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- - ANEA CORRENTES DE PSICOLOG A CONTEMPORANE Dr. Martin F. Echavarria Reservados todos os direitos desta obra. Proibida toda ¢ qualquer eservaddos ; ; ay desta edigio por qualquer meio ou forma, seja cla cle- gravagdo ou qualquer meio. reprodus erdnica ou mecinica, Forocdpia, EDIGAO E COORDENAGKO EDITORIAL Erisberto Filho rrapugao Adriel Teixeira REVISAO Domenico Schmidt PROJETO GRAFICO_ André Gomes DIAGRAMAGAO. Heverton Simonassi E13, Ech Martin F, Correntes de Psicologia contemporanea / Martin F. Echavarria. ~ Rio de Janeiro : Ed. CDB, 2022. 588 p.; 23cm. ‘arti ISBN 978-65-89415-98-5 1, Psicologia. 2. Correntes de Psicologia. |. Titulo, Os it ig direitos desta edigao pertencem & EDITORA cps Kea México, 3, 2° andar ~ Cenero ~ Rio de Janeiro — R] CEP: 20031-144 - Telefone: ee me: (21) 98335-1236 concaro@centrodombosco.org tS Digitalizado com CamScanner SUMARIO Prélogo B Introdugdo 1 Segao 1. Psicologias do Inconsciente Capitulo 1. A Psicandlise de Sigmund Freud 2B 1- Dados biograficos B 2- Apsicanalise e suas influéncias tedricas 2.1, Raizes do inconsciente dinamico: Herbart 24 2.2. A Gencalogia da moral de Nietzsche a 2.3. Psicot hipnose ¢ método catartico 3 3-O periodo pré-psicanalitico de Freud a 4-Omecanicismo psiquico 4 5 - Arepressao e o mecanicismo de formagao de sintomas 4 6- Asexualidade 48 7-0 complexo de Edipo 5t 8 - Neurose e perversao 54 9-Aterapia 56 10- A “segunda topica” 60 TI- Anova teoria das pulsies 66 12- Critica da moral e da religiao 70 18- A psicandlise como metapsicolagia e cura animarum pés-moderna 7 Conclusdes 85 ‘Anexo 1. 0 uso do conceito de narcisismo na psicologia. Breve histéria e observagoes criticas 89 1-Onarcisismo segundo Havellock Ellis 89 2-Onarcisismo na psicandlise de Freud 92 9-O transtorno narcisista da personalidade 95 4-Narcisismo, egocentrismo e filautia 98 Conclusao 100 Capitulo 2. Os continuadores de Freud 02 1-0.Comité Secreto 102 2 Orientages da psicandlise pés-freudiana 104 3- Adissolugao nietzschiana da pessoa em Lacan 107 4-Psicandlise e personalismo 18 Digitalizado com CamScanner sal" eo" jente” Anexo 2. 0 “inconsciente espiritual” € 0 ‘supraconsciet al 124 do espirito segundo Jacques Maritain ws Introdugo ‘canis 06 1-Maritain ea psic oe 2- “inteletouminante”€ insiragio poctica be 3 -Consciéncia e “supraconsciente” de Cristo ea Conclusdes Anexo 3. Influéncias freudianas na geragao de 19 140 1- Sigmund Freud e a critica & moral sexual cultural 140 2- Wilhelm Reich ea revolugdo sexual 7 3-0 freudismo da escola de Frankfurt 1: Erich Fromm 161 4-0 freudismo da Escola de Frankfurt 2: Herbert Marcuse 156 5 -Apsicandlise existencialista de Jean-Paul Sartre 163 Conclusao 166 Capitulo 3. Carl G. Jung e a psicologia analitica 168 1-Formagao e influéncias 168 2- Aestrutura da psique e o inconsciente coletivo 70 3- Psicologia ¢ gnase wm 4-Quaternidade completude 78 Conclusdes 182 ‘Anexo 4. Psicologia, mistica e inconsciente em William James 183 1A psicologia da religido e a critica do materialismo médico 183 2- Apsicologia do “misticismo" 190 3- Areligiao de James 195 4- Observagdes criticas 204 5 As ideias religiosas e misticas de James na Psicologia posterior 207 Segao 2. Psicologias da responsabilidade Capitulo 4 A Psicologia do Individuo de Alfred Adler a 1- Dados biograficos 27 2--Finalismo e estilo de vida 219 3- Egocentrismo versus Sentimento de comunidade 222 4- Ocardter neurdtica 25 5 Aformagao dos sintomas neurdticos 6- Prevengao e terapia Conclusies (BSS Digitalizado com CamScanner Capitulo 5. A psicologia antropolégica de Rudolf Allers 235, 1- Introdugao e dados biograficos 235 2-Fontes filoséficas 29 3- Psicologia profunda e psicologia das alturas 2a 3. Adler ¢ Freud out 32. Outros autores de psicalogia profunda 243 4- Psicologia desde 0 interior 245, §- Allers ante a andlise existencial 2468 6- Apsicologia no marco das ciéncias 250 7-Carater e valor 251 8-0 problema do critério de normalidade 254 - Neurose e mentira existencial 257 10 - A“segunda vontade” e o “conflito metafisico” do neurético 260 ‘11- Normalidade, ordem e santidade 267 ‘12- Aridez-etapa e aridez-sintoma 272 13 - Psicoterapia e conversdo 24 14- Psicologia médica Psicologia antropoldgica 280 Conclusées 281 Anexo 5. Etica e psicoterapia segundo Josef Pieper 284 1-Ettca e caracterologia 284 2- Ocarater neurdtico 286 3- Normalidade humana e virtude 287 4-Satide psiquica e santidade 289 5- Aculpae a medicina da graca 280 Capitulo 6. A Logoterapia de Viktor. E. Frankl 293 1- Dados biograficos 293 2-Critica aos reducionismos 294 3- Da psicoterapia a Logoterapia 297 4- Técnicas logoterapéuticas 300 5-A filosofia de Frank! (i): a relagao alma-corpo 306 6-Afilosofia de Frank! (2): a pessoa 310 7 - Inconsciente espiritual, responsabilidade e fé 313 8- Aquestao de Deus 316 9- Psicoterapia e “Ciéncias do Espirito” 320 Conclusao 322 Segao 3. Condutismo {ou Behaviorismo) Capitulo 7, 0 condutismo de John B. Watson 327 Digitalizado com CamScanner - Antecedentes baie B. Watson e 0 “Manifesto Condutista” 3-0 condicionamento classico 4-0 reducionismo de Watson 5 -Aprendizagem e reeducagao Conclusies © B8REBS Capitulo 8. Do neocondutismo a B. F. Skinner 1-Oneocondutismo any 2-B.F Skinner e a aboligao do sujeito 26 3-Ocondicionamento operante 9 4-Ocontrole das condutas Pa 5-As terapias comportamentais 3 Conclusées ae Segao 4. Psicologia Humanista Capitulo 9. A Psicologia Humanista e a teoria de Carl Rogers 359 1-Natureza e antecedentes 353 2- Carl R. Rogers 361 3- Afilosofia de Rogers 363 4- Teoria rogeriana da personalidade 365 5 -APoicoterapia Centrada no Cliente 370 Conclusies 372 Capitulo 10. Outros autores e escolas de tendéncia humanista ou alternativa 5 1- Apsicaterapia gestéltica de Fritz Perls 3 2- Rollo May e a psicologia existencialista 37 3-- Etica humanista e psicandlise em Erich Fromm 380 4 Dutras teorias alternativas 385 Conclusies 390 Segdo 5. Cognitivismo Capitulo 11. Psicologias Cognitivas 397 1- Ogiro cognitivo na psicologia académica 397 2-A*metéfora do computador” 399 3 - As psicoterapias cognitivas: a Terapia Racional-Emotiva de Ellis 402 4-OAB-C (0-£) da TREC 405 Digitalizado com CamScanner 5-A Terapia Cognitiva de Beck Conclusbes in Capitulo 12. 