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Aula 09

Filosofia p/ ENEM 2016


Professores: Rafael D. Ferreira, Sergio Henrique
Ciências Humanas e
suas tecnologias
Filosofia.
Tema: O conhecimento.
Professor: Sérgio Henrique
SUMÁRIO
00. Bate papo inicial. Pág. 02
1. A cultura. Pág. 03
2. A arte. Pág. 17
3. Exercícios Resolvidos. Pág. 24
4. Exercícios Propostos. Pág. 37
5. Considerações finais. Pág. 68

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00. BATE PAPO INICIAL

Olá amigo estudante. É com muita alegria que o recebo


novamente para falarmos de filosofia. Estudar as aulas anteriores, é
fundamental para que você possa compreender muitas das coisas que
vamos tratar aqui. Leia com atenção seu texto de apoio e assista as
vídeo-aulas. Leia e releia e pratique exercícios. Aos poucos o conteúdo
básico vai ficar retido na sua memória. Claro que para isso é muito
importante você fazer suas próprias anotações, ou em forma de
resumo ou anotações nos exercícios, não importa, você escolhe. O
importante é estudarmos bastante e nos concentrarmos nos estudos.
Estimule sua disciplina e procure motivação pensando em seus sonhos.
Bons estudos.

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1. A CULTURA.

Empregamos a palavra cultura em nosso dia a dia em sentidos


diferentes e muitas vezes contraditórios, vamos entendê-los:

Os sentidos da Cultura:

 Ser Culto ou Inculto - Cultura é identificada como a posse de


certos conhecimentos (línguas, arte, literatura, ser alfabetizado).
Possuir algo individualmente que o torna superior, sugerindo
prestígio e respeito. Agrega-se um juízo de valor em ter ou não
ter cultura, ser ou não ser culto, tornado positivo ser “culto” e
negativo “ser inculto”.

“João é muito culto, pois conhece


várias línguas, entende de arte e
de literatura.”

“A televisão me deixou burro, muito


burro demais
Agora todas coisas que eu penso me
parecem iguais
O sorvete me deixou gripado pelo resto
da vida
E agora toda noite quando deito é boa
noite, querida”.

Televisão -Titãs

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 Cultura como qualidade de uma coletividade, de um grupo social.
A coletividade aparece como um adjetivo qualificativo para
distinguir tipos de culturas. As Culturas são caracterizadas como
culturas superiores e culturas inferiores através de suas
manifestações culturais, sendo assim comparadas.

 Cultura diante da ideia de que numa mesma coletividade ou


numa mesma sociedade pode haver dois tipos de cultura: a de
massa e a de elite. Oposição entre as formas de cultura,
dependendo de sua origem e de sua destinação.

Cultura de Massa
Cultura de Elite

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 Cultura como um modo de vida que identificam uma coletividade,


que não utiliza de juizo de valor, rompendo com a ideia de
hierarquia cultural.

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A palavra cultura como vimos possui muitos sentidos, e alguns
deles contraditórios em relação aos outros. Mas afinal, o que é Cultura?
Há dois significados iniciais para a noção de Cultura:

 Cultura na língua latina, Colere - cultivar, criar, tomar conta,


cuidar. Que significa:
 O cuidado do home com a natureza: Agricultura.
 O cuidado do homem com os deuses: Culto.
 O cuidado com a educação das crianças: Puericultura.

A cultura para os Gregos correspondia ao sentido de Paideia, que


significa pedagogia. Cultura como aprimoramento da natureza humana
pela educação, formação das crianças, não só pela alfabetização, mas
também pela iniciativa à vida na coletividade.

Nesse sentido a palavra Cultura não se opõem ao de natureza,


pois os seres humanos são considerados seres naturais, embora sejam
diferentes dos animais, são dotados de linguagem e de pensamento.
Mas sua natureza tem que ser cuidada porque tem uma tendência a
ser agressiva e destrutiva, é necessária que seja educada, formada e
cultivada de acordo com a construção social de sua sociedade, sendo
a cultura a segunda natureza acrescentada à natureza de cada um.

