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r a m á t i c a

G u n d a m e ano
9
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F Douglas Tuf

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P TU...
G UÊS...
Douglas Tufano
Licenciado em Letras e Pedagogia pela Universidade de São Paulo.
Professor do Ensino Fundamental e Médio em escolas públicas
e particulares do estado de São Paulo por 25 anos.
Autor de várias obras didáticas para o ensino de língua
portuguesa no Ensino Fundamental e Médio.

m á t i c a
Grau n d a m e n
F
t a l 9

3a edição
© Douglas Tufano, 2017

Coordenação editorial: Mônica Franco Jacintho, Cecília Kinker


Edição de texto: Cecília Kinker, Solange Scattolini
Assistência editorial e preparação: Solange Scattolini
Pesquisa de textos e propostas de atividades: Ariete Andrade
Gerência de design e produção gráfica: Sandra Botelho de Carvalho Homma
Coordenação de produção: Everson de Paula
Suporte administrativo editorial: Maria de Lourdes Rodrigues (coord.)
Coordenação de design e projetos visuais: Marta Cerqueira Leite
Projeto gráfico: Patricia Malizia
Capa: Mariza Porto
Ilustração de capa: Shutterstock
Coordenação de arte: Carolina de Oliveira
Edição de arte: Regine Crema
Editoração eletrônica: Essencial Design
Coordenação de revisão: Elaine Cristina del Nero
Revisão: Ana Paula Felippe, Andrea Vidal, Paulo Maretti, Renato Bacci,
Renato da Rocha Carlos
Coordenação de pesquisa iconográfica: Luciano Baneza Gabarron
Pesquisa iconográfica: Mariana Veloso
Coordenação de bureau: Rubens M. Rodrigues
Tratamento de imagens: Denise Feitoza Maciel, Joel Aparecido, Luiz Carlos
Costa, Marina M. Buzzinaro
Pré-impressão: Alexandre Petreca, Denise Feitoza Maciel, Everton L. de Oliveira,
Marcio H. Kamoto, Vitória Sousa
Coordenação de produção industrial: Wendell Monteiro
Impressão e acabamento:

Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP)


(Câmara Brasileira do Livro, SP, Brasil)

Tufano, Douglas

Gramática fundamental / Douglas Tufano. -- 3. ed.


– São Paulo : Moderna, 2017.

Obra em 4 volumes do 6o ao 9o ano do ensino


fundamental II.

1. Português (Ensino fundamental) 2. Português


– Gramática (Ensino fundamental) I. Título.

17-01165 CDD-372.61

Índices para catálogo sistemático:

1. Gramática : Português : Ensino fundamental 372.61

ISBN 978-85-16-10632-4 (LA)


ISBN 978-85-16-10633-1 (LP)

Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
Todos os direitos reservados
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Rua Padre Adelino, 758 – Belenzinho
São Paulo – SP – Brasil – CEP 03303-904
Vendas e Atendimento: Tel. (0_ _11) 2602-5510
Fax (0_ _11) 2790-1501
www.moderna.com.br
2017
Impresso no Brasil

1 3 5 7 9 10 8 6 4 2
Para você, jovem estudante

Ler e escrever muito bem pode fazer uma grande diferença na


su
sua atuação no mundo hoje e no futuro. Mas essa é uma compe-
tên
tência que não se aprende de uma hora para outra: você precisa
ese
desenvolvê-la aos poucos. Compreender bem um texto, conseguir
sse ex
expressar com clareza e precisão, saber registrar suas ideias por
es ito ou fazer um bom resumo são habilidades que vão fazer de
escrito
você um uma pessoa mais preparada não só para atuar no campo pro-
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.

ssio
fissional, mas também para exercer sua cidadania, reivindicar seus
direitos e se posicionar diante dos fatos. Por isso, o conhecimento
da nossa língua é fundamental.
É claro que você já sabe falar português e já estudou gramáti-
ca durante os anos iniciais do Ensino Fundamental. Mas agora vai
aprofundar esse estudo e sua capacidade de expressão oral e escri-
ta, ampliando seu vocabulário, desenvolvendo o senso crítico, ela-
borando melhor suas ideias e lendo textos que vão enriquecer suas
experiências de vida.
Esta coleção de gramática foi feita com o propósito de ajudá-lo a
atingir esses objetivos. Nela você vai encontrar um grande número
de textos sobre os mais variados assuntos de seu interesse, além de
exercícios, atividades lúdicas e textos de humor. Dessa forma, o estu-
do da nossa língua será agradável e produtivo.
Espero que goste desta obra, que foi preparada com muito cari-
nho especialmente para você.
Um abraço do
Douglas Tufano

3
Sumário – 9o ano

Capítulo 1 Recapitulação: classes gramaticais e termos da oração 11

t Classes gramaticais e termos da oração ......................................................................... 12


t Dica gramatical ................................................................................................................................. 19
t Aprendendo com o dicionário ................................................................................................. 19
t A ortografia em destaque ......................................................................................................... 20

Capítulo 2 Orações coordenadas 22

t Orações coordenadas ................................................................................................................... 23


Orações coordenadas sindéticas ................................................................................................. 25

Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
t Dica gramatical ................................................................................................................................. 32

t Aprendendo com o dicionário ................................................................................................. 33


t A ortografia em destaque ......................................................................................................... 34

Atividades de reforço...................................................................................................................................................................... 35

Capítulo 3 Orações subordinadas adverbiais 38

t Orações subordinadas.................................................................................................................. 39
t Orações subordinadas adverbiais ........................................................................................ 42
Classificação.......................................................................................................................................... 42

t Dica gramatical ................................................................................................................................. 51


t Aprendendo com o dicionário ................................................................................................. 52
t A ortografia em destaque ......................................................................................................... 53

Atividades de reforço...................................................................................................................................................................... 55

Capítulo 4 Orações subordinadas substantivas 58

t Orações subordinadas substantivas .................................................................................. 59


Classificação.......................................................................................................................................... 60

t Dica gramatical ................................................................................................................................. 67


t Aprendendo com o dicionário ................................................................................................. 68
t A ortografia em destaque ......................................................................................................... 69

Atividades de reforço...................................................................................................................................................................... 71

4
Capítulo 5 Orações subordinadas adjetivas 74

t Orações subordinadas adjetivas ........................................................................................... 75


Classificação.......................................................................................................................................... 82
t Dica gramatical ................................................................................................................................. 87
t Aprendendo com o dicionário ................................................................................................. 88
t A ortografia em destaque ......................................................................................................... 89

Atividades de reforço...................................................................................................................................................................... 91

Capítulo 6 Funções sintáticas dos pronomes relativos 94

t Funções sintáticas dos pronomes relativos.................................................................. 96


Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.

t Dica gramatical ................................................................................................................................. 101


t Aprendendo com o dicionário ................................................................................................. 102
t A ortografia em destaque ......................................................................................................... 103

Atividades de reforço...................................................................................................................................................................... 105

Teste seus conhecimentos I ...................................................................................................................................................... 108

Capítulo 7 Orações reduzidas. Período misto 112

t Orações reduzidas .......................................................................................................................... 113


t Período misto..................................................................................................................................... 116
t Dica gramatical ................................................................................................................................. 118
t Aprendendo com o dicionário ................................................................................................. 118
t A ortografia em destaque ......................................................................................................... 119

Atividades de reforço...................................................................................................................................................................... 120

Capítulo 8 Funções das palavras que e se 123


t Funções da palavra que .............................................................................................................. 124
t Funções da palavra se ................................................................................................................. 129
t Dica gramatical ................................................................................................................................. 133
t Aprendendo com o dicionário ................................................................................................. 134
t A ortografia em destaque ......................................................................................................... 135

Atividades de reforço...................................................................................................................................................................... 136

5
Capítulo 9 Regência verbal e regência nominal 138
t Regência verbal................................................................................................................................ 139
Casos mais comuns ............................................................................................................................ 140
t Regência nominal............................................................................................................................ 143
t Dica gramatical ................................................................................................................................. 147
t Aprendendo com o dicionário ................................................................................................. 147
t A ortografia em destaque ......................................................................................................... 148
Atividades de reforço...................................................................................................................................................................... 149

Capítulo 10 Crase 152


t

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Crase ........................................................................................................................................................ 153
Crase da preposição a + artigo definido a(s) ........................................................................ 153
Crase da preposição a + pronomes demonstrativos ......................................................... 158
t Dica gramatical ................................................................................................................................. 161
t Aprendendo com o dicionário ................................................................................................. 161
t A ortografia em destaque ......................................................................................................... 162
Atividades de reforço...................................................................................................................................................................... 164

Capítulo 11 Concordância nominal e concordância verbal 167


t Concordância nominal .................................................................................................................. 168
Adjetivo que se refere a substantivos de gêneros diferentes ..................................... 168
Adjetivo como predicativo do objeto ........................................................................................ 169
Adjetivo com valor de advérbio ................................................................................................... 169
Outros casos de concordância ...................................................................................................... 169
t Concordância verbal ...................................................................................................................... 173
Casos especiais .................................................................................................................................... 174
Concordância de certos verbos .................................................................................................... 179
t Dica gramatical ................................................................................................................................. 181
t Aprendendo com o dicionário ................................................................................................. 181
t A ortografia em destaque ......................................................................................................... 184
Atividades de reforço...................................................................................................................................................................... 185

Capítulo 12 Discurso direto e discurso indireto 187


t Texto narrativo ................................................................................................................................. 188
Discurso direto e discurso indireto............................................................................................. 188

6
t Dica gramatical ................................................................................................................................. 192
t Aprendendo com o dicionário ................................................................................................. 193
t A ortografia em destaque ......................................................................................................... 194
Atividades de reforço...................................................................................................................................................................... 196
Teste seus conhecimentos II .................................................................................................................................................... 199

Capítulo 13 Origem e formação da língua portuguesa 203


t Um pouco da história da nossa língua .............................................................................. 204
t A formação do vocabulário português ............................................................................. 205
t Dica gramatical ................................................................................................................................. 210
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.

t Aprendendo com o dicionário ................................................................................................. 210


t A ortografia em destaque ......................................................................................................... 212
Atividades de reforço...................................................................................................................................................................... 213

Capítulo 14 Estrutura das palavras 217


t Estrutura das palavras ................................................................................................................ 218
Radical...................................................................................................................................................... 218
Afixos ....................................................................................................................................................... 219
Desinências ........................................................................................................................................... 220
Vogal temática e tema ..................................................................................................................... 220
Vogais e consoantes de ligação .................................................................................................. 221
t Dica gramatical ................................................................................................................................. 223
t Aprendendo com o dicionário ................................................................................................. 223
t A ortografia em destaque ......................................................................................................... 224
Atividades de reforço...................................................................................................................................................................... 225

Capítulo 15 Processos de formação de palavras (I) 227


t Formação de palavras por derivação ................................................................................. 228
Derivação prefixal ou prefixação ................................................................................................ 229
Derivação sufixal ou sufixação .................................................................................................... 232
Derivação parassintética ou parassíntese ............................................................................. 234
Derivação regressiva ........................................................................................................................ 235
Derivação imprópria .......................................................................................................................... 236
t Dica gramatical ................................................................................................................................. 238

7
t Aprendendo com o dicionário ................................................................................................. 238
t A ortografia em destaque ......................................................................................................... 240
Atividades de reforço...................................................................................................................................................................... 241

Capítulo 16 Processos de formação de palavras (II) 244


t Formação de palavras por composição ............................................................................ 245
t Outros processos de formação de palavras .................................................................. 246
Radicais gregos e latinos ................................................................................................................ 249
t Dica gramatical ................................................................................................................................. 254
t Aprendendo com o dicionário ................................................................................................. 255
t A ortografia em destaque ......................................................................................................... 256

Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
Atividades de reforço...................................................................................................................................................................... 257

Capítulo 17 Verbos regulares, irregulares, anômalos, defectivos


e abundantes 260
t Classificação dos verbos ............................................................................................................ 261
Verbos regulares ................................................................................................................................. 261
Verbos irregulares .............................................................................................................................. 261
Verbos anômalos ................................................................................................................................ 262
Verbos defectivos .............................................................................................................................. 263
Verbos abundantes............................................................................................................................ 263
t Dica gramatical ................................................................................................................................. 267
t Aprendendo com o dicionário ................................................................................................. 267
t A ortografia em destaque ......................................................................................................... 268
Atividades de reforço...................................................................................................................................................................... 270

Teste seus conhecimentos III................................................................................................................................................... 273

Capítulo 18 Denotação e conotação 277

t Denotação e conotação .............................................................................................................. 277


t Dica gramatical ................................................................................................................................. 280
t Aprendendo com o dicionário ................................................................................................. 281
t A ortografia em destaque ......................................................................................................... 282

Atividades de reforço...................................................................................................................................................................... 283

8
Capítulo 19 Figuras de linguagem 286
t Uma forma especial de usar a linguagem....................................................................... 287
t Figuras de palavras........................................................................................................................ 287
Metáfora ................................................................................................................................................. 287
Metonímia............................................................................................................................................... 288
Catacrese ................................................................................................................................................ 289
Perífrase ................................................................................................................................................. 289
t Figuras sonoras ................................................................................................................................ 289
Aliteração ............................................................................................................................................... 289
Onomatopeia ........................................................................................................................................ 290
t Figuras de pensamento .............................................................................................................. 292
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.

Antítese................................................................................................................................................... 292
Hipérbole ................................................................................................................................................ 292
Personificação (ou prosopopeia) ................................................................................................. 292
Ironia ......................................................................................................................................................... 292
Eufemismo ............................................................................................................................................. 293
t Figuras de construção ................................................................................................................. 295
Repetição................................................................................................................................................ 295
Anáfora .................................................................................................................................................... 295
Elipse ........................................................................................................................................................ 296
Zeugma.................................................................................................................................................... 296
Silepse...................................................................................................................................................... 296
Polissíndeto ........................................................................................................................................... 297
Pleonasmo.............................................................................................................................................. 297
t Dica gramatical ................................................................................................................................. 299
t Aprendendo com o dicionário ................................................................................................. 300
t A ortografia em destaque ......................................................................................................... 301
Atividades de reforço...................................................................................................................................................................... 302

Capítulo 20 Versificação 305


t O texto poético................................................................................................................................. 306
t Estrofe e rima .................................................................................................................................... 310

Atividades de reforço: revisão ................................................................................................................................................ 312

Teste seus conhecimentos IV .................................................................................................................................................. 315

Quadro geral das regras de acentuação ......................................................................................................................... 319

9
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
ULO
ÍT Recapitulação:
CA P classes gramaticais e
1 termos da oração
Baleias não me emocionam
Hoje quero falar de gente e de bichos. De notícias que frequen-
temente aparecem sobre baleias encalhadas e pinguins perdidos
em alguma praia. Não sei se me aborrece ou me inquieta ver tantas
pessoas acorrendo, torcendo, chorando, porque uma baleia morre
encalhada. Mas certamente não me emociona.
[...]
Não gosto de ver bicho sofrendo; sempre curti animais, fui cria-
da com eles. [...] De modo que animais fazem parte da minha histó-
ria de vida, com muitas aventuras, divertimento e alguma emoção.
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.

Mas voltemos às baleias encalhadas: pessoas torcem as mãos,


chegam máquinas variadas para içar os bichos, aplicam-se lençóis
molhados, abrem-se manchetes em jornais e as televisões mostram
tudo em horário nobre. O público, presente ou em casa, acompa-
nha como se fosse alguém da família e, quando o fim chega, é la-
mentado quase com pêsames e oração.
Confesso que não consigo me comover da mesma forma: pouca
sensibilidade, uma alma de gelos nórdicos, quem sabe? Mesmo os
que não me apreciam, não creiam nisso. Não é que eu ache que
sofrimento de animal não valha a pena, a solidariedade, o dinhei-
ro. Mas eu preferia que tudo isso fosse gasto com eles depois de
não haver mais crianças enfiando a cara no vidro do meu carro
para pedir trocado, adultos famintos em bancos de praça, famílias
morando embaixo de pontes ou adolescentes morrendo drogados
nas calçadas.
JASON O’BRIEN/REUTERS/LATINSTOCK

Equipes de resgate
tentam salvar
uma baleia jubarte
encalhada.

11
Tenho certeza de que um mendigo morto na beira da praia cau-
saria menos comoção do que uma baleia. Nenhum Greenpeace
defensor de seres humanos se moveria. Nenhuma manchete seria
estampada. Uma ambulância talvez levasse horas para chegar, o
corpo coberto por um jornal, quem sabe uma vela acesa. Curiosi-
dade, rostos virados, um sentimentozinho de culpa, possivelmente
irritação: cadê as autoridades, ninguém toma providência?
Diante de um morto humano, ou de um candidato a morto na cal-
çada, a gente se protege com uma armadura. De modo que (perdão)
vejo sem entusiasmo as campanhas em favor dos animais — pelo
menos enquanto se deletarem tão facilmente homens e mulheres.
Lya Luft. Veja, 25 ago. 2004.

1 Que fato do cotidiano originou essa crônica de Lya Luft?

2 Que argumentos usou a autora para defender seu ponto de vista?

3 “Tenho certeza de que um mendigo morto na beira da praia causaria menos co-
moção do que uma baleia.” Você concorda com essa afirmação? Por quê?

4 Você tem o mesmo ponto de vista da autora sobre esse problema? Se pudesse
escrever-lhe uma mensagem, o que você diria?

Classes gramaticais e termos


da oração
Por meio dos exercícios apresentados a seguir, vamos recapitular as
classes gramaticais e os termos da oração, que você estudou nos anos
anteriores. Essa recapitulação é importante para o estudo que faremos

LEO TEIXEIRA
neste volume. Aproveite para tirar suas dúvidas!

Exercícios
1 Leia: “Hoje quero falar de gente e de bichos”.

a) Dê a classe gramatical das seguintes palavras dessa oração:

t hoje:
t falar:
t de:
t gente:

12
Vamos recordar

Classes gramaticais
Em nossa língua, as palavras dividem-se em dez classes gramaticais: substantivo,
adjetivo, artigo, numeral, pronome, verbo, advérbio, preposição, conjunção, interjeição.
Função sintática
Indicar a função sintática de um termo de uma oração significa dizer se ele é
sujeito, predicado, objeto direto, objeto indireto, predicativo do sujeito, predicativo
do objeto, agente da passiva, complemento nominal, adjunto adverbial, adjunto
adnominal, aposto ou vocativo.

b) Indique as funções sintáticas dos seguintes termos dessa oração:

t hoje:
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.

t de gente e de bichos:
c) Qual o sujeito dessa oração? Como ele se classifica?

d) Em “quero falar”, temos uma locução verbal. Qual é o verbo principal dessa
locução?

2 Leia: “As pessoas viram uma baleia encalhada na praia”.

a) Identifique e classifique o sujeito dessa oração.

b) Indique a função sintática dos seguintes termos da oração:

t uma:
t baleia:
t encalhada:
t na praia:
c) Identifique o predicado dessa oração e classifique-o.

13
t Justifique a sua classificação do predicado.

d) Qual é o infinitivo do verbo dessa oração? Em que tempo e modo ele foi
usado na oração?

e) Essa oração está na voz ativa. Passe-a para a voz passiva.

t Indique o agente da passiva da oração que você escreveu.

Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
Vamos recordar

Tipos e esquemas de formação do predicado


1. verbal formado por verbo intransitivo ou verbo transitivo + objeto.
2. nominal formado por verbo de ligação + predicativo do sujeito.
3. verbo-nominal formado por verbo transitivo + objeto + predicativo do objeto;
verbo intransitivo + predicativo do sujeito; verbo transitivo + objeto + predicativo
do sujeito.

3 Leia o texto a seguir.

Lobos
O lobo, como todos os animais selva-
BILDAGENTUR ZOONAR/SHUTTERSTOCK

gens, tem medo do homem. Ele o fareja


de longe e foge. Se, realmente, o lobo se
sentir ameaçado ou não encontrar ab-
solutamente nada para comer, ele pode
de fato atacar o homem. Antigamente,
quando os lobos eram numerosos, isso,
às vezes, acontecia, sobretudo no inver-
no. Mas hoje isso é muito raro.
Charles-Henry Vermont & Claire Cormier. Animais não
domesticados. São Paulo: Scipione, 1991. p. 30.
(Fragmento adaptado).

14
a) “Ele o fareja de longe e foge.” Esse é um exemplo de período:
( ) simples ( ) composto
b) Justifique oralmente sua resposta.

c) Que pronome pessoal do caso oblíquo foi usado nesse período? E qual é
sua função sintática?

d) A que substantivo se refere esse pronome na oração?

e) Que adjunto adverbial temos nesse período?

4 Na oração “Mas hoje eles são muito raros”:


Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.

a) qual é a função sintática do único adjetivo?

b) qual é o superlativo absoluto sintético desse adjetivo?

c) que função sintática exerce o pronome pessoal do caso reto?

d) como se classifica o predicado dessa oração? Justifique sua resposta.

5 Indique os adjetivos das orações abaixo e dê a função sintática de cada um.

a) Vimos um lobo solitário na montanha.

b) O lobo branco é lindíssimo.

c) Acho fascinante esse tipo de animal.

d) O pequeno grupo de lobos parecia faminto.

t Classifique o predicado de cada oração apresentada.

15
6 Passe as orações abaixo para a voz passiva.

a) Muita gente observava a baleia na praia.

b) Lya Luft escreveu essa crônica.

c) Picharam o muro dessa casa.

d) Eu e meus colegas vamos abrir o auditório.

e) Os alunos vão comentar esse filme.

Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
tQual dessas orações apresenta sujeito indeterminado?

7 Complete as lacunas das frases abaixo usando os adjetivos na forma normal


ou no superlativo absoluto sintético. Veja o exemplo:

O exercício é muito fácil. É facílimo.

a) Essa família é muito pobre. É .

b) Ela é uma menina muito simpática. É .

c) Ele é sempre muito com todos. É sempre


gentilíssimo.

d) Ele é muito amigo de meus pais. É .

e) É muito que isso ocorra. É probabilíssimo.

f) Ele é muito magro. É .

g) Esse filme é muito bom. É .

h) Esse cão é muito feroz. É .

i) Ele é um amigo muito . É fidelíssimo.

16
8 Cinco dos adjetivos presentes no exercício anterior estão escondidos no qua-
dro de letras. Você consegue achá-los? Os adjetivos estão na forma normal.

F E L U E M A G L O N

I B A M G O E U P M E

E N C A M I G O B U B

V E R O Z I D N R F O

B O N D L M A G F I T

F I L S I A I B E E O

O B M I E G R A R L M

Z U B O M R T G O I B
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.

F R S E N O I O Z B U

C R E L O N A M I A I

tQue adjetivos você encontrou? Escreva-os em ordem alfabética.

9 Assinale as orações sem sujeito.

a) Choveu muito durante a noite. ( )

b) A chuva forte inundou as ruas. ( )

c) Caiu a noite. ( )

d) Há muitos alunos nessa sala. ( )

e) Ninguém me ajudou a fazer esse trabalho. ( )

f) No verão, anoitece mais tarde. ( )

10 Classifique os termos destacados nas orações abaixo em objeto indireto (OI)


ou complemento nominal (CN).

a) O respeito às leis é fundamental. ( )

b) As crianças tinham medo do lobo. ( )


ILUSTRAÇÕES: LEO TEIXEIRA

c) Preciso muito de sua ajuda. ( )

d) Ela vive se queixando da vida. ( )

17
e) Ele tem muita confiança em nós. ( )

f) Por que ela não confia em você? ( )

11 Algumas orações abaixo apresentam objeto direto. Assinale essas orações e


sublinhe os objetos.

a) A água da piscina estava muito gelada. ( )

b) Vimos muita gente no clube. ( )

c) A turma ficou animada com a ideia do piquenique. ( )

d) A boa notícia entusiasmou o pessoal. ( )

e) Existem pessoas interessadas na compra dessa casa. ( )

f) Nosso time jogou com o uniforme novo. ( )

g) Acho perigosa essa situação. ( )

Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
I. Quais dessas orações apresentam predicativo do sujeito?

II. Só uma dessas orações apresenta predicativo do objeto. Qual?

12 Classifique os termos destacados nas orações abaixo em aposto (A) ou


vocativo (V).

a) Roma, a capital da Itália, é uma cidade antiguíssima. ( )

b) Grande músico brasileiro, Villa-Lobos é admirado no mundo inteiro. ( )

c) Pessoal, vamos terminar logo essa tarefa! ( )

d) Nós, moradores deste bairro, solicitamos a instalação de um semáforo


perto da escola. ( )

e) Já terminei o exercício, mestre! ( )

13 Dê a função sintática dos pronomes oblíquos destacados nas orações abaixo,


usando este código:

(OD) objeto direto (OI) objeto indireto

a) Vou convidá-la para nossa festa. ( )

b) Ele não pôde me dar um convite para a festa. ( ) Veja Dica gramatical
na página seguinte.

18
c) Quem lhe contou essa novidade? ( )

d) Ele nos revelou um segredo. ( )

e) Eles nos viram no cinema. ( )

f) Nós o encontramos na lanchonete da escola. ( )

Dica gramatical

Pode / pôde
Atenção com a ortografia dessas formas do verbo poder, pois elas
expressam ideias diferentes.
A forma pode (ó) é a 3a pessoa do singular do presente do indicativo..
Exemplo: Hoje, você pode sair mais cedo.
A forma pôde (ô), com acento circunflexo, é a 3a pessoa do singular

LEO TEIXEIRA
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.

do pretérito perfeito do indicativo; portanto, indica um fato passado.


Exemplo: Ontem, ele pôde sair mais cedo.

Aprendendo com o dicionário

Leia o texto abaixo e o verbete a seguir.

Netiqueta

LEO TEIXEIRA
Antes de enviar uma mensagem para todo mundo, pense
bem se as pessoas têm interesse em recebê-la. Nem todo
mundo gosta de correntes, mensagens de autoajuda em
PowerPoint, piadas, etc. […]
Evite enviar anexos muito pesados, a menos que o
destinatário tenha pedido. Isso pode exceder o espa-
ço disponível da conta da pessoa que vai receber a
mensagem e até travar seu computador. Erros de
português ou de digitação não pegam bem. Que tal
revisar o que escreveu antes de enviar?
Silmara Franco. Navegando em mares conhecidos: como usar a internet a seu favor.
São Paulo: Moderna, 2012. p. 45. (Fragmento).

etiqueta subst. fem. 1. pedaço de papel ou pano colocado sobre um produto para dar
alguma informação. 2. conjunto de normas de conduta que devem ser seguidas em
determinadas situações da vida em sociedade.

19
1 Com base na leitura do verbete e considerando que a palavra que dá título ao
texto é formada de net + etiqueta, escreva no caderno o texto de um verbe-
te de dicionário explicando o que significa netiqueta.

2 Agora leia este verbete.

corrente adj. 1. que corre, que não está parado. 2. que é usado por todos. 3. diz-se do
P]^^dS^\ÐbT\`dTbTTbcÇ~subst. fem. 4. curso de água normalmente contínuo
e forte. 5. série de elos ou anéis ligados um com o outro. 6. vento, ar em movimento.
7. mensagem enviada por e-mail para diversos destinatários ao mesmo tempo e que,
geralmente, são repassados adiante, podendo se espalhar em pouco tempo e atingir
milhares de internautas.

a) Em qual dos sentidos apresentados no verbete a palavra corrente foi em-


pregada no texto?

Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
b) Indique o sentido que a palavra corrente tem nas frases abaixo.

I. O real é a moeda corrente no Brasil. ( )

II. A reunião será feita no dia 10 do mês corrente. ( )

III. A princesa estava usando uma linda corrente de ouro. ( )

IV. A corrente do rio levou a canoa para longe do porto. ( )

V. No fundo da chácara havia um fio de água corrente. ( )

VI. Uma inesperada corrente fria do Sul afastou os turistas da praia. ( )

A ortografia em destaque

1 Leia o texto a seguir, acentuando as palavras adequadamente. Se necessário,


consulte o quadro geral das regras de acentuação no final deste volume.
De onde vem o mundo?
Como ela poderia saber? Sofia tinha ciencia de que a Terra era apenas um pe-
queno planeta no universo. Mas de onde vinha o proprio universo?
Podia-se, é claro, pensar que o universo era algo que sempre existira, portan-
to não seria necessario achar uma resposta para aquela questão. Mas esse algo
poderia ter sempre existido? Dentro dela crescia uma rejeição a essa ideia. Pois o
universo tinha, de algum modo, que ter surgido a partir de alguma coisa.
Jostein Gaarder. O mundo de Sofia: romance da história da filosofia.
São Paulo: Companhia das Letras, 2013. p. 15. (Fragmento).

20
tJustifique os acentos que você colocou.

2 Complete as lacunas das palavras abaixo com uma sílaba. Atenção: a vogal
dessa sílaba deve levar acento agudo ou circunflexo.
a) respon vel i) ino cia
b) audi rio j) fo grafo
c) au mato k) psico gico
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.

d) veteri rio l) empre rio


e) automobi tico m) ope rio
f) in gena n) espon neo
g) pido o) pe leo
h) contempo neo p) den rio

3 Ordene as letras e forme o infinitivo de verbos da 2a conjugação.

RDVELNVESEO

PRNCORERSOED

EASRAPDEREC

TCERSEIENRT

MRANAHCEE

OMRPBEECRE

NEROCRHEEC

RMEADECARU

RLESERVO

RERTEMSECE

ENFERURCE

REGORSPTEED

21
ULO
ÍT

CA P Orações coordenadas
2
[O diário de Zlata]
Domingo, 20 de março de 1992
Dear Mimmy,

G S
IMAGES
IUPII! Atravessei a ponte! Saí de casa!
Nem consigo acreditar. A ponte continua

O O / S OC PHOTOS/GETTY
igual, não mudou. Mas está tristíssima, por

O OS/G
causa do antigo correio, que está com as-

TPOPOVA/ISTOCK
pecto ainda mais triste. Continua no mes-
mo lugar, mas o fogo passou por ali. Está
lá como testemunha de um desejo brutal
de destruição.
As ruas já não são as mesmas, quase
não se vê ninguém, as pessoas estão pre-
ocupadas, tristes, todo mundo corre com
a cabeça encolhida entre os ombros. As vi-
trines estão destruídas e as lojas foram
saqueadas. Minha escola foi atingida por Além de Sarajevo, a cidade
de Mostar (em foto de 2016)
uma granada, a escada de trás desmoronou. O teatro também foi está entre as principais
atingido por essas porcarias de granadas e está bastante demoli- cidades da Bósnia-
do. É impressionante o número de casas antigas de Sarajevo que -Herzegovina.
foram demolidas.
REPRODUÇÃO

Fui à casa de vovô e vovó. Nos abraçamos muito forte e nos co-
brimos de beijos. Eles choravam de felicidade. Como eles emagre-
ceram e envelheceram nestes quatro meses! Disseram que eu ti-
nha crescido, que agora era uma menina grande. É a natureza. As
crianças crescem, os velhos envelhecem. Bom, pelo menos os que
continuam vivos.
Tem uma montanha de gente e de crianças em Sarajevo que
já não estão entre nós. A guerra os levou. Inocentes todos. Ví-
timas inocentes desta guerra imbecil. Encontramos a mãe de
Marijana. Eles não foram embora. Estão vivos e com boa saúde.
Disseram-me que Ivan tinha ido embora para Zagreb — com o
comboio judeu.
Comboio
Também passamos na casa de Doda (uma amiga). Ela ficou sur- judeu: comboio
organizado pela
presa ao me ver. E começou a chorar. Disse que eu tinha crescido. Benevolencija,
Slobo (o marido dela) foi ferido, mas agora já está tudo bem. Eles associação judaica
estão sem notícias de Dejan, o filho deles. Doda está agoniada. de Sarajevo.

22
Mimmy, vou confessar uma coisa a você. Eu tinha me arrumado
toda. Tinha vestido meu lindo conjunto xadrez. Os sapatos esta-
vam um pouco apertados porque meus pés cresceram, mas deu
para aguentar.
E aí está, foi meu reencontro com a ponte, com o antigo correio,
com vovô e vovó, meu reencontro com Sarajevo, a ferida. Que a
guerra pare! Assim seus ferimentos vão cicatrizar. Tchau!
Zlata Filipović. O diário de Zlata: a vida de uma menina na guerra.
Trad. Antonio de Macedo Soares e Heloisa Jahn.
São Paulo: Companhia das Letras, 1994. p. 89-90. (Fragmento).

1 O texto foi extraído do livro O diário de Zlata, relato de uma adolescente sobre
os dias de guerra na sua cidade natal, Sarajevo, capital da Bósnia-Herzegovina.

a) Quais elementos do texto permitem enquadrá-lo no gênero diário?

b) Alguns diários, como o de Zlata, são publicados. Você já leu ou conhece ou-
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.

tros diários que foram publicados?

2 O dia descrito no texto tinha sido especial para a garota. O que havia aconteci-
do de diferente para que merecesse o registro no diário?

3 Após ler o texto de Zlata e conhecer um pouco da situação pela qual a me-
nina estava passando, qual seria, na sua opinião, a importância do diário na
vida dela?

4 Muitas pessoas têm o hábito de escrever diário. Você escreve ou já escreveu um?

Orações coordenadas
As orações de um período podem vir ligadas por conjunções. Obser-
ROGÉRIO BORGES
ve estes exemplos:
conjunção

Nós nos abraçamos muito forte e nos cobrimos de beijos.

oração 1 oração 2

conjunção

Muitos prédios haviam sido destruídos, pois não resistiram às bombas.

oração 1 oração 2

23
Nesses exemplos, as orações são ligadas por conjunções, mas não ão

ROGÉRIO BORGES
há entre elas nenhuma dependência gramatical, ou seja, uma oração oé
independente da outra.
Essas orações independentes são chamadas de orações coordenadas.as.
os
Existe uma relação de sentido entre as orações, mas nós poderíamos
m-
até eliminar as conjunções e transformar as orações em períodos sim-
ples que esse sentido ficaria subentendido. Observe:

Nós nos abraçamos muito forte. Nós nos cobrimos de beijos.

Muitos prédios haviam sido destruídos. Não resistiram às bombas.

Orações ligadas por conjunção recebem o nome de orações


coordenadas sindéticas. Quando não estão ligadas por conjunção,

Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
são classificadas como orações coordenadas assindéticas.

Um período pode ser composto por coordenação e apresentar coor-


denadas sindéticas e assindéticas. Observe estes exemplos de períodos
compostos por coordenação:

As ruas já não são as mesmas, quase não se vê ninguém.

oração coordenada oração coordenada


assindética assindética

O homem ligou o carro, saiu da garagem, dirigiu-se ao trabalho.

oração coordenada oração coordenada oração coordenada


assindética assindética assindética

conjunção

Alguns motoristas correm demais, intimidam os outros e não respeitam as leis.

oração coordenada oração coordenada oração coordenada


assindética assindética sindética

Vamos recordar

Quando o período tem apenas uma oração, é classificado como


período simples. Nesse caso, a oração é classificada como absoluta.

24
t Orações coordenadas sindéticas
As orações coordenadas sindéticas recebem o nome das conjunções
coordenativas que as introduzem. Elas podem ser: aditivas, adversati-
vas, conclusivas, explicativas, alternativas.
1. Oração coordenada sindética aditiva — expressa ideia de acrés-
cimo ou de adição com referência à oração anterior.
conjunção coordenativa aditiva

Estacionei o carro e entrei na escola.

oração coordenada assindética oração coordenada sindética aditiva

conjunção coordenativa aditiva


Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.

Esse rapaz não só estuda como também trabalha na oficina do pai.

oração coordenada oração coordenada


assindética sindética aditiva

conjunção coordenativa aditiva

Ela não foi à reunião nem mandou nenhum recado.

oração coordenada oração coordenada


assindética sindética aditiva

Conjunções coordenativas aditivas mais comuns: e, nem. As


conjunções como também e mas também são sempre precedidas
da expressão não só (ou não somente): não só ... mas também; não
somente ... como também.
ROGÉRIO BORGES

2. Oração coordenada sindética adversativa — expressa ideia de


oposição com relação à oração anterior.
conjunção coordenativa adversativa

Ele se esforçou, mas não foi bem no teste.

oração coordenada oração coordenada


assindética sindética adversativa

25
conjunção coordenativa adversativa

Consultei o dicionário, no entanto não encontrei essa palavra.

oração coordenada oração coordenada


assindética sindética adversativa

conjunção coordenativa adversativa

Ele prometeu vir à nossa festa, contudo não apareceu.

oração coordenada oração coordenada


assindética sindética adversativa

Conjunções coordenativas adversativas mais comuns: mas,


porém, todavia, contudo, no entanto, entretanto.

odução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
3. Oração coordenada sindética conclusiva — indica ideia de con-
clusão ou dedução de um pensamento expresso na oração anterior.
conjunção coordenativa conclusiva

Ele não estuda nessa escola, portanto não pode participar do campeonato interno.

oração coordenada oração coordenada


assindética sindética conclusiva

Reprodução
conjunção coordenativa conclusiva

Repr
R
Os jogadores treinaram bastante; logo, devem fazer uma boa partida.
artida.

oração coordenada oração coordenada


assindética sindética conclusiva

conjunção coordenativa conclusiva

Você é nosso amigo; contamos, pois, com sua ajuda.

oração coordenada oração coordenada


assindética sindética conclusiva
ROGÉRIO BORGES

Conjunções coordenativas conclusivas mais comuns: portanto,


por isso, logo, pois (quando vem depois do verbo).

26
4. Oração coordenada sindética explicativa — explica a ideia
expressa na oração anterior.

conjunção coordenativa explicativa

Vista uma blusa porque está esfriando bastante.

oração coordenada oração coordenada


assindética sindética explicativa

ROGÉRIO BORGES
conjunção coordenativa explicativa

Tome esse remédio que você se sentirá melhor.

oração coordenada oração coordenada


Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.

assindética sindética explicativa

conjunção coordenativa explicativa

Ajude-me, por favor, pois não consigo fazer esse trabalho sozinho.

oração coordenada oração coordenada


assindética sindética explicativa

Conjunções coordenativas explicativas mais comuns: porque,


que, pois (quando vem antes do verbo).

5. Oração coordenada sindética alternativa — expressa ideia de


alternância com relação à oração anterior.

conjunção coordenativa alternativa

Faça logo sua inscrição no curso ou perderá a vaga.

oração coordenada oração coordenada


assindética sindética alternativa

Conjunções coordenativas alternativas mais comuns: ou, ou... ou,


ora... ora, quer... quer.

27
Quando a conjunção alternativa aparece nas duas orações, ambas
são classificadas como coordenadas sindéticas alternativas. Observe
o exemplo:
conjunção coordenativa conjunção coordenativa
alternativa alternativa

A menina ora abraçava a mãe, ora abraçava o pai.

oração coordenada oração coordenada


sindética alternativa sindética alternativa

Algumas conjunções coordenativas podem conectar não só orações,


mas também palavras. É o caso da conjunção alternativa ou empregada
pelo personagem Hagar, na tira abaixo.
HAGAR DIK BROWNE

© 2017 KING FEATURES SYNDICATE/IPRESS

Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
Exercícios
1 Complete as lacunas dos períodos usando conjunções coordenativas. Depois,
classifique as conjunções que você usou.

a) Ele tentou entrar no prédio, o porteiro não permitiu.

b) Não vá dormir tarde, amanhã terá que sair logo de manhãzinha.

c) Vocês fizeram um ótimo trabalho, merecem muitos


elogios.

d) Você deve fazer essa viagem, quer queira, não queira.

28
e) Você não conseguiu passar nesse exame, não
desanime, logo haverá uma nova oportunidade.

f) O teste será fácil; , não se preocupe.

g) As crianças estavam agitadas; ora corriam pelo quintal,


faziam bagunça na sala.

h) Os estudantes não só ajudaram as famílias necessitadas


deram brinquedos às crianças.
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.

2 Preencha a lacuna da tirinha, usando uma conjunção coordenativa.


GARFIELD JIM DAVIS

© 2014 PAWS, INC. ALL RIGHTS RESERVED/DIST.


BY ANDREWS MCMEEL SYNDICATION
a) Que conjunção coordenativa você usou?

b) Como se classifica essa conjunção?

c) Portanto, como se classifica a oração desse quadrinho?

3 Conforme o contexto, a conjunção aditiva e pode ter valor de adversativa;


nesse caso, pode ser substituída pela conjunção mas. Leia as frases a seguir
e marque aquelas em que a conjunção e tem valor adversativo.

a) Eles discutiram muito esse problema e não chegaram a nenhuma conclusão.


( )

b) Ela é uma artista muito famosa e não parece nada orgulhosa. ( )

29
c) Pegue esses livros e coloque-os no armário da sala. ( )

d) Conversei com a classe e decidimos fazer esse passeio. ( )

e) Ela fez um belo trabalho e ninguém a elogiou. ( ) Veja Dica gramatical,


página 32.
f) Ele saiu há uma hora, disse que voltava logo e ainda não chegou. ( )

tCrie uma frase em que a conjunção e tenha valor adversativo.

4 Leia a tira a seguir.


HAGAR DIK BROWNE

© 2017 KING FEATURES SYNDICATE/IPRESS

Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.

30
a) Nos dois primeiros quadrinhos, temos períodos simples ou compostos?

b) No terceiro quadrinho, temos um período simples e um período composto.


Identifique-os.

c) No último quadrinho, temos um período composto de duas orações. Como


se classificam essas orações?

d) Que conjunção poderíamos usar no lugar das reticências para unir essas
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.

duas orações? Nesse caso, como seria classificada a segunda oração?

5 Relacione as orações seguintes num só período, empregando as conjunções


coordenativas como elemento de coesão para formar um texto coerente.

a) O hábito da leitura é importante. Amplia vocabulário. Abre as portas da


imaginação.

b) Precisava terminar o experimento. Fui até o laboratório de Química. Não


tinha o reagente necessário.

c) Os suplementos vitamínicos nem sempre fazem bem à saúde. Podem cau-


sar hipervitaminose. Devem ser receitados pelo médico.

31
d) Muitas pessoas estão com problemas na coluna. Ficam muito tempo sen-
tadas diante do computador. Não se preocupam com a postura.

e) Você pode ir à festa. Não chegue tarde. Iremos viajar bem cedo.

f) Empreste-me o seu celular. Preciso ligar para meu amigo. Não estou en-
contrando o meu aparelho.

Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
g) Não entreguei o livro na biblioteca. Recebi uma advertência por atraso.
Pude retirar o que precisava para a tarefa.

Dica gramatical

Há uma hora / à uma hora


ROGÉRIO BORGES

Usamos há uma hora (com o verbo haver), quando ndo há pode ser
substituído por faz, indicando tempo passado. Exemplo:
emplo: O trem partiu
há uma hora. Essa frase equivale a: O trem partiu faz uma hora.
Usamos à uma hora quando nos referimos à hora ra do dia. Exemplos:
O jogo vai começar à uma hora da tarde. / A festa acabou à uma hora da
madrugada.
Observe a diferença entre estas frases: O ônibuss saiu há uma hora. /
O ônibus saiu à uma hora. No primeiro caso, estamos
mos dizendo que já see
passou uma hora desde a saída do ônibus. No outro caso,
trro caso informamos
s , in
nfo
f rmamos o
horário de partida do ônibus.

32
Aprendendo com o dicionário

Leia a tira a seguir.


FRANK & ERNEST BOB THAVES
© 2014 THAVES/DIST. BY ANDREWS
MCMEEL SYNDICATION

Além do sentido usual das palavras, o dicionário registra expressões em que


certas palavras adquirem novos significados. É o que vemos nessa tira, em que
o autor brincou com o sentido próprio da palavra ponta (extremidade de um
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.

objeto) e o sentido figurado que ela adquire na expressão “de ponta”, que signi-
fica “o melhor e mais avançado”.

Leia agora este verbete.

ponta subst. fem. 1. a extremidade de uma coisa. 2. cada um dos lados do campo de
futebol, próximo ao gol. 3. pequena participação de um artista em filme, novela, peça
de teatro, etc. 4. a primeira posição em uma disputa ou competição.

1 Indique o sentido que a palavra ponta tem nas frases abaixo.

a) Com essa vitória, nosso time assumiu a ponta do campeonato. ( )

b) Essa atriz começou sua carreira fazendo pontas em telenovelas. ( )

c) A seleção brasileira venceu a partida fazendo jogadas pelas pontas. ( )

d) O palhaço pintou de vermelho a ponta do nariz. ( )

2 Em nossa língua, há várias expressões com a palavra ponta. Leia as frases


abaixo e relacione cada expressão com seu significado.
a) Ele sabe na ponta da língua todas es- ( ) assumir as consequências.
sas leis e regulamentos.

b) Por causa de um mal-entendido, ele ( ) ficar zangado com alguém.


ficou de ponta com a gente.

c) Esse atleta venceu a corrida de ponta ( ) vencer ocupando o primei-


a ponta. ro lugar do começo ao fim.

d) Você se meteu nessa enrascada, ago- ( ) saber perfeitamente.


ra vai ter que aguentar as pontas.

33
A ortografia em destaque

1 Forme palavras, substituindo as letras de cada conjunto por aquelas que vêm
imediatamente antes no alfabeto. Atenção aos acentos. Se necessário, con-
sulte o quadro das regras de acentuação no final do volume.

a) J O E V T U S J B

b) I F S P J D P

c) H F P H S B G J D P

d) Q B D J F O D J B

t Quais palavras você acentuou? Justifique oralmente a acentuação delas.


2 Em cada palavra está faltando uma sílaba que tem a vogal i ou e. Complete-as.

a) rurgia g) tiço

Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
b) la rinto h) carcerar

c) tes munha i) comodar

d) contar j) punidade

e) direitar k) fe nino

f) truição l) pencar

3 Ordene as letras e forme adjetivos uniformes que começam com a letra ver-
melha e terminam com a letra azul. Atente para a acentuação.

LVSPNISDEINEA

NPELSOSRVAE

RENETESISATN

VAESLCSIE

TEISPSIAMS

TEESCNDEONT

SESIPOVIML

IBESDENOTEED

NLOFCORTVAE

EEVNOLTVEN

NAERAROGT

AXELICVLPE

34
Atividades de reforço

1 Substitua a expressão destacada em cada frase por um ad-


vérbio de sentido equivalente do quadro abaixo.

ferozmente propositalmente minuciosamente

inesperadamente ingenuamente maliciosamente

gentilmente atenciosamente discretamente

ininterruptamente repentinamente destemidamente


Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.

a) O professor agiu com discrição naquele caso.

b) O garoto fez um comentário sem malícia durante a

ROGÉRIO BORGES
conversa.

c) Ela fez a crítica em voz alta de propósito.

d) O chefe entrou na sala sem ninguém esperar e surpreen-


deu todo mundo.

e) Alguns homens entraram de repente no salão de baile.

f) O cão investiu contra nós com ferocidade.

g) Ele ficou discursando sem parar por mais de duas horas.

h) A vendedora nos atendeu com muita atenção.

35
i) O professor explicou a experiência nos mínimos detalhes.

j) Ele enfrentou os inimigos sem medo.

2 Passe para a voz passiva as orações que estão na voz ativa


e vice-versa.

a) Os candidatos devem fazer esta semana a inscrição para


o exame.

b) O goleiro foi expulso pelo árbitro no primeiro tempo.

c) O diretor vai abrir a exposição de ciências.

d) Nosso grupo deve realizar essa experiência no laboratório.

e) A escola vai ser toda enfeitada para a festa pelos alunos


da manhã.

3 Reescreva as frases substituindo as palavras destacadas


por pronomes pessoais do caso oblíquo. Veja o exemplo:

Diga a verdade ao professor. Diga-lhe a verdade.

a) Guarde todo o material.


b) Vamos terminar a pesquisa.
c) Dê este recado ao seu irmão.
d) O clube deve contratar esse jogador.

e) Eles ensinaram o garoto a empinar pipa.


ROGÉRIO BORGES

f) Devolva os livros à professora.

g) Amo essa menina.

36
4 As palavras relacionadas a seguir têm antônimos começa-
dos pelas letras indicadas. Quais são eles?

a) legítimo f h) risonho t

b) pequenino e i) revelar o

c) juntar s j) grosseiro g

d) atraente r k) enfadonho i

e) beneficiar p l) respeitoso i

f) libertar p m) ingênuo m

g) coragem c n) raro c

5 Leia o texto a seguir.


Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.

O céu é o passado
Quando olhamos o céu estrelado, à noite, ve-
mos nada mais que o passado. Como a luz das
estrelas distantes demora anos viajando pelo es-
paço até chegar a nós, o que vemos é sempre o
que já foi.

ROGÉRIO BORGES
Sergio Kon. Imagem: da caverna ao monitor, a aventura do olhar.
São Paulo: Melhoramentos, 2007. p. 30. (Fragmento).

a) Copie todos os substantivos do texto.

b) Dois desses substantivos exercem a função de objeto di-


reto. Quais?

c) Qual desses substantivos exerce a função de sujeito?

d) No texto, há dois adjetivos. Quais são eles? E que função


sintática eles exercem?

37
ULO
ÍT

CA P
Orações subordinadas
3 adverbiais

Vivemos a era do textão no Facebook


A raiva é uma das principais emoções que nos fazem compar-
tilhar coisas, mas é também a que mais demora para passar
Faz pelo menos uns três anos que cumpro um ritual: de manhã,
quela timeline cor-
assim que abro os olhos, acesso o Twitter. Ver aquela
rendo nervosa sem parar me deixa pilhada para o dia. Ao ver que
o mundo já está agitado, produzindo, me coloco o na mesma vibe.

VICENTE MENDONÇA
Funciona melhor que café. Mas tenho pensado em m abandonar esse
hábito. Ao mesmo tempo que me pilha, o Twitter er me deixa mal-
-humorada, e isso ferra com o resto do meu dia. Por quê?

de 1998.
1998
998
199
19
1 99
9 98
9 8.
gora; o que você
Vamos fazer um exercício: abra o Twitter aí, agora;

eiro
irro
de fevereiro
eir
errei
e o de
gocêntrico que
encontra? Vai ter alguém xingando o artista egocêntrico

19 de ever
ver
eve
vve
fev
e e
e reclamando do
deu uma declaração equivocada, [...] vai ter gente

de 19
10 de
tícia de mais um
atendimento da empresa tal, vai ter mais uma notícia

eii 9.610
9.61
9. 61
..6
6
assassinato por homofobia, outra sobre mais uma a mulher que so-

al e Lei
Le
Le 9
freu abuso, que vai motivar mais uma feminista a tentar mostrar

o Penal
Pe
P ena
Pena
en
Pen
ena
n
rar comentários
o quanto a sociedade precisa mudar, o que vai gerar

Cód
ód

Có igo
do Códigogo
diig
g
misóginos, e por aí vai.

Art. 18
1 84 do
rrtt. 184
Isso não rola só no Twitter! No Facebook não ão é diferente.

proibida.ida.
da.
biida
da
d Art
a Ar
A
As redes sociais viraram um poço de rage e haterismo.

Reprodução op
ão oib
roib
oi
rroi
o
ro iib
Estamos vivendo a “era do textão”, desencadeada ada por uma

oduç
prrod
o duç
odu
du
d uçã

noção importante e saudável de que a internet nos os deu poder

Repr
Re
R epr
Rep
ep
e p
para opinar e encontrar outras pessoas que corroboram
e compartilham o que dizemos. A internet noss deu voz,
audiência, e agora tudo o que queremos é ter opinião
ma coisa
formada sobre tudo e fazer um textão sobre isso. Uma
orém...
tremendamente incrível, não fosse um pequeno porém...
Ao mesmo tempo que exercitamos nossa livre
opinião, ficamos cada vez menos tolerantes com m a
opinião alheia. Passamos o dia lendo posts que nos
incomodam, e às 18 horas nos vemos extremamen- en-
te fatigados sem saber o motivo. Uma pesquisa do
jornal norte-americano The New York Times mos-os-
ue
trou que a raiva é uma das principais emoções que
nos fazem compartilhar coisas, mas é também a
que mais demora a passar. Ficamos remoendo o
assunto até ter uma gastrite. Queremos “descur-r-
e.
tir” mil vezes aquele post que nos causa espécie.

38
Queremos voltar lá para deixar 500 comentários raivosos mostran-
do que a pessoa está completamente errada. Sério?
Quando foi que a internet virou essa grande dor de estômago?
Tem muita coisa legal e construtiva rolando na grande rede mun-
dial de computadores, foque seu tempo e energia nelas, mude seu
humor, torne-se mais produtivo e seja feliz. PAZ!
Bia Granja. Founder e curadora do youPIX e cocuradora da
Campus Party Brasil. Seu trabalho busca entender como os jovens
brasileiros usam a rede para se expressar e criar movimentos culturais.

Disponível em: <http://revistagalileu.globo.com/Revista/noticia/2015/05/


vivemos-era-do-textao-no-facebook.html>. Acesso em: 27 jun. 2017.

1 Considerando a linguagem e o conteúdo, a quem esse texto se dirige?

2 No início do texto, a autora revela que tem um hábito diário. Que hábito é esse?
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.

a) O que essa ação diária tem feito com a vida da autora?

b) A autora alega que muitas pessoas fazem o mesmo ritual que ela. Você é uma
delas? Conhece pessoas que são assim como ela?