0 construtivismo 40 1-Antecedentes histéricos 10 2- Representantes do construtivismo 46 3-Ameia-verdade do construtivismo 419 4 - Principios gerais do construtivismo 421 5- Aprimazia da praxis 430 Concludes 433 Anexo 6. Influéncias da psicologia contemporanea fas correntes pedagégicas 434 1 RelagGes histOricas e epistemoldgicas entre psicologia e pedagogia 434 2-0 ponto de vista biolégico em psicologia e pedagogia 437 3 -Piaget: ainteligéncia construtora 4 4- Aplicagdes pedagdgicas do construtivismo de Piaget 447 5 - Psicologia do desenvolvimento moral e educagao 453 6 - Condutismo e educagao 456 7 - Psicandlise e educacao sexual 460 Conclusao 485 Segao 6. Psicologia tomista Capitulo 13. Propostas para uma psicalogia e uma psicoterapia tomista 471 1-Problemas antropolégicos da psicologia contemporanea an 2-Influéncia de Santo Tomds na psicologia contemporanea cy 9-Apessoa humana e sua alma 478 4- As poténcias da alma 481 5- Apersonalidade 486 6- Apersonalidade madura 488 7-Apersonalidade desarménica 492 8- Aenfermidade psiquica 496 Conclusdes 501 Anexo 7. A naturalizagao da alma na psicologia contemporanea 502 1-Oconceito aristotélico-tomista de alma 502 a. A alma como realidade natural em Aristdreles 502 1.2, Dualismo ¢ naturalismo na Idade Média 504 1.3 Aalma como forma c espirito em Tomiis de Aquino: 505 Digitalizado com CamScanner ja moderna - do conceito de alma na psicologia Le mt ape hilemorfismo aristotélico na filosofia moderna ie 2 22, A *psicologi ; wo 3-Aalma nos reducionismos da psicologia contemporanea a 3.1. Evolucionismo € funcionalismo 7 32. A alma na psicanalise de Sigmund Freud ; fe 33- A climinagao da alma ¢ da mente no condurismo 4- Tentativas incompletas de recuperagao da alma Be 42. Neovitalismo 42. Holismo, Ba 43. Psicologia cognitiva ¢ filosofia da mente Conclusdo 525 ‘Anexo 8. Psicologia desde a interioridade 526 526 1-Aperda da interioridade da alma na psicologia contemporanea 2- Ainterioridade da vida da alma: fundamentos metafisicos 3-Aconquista da interioridade como tarefa humana 4-0'castelo interior” 5- Orespeito da intimidade 6 - Psicologia “desde dentro” e “desde fora” Anexo 9. As teorias psicolégicas das emogdes frente a Tomas de Aquino Introdugao 1-Das paixdes as emogdes: Santo Toms, Descartes e Darwin 2- Ateoria de James-Lange, seus seguidores e detratores, na estelra cartesiana 2a. A teoria de James-Lange 2.2. Criticos e continuadores da teoria de James 3-Atteoria condutista: John Watson 4- A teoria psicanalitica de Sigmund Freud 5 - AAppraisal theory de Magda B. Arnold e sua inspiragao tomista 6-0 problema nature-nurture: evolucionismo e construtivismo social 6a. Teorias da psicologia evolucionista 6.2, As emogdcs no construtivismo social 7-Inteligénoia emocional e Psicologia Postiva 33 S8RS88 8888 8 seaag Conclusies Consideragies finais: Psicologia, fé e razio 575 1-0 fundamento ideol6gico da psicologia contemporanea 575 2- Razdo e fé em psicologia 579 3- Psicologia crista 582. Digitalizado com CamScanner CAPITULO VI ALogoterapia de Viktor E. Frankl 1. Dados biograficos VIKTOR E. FRANKL nasceu em Viena, em 25 de marco de 1905. Foi o segundo de trés filhos de Elsa Lion ¢ Gabriel Frankl, que chegou a ser diretor de Assuntos Sociais no ministério de Administragao. J desde 0 Gimnasium, Frankl interessou-se pela filosofia de autores como Ostwald, Fechner ¢ Schopenhauer, ¢ também pela psicandlise de Sigmund Freud, com o qual trava contato epistolar. Esses interesses filosdficos continuaram durante seus estudos universitarios de medicina. Simultaneamente, ingressou na Juventude crabalhadora socialisea. J em 1924, Freud faz. com que se publique no Internationale Zeitschrift fiir Psychoanalyse o artigo de Frankl Zur mimis- chen Bejahung und Verneinung (Sobre a mimica da afirmagao ¢ da negacao). Contudo, depois de conhecer pessoalmente Freud, optou pela escola de seu oponente, Alfred Adler. Como j explicamos, dentro da escola de Adler, um grupo, cujas refe- réncias principais eram Rudolf Allers ¢ Oswald Schwartz, insistia na impor- tincia da fundamentagio antropoldgica da psicoterapia. Isso terminou por levéelos & ruptura com Adler. Como resultado, também Frankl, discipulo daqueles, foi expulso da Associagao de Psicologi Individual. Destes autores alidade dos valores ¢ a conside- c,em particular, de Allers, provém a centr ragio do carter espiricual da pessoa, presentes ns nos artigos publicados nesse periodo. ideias j4 se veem refleti No artigo intitulado Zur geistigen Problematik der Psychotherapie (A srerapia), de 1938, Frankl utiliza pela primeira existencial” (esta ultima nao problematica espiricual da ps! vex as expressdes “logoterapia” ¢ “analis «ia correntemente utilizada pelos representantes da €criagio sua, ms fe anilisis existencial, no fildsolo y psiquiacra”, em Logorerapia y 5 CE V.B, FRANKEL, "Rudolf Allers 0 Herder, Barcelona, 1994, pags. 229-239 Sieyto 2 Psigologias da responsabilidad Digitalizado com CamScanner get). Do ponto de vista floséfico, ee pflugncia de Max Scheler (€™ parca de wash recede urna vor tea e uma érica material dos 04 ore), an mibém das O formalism va Heidegger ¢ de Karl Jaspers (filésofo proveniente da filosofias de Martin en sgsica si 2, autor de uma classic " ; ; psiq ei, a e até 1942, foi chefe do Departamento de Newslog Naquela época, . efe arernents dere do Hospital Rothschild, centro sanitario para pac j a ele, sua esposa Tilly ¢ toca s oram cnviados a um campo de T ‘amilia foram enviad! ly ¢ toda sua fam se a Tilly que seguisse a maxima “sobre- centracio. Naquele momento, disse a Tilly que Seeuisst tO ; tA nae voltaria a vé-la. Sua experiéncia em quatro viver a qualquer