Natureza: Essência própria de um ser. Tudo o que existe no universo


sem a intenção da vontade e da ação humana. Opondo-se ao que é
produzido pelos homens. Para as ciências contemporâneas, a natureza
é a realidade externa, mas um objeto de conhecimento elaborado pelas
operações científicas para explicar essa realidade.

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 Cultura como resultado da formação dos seres humanos. Toda a
construção de conhecimento humana: arte, ciências, filosofia,
religião, Estado.

Nesse sentido a palavra cultura se opõem ao de natureza, pois o


homem é dotado de vontade livre e razão, agindo de acordo com
valores e fins estabelecidos por ele próprio. Alguns pensadores, com
por exemplo, Kant, consideram que entre o homem e a natureza há
uma diferença essencial, pois a natureza é o reino do determinismo
cego, enquanto a cultura é o reino da finalidade livre, das escolhas
racionais, do bem e do mal e do verdadeiro e falso.

Com base nesse segundo sentido, a Cultura passou a significar a


relação que os homens estabelecem com o tempo e com o espaço, com
outros seres humanos e com a natureza, e então cultura passa a ser
sinônimo de história. O tempo da cultura é o tempo da transformação,
das mudanças nos costumes, regras, hábitos e linguagens.

Na filosofia de Hegel e posteriormente na de Karl Marx, a Cultura


se concretiza com a ação do trabalho, sendo esse a transformação da
natureza por meio das possibilidades humanas de suprir suas
necessidades, frente ao meio em que vive. O trabalho para Karl Marx
é como uma condição necessária para que o ser humano seja cada vez
mais livre, mas dono se si. Com o trabalho os seres humanos produzem
objetos inexistentes na natureza (vestuário, habitações, utensílios,
instrumentos) e organizam-se socialmente para concretizá-lo.

Transformação da natureza por meio das possibilidades humanas de


suprir suas necessidades frente ao meio em que vive.

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A cultura é estabelecida no momento em que a realidade social


e humana passa a fazer sentido, e assim o ser humano cria regras e
normas de conduta que asseguram a existência e a conservação da
humanidade. Essa organização social se concretiza através da lei da
natureza, um mandamento social que organiza a vida dos indivíduos e
da comunidade.

O ser humano tem a capacidade de criar símbolos que organizam


a sociedade, chamados de ordem simbólica. Esta consiste na
capacidade humana de dar sentido as coisas que estão além de sua
presença material, ou seja, atribui significado e valores as coisas e ao
ser humano. Logo, chegamos à conclusão que não há uma única

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cultura, e sim diferentes e diversas culturas, pois cada grupo social
constrói e transforma a natureza conforme as suas necessidades,
permitindo a criação de diferentes hábitos, regras, normas, religiões,
crenças, comportamentos, instituições sociais e políticas. Portanto,
dizer que uma coisa é natural ou por natureza, naturalizando os seres
humanos, seus comportamentos, ideias, valores, formas de agir e viver
contradiz toda a ideia de Cultura e de construção humana. Os seres
humanos variam por suas condições sociais, econômicas, políticas, e a
ideia de um gênero humano natural e de espécies humanas naturais
não possui fundamento na realidade.

Representações simbólicas:

Símbolo – Trânsito Plaquinhas de Banheiro Tudo bem, ok!

A experiência:

Em seu sentido geral, a experiência é um conhecimento


espontâneo ou vivido, adquirido pelo indivíduo ao longo da vida; para
o empirismo todo conhecimento deriva da experiência e para o
racionalismo a experiência nada nos ensina, pois é aquilo que precisa
ser explicado. Segundo Kant a experiência é um conhecimento

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empírico, isto é, um conhecimento que determina objetos por
percepção.

