem esquerda do rio São Francisco. A diversidade de técnicas e temáticas,
a variedade de cores e combinações das pinturas e as sobreposições e diferenciações de suportes indicam
que os sítios foram intensamente ocupados em momentos distintos. As escolhas dos suportes e a posição
nos painéis foram distintas para gravuras e pinturas, dependendo da disponibilidade de suportes e tipos
de litologia, sendo que algumas escolhas indicam intenções de ocultar ou dar destaque a alguns registros.
Os estudos evidenciaram que a escolha geoambiental de cada sítio independeu da ocorrência de corpos
hídricos, próximos ou mais distantes, e dos locais demandarem maior esforço físico para serem
alcançados. O que há em comum é que foram priorizados locais com grandes afloramentos rochosos e
que dispõem de áreas abrigadas e com bom sombreamento.
Palavras-chave: Arte Rupestre. Geoarqueologia. Arqueologia Ambiental. Barreiras-BA. São Desidério-BA.

Arqueologia da paisagem na ilha de Cajaiba, Bahia


Fabricio de Sena Ferreira (UFRB)
Henry Luydy Abraham Fernandes (UFRB)
A presente pesquisa em andamento insere-se na linha de estudos de Arqueologia sobre Populações,
ambientes e culturas. O presente estudo tem como objeto a ilha de Cajaíba e os sítios arqueológicos
históricos e indígenas nela presentes. Os objetivos são: Apresentar o conceito de Arqueologia da Paisagem
empregada na pesquisa; localizar os sítios arqueológicosna ilha de Cajaíba; fazer o levantamento de dados
acerca dos sítios presentes em Cajaíba e na BTS; produzir um Mapa Etnoarqueológico de Cajaíba a partir
do cruzamento de dados arqueológicos e dados prestados pela população local ao etnomapa. Os
métodos empregadosno trabalho foram: levantamento de dados por meio da prospecção oral junto à
comunidade a fim de produzir o etnomapa. Prospecção oportunista de superfície por meio de caminhada
em algumas áreas do terreno, investigação Geoarqueológica Ambos os métodos convergem para a
produção de dados arqueológicos para a consecução da pesquisa. Como resultado até o momento já
registramos na ilha a ocorrência de Sítios históricos e indígenas com a presença de polidores, cerâmicas e
instrumentos líticos.
Palavras-chave: Arqueologia da paisagem. Cajaíba. Artefato Lítico.

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ARQUEOLOGIA EM CENÁRIOS DE FOME
Respeito, dignidade, alimento e conhecimento

Os registos rupestres da borda sul da Chapada Diamantina: uma perspectiva ambiental no estudo das
pinturas pré-coloniais
Róbson Bonfim de Caires (UFS)
Albérico Nogueira de Queiroz (UFS)
Carlos Alberto Santos Costa (UFRB)
O Vale do Riacho dos Poções localiza-se no município de Paramirim, Bahia, apresenta como grande
potencial para o estudo da Arte Rupestre. O espaço é um corredor que separam naturalmente a Serra
Geral da Chapada Diamantina. Dentro da ciência arqueológica, acredita-se que a ‘Arqueologia Ambiental’
seja uma disciplina que forneça subsídios conceituais e metodológicos seguros para a aplicabilidade deste
trabalho. Contextualmente, entende-se o ambiente como um espaço onde as interações naturais e sociais
ocorrem, a partir de uma dinâmica de transformação constante. A aplicabilidade metodológica correta,
somada a uma segura análise laboratorial, que faz da Arqueologia Ambiental um poderoso campo de
estudo das interações humana com os ambientes naturais. O conjunto de pinturas rupestre encontrado
neste ambiente exibe predominância de desenhos geométricos aplicados com os dedos e, por isso, sugere
uma forma específica de representar, que pode ou não estar associada a um determinado contexto
sociocultural e ambiental. Enfim, todo o esforço na elaboração de um protocolo de procedimentos
metodológicos visa, de um lado, pensar em processos que sejam adequados ao universo artefatual
analisado e, de outro, dar consistência e assegurar coesão no levantamento de dados que, ulteriormente,
sustentarão as interpretações arqueológicas.
Palavras-chave: Pintura Rupestre. Arqueologia Ambiental. Bahia.

MESA DE ABERTURA
Território de violência, tráfico humano e tráfico arqueológico, o caso de México/Mesoamérica
Prof. Dr. Pedro Jiménez Lara (UV/México)
A Mesoamérica é reconhecida mundialmente como um ponto originário das Américas. Uma grande parte
do território mexicano faz parte desta área cultural. O território mexicano sempre permaneceu como um
espaço de tráfico de tudo. Atualmente, é um território de muita violência com tráfico de drogas intenso,
migrações humanas centro-americanas e claro roubo de peças arqueológicas impactando fortemente a
sociedade mexicana. Todo o conjunto de tráfico impacta no nosso trabalho de pesquisas arqueológicas,
impedindo avanços importantes.

2º DIA: 22 DE SETEMBRO DE 2022

SIMPÓSIO TEMÁTICO 05 – Dos vivos aos mortos: abordagens em Bioarqueologia


EIXO 3: ARQUEOLOGIA E MULTIAMBIENTES NO NORDESTE

ST05: Dos vivos aos mortos: abordagens em Bioarqueologia


Profa. Dra. Jaciara Andrade Silva (UNIVASF)
Profa. Dra. Olivia Alexandre de Carvalho (UFS)
Ao considerarmos as últimas décadas que transitaram entre a mudança de século, é perceptível um
crescimento em pesquisas no Brasil voltadas a contextos com a presença de material orgânico, tanto
considerando ambientes arqueológicos quanto forenses. A região Nordeste, portadora de importantes
sítios arqueológicos, apresenta uma diversidade de cultura material e imaterial que envolve os contextos

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ARQUEOLOGIA EM CENÁRIOS DE FOME
Respeito, dignidade, alimento e conhecimento

da morte, estando ela como um reflexo da prática indígena ou mesmo nos conduzindo em uma narrativa
entre igrejas e cemitérios, oficiais ou clandestinos, os quais permitem entender parte do comportamento
social em geral ou dos indivíduos em particular. Este simpósio tem como objetivo abrir um espaço para
diálogos sobre pesquisas relacionadas a contextos mortuários ou funerários no Nordeste do Brasil
considerando o potencial informativo dos remanescentes orgânicos, ou materiais correlatos, contribuindo
assim para entender parte deste passado e presente. A proposta se justifica pela necessidade deste espaço
de fala, sobretudo considerando o número ainda pouco expressivo de pesquisas sobre o tema na região,
mas com potencialidade de crescimento. Assim, esperamos que seja possível utilizar ambientes como este
para divulgação de pesquisas já realizadas ou ainda em desenvolvimento, permitindo que essas “histórias
escavadas” se cruzem e que contem muito mais do que o próprio contexto ou material tem a nos dizer.
Palavras-chave: Nordeste brasileiro. Bioarqueologia. Arqueologia. Antropologia Forense.

Bioarqueologia em foco: um recorte da arqueologia nordestina


Karla Freitas Oliveira (UFS)
O estudo arqueológico possui diversas facetas, ênfases e abordagens. Neste cenário, a Arqueologia
brasileira é rica quando se trata de diferentes contextos, permeando a pesquisa com a necessidade de
enfoques regionais. O objetivo geral deste trabalho foi estudar sobre a Bioarqueologia nordestina, e os
específicos: mapear trabalhos bioarqueológicos sobre a região nordeste do Brasil; criar um banco de dados
com as bibliografias levantadas; levantar quais sítios fazem parte do acervo temporário do Laboratório de
Bioarqueologia da Universidade Federal de Sergipe (LABIARQ), seu material osteológico humano e
patologias. As atividades foram divididas em duas fases: mapeamento e confecção de um banco de dados
sobre os estudos bioarqueológicos do nordeste brasileiro, e inventário do acervo temporário
paleoantropológico junto ao LABIARQ. Como resultado obteve-se o levantamento satisfatório dos
remanescentes humanos temporários no LABIARQ bem como suas patologias, e a elaboração do banco
de dados que conta com mais de 50 trabalhos. Conclui-se que o trabalho gerou importantes dados
estatísticos contendo informações relevantes para pesquisadores futuros.
Palavras-chave: Bioarqueologia. Paleopatologia. Arqueologia nordestina.

Arqueologia da morte: estudos de caso sobre a materialidade presente nos registros funerários
Melissa Jéssica Beleza Souza (UFPE)
Diógenes Santos Saldanha (UFPE)
Este trabalho tem como objetivo apresentar e discutir como diferentes tipos de artefatos são identificados
de forma recorrente no registro arqueológico funerário. Partindo de uma revisão bibliográfica,
exemplificamos diferentes estudos de caso de vestígios materiais evidenciados em associação ao indivíduo
morto. Ao se pensar numa Arqueologia da Morte nos deparamos com elementos socioculturais de
comunicação únicos da cultura material funerária que lançam o desafio de identificar informações
contidas nos sepultamentos e consequentemente aos indivíduos a que foram associados durante o ciclo
funerário. Com base em todos os estudos de caso levantados, representados de forma variável em seus
contextos pré-coloniais e coloniais, a cultura material presente na morte deve ser considerada enquanto
manifestações físicas das práticas funerárias, e, portanto, uma parcela da cultura de uma sociedade que a
constitui.
Palavras-chave: Arqueologia da Morte. Práticas Funerárias. Cultura Material.

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ARQUEOLOGIA EM CENÁRIOS DE FOME
Respeito, dignidade, alimento e conhecimento

Análise Bioarqueológica de Contextos Funerários no Piauí


Ana Luzia Pinheiro de Freitas (UFPI)
Claudia Minervina Souza Cunha (UFPI)
Esse trabalho trata da análise de contextos funerários no Piauí. Com o objetivo de demonstrar as
características inerentes aos sítios funerários do Estado, foram estabelecidos parâmetros para a análise,
bem como o levantamento do estado da arte sobre os mesmos. A abordagem teórica do trabalho centra-
se em conceitos da Bioarqueologia, Arqueologia da Morte e Anthropologie de Terrain. A metodologia
utilizada pretendeu reunir os dados publicados em fontes científicas de forma ampla e explicativa para
ajudar a futuros trabalhos com perspectivas similares. Os resultados obtidos apresentaram as práticas
funerárias empregadas por comunidades pretéritas em 23 sítios arqueológicos, ajudando a inferir
continuidades e rupturas nessas práticas em diferentes contextos funerários do Piauí.
Palavras-chave: Contextos Funerários. Piauí. Bioarqueologia.

De volta ao começo: Reconstituição da posição original de enterramento em sepultamento infantil por


meio da Arqueotanatologia
Jaciara Andrade Silva (UNIVASF)
Olivia A. de Carvalho (UFS)
Elaine Alves de Santana (UFS)
O objetivo deste trabalho é apresentar os aspectos biológicos e sociais da morte envolvidos no complexo
cenário perceptível na sepultura 140 do sítio Justino. Para tanto, foi aplicada a Arqueotanatologia, a qual
considera para a leitura das práticas mortuárias três elementos individualizados e correlacionados, sendo
eles; o corpo, o ambiente e os artefatos associados. O indivíduo foi caracterizado na faixa etária de 5±1,5
anos, com posição de enterramento original definido como sentado com membros inferiores e superiores
flexionados, presença de tembetá e de contas, sobretudo de vidro, organizadas sequencialmente sob a
região torácica, sendo interpretadas em formato de colar, além de cerâmica sobrepondo o corpo. A
Arqueotanatologia nos permite regressar ao momento original de deposição dos indivíduos, entendendo
os gestos associados a este momento fúnebre como ações cuidadosamente preparadas, bem como a
escolha dos artefatos inseridos. Os sepultamentos infantis revelam traços de um indivíduo que
prematuramente interrompeu seu ciclo e que, ao olhar os sepultamentos em geral, nos permitem
enxergar parte do olhar daquele grupo sobre o seu morto.
Palavras-chave: Antropologia Biológica. Arqueotanatologia. Arqueologia Mortuária. Sepultamento Não-
adulto. Sítio Justino.

Técnicas de mapeamento e estabilização nos remanescentes humanos da UF 8 do sítio Vila Velha-


Itamaracá-PE (sécs. XVI a XIX)
Celyne Rodrigues Brito dos Santos Davoglio (UFPE)
Sérgio Francisco Serafim Monteiro da Silva (UFPE)
As alterações dos remanescentes ósseos humanos indicam eventos que ocorreram aos mesmos no
passado, viabilizando informações bioantropológicas e tafonômicas que irão, por sua vez, auxiliar na
compreensão da história de uma determinada população. Todas estas informações contidas nos ossos são
importantes não só para a Bioarqueologia, como para a Conservação Arqueológica, que visa formular e
aplicar métodos de estabilização estrutural das coleções osteológicas. A metodologia baseou-se na
investigação e caracterização os danos ocorridos aos remanescentes ósseos humanos da unidade
funerária 8 do sítio histórico Vila Velha-PE, visando: a decapagem do bloco da unidade funerária; análise
investigativa com FRX do tecido ósseo; criação de uma ficha de mapeamento de danos com a análise da
suas intensidades; planejamento para estabilização do tecido ósseo, limpeza, consolidação e proposta de

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ARQUEOLOGIA EM CENÁRIOS DE FOME
Respeito, dignidade, alimento e conhecimento

musealização. Este estudo contribui para o estudo de novos métodos no reconhecimento dos danos em
ossos, possibilitando, assim, a continuidade de futuras pesquisas.
Palavras-chave: Conservação Arqueológica. Bioarqueologia. Educação Patrimonial.

O cemitério como espaço de diálogo entre a bioarqueologia e a arqueologia histórica


Fábio Marcelo de Albuquerque Melo Júnior (UFPE)
A presente pesquisa apresenta o cemitério como espaço de possível coabitação entre o estudo
arqueológico da bioarqueologia e da arqueologia histórica, de modo que o diálogo entre elas proporcione
uma investigação mais complexa, com os vestígios de ambas naturezas. Esta pesquisa assume sua
importância devido aos demais estudos priorizarem uma investigação com apenas uma das vertentes
arqueológicas citadas, assim, entender o cemitério como o espaço que pode permitir essa abordagem
conjunta entre cultura material e remanescente. Para abordar a pesquisa, será utilizado o debate teórico
do uso de ambas perspectivas dentro do cemitério, estabelecendo aproximações e distanciamentos entre
elas. Estudo de casos serão citados para apresentar de forma mais concreta as possibilidades e limites que
possuem, assim como, apontar os benefícios do entrelaçamento das mesmas.
Palavras-chave: Cemitério. Bioarqueologia. Arqueologia Histórica. Cultura Material.

Sepulturas e Contas no Largo do Sítio Largo da Matriz em Marechal Deodoro, Alagoas


Luana Marins (UFS)
Neste trabalho, foram abordados questões relacionadas ao perfil biológico, funerário e considerações
técnico metodológicas de identificação de adornos funerários, realizadas no Laboratório de
Bioarqueologia da Universidade Federal de Sergipe a partir da catalogação de contas e um pingente
evidenciados no Sítio Largo da Matriz em Marechal Deodoro, Alagoas. In situ, as amostras fúnebres
analisadas encontravam-se associadas ao contexto funerário dos indivíduos ali encontrados. A
metodologia abordada para a classificação parte de uma ficha de cadastro, assim como as análises
bioarqueológicas referentes ao indivíduo associado às contas considerando sua relação ao processo de
inumação, contexto funerário e fatores bioculturais.Como resultado dessas análises foi possível concluir
informações sobre dimensões, estado de conservação e a inter-relação indivíduo/contas. A classificação
realizada ajudou a identificar padrões nos dados apresentados para as contas e suas associações no
contexto funerário, e buscou agregar informações e suscitar indagações futuras sobre a relação destes
com o âmbito funerário.
Palavras-chave: Bioarqueologia. Adornos Funerários. Catalogação.

Espaços para os vivos e espaços para os mortos: sítios com remanescentes humanos e suas
diversidades artefatuais em Camalaú/PB
Silvana Moreira da Silva (UNIVASF)
Jaciara Andrade Silva (UNIVASF)
O principal objetivo do trabalho é abordar os sítios arqueológicos caracterizados enquanto abrigos, Barra
e Parque das Pedra, na Paraíba, a partir de seu entendimento enquanto espaços funerários. A proposta é
mostrar a relação desse material, suas similaridades, diferenças, estado de conservação, forma de
deposição e suas relações com o contexto. A Arqueotanatologia será utilizada para leitura dos ambientes
funerários e discussões acerca dos mesmos. No sítio Barra não foram identificados indivíduos articulados,
mas uma diversidade artefatual incluindo materiais vegetais. O sítio Parque das Pedras apresenta uma
desorganização nas primeiras camadas, sendo observado um padrão maior de organização nas camadas
mais profundas do abrigo. Os sítios de Camalaú com remanescentes humanos apresentam um papel

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ARQUEOLOGIA EM CENÁRIOS DE FOME
Respeito, dignidade, alimento e conhecimento

significativo para decodificar parte do passado do atual território nordestino, corroborando com o
entendimento ligado às práticas funerárias pretéritas.
Palavras-chave: Bioarqueologia. Arqueologia Funerária. Cariri Paraibano.

Análise Bioarqueologica preliminar dos remanescentes ósseos humanos escavados no Forte de Santo
Inácio de Loyola, Tamandaré – PE (SÉC. XVII-XIX)
Celyne Rodrigues Brito dos Santos Davoglio (UFPE)
Sérgio Francisco Serafim Monteiro da Silva (UFPE)
André Laurentino (UFPE)
Este trabalho apresenta os resultados preliminares da análise bioarqueológica dos remanescentes ósseos
humanos escavados no Forte Santo Inácio de Loyola, Tamandaré, Pernambuco, construído em 1645. Dois
conjuntos de materiais ósseos humanos foram localizados: um sepultamento duplo encontrado de modo
fortuito no terrapleno e remanescentes esparsos e incompletos de 7 indivíduos no quartel lateral direito
do forte. Após o uso de técnicas de estabilização óssea, foi feita a estimativa de sexo, idade, estatura,
ancestralidade biogeográfica, produzindo dados osteoarqueológicos e a inferência sobre doenças,
traumas e anomalias presentes em dois esqueletos. Foram usadas técnicas de curadoria minimamente
interventivas e a escavação de blocos contendo ossos articulados em laboratório. Este trabalho contribui
para uma análise inicial dos remanescentes humanos, assim como contribui para a reconstrução e
preservação da memória do forte, incluindo a musealizacão.
Palavras-chave: Forte Santo Inácio de Loyola. Deposições funerárias. Bioarqueologia; Arqueologia
forense. Conservação arqueológica.

Arqueologia do corpo: discussão de alguns temas de uma disciplina


Sergio Francisco Serafim Monteiro da Silva (UFPE)
André Laurentino (UFPE)

A Arqueologia do Corpo e da Sexualidade foi título de uma disciplina de graduação e de pós-graduação do


Departamento de Arqueologia da UFPE entre 2018 e 2020. O objetivo desta comunicação é apresentar
um resumo com ementa, temas do conteúdo e bibliografia, para os dois cursos. Os resultados incluem
uma discussão sobre o desenvolvimento dessa área, suas proximidades com a Arqueologia do Gênero e
Arqueologia Queer, suas correlatas, no caso do Brasil. Os temas elencados tratam de corpo, incluindo
exemplos de estudos arqueológicos sobre esse constructo, seus alcances e limitações e áreas de
intersecção com a História, as Artes Plásticas, a Medicina, Psicologia e a Antropologia. O viés transversal
da sexualidade traz a pauta do estranhamento, binariedade de sexo biológico, liquidez dos gêneros e
questões de representatividade biopsicosexual na cultura material e seu potencial de análise e
interpretação arqueológica. Uma perspectiva dual, que inclui a teoria arqueológica da cultura material,
hegemônica, relacionada à teoria tácita da osteoarqueologia, será um dos focos dessa comunicação,
visando contribuir com a produção do grupo de pesquisa Arqueologia do Corpo, do CNPq.
Palavras-chave: Corpo. Sexualidade. Arqueologia.

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ARQUEOLOGIA EM CENÁRIOS DE FOME
Respeito, dignidade, alimento e conhecimento

Deposições funerárias do engenho Jaguaribe, Abreu e Lima - PE: Resultados preliminares de escavação
arqueológica da campanha de 2018-2019
Sergio Francisco Serafim Monteiro da Silva (UFPE)
Cláudia Alves de Oliveira (UFPE)
No município de Abreu e Lima, antiga Sesmaria Jaguaribe, doada no século XVI, estão alguns dos principais
sítios coloniais do Litoral Norte de Pernambuco. Durante o Projeto Os primeiros engenhos coloniais da
Sesmaria Jaguaribe, foram identificadas ruínas de estruturas do Engenho Jaguaribe, compostas pela casa
grande, engenhoca de cana de açúcar, construção sacra, alicerces de pedra e cemitério. Entre os alicerces,
ocorreram sepultamentos e ossos esparsos, a 20cm - 120cm de profundidade, em solo argiloso, com
fitoturbação, esmagamento e dispersão por exumações e inumações consecutivas. O objetivo da pesquisa
é estudar os sepultamentos do cemitério do engenho. A escavação, realizada por superfícies amplas, com
registro fotogramétrico e drone, tem indicado vestígios dos séculos XVI-XIX: contas de colar, escapulário,
dente com limagem, cravos e um idé. Dados bioculturais de 11 esqueletos humanos de adultos e infantis,
corroboram com a presença de pessoas de ancestralidade biogeográfica africana. Os perfis
bioantropológicos e socioculturais estão em estudo, com ênfase na nas práticas funerárias, dieta, isotopia,
osteoarqueologia e biologia molecular.
Palavras-chave: Engenho Jaguaribe. Bioarqueologia social. Diáspora africana. Sepultamentos.

Que o cemitério nos conta? O desenvolvimento da cidade de São Raimundo Nonato/PI no século XX
sob a ótica cemiterial
Danielle Pinto Viana (UNIVASF)
Jaciara Andrade Silva (UNIVASF)
Ambientes cemiteriais podem possuir várias intepretações e até mesmo definições, fruto do projeto
“Arqueologia da Morte: o desenvolvimento da cidade de São Raimundo Nonato/PI no Século XX através
das ocupações cemiteriais” (PBIC-FAPEPI) buscamos, com a análise de locais mortuários, entender a
dinâmica social e econômica ocorrida sobretudo durante o século XX nesta cidade do sudeste do Piauí. Os
cemitérios de N. Sra. de Lourdes e N. Sra. da Piedade foram utilizados para a coleta de dados sobre os
indivíduos inumados entre o final do século XIX e XX, esses dados viraram fichas autorais das informações
contidas no jazigo e observações baseadas na análise dos signos verbais e não verbais de LIMA (1994) a
fim de dispor um perfil socioeconômico da cidade no recorte temporal. Como base, utilizou-se o trabalho
de Shirlene M. de Matos (2017) onde demonstra o período econômico da extração de borracha da
maniçoba (Manihot glaziowii) na região como essencial, refletido na aglomeração mortuária presente até
hoje. Percebe-se que com o estudo desses locais podemos traçar questões históricas, econômicas e
também englobar paralelos ao comportamento humano na cidade dos vivos.
Palavras-chave: Arqueologia Histórica. Cemitérios. Arqueologia da Morte. São Raimundo Nonato.

SIMPÓSIO TEMÁTICO 06 – Tecnologia lítica para que? Os rumos dos estudos líticos no Nordeste do
Brasil
EIXO 3: ARQUEOLOGIAS E MULTIAMBIENTES NO NORDESTE

ST06: Tecnologia lítica para que? Os rumos dos estudos líticos no Nordeste do Brasil
Luiz Carlos Medeiros da Rocha (UFPE)
Juliana de Resende Machado (UEMG)
Os materiais líticos se configuram como uma das principais categorias de vestígios arqueológicos,
responsáveis pela caracterização de populações pré-coloniais e de pós-contato com os europeus.