custo”, Ja nao volta itz) confi "os quais o de Auschwitz) confirmaria-o campos de concentragao (entre os quais 0 ¢ «vem raizes adlert em sua ideia da importincia do sentido da vida, que te 4 = 4 ianas (Alfred Adler tem um livro que se chama justamente sentido da vida). Ao terminar a guerra, Frankl foi nomeado chefe do Departameats de Neurologia do Hospital Policlinico de Viena, cargo que manteve durante 0 25 anos seguintes. ; si Ao longo de sua carreira, escreveu 32 livros, traduzidos para 26 idiomas, sendo-lhe outorgados 29 doutorados honoris causa em universidades de todo o mundo, Em 1948, doutorou-se em Filosofia com a tese Der unbewufe Gott. Psychotherapie und Religion“. Foi docente nas universidades americanas de Harvard, Stanford, Dallas, Pittsburg ¢ San Diego. Deug conferéncias em varios paises curopeus ¢ sul-americanos, V.E. Frankl morreu em 2-de setembro de 1997. Seu falecimento passou relativamente despercebido aos meios de comunicacao, pois, na mesma €poca, faleceram a Madre Teresa de Calcuta ¢ a Princesa Diana de Gale: Rinewa Daseinpsychologie, como Ludwi Binsw: 2. Critica aos reducionismos Frankl parte de uma erftica das posturas reducionists aracteriza-se por abstrait uma proprio método, ¢ prescindir d convert-teem um erro de graves consequéncias quando o cientista consi 4 ler sau aquilo que seu método Ihe permite ver éa totalidade da realidade. a falacia da pars pro coto, confundir a parte ‘do. Lo que leva sodacneline “parte com 0 todo. Isso é 0 que leva dos diferentes reducionismos, como 0 biologismo ou A ciéncia Parte da realidade, segundo a perspectiva do demais. Isto, que, em principio, é legitimo, (ab Te «9p. La presencia gnorada de Dios, Merde, Baeelona, ota. 294 COKKENTES DE PSICOLOGIA CONTEMHORANEA ’ Digitalizado com CamScanner opsicalogismo, O biologista é0 reducionist que considera que a biologia cxplica todo 0 ser humano, ¢ que o homem niw és: sty por sua vex, depr aque tudo se explica ais que um organismo 31 os dados fisiologicos, ¢ pensa a parti ‘auice Tt : partir do Ps'quico. Encontramo-nos assim ante uma contradigo aparentemente insolivel, semeth: tura do circulo, que Fr ante ao problema da quadra- este grafico” nkl exemplifica com Entre o quadrado ¢ 0 circulo, parece haver uma oposigio insohivel, tal como entre as posigdes biologista ¢ psicologista. Contudo, se pensar- mos em termos tridimensionais, ¢ nao bidimensionais, podemos imaginar que este circulo ¢ este quadrado estao desenhados numa mesma folha, que podemos dobré-la ao meio, como no seguinte grafico LLP Figura 8 Ja psicoterapia’, em Das Menschenbild der J hombre, Rialp, Madrid, 1999, pg, 86 CE VE, PRANK, *Hacia una rehumanizacion aa idea psivoligca de Seclenheilkunde, eradugio expankol | 68 tide Seqio 2 Psvologtas da responsailidade 295 Digitalizado com CamScanner im, poderiam ser entendidos com, vistos “ISS . . 7" “Jimensional, como um cilindrot figura tri Urado ¢ este cireulo, ade outra Este q 0 ou a sombr Figura 9. bsolucizagao da ul uadrado. Ademais tudo é circular; outros, que tudo € quadrado is slmente distintos, como cilindros, cones ¢ esferas, © que sucede no reducionismo ¢ pensam que 1, objetos essas projegd podem parecer 0 mesmo": Figura 1, Para o biologista, pode parecer escassa ou nula a diferena entre 0 estes, 2s plantas ¢ os entes desprovidos homem ¢ 0s animais, ou mesmo entre de vida. O defeito est na absolutizagao do método. Nesse erro teriam caido, a seu ver, Freud ¢ Adler, os dois grandes tedricos da psicoterapia. 629 Mhidem. 630 CEV.E Fran cura Feondmie + dike selene taductoespanhola, Paani existenilion, Fondo de Cal mulipiiade. J Em pe taria de definiro homem como uma unidade apesar da pats war a expres de Santo Tome de Ne mane uma unica mul (anidade mail, Fisaneas ecbe Sime To Age No emcnn enna ste Sp Psteblogo personalisca Wilhelm Stern; ef, W. STERN, ral Psychology rom the Personalise Scand = Sse Ps ee 0 yah el ded pn 296 CoRRENTHS De PCOLAtACONTHMFORAg Digitalizado com CamScanner Frankl propée uma concepgio do ser humano na qual as distintas yis6es se integram a partir de uma perspectiva ontoldgica na qual o homem é considerado como um todo, apesar de suas multiplas partes (unicas mnuliples), segundo o que ele chama uma “ontologia dimensional”, que txporemos em decalhes mais adiante, A pessoa esc representada por esse cilindro, ¢ nfo é perfeitamente captada pelas ciencias, pela psicologia ¢ pela biologia. E necessaria uma perspectiva existencial, que contemple a pessoa em sua totalidade. Seguindo Rudolf Allers, Frankl contrapde 4 psicologia profnda uma psicologia das alcuras. 3, 0a psicoterapia a Logoterapia Segundo estudos empreendidos por Frankl, 20% das neuroses de nosso tempo seriam “noogénicas”.® A neurose noogénica (do grego nous, espirito), como scu nome o indica, teria uma causa espiritual; mais concretamente, originar-se-ia no vazio existencial, na falta de sentido da pripria existéncia. Para confrontar o desafio deste novo tipo de neurose, seriam insuficientes apsicandlise (centrada na eriologia sexual) e a psicologia do individuo (que veria, por tras de tudo, 0 afa de se fazer valer sobre os demais). E necessario um novo tipo de psicoterapia, que Frankl chama uma “cura médica da alma”, que esteja centrada no confronto do problema filoséfico de fundo. Essa ¢ a Logoterapia, a cura por meio do sentido. Frankl observa que um grande defeito das psicoterapias precedentes, particularmente da psicanilise de Freud, é nfo levar a sério as preocupagoes filoséficas dos pacientes. Por tras delas, Freud enxerga sempre uma motivagio inconsciente de ordem inferior. O logoterapeuta, pelo contrario, leva a sério os problemas filoséficos do paciente, porque enxerga neles a questdo principal. Nesse sentido, em grande medida, a logoterapia ¢ uma cspécie de didlogo soerdtico que busca uma mudanga de atitude’* em busca Gr idem, pg, 9:0 senvimento de insgnficinca no 6 ext subjacent A evfade da neurone de mats datos depres, droga 