A experiência se dá pela consciência das coisas, dos outros e de


nós mesmo. Através da consciência descobrimos a nossa humanidade
graças à linguagem e ao trabalho, fatores fundamentais que nos
distinguem dos animais, pois somos seres dotados de consciência, a
condição e a causa primordial do surgimento da religiosidade.

A consciência é responsável pela nossa percepção da realidade,


e através da cultura, o ser humano passa a ter a experiência do tempo.
Ou seja, ter a noção do que é passado, presente e futuro. Ao
entendermos a ideia de trabalho, vimos que as pessoas se relacionam
com o tempo que não é presente, e sim o futuro, pois o trabalho é feito
em vista de algo que não existe. Diferente do trabalho, a memória se
utiliza de outra ideia do tempo, sendo responsável pelo sentimento da
identidade pessoal e da continuidade de uma vida que transcorre no
tempo. Assim as pessoas estabelecem relações com o ausente: o
passado lembrado e o futuro esperado.

A consciência humana nos faz ter noção da nossa morte, pois


sabemos que um dia iremos morrer. Mas por sermos conscientes do
tempo como uma presença situada entre duas ausências quanto a
nossa identidade e da identidade de nossos semelhantes, concebemos
a permanência da nossa identidade num tempo futuro, um lugar para
onde vamos após a morte.

Os seres humanos têm a percepção da realidade em que vivem,


por isso percebem que há na natureza coisas que vão além do seu
controle e não são criações humanas. Essa realidade externa nos
conduz a crenças em poderes superiores ao humano.

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A crença numa vida após a morte é confirmada pelos rituais e
manifestações fúnebres, que faz a ligação entre os mortos e a vida
futura. Em cada cultura e grupos sociais, esses rituais se dão de
diferentes formas, conforme as crenças e necessidades e cada grupo.

Ritual fúnebre Hindu:

O hinduísmo ensina que o corpo é


formado por cinco elementos:
Fogo, água, ar, terra e éter.
Ensina-se também que quando
uma pessoa morrer, por se ter
apagado um dos ditos elementos, o
Senhor Agni, Deus do Fogo, virá para purificar o cadáver e libertar a
alma, que assim pode seguir o seu caminho.

Festa ao ar livre:
O Obon é uma celebração praticada
no Japão ou em colônias
japonesas, que acontece em 15 de
julho ou em 15 de agosto todos os
anos. Famílias enfeitam o templo
ou áreas ao ar livre com velas e
lanternas coloridas, dançam ritmos
tradicionais e rezam para homenagear as pessoas queridas que já se
foram.

A crença está associada à ideia do sagrado e de divindades,


estes se dão pela presença de uma potência sobrenatural que habita
algum ser, planta, animal, humano, coisas, ventos, águas, fogo. Pode

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ser algo que pertence a algum ser, ou ele pode vir a adquirir ou a
perder.

O sagrado é a experiência simbólica da diferença entre os seres,


da superioridade e do poder de alguns sobre outros, sentidos como
espantosos, misteriosos, desejados e temidos, esses sentidos operam
o encantamento do mundo, pois são poderes que agem magicamente
sem o controle humano. Ou seja, é a qualidade que um ser possui e
que o diferencia de todos os outros. Esse sagrado pode causar amor,
mas ao mesmo tempo temor, e cria numa sociedade um sentimento
de respeito, e assim nasce o sentimento religioso e a experiência
religiosa.

Os deuses do antigo Egito, foram Faraós que reinaram no


período pré-dinástico. Os deuses egípcios eram representados
ora sob forma humana, ora sob forma de animais,
considerados sagrados. Osíris foi o primeiro Faraó e, que com
o passar do tempo foi divinizado.

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O empirismo e o pensamento científico no século XIX.

