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Sinopse

O companheiro de Lux é tudo em que ela consegue pensar desde o


primeiro dia em que sentiu o cheiro dele. Ela tenta imaginar a aparência
dele, seu sabor... mas ela sabe que mesmo seus sonhos mais loucos não
fazem justiça a ele. Do nascer ao pôr do sol, o companheiro de Lux está
sempre lá, espreitando nas sombras, mas fora de alcance. Ela nem sabe de
que espécie ele é. Tudo que ela sabe é o nome dele: Soren
Título Original: Infinity
Classificação etária: 18 +

E-book Produzido por: SBD e Os Lobos do Milênio


Sumário dos Livros
Livro 1
Livro 2 – Ainda não Lançado
Livro 1
Sumário
1. Me conhecendo
2. É você mesmo aí?
3. Mais um aniversário
4. Tudo bem, vamos jogar!
5. Eu te vejo
6. Mudanças de humor
7. Minha pequena Lux
8. O plano de Paisley
9. Me toque
10. Equipe mesquinha
11. Palpites da Família
12. Correndo para Lugar Nenhum
13. Limites? Nunca ouvi falar
14. Deixa eu explicar essa merda para você
15. Família, Perdão e Foda-se Tudo Isso
16. Bom dia
17. Um Dia na Vida
18. Puta merda!
19. Hello Darkness, My Old Friend
20. Minha Filhote!
21. Eu estou aqui com você
22. Olá, companheiro!
23. Acasalando
24. Lux safadinha
25. Os Quatro Cavaleiros
26. Olás sexuais
27. Conte-me sobre você
28. Eu me odeio por isso
29. Despedidas e corações partidos
30. Ele me deixou arrasada
31. Que porra é essa?
32. Estou ouvindo
33. Caramba, chega!
34. Uma pequena Guerra
35. Precisamos de um plano
36. Punindo Geraldo
37. Um longo mês
38. Bem, isso é novidade
39. Isso dói
40. Precisamos de um plano
41. Colorado
42. Obrigada, primo
43. Vamos começar
44. Salvar as crianças
45. Executando o plano
46. Purgatório
47. Onde caralhos está Geraldo?
48. Me responda
49. História de Família
50. Zewa!
51. Senti sua falta!
52. Riso Muito Necessário
53. Uma ligação fragmentada
54. Tortura de companheiro
55. Perda de controle
56. Sensações pulsantes
57. Você quer ou não?
58. Mais um faz 14
59. Karma Sexual
60. Quem é você?
61. Sogro
62. Sobre minha loba
63. Uma Risada Muito Necessária
64. O Inferno
65. Matando a Morte
66. Obrigado, pai
67. Levando Lux para casa
68. A Família de Zayla
69. Tantas emoções
70. Pedaços de Almas
71. Revelando os segredos da família
72. Vamos nos casar
73. Infinito
Capítulo 1
ME CONHECENDO
Zayla

Companheiros.
Para os humanos, eles podem ser muitas coisas: amantes, amigos,
conhecidos. Para os vampiros, são um lembrete constante da vida que
eles são forçados a viver em morte, uma esperança sagrada que eles
sabem que será arrancada deles com uma mordida, o último pedaço de
sua alma que se esvai.
E para os lobos, bem, para os lobos são tudo! Cada felicidade, cada
batimento cardíaco, cada vibração em seu estômago na forma de uma
pessoa! Seu cheiro, seu sabor! Tudo sobre eles é inebriante!
Para a maioria dos lobos, encontrar seu companheiro é relativamente
fácil, a cada ano, lobos maiores de idade entram em nosso território de
matilha para o baile anual de meus pais, e todo ano alguém sai com seu
companheiro no braço.
Por 21 anos, sonhei com o dia em que conheceria o meu
companheiro.
Quem é ele? Qual sua aparência, ele me quer como eu o quero? Todos
os dias eu me arrumo, dando tudo de mim para ficar o mais bonita
possível, para ter certeza de que ele presta atenção em mim, e todos os
dias eu saio do estado de consciência decepcionada.
Veja você, a questão sobre meu companheiro é que, ao contrário de
meus irmãos mais velhos Drayden e Draxel, que são gêmeos, eu não
conheci meu companheiro quando fiz 15 anos como eles fizeram. Não.
Draxel e Drayden tiveram sorte! Draxel acasalou com uma das filhas
dos melhores amigos dos meus pais, Kimber.
Nós a conhecíamos desde crianças, então quando descobrimos que
ela não era apenas a companheira de Draxel, mas a futura Luna de nosso
bando, todos ficaram emocionados. E por que não ficariam, ela é incrível!
Foram apenas 3 semanas após o acasalamento de Draxel e Kimber,
que Drayden encontrou sua companheira Blair.
Mas meu acasalamento, bem, meu acasalamento é muito mais
complicado.
Veja, ao contrário de todo mundo, que tem a chance de conhecer seus
companheiros aos 15 anos, eu conheci o meu antes disso.
Quero dizer, muito antes disso. O único problema é que, acho que
devo especificar que nunca o conheci pessoalmente.
Meu primeiro encontro com meu companheiro foi na tenra idade de
6 anos.
Meus pais e eu estávamos visitando meus tios Silas e Thackery para
discutir negócios da matilha, tinha sido um dia agitado de reuniões
quando meus pais decidiram sair com meus tios, meu primo mais novo
Kasyn e minha tia Milani. Iríamos todos ao lago para nadar e nos divertir.
Os três meninos estavam correndo como loucos ao redor da margem,
nossas mães estavam tomando sol e nossos pais estavam cozinhando
perto da costa. Eu, por outro lado, estava ocupada perseguindo
borboletas.
Eu tinha encontrado esta linda borboleta azul neon voando ao longe,
então saí atrás dela, quase a capturando enquanto ela voava sobre as
árvores. Isso me levou a ir cada vez mais para o interior da floresta, até
que fui cercada pela escuridão e a borboleta foi embora.
Com medo, comecei a chorar! Eu não conseguia mais ver minha
família ou mesmo ouvi-los por causa do som do vento batendo contra as
árvores.
— Shh, pequena Lux, vai ficar tudo bem, — disse ele, e sua voz era tão
profunda que me assustou, mas ao mesmo tempo me acalmou.
Ficando em pé, procurei o dono da voz, mas não consegui encontrá-
lo.
Eu estava sozinha, ou pelo menos pensei, até ele falar novamente.
— Você realmente não deveria estar aqui minha pequena Lux.
Limpando minhas lágrimas na manga do meu vestido, procurei
novamente e não encontrei nada, mas sei que o ouvi.
Sua voz me tranquilizava tanto, que mesmo quando criança eu
ansiava por ouvi-la novamente.
— Quem é você? — Procurando ao redor novamente, eu esperava e
rezava para ter ao menos um vislumbre do dono daquela melodia
calmante que ele chamava de voz.
Mas ao invés disso eu não ouvi nada e não vi nada, meu pai veio e me
encontrou logo depois, e me repreendeu por ter fugido, me lembrando
que mesmo que estivéssemos em território seguro, eu precisava estar
acompanhada de alguém o tempo todo.
Tentei entender, tentei mesmo! Mas mesmo aos 6 anos ele me
cativou de um jeito tão primitivo que não pude deixar de procurá-lo.
Depois disso, não vi nem ouvi mais nada desse homem misterioso até
os meus 13 anos.
Foi um dia estranho para mim, eu tinha acabado de menstruar pela
primeira vez e meus irmãos e eu estávamos brigando mais do que o
normal, então eu me dirigi ao bosque atrás de nossa casa.
Eu sabia que estaria segura ali, sendo o único lugar que eu tinha
permissão para ir quando meu pai e meus irmãos me incomodavam.
Sentanda no tronco de uma velha árvore esquecida, não pude deixar
de gritar de frustração! Por que hoje, de todos os dias, tio Chico decidiu
me visitar pela primeira vez na vida.
Porque meus irmãos não conseguiam entender que eu não precisava
deles se irritando com o fato de eu estar crescendo, não era como se eu
tivesse controle sobre a progressão natural da idade do meu corpo, quer
dizer, eu não era uma vampira.
Depois de sentar no velho tronco cheio de musgo por uma boa hora,
minhas lágrimas finalmente cessaram, meu corpo estava nos últimos
estágios de se acalmar com leves soluços que se faziam notar a cada
poucos minutos. Foi quando o ouvi pela segunda vez.
— Oh, minha pequena Lux, como você cresceu.
Sua voz me chocou profundamente, então me levantei um pouco
rápido demais e acabei perdendo o equilíbrio.
Até que, levemente, sua mão ligeiramente calosa mas gentil tocou
meu ombro, impedindo minha queda e fazendo com que eu parasse de
respirar.
Eu o senti achando graça e rindo da minha falta de jeito e disse:
— Tome cuidado, minha pequena Lux.
— Meu nome é Zayla, eu não sei quem é Lux. — Eu gritei, sentindo
sua mão tirar o cabelo de cima do meu ombro, antes de ouvir como uma
risada profunda correu pelo seu corpo com tanta força que balançou no
meu.
— Oh, mas Zayla, você sempre será minha pequena Lux, — sua voz
estava muito mais alegre dessa vez, e me virei para olhá-lo, mas para meu
azar ele tinha ido embora.
Capítulo 2
É VOCÊ MESMO AÍ?
Zayla

Depois daquele dia, eu não o procurei mais, não importa o quanto meu
corpo tentasse me forçar a encontrá-lo, eu lutei, e lutei muito.
Isso até meu aniversário de 15 anos!
Veja você, para um lobo o aniversário de 15 anos é o dia mais
importante de toda sua vida, ainda mais importante do que fazer 18 ou
até 21 anos.
Não, são os 15 anos que são importantes! Saiba que aos 15 é que um
lobo finalmente amadurece por completo, e é quando ele tem idade
suficiente para começar a procurar sua outra metade, seu companheiro.
É quando ele está pronto para ser marcado e começar sua vida com
seu único amor verdadeiro. Mas para mim, foi quando percebi que nunca
terei a chance de conhecer o meu.
O dia do meu aniversário de 15 anos foi tranquilo, como todos os
outros aniversários que já fiz, foi um dia ótimo, cheio de risos com meus
amigos e família, foi incrível! Isso é, até a corrida da matilha, porque foi
na corrida da matilha que a minha loba sentiu o cheirou de verdade pela
primeira vez.
Durante as corridas normais da matilha, as nossas longas pernas
pretas e corpo pequeno típico de nossa família nos davam uma vantagem
e ajudavam a ficarmos à frente da matilha. Na verdade, quase todas as
corridas que a matilha fazia eu estava ao lado de meu pai.
Meu lobo é um par menor, mas idêntico ao seu, lindo pêlo preto,
totalmente espesso, o que nos permite quase nos camuflarmos nas
sombras, se não fosse por nossos olhos, é claro, tanto meu pai quanto eu
temos olhos azuis brilhantes, quase brancos de tão claros que são.
Em nossa última volta ao redor do território, eu senti um cheiro que
poderia jurar que já tinha sentido antes, e percebi que o cheiro ficava
mais forte quanto mais perto eu chegava da casa, minha loba decidiu se
separar da multidão e foi em direção à nossa casa para pegar nossas
roupas.
Mas quanto mais perto chegávamos, mais o cheiramos, um cheiro
que deixava minha loba em estado de frenesi.
Nós seguimos o cheiro em círculos por horas tentando o nosso
melhor para pegá-lo, apenas para dar uma olhada nele, para saber quem
ele era. Por que ele não queria que o víssemos?
Ficando frustrada, minha loba bufou com toda a força de seus
pulmões antes de se jogar no chão fazendo beicinho.
Encontrar seu companheiro deveria ser o melhor dia na vida de um
lobo, então por que ele não a queria? Por que ele estava brincando com
ela?
Isso frustrou minha loba e a feriu profundamente com a ideia de que
ele não a enxergasse como sendo boa o suficiente para ele.
Ela era filha do alfa, filha de Zayn e Skyla King! Ela era uma guerreira,
uma rainha.
Então por que depois de 5 horas ele não apareceu para ela? Estaria ele
fazendo algum jogo? Será que ele sentia prazer no desejo dela por ele?
Bufando novamente, começamos a andar em direção ao lugar onde
sentimos seu cheiro pela primeira vez naquele dia, parecia tão familiar
para nós, e naquele momento ele mostrou presença com uma risada
rápida e profunda.
Erguendo a cabeça, examinamos ao redor tentando encontrá-lo,
tentando ver qualquer coisa, uma sombra, até mesmo uma folha se
mexendo, e nada.
Isso até ele falar
— Alguém está um pouco impaciente, minha pequena Lux. — Sua
voz, embora estivesse longe, ainda causou arrepios na minha espinha.
Me sentei rapidamente e que minha forma humana retomasse,
deixando-me ajoelhada completamente nua na sujeira em que minha
loba momentos atrás estava fazendo beicinho.
Levantando minha cabeça e olhando para frente, sem ter a certeza de
ele ainda estivesse ali, seu cheiro em toda parte e em lugar nenhum,
quase como se ele estivesse correndo ao meu redor constantemente.
— Hoje é meu aniversário.
Depois de não obter resposta, baixei minha cabeça me sentindo ferida
e completamente cansada, suspirei de tristeza, antes de me levantar e
caminhar até o tronco onde eu havia escondido minhas roupas.
Depois de me vestir, coloco as mãos nos bolsos enquanto começo a
caminhar para casa, sentindo meus dedos tocarem algo frio que sabia que
não estava lá, parei de repente.
Puxando lentamente uma corrente fina, noto que é um lindo colar de
ouro com um pingente na forma de uma pequena borboleta de ouro
branco presa por uma fina argola.
Puxando o colar para mais perto do meu rosto, fiquei pasma ao ver a
beleza da borboleta, tão pequena e, no entanto, com tantos detalhes,
incluindo duas lindas joias azuis entre pequenos diamantes
transparentes em suas asas.
Sem conseguir parar de olhar para aquele lindo pingente quase não
quero colocá-lo, em vez disso, quero segurá-lo na minha mão para
sempre, e sem saber como, parte de mim percebeu que ele fez isso por
mim, ele me presenteou com essa corrente, um pequeno pedaço de
informação me fez abrir o fecho e colocá-lo em meu pescoço.
Sem conseguir parar de sorrir quando passo minhas mãos pelo meu
pescoço e ao longo da bela corrente, e assim que meus dedos tocam a
borboleta eu sinto o vento aumentar ao meu redor ecoando a voz que eu
tanto anseio conhecer pessoalmente.
— Feliz aniversário, Lux.
Suspirando enquanto o último som de sua voz ecoava nas árvores,
entrei pela porta dos fundos da casa e vi minha família toda reunida
esperando por mim com um enorme sorriso em seus rostos e um bolo
gigante nas mãos dos gêmeos que dizia
— Feliz aniversário, Zayla.
Sem tirar o sorriso gigante que incendiava meu rosto, me inclinei
para soprar as velas, mas não antes de fazer meu pedido.
Depois da festa, quando tudo começou a se acalmar, fui para o meu
quarto e girei a maçaneta, mas antes mesmo de abrir a porta, seu cheiro
atingiu minhas narinas.
Abrindo minha porta na esperança de vê-lo, fiquei desapontada, mas
entrei com cautela, como se a qualquer momento ele pudesse sair de seu
esconderijo.
Ele não apareceu e depois de alguns minutos eu tive a certeza de que
ele não estava ali porque seu cheiro começou a desaparecer, mas de pé
perto da janela, pude senti-lo e sabia que ele estava me observando.
Abrindo a janela, esperei que ele se aproximasse, mas ele não o fez.
— Obrigada pelo meu colar, adorei — sussurrei para não chamar a
atenção de mais ninguém que também pudesse estar com as janelas
abertas.
Parada ali por mais 10 minutos, cheguei à conclusão de que não iria
vê-lo esta noite, então, com um suspiro triste, fechei a janela. Deitando
na cama, logo comecei a adormecer e, quando meu cérebro já estava à
beira da inconsciência, ouvi.
— De nada, minha linda Lux.
Capítulo 3
MAIS UM ANIVERSÁRIO
Zayla

Depois daquele dia, meu misterioso companheiro pareceu ficar por


perto. Sem nunca chegar perto o suficiente para me permitir vê-lo, mas
sempre perto o suficiente para que eu pudesse sentir seu cheiro.
Este cheiro estava sempre pairando no ar ao meu redor.
Constantemente deixando minha loba e eu em um estado de melancolia.
Às vezes, à noite, se eu tivesse sorte, poderia até ver rapidamente uma
sombra de sua silhueta se a lua iluminasse seus movimentos furtivos da
maneira certa. Nos três anos após meu aniversário de 15 anos, tentei fazer
com que ele se apresentasse, só para ter um vislumbre dele.
Acredite em mim, eu sei como tudo isso soa angustiante, mas você
não sabe como é! Passei a maior parte do tempo conversando com ele
sobre coisas aleatórias... bem, conversando nos lugares onde eu esperava
que ele estivesse.
Qualquer coisa para fazê-lo apenas falar, mas nada funcionava.
Depois do meu aniversário de 15 anos, ele não disse mais uma palavra
para mim diretamente, mas às vezes... quando eu estava prestes a
desmaiar, eu o ouvia falar.
Me dizendo que eu era engraçada, que ele gostava das minhas
histórias, ou simplesmente dizendo boa noite.
Mas em nenhuma das vezes, falava alto o suficiente para que eu
pudesse ouvi-lo com ouvidos normais. Honestamente, se minha loba não
estivesse trabalhando tão duro para encontrá-lo, provavelmente não o
teríamos ouvido também, sua voz sempre parecia ser carregada pelo
vento.
Hoje é meu aniversário de 21 anos e sendo uma criatura de hábitos,
esperava que hoje fosse como todos os anos desde que completei 15 anos
de idade, com ele me deixando um presente no bolso da calça depois de
fugir.
Além do meu colar de borboleta, no meu aniversário de 16 anos ele
me deu uma linda pulseira de ouro branco que continha nada além de
um pequeno pingente de lanterna.
Eu estava completamente confusa com o significado da lanterna, mas
atribui isso às respostas que eu nunca teria, então eu aprendi a valorizar a
aleatoriedade de meu companheiro e seus dons.
No meu aniversário de 17 anos, meu companheiro me deixou outro
amuleto. Desta vez, na forma de um lobo. O lobo foi esculpido em uma
rocha negra com pequenas veias vermelhas e douradas.
Nunca tinha visto um material como este antes. Honestamente, eu
estava tão curiosa a respeito da pedra e do que era feita que a levei ao
meu tio Silas para ver se ele sabia o que poderia ser.
Meu tio, sendo uma espécie de historiador, sabe melhor do que
ninguém do que é feito. Ele, entretanto, estava tão perplexo e fascinado
com o encantador material em que fora esculpido quanto eu.
Depois de pesquisar em todos os seus arquivos, ele se ofereceu para
enviar o pingente a um laboratório para teste, mas meu coração e minha
loba simplesmente não conseguiam se separar dele.
Aos 18 anos, recebi um amuleto em forma de S, presumi que fosse a
letra inicial de seu nome, mas é apenas um palpite.
No aniversário de 19 anos, ganhei um pingente com 'Lux' gravado em
uma opala em forma de coração, e no de 20 ganhei outro coração, desta
vez feito de ouro rosa e com o símbolo do infinito. O pingente era quase
idêntico à marca de acasalamento dos meus pais. O que o tornou ainda
mais especial para mim. Todos os anos ele pensava nos pingentes
perfeitos. Cada um significa mais para mim do que o anterior.
Este ano eu estava super empolgada, pensando durante todo o mês
anterior ao meu aniversário e tentando adivinhar qual seria o meu novo
presente. Quer dizer, era a única coisa com a qual eu sempre podia
contar vindo dele, então não era surpresa que eu meio que esperasse por
outro pingente para minha pulseira. Mas, em vez disso, não recebi nada.
Passei o dia inteiro andando de um lado para o outro, sem superar a
dor causada por ele ter se esquecido de mim. E por volta das 23h, todos
em silêncio lá em casa, e eu estava irritada pra caralho, para dizer o
mínimo.
Pego uma toalha do armário, saio pela porta dos fundos e desço em
direção ao rio.
Depois de não encontrá-lo em lugar nenhum, posso finalmente sentir
o cheiro e sei que ele está aqui agora. No entanto, eu nem prestei atenção
em seu cheiro, apesar de minha loba me implorar!
Chegando à margem do rio, eu rapidamente coloquei minha toalha
no chão, desabotoando minha pulseira, colocando-a em cima da minha
toalha antes de tirar minha blusa regata e meu sutiã.
Quando eu começo a deslizar para baixo meu short, eu o ouço.
Grunhindo como se estivesse com dor quando minha calcinha atinge
o chão em um movimento rápido.
Eu não posso deixar de sorrir, ele geralmente é tão bom em ficar
escondido, mas esta noite eu tive uma reação dele.
Mergulhando na água, dou algumas voltas rápidas acima da água,
permitindo que a lua me ilumine e mostre minhas curvas desnudas e
molhadas com o máximo de brilho possível. Certificando-se de ficar nos
pontos iluminados da água para que ele, se estiver aqui, seja forçado a me
ver por inteiro.
Na minha última volta, sinto o cheiro. Excitação!
Ele deve ter se aproximado porque sua excitação me atinge com tanta
força que eu paro todos os movimentos na água, minha boca se
enchendo de água com o cheiro dele, e minha loba começa a
enlouquecer, tentando abrir com as unhas seu caminho para fora de mim
para chegar até ele!
Sua necessidade primordial de saciar sua fome sobrepujando minha
própria necessidade de respirar.
O cheiro dele é tão forte que eu gemo enquanto meus hormônios
tomam conta de cada parte de mim.
Não sendo mais capaz de aguentar, nadei até a costa, nem mesmo me
preocupando em pegar minhas roupas. Eu caminho até o ponto mais
forte em que posso sentir o cheiro dele.
Ele obviamente não está lá, quero dizer, ele nunca está, mas eu fico lá
sorrindo, porque eu o peguei! Finalmente descobri como chegar até ele.
Não querendo revelar meu plano, eu rio levemente, balançando a
cabeça, me divertindo com seu lapso de força de vontade antes de
caminhar de volta para o banco e pegar minhas coisas.
Capítulo 4
TUDO BEM, VAMOS JOGAR!
Zayla

Assim que volto para a casa, eu silenciosamente corro e tomo um banho


com asseio, certificando-me de que meu cheiro está o melhor possível,
antes de voltar para o meu quarto e trancar a porta.
Desde meu aniversário de 15 anos, nunca tranquei minha janela,
mantendo-a aberta o tempo todo só para ele.
É por isso que não fico surpresa quando vou até minha cama e sinto o
cheiro dele. Ele fez isso comigo muitas vezes no passado. Quando entro
em meu quarto para dormir e minha cama tem seu cheiro, imagino que
ele saiba que seu cheiro me ajuda a dormir.
Mas esta noite não estou dormindo. Não! Esta noite estou chamando
a atenção dele! Ele está brincando comigo e ganhando este jogo desde
que eu tinha 6 anos de idade, e hoje é a vez de um novo vencedor
aparecer em nosso joguinho de gato e rato... então vá em frente, bebê.
Agarrando minha cabeceira, arrasto minha cama até que ela esteja
totalmente de frente para a janela, dando a qualquer um que esteja lá
uma visão perfeita de mim ao luar. Soltando minha toalha, subo
lentamente até o meio. Apoiando meus travesseiros e ficando
confortável.
Quando sinto o cheiro dele ao lado da janela, sei que está na hora!
Então eu, o mais lento possível, abro minhas pernas o máximo que posso.
Colocando cada parte de mim em exibição total.
A sala está completamente silenciosa, até que ouço o pequeno gemido
que tenho certeza de que ele tentou conter. Era isso! Está na hora!
Erguendo meu braço, corro meu dedo ao longo do colar que ele me
deu, até meus seios. Correndo levemente meus dedos sobre meus
mamilos, eu solto um gemido com a sensação.
Meus mamilos excessivamente sensíveis espreitam, apontando para o
céu, querendo apenas que ele os tocasse.
Beliscando-os levemente, meus joelhos estremecem quando a luxúria
corre pelo meu corpo em direção a minha boceta.
Minha excitação é tão forte que quase não consigo sentir o cheiro
dele, mas sei que ele está lá. Eu posso sentir seus olhos em mim,
perseguindo minhas mãos enquanto elas se movem pelo corpo que foi
feito para agradá-lo.
Uma vez que minha mão esquerda alcança meu osso púbico, ouço sua
respiração aguda, tenho que segurar minha risada, porque é quase fácil
demais. Erguendo minha mão, coloco-a no joelho, ouço um rosnado
baixo de desagrado dele.
Com isso, deixo escapar uma pequena risada, enquanto deslizo minha
mão pela minha coxa até chegar à minha boceta, que está pingando.
Usando principalmente meu dedo médio, comecei a fazer círculos
pequenos, mas duros ao redor do meu clitóris, gritando com cada toque
do meu dedo. O vento decide se dar a conhecer empurrando o cheiro de
sua própria excitação pelo meu quarto, a mistura de seu cheiro com o
meu deixa meu coração acelerado enquanto eu pego o ritmo.
Resistindo contra o pensamento dele dando prazer a si mesmo
enquanto me olhava.
A sensação misturada com seu cheiro é tão forte que eu gozo muito
forte e solto um gemido alto, meu corpo inteiro me sacudindo quase para
fora da cama. Puxando minha mão para longe do meu clitóris, eu me
certifico de limpar um pouco do meu gozo no meu dedo antes de enfiar o
dedo na minha boca.
Eu mal escuto o gemido estrangulado que saiu sufocado dele, mas
quando o ouço não posso deixar de gemer. Algo sobre saber que ele
assistiu tudo e gostou me excitou de novo.
Em todos os meus movimentos, não percebi que meus travesseiros
caíram da cama, então, quando solto meu dedo e meu braço cai ao lado
da minha cabeça, sinto algo que não deveria estar lá.
Puxando um lindo lenço de seda branco perolado debaixo da minha
cabeça, eu o inspeciono, ele tem bordados deslumbrantes e o que parece
ser um fio de ouro nas bordas em um design tão complexo que dá para
dizer instantaneamente que custou uma fortuna.
Inspecionando mais um pouco, noto que tem um nome.
Soren.
Este é o meu presente de aniversário, o presente dele para mim no
meu aniversário de 21 anos é o nome dele! Colocando o lençol perto do
meu nariz, inalo profundamente, sentindo o cheiro dele tanto quanto
possível. A mudança me deu uma ideia.
Sorrindo enquanto eu puxo o tecido para longe do meu rosto, me
coloco em uma posição ajoelhada, pegando o pequeno pedaço de seda e
correndo para cima e para baixo no meu clitóris.
Em sua inspiração rápida, mas profunda, posso presumir que ele não
esperava por isso. E enquanto continuo a me esfregar contra o tecido,
sinto um cheiro maior de sua excitação, mostrando que ele se aproximou
mais do que nunca.
Saber que fiz com que ele estivesse mais perto do que nunca, fez com
que meu nível de excitação aumentasse, e isso está aparecendo em sua
respiração rápida e pesada.
Quando eu finalmente atingi o clímax pela segunda vez esta noite
minha cabeça tomba para trás e eu gemo seu nome
— Ohhh, Soren, — gozando em seu lenço todo. Eu me ajoelho,
tremendo por um momento com minha cabeça ainda inclinada para trás
antes de virar minha cabeça para a janela.
Paro de respirar instantaneamente quando tudo que vejo na
escuridão da noite são dois olhos cinza brilhantes, com um vermelho
vibrante brilhando ao redor deles.
Seus olhos permanecem em mim, enquanto eu me recomponho.
Quando finalmente termino de tremer, pego o pedaço de tecido e coloco
na janela.
— Boa noite, Soren. — Sai em um gemido sem fôlego. Antes de me
virar ainda totalmente nua e me jogar na cama.
Não demorou muito para ele chamar minha atenção novamente.
— Você está jogando um jogo muito perigoso, minha pequena Lux, —
sua voz é áspera e rouca. Claramente ainda perdido na luxúria do que
acabei de fazer e mostrar a ele.
Rindo, me sento mais uma vez de frente para a janela. Não consigo
mais ver seus olhos, mas isso não me impede de comentar, porque sei
que ele me ouve.
— Oh baby, mas estes são os melhores jogos.
Piscando para o nada, eu me jogo de volta na cama pronta para
dormir antes que o lindo som dele rindo tome conta da escuridão.
— E eles são mesmo, Lux, são mesmo.
Capítulo 5
EU TE VEJO
Soren

Colocando um dos meus pertences mais antigos sob o travesseiro; um


lenço bordado, tento apenas tirar alguns minutos para sentir seu
perfume.
Mas meu desejo é interrompido muito rapidamente quando a água é
desligada e ela faz o caminho de volta para seu quarto, menos de um
segundo depois de eu sair pela janela.
Ela parece diferente neste momento, determinada. Como se ela
finalmente tivesse descoberto algo, e que o plano em sua mente fosse tão
certeiro que seria impossível errar.
Quando ela move sua cama para a frente da janela, uma ligeira
confusão toma conta de mim. A parte de baixo da cama dela já está
encostada na janela e ela geralmente senta lá para falar comigo. Então,
por que mudar a cama?
Minhas perguntas são respondidas rápido pra caralho quando eu a
vejo esparramar seu corpo nu pela cama.
Sinceramente, estou tão desprevenido que não consigo evitar o
gemido alto que sai de mim ao vê-la completamente nua e aberta para
mim. Então, quando ela finalmente se toca, eu perco a cabeça!
Com cada pequena esfregada em seu clitóris, não posso evitar a
respiração áspera e os gemidos baixos que solto ou a necessidade de tocá-
la que percorre meu corpo, da minha cabeça até o meu pau, já inchado.
Minha necessidade de tocá-la é tão doída que quase desisto quando
ela goza, e puta que pariu, é a coisa mais sexy que já vi na vida!
Sua cabeça jogada para trás, seu corpo arqueado e seus membros
tremendo em êxtase. Quando seu dedo fino pega um pouco de seu gozo
e o coloca em sua boca, não posso deixar de gritar ao vê-la.
Minha boca está salivando e minhas presas estão crescendo em
minha boca. Meu corpo inteiro me implorando para dar um passo, meu
lobo exigindo pegar o que é nosso! Mas não posso!
Então, quando ela puxa o dedo para fora da boca e encontra meu
presente para ela, fico aliviado quando ela o leva até o rosto, inalando
meu perfume.
O gesto era tão inocente que começou a acalmar meu lobo e eu.
Tudo bem... até que ela decidir levar o tecido até embaixo.
Esfregando sua buceta contra ele como eu gostaria que ela esfregasse
em meu rosto! Sua cabeça inclinada para trás, contra seus ombros e sua
boceta sensível e ligeiramente vermelha brilhando contra a seda fina.
Eu fico observando enquanto o bordado que diz meu nome corre ao
longo dos lábios da sua boceta, de novo e de novo, ficando cada vez mais
úmido.
Me fazendo desejar que fosse minha língua entre suas coxas e não
aquela porra de pedaço de tecido!
É erótico pra caralho! Assim como tudo que ela faz. Inferno, até o
nome dela é erótico em minha mente. Zayla.
O cheiro da sua excitação está tão forte à minha volta que estou quase
me afogando nele, e porra, não tem como sair! Não sendo capaz de
segurar por mais tempo, abro o botão do meu jeans.
Aliviando a pressão no meu pau dolorosamente inchado.
Ao seu primeiro sinal de liberdade, o coitado aponta diretamente para
ela, implorando e implorando para tocá-la, para substituir aquele lenço
de merda que está vivendo a maior fantasia do meu corpo.
Rasgando um pacote de preservativo, coloquei-o rapidamente e
comecei a foder meu punho com os mesmos movimentos rápidos com
que ela fode a seda.
Seus gemidos altos e gritos suaves de prazer me estimulando como se
eu estivesse perto dela.
Com uma esfregada final de seus dedos e um puxão final de mim,
gozamos juntos enquanto ela geme um grito sufocado do meu nome.
— Ohhh, Soren!
Ouvi-la gemer meu nome me deixou quase pronto para gozar
novamente! Meu pau endurece instantaneamente de novo, querendo
mais do que qualquer coisa tê-la gritando enquanto ele lhe dá mais
prazer do que sua mão ou qualquer outro material poderia.
Ainda não me acalmei, meu corpo está eletrizado de desejo, é quase
doloroso ficar ali parado, só quero tocá-la, porra!
Tirando a camisinha, amarro e coloco no bolso escondendo todos os
sinais de que eu estive aqui o tempo todo observando cada movimento
dela.
Com os dedos trêmulos, vejo-a colocar meu lenço no parapeito da
janela. Seu presente para mim é o cheiro de seu gozo.
Respirando fundo irregularmente, eu a vejo se jogar de volta na cama,
silenciosamente em um gemido sem fôlego que envia ondas de choque
pelo meu corpo, sua voz sensual diz: — Boa noite, Soren.
Vendo seu lindo corpo nu ainda totalmente em exibição, não posso
evitar o gemido baixo que escapa dos meus lábios antes que minha voz
finalmente se dê a conhecer.
— Você está jogando um jogo muito perigoso, minha pequena Lux.
Em vez de ouvir o meu aviso, minha lobinha travesso solta uma
gargalhada e diz:
— Oh baby, mas estes são os melhores jogos. — Antes de piscar para
mim e se jogar de volta na cama.
Eu não posso deixar de rir de suas palavras.
— E eles são mesmo, Lux, são mesmo. — Com o maior sorriso no
rosto que já tive, fico lá e espero.
Observando como a respiração da minha linda companheira vai de
irregular e curta para calma e uniforme. Sua mente lindamente suja
finalmente descansa.
Aproximando-me da janela, pego meu lenço, dobro o tecido fino
molhado e coloco no bolso, antes de subir em sua janela.
Contornando sua cama, puxo-a pela cabeceira. Movendo-a de volta
ao seu devido lugar, antes de agarrar seus cobertores e travesseiros do
chão. Levantando suavemente sua cabeça, coloco o travesseiro mais fofo
sob ela e, em seguida, cubro seu belo corpo com um cobertor há muito
esquecido.
Minha mão descansando contra a cama enquanto eu a cubro se torna
um ímã para ela em seu sono, fazendo ela se aproximar de mim até sua
cabeça encostar no meu braço e em cima da minha mão.
Uma sensação de dor passa por mim enquanto a afasto, desejando
apenas poder ficar com ela, rezando para que eu não fosse o que eu sou.
Rezando para que o vínculo de companheiro que ela tem comigo fosse o
suficiente para superar a associação com o qual minha espécie sofre. Mas
isso não.
Me inclino e lhe dou um beijo na cabeça:
— Boa noite, minha linda Lux, você realmente é a luz do meu mundo.
Ficando em pé, não posso evitar de soltar um suspiro triste quando
saio de sua janela, fechando-a ligeiramente antes de eu ir para casa para
que ela não fique com frio. De volta à minha solidão e isolamento.
De volta ao lugar onde eu gostaria que ela estivesse, minha linda
Zayla.
Capítulo 6
MUDANÇAS DE HUMOR
Zayla

Acordando de manhã, encontro uma nova determinação! Um novo jogo


que sei que posso ganhar.
A noite passada foi o mais perto que ele chegou de mim! Foi o
máximo que ele compartilhou comigo, e agora tenho certeza de três
coisas sobre ele.
Um. Seu nome é Soren.
Dois. Seus olhos são de um cinza profundo quase preto, que brilham
com um círculo vermelho quando ele está excitado.
E três. Ele é tão fácil de excitar.
Se eu soubesse antes que um simples toque era tudo o que ele
precisava para relaxar suas reservas, teria feito isso há séculos!
Balançando minhas pernas para fora da cama, levo um momento para
perceber que ela voltou ao seu lugar original.
Isso significa que o bastardo atrevido esperou que eu apagasse antes
de entrar no meu quarto.
Rindo alto para mim mesma, me levanto espreguiçando todos os
meus músculos, antes de pegar uma regata e um short.
Descendo as escadas e indo para a cozinha, pego o fim da conversa
dos gêmeos
— Eu não sei Drax, mas estou dizendo que eu senti um cheiro.
Jogando-me no balcão ao lado de Drax, não consigo evitar minha
curiosidade.
— Que cheiro você sentiu, Drayden?
Rejeitando meu intrometimento como sempre, Drayden ergue a
sobrancelha para mim. Efetivamente me informando que é um negócio
alfa e, como sempre, devo parar.
— Seja como for, não se esqueça que ele é meu pai tanto quanto é seu,
— pulando do balcão e aumentando atitudes de desprezo logo de manhã.
— Eu poderia facilmente assumir o controle do bando, tanto quanto
vocês. — Saindo da cozinha e indo para a sala de estar, vejo meu pai
conversando com minha prima Paisley. Aproximando-me eu bufo alto,
um movimento que sempre chama a atenção do meu pai.
— O que há de errado, Zayla?
Todo o seu corpo enrijece enquanto ele me examina, certificando-se
de que estou apenas tendo um momento, e não realmente machucada ou
necessitada.
— Os gêmeos são irritantes pra caralho! Eles esquecem que eu sou
tão capaz de assumir esse bando quanto eles, estou farta deles sempre me
excluindo! — Bater meu pé como uma criança quando minha frase
termina faz com que Paisley dê uma risadinha e meu pai revire os olhos.
Eles estão totalmente cientes de que eu pouco me importo em
assumir o controle da matilha quando meus pais e tios deixarem o cargo.
Minha cabeça está sempre nas nuvens, como diz minha mãe. Mas, na
verdade, minha mente está sempre em Soren.
Ninguém nesta casa sabe como é ter um companheiro que não quer
estar com eles, ou que acredita que estar perto o suficiente só para sentir
seu cheiro seja o suficiente.
Todos nesta família vão para a cama todas as noites com seus
companheiros nos braços, exceto eu! Nah, eu tenho que me foder só para
descobrir a maldita cor dos olhos dele.
Então, não, eu realmente não me importo com os negócios da
matilha e meu pai sabe disso, mas eu quero saber que cheiro o Drayden
sentiu! E embora eu tenha me escondido atrás de uma mentira sobre
querer estar envolvida, não minto quando digo que, quando se trata de
Soren, eu faria qualquer coisa para conhecê-lo.
Incluindo brigar com meus irmãos por causa de um maldito cheiro.
— Besteira Zay, você nem se importa em se tornar uma Alfa, —
Paisley late enquanto se esforça para conter a risada.
— Qual o problema, Zayla? Desde quando os segredos dos gêmeos são
motivo de preocupação? — Tirando meus olhos do meu primo risonho,
olho para o meu pai e vejo seu rosto, ele está preocupado e desconfiado.
Limpando a garganta eu digo a besteira em que eu poderia pensar,
quer dizer, foda-se, eu já acordei sendo estupidamente exagerada sem
razão, poderia muito bem fazer ainda mais barulho... certo?
Limpando a garganta, tento parecer o mais estranha possível.
— Drayden disse que sentiu o cheiro de algo que ele não conseguia
identificar, você sabe o quanto eu gosto de sair para correr, pai, e se for
algo sério e eu estou magoada porque os gêmeos pensam que é um
problema só dos alfa.
Ver como o rosto dele muda não tem preço, vai da preocupação à
insegurança, e depois parece pronto para me pegar na mentira, depois
volta a insegurança em segundos.
— Não há necessidade disso, Zay, eu só senti o cheiro de humanos. —
Drayden passa por trás de mim me puxando contra seu peito.
— Mentirosa, — ele sussurra em meu ouvido.
Sentindo Draxel inclinar-se para o meu outro lado, ele copia Drayden
e sussurra para me chamar de — calcinha de fogo.
Eles então decidiram me provocar repetidamente enquanto meu pai
nos observa com desconfiança.
— Não é legal nos dedurar para o papai, Zay.
— Não que fiquemos surpresos, você sempre foi puxa-saco dele.
— Nós sabemos que você não se preocupa com sua segurança durante
suas as corridas, Zayla.
— Então, por que você está tão curiosa?
Revirando os olhos, me afasto deles. Virando-me para encará-los.
— Porque tenho o direito de saber. — Não quero parecer mandona,
mas acabo parecendo. Minha loba está frustrada com a provocação deles.
Paisley percebe a tensão crescente que estou tentando esconder,
agarra meu braço me puxando para fora da sala. Mas não antes de eu ver
os gêmeos revirando os olhos para mim. Puxando-me para um quarto
vazio e trancando a porta, Paisley me olha com desconfiança.
— Ok, desembucha, porque isso foi dramático demais!
— Eu só queria saber o que eles cheiraram. — Eu respondo e, embora
seja verdade, soa estranho e falso.
— Por quê? O que poderia ser tão importante para fazer você começar
uma briga com os gêmeos às 6 da manhã?
Respirando fundo, tento ficar em silêncio. Para manter meu segredo.
Mas, na verdade, isso está me matando! Não ter ninguém no mundo com
quem conversar deixa minha loba e eu em constante estado de alerta. O
sentimento de solidão e tristeza sendo nossa emoção mais forte e difícil
de esconder.
● — É algo realmente tão ruim que você não pode nem me contar
Zayla? Contamos tudo um ao outro.
Suspirando, eu deixei meus braços caírem em derrota, ela está certa!
Eu sempre contei tudo! Até conhecer Soren.
Eu o mantive em segredo desde os 6 anos de idade, algo em mim
sempre querendo protegê-lo, enquanto todas as outras partes de mim
queriam se orgulhar de tê-lo encontrado. Queria exibi-lo, mostrar que
tinha alguém que me amaria para sempre! Alguém feito só para mim.
Mas como posso explicar isso às pessoas que amo, que meu
companheiro, minha alma gêmea. O homem que foi literalmente feito
para me amar não me quer do jeito que eu o quero.
Como posso explicar para as pessoas cujos companheiros os querem e
lutaram para estar com eles que meu companheiro não sente o mesmo e,
mesmo que ele me observe todas as noites, me observar é a única coisa
que ele deseja fazer.
— Parece que você está prestes a chorar Zay, o que está acontecendo
— o olhar em seu rosto diz tudo, ela sabe que estou prestes a
desmoronar, minhas emoções hoje estão em todo lugar, e eu culpo a
porra do vínculo de companheiro e maldita seja minha loba!
Ela estava doida ontem à noite sentindo o cheiro de tesão dele pela
primeira vez, mas esta manhã é como um pico de açúcar e a fraqueza que
o sucede, ela está irritada e frustrada, e honestamente muito cansada.
Respirando fundo, decido que é hora de conversar. Para finalmente
revelar meu maior segredo! Para finalmente ser capaz de ser aberta e
honesta com alguém. É por isso que, em uma respiração profunda, eu
finalmente digo isso!
— Eu encontrei meu companheiro, — a frase sai da minha boca em
um suspiro triste enquanto deixo cair minha cabeça.
Capítulo 7
MUDANÇAS DE HUMOR
Soren

Eu fui um fraco esta noite! Minha companheira safada deixou meu pau
duro como rocha! E tudo porque eu a deixei entrar na minha cabeça, eu a
deixei mexer com as minhas emoções!
Por 21 anos eu a observei! Minha linda pequena Lux. Minha luz!
Passei 21 anos obcecado pela mesma mulher!
Quando eu vi minha pequena Lux pela primeira vez, ela era a criança
mais linda que eu já tinha visto!
Lindos cabelos negros e cheios, longos cílios negros que abanavam
seu rosto e cobriam seus lindos olhos azul-gelo.
A princípio olhei para sua inocência com tanto apreço, nunca tinha
visto tanta maravilha e espanto com coisas tão insignificantes.
Ela deu um novo significado à minha vida, um novo brilho. Como se
alguém de repente estivesse jogando uma luz em tudo ao meu redor que
já foi escuro e sombrio.
Assim que a vi, não consegui me forçar a deixá-la! Então, em vez
disso, fiquei sempre à espreita nas sombras. Constantemente
certificando-me de que nada acontecesse com ela.
Todas as noites acabava entrando sorrateiramente em seu quarto de
bebê para tocar sua bela pele macia e beijar sua cabecinha.
Ela pode não se lembrar, mas às vezes ela acordava e apenas ficava
olhando para mim, rindo das caretas engraçadas que eu fazia para ela,
pouco antes de ela desmaiar novamente.
Ela era tão preciosa naquela época. Mas, como todas as coisas vivas,
minha pequena Lux cresceu, e ela cresceu rápido.
Achei que estava fazendo um bom trabalho em ficar escondido. Quer
dizer, diabos, estou de volta à Terra há mais de 40 anos, e tenho vivido e
me escondido em territórios de matilha o tempo todo. Ninguém me
encontrou, ou mesmo me viu ou viu minha casa... Bem, exceto ela.
Seu aniversário de 15 anos foi o dia em que ela sentiu meu cheiro pela
primeira vez e, na verdade, eu não estava pronto para ela me mostrar sua
loba.
Parado ali em um campo úmido e sujo, com o traseiro nu apenas com
o sol e eu olhando para ela, foi algo que nunca vou esquecer! Foi o dia
que mudou tudo para mim.
Foi o dia em que meu lobo e eu não fomos mais capazes de negar o
que estava bem na nossa frente. Não, finalmente fui forçado a aceitar a
verdade, Zayla King era minha companheira. E eu estava ferrado!
Nos 6 anos seguintes, me mantive discreto e segui uma rotina
aparentemente fácil. Durante o dia eu fazia bicos e coisas para meu
chefe. Normalmente voltando para sua casa na hora do jantar.
Lá eu a observava fazendo sua corrida diária, afastando-me dela no
fim para me deitar um pouco em sua cama. Eu sei que parece estranho
pra caramba, mas desde o dia em que ela nasceu ela foi para a cama
sentindo meu cheiro e foda-se, não vou parar agora.
Especialmente quando nas poucas ocasiões em que tive que me
ausentar, quando eu voltava, descobria que minha preciosa Lux não
estava dormindo e que ela tinha chorado durante a noite, ficando mais
angustiada quanto mais meu cheiro desaparecia.
Por isso, sempre tento ter a certeza de que antes de ela ir para a cama,
toquei alguma parte da cama com a minha pele.
Depois dela ir para a cama, ela geralmente se senta e fala comigo, me
fazendo perguntas que ela sabia que eu nunca responderia, assim como
me contando sobre seu dia.
Não que eu respondesse, mas admito que gostei de ouvir o que ela fez
quando eu não estava por perto. Eu amava que ela queria tanto que eu
conhecesse ela e sua vida, o suficiente para me contar abertamente todos
os pequenos detalhes a respeito, até os pensamentos mais íntimos que
sua loba tinha de mim.
Depois que ela me disse tudo o que se passava por sua linda
cabecinha, ela geralmente dormia rapidamente. Nesse ponto, eu voltava
para o quarto dela, a cobrindo e beijando sua cabeça, antes de ir para casa
exausto. Mas não esta noite! Não! Definitivamente, não na porra desta
noite.
Esta noite minha lobinha safada foi nadar. E quase me matou!
Enquanto ela tirava seu short e sua calcinha mostrando sua bunda
redonda, eu avancei!
Quase agarrei ela antes de me segurar. Forçando-me a ficar o mais
longe possível, mas ainda me permitindo uma visão completa de seu belo
corpo.
Não pude deixar de assistir atordoado enquanto mergulhava na água
cristalina. A visão de seu corpo lindamente tonificado, mas curvilíneo,
deixando minha mente confusa.
Aproximando-se da beira do rio, eu dei risada de suas palhaçadas. Eu
sei o que ela está fazendo! Ela está tentando me fazer perder o controle,
querendo que eu ceda! E a tentação é grande!
O jeito que a lua está iluminando seu corpo me deixou duro como
uma rocha, minha necessidade de tocá-la ficando cada vez mais forte.
Não demorou muito para ela começar a controlar meus sentidos.
Meu tesão atingindo o ponto máximo!
Eu a vejo parar quando ela sente o cheiro do meu desejo por ela. Ela
quase não se move, sua respiração fica pesada e seus olhos escurecendo
do lindo azul para um preto escuro, antes dela finalmente começar a se
mover novamente. Saindo devagar da água e caminhando bem na minha
frente.
Literalmente a um centímetro de distância, mas mesmo assim ela não
pôde me ver, eu vibrando tão rápido que os olhos não conseguem captar
meus movimentos, mas pelo olhar em seu rosto ela sabe muito bem que
estou aqui.
Decidindo que é melhor eu sair de lá, eu sigo meu caminho para
iniciar minha rotina diária. Literalmente fazendo qualquer coisa para
tirar seu corpo da minha mente e pra porra do meu pau se acalmar.
Me lembro que ainda precisava dar o presente a ela!
Passei muito tempo tentando descobrir o que dar a ela este ano, no
começo eu ia comprar outro pingente para a pulseira dela, que ela adora!
Eu notei mais pingentes, suponho que de família, mas ela permite que se
misturem aos que eu dei. Este ano, no entanto, fiquei empacado sem
saber o que comprar para ela. Então resolvi dar a ela a única coisa que ela
tem me pedido desde os 6 anos de idade... meu nome!
Capítulo 8
O PLANO DE PAISLEY
Zayla

— Eu encontrei meu companheiro, — digo em um suspiro triste


enquanto deixo cair minha cabeça. A inspiração surpresa de Paisley foi a
única coisa que se ouviu na sala.
— O que você quer dizer com você encontrou seu companheiro?
Quando? Quem é? — Coçando minha nuca, eu me encolho ligeiramente
perante seus penetrantes olhos verdes, antes de suspirar alto.
— Quando eu tinha seis anos. — Eu digo em minhas mãos.
— Me desculpe, o que você disse? Eu não posso te ouvir quando você
se esconde Zayla! — Ao som de seu pé batendo no chão, levanto minha
cabeça.
Limpando minha garganta e finalmente olhando em seus olhos, eu
conto tudo a ela. De seguir a borboleta aos 6 anos de idade, aos presentes
de aniversário, e ele entrando no meu quarto todas as noites... todos os
detalhes até o que eu fiz ontem à noite.
— Então você quer dizer que você se masturbou na frente dele, e ele
ainda foi capaz de resistir? — Paisley olhou para mim com tanta
descrença como se o que eu falei fosse um absurdo completo e absoluto.
— Estou te dizendo, Pais! Ele não me toca! Ele me segue em todos os
lugares, e sabe cada movimento meu, mas... eu não consigo fazê-lo me
querer, — digo soltando outro suspiro triste e deprimido.
— Besteira!
— O quê? — Levanto minha sobrancelha ao olhar para ela, espero que
ela elabore.

Honestamente Zay, besteira, ele não querer você! — Ela diz
zombando em voz alta antes de continuar.
— Ele está te observando desde que você tinha 6 anos, você disse? —
Aceno com a cabeça para o seu comentário, mas fico um pouco confusa
sem saber aonde ela quer chegar com isso.
— Significa que ele não é um lobo. — Ela pressiona seus dedos contra
os lábios, sua nova descoberta passando por sua cabeça. Eu já tinha
descoberto que ele não era um lobo, os lobos são rápidos, mas não
podemos nos mover tão rapidamente.
— Então me escuta! Tenho um plano para atraí-lo, — ela grita toda
animada enquanto eu não posso evitar de arregalar meus olhos perante a
rapidez com que ela pensou em um plano quando levei pelo menos 15
anos para inventar algo.
— Eu sei que vou me arrepender disso, mas qual é o seu plano? —
Dando a ela mais do que toda a minha atenção, fico ansiosa para ouvir
seu plano! Quer dizer, isso dar certo, né? A chance de fazer meu
companheiro finalmente mostrar que quer ficar comigo! Tenho que pelo
menos tentar!
Observando seu rosto se iluminar com a ideia, ela começa a balançar
o corpo, imitando uma dança erótica, o tempo todo dando risadinhas.
Levantando minha sobrancelha, espero que sua encenação termine para
que ela continue a explicar o plano.
— Eu não entendo? Como balançar o corpo como uma prostituta
bêbada vai me ajudar de alguma forma?
— Nós vamos sair para dançar Zay! — Ela suspira para mim, irritada
com a minha demora para compreender.
— Como sair para dançar vai fazer ele me querer?
— Se você acha que ele não te quer, você está errada! Ele não estaria
aqui todos os dias se não a quisesse! O que significa que alguma coisa
está impedindo ele! Nós temos apenas que descobrir o quê! — ela diz,
cruzando os braços sobre o peito.
— E boates vão resolver isso como?
— Por que você está sendo tão negativa? Se nós sairmos, não só você
vai se divertir muito comigo, mas se ele fizer o que você diz que ele faz e
te seguir, então ele verá você toda suada dançando.
— E você acha que se ele me ver dançando com você ou com outro
cara, ele vai aparecer?
Soltando um grunhido, ela dá pulinhos de alegria.
— Exatamente! Você vai ficar tão gostosa que ele não conseguirá
deixar de te tocar!
Aproximando-se de mim, ela passa a mão pelo meu braço
— Observando a mim e a outro homem passando nossas mãos em
você, ele não terá escolha a não ser intervir — Respirando fundo, coloco
um sorriso no meu rosto.
— Ok, vamos fazer isso então!
Depois de um tempo, que pareceu ser um milhão de anos, Paisley me
embonecou toda. Meu cabelo caindo em ondas grossas e pretas pelas
minhas costas, ligeiramente enrolado no final para dar o que o Paisley
chama de estilo.
Minha maquiagem está feita com um smokey eye que faz meus olhos
saltarem em contraste com a minha pele.
Terminando minha maquiagem ela passa um batom vermelho escuro,
adicionando uma linha preta ao longo das bordas antes de misturá-las
rapidamente, criando um efeito ombré.
Colocando o vestidinho vermelho que Paisley escolheu para mim, ela
rapidamente fecha o zíper, antes de eu me virar para me encarar no
espelho.
O vestido é lindo! Ele tem um sutiã embutido que é confortável, mas
levanta meus seios quase até o queixo.
O vestido também é muito justo, então a calcinha é rapidamente
descartada. Não que eu realmente precise dela para o meu plano.
Estou honestamente surpresa por poder respirar dentro desse
maldito vestido, de tão apertado que ele é. Mas vou admitir que estou
bem gostosa.
Vestidos como este, embora deslumbrantes, nunca foram algo que eu
gostei. Na verdade, eu nunca me visto muito bem.
Enquanto todos os meus amigos e irmãos saem para festas e vão se
divertir, passo a maior parte do tempo com meu pai, aprendendo a ser
um Alfa. O que é estranho, considerando que nem eu, nem minha loba
querem ser um... não, com toda a honestidade, a ideia de estar no
comando parece horrível, eu realmente não sei como meu pai faz isso.
O que acontece é que sempre quis provar aos meus irmãos e ao meu
companheiro que, embora fosse mais jovem, nunca fui mais fraca! Então,
continuo aprendendo tudo o que meu pai está disposto a me ensinar.
Acho que sempre foi uma forma de provar que eu fazia por merecer,
que não era apenas a filha dos Alfas, que poderia ganhar o título de forma
justa se quisesse, mas não o fazia porque não queria, e secretamente eu
também faço isso para manter o controle sobre Soren.
É por isso que, com meus pés já doendo e meus olhos implorando
para que eu os esfregue, continuo! Eu me contenho, e sigo Paisley até a
parte de trás do táxi. Após uma curta viagem de 15 minutos pela cidade,
chegamos ao nosso destino. A boate Euphoria.
Passando direto pela fila e indo até os seguranças, pudemos entrar,
apesar dos protestos raivosos das pessoas na fila.
Inclinando-me, beijo a bochecha do segurança antes de entrar, Paisley
copia meus movimentos e vem atrás de mim. Entrelaçando seu braço
com o meu, ela me puxa através da multidão balançando junto com a
música.
— Olá, senhoras, bem-vindas ao Euphoria! O que posso fazer por
vocês? — Somos recebidos quase que instantaneamente.
— Olá... Mark, — digo inclinando-me para ler seu crachá — Você tem
um uísque puro? — Eu digo com uma cara séria e entediada.
Paisley, no entanto, se inclina para frente agarrando sua gravata,
lentamente deslizando a mão por ela.
— E eu te quero mais tarde, — diz ela com uma piscadela sedutora. —
Mas até então, vou tomar um pouco de tequila. — Ele riu do flerte
desavergonhado dela, sem se desvencilhar de seus braços, continuando a
atender nosso pedido.
Nós ficamos ali por algumas rodadas antes dos efeitos do álcool
começarem a tomar conta do meu corpo, me relaxando e me deixando
tonta.
Enquanto Mark coloca nossa última rodada de bebidas, a música
muda. Com um grito, que tenho certeza que a boate toda ouviu, Paisley
agarra minha mão e começa a me arrastar para a pista de dança.
Abaixando meu copo, sigo seus passos ansiosos até o meio da pista de
dança. A batida da música está saindo tão alto pelos alto-falantes que
está vibrando o clube inteiro e subindo pelo meu corpo.
As vibrações graves misturadas com o álcool fazem meu corpo e
minha mente parecerem soltos e livres.
Em seguida, a música muda para Hot in Herre, do Nelly. Paisley e eu
não podemos deixar de rir enquanto cantamos sozinhas a música.
Esfregando nossos corpos enquanto cantamos a letra.
De repente, sinto um par de mãos se enrolando em volta dos meus
quadris. Segurando meu corpo suavemente, deixando-me saber que eu
poderia me afastar se eu quisesse, mas não o faço.
Em vez disso, me viro para ver um homem muito atraente sorrindo
para mim, sem perceber nenhum sinal vermelho vindo dele, eu me viro
inclinando minha cabeça para trás contra os ombros do homem
empurrando minha bunda bem no seu pau, que posso sentir
endurecendo a cada encoxada.
Sentindo o homem se mover de forma anormal, eu me viro, meus
movimentos interrompidos por grandes mãos segurando meus quadris
com força.
O toque enviando arrepios subindo pelos meu corpo como um fogo
rápido enquanto minha loba grita de felicidade na minha cabeça.
Este aqui não é um estranho me tocando. Não! Este é Soren.
Capítulo 9
ME TOQUE
Zayla

Suas mãos apertam ainda mais meus quadris e o ar em meus pulmões é


arrancado.
Soren me tocando!!! A vozinha na minha cabeça está gritando junto
com o minha loba, que não para de saltar em torno da minha cabeça.
Meu corpo está aceso como se estivesse pegando fogo, absorvendo a
sensação que vem dele, tentando o máximo possível entrar em sintonia
com seu corpo.
Sentindo-o inclinar-se, prendo a respiração.
— O que você está fazendo, Lux? — Sua voz é tão profunda que eu
juro que posso sentir suas cordas vocais vibrarem com mais força do que
a música deste clube.
Um ronronar que vai até minha boceta, que grita com a sensação,
minha excitação se tornando tão forte que dá quase para sentir o gosto,
quase como se eu estivesse implorando para ele me levar, e porra, eu
gostaria que ele o fizesse.
Sem mover um músculo, eu absorvo a sensação de suas mãos em
mim. Suas mãos são ásperas e grossas, olhando para suas mãos
lindamente bronzeadas, eu sigo seu braço direito até a manga, as veias
em seus braços prendendo minha atenção e fazendo com que minha
necessidade de correr minha língua sobre elas fosse ainda mais forte.
Passando o nariz pelo meu pescoço enquanto estou fantasiando sobre
todas as coisas que esses braços podem fazer comigo. O movimento me
faz gemer de surpresa e minha boceta apertar em antecipação. Ele
praticamente ronrona no meu ouvido.
— Você gostou das mãos daquele homem em você, minha pequena
Lux? — Sua mão direita relaxando em seu aperto e eu gemendo quando
ela toca a parte interna da minha coxa.
— Você é uma menina má, Lux, se esfregando naquele pobre
humano, fazendo-o pensar que ele teria a chance de te foder. Como se
ele fosse capaz de satisfazer você ou sua loba. — Minha loba está
salivando com suas palavras, enquanto tudo que posso fazer é gemer com
os movimentos lentos que sua mão está fazendo na minha perna.
Sua mão esquerda indo mais longe ao redor do meu corpo me
puxando contra seu corpo tonificado, me segurando no lugar.
— É isso que você quer, Zayla? Um humano? Alguém fraco? — Em sua
pergunta eu finalmente ouvi! Ciúmes.
— Você está com ciúmes, Soren? — Minha voz sai mais rouca do que
nunca. Se o cheiro da minha excitação não fosse revelador, minha voz
seria. Ganhando uma risada profunda no meu ouvido com a minha
pergunta, eu sinto suas presas aparecendo enquanto ele as passa pelas
veias ao longo do meu pescoço. Bem no local onde minha marca ficaria.
A ação fez com que um gemido alto rasgasse através de mim, e também
meus quadris se esfregassem em seu pau endurecido.
Uma sensação indescritível, então eu faço isso de novo, correndo
minha bunda para cima e para baixo no contorno grosso de seu pau
inchado através de sua calça jeans, enquanto ele beija o ponto no meu
pescoço novamente.
— Eu estou com ciúmes? De um homem que nunca será capaz de
tocar você como eu posso! De um homem que você nunca vai querer
como você me quer — Eu não posso deixar de gemer com o rosnado que
ele solta em meu pescoço.
Eu continuo a gemer ao senti-lo, meu vestido levantando com cada
movimento que meus quadris fazem, grunhidos profundos abrindo
caminho para fora dele no meu ritmo lento, me deixando mais molhada
do que eu pensava ser possível.
— Não, Lux, não estou com ciúmes, quer saber por quê?
Me apertando contra seu peito ainda mais, certificando-me de que
estou o tocando o máximo possível, suspiro em resposta.
— Não, Soren, por que isso? — Sentindo seu sorriso no meu pescoço,
ele fica em silêncio por vários minutos, sua mão ainda subindo pela
minha perna, a lentidão literalmente me deixando louca.
Então, finalmente, com a mudança de ritmo no clube, Soren morde
meu pescoço, ao mesmo tempo em que enfia dois dedos dentro de mim.
O movimento me faz desmoronar instantaneamente. Meu corpo relaxou
completamente em seus braços e um grito escapou dos meus lábios! Mas
ele me segura com força, o que me garante que não irei a lugar nenhum
tão cedo.
Minha loba está completamente quieta, nosso corpo inteiro pulsando
em êxtase, fluindo por todas as veias como fogo correndo sobre a
pólvora.
Levou apenas algumas batidas do meu coração antes de Soren
começar a mover seus dedos dentro de mim.
Me fodendo lentamente com eles enquanto puxa ainda mais devagar
suas presas para fora do meu pescoço. Antes de limpar a ferida.
Efetivamente me marcando, mas não completando o vínculo.
Fazendo a marca apenas temporária.
Gemendo com a sensação de seus dedos dentro de mim e sua língua
no meu pescoço, eu jogo meus braços para trás, envolvendo um braço em
volta dele e o outro em seu cabelo, segurando-o com segurança contra
mim.
O movimento o fez rir, mas eu não me importo! Seu cabelo é leve e
macio como seda, enquanto meus dedos acariciam sua cabeça, noto que
os lados são mais curtos, enquanto a parte de cima é mais longa, mas
apenas o suficiente para passar meus dedos por ele.
Correndo meu braço ao redor de seu pescoço, descendo por seu peito,
sinto cada ondulação e cada músculo enaltecendo seu corpo.
Eu não parei até que eu bati em seu pau endurecido. Agarrando-o,
meus dedos amando senti-lo, desejando que eu estivesse realmente o
tocando sem suas calças atrapalhando.
Mordendo minha orelha, não posso evitar o gemido que sai quando
ele começa a sussurrar :
— Você não deve tocar em coisas que não pode controlar, minha
pequena Lux.
A arrogância em sua declaração misturada com movimentos de seus
dedos que começaram a acelerar, me faz gemer e minhas pernas
começam a tremer.
As cócegas que seus dedos fazem, neste caso, dentro de mim, que vem
do vínculo de companheiro, fazendo meu corpo se excitar mais do que
nunca.
O prazer que ele está me causando está me fazendo atingir o clímax
quando eu sinto suas presas na marca que ele acabou de me dar, antes de
arrastá-las em um ritmo lento e meticuloso pelo meu pescoço.
— Seja uma boa pequena Lux e goze para mim, baby, você sabe que
quer. — E ele está certo, meu corpo está implorando para ele me deixar
gozar, e está pronto desde que ele entrou em mim pela primeira vez, mas
não o fez. Esperando por sua permissão, por sua aceitação.
Com um grito alto, tenho certeza que as pessoas em outro planeta
ouviram, minha boceta aperta com força seus dedos, prendendo-os
dentro de mim enquanto eu os molho com o meu gozo.
— Você é tão linda quando goza. — Ele diz em meu ouvido antes de
colocar um beijo na minha marca e lentamente puxar seu dedo para fora
de mim.
Eu suspiro com a sensação dele saindo de dentro de mim. Meu corpo
está implorando para que ele volte.
Eu o vejo puxar a mão na frente do meu rosto, observando o que
parece ser uma tatuagem de uma borboleta azul em seu pulso antes de
colocar os dedos encharcados em sua boca, bem perto da minha orelha.
Ele geme com o meu sabor, e eu gemo com o som de sucção que ele
está fazendo no meu ouvido.
— Você tem um gosto ainda melhor do que seu cheiro, — diz ele com
uma respiração áspera. Beijando o lado do meu pescoço mais uma vez,
ele suspira. — Agora seja uma boa menina Lux.
E assim ele se foi.
Capítulo 10
EQUIPE MESQUINHA
Zayla

Girando meu corpo, não consigo localizá-lo em lugar nenhum, na


verdade, nem consigo cheirá-lo.
Como isso é possível? Os companheiros sempre podem cheirar uns
aos outros! Mesmo os vampiros... quero dizer, podem, certo?
Meu cérebro está muito mole do intenso orgasmo que seu dedo
acabou de me dar, que tentar entender minha falta de sentidos está se
tornando tão frustrante quanto impossível acalmar minhas pernas
bambas.
Com meu corpo ainda trêmulo, começo a procurar por Paisley. A
tarefa fica mais fácil quando as pessoas começam a voltar para casa ou
saem com seus parceiros recém-adquiridos.
Vendo-a do outro lado do clube se esfregando no cara que antes
estava se esfregando em mim, aceito a derrota sobre a situação em que
estou e caminho até eles.
Tentando sacudir a sensação que está paralisando todos os meus
nervos... saudade. Eu me planto na frente de Paisley, que apenas sorri
para mim enquanto continua a dar uns amassos no homem atrás dela.
Tentando o máximo que posso melhorar o meu humor, começo a
dançar ao som da música.
Sem sair da frente de Paisley, mas sem chegar perto o suficiente para
tocá-la.
Isso até o cara atrás dela fixar os olhos em mim.
Seus olhos se arregalaram, como se cada parte de sua existência
tivesse sido apagada. Seu corpo inteiro congelando no lugar.
— Eu sou gay. — Seu tom é vazio, sem emoção.
Paisley se vira para ele, ambos os nossos olhos se arregalando de
surpresa com sua observação aleatória.
— Eu sou gay, — ele repete no mesmo tom morto, minha confusão
rapidamente sendo superada pela raiva estampada.
— Não, você não é, você estava se esfregando na minha prima, então
veio e me fodeu! Bissexual talvez, mas definitivamente não é gay. — Ela
fala amargamente, sua confusão rapidamente sendo ofuscada pela raiva
que sua loba está sentindo sobre a rejeição deste humano.
A questão é que ele não tirou os olhos de mim, e isso está me
assustando pra caralho. Mas também é suspeito.
Então, me arrisco e ando até ele, tocando seu ombro. O movimento é
inocente, mas quase o fez perder o controle.
— Eu sou gay!
Levantando minha sobrancelha, me viro para Paisley.
— Eu acho que ele foi compelido. — Com a minha observação, eu
vejo como a raiva em seus olhos se dissipa, sua loba finalmente
percebendo também.
Caminhando até ele, ela agarra seu rosto e o vira de forma que ele
fique de costas para mim, no caso, ele se interessa por ela! Seu
comentário dizendo que é gay é logo esquecido. Com meu palpite de que
ele foi de fato compelido se provando estar correto, fico intrigada, quem
fez isso?
Meu único palpite é Soren! Mas quando diabos ele teve tempo? E
também por quê? Porque ele dançou comigo?
Olhando ao redor da sala novamente, tentei localizar o cheiro de
Soren. Mas não está em lugar nenhum.
— Por que eu não consigo sentir o cheiro dele? — Eu suspiro,
tentando entender.
Assim que meu suspiro deixa meus lábios, seu cheiro me atinge como
um trem, sua voz de cavalo ronronando em meu ouvido.
— Porque você não deveria.
— O que você quer dizer? — Eu digo enquanto me viro para encará-
lo. Mas, como sempre, ele não está lá.
De saco cheio do jogo que jogamos esta noite, eu começo a andar
para onde Paisley e seu amigo humano compelido estão.
Batendo acidentalmente em um grupo de pessoas enquanto tento
passar, percebo que todos têm o mesmo olhar vazio que do outro
homem.
Um grupo de cerca de 11 pessoas, todos os olhos grudados em mim.
— Eu sou gay.
— Eu sou hétero — é dito em uníssono pelos homens que alegam ser
gays e a mulher gritando que eles são heterossexuais, quando eu poderia
jurar que vi duas das mulheres se agarrando momentos atrás.
Passando por eles rapidamente, os arrepios assustadores que seus
olhares me dão, deixam minha loba nervosa.
Não é até eu perceber.
Nenhuma porra de pessoa está dançando ao meu lado, ou mesmo
movendo um músculo. Não! Não, eles estão todos olhando para mim até
eu passar, então é como se nada tivesse acontecido. Paisley corre para
mim rapidamente, parecendo tão assustada quanto eu, as pessoas
permanecem completamente inconscientes.
— Você acha que... — Eu não consigo nem terminar a frase antes que
outra pessoa me diga sua nova orientação sexual.
— Eu acho que seu companheiro os compeliu. — Paisley diz
enquanto deixa seus olhos vagarem pelo clube.
— Maravilha, parece que eles não estão a fim de você. — Eu o ouço
dizer em meu ouvido antes de rir e desaparecer como se ele não estivesse
lá, mas é claro que ele estava. Dizendo isso alto o suficiente para que
Paisley possa ouvir, ela começa a rir.
Não consigo nem reagir, estou literalmente atordoada pra caralho!
Meu companheiro é o rei em termos de ser mesquinho!
Ele literalmente obrigou toda a porra do clube inteiro a me dar o fora.
— Puta merda, Soren, seu bastardo mesquinho. — Eu grito enquanto
bato o pé. Paisley ainda estava de pé ao meu lado desatando a rir.
Sua risada alta enche o clube enquanto ele fica lá orgulhoso e besta
com o que fez. Apenas meu companheiro obrigaria mais de 100 pessoas a
me dar o fora para que eu não pudesse dançar com eles.
Puxando o braço de Paisley, eu a arrasto para fora da boate.
Chamando um táxi rapidamente, coloco minha cabeça contra o assento,
exausta.
— Seu plano não funcionou. — Eu finalmente falei com tristeza
depois de alguns minutos. Olhando para mim, ela sorri.
— Não? — Ela solta uma risada rápida antes de continuar — ele
literalmente ficou com tanto ciúme ao pensar em você se agarrando com
outra pessoa... nem mesmo um simples humano! Qualquer um, tanto
que ele compeliu um clube inteiro!
Inclinando a cabeça para trás contra o encosto, imitando a minha
pose.
— Embora algo esteja errado sobre isso Zayla.
Erguendo minha cabeça, eu olho para ela.
— O que você quer dizer?
Virando a cabeça, ela me olha com admiração e leve preocupação.
— Eu não sei Zay, é só o fato de que ele foi capaz de enfeitiçá-los tão
rapidamente. Quer dizer, o tio Silas tem mais de mil anos, e mesmo ele
demoraria mais do que alguns minutos para compelir uma boate inteira.
Um suspiro alto sai da minha garganta.
— Se ele é mais rápido do que um vampiro, então o que ele é? No
começo eu pensei que era um vampiro porque seus olhos ficaram
vermelhos, mas e agora?
Suspirando novamente, procuro respostas em meu cérebro.
— Agora, eu não tenho ideia porque eu nunca vi ninguém fazer as
coisas que ele faz.
A preocupação toma conta do rosto de Paisley antes de sua mão tocar
no meu colo, apertando a minha.
— Não se preocupe Zay! Eu sei que você não viu o rosto dele esta
noite, mas você descobriu que ele é possessivo com você, e isso é um
começo! Vamos descobrir quem e o que Soren é!
Virando minha cabeça em direção à janela, inclino minha cabeça para
trás contra o encosto do banco novamente. As árvores da floresta mal
iluminada passando rapidamente enquanto minha mente gira em
círculos.
— Sim, espero! — Suspirei alto.
Chegamos em casa bem rápido, corro para o meu quarto e me
despeço rapidamente antes de cair na minha cama.
— Boa noite, Soren. — Eu digo com um suspiro cansado e sonolento.
Bem quando eu dou minha piscada final, meus olhos cansados e
confusos enquanto eles lutam uma batalha perdida, eu vejo sua forma.
Caminhando para mim, sinto sua mão tocar meu rosto. Meus olhos
estão cansados demais para abrir, mas meu nariz está sentindo seu
cheiro, me embalando em um sono tranquilo. Sentindo-o lentamente
empurrando meu cabelo para longe dos meus olhos, ele se inclina e me
beija na cabeça.
— Minha linda Lux, você não tem ideia do quanto você realmente é a
luz na minha vida. Eu te adoro mais do que palavras jamais farão justiça.
Boa noite, meu amor.
E assim ele se foi.
Capítulo 11
PALPITES DA FAMÍLIA Zayla
Eu me visto rapidamente na manhã seguinte. As palavras doces de Soren
repetindo em minha cabeça. — Boa noite amor. — Essas palavras podem
ser apenas platônicas. Mas a maneira como ele as disse.
É como se ele as tivesse dito com muito desejo, como se o significado
das palavras não fosse forte o suficiente para transmitir sua verdadeira
emoção.
Entrando na cozinha, vejo todos, exceto Paisley. Meu humor de
alegria aparecendo em meu rosto faz os gêmeos levantarem suas
sobrancelhas em suspeita.
Enquanto minha mãe tem um olhar de quem sabe o que está
acontecendo.
— Bom dia a todos. — Minha voz sai excessivamente alegre.
— Parece que alguém melhorou do humor azedo — Draxel diz
enquanto toma seu café. Eu apenas reviro meus olhos e o ignoro.
— Oh, deixe-a em paz Drax, você não tem nenhuma razão para
manter segredos dela! Eu não a culpo por querer saber o que está
acontecendo — sua companheira Kimber diz enquanto cutuca seu
ombro.
— O que está acontecendo? — Eu perguntei um pouco insegura.
— Nada. — Revirando os olhos para ele, sirvo-me de um pouco de
café, mal percebendo com o canto do olho, mas os olhos do meu pai
estão em mim como um falcão.
Virando-me ligeiramente para dar uma olhada melhor nele, vejo seus
olhos piscando entre ele e os de seu lobo.
Ele está tão perdido em me analisar que, quando me viro totalmente e
o encaro, ele nem reage. Seu corpo fica completamente rígido.
— Por que você está olhando assim para mim? — Um pouco de
pânico na minha pergunta, todos na cozinha se viram para olhar para o
papai.
Seus olhos continuam a piscar como se seu lobo estivesse prestes a
atacar, mas ele o está segurando.
— Zayn, o que aconteceu? — Mamãe o agarra tentando virá-lo para
encará-la, mas ele apenas fica preso em mim.
Demora alguns minutos antes que ele vença seu lobo, meu corpo
inteiro me dizendo para correr! Eu nunca o vi tão nervoso.
— Pai, você está bem? — Não consigo evitar o pânico que se
manifesta em minha voz. Mas ele finalmente respira fundo, antes de
beijar minha mãe na lateral da cabeça. Soltando um suspiro de alívio,
comecei a refazer meu café... até aí tudo bem até que meu pai finalmente
fala.
— Zayla, que porra é esse cheiro? E por que está misturado com tesão
— sua voz sai calma, mas ameaçadora, como se eu dissesse a coisa errada,
ele não hesitaria em me atacar e isso me fez parar mais uma vez.
Movendo minha cabeça para o lado, começo a cheirar a mim mesma,
e é então que sinto o cheiro dele. Soren.
Eu estava tão cansada depois do clube, que não tomei banho e esta
manhã, entretanto, definitivamente não esqueci a sensação de suas mãos
sobre e em mim, ou a sensação de suas presas perfurando minha pele. No
entanto, esqueci a mudança de cheiro que meu corpo ficaria com a marca
parcial que ele colocou na minha pele.
Instintivamente, meus dedos roçam a pele sensível e, embora eu
esteja usando uma camisa que a cubra, a sensação da marca de Soren
sendo tocada envia faíscas por todas as terminações nervosas do meu
corpo.
O arrepio involuntário ganha uma rodada de rosnados dos homens
que estão ao meu redor. Os gêmeos abandonaram seus lugares,
caminhando em minha direção como se eu fosse sua nova presa.
— Zayla, o que diabos você fez! — Drayden agarra minha camisa,
puxando-a do meu ombro, rasgando a linha do pescoço.
Ao ver a marca nova, Drayden dá um pulo para trás como se o tivesse
chocado. Agarrando minha camisa, tento cobrir rapidamente a marca,
mas é inútil.
Com minha camisa oficialmente arruinada e minha mente em uma
confusão sem saber como sair dessa situação, eu abaixo minha cabeça.
Não tenho vergonha da minha marca. Não! Estou muito orgulhosa dela.
Eu mereci essa merda!
Não. Eu abaixo minha cabeça porque não sei como dizer à minha
família que meu companheiro só me quer quando provocado. Como
posso explicar a eles que não tenho sorte como eles de ter um
companheiro que instantaneamente os desejou. Como posso explicar
meu desespero por um homem que nunca vi pessoalmente.
Eu honestamente não tenho a menor ideia de nada. Estou oprimida e
em uma confusão constante sobre o que fazer e é exatamente por isso
que não posso dizer nada a eles.
Me calo porque se seus rostos dão alguma pista do que pode
acontecer, então eu sei que contar a eles só vai piorar as coisas.
— Você deixou alguém marcar você?! — Draxel é o primeiro a falar.
Sua voz é mortal. Veneno escorrendo em cada palavra.
— Você é estúpida, Zayla? — Drayden fala logo em seguida,
terminando efetivamente a frase de Draxel como sempre
— Meninos, saiam daqui! — A voz da minha mãe ressoa. Erguendo
minha cabeça, eu os pego revirando os olhos para mim com irritação.
Antes de ir embora. Mas não antes de eu ouvir o fim de sua conversa
nervosa enquanto eles se afastam com seus companheiros em seus
braços.
— O companheiro dela ficaria envergonhado se soubesse o que ela
fez!
— Inferno, eu estou com vergonha.
Embora eles não tenham ideia de que a marca era de fato do meu
companheiro, ainda dói ouvir meus irmãos mais velhos pensarem de
mim de forma tão humilhante. Com vergonha de mim. Tão cegos por
uma mordida que agem como se não me conhecessem desde que nasci.
Sim, isso dói pra caralho.
— O que está acontecendo, Zayla? — A voz da minha mãe me puxa
para fora da espiral de auto aversão que as palavras dos gêmeos me
enviaram.
Tossindo para limpar minha garganta, concentro-me em meus pais.
O rosto da minha mãe mostrou confusão e preocupação, enquanto o do
meu pai mostrou raiva e um pouco de tristeza.
— Isso importa mesmo? O vínculo não foi concluído, ele vai
desaparecer. — Eu digo com tristeza enquanto minha loba choraminga
com o pensamento de que isso desapareça.
É a única prova de que temos um companheiro, ela o usa com
orgulho e felicidade. A ideia de perder aquele único símbolo de sua
existência nos faz estremecer.
— Você quer que desapareça? — A voz da minha mãe é mais
esperançosa do que eu pensei que seria, seu talento para sempre ver o
lado positivo aparecendo.
— Não. — Suspirei, embora não esteja pronta, estou disposta a contar
aos meus pais sobre Soren.
— E quanto ao seu companheiro? — A voz do meu pai está cortada.
— O que tem ele? — Enquanto meu pai diz de forma a não revelar o
gênero, certifico-me de anunciar que conheço seu sexo.
— Você ao menos se preocupa com ele? Imagine como ele vai se sentir
ao ver sua companheira acasalar com outro! Sinceramente, Zayla, como
você pôde fazer isso! Não te ensinamos nada? — Suas palavras se tornam
mais amargas quanto mais sua confusão aumenta.
— Como você tem tanta certeza de que meu companheiro não fez
isso? — Eu tento pra caralho, mas não consigo esconder a dor da minha
voz.
— Um companheiro teria que completar o vínculo! Seu lobo não seria
capaz de se conter! — E agora estamos de volta ao porquê de eu não
contar a eles, afinal por que eles acreditariam em mim.
— Talvez ele não seja um lobo! Você já pensou sobre isso? Não, certo?
Porque os gêmeos tiveram sorte e suas companheiras apareceram
imediatamente, porra, então por que diabos o meu não!
Não consigo evitar que minha voz saia como um grito de dor.
Lágrimas escorrendo pelo meu rosto.
— Você e os gêmeos podem ter vergonha de mim o quanto quiserem!
Mas vocês não têm ideia de como eu me sinto! O que estou passando.
— E foda-se o vínculo de companheiro! Já que é tão importante para
vocês. — Eu falo, enxugando meus olhos, e então corro para fora de casa.
Esbarrando acidentalmente em Paisley.
Agarrando meu rosto, seus olhos cheios de preocupação.
— Zay, o que há de errado?
Capítulo 12
CORRENDO PARA LUGAR NENHUM
Zayla

Agarrando meu rosto, seus olhos cheios de preocupação.