2gesio, mas ambi pode se matriaiar no que née logo: frras Phamanr ncurses noogenica’. Aré aor, dev pesquiadres,independentemente uns das Oe das neuroses S40 NOO Ge Apes de sas ciferenas de iloofia f,wé-se aa a marca da metanoia de Alles; of V. E. FRANKL, aaa ea hombre, po 7: "Vorguanco a Logteapa nos dja ao sncoma, mas a inrodiir ina eet a pore, ume re erat pesoal do pacente dante do sinroma que ela se pode chamar uma téntca psicorrapiapersonalist.” ‘outros, estimaram que cerea de Sepa 2 Psivologias da responsabildade ayy Digitalizado com CamScanner am usar recnicas (crataremos de algumas delas ‘ ss " e esta : ase pee nero incerpessoal, que est para aldm 0 Embor f cessencial 0 neo! do sentido: ha segio segue dle qualquer mcvod 6 Jo expeeificn: spine exstencial como que se busca der Langa de , : ianto tal, isto a anlise existenc ‘ial Ia eransferencia enquanto e» CO fito de que una jeamente pel a chamad intelectual, para t todo o homem, é uma coisa dbvia, eng uleeapassa os limites de um pro- ce siste esi qi i " cocar mesmo as raizes do emocional reneial,on nente racional € um proceso que abrange tuma mudanga cxisten icas; mas € comum ouvir esse prop dear, portant, Sbvio, porém, que odes desse tipo escape alver nio seja todos os métodos € a todas as t€ct icorerapia, o menos cficiente é 0 que esta ‘ a relagao médico-paciente iamente aque, denero do campo da Ps que o que realmente fun necess: por estas banda tem de métado ¢ téenica, ciona «a nivel humanos* Para Frankl, o sentido se encontra na realizagao de valores, que podem ser de trés tipos: de criatividade, de experiéncia ¢ de atitude.* Os valores de criatividade so aqueles que se obtém com o préprio trabalho: “Uma andlise fenomenoldgica revela que ha trés rotas ou caminhos principais para chegar ao sentido. O primeiro éacha-lo mediante a eriatividade de um trabalho ou realizando uma obra’° Nao se trata zer coisas objetivamente geniais ou inovadoras, mas = fas amente de bem o que 64) CF J. Kruz, Corrientes fundamencales en psicoterapia, Amor a CF Kn ae va m ra Pp ipia, Amorrortu, Buenos Aires, 1997, pg, 271: *O tera pests psec um ecm savin mas no pode reomenda ter vonae poles sto de volig ee pode, por sua ver, ser desejado, © que o terapeuta procura é espera no pine conv de que le a pena um compromisso pessoal com decerminados sonido ge mesmo em mis conde oxi conics ou ses, pde-seenconra um | ars no ret tii um apo apeco de intervenges expec, deans por mei de pean aprpridat Nom nest eomparoncaeneat a opecdade rea drs or Fold prone be enc 64 Ihiden, pigs 6-4. © que ve pode peruntae€ se uma no se basear em mécodos estereotipados” = fc mio a téeniea pode ser enquadrad inequi absolute, oe nio pertence por exemplo, do bom Pritica em que o essencial é a relagio interpes- amente na ars medica, ou mes melhor 3 ordem da prudentia ede ant wesmo dencro da ars em os das por Adler: taba roan ieatho (lores de criatividade), amor (valores de experiéncia). 0 tizacin de “ecupad, em Frankl, pelos valores de aticude, a a psicoterapa", pg. 44. tm ender que, em Ghee 636 VLE. FRANKL, “Hacia una rehu 637 CLV.E. FRANK, Psicoandlisisy rnos di que sua vida nao tem ser antes de tudo, ser levados a ene ‘Quancas vezes enconeramos um paciente que ls ates de maior alo! Eases pacinses deve S14 Posiglo que uma pessoa ocupa na via 5 a 258 CORKENTES Dr: PSICOLOGIA CONTEMPORA IMPORANEA Digitalizado com CamScanner assiva da natureza ou da arte, ° P ou de um momento particular da vida, ou do encontro amoroso com a outra pessoa: “Além do sentido potencial inerente § criatividade € 4 ago, dispomos de um segundo campo para vivenciar uma experiéncia de algo ou para realizar 6 encontro com A limos ido ode ser achado nio s6 no trabalho, mas cambém no amor" Segundo Frankl muitas veres uma 86 experiéncia pode dar sentido vida intcira” Mas, sem duividas, a categoria mais importante de valores, em Frankl, porque manifesam o essencial da teoria dos valores a que Frankl adere (a qual explicaremos mais adiante), sao os valores de atitude. Esses s40 0s que entram em jogo quando nao ha a possibilidade de se realizar por meio de uma obra nem de ter experiéne s por si mesmas positivas; quer dizer, esses 1 tuagdes-limite, Confrontar com integri- dade grandes tragédias € mesmo a morte ¢ proprio desta via para o sentido. Encontrar sentido na dor ¢ realizar os valores de atitude. sfo os que entram em jogo nas s © que importa éa atitude que o homem adota frente a um destino irremissivel A possibilidade de realizar essa classe de valores se da, portanto, sempre que um homem se depara com um destino que nao the deixa outra escolha sendo cenfrenti-lo; 0 que importa & como cle suporea esse destino, como ele o carrega como uma cruz, Sio atitudes humanas como a coragem diante do sofrimento ou a dig- nidade diante da ruina ou do fracasso. Uma vez que esses “valores aricudinais” sio ine yorados a0 campo das possiveis categorias de valores, vé-se que, a rigor, aexisténcia humana nao pode nunca, na verdade, carecer de sentido: a vida do hhomem conserva seu sentido atéo alento final, até que ele exale seu Ultimo suspiro.” ‘Atencio! A linguagem de Frankl pode fazer com que, momentanea- ue ha um sentido mente, interpretemos mal suas afirmagées. Ele nao d tinico para a dor, nem que este sentido seja religioso, nem muito menos a Cruz de Cristo, Quem Ié Frankl a partir de uma atitude crista facilmente veali o que de fato nao esta presente. Frankl diz, muito claramente, ¢ por motives filosdficos que depois explicaremos, que o sentido pode ser profisional ¢o trabalho quc ela desempenha nao import 0 que importa, fandamentalmente, como cla trabalha e se ocupa ou nao de faro © 8 _V.E. FRANK1, “Hacia una rehumanizacidn de la psicocerapia’, PaBS. 34°35 “De fato, mesmo que se trate de um instante, Tugar em que se acha situada” 639 CE. V.E. FRANKEL, Psicoandlisis y existencialismo, pag. 88 nemo «2 grandeza de us neared ven é medida pela grande de uma vida incr. 640 Ibidem, pig, 89. Sep 2: Pscologias da responsabilidade 299 Digitalizado com CamScanner da religido que se siga, ou Mesmo No agnos. serpy ac disso, de que cua m eneoner ador na vida em geral. 