Dos pensadores iluministas surgiram os princípios que ainda hoje


adotamos como procedimento científico. O século XIX foi o século do
pensamento e da descoberta. Da filosofia e da ciência. Ocorreu um
verdadeiro frenesi quanto a explicação científica do mundo. Época em
que a ciência vai adquirir o estatuto de conhecimento sólido e quase
irrefutável. É o tal do cientificamente comprovado. Mas os próprios
princípios científicos sugerem que o pensamento e as teoria possuem
datas, pois são constantemente revistas, complementadas ou
refutadas. O desenvolvimento científico e tecnológico em que a Europa
ocidental passou fez com que as ciências e as técnicas fossem muito
valorizadas. As carreiras de engenharia surgem e possuem um grande
prestígio, pois passam a ser vistas como a profissão dos homens
inventivos que levariam a humanidade ao progresso. Este cientificismo
influenciou várias correntes filosóficas, especialmente o positivismo,
que considerava que a ciência levaria o mundo para o progresso
material e técnico. A discussão entre ciência e religião é recente, assim
como a visão de que são totalmente contraditórias, pois partem de
premissas diferentes: A ciência baseia-se no empirismo e evidências
concretas que são frequentemente analisadas. O princípio fundamental
da religião é a fé. Ela não é baseada em princípios empíricos ou
racionais. Eis um dos grandes debates que temos no mundo atual. De
uma forma ou de outra o Homem busca respostas para suas angustias
e indagações. Do ponto de vista do bem estar existencial tanto a
religião quanto a ciência oferecem explicações válidas para os grupos
ou indivíduos. Essa divisão não existia até o século XVII. A partir de
Galileu e Isac Newton é que inicia esta grande discussão entre ciência

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e religião. É interessante observar que nos estudos de Newton, que era
um grande religioso e teólogo, tinha como uma de suas motivações,
compreender como Deus havia criado o movimento. Apesar de
religioso acreditava nas concepções de que o universo foi criado a partir
de regras rígidas e imutáveis.
No século XIX a oposição entre ciência e religião chegou ao seu
ápice com a publicação de “A origem das espécies”, em que
fundamenta a teoria da evolução com base na seleção natural e nas
mutações que podem ocorrer no decorrer do tempo em determinadas
espécies, ou explicar como espécies diferentes podem surgir de uma
mesma, devido ao isolamento geográfico. Lembrando que do ponto de
vista científico, uma teoria é o pensamento que alcançou o maior grau
de comprovação experimental, incluindo o funcionamento de teorias
póstumas que dependem dela. O grau científico máximo é a lei, que já
alcançou o estatuto de absolutamente irrefutável. Alguém questionaria
a existência da lei da gravidade? A discussão suscitada por Darwin, que
o homem é fruto da evolução chocou diretamente com a concepção
religiosa da criação do homem, que crê que ocorreu tal qual estão nos
textos sagrados, principalmente nas três grandes religiões
monoteístas. Assim surgiu o debate evolucionismo x criacionismo, que
ainda hoje alimenta profundas discussões e reflexões filosóficas. No
século XX, diante dos avanços científicos e médicos, surge o termo
Bioética nos EUA nos anos 70. De lá pra cá cresceu como área de
conhecimento e tornou-se importante nas ciências relacionadas com a
vida humana. Possui um objeto de estudo interdisciplinar (realizados
por várias disciplinas como a biologia, enfermagem, medicina, direito
etc.) e também centrado na filosofia moral. Dá vazão a discussão sobre
como devem ser procedimentos ligados à vida humana, como por

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exemplo os limites da ação responsabilidade e autoridade da ciência e
do médico em situações limite. Por exemplo a discussão que existe
sobre o aborto induzido, eutanásia, transgênicos, clonagem e pesquisa
com células tronco.
Religião é uma fé, uma devoção a tudo que é considerado
sagrado. É um culto que aproxima o ser humano das entidades a que
são atribuídos poderes sobrenaturais. Em diferentes culturas, a relação
com a religião se dá através da fundação de um território, fazendo
gestos no chão e no ar, e assim considera esse novo espaço como
sagrado, no qual se ergue o templo ou santuário.