— Zay, o que há de errado?
Tento me acalmar antes de contar a ela, mas as palavras saem como
vômito.
— Eles viram a marca de Soren e presumiram que era de uma pessoa
aleatória! Os gêmeos basicamente me chamaram de prostituta, dizendo
que meu companheiro teria vergonha de mim. — A raiva brilha em seu
rosto. Posso ter acabado de contar a Paisley ontem, mas ela me conhece
melhor do que ninguém.
Ela fez comentários e expressou preocupações sobre minhas
mudanças de humor no passado, mas eu sempre ignorei. Sabendo sobre
Soren agora, ela sabe que as emoções nunca foram totalmente minhas,
mas da minha loba.
Porque meu pai estava certo, seu lobo tem que completar o vínculo,
dói fisicamente se seu companheiro não o fizer, e esse é o meu maldito
problema. Esse é o problema da minha loba.
Suas emoções e o desejo de ser marcada todo esse tempo deixaram
minhas emoções em parafuso, metade do tempo sua tristeza e raiva
dominaram minhas próprias emoções a ponto de eu não conseguir
controlá-las. Mas agora!
Com uma marca recente na minha pele, ela está tentando mastigar a
corrente que nos une apenas para chegar até ele. Sua necessidade de
completar o vínculo me deixou mais sensível e mais reativa do que o
normal.
A obsessão dela por ele sempre foi excessiva, mas ficou incontrolável
quando sentimos o cheiro de seu tesão! Isso era um sinal de que ele nos
queria, enquanto antes ele estava lá, mas praticamente inexistente.
Quer ele quisesse que sentíssemos o cheiro dele ou não, nós o
fizemos, e isso deixou minha loba ainda mais louca. Sua fome e
necessidade por ele ardendo mais forte do que nunca.
— Eu vou falar com eles. — Paisley finalmente diz depois de um
momento. As palavras saem suaves, mas posso ouvir a raiva nelas. Raiva
por mim, pela dor que estou sentindo e que não deveria estar.
— Eu não posso deixar você fazer isso Paisley.
— Sim, você pode, agora vai esfriar sua cabeça! — Ela segura meus
ombros fazendo meu corpo virar antes de me empurrar para frente.
Conseguindo fazer valer sua opinião.
Acenando com a cabeça lhe agradecendo, eu deixo minha loba
assumir, correndo por entre as árvores em um ritmo rápido, sem ter para
onde ir. Depois de alguns minutos correndo minha mente começa a
vagar para a noite passada. Fiquei tão feliz que ele me tocou.
Tão eufórica com a sensação de seus dentes perfurando minha pele. A
felicidade lentamente voltando enquanto eu penso nisso, isso é bom até a
conversa com minha família voltar ao primeiro plano.
Eu sei que minha família está tentando me proteger, mas porra, eles
têm um jeito errado de fazer isso. Estou tão chateada com isso que quero
explodir, mas ao mesmo tempo quero desabar um pouco mais e chorar.
Minha loba continua a correr sem pensar enquanto eu sigo a remoer
minhas emoções. Nenhuma emoção forte o suficiente para assumir a
liderança.
Meu corpo está em um estado de angústia emocional, todas as
mentiras e segredos escondidos da minha família e amigos estão pesando
sobre mim por tanto tempo, a necessidade da minha loba e o desejo de
espalhar a informação para todos, sempre tão forte, mas minha
necessidade para me proteger do escrutínio a ofusca a cada passo.
Não tenho dúvidas de que conter essas emoções fortes não foi a mais
inteligente das ideias, minha saúde mental tem sofrido golpes constantes
desde que ouvi sua voz pela primeira vez.
Minha mente continua a correr para frente e para trás entre emoções
e memórias antes que minha loba e eu sejamos paradas em nossa trilha.
Um cheiro nos atinge com tanta força que nossos músculos são
paralisados no lugar. Congelados. Aninhada entre as árvores, bem na
fronteira do território da nossa matilha está uma casinha bonita em
estilo chalé.
A confusão toma conta da minha cabeça. Já percorri esta fronteira um
milhão de vezes e nunca vi esta casa.
De onde veio? Respirando fundo, tudo o que sinto é o cheiro dele.
Soren. Retomando o controle sobre meu corpo, eu me transformo em
meu eu humano. Com uma respiração insegura, eu ando mais perto da
casa.
As luzes estão todas apagadas, fazendo com que pareça abandonada.
Chegando à janela da pequena cabana, coloco minhas mãos em concha e
olho para dentro.
O quarto é simples, mas desordenado. Livros e coisas ocupando
espaço na mesa e no sofá.
Eu fico lá por um minuto sem saber o que fazer, apenas aspirando o
cheiro de Soren. Antes de finalmente ter coragem de tocar na maçaneta.
Eu entro.
O cheiro de antes não é nada comparado ao que sinto dentro de casa.
É tão forte que faz minha loba ronronar enquanto me envolve em um
cobertor de conforto. A sensação de estar nessa casa impregna meu
corpo enquanto ando por ela, observando tudo na sala de estar de Soren.
Indo em direção à lareira, noto algumas fotos que instantaneamente
chamam minha atenção. Me aproximo delas e percebo porque chamaram
minha atenção. Na minha frente, colocadas ordenadamente sob a lareira
Soren, estão várias fotos minhas e da minha loba.
Tudo tirado à distância e sempre comigo sorrindo para alguém ou
algo. As poucas fotos da minha loba a mostram completamente em seu
elemento. Ela está completamente relaxada e feliz em cada uma.
Pego a foto que parece mais recente e a viro para ver o verso, na
esperança de obter algum tipo de indicação de quando foi tirada. Mas,
em vez disso, encontro outra coisa.
'Nada como ver minha linda Lux sorrindo para aquecer a alma e derreter
o coração' está escrito lindamente em letras cursivas limpas e finas.
Colocando a imagem de volta antes que meu coração exploda com a
doçura nas palavras, eu caminho ao redor da casa, andando pela cozinha
e pelo corredor. Localizando mais fotos aleatórias em toda a casa. Todas
elas são da minha loba e estou feliz.
Ao longo do caminho, encontro alguns quartos vazios e um banheiro,
antes de chegar ao final do corredor.
Abrindo a porta fechada, me encontro no quarto de Soren. O cheiro
dele é mais forte aqui do que em qualquer lugar da casa.
Mergulhando de cabeça em sua cama antiga com um dossel gigante.
Estou sufocada pelo seu cheiro. Meu corpo está tão calmo e minha loba
tão à vontade que rapidamente adormeço pensando no meu único amor
verdadeiro. Meu Soren.
Capítulo 13
LIMITES? NUNCA OUVI FALAR
Zayla

Dormi profundamente por algumas horas, coberta pelos lençóis de


Soren. Meu rosto está aninhado em seu travesseiro de um jeito que mal
consigo respirar, mas meu corpo está tão relaxado que eu poderia morrer
em paz assim.
Deitada aqui, minha mente tenta imaginar como seria uma vida ao
lado de Soren.
Acabaríamos morando nesta casa? Teríamos filhos? Meus pais
gostariam dele?
Tento imaginar como seria, mas como sempre a realidade me atinge
com tanta força quanto seu cheiro enquanto continuo deitada em sua
cama. Eu não tenho ideia de como ele se parece.
O fato de eu continuar deixando-o escapar entre meus dedos toda vez
que sinto o cheiro dele. Mas agora estou na casa dele! Deveria haver uma
foto dele em algum lugar... certo?
Com minha mente decidida a descobrir algo, arrasto meu corpo ainda
nu para fora de sua cama extremamente confortável. Caminhando pelo
quarto.
Em sua cômoda, pego uma de suas camisas pretas de algodão e a
visto. Tão grande que passa da minha bunda. O material é macio contra
minha pele nua.
Assim que me visto, vou para a sala de estar. Decido que começarei
minha busca pela estante.
Passei cerca de 3 horas procurando em todos os lugares, exceto em
seu quarto. E não encontro absolutamente nada! Além de fotos da minha
loba e de mim, encontrei algumas fotos de um bebê escondidas em uma
carta endereçada a Soren de alguém chamado Devlin, que suponho ser
seu irmão.
O bebê é precioso e apenas pelas fotos minha loba desenvolveu um
forte apego e proteção pela linda sobrinha de Soren. No entanto, não
encontro mais nada.
Indo para a cozinha eu preparo rapidamente um sanduíche, a fome de
um dia inteiro sem comer levando a melhor.
Eu como pacificamente olhando ao redor da casa novamente, antes
que a culpa me faça voltar para a cozinha.
Examinando os armários, começo a procurar algo para fazer para
Soren. Algo que diga 'desculpe, eu invadi seu espaço e comi sua comida,
aqui está o jantar'.
Depois de finalmente decidir fazer uma lasanha para ele, eu coloco
tudo no forno. Com 45 minutos de sobra, volto ao meu modo de
pesquisa. O termo lembra um passatempo há muito esquecido.
Entrando no quarto de Soren novamente, estou mais determinada do
que nunca a descobrir algo novo sobre meu companheiro.
Abrindo gaveta após gaveta, fico de mãos vazias. Como diabos esse
homem não tem nada! Nenhuma foto dele em toda esta casa! É um
crime isso, porque tudo o que eu quero fazer é bisbilhotar!
Abro a última gaveta de sua mesinha de cabeceira, e como todos os
outros lugares, ela está completamente vazia, exceto por uma coisa.
O lenço que Soren me deu de aniversário está bem dobrado, sozinho
na gaveta.
Correndo meus dedos no material agora seco. Uma ideia surge na
minha cabeça! Soren não sabe que estou aqui, então quando ele chegar
em casa vai sentir o meu cheiro.
Com minha mente dando uma guinada perversa, eu sei o que vou
fazer pelos próximos 25 minutos, e isso vai deixá-lo louco.
Rastejando para o meio da cama, removo a camisa de Soren. Jogo-a
em cima do abajur ao meu lado e pego em uma das gavetas um
massageador de pescoço que encontrei enquanto bisbilhotava.
Espalhada pela cama, seguro o massageador de Soren bem no meu
clitóris. Colocando a vibração em um nível baixo, lentamente faço
círculos com a máquina.
As vibrações enviando ondas de choque pela minha boceta e subindo
pela minha espinha com cada giro que faço com minha mão. A sensação
aumenta mais ainda quando jogo minha cabeça para trás e meus
pulmões aspiram o cheiro de Soren na cama.
Eu continuo com as vibrações baixas por vários minutos, chegando
perto do orgasmo, mas nunca indo totalmente além do limite.
Efetivamente fazendo da minha boceta uma bagunça encharcada que
continuo a mexer com o dispositivo.
Meu corpo fica cada vez mais eufórico até eu chegar bem no limite.
Decidindo com membros trêmulos que meu corpo finalmente tinha o
suficiente, eu aumentei as vibrações ao máximo no pequeno
massageador enquanto simultaneamente corria meus dedos em círculos
suaves ao redor da marca de Soren.
A súbita vibração rápida do massageador e forte formigamento da
marca de companheiro fez minhas pernas se fecharem e meu corpo
convulsionar em onda após onda de orgasmo. Eu gozo com tanta força
que mergulho o cobertor na minha liberação.
Puxando o massageador para longe do meu clitóris agora inchado e
ligeiramente vermelho, eu o coloco de volta na gaveta assim que o
cronômetro do forno apaga. Lutando para me levantar por um
momento, meu corpo trêmulo interrompe uma caminhada rápida até a
cozinha. Assim que estou na frente do forno, retiro a lasanha
rapidamente. Verificando se está boa e pronta, a cubro com papel
alumínio e saio em busca de papel.
Eu rabisco algumas notas e as coloco em seus lugares. Deixando um
na bandeja de lasanha, um na cama de Soren e um na mesa de cabeceira.
Entrando em suas gavetas, encontro outra camisa e uma calça de
moletom, deixando a outra agora coberta com meu cheiro para ele.
Dando uma última olhada na casa do meu companheiro e respirando
uma última leva de seu cheiro, percebo que sua casa cheira mais a mim
do que a ele. O pensamento me deixa com um sorriso permanente no
rosto.
Fechando a porta, faço minha viagem para casa. Pensei muito em dar
a volta e retornar à casa dele durante todo o caminho, mas minha loba e
eu estamos decididas.
Tão hilário e tão bom que seria ver o rosto surpreso de nosso
companheiro quando ele chegar em casa e sentir nosso cheiro.
Decidimos que não queremos conhecê-lo ou mesmo vê-lo pela primeira
vez dessa forma.
Não! Quando vermos nosso Soren pela primeira vez, será porque ele
cedeu! Minha loba e eu gostamos cada vez mais do nosso joguinho e da
ideia de que no final seremos mais fortes e resistiremos... Quer dizer, só é
justo se ele desistir primeiro.
Uma leve irritação me invade com a lembrança de que passei o dia
todo procurando por uma foto dele, apenas para a minha loba me
lembrar que, fazendo isso, mexendo em suas coisas, agora colocamos
nosso cheiro efetivamente em quase tudo que Soren possui.
Tomando como nosso a ele e suas posses em sua própria casa. E com
esse pensamento terminamos a caminhada para casa com um sorriso
orgulhoso.
Seu próximo movimento, companheiro, qual vai ser?
Capítulo 14
DEIXA EU EXPLICAR ESSA MERDA PARA
VOCÊ
Paisley
6h47

Depois que Zayla saiu, puxei Zayn e Skyla para a sala de estar. Minha
preocupação com Zayla sendo maior do que meu cuidado com as
formalidades e respeito pelo meu alfa.
— Por favor, sentem-se! — Dou-lhes um empurrão suave, mas firme,
para o sofá. O corpo grande de Zayn batendo levemente no sofá com o
meu movimento.
— Tudo bem Paisley, você tem nossa atenção, não precisa empurrar
— ele solta uma risada, que soa como qualquer coisa, menos felicidade.
Está magoado e inseguro, triste com o que foi dito.
Limpando minha garganta eu começo.
— Deixe-me começar dizendo que eu amo muito vocês dois! E eu sei
que não sou um de seus filhos, mas mesmo que meus pais tenham
machucado vocês dois, vocês me trataram como um membro da família e
nunca serei capaz de recompensá-los por isso.
— Oh, Pais, nunca poderíamos culpá-la pelo que Richard e Sarah
fizeram! Amamos muito você!
— É por isso que amo essa família, vocês são muito compreensivos... é
também por isso que estou tão confusa com a reação de vocês à Zayla. —
Então, com um suspiro profundo, continuo.
— Não é o meu papel dizer isso, mas não tenho certeza se Zayla vai,
especialmente agora. — Com essa frase, os olhos de Zayn se arregalam e
sua sobrancelha se levanta em uma confusão questionadora.
— O que você quer dizer especialmente agora?
— Olha! Zayla me contou o que você e os gêmeos disseram, e vocês
estão errados! — Eu aspiro o ar rapidamente antes que o vômito de
palavras saia da minha boca.
— Zayla não te contou porque... bem, como alguém conta a sua
família sobre Soren. Quero dizer, ele não é exatamente uma coisa fácil de
explicar... inferno, eu mal entendi a primeira metade da história dela. —
As palavras saem da minha boca tão rápido que não tenho certeza se eles
ouviram... bem, até Skyla falar.
— Quem é Soren? — Sua confusão é muito clara em seu tom.
— Soren é o companheiro de Zayla! — Colocando minha mão para
cima eu paro suas perguntas que eu sei que estão prestes a me atingir
rapidamente.
— Antes que vocês me perguntem, não. Eu não sei quem ele é, ou
como ele se parece. Mas eu sei que ele não é um lobo. — Não posso
deixar de rir na última parte, o incidente do clube ainda fresco em minha
mente.
— Se ele não é um lobo, o que ele é?
— Os palpites de vocês são tão certeiros quanto os meus, tudo que sei
sobre ele é que ele é rápido o suficiente para ficar invisível a olho nu, e
que ele foi capaz de compelir todos os presentes na Euphoria em poucos
segundos.
A confusão apareceu em seus rostos enquanto tentavam juntar as
informações que acabei de entregar.
O pensamento foi interrompido por um guerreiro da matilha
correndo para a sala.
— Alfa, Luna! Lobos selvagens foram localizados no perímetro leste.
— Seus olhos voltam para mim e uma expressão de desconforto toma
conta de suas feições.
Zayn pula pronto para sair correndo, mas para quando percebe como
o lobo está olhando para mim, e pergunta a ele.
— Há mais alguma coisa que você precise dizer?
Limpando a garganta, ele continua com uma respiração instável.
— Sentimos o cheiro de um lobo familiar entre eles.
— Quem?!? — Ficando irritado com a hesitação do comandante alfa,
Zayn se dirige à sala de estar.
Virando a cabeça em minha direção, ele parece preocupado.
— Não a vimos e o cheiro era muito pequeno, mas sentimos o cheiro
da sua mãe.
Sem perder um minuto, minha loba sai de dentro de mim, correndo
para fora da casa e em direção ao leste. A área está limpa, exceto por um
lobo morto. O cheiro da minha mãe mal está lá, mas eu sinto o cheiro
dela.
Zayn e Skyla, que estavam bem na minha cola, roçam seus lobos de
cada lado do meu, tirando-a de sua confusão antes de suas vozes
começarem a soar na minha cabeça através do link da matilha.
— Por que você não vai dar uma olhada na sua tia Ashley —
balançando a cabeça levemente, e logo corro na outra direção, deixando-
os para lidar com o selvagem morto.
Zayla
14h57min
A corrida para casa é relativamente rápida. Entrando pela porta da
frente, ouço a conversa abafada de meus pais na sala de estar.
Saber que tenho que passar por eles para entrar no meu quarto, eu
paro meus movimentos para respirar fundo. Minha necessidade de
segurar minha felicidade por apenas um momento a mais está mais forte
do que nunca... porra, eu só preciso de uma pausa.
Caminhando em um ritmo rápido, tento ultrapassá-los com calma e
rapidez. Mas é claro que é um ato inútil.
— Zayla, venha aqui um minuto — a voz do meu pai se espalha pela
casa assim que minha mão toca minha porta.
— É claro que ele espera até eu chegar à minha porta antes de me
chamar, porra. — Eu não consigo segurar um sussurro irritado.
Virando-me e caminhando de volta para a sala de estar, vejo meus
pais em pé perto do fogo da lareira. Mantendo a distância, paro do outro
lado da sala. Cruzando meus braços sobre meu peito.
Meu pai solta uma tosse rápida, limpando a garganta.
— Zayla, precisamos falar com você sobre o que aconteceu mais cedo.
Suspirando alto, não consigo esconder minha irritação. Tipo,
honestamente, vamos acabar brigando!
— Não, acho que não. — Eu digo depois de alguns minutos.
— Zayla, não fale assim com seu pai. Agora sente-se e apenas ouça —
a voz de minha mãe é severa, mas ainda posso ouvir a dor clara e
desconfortável que ecoa através dela.
— Não, estou bem, vou ficar em pé — Meu tom de voz curto e
cortante.
— Zay, você sabe que nós te amamos muito. — Meu pai diz em uma
respiração profunda. — Depois de falar com Paisley, percebi que o que os
gêmeos e eu dissemos pode ter sido muito severo e foi embasado na
desinformação.
Rejeitando sua declaração, ele para, levantando uma sobrancelha para
mim.
— Então você basicamente sente muito que eu tenha entendido
errado? — Eu levanto minha sobrancelha de volta para ele, meu tom se
tornando mais amargo a cada momento. — Diga-me pai, como diabos
alguém entende o que você disse de forma errada?
— Não foi isso que eu quis dizer, Zayla. — Sua voz é um sussurro, mas
minha dor de antes ainda está queimando em minha mente.
Minha loba e eu estamos tão cansadas de todo mundo que não
consigo parar o — Foda-se! — que sai, e saio da sala.
— Zayla! — Minha mãe engasga tentando acalmar meu pai
acariciando seu braço, o movimento fazendo minha loba e eu perdermos
a cabeça!
— Não, eu estou falando sério! Foda-se! Foda-se vocês dois! Foda-se
você e aqueles filhos de merda também! — As palavras saem da minha
boca tão rápido que eu não poderia pará-las mesmo se tentasse.
Minha mãe parece desconcertada, mas meu pai parece chateado, mas
com remorso. Seus dentes cerrando-se com tanta força que soam como
se estivessem prestes a se quebrar.
— Você acabou?
— Considerando que agora sei o que minha família realmente pensa
de mim, absolutamente.
— Nós nunca pensamos nada de ruim sobre você Zayla, meu Deus,
nós somos sua família! Estávamos apenas preocupados com você! Você
está mexendo com os laços de companheiro! Você nunca pode se
desfazer disso, o vínculo é permanente!
Meu pai continua a parecer envergonhado, enquanto minha mãe
tenta salvar a situação. Revirando os olhos, não posso evitar, mas deixo a
dor que estou sentindo começar a aparecer no meu rosto.
— Você não acha que eu sei disso? Claro que sei disso.
— Por que você não nos contou sobre Soren? — A voz do meu pai
hesita ligeiramente enquanto ele observa uma lágrima rolar pela minha
bochecha.
Eu tentei tanto manter minha raiva no lugar, tentei tanto esconder a
dor que veio com quase todas as rejeições que recebi de Soren, misturada
com todas as brigas que meus pais e eu tivemos nos últimos dias, mas
não posso mais segurar.
Permitindo que os soluços balançassem meu corpo, finalmente contei
tudo aos meus pais.
— Eu sabia que vocês não iriam acreditar em mim, quero dizer, por
que acreditariam? Quem iria acreditar que eu encontrei meu
companheiro aos 6 anos? Quem iria acreditar que eu não senti nada além
de um jogo emocional de cabo de guerra dele, porra!
— Quem iria acreditar em mim quando digo que assim que eu sinto
que ele se importa comigo, ele se afasta! Apenas para voltar horas depois
para dar um beijo de boa noite na minha cabeça... mas só se ele achar que
estou dormindo!
— Vocês têm ideia de como é? Como é a sensação de rejeição da única
pessoa que deveria te amar? Sabem como é quando seu lobo te culpa por
seu companheiro não os querer?
Respirando fundo, tento me acalmar antes de continuar.
— Eu conheço a história de vocês, pai, e a mãe sempre te quis, ela
sempre mostrou que se importava com você. E mesmo quando ela
errou... bem, pelo menos você sabia como era a aparência dela. E isso é
mais do que meu companheiro me dá.
— O que está acontecendo? — A voz de Draxel ressoa claramente, a
tensão na sala é tão forte que é quase possível tocá-la. Usando sua
distração, começo a ir para o meu quarto. A mão de Draxel se estende e
agarra meu braço antes que eu possa passar por ele.
— Zay, o que está acontecendo?
Revirando meus olhos, eu arranco meu braço de seu aperto.
— Não é da sua conta, porra — caminhando para o meu quarto e
antes de eu poder fechar a porta, a voz de Draxel atinge meus ouvidos,
seu tom firme de poder e autoridade.
— Faremos um churrasco em família às 5. Você estará lá, Zayla!
Kimber e eu temos um anúncio. — Abrindo minha porta de volta eu
travo os olhos agora com os dois gêmeos, meus pais parados atrás deles,
seus rostos pálidos como um papel.
— Porra, nunca mais tentem usar o comando Alfa em mim de novo!
Eu não dou a mínima para quem vocês são! Estou farta de todos vocês!
Os olhos de Draxel e Drayden se arregalam levemente enquanto eu
continuo.
— Estou quase pronta para me tornar uma selvagem, pelo menos
então não terei que lidar com as merdas de vocês!
Batendo a porta, corro e me jogo na cama. Lágrimas que eu estava
segurando agora estão escorrendo pelo meu rosto em um fluxo
interminável.
Meu corpo continua a deixar escapar todas as emoções que tenho
segurado por tanto tempo. Toda a rejeição, a raiva, a dor!
E quando meu corpo finalmente liberou o suficiente e minha mente
começa a se sentir livre, minha consciência se esvai, permitindo-me algo
que tenho desejado mais do que qualquer outra coisa, um momento de
paz.
Capítulo 15
FAMÍLIA, PERDÃO E FODA-SE TUDO ISSO
Zayla

Meu corpo acorda com um solavanco quando alguém balança meus


ombros.
— Zayla, são quase 5 horas, você tem que se preparar para o churrasco
da matilha.
Gemendo com a insistência incessante de Paisley, coloco meu rosto
na cama. Qualquer coisa soa melhor do que fingir que quero sentar e
fazer um churrasco em família.
— Zayla, eu juro por minha loba que vou arrastar sua bunda
magrinha para fora daqui com meus dentes se você não se levantar! —
Ela bufa e me sacode novamente.
— Não, deixe-me dormir, estou emocionalmente abalada agora,
preciso de pelo menos mais 4 horas.
Ouvindo suas risadas atrás de mim, eu levanto minha cabeça e faço
uma careta para ela.
— Qual é a graça?
— Oh, você sabe, o fato de você ter dito mais 4 horas, porque esse é o
momento em que Soren normalmente estará esperando por você, — ela
sorri para mim, seus olhos brilhando com malícia enquanto ela observa
minhas bochechas vermelhas de vergonha.
— Zay, o que você fez? — Não posso evitar que meu rosto fique com
um tom mais vivo de vermelho.
— Eu talvez tenha encontrado a casa de Soren. — Eu digo com a cara
no meu travesseiro.
— Pode ter? — Sua voz é esperançosa e cheia de humor.
— Sim, posso ter..... e eu posso ter… me masturbado em sua cama. —
Digo a última parte quase silenciosamente, mas é claro que ela ouviu
porque grita como um porco. Pulando e quicando.
— Estou tão orgulhosa de você! — Ela está tão entusiasmada que não
posso deixar de rir de seu tom travesso.
— Tome isso, Soren! — Ela diz enquanto o punho bombeia o ar. Sua
felicidade com meu comportamento atrevido me fez sentar, apenas para
rir dela.
— Zayla, posso falar com você?... Oh, oi Paisley. — A voz do meu pai
ressoa enquanto ele entra no meu quarto.
Paisley interrompe seus movimentos e eu fico inquieta,
desconfortável.
— Ei, tio Zayn! Eu estava preparando essa daqui para o churrasco. —
Paisley diz enquanto aponta suas unhas feitas em minha direção. Meu
pai parece tão desconfortável quanto eu, movendo seu peso entre os pés.
Ele parece preferir estar em qualquer outro lugar, porra.
— Você... você acha que eu poderia ter um momento com Zayla? —
Ele diz em uma respiração rápida antes de limpar a garganta.
— Te vejo lá fora, Zay. — Paisley se abaixa e beija minha cabeça antes
de sair e fechar a porta.
Caminhando até a cama com movimentos incertos, meu pai se joga
sobre ela. Ele está perto o suficiente para que eu possa tocá-lo, mas longe
o suficiente para me dar espaço se eu precisar.
E para ser honesta, eu odeio isso! Eu sempre fui atrás do meu pai,
sempre o admirei e o amei mais do que qualquer coisa no mundo. Me
mata a ideia de tê-lo deixado tão inseguro que tem dúvidas até mesmo
sobre estar perto de mim.
Com um suspiro profundo, inclino meu corpo, colocando minha
cabeça em seu ombro. O movimento o faz enrijecer um pouco antes que
todo o seu corpo finalmente relaxe.
— Sinto muito, princesa. — Ele diz depois de alguns minutos. Sua voz
falhando a cada palavra que ele fala. Eu não digo nada, apenas deixando o
silêncio tomar conta.
— Eu sou um idiota do caralho, eu sou. Eu nunca poderia ter
vergonha de você Zayla. Absolutamente nunca! Eu só... — ele respira
fundo. — Não sei...
Ele fica em silêncio por um minuto antes de continuar.
— Quando eu vi a marca, fiquei com tanta raiva, meu lobo estava com
tanta raiva! Mas não com você. Nós pudemos sentir o cheiro de que a
marca não foi concluída e isso nos machucou. Dói saber que você estaria
sofrendo enquanto sentia que precisa completar o vínculo.
Eu não saio do meu lugar, fico em silêncio, tentando conter as
lágrimas que ameaçam estragar o momento.
— Antes de sua mãe me conhecer, ela foi marcada à força. Mais de
uma dúzia de vezes. Essas marcas curam instantaneamente como um
corte, sua mãe diz que queimam como loucas por dias, mas as próprias
marcas se foram.
— Quando eu vi a sua, eu sabia que era de boa vontade, sua loba
estava segurando ela. Eu pude sentir ela inchar quando Drayden rasgou
sua camisa, eu gritei com ele por isso...
Com outro suspiro profundo, ele termina sua declaração.
— Ela estava tão orgulhosa disso, meu lobo podia sentir. E isso me
irritou, não porque ela estava orgulhosa, mas porque ela se importou
mais com o vínculo do que quem fez isso. E eu não concordo com isso...
— Agora eu sei que ele é seu companheiro, Paisley disse à sua mãe e a
mim um pouco do que você disse a ela, e Zayla... — ele limpa a garganta.
— Sinto muito princesa, mas quando eu o encontrar vou dar um soco na
cara dele.
Eu não posso evitar a risada que escapa perante seu aviso pungente.
Seu lobo ronrona ao som do meu riso, amando a interação que está
tendo com seu filhote.
Sentando, eu o encaro, a confusão tomando conta do meu rosto, mas
memórias brilhando no dele.
— Você acha?
Beijando o lado da minha cabeça.
— Eu sei disso. — Ele diz antes de se levantar, estendendo a mão para
mim.
— Agora vista-se. Por mais que eu ame seus irmãos, estou pronto para
matar os dois, então não vamos dar a eles um motivo para virem falar
conosco. — Pego sua mão e rio de seu comentário antes dele sair do
quarto.
Entrando no armário, pego meu vestido rosa bebê. É fofo e fluído, o
material é macio. É um dos meus vestidos favoritos.
Colocando uma sapatilha preta, vou para o quintal. Paisley está
esperando por mim na porta e quando eu saio, ela me dá o braço e nós
fazemos o caminho em direção à mesa.
Afasto-me logo depois, pegando comida e batendo papo com os
membros da matilha e seus filhos. Volto para a minha mesa. Bem quando
estou prestes a dar minha primeira mordida, vejo meu irmão Draxel se
levantar. Ele e sua companheira estão sentados na mesa principal ao lado
de meu pai, enquanto meu irmão Drayden e sua companheira estão
sentados ao lado de minha mãe.
— Posso ter a atenção de todos, por favor? — Draxel disse enquanto
batia sua faca contra sua xícara, a conversa dos membros da matilha
lentamente diminuindo, a atenção de todos olhando para a mesa
principal e para meu irmão.
— Gostaríamos de agradecer a todos por terem vindo a este
churrasco, esperamos que todos estejam se divertindo. — Uma rodada de
aplausos ressoa rapidamente no meio da multidão. — Minha
companheira Kimber e eu temos um anúncio. — Abaixando a mão em
direção a ela, ele a levanta, beijando sua têmpora antes de colocar o braço
em volta dela.
O movimento é aparentemente inocente, mas me dá a sensação de
que estou prestes a vomitar, meus nervos tomando conta do meu corpo
rapidamente, enquanto a sensação de inquietação se espalha por minhas
veias como um incêndio.
— Kimber e eu estamos esperando um filhote! — A felicidade
demonstrada com orgulho em seu rosto tem emoções mistas correndo
por mim, eu quero ficar feliz, tipo, é claro que quero ficar feliz por eles!
Mas aquele sentimento de dor no coração está me rasgando de forma
anormal.
Com uma lágrima escorrendo pelo meu rosto, eu lentamente me
afasto da mesa.
— Zayla, você está bem? — Paisley sussurra para mim assim que me
levanto.
— Sim, eu só preciso... de um minuto, — eu digo tristemente
enquanto as lágrimas tomam conta do meu rosto. Eu me afasto
calmamente até alcançar um lugar de onde não posso mais ser vista,
então vou embora.
Com minha habilidade de esconder meus sentimentos há muito
esquecida. Eu corro.
Capítulo 16
BOM DIA
Soren

Eu estraguei tudo! Eu sei que estraguei! Eu não deveria deixá-la me


atingir! Eu deveria ser mais forte do que ela!
Resumindo, eu não deveria ter ido a boate ontem à noite, eu deveria
ter esperado ela voltar para casa como sempre.
Mas eu sou fraco pra caralho quando se trata da minha linda Lux,
então eu fui! Só vou dizer que quando eu a vi esfregando sua bunda
perfeita naquela maldita virilha do humano, eu quase perdi o controle do
meu lobo e o matei.
A sede por seu sangue era tão forte que eu sabia que a única maneira
de acalmar meu lobo era tocar nossa companheira. Então, com um
empurrão, coloquei minhas mãos em seus quadris.
Deitado aqui na minha cama, não consigo tirar a imagem do corpo
dela gozando no meu dedo da minha mente. O cheiro de seu desejo por
mim sufocando cada célula do meu cérebro.
Eu estava tão excitado! Tão pronto para fodê-la ali mesmo. Para
acabar com esse tormento, sou forçado a deixar nós dois viver.
Um toque soa próximo a mim quando meu telefone toca,
efetivamente me trazendo para a realidade, o nome do meu irmão
iluminando na tela.
— Sim, Dev, estou indo. — Eu bufo enquanto respondo.
— Bem, na verdade eu estava ligando para você porque Gracie disse
sua primeira palavra na noite passada, — a voz do meu irmão saiu muito
feliz e orgulhosa! Sua felicidade com sua companheira e bebê me faz
ansiar por ter essa conexão com a minha.
Mas Devlin teve sorte! Sua companheira simplesmente era humana. E
então os desejos de seu lobo são diferentes dos meus.
Sentando-me, não consigo evitar a curiosidade sobre minha
princesinha.
— O que ela disse?
Ouvindo meu telefone apitar, eu o puxo da minha orelha vendo que
ele mudou para chat de vídeo. Olhando para a tela vejo a nuca do meu
irmão, e vejo e o ouço tentando lutar com a pequena mestiça.
Eu não posso deixar de rir, já que ela está em seu colo, saltando para
todos os lados. Minha risada chama sua atenção. Assim que aqueles
grandes olhos verdes veem os meus, um sorriso gigante e cheio de dentes
aparece em seu rosto.
— SoSo!!!! SoSo!! — Gracie grita com força enquanto coloca as duas
mãos para fora, batendo palmas como se eu pudesse apenas alcançar o
telefone e pegá-la.
— Oi Gracie! Como está a princesa do tio Soren hoje? — Minha voz
sai tão orgulhosa quanto a de Devlin um momento atrás. Todo mundo
está tão acostumado com o papai ou mamãe ser a primeira palavra... mas
tome isso, otários, meu nome era a primeira palavra de Gracie!
A frustração da pequena de um ano de idade com a minha
incapacidade de pegá-la aparece em seu rosto quando ela franze o nariz,
fazendo beicinho com seu lábio inferior.
— Então, então irei te ver mais tarde, princesa, eu prometo. — Diante
disso, Devlin beija sua cabeça e a coloca no chão, o som de seus pezinhos
batendo levemente no chão enquanto ela foge, o único som na sala.
Depois de alguns minutos, Devlin limpa a garganta, olhando de volta
para o telefone, vejo a preocupação em seu rosto.
— Eu queria ligar e reclamar de você por sequestrar as primeiras
palavras da minha filha.
Eu não posso deixar de rir.
— Não é minha culpa que ela goste mais de mim do que de vocês
dois. — Ele apenas se irrita com a minha declaração.
— Agora, além de me mostrar aquela linda princesa, o que você
precisa?
— Não posso simplesmente te ligar e ver como você está?
— Não, porque você é um vadio carente, — eu digo enquanto reviro
os olhos, Devlin apenas ri da minha irritação.
— Apenas me diga quem eu tenho que matar Devlin, vá em frente.
Devlin descreve a lista de sobrenaturais com que tenho que lidar hoje.
Ele fica calmo o tempo todo enquanto lê uma lista de pelo menos 150
pessoas. Assim que fala o último nome, ele respira fundo.
Meus irmãos e eu não nos importamos com o que fazemos, diabos,
temos feito isso por centenas de anos, no entanto, parece que
ultimamente o número está cada vez mais alto. Só nos últimos 3 dias, a
lista atingiu mais de 700 sobrenaturais.
Sou tirado de meus pensamentos quando Devlin pigarreia
novamente.
— Ela não está na lista hoje. — Seu tom é calmo, mas posso ouvir o
alívio em sua declaração.
Desde o dia em que encontrei minha Lux, tenho verificado a lista de
mortes todos os dias, certificando-me de que o nome dela não está nela!
Já vi os nomes dos pais dela antes, mas eles sempre conseguiram
sobreviver antes de eu chegar até eles... Posso ou não ter ido mais devagar
de propósito naqueles dias.
Estar na lista pode mudar ao longo do dia. Sempre ficava aliviado
quando seus nomes desapareciam.
— Como ela está? Sua Zayla?
Eu não posso deixar de esfregar minha nuca.
— O que você fez, Soren? — ele está curioso, mas seu tom é irritadiço.
Esfregando minha mão no rosto, não consigo evitar o desconforto em
meu tom.
— Eu fodi tudo! Eu fiquei com tanto ciúme, eu não sei o que deu em
mim.
— E de novo, o que você fez Soren?
— Eu a marquei — a vergonha está presente em meu tom, enquanto
suspiros são ouvidos em sua extremidade antes que ele grite comigo.
— Você está brincando comigo, Soren! Você vai matá-la!
— Não, eu não vou, Devlin! Vou apenas evitá-la até que ela vá
embora.
Com a minha falta de convicção, ele ri, num tom amargo e forçado,
mas é uma risada mesmo assim.
— Besteira, Soren, você tem dito que vai evitá-la desde que ela tinha o
quê? Tipo, 6 meses de idade?
— Algo assim, — suspiro.
— Algo assim — ele zomba enquanto faz aspas com os dedos.
— Não é algo assim, Soren! Você sabe muito bem quanto tempo faz!
Ele está certo, eu tenho, e desde aquele dia, venho dizendo a mesma
merda! Vou apenas evitá-la. Eu nunca faço. Porque eu honestamente
nunca consigo.
— Vou ter que tentar. Não vou deixar meu lobo machucá-la. — Não
consigo esconder a tristeza do meu tom.
— Talvez você devesse voltar para casa por alguns dias. Eu sei que
você quer ter certeza de que ela está bem, mas podemos ver a lista.
— Vou pensar sobre isso.
— Tudo bem, sua casa ainda está aqui, se você precisar.
Rindo de suas palavras, ele revira os olhos para mim.
— Sim, eu espero que sim, você sabe, considerando que nós fazemos
isso juntos.
— Valeu espertinho, você sabe o que eu quis dizer!
— Sim, sim! Te amo muito, irmãozinho. Aproveite o purgatório.
Desliguei o telefone e pulei no chuveiro, refletindo sobre a oferta de
Devlin, talvez eu devesse ir para casa por alguns dias. A marca deve durar
cerca de uma semana e, depois de desaparecer, as coisas podem voltar ao
normal.
A frustração do meu lobo com meus pensamentos quase me fez
mudar no chuveiro, sua necessidade de reivindicá-la totalmente mais
forte do que nunca!
Se ao menos ela fosse humana! Porra, por que ela não podia ser
humana! Isso nos pouparia uma bagunça inteira e uma dor de cabeça.
Depois de me vestir, desliguei tudo e saí de casa. Estou bem na linha
da matilha, mas a casa está protegida, então apenas meus irmãos e eu
podemos vê-la.
O que é bom quando você está tentando passar despercebido. Saindo,
vou para o meu primeiro trabalho, tenho 150 pessoas para matar hoje e
pretendo matá-las rapidamente... bem, algumas delas.
Alguns desses pedaços de merda vão morrer lentamente! Sim,
pretendo levar meu tempo separando-os! Mas o que eles estavam
esperando, quando mexem com o destino.
Afinal, eles me chamam de Morte.
Capítulo 17
UM DIA NA VIDA
Soren

O dia foi longo, porra, 90% das pessoas que eu tive que arrancar deste
mundo hoje decidiram que agora, de todos os dias, querem se arrepender
e implorar por suas vidas. Honestamente, é patético pra caralho! Se você
fez tanta coisa ruim que eu mesmo tenho que ir colher sua alma, então
você é o pior do pior.
Alguns deles eram crimes simples, mas a maioria deles eram uns
merdas! Meus ceifeiros sempre reclamam quando se trata de colher essas
almas. Então, me acostumei a assumir o controle. No momento estou
com minha última alma, um tal Geraldo Burtini, que amarro à mesa de
sua sala de jantar com suas roupas envoltas em verbena.
— Agora me diga Geraldo, onde você conseguiu essa tal de gotti, quer
dizer, meu Deus cara, por que você precisa de tanto ouro em uma mesa
tão feia — Não posso evitar de arranhar a maldita mesa, meus olhos
prontos para sangrar por causa do brilho. Seus gemidos de dor que
acabam ecoando pela casa me fazem rir.
— Oh, seu pobre bebê, dói falar sem suas presas? — Eu agarro seu
rosto, meus olhos totalmente negros enquanto o fogo do inferno
literalmente os incendeia. O lugar está além de demoníaco, e tem todo o
medo que esse maldito vampiro idiota pudesse ter, fluindo por uma
mente.
— Hmm, não quer responder, eu acho, tudo bem, já que meu
próximo movimento será remover sua língua. — Apertar suas bochechas
com força para me fazer entender o faz chorar.
— Sabe, Geraldo, existem pessoas neste mundo que teriam matado
para ter suas habilidades, humanas neste mundo que desistiriam de
qualquer coisa pela chance de ser o que você é!
Empurrando o rosto, ele cospe o sangue que encheu sua boca.
— E sabe de uma coisa? Eles não teriam sido nem metade tão cruéis
quanto você.
— Traficar humanos como se fossem bolsas de sangue não é muito
inteligente quando Silas Moretti tentou impedir os maus-tratos de
humanos.
Caminhando ao redor da mesa, eu lentamente corro minhas mãos
que agora mais se parecem com garras do que com mãos reais ao redor
de seu corpo, minhas unhas rasgando sua carne pelo caminho.
— Quero dizer, quem você acha que nos deu a dica sobre o que você
estava tramando? A Irmandade e meus ceifeiros trabalham de mãos
dadas.
Envolvendo-o por completo, seguro sua mão direita.
— Falando em mãos. — Eu a puxo rapidamente e a arranco de seu
corpo.
Seus gritos de dor continuam por várias horas, a raiva do meu lobo
por não marcar totalmente nossa companheira influenciando na tortura
deste vampiro patético. Um barulho atrás de mim me faz virar para ver
meus outros irmãos Craven e Zennen.
O rosto de Craven mostra um sorriso gigante. O que não é
surpreendente, já que Craven e eu sempre nos inclinamos mais para o
aspecto da tortura do meu trabalho, enquanto Devlin e Zennen preferem
uma abordagem mais rápida. E embora eles não lidem com almas na
terra com tanta frequência quanto eu, gostam de checar meu trabalho
periodicamente.
— Eu sei que você é a Morte e tudo mais Soren, mas isso é um pouco
exagerado. — A voz de Zennen é profunda, mas cheia de humor.
— E eu não conheço a pestilência, é? — Zennen franze a testa para
mim, enquanto Craven e eu rimos.
— Devlin vai começar uma guerra se não chegarmos à tempo do
jantar, aparentemente Analeese tem cozinhado o dia todo.
Voltando-me para a mesa, enfio a mão no peito de Geraldo,
arrancando seu coração antes de apertá-lo na minha mão e deixá-lo cair
no chão, encerrando definitivamente sua vida miserável.
Saindo da sala, vejo um dos meus ceifeiros esperando por mim.
— Limpe isso e você estará livre durante o dia.
— Sim senhor, obrigado. — Ele agarra minhas mãos limpando-as
antes de dar a volta por mim e entrar no quarto que acabei de abandonar.
Seguindo meus irmãos, caminho até o saguão, onde vejo parado em
seu típico terno preto e vermelho o próprio Silas Moretti, junto com sua
linda esposa Milani.
— Silas — digo enquanto aperto sua mão, inclinando-me e beijando
Milani na testa. Atrás de nós, Zennen e Craven estão convocando o
portal para o purgatório.
Assim que este abre, aceno com a cabeça para eles antes de seguir
meus irmãos. Eles assumirão a limpeza dos escravos humanos
sobreviventes, enquanto meus ceifeiros limpam a bagunça sobrenatural.
O portal se abre por fim, nos colocando bem na sala de estar de
Devlin. Ele está sentado no sofá, repetindo sem parar
— Diga papai Gracie, vamos lá, diga papai.
Seu desespero me faz desmoronar. Alguém tão poderoso quanto a
Guerra não deveria estar implorando por nada, mas aqui está ele,
implorando à bebezinha de tutu rosa para que diga uma palavra.
Quando minha voz chega às suas orelhas pequenas, a cabeça de
Gracie quase sai de seus ombros com a rapidez com que ela a vira, seus
olhinhos se fixam nos meus antes que ela grite a plenos pulmões.
Correndo para mim com força total, ela está cantando sem parar.
— SoSo, SoSo!!! SoSo! — Agachando-me, abro os braços para ela, mas
seu caminho é bloqueado por Craven que tenta pegá-la, ele recebe um
tapa firme na mão e um grunhido alto e desagradável da pequena
mestiça.
Devlin, Zennen e eu rimos da rejeição que ela acabou de dar a um
agora envergonhado emissário da miséria.
Correndo o resto do caminho para os meus braços, eu rio de seu grito
feliz antes de jogá-la no ar.
— Aí está minha linda princesa!
Eu continuo fazendo isso, arrancando o máximo de risadinhas fofas
que posso, cada risada está ligada ao meu nome.
— Soren, o que eu disse a você sobre jogá-la assim! — A voz de
Analeese ressoa atrás de mim. Pegando Gracie eu a coloco no meu
quadril, seu rostinho vermelho brilhante e seu pequeno braço está
segurando minha camisa para não cair.
— SoSo, — ela diz a sua mãe que apenas ri antes de dizer a todos para
virmos sentar para jantar.
Quando fico muito estressado, fico grato por dias assim, pela
oportunidade de sentar em uma mesa de jantar como esta. Com minha
família.
Só falta uma pessoa. Olhando para Devlin, Ana e Grace, não posso
evitar a saudade que sinto quando vejo o que eles têm. Meu irmão é
realmente o homem mais sortudo do mundo.
Capítulo 18
PUTA MERDA!
Soren

O jantar correu bem, conversamos principalmente sobre o trabalho e


como as coisas estão indo.
— Então, Devlin nos disse que você pode voltar para casa por uma
semana. — A voz animada de Analeese paira sobre a mesa.
— Espera aí, quando você decidiu voltar para casa? Estou surpreso
que você seja capaz de deixar Zayla por tanto tempo. — A curiosidade de
Craven também ressoa. Abaixando meu garfo, não posso deixar de limpar
minha garganta, desconfortável com a minha resposta.
— Eu a marquei, não é seguro para ela perto de mim agora.
— Então por que você simplesmente não deixa seu lobo fazer o que
ele quer? — Por nunca ter encontrado sua companheira, eu entendo a
confusão de Zennen, mas também sei que no meu lugar ele
provavelmente seria pior do que eu.
— Eu não vou matá-la! Meu lobo quer torná-la imortal para que ele
possa mantê-la segura, curiosamente, ela tem que morrer para que isso
aconteça, e eu me recuso!
Eu não posso evitar, mas bato minhas mãos na mesa, o barulho alto
faz os rostos dos meus irmãos ficarem tristes, e um pequeno grito
assustado saindo de Gracie.
Lágrimas transbordam de seus olhos. Eu não consigo parar de pular.
Eu corro para o lado dela pegando-a antes que sua mãe possa,
embalando-a no meu peito enquanto envio desculpas em seu caminho.
— Sinto muito, princesa, tio SoSo sente muito! — Esfregando
pequenos círculos em suas costas eu começo a andar ao redor da sala, os
rostos dos meus irmãos ainda mostram a dor que eles sentem por mim, a
dor que eles veem em meus próprios olhos se reflete nos deles.
Os companheiros são uma coisa poderosa, para nós quatro eles são
tudo. Cada respiração, cada nascer e pôr do sol, eles são o futuro dos
líderes do purgatório. Depois de alguns minutos, pequenos roncos suaves
enchem meus ouvidos, Gracie agora está dormindo pacificamente no
meu peito. Eu não paro, eu apenas continuo a andar lentamente ao redor
da mesa.
— Sinto muito por assustá-la, Ana. Não foi minha intenção. — Eu
finalmente digo depois de um minuto de silêncio enquanto coloco meu
rosto em sua pequena cabeça.
— Não se preocupe com isso Soren, claramente não a afetou muito,
ela ama seu tio SoSo.
— Eu a amo muito também! — Beijando sua cabeça, volto para o meu
lugar, sentando lentamente para não acordá-la, então termino de comer
minha comida.
A sala está em silêncio, mas não por muito tempo, a mente hiperativa
de Craven se revelando.
— Então, como ela te enganou para marcá-la?
— Por que você acha que ela fez alguma coisa? — Zennen faz a
pergunta para mim, é uma pergunta perfeitamente cabível, mas Craven e
Devlin riem dela.
— Claro que ela fez algo, Soren é muito maricas para marcá-la
sozinho. — As palavras saem misturadas entre uma risada dramática
demais de Devlin. Eu suspiro por trás da minha careta.
— Ela estava basicamente transando com um pequeno humano
patético.
— Ah, aí está.
Revirando os olhos, eu coloquei meu garfo na mesa antes de me
levantar com Gracie ainda dobrada em meu peito.
— Sim, aí está, eu sou fraco quando se trata dela! E agora ela sabe
disso. Vocês não têm ideia do que aquela lobinha tem feito! Eu estou com
mais tesão do que estou acordado, estou prestes a perder a porra da
minha mente se ela se masturbar na minha frente mais uma vez!
Eu bufo minha frustração enquanto meus irmãos e Ana riem de mim.
— Sim, boa conversa pessoal! É por isso que Gracie é minha favorita.
— Beijando a cabeça dela de novo, começo a sair da sala e grito:
— Ei, você não quis dizer isso, — soa atrás de mim.
— Sim, eu quero, porra! — Dou uma risadinha indo em direção ao
quarto da princesinha, o corredor está silencioso, mas posso sentir Ana
atrás de mim.
Deitando Gracie em sua cama, eu a beijo mais uma vez.
— Ela te adora, você sabe. — Eu me viro um pouco para olhar para
Ana que está encostada na porta e depois olho para trás para ver a linda
coisinha enrolada em seu bicho de pelúcia de lobo que eu dei para ela de
aniversário.
— Assim como eu adoro ela. — Correndo meus dedos sobre seu
rostinho uma última vez, fui até Ana.
— Não os deixe te provocar, Soren, todos nós sabemos que Devlin era
o maior idiota quando nos conhecemos.
Eu rio com a memória.
— Sim, ele era, e você o odiava.
— Sim, e essa é a sua vantagem porque sua companheira não te odeia.
Talvez você deva apenas dizer a ela a verdade, Soren, tenho certeza que
ela entenderá. — Não vejo nada além da verdade nas palavras de Ana,
mas ainda assim não posso evitar a dúvida que gira em minha cabeça.
— Tenho certeza que sim, só não posso tirar a vida dela, não posso
arriscar matá-la para ficar com ela e não posso correr o risco de ela
concordar de boa vontade com isso apenas para ficar comigo... porque eu
a amo!! Eu a amo pra caralho, isso me mata.
Embora seu rosto mostre que ela entende, ela ainda suspira e revira
levemente os olhos para mim.
— Eu entendo, mas também não é sua decisão, e você não deveria
decidir por ela.
— Eu não posso tirar a vida dela Ana. Eu não posso!
— Eu sei que você não quer, mas é a vida dela. A escolha é dela.
— Eu sei — eu suspiro.
— Eu simplesmente não posso. — Inclinando-me, beijo o lado de sua
cabeça.
— Vejo você em alguns dias, me ligue se precisar. — Ela acena
levemente antes de me deixar passar. Criando um portal, eu caminho por
ele e saio direto na minha porta da frente. O simples movimento não
deveria deixar meu lobo nervoso, mas ele está.
Alguma coisa não está certa! Há um cheiro aqui que parece tão
familiar. No entanto, está tão desbotado pela brisa que não consigo
identificá-lo.
Cheira quase a Zayla, mas o cheiro é tão fraco que poderia ser
qualquer pessoa com um cheiro semelhante.
Abrindo minha porta, minha suspeita de que o cheiro era na verdade
Zayla é respondida muito rápido, e eu quero dizer rápido pra caralho! O
cheiro é tão forte que sinto meu lobo queimando em minhas veias para
mudar. Como diabos ela encontrou este lugar? Como ela entrou?
O cheiro dela e o meu misturados pela casa é celestial, meu lobo
praticamente ronrona ao pensar em nossa pequena Lux curtindo nossa
casa.
Seguindo o cheiro ao redor, tento cheirar seus movimentos. O que ela
fez enquanto esteve aqui? O que ela procurou?
Fazendo meu caminho para a cozinha, vejo uma caçarola sobre o
fogão, uma folha de alumínio a cobre cuidadosamente dobrada e uma
nota colocada em cima.
Pegando o papel, eu o inspeciono como se fosse frágil. Meu nome está
lindamente posicionado de um lado e do outro escrito na letra cursiva de
Zayla dizendo 'Ei, baby, eu imaginei que você estaria com fome quando
chegasse em casa, eu com certeza fiquei quando arruinei seus lençóis'.
A carinha piscando no final da página me fez engolir em seco e deixar
cair a nota antes de correr para o meu quarto.
A porta está totalmente fechada e parece quase como eu a deixei, no
entanto, o cheiro de Zayla é mais forte aqui.
Depois de várias respirações profundas, finalmente giro a maçaneta e
abro a porta. O cheiro de seu desejo e de seu gozo sufoca cada molécula
do meu corpo.
O cheiro é tão forte que caio de joelhos bem ali na porta. O cheiro me
faz perder o controle sobre minha mente, permitindo que meu lobo
literalmente rasgue seu caminho para fora de mim.
Uma vez que estou totalmente em quatro patas, meu lobo começa a
andar ao redor do quarto, ele está andando muito, mas ainda está
evitando a cama. É quase como se ele estivesse com medo de perturbar a
bela mancha úmida brilhando em nossos lençóis.
Eu tento fortemente segurá-lo, seus pensamentos erráticos girando
em um fogo rápido.
Quando ele finalmente pula na cama, sua língua sai, lambendo um
pouco de seu gozo no lençol.
O sabor dela fez nossa espinha estremecer de prazer.
Eu tento pará-lo, eu realmente tento! Mas uma vez que ele sente o
gosto dela, ele vai embora. Correndo para fora de nossa casa e em direção
à nossa companheira. Sua necessidade de terminar o vínculo e torná-la
nossa é mais forte do que nunca.
Eu tinha começado este dia planejando evitá-la, planejando ir para
casa no purgatório por uma semana ou mais para salvá-la.
Mas o cheiro dela fez com que toda a minha determinação se
dissolvesse. Eu preciso dela! E eu preciso dela agora!
Capítulo 19
HELLO DARKNESS, MY OLD FRIEND
Zayla

Saindo do churrasco, corro o mais rápido que minhas pernas humanas


permitem, minhas emoções me dominam, então não me transformar em
meu lobo é uma tarefa impossível.
O pensamento de que Soren nunca mostre seu rosto, a ideia de nunca
poderei ter meus próprios filhos me levou a uma espiral de emoções.
Eu corro pelo que parece ser uma eternidade, minhas pernas estão
trêmulas e minha respiração está difícil, mas acabo chegando a um
penhasco não muito longe da casa de Soren, e me sento na beirada.
Sento-me em silêncio em minha tristeza pelo que parece uma
eternidade, antes que eventualmente essa tristeza se transforme em
raiva!
Raiva pelo fato de que todos os dias, aparentemente, todos em minha
vida decidem que sabem o que é melhor para mim.
Raiva por meu companheiro decidir que ficar longe é o melhor para
ele, mas tem a audácia de ficar com tanto ciúme que me marca.
Raiva por meus irmãos decidirem que seus valores são mais
importantes do que ouvir sua própria irmã e descobrir o que aconteceu
antes de ficar com vergonha de mim. Como se eu fosse anormal, como se
ser marcado por alguém que não é seu companheiro fosse uma coisa
ruim.
Sim, companheiros são importantes, para os lobos eles são tudo! Mas
isso não impede o livre arbítrio e as coisas acontecem, companheiros
morrem antes de se encontrarem o tempo todo. E considerando que você
só tem um, encontrar um outro escolhido não é incomum! Então foda-se
eles e sua vergonha! Tenho vergonha deles por terem a mente tão
fechada depois de tudo pelo que nossa mãe passou!
Tenho vergonha deles como futuros líderes, se não estão dispostos a
aceitar que merdas acontecem. E o mais importante, tenho vergonha
deles por agirem como se não me conhecessem!
Eu simplesmente não entendo por que todos ao meu redor ficam
felizes, mas principalmente, eu não entendo, por que Soren consegue
manter minha felicidade nas sombras com ele. Não é justo.
Discutindo as direções em que meus pensamentos estão indo, quase
não ouvi o som de um graveto quebrando atrás. O som é quase abafado,
mas chama minha atenção apenas o suficiente para que eu me vire no
momento em que alguém se lança em mim.
A ação me faz quase cair do penhasco, mas eu rolo para a direita ao
mesmo tempo em que alguma coisa me atinge, o lobo selvagem em cima
de mim está mordendo meu rosto, então levanto o meu e o soco no
rosto, a ação o pegando de surpresa e permitindo que eu tenha tempo
suficiente de deixar minha loba sair de dentro de mim.
Minha transformação é rápida, e antes que eles tenham tempo de
reagir, minha loba está agarrando seu pescoço enquanto ele ainda está
caído.
O selvagem está se debatendo, cravando suas garras cravando em
minha barriga e nas laterais do meu corpo com mais força e o sangue sai
pingando de mim.
Mas eu não o solto, em vez disso, continuo rasgando sua garganta!
Seu corpo ainda está tentando lutar contra mim enquanto ele sangra
antes de finalmente engasgar com seu próprio sangue. Seu corpo cai em
cima do meu. Eu e minha loba estamos feridas e fracas por causa da
carne dilacerada de nosso abdômen.
Tentando sair debaixo do lobo agora morto, eu nem noto o resto
deles que agora estão me cercando.
Não, eu não os noto até que tento me levantar depois de lutar para
me libertar e cair no chão com um dolorido bufo.
Seus rosnados chamam a atenção da minha loba. Há pelo menos 13
deles diante de mim, todos prontos para atacar a qualquer momento.
Com as pernas trêmulas, tentamos ficar de pé, o movimento envia
onda após onda de dor por cada nervo dilacerado.
Minha loba choraminga, mas se levanta, estamos sangrando muito,
mas ela se mantém firme. Rosnando para eles de dor.
O que eles encaram como um desafio, pois todos atacam ao mesmo
tempo. Meu lobo se esquiva de alguns deles, usando nossa velocidade
para atacá-los, ao mesmo tempo em que corre em volta deles.
O objetivo é evitar a porra das garras deles até que as feridas que já
temos comecem a cicatrizar. Mas graças a essa porra de marca no
pescoço agora elas cicatrizam mais devagar! Se Soren e eu tivéssemos
marcado totalmente, eu teria sido curada instantaneamente! Mas as
marcas pela metade diminuem a velocidade da cura para um ritmo quase
humano.
Meus movimentos rápidos ao redor do campo me fazem evitar a
maioria de seus dentes, mas me deixam exausta. Eu consigo derrubar
pelo menos mais 8 deles antes que meu corpo comece a desacelerar.
A dor está se tornando insuportável e não posso evitar meus
movimentos de embriaguez enquanto tentamos continuar a empurrar
nosso corpo sangrando com mais força. Isso dá abertura para um dos
selvagens pular em mim, empurrando meu rosto na sujeira.
Meu lobo e eu gritamos quando todos os 5 lobos restantes mordem
nossa pele, puxando e rasgando a carne.
A dor se torna insuportável e nosso lobo se retrai, deixando-nos nus
em nossa forma humana.
Os lobos param de morder nossa carne quando estamos totalmente
de volta ao nosso eu humano, mas eles continuam a estalar os dentes em
nossos rostos.
Perdi tanto sangue que mal posso ver, minha mente entrando e
saindo da consciência. Até eu ouvir um som distinto de ossos quebrando.
Meus olhos estão pesados demais para abrir, mas assim que o som para,
eu o sinto. Uma mão na minha perna.
A mão aperta logo acima da minha coxa. Eu choramingo ao ver a pele
em contato com a pele.
Meu gemido é recebido com uma risada e, em seguida, essas mesmas
mãos correndo ao longo da minha bochecha, posso sentir o joelho do
homem tocar meu quadril e todo o meu corpo se sacode e minhas pernas
se fecham com toda a força que me resta.
É
— É uma pena termos ordens para matá-la, você teria dado uma linda
prostituta. — Seus dedos percorrem meu rosto e pescoço.
— Você tem um corpo tão bonito, que tal ficar viva tempo suficiente
para que eu possa brincar com ele. Inferno, eu posso até brincar com ele
depois, — ele ri enquanto eu choro. Eu choro muito!
Sua mão ainda está descendo lentamente pelo meu pescoço. Bem
quando ele está prestes a tocar meu mamilo, seus dedos mal roçando
minha auréola, eu o sinto sendo arrancado. Rosnados e gritos de dor
percorrem as árvores. Os sons dos lobos que estavam me ameaçando
decolando na direção oposta me fazem puxar toda a força que tenho para
rolar.
Quando meus olhos finalmente ficam claros o suficiente através das
lágrimas para ver o que está acontecendo, vejo a coisa mais demoníaca
que já vi.
O lobo na minha frente tem sua boca cheia com a cabeça do homem
que eu suponho que estava me tocando, e outro lobo lutando por sua
vida sob sua pata. É a pata que está brilhando em um vermelho brilhante
e parece que está derretendo na carne do selvagem.
Examinando seu corpo, noto que seu pelo está carbonizado, mas você
pode ver seu corpo por baixo. O fogo está queimando sob seu pêlo
emaranhado, está se movendo e iluminando suas veias como se fosse seu
sangue.
Ele parece feito de lava, sua pele assumindo essa aparência quando
esfria.
Seus olhos poderiam iniciar um incêndio na floresta, as íris negras
sólidas não mostram emoções e nenhuma cor, exceto uma tocha acesa
através deles. Um fogo literal está queimando em seus olhos. Nunca vi
nada parecido antes em toda a minha vida! E eu deveria estar com medo.
Porra, eu deveria estar apavorada.
Mas eu não estou! Encarando este lobo, ou o que quer que ele seja,
minha mente está tão calma. Tão em paz que meu cérebro finalmente
começa a desligar, a última coisa que vejo é isso, e isso me faz desmaiar
com um sorriso no rosto, porque eu conheço aquela besta.
Como conheço meu próprio reflexo, como conheço minha própria
alma. Essa besta, aquele lobo demoníaco.
Esse é o meu Soren. E foda-se, ele é lindo!
Capítulo 20
MINHA FILHOTE!
Zayn

Beijando meu filhote na cabeça, saio do quarto de Zayla, indo para o


meu. Sentada na cama está minha linda companheira, ela está segurando
a parte de trás do sapato, seu rosto está focado, mas posso ver a tristeza
escondida ali em seu rosto.
Abaixando-me, beijo o lado de sua cabeça, antes de ficar de joelhos na
frente dela, pegando o complicado fecho de seus sapatos e fechando-o no
lugar, em seguida, movendo suavemente suas pernas.
Chegando o mais perto dela de joelhos, eu envolvo meus braços em
volta de seus quadris enquanto coloco minha cabeça em suas pernas.
Skyla não espera nenhum momento, suas mãos acariciam meu cabelo
enquanto nós dois suspiramos.
— Eu me sinto um pai de merda.
— Você não é, você é um pai incrível, Zayn.
Seus dedos passam por meus cabelos por mais um momento, nós dois
ficamos apenas sentados em silêncio.
— O que vamos fazer com Zayla, companheiro?
Ele está machucando nossa princesa.
— Não posso evitar, mas permito que minha mente volte para o rosto
dela no momento em que ela nos contou.
Eu sei que foi apenas esta manhã, mas eu sinto que tudo no mundo
dela está desmoronando e como seu pai eu deveria estar consertando isso
e não sei como. Eu só estou piorando as coisas.
— Não há nada que possamos fazer Zayn, só precisamos estar lá para
ela. — Suspirando alto, me afasto, agarrando sua mão e a ajudo a se
levantar. Beijo minha linda Skyla nos lábios antes de concordar.
— Eu sei que você está certo, você sempre está.
— Sinto muito, você pode repetir isso? — Ela ri em meus braços.
Girando em torno dela, eu a empurro para frente um pouco antes de dar
um tapa em sua bunda.
— Não! Eu sou um cara acabado.
Ela ri uma risada profunda. — Sim, é por isso que temos três filhos e
você está constantemente implorando por mais.
Suas risadas ressoam pelo corredor enquanto eu as sigo para o
quintal.
Skyla e eu passamos os próximos 20 minutos cumprimentando a
todos e conversando sobre as atividades da matilha com as famílias,
meus filhos e seus companheiros fazendo rondas também antes de Zayla
sair.
Ela copia nossos movimentos, cumprimentando os membros da
matilha com Paisley antes de pegar comida e tomar seu lugar à mesa na
frente da nossa. Seus olhos examinam minha mesa, seus olhos ficam
mais tempo nos gêmeos interagindo com seus companheiros antes de
baixar o olhar para o prato, ligeiramente ferida.
Paisley se inclina e diz algo que faz seu rosto se iluminar. Baixando
sua guarda o suficiente para permitir que minha mente de lobo se
conecte com a dela. — Você está linda, filhote. Ela levanta a cabeça sorri
para mim, seu lindo rosto iluminando-se ainda mais.
Zayla aprendeu muito comigo, seus traços se assemelham mais à
minha mãe do que aos da mãe dela, ela é uma daquelas crianças que se
parecem tanto com os pais que, mesmo que você tenha dúvidas, basta
olhar e você saberá instantaneamente. Um movimento com o canto do
olho tira minha atenção da minha princesa e para o meu lado, meu filho
mais velho Draxel está de pé, tilintando seu copo.
Observo com orgulho enquanto meu filho conta à matilha sobre o
futuro líder, um novo filhote com que ele e sua companheira abençoarão
o mundo em breve. Meu único foco está neles, até que, pelo canto do
olho, vejo a cabeça de Zayla cair, o anseio gravado em suas feições.
Você está bem, filhote? Eu envio a ela um link mental rápido, esperando
que ela me deixe entrar. Mas, em vez disso, eu a vejo sussurrar para
Paisley, antes de se levantar e ir embora silenciosamente.
'Zayla?' Eu me conecto com ela novamente.
'Estou bem pai, só preciso de um minuto.' Sua triste resposta fez meu
humor ficar sombrio.
A partida dela deixou um gosto ruim na boca de Draxel quando ele
terminou de falar, ele se sentou bufando e magoado por sua irmã não
estar feliz por ele.
— Só não entendo por que ela iria embora, ela sempre quis que
tivéssemos filhotes.
— Não é você Drax, sua irmã só precisa de um minuto. — A voz de
Skyla é firme, mas ainda compreensiva com os sentimentos de Draxel.
Ele parecia querer questioná-la, mas foi interrompido pela fila
interminável de membros do bando que queria os parabenizar.
Depois de cerca de 30 minutos de idas e vindas entre os membros da
matilha, minha preocupação com minha filha não diminui, mas piora.
Tentei várias vezes chegar até ela, para ver como ela está, mas todas as
vezes não consigo nada além de silêncio.
Sua meia marca está bloqueando sua habilidade de conectar-se a
outras mente a longas distâncias, dependendo da força dela, ela
provavelmente tem um alcance máximo de cerca de 10 milhas, ou menos.
O que significa que ela está mais longe do que isso. E isso me preocupa,
porque não tenho ideia de onde ela possa estar.
Agarrando o braço de Skyla, eu a tiro de sua conversa, me afastando
para termos um pouco de privacidade.
— Skyla, não me sinto bem! Algo está errado.
Seu rosto está preocupado e mostra que ela está se sentindo da
mesma maneira
— Eu também não, algo está definitivamente errado...
Sua frase é interrompida por uma onda de dor em massa cortando o
elo da matilha, a dor tão forte que os lobos ao nosso redor caem de
joelhos.
— Pai, o que está acontecendo? — Drayden grita, quase rastejando até
mim.
— Alguém está morrendo. — Skyla grita quando outra onda atinge a
matilha toda de uma vez. Meu lobo grita na minha cabeça 'filhote, filhote,
filhote', o lobo de Skyla fazendo a mesma coisa.
É
— É Zayla! — Minha companheira está enrolada em uma bola
gritando de dor pela vida de nossa filha se esvaindo.
Drayden e sua companheira Blair cercam Skyla com um abraço,
segurando minha companheira enquanto ela desmorona. Eu não posso
confortá-la, meu lobo está pirando.
— Eu tenho que ir! Eu tenho que pegá-la! — Digo em pânico que a
dor diminuiu, o vínculo com a vida da minha filha é mais tênue que um
fio de cabelo.
Draxel corre para o meu lado, sua companheira Kimber se juntando a
Drayden e sua companheira para confortar Skyla. Suas lágrimas têm feito
meu coração se despedaçar mais do que já está. Beijo Skyla na cabeça,
prometendo encontrá-la, antes que Draxel e eu partamos para a floresta.
Rapidamente seguimos seu cheiro, tentando manter nossa mente
clara o suficiente para encontrá-la.
Sentindo o cheiro de fumaça, nos viramos e seguimos para uma
clareira nas profundezas da floresta. Há fogo e cadáveres por toda parte.
— Pai, ela não pode estar aqui! — A voz de Draxels sangra de dor com
a ideia de sua irmãzinha estar entre a horda de lobos mortos.
Há cadáveres por toda parte, partes de corpos espalhados pelo chão.
Pequenos torrões no chão ardem em chamas.
Draxel e eu procuramos cada corpo, mas ela não está aqui! São todos
selvagens.
— Ela não está aqui, cadê ela!!! — Onde diabos está minha filha! Meu
lobo sai de dentro de mim, procurando o cheiro da minha filhote pela
área, mas ela se foi.
O cheiro simplesmente para bem neste ponto. O local fica bem no
meio de um círculo cercado por luas crescentes, que parecem queimadas
na terra. Uivando de dor, meu lobo chora por ela. Onde você está Zayla?
Onde está minha filhote!
Capítulo 21
EU ESTOU AQUI COM VOCÊ
Soren

Correndo por entre as árvores, meu lobo está determinado a chegar até
ela. Nossos passos são tão rápidos que mal podemos ser vistos a olho nu.
O pelo do meu lobo está brilhando ao luar, os fios pretos levemente
iluminados. Ao contrário dos lobos normais, o meu tem duas aparências,
quando ele está feliz e calmo ele se parece com um lobo preto normal, ele
tem o dobro do tamanho de um lobisomem normal, mas ele se parece
com eles.
E agora, com o sabor de nossa companheira em nossa língua, e a
imagem vívida dela espalhada em nossos lençóis está correndo em nossa
cabeça, nunca estivemos mais felizes ou mais determinados em nossas
vidas.
Nossos longos passos em direção à nossa bela Lux são interrompidos
quando ouvimos um gemido de dor. O tipo de choro que faz sua alma se
partir. O tipo de choro de quem não está pronto para desistir, mas está
tão cansado que está prestes a fazê-lo.
Meu lobo muda de curso instantaneamente.
Chegando à clareira, há lobos mortos por toda parte, e antes mesmo
que eu possa tentar encontrar a fonte do gemido eu a vejo.
Minha Lux! Minha luz. Minha Zayla!
Meus olhos se fixam em seu corpo nu, seus olhos estão fechados e seu
corpo ensanguentado está tenso, mas fraco. Assim que eu tiro meus
olhos de seu rosto, eu noto o humano tocando-a e nós perdemos a
cabeça.
O fogo se inflama através da minha corrente sanguínea, a alma do
meu lobo se tornando demoníaca. As chamas gritando de dor enquanto
fluem por nós, nosso corpo alimentado pelos rios de fogo do inferno que
sustentam meu lar.
Saltando pelo ar, pego o humano pela garganta. Apertando seu
pescoço, eu permito que minhas presas perfurem sua pele, fazendo com
que a lava derretida que é meu sangue encha seu corpo, derretendo-o de
dentro para fora antes de arrancar sua cabeça de seus ombros.
Com sua cabeça presa firmemente entre minhas mandíbulas, seus
amiguinhos decidem que é inteligente correr. A covardia deles fez meu
lobo explodir. Então vocês acham que tudo bem assistir a porra do seu
amigo tocar no que é meu! Podem foder com a rainha da morte, mas são
covardes demais para lidar com o rei?
Não permitirei que aconteça! Ninguém toca na minha luz! Porra
ninguém!
Terminando rápido com os cinco lobos restantes, eu queimo, rasgo e
marco suas carnes. Minha raiva ao matá-los fez o chão tremer e portais
aparecerem pipocando por todo o lugar.
Meus ceifeiros não podem deixar de ouvir o aviso e serem chamados
ao meu lado quando eu atinjo esse ponto de raiva. No entanto, eles não
atravessam os portais. Eles ficam no purgatório apenas observando
enquanto eu arranco a cabeça do lobo já morto de seus ombros.
Meu lobo está tão distraído por sua necessidade de punir aqueles que
machucaram nossa preciosa companheira que estamos quase
entorpecidos ignorando o mundo inteiro ao nosso redor. Até que as
palavras que eu nunca quis ouvir são ditas com tristeza por trás dos
portais.
— Nossa Rainha, na Lista da Morte.
Seus sussurros tristes soam como gritos em meu ouvido,
efetivamente prendendo minha atenção.
Eu consigo puxar meu lobo de volta, a dor é quase insuportável
quando ele está com raiva. Assim que minha forma humana assume
completamente o controle, ouço a respiração engasgada de Zayla.
Correndo até ela, eu a agarro e a levanto, ela estava deitada de bruços
com o rosto no chão, seu braço estava estendido na minha direção, quase
como se ela estivesse tentando rastejar até mim.
Puxando-a para o meu peito, não consigo parar as lágrimas que
correm pelo meu rosto. Isto é minha culpa! Se eu tivesse deixado ela
completar o vínculo, ela já teria sido curada.
— Meu amor, por favor!! Apenas fique mais um pouco comigo, eu
sinto muito. — Deitando-a novamente, começo a lamber suas feridas.
Sua respiração é tão forçada e superficial que tenho medo de que isso não
funcione, mas eu continuo de qualquer maneira.
Minha saliva acelera o processo de cura dela. Mas não tão rápido
quanto eu gostaria! Estou destinado a tirar vidas, não dá-las, não curá-
las, esse conhecimento do que eu sou está gritando no fundo da minha
cabeça. Me dizendo que não vai funcionar, não é bom o suficiente para
salvá-la.
Quando eu finalmente termino de limpar todos os seus ferimentos.
Eu a puxo para o meu peito. Envolvendo meus braços ao redor dela com
a maior força possível.
Com minha cabeça encostada em seu cabelo, não consigo parar as
lágrimas, que caem em seu ombro.
Ela está tão mole. O fogo que ilumina minha linda Lux se extinguiu. E
com ele meu coração.
— Por favor, Lux, por favor. Não me deixe, por favor! Eu te amo
muito. — Em meio às minhas lágrimas, noto que suas feridas estão
começando a cicatrizar. Apenas as pequenas estão fechando, mas as
maiores pararam de sangrar. Isso é um bom sinal.
Puxando-a mais para cima, sua cabeça se apoia no meu ombro e eu
apoio minhas mãos de forma que eu seja capaz de carregá-la ao me
levantar.
Assim que estou totalmente de pé, noto que meus ceifeiros têm seus
portais nos cercando, protegendo-nos do mundo exterior. Sua
necessidade de nos proteger brilhando em sua expressão triste.
— Deixem-nos em paz! — Meu tom é magoado e dolorido, mas ainda
mantém minha autoridade. Com fachos de luz saindo de suas cabeças,
eles começam a fechar seus portais. A única coisa que mostra que eles
estavam lá são as marcas de queimaduras dos portais que tocaram a terra.
Assim que o caminho ficou suficientemente claro. Eu começo a andar
em direção a minha casa. Minha necessidade de levar minha Zayla para
algum lugar quente e fora de perigo está tomando conta de todos os
meus sentidos. É como se meu corpo estivesse no piloto automático.
Ela permanece imóvel durante toda a caminhada de três quilômetros,
só quando chegamos à minha cabana é que ela começa a se mover.
Seu corpo se move ligeiramente sob o meu toque, o movimento envia
arrepios por todo o meu corpo e deixa meu lobo mais feliz do que nunca.
Movendo minha mão para abrir a porta, sua mão sobe em volta do
meu pescoço, e seu rosto se aproxima de perto da minha orelha.
Aninhando-se entre meu ombro e meu pescoço.
— Soren. — Ela diz em um suspiro feliz, enquanto ela puxa tanto ar e
meu cheiro quanto seu corpo fraco permite.
Entrando em casa, fechei a porta atrás de nós rapidamente, sua
respiração ficou mais alta e mais forte. Seu coração está batendo forte em
seu peito, o que significa que seu corpo está se curando, talvez não no
ritmo normal, mas ela está se curando!
Colocando minha mão livre de volta sob sua perna. Eu a puxo ainda
mais perto de mim, meu corpo inteiro amando as faíscas que o contato
pele a pele faz entre nós.
Meus passos para o meu quarto são mais lentos, meu corpo lutando
contra si mesmo e contra a ideia de que terei que soltá-la assim que
chegar na minha cama.
Esse pensamento sai pela janela rapidamente! Assim que atravesso a
porta do meu quarto, paro no meio do caminho.
A cabeça de Zayla se move rapidamente, sua boca e presas apertando
minha carne. Marcando-me como dela para sempre.
Capítulo 22
OLÁ, COMPANHEIRO!
Zayla