4, Técnicas logoterapéuticas oterapia ¢ especialmente indicada para as ‘a tratamento especifico. Para as ses noogénicas, para as quais seri neuroses noogenicas, par: a0 “ a éni a atamento deveria demais neuroses (psicogénicas ou orga icas), 0 trat d ser Segundo Frankl, a log: ou de psicorerapia, embora, nesse caso, nig taria, pois as duas opgdes disponiveis em seu dividuo — sao objeto de suas crfticas, ja med alguma forma de terap fique bem claro de qual se i a tempo - psicandlise e psicologia do in e : Em todovcaso, segundo Frankl, a logoterapia pode ser de ajuda também nessas outras neuroses, ainda que como tratamento complementar: Frankl desenvolveu algumas técnicas que, em sua opinido, pode- riam ser uteis em todo tipo de neurose, como a intengao paradoxal ca derreflexao. ‘Tracam-se de técnicas logoterapéuticas que esto bascadas em alguma das capacidades antropoldgicas fundamentais (“recursos humanos”); © autodistanciamento e a autotranscendéncia. (A) Aucodistanciamento: Frankl define-o do seguinte modo: le de nos distanciarmos das situagdes externas, O autodistanciamento ¢ a capacida dle nos mantermos firmes em relagio a elas; mas somos capazes nao apenas de nos distanciarmos do mundo, mas também de nds mesmos. Essa capacidade ¢ mobilizada na técnica logoterapéutica da intengio paradoxal 0 No fundo, embora Frankl nio 0 diga, essa capacidade é especifica- mente humana por estar intimamente igada & faculdade reflexiva propria & potencialmenteplena de sentido em qual fo, seja ela agra- lavel, prazerosa ou miserivel lepecogh onwta dive, prazcros 1 previsamente eta peda angular da logoterapia for eorvoborads-em raves de testes estatisticasaplicadas a dezenas de milhaves de sv, rida € acessivel a todos, independentemente de sions eas str € ambiems, independentcments de st 10 «aso de oro. independentemente da confissio a que pertenga". G2 CFV. Faas a idx rcp del hombre, pg 6 4, Jonge antemao que el: cs finacaua 0 que ela ~prescindindo de neuroses ep mas somente no senvido de uma trap 643 VB, FRANK. cxiste uma psicoterapia que reconhece de mente noogénicas — atua nao de maneira causal inespecifica” “Hacia una rchumanizacién de 'a psicorcrapia’, pig. 9, 300 CORRENTES DE PSICOLOGIA CONTEMPORANEA Digitalizado com CamScanner da racionalidade. Em todo caso, intengao paradoxal a at ada nessa capacidade de a pessoa enxergar-se de a pessoa enxergar-se a lade. Basicamente, consiste em uma utili ia uma técnica a. com objeti- vidade a utilizagio d i £ mene’ io do humor com fins tera- péutieos. Na intengio paradoxal, como diz E -nkl, prescreve-se o sintom: Os pacientes sao encoraj jar apenas as coisas que eles ra acontegam, zombando dela re aial areata gaia “Um elemento integral na incen, ido humor. Afi ‘amente humana de se distanciar. Nenhum. 0 paradoxal”, escreve Lazarus, é ‘ ‘© senso de humor éum aspecto animal é capaz de rir." Para entender isso melhor, é necessario explicar contra que meca- nismos neuréticos a intengio paradoxal atua, Frankl observa que grande parte dos sintomas se enraiza gracas a circulos viciosos ncuréticos, que tem por base a “angistia expectante”, Frankl explica-o deste modo (com uma linguagem deliberadamente proxima a do behaviorismo): Todas as terapias de orientagio psicanalitica levam principalmente 4 desco- berta das condiges primarias do “reflexo condicionado” pelas quais a neurose pode ser bem compreendida. Ou sea, a situagio ~ exterior ou interior — em que um determinado sintoma neurético surgiu pela primeira vez. E tese do autor, porém, que a neurose madura ou plenamente desenvolvida é determinada nao apenas por condigdcs primarias, mas também por condigées secundarias. Esse reforso, por sua vez, é causado pelo mecanismo de retroalimentagio (feedback) denominado anguistia expectante, Portanto, se queremos recondicionar um reflexo condicionado, devemos quebrar o circulo vicioso formado pela angistia expectante, ¢ este é 0 vetdadeiro objetivo aleangado por nossa téeniea da incengio paradoxal."* Aangistia expeccante€ a que surge ante a possiblidade de reapariga0 ‘60 primeiro dos eirculos viciosos que desenvolve de episddios neurdticos: oS os ae 07; nosso autor é 0 das fobias, que ilustra com este grafic G44 Ibidem, pigs. 22-23. 645 Ibidem, pags. 19-20. spacenteae™ sua ide: 646) Muito antes de Frankl, ¢ sem “pacenteat™ sua n ava sido br Sto Joao da Cruz; ef Nocke Oscura, Livro Cangio 1, capitulo 4, 5: °A tereira origem, donde cs entos desajeitados, geralmenre é o temor que jé tém costumam proceder e fazer guerra esses movi ue ae ee epee mimeo & eepresentagdes oxpes POTHME 9 Fen GS thes da sbica meméria do que veer, tratam ou pensam, Faz com ae padesames G47” V-E. FRANKL, “Hacia una rehumanizacin de la psicoterapia’, pig. 20 esse mecanismo havia sido observado por ses atos sem culpa sua” » Pscologias da responsabilidade yor Segao Digitalizado com CamScanner (er paovoca 1: Cireulo vicioso das Fobias. Figura » Na formagio das fobias, segundo a opiniao de Frankl, desempenharia um papel fundamental 0 “temor a0 temor”: Nas fobias, um determinado sinroma evoca no paciente uma fobia na forma de ssa fobia causa a apresentacio medo ou expectativa vemerosa de sua recorrénci: real do sintoma, ¢ a recorréncia do sintoma reforga a fobia Em alguns casos, o objeto da “expectativa temerosa” ¢ 0 préprio medo, Nossos pacientes falam espontancamente de “medo do medo”. Apés mais per- temem as consequéncias de seu medo: desmaios, problemas cardiacos ou derrames, Como apontei em 1953, eles reagem ao seu “medo do medo” com uma “fuga do medo” |...J. Em 1960, cheguei 4 convicgao de que “as fobias se deviam em parte ao comportamento de evitar as situagdes em {que surge a ansiedade”, Essa ese foi confirmada por terapeutas comportamentais [behavioristas] em varias ocasides.