3 No último parágrafo, a autora diz que a internet virou uma grande dor de es-
tômago. Você concorda com os argumentos usados pela autora para defender
essa ideia? Por quê?

4 O texto finaliza com o conselho de se usar a internet de forma construtiva. Você


conhece alguns usos das redes sociais que ajudam a promover o bem? Quais?

Orações subordinadas
No capítulo anterior, vimos que, num período composto o por coorde-
dentes sinta-
nação, as orações têm o mesmo valor, isto é, são independentes
ticamente umas das outras.
No entanto, num período composto, pode haver também ém uma ora-
pendem dela,
ção que expressa a ideia principal e outras orações que dependem
pois sozinhas não possuem sentido completo. Observe:

Fiquei irritada, quando li o comentário malvado de um internauta.


nternauta.
VICENTE MENDONÇA

oração principal oração subordinada

Note que, nesse exemplo, a oração subordinada indicaa o tempo da


ocorrência do que foi expresso na oração principal; no entanto, ela pre-
cisa da oração principal para que seu sentido fique completo.

39
Damos o nome de oração subordinada à oração que depende de
outra oração, chamada principal.

Você sabia?

Coordenada, subordinada: saber o significado dessas palavras pode


ajudá-lo a entender bem o conceito de coordenação e subordinação.
Coordenar (co + ordenar) significa “estar junto, ser do mesmo nível ou
tipo”. Subordinar (sub + ordenar) quer dizer “estar abaixo, não estar no
mesmo nível”.

As orações subordinadas são introduzidas pelas conjunções subordi-


nativas. Nesse caso, o período é classificado como período composto
por subordinação.
As orações subordinadas podem estar antes ou depois da oração

Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
principal.
conjunção

Quando li o comentário maldoso de um internauta, fiquei irritada.

oração subordinada oração principal

“assim que abro os olhos, acesso o Twitter.”

oração subordinada oração principal


(expressa circunstância de
tempo em relação à principal)

As orações subordinadas exercem sempre uma função sintática


tica em
relação às orações principais.
Observe como, nas frases a seguir, podemos transformar os termos
destacados em orações com a mesma função sintática.
adjunto adverbial de causa

Não compareceu ao encontro por causa da doença.

Não compareceu ao encontro porque estava doente.


VICENTE MENDONÇA

oração principal oração subordinada


com função de adjunto
adverbial de causa

40
adjunto adnominal

Fotografei uma garota belíssima.

Fotografei uma garota que era muito bela.

VICENTE MENDONÇA
oração principal oração subordinada
com função de adjunto
adnominal

objeto direto

Os organizadores do evento queriam ajuda.


Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.

Os organizadores do evento queriam que os ajudassem.

oração principal oração subordinada com


função de objeto direto

De acordo com a função sintática que exercem, as orações subordi-


nadas classificam-se em:
a) orações subordinadas adverbiais;
b) orações subordinadas substantivas;
c) orações subordinadas adjetivas.
Neste capítulo, veremos as orações subordinadas adverbiais.

Exercícios
1 Sublinhe a oração subordinada de cada período abaixo.

a) Não fomos à praia porque estava muito frio.

b) Depois que acabarmos o trabalho, vamos dar um passeio.

c) Posso consertar essa bicicleta, se você me ajudar.

d) Embora fosse feriado, muita gente compareceu à reunião.

e) Se quiser passar nesse exame, você deverá se preparar muito bem.

f) Pedro lia o jornal, enquanto esperava o almoço.

g) Depois que o professor saiu, alguns alunos ficaram conversando.

41
2 Você tem a seguir alguns períodos compostos. Leia-os com atenção e indi-
que se eles são compostos por coordenação (C) ou subordinação (S).

a) Comemos um lanche e fomos ao cinema. ( )

b) Como não me sentia muito bem, não fui à escola. ( )

c) Vou tirar esta blusa de lã, pois o tempo está esquentando. ( )

d) Podemos terminar logo essa pesquisa, desde que todos colaborem. ( )

e) Você poderá aprender muito com a internet, se souber usá-la com inteli-
gência. ( )

Orações subordinadas adverbiais


As orações subordinadas adverbiais exercem a função de adjunto ad-

184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.


verbial da oração principal. Elas são introduzidas pelas conjunções subor-
dinativas adverbiais e classificam-se em: causal, condicional, concessiva,
temporal, consecutiva, conformativa, final, proporcional e comparativa.

t Classificação
Oração subordinada adverbial causal
Indica a causa da ocorrência ou da declaração expressa na oração

Reprodução proibida. Art. 1


principal.

Não participei da excursão porque estava doente.


ente.

oração principal oração subordinada


ada
al
adverbial causal

Como estava muito cansado, saiu do jogo.


o.

oração subordinada oração principal


pal
adverbial causal

Já que minha presença é importante, irei à reunião.


união.
VICENTE MENDONÇA
DONÇA

oração subordinada oração principal


adverbial causal

Conjunções subordinativas causais mais comuns: porque, que, pois


que, uma vez que, visto que, já que, como (quando equivale a porque).

42
Oração subordinada adverbial condicional
Indica uma hipótese ou condição para a ocorrência da oração principal.
ipal.

Se precisar de minha ajuda, mande-me uma mensagem.

oração subordinada oração principal


adverbial condicional

Você pode ir à festa, desde que não volte muito tarde.

VICENTE MENDONÇA
oração principal oração subordinada
adverbial condicional

Ele pode sair mais cedo, contanto que acabe o trabalho.

oração principal oração subordinada


Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.

adverbial condicional
Conjunções subordinativas condicionais mais comuns: se, contanto
que, desde que, a não ser que, caso, a menos que.

Oração subordinada adverbial concessiva


Indica circunstância desfavorável à ideia expressa na oração princi-
pal, mas sem impedir sua realização.

Ele ajudou o irmão, embora estivesse doente.

oração principal oração subordinada


adverbial concessiva
Nesse exemplo, vemos que a doença era um obstáculo ou uma cir-
cunstância desfavorável para a ocorrência da oração principal (“ajudar
o irmão”), mas isso não impediu que a ideia expressa na oração princi-
pal se realizasse.

Faremos essa viagem, mesmo que você não queira.

oração principal oração subordinada


adverbial concessiva

Ainda que ele insista, não o deixaremos pagar a conta do jantar.

oração subordinada oração principal


adverbial concessiva
Conjunções subordinativas concessivas mais comuns: embora, ain-
da que, por mais que, mesmo que, se bem que.

43
Oração subordinada adverbial temporal

VICENTE MENDONÇA
Indica o tempo ou momento em que ocorre o que foi declarado
arado na
oração principal.

A festa começou assim que chegaram os músicos.

oração principal oração subordinada


adverbial temporal

Mal entrou na sala, foi aplaudido por todos os presentes..

oração subordinada oração principal


adverbial temporal

Vou à sua casa, quando puder.

oração principal oração subordinada


adverbial temporal

Conjunções subordinativas temporais mais comuns: quando, en-


quanto, assim que, depois que, desde que, logo que, mal (quando equivale
a assim que).

Exercícios
1 Leia a tira a seguir.
MINDUIM CHARLES M. SCHULS
© 1963 PEANUTS WORLDWIDE
LLC./DIST. BY ANDREWS MCMEEL
SYNDICATION

a) No terceiro quadrinho, temos um período composto por:

( ) coordenação ( ) subordinação

b) Separe e classifique as orações desse quadrinho.

44
c) Qual o único adjetivo usado nesse quadrinho? Qual é sua função sintática?

d) Indique a função sintática dos termos:

t castelos: .

t de areia: .

e) Como se classifica o predicado da oração do último quadrinho?

2 Transforme as orações subordinadas adverbiais temporais em orações su-


bordinadas adverbiais condicionais, conforme o exemplo.
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.

Quando você precisar de ajuda, procure-me.


Caso você precise de ajuda, procure-me.

a) Quando houver um problema com o computador, chame esse técnico.

b) Quando quiser usar o laboratório, peça a chave na secretaria.

c) Quando vir o professor, dê-lhe esse recado.

d) Quando vier à minha casa, traga seu irmão.

e) Quando a chuva parar, iremos ao parque.

3 Sublinhe e classifique as orações subordinadas adverbiais presentes nos pe-


ríodos abaixo.

a) Mal amanheceu, já havia muita gente na praia.

b) Ponha os talheres na mesa, enquanto pego os pratos.

45
c) Mesmo que chova, o jogo não será interrompido.

d) Como é muito antipático, não consegue fazer amigos.

e) Arrumaremos a sala depois que todos saírem.

4 Crie orações subordinadas que completem o sentido das orações principais


apresentadas abaixo. Atenção: essas orações devem ser coerentes com o
sentido da conjunção subordinativa indicada.
a) A escola pode ajudar a transformar a sociedade, desde que

b) O preconceito racial não deve ser tolerado porque

Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
c) O mundo não terá paz enquanto

5 Transforme os adjuntos adverbais de tempo em orações subordinadas adver-


bais temporais. Veja o exemplo:

Discutimos o projeto durante o almoço. adjunto adverbial de tempo


Discutimos o projeto enquanto almoçávamos. oração subordinada adverbial
temporal

a) Comemos um lanche durante a viagem.

b) Lemos o jornal durante o descanso.

c) Conversamos sobre isso durante o passeio.

tSe passarmos os verbos dessas orações principais para o futuro do pre-


sente, como ficarão as orações subordinadas adverbiais temporais?

46
6 Forme uma oração subordinada adverbial concessiva usando a conjunção
embora, conforme o exemplo. Atenção com o emprego correto dos tempos
verbais nessas orações.

Apesar de ganhar um bom salário, ele não gosta muito desse emprego.
Embora ganhe um bom salário, ele não gosta muito desse emprego.

a) Apesar de não ter culpa, o garoto acabou sendo advertido também.

b) Vou ao cinema com eles, apesar de não gostar muito desse tipo de filme.
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.

c) Apesar de ter estudado bastante, não conseguiu passar no exame.

d) Apesar de não ser feriado, havia um grande público no estádio.

Oração subordinada adverbial consecutiva


Indica a consequência daquilo que se diz na oração principal.

Ela ficou tão emocionada que acabou chorando.

oração principal oração subordinada


adverbial consecutiva

O barulho era tanto que eu mal conseguia ouvir a música.

oração principal oração subordinada


adverbial consecutiva
VICENTE MENDONÇA

Conjunções subordinativas consecutivas mais comuns: que, dee


modo que, de forma que.

47
Observe que, quando a conjunção que é consecutiva, a oração
o prin-
me in-
cipal geralmente apresenta um advérbio ou expressão que exprime
tensidade (tão, tanto, tal, etc.).

Oração subordinada adverbial conformativa

VICENTE MENDONÇA
Expressa conformidade de um fato com outro.

A cerimônia ocorreu conforme tínhamos planejado.

oração principal oração subordinada


adverbial conformativa

A pesquisa foi feita como o professor tinha explicado.

oração principal oração subordinada


adverbial conformativa

Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
Conjunções subordinativas conformativas mais comuns: confor-
r
me, segundo, como (quando equivale a conforme).

Oração subordinada adverbial final


Indica a finalidade ou o objetivo daquilo que se declara na oração principal.

Empreste-me esse livro para que eu possa terminar a pesquisa.

oração principal oração subordinada


adverbial final

Explique bem o problema a fim de que possamos entendê-lo.

oração principal oração subordinada


adverbial final
Conjunções subordinativas finais mais comuns: para que, a fim de que. Ver Dica gramatical,
página 51.
Oração subordinada adverbial proporcional
Expressa um fato simultâneo e relacionado proporcionalmente
àquele que é declarado na oração principal.

O tempo vai esfriando à medida que anoitece.

oração principal oração subordinada


adverbial proporcional
Conjunções subordinativas proporcionais mais comuns: à medida
que, à proporção que.

48
A ideia de proporção pode ser expressa também pelas conjunções
quanto mais, quanto menos, quanto maior, quanto menor, combinadas
com as expressões tanto mais, tanto menos, tanto maior, tanto menor, etc.

Quanto maior for a altura, mais perigosa será a queda.

oração subordinada oração principal


adverbial proporcional

Quanto mais você estudar agora, menos dificuldade terá nos exames finais.

oração subordinada oração principal


adverbial proporcional

Oração subordinada adverbial comparativa

VICENTE MENDONÇA
Expressa ideia de comparação com referência à oração
ração principal.
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.

Ela constitui o segundo termo de uma comparação.

Esse pessoal mais conversa do que trabalha.


a.

oração principal oração subordinada


da
adverbial comparativa
tiva

Assim como a flor precisa de cuidado, o amor precisaa de atenção.

oração subordinada oração principal


adverbial comparativa

Ele saiu da reunião tão desanimado como chegara.

oração principal oração subordinada


adverbial comparativa

Ele parecia tão feliz como o irmão.

oração principal oração subordinada


adverbial comparativa
Observe neste exemplo que o verbo da oração comparativa pode
não estar explícito. Fica subentendida a seguinte ideia: Ele parecia tão
feliz como o irmão parecia.
Conjunções subordinativas comparativas mais comuns: como, as-
sim como, tal como, que (combinado com mais ou menos), quanto (com-
binado com tão).

49
Exercícios
1 Identifique e classifique a oração subordinada adverbial que foi usada no pri-
meiro quadrinho da tira.
NÍQUEL NÁUSEA FERNANDO GONSALES

FERNANDO GONSALES
002-f-GF9-C03-M-
NOVA: tira Níquel
Náusea. Fernando
Gonsales. Folha de
S.Paulo, 17 jan. 2016.

2 A conjunção como pode introduzir orações que expressam ideia de causa,


conformidade ou comparação. Indique a ideia que ela expressa em cada ora-

Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
ção destacada abaixo.

a) O goleiro jogou como o técnico havia pedido.

b) Como estava exausto, parou o trabalho e foi descansar.

c) Esse garoto joga tão bem como os profissionais.

d) A festa não foi como esperávamos.

e) Como choveu muito, o jogo foi adiado.

3 Crie orações subordinadas que se liguem às orações principais por meio das
conjunções indicadas. Depois, classifique as orações que você criou.

a) Naquele dia especial, a professora ficou tão emocionada que

b) Chame seu colega para que

c) A apresentação da peça foi feita conforme

d) O entusiasmo da torcida aumentava à medida que

e) Não vou viajar nas férias porque

50
4 Complete as lacunas dos períodos abaixo usando conjunções subordinativas.

a) Ele cantou tão bem todos o aplaudiram muito.

b) O policial agiu exatamente exigia a situação.

c) Ele é tão educado os irmãos.

d) estava muito gripado, não fui à festa.

e) Você não poderá inscrever-se nesse curso, haja algu-


ma desistência.

f) entrei no salão, reconheci alguns colegas.

g) Diga-me o dia de sua chegada eu possa fazer uma


reserva no hotel.

h) todos a consolassem, ela continuava a chorar.


Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.

tClassifique as conjunções que você usou.

MENDONÇA

Dica gramatical
VICENTE MENDO

A fim de / afim
A conjunção a fim de expressa ideia de finalidade, objetivo. Exemplo:
mplo:
Ele veio até aqui a fim de me ajudar.
Na linguagem coloquial, usamos a fim de para indicar também a ideia
de disposição ou vontade: Estou a fim de tirar umas férias.
O adjetivo afim expressa ideia de afinidade, semelhança. Exemplo:plo:
No campo da música, eu e ele temos interesses afins, gostamos das
mesmas bandas.

51
Aprendendo com o dicionário

uestões.
Leia o texto a seguir para responder às questões.

A importância do livro
Foi a invenção de Gutenberg que realmentente
vro,
abriu o caminho para a popularização do livro,
para o desenvolvimento da imprensa e para aa
democratização da educação.
O livro tem sido durante os últimos sécu- cu-
los o instrumento mais importante do desen- en-
volvimento intelectual e espiritual do homem em

VICENTE MENDONÇA
e da sua possibilidade de aprender e progre- re-
dir. Através do livro viaja-se para o passado oe
para o futuro. Conhecem-se o pensamento e a
fantasia de outras pessoas e de outros povos. os.
Gutenberg (1398-1468) foi
Aprende-se nos livros a conhecer a ciência, a, a

Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
um tipógrafo alemão que
apreciar a arte e a avaliar o que é certo e o que aperfeiçoou o método de
é errado. impressão, possibilitando assim
a produção em massa de livros,
Ruth Rocha & Otávio Roth. A história do livro. base da revolução cultural dos
São Paulo: Melhoramentos, 1992. p. 29. séculos seguintes.

1 Releia: “Foi a invenção de Gutenberg que realmente abriu o caminho para a


popularização do livro.” Assinale os verbos que podemos usar para substituir
a expressão destacada.

( ) favorecer ( ) dificultar ( ) permitir ( ) impedir

2 Há várias expressões com o verbo abrir. Leia as frases a seguir e relacione


cada expressão destacada com seu significado.
a) Abra os olhos com esse sujei- ( ) começar a dar tiros.
to, não acredite no que ele diz.

b) Uma pessoa do grupo abriu ( ) ser franco, sincero.


o bico e revelou o segredo
que eles guardavam havia
tanto tempo.

c) Ele abriu mão desse emprego ( ) tomar cuidado, ser cauteloso.


para poder se dedicar mais à
família.

d) Os soldados abriram fogo ( ) desistir


quando viram o inimigo.

e) Ele abriu o jogo com os ami- ( ) revelar, contar.


gos e confessou a verdade.

52
3 Leia o verbete.

abrir verbo 1. mover, separando as partes que estão juntas ou unidas. 2. cavar, escavar.
3. pôr em ação, fazer funcionar. 4. desabrochar. 5. começar a funcionar ou atender. 6.
desdobrar. 7.STb_TacPaTbcX\d[Pa~PQaXabT8. desabafar, fazer confidências.

tIndique o sentido que o verbo abrir tem nas frases abaixo.


a) As rosas do jardim abriram e estão lindas. ( )

b) Ele abriu um buraco no quintal. ( )

c) Vamos abrir as janelas da sala. ( )

d) Esse novo supermercado vai abrir amanhã. ( )

e) O menino abriu a torneira. ( )

f) Ela se abriu com a irmã e contou o que estava sentindo. ( )


Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.

g) O motorista abriu o mapa e tentou localizar a cidade. ( )

h) Essa bebida abriu o apetite do pessoal. ( )

tPesquise outros sentidos do verbo abrir e crie duas frases de exemplo.

A ortografia em destaque

1 Complete as lacunas das frases usando: por que, por quê, porque, porquê.

a) Você não participou da festa ?


não quis ou não foi convidado?

b) vocês se metem com a minha vida?


Só não gosto de festas não significa que não gosto
de ter amigos.

c) Mas tanta discussão por isso, pessoal?

d) Quer saber ? essa gente


é muito intrometida na vida dos outros. Eis o .

53
2 No texto abaixo, foram destacadas catorze palavras. Algumas delas devem
ser acentuadas. Acentue-as.

Corpo é imagem
O corpo humano como imagem esta presente em todos os periodos da nos-
sa historia. A pintura corporal assim como o uso de mascaras e roupas espe-
ciais tem muitos significados e aparecem em festas e rituais de grupos humanos
antigos e recentes. Afinal, a grande obsessão e modelo do homem é o proprio
homem. Muitas tribos indigenas brasileiras utilizam a pintura corporal ate hoje,
como uma forma importante de manifestação pessoal e cultural.
Sergio Kon. Imagem: da caverna ao monitor, a aventura do olhar.
São Paulo: Melhoramentos, 2007. p. 2.

a) Escreva em ordem alfabética as palavras que você acentuou.

Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
b) Justifique oralmente a acentuação dessas palavras. Se necessário, consulte
o quadro geral de acentuação gráfica, no final deste volume.

3 A sílaba inicial e a sílaba final das palavras a seguir estão corretas, mas as letras
das outras sílabas estão fora de ordem. Ordene-as de modo a formar palavras
polissílabas.

D E U N E Q I L N T E DE TE

D E T O N E S S I A D D E DE DE

E S A L A F H A T P O S O ES SO

S O R E N A C B L H A SO LHA

C O N E N T I E M S N T O CON TO

R E N F I E R G R A T E RE TE

G E D E R S I N A O D E GE DE

P R O A E R I D P D E PRO DE

C O I N I H Z E R O CO RO

A R I E U T U Q T R A AR RA

C O E R N D A O D O R CO DOR

R E I E N D C I S A L RE AL

54
Atividades de reforço

1 Reescreva as frases abaixo, substituindo as expressões des-


tacadas por verbos equivalentes, como no exemplo.

Esse boato deixou furioso o pessoal.


Esse boato enfureceu o pessoal.

a) O uso de figuras de linguagem tornou belo o discurso do


político.
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.

b) O excesso de tempo no forno deixou duro o pão de queijo.

c) As vitaminas receitadas pelo médico deixaram forte o


garoto.

d) A falência do banco deixou pobre o investidor.

e) Os ladrões deixaram vazio o cofre do banco.

f) A queda de energia deixou escura a cidade.

g) O lanche reforçado deixou satisfeitos os peregrinos..

2 Analise os adjetivos e advérbios destacados nas frases


rases
abaixo conforme o exemplo.

Ele é o melhor jogador do nosso time.


VICENTE MENDONÇA

melhor = adjetivo bom, grau superlativo relativo de superioridade


de

a) Marina fotografa melhor que eu.

55
b) Essa é a melhor escola de teatro que eu conheço.

c) De todas as músicas que ele compôs, essa foi a pior.

d) O maior poema escrito em língua portuguesa é Os lusía-


das? E o menor?

e) O garotinho está andando melhor do que os outros da


escolinha.

3 Às vezes, o modo como uma frase é escrita pode criar am-


biguidade. Leia com atenção as frases a seguir e explique

Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
oralmente as duas possibilidades de interpretação que elas
permitem. Depois, reescreva as frases, deixando claro um
dos sentidos apontados.

a) Encontrei meus amigos saindo do cinema.

b) Os visitantes olhavam as crianças sorridentes.

c) O rapaz aplaudiu a moça que dançava com muito entu-


siasmo.
VICENTE MENDONÇA
VIC

d) Atravessando o rio, vimos muitos turistas.

56
e) A expedição científica que está viajando pelo mundo há
dois meses passou pelo Brasil.

4 Sublinhe as orações coordenadas sindéticas presentes nos


períodos a seguir e classifique-as.

a) Não foi ao encontro nem mandou um recado para a


garota.

b) Falava rapidamente, pois estava nervoso.


Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.

c) Volte mais tarde, que tudo estará resolvido!

d) O time deve jogar bem ou será desclassificado.

e) Encontrei meus amigos e fomos ao shopping, mas não


fizemos compras.

f) Os engenheiros fizeram uma reunião e revisaram todo o


projeto; no entanto, não conseguiram encontrar a causa
do problema.

57
ULO
ÍT

CA P
Orações subordinadas
4 substantivas

Antes só que mal fotografado


Tem acontecido com bastante frequência. A pessoa está sozinha
na mesa do restaurante e o garçom traz o prato pedido. Antes de
matar a fome, ela saca o celular, estica o braço e abre o sorriso
superlotado de dentes. Faz a selfie, escolhe a foto e manda para
as redes sociais. Só depois é que lembra que havia uma refeição à
espera. Nunca, na história da humanidade, os pratos foram sabo-
reados tão mornos.
A selfie viralizou. Em qualquer lugar, quando você menos espe-
ra, algum amigo manda todo mundo se juntar, joga a mão lá longe
e sapeca a foto. Para quem se atreve a enfrentar sozinho o desafio
de uma mesa de bar ou restaurante, a autofoto cumpre a função de
colocar o solitário no meio de uma multidão de amigos. Ou segui-
dores, conforme a rede escolhida.
Particularmente, eu gosto muito de espiar quem tira foto sozinho.
Analiso o cenário, adivinho o que a figura quer exibir e, por fim,
concentro-me no sorriso. O sorriso da selfie é uma categoria
g à parte
p
ada. Não é espontâneo,
no mundo da alegria explicitada. esp
pontâneo,
como a risada escancarada de felicidade. Mas
também não pode ser amarelo, o, frouxo, um qua-
tar ali, estrelando
se pedido de desculpa por estar

ORLANDO PEDROSO
aquela foto.
O sorriso da selfie é uma ma mescla de
autoconfiança com vontade e de dividir
bons momentos com os amigos. gos. Leva um
Quem disse
toque sutil de arrogância (“Quem
mada bem
que eu não viria?”) e uma camada
m, sou eu
servida de exibicionismo (“Sim,
íssimo”).
mesmo neste restaurante caríssimo”).
Ficaram para trás as frases ses de
cartão-postal, do tipo “Você cê
adoraria estar aqui”. Não,,
o combinado é justamente
você não estar aqui, para não
estragar a selfie perfeita.
Com a prática, algumas
pessoas tornam-se verda-
deiros craques da autofoto.

58
Elas sabem o ângulo certo para posicionar o braço — sempre de
cima para baixo, para não dar olheira nem escancarar a papada —
e buscam a melhor luz para valorizar a imagem. O nobre objetivo
da selfie é mostrar ao mundo que você está ótimo, de penteado
novo e com um corpinho de sílfide.
[…]
Bom senso também cai bem na hora de postar uma selfie. É re-
comendável não exagerar na quantidade. Chega uma hora em que
ninguém aguenta mais o seu sorriso escancarado por causa de um
churro com chantili e chocolate granulado ou de um hambúrguer
do tamanho de um novilho. Aliás, fazer carinha de espanto ao lado
de qualquer prato também já deu.
Mário Viana. Veja São Paulo, 18 jan. 2017. p. 58. (Fragmento).

1 Como foi construído o humor do texto?


Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.

2 Na sua opinião, por que as pessoas tiram selfies?

3 O texto menciona algumas formas de tirar uma selfie.

a) Você achou estranha alguma dessas formas?


b) Você já presenciou alguma forma bizarra de tirar uma selfie?
Conte como foi.
c) Você tem alguma técnica especial para tirar selfies? Qual?

Orações subordinadas
substantivas
As orações subordinadas substantivas são aquelas que exercem m fun-
eto in-
ções sintáticas próprias do substantivo: sujeito, objeto direto, objeto
direto, predicativo, complemento nominal, aposto.
Observe que, na oração a seguir, o substantivo destacado tem m fun-
ção de objeto direto:
ORLANDO PEDROSO

Algum amigo manda todo mundo se juntar.

objeto direto

Algum amigo manda que todo mundo se junte.

oração principal oração subordinada substantiva

59
ORLANDO PEDROSO
Agora veja como esse substantivo pode ser substituído por uma ora-
ção subordinada com a mesma função de objeto direto do verbo esperar:
conjunção subordinativa integrante

A garota espera que o namorado telefone.

oração principal oração subordinada


substantiva objetiva direta
Veja outro exemplo de transformação de um objeto direto em ora-
ção subordinada substantiva objetiva direta:

Quero sua participação nesse trabalho.

objeto direto

Quero que você participe desse trabalho.

Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
oração principal oração subordinada
substantiva objetiva direta
Além da conjunção integrante que, as orações substantivas podem
ser introduzidas pela conjunção integrante se. Veja um exemplo:
conjunção integrante

Não sei se ele está em casa.

oração principal oração subordinada


substantiva objetiva direta

tClassificação
As orações subordinadas substantivas se classificam em objetiva dire-
ta, objetiva indireta, predicativa, completiva nominal, apositiva e subjetiva.

0SBËÊPTVCPSEJOBEBTVCTUBOUJWBPCKFUJWBEJSFUB
Exerce a função de objeto direto do verbo da oração principal.
conjunção integrante

Quero sua ajuda. Quero que você me ajude.

oração principal
objeto direto oração subordinada
substantiva objetiva direta

60
conjunção integrante

Exijo sua saída. Exijo que você saia.

oração principal
objeto direto oração subordinada
substantiva objetiva direta

0SBËÊPTVCPSEJOBEBTVCTUBOUJWBPCKFUJWBJOEJSFUB
Exerce a função de objeto indireto do verbo da oração principal.
conjunção integrante

Preciso de sua orientação. Preciso de que você me oriente.

oração principal
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.

objeto indireto oração subordinada


substantiva objetiva indireta

conjunção integrante

Insisto na sua vinda. Insisto em que você venha.

oração principal
objeto indireto oração subordinada
substantiva objetiva indireta

0SBËÊPTVCPSEJOBEBTVCTUBOUJWBQSFEJDBUJWB
Exerce a função de predicativo do sujeito da oração principal.
conjunção integrante

Nosso desejo é sua felicidade. Nosso desejo é que você seja feliz.

oração principal
predicativo do sujeito oração subordinada
substantiva predicativa

conjunção integrante
ORLANDO PEDROSO

Minha alegria era a sua volta. Minha alegria era que você voltasse.

oração principal
predicativo do sujeito oração subordinada
substantiva predicativa

61
Exercícios
1 Identifique os objetos diretos presentes nas orações a seguir e desenvolva-
-os em orações subordinadas substantivas objetivas diretas. Veja o exemplo:

Espero sua resposta.


Espero que você responda.

a) Espero sua dedicação aos estudos.

b) O técnico sugeriu ao clube a contratação dessa jogadora.

c) O porteiro impediu a entrada desses homens no prédio.

Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
d) O motorista pediu a ajuda do policial.

e) Todos exigiram minha permanência no grupo.

2 Leia a tira abaixo.


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a) Identifique a oração principal e a oração subordinada substantiva objetiva


direta presentes nessa tira.

b) Como se classifica o sujeito de cada uma dessas orações?

c) Que interjeição foi usada nessa tira? O que ela expressa?

62
3 Em todos os períodos abaixo há uma oração principal e uma oração subordi-
nada substantiva objetiva direta ou indireta. Sublinhe com um traço as ora-
ções principais e com dois as subordinadas substantivas, indicando entre pa-
rênteses se se trata de uma objetiva direta (OD) ou objetiva indireta (OI).

a) Recomendamos que você mude de classe. ( )

b) Disseram-me que ele ainda não voltou das férias. ( )

c) Ela insiste em que eu faça esse curso. ( )

d) Todos duvidavam de que ele conseguiria fazer essa obra de arte. ( )

e) Quem poderia imaginar que eles acabariam se casando? ( )

4 Transforme os predicativos destacados abaixo em orações substantivas pre-


dicativas. Veja o exemplo:
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.

O pedido dos alunos é o retorno desse professor.


O pedido dos alunos é que esse professor retorne.

a) O melhor para a escola seria a união de todos.

b) Minha esperança era a colaboração dos alunos.

c) O mais recomendável é a saída imediata dos soldados.

d) Nesse caso, o inevitável seria a revolta dessas pessoas.

e) O correto é um pedido de desculpas do rapaz.

63
Oração subordinada substantiva apositiva
Exerce a função de aposto de um termo da oração principal. Geral-
mente, vem após o sinal de dois-pontos.

ORLANDO PEDROSO
O rapaz tinha um desejo: a convivência pacífica dos familiares.

aposto (de desejo)

conjunção integrante

O rapaz tinha um desejo: que os familiares convivessem em paz.

oração principal oração subordinada substantiva apositiva

Oração subordinada substantiva completiva nominal


Exerce a função de complemento nominal de um termo da oração
principal.

Senti receio de sua desistência.

complemento nominal

conjunção integrante

Senti receio de que você desistisse.

oração principal
oração subordinada substantiva
completiva nominal

Estou convencido de sua culpa.

complemento nominal

conjunção integrante

Estou convencido de que ele é culpado.

oração principal
oração subordinada substantiva
completiva nominal

64
Vamos recordar

Não confunda o complemento nominal com o objeto indireto. Os


dois são acompanhados de preposição, mas o complemento nominal
completa o sentido de um adjetivo ou substantivo. Exemplo:
complemento nominal complemento nominal

Estou orgulhoso de você. Tenho necessidade de ajuda.

adjetivo substantivo
O objeto indireto, por sua vez, completa o sentido de um verbo.
Exemplo:

ORLANDO PEDROSO
objeto indireto objeto indireto

Eu me orgulho de você. Necessito de sua ajuda.


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verbo verbo

0SBËÊPTVCPSEJOBEBTVCTUBOUJWBTVCKFUJWB
Exerce a função de sujeito da oração principal.
conjunção integrante

É importante a sua participação. É importante que você participe.

sujeito oração principal oração subordinada


substantiva subjetiva
O esquema a seguir resume a classificação das orações subordinadas
substantivas, relacionando-as à função sintática que exercem no período.
Função sintática Classificação
Objeto direto Oração subordinada substantiva objetiva direta
Objeto indireto Oração subordinada substantiva objetiva indireta
Complemento nominal Oração subordinada substantiva completiva nominal
Predicativo do sujeito Oração subordinada substantiva predicativa
Aposto Oração subordinada substantiva apositiva
Sujeito Oração subordinada substantiva subjetiva

Atenção

As conjunções que introduzem as orações subordinadas substantivas


são chamadas de conjunções subordinativas integrantes. As mais
comuns são que e se.

65
Exercícios
1 Transforme o sujeito de cada frase em uma oração subordinada substantiva
subjetiva. Veja o exemplo:

É urgente sua colaboração.


É urgente que você colabore.

a) Nessa pesquisa, é fundamental a ajuda do professor.

b) Era indispensável a intervenção do diretor nesse caso.

c) É conveniente a sua vinda ao meu escritório.

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d) Era impossível a saída desse funcionário naquele momento.

e) É importante a aceitação dessas regras pelos competidores.

2 Classifique as orações destacadas abaixo em objetiva indireta (OI) ou com-


pletiva nominal (CN).

a) Ele insistiu em que eu contasse aquela anedota para os colegas. ( )

b) Ela está certa de que será eleita rainha da escola de samba. ( )

c) A realização da festa depende de que faça bom tempo no sábado. ( )

d) Envergonho-me de que você tenha agido tão mal. ( )

e) Tenho receio de que eles discutam muito na reunião. ( )

3 Sublinhe e classifique, de acordo com os códigos do quadro, as orações su-


bordinadas substantivas presentes nos períodos.

(SU) subjetiva (CN) completiva nominal (OD) objetiva direta


(AP) apositiva (PR) predicativa

a) Finalmente, ficou provado que o rapaz era inocente. ( )

b) A atleta tinha medo de que a dor no joelho atrapalhasse o campeonato. ( )

c) Temi que aquela notícia os pegasse de surpresa. ( )

66
d) A mãe só impôs uma condição: que o filho voltasse antes da meia-noite. ( )

e) Recomenda-se que a medicação não seja interrompida. ( )

Ver Dica gramatical


f) O importante era que todos estavam bem. ( )
a seguir.
4 No período “Se não conseguirmos terminar o trabalho até o fim da aula, é ne-
cessário que alguém nos ajude”, temos uma oração subordinada adverbial e
uma oração subordinada substantiva. Quais são elas? Classifique-as.

5 Leia a tira a seguir.


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tSepare e classifique as orações presentes no último quadrinho.

Dica gramatical

Se não / senão
Usa-se se não em frases que indicam ideia de condição. Exemplo:
Se não chover, irei à festa. Não faça esse trabalho, se não quiser.
Usa-se senão nos seguintes casos: a) quando equivale a “do contrário”.rio”.
Exemplo: Levante-se logo, senão você perderá o ônibus. b) quando
equivale a “exceto, a não ser”. Exemplo: Ninguém, senão ele, seria capaz
paz
ORLANDO PEDROSO

de fazer isso. c) quando equivale aos substantivos “erro, defeito, falha”.


a”.
Exemplo: Ele encontrou um senão no meu trabalho. Nesse caso, pode
variar no plural. Exemplo: Há vários senões no seu trabalho.

67
Aprendendo com o dicionário

Leia o texto abaixo para responder às questões.

Tatuagem
Vem de tatau, idioma original do Taiti. Nele, signi-

COLEÇÃO PRIVADA, LONDRES


fica sinal, pintura, a arte de gravar na pele, por meio
de pigmentos coloridos, ícones indeléveis que simbo-
lizam figuras conhecidas. A palavra foi introduzida na
língua inglesa como tatoo pelo navegador britânico
James Cook (1728-1779). Quando ele chegou ao Tai-
ti, em 1769, observou que os nativos picavam a pele
com um osso pontudo e derramavam nessas picadas
uma tinta azul, daí resultando desenhos permanentes
no corpo. O costume se espalhou entre a marujada e
se popularizou como uma forma de embelezamento,
sobretudo entre os jovens.

Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
Márcio Cotrim. O pulo do gato 3: o berço das palavras e expressões populares.
São Paulo: Geração Editorial, 2009. p. 70. (Fragmento).

1 Leia o verbete:

ícone subst. masc. 1. imagem religiosa pintada: em certas igrejas, muitas pessoas
consideram santos os ícones que representam Jesus. 2. desenho, imagem. 3. em
informática, símbolo gráfico usado para representar um software: na tela do computador,
clique sobre o ícone do dicionário e ele se abre imediatamente.

tEm qual desses sentidos foi usada a palavra ícone no texto?

2 Leia o verbete sinal e indique o sentido que esse substantivo tem nas frases
a seguir.

sinal subst. masc. 1. símbolo de orientação, advertência etc., usado em vias públicas,
aeroportos, etc. 2. aceno, gesto. 3. vestígio deixado por alguém ou por algo. 4.
dinheiro que o comprador dá ao vendedor como garantia de que vai fechar o negócio.
5. símbolo de uma operação matemática. 6. aparelho que emite som para marcar
determinados horários em fábricas, escolas etc. 7. ruído produzido por um aparelho de
telecomunicação.

a) Assim que deu o sinal, os alunos entregaram as provas. ( )

b) Pedestres e motoristas devem respeitar os sinais de trânsito. ( )

c) O meu telefone está com defeito, só dá sinal de ocupado. ( )

d) Com a mão, ela fez um sinal para que o filho se aproximasse. ( )

68
e) As marcas de sapato no tapete eram um sinal de que alguém andara pela
sala. ( )
f) Eles já deram um sinal para comprar esse apartamento. ( )
g) Ele errou o exercício porque usou o sinal de mais em vez de usar o sinal de
menos. ( )

3 Leia este verbete:

delével adj. aquilo que pode ser apagado: mancha delével.

tCom base nesse verbete, explique o significado do adjetivo indelével, que


foi usado no texto.

4 Com relação à palavra sinal, procure num dicionário o significado das expres-
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sões abaixo:
a) dar sinal de vida: .
b) sinal de pontuação: .
c) abrir o sinal: .
d) avançar o sinal: .
e) por sinal: .
f) sinal da cruz: .

A ortografia em destaque

1 Complete as lacunas das palavras abaixo com uma sílaba que começa com
s, x ou z.
a) he tação f) ra ável k) e plar
b) pre tear g) e gente l) e gência
c) esva ar h) maga ne m) re dente
d) para ta i) requi ção n) e berante
e) au te j) a lo o) re lução

tPondo essas palavras em ordem alfabética, quais são as três primeiras?


E as três últimas?

69
2 Na tira abaixo, foram retirados os acentos de algumas palavras. Leia com
atenção e recoloque os acentos necessários.
ARMANDINHO ALEXANDRE BECK

BECK ILUSTRAS
a) Que palavras devem ser acentuadas?

Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
b) Justifique oralmente os acentos colocados. Se necessário, consulte o qua-
dro geral das regras de acentuação no final do volume.

3 Usando as letras do quadro, forme palavras que tenham sempre a letra R, em


qualquer posição. Não repita letras na formação de uma mesma palavra.

R
A B D I S O C
E M H G U F X

70
Atividades de reforço

1 A posição de uma palavra pode mudar o significado de


uma frase. Leia as frases a seguir e explique a diferença de
significado que há entre elas.

I. Preciso muito de dinheiro.


II. Preciso de muito dinheiro.
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.

2 Leia a tira com atenção, observando como o humor foi


construído, e responda às questões.
RECRUTA ZERO MORT WALKER

© 2017 KING FEATURES SYNDICATE/IPRESS

a) Que trecho do primeiro balão de fala causa dupla inter-


pretação?

b) Reescreva o texto do primeiro balão, modificando a po-


sição desse trecho para eliminar a dupla interpretação.

71
ORLANDO PEDROSO
3 Redija de outra maneira os períodos apresentados
os a seguir,
mas sem alterar a ideia expressa por eles. Siga
a as instru-
ções de como iniciá-los.

Estudou muito, mas não passou no teste.


Comece com: Não passou no teste...
Resposta: ... embora tenha estudado muito.

a) Como estava ansioso, não conseguiu pegar no sono.


Comece com: Não conseguiu pegar no sono...

b) Moramos na mesma rua, mas quase não nos vemos.


Comece com: Quase não nos vemos...

Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
c) Ela continua a mandar-lhe mensagens, embora saiba que
ele já tem outra namorada.
Comece com: Ela sabe que ele já tem outra namorada...

d) É claro que não foi atendido, pois o que pediu é contra o


regulamento.
Comece com: O que pediu é contra o regulamento

e) Pare de se lamentar ou você acabará doente.


Comece com: Você acabará doente...

f) Fique calmo, que conseguiremos resolver esse problema.


Comece com: Conseguiremos resolver esse problema...

g) Eu sabia que nosso time estava preparado, contudo não


esperava essa vitória.
Comece com: Não esperava essa vitória...

72
4 Leia o texto a seguir.

Música: emoção e comunicação

ORLANDO PEDROSO
A música é uma outra forma de comunica-
ção. Ela transmite estados de espírito: alegria,
tristeza, romantismo ou entusiasmo.
Quando a música é acompanhada de letra,
pode emitir uma mensagem específica, que vai
desde as ingênuas canções infantis até os mais
exaltados hinos patrióticos.
A emoção que se sente quando se assiste a
uma simples premiação esportiva, acompanhada
do içar de uma bandeira e da execução de um hino,
mostra como estes símbolos trazem mensagens
ligadas a eles.
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.

Ruth Rocha & Otávio Roth. O livro dos gestos e dos símbolos.
São Paulo: Melhoramentos, 1992. p. 27.

a) No primeiro parágrafo do texto, há exemplos de aposto.


Sublinhe-os.

b) “Quando a música é acompanhada de letra”. Essa frase


está na voz passiva. Passe-a para a voz ativa.

c) Quais os adjetivos presentes no segundo parágrafo?


Todos eles exercem a mesma função sintática? Qual?

d) “mostra como estes símbolos trazem mensagens ligadas


a eles”. A que símbolos se refere o pronome demonstra-
tivo nessa passagem?

e) No texto, um pronome relativo equivalente a a qual foi


usado duas vezes. Identifique o pronome e indique a que
substantivos ele se refere.

73
ULO
ÍT

CA P
Orações subordinadas
5 adjetivas

Dormir pode servir para apagar lixo mental


Não lembra o que comeu ontem?
Nova teoria propõe que o sono existe para o cérebro apagar
memórias inúteis e abrir espaço para o novo dia
Sabe a sensação de tomar decisões pela manhã com a cabeça
descansada?
Pesquisadores da Universidade de Wisconsin-Madison, nos
EUA, descobriram que pode ser justamente essa a função biológi-
ca de uma boa noite de sono: apagar lixo mental. “Quando estamos

Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
acordados, somos escravos do aqui e agora, sempre atendendo al-
gum estímulo e aprendendo algo novo”, diz a italiana Chiara Cirelli,
uma das autoras do estudo. “Durante o sono, nosso cérebro reequi-
libra as sinapses de um jeito mais eficiente.”
Sinapses são os pontos de encontro entre dois neurônios, por
onde passam os impulsos elétricos. No experimento, 18% das si-
napses dos ratinhos que tiraram um cochilo foram apagadas — o
que abre espaço para novas informações. Nos roedores que fica-
ram acordados não houve mudança.
Essa capacidade que os seres vivos têm de regular a si mesmos,
ajustando a energia que deve ser dedicada a cada tarefa para man-
ter o equilíbrio do corpo, tem um nome técnico: homeostase. Por
isso, a teoria de Cirelli e seus colegas é chamada hipótese da home-
ostase sináptica (SHY).
O resultado perceptível disso é que durante a noite nós grava-
mos informações novas e importantes na memória, enquanto de- TETRA IMAGES/GETTY IMAGES

talhes irrelevantes — que roupa


você usou, a cara do desconhecido
que você trombou no elevador, o
que comeu — são esquecidos para
abrir espaço para o dia seguinte.
Bruno Vaiano. Disponível em:
<http://super.abril.com.br/ciencia/
dormir-pode-servir-para-apagar-lixo-mental/>.
Acesso em: 29 jun. 2017.

74
1 O texto aborda uma descoberta feita por pesquisadores da Universidade de
Wisconsin-Madison, nos EUA. O que eles descobriram?

2 Segundo o texto, o que é “lixo mental”?

tPense na sua rotina e diga quais seriam seus lixos mentais.


3 O subtítulo do texto apresenta aos leitores a seguinte pergunta: “Não lembra
o que comeu ontem?”. Você já passou por uma situação dessas de não se lem-
brar de ações corriqueiras?

4 Muitos adolescentes têm o hábito de passar a noite acordados — ou boa parte


dela — em jogos de computador ou redes sociais.

a) Na sua opinião, esses adolescentes podem apresentar mais problemas de


memória e atenção do que os outros?

b) Se você é um desses adolescentes, agora que tomou conhecimento da pes-


quisa, vai se preocupar mais com o tempo e a qualidade do seu sono e tentar
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.

perceber como anda sua memória?

Orações subordinadas adjetivas


As orações subordinadas adjetivas exercem a função de adjetivo
e são introduzidas por um pronome relativo. Muitas vezes, pode-
mos transformar um adjetivo numa oração subordinada adjetiva.
Veja o exemplo:

A pesquisadora italiana fez um estudo sobre o sono.


o.

adjetivo

pronome relativo

A pesquisadora, que é italiana, fez um estudo sobre o sono.

oração principal oração subordinada oração principal


LEO TEIXEIRA

adjetiva

Observe estes outros exemplos de oração subordinada adjetiva:


pronome relativo

A teoria segundo a qual o sono é essencial para a memória é de pesquisadores norte-americanos.

oração principal oração subordinada adjetiva oração principal

75
pronome relativo

Uma universidade americana é o local onde a pesquisa foi feita.

oração principal oração subordinada adjetiva

pronome relativo

A pesquisa cujo conteúdo foi publicado na revista fez muito sucesso.

oração principal oração subordinada adjetiva oração principal


pal

LEO TEIXEIRA
pronome relativo

Nos roedores que ficaram acordados não houve mudança.

oração principal oração subordinada oração principal


adjetiva

Vamos recordar

O pronome relativo é um pronome que se refere a um termo


expresso anteriormente na oração. Esse termo, que quase sempre
vem imediatamente antes do pronome relativo, recebe o nome de
antecedente. O nome desse pronome é relativo porque há uma relação
entre ele e o termo a que se refere.
Os pronomes relativos são: que, o qual, a qual, os quais, as quais, quem,
cujo, cuja, cujos, cujas, onde.
Veja alguns exemplos:

Este é o bairro onde moro.

antecedente pronome relativo

Conheço o professor que entrou.

antecedente pronome relativo

Esses são os amigos com quem viajei nas férias.

antecedente pronome relativo

76
Exercícios
1 Transforme os adjetivos destacados em orações subordinadas adjetivas. Use
o pronome relativo que para introduzi-las. Veja o exemplo:

Soube de um fato surpreendente. adjetivo


Soube de um fato que me surpreendeu. oração subordinada adjetiva

pronome relativo

a) Vi uma criança sorridente.

b) O índio contava histórias impressionantes.

c) Eles fizeram um filme emocionante.


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d) Evite hábitos prejudiciais à saúde.

e) Como não se impressionar com aquele olhar cativante!

f) A criança não apresentou uma explicação convincente.

g) Devemos nos esforçar por uma paz duradoura.

h) Foi uma cena muito divertida.

i) Aquele cantor tem uma voz irritante!

j) Ele sempre foi um garoto muito medroso.

k) O prefeito aprovou uma lei benéfica aos estudantes.

77
2 Sublinhe o pronome relativo e circule seu antecedente conforme os exemplos.

O relâmpago que desceu do céu derrubou a árvore.


Fátima não sabia que o computador que tinha comprado chegaria aquele dia.

Atenção

Observe, no primeiro exemplo, que o pronome que refere-se ao substantivo


relâmpago, que é o seu antecedente, isto é, a palavra a que ele se refere ou com que se
relaciona (por isso, é chamado de relativo). Pode ser sempre substituído por o qual (a
qual, os quais, as quais).
No segundo exemplo, a palavra que aparece duas vezes. Mas só na segunda vez é um
pronome relativo, referindo-se ao antecedente computador.
Na primeira vez, que não se refere a nenhum termo anterior, servindo apenas de
ligação entre as duas orações; trata-se, pois, da conjunção integrante que introduz uma
subordinada substantiva objetiva direta.

Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
a) O carro em que viajávamos furou o pneu.
b) Ele disse que cometeram uma falha que era imperdoável.
c) O dinheiro que foi arrecado com a rifa será usado na festa que acontecerá
no fim de semana.
d) Os atletas que foram selecionados ficaram tão animados que começaram
a gritar de alegria.
e) A cantora desabafou dizendo que a notícia do divórcio dela, que foi anun-
ciado nos jornais, era uma fofoca imperdoável.

3 Complete as lacunas com o pronome relativo quem antecedido da preposição


adequada. Depois identifique a oração subordinada adjetiva, como no exemplo.

Ela é a menina com quem simpatizo.


Oração subordinada adjetiva: com quem simpatizo.

Atenção

Lembre-se de que a preposição que acompanha o pronome relativo é exigida pelo


verbo da oração subordinada adjetiva. É o caso da frase do exemplo acima: quem
simpatiza, simpatiza com alguém; logo, com é a preposição usada nesse caso.

a) As colegas faço grupo de estudo são ótimas!

78
b) O adversário foi vencido na luta é norte-americano.

c) Estou ficando muito amigo daquela pessoa simpatizei


na festa.

d) Não conheço o médico você se referiu no e-mail.

e) Aquele era o político todos se esqueceriam em breve!

4 Leia a tira e complete a lacuna do último quadrinho com a preposição


adequada.
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5 Leia esta frase e responda.

A irmã do garoto que ganhou a competição viajou para a Europa.

a) A quem se refere o pronome relativo que nessa frase?

b) Se quiséssemos afirmar que a irmã ganhou a competição, que outro pro-


nome relativo poderia ser usado para evitar a ambiguidade? Reescreva a
frase usando esse pronome.

79
6 Leia esta frase e responda.

Encontrei a prima de Carlos, que é dentista.


a.

LEO TEIXEIRA
a) Essa frase pode admitir duas interpretações? Por quê?
ê?

b) Como podemos reescrevê-la para deixar claro que Carlos é dentista?

c) Agora reescreva a frase deixando claro que a prima é dentista.

7 Você tem a seguir sete frases. Algumas delas apresentam ambiguidade. Assi-

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nale-as e, usando o pronome relativo o qual (e variações), reescreva-as para
deixá-las com um único sentido.

a) Conversei com a mãe do Leonardo, que, aliás, me disse estar muito satis-
feita na nova casa. ( )

b) Na reunião, encontramos a família do Rodrigo, que, por sinal, parecia des-


contente com a escola. ( )

c) Mostre esse texto ao colega de sua irmã, que acabou de entrar na sala. ( )

d) Conheci os irmãos da Juliana, que me pareceram muito simpáticos. ( )

e) No baile, vi o filho da professora, que estava muito elegante. ( )

80
f) Vou cumprimentar o sobrinho daquela mulher, que está aniversariando. ( )

g) Soube que o pai dessa menina, que foi premiado nesse concurso, será en-
trevistado pelo jornal da cidade. ( )

8 Junte as orações usando o pronome relativo cujo (e variações). Veja o exemplo.

Fui passear no sítio. O dono desse sítio é o pai de um colega meu.


Fui passear no sítio cujo dono é o pai de um colega meu.

a) Encontraram a mulher. Os documentos da mulher foram roubados.


Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.

b) Aquele é o político. Eu discordo das ideias desse político.

c) Foi multado o restaurante. Na cozinha do restaurante encontraram alimen-


tos estragados.

d) Visitei meu amigo. Fiquei hospedado na casa do meu amigo quando fiquei
doente.

e) Esta é a mulher. Os filhos dessa mulher organizaram a passeata.

f) Rasgaram a revista. Nas páginas dessa revista estavam as fotos da atriz.

81
t Classificação
As orações subordinadas adjetivas podem ser restritivas ou explicativas.
Orações subordinadas adjetivas restritivas
Restringem ou especificam o sentido da palavra a que se referem.

A plateia aplaudiu muito o escritor que foi premiado.

oração principal oração subordinada adjetiva restritiva

Nesse exemplo, a oração que foi premiado especifica o sentido do


substantivo escritor, indicando que a plateia não aplaudiu qualquer es-
critor, mas aquele que foi premiado. Nesse caso, na leitura em voz alta,
não há pausa entre o pronome relativo que e seu antecedente.
Veja outros exemplos de orações subordinadas restritivas:

Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
Gostei muito da música que ela cantou.
O artista conversou com os fãs que foram esperá-lo no aeroporto.

Orações subordinadas adjetivas explicativas


Apenas acrescentam uma qualidade à palavra a que se referem, es-
clarecendo um pouco mais seu sentido, mas sem restringi-lo ou espe-
cificá-lo.