Meu corpo dói, a dor queima cada terminação nervosa. A única coisa que
torna isso suportável são os pequenos arrepios iluminando minha pele
com cada toque de meu corpo contra o de Soren enquanto ele caminha.
Ele aperta forte meu corpo, protegendo-me do perigo. Meu corpo
está tão relaxado, finalmente em seus braços, que começo a cair no sono.
No entanto, quando estou à beira da inconsciência, ouço o uivo de
dor de meu pai, que atravessa as árvores como querosene sendo jogado
no fogo.
Então eu o ouço. Eu o ouço claro como o dia em minha cabeça, 'Zayla,
filhote, por favor, me diga onde você está, por favor, fique bem! Eu te amo
filhote, por favor! Onde você está? '
Sua voz parte meu coração! Portanto, não há dúvida de que uso toda a
força que me resta para respondê-lo. 'Estou bem pai, Soren me pegou. Eu te
amo! '
Eu desmaio logo depois, o uso do meu último resquício de energia me
drenando completamente. Durmo profundamente por vários minutos, a
desaceleração dos movimentos de Soren é o que me acorda, pelo cheiro
forte dele inundando o ar, presumo que já tenhamos chegado a sua casa.
Sua mão solta meu corpo, meu braço está em volta do seu pescoço,
puxando-me ainda mais para ele.
— Soren. — É tudo que tenho força para dizer, em um suspiro de
satisfação quando eu respiro em seu pescoço.
Seu cheiro embalando minha loba em um estado de pura felicidade, a
única coisa que nos impede de atingir um estado de alegria completa é a
dor de todas as minhas feridas e a fraqueza da minha perda de sangue.
O formigamento que estou sentindo no nariz por me enterrar em seu
pescoço faz com que a realização me atinja. Ele teria vindo até mim se eu
não tivesse acabado de me machucar?
Quanto tempo eu teria que esperar antes que ele me permitisse
marcá-lo? Por mais que ame Soren e não queira pressioná-lo a fazer algo
que ele não quer, estou farta de vê-lo segurando meu futuro nas mãos.
Estou farta de todos tentando decidir meu futuro por mim.
Então, com toda a determinação que meu corpo fraco conseguiu
reunir, me afasto um pouco antes de morder seu pescoço, unindo nossas
almas, nossos corações, e tudo mais como um.
Marcando-o para sempre como sendo meu!
Assim que minhas presas perfuraram sua pele, ele grunhiu, o prazer
de completar o vínculo está inundando nossos corpos com tanta força
que seus braços aumentam seu aperto em volta de mim, antes que suas
pernas cedam e ele caia de joelhos.
Mantendo minhas presas em sua pele, posso sentir meu corpo se
curando completamente, a dor é quase inexistente.
Enquanto eu movo minhas mãos por todo o seu corpo, sua pele
arrepiada, seu corpo vibrando de prazer enquanto minhas mãos
vagueiam.
Ele não faz nenhum movimento para me impedir, em vez disso, ele se
ajoelha com a cabeça para trás, sua respiração difícil por causa dos
gemidos ásperos que tomaram conta de sua garganta. Torcendo meu
corpo levemente, faço com que ele me solte, mas nunca me deixando ir
completamente.
Eu movo meu corpo até que estou montada nele, meu braço esquerdo
passando lentamente por seu torso, deixando minhas unhas arranharem
suavemente seu belo corpo escultural. Quando minha mão atinge seu
cabelo, puxo sua cabeça ligeiramente para a esquerda, antes de puxar
minhas presas de seu pescoço. Com o meu movimento, ele solta um
gemido triste com a perda de contato.
Lambo a ferida antes de arrastar minha língua até o lado de seu
pescoço, meus olhos fechados o tempo todo.
Usando minha mão que ainda está presa em seu cabelo, eu puxo seu
rosto e encosto meus lábios nos dele.
Meu corpo se acende com a sensação de seus lábios nos meus, uma
onda de 'finalmente' toma conta do meu corpo enquanto nós dois
aprofundamos o beijo.
Este beijo é tudo menos gentil, pode ter começado suavemente, mas
assim que meus lábios tocaram os dele, seu braço esquerdo veio ao meu
redor, me apertando contra ele. Seu braço direito subindo e segurando
meu rosto contra o dele. Ambos estamos fazendo tudo o que podemos
para nos aproximar.
Arrastando meus quadris por suas coxas, minha bucetinha se esfrega
em seu pau grosso e endurecido. O movimento nos fez gemer em nosso
beijo. O prazer desse simples toque está se tornando quase insuportável.
Mas o sentimento é muito eufórico para parar, então eu continuo
pressionando contra ele. Seu pau deslizando entre os lábios. Cada vez
que quase me penetra, mas eu recuo um pouco antes.
A sensação dele deslizando para frente e para trás, seu pau se
esfregando em meu clitóris com cada golpe que faço com meus quadris,
cada movimento que faço é mais lento e ainda mais poderoso, minha
necessidade de sentir tudo dele assumindo o controle.
Seus gemidos com meus movimentos me estimulam ainda mais,
minha agressividade e possessividade estão brilhando através de mim
como minha loba e eu me seguro para não tê-lo aqui e agora.
Beijando seu pescoço lentamente, eu faço meu caminho de volta para
sua marca, correndo minha língua ao longo da pele sensível e ele grita de
prazer.
Sentindo pequenas gotas de pré-gozo escorrendo no meu clitóris, eu
paro meus movimentos por um segundo. Os braços de Soren agarram
minha cintura, mas não me movem, embora eu possa sentir que ele está
lutando para não fazê-lo.
Mordendo-o novamente, eu o marco pela segunda vez, meus quadris
perfeitamente parados até que sinto nosso vínculo estalar novamente em
minha cabeça. Assim que eu sinto isso, eu me esfrego com força em seu
pau já pingando.
O movimento tem nós dois gozando! Gritando com a sensação
enquanto nos encharcarmos em nosso orgasmo.
Ofegante, eu solto seu pescoço, agarrando seu rosto em minhas mãos,
eu o beijo novamente. Meus lábios estão desesperados por ele, mas meu
corpo está mais lento. Canta para ele, vibrando em uma sensação
eufórica do que acabou de acontecer.
Uma vez que a onda diminui um pouco eu começo a mover meus
quadris novamente, mais lento desta vez. A sensação é tão boa quanto
antes, minha necessidade de gemer mais forte e mais desesperada com
cada impulso que meus quadris dão.
Depois de várias vezes fazendo isso, Soren finalmente teve o
suficiente! Rosnando, ele nos inclina para frente de modo que agora
estou deitada no chão embaixo dele. Minhas pernas ainda estão
enroladas em torno dele e sua boca ainda está travada na minha. Sua
língua está lutando pelo domínio da minha, cada movimento dela em
minha boca me deixa mais molhada.
Ele continua o beijo por um momento, seu peso corporal me
impedindo de mover o meu contra ele. Ele me prendeu embaixo dele, e
eu adoro isso!
Sua mão sobe e agarra meu cabelo puxando meu rosto para o lado e
para longe dele, ao mesmo tempo que ele está beijando meu pescoço até
a minha marca. Uma vez que seus lábios tocam o ponto sensível que eu
gemo, o prazer que os companheiros têm ao serem tocados ali é o
suficiente para fazer você gozar.
Quando seus dentes mordem como eu tinha acabado de fazer com
ele, é exatamente o que eu faço, eu explodo bem ali, ele pressiona seus
quadris em mim no momento certo copiando o que eu tinha feito com
ele momentos atrás.
E assim como antes, eu desmorono com a sensação! Encharcando seu
pau novamente com meu gozo. E ele não para por aí, ele continua
empurrando seus quadris. Seu pau sendo esfregado mais agressivamente
contra meu clitóris, agora muito sensível.
Sua mordida misturada com os movimentos que seu pau está fazendo
deixa meu corpo pronto para liberar novamente.
— Soren, por favor. — Eu gemo, minha necessidade por ele é muito
forte para aguentar por mais tempo! Ele geme com o meu apelo, mas não
para a tortura sexual que está fazendo em meu corpo!
Com ambas as mãos segurando firmemente meus quadris, ele força
minha boceta para a parte de baixo de seu pênis novamente, a força disso
me deixa quase louca. Assim que eu gozo novamente, ele tira os dentes
de mim, lambendo a ferida limpa.
O formigamento de sua língua na minha pele enquanto me cura, me
faz chorar ainda mais! Meu orgasmo se intensificou ao máximo. Todas as
suas mãos estão vagando devagar pelo meu corpo até o meu rosto.
Segurando meu rosto onde ele quer, sua voz canta para mim
— Zayla, olhe para mim. — A voz dele está tão rouca! Tão profunda
que parece quase doloroso deixar suas cordas vocais, mas porra, é um
som tão lindo para os meus ouvidos.
Com uma mão em cada uma das minhas bochechas, abro os olhos
para ver a coisa mais linda do mundo. Ele.
Seus lindos olhos acinzentados estão olhando para os meus com
tanto amor e sinceridade que rapidamente me perco neles.
Afastando meus olhos, eu os arrasto sobre seu rosto. Este é ele! Este é
o meu Soren! Depois de 21 anos finalmente estou vendo seu rosto! E ele é
gato pra caralho!
Sua pele tem um belo bronzeado caramelizado, que destaca sua
mandíbula forte e constituição tonificada. Seu rosto tem aquela ligeira
barba por fazer que apenas destaca seus traços em vez de mascará-los.
Seu nariz é perfeito e seu cabelo espesso é de um lindo castanho-
amarelado misturado com castanho escuro. Ele é a imagem de como
seria o humano perfeito.
Quando vejo seus lindos lábios carnudos se curvando em um sorriso,
seus dentes perfeitamente retos e brancos brilhando para mim trago
meus olhos de volta aos dele.
— Minha linda Lux. — Eu não o deixo terminar o que ele ia dizer
antes que meus lábios estejam de volta nos dele.
Capítulo 23
ACASALANDO
Zayla

Seus quadris pararam de mover-se agora, então tento mover os meus,


mas estou tão presa sob ele que me mover é quase impossível.
Afastando-se um pouco para que nossos lábios estejam perto o
suficiente para se tocar, mas não se tocam enquanto sussurro: — Me
possua, Soren.
Eu vejo seus olhos se arregalaram de surpresa, antes de finalmente se
acalmarem enquanto ele procura os meus. Ele está procurando por uma
dúvida, mas não encontrará nenhuma! Eu sei o que quero! E o que eu
quero é ele, enterrado dentro de mim!
Uma vez que ele está seguro de que estou realmente pronta para isso,
ele move seu corpo, permitindo que eu fique mais confortável. Ele alinha
seu pau e empurra levemente para que eu possa sentir sua cabeça bem na
minha boceta.
Ele tem o pau grosso! A cabeça dele mal me tocando, mas eu já posso
sentir a dor da tensão.
Suas mãos sobem e agarram meu rosto novamente, nossos olhos
ainda estão fixos um no outro.
— Eu te amo tanto Zayla! Eu te amo desde o momento em que te vi!
E te amarei para sempre!
Suas doces palavras fazem lágrimas caírem dos meus olhos, temos
tanto que descobrir, tanta dor que temos que superar, mas agora, com ele
olhando para mim do jeito que está, com tanto amor e agradecimentos
brilhando através daqueles olhos cinza deslumbrantes, tudo isso
desaparece.
Tudo o que vejo é ele. Levando minhas mãos até ele e imitando seu
movimento, seguro seu rosto suavemente em minhas mãos.
— Eu te amo mais do que a própria vida, Soren.
Seu polegar sobe e enxuga minha lágrima perdida.
— Minha linda Lux.
Seus lábios pressionam contra os meus suavemente. Suas mãos
descendo suavemente pelo meu corpo até chegarem aos meus quadris.
Em um movimento rápido, ele agarra meus quadris me puxando para
ele enquanto entra em mim pela primeira vez.
Reivindicando minha virgindade como sua!
Eu choramingo de dor. Seu pau me esticando ao máximo, mas ele
permanece completamente imóvel.
— Foda-se! Você é tão apertada! — Ele geme, deixando cair a cabeça
ao lado da minha marca, mas não se move. Ele continua a gemer com a
sensação de estar dentro de mim, seu corpo está completamente parado.
Ele fica assim por um bom tempo, deixando meu corpo se ajustar ao
seu tamanho e à dor que vem com a perda da virgindade.
Quando eu começo a mexer meu corpo, ele se move para começar a
beijar minha marca. Mas não é o suficiente, eu preciso dele! Eu preciso
que ele se mova!
— Soren, por favor.
Ele geme ao som de meu gemido sem fôlego de seu nome. Beijando
minha marca mais uma vez, ele puxa meu rosto, trazendo meus olhos de
volta aos dele.
— O que você quer Lux? — Sua voz agora é um sussurro na noite.
E a minha é igual.
— Eu quero você, eu sempre quis você.
Colocando as mãos no meu rosto mais uma vez, ele lentamente puxa
seu pau para trás, a sensação arde um pouco, mas seu pau duro está
esfregando tudo do jeito certo, então eu gemo enquanto ele continua a
sair quase totalmente para fora de mim.
Quando sinto sua cabeça quase saindo da minha boceta, eu grito,
meu desagrado se manifestando, enquanto o calcanhar aperta sua bunda,
empurrando-a para baixo.
O movimento deveria encorajá-lo a voltar, mas em vez disso, ele
apenas riu do meu desespero, seu rosto se iluminando com graça.
— Alguém está impaciente. — Ele diz entre risadas antes de começar
a circular seus quadris. O movimento parece fantástico pra caralho. Mas
não é o suficiente! Não é o que eu quero!
— Soren, por favor, me fode. — Eu gemo enquanto ele move seus
quadris novamente, seu pau nunca vai mais longe, mas se movendo
apenas o suficiente para que seja prazeroso.
Rosnando, eu espero até que ele circule seus quadris novamente e,
quando ele faz isso, eu empurro meus quadris para cima. Nos forçando a
gemer, e ele entrar em mim mais do que antes.
— Lux, estou tentando ir devagar porque é a sua primeira vez, por
favor, não me faça perder minha determinação — sua voz é quase um
apelo sussurrado, mas eu não ligo para isso, em vez disso, ignoro seu
pedido, usando o calcanhar do meu pé para encorajá-lo a entrar.
Travando meus olhos com os dele, posso ver um pouco de
preocupação brilhando através deles, mas minha loba e eu não queremos
isso, então, em vez disso, o puxo ligeiramente para frente, permitindo
que ele veja nós dois brilhando através de nossos olhos.
A mudança é um desafio, não apenas para mim, mas também para a
minha loba.
— Eu não quero que você vá devagar, Soren, fomos feitas para agradar
você, então me fode!
Assim que 'então me fode' sai dos meus lábios eu vejo como o belo
cinza em seus olhos se dissolve, o preto sólido assumindo o controle. Seu
lobo ou o que quer que seja, está brilhando. Aceitando meu desafio.
Sem quebrar o contato visual, suas mãos agarram meus quadris em
um aperto punitivo.
Seu corpo saindo de cima de mim ao mesmo tempo.
— Você quer que eu te foda Lux? — Sua voz é ameaçadora, é tão
profunda que soa quase surreal aos meus ouvidos. Arrepios inundam
minha pele e se arrastam pela minha espinha.
Saindo de mim rapidamente, eu nem tenho tempo de reclamar antes
que ele me vire de joelhos, empurre minha cabeça para baixo contra o
tapete de pelúcia. Com minha bunda no ar, ele agarra meus quadris com
mais força desta vez.
— Então eu vou te foder! — Usando meus quadris, ele me puxa com
força enquanto bate seu pau em mim, eu não posso deixar de gritar, mas
ele não para.
Ele usa meus quadris para me puxar para trás, enquanto ele faz o
movimento para frente, me fodendo impiedosamente sem parar.
Depois de vários minutos, suas mãos deixam meus quadris, seu braço
vindo ao redor do meu pescoço. Ele me puxa e parece que vai me
estrangular, mas nunca para de me foder.
Ele continua seus golpes duros o tempo todo, uma vez que minhas
costas estão apoiadas em seu peito, agarra meu cabelo com força.
Puxando minha cabeça para o lado.
— Cuidado com o que deseja Lux. — Seu tom é sinistro e, embora
cause medo em muitos, só me deixa mais molhada.
Capítulo 24
LUX SAFADINHA
Soren

— Cuidado com o que você deseja Lux — sai da minha boca de um jeito
tão demoníaco que tenho medo de que ela se afaste. Mas ela gosta! Em
vez disso, minha lobinha fica mais molhada!
Puxando seu cabelo para o lado em um movimento rápido, eu mordo
de volta em sua marca. Cravando minhas presas mais profundamente do
que antes. Profundo o suficiente para que eu quase possa saborear sua
alma.
Sua boceta está pulsando no meu pau, extraindo cada gota de mim
enquanto continuo minha foda implacável.
Soltando seu cabelo, eu coloco meus dois braços em suas coxas,
separando-as o máximo que posso antes de inclinar-me para trás.
Minhas presas ainda estão em seu pescoço, deito-me com ela contra
meu peito. Usando meus pés no chão para obter mais força, eu continuo
empurrando meus quadris para cima dela, indo o mais fundo em sua
pequena boceta apertada que posso.
Seu corpo está frouxo devido à minha mordida, mas isso não parou os
gritos intermináveis de prazer que deixaram sua boca.
Os sons são quase tão inebriantes quanto ter meu pau dentro dela.
Quase. Agarrando seus quadris novamente, eu solto seu pescoço
lambendo-o levemente enquanto desacelero meus quadris, minha
necessidade de gozar está tomando conta e se eu não desacelerar agora
vou explodir.
— Soren. — Mas minha desaceleração fez minha pequena e travessa
Lux reclamar.
— Não reclame Lux, ainda não terminei!
Puxando seus quadris para cima, e ela quase fora do meu pau, eu uso
seu corpo para jogá-la em cima de mim. Usando seu corpo como uma
marionete para me foder, e foder é bom pra caralho.
Eu continuo isso por vários minutos antes de sentir minhas bolas
começarem a apertar novamente. Sabendo que estou prestes a gozar, eu
nos sento. Empurrando-a para frente e para trás de joelhos em estilo
cachorrinho.
— Você queria que eu te fodesse Lux. É isso que você queria? — Eu
mantenho meu ritmo quase violento o tempo todo enquanto ela
continua a chorar. Mas não com dor. Não.
Seu corpo ama isso, porra, cada aperto das minhas mãos, cada golpe
do meu pau faz a minha garota suja ficar mais molhada. Sua bocetinha
apertando meu pau inchado com cada impulso.
Bem quando eu sinto que estou prestes a gozar, eu retiro. Virando-a
de costas, nem mesmo perco o ritmo antes de entrar nela novamente.
Agarrando seu lindo rosto com ambas as mãos.
— Porra, eu te amo tanto. — Minhas palavras saem em grunhidos
orgásticos, mas as digo com cada parte de mim.
— Eu também te amo. — É gemido de seus lábios antes que os nossos
se derretam. Nossas línguas dançando juntas em uma balada erótica
enquanto nós dois atingimos o êxtase.
Ela goza em todo o meu pau, sua boceta pulsando em volta dele como
se tivesse seu próprio batimento cardíaco. A sensação é tão eufórica que
gozo nem um segundo depois.
Meu pau pintando suas paredes com meu sêmen, mas nunca
murchando. Não podemos deixar de gemer com a conclusão de que
finalmente acasalamos.
Não querendo sair do Santo Graal entre suas pernas, então a beijo
lentamente. Tão lento que consigo recuperar o fôlego.
Isso continua por vários minutos antes de eu sentir sua mãozinha
delicada empurrando meu ombro.
Suspirando por saber que estou prestes a perder essa sensação de
estar dentro dela, mesmo que seja apenas temporário, faz ela rir de mim.
Mas enquanto eu saio lentamente dela, meu pau, que ainda está duro
pra caralho, se esfrega ao longo de suas paredes internas sensíveis,
fazendo-a gemer e depois gemer sozinha com a minha saída, uma vez
que estou totalmente fora. Não posso evitar a risada de sua reação muito
mais dramática à separação de nossos corpos. Deitando de costas, eu a
agarro e a puxo para o meu peito. Beijando o topo de sua cabeça
enquanto meus braços prendem seu corpo ao meu.
Meu corpo está tão relaxado e tão feliz que quase desmaio aqui
mesmo no chão, com minha linda companheira em meus braços.
Isso até eu ouvir o som de batidas na minha porta e Zayla levantando-
se. Seu corpo fica rígido enquanto ela apenas olha para o corredor.
Com um suspiro de frustração, me sento, beijando o lado de sua
cabeça antes de andar e pegar uma boxer na minha gaveta.
A batida continua, mas agora os sons dos meus irmãos atravessam a
porta com força total.
— Soren, abra a porra da porta! Nós sabemos que você está aí!
— Soren, caramba, isso não é uma piada, abra a porra da porta!
— Você nos dedurou, seu bastardo!
Pegando outro par de boxers, eu puxo minha linda companheira, que
está curiosa do chão. Suas pernas tremem ligeiramente e ela as mantém
ligeiramente separadas, o que me faz rir.
— Você está dolorida, Lux. — Eu digo em meu tom mais profundo
enquanto corro minha mão livre até seus mamilos, fazendo círculos ao
redor de seu pequeno botão em movimentos lentos.
— Porra, Soren! — Ela geme seu corpo encostado no meu. Eu sei que
deveria abrir a porta, mas, tipo foda-se eles. Amo meus irmãos, mas eles
podem esperar.
Inclinando-me para frente, pego seu mamilo esquerdo em minha
boca. Chupando e puxando enquanto abro a cueca boxer, direcionando
suas pernas trêmulas para os buracos corretos antes de puxá-la para cima
cobrindo seu corpo perfeito.
Puxando o lado esquerdo com a mão, eu rapidamente pego o direito
com meus dentes e puxo. Sua cabeça cai para trás e seus gritos suaves me
fazem desejar estar dentro dela novamente, e não cobrindo seu belo
corpo.
Puxando a camisa sobre sua cabeça, eu a beijo rapidamente.
— Eu gostaria de me desculpar por eles.
Seus olhos curiosos e a sobrancelha levantada me mostram que ela
está pronta para encontrar quem está batendo na minha porta.
Caminhando pelo corredor, sinto Zayla colocar sua mão na minha.
Os arrepios que sobem pelo meu braço me fazem parar.
Agarrando seu rosto, eu a beijo mais uma vez antes de entrelaçar
meus dedos com os dela caminhando para a porta da frente.
— Sim, sim, estou indo.
A risadinha que Zayla solta me faz estampar um sorriso largo em meu
rosto ainda maior do que antes.
Abrindo a porta, eu mal tenho tempo de registrar todos os meus três
irmãos antes que o punho de Devlin me acerte no rosto, me fazendo cair
de bunda.
— Que porra é essa, Dev! — Eu grito, olhando para Zayla, que está de
olhos arregalados atrás da porta. Eu levando um soco claramente não era
como eu esperava que ela conhecesse minha família. Então, obrigado
mano!
— Não venha com essa, Soren! Você sabe o quanto tenho tentado
falar com você! — O discurso de Devlin começa e quando eu começo a
me levantar, ele me bate de novo. Não caio desta vez sabendo que está
chegando, mas também não o deixo se conectar comigo totalmente.
— Pare! — Zennen grita com Devlin depois de mais algumas
tentativas de rebatidas evitadas.
— Não que eu não ame quando vocês decidem aparecer para um
festival de socos gritando, mas por favor, me esclareça sobre o que eu fiz
desta vez.
Cruzando os braços em um aperto forte e irritado, eu olho para Zayla.
Seu rosto se diverte ao perceber que meus irmãos não a notaram. Como
eles não a cheiraram ou o que acabamos de fazer ainda está além da
minha compreensão. A raiva deles por mim está bloqueando todos os
seus outros sentidos.
Craven fala primeiro, me dizendo o que eu já sei, apenas olhando para
suas expressões magoadas. A razão pela qual eles estão aqui.
— Zayla está na lista! Seus ceifeiros estão de luto, por que você acha
que estamos aqui Soren, estamos aqui por você!
Quando estou prestes a falar, minha pequena Lux me adianta.
— Em que lista estou? — Sua voz está confusa, mas clara e suave. O
sorriso que eu tinha antes de levar um soco no rosto volta com força total
quando seus olhos se fixam nos meus e seu rosto se ilumina.
Meus irmãos se assustaram ao ouvir sua voz, se virando para olhar
para ela. Segurando meu braço, Zayla caminha até mim. Meus irmãos a
observam o tempo todo, como se ela fosse desaparecer a qualquer
momento.
Bem quando ela chega ao meu lado, eu ouço:
— Puta merda. — Antes que ela fosse embora e caísse nos braços de
Devlin.
Ela ri desconfortavelmente enquanto meus irmãos passam ela entre si
em abraços desnecessários. Você nunca diria que esses homens nasceram
para serem assassinos. Um monte de molengas é o que eles são.
No momento em que Zayla chega a Zennen, ela aceita o fato de que
eles vão abraçá-la com força, abraçando-o com mais força do que ele e
sorrindo genuinamente para mim enquanto me observa interagir com
minha família.
Zennen é mais reservado e descontraído, então ele não se detém no
abraço por muito tempo. Soltando-a, ele beija o topo de sua cabeça,
assim como os outros fizeram antes de me permitir tomar seu lugar.
Assim que a tenho firmemente envolvida em meus braços, as
perguntas começam rapidamente, e as fichas começam a cair.
— Como ela está aqui? E porra, que cheiro é esse!
Capítulo 25
OS QUATRO CAVALEIROS
Zayla

Enquanto eu estava atrás da porta, observei com diversão como um dos


homens, que assumo ser o irmão de Soren, lhe dá um soco.
Ele é um pouco mais baixo do que Soren, mas é mais forte. Seu braço
tatuado é mais grosso que minha cabeça. Ele me lembra um motoqueiro.
Eu o estudo por um momento, percebendo as pequenas diferenças
entre ele e Soren. Seu cabelo é mais claro, uma mistura de loiro e
castanho.
Não me interpretem mal, eles são todos gostosos. Meu Deus, seus
genes são perfeitos. Soren continua a se esquivar de seus golpes antes que
o mais alto grite com o homem que Soren chama de Dev para parar.
O mais alto me lembra um skatista. Seu corpo é magro, mas ainda
musculoso.
Seu cabelo é preto como a noite e sua pele tem um tom mais oliva,
mas ele é lindo, ele tem uma aparência tão exótica que eu simplesmente
não consigo identificar.
Eu fico quieta. Mais concentrada em meus pensamentos do que no
que está acontecendo, mas meus olhos ainda estão observando a cena.
Estou hipnotizada pelos quatro homens, quando meus olhos percebem o
último deles.
Seu corpo é quase do mesmo tamanho do de Soren, talvez um pouco
mais volumoso. Seu cabelo é de um castanho profundo. Ele é o que eu
imagino que sairia se você misturasse os outros três.
Meus olhos vão para sua boca enquanto ele fala
— Zayla está na lista! Seus ceifeiros estão de luto, por que você acha
que estamos aqui Soren, estamos aqui por você!
A dor e a mágoa em sua voz profunda me fazem abandonar meu olhar
fixo .
— Em que lista estou?
Tento esconder a confusão do meu tom, mas é uma causa perdida.
Os três se viram para me encarar. Confusão e emoção tomam conta
de seus rostos antes que uma expressão final assuma. Orgulho.
Soren me dá sua mão, me alcançando rapidamente. Eu mal o toco
quando aquele que eu conheço como Dev me abraça profundamente.
Beijando o topo da minha cabeça, me abraça tão forte que me deixa
sem ar!
— Estou tão feliz que você está viva! — é sussurrado em meu ouvido.
— Ei, não monopolize minha nova irmãzinha! — escuto, e eu sou
arrancada dos braços de Dev para os do homem de cabelos castanhos.
Ele me abraça tão forte quanto Dev, descansando sua cabeça na
minha, como se estivéssemos separados por anos. Ele fica assim por
vários minutos antes de beijar minha cabeça e me passar para o mais alto.
Seu abraço é tão suave em mim como se ele estivesse com medo de
que eu me quebrasse, mas neste ponto eu já estou investida nesses
abraços, então eu o aperto como os outros me apertaram.
Ele fica mais estranho enquanto dá um tapinha nas minhas costas.
Seu abraço é muito mais rápido do que os outros dois, mas ele mantém a
tradição e beija minha cabeça antes de me devolver a Soren.
Os braços de Soren me envolvem, segurando minhas costas contra
seu peito enquanto ele beija abaixo da minha orelha.
— Minha linda pequena Lux, bem onde ela pertence.
Suas palavras doces sussurradas fizeram meu rosto corar, os outros
três estão me olhando com tanta admiração que quase fico com vergonha
de ouvir o que eles estão dizendo. Tudo bem... até Dev dizer a única coisa
que eu esperava que ele não dissesse.
— Como ela está aqui? E porra, que cheiro é esse! — Os três cheiram
então seus rostos começam a se contorcer de desconforto enquanto o
cheiro de sexo e excitação enche suas narinas.
Como eles conseguiram ignorar o cheiro por tanto tempo está além
de mim, mas com certeza eles estão sentindo o cheiro agora.
Soren cai na gargalhada atrás de mim, ele está se divertindo muito
com o desconforto deles, enquanto estou com o rosto vermelho como o
inferno.
Cada parte de mim está corada.
Os meninos percebem rapidamente e riem junto com Soren, cujo
controle sobre mim afrouxou um pouco.
— Oh que rude da minha parte!!! — Devlin bate a mão na testa
dramaticamente.
— Onde estão minhas maneiras! — Agarrando minha mão tão
dramaticamente, Dev agarra minha mão beijando-a levemente.
— Eu sou a Guerra, mas você pode me chamar de Devlin.
De todas as coisas que presumi que ele diria, essa não era uma delas.
— Guerra? — Minha voz sai em um aperto, e faz com que o corpo de
Soren fique tenso atrás de mim, Devlin apenas balança a cabeça com
entusiasmo.
Apontando o polegar para trás.
— E esse é a Fome, mas você pode chamá-lo de Craven — ele diz
enquanto aponta para o moreno.
— Fome. — Sai em um sussurro, meu corpo tentando registrar o que
diabos está acontecendo. Craven sorri descontroladamente para mim,
acenando com a cabeça antes de piscar para mim.
Eu não consigo parar o sorriso que toma conta do meu rosto com o
entusiasmo deles.
— E esse bastardo alto é a Peste, mas ele prefere Zennen.
Zennen revira os olhos para Devlin antes de fixá-los em mim.
— E bom finalmente conhecê-la Zayla.
Sua voz é tão suave como um bom uísque, a minha nem tanto.
— Sim, vocês também. — Sai forçado, é como guincho de um ratinho.
Limpando a garganta, certifico-me de que não estou ficando doida.
Apontando para Devlin, repito o que ele disse.
— Seu nome é Devlin, mas você é a Guerra? — Devlin acena com a
cabeça.
Movendo minha mão para o próximo.
— Seu nome é Craven, mas você é a Fome?
Craven pigarreou ligeiramente desconfortável.
— Correto.
Apontando para Zennen, vejo que ele parece ainda mais
desconfortável do que eu, claramente ele não é alguém que gosta de
atenção.
— Seu nome é Zennen, mas você é o cavaleiro Peste. — Zennen segue
o exemplo de Devlins e apenas acena levemente com a cabeça.
Me libertando dos braços tensos de Soren, eu observo suas belas, mas
estressadas feições. Levantando minha mão, pego seu rosto. Seus belos
olhos cinzas são momentaneamente ocultos por seus longos cílios.
— Você é Soren, também conhecido como... — minha voz sai
insegura. Minha frase quase parou, mas com uma respiração profunda,
os olhos de Soren fixaram-se nos meus, terminando a frase para mim —
Morte.
Posso ver a preocupação em seu rosto, seu medo de que eu tenha
medo dele agora que sei quem ele é está brilhando em seus olhos.
— Mas estou confusa. — Eu digo olhando para Soren antes de me
virar em seus braços.
— Se vocês são os quatro cavaleiros do apocalipse, então por que
vocês têm lobos ou o que quer que seja o que Soren tem?
Todos os quatro riem da minha descrição da criatura de Soren, seu
peito quicando contra minhas costas enquanto ele ri profundamente.
Inclinando-se para falar no meu ouvido, ele sussurra sedutoramente
— Oh minha pequena Lux, minha besta é com certeza um lobo.
Ficarei feliz em te mostrar algum dia.
Tento acalmar minha respiração, me acalmar, mas não consigo. Os
dedos de Soren estão lentamente fazendo círculos ao longo do cós das
minhas calças emprestadas.
Estou tão presa no movimento e formigamento dos dedos de Soren,
misturados com sua respiração profunda contra a minha marca mal
coberta que não percebo os olhares desconfortáveis que estou recebendo
de seus irmãos.
Isso até que uma tosse profunda atrai minha atenção de volta para a
sala. O cheiro da minha excitação me atinge de frente enquanto eu travo
os olhos com Craven, que parece quase pronto para pular pela janela.
— Então, nós vamos... — Devlin diz sem jeito enquanto caminha e me
beija na cabeça.
Zennen e Craven seguem seu exemplo. Dizendo meu adeus a eles, eu
me afasto de Soren.
— Eu vou para o seu quarto enquanto vocês quatro conversam. — Ele
balança a cabeça inseguro, mas eu apenas beijo sua cabeça como seus
irmãos me beijam e caminho pelo corredor fechando a porta um pouco
atrás de mim.
Mas não chego nem na metade do caminho antes de ouvir o que
parece ser Zennen abrir a boca.
— Eu pensei que você não fosse marcá-la? — Ele parecia tão
genuinamente confuso, já que presumo que esteja inspecionando a
marca de Soren.
— Eu não ia. Mas ela... — ele para por um momento, aquela sensação
desagradável borbulhando no meu estômago.
— Deixe-me adivinhar, ela marcou você quando você não esperava?
— Não escuto Soren dizer nada, mas a risada que os irmãos dão confirma
que ele respondeu positivamente.
Com medo de ouvir sua resposta, fechei silenciosamente a porta de
seu quarto. Sentada em sua cama, espero por vários minutos antes de
Soren entrar no quarto.
Ele parece inseguro e francamente assustado.
— Então você é a Morte?
Capítulo 26
OLÁS SEXUAIS
Zayla

— Então você é a Morte? — Meu tom é hesitante, mas minha curiosidade


transparece através dele.
Sua cabeça baixa enquanto ele suspira.
— Sim, isso te incomoda?
Isso me incomoda? Porra, de maneira nenhuma, isso me excita ainda
mais. Eu acho tudo a seu respeito sexy. Seu nome, seu corpo, aqueles
olhos cativantes pra caralho! Seu poder e título não fazem nada além de
me excitar ainda mais.
— Zayla, isso te incomoda? — Sua voz está insegura e ligeiramente
em pânico. Seu rosto mostra preocupação e mágoa, não posso parar o
sorriso que aparece no meu rosto. Ele é tão fofo!
— Para, que cara é essa? Você vai me responder, por favor.
Rindo levemente conforme vejo que seu pânico fica pior, eu ando o
resto do caminho até ele. Quando eu o alcanço, passo minhas mãos pelo
seu estômago tonificado, parando em sua cueca. Agarro elas e eu caio de
joelhos, puxando sua boxer para baixo ao mesmo tempo.
— Zayla. — Ele geme enquanto eu agarro a ponta de seu pau
chupando-a levemente.
— Lux, por favor. — Ele implora, sua cabeça caindo para trás sobre
seus ombros enquanto eu começo a chupá-lo com mais força.
Seus gemidos superficiais me fazem não querer parar nunca, mas
tenho algo a dizer.
Chupando a cabeça de seu pau no momento em que uma gota de pré-
gozo vaza, passando minha língua sobre ela. Gemendo com o gosto dele.
Ele é tão inebriante!
— Não me incomoda que você seja a Morte, Soren isso me excita. —
Sai em uma respiração apressada antes de eu me prender de volta em seu
pau. Chupando ele como se minha vida dependesse disso. O gosto dele
na minha língua faz com que todas as fantasias que já tive sobre ele
pareçam uma brincadeira de criança.
Ele está tão absorto na sensação da minha boca em seu pau que baixa
sua guarda. Suas mãos fechadas com força e penduradas ao lado do seu
corpo enquanto ele luta consigo mesmo para não se agarrar em mim.
Começa devagar, uma névoa negra e fina começa a pairar sobre seus
dedos, quanto mais fundo eu o chupo na minha garganta, mais a névoa
se espalha por seu corpo, dançando ao redor de sua pele. Ficando mais
grossa com cada chupão lento que dou em seu pau.
Quando ele me fodeu mais cedo, ele estava no controle, mas agora
comigo de joelhos diante dele, esse controle começou a esvair.
Observando enquanto a névoa atinge seu pescoço, ele levanta a
cabeça e fixa os olhos em mim. Seus olhos estão completamente pretos,
parecem quando ele estava em sua forma de lobo, mas não há fogo agora.
Seus olhos seguem cada movimento que eu faço, fechando apenas
para gemer quando eu o chupo com toda força para dentro. Eu me
certifico de gemer enquanto faço isso, cada vibração lançando ondas de
choque através de seu pau.
— Zayla, porra! — Sua cabeça cai para trás novamente. Seu pomo de
Adão balançando em sua garganta enquanto gemidos profundos o
rasgam.
Suas mãos, depois de vários minutos, finalmente encontram o seu
caminho até o meu cabelo segurando levemente, a névoa que o rodeia
parece estar lambendo meu corpo. Me aceitando e me puxando mais
para dentro.
A sensação da névoa na minha pele faz minha boceta pingar, é uma
sensação tão estranha, quase como se Soren tocasse cada parte do meu
corpo de uma vez.
Com as mãos segurando meu cabelo, ele finalmente puxa com força,
empurrando minha cabeça para ele o mais perto que pode. Até que seu
pau desce pela minha garganta.
Eu luto contra a vontade de vomitar, enquanto ele segura minha
cabeça ali. Gemendo com a sensação de minha garganta se contraindo
em torno dele, tentando empurrar seu pau para fora. Afastando-se
ligeiramente, ele dá um impulso rápido com os quadris antes de gozar,
gritando.
— Puta que pariu, Zayla.
Engolindo tudo que ele me dá, eu continuo a chupar levemente a
ponta, cada puxão com meus lábios faz suas pernas se contorcerem e seu
corpo zumbir.
Pondo-me de pé, Soren me beija. Sua língua explorando minha boca.
Antes de lamber meu pescoço.
— Você é uma coisinha safada Lux.
— Apenas para você. — Eu gemo quando ele volta para a minha
marca. Beijando suavemente. Agarrando meu rosto mais uma vez, ele me
beija rapidamente enquanto me empurra de volta na cama.
— O que eu vou fazer com você? — Levantando a sobrancelha, ele
sorri para mim.
Envolvendo minhas pernas em torno de seus quadris, eu o puxo para
mais perto de mim.
— Espero que seja algo pecaminoso.
Soren ri de mim enquanto eu circulo meus quadris em sua virilha. Ele
rosna para mim.
— Lux — sangra por entre os dentes cerrados.
— O que Soren, não aguenta mais? — Eu rolo meus quadris
novamente, segurando-o mais perto de mim do que antes.
Ele agarra meus quadris desta vez, parando meu movimento.
— Oh Lux, ninguém nunca te disse para não brincar com a Morte? —
Seu rosto está tão perto do meu enquanto ele fala que posso sentir seu
lábio tocar o meu enquanto ele fala.
Apertando minhas coxas em torno dele, eu nos rolo até que ele esteja
embaixo de mim.
— Eu nunca fui do tipo que segue os avisos.
Seus olhos estão me observando; brilhantes e focados como se eu
fosse uma nova presa que ele sempre quis provar.
Deixando meus dedos se transformarem em garras, lentamente corro
minha mão pelo meu corpo, rasgando o tecido da camisa antes de descer
para a boxer.
Eu faço um trabalho rápido removendo-os e jogando-os no chão,
enquanto os olhos de Soren ficam fixos em mim.
Inclinando meus quadris até sentir a cabeça de seu pau na minha
boceta, sorrio de forma travessa para ele.
— O que há de errado, morte, você não quer brincar comigo? Eu
tenho sido uma garota má. — Então eu me bato contra ele. Gemendo
com o novo ângulo e profundidade, seu pau entra em mim.
Meu grito é tão alto que quase não consigo ouvir seu gemido.
Montando-o com força por vários minutos, nós dois gememos de prazer.
Então, de repente, Soren se senta.
Uma mão agarra meus quadris diminuindo meu ritmo, e a outra mão
agarra meu rosto.
— Você tem sido uma garota tão má, mas foda-se, eu amo isso! Agora
monte em mim Lux, porque quando você terminar, eu vou te pegar de
novo, e desta vez vai doer.
Trazendo sua mão para baixo, ele dá um tapa na minha bunda, forte o
suficiente para que, quando tira a mão, eu sinta queimar. A marca irradia
calor.
Agarrando meus quadris com as duas mãos agora, ele me levanta
antes de me puxar de volta para ele, empurrando seus quadris para cima
ao mesmo tempo. Fico completamente perdida em senti-lo dentro de
mim.
Meu corpo cai no limite momentos depois, minha boceta arranca
tudo o que ele tem para dar quando ele goza como um trem de carga com
um rosnado alto.
Sentando-se novamente, ele beija minha bochecha, então nariz e
olhos. Seus beijos leves me fazem rir.
As risadas rolam pelo meu corpo e o fazem gemer quando alcançam
seu pau, pois ele ainda está dentro de mim.
Agarrando meu rosto, ele beija meus lábios suavemente.
— Eu te amo Lux! E eu te amarei infinitamente.
— Não importa quem você seja Soren, eu sempre te amarei! Eu
amarei você infinitamente.
Aprofundando o beijo, Soren me rola de modo que ele está em cima
de mim. Beijando o lado oposto do meu pescoço da minha marca, ele
beija entre as minhas clavícula e pescoço.
— Eu vou te deixar tão dolorida que você vai desejar nunca ter
começado isso.
Pressionar um beijo no local faz meu corpo estremecer. Agarrando
meus quadris, ele entra com força em mim, assim como ele morde o lado
do meu pescoço. Me marcando como sua pela terceira vez.
Capítulo 27
CONTE-ME SOBRE VOCÊ
Zayla

Com minha cabeça no peito de Soren. Meu corpo está exausto e


extremamente dolorido! Soren manteve sua palavra e me fodeu até eu
perder o sentido.
Sua mão está deslizando para cima e para baixo na minha espinha em
movimentos lentos e suaves. Seus olhos estão fechados e seu rosto é a
epítome da serenidade.
— Soren, por que você me chama de Lux? — Eu não posso deixar de
pensar em voz alta. Meu cérebro usa esse momento de silêncio para
pensar demais.
— Você não gostou? — Sua voz é profunda e áspera, mas ainda tem
uma bela suavidade. Dá para ouvir que ele está prestes a desmaiar.
— Bem, não, eu não disse isso. Você sempre me chamou assim. —
Suspirando quando começo a me arrepender da minha pergunta. — Eu
estava apenas curiosa, esqueça que eu disse alguma coisa.
Empurrando meu rosto em seu peito, fico em silêncio por um minuto
antes de ele suspirar.
— Eu chamo você de Lux porque é o que você é. Lux é o latim para
luz, Zayla, e é isso que você é para mim. Você é minha luz. — Puxando
meu rosto para cima e colocando meu queixo em seu peito, olho nos
olhos dele.
A mão de Soren sobe e seu polegar corre ao longo do meu lábio
inferior.
— No dia em que te vi pela primeira vez, pensei que estava prestes a
morrer. Você era tão brilhante, sua alma era tão brilhante que eu não
conseguia pensar direito. Era como ter uma lanterna sendo iluminada a
um centímetro de meus olhos. Foi tão cegante que eu não conseguia me
mover.
Ele continua a esfregar o polegar, movendo-o ligeiramente para a
minha bochecha.
— Você iluminou meu mundo escuro. É por isso que eu te chamo de
Lux, porque até a morte precisa de luz para sobreviver e você é a minha!
Puxando meu rosto para ele, ele me beija suavemente.
— Minha linda pequena Lux.
Beijando-o de novo rapidamente, deitei-me em seu peito. Abraçando
meu corpo ao dele, enquanto beija meu cabelo. Um sorriso permanente
aparece em meu rosto.
— Então me fale sobre seus irmãos, como são eles?
— Bem, você os conheceu. — Soren ri levemente como sua própria
piada.
— Por cinco minutos, Soren. Por favor, me conte sobre eles.
— Não há muito a dizer, Devlin foi o primeiro de nós a encontrar sua
companheira, e ele tem uma filha. Ela é a coisa mais incrível que eu já vi.
— Deitado em seu peito enquanto fala sobre sua família, minha mente se
pergunta se ele e eu algum dia teremos nossos próprios filhos. Não que
eu os queira em breve, mas isso é algo que ele gostaria no futuro?
— E quanto a Zennen e Craven, bem, eles ainda não encontraram
suas companheiras, mas seus lobos estão procurando.
Erguendo minha cabeça novamente, coloquei meu queixo em seu
peito pela segunda vez.
— Como vocês conseguiram lobos? Quero dizer, quando penso em
cavaleiros, não penso em lobisomens.
Soren ri como se minha pergunta fosse ridícula.
— Quando nascemos, nosso pai tinha uma espécie de obsessão por
seus cães infernais.
Soren revira os olhos dramaticamente com o pensamento.
— Ele tinha acabado de criar o primeiro cão de caça quando eu nasci,
e ele amava aquele cachorro estúpido. Ainda ama!
Seu peito estremece ligeiramente quando um suspiro áspero deixa
sua garganta.
— Ele amava o poder que seu cão detinha, a maneira como ele
poderia sugar os poderes do inferno para se tornar mais forte. Então,
uma noite, quando minha mãe estava dormindo, ele veio ao meu quarto
de criança e fez a mesma maldição em mim que fez em seu cão.
— Ele transformou vocês em cães do inferno?
— Bem, ele tentou. Quando estou em um estado de pura raiva, meu
lobo assume um pouco a forma de um cão do inferno. Onde sua carne
está podre e queima com o fogo do inferno, a minha é como cinzas e
queima com a lava do purgatório.
Ele começa a correr círculos ao longo das minhas costas novamente,
tendo abandonado o movimento por vários minutos enquanto sua
mente se perguntava.
— Meus irmãos e eu temos lobos que têm estágios de aparência,
podemos ser normais e parecer lobos normais ou podemos ser
demoníacos e parecer mais sinistros do que um cão do inferno jamais
poderia.
— Você nasceu Morte ou esse é um título que você ganhou?
— Bem, meio que os dois.
Com o levantar de ombros, fico mais intrigada do que nunca e me
sento, me aproximo o máximo possível de seu corpo, dando-lhe toda
minha atenção.
— O que você quer dizer com ambos?
Seguindo meu movimento, Soren também se senta, encostando a
cabeça na cabeceira da cama. Puxando-me, ele me vira, então estou
deitada em seu colo com minha cabeça encostada em seu peito. Sua mão
passando pelo meu cabelo.
— Bem, deixe-me começar dizendo que eu não sou um Cavaleiro da
Morte humano. Na verdade, existem duas versões de nós.
— Então, há 8 Cavaleiros do Apocalipse? — Não posso deixar
transparecer a minha curiosidade. Nunca ouvi tal coisa.
Ele apenas cantarola um hmhm no meu ouvido antes de beijar minha
cabeça.
— Antes de meu pai ter meus irmãos e eu, ele criou os Quatro
Cavaleiros originais. O trabalho deles é lidar com os humanos. Quando
meus irmãos e eu nascemos, recebemos o purgatório para manter nossos
títulos sobre o mundo sobrenatural.
— Você já cruzou com algum Cavaleiro humano? — Eu pergunto
inocentemente, mas com um ruído eu sei que sim antes mesmo dele
responder.
— Principalmente a Morte deles, ele é uma porra de homem
medíocre! Raramente deixa seu trono para fazer qualquer trabalho real!
Em vez disso, ele deixa todo o trabalho para seus ceifeiros. Ele age como
se fosse um rei quando na verdade ele é apenas um ceifador com um
mísero título no inferno.
— Parece que você o odeia? — Ele apenas sorri.
— Você não tem ideia! Eu matei aquela barata provavelmente um
milhão de vezes, mas meu pai sempre o traz de volta porque ele detém o
título oficial com os humanos. — Não preciso estar olhando para Soren
para saber que ele está revirando os olhos, posso praticamente ouvi-los
revirando em seu crânio.
— Você já morreu alguma vez? — Meu tom é hesitante, mas curioso.
O pensamento de alguém o machucando deixa meu lobo no limite e uma
raiva borbulha dentro de mim.
— Não. Meus irmãos e eu não podemos morrer. Não fomos criados
como os outros Cavaleiros. Nascemos no inferno, somos parte dele.
Enquanto o inferno existir, nós também existiremos.
Ele beija minha cabeça enquanto termina de falar, tentando me
assegurar de que não preciso me preocupar. E eu vou admitir que a calma
que toma conta de mim é boa pra caralho. É bom saber que nunca vou
precisar me preocupar com ele.
— Já que você e seus irmãos controlam o lado sobrenatural, o que
você faz? É muito diferente dos humanos?
— Não é muito diferente. Eu controlo os ceifeiros assim como a
versão humana, mas meus ceifeiros são mais fortes. Onde os ceifeiros
humanos são feitos de almas humanas que sua Morte escolheu a dedo, os
meus são criaturas sobrenaturais.
Tenho ceifeiros que já foram lobos e vampiros, tenho alguns que eram
duendes e bruxas. Porra, até sereias.
Estendo minhas mãos e agarro seus braços, envolvendo-os em mim
enquanto me aconchego nele, pronta para ouvir o resto de sua história.
— Quando um sobrenatural morre, meus ceifeiros estão lá para levar
suas almas. No entanto! Às vezes, como baratas, as pessoas às vezes
podem escapar de meus ceifeiros. Evitando suas mortes e é quando eu
entro. Eu mato aqueles que pensam que são melhores que meus ceifeiros,
mais espertos. Mas quando eu acabo com eles, eles geralmente gostariam
que meus ceifeiros os tivessem levado. Não sou um homem gentil, Lux,
meu trabalho é importante para manter o equilíbrio.
— O que acontece depois que uma alma é tomada por seus ceifeiros.
— Minha voz é superficial e calma, os movimentos lentos de sua
respiração, misturados com o calor de seus braços ao meu redor, me
fazem vagar lentamente. A única coisa que me mantém acordada é a
minha necessidade de ouvir sua bela voz enquanto ele fala comigo.
Eu desejei isso dele por tanto tempo. Estou com tanto medo de
adormecer e enlouquecer. Eu não quero que esse sentimento pare nunca!
Eu não quero voltar a não ouvir sua voz, ou ver seu lindo rosto.
Como se pudesse sentir que estou adormecendo, ele mexe seu corpo
para se deitar, puxando meu corpo com o dele. Rolando-me e colocando
minha cabeça em seu peito, ele beija minha cabeça mais uma vez.
— Você é muito curiosa Lux. — Ele leva a mão ao meu cabelo,
acariciando suavemente, permitindo que seus dedos passem por eles.
— Quando um sobrenatural morre, eles são levados para o
purgatório. É lá que meus irmãos e eu decidimos para onde eles vão.
Podemos mandar pessoas para o céu ou condená-las ao inferno. Mas, ao
contrário dos humanos, os sobrenaturais precisam passar por nós
primeiro. Nós somos o fator decisivo em suas almas.
Como a minha, a voz de Soren começa a falhar, parecendo drenada,
seu corpo tão relaxado que ele está lutando consigo mesmo para ficar
acordado.
Puxando-me para mais perto dele, ele beija minha testa suavemente,
antes de suspirar em meu cabelo.
— Boa noite, minha linda Zayla.
Inclinando minha cabeça ligeiramente, beijo seu peito antes de me
aconchegar nele ainda mais.
— Boa noite Soren. Eu te amo.
— Te amo mais.
Capítulo 28
EU ME ODEIO POR ISSO
Soren

Nunca dormi tão bem na porra da minha vida. Parecia que parte de mim
tinha voltado para casa, seu corpo contra o meu parecia tão perfeito.
Fico no meu estado de êxtase, dormindo profundamente até que um
ruído que não deveria estar lá encheu meus tímpanos.
Dor.
Vários pequenos gemidos de dor sendo gritados ao meu lado. Meus
olhos se abrem enquanto outro grito queima suas cordas vocais e é
quando eu a vejo.
Minha linda companheira com o peito aberto levitando no ar
enquanto meu lobo tenta levar sua alma.
Os gritos de dor são minha companheira inconsciente clamando para
que eu a salve. Puxando meu lobo de volta, pulo da cama.
Batendo-me contra a parede em um estado de pânico. A batida forte
que meu corpo dá faz Zayla acordar assustada. Seus olhos estão me
observando com horror enquanto ela percebe o olhar horrorizado no
meu rosto.
— Soren o que há de errado. — Sua voz está incerta e um pouco
assustada. Porra, deveria estar! Eu quase a matei.
Eu quase a matei. A descoberta se manifesta na minha cabeça de novo
e de novo como uma bala ricocheteando em uma sala lotada.
Eu quase tirei a vida de Zayla! O que diabos há de errado comigo!
Meu estúpido lobo de merda quase tirou a vida dela. Que porra vou
fazer! Eu não deveria ter feito isso. Ela não merece isso! Ela merece viver.
O que diabos há de errado comigo! Eu sou tão egoísta que acreditei
que poderia tê-la.
Ela sai da cama insegura, seus gestos são lentos e suas feições
É
mostram preocupação. É como se ela pudesse sentir que estou me
afastando dela. É quase como se ela pudesse sentir o gosto do meu
pânico.
— Soren, amor, o que há de errado. — Eu suspiro ao som do nome
carinhoso, meu corpo inteiro dói enquanto luto com todas as forças para
tocá-la.
Há tanto tempo que a quero e, no dia em que a consigo, quase a
mato. Parece que meu coração está partindo no meu peito. Se
despedaçando em um milhão de pedaços.
Sempre soube que sua vida mortal estaria em perigo comigo, por isso
fiquei longe dela.
Mas meu lobo a salvou ontem à noite, ele a protegeu. Seu
comportamento me deu uma falsa sensação de segurança. Ele me fez
sentir como se ele fosse mantê-la segura.
Se eu soubesse que ele estava esperando que eu baixasse a guarda, não
teria ficado. Eu teria saído depois que ela desmaiou. Dormiría na floresta,
mas não! Ele me garantiu que não iria machucá-la.
Mas realmente ele simplesmente não iria machucá-la na minha
frente.
Sentindo seus dedos passando suavemente sob meu olho, eu percebo
que estou realmente chorando. A decepção comigo mesmo e o coração
partido pelo que estou prestes a fazer estão dominando cada uma das
minhas emoções.
— Soren o que há de errado. Por favor, me diga. — Sua voz é tão
suave. Tão linda, assim como ela é.
Não consigo parar os gemidos que continuam saindo da minha
garganta enquanto ela fala comigo. Olhando para o teto, tento controlar
minhas emoções.
— Não podemos fazer isso Zayla.
Seu corpo quente em volta de mim fica tenso a ponto de se retrair.
— O que? Por que?
Tento manter minha voz calma e uniforme, mas não funciona. Cada
palavra se quebra enquanto eu me forço a dizer o que sei que preciso,
mas prefiro morrer a fazer isso!
— Você sabe o que aconteceu? Meu lobo acabou de tentar levar sua
alma!
Travando aqueles lindos olhos azuis nos meus.
— Deixe-o.
— O que?! — Estou pasmo de verdade. Ela não disse isso... certo? Eu
fico lá esperando ter ouvido errado, rezando para que meu lobo esteja
ficando animado por outro motivo e não porque ela simplesmente
concordou com ele.
Agarrando meu queixo enquanto tento desviar o olhar dela, ela
mantém seus olhos fixos nos meus.
— Deixe-o levar minha alma, Soren. Eu não quero viver sem você.
Sentindo-me começar a desmoronar com o desejo dela, eu saio de seu
domínio, andando um pouco para longe dela. Ter suas mãos no meu
corpo está me distraindo, está me acalmando e diminuindo minha
preocupação.
— Não! Essa alma não é só sua Zayla! É a alma da sua loba também.
Eu nunca poderia tirá-la de você. Eu nunca poderia acabar com a sua
vida!
Parece que o toque dela na minha pele não estava acalmando apenas
a mim. Seu rosto se quebra quando meu corpo se fixa no lado oposto da
sala.
A tristeza passa por seu rosto, mas ela mantém a cabeça erguida e
firme.
— Eu nunca vou querer ninguém além de você! O que você não
entende?
— Eu e você não podemos ficar juntos Zayla. Você está em perigo
comigo, eu me deixei esquecer disso e não posso fazer isso com você.
Puta. Isso é tudo que posso ver em seu rosto enquanto permito que
meus pensamentos enfraquecidos saiam pela minha boca.
— É a porra da minha decisão, Soren. E eu quero você!
Um suspiro derrotado deixa seus lábios quando eu fico parado.
— Eu te amo. Você não sente o mesmo?
Há muito que quero dizer. Tanto que eu gostaria de poder voltar atrás
sobre esta manhã, mas sei que não posso. Eu tenho que dizer isso.
— Claro que eu te amo pra caralho! Eu te amo tanto e é por isso que
não posso fazer isso. Eu não posso ser quem eu sou e ter você como
mortal. Meu lobo não vai me deixar.
Eu assisto com horror e desgosto enquanto as lágrimas começam a
escorrer por seu lindo rosto. A dor no meu peito está irradiando com
uma força que daria inveja aos pilotos.
— Por favor, não chore. Eu não quero isso! Porra, eu odeio isso! Mas
eu me recuso a deixar ele te machucar.
Eu não consigo parar meus pés quando eles me arrastam de volta para
ela, meus braços a prendendo entre eles.
— Eu pensei que você estava segura comigo, é por isso que me
permiti ir tão longe, mas você não está. Você não está segura comigo,
amor.
Uma lágrima lenta corre pelo meu rosto em seu cabelo. Eu gostaria
que ela soubesse o quanto eu odeio isso. O quanto eu me arrependo
disso. O quanto eu gostaria de poder voltar atrás, mas não posso.
— Eu preciso que você esteja segura.
Capítulo 29
DESPEDIDAS E CORAÇÕES PARTIDOS
Soren

Eu não consigo parar de esfregar meu nariz em seu cabelo. Minha


necessidade de tocá-la, de senti-la tomando conta de mim.
— Eu sou um idiota egoísta Zayla, mas não posso ser quando se trata
de você.
Sentindo suas mãos deslizarem pelo meu peito, ela lentamente me
empurra para longe dela.
— Então, você acha que vou sair daqui hoje e te esquecer?
— Eu preciso de você também. — Eu digo enquanto deixo cair minha
cabeça com um suspiro profundo.
— Não quero seguir em frente, não quero amar ninguém além de
você. — Sua voz está magoada, mas cheia de raiva antes de estremecer e o
pânico ressoar através dela.
— Por favor! Passei minha vida inteira lutando para estar com você,
para conhecê-lo! Lutando apenas para ver você!
Eu nunca me senti tão derrotado em toda a porra da minha vida, eu
preferiría mil mortes a ter que viver neste momento por mais um
segundo de merda!
— Para nós ficarmos juntos, você tem que morrer! Você estará
condenada ao inferno para sempre! Você não consegue entender por que
eu não posso fazer isso com você?
— Meu lobo me traiu! Ele me fez pensar que iria mantê-la segura,
Zayla. Eu não posso nem confiar no meu próprio lobo com a sua vida! Ele
está desesperado para ter você ligado a nós para sempre. Desesperado
para mantê-la. Tão desesperado que ele estaria feliz em matar você para
que isso aconteça. Como você pode esperar que eu esteja bem com isso.
Eu digo enquanto agarro seu rosto em uma tentativa desesperada de
fazê-la entender minhas razões.
Minha esperança de que ela vai me ouvir é interrompida quando ela
dá um tapa em meus braços.
— Eu não me importaria em estar amarrada na sola do seu sapato se
isso significasse que posso ficar com você.
— Não! Você nem sabe o que está dizendo! — O seu tom era tão
seguro de si e demonstrava frustração com minha covardia, o meu era
apenas... a voz de um covarde.
Mas sou um covarde que faria qualquer coisa para ter certeza de que
ela poderia viver sua vida, sou um covarde que lutaria contra meu
próprio pai e o céu para manter sua alma em seu poder, pelo menos até a
hora dela chegar. E ela me amar não significa que a hora dela chegou.
Não importa o quanto ela acredite.
— Sim, eu quero, porra! Eu desistiría de tudo para estar com você! —
Ela cruza os braços com força sobre o peito. Mesmo em seu estado de
pura raiva, ela é a coisa mais linda que já vi.
Cruzando os braços, imito sua postura. Erguendo minha sobrancelha
para ela eu faço minha pergunta idiota que eu sei que ela não pode
responder.
— Até sua família? — É um golpe baixo. Porra, eu sei que é, mas é um
dos maiores fatores que me fazem me recusar a tirar sua vida.
Seus olhos se arregalam e a raiva que brilhava em seu rosto diminui
enquanto sua mente repete o que acabei de dizer.
— Sim, foi o que pensei.
Limpando a garganta, ela parece mais insegura do que antes.
— Eu sentiria falta deles, mas valeria a pena. Você vale a pena.
Fico completamente surpreso por um minuto antes de explodir.
Como ela pôde pensar que alguém como eu vale mais do que tudo o que
ela é e tudo o que ela ama.
— Não, porra, não iria! Jesus Cristo, Zayla, use a porra da sua cabeça!
— Soltei um suspiro agravado enquanto jogava minhas mãos para o ar.
Agarrando seu rosto mais uma vez, eu travo meus olhos nos dela, o
cinza calmo em meus olhos se transformando em um preto morto.
— Nada! Coisa nenhuma! E nenhuma porra de pessoa vale mais do
que sua alma. Especialmente não eu!
Minhas palavras saem como se veneno estivesse escorrendo de cada
letra, porque eu estou falando sério. Essa mulher! A porra da rainha que
me olha tem a porra da coragem de agir como se ela valesse menos do
que um merda como eu.
— Você não pode decidir o que vale mais para mim, Soren. — Seu
tom sai igualmente mortal quando ela tira minhas mãos de seu rosto,
seus lindos olhos azuis escurecendo para uma tonalidade quase roxa
enquanto seu lobo fica em primeiro plano. É a raiva sangrando com a
dela.
Suspirando, eu a beijo na testa antes de caminhar até minha cômoda
e colocar algumas roupas.
— Talvez não, mas eu posso determinar minha parte nisso.
Eu não consigo olhar para ela. Estou com tanta vergonha de mim
mesmo que apenas me visto em silêncio. Minha cabeça baixa de tristeza
o tempo todo.
Quando deslizo minha camisa sobre minha cabeça, sinto sua mão
macia tocar minha espinha. O formigamento de seu toque toma conta
do meu corpo, o fazendo estremecer e minha mente pronta para
obedecer a todos os seus caprichos.
— Onde você vai?
— Eu preciso pensar. Eu preciso descobrir uma maneira de sair disso.
Meu pai deve saber. — Eu nem mesmo me viro. Eu não posso! Eu sei que
serei tentado a ceder.
Mas ela não se importa com o pouco autocontrole que tenho. Não!
Agarrando meu corpo, ela me vira para encará-la, suas mãos delicadas
agarrando meu rosto.
— Soren, por favor, não me deixe. — Lágrimas jorram de seus lindos
olhos.
— Foda-se. Vou consertar isso Zayla. E quando o fizer, voltarei para
você. Prometo. — Travando meus lábios nos dela, eu despejo cada
pedaço de coração partido que estou sentindo neste beijo, e ela também.
Este não é um adeus para sempre. Porra, não! É um sinto muito e um te
vejo mais tarde.
Girando minha língua na boca dela mais uma vez, não posso deixar
de sentir o gosto salgado de suas lágrimas. Afastando-me, beijo seu rosto.
Seus olhos e nariz e cada parte de seu lindo rosto, como posso. O toque
quente marcando minha memória.
— Eu te amo, Zayla. Vejo você em breve minha linda Lux.
Afastando-me lentamente, entro em um portal, observando-o se
fechar lentamente na minha frente, seu rosto é a única coisa que vejo até
que estou cercado pela escuridão.
— Eu te amo mais, Soren. — Paira suavemente no ar ao meu redor.
Vou descobrir uma maneira de permitir sua imortalidade sem causar
sua morte. Ela pode não ouvir minha promessa, mas todo o inferno e
purgatório combinados podem senti-la.
Olhando para o local onde o lindo rosto de Lux acabou de ficar, sinto
uma mão em meu ombro. Virando-me, vejo meus irmãos parados ali
com olhares de pena.
— Temos trabalho a fazer. — Ao passar por eles, vou direto para a
pessoa que deve ter as respostas que procuro.
Meu pai.
Capítulo 30
ELE ME DEIXOU ARRASADA
Zayla

Eu vejo quando ele se afasta lentamente de mim. Seu corpo lentamente


desaparecendo no anel em chamas que ele convocou atrás dele.
Seu "eu te amo, Zayla". Está tocando em meus ouvidos sem parar. Ele
me ama e mesmo assim está me deixando. Em vez de encontrar uma
saída juntos, ele decidiu fazer isso sozinho.
Estou tão magoada e chateada, porque o amor da minha vida
desapareceu na escuridão deste portal, chateada por ele ter decidido o
meu futuro sem me perguntar. Com o coração partido ao ver a dor em
seus olhos enquanto o portal fechava em seu rosto.
— Eu te amo mais, Soren. — E então ele se foi. Nada dele restou,
exceto uma marca de queimadura no chão por onde passou. As tábuas do
piso agora estão para sempre queimadas com a aparência de uma lua
crescente.
Eu fico lá em silêncio por alguns momentos, deixando tudo o que
aconteceu ser absorvido. E então, como uma cena de um drama
adolescente, todo o meu corpo se fecha. Literalmente.
Caindo de joelhos começo a entrar em pânico, a ligação entre meu
lobo e eu está ficando confusa. Eu posso sentir ela entrando e saindo da
minha mente, sua ligação comigo se quebrando antes de voltar mais
forte.
Tento me manter de pé, mas meu corpo está muito pesado. Com meu
rosto estendido no tapete do quarto de Soren, começo a sentir uma
queimação percorrer todo o meu corpo, e então passa.
Repetidamente, o sentimento vai e volta, quase como se uma conexão
estivesse tentando se construir, mas estivesse sendo rompida antes de ser
concluída.
A dor é tão grande que, após 15 minutos de gritos, finalmente
desmaio. Meu corpo está exausto de tudo o que está acontecendo
comigo.
Quando acordo, o sol já está caindo no céu. Meu corpo está
queimando, mas a dor é mais tolerável, então sou capaz de me mover
para me sentar, apenas quando vou puxar minha mão para cima, em vez
disso, encontro uma pata.
Procurando na minha cabeça por qualquer sinal da minha loba, eu
encontro o vazio. A confusão toma conta de mim, como estou na forma
de lobo e ainda totalmente no controle?
Enquanto estou na forma humana eu assumo o controle do meu
corpo, no entanto, ainda posso ouvir e sentir seus desejos e necessidades,
o mesmo é quando estamos na forma de lobo. Ela assume a liderança,
mas ainda sou ouvida. Nossas mentes estão em sincronia o tempo todo,
tornando-nos um ser com duas formas.
Tento puxar minha loba de volta, esperando que talvez uma vez que
eu for humana novamente eu possa senti-la mais, esperando ser capaz de
encontrá-la. Mas eu não consigo.
Tento puxar meu lado lobo para dentro por mais de três horas, cada
vez é mais doloroso do que a anterior. Meus ossos começam o processo
de quebra, mas depois voltam ao lugar.
O que me leva à minha conclusão, eu não sei o que aconteceu comigo
depois que Soren voltou para o inferno, mas o que quer que tenha sido
ou o que quer que tenha feito, estou presa nesta forma.
Com muita dor e pânico para me permitir perceber que acabei de
perder meu companheiro. Novamente.
Não apenas perdi Soren, mas também perdi minha loba. Flashes
aleatórios de uma conexão tentando se formar continuam a queimar em
meu crânio.
Saltando na cama de Soren, tento respirar o máximo possível de seu
cheiro, esperando e rezando para que isso ajude a acalmar minha mente
o suficiente para anestesiar a dor, mesmo que ligeiramente.
E, honestamente, funciona um pouco. Consigo dormir em paz por
algumas horas. Isso até um acendedor de fogo começar a apunhalar meu
cérebro.
Me levanto em um pulo e uivo, a queimação se tornando
insuportável, mas por uma fração de segundo eu posso sentir minha loba
de novo, ela está tão nervosa, quase como se estivesse guardando algo.
Em seguida, a dor começa de novo e ela se foi. Eu rolo minha cabeça e
corpo tentando encontrar o cheiro de Soren para ajudar na dor, mas
assim como minha loba, ele se foi.
Tudo o que posso sentir é o meu cheiro. Minha loba forma um cheiro
de medo dominando tudo o que está na sala.
'Mamãe! Mamãe eu preciso de você!' Tento fazer uma ligação mental. A
dor se tornando insuportável de novo, mas não recebo resposta.
'Mamãe!' Nada ainda.
Tento gritar por minha mãe através do elo mental repetidamente até
eu entender.
Soren enfeitiçou a casa.
O que significa que meus pais provavelmente também não
conseguem me ligar. Espera! Eles podem me sentir enquanto estou aqui?
Tento superar a dor, procurando pelas conexões da matilha, da minha
família. Mas não há nada lá.
Sabendo o que tenho que fazer, lentamente caminho até a porta da
frente. Meus movimentos são tão lentos quanto os pensamentos na
minha cabeça. 'Se eu for embora, o que acontece se ele voltar? '
Só esse pensamento me faz parar na porta da frente. Estou com
muito medo de abri-la, mas quando outra onda de queimação me atinge,
empurro a porta e saio voando.
Escuto as vozes dos meus pais, mas nada, então corro para a casa. Só
quando estou a cerca de oitocentos metros da cabana de Soren é que não
sinto nada além de um coração partido.
Minha família e minha matilha choram por mim. Tendo minha
conexão com eles interrompida por mais de 24 horas, eles confirmaram
que eu devo estar morta.
Sentindo a tristeza da minha família, eu finalmente chego ao link da
minha mãe. O dela é o mais triste quando ela chora por sua filha morta.
'Mãe, por favor me ajude!' Eu empurro meu link mental em pânico
através do nosso vínculo e instantaneamente o vínculo dela muda. À
beira de um colapso mental para nada além de alívio.
'Zayla! Meu bebê você está viva! Onde está você? Diga-me e eu irei buscar
você, minha filha! Eu estou aqui.'
Sua voz está preocupada, mas esperançosa. É exatamente o que eu
precisava ouvir. 'Estou quase em casa. Preciso de ajuda, mamãe, algo está
errado.'
Eu corro pelo território da matilha rapidamente, tendo corrido por
esta terra toda a minha vida, sou capaz de chegar em casa em menos de
30 minutos, mesmo com a dor.
Quando chego ao quintal, meus pais estão lá; ambos têm lágrimas
escorrendo pelo rosto, meu pai é muito mais forte do que minha mãe.
Quando me veem, descem correndo as escadas se jogando em cima
de mim na minha forma de loba. Me abraçando com força.
— Estou tão feliz que você está em casa, estou tão feliz que você está
segura. — Meu pai repete continuamente. Sua cabeça está aninhada em
meu pescoço e seu abraço em mim é tão forte que meio que dói, mas eu
não me movo.
Em vez disso, eu desmorono.
Soluços percorrem meu corpo enquanto eu processo as últimas 24
horas. Finalmente deixando meu corpo entender tudo o que aconteceu.
Eu quase morri, quase fui estuprada, fui totalmente marcada e
acasalada com meu companheiro, então abandonada pelo referido
companheiro em alguma jornada hipócrita para salvar minha alma,
também abandonada pela minha loba que foi embora ao mesmo tempo
que Soren... ah, sim... E eu também estou presa na forma de loba.
— Zayla, o que aconteceu? — A voz da minha mãe é tão suave e
delicada contra o meu pêlo, como se eu fosse quebrar a qualquer
momento se ela respirasse do jeito errado.
Eu quero responder, mas não posso. A dor percorre meu corpo mais
uma vez e não consigo evitar o colapso. Gemidos de dor da minha
garganta enquanto onda após onda de queimação me toca novamente.
— Mude de volta Zayla! Vamos encontrar ajuda para você! — A voz do
meu pai sai assustada, pois eles agora são capazes de sentir minha dor
através do vínculo da matilha.
A dor que eles sentem é equivalente a uma picada de abelha. Quanto
mais forte a picada, pior é a dor que sinto.
— Zayla, transforme de volta! — Meu pai grita, sua voz deixa seu
comando alfa transparecer enquanto ele tenta me ajudar a forçar a
mudar.
'Eu não posso, minha loba se foi.' É a última coisa que posso dizer
através do elo mental antes que o mundo ao meu redor fique escuro.
E apago como uma luz.
Capítulo 31
QUE PORRA É ESSA?
Zayla

Fogo. Isso é tudo que vejo.


