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Apostila Contabilidade de Custos
Apostila Contabilidade de Custos
Brasília-DF, 2010.
Elaboração:
Produção:
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Sumário
Apresentação........................................................................................................................................ 4
Organização do Caderno de Estudos e Pesquisa ................................................................................ 5
Organização da Disciplina ................................................................................................................... 6
Introdução ............................................................................................................................................ 8
Unidade I – Fundamentos da Contabilidade de Custos ...................................................................... 9
Capítulo 1 – Conceitos de Contabilidade de Custos....................................................................... 9
Capítulo 2 – Terminologia ............................................................................................................ 11
Capítulo 3 – Elementos do Custo. ................................................................................................. 14
Capítulo 4 – Classificação dos Custos .......................................................................................... 21
Unidade II – Rateio de Custos ............................................................................................................. 31
Capítulo 5 – Conceituação ........................................................................................................... 31
Capítulo 6 – Rateio de Departamentalização................................................................................. 33
Unidade III – Custeio por Absorção .................................................................................................... 55
Capítulo 7 – Conceituação e Funcionamento................................................................................. 55
Unidade IV – Sistemas de Produção ................................................................................................... 67
Capítulo 8 – Tipos de Sistemas de Produção ................................................................................ 67
Capítulo 9 – Produção Equivalente ............................................................................................... 69
Capítulo 10 – Produção Conjunta ................................................................................................. 82
Unidade V – Custeio Direto ou Variável ............................................................................................. 89
Capítulo 11 – Conceituação e Demonstração do Resultado ........................................................... 89
Capítulo 12 – Custeio Direto – Análise das Relações entre Custos/Volume e Lucro ....................... 92
Unidade VI – Custeio Padrão ............................................................................................................... 101
Capítulo 13 – Conceituação e Tipos ............................................................................................. 101
Capítulo 14 – Controle do Padrão Relativo aos Materiais Diretos.................................................. 103
Capítulo 15 – Controle do Padrão Relativo à Mão de Obra Direta.................................................. 107
Capítulo 16 – Controle do Padrão Relativo aos Custos Indiretos de Fabricação ............................. 111
Capítulo 17 – Contabilização e Apresentação do CPV ................................................................... 125
Pós-Graduação a Distância
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Apresentação
Caro aluno,
Este é o nosso Caderno de Estudos e Pesquisa, material elaborado com o objetivo de contribuir para a realização e o
desenvolvimento de seus estudos, assim como para a ampliação de seus conhecimentos.
Para que você se informe sobre o conteúdo a ser estudado nas próximas semanas, conheça os objetivos da disciplina, a
organização dos temas e o número aproximado de horas de estudo que devem ser dedicadas a cada unidade.
A carga horária desta disciplina é de 40 (quarenta) horas, cabendo a você administrar o tempo conforme a sua
disponibilidade. Mas, lembre-se, há uma data-limite para a conclusão do curso, incluindo a apresentação ao seu tutor
das atividades avaliativas indicadas.
Os conteúdos foram organizados em unidades de estudo, subdivididas em capítulos, de forma didática, objetiva e coerente.
Eles serão abordados por meio de textos básicos, com questões para reflexão, que farão parte das atividades avaliativas do
curso; serão indicadas, também, fontes de consulta para aprofundar os estudos com leituras e pesquisas complementares.
Desejamos a você um trabalho proveitoso sobre os temas abordados nesta disciplina. Lembre-se de que, apesar de
distantes, podemos estar muito próximos.
A Coordenação
Contabilidade de Custos
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Organização do Caderno de Estudos e Pesquisa
Introdução: Contextualização do estudo a ser desenvolvido por você na disciplina, indicando a importância desta para
sua formação acadêmica.
Provocação: Pensamentos inseridos no material didático para provocar a reflexão sobre sua prática e
seus sentimentos ao desenvolver os estudos em cada disciplina.
Para refletir: Questões inseridas durante o estudo da disciplina para estimulá-lo a pensar a respeito do
assunto proposto. Registre sua visão sem se preocupar com o conteúdo do texto. O importante é verificar
seus conhecimentos, suas experiências e seus sentimentos. É fundamental que você reflita sobre as
questões propostas. Elas são o ponto de partida de nosso trabalho.
Textos para leitura complementar: Novos textos, trechos de textos referenciais, conceitos de
dicionários, exemplos e sugestões, para lhe apresentar novas visões sobre o tema abordado no texto básico.
Sintetizando e enriquecendo nossas informações: Espaço para você fazer uma síntese dos textos
e enriquecê-los com sua contribuição pessoal.
Praticando: Atividades sugeridas, no decorrer das leituras, com o objetivo pedagógico de fortalecer o
processo de aprendizagem.
Pós-Graduação a Distância
Para (não) finalizar: Texto, ao final do Caderno, com a intenção de instigá-lo a prosseguir com a reflexão.
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Organização da Disciplina
Ementa:
Fundamentos da Contabilidade de Custos. Terminologia e Classificação em Custos. Custo de Transformação. Registro
de Operações e Custos com Materiais. Registro de Operações e Custo com Mão de Obra. Registro de Operações e
Custos Indiretos de Fabricação.
Objetivos:
• Conhecer os fundamentos e a terminologia da Contabilidade de Custos.
• Conceituar rateio.
• Conhecer o controle do padrão relativo aos materiais diretos, mão-de-obra direta e custos indiretos de
fabricação.
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Organização da Disciplina
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Introdução
CONTABILIDADE DE CUSTOS
A Contabilidade de Custos recebeu
seu maior impulso com a Revolução
Industrial, a ponto de gerar um novo
campo de aplicação conhecido como
Contabilidade Industrial, passando a
ter o seu foco principal nas diferentes
técnicas de custeio.
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Nossa disciplina se propõe a levantar tópicos importantes sobre a Contabilidade de Custos, conforme distribuição didática
abaixo.
Portanto, gostaria que expressar que estou muito feliz por tê-los como meus alunos e de afirmar que quero ser, em
primeiro lugar, amigo e companheiro de cada um de vocês. Ficarei feliz com o conhecimento e o sucesso alcançados.
Na minha disciplina, gostaria que todos fossem vitoriosos, concluindo-a com louvor. Para tanto, vamos começar a trabalhar
juntos. Escrevam-me e estarei respondendo logo em seguida, para que não percam tempo na resolução das tarefas.
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Unidade I
Fundamentos da Contabilidade
de Custos
Contabilidade geral
A contabilidade geral ou financeira possui dois objetivos:
O sistema contábil é o mais completo em informações acerca do patrimônio, em qualquer organização (azienda), utilizado
para:
A Contabilidade surgiu para dar suporte à atividade comercial, que, na época das grandes navegações, ganhava dimensões
nunca antes vistas, em que as preocupações estavam voltadas para o controle do estoque de mercadorias.
Por sua relevância no patrimônio e sua relação com a atividade fim da empresa, a avaliação dos estoques desempenhava
um papel fundamental na apuração do resultado das empresas, o que ainda hoje ocorre com empresas comerciais.
Contabilidade de custos
Com a Revolução Industrial, os estoques, que eram basicamente formados por mercadorias para revenda, sofreram
uma drástica transformação: passaram a ser compostos por vários tipos de material (matérias-primas e produtos em
elaboração). Saliente-se que, além dos materiais, compunham (patrimonialmente) os estoques os valores da manipulação
Pós-Graduação a Distância
industrial (mão de obra e outros custos), que integravam o valor dos produtos acabados para venda, sendo necessário
definir novos métodos para apurar o valor dos estoques.
A solução adotada para apurar o valor dos estoques e, consequentemente, o custo dos produtos vendidos – CPV na
empresa industrial, apesar da complexidade do problema, foi similar à utilizada na contabilidade geral: avaliar os estoques
inicial e final de produtos acabados e em elaboração e substituir o valor das compras pelos gastos efetuados na produção,
que englobam compras de matéria-prima, gastos com mão de obra e outros custos de fabricação.
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Fundamentos da Contabilidade de Custos Unidade I
Conceitua-se a contabilidade de custos como a técnica destinada a identificar, mensurar e registrar os Custos dos Produtos
Vendidos (consequentemente, valorizando os estoques), sendo utilizada tanto para controle quanto como instrumento
de tomada de decisões.
Contabilidade gerencial
A contabilidade gerencial tem por objetivo fornecer informações extraídas dos dados contábeis que ajudem os
administradores das empresas no processo de tomada de decisões.
• Verificar se a capacidade de produção da fábrica é insuficiente para atender a todos os pedidos dos clientes,
determinar qual produto ou linha de produtos deve ser cortado.
• Decidir aceitar ou não um pedido de compra do exterior, a um preço inferior ao de venda no mercado interno.
A contabilidade gerencial, que não se restringe aos princípios contábeis, sendo dirigida ao público interno, vale, também, de
outros campos do conhecimento tais como: estatística, administração financeira e de produção, análise das demonstrações
financeiras etc.).
A contabilidade de custos, cuja função inicial era fornecer elementos para avaliação dos estoques e apuração do resultado
de empresas industriais, passou a auxiliar a contabilidade gerencial, especificamente em duas funções.
• Auxílio ao controle.
• Tomada de decisões.
O auxílio que a contabilidade de custos pode prestar ao controle desejado pela contabilidade gerencial consiste em
fornecer informações para:
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Fundamentos da Contabilidade de Custos Unidade I
Capítulo 2 – Terminologia
Gasto
Gasto é a renúncia de um ativo pela empresa (normalmente entrega de dinheiro, podendo, também, ser a promessa
de entrega de bens ou direitos), com a finalidade de obtenção de um bem ou de um serviço. O gasto se concretiza
quando os bens são adquiridos ou os serviços recebidos. O gasto normalmente implica desembolso, entrega de dinheiro,
embora este possa estar diferido no tempo em relação ao gasto, no caso de promessa de entrega ou de pagamento
adiantado.
Exemplos de gastos:
Investimento
Investimento é o gasto com bem ou serviço ativado em função de sua vida útil ou de benefícios atribuíveis a períodos
futuros.
Exemplos de investimenots.
• Aquisição de matéria-prima.
• Aquisição de imóveis.
Pós-Graduação a Distância
• Despesas pré-operacionais.
O investimento, portanto, corresponde ao desembolso que tem, em contrapartida, a aquisição de ativo a ser utilizado
pela empresa.
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Fundamentos da Contabilidade de Custos Unidade I
Custo
Custo é o gasto relativo a um bem ou a um serviço utilizado na produção de outros bens e serviços, desde que relativos
à atividade de produção.
Assim, custo pode ser entendido como o consumo de recurso na produção de bens e serviços.
Custo, portanto, é a perda de um ativo, de que a empresa abre mão, que tem como contrapartida a obtenção de um outro
ativo pela empresa, tudo isso no processo de produção.
A matéria-prima adquirida pela indústria, enquanto não utilizada no processo produtivo, representará um
investimento e estará registrada numa conta de ATIVO CIRCULANTE (Estoque). No momento da requisição
para o processo produtivo, sua baixa será considerada um custo, pois deixará de existir matéria-prima no
patrimônio da empresa e passará a existir produto em elaboração.
Despesa
O termo despesa pode ser encarado tanto no sentido restrito como no sentido amplo.
Despesa, em sentido restrito, é o gasto com bens e serviços não utilizados nas atividades produtivas e consumidos com
a finalidade de obtenção de receitas. Despesa, em sentido amplo, é qualquer renúncia patrimonial com a finalidade de
obtenção de receitas.
Desta forma, há uma superposição do conceito de despesa (em sentido amplo) com o conceito de custo, visto que a
Contabilidade de Custos
conta Custo dos Produtos Vendidos está na Demonstração dos Resultados do Exercício. Porém, em sentido estrito, as
despesas são consideradas somente aquelas não relacionadas com a atividade de produção, como, por exemplo, comissão
de vendedores, propaganda, aluguel de escritórios da administração etc.
• a matéria-prima que, no momento de sua compra, representava um investimento, passa a ser considerada
custo no momento de sua utilização na produção e torna-se despesa, em sentido amplo, quando o produto
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Fundamentos da Contabilidade de Custos Unidade I
fabricado é vendido. Entretanto a matéria-prima incorporada nos produtos acabados, em estoque, pelo fato
destes estarem ativados, voltam a ser um investimento.
PROCESSO PRODUTIVO
AQUISIÇÃO DE MP UTILIZAÇÃO NO PROCESSO PRODUÇÃO DE PRODUTO VENDA DO PRODUTO
gasto => investimento investimento => custo custo => investimento investimento => despesa
• os encargos financeiros incorridos, por estarem fora do processo produtivo, mesmo quando decorrentes da
aquisição de insumos para a produção, são sempre considerados despesas.
Perda
A perda é um gasto não intencional:
• decorrente de fatores externos/fortuitos: a perda é considerada uma despesa, em sentido estrito, e é lançada
diretamente contra o resultado do exercício, caracterizando despesa em sentido restrito, por não estar
relacionada com a atividade industrial/produtiva;
• Ex.: Uma indústria que tivesse por objeto a fabricação de latas de cerveja e que, para isso, utilizasse folhas de
flandres (metal que é utilizado para a parte superior do vasilhame, visto que o restante é feito de alumínio).
• decorrente da atividade produtiva normal da empresa: ela integra o custo de produção do período, por estar
relacionada com a atividade industrial/produtiva.
• Ex.: É aquele em que há contratação de um empregado sem prática que venha a inutilizar, por erro de
manipulação, uma quantidade de dez folhas de flandres. Nessa situação, não se fala em custo da produção,
já que a perda não era necessária à produção de uma latinha de cerveja sequer, sendo lançada diretamente
como despesa.
Desembolso
Equivale ao pagamento resultante de aquisição de um bem ou serviço, podendo ser concomitante ao gasto ou não.
Produção contínua
Quando o processo de produção é contínuo, a matéria-prima segue por vários processos de fabricação. Os custos se
acumulam enquanto dura a elaboração, ocorrendo a transferência de produtos para a conta à medida que são concluídos.
É o sistema que se vê na produção em série.
Pós-Graduação a Distância
Produção conjunta
Quando do processamento de uma única matéria-prima derivam vários produtos. Por exemplo: do processamento da carne
bovina resultam picanha, filé, toucinho, maminha etc.
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Fundamentos da Contabilidade de Custos Unidade I
Os custos de fabricação de produtos, também denominados custos de produção, são aqueles necessários à elaboração
do produto final desejado e podem ser classificados em:
• materiais diretos;
Mão de Obra
Conceitos iniciais
A mão de obra, classificada em direta e indireta, é o valor do trabalho humano na produção de bens ou serviços.
A mão de obra consiste em recursos econômicos consumidos sob a forma de trabalho humano na produção de bens,
sendo que:
• no caso de mão de obra direta, os recursos consumidos devem estar diretamente identificados e mensurados
no produto final; e
• no caso de mão de obra indireta, os recursos consumidos não estão diretamente identificados e mensurados
no produto final, sendo necessário um critério de rateio desses recursos entre os bens produzidos.
Por folha de pagamento entendemos o procedimento de levantamento dos gastos mensais com pessoal, que incluem
salários e encargos.
O gasto com folha de pagamento corresponde, via de regra, a despesas (encargos suportados pela empresa).
Entretanto, quando se trata de mão de obra utilizada na linha de produção, seu valor não é diretamente registrado como
despesa, mas é incorporado ao custo do produto que está sendo fabricado.
Contabilidade de Custos
A questão que se coloca é a de se identificar o quanto da folha de pagamento é absorvida por cada produto fabricado.
Isso demanda identificar o custo de cada trabalhador da linha de produção, verificar o quanto ele trabalhou efetivamente
na fabricação do produto e apropriar o respectivo valor.
A legislação trabalhista brasileira garante um pagamento de, no mínimo, 220 horas de trabalho ao mês, ou seja, o contrato
de trabalho acaba por produzir um custo fixo mensal por operário.
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Fundamentos da Contabilidade de Custos Unidade I
Nesse caso, a folha de pagamento é um gasto fixo, quando não excede 220 horas, pois todo mês se repete. Mas isso não
implica que a mão de obra direta também o seja, pois só pode ser considerada como mão de obra direta a parte relativa
ao tempo realmente utilizado no processo de produção – e de forma direta.
O tempo que um operário deixa de trabalhar impacta o custo de todas as linhas de produtos fabricadas na indústria e
não somente aquela em que o operário estaria ordinariamente trabalhando.
Se, por exemplo, houver ociosidade, por razões como falta de material, de energia etc., dentro de limites normais, esse
tempo não utilizado será transformado em custo indireto (mão de obra indireta) para rateio.
Se, por outro lado, esse tempo ocioso ocorrer de forma anormal e o valor envolvido for relevante, os respectivos valores
deverão ser transferidos para perda do período, como no caso de uma greve, em que o valor dos salários, eventualmente
pagos, não está ligado à linha de produção – sendo despesa.
A apuração do custo com mão de obra só é possível depois de equacionados dois problemas:
Para resolver o primeiro problema, é utilizado um relatório específico, denominado Apontamento da produção, que registra
como foi aproveitado o tempo que o empregado ficou à disposição da empresa e inclui as seguintes informações:
• identificação do empregado;
• identificação do trabalho por ele executado, indicando o(s) produto(s) a ele relacionado(s);
• envolvido na produção:
– dedicado a atividades não relacionadas diretamente com a produção, mas necessárias a ela: outros custos
indiretos de fabricação;
Pós-Graduação a Distância
No Brasil, os encargos sociais são de grande magnitude, em relação ao salário, sendo necessária sua inclusão no custo
horário da mão de obra direta, como: descanso semanal remunerado, férias, 13º salário, licenças etc.
A maneira mais fácil de calcular o valor da mão de obra direta seria verificar o gasto total que cabe à empresa por
ano e dividir esse valor pelo número de horas de trabalho em que o empregado efetivamente se encontra à disposição,
alcançando o valor médio da hora de trabalho do empregado.
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Fundamentos da Contabilidade de Custos Unidade I
SUBTOTAL 29.687,50
CONTRIBUIÇÕES %
SUBTOTAL 8.312,50
TOTAL 38.000,00
275
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Fundamentos da Contabilidade de Custos Unidade I
De acordo com os dados apresentados, o descanso semanal e as férias não são tempos não dedicados à produção,
sendo um ônus necessário à contratação de um empregado. Portanto, têm o efeito de uma majoração do custo da hora
do empregado. Saliente-se que diferente é a situação de uma parada por quebra de equipamento ou falta de material ou
energia, pois, nessas situações, o empregado poderia estar sendo utilizado. Assim, o custo horário do empregado não é
majorado, mas as horas paradas são consideradas como perda (ou CIF).
Repare, ainda, que outros encargos, INSS patronal, FGTS e 13º, suportados pela empresa também causam impacto no
custo horário do empregado, no sentido de sua majoração.
O INSS, a cargo do empregado, e o IRRF não têm qualquer influência no custo horário do empregado, pois são valores
que não são suportados pela empresa, mas pelo empregado.
• ausências por falta de energia, material ou acidentes podem ser classificadas como:
– CIF, se normais;
– perdas se anormais.
Portanto, a MOD consiste em gasto cujo valor é passível de apropriação ao produto, sem necessidade de qualquer custeio.
Exemplos:
• Um operário que faz operações em apenas um tipo de produto, entre os vários fabricados pela indústria. O
gasto relativo às horas de trabalho desse operário deve ser classificado como mão de obra direta,
• Um operário que faz operações em mais de um tipo de produto, entre os vários fabricados pela indústria, porém
trabalha, em separado, um produto de cada vez. O gasto relativo às horas de trabalho desse operário também
deve ser classificado como mão de obra direta, pois é possível identificar perfeitamente o número de horas
trabalhadas por este operário em cada produto.
São classificados como Mão de Obra Indireta (MOI), os gastos relativos ao pessoal da produção que NECESSITAM DE
Pós-Graduação a Distância
Exemplo:
• Um supervisor responsável pelo trabalho de vinte operários, que trabalham em quatro máquinas (cinco operários
por máquina), sendo que cada máquina é utilizada para confecção de um produto diferente. O salário e os
encargos deste supervisor devem ser classificados como MOI, pois inexiste forma objetiva de apropriação do
custo a qualquer um dos produtos, devendo ser usado algum critério subjetivo para esta alocação (rateio).
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Fundamentos da Contabilidade de Custos Unidade I
São, também, exemplos de MOI: os gastos com pessoal e limpeza da fábrica e os gastos com pessoal de manutenção
de máquinas.
Repare que esse pessoal não trabalha diretamente na elaboração de um produto, mas presta um serviço necessário à
confecção de todos os produtos fabricados pela indústria, sendo o custo dos salários e dos encargos) deste pessoal
classificado como MOI, pois inexiste forma objetiva de apropriação do custo a qualquer um dos produtos, devendo ser
usado algum critério subjetivo para esta alocação (rateio).
Tempo ocioso
O tempo ocioso de um operário, mesmo que ele trabalhe apenas em operações relativas a um produto, deve ser classificado
como MOI e não como MOD, porque os gastos relativos a esse tempo, não colaborando para diretamente para qualquer
produto, são gastos alocáveis na fabricação de todos os demais produtos.
Exemplo:
• um operário que faz operações em apenas um tipo de produto. O gasto relativo às horas de trabalho desse
operário deveria ser classificado como mão de obra direta. Entretanto, considere que esse operário esteja
ocioso por conta de manutenção preventiva no equipamento que ele utiliza. Nesse caso, o gasto deve ser
classificado como mão de obra indireta, pois não poderá ser alocado ao produto, devendo ser rateado, segundo
algum critério subjetivo, por todos os produtos fabricados pela indústria.
Materiais diretos
Materiais são elementos corpóreos e com valor patrimonial. Com relação ao processo produtivo, os materiais classificam-
se em materiais diretos e materiais indiretos:
• materiais diretos são aqueles que podem ser diretamente e objetivamente alocados ao um produto;
• materiais indiretos são aqueles que, para alocação a um produto, deve ser realizado um rateio de seu valor.
Há dois problemas principais em contabilidade de custos com relação aos materiais diretos:
Custo de aquisição
O custo de aquisição compreende todos os gastos efetivamente incorridos para colocação dos materiais em condição de
uso, deduzidos os valores que podem ser recuperados.
• valor de aquisição dos materiais, inclusive impostos sobre vendas quando não recuperáveis;
• descontos incondicionais;
• abatimentos;
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Fundamentos da Contabilidade de Custos Unidade I
• devoluções;
Avaliação do estoque
Se o material direto tiver sido adquirido com um fim específico de fabricação de uma ordem de produção ou encomenda, não
haverá dúvidas no reconhecimento de quanto lhe atribuir na saída: será o seu preço específico de aquisição, considerado
tudo o que foi pago, deduzido do que será devolvido.
Entretanto, se ocorrer (caso da maioria das empresas) de diversos materiais serem comprados por preços diferentes,
considerando, ainda, que esses materiais sejam fungíveis (intercambiáveis entre si – inexistindo uma maneira prática de
identificar o valor de aquisição de cada unidade, o valor a ser tomado por base, para avaliar a saída desses materiais,
deverá ser calculado de acordo com um dos seguintes métodos:
• PEPS (primeiro que entra, primeiro que sai – também conhecido pela sigla FIFO – “first in, first out);
• UEPS (último que entra, primeiro que sai – também conhecido pela sigla LIFO – “last in, first out) – proibido
pela legislação;
Perdas de materiais
As perdas normais de materiais, inerentes ao processo produtivo, fazem parte do custo do produto fabricado, pois são
um sacrifício necessário para a obtenção do produto.
Perdas anormais, por sua vez, caracterizam-se por serem aleatórias e involuntárias, dando-se a baixa no estoque do material
com contrapartida numa conta de resultado, já que não se trata de sacrifício necessário à obtenção do produto.
De acordo com a definição acima, que caracteriza o CIF por exclusão, tudo o que não for MD ou MOD será CIF. Assim,
qualquer gasto, seja ele diretamente relacionado a um produto ou não, que não se enquadre nas definições de MOD e
MD é CIF.
