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14 As relagoes domésticas: Entre amor € dominagio! Introdugao f | psiquiatria tem como preocupacio primeira adoenga men- PA. tai. Com o desenvolvimento da psicodinamica do taba- TX tho, esta preocupagio inicial desloca-se, progressivamen- te, para as condigdes que possibilitam a normalidade, ou seja, as condigées da luta contra a doenga. Devo lembrar que, para a psicodinamica do trabalho, a normalidade e, com mais razao ainda, asatide nao sdo inatas, nao sao “presentes” com os quals somos agraciados pela natureza, € sim 0 objetivo de uma Juta sem wé- gua e que, em detrimento de todo 0 nosso esforgo, termina, um dia, por nossa ruina e por nossa morte. . No ambito da psicodinamica, encontramos sempre, aqut . ago como desafio da luta pelt descompensisi° psicopa- Se nao consi- ia identidade satide ‘mental. Por ot outro 0 lado, toda a ise dei tolégica est4 centrada em uma ¢ amour ct estiques ent Traduzido de C. Dejours, “Les pp" domestid domination”, Paris, jul 2001, mime? Digitalizado com CamScanner como dimensio contingente dos eam Portamentos j : = ado pelas pesquisas de Danial ses de identidade 2” se como fazemos em relacio . boat ede Helena as relagics sociais de sexo so indissocigvels daa tamos um pressuposto em v conven ade que cis das irtude do € borg © . tude do qual, para , Pea, de trabalho ¢ de que as relagies soca homens ¢ das mulheres i as questées colocadas pela dee Pate deve oe erat # ve Ua Hei yo caso de crise de identidad unicamente mae prosutive- ee Leo sobre o fo de que nao ha : extraordinérias, O corolario deste a em situa independéncias i ee vee del Fannin identidade psicoldgica pode e deve ” € We a guess, TE ei dota ser afastada ¢ ser confiada a especialist ; * Social i ‘onfiada a especialistas: os psiquiatras. Esta rea ‘oogi oe agora nao abordei ainda a questio especifca do trabalho natureza da identidade esta equivocada e é ficil nnn sfera_privadla, porque meus meios de invesigagio assent na esfera Se levarmos a questio da identidade posigio analitca entre amat bale. © ins- Jispunha baseavase a ideia de que a cncialmente por realmente yamese SODIE 2.0} frumental tebrico de que ¢ wept da Wend psicolia as duas dindmicas distintas: cessério entao consideré-la na an na imeapretagio dete 6s comportamentos humanos, sem excecio. Se reales” s i foras. sim, € necessdrio questionar nor amente tanto a teoria social eomy a teoria econdmica para ouvi-las sobre que lugar oferece explic smo no amg sil con sna de prods Dx Adinimica da realizagio de tamente a esta dimensa siderando, em primcito lugs © em suas respectivas preocupagies. apo ei, CON Uma teoria social que nao tratasse da questio da identidade EX Adindmica da realizagio desi mesmo" si jmeiro lugar, 0 amar na andlise das relagdes sociais nao seria consequente, pois a sci siderando, em primeito gat 0 ame : jo para tate dade para a qual claboraria uma tcoria nJo seria uma sociedade de FSisari de tudo o ral rel te ecient fc axe o ao ducio| Na = seres humanos comuns, mas de seres ficticios, a exemplo da eo mene do bal dC ie meme nomia, que traga sua doutrina fundada no homo eeconomins Em Be jos comporamenos si orem 5 pare ole 0178 outras palavras, preocupar-se com a identidade pscolgies<® in dn detiae“™9 ciéncia social nao justifica a pecha de psicologismo oe cease i di ic sexe 7 dee aol O00 Mutatis mutandis, a teoria das relagées sociais de ee - pn it igi icologia ¢ da psican# Fata €D.See ME Tho esti no direito de exigir da psic ee