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ARQUEOLOGIA EM CENÁRIOS DE FOME
Respeito, dignidade, alimento e conhecimento

Inicialmente entendidos de forma isolada e geralmente a partir de perspectivas tipológicas, essas


evidências ganharam maior destaque e ampliação interpretativa com a introdução do conceito de cadeia
operatória e a aplicação da análise tecnológica. Reorganizar e descrever o encadeamento das ações de
produção de um objeto lítico é somente uma das etapas do estudo. Ao reanimar as ações de produção
busca-se dados que nos permita dissertar sobre as atividades econômicas, gestuais, as interações sociais,
as particularidades culturais dos grupos humanos que produziram e utilizaram objetos líticos. Essas
temáticas foram se construindo a medida em que o próprio método de estudo evoluia e pode-se
considerar que elas marcaram épocas de debates intensos e produtivos. Num primeiro momento, buscou-
se entender o comportamento técnico dos grupos e o quanto suas escolhas estavam ligadas a tradições
culturais ou a pressões exteriores. Em seguida, os trabalhos se interessaram pelas relações que os grupos
humanos mantinham com o meio ambiente na aquisição de matéria-prima e nas estratégias de
aprovisionamento. Ainda numa perspectiva econômica, as interações estabelecidas entre os grupos por
meio dos objetos líticos também foram muito debatidas. Mais recentemente, busca-se compreender a
própria atividade de lascamento, explorando os níveis de experiência individuais. A notável multiplicação
de trabalhos arqueológicos no Brasil, graças a arqueologia preventiva e ao aumento dos cursos de
graduação e pós-graduação nos últimos anos nos impulsionou a propor este simpósio com o objetivo de
obter um panorama atual das principais temáticas tratadas pelos trabalhos que adotam a análise
tecnológica como método. Ao mesmo tempo, promover a divulgação, o diálogo e a construção de uma
rede colaborativa de trocas de informações entre profissionais de diferentes instituições e que dedicam
suas pesquisas aos mais diversos contextos arqueológicos do Nordeste. Pelas grandes influências externas
que a arqueologia do Nordeste sempre teve ao longo da história da arqueologia brasileira, se faz
necessário essa busca de um panorama das temáticas e abordagens que vêm sendo aplicadas e
desenvolvidas sobre os materiais líticos atualmente. Espera-se contribuições que se apoiem ao máximo
no estudo de coleções, independente do contexto cronológico ou regional, ou sínteses regionais que
primem pelo detalhamento das cadeias operatórias. Ademais, convidamos os autores a uma reflexão
sobre suas contribuições para o avanço dessas temáticas – econômica, social, cultural, cognitiva, etc –
para além da reconstituição da cadeia operatória. Assim, buscaremos vias metodológicas de continuidade
das pesquisas nas linhas temáticas de maior destaque.
Palavras-chave: Materiais líticos. Tecnologia lítica. Cadeia operatória. Linhas de pesquisa.

Análise tecnomorfológica das coleções arqueológicas de sítios líticos de superfície, Piragiba-BA

Maiza Sampaio dos Santos (UFRB)


Henry Luydy Abraham Fernandes (UFRB)

Piragiba é um nome de origem Tupi dado a uma pequena vila rural localizada a 775 quilômetros da capital
baiana, pertencente ao município de Muquém do São Francisco na região Oeste da Bahia, em uma área
de transição entre a caatinga e o cerrado.Nessa região foram desenvolvidas no decorrer de 25 anos uma
série de pesquisas acerca de seu patrimônio arqueológico. Inseridos nesse patrimônio arqueológico estão
os sítios líticos de superfície, ocupações que no passado eram utilizadas por populações indígenas, espaços
esse que muitas das vezes também eram usados para confecção de instrumentos de pedra que serviam
para auxiliar na execução das tarefas cotidianas desses grupos. O presente estudo pretende pesquisar 16
coleções arqueológicas oriundas dessa região que se encontram salvaguardadas no Laboratório de
Documentação e Arqueologia (LADA), vinculado à Universidade Federal do Recôncavo da Bahia (UFRB).
Os sítios de origem de tais coleções são palimpsestos arqueológicos, existem indústrias líticas de
caçadores-coletores e de grupos ceramistas Aratu, talvez também Tupi, misturadas nos sítios. Buscando
obter mais informações sobre os possíveis processos de desenvolvimentos tecnológicos pelos quais os
povos caçadores-coletores passaram, além do desejo de identificar quais interpretações as análises desses
sítios líticos permitem, iremos aplicar uma análise tecnomorfológicas nas coleções líticas e cerâmicas

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ARQUEOLOGIA EM CENÁRIOS DE FOME
Respeito, dignidade, alimento e conhecimento

citadas acima, advindas dos sítios de superfície. No decorrer dessa análise pretendemos obter o perfil
tecnológico dos sítios, ou seja, os tipos de indústrias, os tipos de peças, as técnicas de percussão, as
tecnologias de lascamento além dos estigmas tecnológicos. Estaremos utilizando como método de
pesquisa a análise tecnológica, na qual “a ideia central é compreender as atividades técnicas líticas e as
intenções culturais dos grupos humanos no que concerne o trabalho na pedra (Tixer, 1978; Inizan et al.,
1995, 2005; etc.)”.
Palavras-chave: Piragiba. Sítios líticos. Análise tecnomorfológica.

Reflexões econômicas sobre a indústria de adornos em caulinita silicificada do sítio Praça de Piragiba
Juliana de Resende Machado (UEMG)
As pesquisas no sítio Praça de Piragiba, localizado no oeste da Bahia, ocorrem há vinte e seis anos de
maneira descontínua e são lideradas pela equipe de arqueologia da UFRB. Este sítio é conhecido pela sua
ocupação cerâmica Aratu, pelas centenas de peças líticas bifaciais utilizadas no trabalho da terra e pelas
centenas de inumações, a grande maioria em urnas funerárias. Em 2012, encontrou-se uma cinquentena
de peças em caulinita silicificada, uma matéria-prima até então desconhecida naquela região. Partindo de
uma abordagem tecnológica, apresentaremos as características desta produção, inserindo-a
posteriormente, numa discussão econômica baseada no conceito de economia da matéria-prima. Essas
peças se relacionam à produção de adornos, principalmente pingentes e contas de colar, e constituem
diferentes classes tecnoeconômica. Ao mesmo tempo, elas são pouco numerosas, quando comparadas à
produção de peças bifaciais, mais frequente na coleção. Dessa forma, pode-se refletir sobre a condição
local ou exógena desta produção, se fariam parte de uma rede de trocas, relativamente plausível ao se
tratar de adornos, e sua relação com a ocupação cerâmica Aratu.
Palavras-chave: Praça de Piragiba. Produção de adornos. Tecnologia lítica. Economia da matéria-prima.
Caulinita silicificada.

O fragmento distal de ponta bifacial de Sento Sé, Bahia


Henry Luydy Abraham Fernandes (UFRB)
As indústrias líticas da Bahia permanecem pouco conhecidas e ainda menos descritas. Pontas bifaciais,
que tanto atraem os olhares leigos se íntegras, prosseguem como achados fortuitos. Aqui, apresentamos
fotos e proveniências de cinco pontas encontradas por populares, cujo nosso acesso restringiu-se às
imagens. Depois, focamos na descrição do fragmento distal (>45mm x >48 x 7 e ±32° ângulo bordo) de
ponta bifacial em sílex de ótima qualidade, coletado no município de Sento Sé, norte do Estado, guardado
no Laboratório de Documentação e Arqueologia da UFRB. A partir da projeção das medidas, tendo em
conta a simetria longitudinal e o perfil transversal do fragmento, consideramos se tratar de uma ponta de
dimensões destacadas e relativa pouca espessura. Baseados na detecção dos estigmas nos negativos de
lascamento, indicamos as possíveis técnicas (PDM e pressão), as prováveis sequências de retiradas
presentes no fragmento e o nível de saber-fazer necessário para a sua produção. Por fim, mostramos
alguns testes fotográficos simples visando enfatizar a volumetria das retiradas. A análise adaptou a
metodologia da escola francesa para as limitações do caso.
Palavras-chave: tecnomorfologia lítica. Ponta bifacial de projétil. Norte da Bahia.

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ARQUEOLOGIA EM CENÁRIOS DE FOME
Respeito, dignidade, alimento e conhecimento

Tecnologia lítica no Vale do Açu - RN: uma perspectiva sobre a indústria do sítio Cuó
Anne Caroline Barbosa dos Passos (UFPE)
Daniela Cisneiros (UFPE)
São poucos os estudos sistemáticos a respeito da tecnologia lítica no Rio Grande do Norte, e o
conhecimento acerca da temática no território potiguar ainda está em construção. O presente trabalho
apresenta uma perspectiva sobre as indústrias líticas na microrregião do Vale do Açu a partir da análise
tecnológica da coleção lítica do sítio Cuó. A pesquisa teve por objetivo a caracterização da indústria lítica
do Sítio, identificado e resgatado no âmbito da arqueologia preventiva, localizado no munícipio de
Ipanguaçu/RN. O sítio Cuó, apresenta material lítico do tipo lascado, encontrado em superfície, e faz parte
de um grupo de 21 sítios todos com presença de material lítico lascado, identificados no curso do rio
Piranhas-Açu, com datações em carvão vegetal situadas no contexto do Holoceno recente (3.380 A. P -
980 A. P). A indústria lítica caracteriza-se por apresentar instrumentos em silexito e quartzo, retocados
unifacilamente e bifacialmente sobre lasca.
Palavras-chave: Material Lítico. Tecnologia. Vale do Açu.

Indústrias de líticos lascados no Seridó Potiguar: Análise das cadeias operatórias presente nos sítios
arqueológicos Santa Clara 01, Oiticica 01 e Barra 01
Kayann Gomes Batista (UFPE)
Eduardo Alves do Santos (UFRN)
Pedro Gabriel Dias de Medeiros (UFRN)
Com a premissa de que os sistemas operatórios técnicos são indissociáveis à existência humana,
pretendemos contribuir com a apresentação da análise tecnológica das cadeias operatórias, presentes nas
indústrias líticas dos sítios arqueológicos, Santa Clara 01, Oiticica 01 e Barra 01, localizados no município
de Jucurutu/RN. A partir dos entendimentos de Jacques Tixier e da Abordagem Francesa, as análises das
cadeias operatórias líticas, em seus aspectos tecnológicos, partem dos questionamentos sobre os
comportamentos humanos visíveis através de gestos técnicos e das marcas de confecção, existentes em
cada etapa da cadeia operatória. Entre os principais resultados, têm-se a constatação de processos de
debitagem e façonagem, ou somente de façonagem, produzidos, sobretudo, em seixos rolados de quartzo
e quartzito. Para a região Seridó/RN, visto os poucos trabalhos com essa perspectiva, este estudo pode
ampliar noções sobre: comportamentos atrelados às cadeias de produção lítica, os usos e funções dos
instrumentos líticos e as adequações da confecção às matérias primas disponíveis na paisagem, assim,
ampliando os dados sobre a pré-história seridoense.
Palavras-chave: Tecnologia lítica. Cadeia operatória. Análise Tecnológica. Seridó.

Tecnologia lítica e abordagem tecnofuncional: Estudo dos acervos líticos dos sítios arqueológicos
Boqueirão e Jerusalém, município de Lajes - RN
Maria de Lourdes Oliveira Monteiro (UNIVASF)
Waldimir Maia Leite Neto (UNIVASF)
As pesquisas arqueológicas no estado do Rio Grande do Norte têm demonstrado uma diversidade de
contextos arqueológicos que remotam a ocupações de 10.000 anos AP. Uma recorrência evidenciada na
região são as oficinas líticas a céu aberto. Estudos realizados por meio da abordagem tipológica focaram
na descrição dos instrumentos e sua inclusão em tradições (tradição Potiguar, por exemplo). Por outro
lado, a caracterização dos artefatos por via da abordagem tecnológica aponta para a utilização dos espaços
para a captação de matéria prima, produção e utilização de instrumentos. Com o objetivo de compreender

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ARQUEOLOGIA EM CENÁRIOS DE FOME
Respeito, dignidade, alimento e conhecimento

a indústria lítica dos sítios Boqueirão e Jerusalém, oficinas líticas a céu aberto, propõe-se uma análise com
base na abordagem tecnofuncional, assimilando os modos de produção e os potenciais funcionais dos
instrumentos, contribuindo com informações que permitam compreender a variabilidade entre os
objetos, verificando o “como” e “para que” fazer. Entendendo as especificidades da tecnologia lítica,
coloca-se essas indústrias em diálogo com o contexto que a envolve, contribuindo para o conhecimento
das oficinas líticas a céu aberto e do sistema técnico do(s) grupo(s) artesão(s).
Palavras-chave: Tecnologia lítica. Abordagem Tecnofuncional. Ocupações pré-coloniais no Rio Grande do
Norte. Sítios a céu aberto.

Digitalização do Acervo Arqueológico do Museu de Arqueologia e Paleontologia da UFPI.


Giovanna Clara Soares da Silveira (UFPI)
Gregoire Andre Henri Marie Ghislain Van Havre (UFPI)
Este trabalho apresenta a construção de um banco de dados do acervo arqueológico do Museu de
Arqueologia e Paleontologia da Universidade Federal do Piauí (MAP/UFPI). O banco de dados tem o fim
de democratizar o acesso ao acervo arqueológico do Museu, por meio de uma plataforma online. Para
tanto, recorremos ao plugin Tainacan para Wordpress, adotado pelo MAP desde 2019. Atualmente, o
trabalho se concentra no preenchimento dos artefatos líticos, escavados e coletados em projetos da
arqueologia de contrato, realizados principalmente no sul do Piauí. O banco de dados é preenchido com
base em planilhas simplificadas de análise tecnológica e registro fotográfico: ele oferece assim uma visão
geral de cada peça, de cada sítio e de cada projeto encontrado no MAP. Além destas análises, procedemos
também ao registro fotogramétrico de algumas peças. Graças ao banco de dados, é possível integrar e
cruzar diversas variáveis tecnológicas, o que permite um acesso inicial remoto às informações e aos
materiais presentes na reserva do Museu.
Palavras-chave: Artefatos Líticos. Banco de Dados. Tainacan. MAP.

SIMPÓSIO TEMÁTICO 04 – Entre a Amazônia e o Sertão: Ensino, Pesquisa, Licenciamento e Gestão do


Patrimônio Arqueológico no Maranhão
EIXO 3: ARQUEOLOGIAS E MULTIAMBIENTES NO NORDESTE

ST04: Entre a Amazônia e o Sertão: Ensino, Pesquisa, Licenciamento e Gestão do Patrimônio


Arqueológico no Maranhão
Alexandre Guida Navarro (UFMA)
Danilo Chagas Assunção (UFMA)
A Arqueologia do Maranhão vem apresentando avanços teóricos e metodológicos para o conhecimento
da diversidade cultural pré-colonial e histórica do Estado que estão contribuindo para a prática desta
ciência no que tange à pesquisa, o ensino, o licenciamento e à gestão do patrimônio. A paisagem em que
o ser humano se desenvolveu no território maranhense é complexa e engloba sítios arqueológicos do tipo
sambaqui, estearia, Tupinambá, quilombos, engenhos e o próprio centro histórico, construído por
portugueses durante o processo da invasão europeia no século XVI. Exemplo do avanço das pesquisas
arqueológicas no Maranhão são as estearias, sítios pré-coloniais de palafitas com material artefatual bem
preservado. Recentes descobertas de muiraquitãs evidenciam redes de esfera de interação destes povos
com aqueles que viviam no baixo Amazonas e possivelmente no Caribe. Avanços na gestão do patrimônio
também podem ser observados com a atuação do IPHAN, cujas fiscalizações nas reservas técnicas
contribuem para a organização, catalogação e registro do acervo existente no Maranhão. Já o
licenciamento possibilitou a descoberta de uma grande quantidade de sítios arqueológicos, cujos
materiais recuperados nos resgastes foram destinados às reservas técnicas do Estado. Nesse sentido, esse

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ARQUEOLOGIA EM CENÁRIOS DE FOME
Respeito, dignidade, alimento e conhecimento

simpósio tem o objetivo de congregar todos aqueles que desenvolvem pesquisa, licenciamento e que
atuam no Ensino e na gestão do patrimônio arqueológico maranhense. Assim, espera-se fazer um balanço
da Arqueologia do Maranhão após as apresentações das comunicações.
Palavras-chave: Maranhão. Pesquisa. Ensino. Licenciamento. Gestão do Patrimônio Arqueológico.

Quando a vida é sobre as águas: balanço de uma década de pesquisa arqueológica nas estearias
Alexandre Guida Navarro (UFMA)

No início da era cristã ou da era comum até o ano 1100 d.C/EC viveram sociedades indígenas em palafitas
no estuário ocidental do que hoje é o estado do Maranhão. Uma vez que esses povos construíram as
aldeias em cima de troncos de árvores fincados no leito dos cursos d’água de rios e lagos, conhecidos
como esteios pela população local, estes lugares ficaram conhecidos como estearias. A existência de farta
alimentação nesses lagos e rios pôde criar uma situação favorável à habitação sedentária destes povos na
região. Nesta comunicação apresentarei os resultados de 10 anos de pesquisa acadêmica desenvolvida
pelo Laboratório de Arqueologia da Universidade Federal do Maranhão (LARQ-UFMA) do qual sou o
coordenador. Levando em consideração uma abordagem da história de longa duração, mencionarei
aspectos da ecologia histórica, do mapeamento dos assentamentos, da documentação etnohistórica, da
coleta e análise de artefatos cerâmicos e líticos dos povos que moraram nas estearias. Por fim, farei um
balanço das pesquisas apontando os principais resultados e os novos problemas e desafios para a
continuação dos trabalhos arqueológicos.

Palavras-chave: Estearias. Palafitas. Ambiente Lacustre. Mapeamento. Cultura Material.

O conjunto cerâmico da Estearia do Armindio: análises e outros olhares


Tayse Handreyza Abreu Mendes (USP)
A estearia do Armíndio, que está localizada em um dos afluentes do rio Turi no Município de Santa Helena
no Maranhão, possui um conjunto cerâmico complexo composto por uma larga variabilidade artefatual.
Tais artefatos e seu estado elevado de preservação, dado ao leito de lama no fundo do rio, nos fornece
inúmeras informações que foram lidas através de análises tecnotipológicas, estilísticas e iconográficas.
Nesse trabalho apresentarei as possibilidades de interpretação sociocultural da estearia do Armíndio
fazendo correlatos com as tradições arqueológicas amazônicas, bem como com outros conjuntos
cerâmicos de sítios de estearias. Estas análises primárias apresentam inicialmente uma identidade da
cultura ceramista que habitou a estearia do Armíndio por volta do ano 1000 e é fruto da pesquisa de
mestrado que desenvolvo no MAE/USP com a parceria do LARQ/UFMA, onde estão depositados os
materiais arqueológicos provenientes destes sítios.
Palavras-chave: Estearias. Palafitas. Cerâmica. Cultura Material.

O Forjar dos Ídolos de Barro: Análise das Estatuetas das Estearias do Maranhão
Rayana Cristina Araujo Diniz (UFMA)
Desde o ano de 2014, o Laboratório de Arqueologia da UFMA, coordenado pelo Prof. Dr. Alexandre
Navarro, tem desenvolvido pesquisas acadêmicas acerca das estearias maranhenses, focalizando no
mapeamento dos sítios arqueológicos, na relação com a documentação etnohistórica e na análise de
material lítico e cerâmico. Nesta comunicação, apresentarei os meus estudos iniciais quanto à análise
cerâmica das estatuetas antropomorfas femininas do acervo LARQ-UFMA, através de 12 exemplares
escolhidos por suas características morfológicas e tecnotipológicas, ou seja, que apresentam elementos

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ARQUEOLOGIA EM CENÁRIOS DE FOME
Respeito, dignidade, alimento e conhecimento

corporais identificáveis, objetivando compreender as particularidades na fabricação desses corpos


cerâmicos, já que o universo material está intimamente ligado ao universo social e simbólico dessas
sociedades. Por fim, abordarei as principais hipóteses explicativas acerca das estatuetas e os possíveis
significados das características físicas observadas, tentando verificar se as estatuetas das estearias
maranhenses se encaixam dentro de algumas dessas correntes de teóricas. Além disso, esse trabalho visa
problematizar a projeção ou transposição de alguns conceitos e noções como gênero, humanidade e corpo
sobre a documentação trabalhada, alertando para o fato de que esses termos permeiam os espaços de
discussões sociais atuais, e o lugar social que o pesquisador ocupa nessas discussões e frente à pesquisa,
influenciam na construção das hipóteses sobre o passado pré-histórico das populações indígenas,
podendo ultrapassar fronteiras temporais, regionais e culturais.
Palavras-chave: Estearias. Análise cerâmica. Estatuetas. Gênero. Corpo.

Éden proibido ou molde do mundo?: análise da construção do corpo indígena a partir de crônicas
sobre o Maranhão
Marilene da Silva Banhos (UFMA)
Nesta comunicação apresentarei os resultados da minha pesquisa de Iniciação Científica que se
transformou na monografia a ser defendida no curso de história da UFMA, intitulada “Éden proibido ou
molde do mundo?: análise da construção do corpo indígena a partir de crônicas sobre o Maranhão”. Com
este tema objetivei identificar como foi construído o corpo indígena com base nas pinturas, adornos e
incisões que faziam em seus corpos para entender como se deu a construção da corporalidade indígena
no início da fundação da França Equinocial. As principais fontes utilizadas foram as crônicas coloniais
escritas por padres capuchinhos no início do século XVII, que ao tentarem converter os indígenas,
descreveram os hábitos e costumes destes povos que viviam no Maranhão. A principal metodologia
utilizada foi a Etnohistória, que consiste no manejo e interpretação das fontes escritas, além de leituras
dirigidas sobre temas e pesquisas sobre os grupos estudados; material este que deu suporte ao
entendimento do pensamento indígena. Como resultado, encontramos informações relevantes sobre
como os povos indígenas relatados pelos cronistas tratavam o seu corpo e como a corporeidade e a
identidade coletiva e individual foram construídas.
Palavras-chave: Indígenas. Crônicas Coloniais. Construção. Corpo.

Cartografia dos povos indígenas na Baixada Maranhense: das habitações lacustres aos assentamentos
coloniais

Guilherme Aguiar Gomes (UFMA)

O presente trabalho tem por objetivo apresentar uma cartografia e as possíveis relações dos povos que se
estabeleceram na Baixada Maranhense no período colonial buscando traçar possíveis relações destes com
os povos da estearias. A intenção justifica-se dentro do panorama da arqueologia Maranhense devido à
presença de restos de uma civilização única datada há mais de mil anos, as estearias. Portanto, diante do
apresentado, esta pesquisa visa a compreensão das populações nativas estabelecidas na baixada
maranhense no período colonial e as suas possíveis relações com os povos das estearias. O método
utilizado nesta pesquisa foi o qualitativo que por meio do levantamento bibliográfico e estudo das fontes
busca apresentar as análises e leitura de crônicas coloniais escritas acerca do Maranhão. A coleta de dados
foi feita de forma reflexiva, levando em consideração que os autores das crônicas estão escrevendo sobre
povos considerados “selvagens” e que não compartilham das mesmas ideologias que eles. Desse modo,
apesar da pouca ou quase nenhuma relações entre a civilização lacustre e os nativos que se assentaram
no período colonial, não somente na região da Baixada Maranhense, mas em todo território dos Estados:

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ARQUEOLOGIA EM CENÁRIOS DE FOME
Respeito, dignidade, alimento e conhecimento

Maranhão - Pará. Buscamos destacar que os assentamentos destas nações no geral davam-se em locais
estratégicos que forneciam alimentos e proteção.
Palavras-chave: Cartografia. Estearias. Crônicas coloniais. Assentamentos coloniais.