Ocorre que, em provas de concurso, considera-se, como característica básica deste item dos custos – CIF, o fato
de representar recursos econômicos necessários à produção que não são passíveis de identificação direta nem de
mensuração objetiva em relação aos produtos finais fabricados e que, portanto, necessitariam de rateio para apropriação
aos produtos.
Pós-Graduação a Distância
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Fundamentos da Contabilidade de Custos Unidade I
• material indireto;
• seguro da fábrica;
• energia elétrica;
• aluguel da fábrica.
Os custos indiretos de fabricação não são de fácil identificação e correlação com cada produto fabricado, pois não há
relação direta entre eles e os produtos.
Contabilidade de Custos
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Fundamentos da Contabilidade de Custos Unidade I
Classificação básica
A classificação básica dos custos reside na separação entre:
– materiais indiretos;
– fixos;
– variáveis;
– semifixos;
– semivariáveis.
– custos comuns;
– custos específicos.
– controláveis;
– não controláveis.
Pós-Graduação a Distância
Custos diretos são aqueles que podem ser apropriados diretamente aos produtos fabricados, sem necessidade de qualquer
rateio, porque há uma medida objetiva de seu consumo na fabricação.
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Fundamentos da Contabilidade de Custos Unidade I
• Matéria-prima – a indústria, conhecendo o processo de fabricação, geralmente tem noção da exata quantidade
necessária de matéria-prima a ser utilizada na fabricação de cada produto, BASTANDO, para alocar o custo
da matéria-prima ao produto, multiplicar o custo de aquisição da matéria-prima pela quantidade utilizada e
transferir o valor ao custo do produto a ser fabricado.
• Material de embalagem – utiliza-se o mesmo critério aplicável à matéria-prima acima apresentado. Geralmente
há informação da exata quantidade de material de embalagem a ser utilizado na fabricação de um produto e,
assim, basta alocar o valor do respectivo custo de aquisição multiplicado pela quantidade ao custo do produto.
• Mão de obra direta – os gastos (salários e encargos) relativos aos trabalhadores alocados diretamente na
produção, com tempo conhecido de dedicação do trabalhador à fabricação de determinado produto. Assim,
conhecido o custo horário da MOD e a quantidade de horas utilizadas, é possível apropriar a MOD diretamente
ao produto.
Os demais gastos diretamente alocáveis a produtos – gastos que possam ser alocados ao custo de um determinado
produto, sem a necessidade de rateio.
• Depreciação de equipamento utilizado para produzir apenas um tipo de produto: todo esse valor é atribuído
ao custo do respectivo produto, não tendo qualquer efeito no custo dos demais produtos da linha da empresa.
– quanto foi utilizado para elaboração de determinado produto: todo esse valor é atribuído ao custo do
produto, não tendo qualquer efeito no custo dos demais produtos da linha da empresa.
Custos indiretos
Custos indiretos são custos que dependem de cálculos, rateios ou estimativas para serem alocados aos diferentes produtos
componentes da linha de produtos da empresa.
Apropriam-se, portanto, tais valores indiretamente aos produtos por meio de rateio. O parâmetro utilizado para as
estimativas (rateios) é chamado de base ou critério de rateio.
• Salários (e demais encargos) dos chefes de supervisão de equipes de produção: responsáveis por mais de um
produto, colaboram para a elaboração de mais de um produto.
• Depreciação de equipamentos que são utilizados na fabricação de mais de um produto: o encargo de depreciação
também não pode ser diretamente atribuído a um único produto, visto que ele é necessário à confecção de
mais de um produto.
Contabilidade de Custos
• Aluguel e limpeza da fábrica: esses gastos colaboram para a elaboração de todos os produtos da empresa e,
portanto, devem ser rateados entre eles, por meio de um critério determinado.
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Fundamentos da Contabilidade de Custos Unidade I
Observações:
1. Às vezes, o custo é direto por natureza, mas é de tão pequeno valor que não compensa o trabalho de associá-lo
a cada produto, sendo tratado como indireto (ex.: gastos com verniz e cola na fabricação de móveis); e
• fixos;
• variáveis;
• semivariáveis;
Custos fixos
Custos fixos são aqueles cujos valores são os mesmos, qualquer que seja o volume de produção (unidades de produto –
ou produtos – fabricadas) da empresa.
Exemplos de custos fixos: aluguel da fábrica, IPTU ou depreciação da edificação, conforme o caso e, ainda, salários de
faxineiros, seguranças e porteiros da fábrica.
IMPORTANTE: Custos fixos são fixos em relação ao volume de produção, mas podem variar de valor no decorrer do tempo.
Exemplo: O aluguel da fábrica pode sofrer reajuste anual conforme contrato. Mesmo no mês em que ele sofrer reajuste,
apesar de ter variado em relação ao mês anterior, não deixa de ser considerado um custo fixo, porque não varia, qualquer
que seja a produção daquele mês.
O gráfico a seguir ilustra o comportamento de um custo fixo: aluguel da fábrica (de R$100.000,00 mensais) em relação
ao número de produtos fabricados no período:
Pós-Graduação a Distância
Repare que o custo total, fixo, do aluguel mensal não varia de acordo com a quantidade de produtos fabricados no
período.
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Fundamentos da Contabilidade de Custos Unidade I
O gráfico abaixo ilustra o comportamento do mesmo custo fixo, rateado pela quantidade de produtos fabricados no
período:
Veja que o custo unitário (por produto) do aluguel mensal é reduzido a cada novo produto fabricado. Esse valor, em
situações ideais, tende a zero quando a quantidade de produtos fabricados no período tende ao infinito. Trata-se de uma
situação ideal, que não ocorre em nossa realidade, porque a indústria somente funciona dentro de limites (operacionais,
físicos e mercadológicos).
Conclui-se que não existem custos ontologicamente fixos, mas somente custos fixos dentro de parâmetros.
Custos variáveis
Custos variáveis são aqueles cujos valores se alteram em função do volume de produção da empresa (unidades de
produto – ou produtos – fabricadas).
O exemplo clássico de custos variáveis é a matéria-prima consumida, porque quanto mais unidades de um produto,
forem fabricadas, maior será o gasto com a aquisição da respectiva matéria-prima. Se, num caso extremo, não houver
quantidade produzida, o custo variável da respectiva matéria-prima será nulo.
• depreciação de equipamentos: em função das horas/máquina trabalhadas (quanto mais produtos são fabricados,
mais o equipamento é utilizado e, assim, maior a depreciação);
O gráfico a seguir ilustra, exemplificativamente o comportamento de um custo variável, o custo de uma matéria-prima
(de R$100,00 por unidade, considerando a utilização de uma unidade da matéria-prima para cada unidade de produto
fabricado) em relação ao número de produtos fabricados no período:
Contabilidade de Custos
Repare que o custo total da matéria-prima varia de acordo com a quantidade de produtos fabricados no período.
Na prática, a variação pode não ser linear, por conta de descontos de compra em quantidade ou de escassez de
matéria-prima.
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Fundamentos da Contabilidade de Custos Unidade I
O gráfico abaixo ilustra o comportamento do mesmo custo variável, rateado pela quantidade de produtos fabricados no
período:
Repare, ainda, que o custo unitário (por produto) da matéria-prima permanece constante, independentemente da quantidade
de produto fabricado. Esse valor, na prática, pode sofrer variações decorrentes de desconto por compra em quantidade
ou escassez da matéria-prima, quando houver muita procura.
Mais uma vez, cabe a colocação de que a análise, para classificação de comportamento dos custos, é dependente de
variáveis de contorno. No exemplo, caso haja desconto na compra em quantidade, o custo unitário tenderá a diminuir e,
caso a procura continue a aumentar, o custo unitário poderá voltar a crescer (por falta de oferta).
Custos semivariáveis
Custos semivariáveis são custos que variam com o nível de produção, mantendo, entretanto, uma parcela fixa, mesmo
que nada seja produzido.
Um exemplo de custos semivariáveis é o de aluguel de máquina fotocopiadora. A empresa cobra uma taxa mínima, de
assinatura, mesmo que nenhuma cópia seja tirada no período. A partir daí, são cobrados valores por cópia tirada, que
correspondem à efetiva utilização do equipamento.
No mesmo sentido, temos a conta de energia da fábrica, com um valor mínimo independente da sua utilização, embora o
valor total da conta dependa do número de kilowatts consumidos e, portanto, do volume de produção da empresa.
O gráfico a seguir ilustra, exemplificativamente o comportamento de um custo semivariável, o custo da energia elétrica
da fábrica (de R$100,00 básico, adicionado de R$10,00 por KW consumido), considerando a utilização de um KW para
cada unidade de produto fabricado), em relação ao número de produtos fabricados no período:
Pós-Graduação a Distância
Repare que o custo total, semivariável, da energia elétrica varia de acordo com a quantidade de produtos fabricados no
período, mas, mesmo sem fabricação de qualquer produto, já é de R$100,00.
O gráfico abaixo ilustra o comportamento do mesmo custo variável, rateado pela quantidade de produtos fabricados no
período:
25
Fundamentos da Contabilidade de Custos Unidade I
Repare, também, que o custo unitário (por produto) da energia elétrica é reduzido a cada novo produto fabricado. Esse
valor, em situações ideais, tende a R$10,00 quando a quantidade de produtos fabricados no período tende ao infinito.
Trata-se de uma situação ideal, que não ocorre em nossa realidade, porque, conforme já visto, a indústria só funciona
dentro de limites (operacionais, físicos e mercadológicos).
Custos semifixos ou custos fixos por degraus são custos fixos numa determinada faixa de produção, mas que variam,
se houver uma mudança dessa faixa.
Um exemplo de custo semifixos seria o custo com gerentes de produção da companhia, que aumenta dependendo da
faixa de produção, sendo fixo dentro de cada faixa:
DE ATÉ
– 30.000 1 120.000,00
Os custos fixos sempre acabariam apresentando um comportamento de custos fixos por degrau.
Finalmente, alguns autores utilizam a nomenclatura de custos semivariáveis e custos semifixos, confundindo-os em um
único grupo.
Assim, tais custos são simplesmente denominados de custos que possuem uma parcela fixa e uma parcela variável ou
de CUSTOS MISTOS.
O gráfico a seguir ilustra, exemplificativamente, o comportamento de um custo semifixo, o custo de gerência por
quantidade produzida (de R$120.000,00 mensais para cada 30.000 unidades produzidas) em relação ao número de
Contabilidade de Custos
26
Fundamentos da Contabilidade de Custos Unidade I
Repare que o custo total, fixo, do aluguel mensal não varia de acordo com a quantidade de produtos fabricados no período,
dentro dos intervalos definidos, alterando-se para um patamar superior no intervalo seguinte.
Daí temos que o Custo Variável unitário (CVu) deve ser fixo, constante, em relação à quantidade produzida.
O Custo Variável total é equivalente ao Custo Variável unitário multiplicado pela quantidade produzida:
CV = CVu * QTD
em que:
CFu = CF/QTD
Pós-Graduação a Distância
em que:
27
Fundamentos da Contabilidade de Custos Unidade I
• departamentos de produção, que promovem modificações diretamente sobre os produtos, como, por exemplo:
pintura, tornearia, usinagem etc.;
• departamentos de serviço, que dão apoio à produção, prestando serviços aos demais departamentos, como,
por exemplo: limpeza, manutenção, enfermaria, restaurante etc.
Obs.: Há a possibilidade de divisão de departamentos em centros de custo, que consistem na menores unidades de
acumulação de custos, mas que, não são, necessariamente, unidades administrativas dispensando a presença de uma
chefia específica.
Exemplo: departamento de soldagem com dois centros de custo – (1) soldas elétricas e (2) solda a oxigênio.
• custos específicos são aqueles que podem ser diretamente identificados e objetivamente mensurados em
relação a um departamento; e
• custos comuns são aqueles que, para alocação a um departamento, demandam a utilização de um critério
estimado.
Os custos comuns devem ser rateados entre todos os departamentos, para que, somados aos custos específicos,
sejam apurados os custos atribuídos a cada departamento. Em seguida, é necessária a transferência dos custos
atribuídos aos departamentos de serviços para os departamentos de produção. Somente após essa providência,
torna-se possível a atribuição dos custos dos departamentos para os produtos.
• custos não controláveis: determinados de fora da empresa, sem condição de controle por parte da administração.
Ex.: impostos.
28
Fundamentos da Contabilidade de Custos Unidade I
Custos de Produção do Período são os custos incorridos no processo produtivo num determinado período de tempo.
em que:
– matéria-prima;
– material de embalagem.
MOD – mão de obra direta, composta por gastos com mão de obra diretamente apropriáveis ao produto.
CIF – Custos Indiretos de Fabricação: demais gastos na fabricação, também denominados gastos gerais de fabricação,
gastos gerais de produção ou despesas indiretas de fabricação.
O custo primário ou direto é a parte do custo de produção do período que pode ser apurada sem a necessidade de rateio.
Ele é calculado por meio da soma do material direto com a mão de obra direta.
CP = MD + MOD
OBS.: Alguns autores consideram, como custo primário, apenas a soma de matéria-prima e de mão de obra direta.
O Custo de Conversão ou Custo de Transformação (Ctr) é a parte do custo de produção do período que não considera o
material empregado, apenas o esforço empregado em sua transformação. Ele é calculado por meio da soma da mão de
obra direta com os custos indiretos de fabricação.
29
Contabilidade de Custos
30
Unidade II
Rateio de Custos
Capítulo 5 – Conceituação
Dado que a característica básica dos custos indiretos de fabricação é a necessidade de RATEIO para sua apropriação
aos produtos, a forma de rateio é o problema fundamental a eles relacionado.
O rateio em si consiste na aplicação de uma regra de três simples, não apresentando maiores dificuldades, conforme no
exemplo a seguir.
Exemplo: rateio de CIF para três produtos, com base no critério da matéria-prima utilizada na produção de cada um
destes produtos:
MI (CIF) 20.000,00
?% ?% ?%
Pós-Graduação a Distância
31
Rateio de Custos Unidade II
A tabela abaixo demonstra o cálculo do percentual de rateio do custo indireto a cada produto:
CRITÉRIO
O rateio do material indireto, para cada produto, será realizado conforme memória de cálculo abaixo:
Vista a simplicidade matemática do procedimento de rateio de custos indiretos aos produtos, verificamos que o cerne do
problema passa a ser a escolha adequada do critério de rateio, que dependerá do caso específico.
• Na fabricação de latas de cerveja é esperado que a utilização de material indireto (ex. tinta) seja proporcional à
utilização de matéria-prima (ex. alumínio). Ora, quanto maior a quantidade de alumínio utilizada para elaboração
de uma lata de cerveja (teoricamente), maior sua superfície e, assim, mais quantidade de tinta seria necessária
para pintá-la. Assim, rateia-se o consumo de tinta (MI – Cif), de acordo com a quantidade de alumínio (MD)
utilizada na fabricação.
• Considerando que um supervisor tenha responsabilidade pelo acompanhamento do trabalho de vários operários
que elaboram vários diferentes produtos, é razoável imaginar que, quanto mais operários forem necessários
para a confecção de um determinado produto (teoricamente), mais tempo do supervisor será necessário para
acompanhar a elaboração daquele produto. Assim, rateia-se o salário (e os encargos) do supervisor (MOI – Cif),
de acordo com os salários (e os encargos) dos operários supervisionados (MOD).
• Considerando que a utilização da fábrica como um todo seja necessária para a fabricação de cada tipo de
produto nela elaborado, é razoável admitir que a depreciação da fábrica seja rateada pelos diversos produtos
confeccionados, de acordo com o espaço necessário para sua produção. Assim, rateia-se o valor da depreciação
da fábrica (CIF), de acordo com o espaço (em metros quadrados) utilizado para cada linha de produtos.
Contabilidade de Custos
32
Rateio de Custos Unidade II
Introdução
Os critérios de rateio até aqui apresentados, apesar de buscarem alguma lógica em sua escolha, são, no fundo, formas
arbitrárias de alocação de custos, que acabam por gerar distorções na apuração do custo de cada produto fabricado em
determinado estabelecimento. Assim, a ciência contábil procurou novos modelos que reduzissem essas subjetividades e
distorções, entre os quais está a departamentalização.
Conceito de departamentalização
Do ponto de vista administrativo, departamentalizar é a atividade de combinar tarefas em grupos. Trata-se de uma forma
mais elaborada de atribuição de custos, por meio de rateio, em que:
• se divide a empresa em unidades administrativas (departamentos);
• atribuem-se todos os custos incorridos aos departamentos, diretamente ou por meio de algum rateio;
• dos departamentos, os custos são atribuídos aos produtos, por meio de rateio.
Considerando a departamentalização, o custo de um determinado produto é equivalente ao somatório dos custos atribuídos
a esse produto em cada um dos departamentos.
Em termos práticos, quando se adota o critério de departamentalização, na verdade se está considerando que cada
departamento seja uma empresa em separado.
Centro de custos é uma unidade mínima de acumulação de custos, embora não seja necessariamente uma unidade
administrativa. Na prática, é raro não haver correspondência biunívoca entre departamento e centro de custos.
Portanto, para os fins deste estudo, os departamentos e os centros de custo serão tratados como sinônimos.
A figura abaixo ilustra o procedimento de rateio de custos indiretos de fabricação, considerando a departamentalização.
Pós-Graduação a Distância
33
Rateio de Custos Unidade II
O objetivo básico da departamentalização dos custos é melhorar o controle, aumentando a precisão dos custos dos produtos.
A determinação mais precisa do custo dos produtos ocorre, porque a departamentalização diminui a arbitrariedade dos
critérios de rateio, por dois motivos:
• alguns custos, embora sejam indiretos em relação aos produtos, são diretos em relação aos departamentos;
• nem todos os produtos passam por todos os departamentos e o fazem em proporções diferentes, recebendo
o critério de rateio (MOD, por exemplo) de maneira diferenciada em cada departamento.
Rateio dos Custos Indiretos de Fabricação – sem utilização da departamentalização – para comparação
• 2 produtos (X e Y);
MOI 300.000,00
MANUTENÇÃO 180.000,00
OUTROS 150.000,00
TOTAL 750.000,00
PRODUTO MOD
X 150,00
Contabilidade de Custos
Y 350,00
TOTAL 500,00
34
Rateio de Custos Unidade II
Inicialmente, verifica-se que a quantidade de departamentos da empresa é um dado não utilizado na resolução do problema,
pelo fato de não se utilizar a departamentalização. O rateio do CIF será feito conforme abaixo.
• Critério – MOD.
PRODUTO MOD
X 150,00
Y 350,00
TOTAL 500,00
• Rateio
• em um dos departamentos poderia ser encontrado Custo Indireto (MOI, por exemplo) dedicado a um só dos
produtos, o que dispensaria, parcialmente, seu rateio.
• 2 produtos (X e Y);
35
Rateio de Custos Unidade II
CIF/DEPARTAMENTO A B C SOMA
Obs.: Para o rateio com a utilização da departamentalização, é necessário que sejam apresentados os custos indiretos
de cada departamento.
Repare que o somatório dos custos indiretos de todos os departamentos corresponde ao valor dos custos indiretos
da EMPRESA S/A, visto no exemplo anterior, em que fora apresentado o rateio dos custos sem a utilização de
departamentalização.
PRODUTO/DEPARTAMENTO A B C SOMA
Obs.: Para o rateio com a utilização da departamentalização, é necessário que sejam apresentados critérios de rateio
(no caso, MOD) de cada departamento.
Este rateio parte da premissa de que cada departamento é uma unidade independente com CIF mensurável. O rateio,
portanto, é feito por cada departamento, independentemente, em que cada produto recebe três parcelas de CIF, cada
uma relativa a um departamento.
Contabilidade de Custos
Portanto, o procedimento é o de fazer um rateio por cada departamento, alocando a cada produto o respectivo custo
indireto.
Em seguida, para cada produto, devem ser somados os custos indiretos a ele atribuídos em cada departamento. Assim,
verifica-se que o problema deve ser dividido em três, conforme o número de departamentos.
36
Rateio de Custos Unidade II
DEPARTAMENTO A
• Critério – MOD
PRODUTO/DEPARTAMENTO A
X 100,00
Y 100,00
SOMA 200,00
• Rateio
DEPARTAMENTO B
• Critério – MOD
PRODUTO/DEPARTAMENTO B
X 50,00
Y 25,00
SOMA 75,00
• Rateio
Pós-Graduação a Distância
37
Rateio de Custos Unidade II
DEPARTAMENTO C
• Critério – MOD
PRODUTO/DEPARTAMENTO B
X –
Y 225,00
SOMA 225,00
• Rateio
PRODUTO/DEPARTAMENTO A B C SOMA
38
Rateio de Custos Unidade II
A diferença encontrada é devida ao fato de os Custos Indiretos de Fabricação não serem homogêneos nos três
departamentos. Assim, o rateio feito sem consideração dos departamentos foi um critério arbitrário, que gerou uma
diferença, conforme apresentado acima.
Os departamentos de um estabelecimento industrial, ou seja, de dentro de uma fábrica, incorrem em custos passíveis
de apropriação aos produtos fabricados. Tais departamentos podem ser divididos em departamentos de produção e
departamentos de serviços. Os departamentos de produção atuam na atividade fim do estabelecimento industrial (ex.
departamento de montagem e departamento de pintura) e os departamentos de serviço atuam nas atividades meio (ex.
departamento de manutenção, restaurante e departamento de limpeza).
Os departamentos de produção, atuando diretamente sobre os produtos, têm seus custos apropriados, geralmente via
rateio, diretamente aos produtos.
• Departamento de pintura: realiza pintura diretamente sobre os produtos e, assim, pode ter todos os seus custos
diretamente atribuídos aos produtos por ele trabalhados;
• Departamento de engarrafamento: realiza trabalho diretamente sobre o produto fabricado (engarrafa a bebida –
produto final) e, assim, pode ter todos os seus custos atribuídos diretamente aos produtos por ele trabalhados;
• Refinaria: realiza trabalho diretamente sobre os combustíveis fabricados (produtos finais) e, assim, pode ter
todos os seus custos diretamente atribuídos aos produtos fabricados.
Departamentos de serviço, por sua vez, não atuam diretamente na produção. Neles não há qualquer trabalho diretamente
realizado sobre o produto. Sua finalidade é, tão somente, prestar serviços aos outros departamentos, notadamente aos
departamentos de produção.
No processo de departamentalização, os departamentos de serviço deverão ser tratados de maneira diferente daquela
deferida aos departamentos de produção. Os custos dos departamentos de serviços não podem ser diretamente apropriados
aos produtos, por falta de um critério aceitável, visto que eles não trabalham diretamente com os produtos fabricados.
Portanto, seus custos devem ser transferidos para os departamentos de produção, que, em última análise, se beneficiam
de seus serviços.
Os departamentos de produção utilizam-se dos departamentos de serviço para funcionar. Eles têm seus próprios custos
majorados e esse montante é que deverá ser atribuído aos produtos.
Pós-Graduação a Distância
• contabilidade;
• manutenção; e
• limpeza.
39
Rateio de Custos Unidade II
Vista a importância da departamentalização na apuração do custo atribuível a cada produto fabricado, resta aprofundar
a análise do problema com a sofisticação do modelo, diferenciando os departamentos de serviço dos departamentos de
produção.
Partindo-se da ideia de que os departamentos de serviço não atuam diretamente na fabricação dos produtos aos quais
os custos deverão ser alocados e que somente os departamentos de produção têm relação direta com estes produtos,
conclui-se que a alocação de custos aos produtos somente pode ocorrer nos departamentos de produção.
Assim, os custos atribuídos aos departamentos de serviço devem ser transferidos aos departamentos de produção antes
do seu rateio entre os produtos.