Mas a religião não transforma apenas o espaço, mas também o


tempo, acompanhado por história de deuses, a origem das coisas,
seres humanos e a terra. Essa narrativa sagrada é chamada pelos
gregos, de mito. Sendo a maneira pela qual uma sociedade narra para
si mesmo a sua história e toda a sua realidade.

A história sagrada não explica simplesmente o por que a ordem


do mundo existe e como e por qual motivo foi doada aos humanos
pelos deuses, mas tem a capacidade de se dirigir aos sentimentos
humanos, as suas paixões. A religião pede o respeito aos deuses e uma
atitude fundamental característico da fé, é a piedade.

A ligação entre os seres humanos e divindades no espaço e


tempo são organizados e garantidos através dos ritos. Trata-se de um
costume ou cerimônia que se repete de forma previamente
estabelecida e expressam o conteúdo de um mito, que estabelece um
laço entre os humanos e a divindade.

Os seres e objetos simbólicos utilizados nos ritos, considerados


puros ou purificados pelos deuses são chamados de tabus, mas os

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tabus podem ser considerados para o grupo social como algo a ser
afastado dos deuses e dos humanos.

Nas religiões são estabelecidas leis divinas, o laço entre o


humano e o divino é concretizado pela vontade dos deuses e pela
obediência humana, essas vontades divinas podem ser conhecidas na
forma de decretos, mandamentos, ordenamentos, comandos
emanados da divindade.

As religiões têm como princípio, a ideia maniqueísta que afirma


existir o dualismo entre o bem e o mal, representado pelo “Reino da
Luz” e o “Reino das Sombras” respectivamente, o eterno combate entre
Deus e Diabo.

O mal é o pecado, uma força negativa, na qual a criatura se


afasta de Deus, perde a presença divina e abandona a essência do
bem. O pecado para algumas religiões é uma ação externa visível,
cometida por uma ação voluntária ou involuntária pela violação de um
tabu ou pela má realização de um rito.

Alguns filósofos fizeram críticas às religiões, entre eles o grego


Epicuro e o latino Lucrécio, afirmaram que a religião é uma fabulação
ilusória, nascida do medo da morte e da natureza, chamando de
superstição.

Outro filósofo que considera os humanos supersticiosos é o


Espinosa, esse afirma que temos medo que males nos aconteça, e por
isso não acreditamos em nós mesmos e nos conhecimentos racionais.
Assim os humanos criam religiões para controlar seu domínio sobre os
homens, institui o poder teológico-político. Então os sacerdotes
reproduzem que as leis políticas não são criações humanas, mas sim

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instituídas por Deus ou Deuses, essa teria sido revelada apenas a
alguns, que tem o direito divino de comandar os demais. Logo pelo
medo da superstição os humanos acatam essas ordens e percebe-se
que a religião muitas vezes esteve a serviço da tirania.

No século XVII e XVIII, cria-se uma religião chamada de deísmo,


que se volta a religião revelada e institucionalizada, aqui os filósofos
afirmaram que a existência de um Deus é a força ou energia
inteligente, conhecido pela razão e contrário a superstição, logo vão
contra a crença em uma divindade sobrenatural que impõem leis aos
seres humanos e o conhecimento racional da essência de Deus.

2. A ARTE.

A arte faz parte de nossa vida, é fruto da construção de


conhecimento humano, portanto elemento da cultura. A produção da
arte se dá em sociedade, e caminha junto com as transformações
sociais, sendo assim históricas.

A arte está ligada diretamente à sociedade e à cultura, segundo


o sociólogo alemão Karl Mannheim a arte relaciona indivíduo e
sociedade, pois não é restrita à vida privada ou a um contexto social.
O artista, por mais que produza sua obra muitas vezes de forma
solitária, ele está dentro de um contexto, tendo referências de mundo
da conjuntura na qual está inserido, na realidade que o cerca, sendo
capaz de se apropriar dessa realidade e projetá-la de forma sensível.