Celebrações etílicas: uma análise da Cauinagem Indígena presente nas crônicas escritas sobre o
Maranhão (1612-1614)
Rafaela Cantarino Soledade (UFMA)
A presença capuchinha no segundo empreendimento francês no Brasil produziu uma documentação
histórica fecunda acerca dos hábitos alimentares dos Tupinambá. Através do estudo sincrônico entre
História, Antropologia e Arqueologia, é possível vislumbrar a função que o cauim, bebida fermentada
produzida por esses grupos, assumia enquanto reflexo de dinâmicas culturais, observando nas trocas
alimentares um código das relações sociais que permeiam e definem o estabelecimento de laços afetivos,
distinções comunitárias e manifestações individuais. Neste simpósio intento explicitar a atuação dessa
bebida-alimento enquanto força ativa significante na construção do mundo social, abrangendo categorias
como gênero, status, idade e religião.
Palavras-chave: Bebida fermentada. Alimentação. Identidades sociais. Identidades culturais.

Arqueologia e Licenciamento ambiental em áreas urbanas: sítios arqueológicos identificados na Ilha de


São Luís, Maranhão
Mariana Zanchetta Otaviano (IPHAN-MA)
Ana Elisa da Silva Martinho (IPHAN-MA)
É comum, nos processos de licenciamento ambiental, quando do protocolo das Fichas de Caracterização
de Atividade (FCA), os responsáveis pelos empreendimentos sinalizarem que a obra a ser executada não
necessita de estudos arqueológicos por se localizar em área “antropizada”, ou seja, na malha urbana.
Existem parâmetros, embasados na ciência arqueológica, para análise contextual das áreas e, quando esta
análise evidencia que a área a ser impactada necessita de fato passar por pesquisa arqueológica, os
devidos enquadramentos, de acordo com a IN 01 de 2015, são aplicados. Este trabalho apresenta casos
concretos em que pesquisas realizadas em áreas já urbanizadas da Ilha de São Luís/MA resultaram
positivamente para a identificação de sítios arqueológicos, o que comprova, empiricamente, que a
urbanização não é um impeditivo para a realização da pesquisa arqueológica no âmbito do licenciamento
ambiental.
Palavras-chave: Maranhão. Patrimônio Arqueológico. Licenciamento Ambiental. Iphan.

Programa de Gestão do Patrimônio Arqueológico do Residencial Santorini


Gabriel Farias Carneiro (DAHRQ – DAHMEN ARQUEOLOGIA)
Málini de Figueiredo Ferraz (DAHRQ – DAHMEN ARQUEOLOGIA)
Luísa Danda de Sá (DAHRQ – DAHMEN ARQUEOLOGIA)
O presente trabalho tem o intuito de apresentar os resultados obtidos durante a execução do Programa
de Gestão do Patrimônio Arqueológico do Residencial Santorini, no município de Paço do Lumiar - MA,
que consistiu no salvamento do sítio Pericumã e no monitoramento do avanço das obras do
empreendimento. O objetivo geral do programa foi desenvolver atividades que visassem minimizar o
impacto das ações de implantação das obras, bem como compreender o contexto arqueológico existente
na área. Para tal, foram adotados métodos e técnicas do resgate arqueológico no que tange a escavação,
identificação, registro e documentação dos remanescentes culturais e o acompanhamento integral e
presencial de todas as etapas que envolveram revolvimento do solo. Durante o processo, foram efetuadas

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ARQUEOLOGIA EM CENÁRIOS DE FOME
Respeito, dignidade, alimento e conhecimento

8 Unidades de Escavação (UE), 17 Poços-Testes (PT) e coletas de superfície. Como resultado, foram
identificadas 3.545 peças (3.446 cerâmicas e 99 líticos). Junto a isso, os dados alcançados demostram a
alta densidade e dispersão do sítio que engloba uma área de 14.562,821 m². Dessa forma, a execução
desse PGPA mostra que os métodos propostos foram eficazes na conclusão dos seus objetivos.
Palavras-chave: Pericumã. PGPA. Santorini. Salvamento. Monitoramento.

Evolução da paisagem urbana: mapeamento do impacto em sítios arqueológicos da Ilha de São Luís,
Maranhão
Grégoire van Havre (UFPI)
Jordania Mendes de Albuquerque (UFPI)
Paulo Sergio da Paz Filho (UFPI)
Yannara Brennda da Silva Leoncio (UFPI)
Mariana Zanchetta Otaviano (IPHAN)
Ana Elisa da Silva Martinho (IPHAN-MA)
A gestão e o monitoramento do patrimônio arqueológico são uma das funções das instituições públicas.
Estas tarefas, no entanto, implicam uma série de ações que vão desde o registro e, eventualmente, o
tombamento, ao acompanhamento das modificações urbanas no entorno do bem. Nesse trabalho,
apresentamos um método baseado em imagens de satélites e na Declividade de Sen-Theil para avaliar a
evolução da paisagem urbana em 101 sítios arqueológicos da Ilha de São Luís, conhecidos na
Superintendência do IPHAN no Maranhão, entre os anos 2000 e 2020. Os resultados permitem identificar
as áreas que sofreram maior impacto devido ao crescimento urbano. O projeto foi desenvolvido numa
parceria entre a Universidade Federal do Piauí e a Superintendência do IPHAN no Maranhão e contou com
a participação de três discentes do curso de Arqueologia. Resulta num atlas detalhando o contexto de
cada sítio nos últimos 20 anos.
Palavras-chave: Maranhão. Patrimônio Arqueológico. Gestão do impacto urbano.

Achados arqueológicos evidenciam presença humana e eventos na chácara Rosane em São Luís,
Maranhão
Welington Lage (WLAGE)
Heralda Kelis Sousa Bezerra da Silva (WLAGE)
Daniel Ribeiro da Silva (WLAGE)
O salvamento arqueológico do Sítio Chácara Rosane permitiu conhecer um pouco mais sobre a origem da
Ilha de São Luis. Consistiu em um trabalho de Arqueologia de Contrato, iniciado pela Avaliação do Impacto
Arqueológico, seguido do Programa de Gestão ao Patrimônio Arqueológico. Foram realizadas uma
escavação em superfície ampla, duas trincheiras e dez sondagens, onde coletou-se mais de 60.000 peças,
além de dois esqueletos humanos completos, cujas exumações foram feitas de duas formas, uma retirada
em bloco e outra desarticulada. A análise prévia do material indicou o que pesquisadores maranhenses já
haviam observado na Ilha, ou seja, que ela teve ocupações humanas contínuas em diferentes períodos,
com grupos humanos ceramistas, seguidos por sambaquieiros associados a cerâmica Mina, culminando
com a chegada de grupos amazônicos, possivelmente vinculados ao Horizonte ceramista inciso associado
à terra preta, entre 2 mil a 1 mil anos e, finalizando com a presença de povos Tupinambá, entre os séculos
XIV e XVII, já em contato com o colonizador europeu. O material evidenciado encontra-se na Reserva
Técnica da UFMA a fim de ser preservado e futuramente estudado.
Palavras-chave: Arqueologia de Contrato. Sítio Chácara Rosane. Cultura material. Programa de Gestão
Arqueológica. Maranhão.

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ARQUEOLOGIA EM CENÁRIOS DE FOME
Respeito, dignidade, alimento e conhecimento

Uma experiência no salvamento arqueológico mecanizado na ilha de São Luís


Welington Lage (WLAGE)
Fernanda Lopes Viana (UFMA)
O salvamento arqueológico aconteceu na área do empreendimento “Cedro Autoposto & Conveniência”,
localizado em São José de Ribamar – MA. O objetivo foi o de dar continuidade ao acompanhamento
arqueológico iniciado em 2021, e para tanto utilizou-se uma metodologia mecanizada em superfície ampla
de 5x5m em cinco Pontos de Interesse indicados no RAIPA, além da abertura de corredores de interligação
(trincheiras) entre eles. Os procedimentos foram realizados em comum acordo entre a equipe de
arqueólogos, as técnicas do IPHAN-MA e o tratorista. O processo de decapagem controlada foi executado
com escavações de 10 em 10cm. Essa etapa resultou na coleta de 812 novas peças arqueológicas, com
características similares às encontradas em outros processos de licenciamento arqueológico na região,
onde foram evidenciados três sítios nas proximidades. O Sítio Engenho, o mais próximo, situado à 200m,
sugere que a área em questão é contínua a ele. Essa pesquisa corrobora com Bandeira (2012), que avalia
como sendo “lugares persistentes”, quando acontece a reocupação de determinados lugares na Ilha de
São Luís por grupos culturais distintos em diferentes momentos.
Palavras-chave: Metodologia. Salvamento Arqueológico. Reocupação. São José de Ribamar.
Licenciamento Ambiental.

SIMPÓSIO TEMÁTICO 02 – – Arqueologia Histórica no Espaço Regional: abordagens, temas e pesquisas


EIXO 2: DE ONDE VIEMOS E PARA ONDE VAMOS: A ARQUEOLOGIA NORDESTINA E OS DESAFIOS
CONTEMPORÂNEOS

Paisagens moldadas para guerra: uma proposta de estudo da aplicação da arquitetura militar em terra
em sítios arqueológicos do nordeste do Brasil
Lucas Alves da Rocha (UFPE)
Izabela Pereira de Lima (UFPE)
Henry Sócrates Lavalle Sullali (UFPE)
Quando se imagina uma guerra, as pessoas pensam nas tropas e veículos se locomovendo para o embate
com seus inimigos, contudo, o confronto em si começa bem antes, ao analisar fatores que muitas vezes
as pessoas desconhecem. Durante séculos, o fator de máxima importância foi a paisagem a qual seria
palco para aquele confronto, local aquele que ficaria marcado pelos séculos seguintes com as “cicatrizes”
daquele embate (ou de outros), seja em sua superfície ou abaixo dela. Todavia, o “paisagem” também
tinha uma “funcionabilidade”: Fornecer material construtivo para estruturas defensivas para aqueles
exércitos. Com base neste apontamento, o presente trabalho demonstrar a presença de sítios
arqueológicos ligado a aplicação de técnicas construtivas em terra no aspecto militar, demostrando as
técnicas construtivas, os sítios arqueológicos entre outros apontamentos para os pesquisadores
interessados.
Palavras-chave: Arqueologia histórica. Arqueologia da guerra. Parque Metropolitano Armando de
Holanda Cavalcanti.

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ARQUEOLOGIA EM CENÁRIOS DE FOME
Respeito, dignidade, alimento e conhecimento

A Tram Road Nazareth sob o olhar da arqueologia industrial


Fabiana Comerlato (UFRB)
João Vitor dos Santos e Santos (UFRB)
As ferrovias na Bahia marcam uma época de crescimento econômico e do auge do trem como principal
forma de transporte no mundo moderno ocidental. A segunda metade do século XIX, a Bahia estabelece
uma malha ferroviária, com estradas de ferro que ligavam os sertões aos portos, dinamizando a economia
das regiões produtoras da província. O objetivo desta apresentação é analisar as estruturas
remanescentes da Estrada de Ferro Nazaré, em especial os trechos que compreendem o município de
Santa Inês, no Vale do Jequiriçá, Estado da Bahia. A metodologia consistiu no levantamento e estudo de
fontes bibliográficas, fotografias, mapas e da realização de entrevistas com pessoas associadas ao
ferroviarismo local. Os resultados demonstraram que mesmo após a erradicação da estrada em 1971,
parte de suas estruturas viárias e edificações permanecem na memória e constituem-se patrimônio
ferroviário de Santa Inês.
Palavras-chave: Arqueologia industrial. Arqueologia histórica. Ferrovia. Ferroviarismo. Bahia.

O cemitério dos Ingleses em Salvador, Bahia: documentação e análise tipológica dos atributos
artísticos
Fabiana Comerlato (UFRB)
Laiane Nunes Lima (UFRB)
O objetivo desta comunicação é apresentar a importância do processo de documentação da arte e
arquitetura cemiterial no Cemitério dos Ingleses de Salvador, como forma de manter as informações das
estruturas tumulares, configurando-se como um instrumento para sua preservação. A documentação das
estruturas cemiteriais teve a função de preservar as informações intrínsecas e extrínsecas dos bens,
podendo a partir delas serem geradas análises qualitativas e quantitativas, servirem como base para
projetos de conservação e gestão futuros. Para tal, organizamos as informações coletadas em uma Ficha
de Registro de Sepultura para Arquitetura e Arte Cemiterial, visando a identificação e a descrição artística
e arquitetônica das estruturas estudadas, além do inventário fotográfico. A descrição de todos os
elementos de uma unidade tumular nos permitiu compor uma visão geral do bem cultural e, somado às
demais unidades, estabelecer uma caracterização geral dos aspectos físicos e simbólicos que perpassam
a construção do espaço cemiterial pela comunidade britânica de Salvador nos séculos XIX e XX. Portanto,
a documentação, na forma de inventário, visou permitir a organização e tratamento da informação de
cada unidade tumular, podendo ser utilizada em prol da pesquisa e da gestão do Cemitério dos Ingleses
em Salvador.
Palavras-chave: Documentação. Cemitério dos Ingleses. Patrimônio funerário.

É tijolo, é pedra, é técnica construtiva: uma nova abordagem arqueológica a partir da Igreja Nossa
Senhora dos Prazeres, Paulista/PE
Mariana Freitas da Silva (UFPE)
A pesquisa realizada no presente trabalho teve como objetivo principal desenvolver um método que
auxiliasse nas análises para identificar os motivos para construção da igreja Nossa Senhora dos Prazeres e
sua casa Paroquial, hoje arruinadas, na parte norte da Vila de Olinda no século XVII, focando no
levantamento dos dados, em busca principalmente de qualificar tecnicamente as fases construtivas das
edificações e, por fim, associá-las aos seus contextos históricos e políticos. Para conseguir um resultado

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ARQUEOLOGIA EM CENÁRIOS DE FOME
Respeito, dignidade, alimento e conhecimento

satisfatório foi necessário a realização de análises arqueométricas para qualificar construtivamente os


edifícios, utilizando dados gráficos como o desenho de plantas e das paginações das alvenarias,
juntamente com dados químicos dos materiais coletados in situ, onde observamos a composição básica e
mineral. Desta forma, observando e analisando a estratificação das alvenarias das ruínas, se identificou
transformações realizadas na estrutura, onde foi possível estabelecer os locais de reformas para aumento
da volumetria de ambos os edifícios, suas escolhas técnicas e de materiais.
Palavra-chave: Arqueologia histórica. Arquitetura. Alvenarias históricas. Fases construtivas. História de
Pernambuco.

Arqueologia cemiterial em Delmiro Gouveia, Alagoas, Brasil


Albérico Nogueira de Queiroz (UFS)
Carla Janine Vieira de Souza (UFS)
Flávio Augusto de Aguiar Moraes (UFAL)
O presente trabalho trata-se de um levantamento e estudo do material iconográfico de jazigos dos
cemitérios Delmiro Augusto da Cruz Gouveia, São José e Adonias Queiroz Mafra, localizados em Delmiro
Gouveia, Alto Sertão Alagoano, com o objetivo de identificar mudanças sobre o modo de ritualizar a morte
através da cultura material funerária, tendo como ponto de partida de análise o jazigo de Delmiro Gouveia
(1917), entendendo modificações posteriores nos demais cemitérios, sobretudo no que se refere ao
material iconográfico (AVILA et. al, 2020; MORAIS, 2017; MATOS; MUTZENBERG; CISNEIROS, 2017). As
informações serão coletadas nos cemitérios através de formulários para elaboração de um banco de
dados. Para os jazigos serão registrados a existência de fotografias, esculturas, símbolos religiosos,
brasões, epitáfios e dados biográficos que permita traçar parâmetros comparativos e, consequentemente,
interpretativos. Além disso, elaborar-se-á um banco fotográfico para o registro das especificidades
mencionadas acima, e permita auxiliar nas análises de gabinete.
Palavras-chave: Cemitérios. Jazigos. Iconografia Tumular. Simbologia. Delmiro Gouveia/AL.

Arqueologia e arquitetura do espaço escolar do colégio Nossa Senhora das Mercês em São Raimundo
Nonato - Piauí
Shilton Paes Ribeiro Alves (UNIVASF)
Waldimir Maia de Leite Neto (UNIVASF)
Vivian Karla de Sena (UNIVASF)
A presente pesquisa está em seu início, e tem como elemento de estudo a ditadura civil-militar brasileira,
que ocorreu entre as décadas de 1964 a 1985 que foi marcada por milhares de casos de violações aos
direitos humanos e pela violência institucionalizada e sistemática. Com desaparecimentos forçados,
torturas, assassinatos, detenções ilegais, exílios etc. O estado ditatorial tentou instaurar terror e medo na
população para silenciar e oprimir qualquer tipo de descontentamento e oposição ao governo. Partindo
desta perspectiva objetivo desta pesquisa é compreender como os espaços arquitetônicos atuaram no
controle social dos ambientes do Colégio Nossa Senhora das Mercês em São Raimundo Nonato – PI no
período da Ditadura Civil-Militar no Brasil. Pretende- se identificar na observação da arquitetura as
relações de poder na Unidade Escolar Nossa Senhora das Mercês se utilizando como fontes, a história oral,
as memórias de educadores, antigos estudantes que vivenciaram e sentiram as ações repressivas do
período na escola de São Raimundo Nonato-PI. Isto possibilitará o estudo das relações de poder com a
cultura material da repressão, sob a perspectiva da Arqueologia da Arquitetura e Arqueologia da
Repressão e da Resistência dentro de uma perspectiva da arqueologia contextual.

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ARQUEOLOGIA EM CENÁRIOS DE FOME
Respeito, dignidade, alimento e conhecimento

Palavras-chave: Arqueologia da Arquitetura. Arqueologia da Repressão e Resistência. Unidades de


Educação. São Raimundo Nonato-PI.

Movimento Portuário de Sergipe: uma escavação gráfica


Clara Souza Leão Pessoa Moura (UFS)
Esta comunicação apresenta os resultados parciais da pesquisa de iniciação científica sobre o movimento
portuário de Sergipe, obtidos a partir da escavação gráfica de periódicos dos séculos XIX e XX, conservados
e digitalizados pela Hemeroteca Nacional Digital (Fundação Biblioteca Nacional). Mais de 8 mil páginas de
mais de 100 diferentes periódicos foram analisadas em busca de notícias sobre embarcações, seus
passageiros e suas cargas, prestando-se atenção às cidades de origem e de destino. Foi observado como
diferentes periódicos anunciam a chegada ou saída das embarcações e feitas comparações em diversas
janelas de tempo. Foi feito levantamento bibliográfico em busca de melhor compreensão do contexto
histórico e econômico da província, desenvolvimento da navegação e como tudo isso se entrelaça. Um
dos resultados a que se chegou foi a importância de Sergipe para viagens entre Pernambuco e Bahia, bem
como o grande impacto positivo que a navegação teve no local, de forma que quando o transporte
ferroviário substituiu a mesma enquanto meio de transporte mais eficaz, o atual estado sofreu
imensamente.
Palavras-chave: Arqueologia histórica. Navegação. Sergipe. Periódicos.

Carta de zoneamento arqueológico subaquático do rio Potengi


(século XVII)
Anne Noemi França Miranda
O rio Potengi, também conhecido como Pottiou, Rio Grande, Puttigi, Potiji durante o período colonial, já
era evidenciado como um espaço favorável a navegação, servindo tanto como via de permanência como
de passagem para embarcações com fins comerciais e de conquista. Embora tenha sido apresentado na
historiografia do Rio Grande do Norte como um espaço viável à navegação, o estuário do Potengi e suas
apropriações humanas, até então, não tinham sido analisados por um viés arqueológico. Deste modo, o
objetivo dessa pesquisa visou produzir uma carta de zoneamento das áreas de potencial arqueológico
subaquático ligados a navegação no estuário do rio Potengi durante o século XVII, como instrumento de
gestão do patrimônio arqueológico regional. Através das fontes documentais foi possível identificar sete
zonas de apropriação humana do século XVII.
Palavras-chave: Estuário do Potengi. Apropriações humanas. Zoneamento arqueológico subaquático.

Arqueologia e as histórias de Henry Koster do engenho Jaguaribe-PE


Cláudia Alves de Oliveira (UFPE)
As pesquisas arqueológicas sobre os primeiros engenhos coloniais da Sesmaria Jaguaribe, permitiram
identificar as ruínas do Engenho Jaguaribe, que já estava funcionando em 1550, no início da colonização
do Litoral Norte do Estado de Pernambuco. As escavações iniciadas em 2015 revelaram diversas estruturas
relacionadas à casa grande, à capela, à moita e ao cemitério. Nosso objetivo é identificar quais as
mudanças que ocorreram, no início do século XIX, a partir da configuração descrita pelo viajante inglês
Henry Koster, em 1812, no seu livro Viagens ao Nordeste do Brasil, onde narra com riqueza de detalhes,
os diversos aspectos sociais, econômicos, naturais e da vida cotidiana. Procura-se integrar as informações
proveniente dos documentos com as descobertas arqueológicas, analisando o modelo das unidades

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ARQUEOLOGIA EM CENÁRIOS DE FOME
Respeito, dignidade, alimento e conhecimento

construtivas descritas pelo viajante. Apresenta-se, portanto, como as informações das fontes escritas
foram relacionadas aos contextos arqueológicos, auxiliando na compreensão a respeito das
transformações ocorridas, nas hipóteses levantadas, no estudo dos vestígios arqueológicos e sobre os
aspectos da vida cotidiana no Engenho Jaguaribe.
Palavras-chave: História do Nordeste. Arqueologia. Arquitetura. Cotidiano.

Grafismos e Resistências Carcerárias: Arqueologia Histórica na Antiga Delegacia Pública de Barreiras


(BA)
Yury Barbosa Barros (UFRB)

O objetivo dessa pesquisa é analisar e refletir acerca dos registros parietais feitos pelos presos e presas da
Antiga delegacia pública de Barreiras (Bahia). Foi desenvolvida através de visitas de campo que acabaram
por revelar um universo completamente diverso daquele que fomenta os estereótipos dos indivíduos
marginalizados e encarcerados a respeito da disposição dos elementos visuais, privilegiando as seguintes
técnicas: fotografias, registros descritivos e relatos orais. Dessa forma, a manifestação das relações de
confronto através de símbolos de resistência e ressignificação eram demarcadas espacialmente, indicando
uma organização social própria a partir da distribuição de celas. A realização deste trabalho fez questionar
desde o princípio quem é o “outro” da contemporaneidade, quem é o silenciado pelo documento oficial,
quem pode ser descoberto através de arqueologia histórica. As principais conclusões, resultantes das
interpretações da cultura material do sítio estudado, apontam para uma realidade onde mesmo as
temáticas esperadas, como a dor, a violência e o erotismo ganham significados subjetivos e diferentes dos
comumente imaginados.
Palavras-chave: Delegacia. Arqueologia. Resistência. Encarcerados. Grafismos.

Um olhar arqueofaunístico sobre casas de fazenda no Seridó Norte-Riograndense, séculos XVIII ao XX


Kathelly Rayssa Vital (UNIVASF)
A partir do material arqueofaunístico dos Sítios Arqueológicos Culumins e Totoró, pretende-se fazer uma
discussão, aliando a cultura material juntamente com a bibliografia. Assim visa-se nortear o leitor sobre a
região Seridó do estado do Rio grande do Norte para que saiba um pouco mais sobre esses Sítios e sobre
o material arqueofaunístico encontrado. Como objetivo fazer alguns questionamentos ao longo projeto
no que tange a domesticação dos animais e entender como seria isso nessa região assim como também
fazendo pensar sobre os hábitos alimentares da população sertaneja do Rio Grande Norte. Para isso será
analisado o material arqueofaunístico do sítio, e feita catalogação ou classificação taxinômica, também
como: análises macroscópicas e microscópicas objetivando o reconhecimento de modelos de cortes,
quebras, colagens e queima e intepretação dos dados para o estabelecimento de parâmetros conclusivos;
Palavras-chave: Zooarqueologia. Casas de Fazenda. Arqueofauna.