O problema de rateio de CIF, utilizando a departamentalização, com departamentos de serviço e de produção, se resolve
em etapas consecutivas, cuja sequência básica, simplificada, é a seguinte:
• partindo-se dos custos indiretos, o primeiro passo é atribuí-los aos departamentos diretamente, caso sejam
custos exclusivos de um departamento, ou via um critério de rateio, caso se trate de custos comuns;
• com os custos atribuídos aos departamentos, transferir os custos do departamento de serviço para os
departamentos de produção;
• com os custos alocados aos departamentos de produção, dividi-los entre os produtos, segundo algum critério
de rateio; e
• somar os custos de cada departamento, alocado a um produto, apurando os custos indiretos do produto.
Obs.: O procedimento acima é similar ao procedimento proposto para alocação de custos com departamentalização, visto
no item anterior. A diferença reside no passo em que é realizada a TRANSFERÊNCIA de custos, de departamentos de
serviço para departamentos de produção.
40
Rateio de Custos Unidade II
DEPARTAMENTO A B C TOTAL
DEPARTAMENTO A B C TOTAL
A seguir, encontra-se apresentada a TRANSFERÊNCIA dos custos do departamento de serviço para os departamentos
de produção.
DEPARTAMENTO A B TOTAL
Neste ponto, é conhecido o resultado intermediário, com os custos do Departamento C (de serviço) transferido para os
departamentos de produção e rateado entre os departamentos A e B.
DEPARTAMENTO A B C TOTAL
41
Rateio de Custos Unidade II
A partir deste ponto, somente existem custos atribuídos a departamentos de produção e o problema torna-se idêntico
ao do item anterior: atribuição de CIF a produtos, com utilização da departamentalização, ou seja, basta atribuir os CIF
aos produtos em cada departamento e, em seguida, somar os valores atribuídos em cada um deles.
Repare que, na descrição do procedimento, foi dito que se tratava de uma sequência básica simplificada. Isso decorre do
fato de que, conforme se vê na figura acima e se verifica no exemplo proposto, há somente um departamento de serviço
sendo utilizado pelos departamentos de produção e, consequentemente, transferindo seus custos para eles.
No item anterior, partimos da premissa de que é necessário realizar a transferência dos custos de departamentos de
serviço para departamentos de produção, para que seja possível sua alocação aos produtos saídos desses últimos
departamentos, e apresentamos uma maneira simplificada de realização dessa transferência, considerando apenas um
departamento de serviço transferindo seus custos. Ocorre que a realidade é geralmente mais complexa: existem vários
departamentos de serviço e seus custos devem ser todos transferidos para os departamentos de produção.
Basicamente, existem três métodos de transferência de custos, de departamentos de serviço para departamentos de
produção:
• direto;
• por degraus; e
O método direto é um método em que os custos incorridos em departamentos de serviço são DIRETAMENTE alocados
a departamentos de produção, considerando que:
Trata-se de uma simplificação da realidade, pois departamentos de serviço prestam serviços não somente para
departamentos de produção, mas também para os outros departamentos de serviço. Em outras palavras, o departamento
de restaurante, por exemplo, claramente presta serviços ao departamento de enfermaria, pois as enfermeiras
também almoçam. Assim, fica faltando no modelo a representação de transferência de custos entre departamentos
de serviço.
42
Rateio de Custos Unidade II
No método de rateio por degraus é escolhida uma ordem de alocação, de um departamento de serviço menos importante
para outro mais importante e deste para os departamentos de produção).
Apesar de ser um método mais refinado, ainda consiste em uma simplificação da realidade, porque não reconhece que
há prestação de serviços recíproca entre departamentos de serviço (por exemplo, enfermeiras utilizam o refeitório e
cozinheiros são eventualmente atendidos na enfermaria).
O método recíproco, também denominado método algébrico ou método recursivo, reconhece a reciprocidade de serviços
prestados entre os vários departamentos de serviço. Assim, ao passarem seus custos para os departamentos de produção,
os departamentos de serviço passam, também, parte de seus custos uns para os outros, reciprocamente. O objetivo é
que, ao final, todo os custos sejam passados para os departamentos de produção.
A figura a seguir ilustra a aplicação do método recíproco, também denominado método algébrico ou método recursivo.
Pós-Graduação a Distância
43
Rateio de Custos Unidade II
DEPARTAMENTO A B C D TOTAL
• critério de transferência de custos dos departamentos de serviço para os departamentos de produção – MOD.
DEPARTAMENTO A B C D TOTAL
A seguir, encontra-se apresentada a TRANSFERÊNCIA dos custos de departamentos de serviço para departamentos de
produção, iniciando pelo departamento C, que terá seus custos transferidos para os departamentos de produção.
DEPARTAMENTO A B D TOTAL
Neste ponto, é conhecido o resultado intermediário, com os custos do Departamento C sendo rateados entre os
departamentos A, B e D.
DEPARTAMENTO A B C D TOTAL
Contabilidade de Custos
44
Rateio de Custos Unidade II
Da mesma forma que os custos do Departamento C foram atribuídos diretamente aos departamentos A e B, os custos
do Departamento D deverão, por sua vez, ser transferidos aos departamentos A e B.
DEPARTAMENTO A B TOTAL
Finalmente, é possível verificar o resultado da transferência dos custos dos departamentos de serviço (C e D) para os
departamentos de produção (A e B).
DEPARTAMENTO A B C D TOTAL
A partir deste ponto, somente existem custos atribuídos a departamentos de produção e o problema torna-se idêntico
ao do item anterior: atribuição de CIF a produtos, com utilização da departamentalização, ou seja, considerando cada
departamento de produção uma empresa separada. Para isso, basta , em cada departamento, ratear os custos indiretos
aos produtos e, em seguida, somar, para cada produto, os custos a ele atribuídos em cada departamento de produção.
Exemplo de rateio de CIF – método por degraus
Considere os seguintes dados:
• custos indiretos, totalizando R$17.000,00;
DEPARTAMENTO A B C D TOTAL
45
Rateio de Custos Unidade II
• critério de transferência de custos dos departamentos de serviço para os departamentos de produção – MOD
DEPARTAMENTO A B C D TOTAL
A seguir, encontra-se apresentada a TRANSFERÊNCIA dos custos de departamentos de serviço para departamentos de
produção, iniciando pelo departamento C, que transfere seus custos não somente para os departamentos de produção,
mas também para o outro departamento de serviço.
DEPARTAMENTO A B D TOTAL
Neste ponto, é conhecido o resultado intermediário, com os custos do Departamento C sendo rateados entre os
departamentos A, B e D.
DEPARTAMENTO A B C D TOTAL
Da mesma forma que os custos do Departamento C, foram atribuídos aos departamentos A, B e D os custos do
Departamento D. Tanto seus custos originais quanto aqueles recebidos do departamento C deverão ser transferidos aos
Contabilidade de Custos
departamentos A e B.
46
Rateio de Custos Unidade II
DEPARTAMENTO A B TOTAL
Finalmente é possível verificar o resultado da transferência dos custos dos departamentos de serviço (C e D) para os
departamentos de produção (A e B).
DEPARTAMENTO A B C D TOTAL
A partir deste ponto, somente existem custos atribuídos a departamentos de produção e o problema torna-se idêntico
ao do item anterior: atribuição de CIF a produtos, com utilização da departamentalização, ou seja, considerando cada
departamento de produção uma empresa separada. Para isso, basta, em cada departamento, ratear os custos indiretos
aos produtos e, em seguida, somar (para cada produto) os custos a ele atribuídos em cada departamento de produção.
Exemplo de rateio de CIF – método recíproco
Considere os seguintes dados:
Sejam os produtos A e B e os seguintes departamentos:
• de serviços – S1 e S2; e
• de produção – P1 e P2.
Sejam os seguintes custos comuns aos quatro departamentos:
Pós-Graduação a Distância
47
Rateio de Custos Unidade II
Considere o seguinte critério de transferência de custos de cada departamento de serviço para os demais
departamentos:
2% S2
45% P1
53% P2
0,5% S1
60,0% P1
39,5% P2
Finalmente, considere os seguintes volumes de atividade, com a respectiva quantidade produzida em cada departamento
de produção, a serem utilizados como critério de apropriação de custos aos produtos.
48
Rateio de Custos Unidade II
Resolução:
Partindo-se dos dados do problema, seguiremos o roteiro a seguir apresentado e demonstraremos a apropriação de custos
aos produtos, considerando:
• separação dos custos e das despesas: não se aplica ao problema, pois somente foram apresentados custos
indiretos;
• segregação dos custos diretos em relação aos custos indiretos: não se aplica ao problema, pois somente foram
apresentados custos indiretos.
• custos específicos de cada departamento: diretamente atribuíveis a cada departamento – tais custos foram
dados, conforme tabela a seguir:
• custos comuns aos departamentos: a serem rateados – tais custos também foram dados, conforme tabela a
seguir:
Pós-Graduação a Distância
49
Rateio de Custos Unidade II
C – rateio dos custos comuns aos departamentos para cada departamento, segundo um critério adequado – os custos
comuns e os respectivos critérios estão apresentados na tabela a seguir:
No DE EMPREGADOS (X)
SALÁRIO/HORA DE CADA 1.400,00 900,00 5.500,00 7.200,00 15.000,00
DEPTO.
DEPRECIAÇÃO DO
300.000,00 150.000,00 1.800.000,00 750.000,00 3.000.000,00
EDIFÍCIO
ÁREA DE CADA
200,00 100,00 1.200,00 500,00 2.000,00
DEPARTAMENTO
Após a alocação dos custos específicos e comuns aos quatro departamentos, temos a seguinte situação:
CUSTO COMUM
CUSTOS ESPECÍFICOS
D – transferência de custos alocados em departamentos de serviço para departamentos de produção, com a utilização
de um dos métodos e segundo um critério adequado. No caso, utilizaremos o percentual de serviços prestados para cada
Contabilidade de Custos
50
Rateio de Custos Unidade II
• primeira interação
b. segunda interação
Obs.: No exemplo apresentado, foram necessárias apenas duas interações. Em outros casos, poderá ser necessária a
realização de mais interações, até que os custos dos departamentos de serviço tendam a zero.
E – rateio dos custos acumulados nos departamentos de produção aos produtos fabricados, segundo um critério adequado.
Pós-Graduação a Distância
51
Rateio de Custos Unidade II
DEPARTAMENTOS P1 P2 TOTAL
CUSTO
PRODUTO CUSTO TOTAL QTD.
UNITÁRIO
Comentários
Dos custos indiretos de fabricação totais, que alcançaram a cifra de R$19.000.000,00, foram alocados os seguintes
valores aos produtos:
Até aqui, apuramos o importante valor dos custos que devem ser atribuídos a cada produto, em cada departamento.
Considerando as quantidades produzidas, foram apurados os valores apropriáveis ao custo unitário de cada um dos
produtos:
Saliente-se que, no presente exemplo, houve uma simplificação, pois considerou-se que a totalidade da produção foi
iniciada e terminada no próprio período, ou seja, que:
Resumindo os conceitos vistos até aqui, podemos apresentar o procedimento geral de rateio de custos indiretos aos
produtos fabricados, que demanda os seguintes passos:
52
Rateio de Custos Unidade II
C – rateio dos custos comuns aos departamentos para cada departamento segundo um critério adequado;
D – transferência de custos alocados em departamentos de serviço para departamentos de produção, com a utilização
de um dos métodos (direto, por degraus ou recursivo) e segundo um critério adequado;
E – rateio dos custos acumulados nos departamentos de produção aos produtos fabricados, segundo um critério
adequado.
Pós-Graduação a Distância
53
Contabilidade de Custos
54
Unidade III
Definição
O Custeio por Absorção é um sistema de custeio (processo de apuração de custos) cujo objetivo é considerar todos os
custos incorridos (fixos ou variáveis) em cada fase da produção, na avaliação e no registro do valor, do produto fabricado.
O nome absorção é bastante elucidativo: o produto que está sendo fabricado “absorve” como seu o valor de qualquer
gasto que ocorrer no esforço de sua produção – INDEPENDENTEMENTE DA NECESSIDADE OU NÃO DE RATEIO NA
APURAÇÃO DO GASTO.
Logo, um custo é absorvido quando for atribuído a um produto ou o uma unidade de produção. Cada unidade ou produto
receberá sua parcela no custo até que o valor aplicado seja totalmente absorvido pelo custo dos produtos vendidos ou
pelos estoques finais.
Metaforicamente, o custeio por absorção pode ser visto como uma situação em que um produto que é fabricado:
• absorve para si as matérias-primas utilizadas na sua elaboração: patrimonialmente, é isso que acontece quando
se gasta matéria-prima na elaboração de um produto. A perda de matéria-prima não corresponde a uma despesa,
mas ocorre um fato permutativo, a troca de matéria-prima por produtos em elaboração. Metaforicamente, o
produto “absorve” a matéria-prima;
• absorve, também, o valor da mão-de-obra direta necessária a sua elaboração: o gasto com a folha de
salários não consiste em despesa, mas ocorre uma troca (de dinheiro pelo produto manipulado pelo operário).
Metaforicamente, o produto “absorve” parte da vida do operário que o fabricou, representada pelo seu salário;
• absorve, ainda, o valor dos custos indiretos de fabricação: o gasto com a depreciação de uma máquina utilizada
na fabricação de um produto, por exemplo, não é considerado despesa, mas ocorre um fato permutativo
deixa-se de ter uma máquina nova e, assim, passa-se a ter um produto fabricado. Metaforicamente, o produto
“absorve” a perda de valor da máquina, por uso, desgaste ou obsolescência.
Pós-Graduação a Distância
Saliente-se que a obrigatoriedade do custeio por absorção no Brasil é decorrência da aplicação do princípio
fundamental de Contabilidade da Competência, segundo o qual somente há despesa (CPV) no momento da
venda. Antes disso, ocorre mera troca de valores entre elementos do ativo.
55
Custeio por Absorção Unidade III
• separação de custos, para integrar o valor dos produtos, e das despesas diretamente alocadas ao resultado;
• apropriação dos custos diretos e indiretos, mediante rateio, à produção realizada no período;
Materiais Diretos – esta conta apresenta, no início e no final do período, a débito, o valor do estoque de materiais
diretos.
Somente deve ser considerada custo a parcela dos materiais que é utilizada na produção.
• apresenta normalmente, no início do período, um saldo devedor que corresponde aos materiais não utilizados
no período anterior;
• a contrapartida das compras é feita, caso haja desembolso, a crédito de Caixa ou Bancos, conforme seja em
dinheiro ou cheque, caso não haja desembolso, a crédito de Conta a Pagar; e
• as saídas dos materiais requisitados para utilização na produção são registradas a crédito desta conta e a
débito da conta Produtos em Elaboração.
Mão de Obra Direta – esta conta apresenta, a débito, o valor dos salários e encargos do pessoal diretamente ligado à
produção, ainda não apropriado aos produtos.
Contabilidade de Custos
A boa técnica contábil determina que seus saldos inicial e final sejam zerados.
56
Custeio por Absorção Unidade III
Os gastos relativos à remuneração dos empregados diretamente ligados à produção, inclusive os encargos sociais, são
denominados de mão de obra direta (MOD) e debitados a uma conta específica com esse nome.
O restante da Folha de Pagamento, relativa ao pessoal de fábrica, que não seja classificada como MOD é denominada
Mão de Obra Indireta (MOI), que irá compor os Custos Indiretos de Fabricação (CIF).
Custos Indiretos de Fabricação – esta conta apresenta, a débito, o valor da mão de obra indireta e demais custos ainda
não apropriado à produção. A boa técnica contábil determina que seus saldos inicial e final sejam zerados.
• débitos: no momento em que os custos indiretos de fabricação são adquiridos/incorridos (pagos ou não); e
Os CIF – Custos Indiretos de Fabricação – constituem os demais gastos efetuados na produção que não correspondem
ao consumo de materiais diretos ou ao pagamento de mão de obra direta.
• materiais indiretos;
• energia elétrica;
• combustíveis;
• manutenção de máquinas;
No caso específico de Seguros e Depreciação, a contrapartida será um crédito em Despesas Antecipadas e Depreciação
Pós-Graduação a Distância
Antecipada.
Produtos em elaboração
Produtos em Elaboração – esta conta apresenta, no início e no final do período, a débito, o valor do estoque dos produtos
em elaboração.
57
Custeio por Absorção Unidade III
• débitos: na requisição de materiais para produção, na apropriação da MOD aos produtos em elaboração e na
apropriação dos CIF aos produtos em elaboração;
• créditos: na finalização dos produtos em elaboração, que caracteriza o custo da produção acabada. A partir
deste momento, os produtos em elaboração passarão a ser classificados como produtos acabados.
Como visto, as contas de custo são encerradas contra a conta de Produtos em Elaboração. Essa conta, que pode ter
um estoque inicial representativo de produtos ainda não terminados, oriundos do período de produção anterior, recebe a
seu débito todo o custo de produção do período. À medida que, no próprio período, os produtos vão sendo terminados,
a conta será creditada pelo valor de custo a eles relativo.
No final do período, seu saldo devedor corresponderá ao estoque remanescente de produtos não acabados e irá constituir
o estoque inicial destes no período seguinte.
Produtos acabados
Produtos Acabados – esta conta apresenta, no início e no final do período, a débito, o valor do estoque dos produtos
acabados.
• créditos: na saída dos produtos vendidos, o que caracteriza o custo dos produtos vendidos e é, finalmente,
registrado em conta de resultado.
A conta Produtos Acabados recebe a seu débito o valor de custo dos produtos acabados no período (custo da produção
Contabilidade de Custos
acabada). À medida que esses produtos forem sendo vendidos, a conta será creditada pelo valor de custo a eles referente.
Seu saldo, ao final do período, corresponderá aos produtos acabados que não foram vendidos e constituirá o estoque
inicial do período seguinte.
A conta Custo dos Produtos Vendidos recebe a seu débito o valor correspondente ao custo dos produtos comercializados
pela empresa.
58
Custeio por Absorção Unidade III
Por se tratar de conta de resultado, será encerrada no final do período contra a conta de Apuração de Resultado. Seu
valor, deduzido das vendas líquidas, corresponderá ao lucro bruto da empresa industrial, também denominado de resultado
industrial.
Dados do problema
– FÁBRICA: 50,00
– ADMINISTRAÇÃO: 30,00
– FÁBRICA 10,00
– FÁBRICA 20,00
Pós-Graduação a Distância
– PESSOAL DA FÁBRICA:
59
Custeio por Absorção Unidade III
– FÁBRICA: 36,00
INFORMAÇÕES ADICIONAIS
– AQUISIÇÕES DO MÊS – TODAS EFETUADAS SEM DESEMBOLSO, A CRÉDITO DA CONTA CONTAS A PAGAR
Solicitações
Resolução
Contabilidade de Custos
• R$3.000,00 em caixa;
60
Custeio por Absorção Unidade III
• R$1.000,00 em máquinas.
Todos esses valores decorrentes da integralização de capital dos sócios, no total de R$5.000,00, conforme figura a seguir:
EMPRESA S/A
ATIVO PASSIVO
CAIXA 3.000,00
PRODUTOS EM ELAB. 140,00
PRODUTOS ACABADOS 100,00
SEGUROS A VENCER 760,00 ---------------PL
MÁQUINAS 1.000,00 CAPITAL 5.000,00
TOTAIS 5.000,00 5.000,00
Os lançamentos relativos aos fatos contábeis 1 a 8, anteriormente descritos, estão representados no livro diário,
conforme a seguir.
2 DIVERSOS
4 DIVERSOS
5 DIVERSOS
6 DIVERSOS
61
Custeio por Absorção Unidade III
7 DIVERSOS
A DIVERSOS
APURAÇÃO DO RESULTADO DO
A 1.600,00
EXERCÍCIO
APURAÇÃO DO RESULTADO DO
11.2 950,00
EXERCÍCIO
À PURAÇÃO DO RESULTADO DO
12
EXERCÍCIO
62
Custeio por Absorção Unidade III
CUSTO DOS PRODUTOS VENDIDOS LUCROS E PREJUIZOS ACUMULADOS RECEITA BRUTA DE VENDAS APURAÇÃO DO RESULTADO DO EXERCÍCIO
10.1 800,00 800,00 11.2 650,00 12 11.1 1.600,00 1.600,00 10.2 11.2 950,00 1.600,00 11.1
12 650,00
EMPRESA S/A
ATIVO PASSIVO
Resumo e fórmula
Abaixo, encontra-se um esquema resumido de apuração do CPV:
Pós-Graduação a Distância
63
Custeio por Absorção Unidade III
Com efeito, é apenas a explicitação da fórmula inicialmente proposta para apuração do custo dos produtos vendidos,
conforme a seguir:
MD COMPRAS MD MD
CPV (–) EI PEE (+) GASTOS MOD (–) EF PEE
PAC CIF PAC
A figura abaixo ilustra o fluxo patrimonial de valores entre contas contábeis no custeio por absorção:
64
Custeio por Absorção Unidade III
8. Venda do produto
Pós-Graduação a Distância
65
Contabilidade de Custos
66
Unidade IV
Sistemas de Produção
Ordem de produção
A produção por ordem ocorre quando a empresa programa a sua atividade produtiva a partir de encomendas específicas
de cada cliente.
Em outras palavras, para cada pedido, há abertura de um código de produto a ser fabricado (código da encomenda). Sob
esse código serão acumulados todos os gastos necessários à elaboração do produto.
Cada pedido tem características especiais de tamanho, de capacidade e de outros atributos que o torna praticamente
único.
Nesse tipo de atividade, portanto, os custos são acumulados numa conta específica para cada ordem de produção ou
encomenda. Essa conta só deixa de receber custos quando a ordem estiver encerrada, ou seja, quando o produto estiver
acabado). No caso do exercício terminar enquanto o produto ainda estiver sendo fabricado, o saldo da conta será
totalmente classificado como produtos em elaboração. Uma vez pronto, o saldo dessa conta é transferido para produtos
acabados. Quando da venda, o saldo é transferido para custo dos produtos vendidos.
Assim, não há maiores problemas na identificação do produto em elaboração, em face do produto acabado, quando a
produção for “por ordem”.
Produção contínua
A produção contínua ocorre quando a empresa produz em série, para estoque e não para atendimento de encomendas.
Nesse caso, os produtos são geralmente padronizados, embora possam existir pequenas diferenças entre eles.
Repare que não há um código perfeitamente identificado para o qual seja possível acumular os gastos de fabricação
Pós-Graduação a Distância
de uma determinada unidade de um produto destinado à venda. Há, tão-somente, uma conta “produtos em elaboração”
uma conta “produtos acabados”; sendo que, nessas contas, deverão ser registrados os custos dos produtos da linha de
produção. São exemplos desse caso, a indústria têxtil, a de produtos farmacêuticos etc.
O aluno pode perceber que, no caso de produção contínua, há um problema de apuração do valor, ao final de cada exercício,
dos custos destinados aos produtos ainda em fabricação, em face dos produtos acabados.
A produção contínua, portanto, demanda custeamento por processo, em que os custos são acumulados em contas
representativas dos produtos ou da linha de produtos. Como a produção é contínua, essas contas nunca são encerradas,
67
Sistemas de Produção Unidade IV
havendo um fluxo contínuo de valores atribuídos aos produtos em elaboração, aos produtos acabados e ao custo dos
produtos vendidos.
No sistema de produção contínua ocorre o problema de cálculo do valor a ser transferido da conta produtos em elaboração,
para a conta produtos acabados, uma vez que aquela conta nunca é encerrada. Na verdade, parte do saldo da conta
produtos em elaboração deverá ser transferido para a conta produtos acabados, mediante a utilização de um critério que
guarde proporcionalidade com a efetiva produção do período. Para isso, é utilizado o conceito de equivalente de produção
ou produção equivalente, estudado a seguir.
Produção equivalente
O conceito de produção equivalente é útil para atribuição do custo do produto no período de forma proporcional aos
produtos em elaboração e aos produtos acabados.
• atribuir custos diretos e ratear, com ou sem departamentalização, os custos indiretos aos produtos: isso
consiste em alocar CIF a conta produtos em elaboração;
• dividir o valor anteriormente apresentado entre produtos em elaboração e produtos acabados, de acordo com
a efetiva produção do período.