Além do artista reproduzir através de sua obra a realidade


material na qual está inserido, é também papel dele apontar novos
caminhos e rumos que se possam seguir, logo a arte não está

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completamente presa à realidade atual, mas ela tem a capacidade de
viver vários mundos diante de diferentes perspectivas, através das
superações históricas e sociais.

O ser humano como um ser social tem a arte como necessidade,


pois é um sujeito histórico que dá significado ao mundo, nesse sentido
a arte tem papel fundamental na busca de compreensão, não só na
esfera do conhecimento cientifico e técnico, mas por meio da
imaginação, do lúdico e da criatividade.

A partir disso, pode-se afirmar que a arte é uma forma do ser


humano se relacionar com o mundo. Segundo o filósofo Ernst Fischer,
o ser humano está sempre à procura de se superar, assim busca uma
dimensão maior do que sua própria vida particular, individual. O ser
humano na arte “... torna-se um com o todo da realidade”. Para o
filósofo, a arte vai além da distração, diversão, ou produto a ser
comercializado como é encarado nas sociedades contemporâneas, mas
uma atividade que redireciona o ser humano para a contemplação das
suas necessidades individuais e sociais e potencialização do ser
humano enquanto um sujeito social.

A arte é a inter-relação do ser humano e sociedade, constituindo-


se de forma dialética ao se desenvolver e se projetar no mundo a partir
da criação e imaginação, constrói-se cultura e enriquece cada vez mais
seu cotidiano e o mundo a sua volta. Pode-se perceber a riqueza
cultural através da construção material de diferentes culturas, com
pinturas corporais, pinturas rupestres de cerca de 8 mil anos atrás,
totens encontrados em comunidades, etc.

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Pinturas Rupestres feitas por mãos Pinturas corporais.

de mulheres.

O ser humano ao produzir a vida, pela criação, imaginação,


conhecimento e linguagem, se potencializa enquanto um ser social e
histórico, através da ampliação de seu conhecimento e de sua visão de
mundo, constituindo cultura ele transforma a natureza, mas
automaticamente também se transforma. Portanto a arte é uma práxis,
pois promove a transformação no mundo a sua volta e o ser humano
adquire consciência da sua importância na sociedade como agente
criador e transformador da realidade.

O filósofo Friedrich Nietzsche ao estudar a Antiguidade grega,


atribuiu a arte um papel fundamental na cultura humana, o filósofo
afirmou que a criatividade e a beleza daquela civilização eram devidas
a sua capacidade de articular duas forças que em princípios são
opostas. A apolíneo (relativo ao deus Apolo) o princípio que representa
a razão como beleza harmoniosa, comedida e organizada, e o
dionisíaco (relativo ao deus Dioniso) o princípio que representa a
embriaguez, caos, falta de medida e a paixão. Segundo Nietzsche

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nenhuma arte pode ser só apolíneo ou só dionisíaco, mas é necessária
a articulação dos dois princípios, com a criação do belo e do criativo,
com a ordem e a harmonia.

Apolo: Segundo a mitologia grega Apolo é filho


de Zeus e Leto. Representa a beleza, a perfeição,
a harmonia, o equilíbrio e a razão. Protege os
marinheiros, os pastores e os arqueiros, além de
tocador de lira.

Dioniso: Era filho de Zeus e da princesa Sêmela.


Representa os ciclos vitais, o vinho, as festas, a
loucura. O culto prestado a Dioniso em Atenas foi
a origem do teatro grego.

A arte para o filósofo Nietzsche é o que nos faz plenamente


humanos, pois nos dá a oportunidade de produzir nossa própria vida,
construindo o que somos na medida em que vivemos.

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Arte no século XIX e XX

O desencantamento de mundo que a filosofia vem desenvolvendo


desde a Grécia, isto é, a passagem do mito à razão, da magia à ciência
e a lógica, liberou as artes da função e da finalidade religiosas, dando-
lhes autonomia.