Fui viajar com Marcelo, que é meu primo.

oração principal oração subordinada adjetiva explicativa

Nesse caso, na leitura em voz alta, há uma pequena pausa entre o


pronome relativo que e seu antecedente, marcada pela vírgula.
As orações subordinadas adjetivas também podem vir intercaladas à
oração principal. Observe:
oração subordinada adjetiva restritiva

A história que ele contou é muito engraçada.


LEO TEIXEIRA

oração principal

oração subordinada adjetiva explicativa

Alberto Santos Dumont, que era brasileiro, inventou o avião.

oração principal

82
Exercícios
1 Transforme o aposto das orações a seguir em orações subordinadas adjeti-
vas explicativas. Veja o exemplo:

Esse homem, protetor das artes, ajuda muitos músicos.

aposto

Esse homem, que protege as artes, ajuda muitos músicos.

oração subordinada adjetiva explicativa

a) O aparelho Bina, identificador de chamadas telefônicas, está presente em


muitas casas brasileiras.
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.

b) O médico, defensor dos direitos humanos, visitou o presídio.

c) Esse cientista, criador de um famoso aplicativo, não gosta de entrevistas.

d) Esse aluno, presidente da comissão de formatura, vai conversar com a classe.

e) Portinari, pintor de cenas da vida brasileira, tornou-se famoso interna-


cionalmente.

f) O rapaz, vendedor de aparelhos eletrônicos, visitou nossa escola.

g) O deputado, relator do processo, fez um discurso de duas horas.

83
h) A senhora, diretora da ONG, recebeu uma homenagem na Associação de
bairros.

i) O grupo, organizador da apresentação dos trabalhos, foi liberado das aulas


do dia.

j) O casal, mantenedor do asilo, está precisando de voluntários.

Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
2 Sublinhe e classifique as orações subordinadas adjetivas, informando se elas
são restritivas (R) ou explicativas (E).

a) Viajamos por uma estrada que era cheia de curvas ( )

b) O exercício que estava na apostila caiu na prova ( )

c) O cachorro, que parecia bem ser bravo, fugiu da casa. ( )

d) Minha avó que mora em Salvador é muito animada ( )

e) Brasília, que é a capital do país, está sempre muito agitada. ( )

f) O homem, que é um ser racional, acredita em seres sobrenaturais. ( )

3 Separe a oração principal e a subordinada adjetiva dos períodos abaixo con-


forme o exemplo.

Os alunos que saíram são do 9o ano.


Oração principal: Os alunos são do 9o ano.
Oração subordinada adjetiva restritiva: que saíram.

a) A mesa que estava com o pé quebrado foi retirada da sala.

b) Os livros que encomendei devem chegar amanhã.

84
c) A cola que usamos na aula de artes acabou.

d) O ônibus que passa pelo centro está atrasado.

e) O museu onde estão essas obras fica perto da escola.

f) A menina de quem lhe falei é minha prima.


Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.

g) O pai cujos filhos são atletas está em reunião com o técnico.

tA importância da vírgula


Em certas situações, a presença ou não da vírgula em orações subor-
dinadas adjetivas altera o sentido de uma frase. Observe:

I. Os alunos da classe que vão participar do desfile devem sair às 10 0 horas.


II. Os alunos da classe, que vão participar do desfile, devem sair àss 10 horas. LEO TEIXEIRA

No período I, não fazemos pausa entre a palavra classe e a oração ção


que vão participar do desfile. Isso deixa subentendida a seguinte ideia: eia:
não são todos os alunos da classe que devem sair às 10 horas, mas apenas nas
os que vão participar do desfile. Há, portanto, uma ideia de restrição ou
limitação.
No período II, fazemos uma pausa entre classe e que vão participar par
do desfile. Isso deixa subentendida a seguinte ideia: todos os alunoss da
classe devem sair às 10 horas, porque todos vão participar do desfile. A ora-
ção que vão participar do desfile tem apenas valor explicativo, não ex-
pressando nenhuma ideia de restrição.

85
Exercícios
1 Leia a frase a seguir.

O Sol, que é uma estrela, ilumina e aquece a Terra.

tNesse caso, o uso da vírgula é obrigatório ou não? Justifique.

2 Leia as frases a seguir.

I. Os artistas que manifestaram opinião sobre o ocorrido foram criticados.


II. Os artistas, que manifestaram opinião sobre o ocorrido, foram criticados.

tAssinale as afirmativas corretas e justifique oralmente suas respostas.

Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
a) Na frase I, se diz que todos os artistas manifestaram opinião sobre o
ocorrido. ( )

b) Na frase II, se diz que apenas alguns artistas manifestaram opinião sobre
o assunto. ( )

c) Na frase I, se diz que todos os artistas foram criticados por manifestarem


a opinião. ( )

d) Nas duas frases, a informação é a mesma. Porém, na I, refere-se a apenas


uma parte dos artistas e na II, a todos os artistas. ( )

3 Leia esta frase:

As modelos que não se preocupam com a saúde fazem dietas absurdas.

a) Que ideia expressa a frase sobre o hábito alimentar das modelos?

b) Se a oração que não se preocupam com a saúde estivesse entre vírgulas, o


significado da frase seria o mesmo? Explique.

86
4 As frases que seguem dão duas informações diferentes sobre o substantivo
alunos. Explique-as.

I. Os alunos que participaram do sarau literário ganharam nota extra.


II. Os alunos, que participaram do sarau literário, ganharam nota extra.

5 Que ideia a frase abaixo expressa sobre o relacionamento entre homens e


mulheres?
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.

Os homens que respeitam as mulheres são respeitados por elas.

tSe a oração que respeitam as mulheres estivesse entre vírgulas, o signifi-


cado da frase seria o mesmo? Por quê?

Dica gramatical

Tem, têm / mantém, mantêm


Atenção para o uso do acento diferencial. No presente do indicativo,
o verbo ter, na 3a pessoa do singular, não leva acento. Exemplo: Ele
tem pressa. Ele só leva acento na 3a pessoa do plural: Eles têm pressa.
essa.
Portanto:
tem 3a pessoa do singular
têm 3a pessoa do plural
LEO TEIXEIRA

Esse acento circunflexo é apenas para diferenciar o singular do plural.


Mas os verbos compostos de ter, como manter, reter, deter, conter,
ter,r etc.,
no presente do indicativo, levam acento na 3a pessoa do singular e do
plural. No singular, levam acento agudo. Exemplo: Ele mantém a calma.
Na 3a pessoa do plural, levam acento circunflexo: Eles mantêm a calma.
Portanto:
mantém 3ª pessoa do singular
mantêm 3ª pessoa do plural

87
Aprendendo com o dicionário

Leia a tira abaixo e o verbete a seguir para responder às questões.


HAGAR DIK BROWNE

© 2017 KING FEATURES SYNDICATE/IPRESS


falta subst. fem. 1. ação ou efeito de faltar, de não ter aquilo que é preciso. 2. infração,
ato praticado contra uma regra ou regulamento. 3. ausência. 4. erro, falha. 5. carência,

Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
necessidade.

1 Em qual desses sentidos o substantivo falta foi usado na tira acima?

2 Indique o sentido do substantivo falta nas frases abaixo.

a) Houve falta de energia no bairro; por isso não pude usar o computador. ( )

b) Essa mãe sempre perdoa as faltas do filho. ( )

c) O jogador fez uma falta no goleiro adversário. ( )

d) Sentimos sua falta na festa de ontem. ( )

e) Contar uma mentira foi uma falta grave de sua parte. ( )

f) Essa criança está com falta de vitaminas. ( )

g) Ele não terminou o trabalho por falta de vontade. ( )

3 Reescreva a frase abaixo, substituindo a expressão “sem falta” por outra de


sentido equivalente.

Amanhã irei à sua casa sem falta.

88
4 Leia o verbete faltar.

faltar verbo 1. não comparecer. 2. não haver. 3. não cumprir. 4. ser necessário.

tAgora, indique o sentido do verbo faltar nas frases abaixo.


a) Ele foi advertido porque faltou com suas obrigações. ( )

b) Esse aluno faltou na aula de inglês. ( )

c) Ontem faltou água nesse bairro. ( )

d) Falta um aluno para completar esse grupo. ( )

e) Faltou luz bem na hora da prova. ( )

f) Ele faltou com o combinado e prejudicou os colegas. ( )


Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.

g) Falta andar mais um quarteirão para a gente chegar à escola. ( )

5 Explique o significado da expressão “faltar com o respeito a alguém”.

A ortografia em destaque

1 Pratique a conjugação dos verbos querer e pôr completando a lacuna de


cada frase conforme as indicações. Antes, leia o boxe a seguir.
Atenção

Cuidado com a escrita de certas formas dos verbos pôr e querer.


Usa-se sempre s com esses verbos (e não z). Por exemplo:

pôr — pusemos, puser, pusera, pusesse


querer — quisemos, quiserem, quisera, quisesse

a) Se eles , poderão sair mais cedo. (querer — futuro


do subjuntivo)

b) Eles os livros na estante. (pôr — perfeito do indicativo)

c) Se nós , poderíamos fazer essa viagem. (querer —


imperfeito do subjuntivo)

89
d) Não sei por que ele sair mais cedo hoje. (querer —
perfeito do indicativo)

e) Venha me visitar quando . (querer — futuro


do subjuntivo)

f) A professora pediu que nós as mochilas nos armários.


(pôr — imperfeito do subjuntivo)

g) Nosso grupo ser o primeiro a apresentar o trabalho.


(querer — perfeito do indicativo)

2 Complete as lacunas das palavras abaixo com sílabas iniciadas por c ou s.

a) in tência h) per ana o) con deração

b) in teza i) in gurança p) per tente

c) in tivar j) in parável q) dentário

Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
d) con der k) in ticida r) amazonen

e) en namento l) in diar s) dadania

f) in sível m) acon lhar t) lebração

g) sin ridade n) recon liação u) con tração

3 Ordene as letras e forme palavras terminadas em ditongos crescentes. Aten-


ção com as letras acentuadas. As palavras terminam com a letra azul.

DOÁIRVEARS

ADLECNIOÁR

ÂRAROAGCNI

NGVAIILCÂI

FÊIACINCEI

ÊOPNCETCIAM

AOICNCDCIINÊ

RHOUANIMTIÁ

RERCSETIAÁ

RÓEFOEITIR

GÁMAINIROI

FÍORACICSI

90
Atividades de reforço

Atividades de reforço

1 Leia o texto a seguir.

O tuiuiú

LUIZ CLAUDIO MARIGO/NATURE PICTURE


LIBRARY/OTHER IMAGES
O tuiuiú, parente da cegonha, é a ave-símbolo do
Pantanal. Ele tem o bico e a cabeça pretos, o pescoço
vermelho e o corpo branco. Além disso, suas pernas são
fininhas como varetas e do tamanho ideal para procurar
peixinhos suculentos em locais alagados. Os ninhos dos
tuiuiús são feitos no topo de árvores bem grandes, para
que os filhotes fiquem protegidos dos predadores.
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.

Angela Carneiro et al. Almanaque Ática-Recreio.


São Paulo: Ática, 2011. p. 54. (Fragmento).

a) Identifique o aposto presente na primeira oração do texto.

b) Na segunda oração do texto, temos vários objetos dire-


tos de um mesmo verbo. Qual é esse verbo? E quais são
os núcleos desses objetos diretos?

c) Há adjuntos adnominais nessa segunda oração? Justifique.

d) O último período do texto é composto por coordenação


ou subordinação? Justifique.

e) O substantivo tuiuiú tem a mesma forma para indicar o


macho e a fêmea desse animal. Que nome se dá ao subs-
tantivo que tem essa característica?

91
f) Por que o substantivo tuiuiú deve ser acentuado? Se ne-

LEO TEIXEIRA
cessário, consulte o quadro geral das regras de acentua-
ua-
ção, no final deste volume.

2 Nos períodos abaixo, todas as orações destacadas são su-


bordinadas adverbiais. Classifique-as.

a) O rapaz ficou tão nervoso que começou a gritar.

b) Todos saíram da sala assim que ele acabou de falar.

c) Desde que o chefe foi viajar, o escritório está uma bagunça.

Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
d) Podemos terminar a tarefa ainda hoje, desde que vocês
ajudem.

e) Explique bem a situação para que todos entendam a


gravidade do problema.

f) Como ele não estava passando bem, foi dispensado das


aulas.

3 Transforme o predicado nominal em predicado verbal, con-


forme o exemplo:

Em poucos anos, os cabelos desse homem ficaram brancos.


Em poucos anos, os cabelos desse homem embranqueceram.

a) O forte barulho quase me deixou surdo.

b) A garoa deixou a roupa úmida.

c) A prática de esportes deixou esse homem mais jovem.

92
d) A notícia deixou o pessoal muito triste.

e) As dificuldades da vida fizeram o rapaz ficar maduro.

f) Essa herança inesperada deixou a família rica.

g) O sol forte deixou mole o asfalto dessa estrada.

4 Reescreva as frases abaixo, substituindo caso por se acaso


ou vice-versa. Faça as alterações necessárias nas frases.
Atenção
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.

Se acaso / caso
Numa oração condicional, a palavra acaso deve ser sempre
acompanhada pela conjunção se. A expressão “se acaso” equivale
a “se porventura”. Exemplo: Se acaso você chegar mais cedo,
comece a limpeza da sala.
Com a palavra caso, porém, não se usa o se. Exemplo: Caso
você chegue mais cedo, comece a limpeza da sala.

a) Caso passe pela banca, compre o jornal, por favor.

b) Dê-lhe esse recado, se acaso ele passar por aqui hoje.

c) Se acaso você for escola, não se esqueça de devolver


olver
esse livro à bibliotecária.
LEO TEIXEIRA

d) Fique à vontade para me chamar, caso aconteça alguma


uma
coisa.

93
ULO
ÍT

CA P
Funções sintáticas dos
6 pronomes relativos

O homem que espalhou o deserto


Quando menino, costumava apanhar a tesoura da mãe e ia para
o quintal, cortando as folhas das árvores. Havia mangueiras, aba-
cateiros, ameixeiras, pessegueiros até mesmo jabuticabeiras. Um
quintal enorme, que parecia uma chácara e onde o menino passava
o dia cortando folhas. A mãe gostava, assim ele não ia para a rua,
não andava em más companhias. E sempre que o menino apanha-
va seu caminhão de madeira (naquele tempo, ainda não havia os
caminhões de plástico, felizmente) e cruzava o portão, a mãe corria
com a tesoura: tome filhinho, venha brincar com as suas folhas.
Ele voltava e cortava. As árvores levavam vantagem, porque eram
imensas e o menino, pequeno. O seu trabalho rendia pouco, apesar
do dia a dia, constante, de manhã à noite.
Mas o menino cresceu, ganhou tesouras maiores. Parecia de-
terminado, à medida que o tempo passava, a acabar com as fo-
lhas todas. Dominado por uma estranha impulsão, ele não queria
ir à escola, não queria ir ao cinema, não tinha namoradas ou
amigos. Apenas tesouras, das mais diversas qualidades e tipos.
Dormia com elas no quarto. À noite, com uma pedra de amolar,
afiava bem os cortes, preparando-as para as tarefas do dia se-
guinte. Às vezes, deixava aberta a janela, para que o luar brilhas-
se nas tesouras polidas.
[…]
Certa noite, regressando do quintal agora silencioso, por-
que o desbastamento das árvores tinha afugentado os
pássaros e destruído os ninhos, ele concluiu que de
nada adiantaria podar as folhas. Elas se recompo-
riam sempre. É uma capacidade da natureza, mor-
rer e reviver. Como o seu cérebro era diminuto,
ele demorou meses para encontrar a solução:
um machado.
Numa terça-feira, bem cedo, que não era
de perder tempo, começou a derrubada do
abacateiro. Levou dez dias, porque não es-
tava habituado a manejar machados, as
ROGÉRIO BORGES

mãos calejaram, sangraram. Adquirida


a prática, limpou o quintal e descan-
sou aliviado.

94
Mas insatisfeito, porque agora passava os dias a olhar aquela

ROGÉRIO BORGES
desolação, ele saiu de machado em punho, para os arredores da
cidade. Onde encontrava árvore, capões, matos atacava, limpava,
deixava os montes de lenhas arrumadinhos para quem quisesse
se servir. Os donos dos terrenos não se importavam, estavam em
vias de vendê-los para fábricas ou imobiliárias e precisavam de
tudo limpo mesmo.
E o homem do machado descobriu que podia ganhar a vida
com seu instrumento. Onde quer que precisassem derrubar árvo-
res, ele era chamado. Não parava. Contratou uma secretária para
organizar a agenda. Depois, auxiliares. Montou uma companhia,
construiu edifícios para guardar machados, abrigar seus operá-
rios devastadores. Importou tratores e máquinas especializadas
do estrangeiro. Mandou assistentes fazerem cursos nos Estados
Unidos e Europa. Eles voltaram peritos de primeira linha. E traba-
lhavam, derrubavam. Foram do sul ao norte, não deixando nada
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.

em pé. Onde quer houvesse uma folha verde, lá estava uma tesou-
ra, um machado, um aparelho eletrônico para arrasar.
E enquanto ele ficava milionário, o país se transformava num
deserto, terra calcinada. E então, o governo, para remediar, man-
dou buscar em Israel técnicos especializados em tornar férteis as
terras do deserto. E os homens mandaram plantar árvores. E en-
quanto as árvores eram plantadas, o homem do machado ensina-
va ao filho a sua profissão.
Ignácio de Loyola Brandão. Cadeiras proibidas.
São Paulo: Global, 2002. p. 74-76. (Fragmento).

1 O personagem dessa história tinha uma característica marcante.

a) Que característica era essa?

b) Como era o quintal antes e depois de o menino passar a cortar as árvores?

2 Pode-se dizer que só o homem do machado foi responsável pela transforma-


ção do país num deserto? Por quê?

3 Por meio desse texto, que problemas o autor quis destacar?

a) A ajuda de técnicos especializados e o plantio de novas árvores resolveriam


o problema do país? Por quê?

b) O que poderia, de fato, impedir a devastação?

4 Esse conto, publicado há mais de trinta anos, ilustra um problema ainda pre-
sente no Brasil? Justifique sua resposta.

95
Funções sintáticas dos pronomes
relativos
Nesse período, temos duas orações:

O homem cortava as árvores que embelezavam a cidade.

oração 1: principal oração 2: subordinada adjetiva

Para sabermos a função sintática do pronome relativo que, podemos


substituí-lo pelo antecedente. Observe:

Oração 1: O homem cortava as árvores.

(que)

Oração 2: As árvores embelezavam a cidade.

sujeito

Vemos que, na oração 2, o pronome que substitui uma palavra com


função de sujeito; por isso, dizemos que, nessa oração, o pronome rela-
tivo que é o sujeito da forma verbal embelezam.

ROGÉRIO BORGES
Os pronomes relativos exercem funções sintáticas, isto é, podem ser
sujeito, objeto direto, objeto indireto, predicativo, complemento nominal,
adjunto adnominal, adjunto adverbial e agente da passiva.
Vamos sistematizar agora o estudo de cada uma dessas funções,
com outros exemplos.

t Sujeito

Estão em cima da mesa as revistas que chegaram hoje.

Substituindo o pronome que pelo antecedente, temos:

Oração 1: Estão em cima da mesa as revistas.

Oração 2: As revistas chegaram hoje.

sujeito

96
t Objeto direto

Apaguei as mensagens que você me mandou.

Substituindo o pronome que pelo antecedente, temos:

Oração 1: Apaguei as mensagens.

Oração 2: Você me mandou as mensagens.

ROGÉRIO BORGES
objeto direto

t Objeto indireto
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.

Este é o livro de que necessito.

Substituindo o pronome que pelo antecedente, temos:

Oração 1: Este é o livro.

Oração 2: Necessito deste livro.

objeto indireto

t Predicativo

Ele é o líder que todos querem ser.

Substituindo o pronome que pelo antecedente, temos:

Oração 1: Ele é o líder.

Oração 2: Todos querem ser o líder.

predicativo

97
Exercícios
1 Leia a tira a seguir.
MALVADOS ANDRÉ DAHMER

ANDRÉ DAHMER
a) No primeiro quadrinho, temos uma oração subordinada adjetiva restritiva:
“que transforma pessoas em zumbis”. Qual é a função sintática do prono-
me relativo que nessa oração?

Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
b) Que outro pronome relativo poderia substituir o que nessa oração?

c) Indique a função sintática dos termos a seguir:

t pessoas: .

t em zumbis: .

d) Como se classifica o predicado dessa oração?

( ) verbal ( ) nominal ( ) verbo-nominal

2 Analise a função do pronome relativo que nas orações abaixo e relacione as


colunas.

( a ) Não vi o filme que o profes- ( ) predicativo do sujeito


sor comentou.

( b ) Essa é a escola a que ele se ( ) objeto indireto


referiu.

( c ) Esse jovem é o atleta que ( ) sujeito


muita gente gostaria de ser.

( d ) Na sala havia umas pessoas ( ) objeto direto


que conversavam em voz
baixa.

98
t Complemento nominal

Aquela era a região de que ele tinha medo.

Substituindo o pronome que pelo antecedente, temos:

Oração 1: Aquela era a região.

Oração 2: Ele tinha medo da região.

complemento nominal

t Adjunto adverbial
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.

Fui ao hospital onde meu amigo estava internado.

Substituindo o pronome onde pelo antecedente, temos:

Oração 1: Fui ao hospital.

Oração 2: Meu amigo estava internado no hospital.

adjunto adverbial

O pronome relativo onde exerce sempre a função de adjunto adver-


bial de lugar. Ele geralmente equivale a em que ou no qual (nos quais, na
qual, nas quais).

t Adjunto adnominal

A árvore cujas flores admiro foi podada.


ROGÉRIO BORGES

Substituindo o pronome cujo pelo antecedente, temos:

Oração 1: A árvore foi podada.

Oração 2: Admiro as flores da árvore.

adjunto adnominal

99
O pronome relativo cujo (cujos, cuja, cujas) exerce sempre
re a função
de adjunto adnominal, concordando em gênero e número com om o termo
le a de que,
a que se refere. Esse pronome tem valor possessivo e equivale
de quem, do qual (dos quais, da qual, das quais).

t Agente da passiva

Esse é o cachorro pelo qual fui mordido.

ROGÉRIO BORGES
Substituindo o pronome qual pelo antecedente, temos:

Oração 1: Esse é o cachorro.

Oração 2: Fui mordido pelo cachorro.

Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
agente da passiva

Exercícios
1 Junte as duas orações de cada item usando um pronome relativo. Depois, in-
dique a função sintática que você usou em cada frase. Veja o exemplo:

Ela vai abrir o envelope. O envelope acabou de chegar.


Ela vai abrir o envelope que acabou de chegar. (sujeito)

a) Esse é o colega. Fui ajudado por esse colega.

b) O diretor conversou com esses alunos. Os pais desses alunos estiveram


ontem na escola.

c) A cidade é bonita e tem muitas belezas naturais. Meu irmão mora nessa
cidade.

100
d) Marina é uma jovem e talentosa pianista. Todos nós, seus amigos, temos
muito orgulho dela.

2 Indique a função sintática do pronome relativo nestes títulos de filmes.


REPRODUÇÃO

REPRODUÇÃO
O UÇ O
Ç
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.

Dica gramatical

Vem, vêm / convém, convêm


Atenção para o uso do acento diferencial. No presente do indicativo,
o verbo vir, na 3a pessoa do singular, não leva acento. Exemplo: Ele vem
à escola. Ele só leva acento na 3a pessoa do plural. Exemplo: Eles vêm à
escola. Portanto:
vem 3a pessoa do singular / vêm 3a pessoa do plural
Esse acento circunflexo é usado apenas para diferenciar o singular do
plural, não modifica a pronúncia das palavras.
Mas os verbos compostos de vir, como convir, advir, etc., no presente do
indicativo, levam acento na 3a pessoa do singular e do plural. No singular,
levam acento agudo. Exemplo: A leitura desse livro convém aos alunos.
Na 3a pessoa do plural, levam acento circunflexo. Exemplo: Essas medidas
ROGÉRIO BORGES

do governo convêm aos trabalhadores. Portanto:


convém 3a pessoa do singular / convêm 3a pessoa do plural

101
Aprendendo com o dicionário

Leia o texto abaixo e o verbete a seguir para responder às questões.

O primeiro emoticon
Scotti Fahlman, professor americano, queria inven-
tar um jeito de diferenciar, nas mensagens eletrôni-
cas, as brincadeiras dos assuntos sérios. Sugeriu

ROGÉRIO BORGES
aos colegas usarem a sequência que ficaria uni-
versalmente famosa — :-) — para representar
um sorriso e sugeriu :-( para o contrário.
Isso foi em 1982. A partir daí outros emoti-
cons surgiram, evoluíram e viraram a febre que
são hoje.

Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
Silmara Franco. Navegando em mares conhecidos: como usar a internet a seu favor.
São Paulo: Moderna, 2012. p. 46. (Fragmento).

jeito subst. masc. 1. maneira, modo. 2. habilidade. 3. talento. 4. aspecto, tipo. 5. torsão
(em músculo ou tendão).

1 Em qual desses sentidos a palavra jeito foi usada no texto?

2 Há muitas expressões com a palavra jeito. Leia as frases a seguir e relacione


cada expressão destacada com seu significado.
a) Por favor, dê um jeito nesse ( ) envergonhado, sem graça.
relógio, está sempre parando.

b) Acho que você leva jeito para ( ) consertar.


goleiro.

c) Ele digitou o trabalho daquele ( ) atrapalhado, desajeitado.


jeito! Está cheio de erros.

d) Ele ficou sem jeito na frente ( ) mostrar habilidade ou ta-


das visitas. lento.

e) Você precisa dar um jeito no ( ) corrigir, ensinar bom com-


seu filho, ele é malcriado. portamento.

f) Pelo jeito, vai chover daqui a ( ) pelo que parece.


pouco.

g) Você é muito sem jeito para ( ) de maneira desleixada,


cozinhar. sem capricho.

102
3 Indique o sentido que a palavra jeito tem nas frases abaixo.

a) Esse rapaz tem muito jeito para ser ator dramático. ( )

b) Ele não tinha jeito para trabalhos manuais. ( )

c) Ela tem um jeito elegante de andar. ( )

d) Ele tem um jeito de malandro. ( )

e) Precisamos encontrar um jeito de combater a poluição. ( )

f) Ele escorregou, caiu e deu um mau jeito nas costas. ( )

g) Isso não é jeito de uma pessoa educada se comportar. ( )

4 No texto a palavra febre foi usada no sentido próprio ou figurado?


Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.

tReescreva a frase em que essa palavra aparece, substituindo-a por outra


de sentido equivalente.

A ortografia em destaque

1 Complete as lacunas das frases empregando o verbo trazer nos modos e tem-
pos indicados.

a) Os alunos doces e salgados para a festa.


(perfeito do indicativo)

b) Gostaria que vocês esse livro na próxima aula.


(imperfeito do subjuntivo)

c) Ele o irmão menor à escola. (perfeito do


indicativo)

d) Se nós nosso aparelho de som, a festa seria mais


animada. (imperfeito do subjuntivo)

e) Tu a revista que o professor pediu?


(perfeito do indicativo)

f) Quem esse cãozinho na sala de aula? (perfeito do


indicativo)

103
2 Complete as lacunas das palavras abaixo com uma sílaba que tenha ch ou x.

a) en cado n) pi ção

b) apetre o) ca bo

c) ve me p) pei ria

d) en queca q) rela do

e) ma cado r) fe dura

f) encai tar s) man do

g) re ado t) ca ado

h) fariz u) en tar

Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
i) lagarti v) deslei do

j) co lar w) ca ça

k) en val x) aga do

l) en gar y) acon gar

m) ra dura z) abai do

3 Ordene as letras e forme palavras em que o s tem som de z.

ORIOROGS

IFUEGSEAR

AULESGIMO

ETIMISOA

OMIRPSOIV

NESDHAISTE

EPSIDRTEEN

GOSIALRH

IPETOSA

PIVESORÃ

LESIDUAG

104
Atividades de reforço

1 Leia esta anedota, da qual foram retirados todos os sinais


de pontuação.

ROGÉRIO BORGES
o teu cão morde perguntou o carteiro ao menino Carlinhos
que estava sentado à porta da casa não respondeu ele com má
vontade o carteiro prosseguiu e o cão avançou nas pernas do
moço então você não tinha dito que o teu cão não mordia esse
cão é o da minha irmã 

tRestabeleça o sentido do texto usando os sinais de pon-


tuação adequados, fazendo parágrafos e utilizando as
letras maiúsculas onde for necessário.
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.

2 Em todas as frases a seguir, há um elemento intercalado


que deve estar entre vírgulas. Leia as frases com atenção e
coloque essas vírgulas.
a) Não haverá aula amanhã aliás depois de amanhã!
b) Os amigos naquele dia estavam se estranhando.
c) Esse poema a meu ver é o melhor de todos.
d) Essa confusão por exemplo foi causada por falta de diá-
logo.
e) Aquele garoto era por assim dizer o queridinho das me-
ninas.
f) A sua conduta no entanto não era favorável.
g) Os envolvidos na campanha de modo geral estão se
dedicando bastante.
h) Refazer a prova na maioria das vezes ajuda a entender o
erro.

105
3 A vírgula tem várias funções. Uma delas é destacar um ad-
junto adverbial que esteja no início de uma frase. Por exem-
plo: No fim das aulas, todos saíram rapidamente da sala.
Leia as frases abaixo e coloque corretamente a vírgula de-
pois dos adjuntos adverbiais que iniciam cada uma delas.
a) Durante a reunião muitos pais pediram a palavra.
b) No fim do semestre os alunos fizeram um teste.
c) Amanhã bem cedo os turistas embarcarão nesse ônibus.
d) Dentro de duas horas chegaremos à fazenda.
e) No sábado passado havia poucas pessoas no cinema.
f) Aos poucos as crianças foram aprendendo a usar esse
computador.

4 Junte as orações, usando o pronome o qual (a qual, os


quais, as quais) para evitar as repetições de palavras, con-

Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
forme o exemplo.

Preciso obter essas informações. Sem essas informações não


posso terminar a pesquisa.
Preciso obter essas informações, sem as quais não posso termi-
nar a pesquisa.

a) Na mostra de cinema, conheci o cineasta. Conversei bas-


tante com ele sobre o filme exibido.

b) Na praia, encontramos uma garrafa. Dentro da garrafa


havia uma mensagem de amor.

c) O amor é um sentimento sublime. Sem amor não pode-


mos viver plenamente.
ROGÉRIO BORGES

d) Colocaram no salão várias cadeiras. Por entre as cadeiras


as pessoas deveriam circular.

106
5 Leia a tira abaixo e preencha a lacuna com se não ou senão.
FRANK & ERNEST BOB THAVES

© 2013 THAVES/DIST. BY ANDREWS


MCMEEL SYNDICATION
6 Complete os espaços das frases abaixo com uma das for-
mas indicadas entre parênteses.

a) Ontem, minha irmão não vir à escola.


(pode / pôde)
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.

b) Nosso time ainda esperança de


ser campeão. (têm / tem)

c) Ele se preparou bem, pois está de


conseguir esse emprego. (a fim / afim)

d) Na próxima semana você me ajudar


a fazer essa pesquisa? (pôde / pode)

e) Várias empresas esse museu por


meio de doações. (mantém / mantêm)

f) O avião vai partir uma hora da

ROGÉRIO BORGES
tarde. (à / há)

g) Todos os que à nossa casa são trata-


dos com gentileza. (vêm / vem)

h) fosse minha ajuda, ele estaria em


grandes dificuldades. (se não / senão)

i) Essa caixa dez bombons. (contém


/ contêm)

j) Acho que todos vocês boas chances


de passar no teste. (tem / têm)

k) Essa é a casa que à nossa família.


(convém / convêm)

l) Ele foi à escola de conversar com


o professor. (a fim / afim)

107
Teste seus
Teste seus conhecimentos
conhecimentos III

Apresentamos, a seguir, alguns testes para você fazer uma autoavaliação e ve-
rificar se entendeu bem a matéria estudada até aqui. Depois de assinalar as res-
postas a todas as questões, vá até o gabarito, no rodapé da página 111, e confira
quantas você acertou.
1 Leia as orações abaixo.
I. A floresta virou um deserto.
II. As noites têm sido muito frias.
III. Ele deixou aberto o portão de entrada.

Assinale o item que indica corretamente a classificação do predicado dessas


orações.

Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
a) I. nominal; II. verbal; III. verbo-nominal.
b) I. verbal; II. nominal; III. nominal.
c) I. nominal; II. nominal; III. verbo-nominal.
d) I. verbo-nominal; II. verbo-nominal; III. verbal.
2 Nos itens abaixo, temos períodos compostos por coordenação, exceto em:
a) Ele ora abria ora fechava os olhos.
b) Ela estudou bastante, logo, deve ir bem nesse teste.
c) A dor era intensa, por isso a criança chorava.
d) Como sentia muita dor, ela se pôs a chorar.
3 Assinale o item em que a oração subordinada adverbial foi incorretamente
analisada.
a) Executei a jogada como havia treinado. — causal.
b) Ainda que você insista, não irei à reunião. — concessiva
c) Caso precise sair, deixe um recado. — condicional
d) Desde que ele foi embora, nossa casa ficou meio triste. — temporal
4 Em cada item abaixo, foi destacada uma oração subordinada adverbial tem-
poral, exceto em:
a) Quando a encontrei, quase não pude reconhecê-la.
b) Conseguirei finalizar esse trabalho, desde que tenha mais tempo.
c) Enquanto almoçávamos, conversamos sobre o novo projeto.
d) O pessoal saiu, antes que eu desse o aviso.

108
5 Apenas duas das orações destacadas abaixo são subordinadas adjetivas.
Assinale-as.
a) O calor era tanto que muita gente estava passando mal.
b) Os alunos que faltaram vão fazer a prova amanhã.
c) Era muito interessante a história que ele nos contou.
d) Espero que você seja feliz nesse novo emprego.
6 Leia a tira a seguir.
CALVIN E HAROLDO BILL WATTERSON

© 1986 WATTERSON/DIST. BY ANDREWS


MCMEEL SYNDICATION
005-f-GF9-C06-
M-NOVA: tira
Calvin e Haroldo.
Bill Watterson. O
Estado de S. Paulo,
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.

9 de fevereiro de
2016.

No último quadrinho da tira, temos um exemplo de oração subordinada


substantiva:
a) subjetiva. c) objetiva indireta.
b) objetiva direta. d) predicativa.
7 Quais as duas únicas orações subordinadas subjetivas que há nos períodos abaixo?
a) É claro que preciso de sua ajuda.
b) Estava chovendo tanto que quase ninguém foi à escola.
c) Não é possível que ele desista dessa viagem.
d) Logo percebi que o grupo não estava gostando do passeio.
8 Qual o único termo incorretamente analisado nas frases abaixo?
a) Todos eles concordaram comigo. — objeto indireto
b) Existiam muitas pessoas que queriam aquela vaga na escola. — sujeito
c) Além de Mariana, minha irmã, ninguém me ajudou a organizar a festa. — aposto
d) Ninguém perguntou se eu estava satisfeito com a situação. — objeto direto
9 O pronome relativo que exerce a função de sujeito apenas em duas das ora-
ções a seguir. Assinale-as.
a) O livro de que preciso não está disponível na biblioteca.
b) O discurso que ouvimos foi empolgante.
c) Pegue o jornal que está sobre a mesa.
d) O jornalista que escreveu essa reportagem foi premiado.

109
10 Em todos os períodos abaixo, temos uma oração subordinada adjetiva,
menos em um. Qual?
a) Ele explicou que o filme que vimos falava de uma sociedade ideal.
b) Ninguém conseguiu responder à pergunta que ele fez.
c) Ele me disse que estava tão apressado que não poderia ficar nem mais um
minuto.
d) Tenho vários colegas que gostam de ler histórias de terror.
11 Em quais frases a função sintática do pronome relativo não foi corretamente
indicada?
a) Não conheço a menina a quem você se refere. — objeto indireto
b) Ele não respeitou os amigos que o ajudaram. — objeto direto
c) Lembre-se de ler o texto que o professor indicou. — objeto direto

Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
d) Trouxe o brinquedo que as crianças tanto queriam. — sujeito
12 Leia esta oração: “Os alunos estavam preparando a exposição”. Passando
essa oração para a voz passiva, temos a forma verbal:
a) foi sendo preparada. c) estava preparada.
b) estava sendo preparada. d) era preparada.
13 Leia esta oração: “O barco ia sendo levado pela correnteza”. Passando essa
oração para a voz ativa, temos a forma verbal:
a) levava c) ia levando
b) levou d) foi levando
14 Em todas as orações abaixo foi destacado um agente da passiva, menos em
uma. Qual?
a) As folhas das árvores foram levadas pelo vento da manhã.
b) Muita gente caminhava pelas alamedas do parque.
c) Os trabalhos foram expostos pelas meninas do 9º ano.
d) Esses estudantes foram elogiados pelos professores.
15 Todas as orações destacadas abaixo são coordenadas explicativas, menos
uma. Qual?
a) Vamos sair que está muito calor aqui dentro.
b) Ele estava nervoso, pois não tinha estudado para os exames.
c) Fique calmo, pois vamos ajudá-lo nesse caso.
d) Você estudou bastante; não se preocupe, pois, com esse teste.

110
16 Assinale o único item em que a função sintática do pronome relativo não foi
corretamente indicada.
a) É bonito e moderno o aeroporto em que desembarcamos ontem. — adjun-
to adverbial de tempo.
b) Ele é a única pessoa de quem espero ajuda. — complemento nominal
c) Não conheço a pessoa por quem fui ajudado. — agente da passiva
d) Ele fez uma ação que merece elogio. — sujeito

17 Duas das orações destacadas abaixo são subordinadas substantivas objeti-


vas indiretas. Quais são elas?
a) Não espero que ele colabore conosco.
b) Não duvido de que ele deixe de fazer sua parte.
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.

c) Você sabe se ele já voltou de viagem?


d) Todos insistiram em que ela fizesse parte do grupo de trabalho.

18 Dois dos períodos abaixo são compostos apenas de orações assindéticas.


Quais são eles?
a) Ele pegou uma laranja, descascou-a, comeu em silêncio.
b) Entre silenciosamente que o bebê está dormindo no berço.
c) Ele parou o carro, chamou o guarda e fez uma pergunta.
d) Ele entrou em casa, não falou com ninguém.

19 Dois dos períodos abaixo são compostos apenas por uma oração principal e
uma oração subordinada adverbial. Quais são eles?
a) Assim que entrou na sala, todos o aplaudiram.
b) O filme era muito bom, mas, infelizmente, havia pouca gente na plateia.
c) Estudou tanto durante a noite, que pegou no sono na hora da prova.
d) Gostaria que você viesse à minha festa.

20 Todos os períodos abaixo são compostos apenas por uma oração principal e
uma oração subordinada substantiva, menos um. Qual?
a) É certo que todos vocês vão viajar amanhã?
b) Disseram-me que a exposição já está pronta.
c) Tenho um pouco de receio de que as coisas não saiam bem.
d) Infelizmente, nada foi feito como eu pedi.
oração “como eu pedi” é adverbial conformativa).
(a oração é conclusiva); 16. a (o correto é adjunto adverbial de lugar); 17. b, d; 18. a, d; 19. a (adverbial temporal), c (adverbial consecutiva); 20. d (a
há pronome relativo nesse período); 11. b (sujeito), d (objeto direto); 12. b; 13. c; 14. b (o termo “pelas alamedas” é adjunto adverbial de lugar); 15. d
1. c; 2. d; 3. a (a oração é conformativa); 4. b (a oração é condicional); 5. b, c; 6. b; 7. a, c; 8. d (o correto é predicativo do sujeito); 9. c, d; 10. c (não
111
ULO
ÍT

CA P
Orações reduzidas.
7 Período misto

PICTURE-ALLIANCE /KPA/UNITED
ARCHIVES/AGB PHOTO LIBRARY
Um novo mundo

Trecho do discurso final do filme


O grande ditador (1940),
do ator e diretor inglês Charles Chaplin.
Todos nós desejamos ajudar uns aos outros.
Os seres humanos são assim. Desejamos vi-
ver para a felicidade do próximo — não para
o seu infortúnio. Por que havemos de odiar
ou desprezar uns aos outros? Neste mundo há

Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
espaço para todos. A terra, que é boa e rica,
pode prover todas as nossas necessidades.
O caminho da vida pode ser o da liberdade e
da beleza, porém nos extraviamos. A cobiça en-
venenou a alma dos homens... levantou no mun-
do as muralhas do ódio... e tem-nos feito marchar
a passo de ganso para a miséria e os morticínios. ios Criamos
C i Charles Chaplin em cena
do filme O grande ditador.
a época da velocidade, mas nos sentimos enclausurados den-
tro dela. A máquina, que produz abundância, tem-nos deixado Passo de ganso: nome
em penúria. Nossos conhecimentos fizeram-nos céticos; nossa dado à forma como
inteligência, empedernidos e cruéis. Pensamos em demasia e os soldados de certos
países marcham, com
sentimos bem pouco. Mais do que máquinas, precisamos de a perna esticada para
humanidade. Mais do que de inteligência, precisamos de afei- a frente.
ção e doçura. Sem essas virtudes, a vida será de violência e Morticínios: matanças,
carnificinas.
tudo será perdido. Céticos: descrentes,
que não acreditam em
O pensamento vivo de Chaplin. Pesquisa e texto José Geraldo Simões Jr.
nada.
São Paulo: Martin Claret, 1984. p. 13-15. (Fragmento).
Empedernidos: duros
e insensíveis como
1 Como você resumiria a mensagem desse texto? pedra.

2 Você acha que essa mensagem, escrita durante a Segunda Guerra Mundial, ain-
da é válida para os dias de hoje? Por quê?

3 Charles Chaplin (1889-1977) foi um dos maiores atores cômicos da história do


cinema. No filme O grande ditador, ele satiriza Hitler, o ditador da Alemanha, e
Mussolini, o ditador da Itália. Mas no fim do filme, de modo bem sério, o seu per-
sonagem, olhando diretamente para a câmera, se dirige aos espectadores e faz
um longo discurso em defesa da paz. Assista a esse filme, disponível na internet,
e faça uma resenha dele. Depois, compartilhe seu trabalho com os colegas.

112
Orações reduzidas
As orações subordinadas estudadas até aqui são sempre introduzidas por
uma conjunção e apresentam o verbo numa forma do indicativo ou do sub-
juntivo. No entanto, nem sempre elas têm essa forma. Observe esta frase:

Terminado o discurso, todos aplaudiram de pé.

Nesse caso, vemos que a oração destacada não está introduzida por
conjunção nem apresenta um verbo no indicativo ou subjuntivo. A for-
ma verbal está no particípio: terminado. Para entendermos bem a ideia
expressa por essa oração, podemos desenvolvê-la assim:

Assim que terminou o discurso, todos aplaudiram de pé.

Agora, vemos claramente que se trata de uma oração subordinada ad-


Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.

verbial temporal. Quanto à forma, ela é classificada como oração reduzida.


As orações reduzidas são aquelas que apresentam o verbo numa
forma nominal, isto é, no particípio, gerúndio ou infinitivo, e não são
introduzidas por conjunção ou pronome relativo.

Para reconhecermos mais facilmente o tipo de oração que está na for-


ma reduzida, podemos desenvolvê-la da seguinte maneira: colocamos a
conjunção ou o pronome relativo adequado ao sentido e passamos o verbo
para uma forma do indicativo ou subjuntivo conforme o caso. Observe:

Ao finalizar o discurso, o público estava emocionado.

oração reduzida de infinitivo oração principal


Desenvolvendo:

Quando finalizou o discurso, o público estava emocionado.

oração subordinada adverbial temporal oração principal

No mundo todo, existem pessoas precisando de ajuda.

oração principal oração reduzida de gerúndio


Desenvolvendo:
VICENTE MENDONÇA

No mundo todo, existem pessoas que precisam de ajuda.

oração principal oração subordinada adjetiva restritiva

113
Ao terminar o espetáculo, a plateia aplaudiu pedindo bis.

VICENTE MENDONÇA
oração reduzida de infinitivo oração principal

Desenvolvendo:

Assim que terminou o espetáculo, a plateia aplaudiu pedindo bis.

oração subordinada adverbial temporal oração principal

Nem sempre as orações reduzidas podem ser desenvolvidas. É o caso


das orações destacadas a seguir.

Não pretendo governar.


Gostaria de ajudar a todos.

Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
Exercícios
1 Relacione as orações reduzidas com as ideias que expressam.

a) Nós nos reunimos para fazer ( ) causa


esse trabalho.

b) Vindo à minha cidade, ( ) tempo


procure-me.

c) Aborrecido com a situação, ( ) finalidade


desistiu do emprego.

d) Passeando no parque, ( ) condição


encontrei vários amigos.

2 Transforme as orações desenvolvidas nas reduzidas correspondentes e clas-


sifique-as. Veja o exemplo:

Quando viu o mar pela primeira vez, a criança ficou encantada.


Ao ver o mar pela primeira vez, a criança ficou encantada.
Oração subordinada adverbial temporal reduzida de infinitivo

a) Assim que entrou no hospital, já foi encaminhado à enfermaria.

114
b) Como notei sua fraqueza, ofereci rapidamente um prato de comida a ele.

c) Caso chova, não haverá a apresentação do espetáculo.

d) Assim que terminou o espetáculo, o público aplaudiu de pé.

e) Como falou muito alto, todos olharam para ele.


Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.

3 No período a seguir, a oração reduzida pode expressar duas ideias. Quais?

Fazendo esse trabalho, você perceberá como ele é difícil.

4 Desenvolva as orações reduzidas destacadas abaixo, iniciando-as com as


conjunções indicadas entre parênteses. Veja o exemplo:

Saindo um pouco mais cedo de casa, não perderá o início do espetáculo. (se)
Se sair um pouco mais cedo de casa…

a) Vindo à palestra, receberá certificado de participação. (se)

b) Fazendo todas as tarefas propostas, terá sucesso nos exames. (desde que)

c) Vendo o empenho dos alunos, os professores ficarão satisfeitos. (quando)

d) Refazendo os cálculos, será possível encontrar o erro. (se)

115
e) Pondo o capacete, andará de bicicleta com mais segurança. (se)

f) Indo à minha cidade natal, não deixe de visitar meus pais. (quando)

g) Trazendo o material solicitado pelo professor, o trabalho ficará correto. (se)

5 Leia o período abaixo e explique por que a oração reduzida pode expressar
duas ideias.

Entrevistando o técnico da seleção, os repórteres enten- Ver Dica gramatical,


derão melhor por que ele estava reclamando do juiz. página 118.

Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
6 Leia a frase abaixo e explique oralmente por que a oração reduzida de gerún-
dio cria duplo sentido.

Encontrei o professor entrando na sala.

Período misto
Você já aprendeu que um período pode ser composto por coorde-
oorde-
nadas.
nação ou subordinação. No primeiro, temos só orações coordenadas.
s. Mas
No segundo, temos uma oração principal e orações subordinadas.
NTE MENDONÇA

dena-
pode haver também um período misto, em que há orações coordena-
das e orações subordinadas. Exemplo:
VICENTE
VICE
V

Quando terminou a aula, alguns alunos saíram da sala e foram à biblioteca.


eca.

2a oração: principal
(em relação à 1a) e coordenada
assindética (em relação à 3a)
a
1 oração: subordinada 3a oração: coordenada
enada
adverbial temporal sindética aditiva
va
(em relação à 2a)

116
Exercícios
1 Separe e classifique as orações do período misto a seguir.

Eles organizaram o passeio, arrumaram tudo direitinho, mas não


puderam sair porque o dia amanheceu muito chuvoso.
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.

2 Leia a tira a seguir.


CALVIN E HAROLDO BILL WATTERSON
© 1990 WATTERSON/DIST. BY ANDREWS
MCMEEL SYNDICATION

tNo segundo quadrinho dessa tira, temos um período misto, com quatro
orações, apresentadas a seguir. Classifique-as.

1a oração: Bom, sua mãe trabalhava

2a oração: mas decidimos

3a oração: depois que você nasceu

4a oração: que um de nós ficaria em casa

117
Dica gramatical

Repórter / repórteres
Cuidado para não errar o plural das palavras terminadas em r. Basta
juntar es à forma do singular. Veja alguns exemplos: pôster / pôsteres;
gângster / gângsteres; hambúrguer / hambúrgueres; abajur / abajures;
amor / amores; mar / mares; dor / dores.

VICENTE MENDONÇA
ONÇA
Aprendendo com o dicionário

Leia o texto abaixo e o verbete a seguir para responder às questões.


O peixe-palhaço
O peixe-palhaço não tem medo de ser exi-

CBPIX/SHUTTERSTOCK

Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
bido, porque, quando está em perigo, corre
para casa. É que ele mora no meio das anê-
monas, que são animais cheios de tentácu-
los venenosos. Se algum inimigo se atreve
a segui-lo, logo é atingido pelo veneno, fica
paralisado e é devorado pela anêmona. Esse
veneno não faz nada ao peixe-palhaço, que
ajuda a anêmona, limpando os restos de ali-
mentos que ficam entre os tentáculos. O peixe-palhaço e as anêmonas.

Disponível em: <http://planetasustentavel.abril.com.br/noticiaplanetinha/conteudo_planetinha_248844.


shtml>. Acesso em: 30 jun. 2017. (Fragmento).

fazer verbo 1. criar. 2. cumprir. 3. arrumar. 4. fingir, simular. 5. praticar. 6. trabalhar.


7. completar. 8. fabricar. 9. agir. 10. construir. 11. provocar, causar.

1 “Esse veneno não faz nada ao peixe-palhaço.” Qual o sentido do verbo fazer
nessa frase do texto?

2 Como você pôde observar, o verbo fazer pode ter muitos sentidos diferentes,
dependendo da frase em que se encontra. Por isso, pode ter também muitos
sinônimos. O verbete que você leu acima dá onze significados diferentes para
o verbo fazer. Crie, no caderno, uma frase de exemplo para cada um deles.

3 “O peixe-palhaço não tem medo de ser exibido.” Reescreva essa frase substi-
tuindo o adjetivo exibido por outra palavra ou expressão de sentido equivalente.

118
A ortografia em destaque

1 As palavras abaixo devem ser completadas com es ou ex.

a) trangeiro e) plicar i) tridente


b) plosivo f) tensão j) tupendo
c) poente g) tranho k) pressão
d) trofe h) traviar l) pecial

2 Complete as frases usando o adjetivo correspondente conforme o exemplo.

Dor que não se pode suportar é dor insuportável.

a) Texto que não se pode compreender é texto .


b) Fato que não se pode prever é fato .
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.

c) Ajuda que não se pode dispensar é ajuda .


d) Fenômeno que não se pode explicar é fenômeno .
e) Cena que não se pode descrever é cena .
f) Falha que não se pode admitir é falha .

3 Ordene as letras e forme palavras. Atenção: em todas as palavras há um des-


tes encontros consonantais: br, pr, dr, fr, gr.

RELTBEACE

REGNAADÇO

IRDACVREIO

OICMPIMODR

ARLADEVGÁ

GMAPDEORRA

UBARVAITREA

EIPRMUDTNE

ERIREFRAGDRO

RFARTNOE

RDBICAIERNA

RPETNDEENET

119
Atividades de reforço

Leia o boxe a seguir para resolver as atividades 1 e 2.


Atenção

Você já aprendeu que os pronomes demonstrativos este, isto, esse,


isso, aquele, aquilo (e seus compostos, como neste, desses, disto, daquilo,
etc.) indicam a posição de um elemento no tempo ou no espaço.
t Este, isto: referem-se ao que está perto da pessoa que fala.
t Esse, isso: referem-se ao que está perto da pessoa a quem se fala.
t Aquele, aquilo: referem-se ao que está longe da pessoa que
fala e também da pessoa a quem se fala.
Em certos casos, entretanto, esses pronomes têm um uso

Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
bastante específico. Vejamos os mais usuais.
t Empregamos este e isto quando tais pronomes anunciam
algo que ainda vai ser citado: Diga isto a seus pais: eles devem vir
conversar comigo amanhã sem falta.
t Usamos esse e isso quando nos referimos ao que acabou de ser
citado: Ouvimos o sinal. Isso significa que o tempo da prova terminou.
t Quando queremos retomar elementos já citados, usamos
aquele para o elemento que foi citado em primeiro lugar e este
para o que foi citado depois:
Pais e mães vieram à festa da escola; aqueles, sérios e orgulhosos;
estas, elegantes e risonhas.

1 Complete as frases com uma das palavras colocadas entre


parênteses e justifique suas escolhas oralmente.
a) Precisamos mudar a realidade social.
é mais do que urgente! (Isto / Isso)
b) Embora tenha sido declarado responsável pelo incên-
dio, ele nunca admitiu . (isso / isto)
c) Ele não conseguiu provar sua inocência. Diante ,
a mãe teve de repreendê-lo. (disto / disso)
d) O argumento do diretor era : a situação
não está prevista no Regimento escolar. (esse / este)
e) Criaram um aplicativo para celulares que informa as
VICENTE MENDONÇA

áreas mais perigosas do bairro. Um programa


vai colaborar muito com a segurança dos moradores.
(desses / destes)

120
f) É bom ficar ciente : ninguém deve
sair antes do horário previsto! (disso / disto)
g) Não adianta apenas reciclar o lixo, é preciso diminuir a
produção. é a posição que eu de-
fendo. (Essa / Esta)
h) Essa dieta maluca está prejudicando a sua saúde. Pense
com carinho! (nisto / nisso)

2 Leia e responda.

I. Artes e Educação Física são as matérias de que mais gosto.


Esta me desenvolve a habilidade motora; aquela, a sensibilidade.

a) Qual matéria desenvolve a sensibilidade?

b) Qual matéria desenvolve a habilidade motora?


Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.

II. Na minha última viagem, estive em Roma e Paris.


Nesta mergulhei na moda; naquela, na História.

a) Onde o visitante desfrutou da moda?

b) Em que lugar o visitante se aprofundou na História?

3 Leia a tira a seguir.


HAGAR DIK BROWNE

© 2017 KING FEATURES SYNDICATE/IPRESS

a) No primeiro quadrinho da tira, há dois períodos simples


e um período composto. Quais são eles?

121
b) Como se classifica o período composto?

c) Classifique as orações do período composto.

d) Quais substantivos exercem a função de objeto direto


nesse período composto?

Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
e) Em uma das orações desse primeiro quadrinho, há um
predicativo do sujeito e um complemento nominal. Iden-
tifique-os.

f) Há algum adjunto adverbial nesse primeiro quadrinho?


Classifique-o.

g) Que função sintática exerce o pronome demonstrativo


presente nesse quadrinho?

4 Desenvolva no caderno os tópicos apresentados a seguir,


VICENTE MENDONÇA

construindo uma sequência de parágrafo coerente com o


sentido das ideias introduzidas pelas conjunções.
VICENT

a) Ser voluntário é um ato de amor, por isso...

b) Eliminar os focos do mosquitos da dengue é imprescin-


in-
dível para o combate da doença, no entanto...

c) Eliminar os focos do mosquitos da dengue é imprescin-


in-
dível para o combate da doença, pois...

d) O racionamento de água pode ser suspenso, desde que...


e...

122
ULO
ÍT
Funções das palavras
CA P
8 que e se

Google quer injetar chip no olho humano


Empresa registra patente de lente intraocular — que permitiria Patente: título de
fotografar, observar as estrelas de perto e até curar a miopia propriedade e uso
exclusivo de um
Os dois chips — um para cada olho — ficariam armazenados em invento.
lentes eletrônicas [...]. A coisa toda seria controlada através de um Protótipo: primeiro
smartphone ou de um computador, e carregada por uma antena modelo.
Hacker: pessoa
que, de acordo com o Google, usaria como fonte de energia as on-
com profundos
das eletromagnéticas que nos rodeiam o tempo todo — vindas da conhecimentos de
TV, do rádio e de celulares e de outros dispositivos. […] informática que
eventualmente os
Por enquanto, tudo não passa de uma patente, sem previsão de
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.

utiliza para violar


chegada a nós, reles mortais. Mas, se o dispositivo for mesmo pro- sistemas ou exercer
outras atividades
duzido um dia, quem quiser os olhos melhorados vai ter que pas- ilegais.
sar por um processo cirúrgico: um médico removeria o cristalino
(a lente natural do olho humano), colocaria o chip dentro dele e,
por fim, enfiaria tudo de volta no seu olho, onde o chip funciona-
ria como o próprio cristalino — só que em versão melhoradíssima,
com Wi-Fi, GPS, Bluetooth e câmeras de alta definição.
O dispositivo corrigiria problemas de visão, como catarata, mio-
pia e presbiopia, mas  sua utilidade poderia  ir muito além disso:
você poderia fotografar e filmar qualquer cena da sua vida, ver
um mapa da cidade em tempo real, observar as estrelas sem pre-
cisar de um telescópio, interagir nas redes sociais ao mesmo
tempo em que conversa com seus amigos na vida real e por aí
vai — as possibilidades são muitas.
Antes que os protótipos comecem a ser produzidos,
porém, o Google tem uma série de problemas para re-
solver. Para começar, ainda não se sabe se os sinais
de Bluetooth, GPS e Wi-Fi fariam mal aos olhos.
Além disso, existe a possibilidade de hackers
invadirem os chips — e aí, eles saberiam exa-
tamente onde você está e quem você é, e te-
ORLANDO PREDOSO

riam acesso a todos os seus dados. […]


Preocupantes ou incríveis, os chips ain-
da vão demorar para chegar até a gente
— se é que algum dia eles vão chegar.
Helô D’Angelo. Disponível em: <http://super.abril.
com.br/ideias/google-quer-injetar-chip-no-olho-
humano/>. Acesso em: 3 jul. 2017. (Fragmento).

123
1 Qual é o assunto do texto?

2 Como o chip funcionaria?

3 Os chips também poderiam corrigir problemas de visão. Que problemas seriam


estes?

4 Nos últimos anos, a ciência e a tecnologia têm melhorado muito a qualidade da


vida humana. Muitas pessoas com doenças e problemas físicos têm sido benefi-
ciadas por elas. Além disso, novos aparelhos mudaram completamente o modo
como as pessoas vivem, trabalham e se comunicam. Comparando sua vida com
a vida que seus pais e avós tiveram quando jovens, você diria que hoje é me-
lhor que antigamente? Em quais aspectos?

Funções da palavra que


Dependendo da frase em que é usada, a palavra que pode exercer di-
ferentes funções morfológicas, isto é, pode pertencer a diferentes clas-
ses gramaticais. No texto, por exemplo, a palavra que aparece algumas
vezes, ora como conjunção, ora como pronome relativo. Mas ela pode
ter ainda várias outras funções.
Você já aprendeu a reconhecer essas funções ao longo de seus es-
tudos de gramática. Vamos ver agora um resumo dessas informações.

t$POKVOËÊP
A palavra que exerce a função de conjunção quando introduz deter-
minados tipos de oração coordenada ou subordinada.
Veja alguns exemplos:

Estude muito, que você ainda será um grande cientista.

ORLANDO PREDOSO
conjunção coordenativa explicativa
(introduz uma oração coordenada sindética explicativa)

Os cientistas acreditam que esses avanços demorarão a chegar até nós.

conjunção subordinativa integrante


(introduz uma oração subordinada substantiva; nesse caso, objetiva direta)

O tempo passa tão depressa que mal tenho tempo para os meus amigos.

conjunção subordinativa consecutiva


(introduz uma oração subordinada consecutiva)

124
t1SPOPNFSFMBUJWP
A palavra que exerce a função de pronome relativo quando introduz
uma oração subordinada adjetiva restritiva ou explicativa, referindo-se
bsti-
sempre a uma palavra da oração principal. Nesse caso, pode ser substi-
tuída por o qual (e variações).
Veja estes exemplos:
pronome relativo (= o qual) (refere-se a dispositivo)

Esse é um dispositivo que pode curar problemas de visão.

oração principal oração subordinada adjetiva restritiva


pronome relativo (= o qual) (refere-se a cristalino)

ORLANDO PREDOSO
no.
Um médico removeria o cristalino, que é a lente natural do olho humano.
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.

oração principal ti
oração subordinada adjetiva explicativa

Exercícios
1 Indique as funções da palavra que na tira abaixo.
ARMANDINHO BILL WATTERSON

BECK ILUSTRAS

2 Leia esta quadrinha popular:


Você diz que sabe tudo,
Lagartixa sabe mais.
Ela sobe na parede,
Coisa que você não faz!
tQue funções exerce a palavra que nesses versos?

125
t1SPOPNFJOUFSSPHBUJWP
A palavra que exerce a função de pronome interrogativo quando é
ta.
empregada em uma oração interrogativa direta ou indireta.
Veja estes exemplos:

Que dia é hoje?

ORLANDO PREDOSO
Diga-me que dia é hoje.
Que aconteceu?
Queria saber que dia é hoje.

Nos casos em que o pronome interrogativo vem antess de um verbo,


é comum o uso da expressão “o que”. Veja:

O que aconteceu?

Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
t1SPOPNFJOEFGJOJEP
A palavra que é pronome indefinido quando vem antes de um
substantivo e equivale a quanto, quanta, quantos ou quantas.
Observe estes exemplos:

Que prazer encontrá-lo, meu amigo!


Que dias maravilhosos passei na fazenda!

t"EWÌSCJPEFJOUFOTJEBEF
A palavra que funciona como advérbio de intensidade quando inten-
sifica a característica expressa por um adjetivo ou a ideia expressa por
um advérbio.
Veja estes exemplos:

Que belo dia para um passeio na praia!

adjetivo

A sua escola fica no fim dessa rua? Que perto!

advérbio

126
t*OUFSKFJËÊP
A palavra que tem função de interjeição quando é empregada como
uma exclamação de surpresa ou espanto. Nesse caso, é acentuada e
vem seguida de ponto de exclamação. Às vezes, pode ser seguida de um
ponto de exclamação e de interrogação juntos.
Observe um exemplo:

Quê?! Não acredito que ele fez isso com a gente!

t1SFQPTJËÊP
A palavra que exerce a função de preposição quando equivale a de.
Com esse valor, o que geralmente é usado para ligar dois verbos de uma
locução verbal formada pelos auxiliares ter ou haver.
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Observe estes dois exemplos:

Ele teve que sair mais cedo hoje.

(= de: teve de sair)

Tem que haver união entre os jogadores do time.

(= de: tem de haver)

t1BMBWSBPVQBSUÐDVMBEFSFBMDF
Nessa função, a palavra que compõe a expressão é que, que serve
para realçar ou destacar um elemento da oração e não é essencial
para a compreensão do sentido geral. Se for retirada, não prejudica
o sentido da frase.
Observe este exemplo:

A turma estava quieta. Esse menino é que


começou a discussão.

Vê-se, nesse exemplo, que a expressão é que põe em destaque a pa-


ORLANDO PREDOSO

lavra menino. Se retirarmos a expressão, perderemos o destaque, mas


o sentido da frase não ficará prejudicado.

127
t4VCTUBOUJWP
Quando é precedida de um artigo, pronome ou numeral, a palavra
que assume a função de substantivo. Nesse caso, deve ser acentuada e
pode até ser usada no plural.
Veja estes exemplos:

ORLANDO PREDOSO
Há um quê de mistério nessa mulher.
Não sei classificar aqueles dois quês do texto.

Exercícios
1 Quais são as funções morfológicas da palavra que na tira abaixo?
FRANK & ERNEST BOB THAVES
© 2004 THAVES/DIST. BY ANDREWS
MCMEEL SYNDICATION

Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
2 Dê a função morfológica da palavra que nas frases a seguir. Utilize o código
do quadro.

(A) Conjunção subordinativa integrante (E) Partícula de realce


(B) Pronome indefinido (F) Preposição
(C) Pronome relativo (G) Advérbio
(D) Pronome interrogativo (H) Interjeição

a) Quê! ( ) Vocês vão ao cinema? Pensaram que ( ) iam esconder isso de


mim?
b) Quase que ele ( ) caiu nesse buraco!
c) Que ( ) frio faz nesta cidade! Não sabia que ( ) esta região era tão gelada!
d) Imagino que ( ) aquele menino que ( ) está encostado ali seja o seu
filho. Que ( ) lindo ele está!

e) Tenho que ( ) sair mais cedo.

128
3 Indique as funções que a palavra que exerce na tira abaixo.
GARFIELD JIM DAVIS
© 2014 PAWS, INC. ALL RIGHTS RESERVED/DIST.
BY ANDREWS MCMEEL SYNDICATION
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Funções da palavra se
A palavra se também pode exercer diferentes funções morfológicas,
dependendo da frase em que está sendo empregada. Vejamos a seguir
as funções mais comuns.

t$POKVOËÊP
rmi-
A palavra se exerce a função de conjunção quando introduz determi-
nadas orações subordinadas. ORLANDO PREDOSO

Veja estes exemplos:

Se a chuva parar, continuaremos o jogo.

conjunção subordinativa condicional


(introduz uma oração subordinada adverbial condicional)

Não sabemos se ele já voltou da viagem de férias.

conjunção subordinativa integrante


(introduz uma oração subordinada substantiva; no caso, objetiva direta)

Poderemos vencer o concurso, se todos se esforçarem.

conjunção subordinativa condicional


(introduz uma oração subordinada adverbial condicional)

129
t1SPOPNFSFGMFYJWPFQSPOPNFSFDÐQSPDP
A palavra se tem a função morfológica de pronome reflexivo quando
representa a mesma pessoa ou coisa que constitui o sujeito do verbo.
Nesse caso, temos um sujeito que pratica e recebe, ao mesmo tempo,
a ação expressa pelo verbo.
Observe um exemplo:

Mário se cortou com a faca ao descascar uma laranja.

sujeito pronome reflexivo


(Mário cortou a si mesmo)

A palavra se é pronome recíproco quando exprime uma ação mútua


entre indivíduos que constituem o sujeito da ação verbal. Em outras
palavras, o pronome exprime uma reciprocidade da ação verbal.

ORLANDO PREDOSO
Veja esta oração:

As duas amigas abraçaram-se entusiasticamente.

pronome recíproco
(as amigas abraçaram uma à outra)

t1BMBWSBPVQBSUÐDVMBEFSFBMDF
A palavra se exerce essa função quando serve para realçar ou desta-
car a ação expressa pelo verbo. Nesse caso, o se pode ser retirado sem
prejuízo do sentido básico da frase.
Observe um exemplo:

Ele foi-se embora para nunca mais voltar.

t1BSUFJOUFHSBOUFEFWFSCPQSPOPNJOBM
Nesse caso, a palavra se acompanha verbos que se conjugam sempre
na forma pronominal, como arrepender-se, queixar-se, etc.
Veja estes exemplos:

Ele arrependeu-se do que fez.


Ela queixou-se do barulho feito pelo vizinho.

130
t1SPOPNFBQBTTJWBEPS
A palavra se funciona como pronome apassivador quando se junta
a um verbo transitivo para formar a voz passiva pronominal (pronome
apassivador + verbo na 3a pessoa, singular ou plural, conforme o sujeito).
Observe estes casos:
sujeito de vendem-se

Vendem-se muitos apartamentos neste bairro.

= são vendidos
sujeito de sorteou-se

Sorteou-se um computador na festa da escola.


Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.

= foi sorteado

Atenção

Não confunda o se pronome apassivador com o se índice de


re
indeterminação do sujeito. No segundo caso, o se acompanha sempre
um verbo na 3a pessoa do singular.

Vive-se muito bem nesta cidade.

índice de indeterminação do sujeito

Precisa-se de dois cozinheiros.

ORLANDO PREDOSO
índice de indeterminação do sujeito
Obs.: índice de indeterminação do sujeito é função sintática, não
morfológica.

t4VCTUBOUJWP
A palavra se assume a função morfológica de substantivo quando
vem precedida de um artigo, pronome ou numeral.
Veja estes exemplos:

O se tem várias funções.


Não sei classificar este se quanto à sua função morfológica.

131
Exercícios
1 Assinale as frases em que a palavra se não é conjunção. Justifique suas
respostas.
a) Ele não confirmou se o voo será às 10h. ( )
b) Alguém sabe se a nossa prova foi adiada? ( ) Veja Dica gramatical,
página a seguir.
c) Estamos estudando as funções do se. ( )
d) Ele se machucou ao cair da escada. ( )
e) Se você precisar de minha ajuda, telefone-me. ( )
f) Alugaram-se todos os apartamentos desse prédio. ( )

2 Que função morfológica exerce o se na tira abaixo?

Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
ARMANDINHO BILL WATTERSON

BECK ILUSTRAS
004-f-GF9-C08-M-NOVA:
tira Armandinho. Bill
Watterson. Folha de
S.Paulo, 10 out. 2015.

3 Em duas das frases abaixo, o se tem a mesma função morfológica. Quais são
essas frases e qual é essa função?
a) O pessoal do bairro queixou-se do barulho da fábrica.
b) Eles se deram as mãos e foram passear.
c) Ela se trancou no quarto o dia todo.
d) Lá se vão as andorinhas, voando na imensidão do céu.
e) Eles são amigos e se estimam desde crianças.

tQue funções exerce o se nas outras frases?

132
4 Leia a tira a seguir.
HAGAR CHRIS BROWNE

© 2017 KING FEATURES SYNDICATE/IPRESS


tÉ correto afirmar que, nessa tira, o se e o que exercem a mesma função
morfológica? Justifique sua resposta.
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.

Dica gramatical
Atenção

Abreviaturas
Os nomes dos
Abreviatura é a representação de uma palavra usando apenas algumas meses do ano
de suas letras ou sílabas. A abreviatura sempre leva ponto. Exemplos: também podem
ser abreviados,
professor — prof. / avenida — av. com exceção do
mês de maio.
Recomenda-se que a abreviatura termine sempre por uma consoante. Observe: jan.,
Se a palavra tiver um grupo consonantal, deve-se mantê-lo. Exemplo: fev., mar., abr.,
agricultura — agr. Mantém-se o acento gráfico na abreviatura. Exemplos: maio, jun., jul.,
ago., set., out.,
médico — méd. / século — séc. nov., dez.
Atenção: no caso do sistema métrico e unidades de tempo, não se usa
ponto nas abreviaturas e não há espaço entre os números. Observe:

hora(s) — h / minuto(s) — min / segundo(s) — s / metro(s) — m


10 horas — 10h / 20 metros — 20m

A indicação dos minutos só se faz se houver indicação dos segundos.


Exemplo:

Às 15h20min30s ocorreu o lançamento do foguete.

No caso de competições esportivas, pode-se usar esta forma: Ele fez o


percurso em 3’20”10 (isto é: 3 horas, 20 minutos e 10 segundos).

133
Aprendendo com o dicionário

Leia o texto abaixo.

Tocar música faz bem à saúde


Tocar regularmente qualquer instrumento é uma ótima
forma de exercício para o cérebro. Seja você batendo em
uma bateria, dedilhando as cordas de uma guitarra ou

ORLANDO PREDOSO
soprando ligeiramente através de um saxofone, diversas
partes de seu cérebro estão envolvidas na ação, o que
mantém seu cérebro em constante trabalho.
Disponível em: <https://www.saudemelhor.com/quais-beneficios-tocar-instrumento-musical/>.
Acesso em: 3 jul. 2017. (Fragmento).

No texto, o verbo tocar significa “produzir som com algum instrumento


musical”. Mas esse verbo tem vários outros significados. Leia o verbete e res-
ponda às questões.

Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
tocar verbo 1. encostar de leve uma parte do corpo em alguém ou alguma coisa.
2. soar. 3. mencionar. 4. expulsar, enxotar. 5. executar uma melodia. 6. emocionar.
7. responsabilizar-se. 8. dar-se conta de alguma coisa. 9. bater.

1 Indique o sentido que o verbo tocar tem nas frases abaixo.

a) A mulher tocou o cachorro da cozinha. ( )


b) O sinal tocou, acabou a aula. ( )
c) Ele tocou um samba no violão. ( )
d) O pai aposentou-se e o filho passou a tocar a empresa. ( )
e) Esse filme tocou as pessoas, algumas até choraram no fim. ( )
f) Ele não se toca que fala muito e atrapalha a aula. ( )
g) A bola tocou no goleiro e entrou. ( )
h) Ela tocou no ombro do filho para acordá-lo. ( )
i) Não gosto que toquem nesse assunto. ( )

2 Pesquise num dicionário outros sentidos do verbo tocar e crie exemplos para
dois deles. Compartilhe sua resposta com os colegas.

134
A ortografia em destaque

ORLANDO PREDOSO
1 Leia o texto a seguir e coloque os acentos necessários.

Perigos da internet
Espelho da vida real, a internet tambem tem um lado avesso:
seu uso indevido leva ao espaço virtual varios perigos “invisi-
veis”, como a pratica de crimes, violações contra os direitos
humanos, exposição excessiva e desnecessaria das pessoas,
manifestações de odio e intolerancia. Não da para fazer esses
perigos desaparecerem. No entanto, a gente pode se proteger.
Silmara Franco. Navegando em mares conhecidos: como usar a internet a seu favor.
São Paulo: Moderna, 2012. p. 7. (Fragmento).
a) Justifique oralmente os acentos. Se necessário, consulte o quadro geral das
regras de acentuação no final deste volume.

2 Complete as lacunas das palavras abaixo com sílabas começadas por c, ç ou s.


Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.

a) recompen e) morda i) con tente


b) disfar do f) aten oso j) diver
c) dimen g) estilha k) defen
d) tor da h) per vejo l) con lheiro

3 Ordene as letras e forme palavras com ss. A letra azul é a segunda letra de
cada palavra.

SEÁSNOCIER

ÇISCLSAIFAOÃC

IDPSISIDOLABE

ESEASIBLAM

SRISONGE

VRASGEOSI

ÃEPESRSOR

GOSEASSOD

RSTANMÃISOS

ACESINSTNE

ASTPSEAA

DECIESADNES

135
Atividades de reforço

1 Insira os sinais de pontuação adequados nos quadrinhos,


completando o texto da anedota.

O menino chega em casa no final do ano e diz

Pai tenho uma notícia pra você

ORLANDO PREDOSO
O que é pergunta o pai

Você não me prometeu uma bicicleta se eu


passasse de ano

Sim, meu filho

Então se deu bem Economizou um dinheirão


Disponível em: <http://www.piadas.com.br/>. Acesso em: 3 jul. 2017.

tComo é provocado o efeito de humor nessa anedota?


Troque ideias com os colegas e o professor.

2 Em cada período a seguir faltam duas vírgulas, que devem


ser usadas para isolar elementos intercalados. Coloque cor-
retamente as vírgulas.

a) Recife a capital do frevo recebe muitos turistas no


carnaval.

b) Todas as luzes assim que tocou o alarme foram apagadas.

c) A cidade devido às fortes chuvas teve o fornecimento de


energia prejudicado.

d) Essa informação segundo o delegado ocasionará um re-


trocesso nas investigações.

e) Essa cientista uma das mais respeitadas no meio cientí-


fico fará a palestra de abertura do congresso.

f) O ser humano a cada momento me surpreende mais!

g) Os fiscais da defesa civil amanhã interditarão o prédio.

h) Do andar superior sem ser notado o segurança observa


o movimento da loja.

136
3 Leia este período: “Se eu tivesse feito o curso, teria apren-
dido a me comunicar em inglês e não precisaria de um in-
térprete”.

tReescreva o período de modo que essa oração passe a


expressar ideia de tempo. Faça as alterações necessá-
rias também no restante do período.

4 Reescreva os períodos apresentados a seguirde forma a eli-


minar a ambiguidade.
a) Os feridos foram levados ao saguão do aeroporto depois
que saímos com muita dificuldade.
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.

b) O primo da Lu que também joga no time de vôlei da es-


cola vai viajar conosco.

ORLANDO PREDOSO
c) Sumiu o livro da sala em que costumo estudar para as
provas.

d) Guardou as ferramentas que encontrou na garagem.

137
ULO
ÍT

CA P
Regência verbal e
9 regência nominal

Solidários na porta
Vivemos a civilização do automóvel, mas atrás do volante de um Metáfora: espécie
carro o homem se comporta como se ainda estivesse nas cavernas. de representação
Antes da roda. Luta com seu semelhante pelo espaço na rua como simbólica.
se este fosse o último mamute. Usando as mesmas táticas de inti- Jângal: selva.
Trégua: suspensão
midação, apenas buzinando em vez de rosnar ou rosnando em vez da violência.
de morder. Tácita:
subentendida; que
O trânsito em qualquer grande cidade do mundo é uma metáfo- todos entendem
ra para a vida competitiva que a gente leva, cada um dentro do seu sem precisar dizer.
próprio pequeno mundo de metal tentando levar vantagem sobre o Hostilidades:
outro, ou pelo menos tentando não se deixar intimidar. E provando atitudes agressivas.
que não há nada menos civilizado que a civilização.
Mas há uma exceção. Uma pequena clareira de solidariedade na
jângal. É a porta aberta. Quando o carro ao seu lado emparelha
com o seu e alguém põe a cabeça para fora, você se prepara para

LEO TEIXEIRA
o pior. Prepara a resposta. “É a sua!”. Mas pode ter uma surpresa.
— O quê?
Você custa a acreditar que nem você nem ninguém da sua família
está sendo xingado. Mas não, o inimigo está sinceramente preo-
cupado com a possibilidade da porta se abrir e você cair do carro.
A porta aberta determina uma espécie de trégua tácita. Todos a
apontam. Vão atrás, buzinando freneticamente, se por acaso você
não ouviu o primeiro aviso. “Olha a porta aberta!” É como um có-
digo de honra, um intervalo nas hostilidades. Se a porta se abrir e
você cair mesmo na rua, aí passam por cima. Mas avisaram.
Quer dizer, ainda não voltamos ao estado animal.
Luis Fernando Verissimo. O suicida e o computador.
Porto Alegre: L&PM, 1992. p. 55-56.

138
1 Por que o autor compara os motoristas a homens pré-históricos? O que haveria
de comum entre eles?

2 Por que o autor afirma que “o trânsito em qualquer grande cidade do mundo é
uma metáfora para a vida competitiva que a gente leva”?

tVocê concorda com ele? Justifique sua resposta.


3 Você já presenciou situações no trânsito semelhantes à que o cronista relata?

4 O que você sugere para diminuir ou acabar com esse tipo de problema no
trânsito?

Regência verbal
Leia e compare estas frases:
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.

nsito.
Precisamos de educação no trânsito.

preposição
termo regente termo regido

LEO TEIXEIRA
ito.
Desejamos educação no trânsito.

termo regente termo regido

Observe que, nas duas frases, o sentido dos verbos foi complementa-
Vamos recordar
do pela mesma palavra: educação. Mas, no primeiro caso, a preposição
fez a ligação entre os termos; no segundo caso, ela não foi necessária. Relembre
É o verbo que determina como vai ser a ligação entre ele e seu com- que, nesses
plemento. Por isso, ele é chamado de termo regente. E o seu comple- casos, o
mento recebe o nome de termo regido. termo regido
será objeto
Damos o nome de regência verbal à relação que se estabelece indireto se vier
entre o verbo e o seu complemento. antecedido de
preposição;
caso contrário,
Às vezes, a mudança de regência — isto é, o uso ou não de uma será objeto
preposição para ligar o termo regente ao regido, ou mesmo a troca de direto.
uma preposição por outra — pode alterar o sentido da frase. Por exemplo:

Ela aspira o aroma dos pratos. (aspirar = cheirar)


Ela aspira ao cargo de gerente. (aspirar a = desejar)

139
Atenção

A preposição pode estar combinada com um artigo ou com um


pronome. Exemplos:

Preciso do livro. (do = de + o) / Preciso deste livro. (deste = de + este)


Vou ao cinema. (ao = a + o) / Vou à escola. (a = a + a)

Na linguagem coloquial, é muito comum a forma pra, que é a junção


de para + a. Essa construção é correta, mas use-a por escrito apenas em
textos que procuram reproduzir a linguagem oral. É uma forma muito
usual em tiras de humor e revistas em quadrinhos, por exemplo.

t Casos mais comuns


Desenvolvendo o hábito da leitura, você conhecerá a regência dos

184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.


verbos mais usuais. Alguns deles, no entanto, podem provocar dúvidas.
Vejamos os casos mais comuns.

Agradar
tAcariciar, fazer carinho (sem preposição): A mãe agrada o bebê.
tContentar (sem preposição): Ele agradou a esposa com um presente.
tSatisfazer (com a preposição a): O filme não agradou ao público.

Reprodução proibida. Art. 18


Agradecer
tAgradecer alguma coisa (sem preposição): Ele agradeceuceu o nosso
apoio.
tAgradecer a alguém (com a preposição a): Ele agradeceu
u aos amigos
pelo apoio que recebeu.

Aspirar
tCheirar (sem preposição): Ele aspira o perfume das flores.
s.
tDesejar, almejar (com a preposição a): Ele aspira ao posto
o de diretor.r

Assistir
tAjudar, socorrer (sem preposição): O médico assistiu u a criança
doente.
LEO TEIXEIRA

tVer, presenciar (com a preposição a): Vamos assistir a um


m belo filme.

Chegar
tAtingir um local ou certo objetivo (com a preposição a):: Ela chegou
ao colégio. Ele chegou ao posto de diretor.

140
Esquecer
tEsquecer alguma coisa (sem preposição): Esqueci a data do seu ani-
versário.
tEsquecer-se (pronominal, com a preposição de): Esqueci-me da
data do seu aniversário.
Observação: o mesmo vale para o verbo lembrar.

Implicar
tCausar, provocar, envolver (sem preposição): A reforma da escola
implica muitos gastos.
tEnvolver (alguém) em uma situação (sem preposição): O menino
implicou a colega na travessura que tinha feito.
tMostrar repetida antipatia ou descontentamento (com a preposi-
ção com): Ela implica muito com esse menino.

Ir
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.

tDeslocar-se para algum lugar (com a preposição a): Vou ao cinema


hoje. Fui à biblioteca da escola.

Obedecer
tObedecer a alguém ou algo (com a preposição a): Ela obedece a
seus pais. O aluno obedece ao regulamento da escola.
Observação: hoje em dia, é aceitável usar esse verbo sem a preposi-
ção: Ela obedece os pais. Ele obedece o regulamento. Essa regência direta
é frequente em muitos escritores modernos. O mesmo vale para o ver-
bo desobedecer.

Perdoar
tPerdoar algo (sem preposição): Ela perdoou o meu engano.
tPerdoar a alguém (com a preposição a): Ela perdoou ao colega.

Preferir
tPreferir uma coisa a outra (com a preposição a): Prefiro passear a
ver televisão.
Observação: preferir significa “querer mais”, portanto evite escrever
ou dizer “prefiro mais isto do que aquilo”. Diga ou escreva, por exemplo,
“prefiro conversar com meus colegas a ver televisão”.

Querer
tDesejar (sem preposição): Quero um bom livro para ler nas férias.
LEO TEIXEIRA

tAmar, estimar alguém (com a preposição a): Quero muito a meus


pais.

141
Responder

LEO TEIXEIRA
tDizer ou escrever em resposta (sem preposição): Respondeu a ver-
r
dade quando lhe perguntaram sobre o assassinato.
tResponder a alguém ou algo (com a preposição a): O aluno respon-
pon-
deu ao professor. O menino respondeu às questões da prova.

Visar
tApontar, dirigir a pontaria (sem preposição): O jogador visou o gol
e chutou.
tPôr visto em (sem preposição): O professor visou as provas.
tDesejar, pretender (com a preposição a): Os artistas visam ao sucesso.
esso.

Exercícios

Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
1 Preencha as lacunas das frases com a preposição adequada à regência verbal.

a) Informaram o acidente policial.


b) Perdoamos a dívida cliente.
c) Esse garoto vive implicando as primas.
d) Meu pai aspira cargo de gerente da loja.
e) Ontem, assisti um belo espetáculo de dança.
f) Os filhos agradeceram pais os presentes recebidos.
g) Com atenção, responda questionário.
h) A aluna dedicou a vitória professor.
i) Meu irmão prefere leitura esportes.
j) Será que me esqueci alguém?
k) Foi cinema com a irmã.
l) Jamais desconfio meus amigos.

2 Reescreva as frases abaixo, substituindo o verbo destacado por aquele indicado


entre parênteses e alterando a regência quando necessário. Veja o exemplo.

Ele comentou esse fato. (referir-se)


Ele referiu-se a esse fato.

a) Os voluntários ajudaram as vítimas da enchente. (assistir)

142
b) Ficamos abismados, quando presenciamos o tumulto. (assistir)

c) O menino desejava a posição de capitão do time. (aspirar)

d) As garotinhas cheiravam o perfume das flores e suspiravam. (aspirar)

e) O atleta reclamou de dor nas costas. (queixar-se)

3 Leia a tira e complete a lacuna do segundo quadrinho com a preposição ade-


quada.
HAGAR DIK BROWNE

© 2017 KING FEATURES SYNDICATE/IPRESS


Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.

Regência nominal
Assim como acontece com os verbos, existe também uma relação de
dependência de certos substantivos e adjetivos no que se refere a seus
complementos. Observe a frase:
substantivo

Todos têm necessidade de afeto.

termo regente termo regido


preposição

Note que, nesse caso, o substantivo afeto complementa o sentido


do substantivo necessidade. E é a palavra necessidade que determina a
preposição que deve ser usada. Por isso, ela é o termo regente, e afeto
é o termo regido.

143
Veja agora um exemplo com um adjetivo:
adjetivo

Ela costuma ser gentil com todos.

termo regente termo regido


preposição

Damos o nome de regência nominal à relação que se estabelece


entre substantivos e adjetivos e seus complementos.

Exercícios

Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
1 Nas frases abaixo, a palavra destacada é sempre o termo regente. Você
deve completar as lacunas com as preposições adequadas e sublinhar o
termo regido. Veja:

Ela continua indiferente a mim.

a) O serviço bancário está se tornando acessível deficientes visuais.

b) Aquele era um ambiente agradável todos.

c) Uma boa educação é essencial o desenvolvimento do país.

d) Minha irmã tem horror certos insetos.

e) Aquele depoimento foi necessário andamento do processo.

f) Alguns hábitos são nocivos meio ambiente.

g) Essa atitude é incompatível você!

h) Meu irmão é idêntico meu pai!

i) Considere-se responsável tudo isso!

j) A poluição é prejudicial planeta.


ILUSTRAÇÕES: LEO TEIXEIRA

k) Ele é tão generoso os funcionários!

l) Meu tio é perito engenharia.

m) Sua atitude é digna aplausos.

144
2 Leia a tira e preencha as lacunas do primeiro quadrinho da tira com as pre-
posições adequadas.
MINDUIM CHARLES M. SCHULZ
© 1961 PEANUTS WORLDWIDE
LLC./DIST. BY ANDREWS MCMEEL
SYNDICATION

3 Complete as frases com as preposições adequadas. Em seguida, sublinhe o


termo regente com um traço e o termo regido com dois. Por fim, identifique
o tipo de regência utilizando este código:

RV (regência verbal) RN (regência nominal)


Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.

a) Considero-me apto a posição de volante do time ( )


b) Não simpatizo essas ideias! ( )
c) Estava ansioso o lançamento da música. ( )
d) Gostaria de assistir espetáculo novamente. ( )
e) Não preciso seus conselhos! ( )
f) O rei não era misericordioso os súditos. ( )
g) Naquele momento da vida, estava propenso sacerdócio. ( )
h) Foram eliminados do programa, pois esqueceram-se um ingrediente
da receita. ( )
i) A criança apresentava intolerância lactose. ( )
j) O gesto desse rapaz, por exemplo, é digno elogios. ( )
Veja Dica gramatical,
Leia o boxe antes de fazer o exercício 4. página 147.

Atenção

Estudando a regência verbal, percebemos que a mudança ou a introdução de uma


preposição pode alterar o sentido de uma frase. Veja estes exemplos:
Ele sentou-se no piano. Ele sentou-se ao piano.

Na primeira frase, temos a preposição em (em + o = no), e a expressão sentar-se em


significa “sentar-se em cima de”. Na segunda, temos a preposição a (a + o = ao), e a
expressão sentar-se a quer dizer “sentar-se ao lado de”. Portanto, mudar a preposição
significa alterar o sentido da frase.

145
4 Apresentamos, a seguir, alguns verbos com mais de uma regência. Escreva
frases de exemplo para cada uma delas e indique entre parênteses os dife-
rentes sentidos que os verbos podem ter em cada caso.
a) Reparar (algo). / Reparar em (algo).

b) Agradar a (alguém). / Agradar (alguém).

c) Assistir a (algo). / Assistir (algo ou alguém).

Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
d) Contar a (alguém). / Contar com (alguém).

e) Querer (algo). / Querer a (alguém).

f) Chamar (alguém). / Chamar de (algo).

g) Sair. / Sair a (alguém).

h) Brincar com (algo). / Brincar de (algo).

i) Aspirar (algo). / Aspirar a (algo).

146
Dica gramatical

Isto é; a saber; por exemplo


Expressões explicativas, como isto é, a saber, ou melhor, aliás, por exemplo, entre outras, são
sempre separadas por vírgula. Exemplos: Essas duas turmas, isto é, o 8º e o 9º ano, farão o teste
amanhã. Há grandes poetas no Brasil, como, por exemplo, Manuel Bandeira. Daqui a meia hora vou
ao cinema, ou melhor, acho que vou sair agora para garantir um bom lugar.

Aprendendo com o dicionário

RON DAHLQUIST/ISTOCK
PHOTOS/GETTY IMAGES
Leia esta frase:

Surfistas tentam bater o recorde de onda mais alta. 003-f-GF9-


C09-M-NOVA:
foto de onda
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.

Nessa frase, o verbo bater tem o sentido de su- gigante.


perar. Mas esse verbo pode assumir muitos outros
significados. Leia o verbete.

bater verbo 1. dar pancada em alguém ou alguma coisa. 2. andar por um lugar para
observar ou procurar. 3. fazer alguma coisa emitir som. 4. soar. 5. tirar (foto). 6. superar,
vencer. 7. palpitar, pulsar. 8. Furtar. 9. ir de encontro a, chocar-se com. 10. agitar.

1 Indique o sentido que o verbo bater apresenta nas frases abaixo.

a) Nosso time bateu facilmente o adversário. ( )


b) Bateram nove horas no grande relógio da sala. ( )
c) Alguém bateu nesse menino e o fez chorar. ( )
d) O carro ficou desgovernado e bateu no muro. ( )
e) O pássaro bateu as asas e voou. ( )
f) Os policiais bateram a região atrás das pessoas desaparecidas. ( )
g) O fazendeiro bateu o sino, chamando os empregados. ( )
h) O pessoal bateu várias fotos durante a viagem. ( )
i) O coração bate mais depressa quando ele vê aquela menina... ( )
j) Alguém bateu a carteira daquele homem no metrô. ( )

2 O substantivo onda também é uma palavra que apresenta vários significados.


Além disso, está presente em algumas expressões populares da nossa língua.
Faça uma pesquisa em dicionários e elabore um verbete que explique outros
sentidos da palavra onda assim como algumas expressões de que ela faz parte.

147
A ortografia em destaque

1 Complete com sílabas as lacunas das palavras abaixo e forme palavras. As sí-
labas devem começar com i ou e.
a) trevista e) provisar i) plicante
b) divíduo f) talado j) tusiasmo
c) barque g) baraçar k) devido
d) surdecer h) quieto l) centivar

2 Complete as lacunas indicando os adjetivos relacionados aos substantivos


abaixo, conforme o exemplo.

Estudantil está para estudante como escolar está para escola.

de estudante de escola

Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
a) está para mão como está para braço.

b) está para lábio como está para olho.

c) está para pedra como está para ouro.

d) está para anjo como está para céu.

3 Ordene as letras e forme palavras. Atenção: todas as palavras contêm a letra h.


A letra azul é a última letra de cada palavra.

IOSHRMONAO

OHÊOMGNOE

FLTEAROILIHATS

AÇHOTLIAR

OLOREIPTH

LRIANIATHE

ILORNOTAHZ

AUMHEILDD

MONTOHCEICEN

NESMPEDHOE

ESATMUNTHE

IQSTUNENOH

148
Atividades de reforço

1 Redija de outra maneira os períodos apresentados a seguir,


uir,

LEO TEIXEIRA
sem alterar a ideia expressa por eles.

Fique calmo, que tudo acabara bem.


Tudo acabará bem, por isso fique calmo.

a) Como estava frio, peguei um agasalho bem quente.

Estava frio,

b) Pare de pular ou levará um tombo.


Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.

Levará um tombo,

c) Ele não me confirmou se vai à festa; voltarei a perguntar-lhe.

Voltarei a perguntar-lhe,

d) Esforcei-me, no entanto não consegui terminar a pesquisa.

Não consegui terminar a pesquisa,

e) Encerrada a partida, a torcida comemorou a vitória.

A torcida comemorou a vitória,

f) O repórter, que prometera não revelar nada, acabou pu-


blicando a notícia.

O repórter acabou publicando a notícia,

2 Complete as lacunas com melhor ou melhores.

a) Eles estão se sentindo ?

b) Produtos importados nem sempre são


que nacionais.

c) Seus brinquedos são que os nossos.

149
d) O atleta jogou que os outros.

e) Tudo está do que esperávamos!

f) Depois das aulas de conversação, passaram a se expressar

g) Ele fala espanhol que o irmão.

h) Ganharam prêmios que os demais


concorrentes.

3 Assinale as frases em que o advérbio destacado não foi


corretamente classificado e faça as devidas correções.
a) As crianças sempre trazem os brinquedos. (modo) ( )
b) Ele mora aqui há muito tempo. (lugar) ( )
c) Talvez eu faça a aula de dança. (dúvida) ( )

Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
d) A menina entrou calmamente, mas não falou com nin-
guém. (modo) ( )
e) Todos os convidados devem chegar amanhã. (tempo) ( )
f) Dirigiu o carro prudentemente. (intensidade) ( )
g) Nunca falei assim com você. (afirmação) ( )
h) Ela estava muito feliz. (modo) ( )
i) Deram-me o recado hoje. (tempo) ( )
j) Disseram que a prova será bem difícil. (intensidade) ( )

4 Use a voz passiva conforme o exemplo.


LEO TEIXEIRA

Fazer esse trabalho.


Espero que esse trabalho seja feito.

a) Dividir essa tarefa.

b) Estudar esse conteúdo.

c) Repor essas aulas.

d) Abrir essa porta.

150
e) Escrever essa redação.

f) Aceitar essa proposta.

g) Eleger esse candidato.

h) Imprimir essa imagem.

i) Extinguir esses preconceitos.

j) Prender esse bandido.

5 Leia o texto a seguir.

LEO TEIXEIRA
Por que as serras ao longe são azuis?
Se você estiver no campo, olhe bem para as serrass
ao longe. Se você morar na cidade, olhe para as casas
mais distantes. Elas parecem um pouco azuis. No entan--
to, você sabe que nem as serras nem as casas são azuis!
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.

á
O ar que existe na frente das serras e das casas é que dá
esse tom azulado, porque ele fica azul quando iluminado o
pela luz do Sol.
Pierre Averous & Marie-Marthe Collin. De olho no céu e na Terra.
São Paulo: Scipione, 1992. p. 26. (Fragmento).
agmento).

a) É válido afirmar que nos dois primeiros períodos do tex-


to as orações subordinadas têm a mesma classificação?
cação?
Justifique sua resposta.

b) Qual é o único período simples desse texto?

c) O adjetivo azul foi usado no singular e no plural em três


orações do texto. Que função sintática esse adjetivo
exerce em cada uma delas?

d) Classifique esta oração: “que nem as serras nem as casas


são azuis!”.

e) No texto há um pronome relativo. Identifique-o e indique


sua função sintática.

151
ULO
ÍT

CA P Crase
10
Rosto com dois perfis
Renuncio às palavras
e às explicações.
Ando pelos contornos,
onde todos os significados
são sutis, são mortais.

Não quero perder o momento


belo. Quero vivê-lo mais,
com a intensidade que exige a vida:
desgarramento e fulguração.

Então me corto ao meio e me solto


de mim:
a que se prende e a que voa,
a que vive e a que se inventa.
Duplo coração:
a que se contempla e a que nunca
se entende,
Desgarramento:
a que viaja sem saber se chega

ROGÉRIO BORGES
desprendimento,
liberdade.
— mas não desiste jamais.
Fulguração: brilho
intenso
Lya Luft. Para não dizer adeus. Rio de janeiro: Record, 2005. p. 37.

1 Qual é o assunto do poema?

2 Como você interpreta os dois primeiros versos do poema: “Renuncio às palavras /


e às explicações.”?
tComo o eu lírico se mostra no último verso?
3 Você já se sentiu assim como o eu lírico do poema?

tSe tivesse que mostrar os seus perfis, como eles seriam?


4 Na sua opinião, todas as pessoas, às vezes, se enxergam como o eu lírico se
apresenta no poema?

152
Crase
Você já aprendeu que crase é o nome que se dá à fusão de duas
vogais iguais. Na língua falada, a todo momento ocorrem crases. Nas
frases abaixo, por exemplo, temos três ocorrências de crase, com as
vogais a, e e o. Leia as frases em voz alta, em ritmo natural, e perceba.

“com a intensidade que exige a vida”


“a que vive e a que se inventa”
Não quero perder a alegria.

Você deve ter percebido que, quando a última vogal de uma palavra e
a primeira da palavra seguinte são iguais, nós as pronunciamos como se
fossem uma vogal só. Esses casos de crase não são marcados com acento.
Veja a seguir os casos em que a crase é marcada com acento grave.
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.

t$SBTFEBQSFQPTJËÊPa BSUJHPEFGJOJEPa(s)
Ocorre a crase quando a preposição a se funde com o artigo
definido a(s).

Voltei a a sala. Voltei à sala.

preposição artigo crase

Vou a as festas. Vou às festas.

preposição artigo crase

Explique isso a a menina. Explique isso à menina.

preposição artigo crase


Observe que, nas frases acima, podemos substituir a preposição a
pela preposição para. Portanto, quando for possível usar para a ou para
as, temos uma ocorrência de crase.

t2VBOEPOÊPVTBSPBDFOUPJOEJDBUJWPEBDSBTF
ROGÉRIO BORGES

Considerando o que foi explicado, veja os casos em que não se deve


usar o acento grave.
1. Antes de verbo no infinitivo.

Fui obrigado a desistir do negócio.


João começou a estudar inglês ainda garoto.

153
2. Antes de palavra masculina.

Ele costuma ir a pé para o colégio.


Escreva esse bilhete a lápis.

3. Antes da maioria dos pronomes.

Diga a ela que cancelamos a reunião.


Ele dirigiu-se a mim, em nome da escola.
Peço a Vossa senhoria esse grande favor.
Não conte a ninguém essa notícia.

ROGÉRIO BORGES
Devolva o material de desenho a essa professora.
ora.
A quem ele está devendo esse dinheiro?

Observe que, nesses casos, não podemos substituir o a por para a, mas

Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
apenas por para. Logo, não há crase; trata-se apenas da preposição a.

Atenção

t Antes dos pronomes possessivos femininos, o uso do acento grave é


facultativo. Exemplos:

Desejo felicidades à/a sua irmã.


Você vem à/a minha festa?

t Com os pronomes de tratamento senhora e senhorita, pode ocorrer


a crase. Exemplos:

Peço paciência à senhora.


O que ele respondeu à senhorita?

4. Quando o a estiver entre duas palavras iguais. Nesse caso, trata-se


apenas da preposição a (sem o artigo).

Tome esse remédio gota a gota.

5. Quando o a for seguido de palavra no plural. Nesse caso, trata-se


apenas da preposição a (sem o artigo).

Entreguei os livros a alunas do 9o ano.

154
Exercícios
1 Complete as lacunas das frases com a ou à.

a) Dificilmente, compro prazo.


b) Estava me referindo este livro.
c) Entregue o dinheiro arrecadado instituição selecionada.
d) Estarei lá daqui uma hora.
e) Comunique nossas decisões gerência da empresa.
f) Ela nunca disse nada respeito do ocorrido.
g) Direi vocês tudo o que sei!
h) Irei cidade em que nasci.
i) Pediu ajuda namorada para resolver o problema.
j) Nas Olimpíadas, assisti jogos inesquecíveis.
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.

k) Quanto isso, nada mais tenho dizer!


l) Gota gota, retirou o líquido da garrafa.
m) Devido ao acidente, deixou de comparecer formatura da filha.
n) O juiz mostrava-se insensível qualquer argumento apresentado.
o) Não chegaram saber quem fez a denúncia.

2 A ocorrência ou não da crase pode alterar o sentido de uma frase. Leia as fra-
ses abaixo e explique a diferença de sentido que há entre elas.

a) Ontem, Júlia passou a tarde na casa de sua irmã.


Ontem, Júlia passou à tarde na casa de sua irmã.

b) Caio bateu a porta do quarto da irmã.


Caio bateu à porta do quarto da irmã.

155
3 Complete as frases com as ou às.

a) Dedicou o livro pessoas que o apoiaram.

b) Diga alunas que o vestiário já foi consertado.

c) A menina devolveu amigas as fantasias emprestadas.

d) Chegou dez e meia em ponto!

e) O filho já aprendeu a ver horas.

f) Adaptou-se novas regras facilmente.

g) Sentaram-se mesas que estavam espalhadas no salão.

h) Encaminhe dúvidas monitoras.

t2VBOEPFNQSFHBSPBDFOUPJOEJDBUJWP
EBDSBTF
Veja a seguir os casos em que sempre se usa o acento grave.
1. Na indicação das horas.

O ônibus partiu às oito horas.


O trem chegou à meia-noite.
Saímos à uma hora da tarde.

2. Em locuções adverbiais constituídas de substantivos femininos,


que geralmente expressam ideia de tempo, lugar ou modo. Exemplos: à
direita, à esquerda, à tarde, à noite, às pressas, às vezes, às escondidas, à
beça, à moda de, à vontade, à espera de, à custa de, à mercê de, à medida
que, à proporção que, etc. ROGÉRIO BORGES

O ônibus virou à direita e depois à esquerda.


Sempre me sinto à vontade na casa dos meus avós.
Ele, às vezes, vem nos visitar.

%JDBQSÅUJDB
Para resolver muitos outros casos de crase, você pode substituir a pa-
lavra feminina em questão por uma palavra masculina, mesmo que não
seja sinônima, apenas para verificar como fica a construção da frase.

156
Se na substituição for possível usar ao ou aos, é porque ocorre a crasee
no caso da palavra feminina e o acento grave deve ser usado. Mas, see
for possível usar apenas o artigo o ou os, é porque não ocorre crase e o
acento não deve ser usado.
Veja estes exemplos:

Essa lei é benéfica à população. Essa lei é benéfica ao país.

ROGÉRIO BORGES
ocorre crase

A aprovação do filho alegrou a família. A aprovação do filho alegrou o pai.

não ocorre crase


Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.

Exercícios
Complete as lacunas com a, à, as, às.

a) Policiais paisana observavam a manifestação.

b) Ele, vezes, fala muito alto!

c) Não me vem mente agora uma boa desculpa!

d) Estava tão apavorado que fez tudo cegas.

e) Infelizmente, a empresa encontra-se beira da falência.

f) proporção que se aproxima competição, tensão


aumenta.

g) Mantenha-se esquerda e encontrará lagoa.

h) Daqui pouco começaremos treinar.

i) Não se dirija pessoas estranhas!

j) Foram várias vezes que ele negou participação no crime.


k) duas horas de voo em meio turbulência foram angustiantes
para os passageiros. Veja Dica gramatical, página 161.
l) Entregamos o prêmio vencedora do concurso de poesias.

m) João foi Bahia para fazer uma visita primas que moram lá.

n) A professora dava toda atenção pessoas que chegavam


para reunião.

157
t$SBTFEBQSFQPTJËÊPa QSPOPNFT
EFNPOTUSBUJWPT
Ocorre também crase quando a preposição a se junta aos pronomes
demonstrativos aquilo, aquele, aquela, aqueles, aquelas. Observe:

Devolva o estojo àquele aluno. Devolva o estojo àquela aluna.

a + aquele a + aquela

preposição demonstrativo preposição demonstrativo

Refiro-me àquilo que você disse ontem.

a + aquilo

Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
preposição demonstrativo

Temos, então, os seguintes casos de cra


crase
ase com
m os demonstrativos:

ROGÉRIO BORGES
a + aquele = àquele
elee
a + aqueles = àqueles
ueles
a + aquela = àquela
ela
a + aquelas = àquelas
uelas
a + aquilo = àquilo
lo
o

Exercícios
1 Complete as lacunas com àquele, aquele, àquela, aquela, àqueles, aqueles,
àquelas, aquelas, àquilo, aquilo.
a) Fiquei emocionada quando vi obra de arte.
b) Não acreditava que estava assistindo cena.
c) Concederam o prêmio atleta.
d) Mandou entregar flores senhora.
e) Referia-se com muita naturalidade.
f) O pai não compreendeu que o filho dizia.
g) Comunicaram senhores que a decisão havia sido
tomada.
h) Vocês não compraram flores?

158
2 Assinale a alternativa que completa adequadamente as lacunas de cada texto.

I. tarde, todos os alunos voltaram quadra e só se dirigiram

sala de aula após ouvirem mensagem do diretor.

a) A – à – à – à c) À – à – à – a

b) À – a – a – à d) A – à – a – a

II. hora, quem chegasse primeiro ficaria cara

cara com apresentadora do programa de TV.

a) Aquela – à – aquela c) Àquela – à – àquela

b) Àquela – a – àquela d) Àquela – a – aquela


Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.

t"UFOËÊPQBSBFTUFTDBTPT
Fique atento, ainda, aos casos particulares de uso (ou não) do acento
grave apresentados a seguir.
1. Antes de nomes próprios femininos, o emprego do acento grave é
facultativo.

Desejo felicidades à /a Fabiana.

2. Não ocorre crase antes da palavra terra quando ela significa “terra
ra
firme”, em oposição a mar.

Os marinheiros voltaram a terra.

Mas atenção! Se a palavra terra vier modificada por algum adjetivo


vo
ou locução adjetiva, ocorrerá a crase. Exemplo:

Os marinheiros voltaram à terra natal.