O equivalente de produção funciona exatamente como o critério de rateio que permitirá dividir esse custo entre os produtos
em elaboração e os produtos acabados.
Produção conjunta
No caso de uma empresa que, em suas instalações industriais, fabrica vários produtos, pode ocorrer que apenas alguns
desses produtos sejam relevantes, do ponto de vista dos respectivos preços e custos, sendo os demais apenas coadjuvantes.
Nessa situação, é comum a atribuição de todos os custos apenas aos produtos principais.
Contabilidade de Custos
68
Sistemas de Produção Unidade IV
Conceituação
Por equivalente de produção entende-se a quantidade de produtos acabados que PODERIA ter sido concluída, com os
custos incorridos no período. Repare que, com os custos do período, foram EFETIVAMENTE fabricados alguns produtos
em elaboração e alguns produtos acabados. Porém, a soma dos valores dos produtos em elaboração e acabados
EFETIVAMENTE fabricados EQUIVALE a uma determinada quantidade de produtos acabados POTENCIALMENTE
fabricáveis com o mesmo custo.
Obs.: O custo do período é dividido entre PEE e PAC, com base no equivalente de produção.
CUSTO DE PRODUÇÃO ATRIBUÍDO AO PRODUTO, NO PERÍODO 600.000,00 DIRETAMENTE E POR MEIO DO RATEIO (CIF)
Da tabela acima, pode-se verificar que foram efetuados gastos na produção de 3.000 unidades do produto ABC. Entretanto,
esses gastos foram suficientes para a produção completa de apenas 1.800 unidades do produto e de mais metade (50%
- nível de acabamento) de 1.200 unidades do produto. Daí, calcula-se que os gastos do período foram suficientes para
Pós-Graduação a Distância
a produção do equivalente a 1.800 unidades + 1.200 * 50% unidades do produto ABC = 2.400 unidades. Ora, esse
é o conceito de equivalente de produção, daí, infere-se que o custo de R$600.000,00 equivale àquele necessário para
fabricar completamente 2.400 unidades.
Tendo sido incorrido o custo necessário para fabricar completamente 2.400 unidades e dado que 1.800 unidades foram
completamente terminadas, é possível calcular o valor que deverá ser atribuído à conta produtos acabados, por meio de
uma regra de três, conforme abaixo apresentado.
69
Sistemas de Produção Unidade IV
600.000,00-------2.400
x -----------------------1.800
O restante do custo foi utilizado para as demais unidades iniciadas e não terminadas.
No item anterior, as unidades não terminadas foram consideradas 50% acabadas. Na realidade, ocorrem situações mais
complexas como, por exemplo, diferentes níveis de acabamento para cada elemento do custo. É normal que um produto
já tenha recebido todo o material direto necessário a sua elaboração, mas ainda não tenha recebido todo o trabalho
(mão de obra direta) necessário a seu acabamento, nem tenham incorrido todos os demais custos (uso de equipamento,
das instalações etc.).
• calcular um equivalente de produção para o material direto e utilizá-lo como parâmetro para separação entre
o material direto aplicado aos produtos em elaboração e o material direto aplicado aos produtos acabados;
• calcular um equivalente de produção para a mão de obra e utilizá-lo como parâmetro para a separação da mão
de obra relativa aos produtos em elaboração e aos produtos acabados;
• calcular um equivalente de produção para o CIF, utilizando para segregação dos CIF efetivamente incorridos
Contabilidade de Custos
70
Sistemas de Produção Unidade IV
1. O MD do período é dividido entre PEE e PAC, com base no “eqivalente de produção” de MD;
2. O MD do período é dividido entre PEE e PAC, com base no “equivalente de produção” de MOD;
3. O CIF do período é dividido entre PEE e PAC, com base no “equivalente de produção de CIF.
Trabalhando o exemplo acima proposto, verifica-se que, em relação às 3000 unidades iniciadas no período, deverá ser
calculado um equivalente de produção para cada item do custo, conforme tabela a seguir:
Calculado o equivalente de produção de cada item e sabendo quantos produtos foram efetivamente acabados no período,
é possível dividir, para cada item do custo, seu valor total entre:
• produtos acabados;
• produtos em elaboração.
Ao final, basta somar os valores de cada item do custo, para saber o total atribuído a produtos em elaboração e a
produtos acabados.
71
Sistemas de Produção Unidade IV
Até agora, vimos casos em que a empresa não possuía estoque de produtos em elaboração de períodos anteriores.
Portanto, nos casos até aqui estudados, bastava dividir o custo do período (no conjunto ou separado por componente)
entre produtos em elaboração e produtos acabados: CPP – PEE ou PAC.
Ora, a realidade é mais complexa. Com efeito, é normal que haja, no início de um período, valores relativos a produtos
em elaboração, cuja fabricação havia sido iniciada em períodos anteriores, sem que tivesse sido ainda concluída.
Caso a empresa apresente, no início do período, um estoque de produtos em elaboração remanescente do período anterior,
surge o problema de cálculo do correto valor de custo a ser alocado a este estoque inicial, para que o mesmo se torne
produto totalmente acabado.
Portanto, o problema passa a ser o seguinte: (PEE inicial + CPP) – PEE ou PAC.
• PEPS; ou
• custo médio.
No método do custo médio, considera-se que o custo do período e o custo remanescente do período anterior, registrado
na conta produtos em elaboração, consistem em um único custo, que irá proporcionar o acabamento de produtos no
período.
• SOMAR o custo remanescente do período anterior, registrado na conta produtos em elaboração) com o custo
do período;
A ideia relativa a esse médio é que o custo de fabricação dos produtos em elaboração do período anterior seja misturado
ao custo de produção efetivamente gasto no período. A partir dessa mistura, alocamos ao PEE ou ao PAC uma média
dos custos do estoque inicial e do período.
Contabilidade de Custos
72
Sistemas de Produção Unidade IV
Divide-se o custo do período entre PEE e PAC, com base no “equivalente de produção.
A partir dessa situação, é necessário o cálculo do CPP, que, conforme proposto, deverá ser equivalente ao custo de
produção do período, somado ao saldo de estoque de produtos em elaboração (custo do período anterior).
73
Sistemas de Produção Unidade IV
Conhecido o CPP, calcula-se a produção equivalente, ou seja, a quantidade de produtos totalmente acabados passível
de ser fabricadas com a utilização do referido CPP.
UNIDADES DO PERÍODO ANTERIOR E QUE FORAM TOTALMENTE ACABADAS 1.200 100% 1.200
UNIDADES, DO PERÍODO ATUAL E QUE FORAM TOTALMENTE ACABADAS 1.500 100% 1.500
Conhecidos o equivalente de produção e a quantidade de produtos acabados no período, é possível dividir o CPP entre
PEE e PAC. Assim, apura-se os saldos de produtos em elaboração e produtos acabados, conforme tabela abaixo:
QUANTIDADE DE PRODUTOS ACABADOS NO PERÍODO 2.700 1.200 PRODUTOS DO PERÍODO ANTERIOR E 1.500 DO ATUAL
Método PEPS
No método PEPS (primeiro que entra, primeiro que sai), considera-se que o custo remanescente do período anterior,
registrado na conta produtos em elaboração, não se comunica com o custo do período, para proporcionar o acabamento
Contabilidade de Custos
de produtos no período.
Por esse método, os custos de período anterior (conta produtos em elaboração) são prioritariamente alocados em
produtos acabados, pois é considerado que os primeiros produtos a serem acabados serão aqueles que primeiro foram
iniciados.
74
Sistemas de Produção Unidade IV
2. O custo do período é dividido entre PEE e PAC, com base no “equivalente de produção”.
Utilizando os mesmos dados do exemplo do item anterior, apresentaremos o procedimento proposto a seguir.
A partir dessa situação, é necessário o cálculo do CPP, que, conforme proposto, deverá ser equivalente, apenas, ao custo
de produção efetivamente incorrido no período, desconsiderando-se o saldo da conta produtos em elaboração.
Conhecido o CPP, calcula-se a produção equivalente, ou seja, a quantidade de produtos totalmente acabados passível
de ser fabricadas com a utilização do referido CPP.
75
Sistemas de Produção Unidade IV
UNIDADES DO PERÍODO ANTERIOR E QUE FORAM TOTALMENTE ACABADAS 600 1.200 UNIDADES 50% TERMINADAS
Pode-se perceber que a diferença básica entre esse método (PEPS) e o método da média, visto no item anterior, é que
aqui não se considera a quantidade equivalente ao estoque inicial no equivalente de produção.
Conhecidos o equivalente de produção e a quantidade de produtos acabados no período, é possível dividir o CPP entre
PEE e PAC.
Assim, apuram-se os saldos de produtos em elaboração e de produtos acabados, conforme tabela abaixo:
PRODUTOS ACABADOS
TOTAL 368.750,00
Repare que, utilizando o método PEPS, é necessário alocar ao valor de produtos acabados no período:
76
Sistemas de Produção Unidade IV
• produto em elaboração;
• produto acabado.
Ocorre que, desde Henry Ford, a realidade é um pouco mais complexa, pois a etapa de produtos em elaboração é composta
por uma verdadeira linha de produção.
Considerando-se a empresa como uma linha de produção, pode-se imaginar que o produto flui de um departamento para
outro, acumulando custos, até ficar completamente acabado. Assim, a técnica da produção equivalente também pode
ser usada para valorar a produção acabada que se transfere de um departamento para outro, no processo produtivo.
Considera-se que o produto está acabado com relação ao trabalho a ser feito nele em determinado departamento e,
portanto, aloca-se o respectivo custo em conta de Produtos em Elaboração do departamento seguinte.
Exemplo:
Seja uma companhia com três departamentos, A, B e C, nos quais determinado produto é trabalhado de maneira
sequencial:
• após o término desse tratamento, o produto é enviado ao departamento B, onde também recebe tratamento
e, consequentemente, mais custos;
• após o término desse tratamento, o produto é enviado ao departamento C, onde, então, recebe tratamento e,
consequentemente, custos;
• após receber tratamento e custos nos departamentos A, B e C, finalmente, o produto é considerado acabado.
Pós-Graduação a Distância
O problema que se apresenta é o de segregar os custos de cada departamento entre os produtos que deverão ser passados
para o departamento seguinte, considerados produtos acabados para o determinado departamento, e os que deverão ficar
no próprio departamento, como produtos em elaboração no departamento, para serem trabalhados no período seguinte.
Em uma empresa que possua um único departamento, esse problema se confunde com o da segregação dos custos do
período entre produtos em elaboração e produtos acabados, vista no item anterior. Portanto, a solução do problema será
muito semelhante àquela apresentada no item anterior.
77
Sistemas de Produção Unidade IV
Com efeito, basta considerar cada departamento como uma empresa separada e transferir para o departamento seguinte,
com base em equivalente de produção;
Seja uma empresa com três departamentos, A, B e C, e com a seguinte situação de produção, em um determinado
período:
• Departamento A
• Departamento B
• Departamento C
78
Sistemas de Produção Unidade IV
Conhecidos os valores do equivalente de produção de cada departamento e do custo do departamento, é possível calcular
os valores das unidades consideradas acabadas (para o departamento), que devem ser transferidas, e os valores das
unidades em processo (no departamento), que não devem ser transferidas.
1 – Departamento A
2 – Departamento B
Saliente-se que o departamento B não trabalha apenas com custos próprios. Os produtos trabalhados no departamento
B carregam os custos recebidos no departamento A e a eles é agregado o valor dos custos próprios do departamento B.
Diante dessa situação, portanto, devem ser efetuados dois cálculos:
• atribuição dos custos do departamento B às unidades a serem transferidas para o departamento C e às unidades
não transferidas;
• as 5.000 unidades transferidas para o departamento C devem levar com elas os correspondentes custos a
elas atribuídos no departamento A.
79
Sistemas de Produção Unidade IV
De posse dessas duas parcelas, é possível calcular o valor das unidades transferidas, conforme tabela abaixo.
TOTAL 1.125.000,00
TOTAL 425.000,00
3 – Departamento C
VALOR ATRIBUIDO NO DEP. A ÀS UNIDADES A SEREM TRANSFERIDAS PARA PRODUTOS ACABADOS 900.000
Contabilidade de Custos
80
Sistemas de Produção Unidade IV
De posse dessas duas parcelas, é possível calcular o valor das unidades transferidas.
TOTAL 1.380.000,00
TOTAL 255.000,00
Pós-Graduação a Distância
81
Sistemas de Produção Unidade IV
Conceituação
No caso de uma empresa que, em suas instalações industriais, fabrica vários produtos, pode ocorrer que apenas
alguns desses produtos sejam relevantes, do ponto de vista dos respectivos preços e custos, sendo os demais apenas
“coadjuvantes”. Nessa situação, é comum a atribuição de todos os custos apenas aos produtos principais.
Por produção conjunta entende-se aquela em que os produtos resultantes da atividade industrial são provenientes das
mesmas matérias-primas e nenhum deles pode ser produzido sem o acompanhamento da produção dos outros.
Empresas que trabalham no sistema de produção contínua deparam-se com o problema de atribuição de custos
aos vários produtos resultantes de seu processo industrial. Um exemplo típico dessa situação é o de uma refinaria
de petróleo, que, em sua origem, contém as cadeias de hidrocarbonetos, que consistem em óleo diesel e em
gasolina. Até o momento da clara separação entre óleo diesel e gasolina, os custos do refino são conjuntos.
Por custos conjuntos, portanto, entende-se os custos incorridos antes do ponto em que os produtos do mesmo processo são
separados. A separação dos custos é sempre, de alguma maneira, arbitrária (com base em preços de venda, quantidades
produzidas etc.), porque os verdadeiros custos conjuntos são indivisíveis.
• coprodutos;
• produto x subproduto; ou
• produto x sucata.
A diferenciação entre essas três situações é influenciada pelos valores relativos dos itens produzidos, assim como pela
respectiva quantidade produzida.
Contabilidade de Custos
Coprodutos
Coprodutos ou produtos conjuntos são os produtos principais de uma empresa, que, oriundos de um mesmo processo de
produção e das mesmas matérias-primas, respondem conjuntamente pelo faturamento dela.
Um exemplo recorrente na literatura é o de frigoríficos, que, para produção de filet-mignon, necessariamente produzem
picanha.
82
Sistemas de Produção Unidade IV
Os custos a serem atribuídos a cada um dos coprodutos devem considerar um critério arbitrário de rateio, como, por exemplo:
Valor de mercado
Neste método, o valor de venda total é o peso ponderado de cada produto (valor unitário x quantidade produzida). A partir
desses percentuais, distribui-se o custo total incorrido.
A seguir, apresentaremos um exemplo de atribuição de um custo de R$ 150.000,00, considerando dois produtos (X e Y):
X 6.000 12,00
Y 10.000 10,00
TOTAL 16.000
Finalmente, divide-se o custo total atribuído a cada produto pela respectiva quantidade fabricada, para se apurar o custo
unitário do produto.
83
Sistemas de Produção Unidade IV
Quantidade produzida
O método da quantidade produzida é mais simples do que o método do valor de mercado, pois o preço é ignorado e utiliza-
se, como critério de distribuição do custo total, apenas a quantidade produzida.
Vejamos o mesmo exemplo, apresentado no item anterior, de atribuição de um custo de R$150.000,00, considerando
dois produtos (X e Y):
X 6.000 12,00
Y 10.000 10,00
TOTAL 16.000
Finalmente, divide-se o custo total atribuído a cada produto pela respectiva quantidade fabricada, para se apurar o custo
unitário do produto.
Repare que, com esse critério, o custo unitário de todos os produtos será sempre idêntico.
Igualdade no lucro
Neste método, os custos são atribuídos aos coprodutos de tal forma que o lucro bruto unitário da venda de cada produto
seja constante.
84
Sistemas de Produção Unidade IV
Lembrando, o lucro bruto unitário é o valor unitário de venda, subtraído do custo atribuído ao produto.
Tomando-se, como exemplo, o mesmo caso tratado nos dois itens anteriores, de atribuição de um custo de R$150.000,00,
considerando dois produtos (X e Y) temos:
A primeira providência é a apuração do lucro bruto unitário: R$22.000,00/16.000 unidades = R$1,38, que deve ser
igual para todos os produtos.
PRODUTO VALOR UNITÁRIO DE VENDA (–) LUCRO BRUTO (=) CUSTO UNITÁRIO ATRIBUÍDO
TOTAL
Apurado o custo unitário, basta multiplicá-lo pela quantidade produzida e calcular o custo total a ser atribuído a cada
produto:
Muitas vezes, os fatores são atribuídos, para ponderação dos custos, com base na complexidade do processo de fabricação
de cada produto.
Pós-Graduação a Distância
Assim, os fatores utilizados para ponderação dos custos são dados pelo departamento de engenharia.
85
Sistemas de Produção Unidade IV
Tomando-se o mesmo exemplo tratado nos itens anteriores, de atribuição de um custo de R$150.000,00, considerando
dois produtos (X e Y), com, respectivamente, complexidade proporcional a 80 e 60, temos:
X 6.000 80
Y 10.000 60
TOTAL 16.000
Finalmente, divide-se o custo total atribuído a cada produto pela respectiva quantidade fabricada, para se apurar o custo
unitário do produto.
Subprodutos
Contabilidade de Custos
São denominados subprodutos os produtos que apresentam pequena expressão no faturamento da empresa, porém:
• se originam de forma normal, durante o processo de produção; e
• têm sua comercialização em mercado estável.
Um exemplo de subproduto é a glicerina, na fabricação de sabão.
86
Sistemas de Produção Unidade IV
Entre as várias alternativas de atribuição de custos a subprodutos, a mais utilizada é a de NÃO se atribuir qualquer
custo a eles, atribuindo-se a totalidade dos custos aos produtos principais. Assim, a venda dos subprodutos implicaria o
registro de receitas de vendas, mas o respectivo custo seria zero.
Sucatas
Sucatas são produtos que se originam de forma normal durante o processo produtivo, entretanto:
• sua venda é esporádica e realizada por valores não previsíveis, em virtude da inexistência de um mercado
estável para sua absorção;
Um exemplo de sucata é o cavaco de ferro, em tornearias, resultante do processo de usinagem. Normalmente, não são
atribuídos custos à sucata e sua venda é registrada como receita não operacional.
Pós-Graduação a Distância
87
Contabilidade de Custos
88
Unidade V
Conceito
O custeio variável, também conhecido como custeio direto, é um tipo de custeamento que consiste em considerar como
custo de produção do período apenas os custos variáveis incorridos. Os custos fixos, pelo fato de existirem, mesmo que
não haja produção, não são considerados como custos de produção e, sim, como despesas, sendo encerrados diretamente
contra o resultado do período.
Deste modo, o custo dos produtos vendidos e os estoques finais de produtos em elaboração e produtos acabados somente
conterão custos variáveis.
Saliente-se que o custeio direto ou variável não é aceito para fins societários e fiscais.
Demonstração do Resultado
Uma outra diferença em relação ao custeio por absorção, de natureza formal, reside na maneira de apresentar a
demonstração de resultado, conforme abaixo:
89
Custeio Direto ou Variável Unidade V
4.2 (+) COMPRAS DE INSUMOS 4.2 (+) CPP (MD + MOD + CIF)
Frise-se, ainda, que o custeio direto ou variável está em desacordo com o princípio da competência, pois, considerando os
critérios de classificação dos fatos contábeis, o aluguel da fábrica, por exemplo, não é despesa, mas, sim, um dos preços
pagos para produção dos produtos por um mês. Ora, tal fato é permutativo. Pelo princípio da competência, somente será
registrada uma despesa relativa ao aluguel pago quando e à medida que ocorrer a venda dos produtos fabricados.
Visto que o custeio direto ou variável não é aceito para fins fiscais nem societários e está em desacordo com o princípio
da competência, cabe uma pergunta: Para que esse custeio serve?
A resposta é a seguinte: o custeio direto (ou variável) tem grande utilidade gerencial, servindo para auxiliar a tomada de
várias decisões.
• impedimento a que o aumento da produção sem o consequente aumento das vendas distorça o resultado;
• margem de contribuição;
Contabilidade de Custos
– ponto de equilíbrio;
– margem de segurança;
– alavancagem operacional.
90
Custeio Direto ou Variável Unidade V
Margem de contribuição
A margem de contribuição é definida como sendo a diferença entre o valor das vendas e dos gastos variáveis (gastos
esses definidos, anteriormente, como custos ou despesas). Esse conceito representa o valor que é utilizado, em seu
somatório, para cobrir os gastos com custos fixos e para gerar lucro. Esquematicamente, podemos apresentar a margem
de contribuição conforme a fórmula a seguir:
em que:
MC – margem de contribuição
V – vendas
Pós-Graduação a Distância
91
Custeio Direto ou Variável Unidade V
Conceituação
O lucro é auferido quando a margem de contribuição é suficiente para amortizar os custos fixos e, adicionalmente, é
gerada uma sobra.
Portanto, o planejamento dos lucros, bem como o controle dos custos, exige o conhecimento da relação entre custos e
volumes.
Para entendimento dessas relações, faz-se necessário considerar um cenário simplificado, dentro de um intervalo de
relevância, que vai desde a produção zero até a capacidade máxima da indústria, no qual:
• seja possível considerar a existência de custos fixos, que não se alteram, e custos variáveis, que se alteram
linearmente, ou seja, proporcionalmente à quantidade produzida;
• o preço de venda não seja alterado em função das alterações dos volumes físicos das vendas;
A colocação dessas condições de contorno é necessária para fixar nosso estudo no cerne da questão em pauta – relações
entre volume e lucro, evitando discussões paralelas acerca de outros detalhes que, apesar de influenciarem no lucro,
escapam ao escopo da contabilidade de custos, entrando na seara do marketing, do planejamento estratégico ou da
administração em geral.
Ponto de equilíbrio
Ponto de equilíbrio é o nível de atividade da indústria no qual os custos e as despesas totais se igualam às receitas totais.
Nesse ponto, a empresa não aufere lucro nem incorre em prejuízos.
O ponto de equilíbrio pode ser encarado do ponto de vista contábil, econômico ou financeiro.
O pondo de equilíbrio contábil é alcançado quando o lucro contábil da empresa é zero, ou seja,
Contabilidade de Custos
Vendas
(=) Zero.
92
Custeio Direto ou Variável Unidade V
Nesse sentido, basta lembrar que, mesmo que nenhum produto seja produzido e vendido, o aluguel da fábrica continua
sendo devido. É por essa razão que a indústria com produção zero experimenta prejuízo.
À medida que as operações vão incrementando, o prejuízo tende a diminuir, pois há receitas de vendas que, deduzidas
dos valores dos custos variáveis, geram uma margem de contribuição.
É importante reparar que justamente essa margem de contribuição é que absorve, ao menos em parte, os custos fixos.
Há um nível de atividade – ponto de equilíbrio – em que o valor das vendas, deduzido dos custos variáveis, gera uma
margem de contribuição idêntica ao valor dos custos fixos.
A partir desse nível de atividade, o valor das vendas, deduzido dos custos variáveis, geram uma margem de contribuição
superior ao valor dos custos fixos e, consequentemente, é auferido lucro.
O problema que se apresenta é o de definição da “quantidade a ser produzida para se alcançar o ponto de equilíbrio contábil”.
Esse problema, entretanto, é de fácil solução, quando se está de posse das informações relativas a:
CFt
Q =
PVu – CVu
ou
CFt
Q =
MCu
em que MCu (=) PVu (–) CVu
Obs.: MCu é margem de contribuição unitária
Pós-Graduação a Distância
93
Custeio Direto ou Variável Unidade V
O valor das receitas totais no ponto de equilíbrio é facilmente calculado por meio da multiplicação do preço de venda
unitário pela quantidade produzida, conforme a fórmula a seguir:
O ponto de equilíbrio econômico ocorre quando a indústria opera em um nível de atividade no qual o lucro contábil representa
um valor econômico igual ao que a empresa iria apurar se aplicasse seu patrimônio líquido no mercado financeiro, ou seja,
o lucro contábil deve ser igual a PL (*) taxa de juros.