O filósofo alemão Walter Benjamin no ensaio A obra de arte na


era de sua reprodutibilidade técnica acompanha o movimento no qual
as artes vêm se transformando, desde o campo religioso para se
tornarem autônomas.

Para Walter Benjamin, a natureza das obras de arte se


transforma com a invenção das técnicas de reprodução mecânica. Na
sociedade industrial a relação com as obras de artes cria outro sentido,
se antes uma pintura ou uma escultura eram objetos únicos e
exclusivos, agora podem ser reproduzidas em massa pela reprodução
fotográfica, e assim as obras perdem seu caráter original e sua
autoridade é diminuída.

Objetos estampados com a imagem da Mona Lisa (La


Joconde), obra de Leonardo da Vinci.

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Benjamin considerava positivo esse novo contexto no qual a arte
estava se inserindo, pois havia uma democratização ao acesso as artes,
que antes se restringia a um único público e espaço, o que deixava de
ser um privilégio das elites, fato que agora pode ser levado às massas.

E realmente Benjamin tinha razão, com as transformações


sociais e políticas da Revolução Industrial, o primeiro grande meio de
comunicação de massa, a prensa de Gutenberg, proporcionou uma
democratização da cultura.

Prensa de Gutenberg

O processo de democratização da arte era essencial para a


sociedade, mas Benjamin considerava o sistema capitalista um
obstáculo, pois a arte passa a ser uma mercadoria de consumo.

De fato, essa crítica a sociedade capitalista tendo como base as


obras de arte como mercadoria serão desenvolvidas com a análise de
Adorno e Horkheimer a partir da Segunda Revolução Industrial, no
século XIX. Os filósofos criaram o conceito de “indústria cultural”,

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assim as artes são mercadorias como tudo que existe no capitalismo,
baseada na ideia e na prática do consumo de “produtos culturais”
fabricados em série.

Como dito por Benjamin a arte se democratizou, mas, além


disso, ela se massificou para o consumo rápido, sendo hegemônicas
através dos meios de comunicação de massa, transformando-se em
entretenimento e diversão para as horas de lazer.

A arte como mercadoria deixa de ser obra de arte, agora o


objetivo é criar objetos culturais para serem vendidos, essa cultura
passa a ser caracterizada por Adorno como uma semicultura, uma
cultura pela metade. Pois nós a assimilamos àquilo que é oferecido pelo
mercado, pensando que escolhemos necessariamente o que gostamos,
mas escolhemos a partir das opções que a indústria cultural nos dá.

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3. EXERCÍCIOS RESOLVIDOS.

1. (Unicentro 2012) Em relação às funções da Arte, analise as


afirmativas e marque com V as verdadeiras e com F, as falsas.

( ) A arte nunca é utilizada para fins não artísticos.


( ) O naturalismo foi muito importante na Grécia clássica.
( ) A arte barroca foi utilizada como forma de manutenção dos fiéis
à Igreja Católica.
( ) As três principais funções da arte são: pragmática ou utilitária,
naturalista e formalista.
( ) As obras de arte, desde a antiguidade até os dias atuais, sempre
exerceram as mesmas funções.

A partir da análise dessas afirmativas, a alternativa que indica a


sequência correta, de cima para baixo, é a
a) V V F F F
b) F V V V F
c) F V F V V
d) V F V F F
e) F F V F V

Resposta:
[B]

1. (F) - Como bem afirma a quarta afirmativa, a arte possui ao


menos três funções e, dentre elas, a função utilitária;
2. (V) - O naturalismo se associa à arte grega clássica na
medida em que a arte era vista como imitação da Natureza;

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3. (V) - O Barroco está muito relacionado com o movimento de
Contrarreforma, implementado pela Igreja Católica;
4. (V) - Estas três funções são apresentadas no livro Temas de
Filosofia. Deve-se considerar que as três funções não são
necessariamente excludentes entre si;
5. (F) As funções das obras de arte variam conforme o tempo,
a intenção, e a cultura.