ROGÉRIO BORGES

3. Não ocorre crase antes da palavra casa quando ela faz referência
ia
ao próprio lar.

Ontem, voltei tarde a casa.

Mas atenção! Se a palavra casa vier modificada por algum adjetivo


vo
ou locução adjetiva, ocorrerá a crase. Exemplo:

Voltei à casa de meus pais.

159
4. Pode ocorrer crase antes de palavra masculina quando uma pala-
vra feminina estiver subentendida antes dela.

Escreveu um conto à Machado de Assis.

(isto é, um conto à moda ou à maneira de Machado de Assis)

Ele deu uma entrevista à Globo.

(isto é, uma entrevista à rede ou à emissora Globo)

Exercícios
1 Complete as lacunas com a, à, as, às.
a) O professor ensinou o melhor método de estudo alunas.

Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
b) Obedeça voz da sua consciência!
c) Aquele comerciante só visava lucro.
d) Quem ensinará coreografia crianças?
e) Não perguntaram mim se concordei com o argumento.
f) Eu não disse nada ninguém!
g) Estava totalmente vontade na casa deles!
h) Não tenho o hábito de escrever lápis!
i) A mãe teve de fazer tudo pressas!
j) Comi um arroz grega delicioso!
2 Complete as lacunas com à ou a.

ROGÉRIO BORGES
a) Excesso de açúcar é prejudicial saúde.
b) Não compete mim julgar as pessoas.
c) A menina disse adeus esperança!
d) Aconselho-te fazer o bem!
e) Parece que vieram muitas pessoas ta.
festa.
f) Consolava-o aria.
ideia de que tudo melhoraria.

tExplique os casos em que não ocorre crase.

160
Dica gramatical

Palavras terminadas em oo, oos e eem não são acentuadas. São


poucas palavras, mas cuidado com elas. Veja alguns exemplos.
magoo (v. magoar) leem (v. ler)
perdoo (v. perdoar) creem (v. crer)
voo (subst. e v. voar) deem (v. dar)
voos (subst.) veem (v. ver)

Aprendendo com o dicionário

ROGÉRIO BORGES
Leia o texto a seguir e responda às questões.
Com a corda toda
Quem está animadíssimo para fazer alguma coisa, diz-se que ue
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.

“está com a corda toda”, disposição em ponto de bala, plenitude da


vontade. O berço dessa expressão se encontra no mundo infantil. til.
É que, até pouco tempo, os brinquedos que se mexiam eram acio- o-
nados torcendo-se um mecanismo em forma de mola ou como um
os
elástico que, ao ser distendido, fazia o brinquedo mover-se. Ambos
os mecanismos eram chamados de corda. Logo, quando se dava va
corda completa nesse tipo de brinquedo, ele se movimentava, parara
encanto da garotada. “Com a corda toda” passou a designar al-
guém com bastante ânimo, pessoa muito agitada para fazer algo. o.
Márcio Cotrim. O pulo do gato 5: o berço de palavras e expressões populares.
res.
Brasília: Thesaurus. 2014. p. 32.

1 No texto acima, o autor explicou o significado da expressão “estar com a cor-


da toda”. Mas a palavra corda faz parte de várias outras expressões. Leia as
frases a seguir e relacione cada expressão destacada com seu significado.
a) Ele disse que ia me ajudar a fazer 1. Em grandes dificuldades
o trabalho, mas roeu a corda e me financeiras.
deixou sozinho. ( )

b) Ele gastou mais do que podia e ago- 2. Não cumprir uma promessa
ra está com a corda no pescoço, não ou um combinado.
sabe como pagar as dívidas. ( )

c) Ele não está indo bem no emprego; 3. Estimular alguém a falar.


na verdade, está na corda bamba
e pode ser demitido a qualquer
momento. ( )
d) O pessoal foi dando corda e o meni- 4. Em situação difícil.
no acabou contando alguns segre-
dos. ( )

161
2 No texto, foi usado o substantivo berço. Ele foi empregado no sentido pró-
prio ou figurado? Justifique sua resposta.

3 Para explicar a origem da expressão “com a corda toda”, o autor disse que
ela tinha a ver com o “mundo infantil”. Leia o verbete abaixo e diga em que
sentido o substantivo mundo foi usado no texto.

mundo subst. masc. 1. conjunto dos astros, universo. 2. grande quantidade. 3. certa área
do conhecimento ou atividade. 4. tudo aquilo que faz parte da vida de um determinado
grupo de pessoas. 5. o globo terrestre, a Terra.

tAgora indique o sentido da palavra mundo em cada uma das frase a seguir.
a) O mundo da moda ficou surpreso com o desfile daquele estilista. ( )

Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
b) No mundo juvenil, os jogos eletrônicos são uma grande fascinação. ( )
c) Em suas apresentações pelo mundo, esses artistas ganharam muitos
aplausos. ( )
d) Os cientistas discutem as teorias sobre as origens do mundo. ( )
e) Havia um mundo de gente no dia da inauguração da loja. ( )
f) O mundo do esporte ficou empolgado com a aproximação dos jogos
olímpicos. ( )
g) Esse homem ganhou um mundo de dinheiro com suas invenções. ( )

A ortografia em destaque

1 Os trechos a seguir foram extraídos do livro O pequeno príncipe, de Antoine


de Saint-Exupéry. Neles, estão faltando os acentos agudos e circunflexos de
algumas palavras. Leia-os com atenção e recoloque os acentos necessários.
a) “Adeus, disse a raposa. Eis o meu segredo. É muito simples: so se ve bem
com o coração. O essencial é invisıvel para os olhos.”
b) “Os homens não tem mais tempo para aprender nada. Eles compram nas
lojas as coisas ja prontas. Mas como não existem lojas de amigos, os ho-
mens não tem amigos. Se voce quiser um amigo, cativa-me.”
c) “Tu julgaras a ti mesmo, respondeu-lhe o rei. É o mais difıcil. É bem mais
difıcil julgar a si mesmo que julgar os outros. Se consegues julgar-te bem,
eis um verdadeiro sabio.”
tJustifique oralmente a colocação dos acentos. Se necessário, consulte o
quadro geral das regras de acentuação, no final deste volume.

162
2 Nas frases abaixo, substitua as expressões destacadas por um advérbio de
modo terminado em -mente. Veja o exemplo:

Ele dirige com prudência. Ele dirige prudentemente.

a) Ela agiu de modo infantil.

b) Fizemos tudo com pressa.

c) O animal atacou com ferocidade.

d) Ele agiu com lealdade.

e) Responda com educação.

f) O homem respondeu com arrogância.

g) Não decida de forma precipitada.


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h) Ele escreveu a cena de modo minucioso.

i) Conversamos de forma prazerosa.

j) Os dois se olharam com amor.

k) Ela agiu de modo intutivo.

3 Ordene as letras e forme palavras terminadas pela letra L. Atenção: depois de


formá-las, coloque os acentos necessários.

LAVROFAVE

MEUOTÓVLA

LVSECESÍA

VÁORLMIDFE

EVCONSVRLÍE

MLCEDIAIN

MTABILENA

CRANIOAL

FRERÍEPEVL

NÁEITELVIV

AIUNVRESL

LEFNEANMO

163
Atividades de reforço

1 Complete as frases abaixo com as preposições adequadas à


regência dos verbos ou nomes. Atenção aos casos de crase.
a) Jamais desobedeci leis de trânsito!
b) Sempre perdoarei amigos porque a amizade deve
prevalecer.
c) O menino teve receio que alguém o seguisse.
d) Antes de sair, despediu-se todos.
e) Essa informação não condiz a realidade!
f) A professora se mostrou sensível solicitações dos
alunos.

ROGÉRIO BORGES
g) Depois do susto o pouso do avião, chegar
casa de meus pais foi um alívio.
h) Refiro-me todos que foram encenação de
ontem.
i) Dirigiu-se pessoas que demonstraram interesse
comprar o produto.
j) Naquele momento, teve certeza que estava apai-
xonada ele.

2 Em cada um dos períodos a seguir estão faltando duas vir-


gulas. Coloque-as.
a) Eu queria ler o meu livro predileto, não consigo contudo
encontrá-lo.
b) Marina que sempre fora uma boa aluna começou a tirar
notas baixas.
c) O conto “A cartomante’ de Machado de Assis é o meu
preferido.
d) Considerei por fim que assim é o amor!
e) Grafitagem disseram os artistas é o que embeleza os via-
dutos de São Paulo.
f) O livro cuja leitura agradou muito aos alunos trata de cri-
ses na adolescência.

164
g) Esse ator além de muito famoso é simpático e gentil com
todos.
h) Preciso comprar o remédio ou melhor os remédios!

3 Articule as orações a seguir por meio de conjunções coor-


denativas, formando períodos coerentes. Em alguns casos,
é possível usar mais de uma conjunção.
a) Eles já devem ter se mudado, a casa
está vazia.
b) Começou a ventar muito, é melhor
fechar as janelas!
c) Ele tinha sido muito bem avaliado, não
conseguiu a vaga.
d) Os alunos chegaram começaram a enfeitar

a quadra para a festa junina havia


Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.

muito trabalho a ser feito.


e) Faça logo essa tarefa, já está tarde
você precisar descansar!
f) Assim era a vovó: dava risada,
resmungava.
g) Disse tudo o que pensava, parece
que ele não entendeu!
h) A professora ensinou o conteúdo ao
aluno ajudou-o a pagar as despesas
da viagem.
i) Você treinou bastante, merece, , o
prêmio.
j) O garoto foi à reunião do grupo
ROGÉRIO BORGES
telefonou para avisar.

4 Complete as lacunas com as preposições adequadas à re-


gência dos verbos.
a) Essas são as pessoas quem sempre falo.
b) Essas são as ideias as quais concordo.
c) Aquela é a prima quem vou passear.
d) Aquele é o garoto quem me referi.
e) Essa é o aluno quem devo entregar o prêmio.
f) Essa é a amiga quem mais confio.

165
5 Reescreva as frases, transformando-as conforme o exemplo.

Para não incomodar meu pai, baixei o som do rádio.


Para não causar incômodo a meu pai, baixei o som do rádio.

a) Para não dificultar, o professor deixou fazer a atividade


com consulta.

b) Para não prejudicar os trabalhadores, o advogado solici-


tou revisão do processo.

Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
c) Para não complicar o quadro clínico do paciente, o médi-
co acrescentou um remédio.

d) Para não danificar a pintura, o restaurador usou um pro-


duto especial.

e) Para não afligir os fãs, o cantor postou uma foto nas re-
des sociais.
LEO TEIXEIRA

f) Para não aborrecer os avós, o neto resolveu jogar bola no


quintal.

166
ULO
ÍT

CA P
Concordância nominal
11 e concordância
verbal verbal
Para que ninguém a quisesse
Porque os homens olhavam demais para a sua mulher, man- VICENTE MENDONÇA
dou que descesse a bainha dos vestidos e parasse de se pintar.
Apesar disso, sua beleza chamava a atenção, e ele foi obrigado a
exigir que eliminasse os decotes, jogasse fora os sapatos de sal-
tos altos. Dos armários tirou as roupas de seda, da gaveta tirou
todas as joias. E vendo que, ainda assim, um ou outro olhar viril
se acendia à passagem dela, pegou a tesoura e tosquiou-lhe os
longos cabelos.
Agora podia viver descansado. Ninguém a olhava duas
vezes, homem nenhum se interessava por ela. Esquiva como
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.

um gato, não mais atravessava praças. E evitava sair.


Tão esquiva se fez, que ele foi deixando de ocupar-se dela,
permitindo que fluísse em silêncio pelos cômodos, mimeti-
zada com os móveis e as sombras.
Uma fina saudade, porém, começou a alinhavar-se em
seus dias. Não saudade da mulher. Mas do desejo inflamado
que tivera por ela.
Então lhe trouxe um batom. No outro dia um corte de
seda. À noite tirou do bolso uma rosa de cetim para enfeitar-
-lhe o que restava dos cabelos.
Mas ela tinha desaprendido a gostar dessas coisas, nem
pensava mais em lhe agradar. Largou o tecido em uma ga-
veta, esqueceu o batom. E continuou andando pela casa de
vestido de chita, enquanto a rosa desbotava sobre a cômoda.
Marina Colasanti. Contos de amor rasgados. Rio de Janeiro: Rocco, 1986. p. 111-112.

1 O que o marido acabou fazendo com a mulher para que ela não chamasse a
atenção de outros homens?

2 O que essa atitude do marido provocou na mulher?

3 Quando ele tentou reconquistá-la, o que aconteceu?

4 Você acha que esse conto trata de uma situação ainda bastante comum hoje
em dia entre homens e mulheres?

5 Você conhece outras situações em que ocorrem violências contra a mulher por
parte do namorado ou companheiro?

167
Concordância nominal
Observe a oração a seguir.

A mulher não usou mais os vestidos novos.

artigo feminino substantivo substantivo


singular feminino singular masculino
plural
artigo masculino adjetivo
plural masculino plural

Você observou que os artigos e o adjetivo da frase concordam em


gênero (masculino ou feminino) e número (singular ou plural) com os
substantivos a que se referem.

Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
Além dos adjetivos e artigos, os pronomes e os numerais também
concordam com o substantivo a que se referem. Veja o exemplo:

Dois escritores famosos visitaram nossa escola.

numeral adjetivo pronome substantivo


masculino plural masculino possessivo feminino singular
plural feminino
substantivo singular
masculino plural

Damos o nome de concordância nominal à concordância em


gênero e número do artigo, adjetivo, pronome e numeral com o
substantivo a que se referem.

Vejamos agora alguns casos de concordância nominal que podem


provocar dúvidas. VICENTE MENDONÇA

t"EKFUJWPRVFTFSFGFSFBTVCTUBOUJWPTEF
EF
HÍOFSPTEJGFSFOUFT
Quando se refere a substantivos de gêneros diferentes, o adjetivo vvai
aii
para o masculino plural.

O menino e a irmã pareciam calmos.

substantivo substantivo adjetivo masculino


ulino
masculino feminino plural

168
t"EKFUJWPDPNPQSFEJDBUJWPEPPCKFUP
Nesse caso, o adjetivo concorda normalmente com o substantivo a
que se refere. Mas atenção para os casos em que o adjetivo vem antes
do substantivo.

Deixe as portas da biblioteca abertas.

substantivo adjetivo
(predicativo do objeto portas)

Observe agora a mesma frase com o adjetivo vindo antes do subs-


tantivo a que se refere.

Deixe abertas as portas da biblioteca.


Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.

adjetivo substantivo

t"EKFUJWPDPNWBMPSEFBEWÌSCJP
É muito comum o uso do adjetivo com valor de advérbio de modo.
Nesse caso, o adjetivo fica sempre no masculino singular. Observe:

A moça agiu rápido. de modo rápido


Eles estavam falando alto na sala. de modo alto

t0VUSPTDBTPTEFDPODPSEÆODJB
"QBMBWSBNFJP
Quando usada como adjetivo, essa palavra concorda normalmente
com o substantivo a que se refere, significando “metade de”. VICENTE MENDONÇA

Ela preparou meia jarra de suco.

adjetivo feminino singular substantivo feminino singular

Quando usada como advérbio, a palavra meio significa “um pouco”


e é invariável.

A mulher ficou meio nervosa.


Eles me parecem meio tristes.

169
A palavra emprestado
Essa palavra é adjetivo e significa “por empréstimo”, concordando
sempre com o substantivo a que se refere.

Pedi emprestada a caneta de um colega.

VICENTE MENDONÇA
adjetivo feminino singular substantivo feminino singular

Marina tomou emprestadas as minhas anotações.

adjetivo feminino plural substantivo feminino plural

As palavras barato e caro

Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
Quando usadas como advérbios, essas palavras são invariáveis, fi-
cando sempre no masculino singular.

Comprei barato essa bicicleta.

Essas mochilas custam caro.

Quando usadas como adjetivos, barato e caro concordam normal- Atenção


mente com o substantivo a que se referem.
Não se deve
Essa revista é barata. dizer que um
preço é “caro”
ou “barato”.
O produto é
Esses celulares são caros. que é caro ou
barato. Quanto
aos preços,
podemos dizer
As palavras mesmo e próprio que são altos,
Concordam normalmente com a palavra a que se referem. baixos, etc.

Ela mesma me convidou para a festa.

Eles próprios prepararam tudo para a reunião da turma.

170
Exercícios
1 Algumas frases abaixo apresentam erro de concordância nominal. Assinale-as
e faça as devidas correções. Justifique oralmente suas correções.

a) Não achei difícil esses exercícios. ( )

b) Por favor, deixe bem fechadas as torneiras do banheiro. ( )

c) Está aberto, a partir de hoje, as inscrições para as aulas de natação. ( )

d) Já está liberado para todos os alunos a entrada por esse novo portão. ( )
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.

e) Acho educadas as filhas desse casal. ( )

f) Devemos manter informados sobre o problema as famílias dos alunos. ( )

2 Complete as lacunas das frases com a palavra entre parênteses, fazendo a


concordância adequada.

a) A professora falou para que todos ouvissem bem o


recado. (alto)

b) As crianças estavam nervosas na hora do espetáculo.


(meio)

c) Ficamos surpresos com aquela notícia. (meio)

d) Luísa pediu a minha borracha. (emprestado)

e) Esses relógios devem ter custado bem . (caro)

f) O sol forte deixou a menina tonta. (meio)

g) Acho muito esses novos aparelhos de telefone. (útil)

h) Minhas primas compraram tudo e elas fizeram o almoço.


(mesmo)

171
"EKFUJWPTRVFJOEJDBNDPS
tQuando o adjetivo composto é formado por dois adjetivos, só o
segundo elemento varia no plural. Observe:

camisa azul-escura camisas azul-escuras

Mas atenção às seguintes exceções, em que nenhum elemento varia


no plural:

calça azul-marinho calças azul-marinho.


vestido azul-celeste vestidos azul-celeste

tQuando o adjetivo composto é formado por nome de cor + subs-


tantivo, não varia no plural.

olho verde-mar olhos verde-mar

Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
tQuando o adjetivo é formado pela expressão “cor de” + substanti-
vo, não varia no plural.

camisa cor-de-rosa camisas cor-de-rosa

Às vezes, a expressão “cor de” pode estar subentendida.

camisa rosa (isto é, camisa cor-de-rosa) camisas rosa.

VICENTE MENDONÇA
Exercícios
1 Passe os adjetivos para o plural, conforme o exemplo.

lenço verde-claro lenços verde-claros

a) blusa amarelo-ouro blusas .


b) bandeira verde-amarela bandeiras .
c) camisa verde-abacate camisas .
d) cabelo castanho-escuro cabelos .
e) tecido azul-celeste tecidos .
f) terno cinza ternos .
g) bandeira rubro-negra bandeiras .
h) beija-flor azul-turquesa beija-flores .
Veja Dica gramatical,
172 página 181.
2 Leia com atenção as frases abaixo e corrija os erros de concordância.

a) Achei incrível aquelas aves coloridas, com asas verdes-azuladas.

b) Os turistas acharam lindíssimo todas aquelas araras com penas vermelho-


-cerejas.

c) Da praia víamos um mar maravilhoso, com uma superfície azul-esverdeado.

d) Os dois vestiram camisas verde-abacates e saíram, achando que estavam


muito elegantes.
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.

e) Achei estranho a combinação de cores nas peças de roupa de Carol: blusa


azul-marinha com lenço verde-limão.

Concordância verbal

VICENTE MENDONÇA
Damos o nome de concordância verbal à concordância
ância em número
e pessoa do verbo com o seu sujeito.

Nós vamos ao cinema.

sujeito (1a pessoa do plural) verbo (1a pessoa do plural))

O dia está quente.

sujeito (3a pessoa do singular) verbo (3a pessoa do singular)


ngular)

Quando o sujeito é composto, o verbo vai para o plural.


ural.

Pais e filhos foram à sala do diretor.

sujeito composto verbo (3a pessoa do plural)


a
(3 pessoa do plural)

Mas há vários outros casos que merecem atenção especial.

173
t$BTPTFTQFDJBJT
4VKFJUPDPNQPTUPGPSNBEPQPSQSPOPNFT
sujeito composto

Eu e ela estudamos nessa escola.

verbo: 1a pessoa do plural


Quando o sujeito composto é formado pelo pronome pessoal de
1 pessoa (eu) + pronome pessoal de 3a pessoa (ele, ela, você, eles, elas,
a

vocês), o verbo é usado na 1a pessoa do plural (nós).


Mas, se o sujeito composto é formado apenas por pronomes de
3 pessoa, o verbo deve ser usado na 3a pessoa do plural.
a

sujeito composto

Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
Você e ele vão fazer parte do meu grupo. Atenção

Nesse caso,
verbo: 3a pessoa do plural
o pronome de
6NEPTRVF tratamento
você funciona
Com a expressão um dos que (uma das que), usa-se o verbo no plural. como pronome
pessoal.
Esse escritor é um dos que ganharam esse prêmio.
Essa cantora é uma das que participarão do espetáculo.

2VBMEF RVBJTEF

Reproduç
Com a expressão qual de, temos a ideia de singular; logo, usamos
amos o
a
verbo na 3 pessoa do singular. Mas a expressão quais de expressaa ideia
de plural, por isso, leva o verbo para a 3a pessoa do plural.

Qual dos alunos vai explicar o exercício?


Quais dos alunos vão fazer esse teste?

6NEF VNBEF
DBEBVN DBEBVNB

Com expressões desse tipo, usa-se o verbo sempre na 3a pessoa
soa do
singular.

Um de vocês deve limpar a sala.


Uma de nós vai ser a capitã do time.
VICENTE MENDONÇA

Cada um deve cuidar de sua vida.


Cada uma dessas alunas será homenageada.

174
"NBJPSJBEFBNBJPSQBSUFEFHSBOEFQBSUFEFNFUBEF
EFHSBOEFOÛNFSPEF
Com expressões desse tipo, podemos ter duas formas de concordância:
a) usamos o verbo na 3a pessoa do singular, caso queiramos destacar
a noção do conjunto.

A maioria das pessoas presentes participou dos debates.

b) usamos o verbo na 3a pessoa do plural, caso queiramos realçar a


ação de cada elemento do conjunto.

A maioria das pessoas presentes participaram dos debates.


Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.

/FNVNOFNPVUSP OFNVNBOFNPVUSB
Nesse caso, usa-se o verbo preferencialmente na 3a pessoa do plural,
mas o singular também é aceitável.

Desses jogadores, nem um nem outro tiveram boa atuação.

6NPVPVUSP VNBPVPVUSB
Como há ideia de exclusão, usamos o verbo na 3a pessoa do
singular.

Um ou outro deve ficar de guarda esta noite.

VICENTE MENDONÇA
4VKFJUPDPMFUJWP
Quando o sujeito é coletivo, o verbo é usado na 3a pessoa
soa do
singular.

A multidão aplaudiu os jogadores.

Mas, se o coletivo vier seguido de um substantivo plural, o verbo


poderá ser usado na 3a pessoa do plural caso se queira destacar a ação
dos indivíduos.

Uma grande multidão de torcedores aplaudiram os jogadores.


s.

175
1SPOPNFquem
Quando esse pronome exerce a função de sujeito, o verbo pode ser
usado na 3a pessoa do singular ou pode concordar com o pronome pes-
soal que é sujeito da oração anterior, em frases deste tipo.

Sou eu quem vai apresentar o trabalho.

3a pessoa do singular

Sou eu quem vou apresentar o trabalho.

1a pessoa do singular

1SPOPNFque
Quando antes do verbo vier o pronome relativo que, a concordância
cordância
deve ser feita com o sujeito do verbo ser, em frases deste tipo:

Hoje, sou eu que pago a conta.

Foram eles que me receberam no aeroporto.

VICENTE MENDONÇA
DONÇA
Fomos nós que o salvamos.

1SPOPNFTEFUSBUBNFOUP
Com os pronomes de tratamento, como Vossa Senhoria, Vossa
Excelência, Vossa Majestade, etc., usamos o verbo na 3ª pessoa do sin-
gular, embora eles se refiram à 2ª pessoa do discurso (vós).

Vossa Excelência terá uma reunião às 10 horas.

Vossa Majestade parece feliz.

Vossa Senhoria pretende receber os jornalistas?

176
Exercícios
1 Complete cada oração com o verbo indicado entre parênteses, flexionando-os
no pretérito perfeito do indicativo.

a) Cada uma dessas alunas ajudar na organização da


festa. (vir)

b) Só um dos estudantes comparecer à reunião.


(poder)

c) Ele é um dos jogadores que se na partida.


(destacar)

d) Um grande número de torcedores o campo.


(invadir)

e) Naquele dia, foi ela quem a experiência no laboratório.


(fazer)
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.

f) Nós é que que organizar os livros na estante.


(ter)

g) A divulgação de todas as acusações a popula-


ção. (preocupar)

h) Naquele dia de chuva, alguns acidentes na estrada.


(acontecer)

i) Naquela praça, perto da igreja, vários ônibus de


turismo. (estacionar)

j) Ontem à noite, duas festas em meu bairro.


(ocorrer)

k) A quantidade de alunos matriculados nessas escolas


muito. (crescer)

2 Leia a tira abaixo e preencha a lacuna do último quadrinho usando o verbo


ofender no presente do indicativo.
ARMANDINHO ALEXANDRE BECK
BECK ILUSTRAS

177
t$PODPSEÆODJBEFDFSUPTWFSCPT

VICENTE MENDONÇA
4FS
1. O verbo ser concorda com o predicativo:
a) quando o sujeito é um dos pronomes isto, isso, aquilo, tudo.
o.

Tudo eram alegrias naquela casa.

sujeito

Isso são apenas sonhos.

sujeito
b) quando o sujeito é um substantivo comum singular e o predicativo
icativo
um substantivo plural.

Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
A sua roupa eram trapos.

sujeito

c) quando o predicativo é um pronome pessoal.

O herdeiro destas terras serás tu.

d) em orações impessoais, indicando distância ou tempo.

São três horas da tarde.

Daqui à escola são dois quilômetros.

2. O verbo ser é usado no singular:


a) quando o sujeito é representado por um nome de pessoa (ou um
substantivo referente a ele) e o predicativo é um substantivo plural.

Renata era as alegrias da família.

b) quando vem depois de locuções do tipo é muito, é demais, é pouco,


é suficiente, etc.

Duas horas é muito para fazer esse trabalho.


Dez metros de tecido é demais nesse caso.

178
)BWFS
É usado apenas na 3a pessoa do singular:
a) quando empregado no sentido de existir.

VICENTE MENDONÇA
Havia muitas pessoas na sala.
Houve alguns problemas com essa máquina.

b) quando indica tempo.

Ela saiu há quinze minutos.


Há dias que não vejo esse rapaz.

Atenção
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.

Nesses dois casos, se o verbo haver for o verbo principal de uma


locução, seu auxiliar também deverá ser usado na 3a pessoa do
singular.
locução verbal

Haverá festas no fim do ano. Vai haver festas no fim do ano.

3ª pessoa do singular 3ª pessoa do singular

&YJTUJS
Concorda sempre com o sujeito a que se refere.

Existem várias pessoas interessadas nesse curso.

Atenção

Se o verbo existir for o verbo principal de uma locução, seu auxiliar


também deverá concordar com o sujeito.
locução verbal

Devem existir várias pessoas interessadas nesse curso.

3a pessoa do plural

179
'B[FS
Quando indica tempo ou quando se refere a fenômenos atmosféri-
mosféri-
a
cos, deve ser usado sempre na 3 pessoa do singular.

Faz dois dias que ele não vem à escola.


Fez dias de calor nas férias.

Atenção

Se o verbo fazer for o verbo principal de uma locução, seu auxiliar

VICENTE MENDONÇA
também deverá ser usado na 3a pessoa do singular.
locução verbal

Deve fazer dois dias que ele não vem à escola.

Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
3a pessoa do singular

Exercícios
1 Complete as lacunas das frases, usando o verbo ser no presente do indicativo.

a) Duas horas muito para a classe fazer esse teste.


b) Na juventude, tudo esperanças.
c) Vamos entrar, já duas horas.
d) Três quilos de carne suficiente para a nossa churrascada.
e) Vida de artista não festas e alegrias apenas.

2 Complete cada frase com uma das palavras indicadas entre parênteses.

a) Acho que não haver mais problemas com esse carro.


(vão / vai)
b) Dizem que vários acidentes naquela estrada. (houve /
houveram)
c) Já cinco anos que eles acabaram a faculdade. (fez / fizeram)

d) Naquela noite, tudo recordações. (era / eram)

e) Não dúvidas de que ele era culpado. (havia / haviam)

f) haver dois espetáculos de dança na festa. (vão / vai)

180
Dica gramatical

Beija-flor, beija-flores
Quando uma palavra composta é formada de verbo + substantivo ou
lural.
adjetivo, apenas o segundo elemento varia no plural.

beija-flor ores
beija-flores

verbo substantivo verbo substantivo


ubstantivo

Veja outros exemplos:

lava-louça lava-louças
guarda-roupa as
guarda-roupas

Atenção para os substantivos compostos que só se usam no plural


plural, como:
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.

porta-retratos, porta-joias, saca-rolhas, porta-malas, salva-vidas, etc.


Quando a palavra guarda não é uma forma do verbo guardar, e sim um
substantivo que designa uma pessoa, ela varia no plural. Exemplos:

guarda-noturno guardas-noturnos
guarda-florestal guardas-florestais

Aprendendo com o dicionário

Leia o texto abaixo e o verbete a seguir.


Benefícios da corrida
Enquanto os adultos começam a correr para fugir ir de
ais
uma vida sedentária, para perder peso ou buscar mais
motivação diária, as crianças correm por simples
instinto. Seja nas brincadeiras ou simplesmente
ILUSTRAÇÕES: VICENTE MENDONÇA

por empolgação, é natural ver os pequenos acele-


rando o passo em praticamente qualquer lugar. O
prazer por recreações ativas pode ser o pontapé
inicial para uma vida adulta saudável e distante do
sedentarismo. A corrida pode ser inserida desde e
cedo na vida de qualquer pessoa e, durante a infância,
ncia,
os benefícios podem ser ainda mais positivos.
corrida/
Disponível em: <http://www.sportlife.com.br/corrida/
entes/>.
os-beneficios-da-corrida-para-criancas-e-adolescentes/>.
mento).
Acesso em: 26 jun. 2017. (Fragmento).

181
No texto, o verbo correr tem o sentido usual de mover-se com rapidez de
um lugar para outro. Mas esse verbo pode ter outros sentidos e sinônimos.
Veja o verbete.

correr verbo 1. mover-se rapidamente de um lugar para outro. 2. espalhar-se, propagar-se


3. percorrer. 4. estar exposto ou sujeito a algum risco. 5. escorrer.

1 Indique o sentido que o verbo correr tem nas frases abaixo.

a) Essas notícias correram rapidamente pela cidade. ( )


b) Lágrimas corriam pelo rosto da jovem. ( )
c) O homem correu por toda a cidade à procura do remédio. ( )
d) Eles correram até o ponto de ônibus porque estavam atrasados. ( )
e) Tome cuidado, pois andando com essa gente sua vida corre perigo. ( )

2 “O prazer por recreações ativas pode ser o pontapé inicial para uma vida

Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
adulta saudável e distante do sedentarismo.”

a) Reescreva essa frase substituindo a expressão “pontapé inicial” por outra


de sentido equivalente.

b) Escreva um verbete explicando o significado da palavra sedentarismo.

No primeiro período do texto, foi usado o verbo perder, que também tem
vários significados e sinônimos. Veja:

perder verbo 1. ficar sem alguma coisa que se possuía. 2. ficar sem alguém por morte.
3. emagrecer certa quantidade de peso. 4. deixar de ver ou assistir. 5. desperdiçar, jogar
fora. 6. gastar, despender. 7. desgraçar, tornar infeliz. 8. sofrer prejuízo. 9. extraviar-se,
não seguir o caminho certo. 10. ser derrotado, não conseguir vencer.

182
3 Indique o sentido do verbo perder nas frases abaixo.
a) Perdi duas horas no trânsito engarrafado. ( )
b) Ele perdeu os pais quando era pequeno. ( )
c) Ele quis fazer esse negócio e, no fim, saiu perdendo. ( )
d) Nosso time perdeu a partida. ( )
e) Perdi meu documento de identidade. ( )
f) Ela perdeu vários quilos com essa dieta. ( )
g) Dois jovens perderam-se nessa floresta e só foram encontrados dias
depois. ( )
h) Ele está perdendo os melhores anos de sua vida. ( )
i) Cheguei atrasado e perdi metade do filme. ( )
j) O vício da bebida está perdendo esse homem. ( )
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.

4 Faça uma pesquisa no dicionário e explique o sentido destas expressões com


o verbo perder. Depois crie um exemplo para cada significado.

a) perder o fio da meada.

b) perder a cabeça.

c) perder de vista.

d) perder o respeito.

183
A ortografia em destaque

1 Complete as palavras com as sílabas dis ou des.

a) contente e) perdício i) montar


b) tampar f) pensar j) cordar
c) traído g) tribuir k) pistar
d) tintivo h) colorir l) cobrir

2 Escreva a sílaba tônica que está faltando nas palavras abaixo. Em algumas
delas, essa sílaba deve ser acentuada.
tbene cio tveteri rio tinde te
tinflu cia tpo tico tpolu do
ta nimo tprecon to tinstan neo

Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
tfarma tico tdoen o tteimo a

a) Justifique oralmente os acentos que você colocou nas outras palavras. Se


necessário, consulte o quadro do final deste volume.

b) Colocando as palavras acentuadas em ordem alfabética, quais seriam as


duas primeiras? E as duas últimas?

3 Ordene as letras e forme palavras com o grupo ns na mesma sílaba.

ONROSMTUOS

VIUSTINRTO

RIÃSPOIAÇN

RORANTSRTAP

ÇCRÃNOSTUO

BARNDRSOATR

NTINRSUOETM

RTRAIANSPR

TIRNOTURS

TENAINTS

IVSTNITION

OÇICANOSPRÃ

184
ULO
ÍT

CA P
Concordância nominal
Atividades de reforço
11 e verbal

1 Leia as frases a seguir e explique a diferença de sentido que


ue
há entre elas, apontando os elementos responsáveis pela ela
mudança de significado.

a) Este é o funcionário a quem vou reclamar.

b) Este é o funcionário de quem vou reclamar.


Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.

VICENTE MENDONÇA
ONÇA
2 As frases abaixo apresentam duplo sentido. Leia-as com
atenção e depois reescreva-as de modo a deixar claro um
dos sentidos que elas admitem.

a) O homem guardou uma camisa na gaveta que estava


muito suja.

b) Ele me disse que vai ler esse livro durante a viagem de


ônibus.

c) O navio em que o grupo viajava há muitos meses passou


pelo Brasil.

185
3 No texto abaixo, foram tiradas todas as vírgulas. Leia-o com
atenção e coloque as vírgulas necessárias.

Competitividade tem limites


Os atletas que participam de campeonatos de natação
vôlei ou atletismo por exemplo treinam para ganhar — e
não há mal nenhum nisso. A competitividade assim como

VICENTE MENDONÇA
o caráter lúdico do esporte é um meio de motivação e mais
uma razão para buscar o aprimoramento e o desenvol-
vimento contínuos. Tem sucesso quem se dedica
assim como em qualquer atividade ou profissão.
Porém todo bom atleta deve saber que não é
possível ganhar sempre. Afinal até os grandes
campeões têm seus dias ruins e isso faz parte do
jogo. Além disso a vitória só tem valor se estiver
baseada na ética no respeito aos adversários e às
regras. Isso envolve tanto os profissionais como os

Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
que praticam esporte por lazer. Ser campeão não tem
um gostinho bom caso se tenha machucado o adversá-
rio, por exemplo.
Denise Pellegrini. Esporte, caminho de superação. São Paulo:
Moderna, 2013. p. 21. (Fragmento).

4 Nas orações abaixo, sublinhe os pronomes relativos e indi-


que se eles exercem a função de sujeito ou objeto direto.

a) Percebi que vinham do corredor as vozes que eu estava


ouvindo.

b) Disse a ele que não tinha entendido a mensagem que


apareceu no meu celular.

c) As coisas que estavam acontecendo nos avisavam que


aquela situação era perigosa.

d) A exposição que os alunos montaram foi elogiada pelas


pessoas que visitaram o colégio.

e) Recolha os cadernos que estão na mesa e coloque-os no


armário que está aberto.

186
ULO
ÍT

CA P
Discurso direto e
12 discurso indireto

Sonhos
Gregório telefona a Berta.
— Berta, você está bem?
— Sim, Gregório, por quê?
— Tive um sonho horrível esta noite. Sonhei que você
se afogava num mar revolto. Eu era o salva-vidas na praia.
— E você me salvou, Gregório?
— Claro, Berta. Quem mais poderia te salvar?
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.

No dia seguinte, telefona de novo.


— Berta, você está bem?
— Sim, Gregório, por quê?
— Tive um sonho horrível esta noite. Sonhei
que você estava com nefrite, e que eu era o médi-
co a quem você consultava.
— E você me salvou, Gregório?
— Claro, Berta. Quem mais poderia te salvar?
ORLANDO PEDROSO

Terceiro dia:
— Berta, você está bem?
— Sim, Gregório. Por quê?
— Tive um sonho horrível esta noite. Sonhei que
você estava possuída pelos demônios. Eu era o
sacerdote que te exorcizava.
— E você me salvou, Gregório?
— Claro, Berta. Quem mais poderia te
salvar?
No quarto dia Berta aceita a proposta de
Gregório. Casam-se. E desde então ela tem
um único sonho: que Gregório está morto,
morto, morto.
Moacyr Scliar. In: Ricardo Ramos. A palavra é amor.
São Paulo: Scipione, 1988. p. 88.

187
1 É possível afirmar que o texto é uma narrativa?

tNa sua opinião, o texto conta uma história de amor?


2 Como você descreveria os personagens Gregório e Berta?

3 Qual foi a estratégia adotada por Gregório para conquistar Berta?

a) Qual é a sua opinião sobre as atitudes de Gregório?

b) Você acha que Berta se apaixonou por Gregório ou foi vencida pelo cansaço?

Texto narrativo
Um texto narrativo é aquele que apresenta um relato de fatos que
se encadeiam e se desenrolam num certo tempo. Numa narrativa, há

Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
seres que praticam as ações (personagens) e uma “voz” que narra o
que está acontecendo (narrador).
O narrador pode recontar ao leitor, com suas palavras, o que os per-
sonagens falam ou pode reproduzir diretamente suas falas. Neste últi-
mo caso, temos os diálogos, em que os personagens conversam entre
si, como vimos no texto de abertura deste capítulo. Essas duas formas
de apresentação das falas dos personagens recebem o nome de discur-
so, que pode ser direto ou indireto.

t%JTDVSTPEJSFUPFEJTDVSTPJOEJSFUP
No discurso direto, o narrador reproduz exatamente as falas das
personagens. Observe:

"Gregório telefona a Berta.


— Berta, você está bem?
— Sim, Gregório, por quê?”
ORLANDO PEDROSO

No discurso indireto, o narrador reproduz com suas palavras o que


as personagens disseram. Por exemplo:

Gregório telefona a Berta e pergunta se ela está bem. Ela res-


ponde que sim e pergunta por quê.

Observe que nesse exemplo é o narrador que está dizendo as frases.


Ele usa suas palavras para transmitir ao leitor as falas dos personagens.
Por isso, dizemos que esse é um discurso indireto.

188
Na passagem do discurso direto para o indireto, eliminamos o tra-
vessão e, quando há, os dois-pontos.
Os dois tipos de discurso são marcados pela presença de verbos
como responder, perguntar, explicar, dizer, afirmar e outros semelhan-
tes. São eles que introduzem as falas dos personagens ou ajudam a dar
sequência a um diálogo.
Observe agora como pode haver mudança de formas verbais na pas-
sagem de um tipo de discurso para o outro.

Discurso direto Discurso indireto


Gregório perguntou: Gregório perguntou a Berta se ela
— Berta, você está bem? estava bem.

O discurso direto torna a narrativa mais dinâmica e ágil e é mui-


to usado pelos escritores. Por outro lado, o discurso indireto permite
focalizar as informações mais importantes das falas das personagens,
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.

deixando de lado os detalhes. Quando ler uma história, procure prestar


atenção no modo como são construídos os diálogos.

Exercícios
1 A anedota abaixo foi reproduzida sem os sinais de pontuação, sem a divisão
em parágrafos e sem o devido uso de letras maiúsculas. Reescreva-a restau-
rando a forma adequada do texto.
os dois se conheceram e estão namorando via Internet a conversa é muito ro-
mântica ela tecla meus olhos se parecem com os da Ana Paula Arósio ele surpre-
so pergunta o quê você tem os olhos da Ana Paula Arósio ao que ela retruca não
não eu tenho os meus e ela tem os dela
Sheldon Skywalker. Piadas nerds. São Paulo: V&R Editoras, 2012. p. 13.

189
2 Passe as frases para o discurso direto, atentando para a mudança das formas
verbais e para a introdução dos sinais de pontuação. Veja o exemplo:

Ela disse que ia sair.


Ela disse:
— Vou sair.

ORLANDO PEDROSO
a) A professora perguntou se algum aluno havia trazido o livro.

b) O médico informou a meu irmão que ele deveria tomar o comprimido de


seis em seis horas.

Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
c) Ela disse ao namorado que precisaria viajar.

d) A garotinha respondeu, timidamente, que não tinha feito aquilo de propósito.

e) O guarda, de mau humor, disse que aquela falha não seria perdoada.

f) Assustada com o barulho, a mãe gritou perguntando o que estava


acontecendo.

g) O diretor, irritado, disse que não admitiria mais aquele tipo de com-
portamento.

190
h) A professora ordenou aos alunos que parassem com aquele barulho.

i) O apresentador do programa perguntou quem seria o primeiro a cantar.

j) A cantora perguntou ao público se eles estavam gostando do show.

3 Agora, passe as frases para o discurso indireto, atentando para as mudanças.


Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.

Siga o exemplo.

A garota disse:
— Eu quero ganhar uma boneca!
A garota disse que queria ganhar uma boneca.

a) O garoto sugeriu ao amigo:


— Vamos aproveitar o momento para nos esconder?

b) Animada, a aluna disse ao professor:


— Eu li o livro em apenas dois dias!

c) — Fiz tudo o que era possível — explicou a médica.

d) A professora perguntou aos alunos:


— Vocês já terminaram a tarefa?

191
e) A repórter pediu ao câmera:
— Não deixe de registrar aquela cena!

f) A mãe, brincando com o filho, disse:


— Não deixarei que você vá à festa!

g) — Estou extremamente cansada! — reclamou a atleta.

Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
h) — Maria, você deveria usar um pouco de condicionador após o xampu —
sugeriu o cabeleireiro.

i) — É melhor tentar outro caminho — disse o passageiro ao taxista.

j) Ele perguntou ao vendedor:


Quanto custa um carro desses? Veja Dica gramatical,
a seguir.

Dica gramatical

Um artista desses é muito raro


Nesse tipo de expressão, os pronomes desses, dessas, destes, destas
ficam sempre no plural. Veja alguns exemplos: Um médico desses deve
ORLANDO PEDROSO

ganhar bem (e não “um médico desse”). / Uma aluna dessas merece
uma recompensa (e não “uma aluna dessa”). / Um amigo destes é muito
precioso (e não “um amigo deste”).

192
Aprendendo com o dicionário

Leia a tirinha a seguir.


RECRUTA ZERO MORT WALKER

© 2017 KING FEATURES SYNDICATE/IPRESS


Você percebeu que o efeito de humor da tira é provocado pelas diferentes in-
terpretações que os personagens deram ao verbo levar. Esse verbo pode ter vá-
rios sentidos e sinônimos. Veja o verbete.
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.

levar verbo 1. carregar alguma coisa até o lugar onde ela deve ficar. 2. conduzir acom-
panhando até um certo lugar. 3. carregar consigo. 4. ter consigo, usar. 5. consumir, gastar
tempo. 6. apagar, fazer desaparecer. 7. ganhar, conquistar. 8. ter, conter. 9. dar acesso,
permitir que se chegue a um certo ponto.

1 Em qual desses sentidos o sargento usou o verbo levar?

2 E em qual desses sentidos ele foi usado pelo soldado?

3 Indique o sentido que o verbo levar tem nas frases abaixo.

a) Levo desta cidade belas recordações. ( )


b) Esse atleta levou a medalha de ouro nos Jogos Olímpicos. ( )
c) No domingo, os pais levaram os filhos ao parque. ( )
d) Ela sempre leva o celular na bolsa. ( )
e) O conserto da bicicleta levou duas horas. ( )
f) O tempo levou minhas mágoas e tristezas. ( )
g) Esse refresco sempre deve levar um pouco de açúcar. ( )
h) Vou levar esses livros até a biblioteca. ( )
i) Essa rua leva até a escola. ( )
j) Esse garoto levou o primeiro lugar no concurso de redação. ( )

193
4 Pesquise no dicionário outros sentidos que o verbo levar pode ter e crie duas
frases como exemplo.

5 Nas frases abaixo, foram destacadas expressões com o verbo levar. Leia-as
com atenção e relacione cada uma delas com seu respectivo sentido.
a) Nosso time levou a melhor sobre (1) Ser derrotado, vencido.
o adversário. ( )

b) Por favor, não leve a mal essa (2) Ter consideração por.
brincadeira. ( )

c) Conseguimos levar a cabo a tare- (3) Sentir-se ofendido.


fa em duas horas. ( )

d) Ele ficou chateado porque levou a (4) Vencer, derrotar.


pior na disputa. ( )

e) Na avaliação, o professor levou em (5) Terminar, concluir.

Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
conta o esforço da turma. ( )

A ortografia em destaque

1 Substitua os objetos diretos abaixo pelos pronomes oblíquos corresponden-


tes, fazendo as mudanças necessárias na forma verbal. Atenção com as for-
mas acentuadas. Veja o exemplo:

Vamos vender a casa. Vamos vendê-la.

a) Vou separar os livros.

b) Vamos entreter as crianças.

c) Vou dividir as tarefas.

d) Vou distribuir os prêmios.

e) Vamos devolver esses produtos.

f) Vou distrair o menino.

g) Vamos receber esse prêmio.

h) Vou doar essas roupas.

tExplique oralmente as regras de acentuação que o fizeram acentuar ou


não as formas verbais que você escreveu. Se necessário, consulte o qua-
dro de regras de acentuação no final deste volume.

194
2 Transforme as frases usando os substantivos correspondentes aos verbos,
conforme o exemplo.

Construíram a ponte. A construção da ponte.

a) Liberaram a estrada.

b) Salvaram o rapaz.

c) Obtiveram o prêmio.

d) Concederam a licença.

e) Devolveram a encomenda.

f) Calcularam o prejuízo.

g) O suspeito foi detido.


Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.

h) Invadiram a cidade.

i) Permitiram a entrada.

j) Prenderam o corrupto.

3 Ordene as letras e forme palavras com o dígrafo LH. A letra vermelha é a pe-
núltima de cada palavra.

ETMLAHENES

FOLADAHI

SIELONHRCEO

CLARIVEAHO

BROAULREHIA

LTPILRAMAHO

DRESHAQUILA

ORTIADLCOH

CHOSBRANAEL

ZENADCHRUILA

HETELMARA

PONHTASELA

195
Atividades de reforço

1 Redija de outra maneira os períodos apresentados a seguir,


mas sem alterar a ideia expressa por eles. Siga as instru-
ções de como iniciá-los, conforme indicado no exemplo.

Estude mais ou você não passará nesse teste.

ORLANDO PEDROSO
Comece com:
Você não passará nesse teste, se não estudar mais.

a) Ele sabia que as coisas iam mal, mas não esperava que a
situação chegasse a esse ponto.

Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
Comece com: Ele não esperava que a situação chegasse
a esse ponto,

b) Ela estava muito distraída e nem percebeu que o ônibus


já tinha passado.

Comece com: Ela nem percebeu que o ônibus já tinha


passado,

c) Essa menina, que vivia dizendo que não gostava de fes-


tas, foi a primeira a aparecer no salão.

Comece com: Essa menina foi a primeira a aparecer no


salão,

d) Faça tudo com calma, pois ainda temos muito tempo.

Comece com: Ainda temos muito tempo,

e) Como nada saiu conforme os planos, o pessoal ficou de-


cepcionado.

Comece com: O pessoal ficou decepcionado,

196
2 Complete a lacuna de cada frase com uma das formas indi-
cadas entre parênteses.

a) Esse casal duas filhas. (têm / tem)

b) Esses vigilantes a ordem e a segu-


rança no bairro. (mantém / mantêm)

c) Consegui fotografar um no jardim.


(beija-flores / beija-flor)

d) Esses dois homens trabalham como


nessa grande empresa. (guarda-noturnos / guardas-
-noturnos).

ORLANDO PEDROSO
e) Essa loja vende há muito tempo.
(guardas-roupas / guarda-roupas)

f) Pegue as mochilas que estão no do


Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.

meu carro. (porta-mala / porta-malas)

g) Ela estava usando sapatos na festa.


(cinzas / cinza)

h) Parece que esse pessoal está causar


confusão. (a fim de / afim de)

3 Leia o parágrafo a seguir.

Uma quadrilha do interior paulista, que há meses desafia a


polícia do estado, acusada de cometer assaltos a bancos, ago-
ra está sendo investigada por agentes federais.

a) Explique oralmente as duas interpretações possíveis do


texto.

b) Que problema de construção do texto cria o duplo sentido?

c) Reescreva o texto no caderno, desfazendo a dupla inter-


pretação e deixando bem claro o sentido pretendido.

4 Preencha as lacunas das frases com as preposições ade-


quadas à regência verbal ou nominal. As preposições po-
dem estar combinadas ou contraídas com artigos.

a) Temos que ter respeito todos os colegas.

b) Vamos colaborar o grupo e fazer o trabalho.

c) Fique atento regulamento da escola.

197
d) Quem será responsável essa pesquisa?

e) Eu tenho o direito expor minha opinião.

f) Ela só pensa si mesma, não se preocupa


ninguém.

g) Estou cansado ouvir sempre essas desculpas.

ORLANDO PEDROSO
tConsiderando o emprego das preposições, indique quais
as frases que representam exemplos de regência verbal
e quais representam exemplos de regência nominal.
a) regência verbal:

b) regência nominal:

5 Substitua a expressão em destaque por um verbo de senti-


do equivalente, mudando o que for necessário no resto da
frase. Veja o exemplo.

Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
Ele fez um resumo do texto. Ele resumiu o texto.

a) O arquiteto fez um esquema do projeto.

b) Ele fez uma síntese da história.

c) Eles fizeram uma atualização dos dados.

d) Nossa equipe fez uma pesquisa sobre esses animais.

e) Ele fez uma análise da situação.

5 Leia a tirinha a seguir.


CALVIN & HAROLDO BILL WATTERSON
© 1986 WATTERSON/DIST. BY ANDREWS
MCMEEL SYNDICATION

tReescreva a fala do segundo quadrinho, substituindo o


pronome pessoal do caso reto pelo pronome oblíquo
correspondente

198
Teste seus conhecimentos II

Apresentamos, a seguir, alguns testes para você fazer uma autoavaliação e ve-
rificar se entendeu bem a matéria estudada até aqui. Depois de assinalar as res-
postas a todas as questões, vá até o gabarito, no rodapé da página 202, e con-
fira quantas você acertou.
1 Assinale o item que preenche corretamente as lacunas da frase a seguir.

Chegando porta, menina pôs-se chamar pelo irmão.


a) a – a – à b) à – à – a c) à – a – a d) a – a – a

2 “Não sendo provada a culpa, o acusado será libertado.” A oração reduzida


destacada expressa ideia de:
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.

a) condição b) causa c) tempo d) finalidade

3 “O rapaz hesitou, mas acabou comprando o livro que todos estavam comen-
tando.” Esse é um período:
a) composto por coordenação, com três orações.
b) composto por subordinação, com duas orações.
c) composto por subordinação e coordenação, com três orações.
d) composto por coordenação e subordinação, com duas orações.

4 “O filme que vimos contava a história de um homem que vivia sozinho em


uma ilha.” Os pronomes relativos presentes nesse período exercem respecti-
vamente a função de:
a) sujeito – objeto direto c) sujeito – sujeito
b) objeto direto – objeto direto d) objeto direto – sujeito

5 “Todos sabem que o surfe é um esporte divertido e perigoso.” Nesse perío-


do temos uma oração subordinada:
a) adverbial temporal. c) substantiva objetiva direta.
b) substantiva subjetiva. d) adverbial condicional.

6 “Insistindo nesse projeto, ele acabará tendo prejuízo.” Nesse período há uma
oração reduzida de gerúndio, que pode ser desdobrada em uma oração su-
bordinada adverbial:
a) conformativa. c) temporal.
b) condicional. d) causal.

199
7 Todas as orações abaixo estão na voz passiva, menos uma. Qual?

a) Esse exercício foi explicado ontem pelo professor.


b) O formulário deve ser preenchido pelos alunos desta classe.
c) No fim das aulas, os alunos devem sair pelo portão da frente.
d) Dois jogadores foram advertidos pelo juiz da partida.