oma wer Hi ant a a 0 a teoria do sujetto.” : ju travall ns, 19 «ep tone ambas integrem 0 real do social na te vr que alute pe iden 2, Pats 0 Tg « 7 > demonstrar que 4 “cal 1 teovia das relagoes sociais pode demonstrar due", pat ec Dees Ot on ¢ apresenta da mes! 7 “Adolescence, tidade ¢ pela normalidade nio s um homem e para uma mulher. © - Digitalizado com CamScanner Topostas Para artiscar hoje g mas -asos ama-se sem que que anos atris, quando se trata de reprodugao. Acredito sexualité chez Freud", s, Presses Universitaires 3 = jor ea sexualidade, e sim — ise das relagies entre esses t8s novos tes jor uma autora.cm uma publicacio soby mos foi 4 identidade: ‘Qual problemdtica? apresentarci aqui sendo algumas poucas refer tico. Sua lade nao é um conceit cio traz. problemas sérios do ponto de ‘e-me impossivel nao usé-la, na medida em que a identidade = assim como a normalidade ¢ a satide ~ é, no curso de toda a | o tributo de uma conquista ¢ conserva cera precariedade. porque 05 proces- propriamente psican: ali rico, Todavia, ‘A conquista da identidade torna-se sos pelos quais cla vai se constituindo sio submetidas a certos dcterminismos fortes ¢ contraditérios:. ‘no centro do_qual eu atribuiria A. Um determinismo biolégico, a ‘um papel central ao instinto devinealo() cristaliza soba for |X. Um determinismo psicofamiliar, que * ~de- social que afronta ca indivi social de género er 6 — M, Salmona, Les des savoirs, Patis, Digitalizado com CamScanner Y FP Chrigyphe Daj ) tais externos conhecidos no nascime situar como identidade sexuada ou, m } tidade “penerada” ~ identi defilienagde: le uma ide dle fessoal) Mas geram também, na esfer "a identida. at subjetiy contradigoes, , profundas Lutar para construir a sua identidade Pessoal consiste em pro. nissos em diferentes eseq desestabilizar cons curar, ou mesmo € » inventar compro Fagmentah E pela formagio ~ quando ela € possivel ~ de uma forma sine gularizada de compromisso que o sujeito alcanga e afirma aiden, tidade sexual que the ¢ propria. E na esfera da identidade, se isso for humanamente possivel, que emente 0 suj to. c concretiza e que se afirma, na 0 que sobressai e € proprio a liberdade. 7 cesfera subjeti Ao obser ¢ conjunto de preliminares, a identidade psi- ica define: y € como procura do sentimento de unidade da per- “sonalidade ~ ¢ detrimento das pressdes exercidas sobre 0 sujei- | to pelos diferentes determinismos que cerceiam o comportamento ~ € como sentimento de continuidade desta unidade, em detti- mento dos constrangimentos que levam a amordagar, ¢ que 0 Provenicntes de circunstincia mas ou de movimentos pul- sionais que afetam a identidade er Amago. 5 Nesta concepgio de identidade, assim, a alienagio vem pr meiro; a\identidade c cla emancipagao vem depois: Fentidads como luta pela emancipagio vem depots gscomPo” ug? para p Entre amor edominagio entes do amor » amor esté envolvido nas rclagies socias de repro- pier ane ee ji selar para um determinismo nio social qualquer éa hordar Oe Nao se deve procurar nenhum determinsmo para a mat «ela de ordem anatémica ou biolégica, sea sexual ou er6- (os de que 0 amor é outra coisa, diferente do eos Lembremo ilierente do biolégico, Se podemos sustentar que o amor ‘a organizacio das relagdes de reprodu- deeque exerce Um papel io de deteinagio masdema- se ie repronugio das relaies de repoduo- Der que me tha um papel determinante ou primordial, amor nao desempen! amor nao d 08 pins s relagBes de dorninagio na eseraprvade, no const con eal nntingente. Em