“** Algo semelhante sucederia com a neurose obsessivo-compulsiva (Figura 12). Os pacientes obsessivos remem suas obsessdes. Mas esse temor faz com que a obsessio se torne presente, ¢ acentua o sintoma. Frankl o diz. com estas palavra: Novamente, neste caso, um circulo vicioso ¢ estabelecide. Quanto mais os pacien- tes lutam contra suas obsessdes € compulsdes, mais fortes esses sintomas se tor- A pressio induz a contrapressio ¢ a contrapressio, por sua vez, aumenta 648 thidem, pig. 2, 649 Thidem, pig. 22 302, CORRENTES DE PSICOLOGIA CONTEMPORANEA a Digitalizado com CamScanner Pa sia CONTRAPRESSHO ACR EWEN . &o Figura sa: Citculovicioso das obsessese complies A intengao paradoxal é a técnica que Frankl propde para contrariar a angustia expectante que sustenta esses circulos viciosos: Na intengio paradoxal, no entanto, os pacientes sio convidados a exagerar scus medos ¢ ansiedades por meio de formulagdes que sejam t40 bem-humoradas quanto possivel.* Entre outros, Frankl di o seguinte exemplo: _] se um paciente com agorafobia nos diz que, ao sair de casa, sente angtistia, por medo de “ter um ataque” no meio da rua, devemos convidi-lo para, 20 sair de casa, “concentrar-se", determinado a nio desmai ya rua se “tiver o ataque”* E, para levar seu medo totalmente ad absurdum, devera dizer, para si, ademas, algo como: “Ji me aconteceu muitas vezes de cair no meio da tua, asaltado pelo ataque; pois bem, hoje isso acontecerd de novo.” Nesse ponto, ele se dara conta de que sua angustia nao tica; com isso, dard mais um passo em direcZo ao ol ada de real, de que ¢ uma angustia puramente neurs- ivo do distanciamento‘® Frankd assinala varios estudos que apoiam a eficacia da técnica, 20s quais acrescenta a constatagio de que ela utilizada por terapeutas de outras orientagdes tedricos, como, por exemplo, pelos behavioristas (c, hoje, também pelos terapeutas sistémicos).°* 650. Ibidem, pag, 22. 651 lbidem, pg. 23, : 652A ideia parece er-he sido sugerida por uma declaragto de Allers que Frankl cita no final da pigina *Agucle que renuncia 4 vitbria€ do pouco ameagado¢ rem tio pouco 2 remer quanto aqucle gue despreza a derrota como algo que esti exeluido” 653 VLE. RANKL, Psicoandissy existenalismo, pigs 239-2400 : 654. VCE. FRANK, “Hacia una rehumanizacion de Ia psicoterapia’, pags. 24°25 "Ascher aponta que ‘micas abordagens rerapéuticas tém técnicas especificas ¢ que “5 téenicas ndo so especialmente tieis ou relevantes para sistemas cerapeuticos alternatives: Huma notivel excegsose8 sobservagio ecasa 6a Sepa 2: Psicologias da responsabilidad 303 Digitalizado com CamScanner é ~ ciona € a autor, os (B) Aucotranscendéncia: cioaand ante, rso humano” que da p Frankl men Coa acme ei dni. Teatarse de wr ne em conserar que © Te amp iment is igilo para o outro, part algo 04 8 constirucivamente dig Je riaandesewol meh mes 6 asim alana seu plene deen eet, a sta cle ro. O mundo esta cheig io humana. Quando 4 de valor homem s concentra sobre sim otranscendéncia, denota © fato de que wuvorranse de humana, A segunda capaci ne eta ee : em © ser humano sempre aponta para al dar sentido ou aleangar um encontro cm que viveme humanos. Somente na medida em que vive cendéncia & que nos tornamos verdadeirament Isso sempre me lembra do faro de que a capaci vente contingent a sua ineapacidade de go ou algu amoroso em sua rk expansivamente n0ssa autotrans. os expansi 40 COM OUETOS seres seres humanos ¢ n0s realizamos, dade do olho de pereeber visual- mente o mundo a seu redor ¢ ironi acing a r «0 olho vé algo de si mesmo, sua fungio esti perceber a si mesmo. Tada vez que 0 alho vé alge Jorma, somos humanos na medida em que somos perturbada. [..] Da me capa mesmos, entregando-nos au Mergulhando no trabalho ou no amor, estamos nos transcendendo e, portanto, nos notarmos ¢ de nos esquecermos de nbs 's de nao nos vermos, de 8 para scrvir, ou a outra pessoa para amar realizando a nds mesmos. filossficos dessas afirmagies, io humana Mais adiante, discutiremos os pressupos O que esta claro é a intengao de Frankl em afirmar que a rea se encontra na entrega de si a outra coisa além de si mesmo. Isso pode ser entendido de duas manciras: no sentido de que a plenitude humana s6 se encontra na perspectiva do dom aos demais; ¢ no sentido de que se deve 40 interior de tipo contemplativo, Se este ultimo sentido esti- vesse implicito nas afirmagdes de Frankl, seu pensamento estaria orientado no sentido de um ativismo desumanizante. O espirito humano nio é come evitar a soli intense paradoval [| Mais importante, téenicas co ser 4 tadugio da inten pa npertamentais foram desenwolvidas, que parecem doxal em termos de aprendizagem'" CF | ki; sire rch me ce Mace ne ope ¢ indiferente a esse sentido que haja iam tal ou qual, ¢ que poss io no mundo € em nossas Assim, encramos Mm auror que, Comoe preender um me n {ia vida (Logocerapia), pois Deus, ou que nie O haja, ou que se vom Ele, € que influencie ou oo co us, Frankl, como outros autores dy relacion: “leo Quanto ao conhecimento de De puro al bd conremporinea, tem uma postura “apofatica”. ngo itivamente de Deus por meio da razio, de fabricar para nds um idolo esculpido até Santo Tomas, no Comentdrio ao Liero dos Nomes Divinos, de Dionisio: “Isto é conhecer ao préprio Deus, saber que ignoramos de Deus 0 que Ele é”.