8 Só em uma das orações abaixo não temos predicativo do sujeito. Qual?

a) O novo aluno logo tornou-se nosso amigo.


b) Ao longe, no mar, o navio parecia uma enorme montanha.
c) Esse projeto foi estudado por uma equipe de engenheiros.
d) Durante o filme, a classe ficou silenciosa.

Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
9 Assinale o item que indica corretamente as preposições que completam as
lacunas das frases abaixo.
I – Esse é o homem quem devo pagar essa conta.
II – A proposta que ele se refere não foi aceita na reunião.
III – A anedota que me lembrei é muito engraçada.
a) I – de; II – a; III – a. c) I – a; II – de; III – em.
b) I – em; II – em; III – de. d) I – a; II – a; III – de.

10 Duas das frases abaixo apresentam erro de concordância. Assinale-as.

a) Não creio que seja proibido a entrada nesse prédio.


b) Não deixe abertas as janelas da sala de aula.
c) Mantenha fechada todas essas portas.
d) Conserve sempre trancadas as portas desse armário.

11 Assinale o item que indica corretamente como devem ser preenchidas as la-
cunas das frases a seguir.
I – Ele foi viajar duas semanas.
II – Pouca gente compareceu reunião.
III – Os portões do estádio estarão abertos partir das 10 horas.
a) I – há; II - a; III – à. c) I – há; II – à; III – a.
b) I – a; II – à; III – a. d) I – a; II – a; III – à.

200
12 Leia.
MINDUIM CHARLES M. SCHULZ
© 1967 PEANUTS WORLDWIDE
LLC./DIST. BY ANDREWS MCMEEL
SYNDICATION

002-f-GF9-C12-M-
NOVA: tira Minduim.
Charles M. Schulz. O
Estado de S. Paulo, 19
ago. 2014.

Nessa tira, a palavra que é:

a) partícula de realce. c) conjunção integrante.

b) pronome relativo. d) advérbio de intensidade.

13 Assinale o item que indica corretamente a função sintática dos pronomes re-
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.

lativos presentes nestas orações.

I – Conte-me a história do livro que você leu.


II – Não entendi bem a mensagem que me enviaram.
a) sujeito – sujeito
b) objeto direto – objeto direto
c) objeto direto – sujeito

d) sujeito – objeto direto

14 Em todas as frases abaixo, a palavra se é um pronome recíproco, menos em


uma. Qual?

a) Ele se abraçaram carinhosamente.

b) Os adversários se olharam com raiva.

c) Esse rapaz se acha muito bonito.

d) Os jogadores cumprimentaram-se amistosamente.

15 Assinale a frase em que o se não é partícula apassivadora.

a) Acharam-se, finalmente, as provas do roubo.

b) Armou-se um plano inteligente para pegar os ladrões.

c) Contaram-se histórias engraçadas depois do jantar.

d) Vive-se muito bem nesse país.

201
16 “Lembro-me de que ele vinha frequentemente à nossa fazenda.” A oração
destacada é subordinada substantiva:

a) predicativa.

b) objetiva indireta.

c) objetiva direta.

d) subjetiva.

17 “Ao ouvir o sinal, entregou a prova rapidamente.” A oração reduzida desse


período expressa ideia de:

a) tempo.

b) finalidade.

Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
c) condição.

d) consequência.

18 Há um erro de concordância verbal em uma das orações abaixo. Assinale-a.

a) Havia muitas crianças no parque.

b) Hoje, pode haver longas filas no cinema.

c) Devem haver vários exemplares desse livro na biblioteca.

d) Não havia alunos na escola naquele horário.

19 “Trovejou muito durante a noite.” Assinale a única afirmativa incorreta sobre


essa oração.

a) O predicado dessa oração é verbal.

b) Trata-se de uma oração sem sujeito.

c) Nessa oração há um adjunto adverbial.

d) O termo “noite” exerce a função de sujeito da oração.

20 Assinale o item que preenche corretamente as lacunas da frase a seguir.

Daqui pouco, iremos reunião da escola e, mais tarde,


11 horas, levaremos vocês os convites da festa junina.”
a) a – à – às – à c) à – à – as – a

b) há – à – às – a d) a – à – às – a

indeterminação do sujeito); 16. b; 17. a; 18. c (o correto é deve haver); 19. d; 20. d.
1. c; 2. a; 3. c; 4. d; 5. c; 6. b; 7. c; 8. c; 9. d; 10. a (proibida), c (fechadas); 11. c; 12. a; 13. b; 14. c (pronome reflexivo); 15. d (índice de
202
ULO
ÍT
Origem e formação da
CA P
13 língua portuguesa

As palavras também têm história


Etimologia é o nome da ciência que estuda a origem e a evolu-
ção das palavras. O termo etimologia é formado de dois elementos
gregos: étimo (= sentido verdadeiro) + logia (= estudo). Portanto,
tal ciência estuda o sentido verdadeiro ou original das palavras,
que, com o tempo, podem sofrer alterações na forma e no próprio
significado.
Estudando a história das palavras, podemos saber como se for-
mou o vocabulário que usamos e quais influências recebemos de ou-
tras línguas. Além disso, esse estudo nos revela muitas curiosidades.
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.

A palavra vulcão, por exemplo, vem de uma das histórias fantás-


ticas da mitologia greco-romana, segundo a qual existia um deus
do fogo, chamado Vulcano. Tudo que se relacionava com o fogo era
obra dele: os raios, as chamas, os incêndios, a arte da fundição —
tudo isso era atribuído a Vulcano. E, é claro, também as montanhas
que expeliam fogo. Talvez lá embaixo da terra ficassem as oficinas
desse deus... Por isso, essas montanhas passaram a ser chamadas
de vulcões.
SERGIO ANELLI/ELECTA/MONDADORI PORTFOLIO/GETTY IMAGES - PALAZZO REALE, MILANO

Até os nomes de pessoas têm história.


Regina, por exemplo, vem do latim e sig-
nifica “rainha”. Rafael vem do hebraico e
quer dizer “curado por Deus”. Leonardo
vem do antigo alemão e significa “forte
como o leão”. Sofia é um nome de origem
grega e quer dizer “sabedoria”. Soraia vem
do árabe e significa “estrela da manhã”.
O nome Jaci, por sua vez, é de origem
tupi e quer dizer “lua”. Como vemos, es-
ses nomes surgiram em outras línguas e
acabaram se incorporando ao português.
Neste capítulo, vamos conhecer um
pouco da história da origem e do desen-
volvimento da nossa língua.

Na mitologia greco-romana,
Vulcano é o deus do fogo.

203
Um pouco da história da nossa
língua

ITÁLIA
550 km
Roma

Fonte: Graça Maria Lemos Ferreira. Atlas geográfico

Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
espaço mundial. 3. ed. São Paulo: Moderna, 2010.

O português é uma língua derivada do latim, antigo idioma falado


a partir do século VII a.C., numa região da Itália chamada Lácio, onde
ficava a cidade de Roma.
Ao longo do tempo, Roma cresceu e transformou-se numa grande
potência militar. E, para ampliar seus domínios, invadiu e conquistou
outras regiões, formando um vasto império. A presença dos romanos
na península Ibérica, na região onde mais tarde surgiria Portugal, come-
çou por volta do século III a.C.
Com essas conquistas, os romanos formavam colônias, expandiam
sua cultura (religião, costumes, etc.) e impunham o latim como língua
oficial de comunicação.
Esse latim levado pelos soldados e colonos sofreu influências das lín-
guas faladas pelos povos das diferentes regiões conquistadas e, com o
passar dos séculos, transformou-se bastante, dando origem às chama-
das línguas neolatinas ou românicas, como o português, o espanhol, o
francês, o italiano e o romeno.
Por sua origem comum, há muitas semelhanças entre as línguas deri-
vadas do latim. Observe, por exemplo, o quadro abaixo, que compara a
escrita de algumas palavras em português, francês, italiano e espanhol.
Português Francês Italiano Espanhol
escola école scuola escuela
rosa rose rosa rosa
porta porte porta puerta
semana semaine settimana semana

204
Durante os séculos XV e XVI, os navegantes portugueses conquis-
taram várias regiões, fundaram colônias e ampliaram os domínios do
reino de Portugal. Nesse processo de expansão, levaram com eles a
língua portuguesa, que passou a ser falada em diversos lugares, como
algumas regiões da África e da Ásia e, principalmente, no Brasil, que
hoje constitui a maior comunidade de língua portuguesa do mundo.
Atualmente, além de Portugal e do Brasil, seis países têm o por-
tuguês como língua oficial: Cabo Verde, Guiné-Bissau, Moçambique,
Angola, São Tomé e Príncipe e Timor-Leste.
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.

PORTUGAL

CABO VERDE

GUINÉ-BISSAU

BRASIL
TIMOR-LESTE
SÃO TOMÉ
E PRÍNCIPE MOÇAMBIQUE

ANGOLA
3.030 km

Fonte: Comunidade dos países de língua portuguesa. Disponível em: <www.cplp.org>.

A formação do vocabulário
português
A maior parte do vocabulário português é de origem latina. Entre-
tanto, ao longo do tempo, o contato entre os povos fez com que muitas
palavras de outras línguas fossem incorporadas ao português.
Vejamos alguns exemplos dessas contribuições estrangeiras ocorri-
das tanto nos tempos antigos como nos modernos:
a) gregas: anjo, apóstolo, bíblia, idolatria, igreja, mosteiro, além de
vários nomes próprios, como Alexandre, André, Filipe.
b) hebraicas: aleluia, amém, bálsamo, sábado, além de nomes pró-
prios como Ester, Ismael, João, Marta, Raquel.
c) árabes: açougue, algarismo, álgebra, algodão, almofada, laranja,
limão.

205
d) francesas: chaminé, chapéu, chefe, dama, elite, emoção, revanche.
e) inglesas: bar, bife, clube, esporte, futebol, pudim, repórter, sanduí-
che, túnel.
f) italianas: balcão, bandolim, cantina, capricho, cenário, maestro,
ópera, serenata, violino.
g) espanholas: amistoso, castanhola, cavalheiro, mantilha, neblina,
ninharia, pandeiro, rebelde.

t O português do Brasil
Os índios e os africanos contribuíram para o enriquecimento do vo-
cabulário português usado no Brasil.
A presença de palavras da língua tupi deu-se principalmente:
a) em nomes de animais, como araponga, arara, capivara, cutia, gam-
bá, jacaré, jararaca, jiboia, lambari, paca, piranha, sabiá, saúva, tatu,

Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
urubu.
b) em nomes de lugares, como Catumbi, Guanabara, Itatiaia, Itatiba,
Jundiaí, Maracanã, Niterói, Paraíba, Ubatuba.
c) em nomes de pessoas, como Abaeté, Araci, Guaraciaba, Jaci, Jure-
ma, Moema, Ubirajara.
d) em nomes de frutas, árvores e vegetação em geral, como aba-
caxi, capim, carnaúba, cipó, ipê, jequitibá, mandioca, peroba,
pitanga, taquara.
A presença contínua do escravo africano na vida brasileira por vários
séculos fez com que muitas palavras africanas fossem incorporadas ao
vocabulário da nossa língua, como acarajé, berimbau, caçula, cachimbo,
cafuné, moleque, quitanda, quitute, samba, vatapá.
Observe que a tira abaixo usa algumas palavras da língua tupi: caraí-
ba = homem branco; jaci = lua; m’boi = cobra.

PAPA-CAPIM MAURICIO DE SOUSA


© MAURICIO DE SOUSA EDITORA LTDA

206
O português de Portugal
Você entendeu que, com o passar do tempo, o vocabulário da língua
portuguesa falada no Brasil foi se enriquecendo com a contribuição de
várias outras línguas, e que muitas palavras usadas aqui não são co-
muns em Portugal. Mas o mesmo aconteceu lá: muitas palavras e ex-
pressões portuguesas são incompreensíveis para nós, brasileiros, e isso
pode gerar alguns problemas de comunicação.
Veja, por exemplo, o fragmento de texto a seguir, extraído do livro
Uma viagem a Portugal, de José Santos e Mauricio de Sousa. A obra é
composta de cenas vividas pela Turma da Mônica em Portugal e nos per-
mite conhecer muitas coisas típicas da língua portuguesa falada por lá.

No Centro Comercial
Será que todos os Centros Comerciais são iguais? Nimbus e

REPRODUÇÃO
Cascuda olhavam brinquedos nas montras e eram muitos: bone-
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.

cas, trotinetas, comboios elétricos, mesas de matraquilhos. Al-


facinha espera ganhar uma mesinha dessas como prenda do Pai
Natal. Será? Cebolinha comentou com o Franjinha que nunca
tinha visto tantos betinhos juntos em um só lugar. Mônica, com
seu vestido encarnado, fez muito sucesso entre eles. Bidu e Flo-
quinho brincaram de esconder dentro de uma loja, derrubando
vários chapéus de chuva e algumas ventoinhas. A Magali entrou
numa pastelaria e nem quis olhar a ementa, já sabia o que que-
ria; pediu um batido gigante de limão ao empregado de mesa.
Capa do livro Turma da
Seu Manoel comprou rebuçados para toda a gente, e na saída Mônica: uma viagem a
ganharam também pastilhas elásticas, prometendo ter o cuidado Portugal, de José Santos
e Mauricio de Sousa.
de não engolir nenhuma.

Centro Comercial: shopping. Encarnado: vermelho.


Montras: vitrines. Chapéu de chuva: guarda-chuva.
Trotineta: patinete. Ventoinha: ventilador.
Comboio elétrico: trem elétrico. Pastelaria: confeitaria, lanchonete.

Mesa de matraquilhos: mesa de Ementa: cardápio, menu.


pebolim, de totó. Batido: milk-shake.
Prenda: presente. Empregado de mesa: garçom.
Pai Natal: Papai Noel. Rebuçado: bala.
Betinho, beto: menino metido, Toda a gente: todo mundo.
mauricinho. Pastilha elástica: chiclete de bola.

José Santos e Mauricio de Sousa. Uma viagem a Portugal. São Paulo: Mauricio de Sousa
Editora / Leya, 2013. p. 65. (Fragmento).

207
As línguas modificam-se com
o tempo
Ao longo do tempo, as línguas sofrem transformações. Palavras
caem em desuso, enquanto outras são criadas para suprir novas neces-
sidades de expressão. As línguas estão passando sempre por um pro-
cesso dinâmico e emprestam e tomam de empréstimo muitas palavras Veja Dica gramatical,
umas das outras. página 210.
Palavras recém-criadas numa língua recebem o nome de neologis-
mos, termo formado por dois elementos que vêm do grego: neo (novo)
+ logos (palavra). A chegada da internet, por exemplo, provocou o sur-
gimento de muitos deles, como digitalizar, digitar, deletar, escanear,
internauta. Se você consultar um dicionário antigo, não vai encontrar
essas palavras.
Também podemos considerar neologismos as palavras que já exis-
tiam mas que receberam novo significado há pouco tempo, como celu-
lar, navegar (na internet), teclar.
Palavras ou expressões antigas que não são mais usadas pela maioria
das pessoas recebem o nome de arcaísmos, termo pertencente à famí- mí-
lia do adjetivo arcaico, que significa “velho, desusado”.
Usando apenas arcaísmos, o escritor mineiro Carlos Drummond de
Andrade (1902-1987) escreveu uma crônica bem-humorada chamada da
“Antigamente”. Leia um trecho:
Antigamente, as moças chamavam-se mademoiselles e eram m
todas mimosas e muito prendadas. Não faziam anos: completa- a-
vam primaveras, em geral dezoito. Os janotas, mesmo não sendo do

LEO TEIXEIRA
a-
rapagões, faziam-lhes pé de alferes, arrastando a asa, mas fica-
vam longos meses debaixo do balaio. E, se levavam tábua, o re- e-
a.
médio era tirar o cavalo da chuva e ir pregar em outra freguesia.
Carlos Drummond de Andrade. Antigamente. In: Seleta em prosa e verso.
so.
Rio de Janeiro: José Olympio, 1971. p. 3. (Fragmento).
o).

Mademoiselles: (francês) Arrastando a asa: jogando charme.


senhoritas.
Debaixo do balaio: à espera de
Mimosas: graciosas. uma resposta.
Prendadas: educadas. Levavam tábua: eram rejeitados.
Janotas: elegantes e bem-vestidos. Tirar o cavalo da chuva: desistir.
Rapagões: rapazes fortes e bonitos. Pregar em outra freguesia: tentar
Faziam-lhes pé de alferes: em outro lugar.
demonstravam interesse por elas.

208
Exercícios
1 Agora, leia o fragmento da crônica "Regras para uso dos que frequentam bonds",
de Machado de Assis, publicada em 1883.
Art. I – DOS ENCATARRHOADOS. Os encatarrhoados podem entrar nos
bonds com a condição de não tossirem mais de trez vezes de uma hora e, no caso
de pigarro, quatro. Quando a tosse for tão teimosa que não permita esta limita-
ção, os encatarrhoados têem dous alvitres: ou irem a pé, que é bom exercício, ou
metterem-se na cama [...]

tAtualize a ortografia desse texto.


Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.

2 Para conhecer um pouco mais sobre a formação do vocabulário da língua


portuguesa falada no Brasil, propomos que você pesquise a origem das se-
guintes palavras e complete a tabela.

batuque – Arapongas (PR) – gabiroba – Iracema – xingar – abacate – caatinga –


Janaína – Bauru (SP) – goiaba – umbanda – Cauã – Guaxupé (MG) – angu – bagunça –
rapadura – Uberaba (MG) – dendê – macumba – babaçu – Guaporé (RS) – moqueca –
Yara – cachaça – Indaiatuba (SP) – indaiá – pamonha – candomblé – Tainá – carimbo –
Arapongas (PR) – senzala – pipoca – Taubaté (SP) – Ceci – maracatu – jabuticaba –
Ubiratã – fubá – Maiara – Cabreúva – orixá – molambo – Guaraci – Aracaju (SE) –
embaré – Piracicaba (SP) – Iraí – Paranaguá (PR) – damiana

a) nomes de pessoas de origem indígena

b) nomes de cidades de origem indígena

c) palavras de origem africana

d) nomes de plantas, vegetação ou frutas de


origem indígena

209
LEO TEIXEIRA
Dica gramatical

Emprestar / tomar emprestado


Atenção ao usar o verbo emprestar e o adjetivo emprestado.
O sentido correto do verbo emprestar é “ceder por empréstimo.””
Por exemplo: Emprestei a caneta ao professor. Mas para dizer quee
alguém recebeu o empréstimo, devemos dizer: O professor tomou ou
emprestada minha caneta. Se você disser “o professor emprestou u
minha caneta”, está dizendo que o professor emprestou sua caneta eta
para outra pessoa...
O adjetivo emprestado, por sua vez, deve sempre concordar com a
palavra a que se refere. Exemplos: Pedi emprestada a sua borracha.
Tomei emprestados dois livros. Quero emprestadas essas revistas.

Aprendendo com o dicionário

Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
Leia a tirinha a seguir.
ARMANDINHO ALEXANDRE BECK

BECK ILUSTRAS
Em português, há muitas expressões com a palavra língua. Na tira, ela foi usa-
da no sentido de “conjunto dos elementos que constituem a linguagem falada ou
escrita de uma coletividade” (língua brasileira de sinais) e no sentido de “idio-
ma” (língua portuguesa).

1 Na tira também foi empregado o verbo ignorar. Leia o verbete:

ignorar verbo. 1. não ter conhecimento de, desconhecer. 2. não levar em conta,
desconsiderar. 3. não saber por falta de experiência ou prática. 4. Tratar com indiferença,
desprezar.

a) Indique o sentido em que esse verbo foi empregado no último quadrinho.

210
b) Agora anote o sentido em que o verbo ignorar foi empregado nas frases
a seguir.

t Ignoro do que seja feito esse bolo. ( )

t O chefe simplesmente ignorou a opinião dela. ( )

t Ele me ignorou a festa inteira, como se eu fosse invisível. ( )

t Ignoro essa teoria, não sou especialista no assunto. ( )

t Ela ignorava quem fosse o recém-chegado. ( )

2 Leia as frases abaixo e relacione cada expressão com seu respectivo signi-
ficado.

a) Dobre a língua quando falar 1. Revelar um segredo ou algo que


comigo. ( ) não devia ser contado.
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.

b) Não confio nessa pessoa, ela 2. Pessoa que tem costume de fazer
tem a língua comprida. ( ) fofoca ou falar mal dos outros.

c) Esses dois vivem discutindo, 3. Falar com educação, com respeito.


não falam a mesma língua. ( )
4. Primeira língua que se aprende,
d) Ele tem a matéria na ponta da geralmente com os pais.
língua. ( )
5. Completamente sabido, sem dú-
e) Ele não tem papas na língua e vidas ou incertezas, pronto para
por isso vive entrando em ser explicado ou respondido.
confusão. ( )
6. Não se entender bem com o outro.
f) O pessoal ficou furioso com esse
menino, pois ele deu com a 7. Falar sem rodeios, francamente.
língua nos dentes. ( )

g) O português é minha língua


materna. ( )

3 Procure no dicionário outras expressões com a palavra língua e crie frases de


exemplo para duas delas. Depois compartilhe esse trabalho com os colegas.

211
A ortografia em destaque

1 Complete as lacunas das palavras com sílabas começadas por q ou g.

a) anti dade e) ensan tar i) es drilha

b) ar teto f) es char j) a sição

c) anti do g) e tação k) ani lar

d) e vocado h) mei ce l) perse ção

2 Leia o texto abaixo e recoloque os acentos que foram tirados de algumas


palavras.
Um passaro pode voar para tras?
Para voar para tras, é preciso primeiro pairar voando.
Um avião não consegue isso, mas um helicoptero consegue..

LEO TEIXEIRA
Alguns passaros, rapidissimos no voo, sabem pairar e
recuar voando: são os beija-flores. Eles sugam o nectar
das flores, sem pousar. Algumas borboletas tambem pairam m
voando, sem pousar. E ate voam para tras.
Charles-Henry Vermont & Claire Cormier. Animais não domesticados. São Paulo: Scipione,
Scipione 1991.
1991 p.
p 52.
52
tJustifique oralmente os acentos colocados. Se necessário, consulte o
quadro geral das regras de acentuação, no final deste volume.
3 Ordene as letras e forme palavras com hiatos.

JNVTAEIA

HARIOASDEP

MÍSOGEO

CAPOROER

COPORNADOEDR

MEROPOCNESÃ

OCÉPTIO

NASPTIAI

LONIVOI

ROEFIDA

BALIOTIBEC

AREIADLED

SASATAPE

212
Atividades de reforço

1 Reescreva as frases conforme o exemplo:

Analisei as peças que eles produziram.


Analisei as peças produzidas por eles.

a) O juiz lerá novamente os documentos que os advogados


entregaram.
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.

b) Os examinadores avaliaram os desenhos que os alunos


fizeram.

LEO TEIXEIRA
c) Chegou a carta que meu tio escreveu.

d) Gostei muito do quadro que a artista expôs.

e) Repus o dinheiro que meu irmão gastou.

f) Estava presente no torneio que meu primo ganhou.

g) Fechei a porta do armário que os alunos abriram.

213
h) O advogado reiterou o pedido que o juiz não aceitou.

i) O ufólogo analisou o desenho do óvni que o camponês


viu na mata.

j) Vi no jornal a foto dos bandidos que a polícia prendeu.

k) A arquiteta mostrou a foto do terreno que os jardineiros


limparam.

2 Complete as frases com uma das formas verbais indicadas


entre parênteses.

a) Na manifestação de ontem, umas


quinhentas pessoas. (compareceu / compareceram)

b) Um dos jogadores, inconformado com a punição,

que aquilo era injusto. (disse /disseram)

c) , ontem, no pátio da escola, vários


fatos inesperados. (ocorreu / ocorreram)

d) Não só o frio como o calor excessivo


mal à saúde. (faz / fazem)

e) Tanto o pai quanto o filho o clube


da cidade. (frequenta / frequentam)

f) Durante a tempestade, na rodo-


via o desmoronamento de um barranco. (aconteceu /
aconteceram)

g) Cada um dos presentes refletir so-


bre a proposta. (deve / devem)
LEO TEIXEIRA

h) , com o passar do tempo, as pre-


ocupações dos pais em relação ao futuro dos filhos.
(Cresceu / Cresceram)

214
3 Responda as perguntas, utilizando a palavra entre parênte-
ses conforme o exemplo.

A que você está atento? (explicação)


Estou atento à explicação.

a) De que você necessita? (lazer)

b) A que você se referiu? (argumento do professor)


Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.

c) Em quem você confia? (justiça)

d) A que você aspira? (conclusão do curso)

e) Com que você colabora? (entidades assistenciais)

f) A que programa você está assistindo? (novela)

LEO TEIXEIRA

g) De que você tem medo? (fantasma)

h) A que esse produto é nocivo? (saúde)

215
i) A que seu pai se dedica? (Medicina)

j) Contra quem vocês estão competindo? (alunos do Ensi-


no Médio)

4 Leia às frases e responda às questões a seguir.

I. O mecânico reparou o carro.


II. O mecânico reparou no carro.

a) Considerando a construção das frases, qual é a única di-


ferença entre elas?

Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
b) Essa diferença provoca mudanças de sentido entre as
frases? Justifique sua resposta.

c) Em qual das frases o verbo reparar é transitivo indireto?

5 Leia a tira a seguir.


CALVIN BILL WATTERSON
© 1987 WATTERSON/DIST. BY UNIVERSAL UCLICK

tQue aspecto linguístico foi explorado na tira, para pro-


vocar o efeito de humor?

216
ULO
ÍT

CA P Crase
Estrutura das palavras
10
14
Trote é para cavalo
[...]
rrido na cidade de
Na última semana, mais um trote violento — ocorrido
eimaduras em sete
Barretos (interior de São Paulo) — que provocou queimaduras
áginas dos jornais.
calouros, voltou a ganhar os noticiários da TV e as páginas
o antiquado e ina-
Afinal de contas, por que é necessário esse rito
dequado de entrada no ensino superior? Depois de tanto esforço
menda concorrên-
com estudos, cursinho, provas inacabáveis e tremenda
or essa difícil fase
cia, não terão nossos calouros pago o suficiente por
da vida? Por que resta ainda essa conta salgada comom os veteranos?
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.

Há quem diga que o objetivo final do trote é a confraternização,


a comemoração do sucesso da aprovação, o cartão o de entrada para
uma nova fase da vida. Mas será que isso combina com humilhação,
finitivamente não!
violência, desrespeito e imposições? A meu ver, definitivamente
Não consigo enxergar o menor sentido ou ver a menor graça em
fazer as pessoas tomarem banho de lama, serem obrigadas a rapar
nheiro nos semá-
ou cortar cabelos, passar horas no sol pedindo dinheiro

ROGÉRIO BORGES
foros, tudo isso para ter acesso ao “clubinho” de quem já entrou na
faculdade. Não existe uma maneira mais inteligentente e solidária de
comemorar tudo isso?
Há sempre algum veterano (em geral movido peloelo excesso de be-
to, mais agressivo
bida) que “perde a mão” e acaba sendo mais violento,
te desnecessários.
e acaba expondo os calouros a riscos absolutamente
A própria palavra trote já traz uma conotação negativa (“zomba-
gundo o dicioná-
rias impostas aos calouros, troça, indiscrição”, segundo
xistir? Muitas ins-
rio Aurélio). Por que e para que, então, ele deve existir?
olentos, mas, em
tituições proibiram nos últimos anos os trotes violentos,
muitos lugares, eles continuam a ocorrer, até fora das faculdades.
Não há como dar certo uma fórmula que impõe e humilhação e
ameaça de violência a grupos de jovens, feitas porr outros gru-
pos de jovens. E não venham com a história de que, porque
ros devem
os veteranos já passaram por isso, todos os calouros
passar também. Tremenda bobagem! Está na hora ra de vi-
rar esse jogo e festejar o ingresso na faculdade valori-
zando os calouros.
Jairo Bouer. Disponível em: <http://www1.folha.uol.com.br/
m.br/
fsp/folhatee/fm0103201012.htm>. Publicado em: 10 mar. 2010.
010.
Acesso em: 11 jul. 2017. (Fragmento).
nto).

217
1 Muita gente defende os trotes dizendo que se trata de uma tradição. Você acha
que isso justifica a humilhação e a violência de que são vítimas muitos calouros
pelo Brasil?

2 Na sua opinião, que tipo de recepção os veteranos deveriam oferecer aos ca-
louros?

3 No caso de trotes violentos ou humilhantes, qual deveria ser o papel das insti-
tuições de ensino, uma vez que muitos trotes ocorrem no campus universitário?
O que elas deveriam fazer para tentar resolver o problema?

4 Na sua opinião, os trotes deveriam ser definitivamente proibidos? Justifique.

5 Hoje em dia, em muitas faculdades são feitos os chamados “trotes solidários”,


em que os calouros devem praticar alguma ação solidária, como levar alimen-
tos ou roupas para serem enviados a instituições sociais. O que você acha des-
se tipo de trote?

Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
Estrutura das palavras
t Radical
Considere este grupo de palavras:

cabelo
cabeleireiro

ROGÉRIO BORGES
descabelado
cabeludo

radical
Veja que nessas palavras há um elemento comum: cabel. É ele que
garante o significado básico de cada uma delas. Todas se referem à ideia
de cabelo. Confira:

cabeleireiro subst. masc. Profissional que corta cabelos e faz penteados.

descabelado adj. Que tem os cabelos despenteados.

cabeludo adj. Que tem muito cabelo.

O elemento básico de sentido de uma palavra é chamado de


radical. As palavras que possuem o mesmo radical pertencem à
mesma família e são chamadas de cognatas.

218
t Afixos
Observe como podemos formar palavras a partir de um radical:

ilegal i + legal legalizar legal + izar

afixo radical radical afixo

Afixo é o elemento que se junta ao radical para a formação de uma


nova palavra.

Os afixos classificam-se em:


tprefixos — quando vêm antes do radical.
tsufixos — quando vêm depois do radical.
Observe a formação das palavras prever e realizar, que se originam
de ver e real, respectivamente:
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.

ver real

prever pre + ver realizar real + izar

prefixo radical radical sufixo

Exercícios
1 Com base nos radicais destacados, forme pelo menos mais três palavras.

a) Carro:
b) Roda:
c) Cavalo:
d) Nave:
e) Mar:

2 Destaque o radical de cada grupo de palavras.

a) Alegrar, alegria, realegrar, alegremente.


b) Velhice, envelhecer, envelhecimento, velhote
c) Fumante, fumaça, enfumaçar, fumaceira.
d) Roseira, roseiral, rosário, róseo, rosácea.
e) Temporal, tempestade, temporada, contemporâneo

219
t Desinências
Observe a estrutura destas palavras:

meninos menin + o + s

radical desinência de gênero desinência de número


(masculino) (plural)

desinências nominais

garotas garot + a + s

radical desinência de gênero desinência de número


(feminino) (plural)

desinências nominais

falávamos fal + á + va + mos

Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
radical vogal temática desinência de tempo desinência de
(pretérito imperfeito) pessoa (1a) e de
tema e de modo (indicativo) número (plural)

desinências verbais

As desinências são elementos que juntamos ao radical para indicar:


a) o gênero (masculino ou feminino) e o número (singular ou plural)
dos substantivos, dos adjetivos e de certos pronomes. Nesse caso,
são classificadas como desinências nominais.
b) a pessoa, o número, o tempo e o modo dos verbos. Nesse caso,
são classificadas como desinências verbais.

t Vogal temática e tema


Observe estes esquemas:

falar fal a r 1a conjugação: ar


vender vend e r 2a conjugação: er
partir part i r 3a conjugação: ir

radical vogal desinência


temática de infinitivo
tema
A vogal temática é aquela que, na maioria dos verbos, possibilita
a ligação entre o radical e as desinências. Ao conjunto radical + vogal
temática dá-se o nome de tema.

220
t Vogais e consoantes de ligação
Observe a análise da estrutura das palavras chaleira e inseticida:

inseticida inset + i + cida

ROGÉRIO BORGES
radical vogal de sufixo
ligação

chaleira cha + l + eira

radical consoante sufixo


de ligação

As vogais e consoantes que vêm entre o radical e algum outro


elemento da palavra apenas para facilitar a pronúncia são chamadas
de vogais e consoantes de ligação, respectivamente.
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.

Exercícios
1 Complete a análise da estrutura das palavras.

a) compramos
compr + a + mos

radical desinência de
pessoa e número

b) deslealdade
des + leal + dade

radical sufixo

c) calmamente
calm + a + mente

vogal temática sufixo

d) amássemos
am + á + sse + mos

radical vogal temática desinência de tempo e modo

221
2 Destaque o elemento que se pede com relação às palavras.

a) deselegantes

t prefixo:
t desinência de número:
b) cavalinho

t radical:
t desinência de grau:
c) chaleira

t consoante de ligação:
t sufixo:
d) estudariam

Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
t radical:
t vogal temática:
t desinência de tempo e modo:
t desinência de número e pessoa:

3 Relacione o elemento destacado em cada palavra com sua classificação.

(a) redondas ( ) desinência de número


(b) ventania ( ) vogal temática
(c) meus ( ) desinência de gênero
(d) plantaram ( ) radical

4 Considere esta frase: “Depois do jogo, todos os torcedores invadiram o cam-


po para festejar a vitória com os atletas”. Veja Dica gramatical
na página seguinte.
a) Forme duas palavras com os radicais das palavras jogo e campo.

b) Qual é o radical do verbo festejar? Forme duas outras palavras com esse
radical.

222
Dica gramatical

Todo / todo o
Todo equivale a “cada”, “qualquer”. Exemplos: Todo aluno deve estar matriculado para poder
seguir esse curso. Toda pessoa deve ter seus direitos respeitados.
Todo o equivale a “inteiro”. Exemplos: Passou todo o dia dormindo (o dia inteiro). Ele brincou
toda a manhã (a manhã inteira).
No plural, usamos o artigo nos dois casos. Exemplos: Todos os alunos devem estar aqui às 10
horas. Ele brinca todas as manhãs nesse parquinho.

Aprendendo com o dicionário

Leia a tirinha a seguir.


FRANK & ERNEST. BOB THAVES
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.

© 2014 THAVES/DIST. BY ANDREWS MCMEEL SYNDICATION


Nessa tira, o autor brincou com o sentido das palavras hospital e hospitaleiro,
que pertencem à mesma família. Aliás, há várias outras palavras dessa família.
tPesquise num dicionário e faça pequenos verbetes explicando o signifi-
cado das palavras a seguir. Crie uma frase de exemplo para cada verbete.
a) hospital:

b) hospitalar:

c) hospitaleiro:

d) hospitalizar:

e) hospitalidade:

223
A ortografia em destaque

1 Complete as lacunas das palavras com sílabas começadas por s, x ou z.

a) fu lar e) e tidão i) e plar


b) ca al f) vi nhança j) pre diário
c) esva ar g) he tante k) e to
d) e gência h) bu nar l) ca nhola

tColocando-se todas as palavras na ordem alfabética, quais seriam as três


primeiras? E as três últimas?

2 Duas das palavras da atividade anterior estão acentuadas pelo mesmo motivo.

Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
a) Quais são elas?

b) Qual é a regra que justifica o acento?

3 Complete as lacunas das palavras com au ou al.

a) finete e) pendre i) c da
b) todidata f) ac mar j) m feito
c) titude g) f sificar k) s dação
d) tomático h) s doso l) c deirão
tNas palavras acima, em um dos casos podemos completar a lacuna tanto
com al como com au, formando duas palavras com sentidos diferentes.
Qual é esse caso?

4 Usando letras do quadro, forme palavras que tenham sempre a letra S, em


qualquer posição. Não repita letras na formação de uma palavra.

S
A N E R M O L
I P B U D C

224
ULO
ÍT

CA P Crase
10 Atividades de reforço

1 Complete as lacunas das frases, utilizando adequadamente


uma das formas verbais indicadas entre parênteses.
a) graves problemas sociais na África.
(Deve haver / Devem haver)
b) anos que não nos encontrávamos.
(Havia / Haviam)
c) de ajudantes para a reforma da casa.
(Necessita-se / Necessitam-se)
d) novos hospitais na região.
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.

(Construiu-se / Construíram-se)
e) Infelizmente, em propostas menti-
rosas. (acredita-se / acreditam-se)
f) Naquela festa, muitas pessoas

ROGÉRIO BORGES
fantasiadas. (havia / haviam)
g) Por aí, muitos talentos não
revelados. (deve existir / devem existir)
h) Já meio dia e meia? (é / são)
i) do comício mais de mil pessoas.
(Participou / Participaram)

2 Complete as frases com os verbos entre parênteses flexio-


nados no tempo, modo e pessoa adequados ao contexto.
a) Se eles atividade física, não
estariam tão cansados. (fazer)
b) Os professores uma nova data para
a prova. (propor)
c) Os policiais o trajeto dos
assaltantes. (refazer)
d) Caso eles, realmente, no sábado,
faremos uma festa surpresa no domingo. (chegar)
e) Se eu mais chocolate, estragarei
a receita? (pôr)
f) O aluno que nota máxima, terá di-
reito à bolsa integral. (obter)

225
g) Tudo diferente se você tivesse obe-
decido a seus pais. (ser)
h) Suponho que ele já em casa! (estar)
i) direitinho o que eu lhe pedi! (fazer)

3 Complete cada oração com o verbo indicado entre parên-


teses, flexionando-o no pretérito perfeito do indicativo.
a) Nenhum dos participantes no horário
combinado. (chegar)
b) Cada um dos presentes na reunião
um brinde da empresa. (receber)
c) Um desses quadros uma cena histó-
rica. (retratar)
d) Algum de vocês pastel de queijo?
(pedir)

ROGÉRIO BORGES
e) Essa música é uma das que mais
sucesso no carnaval. (fazer)
f) Alguns de nós virose durante a via-
gem. (contrair)
g) Há anos, meu pai e eu judô. (lutar)
h) Apenas um dos cachorros do canil.
(escapar)

4 Reescreva as frases abaixo, transformando os adjuntos adver-


biais em orações subordinadas adverbiais. Veja o exemplo.

Muitos carros pararam na estrada por causa da forte chuva.


Muitos carros pararam na estrada porque estava chovendo forte.

a) Com a chegada da noite, as pessoas ficam mais assustadas.

b) Apesar de sua dedicação à carreira, não conquistava o


devido merecimento.

c) Terminadas as aulas, assisti a vários filmes de terror.

d) A aula foi suspensa por causa da falta de água.

226
ULO
ÍT
Processos de formação
CA P Crase
10
15 de palavras (I)

O açúcar

O branco açúcar que adoçará meu café


nesta manhã de Ipanema
não foi produzido por mim
nem surgiu dentro do açucareiro por milagre.

Vejo-o puro
e afável ao paladar
como beijo de moça, água
na pele, flor
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.

que se dissolve na boca. Mas este açúcar


não foi feito por mim.

Este açúcar veio


da mercearia da esquina e tampouco o fez o Oliveira,
dono da mercearia.
Este açúcar veio
de uma usina de açúcar em Pernambuco
ou no Estado do Rio
e tampouco o fez o dono da usina.

Este açúcar era cana

VICENTE MENDONÇA
e veio dos canaviais extensos
que não nascem por acaso
no regaço do vale.

Em lugares distantes, onde não há hospital


nem escola,
homens que não sabem ler e morrem de fome
aos 27 anos
plantaram e colheram a cana
que viraria açúcar.

Em usinas escuras,
homens de vida amarga
e dura
produziram este açúcar
branco e puro
afável: agradável.
com que adoço meu café esta manhã em Ipanema. regaço: fundo,
Ferreira Gullar. Toda poesia. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 1980. p. 227-228. interior.

227
1 Que contrastes aponta o poeta entre a vida de quem vende o açúcar e a vida
de quem o planta e colhe?

2 Leia este trecho da Declaração dos Direitos Humanos, publicada pela ONU,
em 1948:
“Todo homem tem direito ao trabalho, à livre es-
colha do emprego, a condições justas e favoráveis
de trabalho e à proteção contra o desemprego.
Todo homem, sem qualquer distinção, tem direi-
to a igual remuneração por igual trabalho. Todo
homem que trabalha tem direito a uma remune-

VICENTE MENDONÇA
ração justa e satisfatória, que lhe assegure, assim
como à sua família, uma existência compatível
com a dignidade humana e a que se acrescenta-
rão, se necessário, outros meios de proteção social.”

tCom base nesse trecho, no poema lido e nos seus co-

Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
nhecimentos da realidade brasileira, comente com seus
colegas essa questão dos direitos humanos em nosso
país.

Processos de formação
de palavras
As palavras podem ser formadas por dois processos principais: deriva-
ção e composição.
Neste capítulo, veremos os vários tipos de derivação de palavras
que ocorrem na língua portuguesa.

Formação de palavras
por derivação
Observe alguns exemplos de palavras que derivam da palavra açúcar:

açúcar
açucarado açucarar açucareiro

Por meio de prefixos e sufixos, podemos formar novas palavras.


Esse processo de formação recebe o nome de derivação. A palavra
que dá origem a outras é chamada de primitiva, e as que derivam
desta são chamadas de derivadas.

228
Dependendo da forma como ocorre, a derivação pode ser prefixal,
sufixal, parassintética, regressiva e imprópria.

t Derivação prefixal ou prefixação


Ocorre quando a palavra é formada com o acréscimo de um prefixo.
Observe alguns exemplos:

re + ler = reler
in + feliz = infeliz
des + fazer = desfazer
i + moral = imoral

prefixos radicais

Os prefixos da nossa língua, que vieram do latim e do grego, podem


Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.

acrescentar diferentes sentidos às palavras. Alguns deles, inclusive, são


equivalentes. Observe este quadro com os prefixos mais comuns:

Prefixo(s) Sentido(s) que expressa Exemplos

ante anterioridade anteontem

anti ação contrária antiferrugem

arqui superioridade, excesso arquimilionário

bi duas vezes bimotor

contra ação contrária contra-ataque

des ação contrária desfazer

hiper superioridade, excesso hipermercado

i (im, in) negação ilegal, impossível, infeliz

inter entre intermunicipal

pós posterioridade pós-graduação

pre, pré antes predizer, pré-estreia


VICENTE MENDONÇA

re repetição refazer

semi metade semicírculo

sub posição inferior subsolo, subdiretor

sobre, super superioridade, excesso sobrecarga, superpovoado


ado

ultra além de, excesso ultramar, ultrassensívell

vice em lugar de vice-presidente

229
Exercícios
1 Destaque o prefixo de cada palavra e dê o seu significado, conforme mostra
o exemplo.

reler: re = repetição

a) desligar:

b) previsão:

c) internacional:

d) semiaberto:

e) invisível:

f) contragolpe:

Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
g) subchefe:

h) supervaidoso:

2 Usando o prefixo i-, forme adjetivos conforme o exemplo. Dependendo do


caso, o prefixo pode assumir as formas im-, in-, ir-.

Ação que contraria a lei.


Ação ilegal.

a) Oportunidade que não se pode perder.

b) Compromisso que não se pode adiar.

c) Projeto que não se pode realizar.

d) Cena que não se pode esquecer.

e) Animal que não se pode domar.

f) Fato que não se pode negar.

230
g) Letra que não se pode ler.

h) Texto que não se pode compreender.

3 Substitua o superlativo por um adjetivo formado com o Vamos recordar


prefixo super-. Veja o exemplo:
O prefixo
água quentíssima água superquente super- exige o
hífen diante de
palavra iniciada
a) pessoa elegantíssima:
por h ou r. Nos
b) filme tristíssimo: demais casos,
não se usa o
c) homem fortíssimo: hífen.
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.

d) bicho rapidíssimo:

e) prédio moderníssimo:

f) homem honestíssimo:

g) água puríssima:

h) fato interessantíssimo:

4 Forme palavras derivadas por prefixação, juntando prefixos do quadro às pa-


lavras relacionadas.

contra- mini- semi- ultra- Vamos recordar

Só usamos
a) automático:
o hífen se a
b) dizer: palavra começa
pela mesma
c) analfabeto: vogal do prefixo
d) resistente: ou por h. Caso
contrário, o
e) automóvel: hífen não é
f) círculo: necessário. Se a
palavra começa
g) econômico: por r ou s,
dobram-se
h) saia:
essas letras:
i) humano: microrregião,
ultrassom, etc.
j) revolucionário:

231
Derivação sufixal ou sufixação
Ocorre quando a palavra é formada com o acréscimo de um sufixo.
Observe estes exemplos:

papel + aria = papelaria


lugar + ejo = lugarejo

VICENTE MENDONÇA
jornal + eiro = jornaleiro
feliz + ardo = felizardo
gat + inho = gatinho

radicais sufixos

Os sufixos podem ser nominais ou verbais.


t Sufixos nominais — formam substantivos e adjetivos: ruela, for-

Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
moso, filhote, alagoano.
t Sufixos verbais — formam verbos: finalizar, velejar, dedilhar.
Há ainda o sufixo adverbial -mente, que forma advérbios de modo:
suavemente, tristemente, alegremente.

Exercícios
1 Indique o sentido expresso pelo sufixo de cada palavra de acordo com o código.

(1) ocupação ou profissão (2) diminuição (3) origem ou procedência


(4) aumento (5) intensidade (6) abundância

a) ( ) negrume e) ( ) dificílimo i) ( ) pedregulho


b) ( ) operário f) ( ) paranaense j) ( ) pedregoso
c) ( ) bombeiro g) ( ) cabeludo k) ( ) paulistano
d) ( ) banqueta h) ( ) casarão

2 Indique o sentido expresso pelos sufixos que formam os verbos indicados.


Utilize o código.

(1) ação que se inicia (2) ação que se repete (3) ação com pouca intensidade

a) amadurecer ( ) c) escurecer ( ) e) saltitar ( )

b) dedilhar ( ) d) lambiscar ( ) f) chuviscar ( )

232
3 Substitua as expressões por um verbo derivado do adjetivo e formado pelo
sufixo -izar. Veja o exemplo:

tornar moderno modernizar

a) tornar automático:

b) tornar frágil:

c) tornar consciente:

d) tornar internacional:

e) tornar ágil:

f) tornar estéril:

g) tornar suave:
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.

h) tornar impermeável:

4 Preencha os quadrinhos com substantivos formados por sufixação, conforme


as indicações. Na vertical, aparecerá o substantivo que indica aquele que ins-
peciona.

1. Aquele que emigra. 5. Aquele que carrega.

2. Aquele que ajuda. 6. Aquele que traduz.

3. Aquele que investe. 7. Aquele que rói.

4. Aquele que pesca. 8. Aquele que atua.

3
VICENTE MENDONÇA

233
t Derivação parassintética ou parassíntese
Ocorre quando um prefixo e um sufixo se juntam ao mesmo tempopo
a um radical, para formar uma nova palavra.
ue
Consideremos, por exemplo, a formação do verbo entristecer, que
deriva do adjetivo triste:

triste en + trist + ecer = entristecer

VICENTE MENDONÇA
prefixo radical sufixo

cer
Note que, com base no radical trist-, formamos o verbo entristecer
mo
com a junção simultânea do prefixo en- e do sufixo -ecer. O acréscimo
de apenas um desses afixos não é suficiente para formar uma palavravra
com sentido completo. Não existem nem “tristecer” nem “entrist”.
Veja outros exemplos:

Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
mudo e + mud + ecer = emudecer
pedaço des + pedaç + ar = despedaçar
duro en + dur + ecer = endurecer
floresta re + florest + ar = reflorestar

prefixo radical sufixo

Atenção

Não basta que uma palavra tenha prefixo e sufixo para se dizer que
ela foi formada pelo processo de derivação parassintética. Se, com a
ausência do prefixo ou do sufixo, a palavra tem sentido completo, isto é,
existe de forma autônoma, não ocorre um caso de parassíntese.
Observe, por exemplo, a palavra infelicidade. Ela apresenta um prefixo
e um sufixo:

in + felici + dade

prefixo radical sufixo

No caso dessa palavra, os afixos se juntam ao radical em


sequência, e não simultaneamente. Primeiro temos felicidade, depois
infelicidade. Veja:

felicidade in + felicidade = infelicidade

Portanto, a palavra infelicidade é formada por prefixação.

234
Exercícios
1 Usando a derivação parassintética, forme verbos a partir das palavras lista-
das abaixo. Veja o exemplo:

calma acalmar

a) noite:

b) sabão:

c) raiz:

d) mole:

e) verde:

f) raiva:
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.

g) rouco:

h) podre:

i) pelo:

j) pacote:

2 Indique o processo de formação das palavras a seguir. Use o código:

(1) prefixação (2) sufixação (3) parassíntese

a) desconectar ( ) f) abraçar ( )

b) amadurecer ( ) g) crueldade ( )

c) ruindade ( ) h) reproduzir ( )

d) contragolpe ( ) i) milharal ( )

e) tristonho ( ) j) desnudar ( )

t Derivação regressiva
VICENTE MENDONÇA

Ocorre quando a palavra nova é formada não por acréscimo, mas


por redução da palavra primitiva. Observe:

caçar (verbo) (a) caça (substantivo)


beijar (verbo) (o) beijo (substantivo)

235
t Derivação imprópria
Ocorre quando há mudança de classe gramatical. É o q
que acontece,,
por exemplo, quando:
tum substantivo é usado como adjetivo.

VICENTE MENDONÇA
O filme mostrava um homem-morcego.
o.

tum adjetivo é usado como substantivo.

Os bons serão premiados.

tum verbo é usado como substantivo.

O jantar está pronto.

ro de 1998.
tum advérbio é usado como substantivo.

Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro


Sua resposta foi um não.

tuma conjunção é usada como substantivo.

Não sei o porquê de sua atitude.

Exercícios
1 Usando o processo da derivação regressiva, forme um substantivo de cada
um dos verbos abaixo. Veja o exemplo:

censurar censura

a) saltar:
b) empregar:
c) cortar:
d) falar:
e) fugir:
f) castigar:
g) combater:
h) descontar:

236
2 Indique o processo de formação das palavras destacadas nos períodos a seguir.

a) Os gritos da criançada na entrada do parque começaram a assustar os


pássaros, que voaram para o alto das árvores.

b) Quando anoiteceu, o bater do sino ecoou na pracinha, onde os ex-alunos


haviam combinado de se reencontrar. Veja Dica gramatical
na página seguinte.

3 Leia o texto a seguir.

Incríveis esculturas de gelo


Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.

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o Festival de Esculturas de Gelo da
Holanda se tornou o maior evento
de inverno do país. Mais de 40 en-
tre os melhores escultores de gelo
do mundo todo vêm para a Holan-
da e montam uma exposição espe-
tacular usando efeitos especiais.
Nada menos que 275.000 quilos de
gelo são usados para criar essas
obras de arte inigualáveis e exibi- Uma das cem obras do Festival de Esculturas de Gelo
Gelo,
-las no festival. em Amsterdã, Holanda (2016).

a) Usando o processo da sufixação, forme duas palavras derivadas de cada


uma das apresentadas a seguir.
t gelo:
t mundo:
t arte:
t criar:
b) As palavras a seguir são derivadas. Escreva a palavra primitiva que deu
origem a cada uma delas.
t festival:
t inigualáveis:
t exposição:
t visitante:

237
Dica gramatical

Ex- / pré- / pós- / vice-


Esses prefixos nunca se juntam à palavra seguinte; são sempre ligados
por hífen. Exemplos: ex-presidente, pré-vestibular, pós-guerra,
vice-governador.

Aprendendo com o dicionário

Leia o texto a seguir.


Guepardo e leopardo
Podendo chegar a 1,7 metro, o leopardo costuma ser maior e mais pesado do
que o guepardo, que, em média, não ultrapassa 1,5 metro. O leopardo é muscu-

Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
loso, enquanto o guepardo já faz um tipo mais magricelo, com um corpo esguio
e pernas mais longas. Outra dica para diferenciá-los é o tamanho da cabeça em
relação ao corpo: o leopardo é bem mais “cabeçudo”.
VLAPAEV/ISTOCK PHOTOS/GETTY IMAGES

ERIC ISSELEE/SHUTTERSTOCK

leopardo guepardo
Disponível em: http://mundoestranho.abril.com.br/mundo-animal/qual-a-diferenca-entre-leopardo-e-guepardo/.
(Fragmento). Acesso em: 12 jul. 2017.
Agora, leia este verbete.

cabeça subst. fem. 1. parte do corpo do ser humano e de muitos animais, onde se
encontram os olhos, o cérebro, as orelhas, o nariz e a boca. 2. parte arredondada e
mais larga de alguma coisa. 3. centro da memória, do pensamento e da inteligência.
t subst. masc. chefe, líder.

1 Quanto ao gênero do substantivo cabeça, o que nos informa esse verbete?

2 Em qual desses sentidos esse substantivo foi usado no texto?

238
3 Indique o sentido que a palavra cabeça tem nas frases abaixo.

a) Esse garoto é o cabeça da turma. ( )

b) Essa aluna tem boa cabeça para números e cálculos. ( )

c) Levei uma bolada na cabeça durante o jogo. ( )

d) Bata o martelo na cabeça do prego. ( )

e) O sonho que tive ontem não me sai da cabeça. ( )

4 Leia agora este outro verbete.

cabeçudo adj. 1. que tem a cabeça grande. 2. fig. muito teimoso.

t Com base na leitura desse verbete, por que, na sua opinião, a palavra cabeçudo
foi escrita entre aspas no texto? Ao usar as aspas, o que o autor do texto
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.

quis evitar? Troque ideias com os colegas.