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ARQUEOLOGIA EM CENÁRIOS DE FOME
Respeito, dignidade, alimento e conhecimento

3º DIA: 22 DE SETEMBRO DE 2022

SIMPÓSIO TEMÁTICO 09 – A gestão do patrimônio arqueológico no licenciamento ambiental


EIXO 4: ARQUEOLOGIA PREVENTIVA: EXPERIÊNCIAS, APRENDIZADOS E RUMOS

ST09: A gestão do patrimônio arqueológico no licenciamento ambiental


Beatriz Costa Paiva (UFPE)
Rúbia Nogueira de Andrade Malheiros (UFPE)
Milena Duarte de Oliveira Souza (UFPE)
O simpósio a ser apresentado busca fazer uma reflexão sobre a Gestão do Patrimônio arqueológico no
contexto da arqueologia preventiva, que constitui o maior desafio dos profissionais da arqueologia.
Contraditoriamente, é uma especialidade do estudo da arqueologia ainda pouco debatida. Dessa forma,
pretendemos iniciar o debate e reflexão sobre a Gestão do Patrimônio Arqueológico no licenciamento
ambiental. O conceito de gestão é oriundo do ramo administrativo e deve ser diagnosticável e processual,
envolvendo planejamento, organização, direção e controle de recursos. Esse processo é também aplicado
à área arqueológica, quando se trata de gerir o patrimônio arqueológico, que constitui bem da união,
socioeconômico, cultural, coletivo e finito. Para o meio socioeconômico e cultural, a referência de
gerenciamento em Patrimônio Arqueológico passou a ser discutida com as cartas Internacionais ICAHM /
Icomos, na qual consta que o gerenciamento constitui a proteção e administração do patrimônio
arqueológico em seu meio natural e em suas relações com a história e a sociedade contemporânea
envolvendo várias etapas de: proteção e interpretação do patrimônio; reconhecimento de campo;
inventário; escavação e pesquisa; e, atividades de extroversão. Dessa forma, pretende-se discutir como a
Gestão do Patrimônio Arqueológico irá confluir dados que envolvem desde a esfera da administração
pública e legislação, iniciativa privada, profissionais habilitados, Instituições Científicas de Guarda e
Pesquisa e a comunidade envolvida com o bem cultural. Na estrutura organizacional, o estudo da gestão
requer a compreensão de elementos internos (união e seus órgãos representantes) e externos
(profissionais, instituições de pesquisa, comunidades envolvidas) e as etapas que a compõe. No caso
específico da Gestão de Patrimônio Arqueológico as etapas envolvem toda a cadeia produtiva do sítio,
desde seu acautelamento e legislação que os protegem, sua identificação, os métodos e técnicas da
arqueologia preventiva, a escolha e amostragem adotada em campo, a guarda e conservação da coleção
arqueológica, a extroversão e socialização da arqueologia para a comunidade e o papel social e ambiental
da arqueologia preventiva. Busca-se, assim, debater e refletir acerca das estruturas e elementos que
compõe a Gestão de Patrimônio Arqueológico no licenciamento ambiental, observando a gestão como
uma estrutura organizacional, dinâmica, oriunda de seu tempo e consequentemente das ações política e
econômicas. A partir da temática proposta, espera-se convergir estudos a respeito das problemáticas da
arqueologia preventiva, tais como métodos e técnicas da arqueologia preventiva; adequação da cadeia
operatória do licenciamento após a IN 01/2015 IPHAN; desafios da profissionalização no setor da
arqueologia preventiva; a formação acadêmica versus a prática no campo; o papel social da arqueologia
preventiva; socialização e extroversão do conhecimento no contexto da arqueologia preventiva; entre
outros. Espera-se, com esse debate, direcionar o campo da arqueologia preventiva, no sentido de fazer-
se uma gestão compartilhada e eficaz do patrimônio arqueológico.
Palavras-chave: Arqueologia preventiva. Licenciamento ambiental. Gestão

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ARQUEOLOGIA EM CENÁRIOS DE FOME
Respeito, dignidade, alimento e conhecimento

A gestão do patrimônio arqueológico no Brasil: uma análise dos dispositivos legais


Beatriz Costa Paiva (UFPE)
Milena Duarte de Oliveira Souza (UFPE)
Rúbia Nogueira de Andrade Malheiros (UFPE)
Este trabalho busca avaliar o atual modelo de gestão do patrimônio arqueológico adotado no Brasil, à luz
da legislação vigente com foco na Política do Patrimônio Cultural Material - PPCM, publicada pelo IPHAN
através da Portaria nº 375/2018. A elaboração deste diagnóstico poderá contribuir para a identificação
dos óbices da gestão, buscando ressaltar quais segmentos merecem maior atenção das políticas públicas
nacionais. A metodologia utilizada neste trabalho consistiu nas etapas: levantamento da legislação e
bibliografia referente ao tema; análise do modelo de gestão, com base na PPCM e nas demais normativas,
com foco em identificar quais processos institucionais adotado na supra citada portaria (Educação
Patrimonial, Identificação, Reconhecimento, Proteção, Normatização, Autorização, Participação no
Licenciamento Ambiental, Fiscalização, Conservação, Interpretação, Promoção e Difusão) têm
regulamentação específica e quais devem ser regulamentados. Com base no levantamento, percebe-se, a
partir do ano de 2015, um avanço nas regulamentações referente ao patrimônio arqueológico. Contudo,
ainda há diversas etapas que merecem uma atuação do poder público.
Palavras-chave: Patrimônio arqueológico. Licenciamento ambiental. Gestão do patrimônio arqueológico.

Arqueologia Preventiva: desafios científicos, empresariais e comunitários diante da preservação e


gestão dos bens arqueológicos
Alvandyr Dantas Bezerra (Vestigium Arqueologia e Patrimônio)
Mirta Kelen Barbosa Bezerra (Vestigium Arqueologia e Patrimônio)
A cada ano, centenas de sítios arqueológicos são registrados no Brasil e cadastrados no IPHAN,
principalmente, a partir de diferentes trabalhos realizados no âmbito da arqueologia preventiva. Os
resultados dessas atividades e as metodologias de campo aplicadas, apresentam uma realidade
quantitativa, que comprova o potencial arqueológico brasileiro e, ao mesmo tempo, evidenciam um
desafio para a arqueologia no que diz respeito aos interesses de cada ator social envolvido nos processos
de licenciamento ambiental. O objetivo é caracterizar esse cenário, no qual encontra-se o IPHAN, com
suas Portarias e Normativas, o Empreendedor com suas predileções econômicas, as Comunidades com
seus anseios e esperanças e o Arqueólogo (a) com suas aspirações científicas e preservacionistas. Pode-se
concluir, que as ações da arqueologia preventiva, precisam compatibilizar as pesquisas, a preservação e
gestão de sítios, considerando a participação dos diferentes protagonistas envolvidos no contexto dos
estudos arqueológicos e ambientais.
Palavras-chave: Arqueologia Preventiva. Empreendedor. Comunidades. Arqueólogo. IPHAN.

Uma análise sobre as intervenções realizadas por meio do licenciamento arqueológico em São
Cristóvão, Sergipe.
Beatriz da Silva Lima Moreira (UFS)
Este trabalho objetiva construir uma revisão sobre as intervenções arqueológicas já realizadas na cidade
de São Cristóvão, no estado de Sergipe. Em específico o projeto de levantamento e monitoramento do
patrimônio arqueológico da área diretamente afetada pela ampliação do sistema de esgoto e de
abastecimento de água, realizado pela Companhia de Saneamento de Sergipe (DESO) e Departamento de
Arqueologia da Universidade Federal de Sergipe (DARQ) em 2010. O projeto teve à frente (UFS), através
do núcleo de Arqueologia da UFS, (NAR, atualmente DARQ), Campus de Laranjeiras, DESO, e fundação de

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ARQUEOLOGIA EM CENÁRIOS DE FOME
Respeito, dignidade, alimento e conhecimento

apoio e pesquisa e extensão do estado de Sergipe (FAPESE). Este tratava-se de uma obra de instalação de
dutos subterrâneos para o esgoto sanitário da cidade. Afetando diretamente o patrimônio histórico-
cultural tombado pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional ( IPHAN), os tombamentos
ocorreram a partir da década de 1940, conjunto completo do centro da cidade (praças, ruas, edifícios).
Ao longo desta pesquisa foi desenvolvido um panorama com alguns conceitos iniciais para estabelecer
um contexto sobre a temática. Inicialmente houve a delimitação do surgimento da arqueologia de
contrato, principais problemas e perspectivas. Também uma breve descrição das pesquisas de arqueologia
de contrato realizadas no nordeste. Foram analisadas as bases metodológicas que nortearam o
desenvolvimento e etapas do projeto. As principais fontes consultadas, Instituto do Patrimônio Histórico
e Artístico Nacional (IPHAN), banco de dados do Laboratório de Arqueologia da Arquitetura e da Cidade
(LABAAC). Foi possível identificar as escolhas de abordagens metodológicas, processo burocrático,
relatório, pedidos de portaria, todas as requisições solicitadas. Os resultados obtidos foram duas sínteses,
do projeto e de todas as intervenções já realizadas na região. Tais resultados possibilitam a construção de
novas pesquisas sobre a temática, análises dos materiais arqueológicos identificados.
Palavras-chave: Licenciamento ambiental. Intervenções arqueológicas. Patrimônio histórico.

Análise das pesquisas arqueológicas em projetos de implantação do saneamento básico realizados


pela EMBASA no estado da Bahia (2018 –2022)
Jarryer de Jesus Pinheiro (UFS)
Augusto Moutinho Miranda (UFS)
Com a missão de “prestar serviços de abastecimento de água e esgotamento sanitário, com excelência e
sustentabilidade, contribuindo para universalização e melhorando a qualidade de vida”, a Empresa Baiana
de Águas e Saneamento – EMBASA – busca aliar a execução da pesquisa arqueológica de acordo com as
exigências legais, possibilitando assim a compatibilização entre a melhoria da qualidade de vida da
população baiana e a preservação e a geração de conhecimento sobre o patrimônio arqueológico
possivelmente identificado na área da implantação ou ampliação dos Sistemas de Abastecimento de Água,
Sistemas de Esgotamento Sanitário e Barragens. Neste sentido, ao longo dos últimos anos a Gerência
Socioambiental - ESAM da EMBASA, vem garantindo a salvaguarda do patrimônio cultural brasileiro,
através das pesquisas executadas, visando a atender as determinações legais referentes ao patrimônio
histórico-cultural. Apresentamos neste trabalho as ações desenvolvidas nos projetos de arqueologia
vinculados ao licenciamento ambiental, realizados no Estado da Bahia entre os anos de 2018 e 2022. Para
isso foi feito um levantamento dos projetos desenvolvidos a partir da apresentação das Fichas de
Caracterização da Atividade – FCA’s - e de seu enquadramento prévio para cada empreendimento de
acordo com seu porte e tipo de impacto passível a possíveis zonas de interesse arqueológico, de acordo
com Instrução Normativa 001/2015, lançadas pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional –
IPHAN.
Palavras-chave: Saneamento básico. Licenciamento ambiental. Arqueologia.

Pesquisa arqueológica no bairro Caixa d’Água, na cidade de Seabra/BA: resultados e perspectivas na


implantação do saneamento básico realizado pela EMBASA no estado da Bahia.
Augusto Moutinho Miranda (UFS)
Jarryer de Jesus Pinheiro (UFS)
Apresentamos aqui o resultado da pesquisa arqueológica realizada no âmbito do licenciamento da
ampliação do Sistema de Abastecimento de Água – SAA de Seabra – do bairro Caixa d’Água, no período
de setembro de 2020 pela Embasa. A partir da apresentação da Ficha de Caracterização da Atividade –
FCA – junto ao Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional – IPHAN, e seu enquadramento de

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ARQUEOLOGIA EM CENÁRIOS DE FOME
Respeito, dignidade, alimento e conhecimento

Nível II, foi desenvolvida a proposta de Acompanhamento Arqueológico, aprovada pelo órgão responsável.
As atividades de monitoramento aconteceram ao longo de doze dias, período durante o qual o Arqueólogo
coordenador de campo acompanhou as atividades de escavação de 3073 metros de abertura de valas para
a instalação de tubulação. Ao longo das atividades de pesquisa foram evidenciados 08 materiais
arqueológicos, sendo 05 líticos e 03 fragmentos cerâmicos. Os materiais coletados em campo passaram
pelas seguintes etapas e procedimentos em laboratório: triagem, limpeza, aferição da remontagem,
tombamento, análise e classificação, registro e acondicionamento. Vale ressaltar que pela cidade de
Seabra estar localizada na Chapada Diamantina esta pesquisa colabora para preservação e aumento do
conhecimento dessa área arqueológica importante para o patrimônio cultural regional e brasileiro.
Palavras-chave: Seabra. Licenciamento ambiental. Pesquisa arqueológica. Saneamento Básico.

O rio São Francisco e as ocupações ao longo dos anos: o caso do Sítio Arqueológico Água Fria 01
Sara Toja (Arcadis)
Patricia Fernanda Carvalho de Sousa (Arcadis)
O sítio arqueológico Água Fria 1, na Comunidade homônima (Serra do Ramalho-BA), fora identificado
durante obras realizadas pela CODEVASF. À época, foram identificados no local ossos humanos em
superfície e subsuperfície. A partir destes, solicitaram à consultoria ambiental um Programa de Resgate
Arqueológico e Educação Patrimonial, a fim de compensar os danos causados pelo empreendimento. O
sítio apresentou materiais associados a ocupações pré-coloniais, junto a elementos contemporâneos,
visto que se trata de uma comunidade viva que ocupa o local. Durante as atividades arqueológicas, foram
identificados e analisados fragmentos cerâmicos, líticos, vestígios faunísticos, sementes, restos de
fogueiras e 5 sepultamentos foram resgatados. Após as análises, foi possível considerar que o sítio poderia
ter sido utilizado por grupos caçadores/pescadores-coletores, servindo como ponto estratégico para a
realização das suas atividades. A presença de fogueiras repletas de vestígios alimentares e a grande
quantidade de fragmentos de cachimbos cerâmicos reforça a ideia de que os habitantes se agrupavam
para realizar diversas atividades ao seu redor.
Palavras-chave: Serra do Ramalho. Arqueologia Pré-colonial. Sepultamentos.

A busca por tornar reconhecido o patrimônio arqueológico em localidades de Cairu, Bahia


Luiz Antonio Pacheco de Queiroz
Railson Cotias da Silva
A avaliação de potencial arqueológico e resgate no empreendimento Amerigo Vespucci Residence na vila
de Morro de São Paulo, município de Cairu, Bahia, levaram à identificação de ocupações nos séculos XVIII
e XIX em dois sítios pesquisados, possíveis de serem destacados em seu local de implantação. Entendemos
que há um entrave para materializar a realização da ideia: a desconexão dos habitantes locais com o
patrimônio arqueológico. Durante a pesquisa arqueológica refletimos sobre como combater a destruição
dos sítios arqueológicos provocada pela especulação imobiliária. Tal problema, gerado pelo turismo
predatório e gentrificação em curso, é urgente de ser solucionado pela sociedade para preservar
referências culturais locais. Nas ações de socialização do conhecimento na referida vila e em outras três
localidades de Cairu aplicamos estratégias para sensibilizar os participantes quanto à importância dos bens
arqueológicos para a defesa da memória e identidade local. Indicamos que o acesso ao conhecimento
produzido deve ser direcionado por noções imparciais e através da incessante busca de garantias para
manter os espaços locais como um bem público.
Palavras-chave: Gestão do Patrimônio Arqueológico. Morro de São Paulo. Turismo Predatório.

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ARQUEOLOGIA EM CENÁRIOS DE FOME
Respeito, dignidade, alimento e conhecimento

Arqueologia preventiva e gestão do patrimônio arqueológico - reflexão sobre práticas de campo e


gestão dos acervos arqueológicos
Ravena Barbosa Machado de Souza (UFPE)
Gleyce da Conceição Lopes dos Santos (UFPE)
A gestão sustentável do patrimônio arqueológico é um tema que vem despertando o interesse dos
arqueólogos e profissionais que lidam diretamente com esses bens, pois, cada vez mais se percebe que as
atuais práticas e normas legais vigentes estão contribuindo para o agravamento dos problemas
enfrentados pelas instituições de guarda e pesquisa. Diante desta perspectiva a arqueologia preventiva
precisa rever as metodologias de abordagens e questionar a política de coleta na legislação do IPHAN. Esse
artigo busca apresentar e discutir a elaboração de um protocolo de coleta de artefatos arqueológicos. Para
isso, foram revisadas as cartas patrimoniais internacionais das quais o Brasil é signatário, assim como a
nossa legislação atual. Para melhor embasar a discussão, foram apresentados alguns exemplos de países
que adotaram uma legislação desse tipo, observando os caminhos seguidos, as potencialidades e as
limitações de cada proposta. Não se buscou aqui propor soluções perfeitas ou defender a adoção imediata
de alguma estratégia, mas sim jogar luz sobre tal problemática, contribuindo com o atual e profícuo debate
da gestão do patrimônio arqueológico.
Palavras-chave: Arqueologia Preventiva. Gestão do Patrimônio. IPHAN. Legislação. Cartas Patrimoniais.

Documentação museológica de acervos arqueológicos: uma reflexão acerca das diretrizes para
recepção de acervos no Laboratório de Documentação e Arqueologia (LADA/UFRB)
Cristiano da Silva Araujo (UFRB)
Carlos Alberto Santos Costa (UFRB)
O presente trabalho tem como objetivo analisar a gestão de coleções arqueológicas musealizadas no
Laboratório de Documentação e Arqueologia (LADA-UFRB), para propor um caminho viável de
documentação que possibilite o acesso às coleções. A presente pesquisa utiliza o método qualitativo
aplicado ao estudo de caso, o qual nos permite analisar, no tocante a documentação arqueológica, a
profundidade e o alcance das diferentes pesquisas arqueológicas realizadas. A partir do resultado parcial,
infere-se que a documentação gerada durante o processo de pesquisa arqueológica varia em decorrência
da própria natureza da pesquisa, ocasionando um processo de documentação dinâmico, que deve ser
preservado como parte da informação que possibilita compreender os acervos. Como consideração
prévia, vislumbramos que a elaboração de um dossiê documental museológico, por trabalho arqueológico,
conformaria uma alternativa viável de organização dos dados arqueologicos. Entendemos que isso irá
proporcionar a sistematização das informações arqueológicas, a proteção e a valoração do patrimônio
arqueológico, uma vez que se pretende agrupar os registros documentais arqueológicos que foram
produzidos antes, durante e após a pesquisa, ao acervo que foi depositado na instituição.
Palavras-chave: Musealização. Documentação Museológica. Patrimônio arqueológico. Preservação.
Documentação Arqueológica.

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ARQUEOLOGIA EM CENÁRIOS DE FOME
Respeito, dignidade, alimento e conhecimento

SIMPÓSIO TEMÁTICO 10 –Arqueologia, saberes e educação: diálogos e experiências


EIXO 4: ARQUEOLOGIA PREVENTIVA: EXPERIÊNCIAS, APRENDIZADOS E RUMOS

ST10 Arqueologia, saberes e educação: diálogos e experiências


Fabiana Comerlato (UFRB)
Luiz Antonio Pacheco de Queiroz
A ações educativas no âmbito de pesquisas arqueológicas que têm como princípio compartilhar saberes e
dar acesso aos conhecimentos produzidos, tanto com relação aos resultados dos estudos quanto para
chamar atenção aos bens culturais das comunidades, são enfocadas neste simpósio. Pretendemos
provocar o debate sobre o potencial do aprendizado, a construção de experiências e os rumos da educação
voltada ao patrimônio cultural. Nos interessa discutir as práticas do abrangente campo da arqueologia e
educação que se propõem à socialização e extroversão do conhecimento através das diversas formas
possíveis. Convidamos a enviar propostas dos trabalhos oriundos das ações de divulgação do
conhecimento, sejam eles realizados de formas presenciais já consagradas ou provenientes do modo
remoto por transmissão em videoconferência e formatos das redes sociais. Assim, independentemente
de estarem atreladas a programas de Educação Patrimonial, são bem vindas comunicações que tratem de
reflexões de atividades tais como palestras, rodas de conversas, oficinas de capacitação, cursos de temas
relacionados do patrimônio cultural e também dos demais eventos de divulgação cuja adoção de
estratégias didático-pedagógicas favorecem socializar o conhecimento produzido em pesquisas
arqueológicas.
Palavras-chave: Educação Patrimonial. Saberes. Patrimônio Arqueológico.

A experimentação arqueológica como estratégia pedagógica


Lílian Panachuk (UFMG)
Sara Toja (ARCADIS)
No início de 2019, compartilhamos em sala uma experiência pedagógica baseada em Arqueologia
Experimental, através de diferentes módulos que compreendiam: fogo, material lítico, cerâmico e
grafismos rupestres. Essa estrutura pedagógica permitiu o envolvimento empenhado com o conteúdo. As
autoras dessa comunicação se aproximaram em suas pesquisas, e em suas redes acadêmicas, participando
do Grupo de Pesquisa Cultura do Barro na Escola de Belas Artes, na UFMG. É possível entender de um
outro prisma um artefato corpóreo como a cerâmica, empenhando o próprio corpo para produzir esse
objeto. Em meados de 2019, as práticas pedagógicas baseadas no fazer e os interesses relativos ao
empenho do corpo produtor, fizeram com que juntas pudéssemos reativar o Grupo de Estudos do
Simbolismo e Tecnologia Oleira - G.E.S.T.O.; e dar novo ânimo ao projeto de extensão “Arqueologia e
Educação”, vinculado ao Museu de História Natural e Jardim Botânico da UFMG. Ensinar e aprender sobre
um objeto realizando sua cadeia operatória na prática (completa ou parcialmente), aprender com as mãos,
é uma atividade revolucionária. Nesse trabalho pretendemos refletir sobre a construção do conhecimento
científico que inclui o empenho de corpo em aprender uma tarefa, relacionando nossa vivência de
professora e estudante.
Palavras-chave: Arqueologia experimental. Educação participativa. Proposta educativa.

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ARQUEOLOGIA EM CENÁRIOS DE FOME
Respeito, dignidade, alimento e conhecimento

A extroversão do conhecimento arqueológico por mídias sociais: A Arqueologia Pública como


instrumento de divulgação cientifica em tempos de pandemia
Daniele Cristina Liberato de Oliveira (UFPE)
Uma das principais responsabilidades da Arqueologia é tornar acessível para sociedade o conhecimento
arqueológico. Porém, durante a pandemia da covid 19, toda a comunidade acadêmica migrou suas
atividades para meio virtual, possibilitando novas formas de comunicação com a sociedade. Muitas
atividades onlines foram executadas para extroversão do conhecimento. O presente trabalho procura
apresentar a experiência de três grupos, apresentando dados estatísticos e debatendo conteúdos para a
educação patrimonial por meio de mídias sociais. A metodologia utilizou um levantamento dos dados do
YouTube, utilizando a estatística em três variáveis: visualizações totais, o alcance internacional e o tipo de
dispositivo. Os resultados verificaram que o grupo que apresentou maior variação do conteúdo conseguiu
um número maior de visualizações, mas ligado a conteúdos mais técnicos. Dois grupos que chegaram a
quase 40% das visualizações totais em nível internacional, muito superior as temáticas locais. Por fim,
todos os grupos apresentam a maioria de visualizações no dispositivo móvel, o que demostra que vídeos
de longa duração não são integramente assistidos.
Palavras-chave: Educação patrimonial. Mídias sociais. Alcance.