outras pala do em confer ao amor um papel contingent, Em oP ‘mast diante da andlise da repetigio «da reprodusio ds 806° de dominagio no espago-psivado, & referencia a : eae i i yelo menos condigao necessiria, embora nao sejt safe eee meee cesta ideia que irei desenvolver neste tes0; 0% J sustemtam € neira: as relagbes de di aio ce ain rae se alimentam da depe! ina qu oe ceiros de uma relagio amoross- wert oi ad no; ott helactine) sit tig sexual € esempenha Um papel ni nsigo mesmo, enquanto 0 amor é ene amor « identi °° a, Nao ha jamais neutrali de, Amar uma peso? Digitalizado com CamScanner imagem minha capaz de me transm, 4vel de mim mesmo ou, a pemitir uma + 40 contratio, \gra {que desestabilize a minha identidade pe Post 4. amor implica ndo apenas um risco para a — caernco para a economia erética. O encontro exético le, mas ser amado pode acender 0 desejo, mas pode também = ° ‘a eritica da frigidez, da falta de excitagio, levar a da anestesia afetiva em relagio ao ser nada Ba a unitetura do corpo erégeno colocado a a or amor representa um risco maior para a nit experiénci do vazio e meio da arg} corpo a corpo, 0 tividade. O amor, enfim, implica um terceiro registro ainda mais ob: obs- curo, mas largamente ilustrado pela clinica ordini , ou seja o registro do vinculo. O vinculo é um comportamento instintivo inato. Manifest com o calor da pele do parceiro ou de ou- €é de antemio orienta- a-se pela procura do contato dire- to com 0 corpo, comportamento instintivo 5 ao outro ¢ constitui a base insubstituivel do « ¢ psiquico, ao mesmo tempo em que tro ser. O do em direga desenvolvimento fis biolégico, sobre o qual se do uma crianga manifesta est em relagdo a um adulto, ele provor nvolvimento ou de enlace, protecio, de alimentagie, 4 desenvolve a comunicagio. Quan- ¢ comportamento de vineulo 1a no adulto um compor de cuidado, de ma- tamento de ue se designa ternidade, d retrieval.” a maneira, 0 o entre vinculo ¢ retrieval é, de algum: te a0 adul- relagio primeira do ser humano, que perm N dot] belecer salvar”, “restal 5 recursos ~ incluindo-se pobilizat ses ee mrxe cultural = para ajusti-los as necesidades do lem pro- gee fungio das modicagies que se ete da 1g — no sentido que reveste este termo em seus pernard. Em decorréncia de um processo de. na se de rerpalisado por Jean Laplanche, a targ Le econ gsivamente contaminada, depois subvertida ay ee pelo adulto. Este process fo ancislo ob 0 2 se . sedugio generalizada’* le versio — dita “subversiolibidinos” de orem bils- Esta sul em Pr se completa, veito da ordem erética~,contud, sormlmene no ideixando na maioria de nés um esi de compor semenro instintivo de ‘vinculo. A importincia dada a este com- yporcional a0 que, na relagio adultocriang, fot portamento é pro] frustrado, extraido da subversio ibidinosa pelos impasses da se- sualidade dos pais: © que distingue economia ertia, sco snsts da econo- a, a dimensio rest- cea simultane) di- tre: ois eres fase 80m das exude € ames] culo contbui Pa # fonmagio nia do amor € precisam dual do vinculo faz.com 4) ica. O vinculo en enquanto @ cao deste ‘vine i ai sa enquanto ta da relagao amorosa EnGUENT se fund Mas a relagio de vine yo relaggo de dependéncia a i 2 na relagio do, introduz na relagao a nasi0 mensio_erdti relagdes amorosasy visivel. A estabilizas tica sem amor, ¥ 8 J, Laplanche, Digitalizado com CamScanner = ma composigi de tres de trés elementos dig 0 vinculo. > uma tio longa é porqu SUM Vesti : i > dos comportamentos humanos ¢ em a 7 n sua nio € pelo lado da biologia sexual que g . 