5 Há várias expressões com a palavra cabeça. Leia as frases abaixo e relacione


as expressões destacadas com seus respectivos significados.
a) Esse sujeito é cabeça-dura, nunca (1) preocupar-se bastante.
ouve conselho de ninguém. ( )

b) Esse menino vive com a cabeça (2) dedicar-se muito.


nas nuvens. ( )

c) Ele sabe de cabeça todos os (3) ser muito teimoso.


telefones dos colegas. ( )

d) Ele mergulhou de cabeça nos (4) fazer muito esforço.


estudos e conseguiu passar. ( )

e) Ele ficou com a cabeça quente (5) ser muito distraído.


quando soube da notícia. ( )

f) Não seja cabeça oca, não faça isso! ( ) (6) ser desmiolado, irresponsável.

g) Ele não soube administrar a loja e (7) saber de cor.


acabou levando na cabeça. ( )

h) Ela quebrou a cabeça para resolver (8) ter prejuízo.


o problema. ( )

tPesquise num dicionário duas expressões com a palavra cabeça e forme


uma frase com cada uma.

239
A ortografia em destaque

1 Forme verbos terminados em -isar ou -izar, derivados das palavras abaixo.

a) sintonia: e) pesquisa:
b) liso: f) canal:
c) moderno: g) higiene:
d) ameno: h) paralisia:

2 Para derivar um substantivo de um adjetivo terminado em -vel, substituímos


o v pelo b. Observe:

possível possibilidade

Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
tAgora, faça o mesmo com as palavras a seguir.
a) responsável: e) amável:

b) possível: f) legível:

c) provável: g) durável:

d) invencível: h) sensível:

3 Ordene as letras e forme palavras com o grupo consonantal PR.

EMLRINAPIR

TROMPICNEOM

PETRESDINE

SÃERESPOX

PROMECENDRE

XIDAROMPIDE

ALCNERIEFREP

REPODEIRDAP

PODIRRIDEA

PIRENICAPIN

DROSPEAIDREP

T P C EI P R A I R

240
Atividades de reforço

1 Ligue as orações de cada item com uma conjunção


unção coor-
denativa e forme períodos compostos por coordenação.
oordenação.

VICENTE MENDONÇA
Depois, classifique a oração coordenada sindética.
ética. Veja o
exemplo.

Entrei em casa. Fui direto ao quarto.


Entrei em casa e fui direto ao quarto. (aditiva)

a) Treinou bastante. Não conseguiu vencer o jogo.


go.
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.

b) Ele estava desesperado. Precisava muito de ajuda.

c) Preparamos bem o tema. Poderemos fazer uma boa


apresentação.

d) Não durma tarde. Amanhã, deve levantar-se bem cedo.

e) Fiz uma pergunta ao funcionário. Não obtive resposta.

f) Fechei os envelopes. Levei-os ao correio.

241
2 Nas frases abaixo, há um erro de concordância nominal ou
verbal. Sublinhe-os e faça as devidas correções.

a) É claro a grande diferença de temperamento desses dois


irmãos.

b) Infelizmente, ainda é comum os casos de bullying nas


redes sociais.

c) Encerradas em dezembro a época das aulas, fizemos


uma viagem de férias.

d) Não deixe acesa as luzes da sala; apague-as quando sair.

e) Não é raro os problemas de disciplina nessas classes.

f) Mantenha sempre ventilada essas salas de aula.

3 Complete as lacunas das frases com uma das formas apre-


sentadas entre parênteses.
a) , de manhã, cumprimento esse
jornaleiro. (todo dia / todo o dia)
b) A chuva começou uns dez minutos. (a / há)
c) Esse roubo é um mistério; não vejo um caso
faz muito tempo. (desses / desse)
VICENTE MENDONÇA
d) muitas pessoas na sala de espera.
(Haviam / Havia)
e) Luísa pediu a minha régua. (empres-
tado / emprestada)
f) No fim da reunião, poucas pessoas
na sala. (restava / restavam)
g) Acho que fui no teste de ontem. (mal / mau)
h) Já três meses que ele saiu do emprego.
(fazem / faz)

i) Voltei livraria para comprar mais um livro. (a / à)

242
4 Escreva o plural das palavras compostas abaixo.

a) guarda-florestal:

b) beija-flor:

c) couve-flor:

d) porta-bandeira:

e) arranha-céu:

f) obra-prima:

5 Dê a função sintática dos termos destacados nas orações


abaixo. Use o código:

objeto direto (OD) complemento nominal (CN)


Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.

objeto indireto (OI) predicativo do sujeito (PS)


predicativo do objeto (PO) sujeito (S)

a) Não tive receio de suas ameaças. ( )

b) Chegaram algumas encomendas para você. ( )

c) Não pude encontrá-Io no meio de tanta gente. ( )

d) Ninguém me enviou essa mensagem. ( )( )

e) Não deixe inacabada sua redação. ( )( )

f) A rua estava meio escura, por isso não o reconheci. ( )( )

6 Sublinhe e classifique o predicado das orações abaixo.

a) A festa acabou tarde.

b) A reunião estava muito animada.

c) Os presentes deixaram a garotada feliz.

d) Continue dedicado aos estudos.

e) Nesta região, raramente chove.

f) Todos o consideram responsável pelo sucesso do evento.

g) Esse passeio foi muito especial.

243
ULO
ÍT

CA P
Processos de formação
Concordância nominal
11
16 e verbal
de palavras (II)

Fotografia

ORLANDO PEDROSO
Um homem, uma mulher,
uma criança.

Com alguns cabelos a mais


este homem é meu pai.

Com algumas rugas a menos


esta mulher é minha mãe.

Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
A criança, muito pequena
em seu xale e sua touca,
não parece que sou eu.

Mas os sorrisos atestam


serenos laços de amor.
O tempo trata as pessoas
com medidas diferentes.

Pelo espelho do retrato


fui eu quem mais mudou.

Pai e mãe estão iguais.


Quase iguais... quase.

Por que será que se sentem


tão mais velhos do que eu?

Por que será que não podem


aceitar que eu cresci?

Por que será que se afastam


tão velozmente de mim?
Carlos Queiroz Telles. Sementes ao sol. São Paulo: Moderna. p. 40.

244
1 Quem é o “eu” que fala no poema?

tComo você descreveria o eu lírico do poema?

2 “O tempo trata as pessoas / com medidas diferentes.” Como você interpreta


esses versos?

3 Você acha que as perguntas que fecham o poema poderiam ser feitas por você
também? Por quê?

Formação de palavras por


composição

ORLANDO PEDROSO
Observe estas palavras compostas:
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.

fotografia porta-retrato

Quando juntamos duas ou mais palavras para formar uma outrautra com
significado próprio, temos um processo de formação chamado compo-
sição, que pode ser realizado por justaposição ou aglutinação.
a) Justaposição — quando as palavras se juntam e não sofrem alte-
rações na forma. Exemplos:

bem-estar malmequer bombom


arco-íris beija-flor
pão de ló cão de guarda pé-de-meia
vice-campeão passatempo

Como vemos pelos exemplos, há palavras compostas que são liga-


das por hífen.
b) Aglutinação — quando as palavras se juntam e sofrem perdas ou
alterações na forma:

planalto pernalta
junção de plano + alto junção de perna + alta

vinagre embora
junção de vinho + acre junção de em + boa + hora

245
Outros processos de formação
de palavras
Além da derivação e da composição, que são os principais proces-
sos de formação de palavras na língua portuguesa, há outros menos
frequentes, como o hibridismo, a abreviação vocabular e a onomato-
peia. Vejamos:
a) Hibridismo — consiste na criação de palavras por meio da junção
de radicais originários de línguas diferentes:

automóvel auto + móvel

radical grego radical latino


(significa “por si (significa “que
mesmo”) se move”)

b) Abreviação vocabular (ou redução) — consiste na formação de


uma palavra por meio da redução de outra (primitiva). Nesse
caso, as duas têm o mesmo significado:

Palavra primitiva Forma abreviada


fotografia foto
motocicleta moto
quilograma quilo
cinematógrafo cine, cinema

ORLANDO PEDROSO
microcomputador micro
metropolitano metrô

Atenção

Não confunda abreviação vocabular com abreviatura, que é a


representação de uma palavra por meio de algumas das letras que a
compõem. As abreviaturas terminam geralmente por uma consoante
seguida de ponto: Dr. (doutor), Av. (avenida), Prof. (professor).
Não confunda também com sigla, que é a abreviatura formada com
as letras iniciais ou mesmo com sílabas das palavras que compõem
um nome ou uma expressão. As siglas são usadas, em geral, para
a representação de nomes de partidos políticos, instituições,
departamentos, associações, etc.: ONU (Organização das Nações
Unidas), ABL (Academia Brasileira de Letras), Funai (Fundação Nacional
do Índio), PT (Partido dos Trabalhadores).

246
c) Onomatopeia — consiste na criação de palavras que procuram
reproduzir ruídos em geral e sons produzidos pela natureza ou
por animais:

O relógio fazia tique-taque, tique-taque…

De repente, ele espirrou: atchim!

Veja o uso da onomatopeia nesta tira:


GARFIELD JIM DAVIS

© 1990 PAWS, INC. ALL RIGHTS RESERVED/DIST.


BY ANDREWS MCMEEL SYNDICATION
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.

Exercícios
Leia o texto para resolver os exercícios de 1 a 3.

O pintor dos girassóis

NEUE PINAKOTHEK, MUNICH


Os belíssimos campos de girassóis
tornaram-se uma rica fonte de inspiração
para o pintor holandês Vincent van Gogh
(1853-1890), um dos mais importantes da
história da arte. Fascinado pela beleza des-
sas flores, ele pintou várias telas com esse
motivo. Uma das mais famosas é Doze gi-
rassóis numa jarra, que hoje tem um valor
incalculável. O sucesso dessa obra-prima
contrasta com a pobreza em que viveu Van
Gogh, que na época não foi valorizado e só
conseguiu vender um único quadro durante
sua vida.

Vincent van Gogh. Doze


girassóis numa jarra. 1888.
Óleo sobre tela, 91 x 72 cm.

247
1 Escreva C (certo) ou E (errado) nas afirmações abaixo, levando em conta a
análise dos processos de formação das palavras. Depois, faça as devidas cor-
reções oralmente.
a) obra-prima: composição por justaposição ( )
b) belíssimos: derivação por prefixação ( )
c) girassóis: composição por justaposição ( )
d) beleza: derivação por sufixação ( )
e) inspiração: derivação por parassíntese ( )

2 Usando o processo da parassíntese, forme verbos a partir das seguintes


palavras:

a) beleza:

b) rica:

Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
c) pobre:

3 Incalculável é o que não se pode calcular. Usando o prefixo in-, escreva o


adjetivo que podemos usar para dizer:

a) o que não se pode definir.

b) o que não se pode discutir.

c) o que não se pode decifrar.

d) o que não se pode admitir.

e) o que não se pode desculpar.

f ) o que não se pode curar.

4 Indique o processo de formação das palavras abaixo usando este código.

(1) derivação por prefixação (4) composição por justaposição


(2) derivação por sufixação (5) composição por aglutinação
(3) derivação por parassíntese

a) vitória-régia ( ) f) desfazer ( )
b) obra-prima ( ) g) pernilongo ( )
c) vilarejo ( ) h) peixe-espada ( )
d) infiel ( ) i) porta-luvas ( )
e) esvaziar ( ) j) aguardente ( )

248
5 Leia a tira a seguir.
O MELHOR DO CALVIN BILL WATTERSON
© 1986 WATTERSON/DIST. BY ANDREWS MCMEEL
SYNDICATION

tExplique oralmente como, com base em uma onomatopeia, o menino in-


ventou uma palavra usando o processo da derivação.
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.

t3BEJDBJTHSFHPTFMBUJOPT
Os radicais de origem grega e latina estão presentes em grande nú-
mero de palavras da nossa língua. Saber o significado deles aumenta
sua competência como leitor, pois permite a compreensão rápida de
muitas palavras, principalmente no campo científico, onde esses radi-
cais são muito empregados. Observe alguns exemplos:

Palavra Radicais Significado


geologia geo (terra) + logia (estudo) estudo da terra
polígono poli (muitos) + gono (ângulo) muitos ângulos
democracia demo (povo) + cracia (governo) governo do povo
cronômetro crono (tempo) + metro (que mede) que mede o tempo
micróbio micro (pequeno) + bio (vida) vida pequena

Para sua consulta, apresentamos a seguir o significado de alguns ra-


dicais gregos e latinos e exemplos de composições com eles.

3BEJDBJTHSFHPT

aero (ar)
ORLANDO PEDROSO

aeroclube: aero + clube = centro de formação para pilotos civis


aeromoça: aero + moça = funcionária que atende passageiros de aviões comerciais;
comissária de bordo
aeronave: aero + nave (veículo) = veículo aéreo
aeroporto: aero + porto = lugar preparado para aterrissagem e decolagem de aviões

249
agro (campo)
agronomia: agro + nomia (lei, princípio) = conjunto dos princípios que orientam o
cultivo do campo
antropo (homem, ser humano)

antropofagia: antropo + fagia (que come) = ato de comer carne humana


antropologia: antropo + logia (estudo) = estudo das características culturais da es-
pécie humana

arquia (governo, comando)

anarquia: an (prefixo negativo) + arquia = ausência de governo


monarquia: mon(o) (um só) + arquia = governo exercido por apenas uma pessoa
astro (corpo celeste, astro)
astrologia: astro + logia (estudo) = estudo da influência que os astros podem exercer
na vida humana
astronomia: astro + nomia (lei, princípio) = ciência que estuda a constituição, o

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movimento e a posição dos corpos celestes
auto (por si mesmo) Não confundir com auto, redução do substantivo automóvel,
que aparece em palavras como autódromo, autoestrada, etc.
autobiografia: auto + bio (vida) + grafia (escrita) = relato da vida de uma pessoa
escrito por ela mesma
autocrítica: auto + crítica = crítica que alguém faz de si mesmo
autodidata: auto + didata (instrutor) = aquele que se instrui sozinho, sem auxílio
de ninguém
biblio (livro) A palavra bíblia, que hoje designa o conjunto dos livros sagrados do
Velho e do Novo Testamento, vem diretamente do grego biblia. Em sua origem,
essa palavra significava “os livros”.
bibliografia: biblio + grafia (escrita) = conjunto de livros escritos sobre
determinado assunto
biblioteca: biblio + teca (caixa) = local onde se guardam livros para leitura e/ou
consulta
bio (vida)
biografia: bio + grafia (escrita) = relato da vida de alguém
biologia: bio + logia (estudo) = estudo da vida
cosmo (universo)
cosmologia: cosmo + logia (estudo) = estudo do universo
cosmonauta: cosmo + nauta (navegante) = navegante do espaço; astronauta
cracia (poder, domínio, governo)
teocracia: teo (Deus) + cracia = governo exercido pela classe sacerdotal, pelos
religiosos
crono (tempo)
cronologia: crono + logia (estudo) = estudo das divisões do tempo e
estabelecimento de datas de ocorrência dos fatos

250
dromo (corrida)
autódromo: auto (automóvel) + dromo = local onde se realizam corridas de automóveis
hipódromo: hipo (cavalo) + dromo = local onde se realizam corridas de cavalos
hetero (diferente, outro)

heterossexual: hetero + sexual = que sente atração sexual por indivíduos do sexo oposto

homo (igual, mesmo)

homossexual: homo + sexual = que sente atração sexual por indivíduos do mesmo sexo

latra (adorador, apreciador)


idólatra: ido(lo) + latra = aquele que adora a ídolos
mega (grande)
megafone: mega + fone (som) = que amplia o som da voz
necro (morto, cadáver)
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necrotério: necro + tério (lugar) = lugar onde ficam os cadáveres que vão ser
identificados ou enterrados
odonto (dente)
odontologia: odonto + logia (estudo) = ciência que estuda os dentes
oftalmo (olho)
oftalmologia: oftalmo + logia (estudo) = ciência que estuda os olhos
orto (correto, justo, direito)
ortografia: orto + grafia (escrita) = escrita correta
poli (muito)
poliglota: poli + glota (língua) = que sabe muitas línguas
polígono: poli + gono (ângulo) = que tem muitos ângulos
psico (alma, mente)

psicologia: psico + logia (estudo) = estudo da alma

quilo (mil)

quilômetro: quilo + metro (medida) = mil metros

scópio (instrumento para ver)


telescópio: tele (distante) + scópio = instrumento para ver a distância
tele (distante)

telefone: tele + fone (som) = aparelho que envia som a distância

zoo (animal)
zoologia: zoo + logia (estudo) = estudos dos animais

251
3BEJDBJTMBUJOPT

agri (campo)
agricultura: agri + cultura = cultivo do campo
ambi (ambos, dois)
ambidestro: ambi + destro (hábil) = que tem habilidade ou destreza com as duas
mãos
arbor (árvore)
arborizar: arbor + izar (sufixo verbal) = plantar árvores
bene (bem)
bendizer: ben(e) + dizer = abençoar, louvar
benfeitor: ben(e) + feitor = aquele que faz o bem
cida (que mata)
inseticida: inseti + cida = que mata insetos

Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
suicida: sui (si mesmo) + cida = que mata a si mesmo
fero (que produz ou contém)
aurífero: auri (ouro) + fero = que produz ouro
mortífero: morti + fero = que produz a morte
oni (tudo, todo)
onipotente: oni + potente = todo-poderoso, que pode tudo
voro (que come)
carnívoro: carni + voro = que come carne
herbívoro: herbi + voro = que come ervas

Exercícios
1 Sabendo que o radical -logia significa “estudo”, relacione as colunas ligando
cada palavra a seu significado.

(a) geologia ( ) estudo dos dentes

(b) cardiologia ( ) estudo da vida

(c) zoologia ( ) estudo da mente

(d) odontologia ( ) estudo dos animais

(e) psicologia ( ) estudo do coração

(f) biologia ( ) estudo da terra


Veja Dica gramatical,
página 254.

252
2 Leia a tirinha a seguir.
FRANK & ERNEST BOB THAVES
© 2003 THAVES/DIST. BY ANDREWS MCMEEL
SYNDICATION

tExplique o significado dos radicais presentes na palavra microbiologia.


Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.

3 Complete a cruzadinha.

1. Estudo da vida. 5. Escrita correta.

2. Plantar árvores. 6. Ciência que estuda os princípios


da atividade agrícola.
3. Relato da vida de uma pessoa. 7. Ausência de governo.

4. Que se alimenta de carne. 8. Aquele que sabe várias línguas.

2
1 4

3
ORLANDO PEDROSO

253
4 Relacione as colunas, ligando cada palavra a seu significado. Todas as pala-
vras apresentam o radical poli, que significa “vários, muitos”.

a) politeísmo ( ) vários ângulos

b) polissílabo ( ) vários lados

c) polígono ( ) vários deuses

d) poliesportivo ( ) vários sentidos

e) poligamia ( ) várias sílabas

f) poliedro ( ) vários esportes

g) polissemia ( ) vários cônjuges

Dica gramatical

Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
Separação silábica
Atenção para estes casos:
1. Advogado ad-vo-ga-do.
Nas palavras para esse tipo de encontro consonantal, a primeira consoante fica ligada à vogal
que vem antes dela; a outra consoante se liga à vogal que vem depois dela. Exemplos:
absurdo ab-sur-do adjetivo ad-je-ti-vo
submarino sub-ma-ri-no magnífico mag-ní-fi-co
Observação: se as duas consoantes iniciam a palavra, elas ficam na mesma sílaba: Exemplos:
pneumático pneu-má-ti-co psicólogo psi-có-lo-go
2. Abstrato abs-tra-to. Fica na sílaba anterior o s que vem antes de uma consoante.
Exemplos:
substantivo subs-tan-ti-vo inscrição ins-cri-ção
3. Cooperar co-o-pe-rar. Vogais idênticas ficam em sílabas diferentes. Exemplos:
caatinga ca-a-tin-ga compreensão com-pre-en-são
4. Carro car-ro. Separam-se as letras dos dígrafos rr, ss, sc, sç e xc. Exemplos:
ferro fer-ro passo pas-so nascer nas-cer
cresço cres-ço exceto ex-ce-to
5. Ficção fic-ção. As letras cc e cç ficam em sílabas diferentes. Exemplos:
infeccioso in-fec-ci-o-so infecção in-fec-ção
6. Caminho ca mi-nho. Não se separam as letras dos dígrafgos nh e lh. Exemplos:
vinho vi-nho galho ga-lho

254
Aprendendo com o dicionário

Leia o texto a seguir.


Perfume
A palavra perfume vem do latim per, que significa

ORLANDO PEDROSO
“através”, e fumus, que quer dizer “fumaça”. Desta forma,
perfume é sentir através da fumaça ou encher de fumaça, isso
porque, originalmente, assim que o homem descobriu como
fazer fogo, os chamados perfumes eram feitos pela queima de e
flores, resinas, incensos que assim exalavam intenso aroma.
Elazier Barbosa. Dicionário: a origem das palavras. São Paulo: RG Editores, 2010. p. 506.

Pelo processo da derivação regressiva, do verbo queimar formou-se o subs-


tantivo queima, presente no texto acima. Esse verbo pode ter diferentes senti-
dos. Observe o verbete:

queimar verbo 1. pôr fogo em alguma coisa. 2. produzir queimadura no corpo. 3. deixar
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.

passar do ponto exato de cozimento. 4. produzir um intenso ardor. 5. vender a preço


reduzido para liquidar. 6.SXbbX_PaVPbcPaST\^S^XaaTb_^]bÇeT[~queimar-se 7. perder
prestígio. 8. zangar-se, sentir-se ofendido.

1 Em qual desses sentidos o verbo queimar foi usado no texto?

2 Indique o sentido que o verbo queimar apresenta nas frases abaixo.

a) Em pouco tempo, ele queimou em festas e passeios o dinheiro dado pela


família. ( )
b) Ele se queimou com a brincadeira e não quis falar com ninguém. ( )
c) O sol forte pode queimar nossa pele. ( )
d) Ao ofender um companheiro do time, o jogador se queimou com a torcida. ( )
e) O cozinheiro deixou queimar o arroz. ( )
f) O menino estava com o rosto queimando de febre. ( )
g) Eles queimaram uns gravetos e fizeram uma fogueira. ( )
h) Depois das festas natalinas, essa loja costuma queimar o estoque de brin-
quedos. ( )
3 Pesquise num dicionário o significado do verbo exalar, presente no texto, e
escreva um verbete explicando-o.
4 Há várias expressões com o verbo queimar. Uma delas é “à queima-roupa”.
Pesquise num dicionário o significado dessa expressão e escreva um verbete
explicando-o. Crie também uma frase de exemplo.

255
A ortografia em destaque

1 Nas palavras abaixo está faltando a sílaba tônica. Complete-as e acentue-as


corretamente.

a) irrespon vel d) alco lico g) so bulo

b) contempo neo e) impaci cia h) au tico

c) pa fico f) infor tica i) quilo trico

tJustifique oralmente os acentos que você colocou.


2 Escreva as palavras abaixo, usando ou não o hífen e fazendo as adaptações
necessárias.
a) semi + alfabetizado:
b) anti + rugas:

Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
c) super + resistente:
d) auto + análise:
e) mini + relógio:
f) super + animado:
g) inter + escolar:
h) anti + higiênico:

3 Ordene as letras e forme palavras com o grupo consonantal BR.

OHISNOBR

GORBAIÇÃ

MERBETEL

TUMBRELASNED

OBIRAGEDIR

BREMANÇAL

UBARAVIATER

ROSAMBOAÇÃS

DEQUOBALIRI

RANICRADIBE

TRABECELE

BACARRIF

256
ULO
ÍT

CA P Crase
10 Atividades de reforço

1 Complete as lacunas com conjunções que estabeleçam uma


relação de sentido coerente entre as orações. Veja o exemplo.

Telefone-me se houver algum problema.

a) Tudo foi feito havíamos planejado.


b) Não pude vir à reunião fiquei doente.

ORLANDO PEDROSO
c) Empreste-me esse livro eu pos-
sa fazer a pesquisa.
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.

d) Terminarei esse relatório vocês


me ajudem.
e) Ele saiu sem agasalho, esteja
muito frio.
f ) Ela continua triste, a gente
tente alegrá-la.
g) Vou procurá-lo chegar à escola.
h) Hoje não vou ao escritório, haja
algum problema.

2 Transforme os termos destacados em orações subordina-


das substantivas e classifique-as. Observe o exemplo.

Quero sua colaboração nesse projeto.


Quero que você colabore nesse projeto.
(oração sub. substantiva objetiva direta)

a) Ele tem receio do meu fracasso.

b) Pedimos tua ajuda.

257
c) É possível a existência de petróleo nessa área?

d) É provável o seu regresso ainda hoje.

3 Leia a tirinha a seguir.


CALVIN & HOBBES BILL WATTERSON

© 1986 WATTERSON/DIST. BY ANDREWS MCMEEL SYNDICATION

Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
a) Que substantivo usado na tira é formado pelo processo
da sufixação?

b) Qual é o radical dessa palavra? Forme um verbo deriva-


do desse radical.

c) Usando o processo da parassíntese, forme um verbo com


base no adjetivo quente.
ORLANDO PEDROSO

4 Leia o texto a seguir.

Nuvens
As nuvens são responsáveis por muitos aspectos do tempo.
Portanto, dão algumas das melhores pistas sobre como será o
tempo nas próximas horas ou dias. Se você vê um céu de nuvens
escuras e ameaçadoras, sabe que deve chover forte. Nuvens fofas
e brancas, em dia quente e ensolarado, significam que o tempo
provavelmente será quente e seco.
Enciclopédia da ciência. São Paulo: Globo, 1993. p. 254.

258
a) Sublinhe todos os substantivos do texto. Depois, escre-
va-os em ordem alfabética.

b) Nesse texto, há quatro períodos. Em qual deles há mais


adjetivos? Quais são eles?

c) Um desses adjetivos foi formado pelo processo chamado


parassíntese. Qual?

d) Dê o superlativo absoluto sintético desses adjetivos.

e) Usando o processo da sufixação, forme pelo menos uma


palavra derivada de:
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.

t tempo: t dia:
t forte: t fofa:
t hora: t branco:
f) “As nuvens são responsáveis por muitos aspectos do
tempo.” Dê a função sintática dos seguintes termos
dessa oração:
t nuvens:
t responsáveis:
t por muitos aspectos do tempo:
g) Classifique o predicado dessa oração.

5 Na tirinha a seguir, uma palavra foi grafada incorretamente.


Identifique-a e reescreva-a segundo a norma padrão.
NÍQUEL NÁUSEA.
FERNANDO GONSALES

259
ULO
ÍT Verbos regulares,
CA P irregulares,
Crase anômalos,
10
17 defectivos e abundantes
Conjugação
Eu falo
tu ouves
ele cala.

Eu procuro
tu indagas
ele esconde.

Eu planto
tu adubas

Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
ele colhe.

Eu ajunto
tu conservas
ele rouba.

Eu defendo
tu combates
ele entrega

LEO TEIXEIRA
Eu canto
tu calas
ele vaia.

Eu escrevo
tu me lês
ele apaga.
Affonso Romano de Sant’Anna. Poesia reunida: 1965-1999.
Porto Alegre: L&PM, 2004. p. 157-158.

1 Por que o título do poema é “Conjugação”?

2 Cada verso apresenta uma estrutura sintática que se repete. O que você obser-
vou sobre isso?

3 Observe as ações dos sujeitos de cada verso e diga o que os diferencia.

tSe você tivesse que atribuir uma qualidade a cada um dos sujeitos dos ver-
sos, que adjetivo usaria?

4 Use o poema como inspiração e crie uma estrofe adotando a mesma estratégia
do texto. Depois compartilhe sua criação com os colegas.

260
Classificação dos verbos
Conforme a conjugação, os verbos podem ser classificados em: regu-
lares, irregulares, anômalos, defectivos e abundantes. Vejamos cada
uma dessas classificações.

t Verbos regulares
Compare, a seguir, o presente do indicativo de dois verbos da primei-
ra conjugação: cantar e falar.

Cantar Falar
canto falo
cantas falas
canta fala
cantamos falamos
cantais falais
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.

cantam falam

Como você já estudou, o elemento destacado ao final de cada forma


verbal é chamado de desinência.
Observe que as desinências são as mesmas nesses dois verbos, se-
guindo o padrão dos verbos de primeira conjugação. Perceba também
que os radicais de cantar (cant) e falar ( fal) foram mantidos em todas
as formas verbais. Quando os verbos apresentam essas características,
dizemos que são regulares.
As três conjugações apresentam desinências diferentes.. Veja, a se-
onjugações:
guir, exemplos de verbos regulares da segunda e terceira conjugações:

Vender (2a conjugação) Partir (3a conjugação)


o)
vendo parto
vendes partes
vende parte
vendemos partimos
vendeis partis
LEO TEIXEIRA

vendem partem

t Verbos irregulares
Diferentemente dos verbos regulares, os irregulares são aqueles
que, quando conjugados, apresentam alterações no radicall ou nas dede-
sinências, não seguindo um modelo ou padrão. É possível detectar se
um verbo é ou não irregular ao conjugá-lo no presente e no pretérito
perfeito do indicativo. São exemplos de verbos irregulares: dar, dizer,
fazer, poder, pôr, rir, saber, ver, vir, etc.

261
A seguir, veja a conjugação dos verbos dar, fazer e rir, no presente e
no pretérito perfeito do indicativo.

Presente
Dar Fazer Rir
dou faço rio
dás fazes ris
dá faz ri
damos fazemos rimos
dais fazeis rides
dão fazem riem
Pretérito perfeito
dei fiz ri
deste fizeste riste
deu fez riu
demos fizemos rimos

Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
destes fizestes ristes
deram fizeram riram

t Verbos anômalos
Palavra que significa
Verbos anômalos são aqueles que apresentam mais de um radical na “contrário à norma,
sua conjugação, como os verbos ser e ir. Observe como essa mudança que não segue o
padrão”.
nos radicais acontece no presente e no pretérito imperfeito do indicati-
vo desses verbos:

Presente Pretérito imperfeito


Ser
sou era
és eras
é era
somos téramos
sois éreis
são eram

Presente Pretérito imperfeito


Ir
vou ia
vais ias
vai ia
vamos íamos
ides íeis
vão iam

262
t Verbos defectivos
Os verbos defectivos não apresentam conjugação completa. Em al- A palavra
defectivo significa
guns tempos, modos ou pessoas eles não são conjugados. A maioria “defeituoso”.
deles pertence à terceira conjugação, como abolir, colorir, falir, etc.

Atenção

São também considerados defectivos:


t os verbos que indicam fenômenos da natureza, como chover, nevar,
trovejar, garoar, etc. Esses verbos são conjugados apenas na
3a pessoa do singular.
t os verbos que expressam vozes de animais, como latir, miar, mugir, etc.
Esses verbos são conjugados apenas na 3a pessoa do singular e do plural.

Trovejou muito à noite e as


crianças ficaram com medo.
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.

LEO TEIXEIRA

O gato mia no telhado e os


cães latem no quintal.

t Verbos abundantes
Leia a manchete e o trecho da notícia a seguir, observando as pala-
vras em destaque.
Balão solto em São Paulo cai
em propriedade de Palotina
[…] Este balão era confeccionado de papel de seda colorido,
linha, armação de bambu e tinha desenhos da bandeira do esta-
do de São Paulo […]. Provavelmente, alguém o havia soltado em
uma festa da família. Vamos recordar
O Presente, 6 fev. 2012. (Fragmento adaptado).
Solto e soltado são particípios de um mesmo verbo: soltar. Quando Geralmente,
os particípios
um verbo apresenta mais de uma forma com o mesmo valor, é chama-
regulares
do de abundante. Geralmente, podemos observar essa característica acompanham
dos verbos no particípio. Exemplos: os verbos ter
e haver. Já os
enxugar enxugado, enxuto irregulares, os
matar matado, morto verbos ser e
soltar soltado, solto estar.

263
Exercícios
1 Complete as frases com os verbos indicados entre parênteses no presente ou
no pretérito imperfeito do subjuntivo, conforme o contexto.

a) Espero que você esse trabalho. (fazer)

b) Gostaria que vocês os livros naquele armário. (pôr)

c) Todos pediram que ele realmente o que tinha


acontecido. (dizer)

d) Quero que eles os pais à festa da escola. (trazer)

e) Eu o ajudaria nessa pesquisa, se tempo. (ter)

f) É necessário que você aqui amanhã, às 10 horas. (estar)

g) Todos esperavam que ele mais responsável. (ser)

h) Era importante que o time bastante motivado para

Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
essa partida. (estar) Veja Dica gramatical,
página 267.
2 Reescreva as orações a seguir, passando os verbos da 2a pessoa do singular para
a 3a pessoa do singular. Faça as adaptações necessárias conforme o exemplo.

Mostra teu trabalho à classe. Mostre seu trabalho à classe.

verbo na pronome na verbo na pronome na


2a pessoa 2a pessoa a
3 pessoa do 3a pessoa do
do singular do singular singular singular
a) Sai e fecha a porta.

b) Vai à biblioteca e pega emprestado o livro de poemas.

c) Não mistures os vasilhames! Coloca tudo no lugar certo!

d) Empurra a carteira e passa por trás dela.

e) Coloca teus óculos antes de sair!

f) Vai à praia, mas não esqueças o protetor solar.

264
g) Sobe na tua bicicleta e começa a pedalar devagar.

h) Ajuda teu irmão primeiro e depois assiste à TV.

i) Fica atento ao horário. Não deixes de tomar teu remédio!

j) Não comas agora, espera teu pai chegar!

Leia o boxe a seguir para responder à questão 3.

Atenção
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.

Em alguns casos em que os verbos defectivos não possuem conjugação, devemos


empregar um verbo sinônimo, mudar a redação da frase ou criar uma expressão
para substituí-los. Veja:
O país espera que o presidente (verbo abolir no presente do subjuntivo) essa lei.
Como completar a frase, se o verbo abolir não tem presente do subjuntivo? A solução
seria criar outras formas de redação para exprimir a mesma ideia. Observe estes
exemplos:
O país espera que o presidente anule essa lei.
O país espera que o presidente decida abolir essa lei.

3 Elabore as frases, utilizando uma forma de expressão para substituir o verbo


defectivo indicado entre parênteses. Observe o exemplo. Dica!

A consulta a um
Não quero que você z esse desenho. (colorir) dicionário poderá
Não quero que você ponha cor nesse desenho. / ajudá-lo neste
Não quero que você faça esse desenho colorido. exercício.

a) Desde que assumi o cargo, os funcionários querem que eu z aquele regu-


lamento. (abolir)

b) Quero renovar o ambiente. É provável que eu z essa parede de vermelho.


(colorir)

265
c) É possível que a prefeitura z esse prédio. (demolir)

d) Eu sempre me z contra os ataques dos hackers. (precaver)

e) Espero que você z as joias que foram roubadas. (reaver)

4 Reescreva as frases mudando os tempos verbais conforme o exemplo.

Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
Ele acabaria logo a tarefa se alguém o ajudasse.
Ele acabará logo a tarefa se alguém o ajudar.

a) Se eu fosse culpado, assumiria as consequências.

b) A médica ofereceria ajuda se alguém pedisse.

c) Ele beijaria a garota se ela permitisse.

d) Ele aceitaria o cargo se lhe oferecessem.

e) O juiz cederia se houvesse pressão social.

f) Se o professor nos desse mais tempo, o trabalho ficaria melhor.

g) O presidente falaria ao povo se soubesse o que dizer.

h) Ele não imporia essa condição se alguém se opusesse.

266
Dica gramatical

LEO TEIXEIRA
Bastante, bastantes
Como advérbio, significa “muito” e é invariável. Exemplos: Eles ficaram
bastante emocionados. Eles correram bastante. Como adjetivo, significa
“suficiente”, varia no plural e geralmente é usado depois do substantivo a
que se refere. Exemplos: Tenho motivos bastantes para desconfiar de sua
honestidade. Não há provas bastantes para incriminar esse homem.

Aprendendo com o dicionário

Leia o texto a seguir.


O menor e mais leve pássaro do mundo
MICHAEL NOLAN/ROBERT HARDING/GLOW IMAGES
É o beija-flor-abelha, que, em média, mede
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.

apenas cinco centímetros de comprimento e


pesa somente dois gramas. A ave, menor do que
seu dedo indicador, tem outra curiosidade: em
comparação com outras aves, é a que fica, pro-
porcionalmente, o maior tempo da vida voando.
O pequeno pássaro vive principalmente na ilha
de Cuba, no Caribe, e seu habitat preferido são
florestas, jardins, pântanos e vales. Beija-flor-abelha.

Disponível em: <http://mundoestranho.abril.com.br/mundo-animal/qual-e-o-menor-passaro-do-mundo/>.


Acesso em: 13 jul. 2017.

O adjetivo leve, usado no texto, pode ter vários significados. Leia o verbete.

leve adj. 1. que tem pouco peso. 2. diz-se de uma bebida que contém pouco álcool. 3.
que exerce pouca pressão, que mal se sente. 4. superficial, sem gravidade. 5. ameno,
brando. 6. diz-se de um tecido ou material pouco espesso. 7. que não cansa muito.
8. que quase não se ouve. 9. que é de fácil digestão. 10. diz-se de um sono que se
interrompe facilmente. 11. aliviado, despreocupado.

1 Em qual desses sentidos o adjetivo leve foi usado no texto?

2 Indique o sentido que esse adjetivo tem nas frases a seguir.

a) Como estava calor, ela vestiu uma roupa leve e foi passear. ( )

b) Na festa, ele só tomou bebida leve. ( )

c) Hoje estou me sentindo bem, com a cabeça leve. ( )

267
d) O ventinho leve que vinha do jardim refrescava a sala. ( )

e) A bolinha de pingue-pongue é bem leve. ( )

f) Com um leve toque no braço, ele chamou a atenção do colega. ( )

g) Tenho o sono leve, qualquer ruído me acorda. ( )

h) Este é um trabalho leve, não vai esgotar ninguém. ( )

i) O acidente não foi grave, eles sofreram apenas ferimentos leves. ( )

j) No silêncio, ouvi um barulhinho leve que vinha da cozinha. ( )

k) Antes de dormir, comi um lanche leve. ( )

3 Leviano é um adjetivo derivado de leve. Mas esses dois adjetivos não têm o
mesmo sentido. Consulte um dicionário e explique a diferença de sentido que
há entre eles.

Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
4 Os substantivos leveza e leviandade são derivados por sufixação do adjetivo
leve. Consulte um dicionário e explique a diferença de sentido que há entre eles.

5 Pesquise o significado da palavra habitat e faça um verbete explicando-o.

LEO TEIXEIRA

A ortografia em destaque

1 No texto abaixo, foram retirados os acentos de várias pala-


vras. Leia-o com atenção e coloque os acentos necessários.

Nas aguas do mar


Quando voce olha o mar, é claro que nem pode imaginar o nu-
mero imenso de plantas e animais que vivem em suas aguas. Ha
peixes de todos os tamanhos e cores. Mas tambem ha conchas,
crustaceos, polvos, ouriços-do-mar, estrelas-do-mar, corais...

268
que voce nunca viu. No mar, tambem vivem mamiferos (golfinhos, baleias...) e rep-
teis (tartarugas, serpentes marinhas). Nas praias, encontram-se focas e numerosas
aves, que buscam alimento nas aguas.
Primeira enciclopédia: os mares e os oceanos. Rio de Janeiro: Maltese, 1987. p. 24.
tJustifique oralmente os acentos colocados. Se necessário, consulte o qua-
dro geral das regras de acentuação no final deste volume.

2 Substitua a parte destacada nas frases pelo adjetivo correspondente. Veja o


exemplo.

temperatura que nunca varia temperatura invariável

a) Método que nunca falha.


b) Documento que não tem validade.
c) Espaço que não tem fim.
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.

d) Falha que não se desculpa.


e) Assinatura que não se consegue imitar.
f) Notícia que inquieta.
g) Riqueza que não se esgota.
h) Ruído que não cessa.

3 Ordene as letras e forme substantivos femininos com quatro sílabas. A letra


azul é a penúltima letra de cada palavra.

ILGNAOSA

CRAERIPA

HALATRIÇO

DRENAXURA

NARTEVITES

MESOAFRAT

EZENTAGLI

LOSEDUSIÃ

DEPSAMTETE

POMACHINA

CANÇAFISÃO

GARUDADAM

269
ULO
ÍT

CA P Crase
10 Atividades de reforço

1 Reescreva as frases, trocando os verbos por substantivos e


fazendo as adaptações necessárias. Veja o exemplo.

É necessário concluir essa tarefa ainda hoje.


É necessária a conclusão dessa tarefa ainda hoje.

a) É necessário exterminar essa praga da lavoura.

LEO TEIXEIRA
b) É urgente conter as despesas.

c) É possível informatizar o nosso serviço de vendas.

d) É indispensável ler esses livros para fazer o exame.

e) É obrigatório vacinar as crianças no próximo domingo.

f) É necessário adquirir mais computadores para o escritório.

g) É possível prevenir acidentes nessa avenida.

h) É necessário interditar esse trecho da rodovia.

2 Complete as lacunas das frases com uma das palavras indi-


cadas entre parênteses.

a) A loja abre sábado, das 8 às 12 horas.


(todo / todo o)

b) Precisamos a produção dessas peças.


(mecanisar / mecanizar)

270
c) Não sei eles foram. (onde / aonde)

d) Diga-me você pôs a enciclopédia.


(onde / aonde)

e) Estamos menos de dois meses das


férias. (há / a)

f) Ele dormiu durante tarde.


(toda / toda a)

g) você veja a professora, dê a ela esse


recado. (caso / se acaso)

h) Perdi o controle do esqueite e fui


parede. (de encontro à / ao encontro da)

3 Indique com um X o processo de formação das palavras


abaixo.
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.

derivação derivação derivação


sufixal prefixal parassintética

a) honestidade
b) lutador
c) desencontro
d) esvoaçar
e) abrilhantar
f) tolerante
g) arredondar
h) irreal
i) sumiço
j) infiel

4 Reescreva as frases substituindo a expressão destacada


por um verbo de sentido equivalente. Observe o exemplo.

A criança ficou alegre na festa.


A criança alegrou-se na festa.

a) O homem ficou furioso quando percebeu que tinha sido


enganado.
LEO TEIXEIRA

271
b) O professor ficou responsável pela organização do
evento.

c) Fiquei revoltado com a falta de colaboração dos colegas.

d) Suas opiniões sobre isso são semelhantes às minhas.

e) Todos nós ficamos preocupados com essa notícia.

Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
f ) Minha viagem a São Paulo é anterior à sua partida para o
Rio de Janeiro.

g) Nunca fui defensor dessa proposta de destruição da


praça.

h) Acho que ela ficou arrependida do que disse.

i ) O homem ficou desesperado quando viu o incêndio.

j ) A mulher ficou calma quando viu que a criança estava


LEO TEIXEIRA

bem.

272
Teste seus conhecimentos III

Apresentamos, a seguir, alguns testes para você verificar se entendeu bem a


matéria estudada até aqui. Depois de assinalar as respostas a todas as questões,
vá até o gabarito, no rodapé da página 276, e confira quantas você acertou.

1 Nas palavras abaixo, se juntarmos os prefixos aos substantivos indicados,


apenas uma das palavras formadas deve ser escrita com hífen. Qual?

a) semi + final c) sub + secretário

b) super + sensível d) micro + organismo

2 Considerando os processos de formação de palavras, indique as duas pala-


vras abaixo que não foram corretamente analisadas.
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.

a) preciosidade — sufixação c) água-viva — justaposição

b) planalto — sufixação d) dentadura — parassíntese

3 Relacione as colunas considerando a análise do elemento destacado em cada


palavra.

(I) pequenos ( ) vogal temática

(II) outros ( ) radical

(III) levar ( ) desinência de gênero

(IV) brilhantes ( ) desinência de número

tA correspondência correta é:


a) II – III – I – IV c) III – IV – II – I

b) II – IV – II – I d) III – II – I – IV

As questões 4, 5 e 6 referem-se a esta oração:


“A busca insaciável de lucro e a marcha acelerada do progresso deixaram o
homem insensível à beleza da natureza, nosso maior tesouro.”

4 Com relação às palavras busca e marcha, é correto afirmar que elas são for-
madas pelo processo da:

a) prefixação. c) derivação regressiva.

b) parassíntese. d) sufixação.

273
5 As palavras insensível e beleza são formadas, respectivamente, por:

a) prefixação e justaposição.

b) prefixação e parassíntese.

c) prefixação e derivação regressiva.

d) prefixação e sufixação.

6 Sobre essa oração, só não é correto afirmar que apresenta:

a) um predicativo do sujeito.

b) um sujeito composto.

c) um aposto.

Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
d) um complemento nominal.

7 Com relação aos verbos dizer, fazer e ver, podemos afirmar que:

a) são todos defectivos. c) são todos irregulares.

b) são todos regulares. d) são todos anômalos.

8 Assinale a única frase em que não houve a concordância de pessoa correta


entre os verbos.

a) Releia a redação e passe a limpo.

b) Abre a janela e fecha a porta.

c) Lê o texto e resuma-o.

d) Senta aqui e termina o teste.

9 Nos itens abaixo, o prefixo anti ficaria ligado sem hífen à palavra indicada
apenas em dois casos. Quais?

a) poluição c) econômico

b) higiênico d) inflamatório

10 As frases abaixo devem ser completadas com o verbo haver, exceto uma de-
las. Qual?

a) Saí da escola duas horas. c) Ele foi Itália faz dois anos.

b) dias que não o vejo. d) Conversei com ela pouco.

274
11 Os elementos destacados nas palavras abaixo são prefixos ou sufixos, exceto em:

a) desaparecer.

b) realmente.

c) antinatural.

d) pureza.

12 Apenas uma das frases abaixo deve ser completada com porque. Assinale-a.

a) Ele explicou não fez o trabalho.

b) Explique-me o trabalho não ficou pronto.

c) O trabalho não ficou pronto ?


Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.

d) Não pôde fazer o trabalho ficou doente.

13 Assinale a única palavra que não é formada pelo processo da parassíntese.

a) incendiar

b) enferrujar

c) enraivecer

d) anular

14 “A humanidade começa a perceber que não precisa silenciar o canto dos


pássaros para alcançar o progresso.” As palavras destacadas são formadas,
respectivamente, pelos seguintes processos:

a) sufixação – prefixação – derivação regressiva

b) justaposição – sufixação – derivação imprópria

c) prefixação – sufixação – parassíntese

d) sufixação – sufixação – derivação regressiva

15 Duas das palavras abaixo devem ser completadas com z. Quais?

a) nacionali ar

b) industriali ar

c) anali ar

d) pesqui ar

275
16 Nos períodos abaixo há uma oração subordinada adjetiva, exceto em:

a) Precisamos preservar a natureza, que é nossa fonte de vida.


b) Entre logo que já vai começar a chover.
c) Fomos ver o filme que você elogiou.
d) O espetáculo de dança que eles apresentaram foi belíssimo.

17 Duas das orações abaixo não estão na voz passiva. Quais?

a) Eles foram vistos no shopping, ontem à tarde.


b) Alguns alunos já tinham feito esse teste.
c) As redes sociais estão influenciando muitas pessoas.
d) Fomos gentilmente atendidos pelo funcionário da loja.

Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
18 Complete as frases com a ou à.

a) Ontem noite, não houve aula.


b) Ele estava encostado parede.
c) Não havia nada fazer naquele caso.
d) Avise todos que o teste já vai começar.

t Assinale a sequência que completa corretamente as frases.


a) a – à – a – à c) a – a – à – a

b) à – à – à – a d) à – à – a – a.

19 Todas as orações destacadas abaixo são subordinadas substantivas, menos


uma. Qual?
a) Espero que você regresse em breve.
b) Devolva o livro que você retirou da biblioteca.
c) É claro que é saudável praticar exercícios regularmente.
d) Não sei se poderei fazer essa viagem.

20 “O nosso grupo embarcou animado ontem de manhã.” Sobre essa oração só


não é correto afirmar que:

a) animado é predicativo do sujeito. c) há um adjunto adverbial.

b) o predicado é verbal. d) o verbo é intransitivo.


vai começar a chover” é coordenada explicativa); 17. b, c; 18. d; 19. b (a oração é subordinada adjetiva); 20. b (o predicado é verbo-nominal).
pessoa do singular); 9. a, c; 10. c (o certo é à); 11. b (real = radical); 12. d (a: por que; b: por que; c: por quê); 13. a; 14. d; 15. a, b; 16. b (a oração “que já
276 1. d; 2. b (aglutinação), d sufixação; 3. c; 4. c; 5. d; 6 .a (temos um predicativo do objeto: insensível); 7. c; 8. c (Lê – 2ª pessoa do singular; resuma – 3ª
ULO
ÍT

CA P Crase
Denotação e conotação
10
18
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.

ORLANDO PEDROSO
1 Com poucas palavras, o cartaz passa um recado sério às pessoas. Qual é esse
recado?

2 Que significado especial adquire no texto a palavra barato?

3 Considerando o texto do cartaz, em que sentido se pode afirmar que o vício da


droga “sai caro” para uma pessoa?

Denotação e conotação
No texto do cartaz, você percebeu que a palavra barato não está empre-
gada no sentido de “sem valor”, mas no sentido de “momento de euforia”.
Dizemos que, nesse cartaz, a palavra barato foi empregada em sen-
tido conotativo. Dependendo do contexto, as palavras podem apresen-
tar sentido denotativo (denotação) ou sentido conotativo (conotação),
também chamado de sentido figurado.

277
A denotação ocorre quando uma palavra ou expressão é empregada
em seu sentido usual, que geralmente vem explicado no dicionário na
primeira acepção do verbete.
A conotação ocorre quando uma palavra ou expressão é utilizada
num sentido especial, que só pode ser esclarecido pelo contexto, isto
é, pelos outros elementos do texto.

Observe, por exemplo, como a palavra noite vem explicada no di-


cionário:

noite subst. fem. Espaço de tempo em que o Sol está abaixo do


horizonte.

Agora, veja o sentido que essa palavra adquire nesta frase:

Desde que perdi você, minha vida é uma longa noite.

Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
Nessa frase, a palavra noite adquire um sentido especial. Ela foi usa-
da para expressar a ideia de tristeza, sofrimento, solidão. Dizemos, en-
tão, que ela foi usada no sentido conotativo.
Perceber que as palavras estão sendo usadas no sentido denotativo
ou conotativo é muito importante para seu desenvolvimento como lei-
tor, pois lhe permite compreender os mais variados tipos de texto, além
dos literários e poéticos. Pode ocorrer em anedotas, tiras de humor,
anúncios publicitários, etc.

Exercícios
1 Indique o sentido em que está sendo usada a palavra destacada em cada frase.
Use o código:

denotativo (D) conotativo (C)

a) Ele me recebeu com um olhar frio. ( )


b) A brincadeira do palhaço provocou uma explosão de risos. ( )
c) Essas pessoas vivem à margem da sociedade. ( )
d) Havia duas canoas na margem do rio. ( )
e) A entrevista daquele político provocou uma tempestade de protestos. ( )
f) A doçura da voz da mãe acalmou a criança. ( )

g) A explosão da bomba apavorou a cidade. ( )

278
2 A conotação ou linguagem figurada está presente nos provérbios. Quando
dizemos, por exemplo, “Depois da tempestade vem a bonança”, percebemos
que tempestade é referência aos momentos de aflição e bonança aos mo-
mentos felizes. Com base nesse exemplo, explique o significado dos provér-
bios abaixo.
a) Quem nunca comeu melado, quando come se lambuza.

b) Quem vê cara não vê coração.


Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.

c) De grão em grão a galinha enche o papo.

d) Água mole em pedra dura tanto bate até que fura.

e) Quem semeia ventos colhe tempestades.

3 Construa novas expressões em que as palavras destacadas tenham sentido


conotativo ou figurado. Observe o exemplo.

As asas do pássaro. (sentido denotativo)


As asas da imaginação. (sentido conotativo)

a) A força do leão.

b) O murmúrio da plateia.

279
c) A raiz da planta.

d) Os frutos da macieira.

e) Os espinhos da flor.

4 Muitas expressões populares usam palavras em sentido conotativo ou figura-


do. Explique o sentido das expressões destacadas nas frases a seguir.

a) Ele arrancou os cabelos quando soube da notícia.

b) A derrota naquele jogo foi um banho de água fria nos nossos jogadores.

c) A explicação que ele deu para essa confusão não tem pé nem cabeça.

d) Durante a partida, nosso time de vôlei passou por maus momentos, mas
não deixou a peteca cair e conseguiu vencer nos minutos finais.

e) Quando viu os dois homens discutindo, ele foi lá e, em vez de acalmar a

Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
situação, pôs mais lenha na fogueira.

f) Ele nada muito bem, mas por ora não chega aos pés do campeão olímpico.
Veja Dica gramatical,
a seguir.
5 Leia.
RECRUTA ZERO MORT WALKER

© 2017 KING FEATURES SYNDICATE/IPRESS

tExplique o humor da tira com base no conceito de denotação e conotação.