Cursos de extensão universitária online: a experiência do grupo de estudos Arqueologia do Oeste da


Bahia
Fernanda Liborio Ribeiro Simões (UFOB)
O grupo de estudos Arqueologia do Oeste da Bahia surgiu com o objetivo de fortalecer as pesquisas da
região, criar redes de apoio e colaboração comunidade local e aproximar a produção do conhecimento
arqueológico do cotidiano. Através de websites, canal de vídeos e mídias sociais, o presente projeto de
extensão atua na divulgação das atividades realizadas com os estudantes e com comunidades no entorno
dos sítios, disponibiliza cursos e estimula a participação de diferentes agentes. Apresentaremos os cursos
online “Gestão do Patrimônio Cultural”, “Pré-História Geral e do Brasil”, “Introdução à Arqueologia” e
“Arqueologia de Ambientes Aquáticos”. Ao contrário do que era esperado durante o planejamento dos
cursos, os participantes não se inscreveram com a intensão de “realizar um sonho” ou de atuar como
profissionais da Arqueologia. A análise dos cursos e dos levantamentos realizados indicaram que os
interessados são de pessoas já estabelecidas profissionalmente, mas que tem no seu cotidiano a
informação arqueológica demandada, mas que não possuíam formação para o discernimento para
distinguir criticamente a pesquisa confiável do sensacionalismo.
Palavras-chave: Extensão. Cursos online. Arqueologia.

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ARQUEOLOGIA EM CENÁRIOS DE FOME
Respeito, dignidade, alimento e conhecimento

Audiovisual como ferramenta para a educação patrimonial: a experiência no sítio arqueológico


Chácara Rosane, em São Luís, Maranhão
Welington Lage (WLAGE)
Renata Larissa Sales Quaresma Lage (UFPI)
Pablo Meneses Lage (WLAGE)
A pandemia do COVID 19 fez com que algumas ações exigidas nos TRs do IPHAN fossem repensadas. O
“lockdown” decretado no Brasil impediu que ações como extroversão, divulgação, visitas aos sítios,
palestras em escolas etc. fossem realizadas. A alternativa para a prática de Educação Patrimonial utilizada
no Programa de Gestão do Patrimônio Arqueológico do Sítio Chácara Rosane foi a elaboração de um vídeo
que abordasse todas as etapas do processo, desde a avaliação do impacto até a fase de salvamento e
resgate. No vídeo optou-se pelo Método de Pesquisa Participante, que tem como propósito fundamental
a emancipação das pessoas ou das comunidades que a realizam. Foram colhidos depoimentos dos mais
diversos atores envolvidos direta ou indiretamente no processo, desde arqueólogos com experiência e
conhecimento sobre a arqueologia da Ilha, dos técnicos e auxiliares que participaram das atividades de
campo, dos técnicos do IPHAN, da representante do empreendedor e de visitantes fortuitos. O resultado
foi a produção de um documentário de 30 minutos, que foi divulgado aos interessados e encontra-se
disponível no Youtube, onde até hoje atingiu a marca de 757 visualizações.
Palavras-chave: Educação patrimonial. Sítio Chácara Rosane. Documentário Arqueológico.

Da quadrícula ao quadro: vivências e aprendizados nos Projetos Integrados de Educação Patrimonial


no licenciamento ambiental no Nordeste (2016-2022)
Augusto Moutinho Miranda (AMMEPP)
Esta pesquisa busca apresentar algumas experiências e constatações das trocas de conhecimento em
ações de Projetos Integrados de Educação Patrimonial desenvolvidos nos trabalhos de arqueologia
preventiva vinculados ao licenciamento ambiental, realizados nos estados de Sergipe, Pernambuco e Bahia
entre 2016 e 2022. A partir da regência e da vivência da concepção freireana, que acredita não existir
apenas uma educação, mas sim educações, que partem da ação dialógica, da leitura do mundo, da
curiosidade epistemológica, de uma educação problematizadora, resultando na transformação da
realidade, buscou-se identificar as experiências construídas na praxe das atividades de educação
patrimonial, apresentando algumas reflexões, desdobramentos e resultados dessa interação.
Palavras-chave: Educação patrimonial. Paulo Freire. Arqueologia preventiva.

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ARQUEOLOGIA EM CENÁRIOS DE FOME
Respeito, dignidade, alimento e conhecimento

Educação Patrimonial em Tempo de Pandemia: Uma Experiência no Licenciamento Ambiental no


município de Itaparica-Bahia
Luis Felipe Freire Dantas Santos (Contextos Arqueologia)
Jéssica Lene de Costa Mello (Contextos Arqueologia)
Tiago Vasconcelos (Contextos Arqueologia)
A comunicação tem como objetivo apresentar as ações de educação patrimonial desenvolvidas no escopo
do Projeto de Gestão do Patrimônio Arqueológico do Empreendimento de Requalificação da Base Náutica
de Itaparica (2021). A partir da discussão das dificuldades existentes pelas condições político-econômicas,
patrimoniais e da pandemia de Covid-19, mostraremos o papel da incorporação das novas mídias e da
linguagem audiovisual como instrumentos de promoção e articulação do público escolar com as questões
de preservação do patrimônio cultural, sobretudo o subaquático. O projeto atuou em parceria com a
Secretaria de Educação do Município de Itaparica, desenvolvendo um curso de formação continuada para
professores e pessoas interessadas na gestão do patrimônio. O curso foi desenvolvido integralmente de
forma remota, através de uma estratégia que mesclava momentos síncronos e assíncronos, com a
utilização de materiais audiovisuais de cunho didático, alinhados a realidade local. Como resultado, 60
participantes concluíram o curso, iniciando pequenas transformações nas relações com o patrimônio
cultural local.
Palavras-chave: Educação patrimonial. Linguagem audiovisual. Licenciamento ambiental. Pandemia.
Itaparica.

Férias no Museu da UNICAP: A importância das experimentações lúdicas no Museu para o ensino da
arqueologia e ciências naturais.
Rebecka Borges da Nóbrega Chaves (UNICAP)
Leonardo da Silva Chaves (UNICAP)
Roberta Richard Pinto (UNICAP)
A educação de maneira abrangente tem papel fundamental na construção social, e a preservação de
patrimônios culturais auxilia esse processo formador desde os primeiros contatos educacionais na escola
e principalmente em museus. Percebendo e analisando esse fator educacional dentro de espaços
culturais, e mais ainda, dentro de um espaço museológico e arqueológico. Esse artigo apresentará um
estudo de caso com a descrição detalhada de atividades de oficinas ministradas durante o evento
denominado “Férias no Museu da UNICAP”. Essa atividade é desenvolvida por uma equipe multidisciplinar
e oferecida para um público de cerca de vinte crianças entre quatro e oito anos de idade e objetiva
desenvolver a introdução aos conhecimentos da arqueologia, das ciências naturais e preservação do
patrimônio. No artigo apresentamos uma discussão sobre a importância das experiências formativas em
espaços de educação não-formal, como Museus, apresentando as ferramentas e atividades como meios
de formação educacional, promoção da cultura e preservação do patrimônio, com metodologia associada
aos autores como, GONÇALVES (2005), FUNARI e CARVALHO (2011), BARBOSA (2004, 2009) e COUTINHO
(2009).
Palavras-chave: Educação. Ludicidade. Patrimônio. Arte e inclusão.

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ARQUEOLOGIA EM CENÁRIOS DE FOME
Respeito, dignidade, alimento e conhecimento

Coleção, colecionadora, museu: Uma pesquisa acerca do Museu do Sertão Antônio Coelho em
Remanso – BA.
Andreiza Oliveira Silva (UNIVASF)
Leandro Elias Canaan Mageste (UNIVASF).
Este trabalho refere-se a uma pesquisa monográfica, que tem como finalidade o estudo das categorias
museu, coleção e colecionador, para discutir como essas categorias se relacionam entre si, inferindo nos
discursos impostos aos objetos no que diz respeito ao patrimônio cultural. A partir dessas categorias, tem
como objetivo apresentar o surgimento e trajetória do Museu do Sertão Antônio Coelho de Remanso –
BA, relacionando com os processos de formação das coleções museológicas e a trajetória da colecionadora
Marisa Muniz, proprietária da Instituição. Então, entender como essas categorias se articulam, assim
como, conhecer a realidade da colecionadora e do Museu do Sertão através dos aportes teóricos e
metodológicos, foi possível entender com esse fenômenos relacionam. E a partir disso, estabelecemos
classificação das coleções museológicas seguidas de suas narrativas construídas por dona Marisa, entendo
as mesmas como patrimônios culturais carregadas de significados.
Palavras-chave: Museu. Coleção. Colecionadora. Patrimônio Cultural.

Um parque para preservar: levantamento e apontamentos acerca das pesquisas arqueológicas no


Parque Metropolitano Armando de Holanda Cavalcanti, Cabo de Santo Agostinho-PE (2015-2022)
Izabela Pereira de Lima (UFPE)
Lucas Alves da Rocha (UFPE)
Henry Sócrates Lavalle Sullali (UFPE)
Na década de 70 do século passado, por iniciativas governamentais, diversos parques foram organizados
para preservação dos diferentes tipos de bens encontrado dentro do seus perímetros e interesse de sua
criação, contudo, uma área de mais de 270 hectares, localizada a quase 45 km de distância de Recife (PE).
Essa região, que se encontra no município do Cabo de Santo Agostinho, não só possui uma importância
história a nível nacional como arqueológica também, por essa razão, a criação do parque metropolitano
Armando de Holanda Cavalcanti foi um marco para a arqueologia de Pernambuco, porém após a sua
criação, passou-se quase 40 anos para novas pesquisas serem retomadas e novas sítios arqueológicos
serem localizados e cadastrados. O presente trabalho tenta demonstrar os resultados obtidos entre os
anos de 2015 e 2022, em pesquisas realizadas pela UFPE, além de algumas reflexões sobre a questão da
sociedade local como agente de proteção do patrimônio cultural ou agente destruidor, como no caso
“menino da moeda”.
Palavras-chave: Arqueologia. Parque Metropolitano Armando de Holanda Cavalcanti. Patrimônio.
Comunidades tradicionais. Fake News.

A comunidade em defesa de um Sítio de Arte Rupestre ameaçado: o caso de Entre Morros na Bahia
Alvandyr Dantas Bezerra (Instituto Habilis)
Mirta Kelen Barbosa Bezerra (Vestigium Arqueologia e Patrimônio)
Em Itatim/BA, as pedreiras destroem suportes rochosos com pinturas rupestres, dando lugar a
paralelepípedos. Vários painéis gráficos foram destruídos completamente e outros estavam destinados ao
mesmo fim, como o sítio Entre Morros, que foi salvo pela ação preservacionista da população local. Assim,
o objetivo é demonstrar como os estudos arqueológicos e a participação da comunidade podem garantir
a preservação de um sítio arte rupestre diante do contexto da extração de pedras. Para isso, a metodologia
aplicada foi a realização de atividades educativas, caracterizada por seminários e oficinas no povoado de
Entre Morros. Os trabalhos desenvolvidos com a comunidade e os desdobramentos obtidos dessas ações,

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ARQUEOLOGIA EM CENÁRIOS DE FOME
Respeito, dignidade, alimento e conhecimento

extrapolaram as fronteiras do povoado e se expandiram pelo território de Itatim, tendo como efeito a
participação de outras representatividades, como professores, estudantes e o staff municipal. O resultado
dessas práticas foi a iniciativa de lideranças locais, em divulgar a importância de se preservar as pinturas,
mostrando para os proprietários das pedreiras as consequências de sua destruição, tendo como desfecho
a preservação do sítio Entre Morros.
Palavras-chave: Itatim. Entre morros. Comunidade. Arte rupestre.

Como e Porquê conservar? Questões sobre a valorização de um sítio arqueológico em Estância/SE.


Ariana Salete de Moraes (UFS)
Albérico Nogueira Queiroz (UFS)
Pedro Murilo Freitas (UFS)
As pesquisas direcionadas ao sítio arqueológico do Porto D´Areia em Estância/SE denotam que as ruínas
ainda existentes estão em estado avançado de vulnerabilidade possibilitando culminar no
desaparecimento de registros de suas práticas. Denota-se ausência de pertencimento no processo de
conservação patrimonial, a questionar: patrimônio para quem? Alterando o foco no como conservar,
apenas limitada a preservação à conservação da matéria em si, passando para o âmbito do que conservar
e do porquê conservar. Se propõe discutir diretrizes que tracem estratégias de uma gestão colaborativa
colocando-se em cena uma metodologia de projeto de conhecimento com as estratégicas de conservação:
Interdisciplinaridade; Transescalaridade; Multitemporalidade e Pluralidade. Entendendo que tais
mudanças serão necessárias no papel dos cidadãos, bem como na constatação do distanciamento entre
patrimônio oficial e população. O que atinge diretamente o resultado de tais ações. Espera-se avançar as
discussões que permeiam a patrimonialização, articulando-as para a mitigação das perdas e valorização
dos registros históricos/arqueológicos.
Palavras-chave: Patrimônio cultural. Valorização. Preservação. Conservação. Sítio arqueológico.

MESA DE ENCERRAMENTO
Regis Barbosa (STARQ)

SIMPÓSIO TEMÁTICO 11 –Arqueologia Digital


EIXO 5: A PESQUISA ARQUEOLÓGICA: METODOLOGIAS, TECNOLOGIAS E INOVAÇÕES

ST11: Arqueologia Digital

Grégoire van Havre (UFPI)


Leandro Surya (UNIVASF)
Para a terceira edição do simpósio de Arqueologia Digital na SAB Nordeste, continuaremos discutindo o
papel das tecnologias em Arqueologia, nos seus aspectos teóricos e práticos, abstratos e aplicados. Esta
discussão parte da necessidade de abordar a disseminação de métodos informáticos nos trabalhos
arqueológicos de forma crítica. Consideramos que o uso inquestionável de uma ferramenta ou tecnologia
leva à reprodução linear de estruturas e à ampliação das relações de poder preexistentes. Torna-se
fundamental, portanto, questionar e criticar a introdução de novas tecnologias na Arqueologia. Neste
simpósio, abrimos um espaço de diálogo sobre a aplicação análises computacionais nas pesquisas.
Abrimos também um espaço reflexivo para, a partir de uma crítica sobre o papel de algoritmos no nosso

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ARQUEOLOGIA EM CENÁRIOS DE FOME
Respeito, dignidade, alimento e conhecimento

cotidiano, elaborar formas alternativas de produção e difusão do conhecimento arqueológico. Entre


outros aspectos, abordamos o uso de sistemas de informações geográficas, análise de redes, modelagens,
sistemas complexos e scripts. Defendemos, e demos preferência, porém sem exclusividade, aos trabalhos
desenvolvidos com base em tecnologias livres, em código aberto. Esta preferência é dada como forma de
favorecer uma maior acessibilidade das práticas no contexto atual da sociedade latino-americana. Da
mesma forma, na interpretação das evidências arqueológicas, defendemos a adoção de perspectivas e
modelos abertos e não-hierárquicos. O simpósio visa a reflexão, a crítica e a divulgação de trabalhos
mesclando Informática e Arqueologia.

Palavras-chave: Arqueologia digital. Código aberto. Tecnologias.

SIG aplicado à Arqueologia: Mapeamento Histórico, Modelagem Preditiva e possibilidades de


conhecimento.
Rafaela Maria Carvalho Rodrigues (UFPI)
Carlos Pereira de Araujo Neto (UFPI)
Yan Dias Ferreira. (UFPI)
A utilização do Sistema de Informação Geográfica (SIG) se tornou algo essencial na base dos estudos
arqueológicos. Assim, o presente trabalho tem como objetivo apresentar algumas de suas possibilidades,
criando um ambiente de debate sobre o seu uso. Acrescentado a isso, observa-se, no âmbito da
Universidade Federal do Piauí, no curso de graduação e pós-graduação em Arqueologia, um aumento da
temática SIG nos trabalhos desenvolvidos. Alguns dos trabalhos elaborados atualmente têm como
atributos, por exemplo, de mapear, analisar, criar modelos, manipular dados espaciais para localizar e
interpretar os vestígios arqueológicos com base em um banco de dados digitais de natureza arqueológica
e geoambiental. Para isso, o manuseio de programas como ARQGIS, QGIS ou mesmo a Linguagem R
configuram um ponto de partida. Dessa maneira, destaca-se, que um SIG agregado à organização de base
de um conjunto de dados georreferenciados possibilita ao pesquisador uma vantagem ao realizar seus
trabalhos de campo e expande-se para um meio capaz de auxiliar na interpretação de um contexto
arqueológico.
Palavras-chave: Sistema de Informação Geográfica (SIG). Arqueologia. Mapeamento. Modelagem.

Caracterização arqueológica e geomorfológica do entorno do sítio arqueológico Grota do Morcego,


Salgadinho (PB) através de modelagem tridimensional por aerofotogrametria
Pétala Quaresma Zeferino Nascimento (UFPE)
Demétrio da Silva Mutzenberg (UFPE)
Bruno de Azevedo Cavalcanti Tavares (UFPE)
O município de Salgadinho-PB apresenta um acervo arqueológico riquíssimo, com paredões de pinturas e
gravuras rupestres, além de artefatos e vestígios arqueológicos. O presente trabalho buscou se debruçar
em análise descritiva e em fazer os registros necessários para uma melhor compreensão do contexto dos
sítios arqueológicos do município, em especial o Sítio Grota do Morcego. Foi possível construir um Sistema
de Informações Geográficas do entorno do Sítio Grota do Morcego, e vários produtos espaciais por meio
de aerofotogrametria mediante o uso de Veículos Aéreos Não Tripulados: Modelo Digital de Superfície,
Ortomosaico, Mapa de detalhe geomorfológico e um Modelo Digital Tridimensional Interativo. Além
desses resultados, foi possível encaminhar para cadastramento nacional de sítios arqueológicos, o sítio
Grota do Morcego e mais três sítios com pinturas rupestres localizados no município. A pesquisa buscou
contribuir para a geração de conhecimento acadêmico arqueológico do local, além de possibilitar a
extroversão do patrimônio através da arqueologia digital.

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ARQUEOLOGIA EM CENÁRIOS DE FOME
Respeito, dignidade, alimento e conhecimento

Palavras–chave: Aerofotogrametria. VANT. Sítio Grota do Morcego.

Modelagem Preditiva aplicada à Bacia do Poti: O uso do algoritmo Random Forest.


Carlos Pereira de Araujo Neto (UFPI)
O presente trabalho tem como objetivo apresentar o modelo preditivo para a Bacia do rio Poti, área que
abrange os estados do Piauí e Ceará. A partir dos levantamentos arqueológicos realizados para o local do
estudo, deu-se início a organização sistemática dos dados digitais, fundamentado por um Sistema de
Informação Geográfica de natureza arqueológica (variável dependente) e geoambiental (variável
independente). A construção do Modelo Arqueológico Preditivo ocorreu conjuntamente pelo uso dos
softwares livres QGIS 3.16 e Programa R, sendo selecionado para as correlações das variáveis o algoritmo
Random Forest com a sua abordagem baseada em árvores de decisões. Esse algoritmo é capaz de realizar
análise sobre um grande conjunto de dados e envolve o método de Machine Learning, possibilitando
aprender com os dados inseridos. Essas etapas permitem indicar ao longo da bacia diferentes graus de
probabilidade conforme o resultado da previsão, auxiliando na identificação de novos sítios arqueológicos.
Com base nessas correlações e produtos, serão avaliadas e discutidas as possibilidades, as áreas, os
potenciais e o estado do estabelecimento de um ou mais modelos preditivos para a Bacia do rio Poti.
Palavras-chave: Arqueologia. Bacia do Poti. Modelo Preditivo. Random Forest.

Preservação patrimonial no Enclave Arqueológico Pedra Ferrada: fotogrametria com software livre na
construção de modelos tridimensionais em sítios arqueológicos com gravuras rupestres no Rio Grande
do Norte
Francisco de Assis Soares de Matos
Mizael Manoel da Costa
Valdeci dos Santos Júnior (UERN)
O trabalho apresenta tecnologias adotadas na salvaguarda de imagens simbólicas em 93 sítios
arqueológicos com gravuras rupestres, no Enclave Arqueológico Pedra Ferrada, município de Jucurutu-RN.
Foi utilizada a modelagem digital tridimensional, especificamente a fotogrametria, que tem ganhado
espaço com o surgimento de VANT (Veículo Aéreo não Tripulado), o desenvolvimento de hardwares
potentes e softwares de fácil manipulação. Utilizamos o OpenDroneMap, que se apresenta como uma
alternativa de código aberto na geração de produtos fotogramétricos. O levantamento
aerofotogramétrico foi realizado obedecendo as sobreposições lateral e longitudinal de 80%, a diferentes
alturas. Como resultados, foram gerados modelos tridimensionais texturizados (evidenciando as gravuras
rupestres), Modelos Digitais de Superfícies, Modelos Digitais de Terrenos e Ortomosaicos. A adoção dessa
tecnologia permitiu, de forma digital, reconstituições visuais de todos os painéis gráficos, visando,
principalmente, a preservação patrimonial das imagens simbólicas de 40% desses sítios, que serão
inundados pela construção da barragem de Oiticica.
Palavras-chave: Enclave Arqueológico Pedra Ferrada. Gravuras Rupestres. Preservação Patrimonial.
Modelagem digital tridimensional. OpenDroneMap.

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ARQUEOLOGIA EM CENÁRIOS DE FOME
Respeito, dignidade, alimento e conhecimento

O Mapa Como Artefato: Georreferenciamento Absoluto Aplicado ao Piauí Colonial


Yan Dias Ferreira (UFPI)
Grégoire Van Havre (UFPI)
Esta apresentação tem como objetivo mostrar o resultado de experimentações com métodos de
geoprocessamento da Cartografia Digital e Histórica. Assim como um lítico, uma cerâmica ou qualquer
artefato, mapas também têm cadeias operatórias. Deles, é possível acessar informações sociais e culturais
que podem estar, ou não, de acordo com os documentos históricos. Para tanto, partimos do “Mappa
Geográfico da Capitania do Piauhy”, feito por Antônio Henrique Galúcio em 1760. Nesse caso específico,
exploramos o modo de fazer do autor: localização astronômica para lugares considerados como centrais
e localização relativa, por triangulação, para os outros. Procuramos assim observar até que ponto devemos
nos apoiar nos dados de georreferenciamento absoluto para análises espaciais. Quais são os lugares
centrais? Quais não são? E a partir dos resultados obtidos, estudamos as relações sociais, políticas e
econômicas entre fazendas e povoados, freguesias e vilas coloniais da Capitania do Piauí.
Palavras-chave: SIG-Histórico. Cartografia histórica. Arqueologia.

Bancos de Dados Aplicados à Arqueologia.


João Matheus de Sousa (UFPI)
Giovanna Clara Soares da Silveira (UFPI)
Ana Luzia Pinheiro de Freitas (UFPI).
Esse trabalho trata do uso de banco de dados na Arqueologia. Com o propósito de demonstrar a sua
aplicabilidade em Arqueologia, apresentamos dois bancos de dados distintos, criados, respectivamente,
com Wordpress e Django. Abordamos os objetivos de cada um, passando pelo seu processo de criação e
de construção, e finalizamos discutindo o seu uso em diferentes áreas de atuação. O banco de dados criado
no Wordpress foi utilizado a fim de reunir e disponibilizar dados iniciais sobre o acervo arqueológico do
MAP (Museu de Arqueologia e Paleontologia) da Universidade Federal do Piauí. Se concentra, a princípio,
em material lítico. Já o banco de dados criado no Django foi montado para apresentar dados sobre
contextos funerários no Piauí. Com a exposição da pesquisa e das diferenças entre os dois programas
disponíveis, concluímos na importância de utilizar bancos de dados de livre acesso para auxiliar o
desenvolvimento da pesquisa arqueológica, bem como a disponibilização pública dos dados coletados.
Palavras-chave: Banco de dados. Arqueologia. Wordpress. Django.