1, mas precisamente pelo vinculo. deve pesqu Amor e relagio de servigo na esfera doméstica culo for verdadeira, ela deve incidir néo penas na organizagio da relagio amorosa, mas também na or 1 doméstica, até mesmo nas relagées tarefas a serem exccutadas pelos parceiros — visto que, em todas as situagdes de crise que afetam um casal, essas relagdes sio determi ntes em tudo o que poderd unir ou separar os c6n- ig ou parceiros. Mais precisamente: se a divisao sexual do tra- 10 ea relacdo de servigo sio mais ou menos estabelecidas nas relagdes amorosas, nao € apenas como sedugio sexual erética que clas se fundam, m: ainda ~e€ af que podem complicar hastnis 1s ~ como Gependéncia afetiva. ) ; ae alo e submissio pincular clagiio de V lacio de dey A rele : m ndéncia, . enagio de s . ” ou soja de thier sua propria autonomia psiquica ante 0 *alienagio da autonomia stBjetiva are um pag do Se o amor € uma relagio recfproca, supe que, de am. ine partes exist & propensio a submissio. Masa prova da pas a8 ; eto pode manifesta ou ser nego diferentes ma su src ¢ bem possivel que a forma deesailizagion qual else neil concretiZ: varceiros. E realmente evidente que, ao promavero registro sub- pa a ¢ se equilibra no seja a mesma para cada um dos Persgo/dominacho, a felagio de vine expen as proves de ripe de forga da iniquidade dos posidanamenes ees Vinculo ¢ retrieval nas relagoes entre adultos A relacio de vinculo é,além disso, ums relagio entre dois t- pos de comportamento muito diferenciados ~ : de vinculo deflagra, em rt0r0» mesmo que com plementares: 0 comportament® ‘um comportamento de dedicagio. Na perspectiva psicanalitca inte’ que toma esta relagao de dedicas rearticulada pelo sexual, hos preocupamos pelas rela fera doméstica, ocorre 1° ‘ me ceca também estar na confluénc? tagio de servigos- No polo oposto igi ser observado como bu Digitalizado com CamScanner LISS abrago etc., mas em caso de privacio, cle pe » cle permite osu ‘Je comporamentos coléricos ¢ violentos sobre © parcee pare priva dessas manifestagies. O vinculo esta sempre TO que o demanda, o retrieval do lado do desprendimento, dodo th » do doar-se coms dom que envolve 0 corpo.” ‘A dependéncia/alicnagio na esfera amorosa tem a ee valiz , dade de ser um jogo realizado por dois adultos ¢ mobi da um dos parcciros, simultancamente, comporta Wzar, em > mentos de rerrieval e comportamentos regressivos de solicitagio de atencs ou de cuidados, tanto por parte do homem como da male Ga do,em uma relacdo amorosa, um dos parceiros resolve et possiel tré-lo de volta jogando com a relagao vinculayetira Scja ameacando-o de privagio de dedicagio ou mesmo de sa dogo, susctando nele uma nova demanda por carinho e submis- sio, correndo o risco de provocar ainda a sua raiva, ou, a0 contr- rio, oferecendo-Ihe retrieval por uma atitude de submissio no do- ininio sexual ou no desvelo € nas necessidades do corpo do parcei- ro. Ora, se, em principio, os jogos de posicionamento podem in- se em um sentido ¢ depois no outro, entre os parceiros, na é o que ocorre. Observamos antes uma polarizagio pratica tJcsses relacionamentos em direcio & desigualdade estabilizads verter Polarisagio da relagdo de vinculo e relagio de dominagio sicionamentos lentes: aquele ese submet®- Em relagéo 4 economia do vinculo, os dois po de dominagio ¢ de submissio podem ser equiva que domina nfo pode mais privar-se daquele aM niversitaires de Frant’ Paris, Presses U! pete colt, 9 J. Bowlby, Attachement, tomo |, F ion: Angoisse oH 1978; idem, Anxiety and anger — La séparat Presses Universitaires de France, 1978. pele se ata, Inversamente,a lomin queleq sodor que se submete pode Ferm vornar 0 outro dependents, ofercendotke we o-lhe servigos. aml ‘ am relacio a0 trabalho ~e nfo ao vit ‘vas em rekagto ao trabalho ~ eno a0 vineulo a dvsio nso € mesmo profundamente desigual, Aquele ncarregado de todo o trabalho e tarefas omit. geqquitativa® submete ée F portanto plaust termo, sor pub casos em que © “apresso explicitamente como qa cehe sakes ( problema psicoldgico é mals perepiel quando aparece uum conflito sobre a reparticio das te Darante as crises conjugais, os cnjugesencontan se fiequen- Temente no Fimiar da ruptura, quando comes 2 chantagem da for capaz de sobrepor a vontade de Se a alienagio rio que um dos cnjugs code Emm casal tido 4 dominagio do parc ~excetuados os desejo de submissio em forma de feminino for separagio. separagao, € necess4 veual, em regra, é a mulher que coe Pera!) isco, egundo 0 hetero: DiferenciagGes de pours em reac” sub sexo € 0 enero O clemento decisive, «+ negagao de ceder, poderia negacfio da dimensio de dsbch Podemos, a relagdo amorosa- 08 ki reflexiva desta desobediencs e Mas podemes ® star liga mente, no outro- cepgfo desta depe © ow seja opor-the evitar a humilhasie 0 eq Mh investgasio mente nao tém, em relagie* 46 Digitalizado com CamScanner mens frequentemente aptas a reconhecé. nas crises que opdem os p: De-sorte que, no limite 4 arceitos de uma mulher que se submer 4 a pro. tclagig posigio de deminagio. Pata explicar } OULT no tral, a ho reprodutivo, ‘a ivo, 0 terceire no U Negagito ow reconhecimento da diferenca anatémica entre os sexos A investiga clinica com criangas entre 18 meses ¢ trés anos mostra que os meninos e as meninas nao reagem da mesma for- percepgio da diferenga anatémica entre sexos, ma em relagio ‘As meninas reconhecem essa diferenga € manifestam frequente- mente, logo apés a descoberta, sintomas que reconhecemos cli- nicamente como préprios da depressiio e por um trabalho pst- quico de simbolizagao. A tendéncia dos meninos ¢ fugir da ques- tao por uma simples negacao da percepcao da diferenca anatémica, iniciando, quando os adultos insistem em fazé-los reconhecer a diferenca, um processo de reagbes agressivas: Esta abordagem que envolve a diferenga anatémica nio con siste em retomar a ideia freudiana fortemente contestada, eB do a qual o sexual seria falico ¢ 0 feminino castrado seria HN a anatomica sexual. Ede se conservar a descoberta da difereng a cova Yorks 10H. Roiphe ¢ E. Goalenson, Infantile origins of sexual identity ra OR International Universities Press, 1981. “entre 08 SEXOS) um enigma ¢ deixar ma pergu el ¢ muito excitante para toda jrredut ow menino- cis por esas criangas, res tes, aqui, nio so de formas gas, mas precisamente o que cles nio dizem, que é pro- nas € veniente di rneira extremamente forte na crianga, a partir d Je sua propria relagio com sua sexualidade, ¢ que age de mat onsciente sexual, sobre 0 qual cle no tem q Negagio ou reconhecimento do rel na relagdo subjetiva com 0 trabalho ‘a com 0 a ar a propésito da re : Jaboram estratégias de ‘6s homens el into no_trabalho ques Como tentei mostr trabalho na esfera produtiva, defesa para lutar contra o sofrine - cialmente, sao organizadas em tor? anes da negagao do que se faz conhecer por s* nio téenico do trabalh Assim como: rentar estratési tenden- justamente, no reconhe do fracasso quel sane mental LL C.Dejours anal