Está queimando tudo, destruindo o mundo ao redor. Só que não me
toca.
Está me chamando, cantando meu nome.
— O que é você? — Eu pergunto, mas o fogo não responde.
Ele continua me chamando, mudando para formas diferentes, cada
uma mais complexa que a anterior. Clamando por mim para salvá-lo,
para protegê-lo.
— Quem é você? Por favor, eu vou te ajudar! — Perseguindo-o, sou
levada a um penhasco antes que ele desapareça.
Olhando por cima da borda, fico com medo do local diante de mim.
Fluindo como lava, abaixo há um rio cheio de corpos. Não, estes não
são apenas corpos, são almas.
Eu começo a entrar em pânico e me levanto quando sinto um calor
nas minhas costas, o fogo está brincando com a minha pele em uma linda
dança. Eu o vejo passar por cima de mim até descansar na palma da
minha mão.
Fascinada pela bola de fogo, deixei-a consumir minha mente,
evitando o poço de almas diante de mim.
Minha mente está em paz até que uma escuridão rasteja pela minha
espinha. Uma voz e uma respiração pesada em meu ouvido têm minha
atenção sendo desviada da chama dançante.
— Bonito, não é? Um dia você governará o fogo ao meu lado. —
Girando meu corpo, procuro por Soren, mas ele não está lá. Na verdade,
estou sozinha.
Gritando por eles, espero que me ouçam e voltem, mas antes disso,
uma besta emerge das sombras, sua carne está queimada e caindo aos
pedaços, seu esqueleto brilhando em uma substância negra.
Recuando quando ele começa a mostrar os dentes para mim, sou
empurrada para mais perto da borda. A besta continua a se lançar sobre
mim, suas presas mordem minha carne várias vezes antes de eu permitir
que o medo me domine totalmente.
Então, de repente, o penhasco cede e eu caio atingindo com um forte
impacto o rio de almas que flui abaixo. As almas agarram meu corpo
como se a vida delas dependesse disso. Eu grito e me debato enquanto
eles tentam me arrastar para baixo, até que fico muito, muito fraca.
Enquanto eles me puxam para o fundo do rio, vejo como minhas últimas
bolhas de ar escapam da minha garganta e flutuam para a superfície.
E finalmente.
Eu acordo!
Estou assustada e atordoada quando percebo que foi apenas um
sonho e que não estou mais no chão lá fora com meus pais.
Em vez disso, estou deitada na cama deles, seus braços em volta do
meu corpo peludo.
Movendo minha cabeça lentamente eu observo os traços delicados da
companheira de Draxel, Kimber. Seu corpo está pressionado contra o
meu e o dele está pressionado contra o dela.
Seus rostos mostram que choraram. Virando meu corpo ligeiramente,
eu olho para o outro lado e é a mesma cena com Drayden e sua
companheira Blair. A confusão toma conta de mim, por que estou no
quarto dos meus pais e por que eles estão deitados de conchinha com
minha loba.
Movendo-me tão suavemente quanto um lobo de 70 quilos pode,
rastejo para trás até que minhas patas traseiras caiam da cama.
Eu fico olhando para a cena na minha frente por vários minutos,
tentando não rir enquanto vejo as mãos dos gêmeos tateando o lugar
onde meu corpo estava até suas mãos se tocarem e eles voltarem a
dormir.
Se eles soubessem o quão absolutamente ridículos eles parecem
agora. Se eu tivesse mãos humanas e a porra do meu telefone, esta seria a
foto perfeita.
Meu minuto de entretenimento termina rapidamente quando a
sensação de queimação começa a aumentar novamente.
O instinto da minha loba de balançar a cabeça para frente e para trás,
tentando sacudir a sensação da minha cabeça me assusta.
Eu não sei como não a notei antes, mas posso sentir um pouco da
minha loba na minha cabeça, ela está andando para frente e para trás em
minha mente como se estivesse esperando por outra rajada de dor.
Quando a dor na minha cabeça passa de uma dor superficial a outra
rodada de chicotadas, eu seguro a vontade de chorar. Em um flash minha
loba desaparece novamente, mas não antes de eu senti-la levantar a
guarda. Então, quase como se ela estivesse sentindo o pior da dor, ela
lentamente começa a desaparecer de novo.
Eu não vou mentir. Ainda dói pra caralho, mas prefiro essa dor do que
a mordida que eu estava sentindo antes.
Eu fico lá olhando para meus irmãos e seus companheiros enquanto
tento procurar minha loba em minha cabeça. Não a encontro, mas sinto
aquela sensação de algo sendo guardado dentro de mim.
Suspirando em derrota, eu me afasto da cama dos meus pais. Saindo
de seu quarto em silêncio para não acordar os quatro que estão
dormindo.
Descendo as escadas, passo por meu tio Amish.
— Seus pais me disseram o que está acontecendo, como você está se
sentindo pequena?
Fico em silêncio por um momento, observando sua aparência abatida.
Seus olhos castanhos profundos e pele chocolate escura parecem tão
pálidos hoje. 'Estou indo, como você está? Você não parece muito bem. '
Uma risada profunda soa pelo corredor.
— Quando eu decidi engravidar minha companheira de quase 43 anos
novamente, eu gostaria que vocês tivessem batido na minha bunda.
Uma risada flutua em minha pele com a dor dele, isto é, até minha
própria dor me atingir com força total.
Grunhindo, Amish corre para mim envolvendo os braços em volta de
mim, esfregando a mão nas minhas costas suavemente para não me
machucar mais. Eu choramingo por um minuto antes que a dor comece a
diminuir lentamente.
A sensação da minha loba pulando para frente e para trás na minha
consciência me deixa confusa e mais abalada a cada minuto.
Só saio da minha névoa de dor quando ouço meu tio sussurrando em
meus tímpanos.
— Shhh, está tudo bem pequena, a dor vai passar. Estou aqui.
Respirando fundo, suspiro pelo resto da dor antes de me conectar a
ele. 'Eu estou bem, desculpe por assustar você. '
— Oh, pequenina, você nunca precisa se desculpar. — Ele dá um
tapinha na minha cabeça e se levanta.
— Agora você vai ficar bem?
'Eu vou ficar bem, eu vou encontrar meus pais. '
— Muito bem. Eu te amo, Zayla.
'Eu também te amo. Beije a tia Brim por mim.'
Ele sorri para mim e beija minha cabeça.
— Eu vou. Seja boazinha. — Antes de ir embora.
Continuando meu caminho pelo corredor e descendo as escadas,
estou na metade do caminho quando ouço vozes que conheço muito
bem vindo da sala de estar.
Retardando meus movimentos, não posso deixar de escutar a
conversa.
— Estou dizendo a você Silas que ela está doente ou algo assim! — A
voz do meu pai soa preocupada.
— Ela mencionou qualquer outra coisa além de que ela não pode
sentir seu lobo?
— Não, ela desmaiou de dor! Algo não está certo! Ela foi claramente
atacada, então seu vínculo conosco foi cortado por mais de 24 horas.
Eu ouço meu pai soltar um suspiro de frustração antes de continuar.
— A única coisa que eu sei é que ela estava com seu companheiro,
mas então ela chega em casa em condições horríveis e onde diabos está
esse companheiro? Não apareceu nenhuma vez para ver como ela está!
Eu não gosto disso!
— Zayn se acalme, vamos ajudar nosso bebê, mas não vamos
conseguir com você exagerando.
— Exagerando, Skyla, essa é nossa filha, porra! Não se deixa sua
companheira sem motivo! Ela está sofrendo pra caralho e onde diabos
ele está?
Foi embora. Ele se foi.
Capítulo 32
ESTOU OUVINDO
Zayla

Uma série de pigarros me puxa para fora do meu poço de


autocomiseração.
— Quem é o companheiro dela? — Posso ouvir a curiosidade
vibrando claramente na voz do meu tio.
Andando para o lado, me sento no canto da sala de estar, apreciando a
vista na minha frente. Minha família está toda espalhada nos sofás.
Minha mãe e meu pai estão na poltrona enquanto minha tia Milani está
sentada com meus tios.
Thackery está no colo dela enquanto as mãos da minha tia correm
suavemente pelo cabelo dele. Meu tio Silas leva um dedo aos lábios,
batendo levemente neles enquanto processa o que meus pais disseram a
ele até agora e espera pela resposta de meu pai.
Eu me divirto quando vejo como as mãos do meu pai gesticulam em
frustração enquanto ele raciocina sobre o nome do meu companheiro,
que eu disse a ele várias vezes, mas sua raiva o fez esquecer.
— Eu não sei Silas! Doren, ou Toren, porra pode ser até Dorian! Eu
não sei, porra! Tudo que eu sei é que vou acabar com ele por ter
abandonado meu bebê!
Ao som de seu nome, Thackery, Silas e Milani se assustam e
perguntam :
— Você quer dizer Soren? — Sai da boca de Milani em um grito de
pânico.
Eu não posso fazer nada além de assistir quando uma lâmpada acende
na mente de meu pai, ao confirmar que suas suspeitas estão corretas.
— Sim, foi o que ela disse antes.
Em seguida, quase como uma cena de um filme ruim, a sala vai de um
silêncio atordoado e em pânico para explodir em gargalhadas histéricas.
Os três estão morrendo de rir, enquanto meus pais apenas os encaram
confusos como o inferno.
— Por que você está rindo, Silas, isso não é engraçado, porra.
Silas deixa escapar mais algumas risadas com a reprimenda de meu
pai antes de fazer uma pergunta cuja resposta até eu estou curiosa para
saber.
— Você tem alguma ideia de quem diabos ele é?
— É claro que não, eu nunca conheci ele, porra, Silas. — Meu pai
cruza os braços com força sobre o seu peito, sua irritação com a piada
interna que indica que ele não faz parte do elo da matilha.
— Oh, lorde Zayn, pobre coitado, eu adoraria colocar o companheiro
de Zayls em uma maldita chave de braço por não estar aqui, mas se o
companheiro dela é o Soren eu conheço então... porra... boa sorte com
isso. — Meu tio diz enquanto mais gargalhadas ecoam pela sala de estar.
— Você não pode morrer Silas, você é como a porra de uma barata. —
Meu pai apenas revira os olhos, irritação escoando através de sua voz.
Meu tio apenas ri mais.
— Quem dera eu pudesse, mas se Soren vier atrás de você, você vai
morrer. Não importa quem ou o que você é. Então, como eu disse... boa
sorte com isso.
— Pare de ser irritante Silas e apenas me diga quem diabos ele é!
— Inferno sendo a palavra-chave aqui.
Virando a cabeça lentamente em minha direção, meu tio cruza os
olhos com os meus, sorrindo diabolicamente antes de olhar rapidamente
para o meu pai.
— Zayla, você gostaria de dizer ao seu pai quem é Soren?
Ao mesmo tempo, todos se viram para olhar para mim, meu
esconderijo oficialmente desaparecendo e minha espreita sendo
interrompida. Caminhando mais para a sala de estar e ao redor de uma
cadeira vazia, eu pulo para cima e me jogo.
Suspirando antes de responder à pergunta. 'Meu companheiro Soren é
a Morte, o Cavaleiro do Apocalipse.' Os olhos de Silas se iluminaram com
humor enquanto meus pais se arregalam de terror.
Rindo da expressão atordoada deles, Silas bate palmas com
entusiasmo.
— Eu sabia que você teria um companheiro forte, Zayla, mas, porra, a
própria Morte. Uau!
Eu não consigo evitar, estou orgulhosa com o elogio dele ao meu
companheiro, o orgulho de saber que é Soren que brilha através dos
meus olhos! Eu amo o poder dele, e ter pessoas que eu amo e com quem
me importo, falando sobre ele com admiração, me faz sentir bem pra
caralho! Meu momento de dizer sim, eu tenho um companheiro forte, é
interrompido por outra onda de dor, me fazendo tremer, eu tento
manter minha reação ao mínimo.
Apenas pequenos gemidos saem do meu focinho. As mãos da minha
mãe correm para cima e para baixo no meu pêlo em um movimento
reconfortante.
Uma vez que a dor começa a diminuir e meu corpo cai, é com uma
postura tensa que minha tia Milanis chama suavemente nossa atenção.
— Você sabe que meio que faz sentido agora.
— O que? — Eu digo enquanto olho para minha mãe.
— Ela quer saber o que faz sentido.
— Bem, considerando que ele não está aqui — ela diz enquanto luta
ligeiramente. — Estou assumindo que ele voltou para o inferno correto?
— Milani diz enquanto pigarreia em outro gesto desconfortável, sua
necessidade de ser honesta comigo, ofuscando sua necessidade de me
confortar. Não posso fazer nada, apenas acenar com a cabeça, mas posso
ver suas intenções brilhando em seus olhos.
Imitando o que Silas faz quando está pensando, ela bate o dedo
indicador contra os lábios.
— Bem, considere o vínculo do companheiro que é criado para este
mundo para unir duas almas para sua vida na terra.
— Então, em teoria, se ele fosse para o inferno, o vínculo entre vocês
seria rompido. — A compreensão surge no rosto de todos enquanto Silas
conclui seu pensamento.
— Ela está certa! Esse pode ser o motivo da sua dor Zayla.
'Eu sinto como se um vínculo estivesse se formando apenas para ser
retalhado. Isso queima tanto como se eu estivesse sendo chicoteada' Eu me
conecto a suas mentes enquanto olho para meu pai, seu rosto está cheio
de preocupação, antes dele contar a eles o que eu acabei de dizer.
— Parece que seus laços estão se quebrando?
Não consigo parar de balançar a cabeça com entusiasmo enquanto
minha família começa a montar as peças do quebra-cabeça.
— Eu acho que você está sentindo isso porque enquanto ele está no
inferno, a separação das dimensões está cortando seu vínculo, mas
porque ele ainda está vivo, o vínculo entre vocês continua tentando se
consertar. — A voz de Thackery soa clara, ele vinha observando em
silêncio até este ponto.
Silas balança a cabeça concordando.
— Isso significa que se nossos pensamentos estão corretos, então a
dor que você está sentindo é porque seu vínculo está tentando achar o
caminho até o inferno.
Ele faz uma pausa por um minuto, esfregando a mão na nuca antes de
respirar fundo.
— O que explica o queimar extremo quando o vínculo se rompe.
Outro suspiro profundo escapa de seu corpo, seus olhos olhando para
sua companheira por um momento antes de se voltar a mim.
— É o mesmo sentimento que um cônjuge tem quando seu
companheiro morre.
Capítulo 33
CARAMBA, CHEGA!
Zayla

— Como podemos ajudá-la então? — A voz do meu pai interrompe o


silêncio que está lentamente se instalando na sala.
Essa sensação de pavor em pensar em um companheiro morto não é
algo sobre o qual as pessoas gostem de ouvir ou falar.
E por causa disso, a voz do meu pai está cheia de preocupação, dá
para dizer pelo seu tom que ele estava esperando que eu estivesse apenas
doente, mas descobrir o que realmente está acontecendo com sua filhote
deixou ele e seu lobo no limite.
Minha mãe, entretanto, ficou em silêncio o tempo todo, seu vínculo
comigo emitindo nada além de calma e serenidade enquanto ela
esfregava suavemente meu pêlo, sua necessidade de confortar sua filhote
superando sua vontade de entrar em pânico.
Agarrando meu focinho, minha mãe trava seus olhos em mim, seu
lobo aparecendo quando começa a procurar por algo. Determinação é a
única coisa refletida em seu rosto antes que seu lobo recue e a derrota
tome seu lugar.
— A única coisa que a ajudaria seria trazê-lo de volta à terra ou levá-la
para o inferno.
Meu pai olha para minha mãe atordoado por um momento.
— E como nós fazemos isso?
— Nós não fazemos. — A voz do meu irmão Draxel é tão alta, seu
lobo se fazendo conhecer em suas cordas vocais.
Todos nós nos viramos para olhar para ele e seu gêmeo Drayden. Seus
braços estão presos com tanta força no peito, seus rostos estão
contraídos em nojo e seus olhos estão escurecidos a ponto de você quase
não conseguir ver a cor natural deles. Claramente eles estão chateados,
mas honestamente eu não posso me dar ao trabalho de lidar com as
merdas deles agora.
Bufando, eu olho para meu pai conectando-me a ele enquanto encaro
meus irmãos 'Pai, vamos precisar de um plano. '
— Ela diz que precisamos de um plano. — Meu pai se dirige ao grupo,
ignorando meus irmãos e chamando a atenção de todos de volta para
mim.
— Não haverá nenhum plano de merda! Ela não vai para o inferno. —
A voz de Drayden desta vez encerra nossa conversa.
Bufando alto, deixei minhas frustrações aparecerem antes de pular da
cadeira e ir até meus pais.
Mexendo-me entre eles até ficar em pé no sofá.
Batendo minhas patas contra o encosto com um baque alto e
exagerado, estou agora no nível dos olhos de ambos os meninos.
Certificando-me de que minha voz está alta o suficiente através do
link, abro os canais para que todos no bando possam me ouvir, porque
estou fodida.
'Eu não dou a mínima para quem você é, vou fazer você se submeter a
mim ou vou tirar sua vida se você ficar entre mim e meu companheiro. Então
ou me ajude ou saia do meu caminho!' Eu pronuncio cada maldita letra em
cada palavra enquanto rosno e estalo na cara deles.
Suas companheiras, que acabei de notar atrás dos gêmeos, estão
segurando seus braços com força enquanto se encolhem e mostram que
elas acreditam em minha loba, seus pescoços em uma demonstração de
submissão.
'Minha loba nem mesmo assim para de se encolher, vocês são
companheiros alfa, comecem a agir como tal.' Eu não posso evitar,
concentro minha raiva neles, estalando minhas mandíbulas novamente
em frustração.
Kimber e Blair lentamente levantam suas cabeças, liberando o aperto
em meus irmãos antes de se desculparem baixinho.
Pode parecer uma explosão aleatória agora, mas mesmo que eu esteja
chateada com meus irmãos por eles se submeterem a qualquer um que
mostre poder, isso faz meus irmãos parecerem fracos pra caralho. E eu
não estou bem com essa merda!
Meus irmãos podem ser idiotas irritantes para mim, mas isso não
significa que eles merecem ser desrespeitados. Seus rostos mostram
confusão e suponho que eles estão enviando mensagens para seus
companheiros perguntando o que estão pensando.
Estou chateada e garanti que soubessem que eu estava chateada, mas
minha loba se foi, e sem um lobo eu não posso fazer um comando alfa.
Isso é algo que só minha loba pode fazer quando está no comando, é
o poder dos lobos, não dos humanos.
Então, para eles se submeterem a mim quando eu não estou nem
desafiando ninguém, estou apenas levantando minha voz é...
vergonhoso.
'Claramente vocês dois têm coisas para resolver com seus próprios
companheiros, então não se preocupe com o meu, porra. '
Afastando-me do sofá, volto para minha cadeira enquanto meu pai
conta para minha tia e meus tios o que acabou de acontecer, confusão
rola em seus rostos quando olham para Kimber e Blair.
Eles nunca foram o tipo de pessoas que fazem isso, e para mim, mais
do que ninguém, é confuso. Mas não tenho tempo para pensar neles
antes que meus irmãos falem.
— Eu não sei do que se tratava, mas você tem razão! E nós ficaremos
com você Zayla. — Um dos gêmeos diz, eu nem olho para ver qual deles e
eu não preciso enquanto o outro fala logo em seguida.
— Você é nossa irmãzinha e faríamos qualquer coisa por você, só não
queremos que você se machuque.
Virando minha cabeça para olhar para eles, eles finalmente parecem
derrotados.
— Pensamos que você tinha morrido Zayla, você tem ideia do que é
isso?
'Me sentir como se estivesse morrendo? Sim, na verdade eu sei. '
— Eu não quis dizer isso. — Draxel diz enquanto esfrega a nuca.
Drayden imita seus movimentos
— Não podemos perder você, você nos mantém juntos. Lamentamos
estar sendo idiotas, apenas não estamos prontos para ver você crescer.
Não estamos prontos para que você não precise de nós.
— E sentimos muito também, nossos lobos confiam em você Zayla,
eles estavam apenas protegendo nossos filhotes, nós sabemos o quão
ferozmente os lobos defendem seus companheiros. Não sabíamos que o
seu se foi. — A voz de Kimber é tímida, mas sincera.
Eu não posso deixar de suspirar novamente, mas desta vez porque
parece que um peso foi tirado de mim. Com tudo o que aconteceu
recentemente, eu precisava da minha família.
Eu precisava dos meus irmãos mais velhos, então sentir que não
poderia me apoiar neles me deixou com náuseas.
'Eu também sinto muito, eu não deveria ter gritado com vocês, eu só...
Estou simplesmente perdida. Eu perdi meu companheiro e minha loba ontem
à noite, e eu só preciso de apoio. '
— E de hoje em diante você terá isso de nós. — Blair diz enquanto se
endireita, ela e Kimber saindo de trás dos gêmeos para os lados antes de
andarem e se sentarem nas cadeiras vazias na minha frente. Eu as vejo
tomar seus assentos em silêncio antes de uma mão tocar suavemente
minha pata — todos nós.
— Meu pai diz uma vez que meus olhos se fixam nos dele.
Fazendo o meu melhor para sorrir, aceno rapidamente para ele.
'Ok, então por onde começamos? '
— Ela quer saber por onde começamos. — Minha mãe diz enquanto
coloca a mão em meu pai que ainda está tocando minha pata.
Milani se senta rapidamente, batendo palmas na tentativa de mudar o
clima de azedo para esperançoso.
— Bem, primeiro temos que levá-la de volta à forma humana.
Limpando a garganta, meu agora estressado tio Silas segue o exemplo
de sua companheira, atraindo toda a nossa atenção.
— Temos muito trabalho a fazer.
Sim. Claro que sim.
Capítulo 34
UMA PEQUENA GUERRA Devlin
— Acho que é hora de implantar a arma definitiva.
— Eu não acho que vai funcionar.
— Confie em mim, vai funcionar.
Voltando meus olhos para um Zennen cético, observamos Craven
cutucar o peito de minha filha levemente.
— Gracie.
Ele continua cutucando ela, arrulhando seu nome em uma voz
chorosa enquanto ela dorme. Seu rosto vai rapidamente da determinação
à derrotada antes que ele deslize seu traseiro ressentido de volta para
Zennen e eu.
Jogando os braços para cima dramaticamente, Craven dá um pequeno
ataque que Zennen e eu achamos muito engraçado.
— Não vai funcionar, ela está morta para o mundo!
— Você não vai acordá-la assim — Eu rio antes de caminhar para o
berço.
Engolindo meu orgulho, digo a única coisa que sei que vai acordar
minha linda filha de seu sono. A única coisa que vai me irritar para
sempre.
Limpando a garganta, digo as três palavras que funcionam sempre.
— Oh, ei, Soren.
E assim seus lindos olhinhos começam a se abrir, e meu ego leva uma
surra, graças ao amor do meu bebê por seu tio, maior do que por mim.
— Soso. — Ela sussurra animadamente. Eu não posso deixar de
franzir a testa, embora eu tente esconder, ela percebe um pouco. Suas
pequenas sobrancelhas franzindo junto.
Pegando minha filha no colo, volto a contragosto para Zennen e
Craven, que agora estão explodindo de rir.
— Eu tentei que nem um doido por 45 minutos e você está me
dizendo que tudo o que eu tinha a dizer é 'oh, ei Soren', isso é incrível.
— Infelizmente, — eu digo enquanto cerro os dentes e reviro os
olhos.
Na segunda menção do nome de Soren, a cabeça de Gracie começa a
vasculhar a sala antes que ela fixe seus olhos tristes em mim, lágrimas se
formando neles.
— Soso.
Eu odeio que ela ame seu tio mais do que a mim, mas caramba, me
mata vê-la tão magoada que ele não está aqui.
Ele tem estado mais na terra do que aqui para observar Zayla,
especialmente desde que ela foi nadar no rio. Sua luta para protegê-la de
si mesmo falhando a cada passo.
Não me entenda mal, estou feliz por ele, mas não posso mentir e dizer
que não é uma pena ver minha filha esperando por ele para jantar e ele
não virá porque algo aconteceu na terra.
E agora, desde que voltou para casa, ele não saiu do quarto, exceto
algumas vezes, e nem mesmo foi para o trabalho. Ele fica emburrado em
seu quarto o dia todo e vai aleatoriamente para os aposentos de nosso pai
para ver se ele está em casa.
É um momento ruim para ele precisar de nosso pai e de seu conselho,
considerando que nosso pai está no céu fazendo uma auditoria de almas.
Acho que algumas almas humanas foram para o lugar errado, então
agora o pai tem que ir lá e consertar isso. Ele estava tudo menos feliz
quando foi convocado.
Uma pequena lágrima deslizando pelo rosto da minha garotinha me
traz de volta ao momento presente, e meus irmãos estão quase em cima
de mim enquanto tentam arrancá-la das minhas mãos.
Eu a solto quando Zennen a pega. Sua personalidade calma sempre
parece acalmá-la, enquanto o lado selvagem de Craven tende a deixá-la
animada.
— Shhh, pequena Guerra, tio Zen vai te levar para SoSo. — Suas
grandes mãos acariciam suas pequenas costas.
Eu a vejo olhar para trás ligeiramente, seus olhos vidrados no seu tio.
— Soso. — Sua voz sai de forma questionadora.
Zennen acena com a cabeça e isso a faz sorrir e aninhar o rosto em
seu ombro. Seu pequeno braço se estende para mim, mas não para que a
pegue.
Não, minha princesa só quer me tocar. Dando a ela minha mão, ela a
puxa até o rosto e a beija. É o que a mãe dela sempre fez com ela e
comigo como uma forma de nos consolar.
E agora ela está fazendo isso em mim. Eu engasgo um pouco antes de
puxar minha mão de volta.
— Tudo bem, esperemos que funcione. Vamos ver Soren.
— Vai funcionar! Ninguém pode dizer não a essa coisinha linda. —
No verdadeiro estilo Craven, ele dramaticamente joga as mãos na direção
de Gracie. Seus gestos fazem Zennen e eu rirmos enquanto caminhamos
para o quarto de Soren.
Quando chegamos a alguns metros de distância, Zennen coloca
Gracie no chão. Suas perninhas voam para a porta de Soren, abrindo-a e
correndo antes que possamos dar mais um passo. Rimos de seu
entusiasmo, mas paramos rapidamente assim que atingimos a porta do
quarto de Soren.
Seu quarto está destruído, sangue e pêlos estão por toda parte!
Marcas de garras brilham nas paredes. Nós três entramos lentamente,
não temos medo pela vida de Gracie, então não nos preocupamos
quando ela corre para buscar seu tio...
Isso é até que um grito de dor chamando — SoSo — sacode a casa.
Correndo para o banheiro, tudo o que vemos é meu irmão
praticamente desmaiado com seu próprio sangue, seu corpo em uma
forma entre homem e lobo. Sua mão com garras presa em seu peito.
Nunca vi nada assim. Nunca vi ninguém segurar as duas formas ao
mesmo tempo.
Eu pego minha filha chorando enquanto ela tenta acordar seu tio.
Assim que a seguro, ela morde meu braço, se contorcendo para sair do
meu aperto.
— Droga, Gracie, ai!! — Eu não posso deixar de gritar, a dor e o
sangue agora estão escorrendo pelo meu braço, mas ela não solta até que
eu o faça.
Assim que eu a solto, ela volta a acordar Soren.
— SoSo! SoSo!!!!!
Eu a ajudo sacudindo-o e chamando seu nome, mas ele fica quieto
por muito tempo.
Zennen e Craven ficaram parados e atordoados, sem saber o que fazer
ou o que está acontecendo.
— Venham nos ajudar! — Eu grito tirando eles do estupor.
Quando eles correm, peço que me ajudem a puxar sua mão de seu
peito, suas garras estão perfurando seu coração, mantendo-o morto.
Enquanto nós três continuamos a puxar, finalmente soltamos sua
mão e lentamente a puxamos para fora de seu peito, enquanto o
fazemos, noto Gracie colocar as duas mãos na lateral de seu rosto quando
ele começa a se contorcer.
Seus olhos fecham lentamente e uma luz branca começa a brilhar em
seus dedinhos.
Nós três nos ajoelhamos atordoados enquanto o lado lobo Soren
lentamente começa a desaparecer, seu corpo humano assumindo o
controle calmamente. Nenhum osso quebrado, nenhum som, apenas
silêncio.
Lentamente, os olhos de Soren se abrem, examinando nossas
expressões chocadas antes de pousar em uma Gracie sorridente e
desdentada.
— Olá pequena Guerra, como está minha garota favorita? — Sua voz
sai seca e rasteira, mas não impede a luz de brilhar através dos olhos de
Gracie enquanto ela se lança em seus braços.
Gritando:
— SoSo — repetidamente.
Ele ri do entusiasmo dela, antes de estremecer de dor, eu noto suas
feições começando a mudar novamente.
Estendendo a mão para tocá-lo, minha filha põe um fim nisso
rapidamente quando, como antes, coloca a mão em seu rosto.
Seus dedos emitem um brilho suave e fazem a dor de Soren
desaparecer, e ele a olha maravilhado.
— Como você fez isso? — Ele diz baixinho antes de olhar para mim.
— Ela está acalmando meu lobo.
Capítulo 35
PRECISAMOS DE UM PLANO
Devlin

— Ela está acalmando meu lobo. — Sua voz está cheia de admiração e
alívio por ele ser capaz de manter seu lobo sob controle por alguns
minutos.
— Faz sentido, quer dizer, ela provavelmente detém o poder oposto
de Devlin, onde ele começa a guerra, ela a acalma. — Zennen diz seus
pensamentos em voz alta enquanto dá uma mão a Soren para ajudá-lo a
se levantar.
Soren toma Gracie em seus braços e a embala em seu peito,
balançando-a para frente e para trás lentamente.
À medida que seus olhos ficam pesados, não consigo evitar que minha
mente divague sobre a situação. Percebendo Craven inquieto ao meu
lado, sei que ele está fazendo o mesmo.
Quando estou prestes a falar e dizer o que está em minha mente,
Craven solta as perguntas que estavam em nossas mentes.
— O que está acontecendo, Soren? Por que seu lobo está
praticamente se arrancando de você? Por que você estava no chão com
suas próprias garras em seu peito?
Soren apenas suspira antes de dar a volta por nós e sair do banheiro,
minha filha agora totalmente adormecida em seu peito.
Nós três o seguimos, Zennen e eu ficamos em silêncio enquanto
Craven continua a bufar ruidosamente. Sua frustração vazando por todos
os poros.
Assim que voltamos para meus aposentos, Soren praticamente se joga
no sofá, seus movimentos são rápidos e desleixados, mas não o suficiente
para acordar a bela adormecida que está apagada em seu peito.
Sentando no sofá em torno dele, voltamos toda a nossa atenção a ele.
Minha frustração por sua fuga chega ao limite, então mesmo quando
tento ficar calmo e compreensivo... o que falo não sai dessa forma.
— Você está confortável agora, então fale porra! Essa merda não é um
comportamento normal para o seu lobo Soren, você se recusa a nos
contar o que aconteceu entre você e Zayla, tudo o que sabemos é que
você quer torná-la imortal sem que perca seu lobo, o que nós
entendemos, mas...
Gesticulando dramaticamente como Craven fez antes, faço gestos
aleatórios para me dar a entender.
— Essa merda não é normal, sou um ano mais novo que você e nunca
te vi tão desequilibrado. Seu lobo está praticamente tentando se arrancar
de você.
— Sem mencionar que seus ceifeiros estão confusos. Você se
esqueceu de que eles podem sentir suas emoções extremas? Eles
precisam que você mantenha a compostura, e pela aparência do seu
quarto e o estado em que minha filha o encontrou, eu diria que você nem
sabe o que isso significa. — No final do meu discurso, eu me sento de
volta no sofá.
O rosto de Soren não vacila, mostrando uma tristeza que não vi nele
antes.
Limpando a garganta, Zennen quebra o silêncio que ameaça tomar
conta da sala.
— Você precisa voltar para a terra.
Pânico toma conta de Soren.
— E-eu não posso.
— Por que você não pode? — Craven pergunta dessa vez.
Eu observo enquanto ele passa os dedos distraído pelos cachos de
Gracie. Mesmo em seu sono, seus dedos estão emitindo aquela luz
estranha.
— Não posso voltar para a terra porque meu lobo tentou matá-la
enquanto eu dormia. Não posso voltar porque, se o fizer, não serei capaz
de detê-lo. — Sua voz falha quando nada além de tristeza toma conta.
— Eu não posso voltar porque eu a amo tanto que sinto que meu
peito vai explodir e, porra, eu explodiría sem problemas se soubesse que
ela está segura — Eu vejo uma lágrima cair pelo rosto dele.
— Eu não posso matá-la, eu não vou. Eu ficaria no estado em que
você me encontrou por toda a eternidade se isso significasse que ela está
bem. Eu não confio em mim mesmo, não confio no meu lobo e é por isso
que você me encontrou do jeito que eu estava.
Ele enxuga a lágrima de sua bochecha.
— Como posso estar unido a uma besta em quem não confio, como
posso me manter sob controle quando odeio metade de mim.
Todos nós caímos em silêncio depois disso, o corpo exausto de Soren
lentamente caiu no sono. Uma vez que ele está totalmente dormindo, eu
me levanto e saio da sala.
Zennen e Craven me seguem quando, rapidamente, saio de meus
aposentos e me dirijo aos aposentos de meu pai.
— Dev, para onde estamos indo? Você sabe que o pai vai nos matar se
descobrir que estamos em seu quarto.
Rindo da lamentação assustada de Craven, eu ignoro seus protestos e
entro mesmo assim na área reservada a nosso pai.
O quarto dele é decorado em um tom marrom, mantendo a mesma
decoração e esquema de cores que nossa mãe escolheu antes de sua
morte.
Estar aqui faz com que uma tristeza tome conta de nós três. Desde a
morte dela, nosso pai nos proibiu de entrar em seu quarto e agora
sabemos por quê.
Ele o transformou em um santuário para ela. Com uma respiração
profunda, eu recupero meu foco e continuo fazendo o que vim fazer.
Atravessando a sala, chego ao que parece ser um armário, mas meus
irmãos e eu sabemos muito bem o que realmente é.
Abrindo a porta lentamente, entramos no quarto, está
completamente vazio, exceto por um grande espelho.
— O que estamos fazendo aqui, Devlin? Papai vai realmente nos
matar se souber que estamos usando o espelho do destino.
— É a única maneira de ver. — Respirando fundo, corro meus dedos
sobre a moldura, o toque suave despertando o espelho. Quando o
espelho vê quem o invocou, ele sorri para nós. Vendo nossas intenções, o
rosto no espelho me dá um aceno rápido.
O aceno me informando que tenho permissão para perguntar o que
eu gostaria.
— Mostre-me a Rainha Zayla, companheira de Soren, Cavaleiro da
Morte. — Minha voz está firme e calma, mas eu estou tudo menos isso.
A mulher do espelho sorri para nós antes de desaparecer e ser
substituída por Zayla.
Na esperança de ver uma versão feliz, talvez um pouco mal-
humorada, da companheira de nosso irmão, somos levados de volta
quando a vemos enrolada no chão gritando de dor.
— Temos que ajudá-la! — Craven em pânico abre um portal para
onde Zayla está. Quando estamos prestes a passar por ele, ouvimos um
suspiro no espelho. Virando-se, vemos seu corpo cair rendido enquanto a
dor vai embora.
Zennen e eu olhamos do espelho de volta para o portal antes que
Zennen fale.
— Craven, fecha rápido.
Assim que ele começa a fechá-lo, começam os gemidos no espelho,
vemos com horror quando o portal se fecha e o corpo de Zayla começa a
convulsionar como se ela estivesse pegando fogo.
— Devlin, temos que fazer algo! — Craven entra em pânico.
Desta vez eu abro um portal e observo no espelho enquanto sua dor
aumenta de novo. Fechando-o rapidamente apenas para testar minha
teoria, vejo a dor paralisá-la pela terceira vez.
— Não podemos deixar um portal aberto, vai drenar nossos poderes,
os únicos que seriam capazes são os ceifadores e eles estão ocupados. —
Zennen solta um suspiro frustrado, esfregando a nuca, pois como Craven
e eu, ele tenta pensar em uma solução para o problema.
Eu vasculho meu cérebro por alguns minutos até ter uma ideia.
— Eu já sei, mas preciso que um de vocês mantenha o portal aberto
para mim.
— Eu farei isso, posso segurar por uma hora antes de desmaiar, você
acha que pode conseguir tudo o que precisa até então?
— Sim, deve ser tempo o suficiente. — Fechando meu portal assim
que Zennen abre o dele. Craven corre para o quarto de nosso pai,
pegando uma cadeira para o Zen.
— Estaremos de volta o mais rápido possível. — Eu digo antes de sair
correndo da sala.
— Onde estamos indo? — Craven pergunta enquanto desço as
escadas.
— Nós estamos indo para os fossos. — Craven para
momentaneamente antes de disparar para me alcançar.
— O que poderíamos possivelmente precisar nos fossos?
— Almas danificadas.
Capítulo 36
PUNINDO GERALDO
Devlin

O poço das almas é um lugar assustador.


Almas de todas as esferas vem parar aqui, esperando que os
encaminhemos para seu lugar de descanso final.
Algumas almas, entretanto, Soren deixa aqui como forma de punição.
As almas enlouquecem lentamente e estão desesperadas para seguir em
frente.
Enquanto Craven, Zennen e eu ajudamos Soren a administrar as
almas, no final das contas o que acontece com eles e seu tempo aqui é
determinado por Soren.
Abrindo o portão e entrando no fosso, está assustadoramente
silencioso. As almas permanecem imóveis pela sala. Seu comportamento
geralmente animado é temporariamente suspenso.
Caminhando mais para dentro da sala, procuro nas hordas de almas
uma alma específica... Geraldo Burtini.
Agarrando as almas enquanto tento encontrar o homem em questão,
sou capaz de ver cada coisa que cada alma fez em suas vidas.
Desde as que vivem uma vida normal e feliz, criando uma família, até
assassinos e estupradores, eles estão todos aqui juntos, esperando por um
veredicto sobre para onde mandaremos suas almas.
Todos eles querendo saber quando vão seguir em frente.
Agarrar uma alma em particular me faz parar momentaneamente, seu
nome e rosto parecem tão familiares para mim, mas eu não sou muito
capaz de identificá-la.
Diamond King.
Deixando a informação de sua vida fluir através de mim rapidamente,
eu percebo que a alma na minha frente é na verdade a avó de Zayla.
Sua alma está rachada pelas dificuldades, mas é pura. Travando meus
olhos com sua alma, eu a liberto.
— Seu coração é puro, então você pode seguir em frente. Vou cuidar
de sua família enquanto eles crescem, aproveite o céu. Seu companheiro
está lá esperando por você.
Ela sorri para mim, admiração enchendo seus olhos antes que sua
alma desapareça em uma luz branca suave.
Respirando fundo e me virando, noto Craven parado ali fazendo
porra nenhuma.
— O que você está fazendo para me ajudar? — Com o meu rosnado
irritado, ele revira os olhos.
— Eu seria capaz de te ajudar se você me dissesse o que diabos
estamos fazendo aqui, Devlin... quem diabos estamos procurando, por
exemplo. — Ele cruza os braços com força sobre o peito, irritação
iluminando cada característica de seu rosto.
Eu estava com tanta pressa que esqueci de lhe contar o plano.
Suspirando, rapidamente digo a ele quem estamos procurando e por quê.
No início, seu rosto está inseguro, mas ele não me questiona, ele
apenas faz uma pausa momentânea, depois se vira e começa a procurar.
Depois de 15 minutos eu ouço
— Uh Dev, eu o encontrei, mas... eu não sei o que você planeja fazer
com ele, podemos precisar de uma alma diferente.
Confuso, sigo o eco de sua voz até encontrá-lo. Preso na parede com
uma corrente de metal em volta do pescoço está Geraldo Burtini.
Sua alma mostra as marcas que foram esculpidas em sua forma
humana por um Soren furioso, e enquanto estão aqui nas fossas, uma
alma fica inteira e quase semelhante ao que era em vida.
Quando for liberado, ele se dividirá em muitos pedaços em que Soren
o cortou.
— Ele é perfeito, assim como eu sabia que ele seria. — Eu digo com
entusiasmo antes de estender a mão e destravar sua corrente da parede.
Puxando-o para cima, forço Geraldo a se levantar. Colocando minhas
mãos em seus ombros, eu vejo o que fez em vida, e posso apenas dizer
que a morte foi uma saída fácil para ele.
— Por seus crimes contra humanos e sobrenaturais, você foi punido
para apodrecer aqui no purgatório por quanto tempo achemos adequado.
As almas desta sala continuarão a se mover, mas você nunca.
Virando meu corpo, aceno para o covarde, que se junta a mim
cruzando seu braço esquerdo sobre o meu e segurando os ombros de
Geraldo em um abraço simulado.
Cantando em latim, Craven e eu começamos o ritual para criar
ceifeiros. Isso é algo que não devemos fazer, mas se usarmos energia
suficiente, podemos fazê-lo quando Soren não está disponível.
Quando a última palavra flui de nossos lábios, nossos olhos ficam
brancos e nossos corpos ficam enrugados enquanto damos a esta alma
uma imortalidade após a morte.
Porém, assim que o ritual está quase concluído, Craven e eu
acrescentamos uma frase que nos permite fazer com que Geraldo não
seja um ceifador, apenas mais uma alma danificada. Sem essa frase,
Craven e eu estaríamos presos esperando que Soren removesse sua
posição de ceifador.
E bem, como não queremos que ele saiba que uma alma que ele
torturou agora é um ceifeiro, tenho certeza que você pode entender
porque queremos que isso continue em segredo.
Quando o ritual chega ao fim, essa pessoa nojenta fica ali sorrindo.
— Eu não sei do que você está rindo, isso não vai ser nada agradável
para você. — A voz de Craven contém irritação antes de soltar as mãos, as
minhas, no entanto, movem-se de seu ombro para o pescoço.
Levantando o homem do chão com quase nenhum músculo
necessário. Que porra de barata...
Nah, esse é um termo muito bom, as baratas são espertas e podem
sobreviver a uma bomba nuclear. Este energúmeno está muito abaixo de
uma barata.
Mantê-lo no ar enquanto suas pernas balançam e seu rosto mostra o
medo que ele sem dúvidas adquiriu em seu tempo com Soren. Eu ando
mais para dentro do poço até chegar às celas.
Cem celas no total, este é o pior lugar para uma alma estar. As celas
foram criadas para que as almas percam todo o seu livre arbítrio e,
basicamente, fiquem presas em um estado congelado.
No entanto, eles estão totalmente cientes de seus arredores, então
eles ficam sentados lá às vezes por centenas de anos, incapazes de reagir
ou mesmo se mover.
Parando na minha frente, Craven dá o comando para abrir a porta.
— Cela 27, eu ordeno que abra.
Quando a porta se abre, Craven e eu entramos na sala. Está
completamente vazia, exceto uma cadeira de madeira que levita
ligeiramente acima do solo.
Quando coloco Geraldo na cadeira, ele cai totalmente no chão, seu
corpo congela instantaneamente. Pânico gritando em seus olhos
enquanto eu ando ao redor dele.
— Veja, Geraldo, não é inteligente ser arrogante quando você está
sendo punido. Eu sei que deve ter sido absolutamente inebriante sentir
todo aquele poder correndo em suas veias enquanto você se tornava um
ceifeiro.
Quando chego atrás dele, me curvo e sussurro em seu ouvido, meu
tom é cortante e não contém nenhuma emoção além de raiva.
— Mas veja, eu tenho planos para você.
Agarrando sua nuca, já que agora que ele é um ceifeiro e pode sentir
dor de novo, eu cravo minhas unhas em seu pescoço. Ele não pode
morrer assim, nem pode sangrar, mas ele pode sentir a dor do mesmo
jeito.
Puxando sua cabeça para trás, eu o faço travar seus olhos em Craven,
que agora deu um passo à frente.
— Você vai abrir um portal para a residência de Zayn King e sua
companheira Skyla. Eu sei que você sabe quem eles são, garoto, então
não brinque comigo.
Nesta cela, ele deve seguir as instruções, porém algo como abrir um
portal é difícil de fazer se você não sabe o que está procurando.
Mas, em uma inspeção mais aprofundada de sua vida, vimos que ele
sabe muito bem onde moram os King. Bem demais para o nosso gosto.
Sua tortura na mão de Soren ficou clara quando me foi mostrado que
o ataque a Zayla foi orquestrado por esse homem na minha frente.
O fato só foi conhecido depois que sua alma chegou aqui.
Depois de alguns minutos, um portal se abre lentamente na cela.
Apertando com mais força seu pescoço, dou um comando final.
— Você deve deixar este portal aberto até que Craven ou eu lhe
digamos o contrário. Você também deve colocar o portal em um lugar
onde permanecerá invisível. — Craven e eu observamos enquanto seu
portal muda de cor e cenário enquanto ele move o portal para o que
parece ser um sótão.
Soltando seu pescoço, volto para a frente dele.
— Aproveite a sua casa, a cela 27 sempre foi minha favorita.
Antes de o deixarmos, Craven dá um soco em seu estômago, seus
olhos mostrando sua dor, mas seu corpo congelado no lugar.
— Isso é por machucar minha irmãzinha, seu bosta. Aproveite a
solidão.
Ao sair, ordenamos que a cela se feche, apenas para ser aberta por
Craven ou por mim. Selando-a com sangue.
Voltamos para o andar de cima o mais rápido possível, de volta ao
quarto de nossos pais e ao espelho do destino.
Assim que abrimos a porta, vemos Zennen prestes a desmaiar. Craven
e eu o agarramos, levando-o de volta à cadeira.
Uma vez que ele recupera a compostura, Craven e eu o liberamos para
fechar seu portal.
— Ok, pare com isso.
Capítulo 37
UM LONGO MÊS
Zayla

Ao acordar esta manhã, sinto uma grande diferença.


A dor que estava me atormentando em minha cabeça agora se
transformou em uma dor superficial. Embora ainda seja muito
desconfortável, ela causa a dor equivalente a um hematoma forte que fica
quando você esbarra em alguma coisa.
Eu definitivamente posso lidar melhor com a dor do que com a
sensação paralisante que senti o tempo todo. Procurando nos cantos da
minha mente, como fiz todas as manhãs no mês passado, tento localizar
minha loba e hoje a sinto!
Ela está desmaiada na parte de trás da minha cabeça. Ela está de
guarda como se estivesse antecipando algo que está para acontecer, mas
ela está lá!
Saltando da cama com uma nova energia em meus passos, eu
rapidamente sacudo meu pelo antes de descer as escadas. Minha família,
como todas as manhãs, estão todos sentados em volta da mesa comendo
em silêncio. Desde que tudo isso aconteceu comigo, o clima por aqui tem
sido sombrio, para dizer o mínimo.
Uma vez que minhas patas tocam o chão da cozinha e minhas garras
raspam suavemente a madeira, eu vejo como todos eles ficam tensos.
Parados por um momento enquanto esperam que eu caia de dor, como
tenho feito todos os dias desde que cheguei em casa.
Mas não, em vez disso, simplesmente vou até a porta dos fundos.
'Volto em um minuto, vou dar uma corrida.' Não me importo de me
conectar a ninguém em particular, mas todos eles me ouvem antes de
cutucar a porta com a cabeça, saindo de casa.
Não fui capaz de fazer muita coisa no mês passado, nem mesmo
chafurdar na minha própria tristeza. Não, conforme o mês se arrastava, a
dor apenas se intensificou.
O máximo que aguentei foram seis horas sólidas de tortura antes de
finalmente sucumbir e eu desmaiar.
Começando a correr, eu perambulo sem rumo por um tempo antes de
notar meus passos me levando em direção à casa de Soren. Já se passou
um mês desde que pus os pés aqui. Um mês desde que fui
verdadeiramente feliz. Um mês dessa porra de dor que queima meu
corpo como um incêndio na floresta.
Abrindo a porta, o que leva alguns minutos devido à minha falta de
mãos, entro na sala. A casa está com um cheiro mais rançoso, mas
quando respiro profundamente sinto um leve cheiro dele. Meu Soren.
Trotando para o quarto, noto que o ponto mais forte onde seu cheiro
está no carpete, bem onde ele me possuiu pela primeira vez.
Reivindicando minha virgindade e a mim como sendo dele.
Empurrando meu nariz no tapete, eu inalo tanto de seu cheiro
quanto meus pulmões são capazes de segurar antes de me jogar no chão.
Eu continuo a respirar de forma dramática.
O ritmo rápido da minha respiração me deixa tonta, mas meu
desespero para sentir seu cheiro me faz ignorar tudo, meu corpo
implorando apenas para tocá-lo novamente, para sentir seus braços ao
meu redor, sentir seus lábios vibrando na minha pele.
Conforme eu imagino todas as maneiras como quero que ele me
abrace, minha loba desperta. Eu a sinto começar a se mover na minha
cabeça.
O cheiro de nosso companheiro chamando-a como se me chamasse.
A observo na minha cabeça, ela está se comportando de maneira
estranha. É difícil descrever como a imagino. Quase como um cão
medroso sentado com o rabo entre as pernas, enquanto ela se arrasta
para a frente com as patas dianteiras.
Seu pelo está arrepiado e suas feições estão tensas, como se ela
quisesse se manter longe de tudo, incluindo de mim.
Perdida no cheiro do meu companheiro e no comportamento
estranho que minha loba está exibindo, eu lentamente começo a cair no
sono, meu corpo entrando em um estado de pura calma que tem até
minha loba se deitando na minha mente.
Com uma inspiração final, eu inalo o máximo do cheiro de Soren
quanto meu focinho permite antes de finalmente apagar.
Acordando do que parece ter sido o melhor sono que já tive, eu
observo tudo ao meu redor, com a mudança na posição do sol entrando
pelas janelas, suponho que estou dormindo há pelo menos algumas
horas.
Estendo a mão, esfrego meus olhos em círculos lentos, a sensação é
tão maravilhosa que levo um minuto inteiro para processar o que estou
fazendo.
Parando minhas mãos uma vez que atingem meu rosto, eu as olho,
gritando de excitação quando vejo que tenho mãos humanas de verdade.
Virando meu rosto no tapete mais uma vez, eu respiro uma última
vez antes de me forçar a me levantar. Minhas pernas estão bambas e
rígidas por estarem na forma de lobo por tanto tempo.
Entrando no banheiro de Soren, tomo meu primeiro banho em um
mês, deixando a água lavar meu corpo enquanto me ensaboo com o
sabonete de Soren.
Eu não posso deixar de gemer enquanto lavo entre as minhas pernas.
Nunca tendo tido a chance de me limpar da nossa noite juntos, sinto
uma leve tristeza ao lavar seu toque do meu corpo humano.
Terminando meu banho, me seco rapidamente e visto um par de
calças de moletom cinza de Soren e uma de suas camisas de algodão
preto, antes de vasculhar seu armário por alguns sapatos que sirvam.
Os pés dele são bem maiores que os meus, mas acabei encontrando
um par de sandálias com velcro para ajustar.
As aperto até um ponto que parecem ridículas e, em seguida, faço
meu caminho para a frente da casa.
Com minha mão abro a porta da frente, trazendo meus lábios para a
madeira, eu beijo a porta, colocando minha testa nela antes de soltar um
suspiro profundo.
'Eu te amo, Soren. Vejo você em breve.'
Capítulo 38
BEM, ISSO É NOVIDADE
Zayla

Respirando fundo novamente, saio da casa de Soren pela última vez


sozinha. A próxima vez que eu tocar esta porta da frente, meu
companheiro estará ao meu lado.
Não me importo com o que ele pensa, nem com o que ele teme. Estou
determinada a tê-lo ao meu lado e o terei. Minha alma e suas
preocupações que se danem!
Obrigando-me a percorrer o caminho de sua casa, faço a lenta
jornada de volta para minha própria casa.
Decidindo tomar um caminho mais longo ao redor da linha do
território, eu uso este tempo apenas para desfrutar de estar de volta à
minha forma humana, porque embora eu ame estar na forma de lobo,
quando você está preso sem escolha, fica cansativo pra caralho.
Enquanto continuo minha caminhada, meu cérebro está vagando
mais do que eu, nunca sendo capaz de se ater a um pensamento em
particular antes que um novo apareça em primeiro plano.
Escalando uma árvore caída no meu caminho, quase caio quando, ao
longe, uma horda de rosnados altos ressoa por entre as árvores.
Descendo da árvore, eu saio na direção do som.
Chegando de onde o som está vindo, vejo meus irmãos, meu pai e
alguns membros da matilha sendo atacados por pelo menos 50 selvagens.
Procurando no mar de corpos, não vejo minha mãe em lugar
nenhum. Onde diabos ela está?
Eu continuo vasculhando a multidão em busca de minha mãe até que
finalmente a encontro, um grupo de humanos e lobos a mantém deitada
no chão, meus olhos observam meu pai tentando alcançá-la antes que ele
seja atacado também.
Tento freneticamente puxar meu lobo para fora, mas ela não
responde.
— Puta merda, eu preciso de você! — Eu grito, segurando minha
cabeça com força enquanto os vejo enfiar agulhas em meus pais.
Assim que meus pais ficam inconscientes, sinto minha loba rugir na
minha cabeça, sem qualquer aviso ela sai de dentro de mim.
Ela está diferente desta vez, posso sentir isso. Olhando para baixo
rapidamente, noto que nosso pelo não é mais preto como o normal. Não,
desta vez nosso pelo tem manchas de carvão que combinam com as de
Soren.
Eu não paro por nenhum segundo antes de meu corpo se mover.
Retirando os lobos selvagens de cima dos meus irmãos. Eles me olham
preocupados por um minuto enquanto meu corpo se acende.
'Salvem a mamãe e o papai! ' Eu grito pela conexão mental os
assustando os trazendo de volta à realidade antes de nós três
dispararmos.
Com um irmão de cada lado meu, nós destruímos a maioria dos lobos
e até mesmo alguns humanos antes de chegarmos ao papai.
Ele está completamente desmaiado, mas continuo empurrando ele
tentando acordá-lo. Eu continuo fazendo isso por vários minutos
enquanto meus irmãos me protegem e tentam chegar até nossa mãe que
está cercada.
Chamando um membro da matilha, eu saio para ajudar meus irmãos.
Quando estou quase chegando a eles, fico momentaneamente distraída
quando, com o canto do olho, vejo um buraco aberto no campo.
Quando sai um homem vestido com um belo terno, meu corpo
congela. Eu vejo quando ele se abaixa e puxa a alma do lobo morto para
fora de seu corpo.
Balançando a cabeça lentamente, ele examina o campo, bufando com
o estrago antes de seus olhos se fixarem em mim. Eu vejo desejo e
admiração brilhando em seus olhos cinza antes que ele desapareça no
portal e eu seja puxada de volta à realidade com os gritos de meus
irmãos.
'Caramba, Zayla nos ajude, o que diabos você está fazendo!!! '
Virando minha cabeça de volta para meus irmãos, eu observo
enquanto eles estão sendo presos por mais lobos e o corpo da minha mãe
é colocado na parte de trás de uma van.
Saio disparada e rapidamente mato os lobos que prendem meu irmão
Draxel, ajudando-o a se levantar rapidamente, nós fazemos o nosso
caminho para o meu irmão Drayden, mas quando ele chora de dor e
desmaia, não consigo parar a raiva que tenho em mim.
Minha preocupação com minha família é a prioridade agora. A raiva
surge em cada veia, até que meu corpo fica quente... não, meu corpo fica
em chamas.
Mordendo a carne do último lobo nas proximidades, fico
momentaneamente surda por seu grito de dor quando seu corpo começa
a queimar.
O cheiro de carne quente começa a queimar os pêlos do meu nariz.
Minhas mandíbulas continuam a morder o lobo agora morto quando
ouço meus irmãos gritarem novamente.
'Cadê a mãe!!!' Estalando minha cabeça. Na direção da van, vejo que
meus irmãos correm pela trilha.
Correndo tão rápido quanto minhas pernas podem me levar, eu entro
na frente da van, cortando-a.
Parada na sua frente, vejo os homens na van me encararem
aterrorizados, e pelo para-brisa consigo me ver. Meu corpo está
totalmente em chamas, pedaços de carne e músculos estão faltando,
enquanto meu fogo recém-adquirido brilha intensamente através das
rachaduras.
Meus olhos estão brilhando intensamente, com minhas íris sendo de
duas cores diferentes. Um olho brilha em vermelho e o outro em um
roxo brilhante. Enquanto isso, o corpo do outro lobo ainda está
pendurado em minhas mandíbulas.
Jogando o lobo morto no chão, seu corpo estala como uma lenha em
chamas quando começa a se apagar.
Saltando no capô da van, minhas patas a amassam um pouco
enquanto começam a derreter o metal.
Meus irmãos estão em ambas as portas da van rosnando com suas
mandíbulas para os homens lá dentro, membros da matilha que
acabaram de chegar à luta guardam a porta dos fundos, enquanto outro
tenta abri-la.
Os homens na van gritam ordens uns para os outros, alguns estão ao
telefone e outros sacando armas.
Tendo tido o suficiente deste joguinho, bato minha cabeça com força
no para-brisa, o vidro à prova de balas não se estilhaça, mas derrete
enquanto minha cabeça queima através do material.
Decidindo usar minhas patas, eu bato com força uma e outra vez até
que o vidro se quebra.
Mergulhando na van, eu ataco como um animal raivoso, arrancando
braços e outros membros de corpos enquanto eles gritam de terror, por
ajuda e misericórdia.
Uma vez que os homens na frente são exterminados, eu começo a
trabalhar para quebrar a divisória para a parte de trás da van, onde minha
mãe está. Meus irmãos seguem atrás de mim até a cabine da van.
Meu lobo neste momento não está vendo nada além de vermelho, seu
instinto assumiu totalmente. Ela está totalmente cega para tudo ao seu
redor, exceto para sua tarefa.
Quando eu finalmente consigo ultrapassar a divisória, eu só vejo
quatro homens e o corpo de minha mãe.
Atacando o mais próximo de mim, eu o mato rapidamente,
mordendo sua jugular e com um rápido estalar de cabeça, eu rasgo a
carne de seu corpo.
Quando avanço para os próximos dois, minhas garras arranham a
carne de seus estômagos enquanto meus dentes mordem qualquer parte
que eu consiga alcançar.
Enquanto estou ocupada com esses dois, meus irmãos avançam sobre
o último humano, estou muito distraída para prestar muita atenção no
que eles estão fazendo...
Tudo bem... até o som de um tiro soar em meu ouvido.
Capítulo 39
ISSO DÓI
Zayla

Um som ecoa em meus ouvidos quando a bala perfura o metal do chão


da van.
As vibrações do tiro ricocheteando no espaço confinado, machucando
meus tímpanos delicados e me deixando um pouco sem equilíbrio
enquanto minha loba momentaneamente tenta evitar o som. Sacudindo-
me rapidamente para não perder um minuto, minha loba salta sobre o
corpo de minha mãe, agarrando a cabeça do homem que acabou de atirar
em meus irmãos.
O impulso do meu salto fez minhas costas baterem dolorosamente
contra a porta dos fundos trancada, puxando o humano caindo no chão
comigo.
Com a cabeça dele ainda em minha mandíbula, finalmente paramos
de rolar alguns metros para longe da van. Minha loba e eu estamos um
pouco tontas e lentamente nos levantamos, nossas mandíbulas afrouxam
um pouco enquanto tentamos recuperar nosso equilíbrio, mas assim que
estou prestes a morder sua cabeça, outro zumbido fere meus ouvidos, dor
e sangue começam a escorrer pela minha perna traseira.
Minha loba e eu soltamos um grito com a dor ardente antes de
rosnar, irritada com o fato de que esse merda atirou em mim. Ele atirou
em mim!!!
Se ele não estava morto antes, ele com certeza vai estar agora!
Fechando minhas mandíbulas com mais força do que o necessário,
quebro seu crânio. Matéria cerebral e sangue vazam de suas órbitas.
A área ao meu redor está em silêncio enquanto os membros da
matilha se espalham, levando os feridos e meus pais rapidamente para a
enfermaria.
Minha loba ainda está queimando de raiva, nosso corpo coberto pelos
restos humano morto, sua cabeça ainda pendurada em minhas
mandíbulas com sangue e fragmentos de seu crânio pingando no chão
com um som horrível, o tempo todo rosnando ferozmente, com meu
pêlo em pé de irritação e minha perna sangrando por todo o chão, se
misturando com o sangue do brinquedo de morder que minha loba agora
adquiriu.
Eu fico assim por pelo menos uma hora contando cada gota
lentamente até que de repente eu sinto uma mão nas minhas costas
tensas, eu deixo cair a cabeça esmagada rapidamente e tento morder de
volta a mão que me toca.
— Zayla — é dito suavemente antes de meus dentes morderem sua
carne e ele gritar.
Quando vejo que é um dos meus irmãos, solto sua mão e gemo. A
percepção de que acabamos de machucar nossa família, a família que
queremos proteger, faz com que minha loba se repreenda duramente.
Abandonando o humano morto, arrastamos nossos corpos doloridos
e levantamos Drayden, que está segurando sua mão ensanguentada.
Minha loba choraminga outra vez, a culpa por mordê-lo tomando
conta de todo o nosso corpo, e imploramos por perdão.
Alcançando-o, lambemos a parte de baixo de sua mão, tentando
abrandar sua dor. Continuamos assim por vários minutos, embora
Drayden esteja repetindo que está bem e que não dói. Minha loba
simplesmente não para, ela se sente tão mal por machucá-lo que não
desiste até que sua mão esteja curada.
Porque assim que isso acontece, ele abaixa e fica ao nível dos nossos
olhos. Passando as mãos em minha cabeça, choramingo mais uma vez de
arrependimento, antes de ronronar com o seu toque.
— É bom ver você, loba, estávamos com medo de que você tivesse ido
embora, vejo que você acabou sabendo das notícias. — Drayden continua
a ronronar para a minha loba enquanto analisa nossa nova aparência
antes de finalmente se levantar.
Afagando minha cabeça mais uma vez, ele começa a caminhar em
direção à casa. Eu me sento e fico olhando para ele por um minuto,
curiosa para saber o que ele está fazendo. Quando ele está a poucos
metros de distância, ele para e se vira para mim.
É
— É hora de devolver as rédeas a Zayla e voltar para casa, lobinha, não
acha?
Balançando a cabeça levemente, eu me levanto e manco pelo
caminho de volta, procurando pelas minhas... bem, pelas roupas de
Soren. Elas estão em retalhos, o que machuca meu coração, porque agora
não tenho nada dele, mas sei que não tenho tempo a perder, então vou
cambaleando até outra árvore que sei que tem roupas por baixo e volto
para a forma humana.
Eu me visto rapidamente, ouço um estalo de gravetos enquanto meu
irmão me segue pelo caminho que eu tomei.
— Zayla? O que você está fazendo?
Andando ao redor da árvore, quando ele chega eu o sigo.
— Zayla? Lobinha? — Ele chama novamente.
— Nah, apenas Zayla. — Eu digo com um humor pesado em minha
voz. Ele se vira atordoado ao ouvir minha voz, e ainda mais por
finalmente ver meu rosto depois de um mês tão longo.
Agarrando-se a mim, ele me dá um abraço.
— Oh, graças a Deus você está de volta à forma humana. A casa estava
realmente começando a feder como um cachorro molhado.
Rindo no meu ouvido, eu não consigo evitar de dar uma risada
enquanto o empurro para longe.
— Vamos engraçadinho, me ajude a ir para a enfermaria, minhas
pernas estão me matando.
Drayden olha para minha calça, que agora mostra o sangue que
escorre pela minha perna. Seus olhos brilham com preocupação por um
momento, antes de se abaixar e me levantar com cuidado.
Fazendo a longa jornada de volta para casa. Assim que chegarmos à
enfermaria, Drayden me leva para uma das camas vazias ao lado dos
meus pais.
A cabeça de Draxel está encostada no corpo da minha mãe, mas
levanta quando meu corpo é colocado no chão. Vendo o sangue em mim,
ele pula e se coloca ao meu lado.
— O que aconteceu? — Seu tom é hesitante, mas misturado com
preocupação e pânico.
— O idiota atirou em mim antes que eu pudesse matá-lo, mas estou
bem, você pode tirar esse olhar do seu rosto.
— Que olhar — ele diz em um suspiro murmurado.
— Aquele que parece que estou prestes a murchar e morrer. — Eu
respondo tentando aliviar o clima, mas seu rosto simplesmente cai.
Estendo o braço e pego a mão de Draxel.
— O que há de errado, Drax?
Inclinando-se, ele beija o topo da minha cabeça suavemente
enquanto uma enfermeira chega e começa a inspecionar meu ferimento.
Não estou totalmente curada porque a bala ainda está alojada na minha
perna.
— Estou tão feliz em ver você. — Ele finalmente diz enquanto se
afasta de mim, dando um leve aperto na minha mão. Eu não posso deixar
de sorrir para ele, veja, este é o meu irmão, este é o Draxel que eu sempre
conheci.
Quando a enfermeira começa a mexer na minha perna, não consigo
evitar um sibilo de dor. O rosto de Draxel pisca de irritação quando ele
vai repreender a enfermeira.
Estendo a mão, agarro seu braço puxando-o de volta para o meu lado.
— Drax, estou bem.
— Ela está te machucando de propósito. — Ele se arrasta, o rosnado
de seu lobo vibrando através de suas cordas vocais.
— Não, ela não está, eu juro que estou bem, dói só um pouquinho...
— minhas palavras são interrompidas quando, com o canto do meu olho,
vejo um portal se abrindo e aquele mesmo homem que apareceu no
campo caminha até o corpo de um lobo.
As máquinas ao redor começam a apitar, mostrando que o lobo na
mesa está se preparando para lutar. Com um toque da mão do homem,
vejo o corpo do lobo emitir um brilho suave antes que este se vire e volte
para o portal.
Agarrando o braço de Draxel mais uma vez, aponto para onde o
homem estava.
— Você viu isso?
— Vi o que?
— Aquele homem, eu acho... — Eu tropeço em minhas palavras
enquanto minha mente gira. — Eu acho que acabei de ver um ceifeiro.
Capítulo 40
PRECISAMOS DE UM PLANO
Zayla

— Eu acho que acabei de ver um ceifeiro.


Minha mão apertando ainda mais o braço do meu irmão faz com que
ele solte um grito. Solto meus dedos rapidamente, e me desculpo
timidamente por machucá-lo antes que meu cérebro explodisse.
Se eu sou capaz de ver os ceifeiros de Soren, tem que ser porque nós
nos acasalamos, mas então se eu posso vê-los, então devo ser capaz de
falar com eles, devo ser capaz de tocá-los... bem, se é que eles podem ser
tocados.
Se eu puder fazer tudo isso, isso significa que posso passar pelo portal
sozinha... certo?
Enquanto meu cérebro percorre todos esses cenários e planos
diferentes, ouço baixinho meu nome sendo chamado, mas estou perdida
demais na minha cabeça para prestar atenção a isso.
Quando a enfermeira começa a se afastar da minha perna, que agora
está se curando normalmente, sinto dois pares de braços me envolverem
e me apertarem.
Eu fico um pouco tensa e minha loba solta um ronronar quando eu
percebo que os braços na verdade pertencem aos meus pais.
— Estou tão feliz em ver seu lindo rosto novamente. — Meu pai
murmura para mim quando o som de seu próprio lobo ronronando
chama minha atenção. Seu lobo ama a minha com todo o seu coração,
mas ele podia sentir que algo estava errado comigo, então ele esteve no
limite o tempo todo, a de minha mãe também.
A diferença é que minha mãe loba é mais descontraída do que meu
pai, que parece não poder viver sem estar estressado, mesmo que
ligeiramente.
— Eu estou bem, vocês não precisam me estrangular até a morte. —
Eu não posso deixar de dizer, rindo levemente enquanto eles me seguram
com mais força.
— Estamos tão felizes em ver você! Mesmo que você estivesse só
perdendo tempo. — Minha mãe ri levemente de mim, como se ela tivesse
contado a melhor piada, mas ninguém entendeu. Eu a amo muito.
Conforme ela ficou mais velha, conforme meus irmãos e eu crescemos,
ela se tornou tão doce e de fala mansa.
Não me interpretem mal, ela é foda e acabaria com qualquer um para
salvar seus filhos, mas ela adquiriu essa graça que você só encontra em
alguém verdadeiramente apaixonado pela vida.
Meus irmãos e eu rimos em coro de sua falta de jeito até eu
responder.
— Eu não estava perdendo tempo, mãe, estava observando e
planejando.
— Ah, e quem você estava observando? — Meu pai diz, sendo o
primeiro a se afastar de mim. Sentando na cama ao meu lado, ele puxa
minha mãe e eu para nos deitarmos ao seu lado.
Quando meus irmãos se juntam a nós, sentando-se ao pé da cama,
todos eles voltam sua atenção para mim, meus irmãos tendo ouvido
minha menção ao ceifeiro parecem esperar que eu explique melhor,
enquanto meus pais não têm ideia do que diabos está acontecendo agora.
Limpando a garganta, tento sacudir a sensação estranha crescendo
em meu âmago antes de começar a sair do meio de meus pais e me
levantar.
Eu fico inquieta por um momento enquanto examino a sala, há
alguns funcionários aqui, mas nenhum outro paciente está na sala.
Limpando minha garganta novamente, eu vou e os dispenso.
— Com licença, podemos ter um minuto de privacidade, por favor. —
Os médicos e enfermeiras da matilha se viram para mim e acenam
levemente antes de sair da sala e fechar a porta.
— Ok, estamos sozinhos, agora fale. — Eu não tenho que me virar
para ouvir o tom do meu pai.
Eu não perco um minuto, andando ao redor da sala. Eu conto a eles
tudo que vi hoje, tudo o que aconteceu, deixando de fora o detalhe de
estar na casa do Soren porque, bem, não é como se eles pudessem me ver
lá, então por que se preocupar. Quando termino de contar a eles sobre o
ceifeiro que acabei de ver, pego meus pais olhando para o lobo agora
coberto com um lençol branco que perdeu a vida protegendo seu Alfa e
Luna.
Tristeza toma conta de suas feições brevemente antes de eu assistir
seus rostos ficarem em branco, indicando que eles estão se conectando
mentalmente.
Quando seus rostos ficam animados novamente, meu pai suspira.
Aparentemente não gostou dos pensamentos de minha mãe, mas no final
das contas cede à vontade dela.
— Se o que você disse é verdade e você realmente viu um de seus
companheiros ceifeiros. — Ela faz uma pequena pausa, a incerteza
cruzando suas feições brevemente.
— Então, há apenas uma coisa a fazer. — Quando ela faz outra pausa,
eu me viro para meu pai, que está se conectando com ela novamente.
Mantendo meus olhos em meus pais, espero até que eles terminem,
então olho levemente para ele. Quando ele respira fundo, sei que está
tentando protelar até que outra ideia surja em sua cabeça.
Querendo testar uma teoria, eu sibilo de dor falsa, agarrando minha
cabeça e soltando um grito de dor falso, mas crível. Quando sua mão me
agarra para me confortar como ele tem feito, eu falo.
— O que temos que fazer? — Sai com os dentes cerrados antes que
outro silvo falso deixe meus lábios.
— Se você é capaz de ver os ceifeiros, então eles devem ser capazes de
te levar para Soren! — Meu pai diz rapidamente como se estivesse
deixando um gosto rançoso em sua boca, e embora ele não goste, o
mesmo pensamento já tinha passado pela minha cabeça antes.
Parando de encenar minha dor falsa, eu concluo meu espetáculo com
algumas tosses falsas.
— Como vou chegar até eles? Não é como se eu pudesse invocá-los. —
Eu digo uma vez que estou totalmente ereta.
Ouvindo uma série de suspiros agravados atrás de mim, eu me viro
para meus irmãos, que parecem tudo menos satisfeitos.
— O que? — Eu digo enquanto levanto uma sobrancelha
questionadora.
Drayden passa a mão lentamente pelo rosto antes de falar devagar.
— A única maneira de convocar um ceifeiro da morte é estar perto da
morte Zayla.
Cruzando os braços sobre o peito, espero que ele termine a frase, mas,
em vez disso, ele cutuca Draxel, que por sua vez suspira.
— Não sabemos muito sobre ceifeiros, porra, eu nem sabia que eles
eram reais até que ouvimos você falar sobre seu companheiro. Mas se
estar perto de um ceifeiro é o que elimina sua dor, então precisamos te
deixar à beira da morte. — Sua voz, que começou insegura, mas forte,
termina em um sussurro e eu sei o porquê.
Respirando fundo eu acalmo meus nervos, não que eu esteja com
medo, na verdade é o contrário! É que estou tentando não ter muitas
esperanças.
— Se eu preciso estar perto da morte, então eu sei para quem devo
ligar....
— Tio Silas.
Capítulo 41
COLORADO
Zayla

Depois de conversar com minha família e, por fim, telefonar para minha
tia e meus tios, decidimos que seria interessante fazer uma viagem ao
Colorado para trabalhar com minha tia Milani.
Portanto, embora esteja triste por deixar minha família por um
período incerto, sei em meu coração que é a coisa certa a fazer.
Paisley pediu para me levar ao aeroporto depois de um longo café da
manhã e de correr com a matilha. Meus pais quase tentaram me impedir
antes de Paisley convencê-los a me deixar ir.
Parado na pista, o avião do meu tio contrasta lindamente com o
nascer do sol. Saindo, corro ao redor do carro, puxando Paisley de seu
assento para um abraço gigante.
— Eu vou sentir muito a sua falta, Paiys!
— Eu vou sentir sua falta também, lobinha. Me ligue quando você
pousar.
Apertando-me rapidamente mais uma vez, ela se afasta, um sorriso
gigante iluminando seu rosto.
— Estou tão feliz por você estar lutando por Soren, mas não se
esqueça de cuidar de si mesma entre as fodas com ele.
Rindo de suas palavras, eu a puxo de volta para mim.
— Eu prometo! Eu te amo, Paisley.
— Eu também te amo.
Afastando-se totalmente de mim, ela dá a volta e pega minhas malas
do carro, entregando-as para a equipe do avião antes de entrar em seu
carro e dirigir de volta para a matilha e para a nossa família.
Eu fico lá e vejo o carro desaparecer até que ouço uma garganta sendo
limpa atrás de mim.
— Senhora, estamos prontos para decolar. — A funcionária diz
enquanto me guia para o avião.
O voo de Oregon para Colorado é relativamente curto, mas é longo o
suficiente para que, assim que os sinais de atar os cintos de segurança se
apaguem, eu possa me levantar do meu assento e andar pelos corredores.
Parado na base da escada está meu tio Thackery. Que está mexendo
em seu telefone por um momento, mas assim que desço o último degrau,
sua cabeça levanta e ele sorri.
— Bem, se não é a garota mais bonita do mundo.
Não consigo evitar que meu rosto se ilumine, nem a risada leve que
solto.
— Você diz isso para todas as meninas, tio.
Fingindo mágoa, sua mão sobe ao peito.
— Eu não faria tal coisa, lobinha, estou ofendido.
Rindo mais agora, eu dou um tapinha em seu braço levemente antes
de andar ao redor dele e para a porta dos fundos.
— Meu tio malvado, pensei que você fosse o Thackery James, o maior
pegador de todos, mas devo ter me enganado.
— Haha, muito engraçado. Para o seu governo, parei de ser garanhão
quando conheci sua tia, muito obrigado, — sai bem-humorado enquanto
anda atrás de mim.
Fingindo desculpas, coloco minha mão no meu coração, assim como
ele fez antes. O movimento o fez explodir de tanto rir. Meu tio Thackery
é realmente único. Nunca conheci ninguém como ele.
Meu tio Silas o transformou em vampiro quando ele tinha apenas 21
anos, então, embora ele sempre pareça ter a minha idade de agora, na
verdade ele tem cerca de 300 anos.
Embora isso não o tenha impedido de agir como se fosse mais jovem.
Ele é um comediante completo, mas leal pra caralho. Ele está ao lado do
meu tio Silas há 300 anos, casado com ele há mais de 260 anos.
Você não consegue encontrar esse tipo de lealdade e compromisso
com muita frequência. É por isso que eles estão em um casamento a três
com minha tia Milani, que é companheira de Silas. Eles a encontraram há
16 anos e estão juntos desde então.
Uma informação inútil, porém fascinante se você se interessa pela
dinâmica familiar.
A viagem de volta para casa é feita de brincadeiras e risos. Quando
paramos na garagem de sua casa, Thackery pega minhas malas, levando-
as para o meu quarto depois de apontar onde todos estão.
Enquanto faço meu caminho para o quintal, ouço gritos ecoando pela
casa.
— Silas, eu disse para você pegar molho de churrasco, não molho de
asa de frango!
— Mas eu quero comer asa de frango!
— Eu estou fazendo churrasco, Silas. Não cozinhando asa de frango.
— Basta adicionar asas ao churrasco.
— Silas, eu juro por Deus!
— POR QUE VOCÊ ESTÁ SEMPRE GRITANDO COMIGO?
Eu não posso deixar de rir enquanto sigo a discussão deles para o
quintal. Quando meus pés saem da casa, observo o terreno à minha
frente.
Meu tio Silas está parado ao lado da churrasqueira segurando uma
garrafa de molho de asa de frango, enquanto seu melhor amigo e meu tio
Draken, um deus, que está fazendo o referido churrasco, está bufando
para ele.
Minha tia Milani está arrumando a mesa com a esposa de Draken e
minha tia Alice, também uma deusa, seus rostos mostrando irritação
com as brigas dos homens.
Enquanto eles continuam discutindo sobre fazer asas de frango ou
não, Milani perde a paciência.
— Vocês dois podem calar a boca?
Ofegando dramaticamente, Silas se vira.
— Não fale com meu melhor amigo assim, Milani.
Seu drama falso é imitado por Draken.
— Uau Milani, não sei se gosto de como você está tratando meu filho
aqui.
Não posso deixar de rir de suas brincadeira enquanto minhas duas
tias reviram os olhos e um — Juro por Deus — sai de seus lábios em
sincronia.
Meu tio Thackery vem atrás de mim rindo.
— Não se preocupe, você se acostuma, confie em mim. — Beijando o
lado da minha cabeça, ele passa por mim e vai até Milani, beijando-a
rapidamente antes de abrir o bar.
Meu primo Kasyn, que é dois anos mais novo que eu e acaba de
completar 19 anos de idade, se levanta de seu assento ao lado de sua mãe,
seus olhos deixando seu telefone para revirar os olhos.
— Vocês dois me matam de vergonha.
— Uau! Quanto desrespeito estou recebendo na minha própria casa, e
do meu filho amado, entre todas as pessoas. — Silas diz enquanto bate o
pé dramaticamente.
— Kasyn Moretti, você foi criado melhor do que isso! — Draken
continua a gracinha, eu juro que quando eles estão juntos eles perdem
todo o bom senso, deixando um rastro de merdas pelo caminho.
Parada ali achando graça, vejo meu primo revirar os olhos pela quarta
vez antes de entrar em casa. Quando ele me vê ali com uma expressão de
alegria no rosto, ele faz uma careta e em seguida, vem até mim.
— Boa sorte em ficar presa aqui a semana inteira, papai comprou uma
churrasqueira nova. — Não posso deixar de rir de seu tom dramático.
Minha risada, no entanto, é interrompida quando ele faz uma careta
novamente. Seu rosto se transformando me fez vê-lo sob uma nova luz.
Essa dor estranha que eu não consigo controlar, porra, começa a se agitar
no meu estômago.
Ele se parece tanto com Soren e seus irmãos que nem parece verdade!
Ele está lá falando comigo, mas eu estou paralisada olhando suas feições.
Seu cabelo tem exatamente o mesmo tom do de Devlin, seus olhos têm
aquela bela luz em um tom acinzentado que meu Soren tem quando olha
para mim.
Enquanto continuo presa em meus pensamentos, vejo sua
sobrancelha se levantar, e é quando eu noto o resto. Sua boca é idêntica a
de Craven, e seu nariz poderia muito bem ser o de Zennen. O que está
acontecendo?
— Zayla, você está aí? — Ele diz estalando os dedos na minha cara.
Limpando a garganta eu me desculpo, culpando meu comportamento
estranho por estar cansada do voo, antes de me desculpar e ir para o
quarto onde ficarei durante minha estadia.
— Zayla, tem certeza de que você está bem? Você estava me olhando
de um jeito muito estranho. — Kasyn me chama enquanto ele segue atrás
de mim.
Parando na frente da minha porta, me viro e olho para ele
novamente. Essa sensação no estômago está pior do que nunca. Eu não
posso esquecer o quanto ele se parece com eles.
Suspirando, me sinto mal por estar agindo de forma estranha. Não é
culpa dele que seu rosto me lembre o do meu companheiro e de seus
irmãos.
— Sim, tenho certeza, foram apenas alguns meses estranhos pra mim.
Agarrando meu braço, ele me puxa para ele, envolvendo seus braços
em volta de mim e me abraçando com força.
— Sim, eu sei, a mãe me contou sobre o seu companheiro.
Suspirando, ele coloca sua cabeça em cima da minha.
— Não se preocupe Zay, nós vamos te levar até ele, mamãe tem um
plano e, bem, todos nós sabemos que meus pais vão concordar com
qualquer coisa que mamãe disser.
— Anime-se. — Ele diz enquanto dá um tapinha desajeitado nas
minhas costas, depois se afasta ligeiramente. Eu não posso deixar de rir.
Kasyn é um idiota, mas consegue muito me animar. Mesmo que ele
tenha agora cerca de 1,90 metro, ele sempre será meu priminho.
— Obrigado pela risada, seu bobão. — Eu digo enquanto continuo
rindo.
— Sem problemas, agora descanse um pouco. Eu tenho um encontro
esta noite. — Ele diz enquanto brinca com as sobrancelhas
sugestivamente.
Fazendo um som falso de engasgo, eu o empurro um pouco antes de
entrar no meu quarto. Sua risada ecoa pelo corredor enquanto ele grita:
— Não me odeie porque você não é eu.
Jogando-me na cama, repasso o plano em minha cabeça
repetidamente enquanto meus olhos começam a se fechar. Cada cenário
está passando pela minha cabeça, eu tento muito não ter esperanças, mas
quando minha mente começa a se desviar, a imagem daquele que eu mais
quero no mundo vem à minha mente.
Seu sorriso iluminando seu rosto é a última coisa que minha mente
vê antes de finalmente cair no sono.
Capítulo 42
OBRIGADA, PRIMO
Zayla

— Tudo bem, bela adormecida, é hora de acordar.


A frase é seguida por um forte tapa na minha bunda. Gemendo
enquanto rolo para longe de Milani, que apenas solta uma risadinha
rápida antes de começar a me cutucar em lugares aleatórios.
— Vamos, Zayla, levante-se.
— Não! Deixe-me aqui para morrer em paz. — Murmuro em meu
travesseiro, enterrando-me o mais longe possível no colchão.
— E eu aqui pensando que Thackery era a pessoa mais dramática na
minha vida... Agora você que é. — Sarcasmo escorrendo de cada palavra
enquanto sua mão desce mais forte na minha bunda desta vez.
Levantando minha cabeça, eu a encaro através de um véu de cabelo.
— Isso dói pra caralho.
— A dor é o brinquedo do prazer. — Ela diz com um sorriso malicioso
enquanto estala os dois dedos.
— Agora levante-se, eu tenho um trabalho hoje e você vem comigo.
Gemendo de novo, eu lentamente me sento, alongando todos os
meus músculos e sacudindo o sono dos meus membros. A noite passada
foi o melhor sono que tive em um mês e, apesar da dor que tenho sentido
estar voltando, tem sido tão leve que fui capaz de ignorar.
Levantei e pulei no chuveiro com um pouco de ânimo. Eu sei que as
chances de isso funcionar são mínimas, no entanto, a determinação está
vazando por todos os poros do meu corpo.
Quando eu termino de me vestir, meu estômago se revira
desconfortavelmente até a dor praticamente bater no meu rosto.
Caindo dolorosamente de joelhos, não consigo parar o grito que solto
enquanto eu me deito no chão em posição fetal. Só perdendo meu
controle sobre mim mesma para vomitar quando a dor se torna muito
forte. Minha loba que estava calma e relaxada agora está no limite
novamente, sua presença na minha cabeça me deixando tonta enquanto
ela caminha com irritação.
Quando outro grito sai das minhas cordas vocais, minha família entra
correndo na sala, meus tios me agarram tentando me acalmar enquanto
minha tia tenta me verificar se há algum sinal de problema. Mas é claro
que não há nada, pois minha dor é puramente mental.
A dor continua a irradiar por todo o meu corpo até que meu primo
Kasyn corre para dentro do quarto, assim que seu pé atinge a soleira do
meu quarto, eu sinto a dor mudar rapidamente, começando a diminuir.
Quando ele corre em minha direção e sua mão toca meu corpo, a dor
desaparece completamente, fazendo com que todos nós fiquemos
competentemente silenciosos.
— O que aconteceu com ela? Eu a ouvi gritando. — Kasyn é o
primeiro a quebrar o silêncio enquanto ele freneticamente move meu
cabelo do meu rosto para ver se há ferimentos como seus pais acabaram
de fazer.
Estou deitada nos braços do meu tio Silas praticamente mole e
ofegante enquanto tento recuperar o fôlego. Minha loba está andando
em volta da minha cabeça mais agressivamente do que nunca, sua
agitação forte o suficiente para que eu me sinta começando a mudar.
Mas assim que meu primeiro osso quebra, Kasyn puxa seu braço para
longe do meu corpo e eu sinto a dor começar a voltar, quanto mais ele se
afasta, pior fica.
Choramingando seu nome, levanto minhas mãos para ele como um
bebê faria enquanto choro em pânico quando a dor aumenta.
Kasyn me encara confuso com minhas ações, mas ainda assim
estende a mão para mim. Meu tio me encara com a mesma confusão de
Kasyn.
Assim que estou quase em seus braços, eu me movo e como um
macaco envolvo meu corpo em torno dele, agarrando-me a ele. A dor
desaparecendo instantaneamente e um suspiro de satisfação deixando
meus lábios.
Meus tios e minha tia olham para nós com preocupação antes que
minha tia fale.
— Precisamos sair mais cedo, você estava indo muito bem, mas
claramente precisa de seu companheiro.
Apertando meu abraço em volta do pescoço de Kasyn, choramingo ao
pensar nele me colocando no chão. Ele não perde o ritmo, apenas passa
as mãos para cima e para baixo na minha espinha na tentativa de me
confortar, o que realmente acontece.
— Eu vou com vocês. O que quer que esteja acontecendo, ela se
acalma comigo. — A voz de Kasyn é tão definitiva, apesar de sua
confusão, que não posso evitar o sorriso agradecido que aparece em
meus lábios.
Minha tia e meus tios concordam que ele deveria vir e assim que
minha loba e eu estamos totalmente calmas e a dor passa, ele lentamente
me solta e para de me tocar.
Com medo de que a dor volte. Eu mantenho minha mão em sua pele,
pronta para fazer contato com ele novamente se a dor voltar. Mas a dor
não vem, ao invés disso, ela se transforma em uma sensação de
aborrecimento e minha loba volta para a guarda dela. Usando o
momento a nosso favor, todos nós rapidamente nos separamos e nos
vestimos.
Eu sou capaz de tirar minhas roupas cobertas de vômito rapidamente,
mas assim que estou amarrando meus cadarços, uma onda de dor
começa a chegar.
Saindo do meu quarto, corro para o quarto de Kasyn. Ele está olhando
para alguém enviando uma mensagem de texto com um olhar um pouco
irritado enfeitando suas feições, mas quando toco seu braço, seu rosto
muda instantaneamente para uma expressão mais suave antes que ele
olhe para cima e sorria para mim. A dor que eu estava começando a
sentir saindo mais rápido do que seu sorriso é capaz de mostrar em seu
rosto.
— Você está pronta para ir? — Ele pergunta com uma voz tão suave
enquanto desliza o telefone no bolso de trás.
— Eu nunca estive tão pronta em toda a minha vida. — Eu digo
dramaticamente enquanto aceno com o máximo de entusiasmo que
posso. Ele apenas ri e joga o braço por cima do meu ombro, usando o
impulso para nos empurrar para sair da sala.
— Tudo bem então, prima, vamos levá-la para o inferno. — Não posso
evitar o sorriso que se espalha pelo meu rosto, estou tão pronta para tudo
isso acabar, tão pronta para apenas tocar em Soren. Ver seu lindo rosto,
sentir suas mãos no meu corpo.
Estou pronta!
Capítulo 43
VAMOS COMEÇAR
Zayla

Parando em um prédio abandonado, minha tia, que estava enviando


mensagens de texto com um olhar severo em seu rosto durante todo o
caminho, suspira desapontada antes de olhar para Kasyn e eu.
Limpando a garganta rapidamente e com um pouco de nervosismo,
ela começa seu resumo sobre o que está para acontecer.
— Neste prédio aqui. — Ela diz enquanto larga o telefone e aponta
para um ponto específico no mapa que aparece em sua tela.
— Há um grupo de lobos selvagens presos aqui que estão tentando
transformar crianças humanas. — Ao ouvir a palavra crianças, Kasyn e eu
nos sentamos eretos. Nossa atenção totalmente em minha tia enquanto
seu rosto muda para uma expressão de raiva... não que eu a culpe.
— Como sabemos que eles estão tentando transformar crianças?
Lobos não podem transformar pessoas. — Meu primo faz a pergunta que
começou a saltar na minha cabeça. Balançando a cabeça enquanto ele
fala, mostro que concordo com sua linha de questionamento.
É um fato conhecido que lobisomens não podem transformar
pessoas. Nossa existência como espécie sobreviveu até agora apenas com
base na procriação. Seu lobo nasce com você, você não pode
simplesmente obter um mais tarde.
Ou você tem um lobo ou não tem.
Minha tia suspira tristemente com a procissão de perguntas rápidas
do meu primo antes de puxar o telefone e apertar alguns botões. Quando
seu rosto se assusta com o que está em sua tela, eu me preparo.
É quando ela entrega o telefone para nós que deixo meu queixo cair.
Porque quando meus olhos captam o que está realmente em sua tela,
meu corpo congela e minha mente fica completamente em branco.
Em seu telefone está uma imagem, ou imagens de dezenas de
pequenos corpos deitados em uma mesa mortuária. A criança mais velha
parece ter cerca de 3 anos, enquanto a mais nova parece ter no máximo
algumas semanas.
Por todo o corpo há marcas de mordidas e marcas de injeção,
mostrando o grave abuso que esses pobres seres sofreram nas mãos
desses monstros.
Eu nem percebo que estou chorando enquanto olho para eles, até que
a mão de Milani surge e esfrega minha bochecha.
— Eu sei que não é bonito de se ver, porra, é a coisa mais triste do
mundo. Mas é por isso que seus tios e eu fazemos este trabalho.
Enxugando outra lágrima, ela sorri levemente.
— Nós machucamos aqueles que machucam os outros. Sem nós, as
pessoas pensariam que essa merda está bem e não está. Eu sei que é
difícil de ver e será mais difícil ainda estar por perto. Mas esses bebês
precisam de nós.
Acenando com a cabeça em concordância, seu sorriso se ilumina.
Pegando o telefone de Kasyn, que agora parece super irritado e ficou
mais quieto do que o normal, ela franze a testa um pouco antes de trazer
o sorriso de volta ao rosto.
— Todas essas pessoas vão morrer hoje, se existe alguma chance de
você encontrar um ceifador, a hora é agora!
Eu sorrio com suas palavras, tentando ver o lado positivo no fato de
que não apenas todos vão pagar pelo que fizeram, mas os que estão aqui
agora terão o que merecem, e isso me deixa feliz.
Fico em silêncio tentando pensar no lado positivo desse horror, meus
olhos observando os movimentos da minha tia até que seu rosto se torna
severo.
— Silas, Thackery e eu temos trabalhado muito para enviar todos
esses pedaços de merda para o inferno e hoje é a primeira vez que eles
estão todos juntos, então, embora seja triste o que aconteceu com
aqueles bebês, isso precisa ser feito hoje!
Kasyn e eu concordamos com a cabeça antes de seguir Milani para
fora do carro. Ela dá uma corrida rápida enquanto caminhamos em
direção ao prédio, aparentemente não há pontos de mira para um
atirador de elite, então tudo hoje está sendo feito a pé.
Ela fala sobre o fato de que Silas e Thackery, bem como outros
membros do grupo, têm o lugar não apenas cercado, mas cada saída está
prestes a ser invadida ao mesmo tempo.
Quando paramos em frente à porta principal, sinto a dor na cabeça
queimando um pouco, então, estendendo a mão para a frente, toco
Kasyn no braço. O movimento repentino faz com que ele se vire para
mim. Seus olhos brilham em compreensão antes de um pequeno sorriso
brincar em seu rosto.
— Você está bem para fazer isso? — Ele sussurra suavemente.
— Sim! Vamos salvar as crianças.
— E quanto a Soren? — À menção de seu nome, não posso deixar de
respirar fundo. Dói meu coração ter que passar por tudo isso só para vê-
lo. Mas posso dizer honestamente que não me arrependo de nada! Pelo
menos quando olho para trás, posso dizer que lutei como o inferno por
ele, e posso provar isso.
— Ele esperou tanto tempo, o que é mais algumas horas. —
Encolhendo meus ombros rapidamente, agarrei seu braço mais uma vez
para manter a dor baixa.
Quando Milani dá o sinal, entramos no prédio com força total e tudo
acontece muito rápido! Portas de todos os lados se abrem, com nossos
homens e os deles correndo com as armas totalmente carregadas.
Quando as balas começam a voar Milani, Kasyn e eu nos abaixamos e
fazemos o nosso caminho silenciosamente e o mais escondidos possível
atrás da bagunça de corpos e balas voando pelo ar.
Nosso trabalho, esta missão é tirar as crianças, e se eu ver um dos
ceifeiros de Soren, devo passar pelo portal, sem fazer perguntas.
Por mais que eu queira ver Soren, essas fotos ficaram para sempre
gravadas em meu cérebro, as coisas que eles fizeram àqueles pobres bebês
precisam ser punidas, a justiça para aqueles que eles feriram precisa ser
feita.
Então, embora eu tenha concordado em interromper a missão e
correr ao primeiro sinal de um portal, eu decidi que foda-se! Eu estarei
ajudando a tirar esses bebês.
Soren pode esperar... só mais um pouco.
Capítulo 44
SALVAR AS CRIANÇAS
Zayla

O plano para hoje era simples.