Banco de Dados sobre Contextos Funerários do Piauí.


Ana Luzia Pinheiro de Freitas (UFPI)
Francisco Rodrigo Parente da Ponte (UFC)
Claudia Minervina Souza Cunha (UFPI).
Esse trabalho trata da proposta de criação de um banco de dados sobre contextos funerários. Para criar
um banco de dados de acesso aberto que reunisse informações sobre os contextos funerários do Piauí,
fez-se necessário (I) o estabelecer parâmetros para caracterizar as práticas funerárias observáveis
naqueles contextos (II) o levantar o estado da arte sobre este tipo de sítios e (III) cadastrar as informações
coletadas em base de dados. Para criar o banco de dados utilizou-se o sistema gerenciador de banco de
dados aberto, o SQLite. Os campos que compõem a base de dados foram pensados com base nos conceitos
utilizados na análise de práticas funerárias segundo abordagens da Bioarqueologia, Arqueologia da Morte
e Anthropologie de Terrain. Os resultados obtidos mostram os 23 sítios funerários cadastrados e variáveis
que os caracterizam. Esses resultados e a ferramenta que abriga tais dados serão futuramente
disponibilizados para pesquisadores interessados no tema.

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ARQUEOLOGIA EM CENÁRIOS DE FOME
Respeito, dignidade, alimento e conhecimento

Palavras-chave: Banco de dados. Contextos funerários. Piauí.

Os desafios de um script em linguagem R para Geofísica Aplicada em Arqueologia


Taís Ketlyn de Souza Santos (UNIVASF)
Larissa Aragão (UNIVASF)
Leandro Surya (UNIVASF)
Nos estudos de Geofísica Aplicada a Arqueologia é concebida como uma de suas áreas de atuação.
Todavia, na arqueologia brasileira, principalmente naquela praticada em seu semiárido, ainda é raro ver
pesquisas envolvendo métodos como a resistividade elétrica, polarização induzida ou potencial
espontâneo. O objetivo desta comunicação é tentar dirimir o hiato entre as duas áreas por meio da
aplicação da resistividade elétrica em sítios arqueológicos. A metodologia envolveu o desenvolvimento de
um script em linguagem R para processar os dados coletados em campo, envolvendo as fórmulas
derivadas da Lei de Ohm e dos passos necessários para a interpolação por meio de duas técnicas, a
krigagem e o IDW. Como resultado obtemos imagens de pseudos-cortes que apresentam os valores das
resistências lidas em campo. Acreditamos que o desenvolvimento do script possa servir de estímulo a
outros profissionais da arqueologia e que novos trabalhos possam surgir a partir das discussões.
Palavras-chave: Linguagem R. Resistividade elétrica. Arqueologia no semiárido brasileiro.

Sobre a aposentadoria compulsória de Indiana Jones


Débora Batista Rocha (UFS)
Bruno Sanches Ranzani da Silva (UFS)
Há anos o modo como a arqueologia é representada nas mídias tradicionais é discutida entre
pesquisadores, porém sua divulgação nas redes sociais é recente. Ainda mais recentes são os estudos de
como isso é feito. Devido a sua popularidade, o Youtube foi escolhido por mim para investigar como a
disciplina é retratada pelos usuários. O objetivo geral deste trabalho foi pesquisar como ele foi utilizado
enquanto ferramenta de divulgação arqueológica entre 2010 e 2019 e os específicos foram: analisar o tipo
de conteúdo produzido por arqueólogos e por não arqueólogos; comparar o grau de impacto e
popularidade desses vídeos e propor estratégias de divulgação científica que sejam mais efetivas para
alcance e qualidade. A pesquisa foi dividida em três etapas: levantamento bibliográfico, coleta de dados e
análise dos vídeos escolhidos. Os resultados mostraram que a divulgação da arqueologia na plataforma é
recente e feita por um grupo relativamente pequeno, enquanto teorias da conspiração com plano de
fundo arqueológico são muitos e bem populares. Apesar disso, arqueólogos têm percebido o potencial do
Youtube vêm tomando conta do espaço para falar sobre a arqueologia.
Palavras-chave: Arqueologia Pública. Youtube. Divulgação científica.

Archaeogaming e arqueologia de ambientes aquáticos: unidas sob uma mesma bandeira no mar
virtual
Vitor Murilo Ferreira Sampaio (UFS)
O objetivo deste trabalho é demonstrar o potencial existente em uma relação entre a área de arqueologia
de ambientes aquáticos e o archaeogaming, vertente da arqueologia responsável por tratar jogos digitais
como sítios arqueológicos. Para tal, foi feito um estudo de caso baseado no artigo de nome Dead en Tell
no Tales, de Leandro Domingues Duran, onde o autor apresenta a complexa rede de simbolismos
envolvendo as bandeiras piratas do século XVIII. A ideia é identificar essa mesma rede nos pavilhões
presentes no jogo chamado Sea of Thieves cuja principal temática é a exploração marítima inspirada em

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ARQUEOLOGIA EM CENÁRIOS DE FOME
Respeito, dignidade, alimento e conhecimento

piratas caribenhos, para isso, foi feito um levantamento bibliográfico e uma busca em fóruns e blogs
ligados ao jogo para descobrir os tipos de bandeira existentes no game e quais sentidos a comunidade
atribui a elas. Os resultados atenderam a proposta do trabalho e conseguiram demonstrar como os
jogadores escondem, ou expõem, suas intenções por meio das flâmulas no jogo. Conclui-se que há um
potencial no trabalho conjunto entre as duas disciplinas e que a prática de interpretar bandeiras marítimas
extrapolam os limites reais e são feitas também com suas variantes virtuais.
Palavras-chave: Arqueologia de ambientes aquáticos, Arqueologia marítima, Archaeogaming, Arqueologia
de videogames.

Canudos: A guerra e suas disposições espaciais.


Leandro Oliveira Juncken (UNIVASF)
Leandro Surya (UNIVASF)
A Guerra de Canudos foi um acontecimento Bélico trágico onde milhares de pessoas foram massacradas,
mas resistiram até o fim. Diante desse acontecimento, o tema ainda é debatido sob vários aspectos, seja
social, histórico, antropológico e arqueológico. Nesse trabalho é proposto fazer um estudo sobre Canudos
a partir de sua espacialidade na guerra usando como ferramenta de investigação e analise o SIG (sistema
de informações Geográficas), e por meio de procedimentos técnicos e metodológicos criar uma
Cartografia usando referencias de 3 fontes primarias, o livro de Euclides da Cunha “os sertões, a cartografia
de Siqueira de Meneses, as imagens fotográficas de Flavio de Barros e dados de trabalhos arqueológicos
realizado no local. A partir desse levantamento de coleta de dados, e informações, verificamos que o uso
dessa ferramenta ajuda a compreender o espaço da Guerra, sua geografia, posições e mapeamento de
local compreendendo melhor essa ação que ocorreu em Canudos, mapeando e trazendo informações
sobre esses espaços.
Palavras-chave: QGIS. Fotografias. Canudos. Cartografia

Proveniência e a Produção de Dados Arqueológicos


Michelle Mayumi Tizuka (UFF)
Do ponto de vista da Ciência da Informação, proveniência são informações sobre entidades, atividades e
agentes envolvidos na produção de um dado ou coisa, e que podem ser usadas para formar avaliações
sobre sua qualidade e confiabilidade ou segurança. Sob o ponto de vista da Arqueologia, a produção dos
dados arqueológicos não deixam de serem produtos da prática interpretativa dos arqueólogos obtida a
partir de determinados métodos de análise. Dados e teoria estão fortemente ligados, mas quando
arqueólogos escavam, não produzem ‘dados’ no sentido literal do termo, estes não estão prontos à espera
de observadores que apenas os coletam no registro arqueológico. Em pare, constituem-se em grande
parte de acordo com a maneira como são vistos por uma lente moderna, baseada em uma leitura teórica.
Mas qual é essa lente e de qual ou quais pessoas? Nessa perspectiva, apresentamos essa pesquisa de
caráter exploratório, a fim de proporcionar recursos de uma modelagem de proveniência neste cenário
da produção de dados arqueológicos, a partir de especificações de proveniência (PROV) do W3C.
Palavras-chave: Dados arqueológicos. Proveniência. Métodos.

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ARQUEOLOGIA EM CENÁRIOS DE FOME
Respeito, dignidade, alimento e conhecimento

SIMPÓSIO TEMÁTICO 12 –Abordagens metodológicas, documentação e interpretação nos estudos de


arte rupestre no Nordeste do Brasil
EIXO 5: A PESQUISA ARQUEOLÓGICA: METODOLOGIAS, TECNOLOGIAS, E INOVAÇÕES

ST12: Abordagens metodológicas, documentação e interpretação nos estudos da arte rupestre no


Nordeste do Brasil
Nathalia Nogueira (UFPE)
Daniela Cisneiros (UFPE)
Marilia Perazzo Valadares do Amaral (USP)
Os estudos sobre a arte rupestre, dentro do contexto arqueológico, têm início no continente europeu após
as discussões sobre a autenticidade das pinturas rupestres evidenciadas na caverna de Altamira (Espanha)
em 1902. Desde então, observa-se uma multiplicidade de abordagens, interpretações, métodos de
documentação e análise dessas práticas gráficas. Essas abordagens fazem conexões interdisciplinares para
o desenvolvimento de metodologias e técnicas, direcionando esforços para compreensão desses vestígios,
que muitas vezes não tem relação direta com outras materialidades arqueológicas. As diferentes
perspectivas teórico-metodológicas desenvolvidas ao longo do tempo, em termos gerais, esforçam-se nas
investigações dessas imagens rupestres, abordando distintos níveis operacionais: o corpus gráfico, o
contexto arqueológico e a distribuição espacial. Nas últimas décadas houve um investimento de novas
tecnologias no que concerne a documentação, análises de pigmentos e distribuição espacial dos sítios,
permitindo a ampliação de novos horizontes para as pesquisas nesse tema. Esse simpósio pretende reunir
trabalhos e criar um espaço de intercâmbio para discussões teórico-metodológico das pesquisas que tem
como foco a arte rupestre do Nordeste do Brasil.
Palavras-chave: Arte rupestre. Métodos e técnicas. Abordagens teóricas.

Estudo da produção bibliográfica sobre gravura rupestre no Nordeste do Brasil


Rafael Alves Moreira Nascimento (UFRB)
Fabiana Comerlato (UFRB)
Este estudo teve como objetivo realizar um levantamento das pesquisas de gravuras rupestres no
Nordeste a luz da análise bibliométrica. A bibliometria forneceu a base estatística e subsídios que
orientaram a sistematização de dados. Com esta metodologia foi possível mapear as pesquisas em gravura
rupestre no Nordeste brasileiro e a partir de indicadores, quantificar alguns questionamentos,
tranformando-os em informações visuais por meio de gráficos. Desta forma pretendemos responder os
questionamentos elencados a partir de mapas temáticos e com esse trabalho, constatar o
desenvolvimento das pesquisas das gravuras rupestres no Nordeste. A pesquisa resultou em uma
sistematização da bibliografia especializada em gravuras rupestres no Nordeste. Ainda, visa contribuir
para o planejamento de futuras pesquisas com a temática, ao oferecer um panorama geral dos projetos
já empreendidos e as potencialidades de estudos futuros.
Palavras-chave: Análise bibliográfica. Gravuras rupestres. Nordeste.

Registros Gráficos na Serra do Bodopitá


Adriana Machado Pimentel de Oliveira (UFPE)
O presente trabalho baseia-se em levantamento feito em 18 sítios arqueológicos encontrados na Serra do
Bodopitá, em Campina Grande/PB, os quais forneceram elementos sobre o potencial arqueológico da
área. Este levantamento se limitou à observação da área e seu entorno, com o preenchimento de fichas

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ARQUEOLOGIA EM CENÁRIOS DE FOME
Respeito, dignidade, alimento e conhecimento

cadastrais e registro imagético. Neles foi observado seus estados de conservação e a participação de
agentes degradantes que atuam diretamente em sua conservação e se percebeu que dezessete deles se
encontram ainda com a presença de grafismos rupestres ainda visíveis, com a necessidade de medidas
protetivas para que eles continuem presentes na paisagem, e um era um sítio cemitério, onde já ocorreu
diversas interferências de curiosos sem que tenha feito uma pesquisa sistemática. Ao considerarmos a
natureza frágil e efêmera das pinturas rupestres, são necessárias atitudes para tentar amenizar os
impactos que interferem diariamente na integridade do ambiente e do vestígio arqueológico, para que a
proteção deste patrimônio seja fundamentada numa colaboração efetiva entre os especialistas de
diferentes áreas de conhecimento, gestores públicos e do público em geral.
Palavras-chave: Arqueologia. Nordeste. Registro rupestre.

Semelhanças e diferenças das formas gráficas pintadas e gravadas no Parque Nacional Vale do
Catimbau
Anderson Oliveira (UFPE)
Daniela Cisneiros (UFPE)
O trabalho em tela tem por objetivo a análise gráfica das técnicas e cenografias de pinturas e gravuras
rupestres localizadas no Parque Nacional do Catimbau. Essa área dispõe de um acervo gráfico, com
distintas manifestações rupestres que se diferem em técnicas, escolhas temáticas e cenográficas, de
caráter reconhecível e não-reconhecível. Essa pesquisa tem por meta a identificação de semelhanças e
diferenças do significante gráfico dos grafismos puros presentes em 16 sítios arqueológicos. Os grafismos
puros podem ser considerados registros gráficos com características visuais e morfológicas próximas a
elementos abstratos e em tese não relacionados a figuras do mundo sensível, sua presença é identificada
em diferentes sítios arqueológicos e inclui morfologias universais como círculos, setas, pontos. Para essa
pesquisa foram aplicados critérios de ordem cenográfica e técnica na escolha dos descritores entre eles:
tamanho, forma, cor, profundidade, arranjo e disposição. A partir dos dados obtidos foi possível identificar
diferentes composições gráficas, que embora represente um mesmo conjunto de formas, apresentam
tamanho e arranjos diferenciados.
Palavras-chave: Arte rupestre. Grafismos puros. Parque Nacional do Catimbau.

Estudo comparativo entre os sítios com registros rupestres de São Paulo e do Vale do Catimbau (PE)
Kamila Rezende Firmino (USP)
Astolfo Gomes de Mello Araujo (USP)
Marilia Perazzo Valadares do Amaral (USP)
O presente trabalho tem o objetivo apresentar os resultados preliminares das pesquisas efetuadas no
estado de São Paulo, com base na caracterização e análise gráfica de 17 sítios com registros rupestres. O
corpus gráfico está sendo analisado partindo das seguintes variáveis: temática (antropomorfos, zoomorfos
e grafismos não reconhecíveis), técnica (espessura e dimensão do traço) e cenografia (movimento,
projeção, tamanho, preenchimento e cor), visa também realizar um estudo comparativo entre as figuras
reconhecíveis identificadas no Vale do Catimbau (PE). Observou-se, uma dominância de grafismos não
reconhecíveis, caracterizados por figuras circulares, angulares abertas (tridígitos, asteriscos) e angulares
fechadas. Há presença de figuras antropomórficas e zoomórficas, com tamanho modal entre 15 cm e 50
cm. Não foram observadas, até o momento, relação entre antropomorfos e objetos. No que concerne às
semelhanças com as representações do Vale do Catimbau observa-se sobretudo as formas não
reconhecíveis tanto pintados quanto gravados, quanto as figuras zoomórficas observou-se também a
semelhança nas representações de aves e mamíferos.

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ARQUEOLOGIA EM CENÁRIOS DE FOME
Respeito, dignidade, alimento e conhecimento

Palavras-chave: Pinturas rupestres. Caracterização gráfica. Padrões gráficos.

Mapeamento e distribuição dos sítios com sobreposições gráficas na área arqueológica do Seridó
Nathalia Nogueira (UFPE)
Daniela Cisneiros (UFPE)
Os estudos científicos sobre a arte rupestre na área arqueológica do Seridó têm sido desenvolvidos desde
a década de 1980 através de pesquisas sistemáticas. A região dispõe de um acervo de sítios rupestres e
em alguns casos, com a presença de sobreposições gráficas, no qual comportam distintas manifestações
rupestres que se diferem em relação as técnicas de realização (pinturas e gravuras), as propriedades
formais entre imagens reconhecíveis e não-reconhecíveis, podendo ser indicadores gráficos de levas
ocupacionais ou diferenças funcionais dentro de grupos culturais. Com isto, o presente trabalho tem por
objetivo apresentar as similaridades arqueológicas e ambientais dos sítios com sobreposições gráficas,
avaliando os parâmetros que diferem dos demais sítios rupestres, considerando não ser prática recorrente
na região. Para tanto, considerou-se como ponto inicial, três aspectos diferentes: mapeamento,
caracterização e contextualização. No qual, a partir dos dados obtidos foi possível indicar os fatores que
levaram esses sítios a se apresentar com áreas de palimpsestos gráficos.
Palavras-chave: Arte rupestre. Sobreposição gráfica. Seridó.

Estudos de caso sobre conservação de sítios de arte rupestre de domínios geológicos diferentes no
Vale do Côa e na Chapada Diamantina – BA, Brasil.
Viviane da Silva Santos (UC)
Carlos Alberto Santos Costa (UFRB)
Maria Conceição Lopes (UC)
Os sítios de arte rupestre estão naturalmente expostos ao tempo e, por isso, sofrem agressões que podem
vir a descaracterizá-los. Revelada nos anos 90 do século XX a arte rupestre do Vale do Côa é um importante
patrimônio arqueológico presente no território português. Estes sítios são compostos, em sua grande
maioria, por formação metamórfica em xisto-grauváquico, painéis lisos de inclinação vertical, gerados pelo
gradual encaixe do rio, com tendência natural para a fratura. No contexto brasileiro, o estado da Bahia
apresenta significativa variação geológica, a qual serviu como suporte para a realização de representações
rupestres no período pré-colonial. Essa variação pode ser visualizada através da observação dos diferentes
domínios geológicos encontrados, sendo eles: arenito, granito, calcário e quartzito. Acredita-se que muito
já pode ter sido perdido ao longo do tempo, por consequência das alterações ocasionadas pela ação de
agentes intrínsecos e extrínsecos aos suportes rochosos. O objetivo desta comunicação é refletir sobre a
criação de metodologias para a intervenção indireta sobre os sítios, antecedendo a degradação, quando
possível, e realizando ações reparadoras, quando necessário, a partir das características dos suportes
rochosos.
Palavras-chave: Conservação. Arte rupestre. Domínios geológicos.

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ARQUEOLOGIA EM CENÁRIOS DE FOME
Respeito, dignidade, alimento e conhecimento

Diagnóstico do estado de conservação do sítio arqueológico Pedra da Figura, Taquaritinga do Norte -


PE.
Jade Mayer Calife (UFPE)
Clara Diana Figueirôa dos Santos (UFPE)
Henry Sócrates Lavalle Sullasi (UFPE)
A presente pesquisa demonstra a identificação do estado de conservação do Sítio Arqueológico Pedra da
Figura, localizado no município de Taquaritinga do Norte - PE, partindo da premissa de que o Sítio se
encontra em situação de vulnerabilidade devido a sua utilização e a escassez de estudos e direcionamento
para a preservação adequada do local, que abriga diversas representações gráficas rupestres. Isto posto,
foram realizadas visitas técnicas ao Sítio que viabilizaram a coleta de dados a partir de análises
macroscópicas e do uso das técnicas de Fluorescência de Raios-X, Colorimetria, tratamento de imagens e
a criação da tabela de contingências. Essa abordagem possibilitou observar características próprias dos
principais elementos da composição do suporte rochoso e da pigmentação de que foram produzidos os
grafismos, além da sobreposição e utilização de três diferentes tonalidades nas pinturas do suporte
rochoso. Foram obtidas informações sobre o alto teor de ferro na pigmentação e no suporte, indicando a
presença na composição da tinta e da própria rocha. Os principais agentes degradantes pertencem aos
fatores antrópico, biológico e geológico.
Palavras-chave: Diagnóstico. Conservação. Grafismos rupestres. Nordeste.

Arqueologia Experimental com Pinturas Rupestres


Dayse Oliveira de Carvalho (UFPE)
Daniela Cisneiros (UFPE)
Henry Socrates Lavalle Sulassi (UFPE)
A presente pesquisa buscou, a partir de experimentos, identificar diferenças entre tintas naturais
fabricadas a partir do ocre. O método considerou pesquisas já realizadas na arqueologia experimental, a
caracterização químico-mineralógica das matérias-primas e a integração de diferentes aglutinantes na
composição dos experimentos. O objetivo foi de identificar variações técnicas na execução de pinturas
rupestres, a exemplo de tratamento térmico como técnica para o melhoramento da matéria-prima. Os
resultados demonstraram que não foi possível identificar diferenças entre ocre queimado e o in natura;
também não foi possível identificar diferenças cromáticas em tintas fabricadas a partir de aglutinantes
diferentes. Porém, foi possível observar e estimar a qualidade das tintas e sua fixação ao suporte de
arenito, a partir de experimentos com diferentes aglutinantes. Apesar de não ter sido possível, no
experimento a identificação diferenças técnicas do tratamento térmico, observou-se que, o óxido de ferro,
quando exposto a queima resulta em um tipo de hematita desordenada, cuja formação não é natural.
Palavras-chave: Arqueologia experimental. Pinturas rupestres. Pré-história. Arqueometria.