Digitalizado com CamScanner spe Dejours ivo, 0 contro, durant Do ponto de vi 1 dependéncia/alienagio ¢ 0 que a veicula em ter. ¢, tendencialmente, de submissa io ns de perda de sobera rete, fandamentalmente, 0 sujeito a perda do controle, a0 f so € 1 humilhacio. Tole, a0 fra. Qi profissional, o homem, para fazer frente 4 ao sfrimento ou 20 edo que implica a relagio com 05 rises OF imerentes ao seu dia-a-dia, deve participar de uma estratégia coletiva de defesa centrada na negacio da percepgio deste ris- | coe ainda comprovar a magnitude de sua virilidade, nao pos a relagio com o: {vel inverter esta posicao psiquica na esfera privada sem que obra provoque — ou facilite — uma desestabilizacéo psfquica que o colocara em dificuldades em relagio a0 seu tra- \ balho. Persistir com teimosia na negagao de sua dependéncia em relagio a cénjuge permite-lhe consolidar a negagio pelo real, ou scja, daquilo que significa a experiéncia dolorosa da perda do dominio. Encontramos, aqui, no apenas um problema de coeréncia psiquica entre as esferas do trabalho ¢ do ambiente fora do trabalho, mas o problema mesmo da identidade como procura de uma unidade estavel e continua, no ambito da iden: 1 nea) DUNO & PRE tidade viril. | ‘A mulher, que, de seu lado, sabe melhor reconhecer 0 absur do eo embaraco da negagio de percepgio do real, cede mais facilmente que 0 homem, porque ela sabe que sua negativa em ceder confirmaré a resisténcia A realidade, fazendo com que des ponte 0 espectro da separagio. Mas ~ faco questo de insistir nisso ~, essa teimosia do ho- mem em negar o real s6 perdura enquanto essa propensio negagdo finca raizes na negagio infantil que se poe @ questi da percepgio da diferenca anatémica entre 0s Sex0S- ‘Ateimosia do pomem, qe fe a mulher a ceder nas crises conjugais, no ge aliment de forma alguma no realismo do homem Ae s aria preocupado com seus intersses. Ao conti, c , fonte da exacerbacio de sua(negava infantsem cern que the 99 Mecer 0 real onde se cNCOMM oF PRG FOr a deemina- ‘o homem em nao ceder. Apenas secundariamente ele ex- pra, na formagio do relacionamento d dminago diane das Pitas da esfera doméstica, a Yamagem qu The i a sain tr dade Eo paradoxo, do lad ds mules ese €or sao nas ea do que o homens qv pei SM) Oy Gyuusrras doe Cemveagend gio err Negagdo do real na relagio subjetoa ddiante do trabalho doméstico © trabalho doméstico ~ como insist vio ane) PAP cularmente Danidle Kergoat vB secon de sua composigao é determinante PM AT que diz respeito abordager dinimica, ve ae var uma distingio pelo menos, centre 0 que oe de cfo de desvelo € 0 ave diz sep aco de Si servico, das tarefas propriamente ie aa sisie reGine particularmente tudo o ques” relagio 408 = ‘A relacdo de desvelo diz e020 BU ides dos corps: corpos ¢ as necessida ae pos, as doengas, 2° envelhecimen oa ses Gud OOP eon =. at de Le pp S00, ie Ee wabverion)” Tappons soeiaux3 465 Digitalizado com CamScanner stophe Dejours retrieval acima mencio ni onado. Sy. as do corpo, a Yo corpo, com o que» S, aversbes, des, sangue, pel 8 estados do corpo sf n prov tia ante a pereni ou de seu deel; de seu prépri ro e¢ de seu envelhecimento. nens frequentemente dio prova de cert es erta co- p-se dessa dol rosa percepgio e atribuindo- nento, Negam a cor mesmo mov peténcia Je, do tato, a necesséria para en- mpaix: Jo, pois pressupde o reconhecimento do real ea am este ato de negagio pela agio das competéncias, que declaram absolutamente como bem o mostraram Danitle Kergoat ¢ Helena Hi O ponto de vista que