Repare que o ponto de equilíbrio contábil é alcançado quando o lucro é igual a zero; já o ponto de equilíbrio econômico é
alcançado quando o lucro é igual a PL (*) taxa de juros.
O conceito de ponto de equilíbrio financeiro se afasta ligeiramente do estudo da relação entre volume e lucro, pois ele
não é destinado a avaliar o lucro, mas, sim, a relação entre:
• o volume de vendas.
Cabe referir, entretanto, que essa é uma variação interessante do tema; pois, sem caixa, no tempo, o lucro tende a ser
consumido por juros de empréstimos.
A taxa de juros aqui referida é denominada “taxa de oportunidade”, pois é o rendimento que o sócio teria a oportunidade
de auferir, caso tivesse escolhido aplicar seu patrimônio no mercado financeiro em detrimento da constituição da
empresa.
O ponto de equilíbrio financeiro, portanto, é alcançado no nível de atividade da indústria em que os valores de entrada
em caixa são equivalentes aos das saídas de caixa, por período.
Para isso, às fórmulas apresentadas no item que tratou do ponto de equilíbrio contábil, devem ser feitos os seguintes ajustes:
• considerar como custos e despesas fixas apenas aquelas que ensejam saídas de caixa, retirando-se do total
os valores referentes a depreciação, provisão, amortização etc.;
• considerar, também, como custos e despesas fixas as saídas de caixa que não são registradas como custos ou
despesas, incluindo-se no total os valores referentes a pagamento de dividendos, pagamentos de empréstimos,
deduzidos dos recebimentos;
Contabilidade de Custos
• equacionar os prazos de pagamentos e recebimentos, geralmente considerados iguais, para fins de simplificação
do modelo.
Margem de segurança
A margem de segurança é o índice que indica a comparação percentual entre a quantidade de vendas que a empresa
efetivamente consegue realizar e o ponto de equilíbrio. Em outras palavras, indica o excesso, em termos percentuais, do
94
Custeio Direto ou Variável Unidade V
VA – Vpe
MS = ,
VA
e que:
MS – margem de segurança
VA – vendas atuais
Vpe – vendas no ponto de equilíbrio
A margem de segurança é um dado utilizado para informar o quão próximo do ponto de equilíbrio a empresa está
operando:
• se o valor da margem de segurança for zero, a empresa estará trabalhando exatamente no ponto de equilíbrio;
• se o valor da margem de segurança for maior do que zero, ele indicará o percentual de vendas que poderá
deixar de ser realizado até que a empresa alcance o ponto de equilíbrio; e
• se o valor da margem de segurança for menor do que zero, ele indicará o percentual de vendas que deverá ser
incrementado para que a empresa alcance o ponto de equilíbrio.
Exemplo:
Vejamos a situação de uma empresa que consegue produzir 1.000 unidades de um produto, auferindo o seguinte
resultado:
VENDAS 12.000,00
Obs.: considerando 1.000 unidades
(7.000,00)
(–) Custos e despesas variáveis
5.000,00 12,00 (Preço de venda unitário)
(=) Margem de contribuição
(–) Custos e despesas fixas (4.250,00)
(7,00) (Custos variáveis unitários)
(=) Lucro 750,00
Nessa situação, o ponto de equilíbrio seria encontrado na quantidade de 850 unidades, conforme fórmula abaixo.
CFt 4250
Q = = = 850
PVu – CVu 12 – 7
Pós-Graduação a Distância
95
Custeio Direto ou Variável Unidade V
em que:
MS – margem de segurança
VA – vendas atuais
Vpe – vendas no ponto de equilíbrio
Assim, depreende-se que a empresa pode deixar de realizar vendas em até 15% do valor das vendas atuais, antes de
alcançar seu ponto de equilíbrio.
Alavancagem operacional
Alavancagem operacional é a capacidade que a empresa tem de gerar lucros a partir de suas atividades, administrando
custos e despesas fixas.
O grau de alavancagem é o índice que demonstra a variação dos lucros em relação à variação das vendas.
O grau de alavancagem operacional, portanto, indica o reflexo do aumento das vendas no lucro, ou seja, o efeito no lucro
que um aumento de vendas gera.
% Lucro
GAO =
% Vendas
VENDAS 12.000,00
Obs.: considerando 1.000 unidades
(7.000,00)
(–) Custos e despesas variáveis
5.000,00 12,00 (Preço de venda unitário)
(=) Margem de contribuição
(–) Custos e despesas fixas (4.250,00)
(7,00) (Custos variáveis unitários)
(=) Lucro 750,00
VENDAS 13.200,00
Contabilidade de Custos
96
Custeio Direto ou Variável Unidade V
GAO = 6,67
No exemplo acima, para cada ponto percentual de variação das vendas, o lucro sofrerá um aumento 6,67 vezes maior. Desta
forma, a partir da situação inicial, se as vendas aumentarem 1%, o lucro aumentará 6,67%; se as vendas aumentarem
5%, o lucro aumentará 33,5%; se as vendas aumentarem 10%, o lucro aumentará 67% e assim sucessivamente.
O grau de alavancagem operacional também é calculado a partir da divisão da margem de contribuição pelo lucro (sempre
na situação inicial):
LUCRO 750,00
GAO 6,67
O grau de alavancagem operacional – GAO também pode ser obtido pela seguinte fórmula:
% Lucro
GAO
% Vendas Pós-Graduação a Distância
97
Custeio Direto ou Variável Unidade V
Considerando que:
L'(–)L
% Lucro
L
em que:
L = lucro inicial
Q(–)Q
% Vendas
Q
em que:
Temos que:
L' – L
L
GAO (=) --------------
Q' – Q
Q
Porém, lucro é igual à quantidade vendida multiplicada pela diferença entre preço unitário de venda e custos variáveis
unitários, conforme a fórmula a seguir:
em que:
L = lucro
Q = quantidade vendida
V = valor de venda unitário
C = custos variáveis unitários
F = custos fixos
Q’(–) Q
Q
98
Custeio Direto ou Variável Unidade V
Q x V – C
GAO =
Q x V – C – F
Repare que a fórmula acima é extremamente útil, pois sua utilização independe de saber o quanto (percentualmente) as
vendas aumentaram. Basta saber o valor da quantidade vendida inicialmente, os respectivos custos (variável unitário e
fixo) e o preço de venda.
Q = 1000 unidades
V = R$12,00
C = R$7,00
F = R$4.250,00
1000 x 12 – 7
GAO = 6,67
1000 x 12 – 7 – 4250
Pós-Graduação a Distância
99
Contabilidade de Custos
100
Unidade VI
Custeio Padrão
Conceito
Algumas empresas optam por não registrar, como custo de seus produtos, aqueles efetivamente incorridos. Ao contrário,
registram como custo um valor esperado, devidamente ajustado, para mais ou para menos, conforme a empresa tenha
efetivamente incorrido em mais ou menos custos do que o planejado. Desta forma, o valor esperado, acrescido ou subtraído
dos ajustes, resta equivalente ao valor efetivamente incorrido.
A resposta, essa sim, é interessante: a ideia é a de se avaliar quem errou, em quanto errou e, consequentemente,
tomar as devidas providências: premiar alguns, demitir outros, adequar os procedimentos para alcançar os patamares
esperados, o que é muito importante, ou, ainda, alterar os valores esperados, para que eles fiquem condizentes com
a realidade.
O custo-padrão é também utilizado por inúmeras empresas para avaliação de sua produção e de seus estoques,
pois permite melhor instrumentação para fins gerenciais. Sua aplicação pode ser feita com a utilização do mesmo
princípio do sistema por absorção, isto é, levando em conta todos os elementos de custo. Pode, também, ser utilizada
a fórmula do sistema de custeio direto, não incluindo os custos fixos, procedimento este, porém, não aceito como
princípio contábil.
O custo-padrão apresenta o problema de os elementos do custo serem apurados por pré-definições. O custo-padrão pode
ser adotado na própria contabilidade, desde que sejam feitos os ajustes ao custo real por absorção.
Para determinação de um custo-padrão, é necessária a definição do padrão físico, consideração das características
físicas de um processo de produção, e de um padrão de valor, valor esperado para aquele processo de produção. Assim,
para definição de um custo-padrão, é necessária a contribuição do departamento de engenharia, com a especificação
dos processos e respectivos recursos, e do departamento financeiro, com a previsão dos valores relativos a cada um
desses recursos.
Pós-Graduação a Distância
(=) CUSTO-PADRÃO
101
Custeio Padrão Unidade VI
Tipos de padrão
Existem, basicamente, quatro tipos de padrão:
• padrão básico ou histórico, que reproduz as condições em que a empresa se encontra no momento em que o
processo de produção é implantado;
• padrão teórico ou ideal, que se refere ao ideal a ser alcançado, apenas em eficiência máxima e condições
perfeitas;
• padrão corrente ou atual, que se refere à produção em bons níveis, passíveis de serem alcançados;
• padrão estimado que parte do desempenho passado e o projeta para o futuro (reflete o nível de ineficiências
atual da empresa).
Normalmente, as empresas escolhem uma combinação desses tipos de padrão, de acordo com suas necessidades, sendo
que o padrão corrente representa o ideal factível de comparação.
Uma vez definidos padrões aceitáveis para a produção da empresa, faz-se necessário o acompanhamento dos dados reais
de custo em vista dos padrões estabelecidos, para:
102
Custeio Padrão Unidade VI
Determinação do padrão
A determinação do padrão esperado para o custo com materiais deve levar em conta dois fatores:
A engenharia de produção especifica os tipos e as quantidades de materiais a serem empregados na elaboração de cada
produto, com previsão das eventuais perdas médias. O departamento de compras informa o preço médio esperado para
cada um desses materiais.
Assim, o acompanhamento do padrão de custos dos materiais diretos deverá se preocupar com o controle de:
Se o custo real for inferior ao custo-padrão, a variação será dita “favorável”, caso contrário, “desfavorável”.
Considerando uma previsão de produção de 3.000 unidades do produto final no período, temos um custo-padrão total
esperado de:
• foram consumidas as 12.000 unidades de matéria prima adquirida para fabricação de apenas 2.500 unidades
do produto.
Repare que, no presente exemplo, o custo padrão do material direto não se confirmou:
• nem no preço: dos R$5,00 previstos, foram gastos R$6,00 por unidade;
• nem na eficiência: das 4 unidades previstas, na fabricação de um produto, foram utilizadas 4,8 unidades
(12.000/2.500 = 4,8).
103
Custeio Padrão Unidade VI
Para controle do padrão, esses valores devem ser explicitados, com a indicação do responsável pelas diferenças.
12.000
UNIDADES DO MATERIAL ADQUIRIDAS
(/) UNIDADES DO PRODUTO FABRICADAS 2.500
(=) UNIDADES POR PRODUTO FABRICADO
4,80
A diferença entre o custo real total e o custo-padrão ajustado pode ser devida a dois fatos:
Repare que a diferença entre o preço da matéria-prima esperado e o efetivamente trabalhado é um problema de
Contabilidade de Custos
responsabilidade do departamento de compras, que possivelmente não previu corretamente o comportamento desse
preço. Nesse caso, o responsável por compras tem a obrigação de explicar o que aconteceu.
Repare, ainda, que a diferença entre a quantidade de consumo de matéria-prima na elaboração de uma unidade do
produto é um problema de responsabilidade do departamento de produção, que, possivelmente, não previu corretamente
o consumo desse item no processo industrial.
Nesse caso, o responsável pela produção tem a obrigação de explicar o que ocorreu.
104
Custeio Padrão Unidade VI
Variação de preço
A variação de preço é de responsabilidade do encarregado de compras e o objetivo é identificar qual parcela da diferença
de R$22.000,00, entre o custo real total e o custo-padrão ajustado, acima apurada é devida à variação de preço e,
consequentemente, responsabilidade do encarregado de compras.
Esse problema se torna de fácil resolução quando se visualiza no gráfico cartesiano a comparação de preços e quantidades
de matéria-prima (por produto fabricado) padrão/real.
Ora, se, para cada produto fabricado, a variação do preço importou em uma diferença de R$4,80, considerando 2.500
unidades fabricadas do produto, a variação total do preço é igual a R$4,80*2.500 = R$12.000,00.
Assim, da diferença de R$22.000,00 ocorrida, o encarregado das compras é responsável por R$12.000,00.
Calcula-se a parcela relativa à variação do preço, de responsabilidade do encarregado de compras, conforme a fórmula
abaixo.
Variação da eficiência
A variação da eficiência é de responsabilidade do departamento de engenharia de produção e o objetivo é identificar
qual parcela da diferença de R$22.000,00 é devida à variação da eficiência e, consequentemente, responsabilidade do
encarregado da produção.
Esse problema se torna de fácil resolução quando se visualiza no gráfico cartesiano a comparação de preços e quantidades
de matéria-prima (por produto fabricado) padrão/real.
105
Custeio Padrão Unidade VI
Ora, se, para cada produto fabricado, a variação quantidade de material utilizado (eficiência) importou em uma diferença
de R$4,00, considerando 2.500 unidades fabricadas do produto, a variação total do preço é igual a R$4,00 * 2.500 =
R$10.000,00.
106
Custeio Padrão Unidade VI
Determinação do padrão
Assim como ocorre com materiais, pode também ocorrer diferenças entre o custo de mão de obra esperado e o custo
efetivo de mão de obra do período. Essa diferença demanda acompanhamento e análise.
Para tanto, é necessário:
• determinar um padrão de custo de mão de obra;
• levantar as diferenças entre o padrão e o real, analisar seus componentes e os respectivos responsáveis.
A determinação do padrão esperado para o custo com mão de obra direta deve levar em conta dois fatores:
• o valor externo da mão de obra direta (salários e encargos de pessoal – denominado padrão de taxa de mão
de obra direta);
• a produtividade do uso dessa mão de obra direta, na industrialização do produto acabado (denominado Padrão
de eficiência ou de tempo).
A determinação do valor externo da mão de obra é responsabilidade do Departamento de Pessoal, que informa o valor
médio esperado para os salários e encargos.
A produtividade do uso dessa mão de obra, por sua vez, é responsabilidade da engenharia de produção, que especifica
os tipos (cargos e qualificação de pessoal) e as quantidades (em horas de trabalho) de mão de obra a ser empregada na
elaboração de cada produto, por meio da determinação do processo de industrialização a ser utilizado.
Assim, o acompanhamento do padrão de custos relativos à mão de obra direta deverá se preocupar com o controle de:
• variação do valor médio dos salários e dos encargos com pessoal;
• variação da eficiência física de utilização do pessoal na fabricação do produto.
Se o custo real for inferior ao custo-padrão, a variação será dita “favorável”, caso contrário, “desfavorável”.
Seja o seguinte custo padrão, para mão de obra direta:
Considerando uma previsão de produção de 3.000 unidades do produto final no período, temos um custo-padrão total
esperado de:
107
Custeio Padrão Unidade VI
• foram consumidas 350 horas de mão de obra direta pelo preço total de R$52.500,00, portanto no valor médio
unitário de R$150,00 por hora;
• com esse trabalho realizado no período, foram produzidas apenas 2.500 unidades do produto, o que resulta
em 0,14 hora de trabalho por unidade de produto fabricado.
• nem no valor horário previsto: dos R$120,00 previstos, foram gastos R$150,00 por hora;
• nem na eficiência – das 0,10 horas de trabalho na fabricação de cada unidade do produto foram utilizadas
0,14 horas (350/2.500 = 0,14).
Para controle do padrão, esses valores devem ser explicitados, evidenciando seu impacto no custo total de mão-de-obra
e com a indicação do responsável pelas diferenças.
22.500,00
(=)
3,50
QUALIDADE DE HORAS TRABALHADAS
(/) UNIDADES DO PRODUTO FABRICADAS 2.500
(=) HORAS TRABALHADAS POR PRODUTO FABRICADO
0,14
108
Custeio Padrão Unidade VI
Esse problema se torna de fácil resolução quando se visualiza no gráfico cartesiano a comparação do curto da mão de
obra (por produto fabricado) padrão/real.
Ora, se, para cada produto fabricado, a variação da taxa importou em uma diferença de R$4,20, considerando 2.500
unidades fabricadas do produto, a variação total do preço é igual a R$4,20 * 2500 = R$10.500,00.
É possível calcular a parcela relativa à variação da taxa (valor médio do salário/hora), de responsabilidade do Departamento
de Recursos Humanos, conforme fórmula abaixo.
PADRÃO DE VALOR
(POR HORA DE TRABALHO)
120,00
(*) VALOR REAL
(POR HORA DE TRABALHO) 150,00
(=) VARIAÇÃO DA TAXA SALARIAL
(POR HORA DE TRABALHO) 30,00
(+) QUANTIDADE DE HORAS
TRABALHADAS
(NA FABRICAÇÃO DE UMA UNIDADE DO PRODUTO) 0,14
(=) VARIAÇÃO DA MÃO DE OBRA
(POR UNIDADE DE PRODUTO FABRICADO) 4,20
(FABRICADO NO PERÍODO – EM UNIDADES) 2.500
(+) QUANTIDADE DE PRODUTO
(=) VARIAÇÃO TOTAL DA TAXA
(DO SALÁRIO PAGO PARA A FABRICAÇÃO DE PRODUTOS NO PERÍODO)
10.500,00
Assim, da diferença de R$22.500,00 apurada, o encarregado dos recursos humanos é responsável por R$10.500,00.
Pós-Graduação a Distância
109
Custeio Padrão Unidade VI
Esse problema se torna de fácil resolução quando se visualiza no gráfico cartesiano a comparação de preços e quantidades
de matéria-prima (por produto fabricado) padrão/real.
Ora, se, para cada produto fabricado, a variação da eficiência importou em uma diferença de R$4,80, considerando 2.500
unidades fabricadas do produto, a variação total do preço é igual a R$4,80 * 2.500 = R$12.000,00.
Da mesma forma que foi calculada a variação da taxa, calcula-se a parcela relativa à variação de eficiência de utilização
de mão de obra, de responsabilidade do departamento de engenharia de produção, conforme a fórmula abaixo.
Conclusão
Partindo-se da diferença de R$22.500,00 relativa à mão de obra direta acima apurada, verifica-se que:
110
Custeio Padrão Unidade VI
Controle do padrão
O controle dos padrões de MOD e MD, vistos até agora, eram feitos com base na comparação entre o custo efetivo e o
custo-padrão ajustado à quantidade produzida.
Saliente-se que não foi utilizado, para fins de comparação, o custo-padrão inicialmente previsto.
Ora, o que a empresa precisa é saber por que houve diferenças e uma das importantes diferenças é, justamente, devida
à diferença entre a quantidade de produção inicialmente esperada e aquela efetivamente produzida. Assim, surge uma
dúvida: como controlar essa diferença?
Repare que a diferença entre a quantidade de produção esperada e a efetivamente produzida diz respeito à otimização
da utilização dos recursos da empresa. De uma forma teórica, seria desejado que a indústria operasse com 100% de sua
capacidade todo o tempo. Entretanto, na prática, isso não ocorre e, assim, há desperdício de recursos. Esses recursos
compõem o CIF (Custos Indiretos de Fabricação). Portanto, deve haver, além dos controles de MD e MOD, controles
específicos para a variação de CIF.
Como todos os padrões vistos até agora (para MD e MOD), os padrões relativos aos CIF deverão ser compostos por um
fator físico e um fator de valor. Ocorre que, pela especificidade do CIF, o fator de valor, relativo ao padrão, deve ser
decomposto em dois subfatores: um de custo e um de capacidade.
• fator físico do padrão do CIF: padrão de eficiência no trabalho, padrão de tempo gasto por unidade produzida;
• fator de valor do padrão do CIF (custo unitário): determinado pela razão entre:
O padrão de custos CIF é decorrente de um conjunto enorme de itens, incluindo valores internos e externos à empresa,
como, por exemplo,
• o aluguel da fábrica;
A variação dos CIF (diferenças entre CIF padrão e CIF efetivo) deve ser analisada com a explicitação dos motivos que
levaram a essas diferenças e a identificação do respectivo responsável.
Ocorre que, pela complexidade dos componentes do CIF, há mais de uma maneira de analisar a diferença em tela. Cada
maneira revela, de forma peculiar, os fatores que ensejaram a diferença. Cada uma dessas maneiras é denominada de
método. São três métodos: bivariação, trivariação e tetravariação. A seguir, encontram-se apresentadas as principais
características de cada método.
111
Custeio Padrão Unidade VI
• Método da Bi-variação, a utilização desse método resulta na apresentação de apenas dois motivos para a
existência da diferença no CIF, ou seja, duas parcelas componentes da diferença, conhecidas como:
– variação controlável;
– variação de volume.
• Método da trivariação: a utilização desse método resulta na apresentação de três motivos para a existência
da diferença no CIF, ou seja, três parcelas componentes da diferença, conhecidas como:
– variação de gasto;
– variação de eficiência.
• Método da tetravariação: resulta na apresentação de quatro motivos para a existência da diferença no CIF,
ou seja, quatro parcelas componentes da diferença, conhecidas como:
– variação de gasto;
Para ilustração da aplicação dos métodos de apuração da variação dos CIF, será proposta, a seguir, uma situação fática,
a partir da qual serão analisados os detalhes de cada método.
A partir dos dados acima, apura-se, conforme a tabela a seguir, o seguinte custo-padrão unitário para o CIF da indústria:
PADRÃO DE PADRÃO DE
PADRÃO DE VALOR PADRÃO FÍSICO CUSTO-PADRÃO
CUSTO CAPACIDADE (*)
CIF TOTAL TOTAL DE HORAS DE CIF EM R$ POR HORAS TRABALHADAS POR CIF EM R$ POR
EM R$ TRABALHO PREVISTAS HORA TRABALHADA PRODUTO FABRICADO PRODUTO FABRICADO
(*)PADRÃO DE CAPACIDADE EM HORAS DE FUNCIONAMENTO DA INDÚSTRIA
PRODUÇÃO DE 3.000 UNIDADES (X) 0,10 HORAS POR UNIDADE PRODUZIDA (=) 300 HORAS UTILIZADAS.
112
Custeio Padrão Unidade VI
Considerando, portanto, uma previsão de produção de 3.000 unidades do produto final no período, podemos confirmar
o valor do custo-padrão total esperado de R$75.000,00, acima proposto, conforme tabela abaixo:
Considerando o CIF total de R$75.000,00 e o valor de R$30.000,00 para CIF fixos, obtém-se o valor de R$45.000,00
para a parte variável do CIF, bem como o valor unitário (por hora de trabalho prevista) para CIF fixo e CIF variável,
conforme a seguir:
Repare que o CIF previsto por hora trabalhada, R$250,00, é equivalente à soma do CIF fixo previsto por hora trabalhada,
R$150,00, com o CIF variável previsto por hora trabalhada, R$100,00.
Ocorre que, na prática, nem sempre os dados previstos são confirmados, podendo ocorrer mais ou menos horas de
trabalho, mais ou menos produtos fabricados e podendo variar o próprio valor do CIF.
• foram produzidas apenas 2.500 unidades do produto: repare que a capacidade de produção da indústria não
foi alcançada, deixando-a em parte ociosa;
• nessa produção foram consumidas 280 horas totais, o que corresponde à eficiência de 280 (/) 2.500 (=) 0,112
horas por unidade do produto fabricada: repare que, no caso, apesar de não terem sido utilizadas todas as
potenciais 300 horas, proporcionalmente à quantidade de produtos fabricados, foram utilizadas mais horas de
trabalho do que as inicialmente previstas, sobrecarregando os recursos utilizados em função de seu objetivo;
• foram gastos, efetivamente, R$98.000,00, repare que, mesmo tendo produzido menos produtos do que o
Pós-Graduação a Distância
• nem na capacidade: das 3.000 unidades passíveis de produção, apenas 2.500 foram produzidas;
• nem no valor gasto: dos R$75.000,00 previstos, foram gastos R$98.000,00 no total;
• nem na eficiência: das 0,10 horas previstas para fabricação de um produto, foram efetivamente utilizadas
0,112 horas.