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ARQUEOLOGIA EM CENÁRIOS DE FOME
Respeito, dignidade, alimento e conhecimento

SIMPÓSIO TEMÁTICO 05 – DO VIVO AOS MORTOS: ABORDAGENS EM BIOARQUEOLOGIA - SALA 2


EIXO 3: ARQUEOLOGIA E MULTIAMBIENTES NO NORDESTE

Registro 3d: a importância da fotogrametria para a preservação digital de acervo arqueológico


Flávio Augusto de Aguiar Moraes (UFAL)
Henrique Correia da Silva (UFAL)
Tatiane Maria Soares (UFAL)
O trabalho objetiva a criação de um banco de dados digital estruturado (CARRETT DE VASCONCELOS e
SELDEN, 2017; RAMOS, 2011), para o acervo do sítio Pedra da Tesoura, Boqueirão-PB, utilizando como
método o uso da fotogrametria de curto alcance e software de modelagem 3D. Como modelo, usamos um
adorno (PT. 213.2). O acervo arqueológico mencionado encontra-se no Núcleo de Pesquisas e Estudos
Arqueológicos e Históricos (NUPEAH) da Universidade Federal de Alagoas, Campus do Sertão - Delmiro
Gouveia/AL. Para tal, torna-se essencial o aperfeiçoamento de metodologias laboratoriais de preservação
e gestão do acervo, tendo em vista os possíveis acidentes que possam colocar a integridade do material
arqueológico, a exemplo, temos o caso de incêndio ocorrido no Museu Nacional, em 2018 (VIEIRA, 2019).
Desse modo, a Arqueologia Digital (FIGUEIRÔA, 2012, p. 3) oferece subsídios necessários para a
disseminação do conhecimento arqueológico, promovendo assim, novas reflexões sobre as pesquisas
acadêmicas através da interação com a sociedade, mediante as tecnologias de comunicação. Como
resultado final, esperamos obter imagens 3D detalhada, para, em caso de danos ao material arqueológico,
termos o registro arquivado para a realização de estudos futuros, além de consolidar a importância das
tecnologias digitais para a pesquisa e preservação do patrimônio arqueológico. O intuito do projeto é a
digitalização de todo o acervo do NUPEAH, composto por material osteoarqueológico humano e animal,
acompanhamentos funerários (adornos), cerâmico, lítico, e até mesmo de sítios com arte rupestre. O
processamento das imagens será disponibilizada na internet, através do site oficial da Universidade
Federal de Alagoas e Revista Científica de Ciências Humanas Caeté, vinculada ao NUPEAH.
Palavras-chave: Fotogrametria. 3D. Arqueologia.

mtDNA e Bioarqueologia: técnicas de biologia molecular aplicadas ao estudo do antepassado


André Laurentino (UFPE)
Sergio Francisco Serafim Monteiro da Silva (UFPE)
A população brasileira é fruto de uma grande fusão biocultural, construída a partir de importantes grupos
étnicos continentais: ameríndio, europeu e africano. Este trabalho emerge de um questionamento sobre
a aplicabilidade da genética molecular na bioarqueologia, a partir das análises de DNA mitocondrial
(mtDNA) em remanescentes ósseos humanos visando inferências sobre a ancestralidade biogeográfica.
Trata-se de uma revisão bibliográfica, a partir de livros impressos e trabalhos científicos em meio digital.
Ele se justifica pela necessidade constante de atualização de conceitos e conhecimentos através do caráter
transdisciplinar entre as biociências, a arqueologia e a antropologia. A ancestralidade foi e ainda é motivo
de exclusão e/ou inclusão, projeção e/ou invisibilização social em um projeto estruturalmente elaborado
de convívio social. Contar as histórias desses processos, a partir dos seus sujeitos, é uma das finalidades
da bioarqueologia social. O DNA mitocondrial tem um importante papel nesse processo, notadamente na
ausência de amostras de DNA nuclear ou quando se procura informações contextuais adicionais,
especialmente na compreensão dos movimentos migratórios humanos.
Palavras-chave: Bioarqueologia Biomolecular. aDNA. Técnicas biomoleculares.

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ARQUEOLOGIA EM CENÁRIOS DE FOME
Respeito, dignidade, alimento e conhecimento

Escrito nos ossos: como os isótopos estáveis de δ13C e δ15N inferem paleodieta de populações
pretéritas
Luzia Maria de Sousa Carvalho (UFS)
O presente estudo trata-se da sistematização de dados sobre análises de identificação de paleodieta de
populações humanas pré-coloniais que habitaram o Nordeste do Brasil em períodos pretéritos, nos sítios
arqueológicos Furna do Estrago (11060 ± 90 B.P a 1040 ± 50 B.P.) localizado em Brejo de Madre Deus,
sertão de Pernambuco, e o sítio arqueológico Barra (1120±30 B.P.) localizado no município de Camalaú,
no Estado da Paraíba. A pesquisa buscou compreender os meios alimentares dessas populações em
diferentes aspectos ao longos de milhares de anos. Para isso, foram aplicados métodos arqueométricas
de razões isotópicas como diagnóstico de hábitos culturais destes grupos humanos. Assim, foram
utilizadas análises de isótopos estáveis de carbono (δ 13C) e nitrogênio (δ15N) em amostras de ossos e
dentes dos remanescentes humanos dos sítios supracitados, onde foram analisadas dez (10) amostras
para identificação do nível de isótopos estáveis presentes nas mesmas, a partir da notação δ(‰). A
espectrometria de massa foi realizada através do delta de 13C e 15N, com análises realizadas no
Espectrômetro de Massas de Razão Isotópica (IRMS), Delta V ADVANTAGE Isotope Radio MS, Themo
Scientific. Os dados adquiridos foram similares para os dois sítios, sendo que, para o sítio Furna do Estrago
obtemos informações de presença de δ13C entre -19,52 e -17,65 em δ ‰, apresentando um nível de δ15N
entre 18,31 e 10,39 δ ‰. Enquanto que para o sítio arqueológico Barra, foram identificados δ 13C entre -
18,85 e -18,19 em δ ‰, contendo um nível de δ15N 8,29 e 11,78 em δ ‰. Dessa forma, os resultados
inferem os meios de subsistência comuns entre esses diferentes grupos, assim como a disponibilidade de
recursos e as práticas alimentares que compunham a paleodieta desses povos. Os valores e as proporções
indicam conhecimento e dieta equilibrada entre o mundo das plantas, manejo de vegetais proposital e
consumo de proteína animal, inclusive de predadores da cadeia alimentar, uma vez que o nível de 15N
indica elevadas posições na cadeia trófica, indicando que estes povos, há pelo menos 11060 ± 90 B.P, já
se utilizavam de vegetais junto à caça de animais terrestres como base da sua dieta, associando cada vez
mais, essas populações aos modos de vida de contextos e ocupações sedentárias, com manejo de plantas,
equilibrado a caça de animais, fazendo desses povos, caçadores-coletores-agricultores.
Palavras-chave: Paleodieta. Bioarqueologia. Nordeste do Brasil.

Arqueoanalitos: uma revisão sobre a aplicação de técnicas biomoleculares na reconstrução do perfil


de remanescentes humanos bioarqueológicos.
André Laurentino (UFPE)
Sergio Francisco Serafim Monteiro da Silva (UFPE)
A bioarqueologia tem evoluído rapidamente em seus aspectos teóricos e metodológicos. Intersecções com
as biociências e ciências biomédicas contribuem para a construção de novos paradigmas e o acréscimo de
metodologias analíticas além das análises morfométricas e morfoscópicas. Desde a segunda metade do
século XX, os remanescentes humanos têm sido estudados por seus aspectos biomoleculares, contanto
que tais estruturas bioquímicas estejam presentes nas amostras. Este trabalho apresenta uma revisão
narrativa sobre a aplicabilidade de técnicas biomoleculares na reconstrução de perfis bioantropológicos.
A pesquisa foi realizada em fontes bibliográficas datadas a partir dos últimos 20 anos e contribui,
estritamente, na construção teórico-metodológica de um trabalho de doutoramento e, amplamente, em
uma nova frente de trabalhos científicos para a arqueologia nordestina e brasileira.
Palavras-chave: Bioarqueologia Biomolecular. aDNA. Técnicas biomoleculares.

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ARQUEOLOGIA EM CENÁRIOS DE FOME
Respeito, dignidade, alimento e conhecimento

Coleções de referência como ferramenta auxiliar para diagnóstico sexual e etário


Lorena Alves da Silva Aragão (UNIVASF)
Jaciara Andrade Silva (UNIVASF)
Até meados do século XX os crânios eram os principais focos de especialistas da então Antropologia Física
que focavam sobretudo na classificação dos povos a partir de dados craniométricos e cranioscópicos.
Ainda no mesmo século o pós-crânio começa a ser abordado quando novos direcionamentos são dados
aos estudos com remanescentes humanos, entendendo não apenas os indivíduos do ponto de vista físico
mas social e cultural. As coleções de referências representam um importante papel nos cursos de
formação permitindo que exemplares sejam utilizados como mecanismos para entendimento de
contextos atuais ou passados. A pesquisa buscou promover a diagnose sexual dos indivíduos e
aproximação da faixa etária tendo como princípio metodológico as classificações apresentadas por
Buikstra e Ubelaker (1994) e Campillo e Subirá (2004). Ambos classificados enquanto masculinos, com
faixas etárias acima dos 30 anos. Os resultados obtidos nas análises tanto do crânio como da cintura
pélvica, demostram o potencial informativo dessas coleções de referência para corroborar com pesquisas
científicas de interesse da Bioarqueologia ou mesmo a Ciência Forense .
Palavras-chave: Bioarqueologia. Coleções de Referência. Diagnose Sexual. Diagnose Etária.

Quando os ossos contam histórias: Patologias Traumáticas em coleção de referência


Raiane Ferreira de Sousa (UNIVASF)
Jaciara Andrade Silva (UNIVASF)
Os estudos em Bioarqueologia no Brasil ganham mais ênfase na segunda metade do século XX. Este
trabalho visa demonstrar a importância das patologias traumáticas e suas possibilidades de estudos, a
partir da discussão dos fatores sociais atuais. Para a pesquisa foram então selecionados dois esqueletos
pertencentes à coleção de referência do laboratório de Bioarqueologia da UNIVASF. Considerando os
remanescentes, foram identificados fraturas ante mortem em áreas como costelas, membro superior e
patela, todas remodeladas ou em estágio de remodelação e fraturas post mortem em vários ossos. Dados
associados à mortes por causas não naturais (causas externas) estão aumentando desde a década de 80,
tendo como principal público adultos jovens do sexo masculino. Nesta pesquisa não tivemos como
objetivo promover o diagnóstico de uma causa morte ou mesmo caracterizar a origem das fraturas, mas,
apresentar o potencial das coleções de referência como objetos de estudo e corroborar para o
entendimento de que as fraturas traumáticas auxiliar a entender estilos de vida, em tempos atuais ou no
passado.
Palavras-chave: Paleopatologia. Fraturas traumáticas. Modo de vida.

Ponderações sobre envelhecimento e velhice na Osteoarqueologia: análises conceituais,


metodológicas e interpretativas
Raquel Roldan Mastrorosa (UFPE)
Sérgio Francisco Serafim Monteiro da Silva (UFPE)
A reflexão sobre uma Arqueologia do Envelhecimento nos leva a novos questionamentos dentro das
análises tácitas e interpretativas, consequentemente, à novas narrativas sobre os modos de vida no
passado. Considerando a literatura escassa referente a essa temática no panorama da arqueologia
brasileira, propomos, através de análises discursivas e metodológicas sobre o envelhecimento humano,
explanar os significados e os significantes de velhice e como estes se relacionam com as interpretações
arqueológicas. Como resultado, não encontramos em manuais destinados à pesquisadores da área de
Osteoarqueologia informações satisfatórias sobre o envelhecimento humano que auxiliem na

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ARQUEOLOGIA EM CENÁRIOS DE FOME
Respeito, dignidade, alimento e conhecimento

identificação de indivíduos envelhecidos, como também há uma grande disparidade conceitual e


classificatória de idade e identidade atrelada a senectude. Assim sendo, o debate sobre as classificações e
possibilidades interpretativas sobre o envelhecimento se torna essencial na arqueologia, tendo em vista
a ausência de uma coerência conceitual e classificatória, o que acaba promovendo dados dispersos e de
pouca precisão, não podendo ser suficientemente comparados.
Palavras-chave: Arqueologia do Envelhecimento. Bioarqueologia. Arqueologia Funerária. Discurso
Arqueológico.

Implicações simbólicas e científicas na lida com remanescentes ósseos humanos


Juliane Carla Guedes Lima da Silva (UFPE)
Sergio Francisco Serafim Monteiro da Silva (UFPE)
O fenômeno que envolve a morte está para além de corpos se decompondo, do desligamento da alma da
matéria, ou das atividades vitais do corpo quando param, segundo Silva (2014), a morte rege normativas
que mudam o comportamento de quem está vivo. A ciência e a religião entram em conflitos ao se tratar
dos remanescentes. Segundo Lima (1994), “este inflamado conflito ideológico entre religião e ciência, ou
entre moral e ciência, extrapolou os muros acadêmicos”. Os corpos humanos utilizados para estudos
científicos ainda sofrem grande polêmica no que desrespeito às múltiplas formas de enxergar a morte
para cada comunidade envolvida. Os remanescentes ósseos humanos carregam uma dualidade de valores
éticos e simbólicos, que permeiam âmbitos científicos e sociais. Este estudo discute e compara as múltiplas
visões sobre ossos humanos arqueológicos através das análises da História Oral, com dois representantes
do povo indígena Kapinawá (povo situado em três municípios de Pernambuco, sendo eles Buíque,
Tupanatinga e Ibimirim, áreas que compreendem uma transição do Agreste para o Sertão), e questionário
eletrônico com profissionais da Arqueologia. Somando a isto, o presente trabalho se preocupa com a
carência de normas de conduta que possibilitem um norte aos profissionais de Arqueologia em diversos
cenários, nos quais os ossos humanos se inserem, evidenciando e escutando vozes que muitas vezes são
silenciadas. A pesquisa tem por objetivo dar voz não só aos pesquisadores que precisam dos
remanescentes ósseos humanos para o desenvolvimento de pesquisas, mas também às populações
indígenas e quilombolas, que tiveram contato com escavações arqueológicas em sítios com presença de
remanescentes humanos. A utilização da metodologia de História Oral, questionário online e as
referências dos códigos de conduta da Bioarqueologia de instituições de pesquisa nacionais e
internacionais possibilitaram a obtenção de dados essenciais para o desenvolvimento do protocolo de
conduta ética de ossos humanos arqueológicos no Brasil.
Palavras-chave: Ética. Arqueologia. Remanescentes Ósseos Humanos. Código de Conduta.

Arqueologia forense e direitos humanos


Emanuel Queiroz dos Santos (UFPE)
Sergio Francisco Serafim Monteiro da Silva (UFPE)
Este trabalho tem como objetivo elaborar estratégias de envio e troca de informações técnico-cientificas
e de ensino com a comunidade de polícia judiciaria, e demostrar a aplicabilidade da ciência arqueológica
em benefício da sociedade, ao atender demandas sociais no auxílio da resolução de crimes violentos
(tortura, ocultação de cadáveres, homicídios, conflitos armados). As políticas características de Estado de
exceção, de regimes totalitários de governo, observadas em duas etapas entre 1930 e 1985, de nosso
passado recente, contribuíram para o desenvolvimento precário e insuficiente da pesquisa científica em
medicina legal e áreas afins da antropologia, e com o advento da abertura política no país, a partir dos
anos 1980, a arqueologia forense e a antropologia forense foram impulsionadas por questões relacionadas
ao momento político-social. A metodologia é a revisão da bibliografia e as técnicas e métodos mais viáveis,

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ARQUEOLOGIA EM CENÁRIOS DE FOME
Respeito, dignidade, alimento e conhecimento

e com isso realizar troca de informações técnico-cientificas e de ensino com a comunidade de polícia
judiciaria (polícia civil). Como resultado preliminar verificou-se que somente a Policia Civil de São Paulo
implementou a arqueologia na resolução de crimes.
Palavras chave: Arqueologia Forense. Bioarqueologia. Direitos Humanos. Violência.

Aplicação e relevância da Arqueologia e Antropologia ao Fórum: um chamado à especialização forense


Gabriela Araujo dos Santos (UC)
Arqueologia e Antropologia forense são aplicações de métodos e técnicas de ambas as disciplinas em casos
correntes nos fóruns (contexto jurídico). Embora a maioria dos casos envolvam uma investigação criminal,
nem sempre se trata de contextos de crime, uma vez que a Antropologia Forense pode ser utilizada em
outros processos judiciais envolvendo cadáveres e/ou pessoas ainda vivas. É evidente que no Brasil a
Arqueologia Forense ainda é pouco contemplada com espaços dentro de investigações que envolvem
cadáveres em estado de decomposição avançada ou esqueletizados. O objetivo é destacar, bem como
demonstrar a importância a nível nacional e internacional das duas disciplinas, através de alguns exemplos
práticos. Desde o primeiro caso conhecido da Arqueologia Forense (caso Dennis) e da Antropologia
Forense (em Harvard), até os mais recentes, a Arqueologia tem sido um fator diferencial no tratamento,
registro, escavação e recolha de evidências contextuais e de cadáveres em campo. A Antropologia Forense
não fica atrás, com uma minuciosa análise do contexto e, principalmente, dos remanescentes ósseos
humanos (Blau e Ubelaker, 2016). Ambas as disciplinas dependem do compartilhamento e da interação
entre si para que o trabalho seja realizado com o máximo de precisão, uma vez que, diferente de casos
pré-históricos e históricos, os resultados desse trabalho muitas vezes vai ser uma peça para julgamentos
em júri. Sendo assim, os equívocos ou ausências de boa interação podem até mesmo levar inocentes à
condenação e/ou culpados à liberdade.
Palavras-chave: Arqueologia Forense. Antropologia Forense. Investigação. Interação Multidisciplinar.

Arqueologia forense no brasil, revisão bibliográfica e perspectiva integrada das abordagens


metodológicas
Emanuel Queiroz dos Santos (UFPE)
Sergio Francisco Serafim Monteiro da Silva (UFPE)
Este trabalho tem como objetivo identificar as principais abordagens metodológicas da arqueologia
forense no contexto de violência e maus tratos, além de, revisar a literatura da antropologia forense
como ciência auxiliar na elucidação de problemas criminais das causalidades penais (homicídio, suicídio,
conflitos armados e catástrofes). A arqueologia forense envolve a aplicação de métodos da ciência
arqueológica aos remanescentes humanos recuperados em um contexto médico-legal, comumente
encontrados em locais de crime inidôneos e destruídos. No Brasil, a arqueologia e a antropologia no
contexto forense estão intimamente relacionadas à medicina legal. Do mesmo modo em outras partes do
mundo. A metodologia do trabalho consiste na busca e seleção de material bibliográfico como resultado
preliminar verificou-se que há poucos trabalhos no Brasil, com a metodologia e as técnicas da arqueologia
forense nas estruturas jurídicas e da polícia e a revisão bibliográfica dará um panorama da arqueologia
forense no Brasil e proporcionará elaborar estratégias para o avanço da arqueologia forense no Brasil.
Palavras chave: Arqueologia Forense. Bioarqueologia. Violência. Crime.

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ARQUEOLOGIA EM CENÁRIOS DE FOME
Respeito, dignidade, alimento e conhecimento

Arqueologia da cremação: estudo dos processos de queima dos ossos humanos do sepultamento 1,
sítio arqueológico Alcobaça, Buíque – PE.
Celyne Rodrigues Brito dos Santos Davoglio (UFPE)
Sergio Francisco Serafim Monteiro da Silva (UFPE)
Este trabalho teve como foco a análise das características osteobiográficas, assim como a busca pelo
conjunto de ações ou processos concernentes a cremação através do estudo de caso dos remanescentes
humanos do sepultamento 1- Alcobaça (4.851 ± 30 a 888 ± 25 AP), buscando trazer uma discussão sobre
o ciclo funerário das populações que habitaram a região de Buíque- PE. Seguiu-se com a identificação de
dados osteobiográficos a partir dos fragmentos ósseos carbonizados; análise morfológica das alterações
térmicas; estimativa das temperaturas de queima através da análise colorimétrica sob a inspeção ótica
direta e reconstrução da cadeia operatória da cremação. O resultado apresentou a proposta de um
modelo das etapas ocorridas no ato de cremar os corpos: deposição primária, exumação, seleção dos
ossos, queima e deposição final, com base nas informações obtidas. Este estudo contribui para subsidiar
o diálogo sobre a cremação como forma de tratamento funerário no Nordeste Brasileiro e estimular o
debate sobre a arqueologia da cremação no Brasil.
Palavras chave: Arqueologia da Cremação. Bioarqueologia. Arqueologia Funerária. Sitio Alcobaça.

4º DIA: 22 DE SETEMBRO DE 2022

ATIVIDADES PRESENCIAIS – ARQUEOLOGIA DE CANTO A CANTO

“ARQUEOLOGIA DE CANTO A CANTO"


As atividades podem oficinas, vivências e visitas guiadas a sítios arqueológicos, laboratórios, espaços
patrimonializados e instituições museológicas, de uso e interesse científico, educacional, histórico, social
e comunitário. Tem como finalidade a produção coletiva e socialização dos conhecimentos e práticas da
ciência arqueológica relacionadas às questões socioculturais de canto a canto do Nordeste brasileiro.

Minicurso: “Gêneros e materialidades: por uma arqueologia para além do binário”


Proponentes: Mariana Zanchetta Otaviano, Alexandre Guida Navarro
Local e horário: Laboratório de Arqueologia, Campus UFMA, Av. dos Portugueses, 1966 - Vila Bacanga,
São Luís – MA, das 09:00 às 12:00 horas.
Instituição Parceira: Universidade Federal do Maranhão
Objetivo: Apresentar de forma introdutória temas relacionados ao conceito de gênero e sua utilização
enquanto categoria analítica para a interpretação e análise arqueológica.
Descrição: O minicurso será ministrado pela arqueóloga Mariana Zanchetta Otaviano, doutoranda pelo
Programa de Pós-Graduação em Arqueologia da Universidade Federal de Pernambuco, cuja pesquisa na
temática de gênero é orientada pela professora Viviane Castro. A ação será realizada no período da manhã
(de 9h a 12h), com carga horária de três horas, no dia 24 de setembro de 2022, no Laboratório de
Arqueologia da UFMA. Ao longo das três horas de duração serão apresentados temas introdutórios para
uma melhor compreensão da categoria gênero e das possibilidades de sua aplicação para a interpretação
e análise na arqueologia. Nesse sentido serão abordados os seguintes temas: Concepções sobre os
gêneros e as sexualidades; Feminismo e crítica feminista na produção do conhecimento arqueológico;
Arqueologia de gênero e a Arqueologia queer/cuir: histórico, desenvolvimentos e possibilidades

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ARQUEOLOGIA EM CENÁRIOS DE FOME
Respeito, dignidade, alimento e conhecimento

Público alvo: Pessoas interessadas no assunto, aberto a todes.


Vagas: 15 pessoas.
Obs.: será emitido certificado para os participantes.

Arqueologia Urbana de Sobral, Ceará: caminhando e redescobrindo a cidade.


Proponentes: Agnelo Queirós, Karine Almeida, Sávio Barbosa, Letícia Melo e Renato Linhares
Local e horário: Centro Histórico de Sobral, com concentração na Praça da Igreja Matriz, dia 24 de
setembro de 2022, das 8:00 às 10:00 horas.
Objetivo: Realização de percurso urbano educativo pelas áreas históricas e arqueológicas do Centro
Histórico de Sobral, Ceará.
Descrição: O Sítio Histórico da cidade de Sobral, na região norte do estado Ceará, desde o ano 2000 conta
com cinco pesquisas arqueológicas no âmbito e abordagem da arqueologia urbana. Nessas pesquisas
diversas áreas e estruturas arqueológicas foram constatadas, evidenciadas e registradas como bens de
interesse científico e uso social comunitário, necessitando assim de maior divulgação e reconhecimento
por parte da população local, em especial das crianças e jovens. Nesse sentido, a presente proposta
pretende realizar atividade de cunho participativo por meio da realização de um percurso urbano no qual
o público participante será guiado aos principais pontos históricos e arqueológicos da cidade,
proporcionando com isso reflexões sobre os processos de evolução e transformações da cidade, e ainda,
pensar sobre e as relações sociais e aspectos estruturais no contexto histórico urbano desde o século XVIII
aos dias atuais. Na atividade serão visitados cinco locais de interesse, em um percurso de
aproximadamente 1,5 Km.
Público alvo: Crianças e jovens em geral e outros moradores das proximidades dos locais a serem
visitados.
Vagas: 30 pessoas.
Recomendações e requisitos: Crianças de 8 ao 12 anos acompanhados dos pais. Para todos os
participantes, recomenda-se o uso de produtos e outros tipos de proteções contra os raios solares. Quem
levem água de beber para a devida hidratação, e ainda uso de máscara e distanciamento adequando entre
os participantes para a proteção contra o vírus da Covid-19.