tento defender é que a reproducao das c dominagio/submissao na esfera do trabalho de re~ 5 condigdes de reiteragio nas preocupa- identidade ¢ na infantilidade: 1¢do encontra s irred tiveis da Tata pe \\ a titulo de residuo d culo que nos adultos gera, inevita- velmente, a desigu Jo diferente ao reconheci a sua origem 10 alo de uma rel: negagio da percepgio do real, que tem narcas do infal ente para o am tem domina Quanto a saber como, tro desta ero, seria necess neil mudangas psfqui mista do trabalho na parccitos, é possivel conju nbito 40, para terminar em um ,« termos, a dominagio também decorré ‘drio termedirios entre a anatom sim, a {Srmula proposta Por de desaté-los. Essa an que a pesquisa cesfera doméstica " icas cada um dos parceifos os homossexuais. Coneluséio Para situar me logica e poder concluin identidade ¢ da satde 2.3 i sexo, nao cond género encontr® -se nO a diferenca anatémica dos de dominagio/sub- 10 so inexpugniveis das relagdes incessantemente as egociagdes no seio do casal, nao é nia de um processo que tem na origem as rages sociais de uma promogio origindria do a sexualidade infantil. no centro desta economia da domina- rar a reiteragio das relagdes sosiais de gé- dar inicio a uma ¢ scussio sobre 05 clos ica — etomando, a8 ia ¢ a pol -eama Jicole Claude Mathie ve se estudarmos #8 -onfar- é possivel je uma di a Digitalizado com CamScanner Christophe Dejours origem das rlagdes sociais de genero € seguramente na ° os seima construcio social no pleno sentido do termo, tal on al definido por Christine Delphy-* ‘omo © que permite a anilise psicodinamica é a negagio d da intcriorizagao social pela aprendizagem, a relacio defeat ou a dominagio simbélica. Parece-me mesmo que a ‘dein a4 jnteriorizagao do social para compreender a reproducio dog géneros é também questionada por certos estudos femininat particularmente na tese da “melancolia de géncro”, proposta por Judith Bulera no Gender trouble ¢ retomada no texto "The sexually unperformable”, que situa também entre 0 social ea orientagao da escolha sexual o clo intermediario da encarnagio, plantagio do género na ou das modalidades complexas da formacio do corpo. )! Encontramos, assim, entre 0 corpo anatémico e 0 corpo erégeno. O que dé precisio a Jabordagem psicodinamica, cujas linhas gerais proponho aqui, € {que os principios da reiteragio ¢ da reprodugio das relagies de dominagio tém raiz.no que permanece de infantil em todo adul- to, mesmo se considerado um adulto social. E mesmo surpresn- dente que o locus por exceléncia da desigualdade entre 0s #6 a relagio entre 0 adulto € a erianga, que € um umano fez. uma e% las relagoes de domi- esta concepgii, a diferenca fundamental humanos — ou s¢ invariante antropolégico do qual todo ser hi perigncia — ndo tenha lugar na teoria social-d ces humanas. * nacio que atingem todas as rela i , oe aS i mn im Fixar um papel especifico a infantil ba sori soa tm ae i f . racional plicagies na concepcao ¢ nos objetivos que podemes ns Syllepse 14 C.Delphy, Lennems principal - 2—Penser le genrés Paris, Edit 2001, pp.336-341 ix & Tota pela emancipaio ds mutha stra do ponte mmo aguo_ dos homens it apa . eas onaparda cones sn wri d lise leva a incidéncias profundas, no meu onto de vista, jnvestigagao das crises conjugaise sobre a pritica de re- desavencas, No plano teérico, coloca a questo da sobre # media tis. maneira com Cae .0 0 genero pode também ser ejtado auger um 3 Digitalizado com CamScanner

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