113
Custeio Padrão Unidade VI
Para controle do padrão, esses valores devem ser explicitados, com a indicação do responsável pelas diferenças.
A tabela a seguir apresenta a formação da diferença entre CIF proposto e efetivo, a ser explicitada.
CUSTO REAL
VALOR REAL (*) PADRÃO REAL (**) CUSTO REAL UNIT. PRODUÇÃO REAL
TOTAL
Repare que, tendo sido ajustado o padrão inicialmente previsto à quantidade produzida, para fins de comparação com
Contabilidade de Custos
os custos reais, faz-se necessário, também, apurar os CIF Padrão fixo e variável por unidade de hora de utilização de
recursos.
114
Custeio Padrão Unidade VI
4 TOTAL DE HORAS PREVISTAS ALUSTADAS 250,00 300 (/) 3000 (X) 2.500
• o CIF variável por hora de utilização de recursos diminuiu: o que era esperado, visto que foram consumidas
mais horas de utilização de recursos, em função da quantidade produzida, do que inicialmente previsto; e
• o CIF fixo por hora de utilização de recursos aumentou: o que era esperado, pois a quantidade de horas de
funcionamento da indústria, em termos absoluto, diminuiu.
O problema que se coloca, no presente momento, é o da apuração dos motivos da diferença de R$35.500,00, entre o
custo real total e o custo-padrão ajustado, acima apurada. Em outras palavras, para fabricar a quantidade de produtos
efetivamente fabricada, considerando a utilização de recursos conforme planejado, somente poderia ter sido gasto o CIF
de R$62.500,00, entretanto, foi incorrido CIF de R$98.000,00. Dependendo do método utilizado, essa diferença será
repartida em duas, três ou quatro parcelas.
Método da bivariação
Com a utilização do método da bivariação, calculam-se os montantes de variação controlável e de variação de volume,
relativos à diferença CIF – padrão/real.
Variação controlável
A variação controlável corresponde à diferença entre CIF padrão e CIF real, porém somente à parte relativa aos custos
variáveis componentes do CIF. A responsabilidade pela parcela variável do CIF é do Departamento de Engenharia de
Produção.
Pós-Graduação a Distância
Como a análise se concentra na parte variável do CIF, considera-se que o CIF fixo fica inalterado em seu valor inicialmente
previsto e calcula-se:
• CIF variável total realizado (=) ao CIF real total (–) CIF orçado fixo; e
• CIF variável padrão ajustado (valor previsto) (=) valor da hora trabalhada (inicialmente previsto) (x) de horas
previstas (ajustado à produção realizada).
115
Custeio Padrão Unidade VI
VARIAÇÃO CONTROLÁVEL
Assim, dos R$35.500,00 de diferença entre CIF padrão (previsto) e efetivo (realizado), R$30.500,00 são devidos ao fato
de o custo previsto por hora trabalhada ter sido inferior ao efetivo.
Variação de volume
A variação de volume é o valor que a empresa perdeu por não ter utilizado toda sua capacidade de produção para amortizar
CIF fixo.
Com CIF fixos de R$30.000,00, era possível trabalhar 300 horas. Cada hora não trabalhada corresponde a uma perda
de R$100,00. Assim, como foram trabalhadas efetivamente o equivalente a 250 horas, a perda foi de R$5.000,00.
2 (–) HORAS DE POSSÍVEL FUNCIONAMENTO – PREVISTAS (300,00) PARA A PRODUÇÃO TOTAL POSSÍVEL
5 (/) HORAS DE POSSÍVEL FUNCIONAMENTO – PREVISTAS 300,00 PARA A PRODUÇÃO TOTAL POSSÍVEL
Contabilidade de Custos
116
Custeio Padrão Unidade VI
• R$30.500,00 são devidos à variação controlável, ou seja, ao fato de o custo previsto por hora trabalhada ter
sido inferior ao efetivo; e
• R$5.000,00 são devidos à variação de volume, ou seja, ao fato de não ter sido aproveitada toda a capacidade
de produção da indústria.
Método da trivariação
O método da trivariação permite que a diferença CIF (padrão real) seja explicitada pelo cálculo dos montantes de:
• variação de gasto;
• variação de eficiência.
Variação de gasto
A variação do gasto consiste na variação do CIF variável ajustado às horas reais e é de responsabilidade do Departamento
de Engenharia de Produção.
VARIAÇÃO DE GASTO
68.000,00
(=) VARIAÇÃO DE GASTO
26.000,00
Assim, dos R$35.500,00 de diferença entre CIF padrão (previsto) e efetivo (realizado), R$26.000,00 são devidos ao fato
de o custo previsto por hora trabalhada ter sido inferior ao efetivo.
117
Custeio Padrão Unidade VI
VARIAÇÃO DE GASTO
A variação de capacidade ociosa consiste na variação do CIF decorrente das despesas fixas, ajustadas às horas reais.
A não utilização de capacidade ociosa é de responsabilidade da cúpula administrativa.
A tabela a seguir ilustra a apuração da variação de capacidade ociosa, para o exemplo proposto.
Assim, dos R$35.500,00 de diferença entre CIF padrão (previsto) e efetivo (realizado), R$2.000,00 são devidos ao fato
de haver capacidade ociosa.
118
Custeio Padrão Unidade VI
Variação de eficiência
CUSTOS TOTAIS PREVISTOS – AJUSTADOS ÀS HORAS DE UTILIZAÇÃO DE RECURSOS PREVISTAS, ADAPTADAS À QTD. PRODUZIDA
CUSTOS TOTAIS PREVISTOS– PARA A PRODUÇÃO EFETIVA 62.500,00 AJUSTADOS À PRODUÇÃO REALIZADA
(–) CUSTOS TOTAIS PREVISTOS – PARA AS HORAS UTILIZADAS 70.000,00 AJUSTADOS À PRODUÇÃO REALIZADA
(=) VARIAÇÃO DE EFICIÊNCIA 7.500,00
Assim, dos R$35.500,00 de diferença entre CIF padrão (previsto) e efetivo (realizado), R$7.5000,00 são devidos à
eficiência no aproveitamento dos CIF.
Outra maneira, igualmente correta, de apuração da variação da eficiência encontra-se apresentada a seguir:
Pós-Graduação a Distância
VARIAÇÃO DE EFICIÊNCIA
TOTAL DE HORAS PREVISTAS DE FUNCIONAMENTO 250 300H/300 UNID. PREVISTAS (*)
(*) TOTAL DE HORAS EFETIVAS DE FUNCIONAMENTO – 280 AJUSTADAS À PRODUÇÃO EFETIVA 2.500 UNID. PRODUZISAS
119
Custeio Padrão Unidade VI
Método da tetravariação
O método da tetravariação permite que a diferença CIF (padrão/real) seja explicitada pelo cálculo dos montantes de:
• variação de gasto;
É fácil perceber que as duas primeiras parcelas do método da tetravariação (variações de gasto e de capacidade ociosa)
são idênticas àquelas apuradas no método da trivariação. Adicionalmente, as duas últimas parcelas desse método
(variações de eficiência fixa e de eficiência variável) são a explicitação da variação de eficiência (vista no método da
trivariação) em duas partes.
Portanto, o método da tetravariação é quase igual ao método da trivariação, apenas com a divisão da última parcela do
método da trivariação em duas.
Variação de gasto
A variação do gasto, assim como no método da trivariação, consiste na variação do CIF variável ajustado às horas reais
e é de responsabilidade do Departamento de Engenharia de Produção.
120
Custeio Padrão Unidade VI
VARIAÇÃO DE GASTO
(–) CUSTOS VARIÁVEIS REALIZADOS 68.000,00 AJUSTADOS À QUANTIDADE PRODUZIDA E ÀS HORAS TRABALHAS
Assim, dos R$35.500,00 de diferença entre CIF padrão (previsto) e efetivo (realizado), R$26.000,00 são devidos ao fato
de o custo previsto por hora trabalhada ter sido inferior ao efetivo.
VARIAÇÃO DE GASTO
A exemplo do que ocorre no método da trivariação, a variação de capacidade ociosa também consiste na variação do CIF
decorrente das despesas fixas, ajustadas às horas reais. A não utilização de capacidade ociosa é de responsabilidade
Pós-Graduação a Distância
da cúpula administrativa.
121
Custeio Padrão Unidade VI
A tabela a seguir ilustra a apuração da variação de capacidade ociosa, para o exemplo proposto.
Assim, dos R$35.500,00 de diferença entre CIF padrão (previsto) e efetivo (realizado), R$ 2.000,00 são devidos ao fato
de haver capacidade ociosa.
No método da tetravariação, a variação de eficiência, estudada antes, quando da apresentação do método da trivariação,
Contabilidade de Custos
é desdobrada em eficiência fixa e eficiência variável. A variação de eficiência variável é decorrente da diferença entre
as horas reais e a padrão, necessárias à produção efetiva.
122
Custeio Padrão Unidade VI
CUSTOS VARIÁVEIS PREVISTOS – AJUSTADOS ÀS HORAS DE UTILIZAÇÃO DE RECURSOS PREVISTOS, ADAPTADAS À QTD. PRODUZIDA
Assim, dos R$35.500,00 de diferença entre CIF padrão (previsto) e efetivo (realizado), R$4.5000,00 são devidos à
eficiência no aproveitamento dos CIF variáveis.
A variação de eficiência fixa é resultado da diferença da absorção dos custos fixos em relação à quantidade de horas
reais e às horas inicialmente previstas, ajustadas à produção.
CUSTOS FIXOS PREVISTOS – AJUSTADOS ÀS HORAS DE UTILIZAÇÃO DE RECURSOS PREVISTOS, ADPTADAS À QTD. PRODUZIDA
Assim, dos R$35.500,00 de diferença entre CIF padrão (previsto) e efetivo (realizado), R$3.0000,00 são devidos à
ineficiência da absorção dos CIF fixos.
123
Custeio Padrão Unidade VI
• R$26.000,00 são devidos à variação de gasto, ou seja, ao fato do custo previsto por hora trabalhada ter sido
inferior ao efetivo;
• R$2.000,00 são devidos à variação de capacidade ociosa, ou seja, ao fato de haver capacidade ociosa;
• R$4.5000,00 são devidos à variação de eficiência, ou seja, à ineficiência no aproveitamento dos CIF variáveis;
• R$3.0000,00 são devidos à variação de eficiência fixa, ou seja, à ineficiência de absorção dos CIF fixos.
Contabilidade de Custos
124
Custeio Padrão Unidade VI
Contabilização
O custo dos produtos vendidos deve ser levado à conta de resultado, quando da venda do produto.
Tal custo é composto por MD + MOD + CIF.
Para fins gerenciais, é interessante separar o valor EFETIVAMENTE incorrido (a título de MD, MOD e CIF) em valor
padrão e as respectivas variações:
1. Materiais diretos – MD
• custo-padrão;
• variação:
– variação de preços;
– variação de quantidade.
125
Custeio Padrão Unidade VI
Considerando o exemplo acima apresentado, o custo do produto vendido EFETIVO seria de:
• materiais diretos – MD – R$72.000,00;
• mão de obra direta – MOD – R$52.500,00;
• custos indiretos de fabricação – CIF – R$98.000,00.
Essa informação, porém, deve ser apresentada, explicitando-se o valor-padrão; ajustado à quantidade produzida, e as
respectivas variações, conforme a seguir.
MATERIAIS DIRETOS – MD
A. CUSTO-PADRÃO 2.500 20,00 50.000,00
B. VARIAÇÃO:
1. VARIAÇÃO DE PREÇOS 12.000,00
2. VARIAÇÃO DE QUANTIDADE 10.000,00
TOTAL – MD 72.000,00
2. NO MÉTODO DA TRIVARIAÇÃO
A. CUSTO PADRÃO 2.500 25,00 62.500,00
B. VARIAÇÃO:
1. VARIAÇÃO DE GASTO 26.000,00
2. VARIAÇÃO DE CAPACIDADE OCIOSA 2.000,00
3. VARIAÇÃO DE EFICIÊNCIA 7.500,00
TOTAL CIF – MÉTODO DA TRIVARIAÇÃO 98.000,00
3. NO MÉTODO DA TETRAVARIAÇÃO
A. CUSTO PADRÃO 2.500 25,00 62.500,00
B. VARIAÇÃO:
Contabilidade de Custos
126
Unidade VII
Para cada atividade relevante, identifica-se o fator pelo qual se passa a mensurar, da forma mais lógica possível, quanto
de seu custo deve ser atribuído a cada produto.
Esse fator, denominado direcionador de custo, por refletir a verdadeira relação entre os produtos e a ocorrência dos
custos, reduz sensivelmente as distorções causadas por rateios arbitrários dos sistemas tradicionais de custeio.
Por incluírem normalmente despesas administrativas e com vendas, os valores obtidos pelo ABC não são aceitos para
avaliação dos estoques para fins contábeis. Seus maiores benefícios são alcançados para fins gerenciais, contemplando,
além dos custos, outros gastos relativos aos produtos.
Assim, o custeio por atividade identifica, inicialmente, os custos das atividades desenvolvidas pela empresa, para
posterior alocação aos usuários dessas atividades (departamentos ou, diretamente, produtos). A apropriação dos custos
das atividades aos departamentos ou ao produtos é realizada com base no consumo de cada atividade.
Partindo-se do pressuposto de que todos os setores da empresa desenvolvem atividades relacionadas com a geração de
receitas, produção e venda de produtos e serviços, os recursos alocados a cada setor devem, antes, ser associados às
atividades, para, somente então, se distribuir os custos das atividades aos setores.
Repare que, pelo que foi apresentado, o custeio ABC é uma variação do modelo tradicional de rateio de custos. Alguns
autores, entretanto, defendem que o modelo de custeio ABC seja muito mais do que isso, não consistindo em rateio de
custos, mas, sim, em rastreamento de custos, sendo uma poderosa ferramenta de tomada de decisões.
Ora, o ABC é uma maneira diferenciada de atribuição de custos a produtos, que facilita o processo de tomadas de decisão.
O ABC se resolve com regras de três, conforme critérios do enunciado.
Pós-Graduação a Distância
127
Modelos ABC e RKW Unidade VII
Seja uma previsão de venda de 3.000 unidades, ao preço unitário de R$15,00, considerando custos diretos, mão de obra
e materiais diretos, unitários de R$5,00.
São utilizados, ainda, instalações e equipamentos, adquiridos por R$6.000,00, com capacidade de produção de 5.000
unidades e vida útil de 5 anos.
ANO 1 2 3 TOTAIS
No modelo tradicional, a depreciação dos equipamentos e das instalações é realizada de forma linear e as despesas com
comercialização são apropriadas diretamente ao resultado.
128
Modelos ABC e RKW Unidade VII
1 2 3
Utilizando o custeio por atividade ABC, os custos diretos são atribuídos da mesma forma, mas a depreciação (CIF) e as
despesas de comercialização (operacionais) são atribuídas pelo critério da atividade, pelo ciclo de vida do produto, pelo
valor relativo às unidades vendidas previstas.
1 2 3
(–) DESPESAS DE COMERCIALIZAÇÃO (800,00) (2.400,00) (2.100,00) INCLUINDO DESP. ADIC. 3O ANO
129
Modelos ABC e RKW Unidade VII
O RKW também não é aceito para avaliação dos estoques por incluir gastos que não são vinculados ao processo de
fabricação.
Contabilidade de Custos
130
Modelos ABC e RKW Unidade VII
Informações complementares:
• além dos custos já identificados aos produtos, foi verificada a existência de Outros Custos Indiretos, comuns
aos dois produtos, no valor de R$1.800.000,00;
• por decisão da Diretoria Industrial, os custos comuns devem ser atribuídos aos produtos em função das horas
de produção;
• no período, foram iniciadas e completadas 10.000 (dez mil) unidades de cada um dos produtos “A” e “B”.
Com base nos dados fornecidos, assinale, nas questões 12 e 13, a opção que completa corretamente cada questão.
Questão 12: Os custos unitários dos produtos A e B são, respectivamente:
(A) R$1.020,00 e R$1.060,00
(B) R$1.060,00 e R$1.020,00
(C) R$1.040,00 e R$1.060,00
Pós-Graduação a Distância
131
Modelos ABC e RKW Unidade VII
Assim, devem ser rateados os “outros custo indiretos” com base nas horas gastas de produção e somados aos demais
custos já identificados, para dividir por 10.000 e achar o custo unitário, conforme apresentado na tabela abaixo.
0 0 0
(*) O rateio dos outros custos indiretos, realizado com base no critério de horas de produção, foi realizado da seguinte
forma:
Gabarito: A
Questão 13: Considerando que foram vendidos apenas 80% dos produtos B e que não havia nenhum outro estoque inicial
ou final, pode-se afirmar que o estoque final do produto B é :
(A) R$2.040.000,00
(B) R$2.100.000,00
(C) R$2.120.000,00
(D) R$2.140.000,00
Contabilidade de Custos
(E) R$2.080.000,00
Comentários:
Sabendo-se o custo unitário do produto acabado, apurado na questão anterior, calcula-se o custo do produto vendido,
multiplicando-se o custo unitário pela quantidade vendida.
132
Modelos ABC e RKW Unidade VII
Sabendo-se a quantidade inicial (10.000) e a quantidade vendida (8.000), calcula-se a quantidade em estoque: 10.000
– 8.000 = 2.000.
Assim, para calcular o custo do estoque final, basta multiplicar o custo unitário (R$1.060,00) por 20% do total produzido
(10.000 x 20% = 2.000), que resulta na resposta da questão – R$2.120.000,00.
Gabarito: C
Questão 14: A atribuição de todos os gastos de fabricação aos produtos é determinada pela seguinte forma de
custeio:
(A\0 de realização
(B) variável
(C) direto
(D) estimado
Resolução e comentários:
Existem dois critérios de atribuição de custos indiretos ao resultado do período. O primeiro deles é denominado custeio
direto, em que todo e qualquer gasto indireto é considerado despesa do período, influenciando o resultado antes mesmo
de ocorrer a venda dos produtos, para cuja confecção, tais gastos foram efetuados. O segundo é denominado custeio
por absorção, em que qualquer gasto indireto é atribuído ao produto para o qual o gasto foi efetuado, ativando-se o
gasto para que somente seja considerado no resultado quando da venda do produto e da respectiva apuração do custo
do produto vendido. A questão fala da situação em que os gastos são absorvidos pelo produto, atribuídos ao produto,
portanto trata-se de custeio por absorção.
Gabarito: E
Questão 15: Os itens de produção, que nascem de forma normal durante o processo produtivo, porém não possuem
mercado definido, e cuja venda é aleatória são denominados :
(B) subprodutos
(C) sucatas
Pós-Graduação a Distância
(D) co-produtos
Comentários:
Perdas são caracterizadas pela não possibilidade de venda, subprodutos e co-produtos são caracterizados pela venda
regular, restando a opção da sucata que é caracterizada pela aleatoriedade da venda.
133
Modelos ABC e RKW Unidade VII
Gabarito: C
57 – No segundo trimestre de 2002, a Indústria Esse de Produtos Fabris concluiu a produção de 600 unidades do item
X2, tendo logrado vender 400 dessas unidades, ao preço unitário de R$120,00.
Com base nas informações acima, feitas as devidas apurações, pode-se dizer que: o custo dos produtos vendidos; o
estoque final de produtos e o lucro líquido do período, calculados, respectivamente, por meio do custeio por absorção e
do custeio variável, alcançaram os seguintes valores:
Resolução
O custeio direto é aquele em que os custos não diretamente atribuíveis a cada produto fabricado são DIRETAMENTE
lançados como despesa do exercício. O custeio por absorção, ao contrário, é aquele em que todos os custos, diretos e
indiretos, são atribuídos ao custo do produto fabricado (estes por rateio). Abaixo encontra-se esquema de comparação
do resultado, utilizando-se cada um dos métodos de custeio pedidos na questão.
Contabilidade de Custos
134
Modelos ABC e RKW Unidade VII
4.2 (+) COMPRAS DE INSUMOS 4.2 (+) CPP (MD + MOD + CIF)
Com base nessas informações, calcularemos o valor do custo dos produtos vendidos, do estoque final de produtos e do
lucro líquido do período, por cada um dos métodos de custeio , conforme memória de cálculo abaixo.
Pós-Graduação a Distância
135
Modelos ABC e RKW Unidade VII
ESTOQUE INICIAL 0
CÁLCULO DO LUCRO
27.200,00 21.200,00
Gabarito – C
136
Modelos ABC e RKW Unidade VII
A empresa trabalhava com esses indicadores quando recebeu uma proposta para fornecimento de 1.200 unidades durante
os próximos 2 meses, ao preço unitário de R$70,00.
A empresa convocou o Contador de Custos para decidir se poderia aceitar a proposta, mesmo sabendo que as despesas
variáveis de vendas para esse pedido seriam de 5% da respectiva receita.
(A) o pedido não deve ser aceito, pois o preço de venda da proposta é menor que o já praticado pela empresa.
(B) o pedido não deve ser aceito, pois além de o preço de venda ser inferior ao já praticado pela empresa, o lucro diminuirá
em função do aumento das despesas variáveis de 3% para 5%.
(C) o pedido deve ser aceito, pois significará um aumento da ordem de R$1.000,00 no lucro final da empresa.
(D) o pedido deve ser aceito, pois significará um aumento da ordem de R$3.000,00 no lucro final da empresa.
Pós-Graduação a Distância
(E) o pedido deve ser aceito, pois significará um aumento da ordem de R$4.000,00 no lucro final da empresa.
137
Modelos ABC e RKW Unidade VII
Resolução
Inicialmente, é importante colocar que, aqui, utilizaremos o custeio direto ou variável, pois a questão pede que seja usado
o conceito de margem de contribuição.
DADOS DA EMPRESA
PRAZO 2 MESES
138
Modelos ABC e RKW Unidade VII
(A o pedido não deve ser aceito, pois o preço de venda da proposta é menor que o já praticado pela empresa.
B) o pedido não deve ser aceito, pois além de o preço de venda ser inferior ao já praticado pela empresa, o lucro diminuirá
em função do aumento das despesas variáveis de 3% para 5%.
(C) o pedido deve ser aceito, pois significará um aumento da ordem de R$1.000,00 no lucro final da empresa.
(D)o pedido deve ser aceito, pois significará um aumento da ordem de R$3.000,00 no lucro final da empresa.
Certo.
(E) o pedido deve ser aceito, pois significará um aumento da ordem de R$4.000,00 no lucro final da empresa.
Gabarito – D
59 – A Marcenaria Greenwood S/A está produzindo mesas. No fim de setembro, a linha de produção mantinha 300
unidades inacabadas, em fase média de processamento de 30%.
No referido mês, o custo unitário de fabricação alcançou R$2.500,00. No mês seguinte, outubro de 2002, a fábrica
conseguiu concluir 2.100 unidades e iniciar outras 500 unidades, deixando-as em fase de processamento com 50% de
execução.
Com base nestas informações e sabendo-se que a empresa utiliza o critério PEPS para avaliação de custos e estoques,
é correto afirmar que os elementos abaixo têm os valores respectivamente indicados.
(A) produção acabada de outubro R$4.590.000,00; produção em andamento de setembro R$750.000,00; e produção
em andamento de outubro R$657.500,00.
(B) produção acabada de outubro R$5.350.500,00; produção em andamento de setembro R$225.000,00; e produção
em andamento de outubro R$637.500,00.
(C) produção acabada de outubro R$5.125.500,00; produção em andamento de setembro R$450.000,00; e produção
em andamento de outubro R$687.500,00.
Pós-Graduação a Distância
(D) produção acabada de outubro R$4.815.000,00; produção em andamento de setembro R$350.000,00; e produção
em andamento de outubro R$727.500,00.