Mate todos os envolvidos e então, à primeira vista de um portal, devo
abandonar tudo e todos, e passar por ele aconteça o que acontecer!
No entanto, enquanto Milani, Kasyn e eu descemos outro lance de
escadas frágeis, minha mente se afasta cada vez mais do referido plano.
Não posso permitir que minha moral seja ofuscada pelo meu coração ou
por um homem.
Então, enquanto caminhamos, certifico-me de que minhas mãos
estão estendendo e tocando Kasyn de vez em quando para manter a dor
sob controle, mas também para que ele saiba que ainda estou bem atrás
dele. Isso me ajuda a ficar em alerta máximo e também ajuda eles a não
se preocuparem tanto comigo.
Nosso único foco neste momento são as fotos dessas crianças e a ideia
de que podem estar aqui, que podem estar sofrendo!
É por isso que, quando chegamos ao último degrau, somos pegos de
surpresa quando um punho surge do nada e joga Milani no chão.
Kasyn não perde o ritmo, ele usa seu corpo para se lançar sobre ele,
derrubando o homem de costas, e então seu punho acerta o rosto do
homem em um ataque de raiva que eu nunca vi dele antes. Puxando
Milani, que não parecia nenhum pouco ferida, ficamos em pé,
observamos a raiva de Kasyn atingir o ponto máximo.
— Como você se atreve a colocar as mãos na minha mãe?!
Nós dois o chamamos, enquanto o agarramos e tentamos arrancá-lo
de cima do homem, mas ele não se move. Com cada impulso de seu
punho, o corpo de Kasyn começa a esquentar, sua pele começa a ficar
vermelha.
Enquanto Milani vai agarrá-lo mais uma vez.
— Kasyn, pare com isso, estou ok. — Ela grita de dor quando o corpo
dele se incendeia. Sua chama queimando sua pele vampírica.
O som de sua mãe chorando o fez finalmente desistir. Pulando, ele
agarra o braço de sua mãe e o inspeciona enquanto repete
— Sinto muito, mãe — diversas vezes.
— Está tudo bem, meu filho. Não é a primeira vez que seus incêndios
me atingem e não será a última. — Minha tia ri ao ver a culpa se
espalhando pelo rosto de seu filho. Quando ela entra para abraçá-lo, eu
silenciosamente ando ao redor deles e pelo corredor ainda mais longe,
para não querer arruinar um momento de mãe e filho.
Eu sei que estamos no limite agora, querendo que tudo saia perfeito.
Para que todos saiam com segurança... bem, exceto o desgraçado que fez
isso! Mas é um outro nível para Milani.
É esse tipo de trabalho. Esse tipo de situação que levou Milani a
Kasyn, em primeiro lugar. Ela tinha sido uma vampira por pouco mais de
uma semana antes de aceitar anonimamente o trabalho do tio Silas.
Ele não sabia quem ela era e ela tinha que provar seu valor. O
trabalho deveria ser fácil! Apenas matar algumas bruxas brincando com
magia negra, mas em vez disso ela encontrou uma prisão subterrânea
com um menino de 4 anos de idade, meio faminto e sujo com sua mãe.
Milani tentou salvar os dois, mas sua mãe biológica, Kim, foi baleada
e morta tentando protegê-lo.
Milani levou Kasyn para casa e nunca mais olhou para trás. Nem
mesmo quando ela descobriu que ele era uma fênix. Não, em vez disso,
ela agora usa cada um dos recursos e tudo o que ele sabe fazer para salvar
outras crianças desse mesmo destino.
Ela é inspiradora e forte pra caralho! Se eu pudesse sair dessa vida
sendo metade da mulher que ela é, ficaria muito orgulhosa de mim
mesma!
No meio do corredor, ouço seus passos atrás de mim, mas quando
viro à esquerda eu paro no meio do caminho. Diante de mim estão
alguns homens. Eles estão guardando uma porta de segurança gigante. O
tipo de porta que você vê em bancos.
Enquanto Milani e Kasyn param ao meu lado, os homens que estavam
apenas olhando para mim um pouco confusos agora têm olhares
assassinos em seus rostos. Não dando a eles um momento para se
prepararem, nós atacamos rapidamente, derrubando as armas de suas
mãos.
Consigo derrubar um deles, mas quando vou para cima de um sou
puxada por outro.
Enquanto o homem que me agarrou tenta me estrangular, Kasyn pula
na minha frente, fazendo com que o homem agarre seu pulso e eu
tropece para trás.
Sem perder um momento, Kasyn acende seu braço em chamas,
disparando-as por seu corpo e pelo corpo do homem.
O fogo de Kasyn queima tão intensamente e tão quente que eu não
posso deixar de me jogar no chão, empurrando minhas costas contra a
parede quando vejo seu fogo queimar os corpos restantes.
Sem nem mesmo parar para ver onde sua mãe e eu estamos, ele
caminha direto até a parede, depois passa direto por ela. Seu fogo
queimando um buraco gigante por onde passou.
Estendendo a mão para mim, Milani me ajuda a me levantar.
— Vamos Zayla, vamos agora. — Estou tão impressionada com o
poder do meu priminho que eu quase não consigo me levantar.
— Ele apenas... — Eu digo um tanto atordoada enquanto caminho
pelo buraco gigante na parede. — Queimou um buraco na parede? Sim, é
muito melhor quando é a parede de outra pessoa e não os meus quartos
porque ele teve um pesadelo e demorou demais para abrir as portas. —
Minha tia ri com a memória enquanto seguimos a luz gigante que é seu
filho.
Quando chegamos ao fim do nosso caminho, a primeira coisa que
noto é o cheiro. Tem cheiro de sangue e daqueles mictórios públicos de
plástico.
O fogo de Kasyn se extingue quando começamos a vasculhar a área.
Mais de trinta portas ocupam este corredor, cada porta mostrando uma
cena mais horrível do que a anterior.
Quando chego à última porta, faço uma pausa momentânea para
respirar fundo. Esperando ver pelo menos uma criatura viva. As imagens
das outras salas ficarão permanentemente gravadas em minha memória.
Quando coloco minha cabeça no último cômodo, um gemido chama
minha atenção para uma gaiola no fundo do cômodo.
Quase não dá para ver a gaiola, ela está escondida em uma sala que
abriga tubos gigantes cheios de corpos flutuantes. Corpos que parecem
ter morrido durante uma mudança forçada.
Examinando meus olhos pela sala, conto 24 tubos cheios e 6 vazios.
Quando eu pego um tubo em particular, meu coração afunda. Correndo
para o tubo, olho e vejo o rosto de alguém que conheço!
O homem na minha frente não é muito conhecido, na verdade ele é
um velho discreto. O Alfa de uma matilha vizinha, Alfa Kaden, uma das
pessoas mais doces que já conheci. Enquanto eu observo suas feições,
não consigo evitar de pensar naqueles homens que tentaram sequestrar
meus pais.
É esta a razão pela qual aqueles homens estavam em nosso território?
É por isso que meus pais quase foram levados? O que diabos está
acontecendo?
A cena na minha frente parte meu coração em um milhão de pedaços.
Toda essa carnificina e para quê?
Enquanto as lágrimas enchem meus olhos, permito-me olhar para a
gaiola e as crianças dentro dela. Sabendo que não tenho tempo a perder,
corro para a gaiola. Chamando Kasyn e Milani, quando passo pelo 12°
tubo.
— Eu encontrei as crianças!
Capítulo 45
EXECUTANDO O PLANO
Zayla

Assim que chego à gaiola, me agacho, prestando atenção nas quatro


menininhas que estão amontoadas no canto de uma cela, agarradas umas
às outras tremendo de medo. Observando as características que consigo
ver, elas parecem ter cerca de 4, talvez 5 anos de idade.
Quando minha mão toca a fechadura, as pequenas começam a chorar.
A dor em seus gritos agudos fez meu coração disparar para fora do meu
peito, a bile subindo na minha garganta.
— Está tudo bem, pequenas, não vou machucar vocês. Estamos aqui
para levá-las para casa. — Tento manter minha voz firme e o mais suave
possível.
Agarrando a fechadura, a puxo com toda a minha força. O metal
estala e se quebra em minhas mãos quando arranco a fechadura. Quando
finalmente a destravo, abro lentamente a gaiola.
Sem ter certeza do meu próximo passo, observo as quatro pequeninas
com cuidado, esperando que meu cérebro colabore e me ajude a
completar a missão, mas felizmente não tenho que fazer tudo sozinha e
sinto uma mão tocar suavemente meu ombro.
Virando minha cabeça lentamente para não assustar as crianças ainda
mais, vejo Milani ali olhando para mim com um sorriso suave.
Acenando com a cabeça ao seu pedido silencioso, eu me levanto e
troco de lugar com ela. Quando ela se abaixa e murmura algo para as
menininhas assustadas, ela vira a cabeça ligeiramente para mim.
— Silas tem um homem sangrando lá em cima. Ele retardou sua
morte o máximo possível, mas você precisa ir.
— Eu não posso deixar vocês! Eu não posso deixar as crianças.
Tanto ela quanto Kasyn sorriem para mim, antes de Kasyn tocar meu
ombro e chamar minha atenção para seu rosto.
— Prima, esta vida é a que escolhemos, esses trabalhos são difíceis e
matam nosso espírito lentamente, mas valem a pena. Você nos ajudou a
encontrá-las. Elas estão seguras por sua causa!
Enquanto respiro fundo, ele se inclina para frente e beija minha
têmpora.
— É hora de ir, Zayla, é hora de você lutar pela vida que você deseja.
Olhando para ele, fico confusa. Eu aceno suavemente antes de dizer a
eles que vou chamá-los assim que puder.
Subindo as escadas de dois em dois degraus, chego à entrada principal
e à gigantesca abertura da garagem. Parados no meio da sala estão meus
tios Silas e Thackery.
Silas enfia as unhas na garganta do homem enquanto Thackery puxa
sua cabeça para trás. Assim que me veem, os dois sorriem.
— Zayla, gentil da sua parte se juntar a nós três, você está pronta? —
Silas diz com um sorriso genuíno. Enquanto eu aceno com a cabeça
novamente, ele olha para Thackery, que solta o homem e caminha até
mim.
— Boa sorte, loba. — Ele beija minha têmpora antes de ir embora.
— Certifique-se de ligar quando puder, ficaremos preocupados até
que você o faça. — Meu tio diz de uma maneira tão calma antes de rasgar
a garganta do homem e vir até mim.
— Prometa que mandará notícias.
— Eu prometo.
— Que bom. — Ele sorri para mim, antes de copiar o beijo de
Thackery e sair da sala.
Parada ali, olhando para o corpo, pego meu telefone e digito uma
mensagem rápida para meus pais. Dizendo que os amo e que ligarei
quando puder. Quando aperto o botão enviar, um portal se abre na
minha frente e sai o mesmo homem de antes.
Ele caminha até o homem se abaixando e o tocando suavemente.
Enquanto ele estava ocupado fazendo o que quer que esteja fazendo, eu
caminho para a frente do portal esperando que ele me note.
Quando ele se vira, seu rosto fica chocado. Mas eu não presto muita
atenção em seu rosto, em vez disso, minha atenção está na bola de luz
em suas palmas.
— Olá, sou Zayla.
Ele fica parado me encarando por um momento. Seu rosto continha
confusão e preocupação.
— Eu não sei se você sabe quem eu sou ou não. — Eu começo de
novo.
Desta vez, ele limpa a garganta e me responde.
— Eu sei que você é. — Sua voz é profunda e estala contra suas cordas
vocais.
— Você é um dos ceifeiros de Soren? — Quando o som de seu nome
deixa minha voz, o ceifeiro bufa em derrota e eu não posso deixar de me
sentir estranha.
— Eu sou, minha Rainha. — Ele diz depois de alguns minutos me
estudando.
— Como posso ver você agora, mas nunca pude antes? — Minha
pergunta sai como vômito de palavras, minha curiosidade correndo
desenfreada.
— Só as pessoas associadas à morte podem me ver, você é a
companheira de meu mestre e minha rainha, seria o cúmulo do
desrespeito se eu escondesse minha existência de minha própria rainha.
— Enquanto ele fala, noto sua voz suavizando. Quase como se tivesse
passado uma eternidade desde que ele a usou e ela tivesse enferrujada.
— Se eu sou sua rainha, isso significa que você tem que fazer o que eu
digo, certo? — A pergunta sai dos meus lábios com pouca ou nenhuma
convicção, porque honestamente eu estou falando com um ceifador e
isso está me impressionando e me assustando, tudo ao mesmo tempo.
Sem mencionar que ele é um ceifador que está segurando a alma de
alguém em suas mãos como se fosse uma bola quicando.
Dizer que estou um pouco duvidosa de toda essa situação seria o
eufemismo de todos os eufemismos.
— Em teoria, você está correta. — Seu rosto muda para a mesma
expressão insegura que o meu.
— Então, em teoria, você pode me levar com você? — O homem ou
ceifeiro na minha frente parece querer recusar meu pedido com cada
fibra de seu ser.
Um olhar de horror passando por seu rosto enquanto um cenário
passa por sua mente, sem dúvida sobre como Soren vai puni-lo se ele
descobrir. Quase me sinto mal por ele.
A palavra-chave aqui sendo quase! Enquanto ele respira uma das
respirações mais profundas que eu já vi, ele balança a cabeça carrancudo.
— Claro, minha senhora, qualquer coisa que seu coração deseja.
Sorrindo para o rosto dele, que está em uma careta permanente, não
posso evitar a sensação vertiginosa de finalmente estar no mesmo lugar
em que Soren está. Sabendo que desta vez é nos meus termos, porra, e
não nos dele!
Enquanto o homem estende a mão livre, eu a seguro, seguindo-o até
o portal. À medida que caminho, a sensação de meu vínculo de
companheiro fica mais forte a cada passo, até que finalmente se encaixe
totalmente no lugar.
Quando eu passo para o outro lado, a alma que antes era uma
pequena bola está agora ao meu lado como se eles tivessem crescido seu
corpo de volta. É surreal e me deixa atordoada até ser saudada por um
rosto muito familiar.
Covarde.
— Bem-vindo ao purgat... Zayla! — Sua voz começa entediada e
desinteressada até que ele vê meu rosto e quase pula de seu assento para
me dar um abraço de urso. Sua responsabilidade de saudar as novas
almas há muito esquecida.
— Olá, Craven, é um prazer vê-lo novamente. — Eu digo meio sem
fôlego enquanto ele continua a me apertar forte.
— O que... o que você está fazendo aqui?
— Eu acho que você sabe.
— Oh, putz, sim!!!, — ele se afasta, antes de me levantar no ar como
se eu fosse uma criança e me girar.
Ao primeiro sinal de uma risadinha minha, ele traz meu corpo
girando para um fim lento, acenando com as mãos dramaticamente, uma
vez que meus pés tocam o chão novamente.
— Eu estava ficando de saco cheio das constantes lamentações e
explosões de raiva dele.
— Como ele está?
Inclinando a cabeça, ele sorri com a minha pergunta.
— Se considerarmos explosões deprimentes e raivosas como bom
humor, a Morte está ótima.
Eu não respondo. Em vez disso, eu apenas olho para ele com um olhar
esquisito tipo beicinho, esperando que ele tenha pena de mim e apenas
me diga o que eu quero saber.
Suspirando dramaticamente, Craven joga as mãos ao lado do corpo.
— Tudo bem, tudo bem! Ele está miserável pra caralho! Ele está
esperando nosso pai chegar em casa há semanas e cada dia que nosso pai
demora, mais furioso Soren fica.
Incapaz de conter a curiosidade da voz, eu sussurro minha pergunta
enquanto mastigo a pele ao redor da minha unha.
— Onde seu pai foi?
— Ele está no céu para uma reunião. Elas sempre demoram muito.
— Uma reunião para quê?
— Porra, se eu conseguisse me lembrar, mas eu não tenho permissão
para ir nestas reuniões. Você sabe, sou uma besta e tudo mais. — Ao dizer
a palavra besta, ele passa as mãos pelo corpo.
— Oh, certo. — Sai em uma risadinha abafada.
— Agora vamos lá. Eu tenho alguém que está morrendo de vontade
de conhecer você! — Com essa fala, fico confusa, já conheci os irmãos
dele, então quem mais eu poderia precisar conhecer? Mas ele não liga
para mim, nem para o meu rosto confuso.
Agarrando minha mão, ele começa a me puxar para fora da sala.
Determinação é a única coisa que brilha em suas feições.
— Mas e quanto a Soren? — Eu lamento um pouco enquanto tento
parar meus passos.
— Ele não vai a lugar nenhum, então deixe-me mostrar o purgatório
para minha irmãzinha antes que ela seja puxada para um jogo dramático
que ela vai ganhar de qualquer maneira. — A maneira como ele diz isso
com tanta certeza me faz rir de seu entusiasmo.
Isso aqui, eu precisava disso! Eu precisava dessa personalidade
otimista.
— Eu não posso dizer se você tem confiança em mim ou apenas sente
falta de Soren. — Eu pergunto enquanto rio de sua expressão.
Jogando o braço em meus ombros, ele começa a me conduzir para
fora da sala.
— Ambos, se estou sendo honesto. Agora venha.
Capítulo 46
PURGATÓRIO
Zayla

Sinto como se estivesse caminhando pelo corredor mais longo do


mundo.
Depois que Craven e eu saímos da sala de admissão de almas, que é
como se chama a sala em que pousei, ele me mostrou outras partes do
trabalho. Por exemplo, vi o que Craven chama de Sala de Espera.
Craven apenas abriu a porta brevemente, mas parecia ser do tamanho
de um campo de futebol gigante, apenas o chão era de mármore e as
paredes eram brancas e douradas. Era tão lindo que eu estava
honestamente hipnotizada.
Craven diz que as almas que eles recolhem vão para esta sala até a
meia-noite, onde um portal para o que Craven chama de fossa é aberto.
Ele diz que as almas, enquanto na fossa, não percebem onde estão. A
magia da sala repetindo a vida de cada alma em um loop constante até
que um dos quatro irmãos tome a decisão final sobre sua alma.
No entanto, Craven mencionou brevemente que Soren tem a palavra
final sobre as almas e que ele pode escolher punir as almas tornando-as
cientes de onde estão e mantendo-as lá embaixo.
Uma alma que nunca foi capaz de seguir em frente, eventualmente,
enlouquece. Eu não tinha certeza de como me sentia sobre isso, mas não
tive muito tempo para pensar enquanto caminhávamos para o final do
corredor.
Craven para um pouco na porta antes de se virar para mim e sorrir.
Todo o seu rosto se ilumina quando as covinhas em suas bochechas
aparecem em seu rosto.
— Bem-vinda em casa, irmãzinha. — Ele diz antes de empurrar
dramaticamente as portas francesas. A emoção em seu rosto tem o meu
imitando o dele, um sorriso esticando os músculos do meu rosto.
Agarrando minha mão, ele me puxa pela porta que na verdade era
outro portal dando para uma sala de estar gigante. Sentados ao redor da
sala estão Devlin e Zennen, que estão esparramados nos sofás assistindo
TV, e uma mulher pequena, mas bonita, que está ajoelhada no chão ao
lado de uma criança brincando.
A sala que estava cheia de risos e felicidade ficou em silêncio quando
Devlin e Zennen me viram. Pulando de seus lugares rapidamente, eles
correm para mim.
Me puxando para um abraço de urso assim que me alcançam, Devlin
quase me esmaga até a morte enquanto Zennen brinca suavemente com
meu cabelo. O abraço de Zennen é curto e doce enquanto ele se afasta
lentamente. No entanto, Devlin está literalmente espremendo a vida fora
de mim.
— Craven, o que diabos você fez! — Seus gritos são murmurados em
meus ouvidos tapados enquanto ele volta sua atenção para seu irmão
mais novo. Com um leve empurrão em seu peito, ele olha para mim, me
dando um sorriso de desculpas se me machucou antes de me soltar e
acariciar meu cabelo em um rápido e macio carinho na minha cabeça.
Segurando as mãos para cima, Craven se afasta lentamente.
— Eu não fiz nada, ela veio através do portal de Marcellus e foi uma
surpresa para mim também.
Demoro apenas um momento para perceber que o nome do ceifeiro
que Conheci é Marcellus. Sentindo-me um pouco culpada por nem
mesmo perguntar qual era seu nome, faço uma nota mental para me
desculpar com ele por ter sido rude na próxima vez que o vir.
Percebendo que quatro pares de olhos agora estão olhando para mim
com três deles segurando expressões de choque, eu começo a esfregar
minha nuca em uma tentativa estranha de me acalmar da inquietação
que seus olhares estão proporcionando.
— O que? — Eu finalmente pergunto quando percebo que eles não
estão se movendo.
— Como você conseguiu que Marc a deixasse passar por seu portal?
Ele nunca iria contra Soren, inferno, ele foi a primeira alma que Soren
transformou! Não há ninguém mais leal do que Marcellus!
Enquanto eu limpo minha garganta, sinto uma pequena mão puxar
meu cotovelo. Quando olho para baixo, fico cativada pela beleza da
criança diante de mim. Seus lindos cachos castanhos sobre seus ombros
enquanto ela levanta as mãozinhas e faz um movimento em forma de
concha, sinalizando que ela quer eu a pegue.
— Para ser sincera, não fiz nada, apenas pedi-lhe que me levasse e ele
o fez. — Eu digo enquanto me inclino e agarro a doce princesa.
— Oi, linda, sou Zayla. Qual é o seu nome? — Eu não posso deixar de
murmurar para ela enquanto ela empurra a cabeça no meu peito, seus
pequenos braços agarrando-se a mim como se me conhecessem, antes
que ela suspire suavemente — SoSo — e seu aperto relaxe.
Olhando para o rosto de Devlin, a confusão no meu é tão evidente
que, quando repito:
— SoSo? — como uma pergunta. Os quatro caem na gargalhada.
Ninguém me explica nada e eles simplesmente continuam com suas
risadas por causa de uma piada interna. A mulher que estava sentada no
chão briga com os meninos, revirando os olhos antes de se levantar e vir
até mim.
— Olá, sou Ana, sou a esposa de Devlin e mãe desse monstrinho que
se chama Gracie. — O orgulho em sua voz é evidente quando ela bagunça
o cabelo de Gracie, fazendo cócegas em meu nariz e a pequenina rindo
contra meu peito.
Eu não posso deixar de admirá-la enquanto ela fala. Meus olhos
olham brevemente para Devlin, seus olhos estão fixos nos dela. Você
pode dizer com apenas um olhar que ele tem tanto amor e admiração por
ela que meu coração momentaneamente afunda no meu estômago,
quando um sentimento rápido e fugaz de saudade enche meu peito.
— Prazer em conhecê-la Ana, eu sou a Zayla. Companheira de Soren.
— Digo a última parte insegura, mas quando o sorriso dela aumenta,
meus nervos se acalmam significativamente.
— Oh, querida, eu sei. Quem você acha que teve que brigar com
aquele maldito homem a cada cinco minutos porque ele está sentindo
sua falta.
— Ele sente minha falta? Mas ele foi embora... ele me deixou. —
Minha voz sai baixa, mas a tristeza nela é evidente.
— A dor que senti quando ele saiu, a queima de nosso vínculo
rompendo. Doeu. — Tento expressar meus sentimentos, mas até mesmo
para meus próprios ouvidos é uma bagunça confusa.
Os olhos de Ana suavizam e quase parecem arrependidos quando ela
toca suavemente o lado do meu rosto.
— Não posso falar por ele, nenhum de nós pode, mas posso dizer que
ele não sabia. Se você confia em qualquer coisa que dizemos, confie que
ele não sabia que você estava sofrendo.
— Eu acredito em você. — Eu puxo um sorriso fraco para o meu rosto
antes de passá-lo no ombro de Gracie e suspirar feliz. Nunca me apeguei
tão rápido a uma criança, especialmente não tão rapidamente, mas tenho
uma sensação estranha fluindo pelo meu corpo quando ela me toca.
Um alto "Ah não!" me faz levantar minha cabeça e olhar para Devlin
enquanto ele puxa Gracie do meu peito. Meu rosto não mostra nada
além de confusão com o comportamento, mas ela apenas ri dele quando
ele a joga para cima, suas risadas se transformando em gritos de
excitação.
Ao pegá-la, ele aponta um de seus longos dedos para o rosto dela
antes de começar a fazer cócegas nela.
— Você não vai amar outra pessoa mais do que eu Graceland Hope!
Papai é o seu favorito, está me ouvindo! Eu ajudei a fazer você, você vai
me amar mais, caramba!
Enquanto todos começam a rir de seu favoritismo forçado, não posso
deixar de rir junto.
— Quem é o favorito dela? — Eu pergunto pensando que um adulto
vai responder, mas estou errada e sua cabecinha olha em minha direção e
responde a si mesma.
— Soso! — Sua vozinha é tão definitiva e segura de si mesma que eu
rio enquanto seu pai revira os olhos, suspirando tristemente.
— Suponho que é Soren? — Eu digo como uma pergunta novamente
esperando por um adulto responder, mas a pequena na minha frente
suspira alegremente repetindo seu apelido para ele.
— Infelizmente. — Devlin diz antes de soltar sua filha de volta em
meus braços.
— Parabéns, agora você é a tia orgulhosa de uma criança que ama o
tio mais do que os pais. Vou pegar uma cerveja. — Ele diz todo
emburrado ao passar por Craven, que ri e pisca para mim antes de segui-
lo.
— Zayla, você precisa de alguma coisa? — Zennen pergunta enquanto
começa a seguir os meninos em direção ao que posso supor ser a cozinha.
— Um pouco de água seria ótimo. — Eu digo com um sorriso quando
Gracie começa a brincar com meu colar de borboleta. Ele sorri e acena
com a cabeça enquanto desaparece na outra sala.
— Agora que eles se foram! É hora de nós, mulheres, conversarmos.
— Ana diz com entusiasmo enquanto me puxa para o sofá.
Enquanto nos sentamos, ajusto Gracie no meu colo e encaro Ana. Ela
parece tão feliz, contente e simplesmente inteira! Mal posso esperar para
experimentar essa sensação plenamente.
— Eu não tenho outra mulher com quem conversar há pelo menos 5
anos! Então, fale! Diga-me tudo que eu preciso saber sobre você!
A felicidade dela é tão contagiante que eu dou risadinhas e mesmo
tendo acabado de conhecê-la, começo a contar tudo a ela.
E eu quero dizer tudo!
Capítulo 47
ONDE CARALHOS ESTÁ GERALDO?
Soren

O mês passado foi um dos mais difíceis da minha vida. Eu sabia há muito
tempo que minha lobo e eu não sabíamos como lidaríamos com nossa
linda Lux. No entanto, nunca pensei que ele reagiria com ela da maneira
que reagiu.
Uma vez que o portal fechou no rosto de nossa companheira, ele
enlouqueceu. No início, ele estava controlando sua raiva, o que parecia
estar um tanto contido. Principalmente andando pela minha cabeça,
rosnando e rosnando como um cachorro raivoso... Estou honestamente
surpreso por não ter visto espuma saindo de sua boca.
Mas, com o passar dos dias, ele se cansou da minha covardia e
começou a tentar assumir o controle. Para ser 100% transparente, dói pra
caralho ter metade de você literalmente tentando se destruir.
Tentei tudo que pude pensar que não envolvesse Zayla para acalmá-
lo. Mesmo indo tão longe a ponto de parar meu próprio coração, apenas
para entorpecer a dor por um momento.
Não tenho certeza de quanto tempo fiquei deitado no chão do
banheiro com minha mão literalmente segurando meu coração, mas eu
sei que meus irmãos e minha linda sobrinha me acordaram três dias
atrás.
Desde que acordei, passei muito tempo com Gracie. Sua habilidade de
acalmar meu lobo foi extraordinária! Cada vez que ela me toca, suas
mãozinhas começam a brilhar e eu sou presenteado com um lobo calmo
e pronto para dormir, é quase como se ela estivesse drenando toda a sua
raiva e o estivesse deixando muito cansado para funcionar.
A sensação tem sido maravilhosa, honestamente, e me deu tempo
para trabalhar para encontrar uma maneira de voltarmos para Zayla sem
machucá-la. Também me deu tempo para fazer algum trabalho real, que
é o que estou fazendo agora.
Entrando nos fossos, encontro uma horda de novos rostos e almas
felizes vagando pela sala sem rumo enquanto esperam que eu decida seus
destinos. Pegando o livro das almas da minha mesa, começo as longas
horas de envio de almas para seus lugares de direito.
Após cerca de duas horas, no entanto, a tarefa perde a capacidade de
manter minha mente ocupada e começa a vagar para minha linda Lux.
Eu me pergunto o que será que ela está fazendo. Ela está tendo um bom
jantar com sua família agora? Eles estão sendo legais com ela? Eu ouvi
seus irmãos sendo verdadeiros idiotas com ela ultimamente, e quando
tudo isso acabar, irei colocá-los em seus devidos lugares por causa disso,
mas até então eu espero que eles a estejam fazendo rir como
costumavam fazer. Espero que ela não fique muito magoada com a
minha partida e que pelo menos compreenda.
Foda-se, espero que ela entenda, e se ela não entender, espero que ela
simplesmente me perdoe. Suspirando pela minha frustração por não ser
capaz de ver seu lindo rosto, eu decido que preciso desabafar antes de
ficar muito nervoso.
Fechando meu livro, eu me levanto da minha mesa, caminhando
através da multidão de almas em direção ao fundo da sala. Ao longo desta
parede de trás, tenho todos os tipos de pessoas más amarradas aqui.
Assassinos, estupradores, literalmente o pior do pior. Mas há um em
particular que gostei acima de tudo. A porra do Geraldo Burtini!
Caminhando para o local onde eu sei que o deixei acorrentado contra
a parede, fico atordoado quando não o encontro.
— Onde diabos ele está!
Batendo minhas mãos contra a parede que antes segurava sua
corrente, eu permito que minhas unhas se estendam. Quanto mais
tempo ficam, mais começam a cortar a parede. Quando o sangue começa
a fluir em torno de meus dedos, comunico minha raiva.
— Onde diabos ele está! Mostre-me agora!! — Eu rosno meu
comando para dentro da sala, enquanto cravo minhas unhas ainda mais
na parede.
Um gemido de dor me fez saber que o espírito ligado a esta sala está
totalmente ciente da minha raiva e está pronto para ouvir.
— Mostre-me!
Quando a última letra deixa meus lábios cerrados, uma imagem surge
em meu campo de visão. A imagem de meus irmãos Devlin e Craven para
ser mais específico.
— Por que eles estavam aqui? — Eu pergunto quando a visão começa
a se mover.
Diante dos meus olhos, vejo meu irmão pegar uma alma que
considero imprópria para seguir em frente, um pedaço de merda literal
que montou um plano para machucar minha Lux e eles fizeram dele um
ceifador imortal!
Gritando:
— Eles são estúpidos ou o quê! — Eu arranco minhas unhas da
parede, um gemido soando ao redor da sala.
Colocando minhas palmas contra a parede, eu permito minha
habilidade de curar a dor e o dano que acabei de causar.
— Sinto muito, não foi sua culpa. Eu não deveria ter agido dessa
maneira.
Depois que a parede está totalmente curada, esfrego suavemente o
local algumas vezes, como se o estivesse acariciando.
O problema com o purgatório e os fossos em geral é que ele é feito e
alimentado por almas. Esta sala funciona como um ser vivo com a
capacidade de sentir emoções e dor.
A magia que alimenta esta sala em particular é paga pelas almas que
seguem em frente. Como se estivesse sendo alimentado toda vez que
uma alma avança. Então, se algo acontecesse a um de nós a ponto de não
podermos fazer nosso trabalho e as almas não pudessem seguir em
frente, a magia secaria e a alma que alimenta esta sala em particular
morreria de fome.
Respirando fundo, tento acalmar meu temperamento, a raiva da
estupidez dos meus irmãos me agitando o suficiente para que meu lobo
comece a se agitar na minha cabeça.
— Por favor, me perdoe pelo que fiz e me mostre o que fizeram com
nosso prisioneiro.
Quando outra visão aparece diante de mim, vejo meus dois irmãos
idiotas arrastarem Geraldo para uma das celas. Célula 27 para ser mais
específico.
— Obrigado, estou em dívida com você. Há algo que você gostaria de
mim?
Não tenho que esperar muito antes que a visão de um de meus
prisioneiros surja em minha visão. Não é ninguém conhecido na história,
apenas um lobo que decidiu ir contra o destino pelo poder, um lobo que
pensava que matar companheiros e marcar pessoas contra sua vontade
era o caminho a seguir.
— Você quer que eu o liberte? Ele está aqui há apenas 26 anos, isso
não é tempo o suficiente para o que ele fez!
Caminhando até o lobo, ele está encostado na parede. A corrente em
volta do pescoço é pesada em seus ombros, mas apertada o suficiente
contra a parede para manter sua cabeça erguida.
— Sua liberdade foi solicitada, lobo. Não sei o que você fez para
ganhar simpatia, mas posso garantir que o que está esperando por você é
muito pior do que o que eu te dei.
Colocando minhas mãos em ambos os lados de seu rosto, permito
que o marca-página do meu livro abra a página certa e declaro meu
cântico.
— Eu te liberto dessas correntes, e deixo sua alma livre para se mover
para seu lugar de descanso final.
Sua alma lentamente desaparecendo em uma luz vermelha ardente.
— Aproveite o inferno, Richard.
— Lá ele está livre, você está feliz? — Eu digo uma vez que sua alma
está totalmente liberta, limpo minhas mãos contra minhas calças. O
brilho da aura faz meus olhos revirarem de aborrecimento
— Bom, agora eu tenho negócios a tratar.
Caminhando até as celas, paro em frente à cela 27.
— Cela aberta. — Quando a porta não abre, eu esbarro e bato meu
punho contra ela. — Você vai abrir a cela, ou eu acenderei um fogo
interno dentro de você que vai queimar enquanto sua alma estiver nesta
prisão, não me teste, porra!
Quando cruzo os braços sobre o peito, a cela se abre rapidamente, um
feixe de luz iluminando o homem que estou procurando.
— Bem, olá Geraldo, essa não é uma surpresa agradável.
Capítulo 48
ME RESPONDA
Soren

Entrando na cela, não me concentro em nada além do homem na minha


frente.
Seu corpo está rígido, congelado na cadeira e seus olhos estão
fechados enquanto ele tenta dormir por um segundo. Quando meus pés
param na frente dele, solto um suspiro alto. A exalação de ar ecoando em
uma sinfonia frustrada pela sala.
Envolvendo meus dedos rapidamente em torno de sua garganta. Eu
mantenho minha voz lenta e firme
— Levante-se e acorde. — Seus olhos se abrem rapidamente e se
fixam nos meus, alargando-se de surpresa e terror.
— Oh, olhe, eu tenho sua atenção. Isso não é lindo.
Seus olhos parecem estar prestes a lacrimejar. Não tenho certeza de
quanto tempo ele está preso nesta cadeira, mas parece que ele não dorme
há meses. Seus olhos estão injetados e as bolsas sob eles estão inchadas a
ponto de parecerem doloridas.
Se ele não fosse um pedaço de merda, eu quase me sentiria mal por
ele. Quase sendo a palavra-chave dessa frase. Soltando sua garganta,
começo a andar lentamente em torno dele. Permitindo que minhas
unhas deslizem em sua pele e um pequeno grunhido escape de sua
garganta.
— Agora você vai me dizer o que eu quero saber... — quando o
levanto, meus olhos percebem algo que eu não tinha visto antes porque
estavam focados exclusivamente nele.
Um portal de merda.
Aproximando-me dele, noto que está em uma sala que nunca vi antes.
Por que ele estaria segurando um portal aberto em uma sala aleatória em
uma porra de casa aleatória? E melhor ainda, o que meus irmãos têm a
ver com isso?
As perguntas vagam e giram em minha cabeça por alguns minutos
antes de eu desviar meus olhos do portal e me voltar para Geraldo.
Seus olhos ainda estão totalmente abertos e voltados para a frente,
então quando eu entro totalmente em sua linha de visão, eles começam a
procurar meu rosto carrancudo.
— Você vai me responder, e você vai me responder corretamente! Por
que você está nesta sala? — Cruzando os braços sobre o peito, permito
que meus olhos mudem de sua cor cinza normal para um preto sólido.
Puxando-me para uma posição mais alta, pareço o mais agressivo e
zangado possível.
Ouvindo sua voz tentando clarear, eu permito que uma das minhas
sobrancelhas arqueie, desafiando-o a me dizer alguma besteira que não é
verdade.
— Estou nesta sala porque dois homens me colocaram aqui, senhor.
— E por que fariam isso Geraldo?
Eu vejo como ele tenta respirar fundo, falhando um pouco quando
seu peito está congelado devido à magia que flui pela cadeira.
— Eles queriam que eu abrisse um portal, senhor. — Suas palavras
saem rapidamente em uma bagunça mais silenciosa e confusa, como se
tivessem sido forçadas a sair de sua boca. Com sua resposta vaga, meu
último resquício de paciência acaba.
Lançando-me para ele, envolvo minhas mãos em torno de sua
garganta, apertando o mais forte que posso.
— Para onde o portal foi aberto? Se eu tiver que fazer mais uma porra
de pergunta para saber por que você está trancado nesta cela, você vai se
arrepender!
— Fui colocado nesta sala, e me disseram para abrir um portal para o
território dos Reis Zayn e Skyla e então me disseram para deixá-lo aberto
até que um deles voltasse.
Ao som do nome dos pais de Zayla, meu lobo começa a se agitar
desconfortavelmente em minha cabeça, e minha raiva, que eu comecei a
reprimir, se estilhaça em um milhão de pedaços.
— Por quê? Por que você precisa abrir um portal para o território da
minha companheira?
Gritando em seu rosto, eu noto que as lágrimas começam a cair em
seu rosto enquanto o medo toma conta de seu corpo e um leve tremor é
sentido sob meus dedos.
— Eu não sei, eles não me disseram nada. — Sua voz sai em um
gemido quando meu lobo começa a acordar totalmente, enquanto ele
absorve as informações que acabei de receber, sua raiva começa a
alimentar a minha, como gasolina em um campo.
Meu corpo começa a esquentar quando meu lobo e a raiva de mim se
tornam um só. Erguendo minha cabeça para o teto, permito que meu
corpo mude conforme minha raiva se torna demais para meu corpo
humano suportar.
Conforme o calor da minha chama interna se projeta para fora,
minha pele está queimando, deixando-me como um esqueleto em
chamas.
Inclinando minha cabeça para baixo, encaro os olhos arregalados de
Geraldo.
— Eu não gosto quando as pessoas ameaçam meus entes queridos, eu
não gosto quando as pessoas machucam aqueles ao seu redor sem
motivo, eu não gosto quando minha companheira ou sua família estão
em perigo, e eu realmente não gosto que você fez todos os três e ainda
assim recebeu uma vida imortal!
Afundando ainda mais em seu pescoço, vejo seu rosto ficar com uma
tonalidade mais escura, enquanto a chama em meu corpo descem
lentamente pelos meus braços.
— Eu vou lidar com meus irmãos mais tarde pelo que eles fizeram,
mas quanto a você! Você recebeu um presente. Uma porra de presente, e
você não merece! A morte que te dei, embora dolorosa, foi muito gentil!
Você merece queimar para sempre como a porra dos lobos que você
contratou para machucar a minha Lux e eu irei providenciar que você o
faça!
Quando minha chama atinge meus dedos, eu sugo a imortalidade de
Geraldo de seu corpo sentindo-a fluir de volta para mim, mas não antes
de permitir que minha chama se divirta com ele.
Quando ele começa a gritar, eu liberto minhas mãos de seu corpo. As
chamas dançam e queimam sua pele em uma melodia feliz.
Quando meu corpo esfria e minha pele volta ao normal, eu balanço
minha cabeça para o homem na minha frente e saio da cela.
— Cela 27 fechada, voltarei para lidar com ele mais tarde.
Enquanto a cela trava no lugar, eu espio mais uma vez, observando
minhas chamas girarem em seu corpo.
— Que desperdício de alma.
Capítulo 49
HISTÓRIA DE FAMÍLIA
Soren

— Que desperdício de alma. — Eu não posso deixar de suspirar antes de


sair da fossa.
Infelizmente, essas almas terão que esperar mais um dia porque meu
lobo e eu precisamos saber por que meus irmãos abriram um portal para
a casa da minha linda Lux. Ela está bem? Por que eles não disseram nada!
Há quanto tempo esse portal está aberto? Quanto mais meu cérebro
mergulha em todas essas perguntas, mais rápido eu corro.
Eu nem sei para onde estou indo até parar na frente da porta do meu
pai. Eu sei que ele não está em casa, eu verifiquei várias vezes hoje, mas
alguma coisa está me chamando aqui.
Entrando, chamo meu pai para o caso de ele ter entrado
furtivamente. Quando não ouço nada, deixo meus pés me guiarem. Não
tenho certeza do que preciso fazer até que paro na frente da sala que
guarda o espelho do meu pai.
Eu pessoalmente nunca usei esse espelho, na verdade nunca vi essa
maldita coisa. Mas eu sei que está aqui. Eu sei que está aqui porque a
razão pela qual meu pai o tem, em primeiro lugar, é por minha causa.
Porque eu estraguei tudo.
Abrindo a porta, localizo o objeto criado em razão dos meus erros. É
um belo espelho grande esculpido à mão pelos próprios destinos, Clotho,
Lachesis e Atropos. O espelho foi criado para mostrar ao meu pai tudo o
que ele desejasse. No entanto, ele desejava apenas uma coisa.
Família.
Correndo minha mão suavemente ao longo dos detalhes intrincados
nas laterais do espelho, a alma que alimenta o espelho desperta e capta
minha expressão, seus traços entristecem com os eventos do passado e,
mais importante, os eventos que levaram meu pai a adquirir este espelho
passam como um flash em meu cérebro.
Aconteceu há quase 20 anos. Todos na minha família estavam super
ocupados! Meu pai estava no céu para sua auditoria anual de almas,
assim como está agora. Devlin estava lidando com uma guerra entre
vampiros e lobos que estava ameaçando começar, tudo porque dois
adultos decidiram acasalar entre as duas espécies, como se realmente
importasse o que você é.
Zennen estava lidando com um surto da Peste Negra que havia se
transformado em uma epidemia, matando um grande número de
humanos.
Enquanto Craven estava criando problemas de fome para grupos de
vampiros no Oriente Médio, que ele decidiu serem inadequados para o
mundo e a população humana.
Eu, por outro lado, estava em casa. Eu estava trabalhando nas fossas
tentando lidar com a grande quantidade de novas almas, quando minha
mãe veio se juntar a mim.
Minha mãe era uma mulher incrível. Ela esteve ao lado do meu pai
em tudo! Apoiando todas as suas esperanças e sonhos, ao mesmo tempo
em que criava seus quatro filhos, bem na época em que logo seriam cinco
meninos.
Quando ela desceu para a fossa, eu sabia que ela estava tramando
alguma coisa. Minha mãe as odiava com paixão. Sempre trazendo à tona
o frio que deixam em sua espinha. Então, quando ela entrou toda alegre e
saltitante, eu sabia que faria o que ela quisesse por um dia.
Os cinco homens em sua vida faziam tudo e qualquer coisa que
minha mãe pudesse desejar. Então, quando ela me implorou para levá-la
a este pequeno café na terra que vendia esses doces especiais, fechei meu
livro e ajudei minha mãe grávida a subir as escadas e entrar no portal
para a terra.
Quando cruzamos o portal para uma casa perto do café onde minha
mãe queria ir, uma sensação estranha atingiu meu estômago. Eu não
sabia o que era ou por que meu estômago começou a dar cambalhotas.
Mas seja qual fosse o motivo, isso deixou meu lobo no limite.
Tentei convencer minha mãe a ir para casa e que eu iria buscar os
doces para ela. Literalmente cheguei ao ponto de implorar a ela, quase
pronto para ficar de joelhos. Mas ela me ignorou.
Minha mãe era a rainha de acalmar os meninos. Então, embora meu
estômago e meu lobo dissessem que não era uma boa ideia. Fiz o que
minha mãe queria de qualquer maneira, porque eu teria feito qualquer
coisa para fazê-la feliz. Para ver minha mãe sorrir para mim.
Quando sua mão tocou aquele bolo, que ela e meu irmão mais novo
ansiavam tanto, seu rosto se iluminou tanto que o enjoo que eu sentia
desapareceu.
O triste é que eu deveria ter ouvido essa porra de sexto sentido. Esta
era a única vez que eu deveria ter batido o pé. Mas eu não fiz, e vou me
arrepender para sempre.
Quando minha mãe e eu voltamos para o apartamento, fomos
emboscados. Eu não sei como eles encontraram a casa ou como eles
sabiam os feitiços certos para me nocautear, mas eles o fizeram. Quando
acordei, minha mãe havia sumido. Desapareceu no ar.
Meu pai, meus irmãos e eu passamos os quatro anos seguintes sem
dormir ou fazer pausas. Não podíamos parar! Precisávamos encontrá-la!
Eu tinha que trazê-la de volta para casa.
O problema era que onde quer que ela estivesse escondida, eles
tinham uma magia poderosa o suficiente para que nem mesmo meu pai
pudésse encontrá-la. Chegamos até a pedir ajuda aos anjos e até eles
ficaram sem saber o que fazer.
Não havia esperança, mas nunca desisti! Eu não podia! Foi minha
culpa!
Mas então um dia nós sentimos isso. Depois de quatro anos
procurando por nossa mãe, sentimos sua alma passar pelo purgatório.
Por causa do que minha mãe era, sua alma não ficou para que a víssemos.
Não tivemos a chance de mantê-la conosco ou de dizer adeus. Não.
Minha mãe era uma Fênix. Um guardião do céu, que acompanhou
meu pai quando ele foi forçado a sair do céu. O irmão da minha mãe foi
na verdade o primeiro cão do inferno criado quando meu pai
enlouqueceu, criando o guardião do inferno.
Tenho certeza de que se ela não estivesse grávida de mim, ele a teria
transformado também. Foda-se, às vezes eu gostaria que ele tivesse,
porque então ela ainda estaria aqui, sua alma teria voltado para casa.
Quando minha mãe morreu, todos nós sofremos tanto, mas meu pai
ficou arrasado. Ela era sua melhor amiga e seu mundo inteiro na forma
de uma pessoa. Ela era isso para todos nós.
Todos em minha família lamentaram sua morte. Todos menos eu! Eu
não merecia chorar por ela. Eu não merecia ficar triste com isso. Eu
matei minha própria mãe porque não dei ouvidos a mim mesmo. Perdi
parte do meu mundo, parte do meu coração por causa de uma porra de
um doce.
Eu nunca poderia e nunca me perdoaria por isso! É por isso que
passei os próximos quatro anos após sua morte em busca de respostas.
Procurando por qualquer coisa que explique o que aconteceu. E descobri
por causa de Zayla.
Era sua festa de décimo aniversário. Eu não a via há alguns meses.
Então decidi apenas dar uma olhada nela e me certificar de que ela estava
bem e feliz. O que eu vi, entretanto, foi algo que me surpreendeu.
Sentado ao lado da minha pequena Lux cantando parabéns e rindo
junto com ela de uma piada que eles contaram um ao outro, estava um
menino que era a imagem cuspida de meu pai. De seu cabelo até a cor de
seus olhos, eu reconheceria essas características de qualquer lugar.
Era isso! Esta era a informação que eu precisava desesperadamente
para ajudar minha família. Eu finalmente encontrei meu irmãozinho!
Não só eu o encontrei, mas o encontrei com minha companheira e sua
família! Eu o encontrei e não pude acreditar!!!!
Fiquei ali o dia todo, só na esperança de saber mais informações sobre
ele. No final da noite, aprendi quatro coisas. Ele estava agora com oito
anos, ele estava seguro e era muito amado!!
E seu nome era Kasyn.
Capítulo 50
ZEWA!
Soren

Enquanto meus olhos se ajustam de volta ao espelho, eu percebo a


expressão triste olhando para mim.
Respirando fundo, me forço a empurrar minhas inseguranças por
causa de uma história que se repete. Bem, o mais longe que posso. Meu
lobo, que está sendo surpreendentemente dócil, choraminga pela perda
de nossa mãe e pela imagem fugaz de perder nossa Lux da mesma forma.
— Espelho, por favor, mostre-me minha companheira, Zayla King, —
minhas palavras são rápidas e sem fôlego, mas elas saem claras o
suficiente para que o espelho comece a embaçar.
Parado ali, espero que a imagem da minha linda Lux enfeite a tela,
tento não ter muitas esperanças. Mas, à medida que a nebulosidade se
torna uma sombra negra, a confusão toma conta de minhas feições.
— Espelho, mostre-me Zayla King, por favor. — Um leve pânico pode
ser ouvido escapando de minhas cordas vocais.
Quando o espírito no espelho balança a cabeça negativamente, sei
que algo está errado. A bile no meu estômago começa a subir, fazendo
com que meu intestino pareça que está dando voltas intermináveis. Não
há razão para que o espelho não pudesse me mostrar ela, a menos que...
Não, a menos que algo tenha acontecido.
Meu lobo se senta na minha cabeça em confusão, sua inquietação
alimentando a minha. Agarrando o espelho de ambos os lados, não posso
evitar o empurrão que dou a ele quando meu corpo inteiro começa a
tremer.
— Espelho, por favor, me mostre Zayla. Por favor, eu estou te
implorando! Eu farei qualquer coisa, apenas me mostre minha
companheira, por favor!
Eu não me importo se pareço fraco enquanto continuo implorando
ao espelho para me mostrar até mesmo uma porra de um vislumbre de
minha Lux. O espírito no espelho parece mais triste a cada minuto.
Alguma coisa não está certa!
Afastando-me do espelho, começo a sair do quarto do meu pai, se eu
tiver que ir para a terra e rastreá-la, eu o farei. Farei qualquer coisa para
garantir que ela esteja bem. Assim que minha mão toca a maçaneta, um
sentimento me atinge! Um que não tenho certeza de como processar.
Girando meu corpo, eu travo os olhos no espelho mais uma vez.
— Espelho, mostre-me o último lugar onde ela esteve.
A imagem no espelho gira em cores brilhantes até que encontro algo
que nunca esperei. Corpos!
Muitos deles!
Na visão que deveria conter o último lugar onde Zayla estava, está
uma montanha de soldados mortos. A maioria deles parecendo em
pedaços, e outros parecem que foram baleados. É um banho de sangue
absoluto e, embora eu não seja melindroso quando se trata de sangue ou
morte... Não posso evitar o frio que desce pela minha espinha.
Aproximando-me do espelho, vejo a imagem completa e todos os
corpos espalhados ao redor. Meus olhos percorrem os corpos
rapidamente, procurando por aquele que temo que possa estar aqui,
quando chego ao final da busca corporal, começo a surtar e meu lobo
começa a entrar em pânico.
As emoções do meu lobo são estranhas para mim. Ele tentou matá-la,
por que agora está agindo como se estivesse preocupado? Ele apenas
rebate a minha pergunta como se fosse a coisa mais estúpida que eu
poderia perguntar a ele. Mas não tenho tempo para pensar nele porque é
aí que eu vejo.
Porra de cabelo preto.
O cabelo do amor da minha vida! O corpo mal respira e não consigo
ver o rosto dela, mas aquele cabelo preto e brilhante tem minhas
entranhas prontas para saírem de meu corpo.
Saindo da sala, corro o mais rápido que minhas pernas podem me
levar ao portal para a terra. Enquanto eu vou correndo, a porra da coisa
me empurra de volta.
Caindo de bunda, meu lobo e eu estamos atordoados, mas isso não
nos impede de levantar e tentar novamente. Como uma repetição, o
portal nos puxa de volta.
Quando meus pés tropeçam, a imagem de minha Zayla morrendo
sozinha pisca em minha mente. Meu lobo choraminga de vergonha e se
curva para longe de mim. Sua retirada repentina e meus nervos já fodidos
me fazem curvar e vomitar todo o conteúdo do meu estômago pelo chão.
A dor em minhas entranhas é tão forte que quase desmaio.
Não me permito parar, no entanto. Em vez disso, carrego o portal
novamente. Quando me empurra para trás, quase escorrego, mas
mantenho o equilíbrio no último minuto.
Batendo no portal, minha raiva começa a ferver mais rápido do que
meu estômago está girando. Eu tenho que passar! Eu tenho que passar!
Minha Lux está ferida, ela está sangrando. Eu tenho que pegá-la.
— Por que essa porra de portal não abre! — Eu grito de frustração
antes de bater minhas mãos de volta nele. Quando o portal solta um
estalo de meus punhos atingindo-o, um pensamento me ocorre. O portal
não pode proibir a saída a menos que alguém exija.
Relaxando meus músculos, permito que toda a força que consigo
reunir com calma flua por entre meus dedos e entre no portal, exigindo
saber quem fechou o portão.
Quando o nome do meu irmão surge na minha cabeça, eu puxo
minhas mãos rapidamente como se o portal estivesse deixando
queimaduras na minha pele.
Estou tão tentado a correr de volta para o espelho do meu pai para
verificar Zayla, mas sei que se perder mais tempo, ela morrerá sem mim.
Então, em vez disso, me forço a ir em direção à única pessoa que precisa
consertar seu erro. A porra do Devlin!
Correndo para dentro de casa, grito de raiva
— Devlin, venha aqui, porra! — Minha voz explode ao redor da sala
em um rugido vicioso enquanto o veneno goteja de cada palavra. Estou
tão chateado que quase perdi o forte estalo do meu vínculo de
companheiro com Zayla voltando ao lugar.
Voltando meus olhos para o sofá, eu a vejo. Minha linda
companheira! O amor da minha vida sentada no meu sofá com minha
sobrinha em seu colo, brincando com o colar de borboleta de Zayla. O
colar que comprei para ela.
Ana tem um sorriso orgulhoso seguro em seu rosto enquanto Gracie
e Zayla estão olhando para mim como se tivessem sido apanhadas com as
mãos em um pote de biscoitos. Suas expressões não têm preço e são
preciosas ao mesmo tempo.
Os olhos azuis deslumbrantes da minha linda companheira brilham
com malícia enquanto um sorriso toma conta de seu rosto. Sentindo
meu lobo vir à superfície, tento empurrá-lo para baixo. Felizmente,
Gracie, sendo a melhor sobrinha do mundo, salta e corre para mim
gritando.
— SoSo. SoSo!!!
Pego Gracie assim que ela está ao alcance dos braços, segurando-a
com força contra o meu peito para que acalme meu lobo, que não quer
nada mais do que agarrar minha companheira pelos lindos quadris dela e
se perder em tudo que ela é. E pelo olhar em seus olhos, ela gostaria que
eu o fizesse. Porra! Eu!
Puxando Gracie para um abraço profundo, eu sei que meus olhos
estão piscando para frente e para trás entre o meu lobo e eu. Minha falta
de controle em torno desta situação rapidamente se tornando uma
irritação. Zayla, entretanto, não está nem um pouco perturbada; ela
ainda está sentada calmamente, sem dizer uma palavra enquanto ela
apenas me encara com um sorriso divertido.
Eu sei que preciso me acalmar antes de ir até ela. A última coisa que
quero fazer é machucá-la. Minha doce Gracie deve sentir minha agitação
interna enquanto ela se afasta, tocando meu rosto e deixando sua luz
fluir em mim acalmando meu lobo.
Assim que ele começa a se acalmar, ela se afasta ainda mais e sorri
para mim. Suas adoráveis covinhas nas bochechas iluminando todo o seu
precioso rosto, eu não posso deixar de sorrir de volta para ela.
Meu sorriso, no entanto, é retirado do meu rosto em um olhar
atordoado quando Gracie fala.
— ... Zawa — ela diz enquanto aponta seu dedinho para Zayla.
Antes que eu possa processar o fato de que a segunda palavra da
minha sobrinha é o nome da minha companheira, escuto um
— Você está brincando comigo — alto o suficiente da outra sala para
que as paredes tremam quando Devlin entra pisando forte na sala.
Alcançando-me rapidamente, ele arranca Gracie da minha mão e sai
pisando duro, resmungando.
— Eu disse que você não tem permissão para amar a tia Zayla mais do
que o papai, Gracie! Estou magoado!
Zayla e Ana riem da performance teatral do meu irmão antes de Ana
sussurrar baixinho um:
— Vá pegar o seu homem, garota, — que eu quase não ouço, piscando
para a minha companheira, que está com as bochechas coradas, e indo se
juntar ao marido na cozinha, que ainda está repreendendo a filha por seu
favoritismo.
Caminhando lentamente em direção a Zayla, tento ler sua reação,
mas ela não está me dando nada além de um olhar tímido e inseguro.
Parando na frente dela, estendo minha mão, ficando ligeiramente
tenso enquanto meu corpo inteiro espera que ela a pegue. Quando ela o
faz, eu a coloco de pé e a coloco em meus braços, a envolvendo com
força.
Quando minha cabeça se inclina sobre a dela e eu finalmente, depois
de quem sabe quanto tempo, respiro em seu cheiro inebriante mais uma
vez; cada parte de mim relaxa e finalmente alcanço a sensação que
sempre desejei.
A sensação de estar em casa.
Capítulo 51
SENTI SUA FALTA!
Zayla

Quando Soren chega ao meu lugar no sofá, fico tensa.


O movimento da minha parte é tão leve que não acredito que ele nem
tenha percebido, mas meus músculos certamente o sentem. Eu quero
ele! Eu quero tudo dele! Então, quando sua mão se estende em minha
direção, quase a afasto e vou para seu cinto.
A hesitação dos meus pensamentos sujos tem uma leve careta em
pânico enfeitando o belo rosto de Soren. Eu sei que deveria estar
chateada por ele ter ido embora! Eu deveria estrangular seu pescoço sexy
por me deixar para trás. Me deixando com dor! Mas....
A maneira como ele está olhando nos meus olhos, a maneira como
sua alma flerta com a minha, tem toda a dor, todo o coração partido e a
tristeza indo embora, deixando apenas um sentimento. Aquele que foi o
mais forte durante todo o tempo em que ele esteve fora, ainda mais forte
do que a dor... saudade.
Eu só o tive para mim por um dia, mas aquele dia foi o suficiente para
selar meu destino para sempre. Eu amo meu companheiro! Estou
apaixonada pela Morte. E pela expressão em seu rosto quando ele se
ilumina assim que coloco minha mão na dele, sei que ele se sente da
mesma maneira.
Me puxando para cima e para o seu corpo, seus grandes braços me
envolvem com segurança, trazendo-me o mais firme possível ao seu
corpo. Eu não discuto, claro que não! Em vez disso, me aconchego mais
em seu peito, suspirando enquanto seu cheiro enche meus pulmões.
Quando sua cabeça repousa sobre a minha e seus pulmões começam
a sugar o máximo possível do meu cheiro, eu sorrio enquanto cada
músculo tenso de seu corpo relaxa.
Ficamos assim por alguns momentos silenciosos antes de sua voz, que
sai muito mais rouca do que eu esperava, quebrar nosso aconchego
silencioso.
— Minha linda Lux.
Enchendo novamente seu pulmão com meu cheiro, ele continua.
— Eu senti tanto a sua falta! Eu sou tão estúpido! Literalmente sou o
homem mais burro do mundo por te deixar! Por favor, me perdoe! Você
nunca vai saber a dor que me aleijou no momento em que te deixei, ou o
quanto vou me arrepender da minha idiotice pelo resto da minha vida.
Eu não posso deixar de rir com sua última frase, recuando um pouco,
eu luto contra seus braços que estão determinados a nunca mais me
permitirem um momento longe dele. Levantando minhas mãos para
cima, seguro seu rosto.
— Ainda bem que adoro esse idiota.
Com o uso de suas palavras, eu rio novamente. O som iluminando
seu rosto quanto mais o riso escapa da minha garganta.
— Eu te amo Soren, eu te amei minha vida inteira! E planejo te amar
pelo resto. — Eu paro para beijá-lo levemente.
Seus lábios acendem um fogo que faz parecer que ele está despejando
gasolina em mim. O beijo vai de um beijinho até o início de um beijo
quente.
No entanto, quando sua língua tenta entrar entre meus lábios, eu me
afasto e olho em seus olhos. Eles estão confusos, mas sei que se não
disser o que preciso agora, nunca direi. Então, respirando fundo, eu digo
minha paz.
— Quando você foi embora, me destruiu. A dor era tão forte que eu
perdi a consciência e minha loba assumiu o controle. Quando eu acordei,
minha loba tinha ido embora! E ainda que eu estivesse em sua forma, e
eu estava presa daquele jeito! Até quatro dias atrás, quando a dor parou e
eu fui capaz de voltar.
Enquanto eu continuava a falar, seu rosto parecia devastado como se
ele não pudesse imaginar que isso iria acontecer comigo, dizendo de
forma tão absurda que nunca e, quero dizer, nunca havia passado por sua
mente a possibilidade de eu passar isso quando ele me deixasse.
— Nós nos acasalamos, nós nos tornamos um! Então você me deixou
em um estado de rejeição. Você sabe o que isso faz com os lobos? Como
esmaga suas almas? Eu vi lobos morrerem por causa disso. Eu te amo
tanto, e eu sei que você me ama.
— Eu te amo mais do que tudo! Eu desistiría da minha imortalidade
para estar com você ou morreria com você! — Sua voz em pânico apertou
meu coração.
Eu sei que ele não pode simplesmente se livrar da imortalidade, quero
dizer, ele nasceu com ela, você não pode simplesmente desligar isso,
especialmente quando você é a própria Morte, mas o sentimento ainda
aquece meu coração.
— Mesmo que isso não seja possível, é gentil de sua parte dizer, mas
esse não foi o fim da minha frase. — Seu rosto vai de desespero e saudade
a um rubor forte de leve embaraço. Ele é tão fofo!
— Desculpe. — Ele sussurra, suas bochechas ficando ligeiramente
vermelhas e suas mãos apertando em volta dos meus quadris.
— Eu não vou passar por isso de novo Soren, eu me recuso! O que
quer que esteja acontecendo com o seu lobo, vamos descobrir, mas ele
precisa de mim tanto se não mais do que você. Assim como o meu
precisa de você! Seja o companheiro que eu mereço!
Quando as palavras 'Eu recuso' deixaram meus lábios, Soren me
puxou de volta para um abraço apertado, me apertando e enfiando o
nariz no meu cabelo. Seu desespero para puxar o máximo possível de
mim para sua memória quase quebrou meu coração, mas quando a
última palavra deixou meus lábios, ele suspirou suavemente e relaxou
novamente.
Eu o deixei ficar lá por um momento antes de puxar de volta e trazer
seus olhos de volta para os meus. Eles são suaves, a bela cor cinza gira por
dentro como o olho de um furacão.
— Eu vejo você, eu vejo o que você é! E amo cada parte disso! Eu
sempre amei, Soren! Mas eu preciso que você me veja como eu sou! Eu
não sou uma garotinha fraca!
— Não estou mal informada, não estou com medo, não estou
preocupada e não vou fugir ao primeiro sinal de problema! Eu sou Zayla
King, a companheira da Morte em pessoa e Rainha dos ceifeiros!
— A companheira da Morte em pessoa, — ele sussurra enquanto um
sorriso suavemente aparece em seu rosto.
— E Rainha dos ceifeiros! — Eu digo sorrindo de volta para ele
enquanto aponto meu dedo para realmente colocar minhas palavras em
sua linda cabeça.
Curvando-se ligeiramente, ele beija minha testa. O sorriso estampado
com firmeza em seus lábios até o momento em que tocam minha pele
— Eu te amo pra caralho, Lux.
— Eu te amo mais, Soren.
Agarrando sua camisa, eu empurro seus lábios nos meus. Meu corpo
anseia por ter mais dele do que apenas seus dedos em mim! Gemendo
com a sensação de sua língua acariciando a minha, meus próprios dedos
criam uma mente própria enquanto eles lentamente descem por seu
torso tonificado.
Deslizando ao longo de seu abdômen até chegar em suas calças. Ele
não faz nenhum movimento para me impedir, na verdade, o único
movimento que ele realmente faz é um passo à frente, me forçando a dar
um passo para trás em direção ao sofá.
Assim que suas mãos entram na minha camisa, seu dedo roçando
meu mamilo, um grito nos assusta e nossos olhos se movem em
sincronia para o corpinho correndo em nossa direção, fazendo nossos
corpos se separarem.
Com lágrimas escorrendo por suas pequenas bochechas, Gracie corre
com força total em nossa direção.
— SoSo! Soso!
Capítulo 52
RISO MUITO NECESSÁRIO
Zayla

Soren se afasta um pouco de mim antes de se abaixar e pegar a


princesinha claramente perturbada.
Suas pequenas mãos agarram o pescoço de Soren. As pequenas
lágrimas dela encharcando sua camisa enquanto eu ouço o som de passos
vindo da direção de onde Gracie acabou de correr.
Quando o rosto de Devlin aparece na esquina, os olhos de Soren com
um brilho focado apenas em seu irmão.
— O que você fez?! — Ele rosna, irritação irradiando em ondas.
A quantidade de raiva em sua voz faria você presumir que alguém foi
assassinado ou pelo menos seriamente ferido, mas o olhar que Devlin
devolveu mostra que ele fico confuso demais.
— Oh, cale a boca, Soren! Eu a coloquei na cama! Ela estava bem até
eu sair do quarto e você não entrar! — O rosnado de Devlin é mais por
irritação do que raiva enquanto observa sua filha se agarrar ao tio como
se o mundo dela tivesse acabado.
Eu tento! Porra, eu tento manter uma cara séria, mas com os dois
lançando punhais um para o outro como se estivessem prestes a começar
uma guerra, não posso deixar de cair na porra de uma gargalhada.
Minha risada é tão forte que parece quase terapêutico, já que as
lágrimas de tanto rir escorrem pelo meu rosto. Quando um
formigamento se forma na minha bochecha, minha risada começa a
morrer, permitindo que um sorriso gigante abençoe meu rosto.
— Alguém já disse que vocês dois são muito dramáticos? — Chega ao
fim das minhas risadas. O rosto de Devlin combina com o de Soren
brilhando intensamente em um sorriso satisfatório.
— O tempo todo, mas será que eles me ouvem? — Vem flutuando por
trás de Devlin antes que seu braço se erga e Ana encontre seu lugar em
seus braços.
Quando estou prestes a dizer algo em resposta a Ana, os lábios de
Soren tocam o lado da minha cabeça e meu foco está voltado para ele.
Seu rosto está muito iluminado, seus olhos me olhando como se eu
tivesse todo o seu mundo em minhas mãos. Eu amo esse olhar.
Olhando para a criança agora adormecida, deixei escapar um suspiro
suave antes de mover suavemente seus pequenos cachos de seu rosto.
— Você deveria ir colocá-la na cama.
Ele acena em concordância, antes de agarrar minha mão e entrelaçar
nossos dedos. Ele me puxa por alguns passos até que ele para e olha para
Devlin tristemente como se algo estivesse errado
— Deveríamos ter uma reunião esta noite para discutir algumas notas
que o pai deixou, mas...
— Não, Soren, se você deveria ter uma reunião, então faça uma. Eu
não preciso de uma babá, vou ficar bem. — Eu digo interrompendo-o e
dando um aperto suave em sua mão.
Quando ele vai protestar contra a ideia de ele me deixar novamente,
Ana se aproxima e segura minha mão.
— Vou levar Zayla para o seu quarto, tenho certeza de que ela está
cansada depois de um dia tão longo.
Eu aceno com a cabeça com suas palavras porque estou me sentindo
um pouco esgotada, mas quando vejo a piscadela travessa que ela dá
apenas para mim, sei que vou fazer qualquer coisa, exceto dormir.
— Veja. Você vai ter sua reunião e quando terminar junte-se a mim na
cama.
Eu digo a palavra cama mais sedutora do que o resto da frase
adicionando uma piscadela de flerte para realmente fazê-lo entender, os
olhos de Soren escurecem com a luxúria, mas eu não o deixo agir de
forma alguma.
Aproximando-me dele, agarro seu rosto e dou-lhe um beijo rápido e
fugaz nos lábios antes de me afastar e abraçar Ana, que ri e me arrasta da
sala, parando apenas para copiar meu beijo em Devlin.
Uma vez que estamos longe o suficiente no corredor, onde ninguém
pode ouvir nossa conversa, Ana dá uma risadinha chamando minha
atenção totalmente para ela.
— O que?
— Oh, nada, é só isso, eu conheço Soren há muito tempo e nunca o vi
agir daquela forma em minha vida. — Seu tom é tão leve e sonhador
como se ela estivesse desmaiando, o que deixa minha loba meio irritada.
No entanto, fiz ela parar de bufar rapidamente, lembrando-a de que a
bela mulher na minha frente é de fato a companheira do meu cunhado.
Ana, no entanto, nem percebe minha turbulência interna, em vez
disso, apenas continua sua conversa risonha.
— Quer dizer, com certeza, quando ele falava sobre você, ele sempre a
descrevia como se você fosse a melhor coisa que já abençoou esta terra.
Juro que tínhamos piadas que dizia que você cagava arco-íris ou ouro
com o jeito que ele ficava obcecado por você.
Rindo mais fundo de suas próprias palavras, ela gentilmente empurra
meu ombro.
— Não que eu o culpe, você é linda pra caralho. — Ana ri de novo
enquanto minhas bochechas ficam vermelhas de vergonha e,
honestamente, fico lisonjeada.
— Eu simplesmente nunca pensei que ele pudesse ficar mais
apaixonado do que isso. Acho que estávamos todos errados.
— E quanto a você e Devlin? Quero dizer, ele claramente adora o
chão em que você pisa.
Não posso deixar de comparar Soren e eu a ela e Devlin. Enquanto
Soren e eu não temos certeza sobre os limites, mas ansiamos por quebrá-
los, Devlin e Ana estão confortáveis e sintonizados um com o outro.
Espero que, com o tempo, Soren e eu possamos estar nesse nível.
— Inferno, eu amo aquele homem! Eu amo, mas é diferente para ele e
eu. — Seu humor não vacila, no entanto, a maneira como ela disse me faz
sentir que deveria.
— Como assim? — Eu pergunto com curiosidade genuína.
— Bem, como você provavelmente pode cheirar, eu sou humana.
Quando nos encontramos, decidimos que eu seria transformada em uma
vampira, já que essa é uma das únicas criaturas que permitem a transição
de humano para espécie. — Ela suspira levemente, feliz, mas com uma
leve frustração.
— Devlin odiava e ainda odeia a ideia, mas é a única maneira de
ficarmos juntos. Como você provavelmente sabe, os vampiros não podem
se reproduzir, e eu realmente queria um filho, então adiamos.
Eu não sei qual é a emoção que aparece em seu rosto, mas isso me faz
puxá-la para um abraço rápido.
— Eu posso ver como isso seria um problema. — Eu digo a ela
sinceramente enquanto a solto e continuo nossa caminhada pelo
corredor.
— Não é tanto um problema, é mais irritante do que qualquer outra
coisa.
— Você está planejando fazer a transição em breve?
— Talvez nos próximos anos, eu gostaria de ter pelo menos mais um
filho antes disso. — No final de suas palavras, ela de repente para na
frente de uma porta, em seguida, ela sorri para mim, apertando minha
mão suavemente.
— Suas reuniões geralmente duram algumas horas, mas se eu fosse
você, aproveitaria esse vínculo de companheiro recém-adquirido e me
divertiria um pouco. — Com o pequeno movimento que ela faz, não
posso deixar de rir.
— Você quer dizer?
— É incrível o que uma imagem pode fazer com a gestão de tempo de
alguém, — com isso, ela me deu um abraço apertado, sussurrando
dizendo para eu me divertir antes de bater na minha bunda e pular pelo
corredor.
Parada ali, atordoada, não posso deixar de rir da minha nova irmã e
de seu teatro antes de abrir a porta e entrar no quarto de Soren.
Bem, acho que meu quarto agora também.
Capítulo 53
UMA LIGAÇÃO FRAGMENTADA
Zayla

Quando eu coloco os pés no quarto, fico atordoada.


