Roma Antiga

• Importância da tradição e do aperfeiçoamento da teoria

musical
• Ideário grego foi compilado numa perspetiva histórica e
novamente sistematizado.

• Obras de referência:
âmbito pré-romano e helenístico
• Euclides de Alexandria e Erastóstenes (séc. III a.C.)
 período romano
• Dídimo de Alexandria (ca. 30 a.C.) - coma didímico e sintónico
(diferença entre o tom inteiro maior e menor)

• Marco Terêncio Varrão (séc. I a.C.) - música no Quadrivium

das ciências numéricas (aritmética, geometria, música,
astronomia)
• Plutarco (séc. I d.C.) - importante compilação de fontes

• Ptolomeu de Alexandria (séc. II d.C.) - sistema musical, escalas

• Santo Agostinho - De musica, séc. IV

• Marciano Capela (séc. V)

• Boécio (ca. 500) - De institutione musicae - 5 livros, fundamento

musical da Idade Média.
• Principais tratados teóricos foram escritos por
Ptolomeu, Sto. Agostinho e Boécio
• Embora não haja vestígios autênticos da música da
antiga Roma, sabemos que a mesma desempenhava um
papel importante na vida militar, no teatro, na religião e
nos rituais de Roma.
• As tradições destas práticas desapareceram no início da
Idade Média porque grande parte estava associada a
práticas sociais que a igreja primitiva via com horror ou
a rituais pagãos.
• Usaram e copiaram os dramas gregos que
culminaram no canto falado, árias, duos e coros
(principalmente nas comédias de Plauto (séc. III a.C.).

• Importação de obras de arte, arquitetura, música,

filosofia, ritos religiosos, assumiu um lugar chave na
vida musical romana (mundo helenístico).
• Entre os etruscos, existia o canto para o cerimonial
religioso e música instrumental (flauta vertical e
flauta transversal - subulos).

• A influência helenística intensificou-se no século II

com a expansão do Império Romano para o Oriente.
• Representações teatrais com música (pantomimas
dançadas ao som da tíbia - séc. IV a.C).

• Existe documentação sobre a existência de

orquestras, coros, instrumentistas virtuosos, festivais
e concursos de música.

• Atores, mimos e músicos formavam uma espécie de

cooperação do espetáculo (histriones)
• A poesia grega foi também imitada na língua latina:
– Poemas de Catulo (carmina) e de Horácio (odes) foram
concebidos para coros (simples ou alternantes) e para
canto solista acompanhado pela lira, cítara, alaúde e
harpa.
• Na época imperial existiu música específica de
entretenimento destinada às grandes exibições de
luta e aos espetáculos organizados nos anfiteatros.
- Séneca (filosofo) na sua Carta 84 fala de coros
de muitas vozes e de conjuntos com muitos
executantes de instrumentos de metal.

- Sonoridades do cornu frequentemente

combinadas com as do orgão hidráulico
(hydraulis).
Principais instrumentos
 Aerofones
• tuba - trompete recto dos etruscos (salpinx) - com tubo
cilíndrico que abria na parte final
• lituus - trompa etrusca de campânula curva, modelo para
o posterior
• carnyx nórdico com a forma do focinho de animal, por
vezes com uma língua vibrátil no interior (Gália e Irlanda)
• cornu - trompa com uma barra de suporte transversal,
utilizada no exército e nos anfiteatros. Em forma de G,
comprido e delgado que envolvia o corpo do executante
• buzina - trompete em forma de S com embocadura
amovível, originalmente instrumento pastoril, mais
tarde trompete de cavalgaria e instrumento de culto

• syrinx - flauta pastoral grega

• tíbia - instrumento nacional romano. Inicialmente uma
flauta em osso e flauta transversal dos etruscos. Mais
tarde o termo designava o aulos e o aulos duplo de
palheta.
• Flautas e syrinx (flautas de pã)
• Instrumentos gregos foram aperfeiçoados
(variedades de aulos):

Acrescentando uma peça por cima da

embocadura, obtém-se um aulos-fagote. O
calamaulos (do grego kalamos - tubo) é um
aulos com um tubo cónico de grande dimensão
(percursor da charamela).

• Os auloi do Império tinham cerca de 15 orifícios

 Cordofones

• Lira, com carapaça de tartaruga como caixa de

ressonância e cordas beliscadas pelos dedos

• Cítara, com caixa de ressonância maior, tocada

com plectro em ocasiões públicas e privadas

• Cítara estava muito difundida entre amadores

e virtuosos (Nero)
 Percussão

• tympanon (pandeireta)

• cymbala (pratos)

• crotala (matracas)

• scabillum (atraca para os pés - danças).

 Outros instrumentos de percussão

• Sinos

• Chocalhos

• Sistros

• Tambores
• Orgão hidráulico (hydraulis) - criado no século III a. C., por Ktesíbio
(engenheiro grego de Alexandria).
• Tinha sonoridade poderosa e era apreciado nos anfiteatros.
• Modelos romanos tinham três filas de tubos à
distância de quinta e de oitava (por vezes
também de oitava e de oitava dupla)
comandadas por puxadores e teclas.

• Perdeu o seu carácter profano apenas na Baixa

Idade Média.
 Legado para a Idade Média

• Conceção musical que consistia numa única linha melódica

pura;

• Melodia intimamente ligada à palavra (ritmo e métrica)

• Tradição de interpretação musical baseada no improviso, sem

notação fixa (cada interpretação era diferente)

• Música como um sistema bem ordenado e indissociável da

Natureza (força capaz de afetar o pensamento e conduta do
homem) - herança grega
 Legado para a Idade Média

• Teoria acústica devidamente

fundamentada - herança grega

• Sistema de formação de escalas com base

no tetracorde

• Terminologia musical - herança grega

 Transmissão feita através de:
- Igreja Cristã
- escritos dos Padres das Igrejas
- tratados enciclopédicos do principio da Idade Média
Cortejo fúnebre romano - relevo de um sarcófago
de Armiternum (final séc. I a.C.)

dois tocadores de cornu e um de

lituus (fila superior). quatro
tocadores de tíbia (fila inferior).