Dica gramatical

Por ora / por hora


Por ora significa “por enquanto”, como nesta frase, por exemplo: Por
ora, não tenho interesse em vender meu carro.
Por hora significa “ao longo de uma hora”, “por 60 minutos”. Exemplos:
O carro estava a 100 quilômetros por hora. Ele ganha por hora, não por dia
de trabalho.

280
Aprendendo com o dicionário

ROGÉRIO BORGES
Leia o texto a seguir.

Conectando
Em pouco menos de trinta anos, a rede mundial de computadores
transformou boa parte do que há no mundo. Mexeu — e continua
mexendo — no modo como as pessoas se comunicam, se relacio-
nam, compartilham e lidam com as informações. Mudou e ainda mu-
dará mais as formas de trabalho, a educação, a economia, o lazer, a
imprensa, a política, as maneiras de ver TV, de ouvir música e de ler
livros. Fez surgir uma nova geração, a sua, que já nasceu conectada.
Silmara Franco. Navegando em mares conhecidos. São Paulo: Moderna, 2012. p. 7.

A palavra rede é polissêmica, isto é, apresenta vários sentidos, dependendo


da frase. Leia o verbete: Esse adjetivo vem de polissemia, palavra formada pela justaposição de
dois elementos gregos: poli (“muitos”) + semia (“significado, sentido”).
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.

rede subst. fem. 1. entrelaçado de fios formando um tecido de malhas com espaçamentos
regulares, que pode ser usado para diversos fins. 2. peça comprida de tecido, sustentada
pelas extremidades, própria para se descansar ou dormir. 3. conjunto de estradas que
se entrecruzam. 4. conjunto de meios de comunicação ou informação associados.
5. conjunto de instalações elétricas, hidráulicas, etc. 6. sistema mundial de computadores
que conecta as pessoas para trocarem informações, mensagens, arquivos, etc. 7. pessoas,
grupos ou organizações que agem em conjunto com o mesmo objetivo.

1 Em qual desses sentidos a palavra rede foi usada no texto?

2 Indique o sentido que a palavra rede tem nas frases abaixo.

a) Em algumas regiões do Brasil, há muita gente que gosta de dormir em


redes. ( )
b) O campeonato de futebol vai ser transmitido por essa rede de televisão. ( )
c) Os pescadores lançaram a rede ao mar. ( )
d) A polícia descobriu uma rede de espionagem. ( )
e) No vôlei, os jogadores não podem tocar na rede. ( )
f) Ontem, houve um problema na rede e ficamos sem energia por várias
horas. ( )
g) Esse país tem uma excelente rede ferroviária. ( )
h) A informática mudou o funcionamento da rede bancária. ( )
i) Essas pessoas formaram uma rede de solidariedade para ajudar famílias
carentes. ( )

281
A ortografia em destaque

1 Complete as lacunas das palavras com uma sílaba que comece por c, ç ou s.

a) impul e) cal mento i) en clopédia


b) descal f) fal ficar j) morma
c) calhama g) in ticida k) con lação
d) mor go h) por lana l) cadar

2 Substitua as locuções adjetivas pelos adjetivos equivalentes. Veja o exemplo.

livro de escola livro escolar

a) dor de estômago:
b) região de fábricas:

Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
c) impressão do dedo:
d) força de leão:
e) classe de criança:
f) loção de cabelo:
g) carne de boi:
h) rosto de anjo:

3 Ordene as letras e forme palavras com o dígrafo RR.

ROEIRPDEMINETA

TRAZOCRENE

RACLIONARI

PREINERTROM

CROPESOTRNENED

LOPIRINHARTE

NCORTRENCOE

GREROEIRU

TINTREOGRAIVO

TRETRERES

PRAIADORE

TRANEIRIT

282
ULO
ÍT

CA P Crase
10 Atividades de reforço

1 Usando as conjunções adequadas, junte as orações a seguir


num único período.

a) A criança caiu do balanço. A corrente do brinquedo esta-


va quebrada. Felizmente, não se machucou.

b) Tem chovido bastante. A seca no Nordeste continua forte.


Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.

Os animais estão passando fome.

c) Amanhã teremos reunião. Precisamos definir as metas


do semestre. Não falte.

ROGÉRIO BORGES
2 Reescreva os períodos, iniciando-os com as conjunções in-
dicadas entre parênteses, como no exemplo. Faça as alte-
rações necessárias.

Não sendo culpado de nada, o homem foi absolvido. (como)


Como não era culpado de nada, o homem foi absolvido.

a) Classificando-se para a semifinal, os jogadores ficarão


mais tranquilos. (caso)

283
b) Tendo conhecimento do assunto, ele será convocado
para atuar na banca examinadora. (desde que)

c) Terminando a série de exercícios, avise o instrutor.


(quando)

d) Conhecendo bem os filhos, os pais não teriam permitido


a viagem. (se)

Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
3 Passe as orações abaixo para o imperativo afirmativo. Veja
o exemplo:

Você socorre os necessitados. Socorra os necessitados.

a) Você pede perdão.

R
b) Você vira a página do livro.

c) Você limpa a mesa.


ROGÉRIO BORGES

d) Você diverte as crianças.

e) Você foge do cachorro.

f) Você dorme cedo.

g) Você maquia o ator.

h) Você esquece aquela briga.

i) Você ilumina o corredor.

j) Você substitui o professor.

284
4 Leia a tirinha a seguir.
FRANK & ERNEST BOB THAVES

© 2010 THAVES/DIST. BY ANDREWS MCMEEL SYNDICATION


a) A qual problema do cartaz o personagem se refere?
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.

b) O adjetivo ortográfico deriva do substantivo ortogra-


fia, que foi formado pela justaposição de dois elemen-
tos gregos. Quais são esses elementos? O que eles
significam?

c) Corretor é aquilo ou aquele que corrige. Escreva como


se diz:

t aquele que conduz:


t aquele que produz:
t aquele que faz o bem:
t aquele que faz o mal:
t aquilo que reduz:
t aquele que traduz:
t aquele que coordena:
t aquele que dirige:
t aquele que educa:
t aquele que manipula:
t aquele que redige:

285
ULO
ÍT

CA P
Concordância nominal
Figuras de linguagem
11
19 e verbal

Viagem no espelho

espelho espelho meu


diga a verdade
quem sou eu?

se às vezes me estilhaço
se às vezes viro mil

Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
se quero mudar o mundo
se quero mudar o rosto
se tenho sempre na boca
um gosto de água e de céu
se às vezes sou tão só
quando me viro do avesso
se às vezes anoiteço
em plena luz do sol
ou então amanheço
com vontade de voar

espelho espelho meu


VICENTE MENDONÇA

diga a verdade
quem sou eu?
Roseana Murray. Viagens. Rio de Janeiro: Memórias futuras, 1984. p. 30

1 O eu lírico, isto é, a voz que fala no poema, faz uma reflexão que todos nós
fazemos em diversos momentos da vida. Que reflexão é essa?

2 Pode-se dizer que os versos revelam que eu lírico se sente confuso ou não?
Justifique sua resposta.

3 Você acha que há certas fases da vida em que essa reflexão provoca mais in-
certezas? Por quê?

286
Uma forma especial de usar
a linguagem
No capítulo anterior, estudamos a conotação. No poema que você
leu, vemos que há várias palavras empregadas em sentido conotativo
ou figurado, como neste verso:
“se às vezes me estilhaço”

O verbo estilhaçar expressa a ideia de algo que se quebra em muitos


pedaços. Por meio desse verbo, o eu lírico exprime as várias e diferentes
sensações que existem no seu interior. Dizemos então que, nesse verso,
ele usou uma figura de linguagem.
As figuras de linguagem costumam ser divididas em:
t figuras de palavras;
t figuras sonoras;
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.

t figuras de pensamento;
t figuras de construção (ou figuras de sintaxe).

Figuras de palavras
As figuras de palavras são formas de expressão que apresentam
mudança ou transposição do sentido de uma palavra.

t Metáfora
Dá-se o nome de metáfora ao uso de uma palavra com sentido trans- Do grego metaphorá
(= transferência de
ferido de outra. Veja este exemplo: sentido).
“Teu sorriso é uma aurora.” (Castro Alves)

Ao associar o sorriso da pessoa amada à aurora, o poeta estabeleceu


uma relação entre esses dois elementos, vendo neles alguns pontos em
comum. Assim, todos os significados sugeridos pela palavra aurora – nas-
cimento de um novo dia, expectativa de uma vida nova, luz que ilumina o
mundo, entre outros – passam também para teu sorriso.
Repare que a associação de ideias contida numa metáfora é bem sub-
jetiva; por isso, em certos casos, é difícil explicar plenamente seu signi-
ficado. Podemos fazer algumas interpretações, mas sem a pretensão de
querer indicar exatamente o que determinada metáfora significa.
Os poetas são mestres na criação de metáforas surpreendentes, ri-
cas em significados e sugestões. Veja mais um exemplo neste outro ver-
so do poeta Castro Alves:
“O campo é o ninho do poeta...”

287
VICENTE MENDONÇA
Que ideias desperta a palavra ninho? E por que o autor diz que “o
campo é o ninho do poeta”? Que relação pode haver entre o campo ou
a natureza e a criação poética? O que fica sugerido nesses versos? Cabe
ao leitor refletir sobre os possíveis significados dessa metáfora.
A metáfora é uma espécie de comparação condensada, sem a presen-
ça dos conectivos como, tal como, assim como, etc. Se esses conectivos
estiverem presentes, não teremos uma metáfora, mas uma comparação.
Observe um exemplo de comparação no primeiro verso desta estro-
fe do poeta Vicente de Carvalho:

“Eu sou como aquela fonte


Que vai, tão triste, a chorar:
Desce da encosta do monte,
Corre em procura do mar.”

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t Metonímia
A metonímia consiste no emprego de uma palavra em lugar de ou- Do grego meta
(= mudança) +
tra, por haver uma relação de sentido entre elas. onima (= nome).

Desde jovem, ganho a vida com o meu suor.

Observe que a palavra suor foi usada no lugar de trabalho. Entre essas
palavras há claramente uma relação de sentido: o suor é o efeito do tra-
balho. Veja este outro caso.

Gosto de ler Manuel Bandeira.

Nessa frase, o nome do autor está sendo usado no lugar de suas


obras.

Os sem-teto protestaram em frente à prefeitura.

Veja que a palavra teto (parte) está sendo usada no lugar de casa
(todo).

Tomei um copo de suco.

Note que a palavra copo (aquilo que contém) está sendo usada no
lugar do conteúdo (suco).

288
t Catacrese
Ocorre a catacrese quando transferimos frequentemente para uma Do grego catacresis
palavra o sentido próprio de outra. Se a metáfora surpreende pela ori- (= mau uso).
ginalidade na associação de ideias, o mesmo não acontece com a ca-
tacrese, que, por ser constantemente repetida, já não chama a nossa
atenção. Exemplo:
Ele embarcou no trem das onze.

Observe que o verbo embarcar pressupõe barco e não trem. Mas essa
forma de dizer já está tão incorporada na língua que nem percebemos
que se trata de linguagem figurada. O mesmo ocorre em expressões
como perna da mesa, folha de papel, braço da cadeira, asa da xícara etc.

t Perífrase Essa palavra vem de


um termo grego que
significa “exprimir
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.

A perífrase consiste em designar uma pessoa ou uma coisa por meio


um pensamento
de uma expressão especial. com um rodeio
de palavras, e não
Essa é uma fábula sobre o rei dos animais. diretamente”.

A expressão rei dos animais refere-se ao substantivo leão. Ela é muito


usada para designar esse animal.
O Poeta dos Escravos nasceu na Bahia.

A expressão Poeta dos Escravos está no lugar do nome próprio Cas-


tro Alves, famoso poeta baiano que se destacou por seus poemas em
defesa dos escravos.

Figuras sonoras
Essas figuras são formas de expressão que exploram a sonoridade
das palavras.
t Aliteração
A aliteração consiste na repetição do mesmo som em m várias palavras Do latim littera
seguidas. Observe o efeito sonoro e musical que o poetaa brasileiro Cruz e (= letra).
Sousa obteve com a aliteração dos sons consonantais v e l nesta estrofe:
VICENTE MENDONÇA

“Velho vento vagabundo!


No teu rosnar sonolento
Leva ao longe este lamento,
além do escárnio do mundo.”

289
t Onomatopeia
Do grego onomatos

VICENTE MENDONÇA
A onomatopeia consiste no uso de palavras que procuram reprodu- (= nome, palavra)
zir ruídos em geral e sons produzidos pela natureza ou por animais. + poiein (= fazer,
fabricar).

O relógio fazia tique-taque, tique-taque...


O zunzum que vinha da plateia incomodou o pianista.
De repente — bum! — ouviu-se uma explosão no pátio.

As onomatopeias são um recurso bastante aproveitado nas tirinhas


e histórias em quadrinhos, como você pode observar a seguir:
GARFIELD JIM DAVIS

© 1980 PAWS, INC. ALL RIGHTS RESERVED/DIST. BY


ANDREWS MCMEEL SYNDICATION

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Exercícios

1 Indique a figura de linguagem presente em cada frase abaixo. Use o código:

(I ) metáfora (II) catacrese (III) perífrase

a) O vento gelado era um chicote no meu rosto. ( )

b) O Pai da Aviação era brasileiro. ( )

c) A menina quebrou a asa da xícara. ( )

d) Seu amor é uma luz brilhante na escuridão da minha vida. ( )

e) O melhor amigo do homem já foi tema de vários filmes. ( )

290
2 Explique oralmente por que o cartum abaixo pode ser con- Espécie de anedota
visual que satiriza
siderado uma “metáfora visual”. comportamentos
humanos,

IVAN CABRAL
geralmente
publicada em jornais
e revistas.
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3 Explique oralmente por que as palavras destacadas nas frases a seguir são
exemplos de metonímia.
a) A infância deve ser amparada.
b) Os revolucionários queriam o trono.
c) Ele vendeu algumas cabeças de gado.
d) Preciso trabalhar muito: tenho cinco bocas para alimentar.
e) Ele é um bom garfo.

4 Que figura de linguagem sonora podemos identificar nestes versos do escri-


tor Mário de Andrade? Justifique oralmente sua resposta.

De repente
um raio de sol arisco
risca o chuvisco no meio

5 As frases a seguir têm exemplos de catacrese. Explique por quê.

O montanhista chegou muito perto da boca do vulcão.

O leito do rio estava completamente seco.

291
Figuras de pensamento
As figuras de pensamento atuam no plano das ideias sugeridas pela
frase.

t Antítese
A antítese consiste em realçar uma ideia por meio da aproximação Esta palavra vem do
grego anti (= contra) +
entre palavras ou frases de sentidos opostos ou contrastantes. thesis (= afirmação).

A vida é feita de luz e sombra, sim e não, vitórias e derrotas.

Nesses versos, há beleza e horror, amor e ódio.

t Hipérbole

Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
Ocorre hipérbole quando, para realçar uma ideia, exageramos na sua Do grego hyperbolé,
que significa
descrição. “excesso”.

Estou morrendo de sede! Vou beber alguma coisa.

t Personificação (ou prosopopeia)


Essa palavra deriva
A personificação ou prosopopeia consiste em atribuir atitudes ou do grego prosopon,
características humanas a coisas, seres irracionais ou elementos da na- que significa “rosto,
face”.
tureza.

O riacho cantava alegremente no fundo da chácara.

Pode ocorrer também a personificação de ideias ou conceitos.

A alegria invadiu a cidade e expulsou a tristeza, que se re-


colheu constrangida.

A personificação é muito usada nas fábulas, que apresentam animais


ou seres inanimados comportando-se como seres humanos.

t Ironia Esta palavra vem do


A ironia consiste no emprego de palavras ou frases que, no contexto, grego eironeia, que
significa “ação de
têm o sentido oposto ao que significam. É o que podemos perceber na perguntar fingindo
tira da página seguinte. ignorância”.

292
HAGAR DIK BROWNE

© 2013 KING FEATURES


SYNDICATE/IPRESS
t Eufemismo
Ocorre o eufemismo quando, no lugar das palavras próprias, são Do grego eu
(= bem, bom)
empregadas outras com a finalidade de atenuar ou suavizar a expressão + phemé (= palavra).
de uma ideia desagradável ou ofensiva. Veja este exemplo:

Acho que você está faltando com a verdade.


Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.

Nessa frase, a expressão “faltar com a verdade” está sendo usada no


lugar de “mentir”.
HAGAR CHRIS BROWNE

© 2013 KING FEATURES SYNDICATE/IPRESS

É claro que “especialista em motivação” é um eufemismo. Hagar pre-


feriu dizer isso em vez de dizer claramente que o homem mascarado
com um chicote na mão iria obrigar o pessoal a remar; quem não re-
masse provavelmente seria açoitado.

Exercícios
1 Identifique as figuras de linguagem usadas nas frases a seguir.

a) O vento gemia no alto das montanhas.

b) Sem você, há noite onde havia sol, tristeza onde havia alegria.

293
c) Entre mim e ele existe um abismo. Veja Dica gramatical,
página 299.

d) Acho que esse sujeito está agindo de forma pouco honesta.

e) Os raios de sol brincavam nas folhas das árvores do bosque.

f) Está muito calor, os jogadores estão morrendo de sede no campo.

2 Identifique a figura de linguagem usada no último quadrinho desta tira.


HAGAR CHRIS BROWNE

© 2017 KING FEATURES SYNDICATE/IPRESS

Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
3 Analise as metonímias usadas nas frases a seguir e classifique-as conforme
este código:

o abstrato no lugar do concreto = A


o concreto no lugar do abstrato = B
o autor no lugar da obra = C
o efeito no lugar da causa = D
aquilo que contém no lugar do conteúdo = E
a parte no lugar do todo = F
o singular pelo plural = G

a) Ele é genial, tem uma boa cabeça. ( )

b) Na festa, o pessoal bebeu um engradado de refrigerante. ( )

c) A velhice deve ser respeitada. ( )

d) Ela tem um lindo cabelo. ( )

294
e) O cão é um animal fiel. ( )

f ) Voltei com fome e devorei um prato de macarrão. ( )

g) Gosto muito de ler Cecília Meireles. ( )

h) A infância deve ser protegida. ( )

i ) Esta igreja foi erguida com suor e lágrimas de muitos escravos. ( )

j ) A lavoura de cana exige muitos braços. ( )

Figuras de construção
As figuras de construção recebem esse nome porque se relacionam
com a construção das frases.
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t Repetição
A repetição é um recurso de estilo que permite ao autor destacar
palavras que chamam a atenção do leitor para as ideias que elas ex-
pressam e reforçam. Veja um exemplo nestes versos do poeta Gon-
çalves Dias:
São uns olhos verdes, verdes,
Que podem também brilhar;
Não são de um verde embaçado,

VICENTE MENDONÇA
Mas verdes da cor do prado,
Mas verdes da cor do mar.

t Anáfora Palavra de origem


A anáfora consiste na repetição de uma palavra ou de um segmento grega formada de
ana (= repetição) +
do poema no início de muitos versos com o objetivo de destacar uma phora (= que leva
ideia. É, portanto, uma forma especial de repetição, recurso muito usa- ou conduz).
do em textos poéticos.
Veja um exemplo nestes versos de um soneto do poeta português
Luís de Camões (1524-1580), em que a forma verbal é ocorre seguida-
mente no início dos versos.
Amor é um fogo que arde sem se ver;
É ferida que dói e não se sente;
É um contentamento descontente;
É dor que desatina sem doer.

295
t Elipse Essa palavra vem
A elipse consiste na omissão de um termo facilmente identificável do grego élleipsis,
que significa
pelo contexto. “supressão,
Observe, por exemplo, esta frase: eliminação”.

No fim da festa, garrafas e copos espalhados pela sala.

É possível notar que, nessa frase, há a elipse do verbo haver, o que


é facilmente percebido pelo contexto: No fim da festa, havia garrafas e
copos espalhados pela sala.

t Zeugma
Zeugma é um tipo de elipse que consiste na omissão de um ou mais Palavra grega que
termos anteriormente expressos. significa “junção”.

Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
Observe esta frase:

O dia estava frio; o vento, cortante. Atenção

Como se pode notar, foi omitida a forma verbal estava na segunda Note que
oração: O dia estava frio; o vento estava cortante. foi utilizada
uma vírgula
O termo omitido também pode ser um verbo anteriormente citado, para marcar
mas em outra flexão. Por exemplo: o zeugma.
Isso facilita a
O homem estava preocupado; os filhos, alegres. compreensão da
frase.
Na segunda oração, omitiu-se o verbo estar, mas sob a forma esta-
vam (3ª pessoa do plural).

t Silepse
Ocorre silepse quando a concordância de gênero, número ou pessoa Palavra grega que
significa “ação de
é feita com ideias ou termos subentendidos na frase. A silepse pode ser: compreender”.
1. de gênero.

O ministro se dirigiu ao rei e perguntou:


— Vossa Majestade está muito preocupado?

Observe que o adjetivo preocupado está no masculino, concordando


não com o pronome de tratamento Vossa Majestade, que é da forma
feminina, mas com a pessoa a quem se refere esse pronome, que é um
homem (no caso, o rei).

296
2. de número.

A turma ficou apavorada e fugiram.

Na frase acima, o verbo fugir está na 3a pessoa do plural, concordan-


oncordan-
do não com a palavra turma, que está no singular, mas com a ideia de
plural que esse substantivo sugere.
3. de pessoa.

VICENTE MENDONÇA
NDONÇA
Os brasileiros gostamos de futebol.

O sujeito brasileiros levaria normalmente o verbo para a 3a pessoa


do plural (Os brasileiros gostam); nessa frase, porém, a concordância foi
feita com a 1a pessoa do plural (nós), indicando que a pessoa que fala
também se inclui entre os brasileiros.
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.

t Polissíndeto
Palavra de origem
O polissíndeto consiste na repetição de um conectivo, geralmente a grega formada de
conjunção e, sugerindo uma sequência rápida e contínua de ações. poli (= muitos) +
síndeto (= conectivo).

Felizes, os torcedores do time campeão saíram às ruas, e


cantaram, e dançaram, e festejaram até a noite chegar.

t Pleonasmo
O pleonasmo consiste no emprego de palavras redundantes para re- Palavra de origem
grega que significa
forçar a expressão de uma ideia. “superabundância”.

Foi uma cena belíssima e inesquecível. E eu estava lá e vi tudo


com meus próprios olhos.

É claro só podemos ver “com nossos próprios olhos”, mas o emprego


dessa forma redundante ou repetitiva tem como intenção destacar ou
reforçar a ideia que se expressa.

Atenção

Devem ser evitados os pleonasmos chamados viciosos, aqueles que


nada acrescentam à expressão das ideias, tais como subir para cima,
descer para baixo, sair para fora, enfrentar de frente, etc.

297
Exercícios
1 Identifique os pleonasmos presentes nas frases abaixo e explique oralmente
por que eles devem ser evitados.
a) O pessoal saiu para fora e foi ver os fogos de artifício.

b) Ele encarou o adversário de frente e o desafiou.

c) Essa política econômica é aplicada por vários países do mundo.

d) O prefeito inaugurou uma nova escola nesse bairro.

e) Tive uma surpresa inesperada ao vê-la entrar na sala.

f) Eles conseguiram recuar para trás e escaparam da armadilha.

g) Ganhei um brinde gratuito na quermesse da escola.

2 Que tipo de silepse ocorre na tira abaixo? Justifique sua resposta.

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NÍQUEL NÁUSEA FERNANDO GONSALES

FERNANDO GONSALES

3 Identifique e classifique as figuras de construção usadas nas frases abaixo.


a) Ele viveu uma vida tranquila ao lado dos filhos.

b) O dia estava muito quente; a praça, completamente deserta.

c) No quarto do menino, revistas, brinquedos e livros em todos os cantos.

d) Ele olhava a cena com olhos tristes e cansados.

298
e) E a criançada corria, e gritava, e se divertia no parque de diversões.

f) Ele tem vivido uma vida dura, cheia de privações.

g) Esse pessoal é terrível, como falam da vida alheia!

h) Na pequena balsa, quatro homens contra a fúria do mar.

4 É válido afirmar que no poema abaixo temos o uso da anáfora? Justifique


oralmente sua resposta.

Anatomia
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.

É esse meu jeito que não dorme


de andar no travesseiro
que me tropeça.
É esse meu tamanho Mas um dia
Que não cabe eu me encontro
no meu corpo. e vou morar
É esse meu desejo dentro de mim.

VICENTE MENDONÇA
Jorge Miguel Marinho. 3 asas no meu voo mundo afora.
São Paulo: Moderna, 2006. p. 53.

Dica gramatical

Entre mim e você / para mim, para eu


De acordo com a norma culta, a forma correta é entre mim e ti, entre mim e você. Nesses
casos, não se usa “entre eu”, pois depois de uma preposição deve-se usar o pronome oblíquo.
Exemplos: Entre mim e tinão há divergências. / Esse segredo fica entre mim e você.
O mesmo raciocínio vale para as outras preposições. Exemplos: Ninguém está contra mim
nesse caso. / Ele olhou para mim. / Faça isso por mim.
Há um caso, porém, em que se deve usar “para eu”. Isso ocorre quando o pronome é o sujeito
do verbo que vem em seguida. Exemplo: Esse trabalho é para eu fazer.

299
Aprendendo com o dicionário

VICENTE MENDONÇA
Leia o texto a seguir.
O amor e o verbo amar
Fazemos uma grande confusão com o amor. Falamos do amor como
quem fala de um objeto, como se fosse uma coisa só ou como se amar
fosse simples. Dizemos que amamos nossa mãe. Usamos a mesma pa-
lavra para dizer que amamos a natureza, que amamos roupas claras,
que amamos o time do Corinthians — ou do Flamengo ou do Real
Madri (...). Amamos ginástica, amamos cerveja importada e amamos
cozinhar. Amamos nosso trabalho e nossos filhos. Mas confundimos
os amores que sentimos. Ou alguém considerará que amamos do mes-
mo modo nossa mãe, Paris, salada de tomate e a pessoa com quem
nos casamos? Evidente que não! Confundimos nossos amores e neles
tropeçamos a todo instante.

Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
F. Tonnetti & A. Meucci. Amor, existência e morte. Petrópolis, RJ: Vozes, 2013. p. 14.

O verbo amar realmente tem vários sentidos e sinônimos. Observe:

amar verbo 1. Querer muito bem a alguém. 2. Ter muito prazer em fazer ou praticar
alguma coisa. 3. Adorar, ter grande devoção a. 4. Ter muita consideração, honrar,
respeitar. 5. Sentir forte atração amorosa por alguém. 6. Sentir um afeto ou entusiasmo
exagerado por algo ou alguém.

1 Indique o sentido que o verbo amar tem nas frases abaixo.

a) Ele ama a sua cidade, dedica-se a muito a ela. ( )

b) Elas amam dançar. ( )

c) Amo meus pais. ( )

d) Ele é um homem que ama a Deus. ( )

e) As crianças amam brincar nesse parque. ( )

f) Ele ama esse time, torce por ele com fanatismo. ( )

g) Ele ama a arte teatral, quer seguir a carreira de ator. ( )

h) Romeu ama profundamente Julieta. ( )

i) Ele e seus amigos amam surfar. ( )

2 Pesquise num dicionário e escreva no caderno verbetes explicando o signi-


ficado das seguintes palavras: desamor, amoroso, amorável. Faça também
uma frase de exemplo para cada significado.

300
A ortografia em destaque

1 Complete as lacunas das palavras abaixo com uma sílaba. Atenção: em algu-
mas palavras, a vogal dessa sílaba deve ser acentuada.

tpro bio tdescen cia te plificar


tho copo tempre rio tpre diário
taqui ção tado cente tre seamento
tcompreen vel tle timo tsen bilidade
a) Escreva em ordem alfabética as palavras que você acentuou.

b) Justifique oralmente a acentuação dessas palavras. Se necessário, con-


sulte o quadro geral das regras de acentuação gráfica, na última página
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.

deste volume.

2 Escreva o adjetivo corresponde às expressões abaixo. Veja o exemplo:

o que orienta orientador

a) o que perturba:

b) o que se opõe:

c) o que seduz:

d) o que corrompe:

e) o que expõe:

f) o que inspeciona:

g) o que conduz:

h) o que promove:

3 Usando letras do quadro, forme palavras que tenham sempre a letra H, em


qualquer posição. Você pode repetir letras do quadro na formação de uma
palavra.

H
A L E F I O N
R U C P S M

301
Atividades
LO
de reforço
U
ÍT

CA P Atividades
Crase de reforço
10
1 As frases a seguir admitem dupla interpretação. Reescreva-as
deixando claro um dos sentidos possíveis.
a) O pai do Marcelo deixa-o passear na rua com sua bicicleta.

b) Nós todos vimos o incêndio do prédio em frente à escola.

c) Precisa-se de um empregado que durma no serviço.

Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
d) Marta perguntou à irmã se ela teria que ir à escola.

e) A mulher encontrou a menina na porta de sua casa.

f) O diretor disse à professora Célia que faria a reunião em


sua sala.

g) O pai conversou com o filho deitado no sofá.

2 Complete as frases com uma das palavras entre parênteses.

a) Já vários acidentes nessa estrada.


(ocorreu / ocorreram)

b) O avião partiu menos de meia hora.


(a / há)

c) coisas estranhas naquela casa.


(acontecem / acontece)

d) Não haver mais problemas com essa


VICENTE MENDONÇA

máquina. (deve / devem)

e) Essa aluna foi uma das que no teste.


(passou / passaram)

302
f) quase cinco anos que ele se mu-
dou. (fazem / faz)
g) A placa dizia: “ de pedreiros”.
(Precisa-se / Precisam-se)
h) No auditório, caber umas duzen-
tas pessoas. (pode /podem)

3 Complete as lacunas dos períodos com uma conjunção su-


bordinativa adequada ao contexto. Depois, classifique as
orações subordinadas usando este código:

(1) or. sub. adv. final (4) or. sub. adv. condicional

VICENTE MENDONÇA
(2) or. sub. adv. concessiva (5) or. sub. adv. causal
(3) or. sub. adv. temporal (6) or. sub. adv. conformativa

a ) O trabalho melhorou muito ele as-


Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.

sumiu a chefia da seção. ( )

b) saiu tarde de casa, acabou chegan-


do atrasado à escola. ( )

c) Poderei terminar logo a tarefa,


alguém me ajude. ( )

d) Não quero mudar de emprego,


tenha recebido uma boa proposta. ( )

e) Tudo saiu foi planejado. ( )

f) Explique-me seu problema, eu possa


ajudá-lo. ( )

4 Passe para a voz passiva as orações destacadas nos perío-


dos abaixo. Veja o exemplo.

A lei exige que o juiz absolva esse acusado.


A lei exige que esse acusado seja absolvido.

a) Queremos que a prefeitura refaça o asfalto dessa avenida.

b) Gostaria que a professora explicasse novamente o exercício.

c) Peço que todos nós ajudemos essa família.

303
d) As autoridades prometeram que ajudarão as vítimas das
enchentes.

e) A regra diz que o juiz deve expulsar esse jogador.

5 Classifique as orações destacadas a seguir.

a) Espero que esta carta o encontre feliz ao lado de sua


família.

b) O tempo passou tão depressa que mal percebi.

c) Saindo de casa, encontrei o trânsito congestionado.

Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
6 Responda às questões abaixo, considerando as orações do
exercício anterior.

a) A palavra o está presente nas frases (a) e (c). Dê a classe


gramatical a que ela pertence nessas frases.

b) Que funções sintáticas a palavra o exerce nessas frases?

7 Leia este verbete.

amor subst. masc. 1. forte sentimento de afeição entre pessoas.


2. grande interesse por uma coisa ou atividade. 3. ser amado,
pessoa a quem se ama. 4. paixão, intensa atração por alguém.

tIndique o sentido que o substantivo amor tem nas fra-


ses a seguir.
a) Seu amor pela dança se manifestou ainda na infância. ( )

b) Ela tem um grande amor pelos filhos. ( )


c) O amor desses namorados é muito forte, um não vive
sem o outro. ( )
d) Ela é o grande amor da minha vida. ( )
e) Ele estuda e toca piano com muito amor. ( )

304
ULO
ÍT

CA P Crase
Versificação
10
20
Soneto de separação

De repente do riso fez-se o pranto


Silencioso e branco como a bruma
E das bocas unidas fez-se espuma
E das mãos espalmadas fez-se o espanto.

De repente da calma fez-se o vento


Que dos olhos desfez a última chama
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.

E da paixão fez-se o pressentimento


E do momento imóvel fez-se o drama.

De repente, não mais que de repente

ORLANDO PEDROSO
Fez-se de triste o que se fez amante
E de sozinho o que se fez contente.

Fez-se do amigo próximo o distante


Fez-se da vida uma aventura errante
De repente, não mais que de repente.
Vinicius de Moraes. Poesia completa e prosa. Rio de Janeiro:
Nova Aguilar, 1986. p. 226-227.

1 Qual é o tema desse soneto?

2 O soneto está estruturado com base na antítese.

a) Por que o uso dessa figura de linguagem se presta bem ao desenvolvimento


do tema?

b) Além da antítese, que outra figura de linguagem se destaca no soneto?

3 De qual poema você gostou mais: do "Soneto de separação", de Vinicius de


Moraes, ou do poema "Viagem no espelho", de Roseana Murray (página 286)?
Justifique sua escolha.

305
O texto poético
Um poema ou texto poético é composto de versos.
Verso é o nome que se dá a cada uma das linhas do poema.

O verso possui aspectos rítmicos. Leia em voz alta o verso a seguir e


perceba como as sílabas destacadas são mais fortes que as demais.
De repente, não mais que de repente
De - re - pen - te - não - mais - que - de - re - pen
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10

As sílabas marcadas são as mais fortes. São elas que contribuem


para dar ritmo ao verso. Para separarmos as sílabas poéticas de um ver-
so, devemos levar em conta o ritmo das palavras e não a divisão silábica
gramatical. Para estabelecer a métrica, isto é, a medida dos versos, de-

Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
vemos considerar até a última sílaba tônica. Por isso, dizemos que esse
verso de Vinicius de Moraes tem dez sílabas. E, se você contar as sílabas
dos outros versos, verá que todos eles também têm dez sílabas.
Por necessidade de ritmo, muitas vezes os poetas fazem a fusão de vo-
gais no encontro de palavras. É o que ocorre, por exemplo, no verso abaixo:
De repente do riso fez-se o pranto
De - re - pen - te - do - ri - so - fez - se + o - pran
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10

Observe que, na 9ª sílaba, se e o são pronunciados de uma só vez,


formando apenas uma sílaba poética.
Conforme o número de sílabas poéticas que apresenta, o verso rece-
be diferentes nomes. Veja:
1 sílaba — monossílabo
2 sílabas — dissílabo
3 sílabas — trissílabo
4 sílabas — tetrassílabo
5 sílabas — pentassílabo ou redondilha menor
6 sílabas — hexassílabo
7 sílabas — heptassílabo ou redondilha maior
8 sílabas — octossílabo
9 sílabas — eneassílabo
10 sílabas — decassílabo
11 sílabas — hendecassílabo
12 sílabas — dodecassílabo ou alexandrino

306
Leia este curioso poema de Guilherme de Almeida e observe que
cada verso tem uma sílaba a mais que o anterior. Ele começa com um
verso de uma sílaba e termina com um verso de doze sílabas.
Sobre a ambição

de pó
Deus o fez
mas ele, em vez
de se conformar,
quis ser sol, quis ser mar,

ORLANDO PEDROSO
e ser céu... — ser tudo, enfim!
Mas nada pôde! E foi assim
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.

que se pôs a chorar de furor...


Mas — ah! — foi sobre a sua própria dor
que as lágrimas tristes rolaram. E o pó
molhado, ficou sendo lodo — e lodo só!
Guilherme de Almeida. Meus versos mais queridos.
Rio de Janeiro: Ediouro, 1967.

É claro que os poetas não são obrigados a seguir as regras métricas.


Essa é uma escolha deles. Na poesia moderna, principalmente, predo-
minam os versos livres, isto é, aqueles que não têm a mesma métrica.
Aliás, é também comum, entre os poetas modernos, a ausência de pon-
tuação e até mesmo de esquema de rimas, como você pode observar
no poema a seguir. Além disso, muitos costumam apresentar em seus
poemas inovações no aspecto gráfico.

Água que passa


Água que passa Leva-me contigo

Em meu caminho. Para que eu seja:

Água que canta Chuva sobre o mar.

Em minha tarde.
Paulo Bonfim. Poemas escolhidos.
São Paulo: Círculo do Livro, s/d, p. 22.
Água que corre
Em minha dor.

307
Atente para a apresentação gráfica deste poema.

Ego
Eu sou assim
Desse jeito
Do modo que eu quero
Ser
Ou
Não
Ser.
Num dia nem aconteço.
No outro nem sei viver.

STOP!

Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
ORLANDO PEDROSO
Tenho um signo
Os quatro dentes do siso
Um sorriso quase risonho
Uma pinta meio escondida
Um desejo de manhã bem cedo
Um futuro meia-boca
Metade de um segredo.

Vou guardar tudo isso


Lá dentro da minha mochila
É toda a minha bagagem
É meio que a minha ilha.

E depois
Que bobeira essa minha
Ficar parado assim desse jeito
Dando trombada na minha viagem.

Sempre assim
Assim sempre.
A vida inteira voando
Sem asa no voo.

LÁ VOU EU...
Jorge Miguel Marinho. 3 asas no meu voo mundo afora.
São Paulo: Moderna, 2006. p. 38-39.

308
Exercícios
1 Separe as sílabas poéticas dos versos a seguir.

a) “Foi poeta, sonhou e amou na vida” (Álvares de Azevedo)

b) “Minha terra tem palmeiras” (Gonçalves Dias)

c) “Vai-se a primeira pomba despertada” (Raimundo Correia)


Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.

d) “Ouviram do Ipiranga as margens plácidas” (Osório Duque-Estrada)

2 Separe as sílabas poéticas dos versos abaixo e depois assinale a resposta correta.

Seus olhos são negros, tão belos, tão puros,


Assim é que são;
Eu amo esses olhos que falam de amores
Com tanta paixão.
Gonçalves Dias

a) Os versos 1 e 3 têm 11 sílabas; os versos 2 e 4 têm 4 sílabas.

b) Os versos 1 e 3 têm 10 sílabas; os versos 2 e 4 têm 5 sílabas.

c) Os versos 1 e 3 têm 12 sílabas; os versos 2 e 4 têm 4 sílabas.

d) Os versos 1 e 3 têm 11 sílabas; os versos 2 e 4 têm 5 sílabas.

309
t Estrofe e rima
Estrofe é o nome que se dá a cada conjunto ou grupo de versos de
um poema.

De acordo com o número de versos que contêm, as estrofes recebem


os seguintes nomes:

2 versos — dístico 7 versos — sétima


3 versos — terceto 8 versos — oitava
4 versos — quarteto 9 versos — nona
5 versos — quinteto 10 versos — décima
6 versos — sexteto

Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
Rima é a igualdade ou semelhança de sons no fim dos versos de
um poema.

Observe, no soneto abaixo, do poeta Olavo Bilac, o esquema de rimas


ABAB/ABAB/CDC/EDE. As letras repetidas indicam palavras que rimam.

Cheguei. Chegaste. Vinhas fatigada A


E triste, e triste e fatigado eu vinha. B
Tinhas a alma de sonhos povoada, A
E a alma de sonhos povoada eu tinha... B

ORLANDO PEDROSO
E paramos de súbito na estrada A
Da vida: longos anos, presa à minha B
A tua mão, a vista deslumbrada A
Tive da luz que teu olhar continha. B

Hoje, segues de novo... Na partida C


Nem o pranto os teus olhos umedece, D
Nem te comove a dor da despedida. C

E eu, solitário, volto a face, e tremo, E


Vendo o teu vulto que desaparece D
Na extrema curva do caminho extremo. E
Olavo Bilac. Nel mezzo del camin... Poesia. Rio de Janeiro: Agir, 1968. p. 54.

310
Mesmo um poema de forma fixa, como o soneto, pode ser composto
de versos sem esquema de rimas. Veja um exemplo:

Soneto
Não virá mais. É tarde. A noite envolve
As ruas, a cidade, e o meu quarto.
Não virá mais. É tarde. E é tão longe
Onde estou! No entanto, espero.
Um ou outro passante indiferente,
Como não esperar, se é tudo triste?
O tédio da longa noite solitária...
Se tudo é escuro e tão vazio assim?
Tudo diz que não vem. Esta mágoa
Como não esperar, se o silêncio é tão grande?
Tudo diz que não vem: a quietude da rua, Que se apossou de mim é sem remédio.
Não virá mais. No entanto, espero. Espero,
Triste de mim, nem sei por quem.
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.

Augusto F. Schmidt. Sonetos.


Rio de Janeiro: Rio Gráfica e Editora, 1965. p. 15.

Exercícios
1 Leia o poema a seguir.

Canção do tamoio
“Não chores, meu filho;
Não chores, que a vida

ILUSTRAÇÕES: ORLANDO PEDROSO


É luta renhida:
Viver é lutar.
A vida é combate,
Que os fracos abate,
Que os fortes, os bravos
Só pode exaltar.”

Gonçalves Dias. Antologia. São Paulo: Melhoramentos, 1966. p. 171. (Fragmento).


a) Indique o esquema de rimas dessa estrofe.

b) Indique o número de sílabas de cada verso e quais são as sílabas mais for-
tes, que marcam o ritmo.

311
ULO
ÍT

CA P
Atividades de reforço:
Crase
10 revisão

As atividades apresentadas neste capítulo fazem uma revisão


geral da matéria estudada neste volume.

1 Dê a classe gramatical das palavras destacadas nas frases a


seguir usando este código:

(1) artigo definido (4) adjetivo (7) advérbio


(2) artigo indefinido (5) numeral (8) pronome
(3) substantivo (6) preposição (9) conjunção

Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
a) Fizemos um breve passeio por mar até essa ilha. ( )
( )( )( )( )

b) As paisagens que vimos eram muito bonitas. ( )( )


( )( )

c) Passamos meio dia na praia e encontramos vários amigos.


( )( )( )( )

d) Acho que todos se divertiram bastante. Foi um dia ines-


quecível. ( )( )( )( )( )( )

2 Classifique as orações destacadas a seguir.

a) O tempo passou tão depressa que mal percebi.

b) Parece que o tempo voou.

c) Essas fotos me lembram os momentos felizes que vivemos.


ORLANDO PEDROSO

312
d) Pensando em você, relembro nossas férias.

ORLANDO PEDROSO
e) A banda começou a tocar para animar o pessoal.

3 Indique a função sintática dos termos destacados nas ora-


ções abaixo. Depois, classifique as orações e o predicado
de cada uma.

a) Guarde tudo no armário e tranque bem as portas.

ttudo: tbem:
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.

tno armário: tportas:

b) Não fique tão preocupado com o exame, ele não será


difícil.

tnão: tcom o exame:


tpreocupado: tdifícil:

c) Tenho certeza de que meu primo, gerente da loja, está


precisando de sua ajuda.

tmeu: tgerente da loja:


tprimo: tde sua ajuda:

313
4 Indique o processo de formação das palavras abaixo.

a) mudança:

b) envenenar:

c) (o) encanto:

d) reescrever:

e) bombom:

f) pernalta:

5 Complete as lacunas das frases com as preposições ade-


quadas.

a) Você confia todas essas pessoas ou

só algumas delas?

Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
b) Ela só pensa si mesma, não se

preocupa mais ninguém.

c) Quem é o aluno quem você estava


discutindo?

d) Temos que ter respeito todos os


colegas.

e) Compre o remédio que ela está


precisando.

6 Leia a tirinha e responda oralmente às questões.


O MELHOR DE CALVIN BILL WATTERSON

© 1995 WATTERSON/DIST. BY UNIVERSAL UCLICK

a) A palavra brecha foi usada no sentido denotativo ou co-


notativo?

b) Como se produz o efeito de humor da tirinha? Por que o


menino viu uma brecha na prova e ficou feliz?

314
Testeseus
Teste seusconhecimentos
conhecimentosIV
II

Apresentamos, a seguir, alguns testes para você verificar se entendeu bem a


matéria estudada neste livro. Depois de assinalar as respostas a todas as ques-
tões, vá até o gabarito, no rodapé da página 318, e confira quantas você acertou.

1 Assinale o item que não indica corretamente o processo de formação da


palavra.
a) sabedoria – sufixação b) passatempo – sufixação
c) antipoluição – prefixação d) outrora – aglutinação

2 Assinale a frase em que a palavra que não é um pronome relativo.

a) Leia o texto que ele indicou.


b) Explique o problema que o aflige.
c) Sente-se que precisamos conversar.
d) Execute o plano que combinamos.

3 Assinale a frase em que a palavra se não é um pronome apassivador.

a) Na mudança, perderam-se alguns documentos.


b) Vê-se quase todo o jardim por esta janela.
c) Estabeleceu-se um acordo entre os grupos.
d) Ela é orgulhosa e se considera perfeita.

4 Só duas frases abaixo devem ser completadas com há. Quais?

a) O jogo começou dois minutos.


b) Vamos sala da diretora.
c) Falei com ele poucos instantes.
d) Eu encontrei dois meses atrás.

5 Assinale a ideia expressa pela oração reduzida neste período: “Insistindo


nesse projeto, ele terá prejuízo.”

a) finalidade c) condição

b) tempo d) causa

315
6 “É claro que o surfe é um esporte divertido e agradável.” Nesse período te-
mos uma oração subordinada:

a) adverbial temporal

b) substantiva subjetiva

c) substantiva objetiva direta

d) adverbial consecutiva

7 Assinale a única oração em que o pronome relativo não exerce a função de


sujeito.

a) Chegaram os surfistas que vão participar da competição.

b) Esses são os juízes que observarão os surfistas.

c) O público que veio ver a competição lotou a praia.

d) As pessoas que vimos eram turistas.

8 “O rapaz hesitou, mas acabou comprando o livro que todo mundo estava co-
mentando na escola.” Assinale a única afirmativa incorreta sobre esse período.

a) É um período composto de três orações.

b) Nesse período há uma oração coordenada sindética.

c) Nesse período há uma oração subordinada.

d) É um período composto por subordinação.

9 Assinale o item que preenche corretamente as lacunas da frase: “Ela chegou


cedo repartição e pôs-se conversar com amiga durante
muito tempo.”

a) à – a – a c) à – à – a

b) a – à – a d) a – a – a

10 Assinale as duas únicas palavras que foram formadas pelo processo da


prefixação.

a) inconstante

b) mentiroso

c) desleal

d) teatral

316
11 Assinale o único item em que as duas palavras devem ser acentuadas.

a) caracois – jiboia c) egoismo – saudavel

b) enjoo – portatil d) pasteis – ritmo

12 “Não entendo ele não quis ir à festa. Você sabe ?” Assinale o


item que preenche corretamente as lacunas dessa frase.

a) porque – porquê c) por quê – por que

b) por que – por quê d) porque – por quê

13 A tira abaixo brinca com uma figura de linguagem. Qual?


NÍQUEL NÁUSEA FERNANDO GONSALES

FERNANDO GONSALES
a) polissíndeto c) metáfora

b) metonímia d) eufemismo

14 Que figura de construção podemos reconhecer na frase “O templo era impo-


nente; as colunas, altíssimas”?

a) pleonasmo c) polissíndeto

b) silepse de número d) zeugma

15 “Estou certo de que ninguém ouviu minha reclamação.” Nesse período temos
uma oração subordinada:

a) substantiva completiva nominal

b) adverbial consecutiva

c) substantiva objetiva direta

d) adverbial condicional

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16 Todas as frases abaixo devem ser completadas com a preposição com,
menos uma. Qual?

a) Ela é a pessoa quem vou viajar.

b) Ela é a pessoa quem discordo.

c) Ela é a pessoa quem costumo conversar.

d) Ela é a pessoa quem vou sair amanhã.

17 Todas as orações destacadas abaixo são coordenadas sindéticas, menos uma.


Assinale-a.

a) Faça logo o embrulho que a moça está esperando.

b) Tentei chegar na hora, mas não consegui.

c) Podemos acabar a tarefa, desde que você ajude.

d) Ele não veio à reunião, nem explicou o motivo.

18 “Triste época a nossa em que é mais fácil desintegrar o átomo que um pre-
conceito.” (Albert Einstein). Assinale o item que classifica corretamente as
duas ocorrências da palavra que nessa frase.

a) pronome relativo – conjunção subord. causal

b) conjunção subord. comparativa – conjunção subord. temporal

c) pronome relativo – conjunção subord. comparativa

d) conjunção subord. temporal – pronome relativo

19 “De tudo ao meu amor serei atento.” Indique o número de sílabas poéticas
desse verso de Vinicius de Moraes:

a) sete b) doze c) dez d) oito

20 Apenas duas das orações destacadas abaixo são orações sem sujeito.
Assinale-as.

a) Quando escurece, muitos animais saem para caçar.

b) Quando cai a noite, as pombas voltam aos ninhos.

c) Quando esfria muito, meu gato dorme o dia todo.

d) Quando aparece o sol, a praia fica lotada.


b; 13. c; 14. d; 15. a; 16. b (a preposição correta é de); 17. c (a oração é sub. adv. condicional); 18. c; 19. c; 20. a, c.
direto); 8. d (composto por coordenação e subordinação); 9. a; 10. a, c; 11. c (palavras que devem ser acentuadas: caracóis, portátil, pastéis); 12.
318 1. b (o certo é justaposição); 2. c (conjunção coordenativa explicativa); 3. d (pronome pessoal reflexivo); 4. a, c (b: à; d: a); 5. c; 6. b ; 7. d (objeto
ULO
ÍT
Quadro geral das regras
CA P Crase
10 de acentuação

1 Palavras proparoxítonas — acentuam-se todas as palavras


proparoxítonas: máquina, trágico, método, relâmpago.

2 Palavras oxítonas — acentuam-se as oxítonas terminadas em:


a(s) – Paraná, sofás o(s) – paletó, avô, avós
e(s) – você, jacaré, cafés em, ens – ninguém, armazéns
ditongo aberto (éis, éu, éus, ói, óis) – pastéis, troféu, troféus,
herói, heróis

3 Palavras paroxítonas
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.

Atenção
a) Acentuam-se as paroxítonas terminadas em:
As paroxítonas
ão(s), ã(s) – órfão, n – pólen
terminadas em n
órfãos, órfã, órfãs r – cadáver são acentuadas
ei, eis – jóquei, vôlei, us – vírus (por exemplo:
fáceis hífen), mas as
um, uns – álbum, álbuns
i, is – júri, lápis que terminam
x – tórax em ens não são
l – fácil
acentuadas (por
b) Acentuam-se as paroxítonas terminadas em ditongos exemplo: hifens,
crescentes, também chamadas proparoxítonas aparentes: jovens).
ea(s) – várzea eo(s) – óleo ia(s) – férias
ie(s) – cárie io(s) – início oa(s) – mágoa Atenção
ua(s) – régua ue(s) – tênue uo(s) – ingênuo
Não se
4 Palavras monossílabas — acentuam-se as monossílabas tô- acentua o i
nicas terminadas em: tônico dos
a(s) – lá, cá e(s) – pé, mês o(s) – pó, nós hiatos se ele
for seguido de
ditongo aberto – céu, réu, dói (verbo doer)
nh (moinho,
5 Hiatos — Acentuam-se o i e o u tônicos quando formam hia- rainha), e não
to com a vogal anterior, desde que estejam sozinhos na sí- se acentua o u
laba ou acompanhados da letra s. Eles podem vir no interior tônico se antes
ou no final da palavra. dele houver um
Exemplos: saída, egoísmo, saúde, Jundiaí, Jaú. ditongo (feiura).

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R...
POTU...
Gramática
Fundamental
Douglas Tufano
9 GUÊS...
Esta coleção foi feita com o objetivo de ajudar você a entender e a
fixar os conceitos de gramática que fazem parte do conteúdo do En-
sino Fundamental II. Escolhemos para ela textos instigantes e tiras
divertidas a fim de tornar as atividades mais atraentes. Você vai ler
trechos de crônicas, poemas, textos informativos sobre uma grande

6 variedade de temas, piadas e muito mais.

Nesta 3ª edição, você vai encontrar novas seções:


• Atividades de reforço — Seção que tem como objetivo ajudar você
a rever os conceitos estudados não só nos capítulos anteriores,
mas também nos volumes anteriores.
• Teste seus conhecimentos — Seção que oferece a possibilida-

7 de de você estudar sozinho e realizar uma autoavaliação, pois as


respostas estão disponíveis no próprio livro. As questões são
apresentadas na forma de testes.
• A ortografia em destaque — Presente em todos os capítulos, essa
seção apresenta atividades sobre questões ortográficas e enri-
quecimento de vocabulário. Você pode realizá-las individualmen-
te, em grupos e até aproveitá-las como um jogo para se divertir
com os outros colegas.

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Todos os livros são acompanhados do Tira-dúvidas
de conjugação verbal que:
• apresenta modelos de conjugação dos verbos;
• oferece um apêndice no final com a nova
ortografia de forma descomplicada.

ISBN: 978-85-16-10632-4

9 788516 106324

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