O quarto é extremamente limpo e cheira a itens que foram
substituídos muito recentemente, embora cheire a meu Soren.
Andando em volta da parede, eu entro no lindo quarto. Tudo é
banhado em tons de madeira cinza escuro, preto e terroso. Para ser
honesta, a cor das paredes me lembra a pele da minha loba.
Quando os pensamentos sobre a cor de sua pele e o quarto de Soren a
atingem nas profundezas de meu cérebro, ela ronrona. Sua empolgação e
felicidade com a esperança de que meus pensamentos sejam verdadeiros
saindo com cada vibração de suas cordas vocais.
Mergulhando de cara na cama, eu inspiro o máximo do cheiro de
Soren que posso. Eu sei que acabei de vê-lo, mas sinto que foi muito
rápido para o tempo que estivemos separados. Meu corpo já sente falta
dele de forma anormal.
Permitindo que as palavras de Ana ressoassem na minha cabeça, eu
percebo a sensação que vem junto com cada respiração no edredom
abaixo de mim. Talvez ela tenha razão. Quer dizer, não poderia doer...
certo?
Rolando, me deito nos travesseiros. Relaxando minha mente, começo
a procurar nosso vínculo de companheiro. Mesmo que estejamos
totalmente acasalados por mais de um mês, nosso vínculo ainda está se
comportando como se tivesse sido selado horas atrás. A separação está
causando mais danos ao nosso vínculo do que eu esperava.
Suspirando de frustração enquanto continuo a procurar em minha
cabeça a conexão com meu companheiro. Quando finalmente encontro,
tenho vontade de chorar.
É difícil explicar como é diferente para os lobos e as conexões com
nossos cérebros, mas a maneira mais fácil de explicar é como se fosse
uma pequena casa com muitas áreas de armazenamento. O quintal é
onde nossos lobos vagam até serem chamados. Cada pequena parte de
nós é armazenada em seu cubículo.
É por isso que, quando busco meu vínculo com Soren, encontro-o
escondido nas profundezas da minha mente. As cordas que traçam a
conexão estão desgastadas e rasgadas. Todo esse tempo com ela tentando
se consertar apenas para ser rasgada novamente, a deixou como uma
linha mais fina, apenas esperando por outro golpe para cortá-la
completamente.
O pensamento parte meu coração, mas também me dá uma nova
determinação para consertar o vínculo entre nós, e a única maneira de
fazer isso é passar um tempo juntos. O que torna a sugestão de Ana ainda
mais atraente.
Respirando fundo, foco minha mente tocando nosso vínculo. A
conexão está fraca, mas posso sentir a frustração de Soren se infiltrando.
Enquanto continuo cutucando o vínculo, sinto seu lobo.
Seus movimentos rápidos para frente e para trás estão aumentando a
frustração de Soren. Decido então que esta é a oportunidade perfeita
para fortalecer nosso vínculo. Afasto-me mentalmente para poder tirar a
roupa rapidamente. A jogo no banco aos pés da cama antes de voltar a
uma posição confortável.
Uma vez que minha mente está concentrada, eu me acalmo e procuro
o vínculo de companheiro mais uma vez. Se tivéssemos um
relacionamento forte, eu não teria que trabalhar tanto para contatá-lo.
Mas, quem não tem cão caça com gato.
Quando eu me abro para o vínculo de companheiro e ele me permite
entrar, eu noto imediatamente que Soren bloqueou seu lobo de seus
pensamentos. A separação me fez decidir rapidamente para onde ir
primeiro.
A ideia, entretanto, é simples, pois minha loba me cutuca em direção
ao lindo lobo preto cujo pêlo está em pé e cujos rosnados assombrariam
uma vila inteira.
A raiva do lobo está irradiando, fazendo com que tudo o que posso
ver fique vermelho como o sangue. Dando ao meu lobo o ok, eu permito
que ela o acalme.
Pensando que ela vai apenas correr até ele, fico surpresa quando ela
cai no chão e rasteja lentamente até ele, parando de vez em quando para
me verificar.
Depois da provação com seu lobo tentando levar minha alma, eu
nunca pensei como minha loba se sentia sobre a situação. Em vez disso,
me esforço para esquecer o que aconteceu, a fim de manter nosso
companheiro por perto. Mesmo depois que ele foi embora, eu me recusei
a realmente ver o impacto do que seu lobo tinha feito.
Mas vendo minha loba agora, eu realmente entendo. Por mais que ela
queira o vínculo com seu companheiro. Por mais que ela queira que ele
faça parte de sua vida, que tenha suas almas conectadas como Soren e eu.
Ela não confia nele.
Seus olhares constantes para mim, e a maneira como seu pêlo está
subindo lentamente com cada passo raivoso que ele dá mostra uma
imagem clara de uma loba que está pronta para lutar se necessário, e esse
pensamento parte meu coração.
Quando ela chega perto o suficiente dele, ela respira fundo, o som o
tira de seu ritmo e o faz finalmente respirar fundo.
Quando o cheiro da minha loba atinge suas narinas, sua cabeça
começa a girar em busca dela. Quando seus olhos pousam sobre ela, ele
ronrona.
O som é de esmagar a alma, pois ele sabe quase que
instantaneamente que ela não tem medo dele e que eles são
companheiros. Caindo no chão, ele rasteja lentamente até ela.
Ela rosnou um aviso de que ela iria atacá-lo se ele tentar qualquer
coisa. Ele não mostra que isso o incomoda a não ser o pequeno gemido
que ele solta a cada vez.
Ele continua a engatinhar até ela, até quase tocá-la. Então, com um
movimento que atordoou tanto meu lobo quanto eu, ele dá um
empurrão final com as patas traseiras.
Impulsionando seu corpo apenas o suficiente para que suas patas
dianteiras fiquem agora entre as pernas dela, suas pernas traseiras estão
enroladas quase ao redor dela, seu pescoço está inclinado mostrando sua
submissão e sua cauda está balançando levemente em movimentos
lentos e calmos.
Sua submissão por si só nos confunde. Ele é o primeiro filho do
próprio Lúcifer. O deus da morte. Você não encontra macho mais alfa do
que isso. Mas com um pescoço exposto e um corpo envolto com
segurança em torno de sua companheira, ele está se comportando mais
como um filhote de cachorro.
Minha loba me olha levemente pedindo permissão, quando eu sorrio
ela entende como 'ok', caindo em cima do lobo de Soren. Quando um
ronronar alto vem dela, ele rola de costas esfregando o rosto contra ela
em uma demonstração de amor.
Eu os vejo aninhados no chão por um minuto, ronronos de felicidade
ecoando em torno do vínculo de companheiro antes que eles se levantem
e comecem a jogar.
Seus pequenos saltos ao redor me fazem rir, mas também me fazem
notar que algumas das amarras retalhadas de nosso vínculo estão
começando a se consertar lentamente.
A mudança repentina no humor fez Soren baixar a guarda para seu
próprio lobo. O súbito interesse na rápida mudança de comportamento
de seu lobo me dá a entrada em sua cabeça de que preciso.
A chance de finalmente brincar com meu companheiro à distância,
do jeito que ele sempre tentou fazer comigo. Só que sou muito mais suja
do que ele, e ele ainda me deve uma pelas merdas que fez no clube.
Vamos brincar, companheiro.
Capítulo 54
TORTURA DE COMPANHEIRO
Soren

Sentado em meu escritório, estou frustrado e tenso.


No momento em que Zayla deu o braço a Ana e foi embora, meu lobo
não ficou nada satisfeito. Sua busca constante por onde ela está se tornou
mais do que irritante.
Especialmente quando eu o lembro pela centésima vez que nossa
linda companheira está agora segura no nosso quarto.
Enquanto meus irmãos tomam seus assentos, Devlin inicia a reunião,
mas antes mesmo que ele termine uma frase, meu lobo está me
atrapalhando com rosnados profundos. Não gostando do fato de nossa
companheira estar no inferno, nem do fato de ser a primeira vez dela
aqui e estarmos ocupados.
Não é como se eu não sentisse as mesmas frustrações que ele. Prefiro
estar com ela do que aqui. No entanto, este é o meu trabalho! Esse
trabalho mantém o equilíbrio dos mundos, então, embora eu adoraria
dizer foda-se e jogar todas as almas no fogo antes de correr e segurar
minha companheira em meus braços... infelizmente não posso.
Enquanto outro rosnado ricocheteia em minha cabeça, não posso
deixar de suspirar de frustração.
— Eu sei que você não quer estar aqui, mas quanto mais rápido
fizermos isso, mais rápido você pode voltar para Zayla. — Devlin tenta
me ajudar a acalmar meu humor afirmando o óbvio, mas não adianta. O
constante empurrão do meu lobo para frente e a manipulação das
minhas emoções estão brilhando claramente no meu rosto.
Enquanto meus olhos mudam para frente e para trás pela
milionésima vez, eu limpo minha voz tentando evitar que o humor do
meu lobo passe por ele.
— Não, desculpe, eu só vou tentar bloqueá-lo por um tempo. Ele está
sendo irritante pra caralho. — Fechando a ligação com meu lobo, eu o
sinto atacando o bloqueio em minha cabeça, é honestamente doloroso e
me faz ter uma enxaqueca em um ritmo rápido. Embora eu não deixe
que isso me impeça, eu coloco minha atenção de volta em meus irmãos e
no meu trabalho.
Depois de cerca de 15 minutos de trabalho sólido, noto que minha
cabeça está começando a clarear e minha enxaqueca lentamente
diminuindo, a raiva e a frustração que estavam girando em volta da
minha cabeça se acalmam e estão se transformando em uma sensação
estranha e confusa.
Quando Zennen começa sua apresentação sobre por que ele acredita
que sua presença é necessária para diminuir uma horda de ninfas, eu
lentamente abaixo meu escudo para meu lobo.
Na esperança de perceber sua mudança repentina de humor antes
que ele volte ao seu habitual rosnando mal-humorado, eu só sou capaz
de ter um vislumbre dele antes de ser forçado a segurar o gemido que
tenta escapar dos meus lábios.
Segurando minha cadeira, minhas unhas alongam perfurando o
couro do assento enquanto a imagem da minha companheira vibra em
meu cérebro.
A imagem que ela projeta em minha cabeça é dela em minha casa na
terra. Meu massageador muscular vibrando entre suas pernas. Quando
seus gritos e gemidos altos começam a cantar na minha cabeça, eu quase
morro.
— Eu estava estimando que se eu espalhar a doença em pelo menos
dez por cento então Craven pode vir e tomar pelo menos outros cinco, se
não mais, se jogarmos corretamente. O que você acha, Soren?
Gemendo de dor, eu me afasto ainda mais na minha cadeira,
tentando esconder a minha ereção dolorosa enquanto nosso vínculo de
companheiro fica mais forte, amando a conexão, mas me matando no
processo.
A cada segundo que nosso vínculo se fortalece, a capacidade de Zayla
de projetar seus pensamentos e memórias se torna mais forte. Fazendo a
ascensão em suas memórias chegar ao clímax e a mudança rápida e fugaz
para a realidade, onde ela está se tocando enquanto respira meu perfume
ainda mais vívido.
— Soren o que você acha?
— Soren?
— Eu acho que isso é... — inspirando forte, eu rapidamente termino
minha resposta — uma boa ideia.
Eu digo tão baixo e profundo que sai quase demoníaco terminando
em um gemido baixo intenso quando a memória do que ela fez na minha
cama na terra termina em um belo clímax e suas imagens intensas
desaparecem no momento em que a marquei.
Chupando goles cheios de ar, tento o máximo que posso manter o
cheiro da minha excitação trancado. Mas, à medida que os ponteiros do
relógio acima da cabeça de Zennen passam, fica cada vez mais difícil.
— O que está acontecendo com você? — Craven pergunta enquanto
olha para mim como se eu tivesse crescendo uma segunda cabeça.
Não respondendo, mas gemendo por entre os dentes cerrados e
batendo minha cabeça na mesa. Eu pareço uma criança tendo um ataque
enquanto na minha cabeça a imagem dos lindos seios de Lux saltando no
meu rosto e a sensação de sua boceta me ordenhando estão sendo
empurrados com tanta nitidez na minha cabeça que se meus irmãos não
estivessem chamando meu nome e resmungando que juraria que é real!
— Oh, merda! Ela não está fazendo o que eu acho que está! — A voz
de Devlin sai bem-humorada e risonha enquanto eu gemo. Meus
gemidos e rosnados na minha cabeça apenas a alimentando.
À medida que suas memórias continuam a tocar, ela começa a
desaparecer em seu estado atual. Seu corpo nu está lindamente
espalhado na porra da minha cama enquanto aquela mãozinha travessa
está esfregando círculos em sua linda boceta. A imagem é tão clara
quando ela olha para o espelho no meu teto e pisca para mim.
Tão atrevida que tento repreendê-la.
'Lux, estou em reunião, por favor! Porra! '
Mas é claro que o tiro sai pela culatra quando ela apenas ri através da
conexão mordendo o lábio no reflexo do espelho e ganhando velocidade
em seus dedos. Meus próprios dedos coçando para tomar seu lugar.
'Por favor, o que Soren? Por que você não vem aqui e eu me viro. '
Sua voz volta em um ronronar de êxtase, enquanto seus olhos
começam a rolar para trás em sua cabeça, estou fodido.
Pulando rapidamente, da cadeira que eu estava sentado que grita em
protesto quando a empurro para trás. Devlin ri quando vou me ajustar
enquanto Zennen e Craven me encaram com uma leve confusão, mas
com muito entretenimento.
— Se você acha que ela está se tocando e projetando para mim através
do vínculo de companheiro, então você está correto! Eu estarei no meu
quarto. Não me incomode! — Eu solto outro gemido antes de sair da
sala, um coro de risadas ecoando pelos corredores atrás de mim.
Correndo o mais rápido que minhas pernas me permitem, chego ao
meu quarto em menos de um minuto. Agarrando a maçaneta da porta,
faço uma pausa tentando me acalmar, mas o mais importante, estou
tentando controlar meu lobo para que ele não perca o controle e a
machuque.
Apoiando minha cabeça contra a porta, tento acalmar meus
pensamentos e a mim mesmo. Mas é claro que minha Lux travessa tem
outras ideias.
Estando tão perto dela, posso sentir quando ela toca sua marca.
Então, enquanto estou tentando respirar fundo com calma, ela começa a
esfregar os dedos ao longo de sua marca. Cada círculo que ela faz com a
unha faz meu pau pular e doer.
Quando um grito 'Ohh, Soren' vaza através do vínculo de
companheiro, minhas mãos se fecham contra a porta. Minhas unhas a
arranham quando se alongam.
— Zayla, pare ou vou perder o controle e te foder até que sua alma
esteja presa aqui! — Rosnando tão alto e tão mau quanto posso para
tentar fazer valer minha opinião.
Quando um gemido alto escapa pela porta, eu sei que estou ferrado.
Mas é quando ela responde que eu realmente sei o quão ferrado estou.
— Então eu acho que minha alma vai ficar presa aqui!
Capítulo 55
PERDA DE CONTROLE
Soren

Minha companheira travessa acabou de dizer que quer que eu a foda até
a morte e porra se não é tentador.
Girando a maçaneta da minha porta, tento acalmar meu lobo, mesmo
que ligeiramente, para que eu seja capaz de assumir o controle antes de
caminhar até a entrada do meu quarto. Se eu perder o controle, mesmo
que seja um pouco, não sei o que vai acontecer.
Girando a maçaneta completamente, eu nem abro a porta mais do
que uma polegada antes de ser socado no rosto com o cheiro de tesão de
Zayla.
O cheiro é tão forte. Tão inebriante que meu lobo usa meu deslize
momentâneo. Minha pausa de merda faz ele surgir na minha cabeça,
rasgando todo e qualquer controle que pensei ter afastado em um
milissegundo.
Andando para frente rapidamente, chego aos pés da cama. Suas
pernas abertas com sua pequena boceta apertada pingando em todo o
meu edredom sela nosso destino e faz meu lobo assumir o controle total
do meu corpo.
Já perdi o controle antes, mas nunca assim! E nunca em forma
humana.
Dando um passo à frente mais uma vez, meus joelhos tocam a beira
da cama. Os olhos de Zayla, que até este ponto estavam fechados, abrem
lentamente e fixam-se nos meus enquanto seu dedo faz outra rotação ao
longo de sua marca.
A sensação que sobe pela minha espinha tem meu lobo e eu chegando
a um acordo. O jeito que ela sorriu quando viu meus olhos mudar
completamente, nós dois percebemos que isso é o que ela queria. E não
pretendo decepcioná-la. Portanto, fazemos um acordo que, desde que ele
não a machuque, eu não interferirei.
Quando minhas mãos agarram suas coxas puxando-as para o final da
cama. Zayla ri e meu lobo ronrona antes de puxá-la um pouco mais e cair
de joelhos.
Quando sua bunda é puxada quase para fora da cama, eu coloco meus
braços sob suas coxas, mantendo-as imóveis e abertas.
Seu corpo está tão deliciosamente espalhado que eu apenas paro por
um minuto para absorvê-la por completo. Soprando suavemente ao
longo de suas coxas enquanto eu observo suas belas curvas. Meu peito
parece que vai encher de borboletas tentando escapar dele.
A mente dela pode estar em outras coisas, mas a minha não consegue
parar de pensar nisso. Eu senti falta dela! Minha linda pequena Lux. Ela
realmente é a luz de todo o meu mundo.
Quando ela geme por causa dos meus movimentos lentos, não posso
deixar de sorrir para ela e meu lobo não para de ronronar. Ela quer um
movimento rápido, mas ele e eu queremos saborear tudo o que Zayla é.
Então, sem convencer, ele recua, me dando o controle completo
novamente.
Bem, pelo menos esse era o meu plano.
Quando vou beijar seu joelho suavemente, Zayla rosna para mim.
Olhando para ela um pouco confuso, noto que seus olhos mudaram e a
frustração está passando por eles. Então ela fala.
— Se eu soubesse que você seria esse tipo de companheiro, eu teria
fodido aquele homem do clube!
Sua interrupção me pega desprevenido, mas também irrita meu lobo
e eu! Quando rosnamos em resposta, ela apenas sorri com aqueles lábios
carnudos para mim.
— É verdade, eu estava planejando isso. Então, uma vez que você
apareceu e eu fui para casa. Um único membro da matilha veio até mim.
Ele podia sentir o cheiro da minha excitação e eu podia sentir o cheiro de
sua ereção. Ele não tinha uma companheira. Eu poderia ter sido
completamente fodida e recém-acasalada antes mesmo de você decidir
aparecer, porra.
Os rosnados que irradiam de mim eram demoníacos e irritados. Cada
parte de mim está bombeando de raiva com as palavras de nossa
companheira! O que diabos há de errado com ela agora!
Por que ela iria provocar meu lobo e eu a esse extremo? Eu não tenho
a chance de me acalmar nem mesmo um pouco antes que ela dê o golpe
final na pouca paciência do meu lobo.
— Você deveria estar lá quando ele correu os dedos ao longo da
minha marca, a sensação que se espalhou pelo meu corpo. Até minha
loba queria que ele nos fodesse, para nos fazer DELE.
Essa foi a gota d’água.
Lançando para frente minhas presas na junção entre sua perna direita
e sua boceta. Tão perto que meus pelos faciais esbarram em seu clitóris,
as duas sensações fazem Zayla gritar quando a marcamos novamente.
Essa marcação não é doce ou quente de uma forma amorosa. Isso
aqui é uma reclamação, uma reclamação de que nem mesmo a história
pode mudar. Não. Esta é a reivindicação da morte coroando sua rainha.
À medida que os laços que unem nossas almas se fortalecem, eu
lentamente libero sua perna direita e a marco novamente na esquerda.
Zayla grita de novo pela maneira áspera como estamos forçando nossas
presas nela, mas não ouvimos nem nos importamos.
Ela é nossa companheira, merda! Eu vou matar a porra do mundo
inteiro antes que algum maldito cachorrinho a tire de mim! Ela é minha!
Quando cada laço do nosso vínculo começa a brilhar na minha
cabeça, eu solto sua coxa lentamente. Rosnados profundos vibrando em
meu peito.
— Você é MINHA, Zayla! Minha!
Quando ela choraminga com o meu grito vocal de reclamação, eu
agarro seu clitóris. Chupando com força em minha boca e
transformando seu gemido em um grito alto e prolongado.
Quando sua mão desliza em meu cabelo, eu paro o círculo que estava
fazendo com minha língua, mordendo seu clitóris.
— Não! Você não pode tocar! — Sai por entre os dentes cerrados,
tirando a mão da minha cabeça. Quando ela choraminga, eu a solto
rapidamente. Usando meu aperto em suas coxas, eu a coloco de joelhos.
Empurrando sua cabeça para baixo e empurrando seus braços para que
fiquem acima de sua cabeça, eu sorrio para a imagem na minha frente
antes de bater em sua bunda, o que a faz gritar e se levantar.
Andando em volta da cama, pego uma gravata que deixei na mesinha
de cabeceira. Agarrando seus pulsos com força, eu amarro suas mãos
rápido e firme.
Quando ela levanta a cabeça para ver o que estou fazendo, certifico-
me de colocá-la de volta no lugar com firmeza antes de prender suas
mãos na cabeceira da cama.
Quando ela está segura, fico correndo lentamente meus dedos ao
longo de seu braço, subindo até seus ombros e descendo por seu corpo
enquanto faço meu caminho até ela.
Ajoelhando-me na cama, empurro seu corpo para frente de modo que
suas costas fiquem arqueadas para o céu e seus joelhos fiquem
firmemente separados.
Correndo meus dedos da minha mão esquerda lentamente até suas
coxas. Ela geme, não gostando da velocidade dos meus movimentos. Mas
uma vez que meus dedos alcançam sua boceta gotejante, eu pego minha
mão direita e bato com força em sua bunda enquanto, simultaneamente,
coloco meus dedos em seu pequeno buraco apertado.
A rápida sensação de dor misturada com o prazer dos meus dedos fez
minha pequena Lux soltar um gemido. Beijando a marca vermelha,
minha mão pousou em sua pele lindamente bronzeada.
— Eu vou foder e marcar cada parte do seu corpo, e quando você
sentir que é demais e você simplesmente não aguentar mais... lembre-se
que você pediu para ACASALAR. — Vibra através das minhas cordas
vocais antes de colocar minhas presas em sua bunda.
Capítulo 56
SENSAÇÕES PULSANTES
Soren

Marcando minha companheira pela terceira vez esta noite, sua boceta
começa a pulsar forte, o que me faz acelerar o ritmo dos meus dedos.
Também me fez decidir jogar um pouco do jogo dela.
Abrindo o vínculo de companheiro, começo a empurrar as imagens
de mim transando com ela em meu tapete na terra em sua cabeça. A
sensação das minhas novas marcas, meus dedos fodendo sua pequena
boceta apertada e as projeções das imagens a deixam tão perto de gozar
que, quando me inclino sobre ela e começo a esfregar meus lábios ao
longo de sua primeira marca, ela explode em toda a minha mão.
— Você é uma garota tão má, sujando minha cama assim, Lux. — Eu
sussurro em seu ouvido antes de morder rapidamente, então eu me
levanto batendo em sua bunda novamente, ganhando um gemido
satisfatório em resposta.
— Oh, não! Você está pingando na minha cama! Acho que vou
precisar limpar isso imediatamente.
Não dando a ela a chance de mover nem mesmo um músculo,
mergulho em sua boceta. Girando minha língua e lambendo sua
bagunça.
O gosto dela na minha língua me faz gemer em um estrondo baixo e
doloroso que basicamente ronrona em meu peito e em sua espinha
lindamente arqueada.
— Porra, você tem um gosto tão bom! — Eu rosno batendo em sua
bunda novamente. Sorrindo enquanto sua pele fica vermelha e sua
boceta aperta na minha língua.
Eu posso dizer que ela já está perto de explodir. Ela é tão fácil! Sua
buceta pulsando em ondas fortes que só estimulam meu lobo e eu.
Quando sua boceta começa a apertar novamente, eu ajusto meu
aperto em torno de seus quadris, minhas mãos apertando ao redor dela
para que cada vez que eu avance, possa obter um melhor ângulo
enquanto eu a fodo com a língua por trás de suas coxas.
As marcas vão desaparecer amanhã, com uma marca verdadeira
permanecendo por toda a vida, mas pelas próximas 24 horas elas vão
ajudar a trazê-la ao orgasmo cada vez que eu ou ela encostar nelas. O que
torna minha ameaça muito melhor. Ao final desta noite ela estará tão
bem fodida e tão sensível que tudo o que terei que fazer é soprar nela
para invocar outro orgasmo.
Bem na hora, seu corpo fica tenso e com uma lambida final da minha
língua ela explode novamente. Gritando em uma bela melodia de
orgasmo.
Quando me sento, não posso deixar de sorrir. O corpo de Zayla cai
fracamente, suspiros profundos escapando de seu corpo. É hipnótico ver
o amor da minha vida desmoronar nas minhas próprias mãos. Eu nunca
vi uma alma quebrar em êxtase tão elegantemente.
— Ai, vamos Zayla, não me diga que você já está cansada. — Eu não
posso deixar de sorrir para ela quando ela solta um gemido baixo.
— Não é m-minha culpa. — Sua respiração ofegante me faz rir de
satisfação enquanto meus dedos começam a brincar com sua pequena
protuberância sensível.
Sua respiração, que estava prestes a se acalmar, começa a se recuperar
novamente. Pequenos gemidos escapam de sua garganta, seguidos por
pequenos gemidos de resistência.
— Ai, baby, me fere profundamente que você já tenha esquecido a
nossa primeira vez. — Inclinando-me sobre ela para que meus lábios
possam tocar suavemente sua orelha.
— Se eu durei tanto na nossa primeira vez, imagine o que vou fazer
com você quando você me provocar, meu amor.
Inclinando-me quando ela geme mais alto, não posso deixar de rir
enquanto dou um tapa em sua bunda.
— Eu falei sério! Alguns orgasmos minúsculos não vão me fazer
mudar de ideia.
Agarrando seus quadris por baixo, minhas mãos pousam bem nas
duas marcas que acabei de deixar enquanto a levanto e empurro seu
corpo para frente para que sua cabeça esteja agora mais perto da borda e
para que seus braços tenham um pouco mais de folga.
Erguendo suas coxas novamente, eu as levanto alto o suficiente para
ter suas pernas balançando no ar. Seguros elas no lugar com uma mão.
Eu rapidamente giro meu corpo para que meu rosto fique logo abaixo
daquela boceta macia e sedosa que eu amo tanto.
Quando estou no lugar e confortável, eu nem mesmo dou um aviso a
ela, apenas deixo cair suas pernas, rindo quando ela grita quando sua
boceta pousa bem na minha boca e minha língua esperando.
Zayla solta choramingos altos e tenta puxar seu corpo para longe, mas
eu continuo meu movimento implacável de minha língua em seu
pequeno clitóris agora ligeiramente inchado.
Levantando meus braços, eu os envolvo em torno de seu corpo,
empurrando-a em meu rosto com mais força do que antes. Minha outra
mão sobe e meus dois dedos mais longos se juntam aos movimentos da
minha língua.
Absolutamente amando o calor do interior de sua boceta, seu corpo
começa a se preparar para outro orgasmo e começa a apertar e contrair
em torno dos meus dedos recém-inseridos enquanto seus quadris
começam a girar com força no meu rosto.
Faço movimentos lentos enquanto permito que minha pequena loba
sexy alcance seu orgasmo. Um orgasmo que eu pensei que teria que
forçar para fora dela, mas agora aqui ela está odiando meus movimentos
lentos e assumindo o controle. É tão sexy.
Quanto mais ela mói em cima de mim, mais duro fica a porra do meu
pau. Cada pequeno gemido e cada pequena gota dela na minha língua me
deixa quase pronto para me envergonhar.
Puxando meus dedos para fora dela rapidamente quando sinto o quão
perto ela está, eu a empurro um pouco travando meu outro braço em
volta dela, segurando-a no lugar. Eu permito que minhas presas se
alonguem e eu mordo minha coisa favorita para comer. Sua buceta.
Zayla grita explodindo em um orgasmo intenso. O novo vínculo que
está se formando a partir do meu novo local de marcação mantém o
orgasmo tão intenso que, quando começo a limpar minha garota suja, ela
goza novamente. Mais difícil desta vez do que da última vez.
— São quatro Zayla! Vamos ver se podemos triplicar isso, certo?
Capítulo 57
VOCÊ QUER OU NÃO?
Soren

Pegando-a novamente, eu saio de baixo dela. Deixando-a recuperar o


fôlego e esperar um momento enquanto me preparo.
Levantando a barra da minha camisa, limpo o rosto. Antes de
remover minha camisa completamente. Meus olhos travam em Zayla
uma vez que minha camisa está totalmente fora da minha cabeça. Seu
corpo parece tão em paz. Tão sereno.
Eu poderia olhar para ela o dia todo e nunca ficar entediado. Ela
simplesmente me hipnotiza com sua beleza.
Não deixando meu olhar me distrair da minha tarefa, eu rapidamente
removo meus sapatos e depois minhas calças.
Ao som do meu zíper sendo puxado para baixo, vejo arrepios na pele
de Zayla. Sua intensa audição de lobo e pele excessivamente sensível
deixam seu corpo em alerta máximo e mais sintonizado com o meu do
que nunca.
Tirando minhas calças e boxers de uma só vez, ando de volta para
Zayla, tendo recuado um pouco para me preparar. Os três passos não são
nada para mim, mas cada vez que meu pé bate contra o chão duro, o
corpo da minha pequena companheira se contrai. Sua antecipação pelo
que vem a seguir brilhando intensamente ao longo de suas belas curvas.
Quando minhas canelas tocam a cama, corro meus dedos indicadores
em seu pé, sobre sua panturrilha e sobre sua coxa antes de chegar a uma
das minhas partes favoritas de seu corpo.
Quando eu deslizo suavemente meus dedos para cima e para baixo
em suas dobras, ela resmunga um pequeno gemido, mas não faz nenhum
movimento para me impedir ou fugir disso. Em vez disso, seu corpo
estava lindamente gasto com o rosto pendurado para fora da cama.
Deixando escapar um hmm alto, removo suavemente meus dedos de
seu corpo. Lambendo-os e usando a mesma mão para dar um tapa na
bunda de Zayla.
— Acorde! Você não vai gozar quatro vezes e depois cair no sono,
companheira! Você pediu isso! Agora acorde! — Batendo em sua bunda
novamente, mas com muito mais força desta vez, ela grita e seu corpo se
move ligeiramente para se afastar da minha próxima mão descendente.
Andando ao redor da cama, me agacho na frente de seu rosto.
— Qual é o problema, Lux? — Minha voz sai tão condescendente e
quase como se eu estivesse falando com uma criança.
Zayla rosna para mim, puxando minha gravata. Quando eu seguro
sua mandíbula e levanto seus olhos para mim, eu noto que não é Zayla
que está no comando, é sua loba. E sua loba se submeteu totalmente a
mim.
— Olá garota linda. — Quando eu falo com ela, ela ronrona e minha
voz se torna mais profunda e sombria enquanto eu permito que meu
próprio lobo avance.
Ele rosna para ela, verificando se ela está bem e certificando-se de que
podemos prosseguir. Não o incomodo nem digo nada. Eu apenas o deixei
fazer suas coisas. Tendo sido negada a chance de realmente estar com ela
pessoalmente, este é o mais perto que ele chegou dela, então eu vou
permitir.
Quando ele está satisfeito com seu comportamento e seu humor, ele
me devolve as rédeas, mas só depois de dar-lhe um beijo rápido na testa e
um ronronar alto em aprovação.
Quando meus olhos mudam de volta, os dela brilham intensamente
para mim apenas escurecendo por um segundo enquanto o amor de sua
vida a deixa, mas então olhando para mim como se eu fosse uma joia
preciosa que ela tem que manter segura. Isso aquece meu coração, mas
também é uma perda de tempo.
— Eu preciso de Zayla de volta agora, lobinha.
O rosto de Zayla se ilumina e sorri antes que seus olhos mudem e seu
sorriso se aprofunde.
— Oi, baby — Eu quase ronrono para ela enquanto movo seu cabelo
para trás.
— Oi — ela ri de mim.
— Você ainda quer jogar?
Acenando com a cabeça fortemente sua voz sai fraca, mas tão sexy
— Claro! Você me deve!
— Eu vou pagar agora. — Eu não posso deixar de rir de seu pequeno
tom exigente. — Sim! Esposa feliz, vida feliz!
Quando ela disse esposa, eu sei que ela não quis dizer isso do jeito
que saiu, mas não posso evitar a dor em meu peito que disparou só de
pensar que ela era minha esposa.
Sorrindo, eu não consigo evitar o leve estalo na minha voz:
— Você quer ser minha esposa?
— Soou melhor do que qualquer coisa que rimasse com companheiro
— Zayla apenas gaguejou durante sua frase, mas não fez nada para
mudar a vibração em meu peito.
— Você quer ser minha esposa? — Eu tento limpar minha garganta
para manter a emoção fora disso, mas simplesmente não consigo conter
tudo.
— Eu não sei Soren, só quero que você me foda! — Ela rosna um
pouco frustrada, mas mal registra na minha cabeça.
Ontem eu estava tão estressado com o fato de simplesmente não
poder tê-la que não fui capaz de trabalhar mais do que meia hora. Meus
deveres como o cavaleiro da morte foram negligenciados.
Tornei-me como aquele cavaleiro humano pedaço de merda! Um
ditador inútil e não sou assim.
Eu estava tão imerso em minha própria autocomiseração sonhando
com Zayla aqui. Estando comigo e dizendo coisas como casamento era
apenas uma fantasia com a qual eu não poderia sonhar, mas agora que
ouvi com meus próprios ouvidos. Eu não consigo desligar.
Esposa. Um termo tão simples para seres sobrenaturais. Quase inútil
quando colocado contra coisas como laços de alma gêmea, e ainda assim
é como uma faca torcendo em minhas entranhas. Quero esse sentimento
fora de mim e quero que esse título seja uma realidade.
— Responda a porra da pergunta Zayla! Você quer ou não quer ser
minha esposa?
— Não funciona assim! Desamarre-me — sai em um tom frustrado
que me irrita um pouco, mas não o suficiente para que eu desistisse.
Agora que isso está na minha cabeça, não vou desistir até ter uma certeza
de sim ou não.
— Você quer ou não? — Eu digo enquanto levanto minha
sobrancelha.
Zayla soltou um frustrado.
— Soren! — Antes de deixar cair o rosto de volta na cama.
Mas eu não desisto.
— Você quer ou não, Zayla!
Erguendo a cabeça, ela me encara antes de rosnar.
— Claro que quero no futuro. Deus, você é frustrante! Desamarre-
me!
— Não! — Estourando, eu me levanto, andando em volta dela
lentamente.
— Soren! — Ela rosna novamente, puxando minha gravata com força
enquanto tenta se desfazer.
— Oh, minha pequena ingênua Lux, eu já estava planejando transar
com você. Eu disse que ia triplicar a sua contagem. — Quando seu corpo
para, eu rio antes de continuar. Seu único foco agora é ouvir os
movimentos do meu corpo.
— Isso são 12 orgasmos que devo a você até o final da noite, mas hey,
vamos arredondar para um sólido 15.
— Você é louco!
— Oh, de fato! Mas quando eu terminar, você cumprirá sua promessa
e se casará comigo. — Eu digo em um tom firme, mas silencioso, que faz
seu corpo estremecer.
Zayla começa a dizer:
— Eu não prometi... — mas isso é interrompido quando eu agarro
seus quadris e empurro meu pau dentro dela em um golpe rápido. Seus
músculos vaginais se contraem com tanta força em mim que eu mesmo
gozo, mas em vez disso, apenas gemo com a sensação de suas paredes me
sugando por completo.
— O que é que foi isso? — Não posso deixar de rir quando percebo
que ela quase gritou em vez de terminar a frase.
— Porra, você é tão bom!
Capítulo 58
MAIS UM FAZ 14
Zayla

Ele está tentando me matar, eu juro.


Quando ele entrou em mim, todo o meu corpo se iluminou como a
porra de uma árvore de Natal. Seus quadris e aquela porra de seu pau
esfregando contra minhas novas marcas me deixaram pronta para gozar
antes mesmo que ele puxasse seus quadris para trás.
Isso foi há 9 orgasmos. A sensação e a sensibilidade da minha pele
estão tão altas agora que é difícil respirar. 13. Eu já tive 13 malditos
orgasmos esta noite. Cada vez que eu gozo Soren puxa e me toca para
aumentar meu orgasmo ainda mais, dando uma pausa em seu pau.
Ele ainda está para gozar, como ele foi capaz de aguentar por tanto
tempo está além de mim. Eu sei que é difícil para ele não fazer isso, mas
ele é um bastardo teimoso e eu francamente não estou surpresa que ele
seja.
Ao longo das últimas horas, fui marcada três vezes na minha bunda,
duas vezes nas minhas costas, várias vezes na parte interna das minhas
coxas, em ambos os mamilos e algumas vezes nos próprios seios.
Ah, e não vamos esquecer aqueles no meu pescoço que literalmente
me fazem parecer que fui violentamente atacada. Mas não posso negar
que, embora seja feio. Cada vez que seus dentes afundam em minha pele,
sinto como se fogos de artifício estivessem explodindo pelo meu corpo.
As amarras do nosso vínculo de companheiro se fortalecem e meu corpo
se torna muito mais sensível.
Soren tem sorte de eu ainda estar amarrada a essa porra de cama. Não
quero nada mais do que retribuir o favor e marcar seu corpo enquanto
toco cada parte dele, mas não posso.
Eu não sei que tipo de gravata é essa porra, mas ela não se move, não
importa o quão forte eu a puxe. Minhas mãos estão presas no mesmo
lugar em que começaram e estou louca para colocar as minhas nele.
Quando eu sinto seus lábios tocarem uma marca na minha bunda, eu
quase grito. O excesso de sensibilidade é uma verdadeira merda quando
você está exausta.
— Oh, vamos Lux, só faltam mais dois... a menos que você queira
continuar? — Sua voz é profunda e grunhida. Tão longe de seu barítono
normal e suave que estou acostumada a ouvir falar dele.
— Eu quero estar por cima no último — embora eu não possa evitar,
minha voz sai chorosa e carente, o que realmente me irrita, mas quando
eu sinto os lábios de Soren se erguendo contra minha pele, essa irritação
vai embora.
— Ok, baby, deixe-me ganhar este e eu vou deixar o próximo ser seu.
Suspirando baixinho, faço um plano para me vingar de Soren por
causa disso. Posso não ser capaz de ir tão longe esta noite com o quão
sensível estou agora, mas sou boa em guardar rancores.
Então, para a nossa foda final da noite, vou dar a ele um gostinho de
como me sinto e, em seguida, quando chegar a hora certa, ele vai saber
como é ser fodido e marcado por todo o corpo.
Quando sinto meu corpo sendo manobrado e suavemente deslocado
de modo que agora estou deitada de costas, lentamente abro os olhos.
Quando meus olhos se conectam com os de Soren, não posso evitar a
sensação de formigamento que toma conta de mim enquanto eu observo
seu olhar sexy.
Os arrepios ficam mais intensos enquanto meus olhos examinam seu
torso lindamente esculpido. Percebendo que estou encarando, Soren
abaixa a cabeça, seguindo minha visão antes de esfregar a mão ao longo
de seu estômago.
O suor brilhando na luz baixa de cima de sua cama me deixa mais do
que salivando e minha loba e eu choramingamos porque ainda não
podemos tocá-lo.
Quando ele olha para cima e sorri aquelas belas bochechas com
covinhas para mim, quase desmaio.
— O que há de errado Zayla? — Soren quase ronrona para mim
enquanto escala meu corpo. Quando ele fica totalmente acima de mim,
ele não perde tempo em se alinhar com a minha boceta.
Quando ele lentamente começa a empurrar seus quadris para frente,
minha boceta grita com a intrusão antes de sentir os arrepios que vêm
com nosso vínculo de companheiro.
Quando eu gemo, as mãos de Soren correm preguiçosamente pelo
meu corpo antes de seus lábios tocarem suavemente meu pescoço.
— Deus, eu amo seu gosto na minha língua.
Agarrando minhas mãos, ele lentamente as desamarra enquanto seu
nariz fica ainda mais lento e se arrasta ao longo do meu pescoço, sobre as
inúmeras marcas espalhadas lá e pela minha orelha.
— Eu amo a sensação de você enrolada em meu pau. — Empurrando
mais fundo dentro de mim, ele geme alto com meu gemido de prazer.
Finalmente desamarrando a gravata, Soren enfia os dedos nos meus
ombros, usando o impulso para empurrar meu corpo para baixo em seu
pau enquanto ele empurra com força para dentro de mim.
O movimento o empurra tão fundo que meus olhos não conseguem
evitar rolar para trás.
Eu não posso deixar de gritar:
— Porra, Soren. — Enquanto seus dentes mordem a carne sensível do
meu ombro.
Enquanto sua marca fresca envia faíscas ao redor de nosso vínculo de
companheiro e através de nossos corpos, seu ritmo não vacila e aumenta
a velocidade.
Virando mais minha cabeça em seu ombro, permito que meu corpo
atinja seu pico, mas antes que eu seja capaz de gozar, minhas presas se
alongam e minha loba avança afundando nossas presas na carne macia
do pescoço de Soren.
Com um grunhido alto dele e um grito agudo meu que nos fazem
liberar um ao outro de nossas novas marcas, atingimos nosso clímax
juntos.
Meu orgasmo é tão forte que aperto com força seu pau, sentindo cada
ondulação e puxão que faz enquanto ele goza.
O corpo de Soren cai sobre mim enquanto nós dois tentamos
recuperar o fôlego. Quando o meu finalmente começa a relaxar, eu sinto
seu corpo começar a tremer antes de ouvir pequenas risadas saltando por
sua garganta.
— Você simplesmente não podia me deixar se vingar, não é?
Erguendo a cabeça, ele trava seus olhos nos meus. Levantando a mão,
ele a passa suavemente pelo meu cabelo.
— Não, minha linda Lux nunca pode me deixar fazer coisas com ela,
ela está sempre interessada em mim. — Seus lábios carnudos abrem em
um sorriso me fazendo rir.
Correndo minhas unhas sobre sua clavícula e para baixo em seu peito.
Eu os enterro um pouco à medida que desço. Quando eu alcanço sua
pélvis, aperto minhas paredes vaginais em torno dele ao mesmo tempo
em que agarro a base de seu pênis.
— Agora, por que eu iria me importar comigo, quando eu finalmente
tenho você?
Capítulo 59
KARMA SEXUAL
Zayla

Não permitindo que Soren respondesse, começo a esfregar minha mão


ao longo de seu pau.
Mesmo que a maior parte dele ainda esteja dentro de mim, eu não
permito que isso impeça os movimentos determinados de minhas mãos.
Os gemidos profundos de Soren saem estrangulados, mas eufóricos, sem
fazer nada além de estimulá-lo com minhas mãos.
— Quando você vai enfiar na sua cabeça que você é o que eu quero,
Soren.
Apertando meu punho em torno dele, ele grunhe, mas eu não paro.
— E eu sempre vou conseguir o que quero.
Uma mistura de dor e prazer percorre seu corpo, mas não vacilo com
meu aperto.
Travando seus olhos nos meus, vejo como eles mudam para frente e
para trás entre ele e seu lobo, o movimento para qualquer outra pessoa
poderia ser visto como uma ameaça, mas para mim eu vejo o brilho neles.
Eles estão felizes. Soren não está lutando contra seu lobo pelo controle,
eles estão compartilhando isso para me observar.
Seu foco em mim faz com que todo o meu corpo sinta um novo calor
que sempre desejei. Esse sentimento do vínculo do companheiro fazendo
seu trabalho. É um sentimento que ansiava por tanto tempo.
Estou com medo de que desapareça. Especialmente quando ele
começa a amolecer em minha mão, mas quando os lábios de Soren
pressionam suavemente os meus, essa preocupação se desvanece.
— Sinto muito, Lux, eu realmente sinto.
— Eu sei.
Ficamos sentados por um minuto apenas avaliando as reações um do
outro e apenas estando na presença um do outro. Sinceramente, ficaria
contente em sentar aqui a noite toda apenas absorvendo isso, mas
quando eu o sinto começar a endurecer em minha mão novamente, eu
sei que o momento acabou.
Então, soltando rápido seu pênis e com um forte empurrão em seu
ombro, eu o viro de costas. As risadas profundas de Soren preenchem a
sala e um sorriso queima em meu rosto.
Deslizando meu corpo para baixo dele, fico confortável entre as
pernas de Soren. Observando sua cabeça começar a se levantar para que
ele possa me observar. Eu agarro seu pau semiduro chupando minha
boca.
Meu movimento rápido o fez parar no meio de se sentar e seus olhos
rolaram para trás em sua cabeça e seu corpo caiu para trás contra a cama
com um alto
— Porra, Zayla — vibrando em suas cordas vocais.
Levando-o totalmente para o fundo da minha garganta, continuo a
engasgar com ele enquanto ele endurece e se torna mais longo e mais
grosso do que antes. O engasgo me faz querer recuar, mas os gemidos
profundos e sensuais escapando do meu companheiro apenas me fazem
empurrar mais longe.
Eu continuo meu ritmo por vários minutos, puxando-o totalmente
pela minha garganta enquanto minha mão direita acaricia suas bolas
lentamente. Quando eu os sinto começar a apertar e seu pau começa a
latejar, eu me afasto dele. Beijar o lado de seu pau e permitir que minha
língua corresse ao longo de seu comprimento inchado. Todo o tempo eu
permito que minhas presas se alonguem.
Mantendo-os enfiados em minha boca, espero outro gemido escapar
da garganta de Soren e quando isso acontece, pego meus lábios que
estavam pressionando suavemente um beijo ao lado de seu comprimento
e os envolvo de lado em seu pau. Mordendo, pressiono minhas presas na
pele sensível de seu pênis, marcando-o com uma marca de companheiro
fresco e fazendo-o gritar e explodir com a sensação.
Seu pau continua a escorrer porra e pulsar entre meus dentes. Seu
grito rapidamente se transformou em gemidos estrangulados enquanto
seus punhos apertavam a cama. Os nós dos dedos se transformando no
tom mais branco possível.
Puxando meus dentes de seu eixo, eu ajusto minha cabeça e o chupo
totalmente em minha boca com um gole alto. Rolando minha língua ao
longo de sua nova marca, Soren continua a gemer. O prazer desta nova
marca tirando todo o seu controle corporal e iluminando todos os seus
sentidos como se ele estivesse sendo atingido por um raio.
A sensação da minha língua desenhando linhas ao longo de sua nova
marca e a intensa sucção que estou fazendo não dá a Soren possibilidade
para resistir. Em vez disso, meu companheiro sexy está gemendo gritos
suaves do meu nome. Sua cabeça está jogada para trás, os olhos fechados
com força e seu corpo está tenso. E merda, se não é a coisa mais erótica
que já testemunhei.
Há algo sobre ter alguém como a própria Morte à minha mercê que
deixa minha boceta pingando e implorando para ser tocada. Então, a fim
de acelerar o processo, eu recuo para a parte morta de seu pau, deixando
minhas presas perfurarem suavemente a carne de sua cabeça.
Soren goza com tanta força que mal tenho tempo de soltar meus
dentes antes que sua carga desça pela minha garganta. O gosto dele na
minha língua me faz gemer e quase chorar enquanto o chupo com mais
força, tentando sentir o gosto dele.
Sua orquestra de:
— Puta merda, Zayla — e — Deus, caramba, Lux — ricocheteia nas
paredes enquanto ele fica deitado e recupera o fôlego.
No entanto, ainda não terminei. Então, quando eu me inclino e
marco a parte interna de sua coxa, ele geme.
— Porra, Zayla, pare, baby. Por favor.
Eu não posso deixar de rir enquanto libero sua coxa.
— Você me deu 14 orgasmos, Soren. Você pode lidar com os 4 que
estou dando a você, — sorrindo para ele, ele apenas solta um suspiro de
frustração, mas satisfeito enquanto sua cabeça cai para trás contra a
cama.
Inclinando-me eu o puxo de volta em minha boca, apreciando os
grunhidos ásperos de Soren enquanto me deleito com a sensação de seu
pau voltando à vida.
Quando estou satisfeita com o quão duro ele se tornou, eu me afasto
dele com um barulho molhado alto. Certificando-me de que meus lábios
permaneçam na marca em sua ponta um pouco mais do que o necessário
antes de puxar meu corpo para cima e sentar em seu colo.
Eu pairava sobre ele lentamente, deixando a cabeça de seu pau
esfregar contra meu clitóris, mas nunca tocando minha entrada. Eu
continuo a provocação por vários minutos até que sinto a mão de Soren
agarrar meus quadris.
O aperto quase punitivo faz meu corpo parar e um estremecimento
escapa da minha boca. Esse estremecimento, no entanto, se transforma
em um grito alto quando com um puxão forte Soren empurra meu corpo
para baixo em seu pau.
Gemidos escapam de nós dois em sincronia, a sensação dele esticando
minha boceta já dolorida até o seu limite é tão viciante que com menos
de um segundo de hesitação meu corpo começa a pegar um ritmo.
Montando-o tão forte que cada vez que meus quadris rolam a leve
sombra de cabelo crescendo em sua base no meu clitóris e me faz gritar
seu nome.
O constante esfregar e alongar tem meu clímax com ele na minha
boceta apertando com toda a sua força. Mas Soren não para, em vez
disso, ele passa os braços em volta das minhas costas.
Puxando meu corpo totalmente contra seu peito, ele me trava lá
antes de começar a bombear seu pau e mexer seus quadris em um ritmo
de punição que me leva ao limite.
Cada forte empurrão depois disso não faz nada além de estimular
meu orgasmo mais e mais até que, sem qualquer aviso, ele se transforma
em outro. Quando meu 16° orgasmo da noite atinge, meu corpo se
contrai e treme com tanta força que arranca o próprio orgasmo de Soren
de seu corpo. Minha vagina o seca lentamente e nós dois derretemos um
no outro.
Estou tão cansada e exausta que nem consigo mover meus membros.
Em vez disso, meu corpo vagamente começa a adormecer.
Antes de adormecer totalmente, sinto Soren mover meu corpo e me
deitar ao lado dele. Seus braços me envolvem com segurança e seu nariz
se aninha no meu pescoço antes de ele alegremente suspirar e beijar uma
das minhas marcas.
— Eu te amo tanto, Zayla. Eu nunca estarei completo sem você. Você
vai segurar minha alma para sempre. Não! Você é minha alma! Você é
minha Rainha, minha sobrevivência! A luz para cada estrela em meu céu.
Eu espero que você perdoe-me por minha covardia porque eu vou te
amar por uma eternidade, não, um infinito! Minha linda Lux.
Suas palavras foram tão doces e sinceras que antes que o sono
finalmente tomasse conta do meu corpo, uma lágrima solitária caiu dos
meus olhos. E então, como o dia enquanto se transforma em noite, a
escuridão reinou e os desejos de uma vida que eu sempre quis nos
sonhos, eu planejo tornar realidade.
Capítulo 60
QUEM É VOCÊ?
Zayla

Acordando com uma forte sacudida pelo meu corpo e um rosnado alto
ecoando na minha cabeça.
Estou momentaneamente atordoada enquanto olho ao redor do
quarto de Soren e percebo que nada mudou desde quando desmaiei.
Olhando para a minha esquerda, vejo que Soren ainda está dormindo
pacificamente. Suas belas maçãs do rosto e rosto angelical parecem tão
relaxados e felizes sob o luar artificial que entra pelas janelas falsas.
Quando o lábio inferior de Soren se projeta um pouco para fora e ele
suspira tristemente, tenho que me impedir fisicamente de beijá-lo até
acordá-lo. Meus lábios implorando para serem presos à sua pele.
Quando outro rosnado soa alto na minha cabeça, fico mentalmente
confusa quando presto atenção e encontro minha loba curvada com os
dentes à mostra e o pelo levantado.
Eu sento lá tentando descobrir o que aconteceu com ela, mas ela não
me dá nenhuma dica, o que me deixa totalmente confusa. Ela estava tão
feliz menos de algumas horas atrás. Meu corpo dolorido é a prova de que
nada de errado aconteceu com nenhuma de nós, então qual é o problema
dela?
Deitando de volta, tento me aconchegar em Soren, mas quanto mais
perto eu puxo seu corpo do meu, mais minha loba começa a tremer de
raiva. Seus movimentos se transformando em passos rápidos agravados e
aquela sensação que eu tinha antes de que ela estava de guarda volta com
força total.
Quando eu sinto Soren começar a mudar, e um gemido deixa seus
lábios carnudos adormecidos, eu sei que preciso sair daqui por um
momento. O comportamento da minha loba está tão longe do que eu
esperava com seus atos aleatórios de agressão injustificada me
transformando de confusa para totalmente preocupada.
Então, com um empurrão dolorido do meu corpo excessivamente
cansado e sensível, eu saio da cama. Todas as marcas ao longo do meu
corpo ardendo enquanto deslizam pelos lençóis de cetim.
Abaixando-me, pego a primeira camisa que consigo alcançar. É a de
Soren que eu realmente prefiro. A visto e ando em silêncio, mas
rapidamente, até seu armário, pegando algumas calças de moletom da
prateleira mais próxima.
Felizmente eu fiz uma pequena busca ao redor do quarto ontem à
noite antes de ele se juntar a mim ou então eu estaria procurando muito
menos graciosamente e provavelmente o acordaria.
Retardando na ponta dos pés para fora da sala, paro com a mão na
maçaneta, voltando-me para olhar para o meu companheiro por mais um
momento. Tudo que passei para chegar aqui valeu a pena só por poder
vê-lo assim. Vulnerável.
Saber que, se eu quisesse, poderia tocar sua pele e não teria que me
preocupar com isso ser um sonho, saber que eu poderia beijar seus lábios
neste exato momento e ele sorriria para mim antes de me beijar de volta.
Mas o maior presente para mim é saber que não estou mais no escuro
sobre quem ou o que ele é.
Porque eu sei quem ele é. Meu Soren, meu cavaleiro da morte.
Finalmente, depois de tanto tempo, consegui o que queria, a única coisa
que desejei em toda a minha vida. E ainda que minha loba o deseja há
tanto tempo, então por que ela está tão zangada em sua presença? Por
que minha pele tocando a dele a deixa nessa bagunça explosiva de raiva
cega?
Eu gostaria de saber, gostaria que ela pudesse simplesmente me dizer
o que há de errado com ela. Mas ela não pode. Em vez disso, ela inunda
nossa conexão com raiva e ódio leve. Então, com um suspiro profundo,
mas silencioso, eu abro a porta e silenciosamente saio dela, fechando-a
suavemente atrás de mim.
Eu fico lá apoiando minha cabeça nela por apenas um momento
tentando descobrir o que vou fazer. Não sei como contornar o labirinto
que é o Purgatório, mas sei que não posso simplesmente ficar aqui
parada. Eu preciso limpar minha cabeça. Mas quando me viro, dou de
cara com um peito duro e suado. E quero dizer um peito muito duro e
muito suado.
Recuando um pouco, espero ver um dos irmãos Soren voltando da
academia, mas quando vou me desculpar, mal consigo ouvir um
— Oh, eu sou tão... — antes de meus olhos perceberem o estranho
misterioso na minha frente e minha mente me corta derretendo apenas
com a visão dele.
Este homem, este estranho na minha frente é... bem, ele é
absolutamente gostoso pra caralho. Seu corpo está perfeitamente
tonificado e bem definido. O suor brilha em cada músculo lindamente
esculpido e bronzeado.
Seu cabelo escuro está penteado fora de seu rosto e se essas coisas não
fossem o suficiente para me fazer desmaiar, minha mente pira quando
vejo a porra da calça de moletom cinza pendurada perigosamente baixo
em seus quadris.
Seus olhos estão me seguindo com curiosidade enquanto os meus
vagam ao redor de seu corpo antes de, eventualmente, levantar e ver sua
boca. Seus lábios se erguem em um sorriso que faz com que todo o seu
rosto se ilumine de puro prazer, enquanto os meus denunciam meu
embasbacamento, corando profusamente. Não sei o que há com esse
homem e sua aura, mas é um daqueles sentimentos magnéticos pelos
quais você simplesmente não consegue evitar.
Recuando um pouco mais, encosto-me na porta do quarto de Soren.
Seu cheiro me acalmando e me permitindo encontrar minha voz, embora
saia sufocada, eu rapidamente me desculpei com o homem, me sentindo
envergonhada e francamente culpada por ter acabado de passar tanto
tempo olhando para outro homem que não é meu, enquanto meu
companheiro dorme no quarto atrás de mim.
— Eu sinto muito! Eu não queria assustar você. Eu não tinha certeza
se alguém estaria acordado a esta hora. — Esfregando suavemente minha
mão na parte de trás do meu pescoço, deixo meu desconforto aparecer
quando uma contração estranha toma conta e eu inclino meu corpo de
volta para a porta, esperando que isso me engula e me deixe esconder
meu constrangimento.
O homem na minha frente não faz nada além de sorrir para mim.
Seus olhos suavizaram significativamente. Indo de intenso e
determinado a doce e alegre.
— É muito tarde, de fato, embora eu não esteja surpreso que você
esteja acordada e se perguntando pelos corredores o porquê de todos
aqueles rosnados que sua loba está fazendo. — Sua voz flutua e ecoa nas
paredes em um ritmo tão suave, que soa como a melodia de uma música.
Se não viesse com uma risada silenciosa, provavelmente teria levado
minha mente mais de um minuto para perceber o que ele acabou de
dizer.
Quando meu cérebro finalmente registra exatamente o que ele falou,
fico mais do que um pouco atordoada.
— Você pode ouvir minha loba?
Balançando a cabeça, ele sorri suavemente para mim, com um olhar
fugaz de pena cruzando suas feições deslumbrantes.
— Eu posso ouvir muitas coisas, minha querida, quero dizer, este é o
meu reino, afinal.
Capítulo 61
SOGRO
Zayla

Quando as palavras 'meu reino' saíram de seus lábios, quase morri no


local.
— Você é, uh, você é o Lúcifer? — Eu quase grito. O constrangimento
inundou cada nervo do meu corpo.
Ele deve ter pena de mim, porque ele apenas sorri suavemente antes
de dar os últimos passos em minha direção. Jogando o braço em volta do
meu corpo, ele começa a me puxar pelo corredor.
Quando um formigamento irradia ao redor de onde seu braço toca
minha pele, não posso deixar de me afastar um pouco. O sentimento não
é como um vínculo de companheiro. Aqueles formigamentos são
calmantes e quentes enquanto esses arrepios dançam em volta da minha
pele como eletricidade.
Essa sensação de puro poder vibrando em ondas na minha pele.
Quando ele percebe que eu me afasto dele uma segunda vez, ele segura
seu braço em volta de mim com mais força.
— Está tudo bem Zayla, é só o que acontece quando você toca um
anjo.
Quando ele diz anjo, fico um pouco confusa porque pensei que ele
estava condenado. Não faço nenhum movimento para falar sobre meus
pensamentos, não querendo ofendê-lo, mas ele apenas ri ao meu lado.
Seu peito batendo no meu ombro com cada risada que deixa seu corpo.
— Eu posso ser amaldiçoado, minha querida, mas ainda sou um anjo.
No momento em que vou perguntar a ele como ele ouviu meus
pensamentos paramos em uma porta, ele rapidamente a abre e começa a
nos puxar para dentro. Quando percebo a cama grande no meio, planto
meus pés com força no chão. Minha mente gritando para eu correr de
volta para Soren, mas meu lobo ronronando por estar longe dele. É um
sentimento tão confuso.
Lúcifer, no entanto, nem parece incomodado com a minha postura
rígida, em vez disso, ele apenas dá um tapinha de leve nas minhas costas
antes de me deixar em pé no meio de seu quarto. Eu o vejo entrar em
outra sala e é isso por alguns minutos, eu apenas fico ali desconfortável.
Quando ele sai da sala e entra em minha visão, ele está totalmente
vestido com um terno preto justo.
— Desculpe por isso, minha querida, você esbarrou em mim em um
momento estranho.
Sentindo-me aliviada que meu cérebro estava reagindo demais, eu
rapidamente digo a ele que está tudo bem e solto uma risadinha. Ela
contém um tom desconfortável que ele claramente percebe quando
levanta a sobrancelha.
Em vez de comentar sobre isso, no entanto, ele apenas sorri para mim
antes de se aproximar e pegar meu braço.
— Venha agora, minha querida, vamos falar sobre a sua loba.
Acenando com a cabeça, permito que ele me arraste pelos corredores
até a grande sala do trono. O quarto é deslumbrante em tons de cinza
escuro, dourado vibrante, vermelho e marrom escuro acentuando cada
peça de mobília lindamente decorada no quarto gigante.
Puxando-me para seu assento, ele solta meu braço antes de se sentar
no trono imenso. Eu fico lá sem jeito por um momento apenas
apreciando a sala.
Quando Lúcifer bate palmas ruidosamente atrás de mim, não posso
deixar de me assustar. Quando me viro para encará-lo, ele apenas ri e
balança a cabeça de um lado para o outro, claramente divertido com meu
comportamento.
Quando o chão começa a tremer, noto que a plataforma em que
estamos começa a se expandir e se abrir. Então, como se saindo do covil
de um supervilão, uma cadeira de pedra preta gigante flutua no chão.
A cadeira é menor em tamanho do que sua cadeira e não contém
nenhum detalhe além das veias vermelhas e douradas que correm pela
rocha negra. Enquanto a cadeira de Lúcifer tem esculturas gigantes e
lindamente complexas retratando sua vida. Esculturas de batalhas, de
crianças e amor, tudo lindamente gravado na pedra branca ofuscante.
Quando a cadeira está finalmente no nível da plataforma, o chão se
fecha e a cadeira gira para encará-lo, assim como ele vira a sua.
Agarrando suavemente na minha mão, ele me leva até a cadeira
— Por favor, sente-se Zayla.
Eu o ouço falar comigo, mas meus olhos estão tão focados no
material da cadeira que eu o ignoro. Olhando para o meu pulso, pego
meu amuleto de lobo que Soren me deu de aniversário e o seguro contra
a cadeira.
Quando meu pingente toca a cadeira, ele começa a brilhar. É tão
lindo ver a luz fluindo pelas veias de ouro do meu pingente. Tão bonito
na verdade que não noto Lúcifer se movendo até sentir sua respiração em
meu pescoço.
— Está brilhando porque foi feito de um pedaço desta cadeira.
Me virando para encará-lo, ele recua e se senta novamente. O olhar
em seu rosto mostrando que ele está esperando que eu pergunte... então
eu faço.
— Por que Soren teria alguém me fazendo um amuleto que quebrou
de uma cadeira?
Ele não responde imediatamente, em vez disso, sinaliza para que eu
me sente. Decidindo obedecer, rapidamente me sento, mas me inclino
para frente para dar a ele toda a minha atenção.
— Ele não mandou ninguém fazer isso para você, minha querida, ele
mesmo fez.
— Por que fazer isso de um pedaço de uma cadeira? — Mesmo que a
confusão seja a única coisa no meu rosto, ele não ri ou zomba, em vez
disso, ele apenas sorri.
— Porque não é qualquer cadeira. — No momento em que ele diz
isso, estala os dedos e como uma atração magnética, sou sugada para o
encosto da cadeira. O aperto invisível em volta do meu corpo é quase
doloroso, mas com o sorriso surgindo em seus lábios estou
surpreendentemente calma.
A cadeira abaixo de mim começa a vibrar e estalar. Um leve pânico
toma conta do meu corpo, mas estou tão presa à cadeira que não consigo
me mover. Erguendo a cabeça para trás, consigo ver algumas das
características que agora decoram o encosto alto da cadeira.
Quando a sensação de estar presa passa, eu pulo e me viro para olhar
para a cadeira. A cadeira preta, uma vez lisa, com um encosto pequeno e
pernas finas, agora é um trono gigante com um encosto tão grande
quanto Lúcifer.
Duas foices gigantes se cruzam para fazer um X com uma coroa
gigante flutuando acima dela. Abaixo do X, mais próximo à base da
cadeira, está um bando de homens que parecem estar se curvando em
direção a duas figuras. Suas cabeças estão voltadas uma para a outra e
seus corpos estão totalmente abraçados.
A cadeira é hipnotizante. Não consigo desviar o olhar, meus olhos
estão desesperados para ver cada detalhe, cada veia colorida na rocha.
Cada sombra esculpida no material mágico.
Quando sinto o mesmo formigamento estático de antes, sei que as
mãos de Lúcifer estão em meus ombros mais uma vez.
— Como eu disse, minha querida, não é qualquer cadeira, porque
você, Zayla King, agora é a Rainha da Morte e este é o seu trono.
Capítulo 62
SOBRE MINHA LOBA
Zayla

— Meu trono?
— Mhm.
Usando seus braços para me virar, Lúcifer afasta meus olhos da
cadeira e me coloca suavemente sobre ela. Meu corpo está tenso, mas
rapidamente uma sensação de conforto toma conta de mim como nunca
senti antes. É como uma sensação estranha de controle que conforta
minha loba e eu e nos deixa em um estado de êxtase.
— Para responder à sua pergunta, ele esculpiu seu pingente de lobo
nesta cadeira porque ela sempre foi feita para ser sua. Há também apenas
uma outra cadeira feita desse material e essa cadeira é de Soren, que é
idêntica à sua.
Levo um minuto para registrar o que ele está dizendo, minha mente
ainda focada na sensação de confusão correndo desenfreada pela minha
espinha. Mas quando eu faço isso, ele faz aquele sentimento parecer
insignificante comparado ao meu sentimento por Soren.
Quando minha mente começa a desejar estar de volta em seus braços
adormecidos, minha loba quase perde a cabeça novamente. Seu eu feliz e
calmo agora está bem acordado e rosnando uma tempestade. Eu não
entendo ela! Ele não fez nada de errado com ela ou comigo desde que
estivemos aqui, então qual é a porra do problema dela?
— Você sabe por que ela está agindo assim, não é? — Mais uma vez,
Lúcifer me tira da cabeça. Seu corpo está calmo e relaxado. Seu rosto
mostrando compreensão e compaixão pela minha situação.
Limpando minha voz, eu respondo:
— Sem ofensa, Senhor, mas se eu soubesse o que há de errado com
ela, não ficaria confusa. — Eu digo enquanto permito que minha
preocupação apareça alto em minhas feições.
Ele ri e se encolhe ao mesmo tempo antes de limpar a garganta.
— Em primeiro lugar, não me chame de Senhor, isso me faz sentir
muito velho! Você pode me chamar de Lúcifer, Pai ou Sogro. Eu prefiro
esses três, mas estou aberto a outros títulos amorosos, sendo que você é
da família agora, espero que fale comigo como um parente... também
sobre você não saber o que há de errado com a sua loba, touché, — ele ri
novamente mais alto desta vez.
A melodia saltando pelas paredes lindamente decoradas.
Sua risada me faz sorrir, há algo tão puro na maneira como ela sai de
seu peito. É o mesmo que com meu Soren, a felicidade deles irradia
muita luz.
Você nunca saberia que esses homens deveriam ser temidos e
considerados maus. Para ser honesta, antes de conhecê-los, eu nem
pensava que eram reais, muito menos acreditaria em alguém que me
contasse que Lúcifer e a própria Morte eram apenas grandes molengas.
Em seguida, acrescente os irmãos de Soren e eu teria rido na sua cara.
Mas, ainda assim, aqui estou no Purgatório, cercado por 5 dos homens
mais poderosos que já existiram e me sinto mais segura do que jamais me
senti em minha vida.
Quando sua risada finalmente morre, ele faz uma cara um tanto séria.
A rápida mudança em seu comportamento me deixa em um transe de
preocupação.
— Ela não confia nele.
— O que? — Não sei o que esperava que ele dissesse, mas
definitivamente não era isso.
— Sua loba, ela não confia em Soren. Ela claramente ama meu filho e
seu lobo, mas não há confiança nisso. Especialmente quando se trata de
seu bem mais precioso.
— Essa posse é a coisa que ela está guardando? Eu posso senti-la
protegendo o que quer que seja na minha cabeça.
— Aquela sensação que você tem de que ela está guardando algo não
é um objeto ou alguma coisa anormal Zayla. É você.
Inclinando minha cabeça ligeiramente, tento entender suas palavras,
mas estou mais confusa do que antes. Não faz sentido! Como ela está
fazendo alguma coisa dentro da minha cabeça?
— Não entendo.
— Ela está protegendo você Zayla, protegendo sua alma mais
especificamente. — Ele faz uma pausa leve para respirar. O ar flui de seu
corpo como mais um suspiro triste e suave, no entanto.
— A última vez que ela confiou nele, seu lobo quase a roubou. Quase
roubou sua vida, agora ela não pode confiar nele. Ela quer. Eu posso
sentir isso, mas quando se trata de você e sua vida, ela não pode. Uma
coisa é quando ele está acordado e consegue se controlar, mas
dormindo... Enquanto dorme, meu filho tem um histórico de te
machucar.
Eu vejo quando ele toma outra respiração, muito mais profunda do
que a anterior. Ele claramente adora seus filhos e leva suas dores e
problemas como se fossem seus. É a mesma coisa que meu próprio pai
sempre fez por mim e meus irmãos.
— Eu ouço meus filhos, minha querida, eu ouço quando eles chamam
por mim. Quando eles estão machucados ou chateados. Eu posso sentir
isso em cada parte de mim. Eu sei que ele se arrepende do que fez, isso o
matou por dentro, a tentativa de machucar você ou sua loba.
Quando eu estive fora, ele esperou que eu voltasse. Para ajudá-lo a
consertar o que fez, mas essa era uma época em que minhas mãos
estavam amarradas e fui forçado a ficar longe. Então, ao invés de ser
ajudado, ele passou todo aquele tempo que ele estava longe de você
punindo a si mesmo e seu lobo.
Nesse momento, ele continua a falar como se os erros de Soren
fossem seus. Sinto falta do meu pai mais do que nunca e faço uma
promessa de chamá-lo o mais rápido possível, e meu coração também se
abre para o homem à minha frente.
Apesar de tudo que já ouvi sobre ele, todas as lendas e folclore a
respeito dele. Ele é apenas um pai tentando amar seus filhos com tudo o
que tem e, por isso, não posso deixar de adorá-lo e admirar o homem que
ele é e os homens que criou.
— Eu amo seu filho mais do que tudo e sei que minha loba também,
mas não sei como acalmá-la. Não sei o que fazer.
Minha voz sai em um sussurro suave, mas eu sei que ele ouve quando
ele sorri suavemente para mim.
— Acho que eu sei, mas vou precisar do lobo de Soren.
Parando para pensar por um minuto, ele se recosta na cadeira em
silêncio. Inclinando-me para trás na minha cadeira, observo enquanto
ele pondera sobre o que está passando por sua mente.
Quando seu rosto se ilumina lentamente, não posso deixar de me
inclinar para frente, curiosa para saber o que está acontecendo em sua
cabeça.
— O lobo de Soren está se mexendo, ele vai subir em breve. — Sua
voz é divertida e entusiasmada, o que obriga meu rosto a se iluminar com
ele.
Quando uma risada alta sai de sua boca, não posso deixar de olhar
para ele com os olhos esbugalhados. Não vou mentir, ele parece tão doce,
mas não sou estúpida o suficiente para subestimar o governante do
inferno.
— Agora, não olhe para mim assim, minha querida. Eu só acho
cômico como meu filho está prestes a reagir quando ele acorda e percebe
que você se foi.
Quando meus olhos se arregalam sabendo que Soren vai entrar em
pânico, não posso deixar de me sentir mal por ele, mas o bom e velho
Lúcifer pega o pânico e joga na lixeira.
— Não se sinta mal por ele, querida, ele merece por ser um idiota. E
com certeza ele vai se sentir estúpido quando ver você aqui comigo e
perceber que além de seus irmãos ou eu, você não tem como sair daqui...
Mas realmente é mais divertido assim.
Não posso deixar de rir um pouco enquanto ele encolhe os ombros,
suas palavras não são nada além da verdade e contêm informações que
imaginei, mas não tinha certeza sobre. Quando ele se inclina para trás na
cadeira novamente, eu o imito até ficar confortável.
— Então, minha querida Zayla, diga-me tudo o que há para saber
sobre você, e no final eu lhe contarei um segredo que você não conhece.
— Por onde devo começar? — Eu digo enquanto levanto uma
sobrancelha para ele. Seu rosto se transforma em um sorriso diabólico.
— Que tal o começo.
Capítulo 63
UMA RISADA MUITO NECESSÁRIA
Zayla

Lúcifer e eu conversamos um pouco.