(E) produção acabada de outubro R$5.500.350,00; produção em andamento de setembro R$325.000,00; e produção
em andamento de outubro R$673.500,00.
Resolução
139
Modelos ABC e RKW Unidade VII
O conceito tratado aqui é o de equivalente de produção, com a existência de estoque inicial de produtos em elaboração.
Como o critério de controle de estoque é o PEPS, o procedimento correto é o seguinte:
• por meio de regra de três, rateia-se o custo do período entre produtos em elaboração e produtos acabados.
2.260
2010 – PAC
PAC 5.125.500,00
PEE 637.500,00
PAC 5.350.500,00
140
Modelos ABC e RKW Unidade VII
Ordem
• R$45.000,00 R$28.800,00
• R$135.000,00 R$50.400,00
• R$297.000,00 R$64.800,00
Os custos indiretos de fabricação no mês de fevereiro de 2001 totalizaram R$225.000,00 e foram apropriados
proporcionalmente aos custos com a mão de obra.
Sabendo-se que as Ordens 001 e 002 foram concluídas em fevereiro e foram faturadas aos clientes por R$350.000,00
e R$580.000,00, respectivamente, e que os produtos são isentos de tributação, pode-se afirmar, com certeza, que as
referidas ordens geraram, respectivamente, Lucro Bruto no valor de
141
Modelos ABC e RKW Unidade VII
Resolução
A. ESTOQUE INICIAL
B. ATRIBUIÇÃO DE CUSTOS DOS PRODUTOS EM ELABORAÇÃO EM FEVEREIRO DE 2001 (OS GASTOS COM MATÉRIA-PRIMA E MÃO DE OBRA FORAM
DE)
3 R$297.000,00 R$64.800,00
Gabarito – E
34 – No processo produtivo da empresa Desperdício S.A., no mês de julho de 2005, ocorreram perdas com rebarbas
decorrentes do corte de tecidos da linha de produção. Em virtude da contratação de funcionário sem experiência, houve
a perda de 100 itens por mau uso de equipamentos. De acordo com os conceitos contábeis, devem ser registradas essas
perdas:
142
Modelos ABC e RKW Unidade VII
Resolução e comentários
A perda é um gasto não intencional, decorrente de fatores externos/fortuitos ou da atividade produtiva normal da
empresa.
No primeiro caso (fatores externos/fortuitos), a perda é considerada uma despesa, em sentido estrito, e é lançada
diretamente contra o resultado do exercício.
No segundo caso (perda decorrente da atividade produtiva normal da empresa), ela integra o custo de produção do
período.
As definições acima estão de acordo com a assertiva de letra E.
Gabarito E
10. Questão n° 86 – ICMS – SP – 2006
86 – Para um ponto de equilíbrio financeiro de 2.000 unidades serão necessários, na sequência, custos e despesas
variáveis, custos e despesas fixas, preço unitário de venda, depreciação:
(A) R$700,00 unitários; R$4.000.000,00; R$1.200,00 unitário; R$800.00.000,00
Resolução e comentários
Trata-se de uma questão cuja resolução demanda o conhecimento do conceito de ponto de equilíbrio, apresentado neste
curso quando do estudo do sistema de custeio variável.
Ponto de equilíbrio é o nível de atividade da indústria no qual os custos e as despesas totais se igualam às receitas totais.
Nesse ponto, a empresa não aufere lucro nem incorre em prejuízos.
O ponto de equilíbrio pode ser encarado do ponto de vista contábil, econômico ou financeiro. Na questão, o examinador
se refere ao ponto de equilíbrio financeiro. Para o correto entendimento do conceito, faz-se necessária a apresentação
do conceito de ponto de equilíbrio contábil.
O pondo de equilíbrio contábil é alcançado quando o lucro contábil da empresa é zero, ou seja,
Vendas
(=) zero
Em uma situação padrão, uma empresa com as atividades paralisadas experimenta prejuízo, pois o valor das vendas
(zero) não é suficiente para pagamento dos custos fixos, apesar de os custos variáveis estarem, também, com valor
143
Modelos ABC e RKW Unidade VII
igual a zero.
À medida que as operações vão incrementando, o prejuízo tende a diminuir, pois há vendas que, deduzidas dos custos
variáveis, geram uma margem de contribuição que absorve, ao menos em parte, os custos fixos.
Há um nível de atividade, ponto de equilíbrio, em que o valor das vendas, deduzido dos custos variáveis, geram uma
margem de contribuição idêntica ao valor dos custos fixos.
A partir desse nível de atividade, o valor das vendas, deduzido dos custos variáveis, geram uma margem de contribuição
superior ao valor dos custos fixos, que, consequentemente, gera lucro.
O problema que se apresenta é o de definição da “quantidade a ser produzida para alcançar o ponto de equilíbrio
contábil”.
Esse problema é de fácil solução, quando se está de posse das informações relativas a: (1) preço unitário de venda – PVu;
(2) custo variável unitário – CVu e (3) – custo fixo total – CFt. A quantidade é apurada por meio da fórmula abaixo:
CFt
Q =
PVu – CVu
ou
CFt
Q =
MCu
O ponto de equilíbrio financeiro é alcançado no nível de atividade da indústria em que os valores de entrada em caixa
são equivalentes aos de saídas de caixa, por período.
Para isso, devem ser feitos os sguintes ajustes às fórmulas apresentadas no item que tratou do ponto de equilíbrio
contábil:
• considerar como custos e despesas fixas apenas aquelas que ensejam saídas de caixa, retirando-se do total
os valores referentes a depreciação, provisão, amortização etc.;
• considerar, também, como custos e despesas fixas as saídas de caixa que não são registradas como custos ou
despesas, incluindo-se no total os valores referentes a pagamento de dividendos, pagamentos de empréstimos,
deduzidos dos recebimentos;
• equacionar os prazos de pagamentos e recebimentos, geralmente considerados iguais, para fins de simplificação
Contabilidade de Custos
do modelo.
144
Modelos ABC e RKW Unidade VII
Para aplicação da fórmula acima aos dados do problema, teremos que, antes, adaptar o conceito de custos fixos totais,
para fins de ponto de equilíbrio financeiro, retirando de seu valor o equivalente à depreciação.
(A) (B) (C) (D) (E) =(B) – (D) (E) / (C) – (A)
CUSTOS
CUSTO VARIÁVEL CUSTOS E PREÇO DE VENDA QUANTIDADE
DEPRECIAÇÃO FIXOS TOTAIS
UNITÁRIO DESPESAS FIXAS UNITÁRIO (CALCULADA)
(FINANCEIROS)
Gabarito E
Uma empresa inicia suas operações no mês de março de 2006. No final do mês, produziu 12.100 unidades, sendo que
8.500 foram acabadas e 3.600 não foram acabadas.
Os custos de matéria-prima foram R$3.200.450,00. Os custos de mão de obra direta foram R$749.920,00 e os custos
indiretos de fabricação foram R$624.960,00. A produção não acabada recebeu os seguintes custos: 100% da matéria-
prima, 2/3 da mão de obra e 3/4 dos custos indiretos de fabricação.
Enunciado
(A) R$544,80
(B) R$455,20
(C) R$410,25
Pós-Graduação a Distância
(D) R$389,10
(E) R$355,20
145
Modelos ABC e RKW Unidade VII
Resolução e comentários
A resolução da presente questão demanda o conhecimento do problema do equivalente de produção quando há DIFERENTES
NÍVEIS DE ACABAMENTO PARA CADA ELEMENTO DO CUSTO, como no caso:
Nesse caso, em relação às 12.100 unidades iniciadas no período, deverá ser calculado um equivalente de produção para
cada item do custo:
Conhecido o equivalente de produção de cada componente do custo (em unidades produzidas) e o correspondente custo
(gastos totais), o custo unitário é facilmente apurado, pela divisão dos gastos totais pela quantidade equivalente produzida
no período, conforme tabela abaixo.
Gabarito D
146
Modelos ABC e RKW Unidade VII
(A) R$1.125.432,00
(B) R$1.267.980,00
(C) R$1.380.444,00
(D) R$1.400.760,00
(E) R$1.525.740,00
Resolução e comentários
Com base nos valores já calculados para resolução da questão anterior, facilmente apura-se o valor patrimonial dos
produtos em elaboração, realizando, para cada elemento do custo, o seguinte procedimento:
• apura-se o custo unitário do elemento por meio da divisão dos gastos totais pelo equivalente de produção do período;
• apura-se o valor do custo atribuído à quantidade de produtos acabados, por meio da multiplicação do custo
unitário pela quantidade de produtos acabada;
• finalmente, apura-se o valor do custo atribuído aos produtos em elaboração, por meio da diferença entre os
gastos totais e o valor atribuído aos produtos acabados.
Obs.: Os valores acima forma apurados com base nos seguitnes parâmetros:
147
Modelos ABC e RKW Unidade VII
Gabarito: B
89 – Uma empresa calcula os custos de seus produtos utilizando dois métodos: o método do custeio por absorção e
o método do custeio variável. Os estoques iniciais eram “zero”, a produção do mês foi de 8.000 unidades totalmente
acabadas, foram vendidas no mês 6.000 unidades. No fechamento do mês foram apurados os seguintes resultados
líquidos: lucro de R$348.750,00 no custeio de absorção e lucro de R$345.000,00 no custeio variável. Para atingir esses
valores de resultado, a empresa manteve os custos variáveis correspondentes a 40% do preço de venda praticado. Desse
modo, os valores correspondentes ao preço de venda unitário, aos custos variáveis unitários e aos custos fixos totais
foram, respectivamente, em R$:
Resolução e comentários
O custeio direto é aquele em que os custos não diretamente atribuídos a cada produto fabricado são DIRETAMENTE
lançados como despesa do exercício. O custeio por absorção, ao contrário, é aquele em que todos os custos, diretos e
indiretos, são atribuídos ao custo do produto fabricado (estes por rateio). Abaixo, encontra-se esquema de comparação
do resultado, utilizando-se cada um dos métodos de custeio pedidos na questão.
Contabilidade de Custos
148
Modelos ABC e RKW Unidade VII
4.2 (+) COMPRAS DE INSUMOS 4.2 (+) CPP (MD + MOD + CIF)
A observação da tabela comparativa acima denota que a diferença fundamental entre os dois modelos de custeio está
na aplicação dos custos fixos ao resultado:
• no custeio por absorção, o custo fixo é aplicado ao resultado PROPORCIONALMENTE À QUANTIDADE VENDIDA
(no caso, na proporção de 6.000 / 8.000 = ¾).
Pós-Graduação a Distância
149
Modelos ABC e RKW Unidade VII
(A) 348.750,00 = 6000 X (PVU – 40% PVU CFV/8000) 348.750 = 6000 X 0,6 PVu – CFt X ¾
(B) 345.000,00 = 6000 X (PVU – 40% PVU) – CFt 345.000,00 = 6000 X 0,6 PVu – CFt
SUBSTITUINDO EM (B)
345.000,00 = 6000 X 0,6 PVu – 15.000,00
360.000,00 = 3.600 PVu
PVu = 100,00
Gabarito A
14. Questão no 90 – ICMS – SP – 2006
90 – Uma empresa, inserida em um contexto de economia inflacionária, em que os preços são sempre crescentes ao
longo dos períodos, tem o movimento de seus estoques conforme os dados abaixo.
150
Modelos ABC e RKW Unidade VII
Com base nessas informações, em qual dos critérios de avaliação dos estoques o Resultado Bruto Operacional será
maior?
(A) média ponderada fixa
(B) método de preço específico
(C) média ponderada móvel
(D) último que entra primeiro que sai
(E) primeiro que entra primeiro que sai
Resolução e comentários
Trata-se de uma questão teórica e, portanto, os dados numéricos apresentados acima são irrelevantes. Cabe, de início,
frisar que o examinador ressalvou a situação de que a empresa trabalhava em um contexto econômico inflacionário.
Essa ressalva é da maior importância, porque toda a teoria de comparação de resultados ente os métodos somente é
aplicável a cenários inflacionários.
Em cenários inflacionários, os métodos geram resultados operacionais brutos (lucros brutos operacionais) na seguinte
ordem crescente:
• UEPS;
• média ponderada móvel;
• PEPS.
Nesse sentido, reproduzimos, a seguir, o esclarecedor resumo apresentado na página 99 do livro “Contabilidade básica”,
de Silvério das Neves e Paulo E. Viceconti (Ed. Frase. 5a edição – 1996).
Em que: (+) significa “maior”, (–) significa “menor” e (M) significa “médio”.
Gabarito E
Resolução e comentários
Trata-se de mais uma questão teórica, sobre conceito visto acima e a seguir reproduzido, para fins de clareza.
151
Modelos ABC e RKW Unidade VII
O custo de conversão ou custo de transformação (Ctr) é a parte do custo de produção do período que não considera o
material empregado, apenas o esforço empregado em sua transformação. Ele é calculado por meio da soma da mão de
obra direta com os custos indiretos de fabricação.
Gabarito E
92 – Considere que uma empresa aloca custos departamentais aos produtos, utilizando-se do método “Direto”.
CONTROLE DE
MANUTENÇÃO MAQUINÁRIO MONTAGEM
QUALIDADE
CUSTOS DE FABRICAÇÃO ALOCADOS
R$350.000,00 R$200.000,00 R$400.000,00 R$300.000,00 R$1.250.000,00
DIRETOS AOS DEPARTAMENTOS
HORAS DE SERVIÇOS
Com base nos dados no quadro acima, o custo unitário, em R$, dos produtos A e B, são respectivamente,
Resolução e comentários
Basicamente existem três métodos de transferência de custos, de departamentos de serviço para departamentos de
produção: (1) direto, (2) por degraus e (3) recursivo, também denominado método algébrico.
152
Modelos ABC e RKW Unidade VII
O método direto é um método em que os custos incorridos em departamento de serviço são DIRETAMENTE alocados a
departamentos de produção, considerando que:
Trata-se de uma simplificação da realidade, pois o departamento de restaurante, por exemplo, claramente presta serviços
ao departamento de enfermaria, pois as enfermeiras também almoçam.
No presente caso, o enunciado não deixou claro o critério de transferência, o que enseja críticas à questão e, inclusive,
a possibilidade de recurso. Entretanto, utilizaremos na resolução da questão o critério mais lógico, de horas de serviço
prestado, de cada departamento de serviço para o departamento de produção.
Assim, teremos:
VALOR TRANSFERIDO
Com a transferência acima proposta, temos o custo total de cada departamento de produção:
Em cada departamento produtivo, deveremos ratear o respectivo custo para cada um dos produtos A e B. O enunciado
não é claro quanto ao critério de rateio a ser utilizado em cada departamento. Na resolução do problema, utilizaremos
os critérios mais lógicos para cada departamento produtivo: (1) no departamento de maquinário, o critério do consumo
de horas/máquinas e (2) no departamento de montagem, o critério do consumo de horas/MOD.
153
Modelos ABC e RKW Unidade VII
DEPARTAMENTO DE MAQUINÁRIO
ITEM VALOR OBS.
1 DEPARTAMENTO DE MAQUINÁRIO 782.500,00 CUSTO TOTAL DO DEPARTAMENTO
2 NÚMERO TOTAL DE HORAS/MÁQUINA 500.00 CONSUMO DO MÊS
3 CUSTO DO DEPARTAMENTO UNITÁRIO 15,65 POR HORA/MÁQUINA
4 CUSTO UNITÁRIO DE PRODUÇÃO DO PROD. A 93.90 PROD. A 6 HORAS
5 CUSTO UNITÁRIO DE PRODUÇÃO DO PROD. B 78,25 PROD B 5 HORAS
6 QUANTIDADE PRODUZIDA DO PROD. A 5.000 UNIDADES
7 QUANTIDADE PRODUZIDA DO PROD. B 4.000 UNIDADES
8 CUSTO PROD. A TOTAL NO DEP. MAQUINÁRIO 469.500,00 (4) * (6)
9 CUSTO PROD. B TOTAL NO DEP. MAQUINÁRIO 313.000,00 (5) * (7)
10 TOTAL DE CUSTO PROD. A E B NO DEPTO. MAQUINÁRIO 782.500,00 (8) + (9)
11 DIFERENÇA – (10) – (1)
DEPARTAMENTO DE MONTAGEM
ITEM VALOR OBS.:
1 DEPARTAMENTO DE MAQUINÁRIO 467.500,00 CUSTO TOTAL DO DEPARTAMENTO
2 NÚMERO TOTAL DE HORAS/MOD 25.000 CONSUMO DO MÊS
3 CUSTO DO DEPARTAMENTO UNITÁRIO 18,70 POR HORA/MOD
4 CUSTO UNITÁRIO DE PRODUÇÃO DO PROD. A 56,10 PROD. A 3 HORAS MOD
5 CUSTO UNITÁRIO DE PRODUÇÃO DO PROD. B 46,75 PROD. B 2,5 HORAS MOD
6 QUANTIDADE PRODUZIDA DO PROD. A 5.000 UNIDADES
7 QUANTIDADE PRODUZIDA DO PROD. B 4.000 UNIDADES
8 CUSTO PROD. A TOTAL NO DEPTO. MAQUINÁRIO 280.500,00 (4) * (6)
9 CUSTO PROD. B TOTAL NO DEPTO. MAQUINÁRIO 187.000,000 (5) * (7)
10 TOTAL DE CUSTO PROD. A E B NO DEPTO. MAQUINÁRIO 467.500,000 (8) + (9)
11 DIFERENÇA –(10) – (1)
TOTAL
ITEM VALOR OBS.
CUSTO UNITÁRIO DE PRODUÇÃO DO PROD. A –
1 56,10 PROD. A 3 HORAS MOD
MONTAGEM
CUSTO UNITÁRIO DE PRODUÇÃO DO PROD. A –
2 93,90 PROD. A 6 HORAS
MAQUINÁRIO
Contabilidade de Custos
154
Modelos ABC e RKW Unidade VII
Gabarito E
93 – Uma empresa utiliza em sua contabilidade o sistema de custo-padrão. Ao final do mês, apurou uma variação de
mão de obra direta.
Tomando como base as informações contidas no quadro acima, o valor da variação de ociosidade, em R$, foi
Resolução e comentários
A indústria tem capacidade para utilizar um total de 15.000 horas de MOD, a um custo previsto de R$4,00 por hora,
o que resulta em um valor de R$4,00 (x) 15.000 (=) R$60.000,00. Ocorre que foram utilizadas, tão somente, 10.000
horas de MOD, correspondentes a 2,5 horas por unidade (x) 4.000 unidades produzidas.
Não foram utilizadas 5.000 horas disponíveis, que a R$4,00 por hora resultaram em um valor de R$20.000,00, que
deixou de ser utilizado na fabricação de produtos.
Pós-Graduação a Distância
Assim, a variação foi negativa em R$20.000,00. Em outras palavras, a empresa gastou com despesas, não alocadas à
atividade produtiva industrial, o equivalente a R$20.000,00.
Para resolução da questão, podemos usar diretamente a fórmula da variação da capacidade ociosa, considerando
como taxa de CIF o valor horário da MOD não alocado à produção, por não estar sendo utilizado (MOD ociosa deve ser
considerada CIF):
155
Modelos ABC e RKW Unidade VII
Gabarito E
94 – A Cia. Capricórnio tem planejado para o exercício de 2007 os seguintes dados na área de produção: horas máquina
projetadas anual 240.000,00, mão de obra direta unitária R$22,00, gastos indiretos de fabricação anual projetado
R$3.600.000,00, gastos indiretos de fabricação unitário projetados R$10,00. A empresa aplica gastos indiretos de
fabricação baseados nas horas máquinas. A taxa de aplicação de gastos indiretos de fabricação para o exercício de
2007 será, em reais:
(A) R$15,00
(B) R$17,00
(C) R$19,00
(D) R$21,50
(E) R$22,00
Resolução e comentários
RESOLUÇÃO
Gabarito A
156
Modelos ABC e RKW Unidade VII
Resolução e comentários
A margem de contribuição é definida como sendo a diferença entre o valor das vendas e dos gastos variáveis, gastos
esses definidos, anteriormente, como custos ou despesas. Esse conceito representa o valor que é utilizado em seu
somatório para cobrir os gastos com custos fixos e para gerar lucro. Esquematicamente, podemos apresentar a margem
de contribuição conforme fórmula a seguir:
MC (=) V (–) CV
Legenda:
MC – margem de contribuição
V – vendas
CV = custos e despesas variáveis
Gabarito A
A Cia. Atenas utiliza duas unidades de matéria prima para cada unidade acabada. Ao fazer seu primeiro planejamento,
para o plano fiscal de 2006, estabelece como meta os seguintes saldos:
157
Modelos ABC e RKW Unidade VII
96. Se a empresa produzir 400.000 unidades, no período, o número de unidades de matéria-prima que deverá adquirir será:
(A) 1.020.000
(B) 1.010.000
(C) 1.000.000
(D) 990.000
(E) 810.000
Resolução e comentários
A questão informa que a empresa pretende PRODUZIR 400.000 unidades. Assim, o fato de restar menos produtos
acabados ao final do período, em relação ao saldo inicial, não influencia o volume produzido, mas enseja a venda de parte
do estoque inicial além da produção do período.
Assim:
• matéria-prima: um aumento de 10.000 unidades em estoque implica a compra de 10.000 unidades;
• produtos em elaboração: um estoque estável não implica a compra de qualquer matéria-prima;
• produtos acabados: uma redução no estoque não implica a compra de matéria-prima (a menor ou a maior).
Finalmente, para produção de 400.000 unidades do produto, são necessárias 800.000 unidades de matéria-prima. Somadas
às 10.000 unidades responsáveis pelo aumento do estoque, temos o montante de 810.000 unidades de matéria-prima
a ser adquirida no período.
Gabarito E
21. Questão no 97 – ICMS – SP – 2006
97 – Para que a empresa venda 480.000 unidades durante o ano fiscal de 2006, a quantidade de unidades que deverá
produzir no decorrer desse período é:
(A) 440.000
(B) 450.000
(C) 460.000
(D) 480.000
(E) 520.000
Resolução e comentários
Considerando os estoques inicial e final propostos, vemos que:
A empresa vendeu 30.000 unidades dos produtos já acabados no início do exercício (40.000 – 70.000 = – 30.000).
Assim, para vender 480.000 unidades, deverá produzir novas 450.000 unidades do produto.
Gabarito B
158
Modelos ABC e RKW Unidade VII
No mês de janeiro de 2006, dos relatórios de produção da Cia. Albion, foram extraídas as seguintes informações:
ITENS VALOR
A empresa aplica custos indiretos de fabricação a uma taxa de 60% de mão de obra direta. Os excessos dos CIF serão
apropriados no final do exercício.
(A) 501.000
(B) 665.000
(C) 673.000
(D) 681.000
(E) 743.000
Resolução e comentários
Pós-Graduação a Distância
MOD 300.000,00
681.000,00
159
Modelos ABC e RKW Unidade VII
Obs.: Apesar dos CIF efetivamente incorridos alcançarem o montante de apenas R$175.000,00, são apropriados em
janeiro 60% da MOD. A diferença será acertada em dezembro, conforme enunciado.
Gabarito D
(A) 697.000
(B) 681.000
(C) 673.000
(D) 657.000
(E) 665.000
Resolução e comentários
Gabarito C
160
Modelos ABC e RKW Unidade VII
(A) 501.000
(B) 499.000
(C) 489.000
(D) 201.000
(E) 199.000
Resolução e comentários
O custo primário ou direto é a parte do custo de produção do período que pode ser apurada sem a necessidade de rateio.
Ele é calculado por meio da soma do material direto com a mão de obra direta.
CP = MD + MOD
Obs.: alguns autores consideram, como custo primário, apenas a soma de matéria prima e mão de obra direta.
No caso, o custo primário é igual ao material direto utilizado somado à mão de obra direta, conforme tabela abaixo.
MOD 300.000,00
501.000,00
Gabarito A
25. AFRF 2005 – Estorno/folha de pagamento/contabilidade de custos
38– A empresa Divergências S.A. contabilizou a folha de provisão para férias do mês de outubro de 2005 com erro.