* Frankl interpreta essa frase no sentido de que nao se devem dar provas da existéncia de Deus, pois seria rebaixa-Lo ao nivel “dntico”. A criagio nao pode ser um poio adequado para falar de Deus. Isso implicaria a aplicagao do do ambito empirico, coisa inaceivivel depois stencia de Deus é blasfemo (afirmagao de Karl Barth). privologia eda filosofi podemos conhecer so equivalet ikl cits nenhum modo. | 4 nossa propria medida. I erroneament ponto d lidade for: principio de caus ant, Pelo que que lembra um pouco a teologis E minha opiniao pessoal, ou melhor, minha maneira particular de sentir que, as cham: 8 provas da existén sem de des de Deus. Porque, pe ‘suNteMO-nos: o que ¢ que se pode Provar? Apenas algo éntico, isto é: percene: pe ia de Deus calvez nao P: blasfémias, profa 1© mundo, coisas de alguma forma rencentes ao sei cza Xx i é Hieentes a0 seio da nacureza. | | Compreender minha existéncia como algo ‘criado” nao constituitia uma autocompreen: 8 uma categoria vl 1 ontoldgica genuina, pois levaria *penas no plano dntico ~ isto é a da causalidade - do ampo nacural 30 sobrenatural, para o ontoldgico. cs 685 idem, pig 7, 686 In De divine nominiby minibus. c.g yo mE dombre dione, pg aaa TU CEVE, . . iu E, PRANKL, “Homo Patiens Ensayo de wna pitodice: 396 CORKENTES Dx p i ICOLOGIA CoN A CONTEMPORA NE A Digitalizado com CamScanner Somente 0 intelecto pode titar conchus " ° es, O enter >, port conclasies necesariamentefalham diane nudimento, porém,e suas nfm fe aomealica aon eee Observe-se a confusio no uso de termos como “eriacio”, “natural” sobrenatural”, “metafisico”, como ja observamos, Em Frankl 0 . geo" obrenatural’, no sentido (ni eeolice) : jos objetos das assim chamadas Cigncias da Natur aio ¢ possivel compreender o homem como “er gs categorias (neste caso, da causalidade) a um 9s limites da razao (Kant) ‘metafi- daquilo que esta acima eza, Este autor diz que iado”, Isso seria aplicar \ dominio que transcende - Isso € agnosticismo filosdfico, que leva a uma divisto tal entre razao ¢ fé que, no maximo, poderia ser compativel com uma religiosidade de tipo fidelsta, Para Frankl, isso significa que de Deus nio se pode dizer nada (e “do que nao se pode falar, melhor calar”, dizia Wittgenstein, autor citado também por Frankl). Nao se poderia falar de Deus, mas s6 a Deus, por meio da oragio.“* O que ¢ Deus entio? Segundo Frankl, Ele € o “inter- locutor de nossos mais intimos soliléquios”, Como nio se pode saber 0 que ¢ Deus, esta nao ¢ uma definigao essencial, mas “operacional”. Nesse sentido, pode ser religioso tanto um teista quanto um ateu. $6 que o teista se nega a aceitar a hipotese de que este interlocutor seja cle mesmo, coisa aceita pelo areu. Neste contexto em particular, gostaria de thes oferccer uma definigao peculiar de + honesto, aos quinze anos de idade. Em certo sentido, Deus a que cheguei, paras esta é uma definigio operacional. Assim se afirma; Deus ¢ 0 interlocutor dos nossos soliléquios mais intimos. Ou seja, sempre que falamos conosco mesmos de maneira coralmente sincera ¢ em solidio dilrima, aquele a quem nos dirigimos Como podem observar, esta definigio pode com oda razio ser chamado Dei zomba da bifurcagdo entre uma cosmovi diferenga entre elas s6 aparece mais tarde, quando 0 nio religioso insiste que 10 ateista € uma cosmovisio teista. A apenas iso, mondlogos consigo mesmo, enquanto orcligioso seus solildquios 68) V.E. FRANKL, La volunrad de sencido, Herder, Barcelona, 1988, pigs. 66-67. G88. sidem, pig, 69: “Deus - 0 Deus pessoal da intengio humana ~ nio ¢ afinal ourra co pie tol medida e cio concretamente, que ndo se pode ilar a Seu re original, primigénio. Ble 0 2 za Cercira pessoa, mas sempre na segunda pessoa 669 V.E. ERANKL, “Homo Patiens. Ensayo de una pavodieea”, pag. 273: "O tela do sten apenas por nao accitars hipgrese de que o interlocutor sje mesme, mas considera ete imterlocuror como alguém que nio ele mesmo.” Segio 2: Psicologia dla responsabi Digitalizado com CamScanner fnos com alguém que nao ele mesmo, Bem, ul ado aqui acima de tudo ¢ wc deve ser valoriz: . deque,se Dess realmente yj, ss como dialogos ge credito que 0 qu acredito g 2 E estou certo dinem ates por t€-Lo confundido com gg um nome equivocado.* rs Seu interpreta 0s se mente oop sincera ar aqueles que s Ele nao culpard aqu nat réprio cu ¢ Lhe dado, como conse ncia, priprio cu fundamente, diz Frankl, 0 auténtico interlocuto, rofunda 2 cus como “nada” profundo seria chegar a Deus como “nada”, que dg (conclusdo que nao é estranha em um auto, Contudo, mais p 0 nada. O nivel ma ‘ transcendente inexprimivel influenciado por Heidegger). Ha duas possibilidades de interpretagio: a prime * Isso quer dizer que a religio é pessoal, no sentido de que cada um deve tera sua propria, distinta da dos demais, o que leva a uma espécie de indivi- dualismo religioso, Uma auréntica religio universal é, para Frankl, impossivel ou indesejavel, pois seria a imposigo da linguagem de um sobre a de outro. E, mais uma vez, uma confissio nao pode pretender ser superior 4s outras. Em todo caso, nao é concebivel que, mais cedo ou mais tarde, 0 pluralismo religioso seja superado, dando lugar ao universalismo de uma religiio? Nao ercio que isso v4 acontecer. Em minha opiniao, nao € provavel que um tipo de esperanto religioso possa servir de substituto as confiss6es individuais. O que constitui uma miragem : para sobreviver, neste momento nao ¢ uma religiao universal, mas o contrér a religiio deve fazer-se profundamente personalizada, permitindo que cada ser humano fale sua propria linguagem 20 se dirigit a0 ser iltimo.** Por isso, embora, para Frankl, o “sentido ultimo” da vida nao seja totalmente inventado pela pessoa, como nas outras linhas de psicologia cxistencialista, mas dado, contudo, aquele que di o sentido nao é 0 Deus ctistéo, senao que o sentido é,como em Heidegger, um “evento” do ser. O gue explica por que “as pessoas que se consideram 2 teferéncia a um fundo que seria excessivo cx home religioso, Aquele que est! sempre em slén «om Quem nao se pode falar € Que, no encanto, ésemPre i 54 V.E. FRANKL, “El hombre en busca del sentido ilrimo”, pags 294 sacterizar como 0 absolute’ [..] Deus € sempre, para o “fie, no encanto, Aquck = Quer sc invoea, Aquele interpelado.” 