Mesmo que ele parecesse já saber tudo sobre mim, ele ouviu minhas
histórias de infância. Fazendo perguntas sobre meus pais e irmãos.
Pelo que entendi, ele realmente não lida com o lado sobrenatural das
coisas com muita frequência, principalmente se dedicando aos humanos
e permitindo que seus filhos tomem conta do purgatório e de tudo mais
relacionado ao sobrenatural.
Mesmo que tentasse falar sobre mim, aprendi muito com ele e sobre
ele. Incluindo o nome de sua esposa Kimberlin ou Kim, para abreviar.
Esse era o nome da mãe de Soren.
Quando meu sogro mencionou qualquer coisa sobre ela, todo o seu
rosto se iluminou como um fogo de artifício, seus olhos brilharam de
forma diferente e seu sotaque mudou quando o nome dela saiu de sua
língua. Qualquer pessoa com ouvidos saberia que mesmo agora, 19 anos
após sua morte, ele a ama com a mesma intensidade de quando ela estava
viva.
É isso que quero com Soren. Esse tipo de amor, e eu sei que vou
conseguir. Eu vim longe demais para não ir.
— Então, minha querida, diga-me como você chegou aqui, eu ainda
estou para descobrir quem quebrou as regras.
— Meu sogro sorri para mim como se eu fosse a maior criadora de
problemas de todos os tempos, enquanto eu me encolho.
— Minha querida? — Fazendo uma careta, ele ri de mim. Ele não
sabe, mas esse é um dos meus sons favoritos, é tão saudável e leve que
você nunca saberia que veio do governante do inferno.
— Minha Nora... Eu ainda não descobri um apelido para você!!! Dê
um tempo a um pobre velho, — diz teatralmente enquanto joga as mãos
para cima, adicionando um suspiro extremamente exagerado e fazendo
uma careta que parece uma ofensa forçada.
Olhamos um para o outro tão sério quanto podemos, nenhum de nós
piscando ou movendo um músculo. Quando vejo seus lábios começarem
a se levantar, nós dois nos separamos e começamos a rir tanto que ele
quase cai da cadeira.
Ainda rindo de suas travessuras, coloco minhas mãos em meus
quadris e tão sério quanto posso, levanto minha sobrancelha para ele.
— Eu pensei que você não era velho? Olhe para você mentindo para
uma garota inocente.
— Inocente? — Ele diz dramaticamente com um suspiro falso.
— Quartos à prova de som só são à prova de som quando todo o
inferno não passa pela sua cabeça, minha querida.
Ele ri levemente desta vez, mas meus olhos estão arregalados pra
caralho. O que, claro, só o faz rir ainda mais antes de perceber o que ele
acabou de dizer. Então, como todas as pessoas que entram em pânico, o
pobre sogro revidou da única maneira que podia.
— Não me interpretem mal, eu não queria ouvir, e definitivamente
não ouvi, posso desligar áreas da casa, mas estava procurando por Soren
e não tinha recebido nenhuma notícia sobre sua chegada ainda. — Ele
diz enquanto continua a se contorcer desajeitadamente em sua cadeira.
Decidi ter pena dele porque, honestamente, você não pode evitar se
acidentalmente ouvir alguma coisa, não é como se eu não tivesse ouvido
meus pais ou irmãos antes, ouvir um lobo é extremamente irritante
quando você está tentando não ouvir algo e você o pega de qualquer
maneira. Não consigo imaginar ter todos os ruídos do inferno vibrando
em sua mente.
Seu comportamento também me prova que o pobre homem criou
meninos e não meninas. Meu pai não tem nenhum problema em falar
sobre sexo e coisas com meus irmãos ou outros homens da família, mas
falar comigo ou Paisley sempre o deixou estranho só de pensar nisso, e é
assim que Lúcifer está agindo agora.
Mesmo que seja estranho pra caralho para o seu sogro ouvir você
fodendo com o filho dele ou, bem, o filho dele fodendo você. Não é o fim
do mundo, mas seu rosto está parecendo que é, como se ele desejasse que
o chão o engolisse. Eu não posso deixar de achar isso divertido.
Enquanto ele se desculpa mais um pouco, não consigo evitar a risada
que sai da minha garganta. O que o interrompe.
— Sogro, — eu rio enquanto balanço minha cabeça. — Você tem que
relaxar antes de ter um ataque cardíaco, aquele seu velho coração
simplesmente não aguenta o estresse.
Seu rosto se contorce em algo sinistro antes que ele avance e me
agarre. Puxando-me para frente até que seu dedo alcança meu estômago
e ele comece a me fazer cócegas.
— Retire o que disse!
Rindo o mais que posso, grito
— Não, seu velho.
Seus dedos param.
— Velho? É isso aí!
Me agarrando, ele me levanta no ar, ele provavelmente tem 1,85m,
então, com os braços totalmente estendidos acima da cabeça, estou
quase 2 metros acima do solo enquanto ele me gira.
— Retire, pequenina, não vou te dizer de novo.
Sua voz está tão cheia de humor de novo que ele ri das minhas
risadinhas estranhas, ele está me manipulando como se eu fosse uma
criança, ele está me tratando como meu pai costumava fazer. Por mais
estranho que pareça ser um adulto, é um sentimento que ansiava por
tanto tempo, e por mais que eu ame meu pai, conforme eu cresci ele se
mudou para me deixar ser a adulta que eu obviamente era, mas às vezes
sentir-se como uma criança é bom. É bom para a alma.
— Ok, ok, eu retiro o que disse, você ganhou. — Eu soltei derrotada.
Me colocando no chão, nós dois caímos de volta em nossas cadeiras
rindo enquanto ele balança os braços.
— Eu sabia que você iria desistir eventualmente, mas esperava que
fosse antes que meus braços ficassem cansados.
Sua leve provocação continua por vários minutos antes de ouvirmos
uma porta se abrindo e fechando. Seu rosto vai de despreocupado e leve
para tão irritado e frio que o inferno poderia literalmente congelar em
dois segundos.
— Senhor, eu preciso falar com você.
Os olhos de Lúcifer rolam exagerando sua frustração, então nossas
cadeiras viram para frente, com a minha chegando mais perto da dele.
— O que você poderia querer agora, Morte.
Capítulo 64
O INFERNO
Soren
Frenético.
Foi como me senti quando a consciência começou a tomar conta de
mim.
O ritmo rápido do pânico do meu lobo arranhando minha cabeça e
me faz gemer, o ataque de uma enxaqueca se formando atrás dos meus
olhos, mas meu corpo ainda está tão drenado que levo um momento
para acordar completamente.
Quando eu levanto meus membros do pesado edredom, estendendo a
mão para minha linda Zayla, meu corpo pula para fora da cama em uma
bagunça confusa.
Lençóis frios foi tudo o que senti quando minha mão roçou ao longo
do travesseiro onde a cabeça da minha companheira deveria estar.
Procurando pelo quarto, eu descobri que não apenas estou na cama
sozinho, mas Zayla nem mesmo está aqui. O cheiro dela sumiu tanto do
quarto que eu acredito que ela não estava mais aqui por várias horas.
Passando uma mão frustrada pelo meu cabelo, não posso evitar o
lampejo de memória que passa pela minha cabeça, lembrando de seus
dedos correndo pelo meu couro cabeludo. Não demorou muito para que
as memórias da noite passada se transformassem em um momento de
dor e pânico.
Por que ela iria embora? O que eu fiz para que ela me deixasse? Ela
voltou para a terra sem mim? Ela só queria uma última noite comigo
antes de me deixar? Achei que ela me queria, não é verdade? Foi tudo por
gratificação sexual?
Quando meu lobo choraminga com os pensamentos correndo soltos
na minha cabeça, não posso evitar nem tento parar o suspiro profundo e
triste que deixa meus pulmões.
Andando em volta da cama, percebo que minha gravata ainda está no
chão, me abaixando para pegá-la e vou até o armário para me vestir,
colocando a gravata em uma gaveta especial para que eu possa mantê-la
para sempre.
Não consigo evitar que meus olhos procurem por ela, esperando que
ela simplesmente apareça e que meus sentidos estejam apenas pregando
peças em mim, mas infelizmente meu ego acaba ficando machucado cada
vez que olho para a cama vazia.
Me vestindo rapidamente, eu mal tenho minhas calças na minha
bunda antes de sentir alguém atrás de mim. Virando-me, avistei um dos
meus ceifeiros olhando para mim um tanto desconfortavelmente, tendo
aparecido no meu quarto sem permissão, eles provavelmente acabaram
de ver minha bunda nua, e agora estão tendo problemas para me olhar
nos olhos.
— Existe uma razão para você ter aparecido no meu quarto sem
minha permissão? — Minha voz sai gutural segurando uma leve irritação
que não é para a ceifeira apavorada na minha frente.
— Bem? Fale logo.
Limpando a garganta, a ceifeira cujo nome eu não consigo lembrar no
momento se move para frente e para trás e antes de finalmente olhar nos
meus olhos.
— Senhor, eu realmente sinto muito incomodá-lo, especialmente
quando você está despido. — Quando ela diz a última palavra, seus olhos
examinam meu peito sem camisa, o movimento é bastante ousado para
um ceifeiro e me faz levantar minha sobrancelha para ela.
Quando ela percebe minha expressão, ela rapidamente cobre seu ato
com uma tosse, em seguida, tenta recuperar sua fala.
— M-mas estamos tendo um pequeno problema.
— Oh, e que problema é esse?
— A raiva está fluindo através de nossa corrente, Senhor. Tentamos
fechar a conexão como podemos quando seus irmãos acidentalmente
projetam através do nosso vínculo, mas temo que a raiva dela seja muito
forte e está começando a afetar alguns dos nossos ceifeiros mais recentes.
Agarrando a ceifadora, coloco minhas mãos em ambos os lados de sua
cabeça, permitindo-me acessar sua mente, e o link que ela compartilha
com todos os ceifeiros. Assim que entro na conexão, sou atingido com
força por uma raiva intensa. Está fluindo com tanta força através da
corda dos ceifeiros que em tempo real estou vendo-o desbotando de seu
tom cinza claro normal para um vermelho sangue.
Soltando o ceifeiro, estou mais do que um pouco confuso, porque
Zayla está tão brava?
— Onde ela está?
— Nossa rainha está na sala do trono, senhor.
Acenando com a cabeça rapidamente eu dispenso a ceifadora
preocupada, que desaparece rapidamente e termino de me vestir.
Demoro menos de alguns minutos antes de estar na entrada da sala
do trono. Eu odeio esta sala, sempre me lembra da minha mãe. Todos os
anos e memórias com ela estão nesta sala.
Inferno, eu aprendi a andar nesta sala. Depois que minha mãe foi
levada, meus irmãos e eu começamos a evitá-la a todo custo. É muito
prejudicial para a alma.
É por isso que, depois que ela morreu, só pisei nesta sala uma vez. E
isso era para pegar um pedaço da cadeira de Zayla para fazer seu
pingente, e até isso quase me matou.
Respirando fundo, abro a porta silenciosamente, esperando que sua
raiva não seja contra mim e que eu possa avaliar sua reação antes que ela
seja capaz de me ver. Mas mal estou no batente da porta quando vejo a
causa de sua raiva, e foda-se, o termo raiva é um eufemismo.
Zayla está parada na frente de um trono gigante, seus punhos estão
cerrados com tanta força que os nós dos dedos estão brancos e seus olhos
estão se movendo para frente e para trás entre os dela e de sua loba.
Olhando para o trono atrás dela, levo menos de um momento para
entender os detalhes e perceber que não é qualquer trono... é o dela. Os
detalhes são idênticos aos meus, exceto por um detalhe. Um detalhe que
não consigo descobrir. Movendo meus olhos para a cadeira ao lado dela,
eu observo as características do arrogante do meu pai. Sua sobrancelha
está levantada e seus lábios ligeiramente levantados em um sorriso tenso.
Se você não conhecesse o homem, pensaria que ele estava se gabando de
alguma coisa, mas por ter vindo dele, posso dizer que ele está chateado.
— O que diabos você acabou de dizer? — Quando o rugido alto de
Zayla ressoa e ricocheteia na parede, eu movo meus olhos de volta para
ela, seu corpo está vibrando de raiva, seu lobo enfurecido e pronto para
atacar sua presa... o único Cavaleiro Humano da Morte.
— Somente a verdade. — Ele diz extremamente confiante, cruzando
os braços sobre o peito.
Seu comportamento não fazia nada além de irritar Zayla mais do que
antes.
— Eu vou te mostrar a verdade, seu filho da puta!
Estendo a mão de volta em direção ao meu pai, eu assisto no que
parece ser em câmera lenta enquanto ele sorri brilhantemente para ela
antes de lhe entregar uma faca. Mas não qualquer faca! Não. Sua porra de
faca de alma.
Com um rápido lance da lâmina, ela empala a faca no crânio da
morte. Choques de eletricidade disparam rapidamente por seu corpo,
quase parecendo aqueles desenhos animados que mostram o esqueleto
de uma pessoa quando um raio a atinge.
Parece que estou observando-os há horas, mas na realidade leva
menos de alguns minutos antes que seu corpo desmorone e caia no chão
sem vida.
Meu pai pula batendo palmas e rindo, gritando:
— Boa tacada, boneca! — Enquanto ele agarra minha companheira e
a gira.
A risada poética de Lux flui pela sala em uma bela melodia que
incendeia meu corpo quando as notas atingem minha pele. Ela parece
tão feliz e despreocupada nos braços do meu pai. É por isso que quase me
sinto culpado por romper o momento de união deles.
No entanto, não consigo parar de fazer a pergunta que está
atormentando minha mente.
— O que está acontecendo aqui?
Capítulo 65
MATANDO A MORTE
Zayla

Quando o humor de meu sogro de repente mudou em 180 graus de seu


estado feliz e despreocupado para um de aborrecimento e raiva, eu estava
além de intrigada.
O homem na minha frente incomoda. Seus pés mal pararam na
minha frente e ainda assim seus olhos já estão vagando pelo meu corpo
como se ele fosse o dono da porra toda.
Um arrepio assustador desce pela minha espinha e faz minha loba
bufar em desaprovação. Não me entenda mal, já estive perto de homens
com tesão antes.
A libido dos lobos está em alta constante quando atinge a maturidade,
mas mesmo sendo criada em uma matilha com mais de 150 homens da
minha idade, todos atingindo a puberdade de uma vez, eles nunca me
deixaram tão desconfortável. Principalmente com um único olhar.
Olhando para o meu sogro, posso sentir seus olhos assustadores
vagando de volta ao meu corpo. O brilho de Lúcifer é proeminente em
seu rosto, e quanto mais tempo o homem fica ali, mais profunda fica sua
carranca.
— Sim? — A voz de meu sogro sai tão irritada que a sala parece
escurecer a cada sílaba que sai de sua boca. Isso sacode a atenção do
homem de mim para o homem com quem ele veio falar.
— Senhor?
— Você entrou no meu quarto sem permissão, interrompendo um
momento privado entre mim e minha nora, — as palavras saem como
veneno antes que ele empurre seu trono com as duas mãos.
— Então você tem a coragem de olhar para ela como se ela fosse um
objeto para sua satisfação sexual bem na minha frente! Que porra você
quer, e fale rápido, Morte, porque eu já tenho um castigo para você e
quanto mais tempo eu tenho para olhar para a sua bunda de rato, vou
adicionar a porra de um século a ela!
Limpando a garganta, o homem que eu finalmente concluí ser a
morte humana muda desconfortavelmente por um momento quando
Lúcifer se senta novamente, então seus olhos caem de volta em mim e ele
pisca. O filho da puta pisca para mim.
— Sinto muito, senhor, eu não sabia que Zennen encontrou sua
companheira, — sua voz sai tão arrogante como se a ideia toda fosse uma
piada para ele, e que, ao dizer seu nome em particular, ele secretamente
estivesse provocando Zennen. O que diabos há de errado com Zennen?
Sim, ele é mais quieto do que os outros pelo pouco que vi dele, mas pela
maneira como ele observa e está constantemente tentando avaliar as
reações e felicidade das pessoas. Eu posso dizer que ele não é nada além
de coração.
Não vamos esquecer que o homem é bom pra caralho e o mais alto de
todos os seus irmãos. Meu coração agora é e será para sempre de Soren,
mas isso não significa que estou cega para um ser humano ou criatura
linda.
E Lúcifer abençoe este homem que formou uma família incrível.
Qualquer mulher ou homem teria sorte de ter alguém como Zennen!
Antes que apareça ou eu possa dizer qualquer coisa para o homem
irritante diante de nós, ele ri dramaticamente.
— Não, definitivamente não de Zennen, todos nós sabemos que ele
não conseguiria lidar com uma loba, mesmo que fosse tão fraco. —
Colocando o dedo nos lábios, ele bate dramaticamente como se estivesse
pensando em algo importante.
Olhando para Lúcifer, vejo que seu rosto está ficando vermelho. Ele
está literalmente prestes a explodir, mas o que sai da boca desse filho da
puta em seguida me faz fazer isso por ele.
— Ahh talvez você seja a nova companheira de Devlin! Sim, deve ser
isso, quero dizer uma humana? De todas as pessoas, o cavaleiro da guerra
escolhe uma companheira humana. Tive a sensação de que ele a
substituirá em breve. Embora eu adorasse provar ela antes de colher sua
alma... é uma pena ela ter aquela criança nojenta, que desperdício de um
corpo perfeito.
Ele disse o final tão baixinho que, se eu não fosse uma loba, não teria
ouvido, porque mesmo assim eu mal ouvi, estou assumindo que esse era
o ponto.
Mas eu ouvi, porra! Meu corpo começa a tremer de raiva e no
momento em que a palavra corpo é sussurrada de sua boca nojenta, eu já
pulei da minha cadeira.
— Espere aí, porra! O que você acabou de dizer? — Minha voz é
demoníaca e minha raiva está fluindo por toda parte!
É quase demais para eu controlar, mas quando ouço um fraco 'Zayla,
me deixe' ressoar suavemente na minha cabeça, me viro e vejo Lúcifer
olhando para mim.
— Não! Eu não vou deixá-lo falar sobre a minha família dessa
maneira!
Estou mais do que puta! Como diabos você vai falar merda sobre
alguém quando você é apenas um demônio burro com um título que
você nem mesmo merece. Se isso é pelo menos um grama do que ele
disse ao meu Soren, então não é de se admirar que ele viveu matando o
homem.
Os olhos de Lúcifer se iluminam ligeiramente quando ele olha para
mim.
— Sua família? — Escorregando suavemente por seus lábios enquanto
um sorriso puxa seu rosto.
No entanto, os momentos são interrompidos quando o capitão idiota
decide que é uma boa hora para cutucar uma loba raivosa e abre a porra
da boca idiota novamente.
— Hm, talvez não seja isso, você não pode ser a companheira de
Soren, quero dizer, todos nós sabemos que ele não consegue nem olhar
para uma mulher depois de matar sua mãe.
É isso! Isso foi tudo que eu precisei antes de explodir.
— O que diabos você acabou de dizer? — Meu rugido alto atinge as
paredes com tanta força que a sala estremece.
— Somente a verdade. — Ele diz extremamente confiante, cruzando
os braços sobre o peito.
Eu sinto estalos tentando me levantar, mas estou os bloqueando, o
instinto protetor da minha loba está a todo vapor e ela está pronta para
me arrancar a qualquer momento, mas ela também está ciente da dor e
da raiva fluindo através dos estalos e isso a faz se proteger a todo custo.
— Eu vou te mostrar a verdade, seu filho da puta!
Na minha cabeça, eu exijo em voz alta:
— Sogro, me dê a faca do seu quadril.
Eu não olho para trás, mas empurro minha mão de volta para ele, há
uma ligeira hesitação da minha demanda até o ponto em que sinto a
lâmina que avistei nele antes quando ele estava me balançando é
colocada em minha mão.
Sem perder um minuto, lanço a lâmina como meu pai me ensinou,
empalando a faca brilhante no crânio do idiota.
Eu vejo como um raio atinge seu corpo de dentro para fora antes que
ele caia sem vida no chão. Eu fico lá por um momento apenas assistindo,
essa sensação estranha gritando em minhas veias, mas eu não posso fazer
nada a respeito enquanto Lúcifer pula batendo palmas e rindo enquanto
grita:
— Boa tacada, boneca! — quando ele me agarra e começa a me girar.
Eu não posso deixar de rir do homem, seu comportamento é muito
divertido e me dá uma estranha calma terapêutica.
No entanto, esse sentimento ainda está lá, ainda me chamando, só
que está ficando mais alto, tão alto na verdade que, quando a voz de
Soren entra na sala, mal registro sua presença.
— O que está acontecendo aqui?
Lúcifer me coloca no chão enquanto Soren vem até mim. A mão dele
está orgulhosamente colocada nas minhas costas enquanto Soren
caminha lentamente até mim.
Suas mãos macias e quentes agarram meu rosto.
— Lux, você está bem?
Estou confusa quanto ao que ele quis dizer, mas a preocupação está
estampada em todas as suas feições. Quando seu pai chega e olha para
mim, ele também fica com uma expressão preocupada.
— O que há de errado? — Ele diz novamente, muito mais gentil do
que antes.
— E-eu — eu gaguejo suavemente antes de sair de seu aperto.
Seu rosto parece magoado e preocupado, mas não posso evitar,
apenas continuo a recuar até estar bem na frente da outra Morte.
Dando uma olhada final em Soren eu respiro fundo antes de permitir
que meu corpo relaxe para fazer o que precisa. Abaixo minhas mãos
instantaneamente em ambos os lados de sua cabeça e meus olhos se
fecham.
Quando uma sensação de queimação começa a fluir pelos meus
dedos, pelas minhas veias e no meu peito, abro os olhos e não posso
deixar de soltar um pequeno suspiro.
— O que está acontecendo. — Minha voz está além do pânico, mas
não consigo tirar meus olhos, nem minhas mãos longe.
— Você está tomando o lugar dele. — A voz suave de Lúcifer se
aproxima de mim antes que ele e as mãos de Soren toquem meu corpo.
— O que?! — Eu gritei em pânico!
— Você sempre foi destinada a comandar a morte com Soren, boneca,
seu corpo está nascendo de novo.
Um arrepio sobe pelo meu pescoço enquanto Soren beija minha
marca.
— Estou tão orgulhoso de você Lux, e eu te amo tanto — é tudo que
ouço antes que um choque forte acerte meu peito e tudo o mais
desapareça até que eu fique sem nada além de escuridão.
Capítulo 66
OBRIGADO, PAI
Soren

Em branco, assim é o que seus olhos estavam quando ela estava ao meu
alcance.
Seus lindos olhos azul-gelo estavam brilhando para mim, e ainda tudo
que eu vi foi a escuridão envolta em uma concha sem vida.
Quando ela se afastou de mim em direção à Morte Humana, observei
seu rosto se contorcer em confusão enquanto seu corpo continuava a se
mover por conta própria. Não foi até que ela o tocou que a realização me
atingiu como um raio.
Ela está levando sua alma, colhendo um governante de ceifeiros.
Nunca na minha vida pensei que fosse possível.
Eu tinha matado aquele ratinho milhões de vezes ao longo da minha
vida, um ano eu até o matei de uma maneira nova a cada dia. São 365
maneiras diferentes de matar um homem. Eu o dissequei em vida, usei
uma guilhotina mais de uma vez... essa era a minha favorita.
Devlin e eu costumávamos colocá-lo em lugares aleatórios apenas
para ver quanto tempo sua cabeça rolaria. Foi um jogo divertido, mas isso
nunca impediu meu pai de ressuscitá-lo todas as vezes.
No começo, meu pai se opôs muito a que eu matasse esse pequeno
demônio, me repreendendo a cada vez, mas depois de algumas centenas
de anos ele começou a achar graça nisso também.
Especialmente porque, com o passar do tempo, seu pequeno animal
de estimação se tornou mais arrogante e mais desequilibrado.
Percebendo rapidamente que ele simplesmente voltaria, então o filtro em
sua boca desapareceu e seu trabalho como governante dos ceifeiros
humanos começou a desaparecer também.
Para ser honesto, ele é a razão pela qual meu pai tem uma auditoria
de alma em primeiro lugar, o canalha estava enviando almas malditas
para o céu, então meu pai foi forçado a passar três meses longe de sua
família a cada poucos anos consertando os erros da Morte.
— O que?! — Quando a voz de Zayla grita horrorizada, eu saio da
minha cabeça e meu foco agora está em acalmar minha linda Lux.
— Você sempre foi destinada a comandar a morte com Soren, boneca,
seu corpo está assumindo seu direito de nascença. — Olhando para o
meu pai, seu foco está exclusivamente no rosto de Zayla, sua mão
acariciando levemente seu cabelo macio.
Inclinando-me para frente, beijo suavemente minha marca em seu
pescoço, nossas marcas de ontem à noite desbotaram bem em sua pele
doce. Quando a luz que está subindo por suas mãos começa a piscar e
desvanece lentamente, eu levo um rápido momento para mergulhar nos
arrepios dançando ao longo dos meus lábios enquanto viajam pelo seu
lindo pescoço.
Alcançando seu ouvido, sussurro suavemente:
— Estou tão orgulhoso de você Lux, e eu te amo tanto.
Eu sinto seus lábios se elevarem um pouco antes de seus batimentos
cardíacos dispararem e seu corpo cair para frente. Sentando, puxo Zayla
em meu peito, embalando-a em meus braços, meu lobo e eu nunca mais
queremos soltá-la.
Respirando fundo, eu inalo o máximo de seu cheiro em meus
pulmões.
— Eu gostaria que você tivesse me contado sobre isso antes.
Olhando para cima da minha Lux, eu levemente encaro meu pai, que
ainda está ajoelhado ao meu lado, parecendo um tanto culpado.
— Eu não tinha certeza de como funcionaria, filho, tudo que eu sabia
era que seus companheiros tomariam seus lugares. O destino nunca me
disse detalhes.
— Você deu a ela um trono. — Meu tom é áspero, mas direto ao
ponto. Ele sabe que não sou idiota e sei que ele planejou isso!
Ele suspira suavemente.
— Não, ela assumiu o trono, eu só o trouxe para fora.
Revirando os olhos, levanto Zayla suavemente do chão, caminhando
até sua cadeira e me sento com ela ainda presa em meus braços.
— Não minta para mim pai, você sabe muito bem que a testou com
seu trono. Você queria ver se ele a aceitaria, e quando o fez, você foi
abençoado com a oportunidade de presentear ela com seu novo título.
— Eu nunca faria uma coisa dessas, Soren! — Sua voz sai irritada
como se ele estivesse ofendido, só que fui criado pelo homem. Eu sei
quando ele está falando besteira.
— Você deu a ela a porra de sua lâmina de alma! — Digo o apelido
que ouvi Zayla dizer com leve desgosto.
— Não me diga que não era isso que você queria pai, você não é tão
diabólico, eu posso ver através de você!
Eu vejo como seus ombros caem ligeiramente, antes que ele se
levante e caminhe suavemente até sua cadeira antes de cair derrotado
nela.
— Ela estava pronta, Soren, sua loba estava com raiva. Ela estava com
medo de você, com medo de você machucar sua humana. Então ela
estava atacando. — Ele pára para respirar fundo, seu rosto mostrando
remorso enquanto ele vê meu rosto cair.
Olhando para as belas feições adormecidas do amor da minha vida,
dói saber que sua loba não confia em mim. Não que eu possa a culpar
nem um pouco, mas sempre desejei uma conexão com ela, sempre lutei
para ficar longe dela para protegê-la.
E ainda assim eu falhei com ela.
— Sua loba precisava da garantia que só poderia ser oferecida com
Zayla tomando seu lugar de direito, Soren. Então, sim, eu a testei com
seu trono, e isso me provou que ela estava pronta para governar ao seu
lado, que ele estava disposta a aceitá-la.
Ele para de esfregar a nuca desconfortavelmente.
— Eu estava meio que esperando que essa coisa toda, ela oficialmente
tomando o lugar dele, que pudesse ter esperado alguns meses para que
ela pudesse se acostumar a estar ao seu lado, mas esse idiota apareceu
sem avisar. — Ele rapidamente revira os olhos para o demônio.
— Tudo depois disso foi o destino fazendo seu trabalho.
— Por que você não deu o título de Guerra para Ana? Ela e Devlin
estão acasalados há seis anos.
Não pretendo ignorar suas palavras, no entanto, não consigo tirar o
pensamento da minha cabeça. Ele conhece Ana há mais de seis anos,
Devlin e ela têm Grace. Por que depois de algumas horas ele considerou
minha Zayla digna, mas não Ana depois de todo esse tempo.
Zayla tira minha atenção de meu pai, mudando ligeiramente no meu
colo para que seu rosto seja capaz de chegar ainda mais perto do meu
peito, seu lindo rosto suavizando enquanto ela sente o meu cheiro.
Inclinando-me, beijo sua testa suavemente antes de olhar de volta para
meu pai, cujo rosto está tão iluminado.
— Uma alma humana não pode lidar com o poder sem se tornar um
demônio, olhe nosso amiguinho aqui no chão. Ana é pura, seu coração,
sua alma é tudo puro. Seu corpo nunca poderia lidar com a transição.
— Então Ana não pode tomar seu lugar porque ela não é
sobrenatural? E quando eles a mudarem?
— Quando Devlin decidir transformar Ana em vampira, irei testá-la,
como fiz com Zayla.
— O que acontecerá se Ana falhar no teste?
— Então, o título da Guerra continuará a ser separado até que o
verdadeiro governante apareça. No entanto, a possibilidade disso é de um
bilhão para um, suas companheiras sempre foram feitas para tomar esses
lugares. O destino decidiu isso muito antes de qualquer um de vocês
nascer.
Olhando de volta para Zayla, apenas um pensamento está passando
pela minha mente. 'Esposa feliz, vida feliz.' Zayla ficará feliz ao meu lado?
Espero que sim. Se não vou passar o resto da minha vida trabalhando até
ela voltar! E isso deixa apenas uma parte do ditado de fora. Esposa.
Vou fazer de Zayla King minha esposa. Sim! É isso que vou fazer.
Quando minha mente está decidida, eu olho rapidamente para meu pai,
sua atenção já está em mim, seus olhos examinando meu rosto tentando
calcular o que estou pensando.
— Zayla pode sair do inferno ilesa? — Ele parece ligeiramente
surpreso com a minha pergunta aleatória.
— Pai, Zayla pode sair do inferno ilesa? — Quando pergunto
novamente, ele parece um pouco desconfortável, mas rapidamente
disfarça, limpando sua voz.
— Soren, Zayla é imortal, ela agora detém todos os poderes que você
possui. Vocês são iguais.
Sorrindo brilhantemente para ele, observei seus ombros, que eu não
tinha notado, estavam tensos e relaxaram. Um pequeno sorriso
enfeitando suas feições.
Levantando, eu movo Zayla em meus braços ligeiramente.
— Ótimo, então enviarei uma mensagem para todos vocês nos
próximos dias, e espero vocês na terra quando eu ligar.
O rosto do meu pai está confuso quando me viro para sair da sala.
— Espere filho, onde você está indo?
— Pedir a mão dela para o pai em casamento, da próxima vez que ela
pisar no inferno, ela será minha esposa. Vejo você em alguns dias, papai.
Virando-me, pisco para ele antes que um portal se abra atrás de mim
e eu saia do inferno pela última vez como um homem solteiro.
Capítulo 67
LEVANDO LUX PARA CASA
Soren

Caminhando pela clareira, sou teletransportado bem na frente do lugar


favorito de Lux.
O velho toco da árvore caída e há muito esquecida repousa tão
pacificamente ao longo do pequeno prado de árvores sussurrantes.
Eu costumava vê-la sentada aqui por horas apenas pensando. Seu
lindo cabelo esvoaçando com a brisa. A calma que toma conta dela neste
lugar é uma que eu só encontrei com ela em meus braços. É felicidade,
contentamento, liberdade.
Dando o passo final para fora do purgatório, o portal fecha
lentamente atrás de mim e eu não posso deixar de olhar para minha
linda garota. Seus cílios grossos e pretos estão dispostos tão
pacificamente, suas maçãs do rosto salientes, seu rosto é suave e, embora
sua alma esteja lutando em seu corpo, ela parece feliz.
Meu lobo não pode deixar de ronronar quando olhamos para ela,
estávamos tão preocupados quando acordamos sem ela, sua tristeza
misturada com a minha própria dor. Mas vê-la em toda a sua glória
enquanto ela colheu sua primeira alma me trouxe a maior alegria que eu
já senti.
Sua voz e rosto estavam assustados, sem saber o que estava
acontecendo e por que seu corpo a chamava daquela maneira. Eu odiei
ver aquela expressão em seu rosto, não importa a alegria que isso me
trouxe.
Na verdade, naquele exato momento eu queria estrangular meu pai,
mas ele ficou atrevidamente ao meu lado enquanto acariciava seu cabelo
como se não pudesse sentir minha preocupação e raiva, como se isso não
importasse.
Ele deveria ter contado a ela o que estava acontecendo, deveria ter
obtido sua permissão antes de trancar sua alma no inferno. Tudo que eu
sempre quis para ela desde o momento em que coloquei os olhos nela foi
que ela tivesse uma escolha. Para que sua vida não fosse ditada pelo
destino ou regras, pela luxúria ou pelos laços.
Meu pai é um homem incrível, não importa o que as pessoas tenham
a dizer, não importa o medo que as pessoas tenham quando ouvem seu
nome, ele é um bom homem. Ele fez merdas idiotas no passado que o
colocaram em apuros, mas em vez de ficar de mau humor ou agir, ele
assumiu seu novo papel e construiu uma vida da qual se orgulhava.
Ele nos criou com nada além de amor e afeto. Algo que ele sempre
pareceu desejar, mas não conseguiu até conhecer nossa mãe e nos ter. A
única coisa é que não importa o quanto ele nos amou, o quanto ele lutou
para nos proteger. Meus irmãos e eu sempre tivemos uma corrente em
volta do pescoço.
Nós quatro nunca tivemos escolha a não ser cumprir nossos papéis.
Os destinos são engraçados dessa forma, quando eles decidem o seu
valor, eles nunca vão deixar você decidir sobre isso. Não que eu não goste
de quem sou.
Ser o Cavaleiro da Morte é algo que nunca me arrependi de ser. Não
por muito tempo, mas isso não significa que eu não quisesse minha Lux.
Que minha linda Luz tivesse uma escolha. A escolha que eu nunca tive.
Respirando fundo rápido, puxei Zayla ainda mais em meu peito, sua
cabeça colocada pacificamente na curva do meu pescoço.
Depois de todos esses anos, estou finalmente encontrando sua família
cara a cara. Depois de todo esse tempo, parece que os conheço melhor do
que alguns deles se conhecem. Você vê de fora um monte de merda que
as pessoas tendem a não perceber de dentro.
Dando passos lentos e desinteressados em direção à casa dos King,
mal chego a 15 metros de distância antes de meus ouvidos captarem o
som dos irmãos Zayla.
— Estou lhe dizendo Draxel, sinto o cheiro de Zayla.
— Não estou dizendo que você está errado, Drayden, mas o cheiro é
velho. Ela nem está mais na terra.
— Eu não estou errado, porra! Eu sei o cheiro da nossa irmã!
Os dois continuam enquanto meus olhos rolam para o céu quando
suas brigas ficam cada vez mais irritantes. Não demoro muito para
perceber que seus passos ganham velocidade. Meus ouvidos começam a
ficar mais sintonizados com seus movimentos, mas meus pés mantêm
meu ritmo normal.
Quando um graveto se quebra a menos de 3 metros atrás de mim, não
presto muita atenção, pois sei que são os gêmeos, então continuo
andando. Realmente não me preocupei em prestar muita atenção a eles,
mas meu corpo ainda está hiper ciente de que eles estão aqui.
De repente, um rosnado alto e animalesco sai de um deles. Para um
lobo de classificação inferior e até mesmo alguns outros sobrenaturais,
este aviso facilmente faria alguém tremer de medo, seus corpos
precisando mostrar o rosnado alto de um alfa seria mais proeminente do
que qualquer outra coisa. Eu, entretanto, não poderia me importar mais.
Outro rosnado alto sangra por entre as árvores. Desta vez, na forma
de uma pergunta real.
— Por que você cheira como nossa irmã?
Eu não posso deixar de rir da pergunta deles.
— Não nos faça perguntar de novo, selvagem. — Com isso, eu ri
completamente. Selvagem? Sério? Posso ter um lobo, mas não preciso
governar uma matilha nem fazer parte de uma na terra. Eu governo
sobre um milhão de ceifeiros com Zayla ao meu lado, tanto humanos
quanto sobrenaturais. Eu governo a morte, e esse filhote tem a ousadia
de me chamar de selvagem.
— Cuidado com a forma que você fala comigo, filhote. Sou muitas
coisas, mas um patife não é uma delas.
— Vou chamá-lo do que eu quiser, selvagem. Agora responda à porra
da minha pergunta.
Normalmente eu não me importaria com esses termos, mas a
maneira como ele continua dizendo isso com tanto nojo realmente está
me incomodando.
Com raiva atada em meu tom e meus olhos em um brilho profundo,
me virei para encará-los.
— Por que mais eu iria cheirar como minha companheira? —
Colocando extrema ênfase na palavra Minha, eu aperto minha Lux mais
no meu peito.
Seus olhos se arregalaram de horror quando viram o corpo
aparentemente sem vida de sua irmã mais nova. Sua cabeça ainda está
enfiada na curva do meu pescoço, mas seu corpo está mole e sua pele um
tanto pálida.
Por instinto, seus corpos se aproximam do meu, normalmente eu não
me importaria, mas o olhar em seus olhos e o poder que estão tentando
usar em mim faz meu lobo estabelecer o limite que ele permitirá de
estranhos.
E então um rosnado 'Fique onde está, porra' vibra na minha garganta.
Minha raiva continua flutuando por causa desses filhos da puta, então
não fico surpreso quando sinto uma mão em meu ombro. Virando, vejo
meu ceifeiro mais velho parado ao meu lado. Seu rosto está irritado
quando ele olha para os gêmeos.
Virando meu corpo, sem palavras, entrego Zayla para ele. Enquanto
seus braços envolvem minha Lux em um aperto mortal, eu volto para os
gêmeos. Seus rostos estão misturados com medo e ferocidade enquanto
seus lobos começam a aparecer através de seus traços enquanto tentam e
lutam contra o poder que irradia de mim, seus corpos estão tentando
tanto quanto possível me submeter, enquanto meu lobo está fazendo o
mesmo. Empurrando seu domínio sobre eles, não desisto. Não. Eu
continuo, empurrando seus lobos até o limite.
— Você sabe quem eu sou? — Eu pergunto ameaçadoramente
enquanto meu lobo continua a tentar e forçar sua submissão.
— Nós não damos a mínima para quem você é! Você matou nossa
irmã! — É sufocado por um deles enquanto ambos caem de joelhos. Seus
lobos não são mais capazes de lutar contra o meu próprio poder.
— Ela não está morta, ela está dormindo. — Sai arrependido,
enquanto eu forço meu lobo a recuar. Seus corpos cedem ligeiramente e
suas cabeças estão inclinadas.
— É melhor você estar certo, ela já sofreu o suficiente por sua causa.
— Um deles diz enquanto tenta sacudir o que quer que esteja causando
estragos em seu sistema nervoso.
— Você pode ser seu companheiro, mas você não estava aqui quando
ela estava com tanta dor que não conseguia comer ou dormir. — Naquele
momento, as cabeças de ambos os gêmeos se erguem e eles olham para o
corpo da irmã mais nova. Seus olhos mapeando suas características
enquanto ela deita embalada nos braços do meu ceifeiro.
— Eu me arrependo de ter ido embora. — Digo com mais tristeza do
que posso ajudar.
— Eu amo Zayla, eu nunca a machucaria sem motivo. Confie em mim
ou não, mas eu nunca a colocaria de boa vontade em dor. Eu não sabia
que ela não ficaria bem.
Enquanto estou falando, os dois se levantam cambaleando antes de
rosnarem.
— Besteira! — Efetivamente me cortando.
Só então seus pais Zayn e Skyla aparecem de pé atrás dos gêmeos.
Seus olhos se encheram de horror quando eles perceberam o estado de
Zayla.
No entanto, estou zangado demais para lidar com eles agora.
— Você não pode falar de besteira! E vocês?
— E nós? — Um deles diz um pouco confuso e também muito
ofendido.
Tocando meu lábio com o dedo, coloco tudo fora que tem me
incomodado ultimamente. Poderia muito bem, porra.
— Hmm, deixe-me pensar... oh sim, que tal você chamar sua irmã de
prostituta por estar com seu companheiro? Dizendo a ela que ela deveria
ter vergonha de si mesma e que eu teria vergonha dela, tudo porque eu
não fiz a porra da marca nela sem seu consentimento.
Com a mudança na expressão nos rostos dos gêmeos, olhando para
trás, vejo o rosto de seu pai mudar também. A lembrança do que foi dito
vergonhosamente em todos os seus rostos. Eu posso não ter estado aqui
para vê-los dizer isso, mas naquele dia em particular eu estava tão
cansado do contato que compartilhamos que eu tinha um ceifeiro em
sua casa para ter certeza que ela estava bem. Quando ele relatou o que foi
dito, quase explodi.
Quando nenhum deles fala ou tenta discutir o que acabei de dizer,
então continuo.
— Sim, não há nada a dizer sobre isso, não é? Ela é a porra da sua
irmã! Sua irmã caçula e você colocou uma porra de um vínculo mágico
com alguém que você nem conhece sobre ela. Um vínculo que não
significa merda nenhuma se você destruir o estado emocional das
pessoas para defendê-lo. E defendê-lo com que propósito? Quem se
importaria se ela fodesse todo o bando! Isso é entre ela e eu! Vocês não
deveriam ter dito merda nenhuma sobre isso a não ser para encorajar a
liberdade de sua irmã com seu próprio corpo.
Com isso, todos os três homens diante de mim caem de vergonha. Eu
pessoalmente não me importo se minhas palavras atingem um nervo ou
se doem. O que foi dito para a minha Lux não foi certo e se eu tiver que
queimar o mundo até que as pessoas saibam, porque eu amo aquela
garota pra caralho, e vou defendê-la para sempre.
— Seus alfas de merda e sua necessidade de agir como se fossem
donos de tudo quando não são! Vocês não são donos de Zayla nem de seu
corpo, nem um vínculo de companheiro a controla, nem a seu corpo.
Vocês deveriam se sentir envergonhados por terem perdido a fé em sua
irmã! Agora, porra, vocês vão sair do caminho para que eu possa colocá-
la em sua cama, temos coisas para conversar e eu preferiría que ela
acordasse em sua zona de conforto.
Decidindo apenas levá-la pela porta dos fundos agora que eles sabem
que estou aqui, eu me viro e pego Zayla do meu ceifeiro. Ele sorri para
mim enquanto a entrega, então ele se vira para a família dela e seu rosto
se contorce em um olhar de nojo antes que um portal se abra e ele
desapareça.
A voz de seu pai se torna mais clara quando eu beijo suavemente a
cabeça de Zayla.
— Presumo que você saiba onde fica o quarto dela.
Acenando com a cabeça para ele, eu o vejo suspirar. Seu corpo
lutando entre estar chateado por eu cuidar de sua filha sem seu
conhecimento e estar bem com o fato de que somos companheiros.
— Bom, quando você terminar, vamos conversar no meu escritório.
Acenando com a cabeça novamente, cruzei o olhar com a mãe de
Zayla. Suas feições estão calmas, mas seus olhos falam por si. Ela não
quer, mas ela confia em mim. Ela confia em sua filha com todas as suas
forças e por isso sua confiança em mim não pode deixar de brilhar
naqueles olhos violetas deslumbrantes dela.
— Eu preciso de vocês dois. — Eu digo quando seus olhos deixam os
meus e vão para o rosto de Zayla.
— Ok — sai alegremente de suas cordas vocais, sua confiança no
julgamento de sua filha vencendo todo o resto.
Andando em volta dos gêmeos, seus pais assumem a liderança, me
mostrando a porta dos fundos.
— E nós? — Flutua atrás de mim.
— E vocês? Cuidem de seus negócios de criancinha, e talvez
descubram uma maneira de não me irritar até o final da noite.
Afastando-me deles, não posso deixar de ouvir um sussurro de
imbecil. O que me faz rir como se fosse algo muito infantil.
Caminhando em linha reta, abro um portal que me leva de volta à
frente deles. Quando eu saio da minha pele tudo o que resta são ossos.
Ossos que estão pegando fogo.
— O que é que foi? — Eu digo o mais demoníaco possível, fazendo
com que os gêmeos deem um pulo para trás, o medo aparecendo em suas
feições. Sabendo que vou rir, fecho o portal rapidamente, permitindo que
meu corpo volte ao normal, antes de rir.
Caminhando pela porta dos fundos, não posso deixar de parar.
Observando a bela sala de estar que eu só tinha visto de fora. A casa em
que minha linda Lux foi criada. A casa que a abrigou e fez dela a luz
brilhante e ofuscante que este mundo sempre precisou.
Esta foi a sua casa por mais de 21 anos, olhando para ela, eu percebo
que este lindo lugar fez mais do que apenas dar a ela um lugar seguro
para descansar a cabeça à noite. Não. Este lugar ajudou a construir
minha casa.
Porque isso é o que Zayla é, ela é minha casa.
Capítulo 68
A FAMÍLIA DE ZAYLA
Soren

Caminhando pela sala de estar e passando pela cozinha, vou para o


quarto de Zayla.
Entrando, a sala é o oposto do que estou acostumado a ver e, para ser
completamente honesto, isso me assusta um pouco. O quarto, que
normalmente é tão convidativo e quente, tão cheio de vida, parece tão
enfadonho e frio, quase solitário.
Desde a roupa de cama ligeiramente rasgada e o piso de madeira
arranhado até a janela fechada com pregos, tudo está errado.
Puxando o cobertor danificado, seguro minha bela adormecida em
meus braços antes de colocá-la suavemente na cama. Eu vou e pego sua
coberta extra de seu armário, removendo seu cobertor velho e jogando-o
na lixeira antes de colocar o novo sobre seu corpo.
Eu beijo suavemente sua testa antes de caminhar até a janela e puxar
rapidamente os pregos um por um. Assim que a janela está livre, eu a
abro um pouco, como ela sempre fazia.
Eu sei que ela fez isso por mim, para que eu pudesse entrar para ficar
com ela e mesmo que ela não precise mais fazer isso, no meu coração eu
sinto que a brisa vai confortá-la enquanto seu corpo descansa.
Quando ela começa a se mexer, rapidamente corro para o lado dela,
tocando sua pele macia em um instante. Minha linda Lux apenas suspira
suavemente antes de seu corpo retornar ao seu estado de paz.
Não querendo deixá-la, mas sabendo que tenho uma reunião com
seus pais, fico aqui por um minuto tentando me forçar mentalmente a
sair do quarto.
É uma tarefa quase impossível enquanto meu lobo e eu em sincronia
suspiramos de contentamento por nossa linda companheira. Eu sempre
costumava vê-la dormir quando eu mesmo não conseguia, porque
desperta, ela é a pessoa mais deslumbrante que já vi!
Só seus olhos me hipnotizam. Esses azuis brilhantes rasgam através
de mim, destruindo todas as defesas do meu corpo.
Mas dormindo... dormindo é como se ela estivesse em outro patamar.
Sua inocência irradia dela em ondas viciantes mais longas do que seu
cabelo preto sedoso.
— Soren, — seu sussurro suave do meu nome me tira rapidamente da
minha obsessão.
Tirando o cabelo de seu rosto, eu suavemente agarro seu queixo
trazendo seus olhos que agora estão começando a se abrir para olhar nos
meus.
— Está tudo bem Lux, estou aqui.
Inclinando-me, beijo seus lábios carnudos e não posso deixar de
sorrir. Suas pálpebras pesadas lutam para ficar abertas enquanto seus
olhos saltam ao redor do meu rosto como se ela estivesse tentando tomar
uma nota mental de cada uma das minhas características.
Inclinando-me para trás, beijo suavemente seu rosto, lentamente,
dizendo.
— Apenas durma, amor, eu não vou a lugar nenhum, eu prometo. —
Beijando seus dois olhos, eu me afasto lentamente.
Ela olha para mim com um sorriso gigante, seus olhos brilhando
tanto para mim como se estivessem me dizendo que ela acredita em
mim, e então ela fala.
— Eu colhi minha primeira alma.
E eu sei que ela acredita que eu vou ficar e que ela sabe agora que
nada vai ou pode nos separar.
Ela é uma parte de mim agora. Nossas almas foram feitas para a
mesma tarefa, nossos corações batem no mesmo ritmo. Nossa conexão
não é como um vínculo de companheiro normal, porque é permanente.
Não! É infinita.
Caindo de joelhos ao lado da cama dela, pego seu rosto novamente.
— Sim, e eu estou tão orgulhoso de você, amor! Estou orgulhoso pra
caralho.
Inclinando-me não posso deixar de beijá-la. Quando ela começa a
aprofundar o beijo, quase choramingo porque sei que não posso ficar,
não posso me entregar a ela como meu corpo quer.
Quando sua língua entra na minha boca, quase quebro. Meu
autocontrole escorregando a cada segundo e a necessidade do meu lobo
se intensifica, especialmente com o quão alto sua loba está ronronando
para mim. Suas demonstrações de afeto um para o outro estão ecoando
muito alto por meio de nosso vínculo.
Afastando-se, ela suspira docemente.
— Eu te amo. — O som de sua voz pinga em seus lábios como mel e
me faz querer mais, muito mais.
Enquanto eu vou beijar aqueles lábios sensuais dela novamente, eu
noto como seus olhos realmente estão pesados, então com um suspiro
triste eu beijo sua testa em vez disso.
— Eu te amo mais, querida. Agora durma.
Inclinando-me para trás, eu espero, observando até que sua
respiração se torne uniforme e suas feições suavizem.
Quando tenho certeza que ela está dormindo, pressiono meus lábios
em sua cabeça mais uma vez antes de me forçar a sair do quarto,
fechando a porta atrás de mim.
Não consigo evitar meu estado de fraqueza ao olhar para trás várias
vezes no caminho pelo corredor, soltando outro suspiro triste quando
viro a esquina e não consigo mais ver a porta dela.
Fazendo meu caminho pela casa, começo a passar pela sala de estar
quando noto os gêmeos que estão sentados nos sofás com suas
companheiras enroladas em torno deles, ambos demonstrando mau
humor.
Meus olhos tentam evitar, mas rolam para o céu quando eu passo por
eles, seus beicinhos dramáticos realmente me irritam como nada nesse
mundo. Mas também é perturbador o suficiente para que, enquanto
continuo em meu caminho pela casa de Zayla, nem mesmo percebo
quando alguém aparece na minha frente e eu caminho direto por ele.
Enquanto dou dois passos para trás, fico um pouco surpreso em ver
Silas Moretti aqui. Eu sei que eles são família, mas da última vez que
verifiquei, ele ainda estava no Colorado com sua família.
Quando ele percebe que sou eu quem ele esbarrou, ele empalidece
um pouco antes de limpar a garganta.
— Por favor, me desculpe Morte, eu não estava prestando atenção
para onde eu estava andando. — Ele diz calmamente enquanto estende a
mão para mim.
Enquanto vou cumprimentá-lo, noto as pessoas atrás dele, em
particular seu filho e meu irmão Kasyn. Vê-lo tão perto e pessoalmente
me fez perder momentaneamente minha cabeça! Ele se parece tanto com
nossa mãe que uma dor aguda começa a roer meu peito.
Tentando interpretar minha reação estranha, tento tornar a conversa
o mais leve possível, sem revelar que por dentro estou enlouquecendo
como uma garota quando ela conhece um ídolo pop pela primeira vez.
— Por favor, Silas, me chame de Soren. Nós nos conhecemos há
muito tempo, acredito que você merece esse direito.
Minha tentativa de ser casual não funciona exatamente como
planejado, mas atrai uma risada do velho vampiro.
— Sim, há muito tempo mesmo.
Quando uma mão perfeitamente cuidada toca o ombro de Silas, ele
dá um passo para o lado antes de começar a me apresentar.
— Você já conheceu minha esposa Milani e meu marido Thackery. —
Acenando com a cabeça, aperto a mão de Thackery rapidamente. Nunca
gostei de homens, mas ele definitivamente é atraente. Sua mandíbula é
afiada e seus olhos são de um tom profundo de violeta. Quase da mesma
tonalidade dos da mãe de Zayla, exceto que os olhos dela tem mais azul
na íris, enquanto os de Thackery tem mais vermelho.
Não consigo evitar que minha mente me pergunte se em algum
momento da história sua linhagem é a mesma. Honestamente, eu não
ficaria surpreso.
Soltando sua mão, aperto suavemente a de Milani.
— É bom ver você de novo Milani, vocês dois na verdade.
Seu rosto se ilumina antes que ela solte minha mão e se lance em meu
peito. Seus braços envolvem meu corpo com tanta força que quase não
consigo respirar.
Olhando nos olhos de seu marido ligeiramente assustado com meus
olhos arregalados, os dois riem. Ela não me solta, ela apenas continua a
me abraçar.
Olhando para seu cabelo branco puro na altura dos ombros, pousado
suavemente contra o meu peito, estou confuso com sua demonstração de
afeto.
Quando eu finalmente desisto e envolvo meus braços em torno dela,
abraçando-a de volta, ela ri alto. Suas risadas são tão angelicais quanto o
sangue fluindo em suas veias.
Quando ela para de rir, ela bufa um:
— Demorei bastante.
O que rende outra risada dos homens na minha frente e um bufo de
Kasyn, que finalmente decidiu tirar os olhos do telefone.
Quando seus olhos se fixam nos meus, ele parece ligeiramente
surpreso como se me conhecesse, mas não tinha certeza de onde, ele
limpa a garganta e encobre o olhar com um olhar de diversão e
constrangimento para com sua mãe.
Estou tão distraído que quase nem percebo quando Milani começa a
se afastar. Quando ela estende a mão e toca meu rosto, isso me assusta e
atrai minha atenção de volta para ela.
— Bem-vindo à família Soren, estamos tão felizes que Zayla
finalmente encontrou você. — Ao som do nome de Zayla, não posso
evitar o leve rubor que enfeita minhas bochechas.
— Obrigado. Tenho tanta sorte de tê-la finalmente. — Minha
resposta verdadeira causa outro sorriso brilhante em seu rosto antes de
ela se afastar totalmente dos meus braços e tocar em seu filho.
— Eu acredito que você não conhece nosso filho Kasyn.
— Eu não conheço.
Alcançando minha mão, ele a pega e agarra com força.
— Kasyn Moretti, primo de Zayla King e uma Fênix.
A maneira como ele diz seu título de primo dela, bem como seu
pronunciamento de sua espécie como se fosse algum tipo de ameaça, me
faz rir.
— Soren Morningstar, companheiro de Zayla King e o Cavaleiro da
Morte.
Ele levanta a sobrancelha para mim antes de apertar sua mão.
— Seu sobrenome é Morningstar?
— Não, não tecnicamente. — Eu digo bastante divertido com seu
comportamento.
— Morningstar é tecnicamente o título do meu pai, ou bem, acho que
era o título dele. — Eu digo encolhendo os ombros.
— Você acabou de usar como seu sobrenome. — Não achei que
pudesse franzir sua sobrancelha, mas, infelizmente, o faz.
Rindo de novo, não posso deixar de ver meus outros irmãos em seu
comportamento, especialmente Devlin. É quase assustador como eles são
parecidos.
— Sim, eu usei. É a coisa mais próxima de um sobrenome que meus
irmãos e eu temos. Não uso muito um sobrenome no inferno. — Eu digo
com outro encolher de ombros.
— Especialmente quando todos fora da minha família geralmente me
chamam de Morte, e minha família não tem nenhuma utilidade para
sobrenomes.
Com a minha mentira, ele balança a cabeça e solta minha mão bem a
tempo do pai de Zayla, Zayn, entrar na sala.
— Silas, eu não sabia que vocês viriam hoje.
— Nós apenas decidimos parar e verificar as coisas, ver se você ouviu
falar de Zayla, mas ao ver seu companheiro, presumo que ela esteja em
casa. — Ele não diz isso como uma pergunta, apenas uma declaração
relaxada, mas parece irritar Zayn.
— Oh, sim, bem. — Ele faz uma pausa rápida e olha para mim.
Suspirando por sua expressão desconfortável, decido retomar a
conversa.
— Eu pedi uma palavra com Zayn e Skyla, vocês quatro são bem-
vindos para participar da conversa, se assim escolherem. É como vocês
diriam, um assunto de família.
Os três concordam alegremente, enquanto o pai de Zayla parece
ligeiramente aliviado por eu os ter convidado. Ele tenta esconder bem,
mas posso dizer que meu título o assusta um pouco e o deixa
desconfortável.
Especialmente seu lobo, a necessidade de proteger sua família está no
limite enquanto, ao mesmo tempo, ele quer me aceitar como
companheiro de Zayla. Espero que com o tempo ele supere isso, porque
muito em breve ele será meu sogro, quer eu o assuste ou não.
Olhando para Kasyn, eu o noto imerso em pensamentos. Quando
seus olhos encontram os meus, ele acena com a cabeça ligeiramente
antes de caminhar na direção do escritório de Zayn, seus pais seguindo
atrás dele.
— Venha, então. — Quando Zayn vai embora, as vozes dos gêmeos
soam atrás de mim.
— Se isso é um assunto de família, então por que eles são permitidos,
mas nós não?
Revirando os olhos, Zayn ri antes de se virar e entrar em seu
escritório.
— Pergunte a Soren, esta não é minha reunião.
Virando-me eu encaro os quatro. Suas companheiras parecem
inseguras comigo, enquanto os gêmeos parecem irritados.
— Para ser honesto, vocês dois me irritam. Eu não me importo
particularmente com suas atitudes e com o comportamento de macho
alfa.
Com isso um deles rosna.
— Nós somos Alfas!
— Não para Zayla, vocês não são, vocês são irmãos dela! Seus
protetores e vocês dois falharam no único trabalho que têm como
irmãos, porra, como família em geral. Eu não dou a mínima para seus
títulos, isso não significa merda nenhuma para mim, e quando sua alma
deixar esta terra, isso não significará nada para meus ceifeiros quando
eles coletarem suas almas também. Vocês têm uma vida e uma chance de
merda com aqueles que vocês amam! Então fodam-se seus títulos!
Enquanto me afasto, ouço os dois suspirarem antes que aquele que
acredito ser Draxel fale.
— Você tem razão.
Quando me viro, seu comportamento em relação a mim mudou. Não
estão mais irradiando irritações, agora estão calmos. Uma onda de
compreensão e leve apreciação está aparecendo em suas características.
— Estou feliz que concordamos. Vamos.
Saindo da sala, mal chego à porta do escritório de Zayn antes que
outro corpo seja pressionado contra mim. Olhando para baixo, eu
observo os longos cabelos castanhos da mãe de Zayla.
Quando ela recua, ela sorri para mim antes de sussurrar:
— Obrigada. — E ligando seu braço com o meu, me arrastando para o
escritório.
Quando entramos, todos os olhos estão sobre nós. Os olhos de Zayn
endurecem um pouco antes de eu sentir o braço de Skyla se soltar do
meu e ela pular feliz para o lado de seu companheiro, beijando-o forte e
feliz.
Ele sorri para ela com tanto amor antes de se sentar e puxá-la para
seu colo atrás de sua grande mesa.
— Você queria falar com todos nós, então a palavra é sua, Soren. —
Sua voz ainda tem um leve tom de conflito, mas com sua companheira
brilhando feliz em seu colo, seus nervos estão muito mais calmos.
Olhando ao redor da sala eu vejo toda a família de Zayla se
acomodando nos sofás aleatórios na sala gigante. Há alguns outros lobos
aqui que eu sei que são as tias de Zayla: Aleka e Brim, assim como seus
tios Asher e Amish, mas um lobo está faltando.
— Hum, onde está Paisley? — Minha voz soa alta, mas está confusa.
O rosto de Zayn e Skyla empalidece e parece um pouco
desconfortável.
— Eu não vou fazer isso sem ela, ela é a melhor amiga de Zayla.
O rosto de Zayn fica em branco quando ele começa a se conectar, mas
o rosto de Skyla fica mais triste antes que ela ceda e me diga o que está
errado.
— Ela pode não vir, sua mãe é uma mulher cruel e malvada que a
abandonou quando era um bebê com sua tia.
— Não vejo como os defeitos de sua mãe a impediriam de estar aqui.
— A mãe dela matou recentemente a tia. Não sabemos por quê, mas a
mãe dela parece muito determinada a pegá-la.
— Eu vejo que ela está sentindo muito a perda? — Eu pergunto e
quando todos balançam a cabeça, não posso deixar de pensar em voz alta.
— Se isso vai dar a ela um pouco de paz, posso dizer a ela onde reside
a alma de sua tia. — Assim que eu termino minha frase, a porta se abre e
a ruiva alta e de olhos verdes que eu sei que é Paisley entra.
— Você pode realmente me dizer isso ou é besteira? — Ela vomita
veneno quando para na minha frente.
— Posso fazer muito mais do que isso, se você perder a atitude.
Quando ela balança a cabeça rapidamente, convoco meu ceifeiro de
maior confiança.
Quando Marcellus abre um portal e entra na sala, todos parecem
assustados. Sua pele acinzentada brilha sob as luzes da sala.
— Senhor, você me chamou? — Ele me olha apreensivo, como se com
um movimento errado eu explodisse.
— Sim, e não quero falar sobre você permitir que Zayla fosse para o
purgatório sem minha permissão. Obrigado por isso, a propósito.
Se ele pudesse empalidecer mais, ele ficaria, parado diante de mim ele
começa a se remexer desconfortavelmente, então eu tenho pena dele por
ter chegado ao ponto de estar na minha presença.
— Eu preciso de informações sobre a alma de uma loba.
Seu rosto está confuso, já que nunca pedi isso a ele, nunca me
importei em ter uma audiência com almas que não colhi.
— Qual é o nome da alma?
— Ashley Vallardy. — Paisley fala chamando a atenção dos meus
ceifeiros para ela. Minhas sobrancelhas erguem-se com sua coragem de
falar por mim e descubro rapidamente que gosto e admiro a ruivinha
diante de mim.
Quando Marcellus sai rapidamente, ele retorna mais rápido do que
um piscar de olhos com meu livro da alma. Eu sorrio para o livro, pois
isso torna mais fácil para mim trabalhar se a alma ainda estiver em
minha posse.
Abrindo o livro com o nome de Ashley Vallardy, rapidamente começo
a cantar em latim, sem me importar se sou compreendido ou não.
Quando outro portal se abre, rapidamente crio uma bolha em torno dele
e de Paisley.
— Vamos dar a elas um pouco de privacidade, sim?
Todos concordam com a cabeça enquanto a alma da tia de Paisley
caminha e puxa sua sobrinha para um abraço gigante. Sento-me de volta
na cadeira e começo a trabalhar enquanto todos assistem maravilhados à
cena à sua frente.
Enquanto assino na linha afirmando que após este encontro a alma
de sua tia irá para o céu, eu olho para Paisley conversando
animadamente com sua tia que está rindo junto, antes de virar meus
olhos para os pais de minha companheira.
Há uma expressão de saudade em seus rostos, que conheço muito
bem.
— Seus pais se mudaram para um bom lugar. — Com isso, seus olhos
se voltam para mim.
— A alma de Diamond foi a última desta linha familiar que eu liberei,
antes da de hoje. Ela está em paz com seu companheiro, você não deve se
preocupar com ela. — Eu digo antes de voltar ao meu trabalho.
Depois de mais alguns minutos, ouço Paisley pigarrear e sei que sua
tia, de bom grado, seguiu em frente com sua bênção. Então eu fecho o
livro, entregando-o ao meu ceifeiro, que desaparece em seu próprio
portal.
— Você está bem? — Eu pergunto enquanto ela se senta ao meu lado.
— Estou, muito obrigada. — E eu sei que ela apreciou meu gesto, pois
brilha tanto em seus olhos verdes.
Acenando com a cabeça, me volto para as duas pessoas na minha
frente, seus rostos mostram que eles ainda estão quebrando a cabeça
com o que acabei de dizer a eles.
Limpando a garganta, começo minha reunião e a razão de estar aqui
em primeiro lugar.
— Agora que ajudei sua família a encontrar paz, espero que vocês me
ajudem.
Um pouco desconcertado Zayn engasga.
— Com o quê?
— Eu quero... Não... Eu vou me casar com sua filha. Preciso de ajuda
para organizar o casamento que ela merece.
A sala está tão silenciosa. Tão silenciosa que posso ouvir o coração de
todos batendo em um ritmo irregular enquanto esperam pelo que
presumo ser a reação de Zayn.
Mas não estou preocupado, de todos eles o coração dele é o mais
firme.
— Você está extremamente confiante de que vou lhe dar minha
bênção.
— Não estou confiante, porque não estou pedindo, estou dizendo.
Amo Zayla mais do que tudo, já dei a ela parte da minha alma, e minha
alma é imortal, então não há nada que você possa dizer agora ou nunca
que vá mudar o que vai acontecer porque vou me casar com ela.
— Eu não me importo se eu tiver que pegar seu sobrenome e usar um
tutu toda vez que eu sair de casa para fazê-la feliz, porque eu vou. Este
encontro com todos vocês é uma cortesia.
As sobrancelhas de Zayn estão basicamente tocando a linha do cabelo
neste momento, mas de alguma forma o sorriso de Skyla é maior antes
que ela mergulhe sobre a mesa para mim.
Eu me levanto a tempo de pegá-la, suas pequenas mãos segurando a
camisa nas minhas costas com tanta força que ela está perto de agarrar a
pele.
— Eu também não me importo com o que ele diz! Claro que você
pode se casar com o nosso bebê!
Eu não posso deixar de rir de seu comportamento. É tão parecido
com a forma como minha própria mãe era que não posso deixar de me
envolver o máximo possível. Eu amo tanto meu pai, mas nada supera o
amor de uma mãe, absolutamente nada.
Mãos aleatórias começam a bater nas minhas costas enquanto todos
me parabenizam por ganhar Skyla porque, de acordo com as risadas ao
redor da sala, ela é a mais difícil das duas partes.
Quando Zayn finalmente volta aos seus sentidos, ele se levanta e
caminha até nós. Antes que ele esteja a um passo de distância, Skyla se
vira e o agarra como ela estava fazendo comigo.
Estendo a mão dele, eu o cumprimento, apertando-o de volta com a
mesma força com que ele está me apertando antes que o tom de barítono
profundo que é sua voz flua pela sala.
— Bem-vindo à família, Soren.
Capítulo 69
TANTAS EMOÇÕES
Zayla

A brisa calma flutuando sobre minha pele acorda meu corpo cansado.
Cansado demais, na verdade, é impossível tentar me mover enquanto
estou deitada nesta cama aparentemente macia
Os cheiros flutuando ao redor desta sala são tão familiares como se eu
os conhecesse por toda a minha vida, mas quando tento localizá-los,
rapidamente percebo que meus sentidos estão acelerados, o que está
fazendo com que meu cérebro pareça que está falhando em um ritmo
rápido.
Não me lembro do quarto de Soren com esse cheiro e, pensando bem,
não me lembro de sua cama com esse cheiro. Enquanto minha mão
desliza sobre o lençol, fico confusa ao sentir os lençóis de algodão antes
de meu braço cair do lado da cama.
Algodão? Esquisito. Os lençóis Soren eram quase mais macios como a
seda, mas com um número maior de fios. Ficando cada vez mais confusa
sobre onde estou, luto contra meus olhos cansados.
Uma luz fraca flutua sobre o teto enquanto as luzes dançam como
vagalumes na escuridão crescente. É lindo, quase sereno... até que é
interrompido.
— Já era hora do caralho do seu traseiro preguiçoso acordar. — Sai
com uma irritação bem humorada aos pés da minha cama.
Gemendo enquanto sua voz irrita meus tímpanos sensíveis, eu rolo
no meu estômago protestando contra mais sons.
— Não seja uma bebezona, Zayla, ninguém gosta de dramas. —
Quando ele diz isso, sinto um golpe na nuca.
Eu não consigo evitar, mas solto outro gemido agravado, seja quem
for, é irritante pra caralho!
Especialmente quando ele grunhe um agitado.
— Levante-se, Zayla!
Respirando fundo, juro que meus sentidos estão completamente
desligados, porque tudo que sinto é uma mistura de todos os três irmãos
de Soren. Meus olhos estão cansados demais para olhar, mas meus
sentidos juram que é isso que estou sentindo.
Gemendo, eu bufo.
— Deixe-me em paz ou vou contar ao Soren — no meu travesseiro
enquanto, simultaneamente, empurro minha cabeça mais para dentro
dele, esperando que qualquer irmão que seja, me deixe ficar aqui em paz.
Quando meu gemido é recebido com uma risada confusa e um:
— O que Soren vai fazer? — Eu finalmente me forço a rolar e abrir
meus olhos.
Quando meus olhos, que demoram mais para se ajustar do que eu
preferia, finalmente clareiam e percebem o sorriso malicioso e as feições
cheias de graça do meu primo Kasyn, não posso deixar de ficar surpresa.
Tão assustada que, quando pulo, nem percebo que não estou mais no
inferno, mas que estou no meu quarto até quase cair da cama, minhas
mãos finalmente decidindo trabalhar direito enquanto meu rosto quase
beija o chão.
— O quê? O que você está fazendo aqui? Como estou aqui?
Enquanto procuro ao redor da sala, tentando freneticamente
descobrir como cheguei aqui, mas me atrapalhando do que qualquer
coisa, percebo que, além de Kasyn, não há mais ninguém na sala e isso
deixa meu coração partido.
Tudo em meu corpo está acordando de uma vez, causando um efeito
de bola de neve em minhas emoções à medida que elas começam a
vencer qualquer pensamento lógico que eu poderia ter, e mesmo que eu
não queira, mesmo que isso me frustre, eu não posso evitar as lágrimas
que começam a cair pelo meu rosto.
Quando Kasyn me vê começando a chorar, seu rosto muda de
extremamente divertido para positivamente horrorizado em segundos.
— Não, não, não. Por que você está chorando, Zayla? Está tudo bem,
por favor, por favor, não chore.
Suas palavras são tão sinceras que eu gostaria de poder dizer a ele que
não quero, mas não consigo parar esse sentimento de esmagamento no
meu peito e isso dói pra caralho, dói muito.
— Onde está, Soren? Ele-ele me deixou, não foi? — À medida que as
palavras deixam minha boca, minhas lágrimas suaves se transformam em
soluços dramáticos. Cada parte de mim começa a doer e, embora seja
frustrante chorar quando quero ser forte, simplesmente não consigo
parar.
Antes mesmo de eu ser capaz de respirar novamente, seus braços de
primo estão em volta de mim enquanto ele me puxa para seu peito. Me
embalando como se ele estivesse com medo de que eu quebrasse se ele
respirasse um centímetro na direção errada.
Quando ele começa a sussurrar baixinho no meu ouvido:
— Soren não te deixou Zayla, ele está aqui. — Meu choro fica mais
difícil porque, por mais que eu queira acreditar nele, uma parte de mim
parece que ele está tentando me acalmar antes de ouvir más notícias.
Meu primo Kasyn, por mais que tente negar, é o tipo de homem fraco
para pessoas que choram, especialmente mulheres que choram. Ele fará
tudo que puder para ajudá-las a parar, não importa o custo e é por isso
que não importa o quanto eu confie em meu primo, suas palavras
simplesmente não me ajudam.
Sentindo seus braços apertarem ao redor do meu corpo, ele me
segura com tanta força que quase não consigo respirar, a sensação é
sufocante, mas também estranhamente reconfortante para o meu estado
emocional sensível. Seus braços, no entanto, estão em volta de mim com
tanta força que, quando ele começa a gritar, é quase abafado.
— Soren! Venha aqui AGORA! — estrondos em seu peito, as vibrações
sacudindo todo o seu corpo para logo suavizar e ele começar a tentar me
confortar novamente. — Está tudo bem, Zayla, ele está aqui, eu prometo,
por favor, não chore.
Eu tento engolir minhas lágrimas, mas meu corpo está tão
sobrecarregado que eu nem sei por onde começar, e se estou sendo
honesta, os pequenos gemidos tristes que minha loba está soltando não
estão me ajudando em nada. Na verdade, eles estão apenas alimentando
minhas lágrimas.
Quando minha porta se abre, Kasyn se afasta rapidamente e sou
deixada sozinha na cama por menos de um segundo, antes de me sentir
sendo pega como uma criança.
Meus braços e pernas envolvem-se instintivamente em torno dele
como uma videira e meu rosto é empurrado para a curva de seu pescoço.
Meu choro começa a morrer instantaneamente quando meu corpo dá a
primeira respiração da pessoa que eu mais precisava.
Meu Soren.
Sua voz vibra suavemente em seu peito enquanto ele fala um
preocupado:
— Shh Lux, está tudo bem, querida, você está bem.
Sua voz é tão angelical enquanto ele tenta me acalmar, mas eu não
falo em vez disso, apenas aperto meu abraço sobre ele como se ele fosse
desaparecer a qualquer minuto. O choro de minha loba se
transformando em ronronados agradáveis a cada respiração.
Quando não respondo à pergunta de Soren, ele vai para a próxima
pessoa na sala.
— Kasyn, o que aconteceu com ela? Por que ela está chorando?
Quando meu primo começa a gaguejar uma explicação confusa,
começo a me sentir idiota, sei que Soren não iria embora. Por que ele iria
agora depois de tudo isso?
Respirando-o novamente, tento me forçar a parar de chorar, com
meu corpo tão fortemente envolto em torno dele que não posso deixar
de ficar frustrada com minha falta de controle sobre minhas emoções,
nem meu controle sobre meu cérebro.
Quando sei que estou calma o suficiente para falar, me afasto de
Soren olhando para meu primo, que está tentando explicar a bagunça
gigante que sou.
Tenho tanta pena dele que não consigo evitar interrompê-lo.
— Kasyn, sinto muito! Não tive a intenção de deixá-lo desconfortável,
você pode nos dar um minuto?
O rosto de Kasyn muda tão rapidamente de desconfortável para grato
e, em um piscar de olhos, ele se foi e a porta se fecha firmemente atrás
dele.
Deitando minha cabeça sobre os ombros de Soren novamente, não
consigo parar de beijar seu pescoço. Enquanto eu faço isso, seu corpo
solta um suspiro suave enquanto seu lobo começa a ronronar mais alto
do que o meu, as vibrações de seu corpo me dão tanto conforto que não
posso evitar de aumentar meu aperto sobre ele.
Ele me deixa continuar despreocupado por um momento antes de
finalmente perguntar:
— O que há de errado, bebê? O que aconteceu?
— É estúpido.
— Eu duvido muito que seja estúpido, querida.
Eu sinto o corpo de Soren recuar um pouco, o movimento me
confunde porque ele ainda está me carregando, mas eu percebo quando
ele está prestes a me colocar no chão, então eu sigo o exemplo e me sento
em seus braços.
Quando meu rosto está no mesmo nível do dele e finalmente sou
capaz de olhar para a beleza estonteante que são seus olhos cinza, tudo o
que vejo neles é puro amor.
Um de seus braços me libera, mas ele não me coloca no chão, em vez
disso, seu outro braço aperta o meu para manter meu corpo firme. Seu
braço agora livre se levanta e segura o lado do meu rosto suavemente.
— Nada do que você me diga é estúpido, Lux, você já deveria saber
que estou completamente obcecado por você! Tão obcecado, na verdade,
que vi você fazer e dizer tantas coisas na sua vida e nenhuma vez eu
poderia usar a palavra estúpida para descrever qualquer coisa sua ou
sobre você, porque você Zayla King é uma das mulheres mais inteligentes
e motivadas que eu conheço.
Suas palavras são tão honestas que nem preciso olhar em seus olhos
para saber se são verdadeiras ou não, porque posso sentir cada
terminação nervosa do meu corpo.
Quando eu supero a fofura em suas palavras, não posso deixar de rir
dele. Minha risada rápida traz um sorriso vibrante em seus lábios
perfeitos.
— Não que eu não adore e fique obcecado por suas risadas preciosas,
meu amor, mas tenho que perguntar... que parte do meu discurso você
achou divertida?
Correndo minha mão suavemente por seu cabelo, não posso deixar
de sorrir enquanto ele fala. Mas quando eu não respondo imediatamente,
ele levanta a sobrancelha para mim e eu não posso deixar de rir de novo.
Eu nem mesmo o sinto se mover, pois estou tão absorta em meu
olhar que quando minhas costas tocam a cama, fico um pouco
desprevenida quando ele se acomoda entre minhas pernas, seus lábios
roçando suavemente a base do meu pescoço.
— Isso não foi uma resposta, baby. — Ele fala contra minha pele
sensível antes de sua língua deslizar ao redor da gola da minha camisa,
bem, sua camisa tecnicamente.
Estou tão perdida na sensação de sua boca na base do meu pescoço
que mal registro suas mãos agarrando a camisa antes que ele literalmente
a arranque de mim e ganhe um grito.
— Soren! — dos meus lábios.
Ele não presta atenção, entretanto, em vez disso, sua boca vai direto
sobre o meu mamilo agora nu. Girando sua língua em torno dele antes
de soprar suavemente sobre ele.
Ele faz o mesmo com o outro mamilo antes que sua voz agora cheia
de luxúria preencha o silêncio na sala.
— Responda minha pergunta, Lux.
Eu não atendo, em vez disso, empurro meu peito para ele, esperando
que ele continue seu ataque a eles. Meu corpo excessivamente dramático
e emocional decidindo que estar com tesão é muito melhor do que estar
triste. Não que eu discorde disso.
Soren apenas ri, sua mão direita no centro do meu peito e sua cabeça
balançando para frente e para trás, divertido.
— Responda minha pergunta, Zayla, e eu colocarei cada parte do seu
corpo na minha boca, mas ignore minha pergunta de novo e vou
provocá-la a ponto de explodir e então vou deixá-la aqui sozinha.
— Você não faria isso!
— Oh, baby, confie em mim, eu o faria.
Sua língua atinge minha pele logo acima do meu clitóris, mas não
chega a tocá-la, antes que ele se mova para cima e ao redor do meu
corpo.
A sensação é tão eufórica, mas vem com uma complicação que
encontro assim que um gemido sai da minha garganta e a língua de
Soren infelizmente desaparece.
Um frustrado:
— Ugh, Soren! — É o único barulho que posso fazer enquanto ele
continua a rir da minha frustração.
— Por que você estava rindo da minha fala, Lux? O que foi tão
engraçado na minha declaração que seu lindo corpo decidiu rir? — Sua
voz é rouca e profunda, tão sexualmente carregada que não posso deixar
de choramingar de necessidade.
Quando seu polegar roça contra minha vagina necessitada antes de
tocar suavemente meu clitóris quase inexistente, quase perco o controle.
A sensação de quase toque me fez querer explodir de frustração.
— Eu ri porque você disse que era obcecado por mim, e eu percebi
que você é um stalker! — Minha voz é tão carente e rápida, mas
enquanto falo eu levanto meus quadris, finalmente sentindo seu polegar
roçar meu clitóris, o que transforma minha frase rápida em um gemido
carente.
Rezando silenciosamente em minha cabeça, espero que ele não mova
sua mão, esperando que ele continue a me tocar. Eu não tenho que
esperar muito antes que outra risada divertida saia de seus lábios e dois
de seus dedos grossos entrem em mim.
Sua boca encontra meu ouvido enquanto suas mãos fazem um rápido
trabalho de me fazer gozar. Eu mal tenho tempo para soltar um suspiro
com a intrusão repentina antes de um gemido ser rasgado da minha
garganta e um grunhido carregado de sexualidade ser arrancado dele.
— Você acabou de perceber isto, Lux? Tisk, tisk, minha querida, você
deveria ser mais observadora do que está ao seu redor.
— Eu sempre soube que era você Soren! Eu podia sentir você, sempre
posso sentir você. — Ele não me deixa continuar a falar, em vez disso, ele
tranca sua boca na minha, sua língua invadindo minha boca, engolindo
meus gemidos enquanto seus dedos me fodem até o esquecimento.
Exatamente quando meu corpo atinge o pico, a boca de Soren é
substituída por sua mão livre segurando minha boca com firmeza
enquanto suas presas perfuram a curva do meu pescoço.
Esta nova marcação me desencadeia e me faz gritar em êxtase em sua
mão enquanto gozo em cima de sua outra.
Quando começo a descer do meu ápice, noto seus grunhidos suaves e
inquietos e sua respiração profunda. Ele está tentando se acalmar, mas
pelo que parece, seu lobo não gosta muito dessa ideia.
— Soren? — Quando eu o chamo, ele solta um grande bufo. Todo o ar
em seus pulmões saiu antes de ele finalmente se sentar e olhar para mim.
Seus olhos são vermelhos brilhantes, com o menor toque de cinza em
torno de sua íris, mas conforme aqueles olhos deslumbrantes começam a
procurar meu rosto, lentamente voltam para a cor que eu mais amo no
mundo.
Quando ele está de volta ao normal, não posso deixar de soltar um
suave — oi — enquanto sorrio para ele. Ele ri de volta para mim antes de
responder:
— Oi, minha linda querida, você se sente melhor?
Eu respondo com um simples aceno de cabeça, tendo a visão dele
pairando acima de mim.
— Você quer me dizer por que você estava chorando antes? — Sua voz
é tão suave e carinhosa quase como se ele estivesse com medo de que eu
quebrasse a qualquer momento.
— É estúpido.
— Zayla, o que eu disse?
— Que nada do que eu digo é estúpido.
— Sim, e eu falei sério. — Eu sei que ele está dizendo a verdade, mas
como posso explicar o que realmente está acontecendo? Como faço para
esconder minha surpresa por sua ausência e a verdadeira razão do meu
medo de ele ir embora que me faz explodir em histeria que eu não posso
controlar.
Eu tenho um plano, um aparece e eu resolvo. Então, como posso
contar a ele partes sem estragar o resto?
Colocando suavemente minhas mãos ao lado de seu rosto, eu o puxo
para um beijo. Eu tento forçar, fazendo durar o máximo possível, mas
Soren é o mestre do meu corpo e então ele pega meu plano muito
rapidamente.
— Distrações não levarão você a lugar nenhum, Zayla.
— Eu — eu uh... — Eu não posso deixar de fazer uma pausa,
respirando fundo, — você não estava aqui.
Seu rosto, que estava tão esperançoso e divertido com meu
comportamento, se transforma tão rapidamente em um de tristeza antes
que ele mesmo respire fundo.
Sua mão lentamente começa a esfregar a nuca, um movimento que
notei que ele faz quando não tem certeza da minha reação.
— Eu estava trabalhando em algo com seus pais.
— Você estava? — Minha curiosidade começa a levar o melhor de
mim, especialmente quando ele balança a cabeça sem jeito.
— O que é?
Ele não me olha nos olhos, em vez disso, ele se afasta e se levanta, seu
rosto tem aquele brilho de esperança novamente e me deixa mais curioso
do que antes.
— Vista-se e eu vou te mostrar.
Soren me ajuda a ficar de pé e me segue até o armário, enquanto me
visto, sinto sua mão tocando levemente a pele das minhas costas, o
movimento é tão suave contra a minha pele que atrai mais minha
atenção para o comportamento dele.
Por alguma razão, Soren está nervoso com a minha reação e isso me
faz tentar descobrir o que poderia ser.
— Soren, o que você fez?
— Nada de ruim, só espero que você não surte.
Olhando para ele, não posso deixar de sorrir, por alguém que as
pessoas temem, por um homem que ostenta o título de Morte ser um
grande sofredor ainda me surpreende, mas para mim é isso que ele é.
Para o mundo ele é a Morte, o homem que decide se eles vivem ou
morrem, mas para mim ele é apenas meu doce Soren, com tanto medo de
me aborrecer, de me machucar. Deus, eu o amo muito.
Uma vez que estou vestida, Soren agarra minha mão suavemente e
me puxa para fora do meu quarto pela casa. A casa, a que devo
acrescentar, está completamente vazia.
Quando chegamos à porta dos fundos, ele para na frente dela.
— Se você não gostar, eu vou mudar, ok?
Acenando com a cabeça, ele respira fundo antes de abrir as portas
francesas e me deixar atordoada.
O quintal dos meus pais está completamente transformado. Seu
quintal antes simples é agora o lar de um mar infinito de flores, fluindo
caprichosamente para um arco de flores bonito e grande.
Todos na minha família estão aqui, correndo enquanto dão os
últimos retoques em tudo.
— Soren o que é tudo isso?
— Eu disse que ia me casar com você, e eu quis dizer isso.
Eu não conseguia desviar o olhar, tudo estava tão bem montado,
exatamente como eu sempre imaginei no meu casamento. Enquanto eu
observo cada pequeno detalhe, não consigo evitar que meus olhos se
arregalem quando me viro para olhar para Soren.
— Você, você se lembra? — Minha voz é tão suave, quase como se
estivesse com medo de realmente ser ouvida.
— Claro que me lembrei Zayla. Quando o amor da sua vida sonha
com o casamento ideal dela, mesmo que ela seja apenas uma criança,
você se lembra. Eu nunca poderia, e nunca esquecerei nada de você,
porque te amo mais do que tudo.
Lançando-me em seus braços, não consigo parar de puxar para um
grande beijo desleixado. Afastando-se um pouco apenas para dizer:
— Eu te amo tanto, Soren, mal posso esperar para me casar com você.
Quando meus lábios pousam nos dele, não posso deixar de ficar
animada por minha vida com ele, animada por nosso futuro juntos,
animada por estar ligada a ele para sempre de todas as maneiras
possíveis.
Quando Soren se afasta do nosso beijo e fica de joelhos, eu não
consigo parar o suspiro que me deixa, eu sei que ele já tem tudo
configurado, mas nunca esperei uma proposta de verdade.
Quando ele agarra minhas mãos, não consigo evitar que as lágrimas
caiam pelo meu rosto.
— Zayla, desde o momento em que te vi pela primeira vez, você
mudou todo o meu mundo. Você estava tão cheia de luz que me cegou e
afugentou minha escuridão de uma só vez. Enquanto eu observava você
crescer, aquela luz só cresceu com você, assim como meu amor por você
cresceu. Eu não sei o que eu faria sem você, eu preciso de você como
preciso respirar. Então, Zayla Elizabeth King, você vai me fazer o ser mais
feliz deste planeta se casando comigo?
As lágrimas continuam rolando pela minha bochecha, enquanto suas
palavras rolam na minha cabeça. Quebrando a tradição, me inclino e
tranco meus lábios nos dele.
— Claro que vou casar com você, Soren! Eu te amo muito.
Capítulo 70
PEDAÇOS DE ALMAS
Zayla

Me curvando com um entusiasmo ousado, prendo meus lábios aos seus


lábios perfeitos e macios. Minha mente e meu corpo estão tão focados
em sua boca que eu nem percebo que ele ainda segura minha mão até
que eu sinto algo frio e fino deslizar em meu dedo.
Quando ele se afasta, meus olhos são instantaneamente atraídos para
o novo peso na minha mão. É um eufemismo dizer que estou mais do
que sem palavras quando uma rocha negra deslumbrante brilha como se
chamasse a minha mão de lar.
Trazendo minhas mãos para mais perto do meu rosto, não posso
deixar de notar as nervuras entre a escuridão, parece que pequenas veias
pretas estão correndo por um diamante gigante.
Meus olhos estão tão fascinados com a gema única que quase grito de
medo quando percebo as veias pretas se movendo. Balançando a gema
como pequenos vermes. Quando meus olhos começam a se arregalar,
Soren começa a rir.
Olhando para seu rosto, sei que não há nada com que se preocupar,
mas também estou terrivelmente confusa.
— É, uh, está se movendo lá dentro.
O rosto de Soren aumenta um pouco, um rubor aquecendo seu rosto
bonito antes de ele limpar a garganta.
— Está se movendo porque está vivo.
Olhando para trás, para o meu anel, não posso deixar de ficar
hipnotizada pelo movimento do meu dedo.
— O que é?
Quando ele não responde, me forço a desviar o olhar da rocha
deslumbrante. O rosto de Soren novamente mantém uma tonalidade
rosa enquanto ele cora pela segunda vez.
— Soren? O que é?
— É... — ele faz uma pausa para respirar fundo, sua mão suavemente
sobe e segura meu rosto. Seus olhos contêm tantas emoções que eu
poderia me afogar neles. — É minha alma.
— Você me deu sua alma? — Minhas palavras são tão suaves, a palavra
sussurro a faria parecer mais alta do que realmente era, mas mesmo
assim Soren me ouviu, um sorriso iluminando seu rosto bonito e um
aceno suave brincando graciosamente com os músculos de seu pescoço.
— Eu daria a você qualquer coisa. — Eu sei que ele tinha mais a dizer,
mas eu simplesmente não consegui me conter, em vez disso, puxo seus
lábios para os meus, selando-os com tanta força que não há dúvida no
cosmos de que ele é meu, nem de que eu sou dele.
Eu sempre serei sua.
Soren