Foram provisionados em duplicidade o equivalente a 20% dos duodécimos. Considerando que a apropriação da folha de
férias é feita em 30% para custo dos estoques e 70% para despesas administrativas e que de tudo que se fabrica no
mês, vende-se 50%, indique qual estorno abaixo representa um ajuste necessário, uma vez que o referido lançamento só
foi constatado na conciliação feita no mês seguinte.
(A) 6% dos 20% dos duodécimos da folha de provisão de férias de outubro de 2005, contabilizados a maior, registrados
nos estoques devem ser estornados.
Pós-Graduação a Distância
(B) 70% da folha de provisão de férias de outubro de 2005 devem ser estornados das despesas administrativas.
(C) 14% da folha de provisão de férias de outubro de 2005 devem ser estornados dos estoques.
(D) 30% da folha de provisão de férias de outubro de 2005 devem ser estornados do custo dos estoques contra a provisão
de férias.
(E) 3% do total dos duodécimos contabilizados em duplicidade, da folha de férias de outubro de 2005, devem ser estornados
do custo das mercadorias vendidas, contra a provisão de férias.
161
Modelos ABC e RKW Unidade VII
Resolução e comentários
Visto que as assertivas da questão se referem a percentuais, vamos analisar o enunciado a partir de um valor
exemplificativo, correspondente a R$100. Assim, sejam duodécimos devidos no valor de 100.
D = PAC
C = a PEE 36
162
Modelos ABC e RKW Unidade VII
Ora, o erro cometido resultou em um registro (a maior) na conta de custo dos produtos vendidos, no valor de 3% dos
duodécimos originalmente devidos. A retificação desse erro consiste em um estorno desse valor, conforme descrito na
alternativa E. O lançamento de retificação do erro seria o seguinte:
C = a CPV 3
Obs. Cabem, ainda, as retificações dos saldos das contas PAC e Despesas Operacionais, respectivamente nos valores
de 3 e 14, mas isso não é objeto da questão e, portanto, nos furtaremos a apresentar os lançamentos para as referidas
retificações.
Gabarito E
27. Apuração do CPV – Auditor-Fiscal do Município de São Paulo – ISS – 2007 (FCC)
Considerando apenas essas informações, extraídas da contabilidade da Cia. Rio Negro, o custo dos produtos vendidos,
no período, correspondeu a, em R$:
Pós-Graduação a Distância
(A) 145.000,00
(B) 167.000,00
(C) 185.000,00
(D) 189.000,00
(E) 211.000,00
163
Modelos ABC e RKW Unidade VII
Resolução e comentários
Trata-se de uma questão sobre a apuração do custo do produto vendido. A ideia necessária à resolução da questão provém
da contabilidade comercial e é a mesma utilizada para apuração do custo da mercadoria vendida. Nesse sentido, cumpre
referir que a quantificação do custo da mercadoria vendida é realizada por meio da fórmula abaixo:
CMV = Ei + C – Ef
Com o advento da Revolução industrial, os estoques, que eram basicamente formados por mercadorias para revenda,
sofreram uma drástica transformação – passaram a se compor de vários tipos de material (matérias primas e produtos
em elaboração) que, após a manipulação industrial, tornar-se-iam produtos acabados, para venda.
Foi, então, necessário definir novos métodos para apurar o valor dos estoques. Além disso, era necessário quantificar
corretamente os gastos com pessoal e outros (energia, aluguel etc.) na elaboração dos produtos.
A solução adotada para apurar o resultado na empresa industrial foi similar à utilizada na contabilidade geral: avaliar os
estoques (inicial e final – de produtos acabados e em elaboração) e substituir a conta compras pelos “gastos efetuados
na produção”.
164
Modelos ABC e RKW Unidade VII
Aplicando os conceitos acima aos dados da questão, pode-se apurar o CPV, conforme memória de cálculo abaixo:
Repare que as despesas administrativas, as despesas com vendas e as despesas financeiras líquidas são irrelevantes
para a resolução da questão.
Pelo que foi acima exposto, depreende-se que a alternativa correta é a de letra (D).
GABARITO D
01 – Uma empresa do ramo imobiliário deseja saber o custo para construção de 10 casas, sendo que 4 (quatro) unidades
têm a mesma área construída e as demais casas têm o dobro desta área. Os custos orçados para o referido empreendimento
totalizaram R$800.000,00.
(A) R$500.000,00.
(B) R$480.000,00.
(C) R$600.000,00.
(D) R$650.000,00.
(E) R$700.000,00.
165
Modelos ABC e RKW Unidade VII
Resolução e comentários
Trata-se de uma questão extremamente simples, cuja resolução não demanda conhecimentos específicos de conceitos
contábeis, porém apenas matemática elementar, especificamente, razões e proporções, ou seja, regra de três simples.
(1) Considerando que o custo total é de R$800.000,00.
(2) Considerando, ainda, que esse custo é relativo a 4 unidades com área X e a 6 unidades com área 2X.
(3) Conclui-se pela aplicabilidade da seguinte equação:
Assim, verifica-se que o custo total das unidades com o dobro da área será R$600.000,00, conforme alternativa (C).
GABARITO C
02 –A empresa ABC está pensando em adotar um sistema de custeio direto. A direção pediu ao contador para informar
que efeito a adoção do custeio direto teria sobre os estoques. Com base no último período, foram produzidas 50.000
unidades e sobraram no estoque 15.000 unidades. O contador informou os seguintes saldos:
• materiais diretos R$250.000,00
• mão de obra direta R$285.000,00
• custos indiretos de produção
– variáveis R$175.000,00
– fixos R$85.000,00
Utilizando o método do custeio por absorção e o do custeio direto, qual o custo a ser atribuído para as 15.000 unidades
em estoque?
Absorção direta
Contabilidade de Custos
Resolução e comentários
O custeio variável, também conhecido como custeio direto, é um tipo de custeamento que consiste em considerar como
custo de produção do período apenas os custos variáveis incorridos. Os custos fixos, pelo fato de existirem mesmo que
não haja produção, não são considerados como custos de produção e sim como despesas, sendo encerrados diretamente
contra o resultado do período.
Desse modo, o custo dos produtos vendidos e os estoques finais de produtos em elaboração e produtos acabados somente
conterão custos variáveis.
Uma outra diferença em relação ao custeio por absorção, de natureza formal, reside na maneira de apresentar a
demonstração de resultado, conforme abaixo:
4.2 (+) COMPRAS DE INSUMOS 4.2 (+) CPP (MD + MOD + CIF)
A comparação do custeio direto ou variável com o custeio por absorção revela vantagens e desvantagens. As vantagens
da utilização do custeio direto ou variável são as seguintes: (1) ele impede que o aumento da produção sem o consequente
aumento das vendas distorçam o resultado; e (2) auxilia a tomada de decisões. Como desvantagens, podemos citar as
seguintes: (1) demanda separação da parcela fixa/variável de custos mistos e (2) não é aceito pela legislação.
167
Modelos ABC e RKW Unidade VII
• o estoque final também é inferior àquele apurado, considerando o sistema de custeio direto ou variável.
– o estoque final também é superior àquele apurado, considerando o sistema de custeio direto ou variável.
ITEM VALOR VALOR UNITÁRIO (50.000) ESTOQUE FINAL (15.000 PEÇAS) OBS.
TOTAL 238.500,00
Assim, verifica-se que o valor a ser atribuído ao estoque final, considerando o custeio direto, seria de R$213.000,00 e,
considerando o custeio por absorção, R$238.500,00, conforme alternativa (D).
GABARITO D
03. A empresa EMBALAGENS S.A. fabrica caixas de papelão na sua linha de produção para a indústria de calçados. Para
a referida linha, o padrão para a mão de obra é de 3 minutos por unidade ao valor de R$20,00 por hora.
Durante o período, foram produzidas 2.300.000 caixas, consumindo 118.000 horas de mão de obra. O valor desta mão
de obra direta é de R$19,00 por hora. Para análise de desempenho, as diferenças entre tempos de mão de obra e preços
desta mão de obra expressas em valores são, respectivamente,
Contabilidade de Custos
168
Modelos ABC e RKW Unidade VII
Resolução e comentários
Esta é uma questão típica de custeio-padrão, que trata, especificamente, de variação da mão de obra. A determinação
do padrão esperado para o custo com mão de obra direta deve levar em conta dois fatores:
• o valor externo da mão de obra direta, salários e encargos de pessoal, denominado padrão de taxa de mão de
obra direta);
• a produtividade do uso dessa mão de obra direta, na industrialização do produto acabado, denominado padrão
de eficiência ou de tempo.
O acompanhamento do padrão de custos relativos à mão de obra direta deverá se preocupar com o controle de:
• variação do valor médio dos salários e encargos com pessoal;
• variação da eficiência física de utilização do pessoal na fabricação de produto.
Se o custo real for inferior ao custo-padrão, a variação será dita “favorável”, caso contrário, “desfavorável”.
Aplicando-se os conceitos acima aos dados da questão, para analisar as diferenças.
(1) Parte-se do valor-padrão previsto
CUSTO REAL
VALOR REAL HORAS REAIS (*) CUSTO REAL UNIT. PRODUÇÃO REAL
TOTAL
(*)
(EM MINUTOS)
QUANTIDADE DE HORAS TRABALHADAS 7.080.000
(/) UNIDADES DO PRODUTO FABRICADAS 2.300.000
(=) HORAS TRABALHADAS POR PRODUTO FABRICADO 3,08
Pós-Graduação a Distância
(2) Em seguida, apura-se a parcela relativa à variação da taxa (valor médio do salário/hora), de responsabilidade do
encarregado de recursos humanos, conforme fórmula abaixo.
169
Modelos ABC e RKW Unidade VII
(3) Finalmente, calcula-se a parcela relativa à variação da quantidade, de responsabilidade do encarregado da produção,
conforme fórmula abaixo.
PADRÃO DE EFICIÊNCIA (MINUTOS UTILIZADOS NA FABRICAÇÃO DE UMA UNIDADE DO PRODUTO)
3,00
(–) UTILIZAÇÃO REAL DE MOD (MINUTOS UTILIZADOS NA FABRICAÇÃO DE UMA UNIDADE DO PRODUTO)
3,08
(=) VARIAÇÃO DA EFICIÊNCIA (MINUTOS UTILIZADOS NA FABRICAÇÃO DE UMA UNIDADE DO PRODUTO) 0,08
(4) PADRÃO DE VALOR (POR MINUTO DE TRABALHO) 0,3
(=) VARIAÇÃO D0 CUSTO (PELO NÚMERO DE MINUTOS DE MOD UTILIZADO POR UNIDADE DE PRODUTO) 0,03
(4) QUANTIDADE DE PRODUTO (FABRICADO NO PERÍODO EM UNIDADES) 2.300.000
(=) VARIAÇÃO TOTAL DA EFICIÊNCIA MOD (UTILIZADA PARA TODOS OS PRODUTOS FABRICADOS) 60.000,00
Logo, verifica-se que a variação total da eficiência foi negativa em R$60.000,00 e que a variação total da taxa foi positiva
em R$118.000,00, conforme alternativa (D).
GABARITO D
31. ICMS – RS – 2006 (FAURGS) – Questão 04 – Apuração do lucro bruto
04 – A empresa ALFA S.A produz três produtos diferentes, para o que utiliza a mesma matéria-prima.
As principais informações são apresentadas a seguir: (valores unitários em R$)
PRODUTOS I II III
(A) 28 28 28
(6) 28 11 28
(C) 21 14 14
(D) 14 28 28
(E) O 28 28
170
Modelos ABC e RKW Unidade VII
Resolução e comentários
Esta é mais uma questão de resolução simples, bastando apurar o lucro bruto unitário relativo a cada produto e verificar
o comportamento do lucro com a produção máxima. Saliente-se que, para maximizar o lucro, é importante produzir ao
máximo, enquanto a demanda e a matéria-prima permitem, o produto mais lucrativo e assim sucessivamente.
PRODUTOS I II III
CUSTOS VARIÁVEIS 560 593 420
CUSTOS FIXOS 210 168 140
CUSTO TOTAL 770 861 560
PREÇO DE VENDA 1120 1400 980
CONSUMO DE MATÉRIA-PRIMA 4KG/UNID. 5KG/UNID. 4KG/UNID.
Repare que os lucros brutos são maiores, se forem produzidos os itens II e III, em detrimento do item I. Repare, ainda,
que, se forem somente produzidos os itens II e III na quantidade da demanda, 28 unidades cada, toda a matéria-prima
disponível será consumida. Assim, conclui-se que a produção deve ser de 28 unidades para os itens II e III e de zero
unidades para o item I, conforme alternativa (E).
GABARITO E
05 – Determinada empresa pretende estabelecer uma nova unidade fabril. Estudos técnicos efetuados revelaram ser
absolutamente inviável uma jornada acima de 20 horas diárias de trabalho. Para este grau de ocupação, considerado o
máximo da empresa, foram estimados os seguintes dados:
Receita R$8.750,00
Admite-se a proporcionalidade dos dados acima aos diversos graus de ocupação. Os custos fixos da empresa são de
R$2.000,00. Com base nos elementos fornecidos, indique a margem de contribuição total e o resultado total para uma
ocupação de 80% da margem de contribuição do resultado total
Pós-Graduação a Distância
171
Modelos ABC e RKW Unidade VII
Resolução e comentários
Trata-se de mais uma questão sobre custeio direto ou variável, cuja resolução demanda o conhecimento do conceito de
margem de contribuição.
A margem de contribuição é definida como sendo a diferença entre o valor das vendas e dos gastos variáveis, gastos estes
definidos, anteriormente, como custos ou despesas. O conceito representa o valor que é utilizado em seu somatório para
cobrir os gastos com custos fixos e para gerar lucro. Esquematicamente, podemos apresentar a margem de contribuição,
conforme fórmula a seguir:
MC (=) V (–) CV
Em que:
MC – margem de contribuição
V – vendas
CV = custos e despesas variáveis
A partir do conceito acima, percebe-se que o lucro é auferido quando a margem de contribuição é suficiente para amortizar
os custos fixos e, adicionalmente, é gerada uma sobra. Portanto, o planejamento dos lucros, o controle dos custos, exige
o conhecimento da relação entre custos e volumes.
Para entendimento dessas relações, faz-se necessário considerar um cenário simplificado, dentro de um intervalo de
relevância, que vai desde a produção zero até a capacidade máxima da indústria, no qual:
• há custos fixos, que não se alteram, e custos variáveis, que se alteram linearmente, ou seja, proporcionalmente
à quantidade produzida;
• o preço de venda não se altera em função das alterações dos volumes físicos das vendas;
• há somente um produto;
De acordo com a tabela acima, verifica-se que, considerando a taxa de 80% de ocupação, a margem de contribuição é
de R$3.000,00 e o resultado total, de R$1.000,00, conforme alternativa (C).
GABARITO C
172
Modelos ABC e RKW Unidade VII
1.1.33 ICMS – RS – 2006 (FAURGS) – Questão 06 – Custeio direto – ponto de equilíbrio econômico.
06. Uma empresa adquiriu uma unidade pelo valor de R$250.000,00 e deseja uma rentabilidade sobre o empreendimento
de 5% ao mês. A projeção do preço de venda de seu novo produto é de R$16,00 por unidade. Projetou para o mesmo
produto um custo variável de R$9,00 por unidade e custos diretos com vendas de 20%. Os custos e as despesas fixas
totalizam R$10.300,00 por mês. Diante destas informações, o Ponto de Equilíbrio Econômico é de
(A) 1.869 unidades
(B) 2.710 unidades
(C) 3.257 unidades
(D) 6.000 unidades
(E) 7.125 unidades
Resolução e comentários
Trata-se de uma questão cuja resolução demanda o conhecimento de conceitos atinentes ao sistema de custeio direto
ou variável, são eles:
(1) margem de contribuição, (2) ponto de equilíbrio e (3) ponto de equilíbrio econômico.
A margem de contribuição é definida como sendo a diferença entre o valor das vendas e dos gastos variáveis, gastos
estes definidos, anteriormente, como custos ou despesas. Esse conceito representa o valor que é utilizado em seu
somatório para cobrir os gastos com custos fixos e para gerar lucro. Esquematicamente, podemos apresentar a margem
de contribuição conforme a fórmula a seguir:
MC (=) V (–) CV
Em que:
MC – margem de contribuição
V – vendas
CV = custos e despesas variáveis
A partir do conceito acima, percebe-se que o lucro é auferido quando a margem de contribuição é suficiente para amortizar
os custos fixos e, adicionalmente, é gerada uma sobra. Portanto, o planejamento dos lucros, o controle dos custos exige
o conhecimento da relação entre custos e volumes.
Ponto de equilíbrio é o nível de atividade da indústria no qual os custos e as despesas totais se igualam às receitas totais.
Nesse ponto, a empresa não aufere lucro nem incorre em prejuízos.
O ponto de equilíbrio pode ser encarado do ponto de vista contábil, econômico ou financeiro. A seguir, analisaremos
cada um desses conceitos.
O pondo de equilíbrio contábil é alcançado quando o lucro contábil da empresa é zero, ou seja:
Pós-Graduação a Distância
Vendas
(–) Custos e despesas variáveis
(=) Margem de contribuição
(–) Custos e despesas fixas
(=) Zero.
173
Modelos ABC e RKW Unidade VII
Em uma situação-padrão, uma empresa com as atividades paralisadas experimenta prejuízo, pois o valor das vendas
(zero) não é suficiente para pagamento dos custos fixos, apesar de os custos variáveis estarem, também, com valor
igual a zero.
À medida que as operações vão incrementando, o prejuízo tende a diminuir, pois haverá vendas que, deduzidas dos custos
variáveis, gerarão uma margem de contribuição que irá absorver, ao menos em parte, os custos fixos.
Há um nível de atividade, ponto de equilíbrio, em que o valor das vendas, deduzido dos custos variáveis, gera uma margem
de contribuição idêntica ao valor dos custos fixos.
A partir desse nível de atividade, o valor das vendas, deduzido dos custos variáveis, irá gerar uma margem de contribuição
superior ao valor dos custos fixos e, consequentemente, será auferido lucro.
O problema que se apresenta é o de definição da “quantidade a ser produzida para alcançar o ponto de equilíbrio
contábil”.
Esse problema é de fácil solução, quando se está de posse das informações relativas a: (1) preço unitário de venda – PVu;
(2) custo variável unitário – CVu e (3) – custo fixo total – CFt. A quantidade é apurada por meio da fórmula abaixo:
CFt
Q =
PVu – CVu
OU
CFt
Q =
MCu
Em que:
O valor das receitas totais no ponto de equilíbrio é, também, facilmente calculado por meio da multiplicação do preço de
venda unitário pela quantidade produzida, conforme fórmula a seguir:
OU
O ponto de equilíbrio econômico ocorre quando a indústria opera em um nível de atividade no qual o lucro contábil representa
um valor econômico igual ao que a empresa iria apurar se aplicasse seu patrimônio líquido no mercado financeiro, ou seja,
o lucro contábil deve ser igual a PL (*) taxa de juros.
Contabilidade de Custos
Repare que o ponto de equilíbrio contábil é alcançado quando o lucro é igual a zero. Já o ponto de equilíbrio econômico
é alcançado quando o lucro é igual a PL (*) taxa de juros.
174
Modelos ABC e RKW Unidade VII
De acordo com a memória de cálculo acima, verifica-se que a quantidade a ser produzida e vendida pela empresa, para
alcançar o ponto de equilíbrio econômico, é de 6.000 unidades, conforme alternativa (D).
GABARITO D
34. ICMS – RS – 2006 (FAURGS) – Questão 09 – custeio padrão – variação da quantidade e variação do
preço
09 – A empresa BETA previu, no seu orçamento de vendas, um volume de vendas de 4.000 unidades e uma receita de
vendas no valor total de R$120.000,00. No mesmo período, realizou uma venda de 3.500 unidades ao preço de R$40,00
por unidade. Com base nas informações, indique as diferenças de quantidade e de preço em valores monetários.
(A) desfavorável 15.000,00 favorável 35.000,00
(B) desfavorável 15.000,00 favorável 40.000,00
(C) favorável 15.000,00 desfavorável 40.000,00
(D) favorável 15.000,00 favorável 35.000,00
(E) desfavorável 15.000,00 desfavorável 35.000,00 quantidade em R$ preços em R$
Resolução e comentários
Trata-se de questão que versa sobre o conceito de custeio-padrão. Para sua resolução, é necessário entender a relação
entre o custo previsto e o efetivamente realizado, considerando a variação de (1) quantidade vendida e (2) do preço unitário
trabalhado. A característica peculiar desta questão é que não é requisitada a variação do custo, porém da receita.
Pós-Graduação a Distância
175
Modelos ABC e RKW Unidade VII
Vistos os conceitos básicos, partiremos para a resolução da questão, utilizando os dados do enunciado:
PADRÃO EFETIVO
VARIAÇÃO DE PREÇO
VARIAÇÃO DE QUANTIDADE
VARIAÇÃO TOTAL 20.000,00 VARIAÇÃO DE PREÇO TOTAL (+) VARIAÇÃO DE QTD. TOTAL
Pelo que foi exposto acima, conclui-se que: (1) a variação de quantidade foi desfavorável em R$15.000,00 e (2) a variação
de preço foi favorável em R$30.000,00, conforme alternativa (A).
GABARITO A
Contabilidade de Custos
176
Modelos ABC e RKW Unidade VII
35. TRT 10 – Analista Judiciário – Área Administrativa – especialidade: Contabilidade (12/12/2004) – Questão
73 – Custeio direto (ou variável)
Considerando os sistemas de custo e os critérios de avaliação da produção e dos estoques, julgue o item seguinte.
No método de custeio direto ou variável, somente são considerados na avaliação dos estoques em processo e acabados
os custos variáveis, o que permite uma melhor análise do desempenho da empresa, apesar das restrições impostas pela
legislação tributária.
Resolução e comentários
A afirmação é verdadeira. Efetivamente, para fins tributários, não é permitida a utilização do método do custeio direto
ou variável para avaliação dos estoques de produtos em processo e acabados. Esse método apenas pode ser utilizado
para fins gerenciais, com o objetivo de proporcionar uma melhor análise do desempenho da empresa.
Com efeito, o método do custeio direto ou variável consiste em considerar como despesa do período TODO E QUALQUER
CUSTO FIXO OU INDIRETO, integrando o estoque apenas custos diretos ou variáveis. Repare que isso não está em
consonância com o princípio fundamental de Contabilidade da competência. Assim, o método do custeio direto ou variável
não somente é vedado pela legislação tributária, como também não é adequado à legislação societária, sendo utilizado
apenas para fins gerenciais.
GABARITO C
Pós-Graduação a Distância
177
Para (não) Finalizar
Simplesmente olhe...
Olhe para frente, não fique parado, levante-se quando tropeçar e cair.
Olhe para dentro, conheça seu coração e analise seus projetos. Mantenha
puros seus sentimentos. Não deixe que o orgulho, a vaidade e a inveja dominem
seus pensamentos e seu coração.
Olhe para baixo, não pise em ninguém, perceba as pequenas coisas e aprenda
a valorizá-las.
Olhe para cima. Há um Deus maior do que você que te ama muito e cuida para
que você tenha tudo aquilo que necessitar.
Saiba que esse Deus olha por você em todos os dias de sua vida.
Parabéns! Você merece mais esta vitória em sua vida! Seja feliz.
Contabilidade de Custos
178
Referências
BACKER & JACOBSEN. Contabilidade de Custos. São Paulo: McGraw-Hill do Brasil, 1972.
HORNGREN, Charles T. Contabilidade de Custos. Um enfoque administrativo. São Paulo: Atlas, 1989.
IUDÍCIBUS, Sérgio de. Contabilidade Gerencial. 4. ed. São Paulo: Atlas, 1993.
Pós-Graduação a Distância
179