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28/03/2023

A teoria convencionalista da linguagem. É a que é sustentada por Hermógenes no diálogo.

A linguagem é fruto de um consenso e, por isso, não se presta ao conhecimento científico, mas
apenas a uma doxa, uma opinião, i.e., ela nos serve para conhecer o pensamento de
determinado grupo, e não uma Verdade. É o conhecimento dos costumes de um determinado
povo que faz uso da linguagem.

Como a linguagem pode dar conta da permanência das coisas? É o problema da multiplicidade.

Para os naturalistas, o ato de nomear seria uma forma de referenciar a natureza da coisa.

Teoria da linguagem e conhecimento em Platão.

Há um mundo ideal e um mundo físico, no qual esse mundo físico é uma sombra imperfeita
desse mundo ideal, no qual encontramos arquétipos, cujas formas ideais estão nesse mundo
suprassensível.

Da mesma forma a linguagem se encontra nessa estrutura. Existiria uma linguagem ideal e as
várias linguagens (Lx, Ly, Lz) participariam dessa linguagem ideal. O mito da torre de Babel
explicaria, de certa forma, essa concepção de uma linguagem ideal da qual derivam as
linguagens existentes.

Logòs – os nomes possuem por natureza um elo comum com as coisas que nomeiam.

A palavra “filósofo” expressa o que vem a ser o filósofo. A palavra expressa a natureza da coisa
que é o filósofo: amigo da sabedoria.

Um dos critérios para essa relação entre nome e natureza é a etimologia que podemos fazer
das palavras que designam nomes compostos, como filosofia.

Onomatopéia – semelhança entre elementos da fonética e elementos do real.

Objeções ao naturalismo:

1. Caráter restrito da onomatopeia. Número de onomatopeias em uma língua é muito


reduzido para abarcar a totalidade das coisas reais. Além disso, os sons imitam,
indicam apenas a superficialidade de um ato, e não indicam a essência do mesmo. A
onomatopeia não consegue captar uma série de realidades do ato. A onomatopeia
capta apenas o barulho, a dimensão acidental, e não sua dimensão total.
2. Numa mesma língua, se as palavras expressam a natureza das coisas, não deveríamos
encontrar variações diacrônicas. Não haveria variações dentro de um idioma.
3. Platão era contra a arte, porque o mundo sensível é a cópia do mundo suprassensível.
A arte é a cópia da cópia. Por isso, a mimesis é sempre a cópia da cópia, e a
onomatopeia é uma imitação, a cópia da cópia. Como a cópia da cópia poderia
pretender ser a cópia da cópia?
4. As palavras variam de idioma para idioma. A ideia de que há um idioma ideal do qual
variam os outros não é muito verificável, pois apesar de vermos semelhanças entre as
línguas, as dessemelhanças são muito maiores. Para sustentar essa posição
precisaríamos ter um número de semelhanças muito maior que o de dessemelhanças.

Conclusão do diálogo: aporia. Platão não tira uma conclusão nesse diálogo, ou seja, não se
sabe se as palavras servem ou não para o conhecimento, ou se servem, servem de maneira
muito embrionária apenas. Quem vai resolver isso é Aristóteles.

Do ponto de vista naturalista, para sabermos se os nomes são corretos ou não, é necessário
conhecer previamente a realidade das coisas das quais são nomes. Os nomes, portanto, não
contribuem diretamente para o conhecimento do real mas, ao contrário, o pressupõem.

1ª Pergunta para a prova: Por que o Crátilo é um diálogo aporético?

(Porque não responde a questão. O texto do prof. Danilo Marcondes deve ser usado como
base).

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