Eu estava tão preocupado ao deslizar o anel em seu dedo e ela não gostar.
Não era um anel convencional de forma alguma, mas eu esperava que
significasse mais para ela, e com o quão firmemente seu corpo está preso
ao meu, não tenho dúvidas em minha mente de que obtive a reação que
estava procurando.
Quando eu começo a aprofundar o beijo, puxando a língua de sua
boca para a minha, somos interrompidos por um forte pigarro de
alguém. Relutantemente, é o suficiente para nos separar, apenas
ligeiramente, no entanto.
— Não que eu não esteja super feliz por você Soren que ela disse sim,
mas posso ver minha filha?
Enquanto Skyla fala, eu vejo os olhos de Zayla se arregalarem sabendo
que pelo menos um de seus pais nos pegou nos beijando um pouco.
Virando minha cabeça em direção à voz de Skyla, não posso deixar de
sorrir para as duas senhoras paradas ao nosso lado esperando para
colocar as mãos em Zayla.
— Oh, claro, Sra. King, eu tenho alguns recados para dar de qualquer
maneira.
Os olhos de Skyla rolam para o céu ao usar seu título de casada em
vez de seu primeiro nome, como ela me disse antes na cozinha, a tia de
Zayla, Milani, apenas ri baixinho ao lado dela, seu cabelo branco na
altura dos ombros balançando ligeiramente contra seus ombros.
Quando a doce voz de Zayla enche meus ouvidos, eu ajudo, mas noto
a leve dor tocando em suas preciosas cordas vocais.
— Onde você está indo?
Trazendo minha mão em seu rosto. Eu puxo seus olhos para os meus,
ignorando completamente o fato de que temos companhia.
— Eu tenho que trazer algumas pessoas do inferno, talvez fazer
algumas compras.
— Você vai fazer compras? — Sua expressão de confusão combinada
com seu tom e sobrancelhas franzidas trazem uma risada profunda do
meu peito.
— Eu adoro que a ideia de entrar em uma loja te confunda, mas eu
invocar seres do purgatório não é grande coisa. — Eu não posso deixar de
provocá-la levemente em minha resposta, suas belas maçãs do rosto
salientes ficando rosadas antes de eu assistir aqueles impressionantes
oceanos azuis que ela chama de olhos atingirem os céus.
— Por favor, meu sogro é o homem mais doce que já conheci, se ele é
a pior coisa que você poderia invocar, então acho que estamos todos
bem.
A maneira como ela defende meu pai depois de conhecê-lo aquece
meu coração, e saber que em breve ela será minha esposa, minha esposa
que adora minha família tanto quanto estou aprendendo a adorar a dela
significa muito para mim. Mas também me faz rir com o tom insistente
em sua voz.
— Ele é apenas o homem mais doce para você porque gosta de você
Lux, você não se torna o governante de um lugar como o inferno para
cheirar rosas e dar abraços.
— Isso foi antes, ele não é mais aquele homem e você sabe disso.
Ela está certa, eu acho, meu pai era um homem muito solitário antes
de minha mãe aparecer, e com ela viemos nós. Ele dedicou toda a sua
vida a nós e agora que Devlin tem Gracie e Ana, a devoção de meu pai
cresceu.
Espero que um dia eu o veja interagindo com meu próprio filho do
jeito que ele faz com Gracie, porque ele é um avô incrível para ela.
O tom suave de Skyla me tira da minha pequena bolha divertida que
Zayla e eu criamos para nós mesmos.
— De quem estamos falando aqui?
Quando Zayla responde:
— O pai de Soren, Lúcifer — eu começo a notar as semelhanças em
suas vozes, eu sempre soube que elas soavam parecidas, mas acho que
nunca tinha realmente prestado atenção nisso, bem, até agora. —
Lúcifer, como o anjo que se tornou o diabo Lúcifer?
Quando aceno minha resposta à pergunta de Milani, noto que os
olhos dela e de Skyla estão se arregalando, enquanto o rosto da minha
pequena Lux está se divertindo com suas reações.
— Tecnicamente, ele ainda é um anjo, os títulos não mudam
realmente a raça ou o status de nascimento, — digo com um encolher de
ombros.
— Ele tem filhos?
Zayla rapidamente responde à pergunta de sua mãe com um pequeno
resumo do que ela sabe.
— Sim, quatro garotos. Soren também conhecido como Morte,
Devlin também conhecido como Guerra, Zennen também conhecido
como Peste e Craven também conhecido como Fome. Acho que está na
ordem correta.
Eu sei que não é uma coisa difícil de lembrar, mas não posso deixar de
sentir orgulho da bela mulher ao meu lado, e não é só porque ela se
lembra dos títulos dos meus irmãos, nem de seus nomes, é o jeito que ela
disse, como se fosse fato de que todos precisavam acertar e ela ficaria
ofendida se não o fizessem.
É uma das muitas coisas sobre ela que eu amo pra caralho! Ela tem
um coração tão grande e muitos instintos de proteção quando se trata
daqueles que ela considera família, e pelo tom de sua voz, ela considera
minha família como sua.
— Foi, só que tecnicamente meu pai tinha cinco filhos, o mais novo
foi roubado. — Minha resposta é estranha e um pouco instável, mas você
pode me culpar? É estranho falar sobre meu irmão Kasyn sendo roubado
enquanto eu vejo a felicidade esmaecer no rosto de sua nova mãe quando
a dor toma conta da perda da minha família.
Milani estende a mão, agarrando a mão que estava momentos atrás
no rosto de Lux, mas caiu enquanto eu observava todas as suas
expressões tristes.
— Oh Soren, isso é horrível! Ele também tem um título?
Balançando minha cabeça, posso ajudar, mas respiro fundo.
— Não, ele permanece puro, e aqui na terra.
Voltando-me para minha preciosa Lux, noto que lágrimas estão se
formando em seus olhos e me sinto culpado. Talvez eu não devesse ter
dito nada? Eu não sei, mas o que eu sei é que enquanto sua voz estala um:
— Eu não sabia disso. — Tudo que eu quero fazer é beijar sua tristeza.
— Não era um segredo, querida, só tinha coisas mais importantes em
minha mente quando te vi.
Quando seus olhos lacrimejantes começam a clarear, não posso
deixar de sorrir para minha garota emocional. Ela é tão preciosa para
mim que quando seu sorriso surge em seu rosto, não posso deixar de
sorrir também.
Minha Lux irradia tanta alegria por toda a minha alma, que um único
movimento de seus lábios ilumina todo o meu mundo com a mais
brilhante das luzes.
Percebendo que preciso me mexer para que eu possa ter tudo pronto
quando o sol se pôr, e me afasto dos três.
— Agora, senhoras, se vocês me dão licença, eu tenho um monte de
coisas para fazer.
Skyla e Milani acenam com a cabeça enquanto eu me inclino e
sussurro no ouvido de Zayla.
— Vejo você no altar, meu amor.
Quando sua resposta doce chega aos meus ouvidos, não consigo
evitar que o maior sorriso tome conta do meu rosto.
— Vejo você no altar.
Zayla

Enquanto Soren se afasta, eu o vejo abrir um portal e começar a andar


por ele. Ele deve ter sentido meus olhos nele porque seus movimentos
param e ele se vira para mim.
Um sorriso gigante ilumina todo o seu rosto antes que ele pisque para
mim e ande o resto do caminho, desaparecendo no ar.
Eu não percebo o quão duro estou olhando, nem o quão corado meu
rosto está até que eu ouço um alto
— Ohhhhhhh, Zayla está apaixonada! — seguido pelo braço de minha
prima Paisley sendo jogado sobre meu ombro e o de minha mãe e tias
rindo quebrando minha obsessão por meu homem.
— Eu não posso evitar, você o viu? — Estou tão perturbada por ele
que não consigo evitar e, quando eles riem novamente em uníssono,
sinto meu rosto ficar mais brilhante.
Graças a Deus, meu pai viu meu estado de vergonha, porque com
passos rápidos ele está na minha frente me puxando para seu peito.
— Estou tão feliz que você está em casa, minha filha, senti tanto sua
falta! Eu não gosto dessa coisa toda de você ter um companheiro! Diga a
ele para ir embora para que eu possa ficar com minha melhor amiga.
Com isso, eu não posso deixar de rir, minha mãe gritando um:
— Ei, eu pensei que eu era sua melhor amiga, — antes de se juntar a
mim no abraço com meu pai.
Meu pai beija suavemente o topo de nossas cabeças enquanto minha
mãe beija minha bochecha, me dizendo o quanto ela sentia minha falta
também.
— Vocês duas são minhas melhores amigas, minhas lindas garotas
perfeitas.
Sinto seus braços se moverem e, de repente, mais dois corpos se
juntam a nós.
— Tudo bem, vocês quatro são minhas garotas favoritas, mas não
diga a Silas e Thackery que você é minha favorita, Milani, eu não quero
quebrar a alma dos velhos.
Nós quatro estamos rindo muito do meu pai e eles ficam mais altos
quando meu tio fala atrás de nós.
— Posso ser um homem velho, mas pelo menos parei de envelhecer
aos 25, quantos anos você tem agora Zayn? 60?
Quando meu pai rosna e dá um passo para trás, todos nós nos
divertimos, especialmente quando vejo meu tio com um sorriso maroto.
Antes que ele desapareça de seu lugar e apareça bem na minha frente.
— Todo mundo sabe que o favorito de Zayla sou eu, certo minha
linda sobrinha.
Ele não me deixa responder, em vez disso, ele apenas beija minha
testa e depois desaparece novamente, desta vez aparecendo atrás do meu
pai. Seus movimentos rápidos de vampiro enganando os olhos.
— Olhando para você de perto, sinto que 60 foi generoso, terei de
escolher 83, e essa é minha resposta final.
O rosto do meu pai está em branco quando meu tio abre a boca, mas
assim que meu tio começa a rir, meu pai empurra o cotovelo para trás,
acertando meu tio Silas bem no nariz, rosnando:
— Tenho 46, seu idiota!
Ao som do nariz do meu tio sendo esmagado, minha mãe, Paisley e eu
estremecemos enquanto minha tia Milani apenas ri.
Quando um sussurro:
— Eu sou realmente seu verdadeiro favorito, não sou? — Vem de trás
da minha orelha esquerda. Não posso deixar de sorrir quando me viro
para meu tio Thackery.
— Claro! Absolutamente meu favorito!
Um grande sorriso aparece em seu rosto antes que ele se incline e
beije minha testa
— Bem-vinda, querida, estamos tão felizes por você estar de volta e
segura! Além disso, não faz mal que você trouxe um porra de um gostoso
com você!
Minhas bochechas já começaram a ficar vermelhas, e não ajudou
quando todas as quatro mulheres ao meu redor começaram a balançar a
cabeça, seguido pela admissão de minha tia:
— Ele é realmente gostoso.
Felizmente, meus irmãos, pela primeira vez, vieram em meu socorro,
suas companheiras grávidas balançando atrás deles.
— Deixem a coitadinha em paz, vocês não estão vendo que ela está
vermelha como um tomate, e vocês, senhoras, não têm coisas para
terminar para este casamento?
Minha mãe revira os olhos e então, pelo que parece ser a centésima
vez hoje, sou puxada para outro abraço.
Os quatro me espremem quase até a morte antes que meus irmãos
me soltem e sejam apenas minhas cunhadas grávidas.
Assim que terminam, eles começam a me puxar para dentro de casa
falando sobre como estão animadas para um casamento e como podem
finalmente entrar em um, tendo engravidado antes do seu próprio
casamento, pois nenhum dos dois se casou ainda.
Estamos quase na porta com minha mãe, Milani e Paisley seguindo
atrás de mim quando com o canto do olho vejo um portal aberto.
Parando em meu caminho, vejo uma pessoa singular sair antes que o
portal se feche atrás deles. Meu sogro.
Virei-me e passei por todos, correndo e me jogando em seus braços,
fazendo-o rir enquanto gritava:
— Sogrinho, você está aqui!
Eu não sei o que há com ele, mas tudo sobre Lúcifer me conforta, eu
literalmente me sinto tão segura e em casa em um de seus abraços
quanto me sinto com meu próprio pai, então mesmo que eu nunca tenha
planejado isso, meu sogro e eu criamos um vínculo instantâneo e não o
trocaria por nada.
Lúcifer não me solta totalmente, mas ele recua e começa a dar uma
olhada, seus olhos calculando quase como se ele estivesse checando cada
cabelo e centímetro do meu corpo em busca de sinais de angústia.
— É claro que estou aqui, querida, eu não perderia por nada no
mundo!
Eu não posso deixar de sorrir com suas palavras
— Estou tão feliz! Mal posso esperar para você conhecer todo mundo!
— Inclinando-me mais para trás, começo a procurar outros portais ou
qualquer sinal realmente dos irmãos de Soren, mas nada.
— Falando em todos, cadê os meninos, e Ana e Gracie?
— Eles estão ajudando Soren a preparar uma surpresa para você.
Sua voz é tão cheia de alegria que é contagiosa, levando ao meu
agudo, mas esperançoso:
— Sério?
Ele ri da minha empolgação, seus olhos brilham com tanto amor por
sua família, por mim, é possível dizer com apenas um olhar o quão
orgulhoso ele está por estar aqui
— Claro, mas você não deveria estar se preparando agora pequena?
Seus dedos começam a bater em seus lábios enquanto um sorriso
satisfeito aparece em seu rosto. Eu não posso evitar, mas aceno
timidamente antes que a resposta de minha mãe à pergunta dele chame
minha atenção.
— Ela certamente deveria.
Minha mãe estende a mão e aperta a mão de meu sogro.
— Olá, sou Skyla, mãe de Zayla.
— Lúcifer, sou o pai de Soren. É bom conhecer a mulher que criou
uma alma tão linda. — Os dois sorriem um para o outro antes de soltar
as mãos e meu sogro me puxa para o lado dele, que eu abraço feliz, o
movimento abre espaço para meu pai que se aproxima e aperta a mão de
Lúcifer também.
Meu sogro me dá um aperto antes de me soltar e voltar minha
atenção para meu pai.
— E você deve ser o pai dela, Zayn, a boneca me contou muito sobre
você! Ela está muito orgulhosa de você e da família dela.
Caminhando para o lado do meu pai, ele me abraça da mesma forma
que papai acaba de fazer, olhando para cima eu posso ver o respeito
demonstrado em ambos os traços,
— Ficamos muito orgulhosos dela também! Venha, vamos deixar as
garotas prepararem Zayla e você pode conhecer seus tios
Meu sogro balança a cabeça alegremente:
— Parece ótimo! — Caminhando até mim, ele beija minha bochecha
— Te vejo mais tarde, boneca.
Eu aceno feliz antes de meu pai o copiar e beijar a outra bochecha:
— Te amo, querida.
Enquanto os dois vão embora, eu grito:
— Eu também amo vocês dois! — O que fez os dois pararem e
sorrirem de volta para mim antes de eu ouvir um sussurro — Sim, mas ela
me ama mais. — Do meu pai e uma risada profunda do meu sogro.
Eu fico lá e vejo os dois desaparecerem pela casa.
Meus pensamentos se dispersaram e meu coração se enche, apenas
para ser assustado por minha tia Milani que fala alto
— Agora quem diabos é aquele! Meu senhor, eu quase derreti. Ele é
tão gostoso.
Minha mãe ri balançando a cabeça antes de responder
— Esse é Lúcifer.
— Bem, merda, não é de se admirar que as pessoas pequem tanto se é
isso que você conhece do outro lado, eu sinto vontade de pecar agora. —
Milani é dramática como o inferno, fingindo desmaiar enquanto usa sua
mão para se abanar rapidamente como se estivesse tão quente que ela
mal consegue respirar.
Paisley pula em falso pegando Milani enquanto mamãe, e eu rio
apenas para Paisley abrir a boca sobre meu sogro também.
— Eu também! Você está querendo uma nova sogra Zayla?
Revirando os olhos, não posso deixar de bufar, essas mulheres e seus
malditos hormônios são demais para mim hoje.
— Tudo bem com vocês duas, suas babonas, vamos vestir Zayla e
prepará-la!
Ambas riem de nós quatro quando começamos a voltar para casa, as
companheiras de meus irmãos ainda estão lá, seus rostos vermelhos
enquanto elas riem, claramente vendo e ouvindo o drama de tia Milani.
Quando entramos em casa, noto meu pai e meu sogro no bar
servindo uma bebida um ao outro, eles estão em uma conversa relaxada,
ambos se revezando para rir. Você pode dizer que eles rapidamente se
tornaram amigos.
Não sou a única a notá-los, porque assim que os olhos de Paisley
veem Lúcifer, sua boca começa a escorrer novamente.
— Para ser honesta, estou mais do que animada agora para conhecer
os irmãos de Soren, se o pai deles se parece com ele, eles são gostosos pra
caralho.
Eu não posso deixar de concordar, já que os vi, e as cinco mulheres
comigo começaram a ter um colapso.
Eu não presto muita atenção a elas porque enquanto estou
observando meu pai manter sua conversa animada, meu anel capta a luz
corretamente e chama minha atenção para ela.
Enquanto o brilho da luz do teto brilha através da rocha
deslumbrante, não consigo parar de assistir a dança da alma de Soren na
gema. É tão hipnotizante que me dá uma ideia.
Separando-me das garotas, caminho até os dois homens, indo para o
lado do meu pai antes de olhar para Lúcifer.
— Ei, sogrinho, posso falar com você em particular por um minuto.
Ele balança a cabeça suavemente, mas seu rosto está confuso,
colocando sua bebida na mesa, ele diz ao meu pai que vai se encontrar
com ele antes de responder para mim.
— Claro, pequenina.
Eu o puxo para um quarto de hóspedes vazio, Lúcifer apenas me
observa com preocupação crescente em suas feições.
— O que está acontecendo, boneca?
Virando-me para ele, respiro fundo antes de erguer minha mão e
mostrar meu anel. O rosto de meu sogro mostra tanta confusão quanto o
meu, quando ele percebe que é sobre o anel, ele respira fundo e
preocupado.
— Você não gostou? Ele levou anos para descobrir que tipo de anel
para dar a você, ele fez essa coisa há cerca de 6 anos.
Surpresa com sua resposta, puxo minha mão com segurança para o
meu peito.
— Não, eu amei! Só preciso de um favor! E, espera, o quê? 6 anos
atrás, tem certeza?
Lúcifer acena com a cabeça suavemente, mas seu rosto ainda mostra
preocupação.
— Eu tenho certeza, quem você acha que pegou o pedaço de sua
alma? — ele diz enquanto encolhe os ombros.
— Qual é o seu favor, minha querida? Farei qualquer coisa que você
pedir.
Respirando fundo, coloquei meu plano na mesa.
— Eu quero que você copie meu anel para Soren. Eu quero que você
coloque um pedaço da minha alma no anel Soren.
Capítulo 71
REVELANDO OS SEGREDOS DA FAMÍLIA
Lúcifer

A princípio fiquei um pouco surpreso com o pedido de Zayla, mas então


um intenso sentimento de orgulho tomou conta de mim.
Os grandes olhos azuis de Zayla se arregalam e entristecem com o
meu silêncio antes de eu sair da minha própria cabeça e acenar
suavemente com a cabeça.
— Você pode fazer isso com segurança?
Limpando a garganta, tento agir o mais calmamente possível. É muito
difícil brincar com a alma de uma pessoa viva, tantas coisas podem
acontecer, podem dar errado. Ninguém sabe melhor do que eu, do que
meus cães infernais e meus próprios filhos... bem, quatro dos meus filhos,
de qualquer maneira.
— Claro que posso, boneca, mas você tem certeza?
Os olhos de Zayla contém tanta certeza que antes mesmo de ela
responder eu posso ver a determinação brilhando em seus olhos azuis
cor de oceano.
— Eu nunca tive tanta certeza na minha vida.
Movendo meu corpo desconfortavelmente, dou um passo mais perto
dela, sentindo ela antes de fechar os olhos. Minhas mãos estão pairando
sobre a cabeça de Zayla, certificando-me de não tocá-la ainda, enquanto
eu tateio por sua alma. Demorou menos de um minuto até que eu seja
capaz de ver completamente tudo o que faz esta linda mulher ser quem
ela é. Posso ter vislumbres da alma das pessoas, de seus personagens,
apenas me concentrando nelas, mas nunca sou realmente capaz de ver
todas elas.
Com minhas mãos finalmente colocadas em ambos os lados da
cabeça de Zayla, eu começo a brincar com o material dela e de sua alma
como um tecido. Prestando atenção especial às partes de sua alma que
desejo evitar, partes que são facilmente manipuláveis e alteradas.
Encontrando o menor dos fios, começo a murmurar suavemente o
feitiço na minha cabeça, gentilmente persuadindo uma pequena lasca
imperceptível da sua alma a sair.
Eu já estive encarregado de forjar o anel de Soren, então, com as
palmas ligeiramente trêmulas, tiro um pequeno elástico do bolso,
entregando-o a Zayla.
Seus olhos, que estiveram em mim fixamente, se viram para o
pequeno anel em sua mão. Agarrando a mão dela com a minha direita, eu
uso minha mão esquerda para puxar sua alma de seu corpo.
Ela sai em uma luz brilhante e cegante, brilhando o suficiente para
cegar um exército inteiro, e quase queima seus olhos de tão pura.
Não sendo capaz de olhar por muito tempo, eu me movo com rápida
precisão, batendo minha mão em cima da dela antes de segurar sua mão
com força, quase machucando, enquanto entoo a parte final do feitiço.
Zayla

Eu fico olhando para meu sogro e minhas mãos unidas observando algo
que parece mais brilhante do que o sol lentamente começando a
desaparecer.
Quando Lúcifer para de cantar e tira a mão da minha, fico chocada ao
olhar para o anel de Soren. Sua gema, antes lisa, agora está separada por
uma faixa intermediária de veias pretas, assim como o anel em meu
dedo.
Examinando o anel mais de perto, noto pequenos flocos brancos
correndo pelas veias. Olhando para Pops, ele parece tão orgulhoso e
contente com um sorriso iluminando seu rosto antes de perceber a
confusão no meu e seu sorriso sumir.
— O que há de errado, boneca?
— Por que há branco nas veias do anel de Soren, mas não no meu? —
Com a minha pergunta, seu sorriso se anima novamente iluminando
mais ainda seu rosto bonito.
— Sua alma ainda é pura Zayla, eu amo meu filho, mas a dele não.
Isso é principalmente minha culpa, mas ainda assim, a alma dele não tem
luz como a sua.
Refletindo sobre suas palavras, não posso deixar de ficar um pouco
confusa, meu Soren pode ser a Morte, mas ele tem um lado tão suave.
Acho tão difícil acreditar que ele não teria nenhuma luz em sua alma.
Antes que eu possa perguntar a ele sobre isso, uma batida na porta
atrai minha atenção e me faz virar meu corpo no momento em que a
porta se abre e a cabeça de minha tia Milani aparece na sala.
— Zayla, temos menos de uma hora, é hora de ficar pronta, querida.
Lúcifer

Eu vejo a boneca acenar com a cabeça antes de voltar sua atenção para
mim. Ela suavemente me devolve o anel de Soren antes de se inclinar e
beijar minha bochecha.
— Obrigado por isso, sogrinho, vejo você mais tarde.
Acenando suavemente para ela, coloco o anel no bolso rapidamente e
a vejo sair da sala com um pequeno olhar de confusão brilhando em seu
rosto.
Sua tia fica parada ali e me encara por um momento antes de
finalmente falar:
— Você sabe como voltar lá fora para os homens? Se não, posso
mostrar a você.
Rindo levemente de seu tom confuso:
— Eu acho que consigo, obrigado.
Ela acena com a cabeça rapidamente antes de ficar de lado e me
deixar passar, enquanto nós dois fazemos o nosso caminho na mesma
direção quando a última pessoa que eu estava preparado para ver está
parado na nossa frente.
Meu filho Kasyn.
Bem, eu acho que é meu filho Kasyn.
Respirando fundo o mais profundo que posso, não posso evitar o
buraco que está chutando meu estômago. Ele se parece tanto com minha
falecida esposa que respirar dói fisicamente.
Estou tão chocado que meus ouvidos mal têm tempo para captar o
que a mulher ao meu lado está dizendo.
— Oi, bebê! Você já conheceu o pai de Soren?
Sua voz está cheia de tanto amor enquanto fala com meu filho que
sou trazido de volta ao momento, lembrando que o amor dela por ele é
exatamente o motivo pelo qual nunca lutei para recuperá-lo depois que
Soren o encontrou.
É por isso que forcei meus filhos a me prometerem que até o
momento em que Kasyn nos procurasse, eles o deixariam em paz, não
importa o quanto doa. E ver seus olhos me observarem sem nenhuma
lembrança de quem eu sou realmente dói.
Especialmente quando ouço sua voz crepitar e aprofundar em sua
resposta:
— Não, eu não conheci. Prazer em conhecê-lo.
Sua mão sai para me cumprimentar, e eu juro que é tão brega quanto
parece, mas eu quase abro mão da minha própria carne e sangue. Meu
coração batendo tão forte em meus ouvidos é quase ensurdecedor.
— Lúcifer, prazer em conhecê-lo também.
Pego sua mão e aperto, rindo baixinho enquanto ele aperta a minha.
Pequenos choques estáticos subindo pelo meu braço.
É algo que sempre acontece depois de longas separações com meus
filhos. Como se meu corpo estivesse tão animado por estar em torno de
algo que ele criou que simplesmente não consegue evitar.
— Kasyn. — Ele me diz como se seu nome fosse o fim de todos os
nomes, seu comportamento arrogante traz um sorriso ao meu rosto e
uma sensação de orgulho que não importa o quanto eu tente, não posso
deixar de projetar.
Percebo sua mãe olhando para nós e uma ligeira confusão aparecer
antes de uma luz começar a brilhar em seus olhos.
— Bebê, por favor, vá se certificar de que seus pais não estão mexendo
muito com o tio Zayn, você sabe como ele já está estressado com o
casamento.
Com um rápido aceno de cabeça e até logo para mim, ele beija a
cabeça de sua mãe com a mesma rapidez, antes de caminhar em direção
aos fundos da casa. Eu assisto hipnotizado a forma como ele anda antes
de um pigarro puxar minha atenção de volta para a bela mulher ao meu
lado.
— Deve ser difícil para você. — Sua voz é tão suave e hesitante como
se ela estivesse preocupada com a minha reação, mas minha única reação
é confusão se eu estiver sendo completamente honesto.
— Como?
— Ver seu filho depois de todo esse tempo e ele não saber quem você
é. — Seu comentário não foi uma pergunta, mas uma declaração
completa. Sua voz não continha confusão nem questionamento, apenas
pura confiança e muita pena.
Soren

Meu portal se abre na sala de estar da casa dos pais de Zayla e, conforme
eu entro, vejo o rosto de meu pai se transformar de confusão em pura
tristeza.
Meus irmãos e eu caminhamos para mais perto deles, a tia de Zayla
está lá olhando para nós com um olhar que não consigo entender
enquanto Ana nos empurra com Gracie presa em seu quadril.
Quando Ana alcança meu pai, ela o abraça com força, e a mão de
Gracie toca seu rosto, o que parece tirá-lo de tudo que estava correndo
solto em sua cabeça.
Parando na frente deles, olho para Milani esperando por algum tipo
de resposta. Em vez disso, ela endireita os ombros e seu rosto se contorce
como se ela estivesse tentando não chorar.
Eu sei que não deveria, seu marido provavelmente não vai aprovar
isso, mas parte de mim me diz que tenho que fazê-lo, então com um
puxão eu a abraço com segurança, colocando minha cabeça na dela. E
então, de repente, o muro que ela estava tentando segurar quebra e seus
gritos altos quicam ao redor da sala. Seus braços me envolveram,
agarrando-se ao meu corpo.
Esfregando minha mão para cima e para baixo em suas costas, eu
olho para meu pai com confusão. Seus olhos contêm tanta tristeza
quanto os dela um momento atrás. Olhando para meus irmãos, eles estão
tão confusos quanto eu.
Depois de um momento, meu pai parece quebrar qualquer feitiço que
estava sob ele e caminha até mim, agarrando a tia de Zayla dos meus
braços, abraçando-a como eu.
Com sua cabeça firmemente apoiada na dela, seus olhos encontram
os meus e meus irmãos que agora estão parados ao meu lado.
— Ela sabe sobre Kasyn. — Quando ele diz o nome de nosso irmão,
Milani fica ainda mais desanimada. Não posso deixar de ficar confuso
com a reação dela até perceber que suas lágrimas não são por ela mesma,
não. Essas lágrimas de partir o coração são para nós, para minha família.
Ela está chorando por todos os anos que perdemos com ele, chorando
pela dor no rosto de meu pai enquanto ele observa seu filho, mas não o
conhece. Chorando por memórias que ela guarda que nunca teremos a
chance de ter.
Depois de vários momentos, meu pai quebra o silêncio, fazendo todos
rirmos um pouco, incluindo Milani, cujas lágrimas agora se
transformaram em pequenas respirações superficiais e profundas.
— Calma mulher, eu devo ser assustador, mas não sou tão a ponto de
fazer você chorar como uma menina.
Enquanto ele diz menina, ele olha para Gracie, que de alguma forma
conseguiu se esgueirar para os meus braços, ele sorri brilhantemente.
— Desculpe Gracie, vovô quer dizer uma menina menor, todo mundo
sabe que você é a maior das meninas. — Sua explicação tropeçada nos fez
rir de novo, incluindo a doce Gracie, que ria orgulhosamente de seu avô
antes de estender as mãos para ele.
Antes de estender a mão para pegá-la, ele abraça Milani com força
mais uma vez antes de falar em seu cabelo.
— Eu sei que não é convencional e nunca iremos forçar nada disso,
mas vocês são nossa família, não apenas por causa de Kasyn ou Zayla,
mas porque nós decidimos e quando nós cinco escolhemos uma família,
não há como voltar atrás. Somos obstinados dessa forma.
Milani ri novamente.
— Kasyn é da mesma forma, leal ao extremo, destruiria o mundo por
sua família.
Meu pai solta um suave "é meu filho" em seu cabelo antes de se afastar
dela.
— Você gostaria de conhecer oficialmente os irmãos dele? — Quando
ele pergunta, ela acena com a cabeça e, em seguida, como um vômito de
palavras, meu pai começa a divagar.
— Não que você tenha que dizer a ele! Estamos perfeitamente bem
com ele sem saber, mas você sabe, uh, sim! Estamos bem com o que você
escolher, só queremos que você se sinta confortável porque você é a mãe
dele antes de tudo.
Juro que ele nunca teria parado de falar, mas a mão de Milani o
cortou, cobrindo sua boca com sua risada divertida e alta.
O movimento quebra todos nós, mas Gracie solta um bufo irritado
enquanto seus braços ainda estão estendidos para o meu pai e ele ainda
não a agarrou de mim.
Só quando sua vozinha aparece, meu pai realmente presta atenção.
Um alto e zangado:
— Vovô! — é gritado bem no meu ouvido, seguido por um igualmente
furioso.
— Oh, ninguém merece! — Por Devlin.
Meu pai quase sai de si enquanto puxa a si mesmo e Milani para mais
perto de mim, arrebatando Gracie dos meus braços antes de jogá-la no ar.
— Eu sou a segunda!!! Eu sou a segunda palavra dela! — A felicidade
dele é tão contagiante que mesmo quando Ana o corrige.
— Terceira tecnicamente — ele não vacila, ele continua a despejar
afeto em Gracie, beijando todo o rosto dela e fazendo cócegas na
pequena princesa da guerra.
— Inferno, eu vou ficar com o terceiro lugar! Qual foi o segundo?
O orgulho brilha em mim quando vou contar a ele, mas Gracie
responde por mim:
— Zewa. — Seu rosto se abre em um sorriso antes que ele comece a
rir.
— Você gosta de Zayla? — Sua cabecinha acena antes de apontar para
mim.
— Soso, Soso Zewa, — a maneira como sua voz ressoa mostra que ela
está tentando dizer a meu pai que Zayla é minha, que gosta da minha
Zayla.
Então, sua doce mãozinha toca seu coração e diz a única coisa que sei
que significa tudo para meu pai.
— Vovô. — ela continua a dizer o nome dele enquanto toca seu
coração e depois o dele, antes de agarrar seu rosto e beijá-lo. — Vovô. —
O sorriso no rosto do meu pai é tão largo que parece doloroso e todos
nós ficamos lá e assistimos enquanto ele inclina a cabeça para trás
tentando impedir que as lágrimas caiam.
Todos nós ficamos ali observando seriamente o momento precioso à
nossa frente antes que a pequena mulher ao meu lado quebrasse o
silêncio com um sussurro:
— Quem diria que Lúcifer era um gigante fofo. — Eu sei que ela não
queria que ouvíssemos, mas ouvimos.
A risada do meu pai nos faz começar a rir, suas emoções se dissipando
rapidamente e uma risada profunda ressoa em seu peito. Eu cutuco
suavemente seu ombro enquanto minha risada se junta a ele.
Nossas risadas morrem quando ouvimos a porta dos fundos abrir e
fechar. Quando o marido de Milani, Silas, entra na sala, todos nós
ficamos parados em um círculo com as bochechas avermelhadas.
Sua sobrancelha levanta quando ele olha para sua esposa. Olhando
para baixo, ela revira os olhos antes de sorrir para ele.
— Lúcifer estava prestes a me apresentar a seus filhos, venha
conhecê-los comigo.
Seu rosto suaviza antes que ele gagueje e venha até ela beijando-a na
cabeça. Ficamos ali parados e observamos seu rosto por um momento
sem saber realmente o que fazer a seguir.
Ficamos momentaneamente atordoados quando ela fala, não nos
preparando para a franqueza rápida que mostra ao marido, nem para a
calma e felicidade que agora transparecem em seu tom enquanto fala.
— Macarrãozinho, esta é a família de Zayn.
Estamos todos confusos com o nome Macarrãozinho em relação ao
marido Silas, mas não tão confusos quanto ele. Seus olhos examinam
cada um de nós em questão de segundos antes que ele respire fundo.
Sua mão sobe e passa pelo cabelo antes de limpar a garganta.
— Milani adora macarrão. — Ok, isso definitivamente não é o que eu
esperava que ele dissesse. Ela, por outro lado, ri como uma colegial antes
de responder com
— É uma longa história.
Silas respira fundo novamente, aparentemente tentando acalmar seus
nervos.
— Vocês sabiam que estávamos com ele o tempo todo?
Todos nós acenamos com a cabeça antes de eu responder.
— Eu o vi com você, no décimo aniversário de Zayla. — Ambos se
encolheram. A voz de Milani agora sai baixa.
— Ele tinha oito anos então. — Mais uma vez, todos nós
concordamos.
Silas inala mais duas respirações profundas, seus pulmões devem
estar em chamas com a rapidez e a profundidade com que ele está
respirando. Este, entretanto, parece ter acalmado seus nervos.
— Bem, acho que somos mais família do que imaginamos.
Com isso, meu pai dá o primeiro passo e estende a mão que não está
segurando Gracie. Enquanto eles se cumprimentam, Gracie decide que
gosta dele e segura as mãos dele. Seus olhos começam a nos escanear
parando em Devlin e Ana, que estão acenando suavemente com a cabeça.
A voz calma de Zennen sendo a única coisa quebrando o silêncio.
— Como você disse que somos uma família, a pequena Guerra
reconhece isso e aceita você, e se ela aceita você, então nós também
aceitamos.
Silas puxa Gracie para seu peito, embalando-a suavemente antes de
arrulhar para ela com Milani até que ela olha para nós com confusão.
— Pequena Guerra?
O rosto de Devlin mostra muito orgulho enquanto ele observa sua
filha agarrando o rosto de um dos homens vivos mais velhos, um
vampiro. Rindo docemente das caras engraçadas que ela faz.
— O nome dela é Grace, como uma família nós a chamamos de
Gracie. Eu sou Devlin, o segundo mais velho e o Cavaleiro da Guerra.
Esta é minha companheira, e minha esposa Ana, ela é humana e mãe de
Gracie.
Ana sorri para ele antes de olhar para eles.
— Só até eu ter mais alguns filhos. — Ela para de rir de repente.
— Eu realmente quero uma grande família com muitos deles. — Os
dois sorriram brilhantemente para Ana antes de Zennen falar.
— Eu sou Zennen, o terceiro mais velho e o Cavaleiro da Peste. Eu
estou sem companheira por enquanto, assim como Craven aqui.
Zennen dá um tapinha nas costas de Craven, que apenas revira os
olhos, antes de sussurrar:
— Tristemente — e limpar a garganta.
— Oi, eu sou Craven, o quarto mais velho e Cavaleiro da Fome, como
meu irmão gigante tão lindamente apontou, eu não tenho parceira, e
todos vocês conhecem o Soren, Cavaleiro da Morte, e nosso pai Lúcifer,
governante do inferno e um ser excessivamente emocional.
Todos nós rimos de novo, incluindo Silas, enquanto meu pai solta um
alto:
— Ei! Que porra é essa?!
— É um prazer conhecer todos vocês. — A voz de Milani é suave e
feliz antes de ela voltar a se preocupar com Gracie, a princesinha se
sentindo em casa com os dois vampiros.
— Uh o que está acontecendo aqui?
Virando-se, todos vimos Milani e o marido de Silas, Thackery. Ele está
parado ali olhando para todos nós com curiosidade antes de seus olhos
pousarem em Gracie também e então, como uma cena de filme, ele corre
com força total para ela.
— Oh meu Deus quem é essa princesinha! Ela é tão fofa! — Sua voz
sai feliz em meio a gritos entusiasmados.
Milani rapidamente descreve quem todos nós somos, evitando
completamente o fato de sermos parentes do filho deles, até que ela
chega em Gracie na rodada de apresentações.
— E essa coisinha é a Gracie, ela não é linda?
Sua cabeça balança para cima e para baixo tão rapidamente que
parece que vai cair de seus ombros. Quando Gracie estende as mãos para
ele, ele nem hesita, seus braços instintivamente se estendem e a agarram
como se fosse a coisa mais natural do mundo.
Ela se acomoda tão suavemente em seus braços antes que ele comece
a balançá-la, suas mãos agarrando sua camisa. Nós assistimos com
admiração enquanto seus olhos caem e ela rapidamente adormece, seus
olhos deixando os contornos de seu rostinho ainda mais suave.
Ana é quem quebra o silêncio entre nós, tirando os olhos de Thackery
e da pequena em seus braços e assustando-o ao perceber que ele acabou
de pegar o filho de outra pessoa sem permissão.
— Como você fez isso?
Ele fica ali parado, boquiaberto, como uma criança pega com as mãos
na jarra de biscoitos antes de Silas e Milani darem risadinhas, Silas
tocando o rosto do marido suavemente antes de vir em seu resgate.
— Ele tem um super poder com crianças.
— Eu juro que se pudéssemos procriar eu teria cem agora. — A piada
de Milani faz Thackery sorrir brilhantemente para ela antes que sua mão
toque sua outra bochecha.
— Não é isso, querida.
Thackery felizmente acena com a cabeça antes de olhar para Gracie,
seu rosto se abre em um sorriso maior antes de olhar de volta para Devlin
e Ana, limpando sua garganta.
— Desculpe por pegá-la sem pedir, eu simplesmente adoro crianças,
Milani tem razão, eu teria milhões se pudesse.
Devlin foi o primeiro a quebrar o silêncio do nosso lado, sua risada
profunda enchendo a sala.
— Acredite em mim, estou acostumado a isso, vantagens de ter uma
filha linda. — Devlin ignora sua resposta, mas Thackery concorda
claramente enquanto olha de volta para a criança adormecida sorrindo
para ela com tanto brilho.
Todos nós meio que ficamos ali sem jeito antes que Thackery olhe
para cima em pânico antes de xingar.
— Merda, porra! Não, caramba!! Oh, desculpe, eu não consigo parar!
— Seus olhos estão arregalados de pânico enquanto ele olha para Devlin
em busca de remorso por xingar na frente de Gracie.
Devlin estranhamente apenas ri dele, o grande bruto acha engraçadas
as tentativas do pobre homem de impedir a profanação que sai de sua
boca.
— Não se preocupe com isso, ela está dormindo e, mesmo que não, eu
tenho uma boca pior que a sua.
Todos nós rimos em concordância, o que nos rende um grunhido
— Cale a boca. — Ele nos dá um olhar mortal antes de voltar sua
atenção para Thackery.
— Agora se importa em explicar sua linguagem imprópria repentina?
— O sorriso malicioso e a sobrancelha levantada do meu irmão fazem
com que Thackery ria de volta, só que sua risada é mais uma risadinha
envergonhada e levemente excitada, uma que você daria na frente de um
amante. Antes de limpar a garganta novamente.
— Eu, uh, era para vir buscar vocês porque está na hora, o casamento
está começando.
Capítulo 72
VAMOS NOS CASAR
Zayla

De pé na frente do espelho, mal me reconheço.


Meu cabelo está enrolado em cachos longos e macios nas minhas
costas, enquanto o topo da minha cabeça está decorado com um arco
delicado de tranças puxando metade do meu cabelo para cima. As
tranças são adornadas com pequenas flores brancas macias que cheiram
de forma celestial.
Enquanto coloco meu vestido, minha tia Milani entra com Ana e meu
tio Thackery, que está segurando uma Gracie adorável e cochilando. Sua
cabecinha está aninhada firmemente em seu peito, enquanto suas
pequenas mãos estão agarradas em sua camisa. É uma das coisas mais
fofas que já vi. Meu tio rapidamente beija o lado da minha cabeça antes
de caminhar até a cama e ficar confortável encostando-se na cabeceira da
cama, o tempo todo seus olhos estão voltados para a criança adormecida,
nada além de amor e admiração brilhando em seu rosto.
Minha tia e Ana caminham até onde minha mãe e Paisley estão.
Paisley está mexendo na barra do vestido, a renda continua a virar para
cima enquanto minha mãe, atrás de mim, me ajuda a amarrar a renda na
parte de trás do meu vestido.
Este vestido era da minha mãe quando ela se casou com meu pai e eu
posso ver com cada puxão na renda o quão emocionada ela está.
Quando minha mãe finalmente liberou a renda e começou a puxar as
costas do meu vestido com força demais, entrei em pânico.
— Uh, podemos afrouxar o vestido só um pouquinho? Estou, uh... por
favor, só um pouquinho.
Minha voz está estridente e tem um ritmo irregular, mas posso me
ouvir claramente enquanto todas as sete cabeças na sala olham para mim
ao mesmo tempo, seus olhos procurando no espelho por sinais de dúvida
e pânico em meu rosto. Esperando que eles pensem que é só nervosismo,
estou quase sem fôlego antes de Ana abrir a boca.
Seus olhos se estreitam em fendas enquanto ela me avalia, seus olhos
percorrendo meu rosto e suas feições ligeiramente inquietas, antes de
um sorriso tão brilhante que poderia cegar o sol brilhando em seu rosto.
— Lúcifer disse a você, não foi? — Pode ter saído como uma pergunta,
mas seu tom excessivamente entusiasmado soou mais como uma
declaração aos meus ouvidos.
Acenando com a cabeça suavemente, um pequeno sorriso brinca em
meus lábios, e posso sentir minhas bochechas rosadas. Minha família
ainda está me olhando confusa.
— Nosso sogro é especial assim, ele podia sentir a energia de Gracie
no momento em que suas pequenas células coletaram uma alma.
Respirando fundo, começo a examinar os olhos da minha família
atrás de mim, o espelho refletindo rostos de confusão enquanto eles
começam a se transformar em rostos de pura felicidade irradiando para
mim.
Assim que o rosto da última pessoa clica, percebo que meu segredo
foi revelado. Na esperança de fazer algum controle de danos antes que
Soren volte, eu faço um barulho estranho e bizarro.
— Vocês não podem dizer! Eu quero surpreender o Soren e se vocês
contarem, ele vai descobrir! Aquele homem é sorrateiro!
Risadas altas com risadas leves são ouvidas por toda parte antes de eu
ser cercada por um enorme abraço de nove pessoas. Os braços do meu
tio ainda estão segurando Gracie com segurança contra o peito enquanto
ele abraça Ana e Kimber, a companheira de meu irmão Draxel.
Com uma risadinha.
— Ok, ok, não me façam chorar agora. — Todos se afastam de mim,
mas seus olhos estão enevoados quando olham para mim.
Minha família sabe o quanto eu queria isso, o quanto implorei pelo
meu companheiro, o quanto eu queria ter seus filhos e manter seu
sobrenome, o quanto eu queria o amor incondicional que meus pais têm.
Um amor que começou de uma atração mágica, mas prosperou em
um amor inalterado e não adulterado, e com Soren eu tenho isso, tenho
a oportunidade de ter tudo isso.
Minhas inseguranças ainda estão lá depois de tudo o que aconteceu
enquanto ele estava fora, mas no meu coração e agora no meu estômago,
tenho mais do que alguns pedaços dele que vou conseguir manter para
sempre. E isso é tudo que eu sempre quis.
A voz suave da minha mãe e o toque ainda mais suave chamam minha
atenção enquanto ela limpa suavemente as lágrimas de felicidade que
caem dos meus olhos.
— Foi uma boa coisa termos esperado pelo rímel ou você ficaria uma
bagunça.
Eu não posso deixar de deixar escapar uma risada suave, a alegria da
minha mãe é contagiante e minhas lágrimas secam quando ela começa a
mexer no meu cabelo um pouco mais.
— Bebê, você sabe de quanto tempo você está?
Limpando minha garganta rapidamente, eu aceno levemente antes de
responder.
— Lúcifer disse que estou com quase seis semanas.
— Mas isso se alinha com...
— A noite em que Soren me marcou e depois foi para o inferno. —
Minha mãe acena com a cabeça rapidamente com tristeza enchendo seus
olhos enquanto ela se lembra de toda a dor que eu sentia, toda a dor e
depressão que eu sentia enquanto desejava que meu companheiro
voltasse para mim.
— Este pacotinho é o motivo pelo qual minha loba estava agindo do
jeito que ela estava, pelo menos em parte. Ela estava protegendo nós
dois.
— O que você quer dizer o bebê? Qual é a outra parte?
— Meu sogro diz que quando Soren foi para o purgatório, ele cortou a
conexão de nosso vínculo. A conexão da minha loba com o dele era um
vínculo de terra, ainda não tínhamos criado esse vínculo entre os
mundos, então quando ele me deixou, nosso vínculo estava tentando
encontrá-lo e reparar a si mesmo, mas continuou sendo cortado pelas
separações mundanas.
— Parecia que ele estava morrendo uma e outra vez, a dor era demais
para eu aguentar e comigo ficando grávida, era o suficiente para me
matar se minha loba não tivesse interferido.
— Sua transformação forçada foi para proteger meu corpo externo do
mal, para me curar rapidamente se algo acontecesse e então ela se retirou
para o fundo da minha mente para que eu não pudesse encontrá-la.
— Eu não sabia, mas Lúcifer me disse que ela estava recebendo toda a
dor do rompimento do nosso laço. A dor que eu sentia não era nada
comparada à dor que ela sentia. Como chicotadas constantes de um
chicote.
— Ele disse que toda vez que eu sentia aquela dor extrema, era
porque minha loba desmaiava com a dor que ela estava sentindo, e
aliviava ou ia embora quando ela acordava.
— Oh, Zayla.
— Estou bem, mãe, estou mesmo. Fiquei magoada com o que Soren
fez, confusa, mas principalmente magoada. Eu sei a verdade agora.
— Eu sei que vai demorar um pouco antes que minha loba esteja
realmente bem com Soren e com o lobo dele, mas também sei que ela
está feliz agora, muito feliz com seu próprio filhote que está crescendo e
em êxtase com os arranjos de casamento rápidos de Soren, embora ele
não tenha ideia.
— Isso mostra a ela que ele está falando sério e que a quer, que ambos
querem, e agora isso é o suficiente para nós.
Observo enquanto as lágrimas suaves escorrem pelo belo rosto de
minha mãe, seus olhos violetas brilhando de esperança.
— Estou tão orgulhosa de você Zayla, tão orgulhosa da mulher que
você se tornou, você é tudo que eu poderia esperar neste mundo. Eu te
amo muito, minha filha.
— Eu também te amo, mãe. — Puxando minha mãe para o abraço
mais apertado que posso, eu apenas a abraço, tentando o máximo não
chorar de novo, minhas emoções excessivamente hormonais quase
ganhando de mim.
Felizmente, a porta se abre atrás de mim e chama a atenção de ambos.
A cabeça do meu pai aparece para verificar se a barra está limpa antes de
abrir a porta totalmente.
Ele está vestido com um lindo terno azul royal, com uma camisa preta
e uma gravata azul combinando. Meu pai sempre se vestiu bem, sempre
escolhendo cores que refletem seus olhos azuis, os mesmos olhos que eu
tenho, mas hoje ele está em outro nível. Ele parece tão arrumado que
está me deixando emocionada de novo.
Eu vejo meu pai enfiar as mãos nos bolsos, o desejo de me agarrar tão
forte que ele não confia em si mesmo, o fato se torna mais evidente
quando sua voz cria emoções misturadas no fundo de sua garganta.
— Oh, princesa, você está linda, Zayla.
— Obrigada, pai.
— Eu odeio ter que fazer isso, como se fosse uma blasfêmia dizê-lo,
mas Soren está prestes a desmaiar se não te levarmos até o altar.
Seus olhos reviram na parte de trás de sua cabeça enquanto ele
balança os calcanhares. Eu não posso deixar de rir de seu
comportamento.
— Basta dizer uma palavra, e eu vou mandar ele embora e você pode
ficar comigo e com sua mãe para sempre.
— Pai.
— Eu sei, mas caramba, você é meu bebê, minha filhinha. Eu não
quero que você vá. — Caminhando até ele, eu o puxo para o maior
abraço.
— Pai, se você pensa por um único minuto que eu não estarei aqui
com você todas as manhãs para a corrida da matilha, então você está
enganado. Eu só preciso que Soren me ensine como trabalhar com os
portais e então estaremos prontos, eu prometo.
— Eu te amo tanto, Zayla.
Jogando meus braços ao redor dele, eu o aperto com força,
abraçando-o com toda a força que posso reunir.
— Eu te amo mais, pai. Sempre te amarei.
Não demorou muito para minha mãe se juntar ao nosso abraço, ela é
um pouco mais baixa do que eu e, quando ela inclina a cabeça em mim,
encosta bem no meu ombro.
Depois de um momento e dois beijos na bochecha, os dois se afastam.
Minha mãe voltando a mexer no vestido e em mim antes de finalmente
quebrar o silêncio confortável
— Você está pronta, minha filha?
— Eu nunca estive mais pronta.
Soren
Eu vou vomitar.
Isso vai acontecer!
Eu estive parado aqui silenciosamente, balançando para frente e para
trás, observando a multidão ao meu redor conversar.
Meu pai e meus irmãos estão todos sentados na primeira fila,
conversando animadamente do outro lado do corredor com Silas, que
está sentado do outro lado. Kasyn está sentado ao lado dele, ouvindo e
fazendo seus próprios comentários entusiasmados.
Eu não posso evitar a alegria que toma conta de mim, você nunca
imaginaria que todos nós acabamos de nos conhecer, nunca saberia que
não fomos uma família durante toda a nossa vida.
Meus nervos estão tão à flor da pele que nem consigo entender do
que estão falando, mas a cada risada e tapinha nas costas de ambos os
lados, sei que estão tendo uma ótima conversa, e isso me deixa muito
feliz.
Isso é exatamente o que minha família precisava, o remédio exato
para curar os pedaços quebrados de todos nós. E minha linda Lux é a
causa disso. Ela nem está aqui e ainda assim sua luz deslumbrante é a
razão de toda essa felicidade, a razão da minha felicidade.
A porta da casa se abrindo chama minha atenção rapidamente. Eu
observo com crescente expectativa enquanto as companheiras grávidas
dos irmãos de Zayla gingam pelo corredor, sorrisos gigantes brilhando
em seus rostos, atrás delas está Milani, Ana e o tio Thackery, que ainda
está segurando uma Gracie adormecida enfiada em seu peito.
Eu vejo quando ele sussurra algo para Ana, que apenas balança a
cabeça e sorri, antes deles se separarem e ele levar Gracie para se juntar a
Silas e Kasyn em seus assentos.
Ana rapidamente se senta ao lado de Devlin sussurrando em seu
ouvido antes de perceber que estou olhando para ela. Ela deve ter pena
de mim, porque ela ri suavemente antes de me dar um polegar para cima
e balbuciar:
— Ela está linda.
O alívio inunda meus sentidos e substitui meu medo por uma
ansiedade esperançosa.
Milani está parada na porta dos fundos, o sol brilha intensamente em
seus cabelos brancos angelicais. Ela mexe um pouco com eles antes que a
mãe de Zayla finalmente saia.
Seus olhos estão ligeiramente inchados como se ela tivesse chorado,
mas ela ainda é linda, posso dizer de onde Zayla tirou seus traços
delicados, ela realmente é uma mistura perfeita de ambos os pais.
Skyla olha para mim sorrindo brilhantemente antes de me dar um
único aceno de cabeça e caminhar até o altar, eu aceno de volta um
pouco ansiosamente, o que faz com que ela e Milani riam de mim antes
que Milani se junte a seus maridos e filho ao seu lado.
Sentada bem entre os dois homens, vejo-a beijar os dois suavemente
antes de sua mão alcançar Silas e agarrar a mão de Kasyn, observo
hipnotizada quando ele a aperta suavemente e sorri para ela.
Quando Milani me pega olhando para ela, ela pisca para mim, o que
me faz corar levemente e virar a cabeça. Enquanto faço isso, noto que
Skyla nunca se sentou, em vez disso, ela está parada na frente do meu
pai.
Tento ouvir o que eles estão dizendo, mas antes que eu tenha a
chance de ouvir uma única palavra, meu pai balança a cabeça e se
levanta. Afastando-se sem nem mesmo olhar em minha direção.
Eu não posso evitar ficar confuso quando Skyla, sem nem mesmo
olhar para mim, se aproxima e toma seu lugar designado. Eu fico lá
nervosamente balançando para frente e para trás novamente, a forma
como me evita está fazendo minha pele arrepiar e meu estômago
embrulhar. Olhando para o céu, tento me acalmar, os lindos vermelhos e
roxos flutuando no céu enquanto o sol se põe realmente me fazendo
desejar poder compartilhar essa vista com minha doce Lux.
Onde ela está? Ela mudou de ideia? Eu sei que ela ainda está
ressentida, que sua loba ainda está ferida pelo que eu fiz, mas ela não
mudaria de ideia, certo?
Deus, espero que não. Eu a amo mais do que tudo, mais do que a mim
mesmo, mais do que este mundo. Porra, espero que ela não tenha
reconsiderado.
Lutando contra as lágrimas formigando em meus olhos quando
começo a temer o pior, estou fora de mim, mas com o começo suave de
um violino.
Puxando minha cabeça para cima rapidamente, estou tão atordoado
que quase desmaio. Parada na minha frente está a deusa mais linda que
eu já vi.
Zayla está parada no final do corredor, com os braços em volta do seu
pai e do meu.
Ambos os homens estão olhando para ela com tanto orgulho antes de
olharem para cima e um para o outro e acenarem com a cabeça.
Com um beijo nos dois lados da cabeça, minha pequena Lux soltou a
risadinha mais melódica que já ouvi em minha vida. O som suave e
bonito me faz respirar fundo, e isso faz com que seus deslumbrantes
olhos azul gelo travem nos meus, e assim estou perdido!
É como se tudo ao meu redor desaparecesse do nada, tudo que eu
posso ver é ela, tudo que eu quero ver é ela.
Pelo resto da minha vida, se eu tiver sorte.
Seus passos suaves em minha direção me lembram muito da vibração
das asas de uma borboleta. Assim como a borboleta que começou tudo
isso.
Ela não sabe ainda, mas eu guardei aquele maldito inseto. Eu o
alimentei e cuidei dele durante toda a sua vida e, uma vez que ele morreu
naturalmente, eu o mantive preservado para que pudesse mantê-lo para
sempre. É um presente que eu esperava dar a ela hoje.
Assim que Zayla chega ao fim do corredor, não posso esperar mais,
então saio do meu lugar descendo os degraus até ela.
Quando estou bem na frente dela, não posso evitar as lágrimas que
finalmente se soltam, escorrendo rapidamente pelo meu rosto.
— Você está tão linda Lux, eu não posso.. não posso acreditar que isso
é real, que isso está acontecendo.
— Eu te amo tanto, Soren.
Sem dar a mínima para que ela ainda esteja segurando nossos pais, eu
agarro seu rosto roubando um beijo enquanto digo a ela que a amo
muito mais do que ela poderia imaginar.
À medida que vamos aprofundar o beijo, eu recebo um tapinha nas
costas de um lado e outro pigarro forte do outro puxa minha atenção da
minha linda companheira.
A voz do meu pai, que soa entusiasmada, me repreende baixinho
enquanto Lux e eu rimos.
— Você não deveria beijar até depois do sim.
Esfregando a nuca, peço desculpas rapidamente, o que rende risos de
todos, incluindo o pai de Zayla.
— Uh, merda! Quero dizer, caramba!!! Me desculpe, eu me
empolguei.
Enquanto tropeço em minhas palavras, minha pequena Lux ri
docemente de mim antes de me beijar novamente, efetivamente me
calando. Eu não posso evitar a vermelhidão que esquenta minhas
bochechas enquanto eu olho em seus lindos olhos.
Zayla
Eu vejo como as bochechas de meu companheiro ficam rosadas enquanto
seus olhos se iluminam como se o mais brilhante dos fogos estivesse
dentro deles.
Agarrando sua mão, tento suavemente trazê-lo de volta ao presente
— Soren.
— O que, amor? — Sua voz é tão sensual que arrepios percorrem
minha espinha.
— Leve-me para o altar e case comigo já! Não aguento mais um
minuto sem ser sua.
Quando a última palavra deixa meus lábios, meu corpo é
impulsionado para frente tão rapidamente que nem tenho tempo de
piscar antes de estar no topo da escada bem no meu lugar, com Soren em
pé no dele.
Meus olhos estão arregalados enquanto risos altos flutuam de todos
os lados, todos completamente entretidos pela ansiedade e movimentos
rápidos do meu companheiro.
Virando minha cabeça, eu observo como meu pai e meu sogro
apertam as mãos um do outro antes de ambos irem para seus lugares.
Lúcifer se senta primeiro, seus olhos mostrando nada além de felicidade
enquanto encara seu filho mais velho.
Os movimentos do meu pai são mais lentos, no entanto, como se ele
estivesse apenas esperando que eu mude de ideia para que ele possa me
agarrar e fugir.
— Pai, sente-se. — Sai em uma confusão de risadinhas enquanto ele
em câmera lenta vai se sentar.
Quando sua bunda finalmente toca o assento, ele olha para mim com
nada além de orgulho antes de encolher os ombros.
— Eu só estava te dando um tempo para ter certeza, princesa, sem
ofensa, Soren, mas minha garotinha vem primeiro.
— Sem problemas, eu pretendo ser exatamente da mesma maneira se
decidirmos ter filhos... se isso for algo que Zayla quiser.
Estou presa. Congelada no lugar, tento o máximo que posso segurar
tudo, rapidamente olhando para as pessoas que sabem enquanto luto
contra minha vontade de gritar para os céus que seus desejos já estão se
tornando realidade.
Mas eu consigo segurar. Lembrando a mim mesma que é só mais
alguns momentos e então ele vai saber e minha loba e eu podemos deixar
cair o escudo que estamos segurando em torno de nossos sentidos.
Eu não sabia a princípio, mas quando tudo aconteceu minha loba
protegeu nosso filhote, mesmo quando Soren e eu fizemos as pazes, ela
assumiu a missão de protegê-lo, efetivamente escondendo qualquer
vestígio que pudesse de todos.
É por isso que, quando tentamos dormir ao lado de Soren naquela
noite, ela pirou. Não só ela não confiava na forma adormecida de Soren,
mas seu lobo estava tentando bisbilhotar através de nosso vínculo. Sem
Soren lá para comandar seu próprio lobo, minha loba não estava
permitindo e, portanto, fui forçada a deixar seu lado.
Fiquei surpresa que Lúcifer foi capaz de sentir nosso bebezinho
mesmo com minha loba se esforçando tanto para escondê-lo, mas depois
ele explicou que todas as almas sobrenaturais passam pelo purgatório
antes de irem para seus seres legítimos e que ele é capaz de senti-los
como se eles fossem sua própria alma, mesmo que estivessem
escondidos, e fazia todo o sentido.
Ele também me disse que nunca pode dizer para onde as almas estão
indo quando são criadas. Mas ele disse que se lembra da energia de quase
todas as pessoas e pode senti-la fluindo por ele quando entra em contato
com elas.
Olhando para os olhos de Soren, posso sentir agora com tudo em
mim, que minha loba está pronta para se soltar, ela está pronta para que
seu companheiro sinta sua prole, seu filhote.
Eu posso sentir sua cauda balançando para frente e para trás na
minha cabeça, seus movimentos felizes e comportamento animado
aparecendo através dos meus olhos, assim como o lobo de Soren está
aparecendo através dos dele.
O olhar que ele está me dando é hipnótico e ligeiramente erótico
enquanto vejo seus olhos girando com a cor misturada de seu lindo cinza
normal e seu vermelho vibrante de lobo.
As cores sangrando juntas em uma exibição deslumbrante enquanto
os dois seres se fundem alegremente como um só para me observar.
Com o pigarro, nossa atenção é desviada um do outro e para um
homem que se parece tanto com Lúcifer que é uma loucura. Quer dizer,
eles poderiam ser gêmeos idênticos se não fosse pelas diferenças de
cabelo e coloração dos olhos.
Onde meu sogro tem cabelo escuro quase preto e olhos cinzentos
alguns tons mais escuros do que o cinza de Soren, o cabelo desse homem
é branco puro, com os olhos mais claros que eu já vi. Ele está parado em
silêncio diante de nós com as mãos suavemente dobradas na frente dele.
Seu deslumbrante cabelo branco como a seda, que quando olho mais
de perto tem o mesmo tom do de minha tia Milani, está puxado para trás
em um coque apertado, e seus olhos azuis quase brancos estão brilhando
com algo que simplesmente não consigo identificar.
Quando ele limpa a garganta novamente, desta vez mais suavemente
e sorri para nós, eu tenho uma sensação realmente estranha, quase
nauseada porque meu corpo parece um pouco leve demais, um pouco
alegre demais. E então ele fala, sinto que vou desmaiar e entrar em coma.
O que está acontecendo?
Capítulo 73
INFINITO
Zayla

Tento lutar com minha sensação de enjoo, mas o tom profundo de


barítono do homem sai tão suavemente que quase dança ao longo da
minha pele.
— Olá a todos, obrigado a todos por se juntarem a nós neste dia
abençoado, e obrigado por me convidar para oficiar uma ocasião tão
gloriosa.
Alcançando minha mão, agarro rapidamente as mãos de Soren com
força. Dando a ele um forte aperto ao qual ele suavemente aperta minha
mão de volta. Quando ele faz isso, sinto meu corpo finalmente
começando a se acalmar, a sensação incômoda do homem diante de mim
acalma-se quase que instantaneamente.
Quando ele fala novamente, eu imediatamente sei por que estou
tendo essa sensação. É porque esse homem na minha frente não é um
homem comum, não. Ele é um maldito anjo, e não qualquer anjo, não.
Ele é um Arcanjo.
— Meu nome é Michael e, embora normalmente não faça esse tipo de
coisa, achei que era apropriado fazer essa, sendo que Soren aqui é meu
sobrinho.
Suas mãos disparam e batem palmas em um movimento severo,
sinalizando que ele está pronto para começar. O som parece tão estranho
vindo de suas feições angelicais.
— E então estamos reunidos aqui hoje para testemunhar o casamento
e a ligação entre Soren, o Cavaleiro da Morte e primeiro filho do Arcanjo
Lúcifer, e Zayla King, a primeira filha dos Alfas Zayn e Skyla King, e a
quarta herdeira do reino dos lobos.
— Soren, você gostaria de começar?
Soren

Eu sabia que minha Lux era poderosa, mas não tinha ideia de quão
poderosa ela realmente era.
Já ouvi o pai dela chamá-la de princesa mais vezes do que posso
contar, mas nunca realmente me permiti perceber o quão verdadeiras
eram suas palavras.
Parado ali, atordoado, não percebo que meu tio parou de falar até que
sinto a mão de Zayla apertar a minha. Olhando em seus lindos olhos,
vejo como eles se iluminam quando ela sorri para mim.
— Soren, você quer ir primeiro?
Percebendo que ela está falando comigo, eu rapidamente limpo
minha garganta e aceno um pouco entusiasmadamente.
Trazendo minhas mãos até seu rosto eu levanto seu queixo que está
ligeiramente abaixado, trazendo seus olhos e bochechas rosadas em uma
visão perfeita. Seus olhos brilham para mim enquanto ela se prepara para
as minhas palavras.
E com uma respiração profunda eu finalmente falo tudo o que sinto
por esta mulher, por minha Rainha, em voz alta para nossa família e o
universo saberem.
— Zayla, desde o momento em que você nasceu estou apaixonado por
você. Antes mesmo de você ter um nome, você iluminava toda a minha
existência, me fazendo ajustar minha visão desse mundo.
Coisas que eu achava que eram brilhantes e deslumbrantes, mas
rapidamente descobri que eram monótonas e chatas em comparação
com o brilho ofuscante que cintila dentro de você. Achei que conhecia a
felicidade, pensei que sabia o que era pureza, mas tudo mudou no
momento em que você me falou sua primeira palavra. Você se lembra?
Eu vejo como as lágrimas começam a nublar seus olhos atraentes,
dando-lhes uma aparência de vidro. Quando ela balança a cabeça
suavemente em minhas mãos, não posso deixar de sorrir.
Zayla
— As memórias daquele dia sempre permaneceram no fundo da minha
mente, constantemente me lembrando de onde minha obsessão por um
estranho começou.
— Sim, nunca vou esquecer. Estávamos fazendo um churrasco e saí
correndo atrás de uma linda borboleta azul, nunca tinha visto uma com
asas tão brilhantes antes.
— Mas eu tinha me perdido e não conseguia parar de chorar, foi a
primeira vez que ouvi sua voz, e a primeira vez que você me chamou de
Lux.
— Fiquei tão confuso com o nome pensando que você entendeu
errado, mas você me disse que eu não deveria estar lá e me chamou de
Lux de novo. Me assustou como sua voz era reconfortante para mim e
como o nome Lux me deixou feliz, mesmo se não fosse meu.
— Eu me lembro de ter chamado você, perguntando quem você era,
mas você desapareceu no ar junto com a borboleta que eu estava
perseguindo, e então meu pai me encontrou.
Olhando para a multidão, vejo as feições de meus pais se enrugarem,
sem nunca saber exatamente quanto tempo e quão profunda nossa
conexão realmente era, antes de olhar para trás para Soren. O sorriso em
seu rosto é tão puro que quase dói ficar no meu lugar e não me lançar
sobre ele. A necessidade de beijá-lo com mais força do que nunca.
— Isso mesmo, só que nunca fui embora, não pude. Cada parte de
mim estava grudada em você. Como se eu não conseguisse respirar, não
pudesse funcionar sem te ver, sem ouvir aquela bela risadinha ou ver
você rir.
— Eu sabia que tinha que ficar longe, tinha que deixar você crescer e
se tornar a mulher que é agora, mas mesmo que você não pudesse me
sentir, quero que saiba que eu sempre estive lá.
— Eu sempre estarei lá, porque Zayla, você é tudo para mim, você é
meu sol e minha lua, o sangue correndo em minhas veias. Cada um dos
meus sentidos, cada célula, cada molécula do meu corpo foi feito para
amar você, para agradá-la, e não consigo pensar em um uso melhor para
eles do que isso.
— Eu sei que minhas ações acabaram por machucar você, que eu te
causei dor, mas nunca quis isso, pensei que estava protegendo você,
pensei que você estaria mais segura se eu fosse embora.
— Eu sei agora que foi uma ideia estúpida, e eu prometo que se você
me permitir a honra, vou gastar uma quantidade infinita de nossa
eternidade compensando você. Porque eu te amo pra caralho.
Eu sei que Soren iria continuar, mas não consegui me conter. Então,
em vez disso, me lancei em seus braços, selando minha boca sobre a dele
tão firmemente quanto possível.
Quando eu sinto seu lobo ronronando através do nosso vínculo
aberto, eu lentamente puxo meus lábios dos dele, roubando um beijo
rápido porque volto para o meu lugar.
— Eu também te amo, Soren, caralho.
Seu rosto está iluminado como a mais brilhante das árvores de Natal
e não posso deixar de me apaixonar por ele novamente.
Virando minha cabeça para Michael, rapidamente respirei fundo
antes de me desculpar e fazer um pedido.
— Eu sei que não deveríamos nos beijar ainda, mas eu simplesmente
não pude evitar, então me desculpe. Mas se não for pedir muito,
podemos dizer o nosso sim antes de dizer meus votos? Eu sei que não é
ortodoxo, mas prometo que tenho um motivo.
O rosto de Michael muda de divertido para um olhar curioso antes de
olhar para Soren. Quando meus olhos pegam os dele, vejo como eles,
com grande curiosidade, me examinam para verificar se há algum sinal
de qual é o meu plano.
Quando ele percebe que não tenho planos de falar de antemão, ele ri
e acena com a cabeça para Michael continuar.
— Muito bem então. Soren, você aceita Zayla King como sua legítima
esposa e companheira espiritual, na doença e na saúde e pelo tempo que
neste mundo viver? — Suas palavras me confundem um pouco até que
me ocorre que Soren é imortal, e agora que estamos acasalados, eu
também sou.
Soren

Olhando para a minha Lux, não consigo parar de sorrir, isso é tudo que
eu sempre quis e muito mais.
Colocando minha mão de volta em seu rosto, mantenho meus olhos
fixos nos dela.
— Sim.
Doces lágrimas correm por seu rosto sorridente com as minhas
palavras, a expressão é quase muito para mim, e faz meu coração acelerar
em um ritmo instável.
— Zayla, você considera Soren como seu legítimo esposo e
companheiro espiritual, na saúde e na doença enquanto este mundo
viver?
Sem muita pausa, a palavra — Sim. — Voa para fora da boca da minha
Lux, seu comportamento fazendo aqueles que assistem rirem
suavemente enquanto ela feliz pula para cima e para baixo em minhas
mãos. Deus, ela é tão preciosa para mim.
— Então, pelo poder investido em mim por... bem, meu pai, eu agora
os declaro marido e mulher, você pode beijar a noiva.
Finalmente, depois do que pareceu uma eternidade, estou puxando
minha linda Lux, puxando minha esposa para um beijo que faria corar
todos os céus.
Seus lábios macios estão colocados tão firmemente nos meus que
cada um dos meus sentidos está falhando, fazendo com que meus joelhos
pareçam estar cedendo. Quando ela começa a se inclinar para mim, sei
que seu corpo está tendo o mesmo efeito.
À nossa volta, aplausos são ouvidos pelo que parecem quilômetros,
todos torcendo por nós e, no entanto, estou tão absorto na boca de Zayla
que mal consigo ouvir.
Quando sua língua macia empurra meus lábios e começa a dançar
com a minha, eu quase perco todo o meu autocontrole. O desejo de
marcá-la bem aqui nesses malditos degraus é quase palpável.
Não é até que eu ouço meu lobo gemer no fundo da minha cabeça
que eu percebo que sua loba tem um bloqueio mental, separando nossos
lobos um do outro.
Tento me concentrar nela, mas tudo que posso imaginar é o meu lobo
cavando o vínculo, choramingos altos deixando-o enquanto ele tenta
fazer a sensação passar.
Pairando meus lábios aqui, tento chegar ao fundo disso rapidamente,
cada parte de mim implorando apenas para beijar seus lábios carnudos
novamente.
— Lux, por que você está bloqueando nosso vínculo?
Quando ela solta uma respiração instável, eu sei que é algo
importante e possivelmente algo que eu não vou gostar, e essa sensação
faz meu estômago cair.
Fica ainda pior quando ela se afasta de mim sem jeito, com as mãos
dobradas sobre si mesmas.
— Lux? O que está acontecendo, amor?
— Eu quero... — Ela começa em um sussurro suave tão baixo que eu
quase não escuto, mas então ela limpa a garganta tão alto que as vozes
alegres e felizes vibrando ao nosso redor rapidamente morrem. A atenção
de todos está exclusivamente na minha companheira.
Zayla

Respirando fundo, eu empurro a náusea que está se formando em meu


estômago.
— Eu queria esperar pelos meus votos até depois, porque eu sabia que
meus votos tirariam a importância do casamento e eu não queria que
isso acontecesse.
Quando paro para respirar fundo novamente, percebo o quão
arrogante isso acabou de sair e isso me faz tropeçar em um caso de
gagueira de vômito de palavras.
— Eu não quis dizer isso!!! Seus votos foram lindos!! Não acho que os
meus serão melhores, só estou dizendo que tenho novidades dentro de
mim que vão te deixar feliz. Não que os seus não tenham me deixado
feliz, porque eles deixaram! Eles foram tão lindos e eu te amo muito... Me
desculpe, eu vou parar de falar agora.
Enquanto eu me atrapalhava com minhas palavras, Soren riu junto
comigo, se divertindo com minhas travessuras.
— Lux, tenho quase certeza de que seus votos vão brilhar mais do que
qualquer coisa que eu tiver a dizer agora e para sempre. Você é a maior
luz deste mundo, amor, nunca se desculpe comigo porque você está
certa! Tudo que você diz é mais importante do que qualquer coisa que eu
poderia sequer sonhar em dizer.
Droga! Por que ele é tão bom nisso? É como se ele não pudesse evitar,
tudo o que ele diz é apenas para me fazer desmaiar por causa dele.
Eu sinto que neste ponto eu respirei fundo tantas vezes que estou
quase tonta, mas isso não me impede de puxar tanto ar para meus
pulmões em chamas quanto possível.
— Você está pronto?
— Quando você estiver, querida. — E com o pequeno brilho em seus
olhos eu sei que ele falou sério.
— Soren, no primeiro dia que te conheci eu estava confusa. Eu ainda
não tinha aprendido o que eram companheiros naquele ponto, mas isso
não importava porque eu sabia desde a primeira palavra que saiu de sua
língua que eu pertencia a você. Nada nem ninguém jamais poderia ter
influenciado minha mente. Eu sabia, naquele exato momento, que eu era
sua e você era meu. Foi um sentimento tão primitivo para uma criança
de seis anos e para ser honesta, me assustou muito. Passei toda a minha
vida depois desse ponto tentando e falhando em conhecê-lo
pessoalmente. Tão desesperada para colocar um nome e um rosto na voz
que instantaneamente amei e adorei. Mas você nunca vacilou em me
evitar, mesmo quando você sabia que doía, quando você me viu gritando
frustradamente por você, você nunca desistiu.
Fiz uma pequena pausa para respirar e avaliar a reação de Soren. Seu
rosto estava calmo, mas mostrava um leve nível de desconforto que me
fez sentir culpada, então, rapidamente continuei meu discurso.
— Por muito tempo eu segurei muita raiva e tristeza porque pensei
que você não me queria.
Eu vejo Soren querer começar a falar para se defender, mas quando eu
levanto minha mão ele para, um olhar de vulnerabilidade brilhando
intensamente em seu rosto bonito.
— Apenas me deixe terminar, por favor.
Quando ele respira fundo, em seguida, acena com a cabeça, eu sei que
preciso pegar meu ritmo.
— Levei muito tempo para entender por que você fez isso e,
honestamente, não foi até recentemente que eu realmente entendi.
— Quando as pessoas olham para você, veem seu rosto, veem sua
aparência, são atraídas por ele.
— Mas então eles ouvem seu nome, seu título. E aquelas pessoas que
antes babavam por você agora temiam você.
— Nunca, uma vez em todos os seus anos, alguém olhou para você
por mais do que aparência, mais do que seu título, e então você me
conheceu. Mesmo aos seis anos de idade, eu digo você, minha alma
conheceu a sua e a sua viu a minha, conheceu a minha.
— E mesmo que você tenha tentado lutar contra isso, fugir disso.
Você nunca conseguiu. Você me disse que depois daquele dia na floresta
você nunca mais saiu, e eu acredito em você, mas você também não foi
totalmente honesto.
— Foi muito inteligente dizer assim, muito romântico, mas você e eu
sabemos que sua ideia de nunca partir significava que você ficou na terra
em sua cabana aqui nas terras da matilha.
— Você me amou a vida toda, então se escondeu e tentou me
empurrar para os outros, pensando que eu seria mais feliz com eles, mas
o que você não percebeu é que viveu milhares de anos com a chance de
amar alguém no mundo que você desejou. Mas eu...
— Eu nunca amei ninguém além de você. Tenho vinte e um anos e
antes mesmo de meus olhos se abrirem neste mundo meu coração já
estava tomado, já era seu. Sempre será seu, porque você é o meu destino.
— Tire seu título, tire tudo isso, eu não me importo, eu ainda te
amaria, ainda te desejaria da mesma forma.
— Você me diz que me ama, mas isso nem começa a explicar o quanto
eu te amo, o quanto eu te adoro.
— Você nunca vai entender completamente a necessidade dentro de
mim que bombeia tão fortemente em minhas veias só de ver seus olhos,
de tocar sua pele e ver você sorrir para mim. É como se eu não pudesse
respirar sem você, não pudesse funcionar sem você. E é ainda pior com a
porra dos hormônios.
Eu paro para rir um pouco, tentando forçar as lágrimas nublando
minha visão para decidir se elas vão cair ou ir embora, mas quando meus
olhos caem de volta em Soren, o destino está decidido.
Ele tem o mais suave dos sorrisos em seu rosto. Suas bochechas estão
úmidas e seus lindos olhos estão levemente inchados e vermelhos, mas
eu não acho que já tenha ficado mais hipnotizada por ele.
— Eu te amo Soren, eu amo suas partes fortes e fracas. Eu amo a
cabeça dura e o doce rubor, seu comportamento calmante e sua mais
forte raiva, sua franca honestidade e humor suave. Tudo. Eu amo cada
parte de você.
Eu tinha mais a dizer, mas meus olhos estão marejados e Soren não se
importou, como eu fiz com ele, ele puxou meus lábios profundamente
nos dele, nós dois não dando a mínima para quem está assistindo
enquanto aprofundamos o beijo.
Estou tão hipnotizada por esse beijo que tudo vai sumindo, até minha
loba começar a ganir na minha cabeça perguntando se está na hora. Seus
movimentos animados e espasmódicos trazem um sorriso ao meu rosto.
Quando eu dou sinal para ela ir em frente, puxo Soren ainda mais
perto de mim, ambas as mãos caem nas laterais do meu estômago, mas
ele nunca perde o ritmo.
Eu mentalmente vejo minha loba abaixar o escudo que ela colocou
em torno de nosso filhote. Quando começa a cair, um baque fraco pode
ser ouvido por qualquer pessoa a menos de três metros de mim.
Assim que o som atinge os ouvidos de Soren, ele congela no lugar. Seu
corpo está rígido como uma estátua sem mover um músculo, mesmo
quando eu sinto seu lobo, ele está agarrando o laço para chegar ao meu.
Quando meu lobo abaixa totalmente o escudo, o baque antes
silencioso se transforma em uma poderosa melodia cheia de tambores,
enquanto o coração do nosso bebê bate fortemente em seu pequeno
peito.
Os lábios de Soren, que ainda estão congelados nos meus, começam a
se contorcer levemente antes que eles rapidamente e sem aviso sejam
arrancados de mim enquanto Soren cai de joelhos. Seus braços envolvem
meu corpo com força enquanto ele empurra a cabeça em meu estômago.
— Você está grávida? — Sua voz sai tão quebrada e emocional que
força um soluço a sair do meu peito.
Estou tão emocionada com sua reação que não consigo nem mesmo
falar, em vez disso, aceno suavemente, embora sua cabeça esteja
pressionada com tanta força no meu estômago que ele não pode me ver.
Ficamos assim por um momento, antes de me virar e olhar para a
multidão. E quando eu fiz, percebi que todo mundo está chorando. Até
meu pai.
— Você estava certa.
Puxando minha cabeça para baixo para olhar para Soren, seus olhos já
estão olhando para mim. Há tanta emoção girando em seus olhos que,
embora eu tente limpar minha garganta, ainda acabo gritando como um
rato:
— O quê?
Com uma risada
— Você estava certa, seus votos eram melhores do que os meus. —
Escuto sussurros contra meu estômago antes de Soren se levantar,
agarrando meu rosto com as duas mãos enquanto o faz.
— O amor nunca é aleatório, Zayla, é sempre escolhido por nós,
gostemos ou não. Você não tem ideia de como estou feliz pelo destino ter
escolhido você para mim. Eu te amo muito mais do que minha própria
vida, vocês dois.
Enquanto Soren fala, sua mão esquerda desce pelo meu corpo até
pousar no meu estômago.
— Vocês dois sempre serão minhas lindas luzes brilhantes, eu nunca
vou ser capaz de dizer que os amo o suficiente.
Beijando meus lábios suavemente, Soren então se abaixa e beija
minha barriga.
— Nem eu, Soren. Lux e eu amamos o pai dele muito mais do que
seremos capazes de dizer a você.
Levantando-se rapidamente, Soren colou seus lábios nos meus
novamente, desta vez uma mistura de nossas lágrimas pode ser
saboreada dentro do nosso beijo, mas eu não me importo e ele também
não. Em vez disso, despejamos cada gota de emoções que já tivemos
neste beijo.
Porque finalmente Soren e eu somos verdadeiramente um, nossas
almas estão verdadeiramente conectadas. Eu sei quem eu sou agora,
quem ele é, quem nós somos.
Meu nome é Zayla King, eu sou a esposa e companheira de Soren, o
Cavaleiro da Morte, mãe de seus filhos de agora e do futuro, e Rainha dos
Ceifeiros.
Minha caminhada até ele nunca foi fácil, mas é uma que eu nunca
desistiria, nunca mudaria por nada neste mundo, porque sou feliz e estou
apaixonada pelo meu Rei, pela minha Morte.
— Eu vou te amar para sempre Zayla.
— Eu vou te amar pelo Infinito Soren.
Fim
Continua no Livro 2…
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