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A filosofia é o amor à verdade.

Esse amor à verdade requer a sabedoria, e a sabedoria nada


mais é do que um domínio em relação ao que é.

Esse “o que é” pode ser relativo a diversas coisas: o que é a justiça; o que é o direito; o que é a
linguagem etc.

Quando me pergunto o que é a justiça, estou estudando o direito. Se me pergunto o que é a


natureza, estudo a biologia. Quando me pergunto o que é a linguagem, posso estar estudando
a gramática, linguística, fonologia etc.

Quando me proponho a estudar o que é que faz com que algo seja justiça, estudo a filosofia do
direito. Quando me pergunto o que faz com que aquilo seja a linguagem, estou estudando a
filosofia da linguagem.

Estudaremos o que faz com que determinada coisa seja tomada como linguagem, ou seja,
estudar o atributo, o que há de filosófico em determinada realidade à qual nós atribuímos o
nome de linguagem.

O objeto filosófico é a linguagem. Quando a linguagem é um objeto filosófico? Ela o é quando:

1. Apresenta questões semânticas e pragmáticas acerca do sentido (ou seja, acerca do


que é)
Ex.: se olho para a janela e digo “água!”, a palavra “água” tem uma implicação
pragmática: ela significa a chuva. O sentido dado à palavra é pragmático e não
semântico (H2O), ou seja, varia de acordo com o contexto/com a prática.
2. Quando a linguagem se torna objeto de referência e de verdade (ex.: filosofia analítica,
i. e., uma abordagem matemática da linguagem), que põe em jogo as suas relações
com a lógica e com a filosofia da mente).
3. Relações de linguagem e política (linguagem e discurso): quando a linguagem se presta
às relações com poder, através das formações discursivas, que têm por finalidade a
produção de sentido, tendo em vista os jogos de poder.

Razões para o interesse pelo estudo da linguagem (slide)

1. Estudar a linguagem é estudar o ser humano.


2. Estudar a linguagem ajuda a resolver problemas de semântica.
3. Estudar a linguagem é estudar a realidade. A linguagem nos ajuda a encarar a
realidade.
4. A linguagem é interessante por si mesma devido aos fenômenos que envolve.
5. A linguagem parece estar intimamente ligada àquilo que um indivíduo é capaz de
pensar.

Primeira parte do curso

Relação entre linguagem e filosofia primeira, na qual se destaca a relação entre linguagem e
epistemologia (teoria do conhecimento)

Aqui teríamos mais forte uma teoria do conhecimento que uma consideração sobre a
linguagem. A questão toda a se desenvolver nesse primeiro momento do curso é: até que
ponto a linguagem favorece o conhecimento da verdade ou não?
É muito mais uma consideração sobre a verdade do que sobre a linguagem. A linguagem está
como que subordinada à verdade. Não há uma pretensa consideração autônoma sobre a
linguagem: ela é pensada em função da verdade.

Os autores a serem estudados nesse primeiro momento são:

1. Platão – “Crátilo”
2. Aristóteles – “De Interpretatione”
3. Agostinho – “De Magistro”

2ª Parte do curso

Relação entre filosofia da linguagem e filosofia analítica

Aqui se destacará a relação entre filosofia da linguagem e lógica matemática, entre pragmática
e filosofia da mente.

Não há uma preocupação em mostrar a linguagem como caminho para a verdade, mas mostrá-
la como produtora de verdade. A partir de qual perspectiva?

“Há na estrutura da linguagem uma base lógico-matemática “a priori” que lhe permite dizer a
verdade” – B. Russel

“Há no contexto o qual a linguagem é empregada uma determinação de sua verdade” –


Wittgenstein

3ª Parte do curso

Momento da relação entre a filosofia da linguagem com a filosofia política, ou seja, a


linguagem enquanto discurso motivado pelas relações de poder tendo em vista o processo de
subjetivação. Pode ser:

1. Positivo (movimentos de resistência)


2. Negativo (movimentos de sujeição)

Subjetivação =/= sujeição.

A sujeição é sempre negativa. A subjetivação comporta o momento negativo e o momento


positivo. Há a criação do sujeito positivo, que é sempre subjetivação, e há a criação do sujeito
negativo, que é a sujeição.

Falaremos principalmente do autor Foucault.

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