Arqueologia bem de perto: oficinas temáticas


Proponentes: Grupo de Pesquisa Recôncavo Arqueológico, coordenação prof. Fabiana Comerlato.
Mediadores: Rafael Alves Moreira Nascimento, Yuri Barbosa Barros, Bianca Araújo Freires, João Vitor dos
Santos e Santos, Júlia Pavan.
Local e horário: Casa de Cultura Américo Simas Filho, São Félix – BA, dia 24 de setembro de 2022, das 9:00
às 12:00 horas.
Instituição parceira: Secretaria de Cultura de São Félix e Conselho Municipal de Cultura de São Félix
Objetivo: Oferecer ao público infanto-juvenil oficinas lúdicas que explorem a temática arqueológica.
Descrição: A atividade tem como objetivo despertar o interesse para a Arqueologia e para os sítios
arqueológicos, através do contato com materialidades e formas de expressão de povos do passado. Para
a atividade estão sendo propostas as seguintes oficinas temáticas, que serão realizadas de forma a

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ARQUEOLOGIA EM CENÁRIOS DE FOME
Respeito, dignidade, alimento e conhecimento

desenvolver a ludicidade: “Descobrindo um objeto”, “Monte um painel rupestre”, “Conte uma história
com a arqueologia” e “Fazendo gestos na pedra”.
Público alvo: adolescentes entre 12 a 17 anos.
Vagas: 30.
Recomendações e requisitos: Uso de máscara para a proteção contra o vírus da Covid-19.

Uma tarde no Centro de Pesquisa de História Natural e Arqueologia do Maranhão: diálogos entre
Arqueologia, Paleontologia e Etnologia
Proponentes: Deusdédit Carneiro Leite Filho, Mariana Zanchetta Otaviano.
Local: Centro de Pesquisa de História Natural e Arqueologia do Maranhão, Rua do Giz Nº59, São Luís,
Maranhão.
Instituição Parceira: Centro de Pesquisa de História Natural e Arqueologia do Maranhão. Data: 24 de
setembro de 2022, 15h.
Objetivo: socializar conhecimentos acerca da história de longa duração das populações originárias no
Estado Maranhão por meio dos vestígios arqueológicos e problematizar questões indígenas e étnicas
atuais por meio da sala expositiva de etnologia. Difundir informações sobre a presença de espécies de
animais pré-históricos no Maranhão.
Descrição: Será realizada socialização de conhecimentos por meio de visita aos espaços expositivos do
Centro de Pesquisa e roda de conversa com o arqueólogo Deusdédit Carneiro, coordenador do espaço e
com a arqueóloga Mariana Zanchetta Otaviano, da Superintendência do Iphan no Maranhão.
As exposições temáticas que compõem a visita são:
Sala expositiva de Paleontologia: Fósseis e réplicas de espécies pré-históricas encontradas no Maranhão.
Sala expositiva da Arqueologia: Artefatos de pedra, objetos cerâmicos utilitários e ritualísticos pré-
coloniais e utensílios de louça e artigos de uso pessoal e cotidiano provenientes do período histórico.
Sala expositiva de Etnologia: Objetos de uso diário e cerimonial pertencentes aos grupos indígenas
contemporâneos situados no Maranhão
Vagas: 20.
Recomendações e requisitos: A atividade é aberta ao público em geral, limitada a participação de 20
pessoas, e tem duração estimada de 2h.

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ARQUEOLOGIA EM CENÁRIOS DE FOME
Respeito, dignidade, alimento e conhecimento

ÍNDICE ONOMÁSTICO

NOME INSTITUIÇÃO E-MAIL PÁGINA

Abrahão Sanderson N. Fernandes da UFRN abrahao.silva@ufrn.br 18


Silva
Adriana Machado Pimentel de UFPE adriana.butija@gmail.com 64
Oliveira
Agnelo Fernandes Queiróz agnelofqueiros@gmail.com 74
26, 29, 45,
Albérico Nogueira de Queiroz UFS anqueiroz@hotmail.com
58
Alencar de Miranda Amaral UNIVASF alencar.univasf@gmail.com 13, 19

Alexandre Guida Navarro UFMA altardesacrificios@yahoo.com.br 38, 39, 73


Alessandra Hellen de Lima UFPE
alessandra.hellen@ufpe.br 25
Oliveira
Vestigium
Alvandyr Dantas Bezerra Arqueologia e vestigium.arqueologia@gmail.com 49, 57
Patrimônio
Amanda Paes Landim Silva UNIVASF amandapaes627@gmail.com 20

Ana Elisa da Silva Martinho IPHAN-MA ana.martinho@iphan.gov.br 41, 42


Ana Lucia do Nascimento
UFRPE ananascimentoufrpe@gmail.com 27
Oliveira
Ana Lúcia do Nascimento
UFRPE ananascimentoufrpe@gmail.com 15
Oliveira
Ana Luzia Pinheiro de Freitas UFPI luziapfreitas@gmail.com 31, 61

Anderson Oliveira UFPE anderson.soliveira@gmail.com 65

André Laurentino UFPE laurentino.bioarqueo@gmail.com 33, 69, 70

Andreiza Oliveira Silva UNIVASF andreizaoliveira1234@gmail.com 57


Anne Caroline Barbosa dos
UFPE anne.passos@ufpe.br 37
Passos
Anne Noemi França Miranda annenoemi1@hotmail.com 46

Ariana Salete de Moraes UFS arianamoraes_@hotmail.com 58

Astolfo Gomes de Mello Araujo USP astwolfo@usp.br 65

Augusto Moutinho Miranda UFS augustommarqueologo@gmail.com 50, 55

Beatriz Costa Paiva, UFPE beatriz.paiva@ufpe.br 48, 49

Beatriz da Silva Lima Moreira UFS 181045975776@academico.ufs.br 49

Benedito Batista Farias Filho UFPI 13

Bianca Araújo Freires UFRB Bianca_araujo26@hotmail.com 17, 74


Bruno de Azevedo Cavalcanti
UFPE bruno.tavares@ufpe.br 59
Tavares
Bruno Sanches Ranzani da
UFS brunorzn@gmail.com 62
Silva
Carla Janine Vieira de Souza UFS carlajanine20@gmail.com 45

Carlos Alberto Etchevarne UFRB etchevarnebahia@gmail.com 11, 17

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ARQUEOLOGIA EM CENÁRIOS DE FOME
Respeito, dignidade, alimento e conhecimento

Carlos Alberto Santos Costa UFRB solracoteb@gmail.com 28, 52, 66

Carlos Celestino Rios e Souza UFPE carlos.rios@ufpe.br 22

Carlos Pereira de Araujo Neto UFPI carlosaraujoneto5@gmail.com 59, 60


Carlos Xavier de Azevedo
UFPB xaviernetto@gmail.com 11
Netto
Celyne Rodrigues Brito dos
UFPE celynesh@gmail.com 31, 33, 73
Santos Davoglio
Clara Diana Figueirôa dos
UFPE clara.diana@ufpe.br 67
Santos
Clara Souza Leão Pessoa
UFS clarapessoan@hotmail.com 46
Moura
Cláudia Alves de Oliveira UFPE claudia.oliveira@ufpe.br 21, 34, 46
Claudia Minervina Souza
UFPI claudiacunha@ufpi.edu.br 31, 61
Cunha
Cristiano da Silva Araujo UFRB cristianosa@ufrb.edu.br 52

Cristiana de Cerqueira Santana UNEB ccsilva@uneb.br 26

Daniel Ribeiro da Silva Wlage daniel_ribeir10@hotmail.com 42


37, 64, 65,
Daniela Cisneiros UFPE danielacisneiros@yahoo.com.br
66, 67
Daniele Cristina Liberato de
UFPE daniele.liberato@ufpe.br 54
Oliveira
Danielle Pinto Viana UNIVASF danielle.pintov@discente.univasf.edu.br 34

Danilo Chagas Assunção UFMA daniloassuncao@gmail.com 38

Dayse Oliveira de Carvalho UFPE dayse_carvalho1@hotmail.com 67

Débora Batista Rocha UFS deb.batista2010@gmail.com 62

Demétrio da Silva Mutzenberg UFPE demetrio.mutzenberg@ufpe.br 59

Deusdédit Carneiro Leite Filho decalef@gmail.com 75

Diógenes Santos Saldanha UFPE diogenes.saldanha@hotmail.com 30

Douglas Santos Neco UFS douglasneco04@gmail.com 12

Eduardo Alves do Santos UFRN eduardo.santos.016@ufrn.edu.br 37

Elaine Alves de Santana UFS elainearqueologa@academico.ufs.br 31

Emanuel Queiroz dos Santos UFPE emanuel.queiroz@ufpe.br 71, 72


44, 53, 64,
Fabiana Comerlato UFRB fabianacomerlato@ufrb.edu.br
74
Fábio Marcelo de Albuquerque
UFPE fabio.marcelo@ufpe.br 32
Melo Júnior
Fabricio de Sena Ferreira UFRB fabricio.setursfc@gmail.com 28
Fernanda Liborio Ribeiro
UFOB fernandaliboriors@gmail.com 54
Simões
Fernanda Lopes Viana UFMA viana.fernanda@discente.ufma.br 43
Fernanda Martins da Silva Itgeo
geoarq.consultora@gmail.com 28
Leão consultoria
Flávio Augusto de Aguiar
UFAL flavioaguiarac@gmail.com 45, 68
Moraes
Francisco de Assis Soares de
fsmatos19@gmail.com 60
Matos

77
ARQUEOLOGIA EM CENÁRIOS DE FOME
Respeito, dignidade, alimento e conhecimento

Líder da
Francisco Marques Oliveira Comunidade
17
dos Santos rural de Souto
Soares
Francisco Rodrigo Parente da
UFC fco.rparente@gmail.com; 61
Ponte
DAHRQ –
DAHMEN
Gabriel Farias Carneiro fariasg@outlook.com 41
ARQUEOLOGI
A
Gabriela Araujo dos Santos UC gas.archaeology@gmail.com 72

Gabriela de Andrade Monteiro UNIVASF gabrieladeandrademonteiro@gmail.com 11


Giovanna Clara Soares da
UFPI giosilveira@ufpi.edu.br 38, 61
Silveira
Gleyce da Conceição Lopes
UFPE gleyce.lopes@ufpe.br 52
dos Santos
Gregoire Andre Henri Marie 38, 42, 58,
UFPI gvanhavre@ufpi.edu.br
Ghislain Van Havre 61
Guilherme Aguiar Gomes UFMA GuilhermeAguiar022@outlook.com 40

Gustavo Santos Silva Junior UFRB gustavossjr@aluno.ufrb.edu.br 16

Henrique Correia da Silva UFAL henrique.silva@delmiro.ufal.br 68


Henry Luydy Abraham
UFRB luydy@ufrb.edu.br 17, 28, 36
Fernandes
Henry Sócrates Lavalle Sullali UFPE henry.lavalle@ufpe.br 43, 57, 67
Heralda Kelis Sousa Bezerra
Wlage heralda.sousa@gmail.com 42
da Silva
Hozana Danize Lopes de
UFPE hozanadanize.l@gmail.com 20
Souza
Itelmar de Negreiros Oliveira UNIVASF itelmaroliveira@gmail.com 24

Izabela Pereira de Lima UFPE izabelapereiradelima@hotmail.com 43, 57


29, 31, 32,
Jaciara Andrade Silva UNIVASF jaciara.andrade@univasf.edu.br
34, 70
Jade Mayer Calife UFPE jade.mayer@ufpe.br 67

Jaime de lima guimarães junior UFRPE jaime.guimares@gmail.com 15

Jarryer de Jesus Pinheiro UFS jarryer.pinheiro@embasa.ba.gov.br 50


Contextos
Jéssica Lene de Costa Mello jessicalenemello@gmail.com 56
Arqueologia
Líder da
Comunidade
João Domingos de Oliveira 17
rural de Souto
Soares
João Matheus de Sousa UFPI matheusjoaosousa@hotmail.com 61

João Vitor dos Santos e Santos UFRB jvssvitorsantos@gmail.com 44, 74


Líder da
Comunidade
Joaquim Roque de Souza 17
rural de Souto
Soares
Jordania Mendes de
UFPI jord.albuquerque@gmail.com 42
Albuquerque
Júlia Pavan julia.jpavan@outlook.com 74

Juliana de Resende Machado UEMG ju.drmachado@hotmail.com 34, 36

78
ARQUEOLOGIA EM CENÁRIOS DE FOME
Respeito, dignidade, alimento e conhecimento

Juliana Salles Machado UFS julianasallesmachado@gmail.com 26


Juliane Carla Guedes Lima da
UFPE E-mail: juliane.guedes@ufpe.br 71
Silva
Juscelino Aguiar dos Santos
UFRN juscelinoaguiar84@gmail.com 20
Junior
Kamila Rezende Firmino USP kamilarezendef@usp.br 65

Karine Almeida 74

Karla Freitas Oliveira UFS karlaoliver@outlook.com.br 30

Kathelly Rayssa Vital UNIVASF kathellyvital@gmail.com 47

Kayann Gomes Batista UFPE kayann.batista@ufpe.com 37

Keliane Soares de Macedo UFRN kelianeesooares@gmail.com 20

Laiane Nunes Lima UFRB laydelaura159@gmail.com 44

Larissa Aragão UNIVASF larissa.aragao@discente.univasf.edu.br 62

Larousse Soares Magalhães UFS laroussesm@gmail.com 26


11, 14, 20,
Leandro Elias Canaan Mageste UNIVASF leandro.mageste@univasf.edu.br
24, 57
Leandro Oliveira Juncken UNIVASF loj.arqueologia@gmail.com 63

Leandro Surya UNIVASF leandro.surya@univasf.edu.br 58, 62, 63

Leonardo da Silva Chaves UNICAP leonardo.chaves@unicap.br 56

Letícia Melo 74

Lílian Panachuk UFMG lipanachuk@gmail.com 53

Lorena Alves da Silva Aragão UNIVASF lorenaaragao0119@gmail.com 70


Lorena Luana Wanessa
UFS lorena.arque@gmail.com 26
Gomes Garcia
Lourdes Castro Pereira UFRN luhhcastro09@gmail.com 21

Luana Marins UFS luanammarins@academico.ufs.br 32

Luanderson Monteiro Ferraz UFPE luanderson.ferraz@ufpe.br 24

Lucas Alves da Rocha UFPE lucas-alves170@hotmail.com 43, 57

Luciana Alves Costa USP lucianacosta.arqueologia@gmail.com 25


Luis Felipe Freire Dantas Contextos
luisfelipe_freire@yahoo.com.br 56
Santos Arqueologia
Luís Filipe Marinho Harten de
UFPE lfmhan@gmail.com 24
Amorim Nogueira
DAHRQ –
DAHMEN
Luísa Danda de Sá luisadanda@hotmail.com 41
ARQUEOLOGI
A
Luiz Antonio Pacheco de
luizpachecoq@gmail.com 19, 51, 53
Queiroz
Luiz Carlos Medeiros da Rocha UFPE luiz.cmrocha@ufpe.br 34

Luiz Severino da Silva Jr UNIVASF luiz.silvajunior@univasf.edu.br 21

Luzia Maria de Sousa Carvalho UFS arqueoluz@hotmail.com 69

79
ARQUEOLOGIA EM CENÁRIOS DE FOME
Respeito, dignidade, alimento e conhecimento

Maicon Marcante UFAL maicon.marcante@iphan.gov.br 15

Maiza Sampaio dos Santos UFRB maizasampaio@aluno.ufrb.edu.br 35


DAHRQ –
DAHMEN
Málini de Figueiredo Ferraz mferraz0612@gmail.com 41
ARQUEOLOGI
A
Márcia de Santana Castro UNIVASF marciacastro574@gmail.com 16

Maria Alda da Silva Braga UNIVASF mariaaldabraga05@gmail.com 14

Maria Conceição Lopes UC conlopes@ci.uc.pt 66


Maria Conceição Soares
UFPI meneses.lage@gmail.com 13
Meneses Lage
Maria de Lourdes Oliveira marialourdes.monteiro@discente.univasf.edu.b
UNIVASF 37
Monteiro r
Maria Eduarda Soares Dias de
UFRN eduarda.soares.078@ufrn.edu.br 21
Medeiros
Mariana Freitas da Silva UFRB marianafreisi@gmail.com 44
23, 41, 42,
Mariana Zanchetta Otaviano IPHAN-MA mariana.otaviano@iphan.gov.br
73, 75
Marilene da Silva Banhos. UFMA marilenebanhos@outlook.com 40
Marilia Perazzo Valadares do
UFPE mariliaperazzo@hotmail.com 64, 65
Amaral
Mario Rodrigues de Lima Neto UNIVASF mario.rodrigues@discente.univasf.edu.br 13

Marisa Lima Miranda Sousa UNIVASF marisa.sousa1560@gmail.com 19


Matheus Gaudêncio de Avelar
UFPE matheus.gaudenciovilela@ufpe.br 22
Vilela
Mayke Lopes dos Santos UNIVASF mayke.lopes@discente.univasf.edu.br 13

Melissa Jéssica Beleza Souza UFPE melissa.beleza@ufpe.br 30

Michelle Mayumi Tizuka UFF mmtizuka@id.uff.br 63


Milena Duarte de Oliveira
UFPE milena.souza@ufpe.br 48, 49
Souza
Vestigium
Mirta Kelen Barbosa Bezerra Arqueologia e mirtabarbosa2@gmail.com 49, 57
Patrimônio
Mizael Manoel da Costa mizaelscosta16@gmail.com 60
Mônica Almeida Araújo
IPHAN-AM monica.aan@gmail.com 23
Nogueira
Morgana Cavalcante Ribeiro
UFPE morgana.ribeiro@ufpe.br 14
(UFPE)
Nailton Negreiros Ribeiro UNIVASF nailton.ribeiro@discente.univasf.edu.br 27

Nathalia Nogueira UFPE nathalia.c.nogueira@gmail.com 64, 65

Olivia A. de Carvalho UFS ocarvalho99@hotmail.com 29, 31

Pablo Meneses Lage Wlage pablage@hotmail.com.br 13, 55


Patricia Fernanda Carvalho de
Arcadis pfcsousa.bio@gmail.com 51
Sousa
Paulo Jobim Campos Mello UFS 28

Paulo Sergio da Paz Filho UFPI sergiopaulopaz@gmail.com 42

Pedro Augusto Formiga UFRN pedroformiga54@gmail.com 20

80
ARQUEOLOGIA EM CENÁRIOS DE FOME
Respeito, dignidade, alimento e conhecimento

Pedro Gabriel Dias de


UFRN pgmedeiros17@gmail.com 37
Medeiros
Pedro Jimenez Lara UV/México pjimenez@uv.mx 29

Pedro Murilo Freitas UFS pedromurilo@ufs.br 58


Pétala Quaresma Zeferino
UFPE petala.quaresma@ufpe.br 59
Nascimento
Pollyana Calado de Freitas UFRJ pollycaladohistoria@hotmail.com 12
Rafael Alves Moreira
UFRB rafaelnettur@gmail.com 64, 74
Nascimento
Rafaela Cantarino Soledade UFMA rafaelacantarino@gmail.com 41
Rafaela Maria Carvalho
UFPI carlosaraujoneto5@gmail.com 59
Rodrigues
Raiane Ferreira de Sousa UNIVASF 70

Railson Cotias da Silva railsoncs@gmail.com 51

Raquel Roldan Mastrorosa UFPE raquel.mastrorosa@ufpe.br 70


Ravena Barbosa Machado de
UFPE ravena.souza@ufpe.br 52
Souza
Rayana Cristina Araujo Diniz UFMA rhaydiniz134@gmail.com 39
Rebecka Borges da Nóbrega
UNICAP rebecka.borges@unicap.br 56
Chaves
Regis Barbosa STARQ starq.arqueologia@gmail.com 58
Renata Larissa Sales
UFPI quaresmarls@outlook.com 55
Quaresma Lage
Renato Linhares 74

Roberta Richard Pinto UNICAP roberta.richard@unicap.br 56

Roberto Airton Silva UFRN robertoairon2@gmail.com 18

Róbson Bonfim de Caires UFS robsonbonfimcaires@gmail.com 29

Rodrigo Lessa Costa UNIVASF rodrigo.lessa@univasf.edu.br 14, 16


Rúbia Nogueira de Andrade
UFPE rubia.andrade@ufpe.br 48, 49
Malheiros,
Rute Ferreira Barbosa UFPE rute.barbosa@iphan.gov.br 15
Samara Sandra de Negreiros
UNIVASF samara.paes@discente.uniasf.edu.br 27
Paes
Sara Toja Arcadis sara.dt5@gmail.com 51, 53

Sarah de Barros Viana Hissa UFMG sarah.hissa@gmail.com 18

Sávio Barbosa 74
31, 34, 69,
Sérgio Francisco Serafim
UFPE sergio.serafim@ufpe.br 70, 71, 72,
Monteiro da Silva
73
Shay de los Santos Rodriguez FURG shayleninrodriquez@gmail.com 23

Shilton Paes Ribeiro Alves UNIVASF shiltonpaes@gmail.com 45

Silvana Moreira da Silva UNIVASF silvana.layse@hotmail.com 32

Taís Ketlyn de Souza Santos UNIVASF tais.ketlyn@discente.univasf.edu.br, 62

Tatiane Maria Soares UFS tat.msoarez@gmail.com 68

81
ARQUEOLOGIA EM CENÁRIOS DE FOME
Respeito, dignidade, alimento e conhecimento

Tayse Handreyza Abreu


USP tayse.mendes.tm@gmail.com 39
Mendes
Contextos
Tiago Vasconcelos yvasconcelos@gmail.com 56
Arqueologia
Valdeci dos Santos Júnior UERN valdecisantosjr@hotmail.com 60

Vanessa Dantas Evaristo UFRN vanessadantasevaristo@gmail.com 20

Vanessa Linke UNIVASF vanessa.linke@univasf.edu.br 27

Vanessa Viviane de Castro Sial UFPE vanessa.sial@ufpe.br 24

Vaneza da Silva Nunes UNIVASF vaneza.nunes@hotmail.com 15


vitortor2011@hotmail.com ou
Vitor Murilo Ferreira Sampaio UFS 62
cndaquil@hotmail.com
Vivian Karla de Sena UNIVASF vivian.sena@univasf.edu.br 45

Viviane da Silva Santos UC viviane.santos@ufrb.edu.br 66


Viviane Maria Cavalcanti de
UFPE viviane.castro@ufpe.br 23, 24
Castro
Waldimir Maia de Leite Neto UNIVASF waldimir.leiteneto@univasf.edu.br 37

Welington Lage WLAGE welingtonlage@gmail.com 42, 43, 55


Wirlanny Evelyn Oliveira
UFRPE eveoliveira3@gmail.com 27
Barros
Yan Dias Ferreira UFPI yandias.f@gmail.com 59, 61
Yannara Brennda da Silva
UFPI yannaraleoncio@gmail.com 42
Leoncio
Yasmin Isis Lopes Dantas UFRN yasmin.dantas.sj@gmail.com 20

Yury Barbosa Barros UFRB yuri.barros@ufob.edu.br 47, 74

82
ARQUEOLOGIA EM CENÁRIOS DE FOME
Respeito, dignidade, alimento e conhecimento

PROGRAMAÇÃO – ATIVIDADES DA VII SAB NE

21/09/2022 22/09/2022 23/09/2022 24/09/2022


(quarta) (quinta) (sexta) (sábado)

08 - 09 horas
Abertura oficial

09 - 12 horas 09 - 12 horas 09 - 12 horas

Simpósio 1 Simpósio 5 - Simpósio 9


sala 1
Simpósio 2 – Simpósio 10
sala1 Simpósio 6

Intervalo Intervalo Intervalo


Arqueologia de
14 - 17 horas 14 - 17 horas 14 - 16 horas canto
a
Simpósio 3 Simpósio 4 Conferência de canto
encerramento
Simpósio 7 Simpósio 2 -
sala 2

17 - 19 horas 17 - 19 horas 16 - 19 horas

Minicurso 1 Minicurso 1 Simpósio 11

Minicurso 2 Minicurso 2 Simpósio 12

19 - 21 horas 19 - 21 horas 19 - 21 horas


Conferência de Assembleia Simpósio 5 -
abertura SAB-NE sala 2

83
ARQUEOLOGIA EM CENÁRIOS DE FOME
Respeito, dignidade, alimento e conhecimento

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