695 Ibidem, pigs. 294-295, Sao» Psiclogias da responsabilidad 319 Digitalizado com CamScanner fy pana stats vielay que Auch outrayo, pear um send f les axde encom eapare ~ ig nes consideraim cren terapia & “cigncias do Espirito ic sua psicoteraph 9, Psico S€ EEMEE 1 espisay Algo distinte das ean! favo de qu ceankl, 0 fate ¢ i Wencigg le que se i rata de svisenvial, ésinal d rata algo oe iferente da “paicologia” & ca “psiqui: nels opologia (ilosifiea) ou, ma Por 80, a pig . nda, snoctico™. da nacureza’ seb » Numy em uma antr i ctalisica. oologia mecalis _ por assim dizer ~ a psig a aplicagaio del apsicologia ¢ - como uma ap itech ae naturais; por outro lid, st psicote parte das ciém vai além do quadro das ci pensem que pertence ‘nciay nacura aa ciéncias do esprit, May talver me perguntario, Talve 4 c entender por tas aquclas eiéncia «que os filisofox chamaeam esi costume ° objetivo espirievobjrvade ao paso ques psicoterapia no sentido de *espirito subjetivo". E por iso que devemos falar, em re fom presente o espritul pia, cle uma noology cigncia incerta cuja aplicagio seria a psicote Essa noo, ea psicoterapia nels bascal (de tipo nao psicoldgica), na tem aver com ofiio, nem mesmo com o fnew no sentido ample de phys eu pia seria orientada por uma links inclu’ o psiquico; essa noologia ou psicote essencialmente meta-fisiea.” De que tipo de metafisica se trata, coloca-o em eviden “Talvez is Frankl, poueas linhas depo 0 Thes soe ainda mais claro, que 0 meta. fisico € todo o contririo de um “por erds” do fisico, se Ih segundo Kant, com efeito, uma me recordo que, Fisica que ‘possa apresentar-se como a’, na linha do Prolegmenos do proprio Kant, ocupa-se de algo que ¢ 0 a0 Fisico, prévio aos ‘dados da experiéncia’ no sentido de Planck, experiéncia, como o a priori desta, como pr cia possivel ™s SSUpOsto, a priori, no caso de 4 pessoa ou existéne: . ‘ Pessoa ou existéne ‘0 inconsciente espiritual ¢ transcendental. 6 tide, pg ayy 7 N.F- PHASE hombre do tombre dolience. Funday rentos oy te damentesamtropoliices de a Psicorerapia, Herder, Bancelomo, 987 698 Ihidem, ig. hy, BO Conners CIN CONTEMPORANL A RENTES DE PSICOLOGIA ca MPORANL Digitalizado com CamScanner ria f inceressante sua consciéncia da diferenga de nivel entre a psiquiae pia, assim como sua referéncia & metafisica, ‘Todavia, em oUt “ps Pate ontradizer essas afirmagées ao dizer que ¢ necessario “fazer oar a psicorerapia ao seio da medicina”” a, de todo modo, . 1a filosofia com a medicin: i ras eapsicore™ relaciona onselho de {. Porque quimica m0 Fimpre considerou- rovados pelas cigncias Fisicas, entre as quais se encontra 2 quimica. sucede o mesmo com a “filosofia”, entendendo-se por esta principalmente sperafisica. Sc ha uma arte de cuidar da alma baseada em uma noologia fisica, esta sera algo distinto da medicina e s6 podera ser chamada «médica” em sentido metaférico. Como acabamos de ver, também a dimensio religiosa parece, Frankl, um aspecto fundamental do homem que surge na psicoverapia. Contudo, paradoxalmente, Frankl, considerando a psicoterapia como uma tarefa médica em sentido univoco, nega taxativamente a conex4o per se entre “salvacio da alma’ (Seclenheil) ¢ *satide médica da alma’ (seelische Gesundheit), dividindo ambas de modo radicalissimo, bem como a psicologia catcologia — posigao cocrente, por outro lado, com sua divisio entre © ‘ina 1, se pensissemos em aplicar a filosofia como uma medic! pensamos, por exemplo, que se considera legicimo empregar a imbito da medicina!”™ E claro que nio ha proporgao. Desde 0 a medicina como uma arte cujos principios para dntico ¢ o transcendence?" A concepgio epistemoligica frankliana nao nos parece coerente: a aplicagao da psi psicoterapia, que nao é parte da psiquiatria ~ que € ums uma aplicagao de uma ciéncia do espirito ‘mada “noologia” (em outras obras, ele fala ¢ de encontrar o sentido da vida, 0 cologia, ci¢ncia da nacureza ou filosdfica (“metafisica”) el deuma oncologia existencial). Trata-s que implica um aspecto religioso. Apes aoscio da medicina, ¢, por isso, deve se separar radicalmence a satide que Ima) da salvagio da alma (tarefa propria do v dis 0, a psicoterapia pertence cla produ. (satide médica da 3 sscerdote, ou da religiao), da qual se ocupa a teologia. ©) VE. FRANK, Picoanalisisy existencialismo, pig, 1% Fo thide, pig 4. hide, pig, be-97, Soyo 2 Psicologia da responsabilidad ay Digitalizado com CamScanner conclusto trankl ia ce psicote ro homem, ser ma wae npc ans Sas defies loses ntomani aces, porque esta ¢ UN escola que se apresenty iJosolia ¢ com a dimensio religiosa do ser human, auma forma de psicoterapia Ga. a sitvg « sem chividas, contribuiu de maneira 5. que, sem any autor Westdo5 rapia do século X9 bertura ds onceitos positivistas & com yy; m prec — « deficiéncias filosdfiea oc mas so IMpOreay gio coma fl " ado a logoterapi jqueles cranstornos que cém como causa a faley ivando-se a priori de toda referencia a um ye rade formar numa substituta 4 direes "Gio i incima rel ¢ Por ourre lado, se } especificamente aplica especie silo da vida, mas pr tido objetivo, corre 0 ris os agndsticos ¢ descrentes, aos quais se persuade de a tam sentido sem nenhum tipo de referencia a Deus, 4 sen sco de se trans se cxpiitual pat | vida pode t Pord Os aucores dessa corrente que denominamos “Psicologias dy iva na psicoterapia ¢ na peda- s que se preocuparam explicitamente com influencia ma’ Responsabilidade” cém meno embora tenham sido autor m codo caso, tal corrente é uma primeira tentativa, no século “logos psicoterapeutas, de desenvolver uma psico- XX, proveniente de p iseada em uma concepgao do ser humano como ser racional ¢ livre, logiab com uma aval ‘ou ao menos nio critica, da moral e da religizo, cores cm distintas escolas ¢, sobretudo, a debilidade 1s que escolheram para desenvolver suas bases antropoldgicas sio, em grande parte, responsaveis pelo fato de que esta corrente nao tenha alcangado grande difusio. A outra causa ¢ justamente essa avaliagdo positiva que ela faz.da moral e da religiio, nada simpitica & contracultura da moda em seu tempo cem o nosso, A divisio de s das filoso! 32 Conkeyn ES DE Psico LOGIA CONTEN MPORANEA. Digitalizado com CamScanner

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