2. (Uel 2010) Leia o texto de Aristóteles a seguir:

Uma vez que o poeta é um imitador, como um pintor ou qualquer outro


criador de imagens, imita sempre necessariamente uma das três coisas
possíveis: ou as coisas como eram ou são realmente, ou como dizem
e parecem, ou como deviam ser. E isto exprime-se através da elocução
em que há palavras raras, metáforas e muitas modificações da
linguagem: na verdade, essa é uma concessão que fazemos aos
poetas.

(ARISTÓTELES. Poética. Tradução e Notas de Ana Maria Valente.


Lisboa: Calouste Gulbenkian, 2004. p. 97.)

Com base no texto e nos conhecimentos sobre a estética de Aristóteles,


considere as afirmativas a seguir:

I. O poeta pode imitar a realidade como os pintores e, para isso, deve


usar o mínimo de metáforas e priorizar o acesso às ideias inteligíveis.
II. O poeta pode imitar tendo as coisas presentes e passadas por
referência, mas não precisa se ater a esses fatos apenas.

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III. O poeta pode imitar as coisas considerando a opinião da maioria e
pode também elaborar fatos usando várias formas de linguagem.
IV. O poeta pode imitar as coisas ponderando o que as pessoas dizem
sobre os fatos, mesmo que não haja certeza sobre eles.

Assinale a alternativa correta.


a) Somente as afirmativas I e II são corretas.
b) Somente as afirmativas I e III são corretas.
c) Somente as afirmativas III e IV são corretas.
d) Somente as afirmativas I, II e IV são corretas.
e) Somente as afirmativas II, III e IV são corretas.

Resposta:
[E]

Aristóteles opõe-se claramente ao modo como Platão


concebia a mimese segundo uma perspectiva oposta - o que
imediatamente nos faz descartar como certa a afirmativa I, a
ponto de fazer dela uma atividade que, longe de reproduzir
passivamente as coisas, como que recria as coisas segundo
uma dimensão, como ele diz de modo exemplar nesta
passagem: “A função do poeta não é a de dizer as coisas
acontecidas, mas sim as que poderiam acontecer e suas
possibilidades, de acordo com a verossimilhança e a
necessidade”.

3. (Unioeste 2013) “As teorias racionalistas e empiristas da ciência


sofrem de graves problemas internos. Os racionalistas, quando

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tentavam justificar proposições advindas de um pensar claro como
verdades absolutas, eram, com efeito, obrigados a adotar certas
noções problemáticas evidentes por si mesmas, [...]. Os empiristas
estavam diante de uma série de problemas relacionados à falibilidade
e ao campo restrito dos sentidos, e do problema de justificar as
generalizações que necessariamente ultrapassam a evidência
proporcionada por determinadas aplicações dos sentidos (o problema
da indução). Esses problemas internos são graves e suficientes para
desacreditar as tentativas filosóficas tradicionais de fundamentar uma
teoria da ciência com base na natureza humana. Contudo, não
considero as dificuldades internas com que se depararam o
racionalismo e o empirismo tradicional as principais razões para
rejeitá-los como explicações satisfatórias da ciência. Sou da opinião de
que a abordagem geral que exige que se trace a natureza do
conhecimento científico de acordo com a natureza dos seres humanos
que o produzem está fundamentalmente equivocada”.

Alan Chalmers.

Considerando o texto acima, no qual o autor apresenta sua posição em


relação a dois tipos de abordagem filosófica da ciência moderna, é
INCORRETO afirmar que
a) as teses fundamentais da filosofia da ciência moderna apresentam
graves dificuldades internas.
b) para os pensadores racionalistas, os axiomas são fundamentais,
pois formam a base de justificação de teorias científicas.
c) o pensar e o sentir, aspectos essenciais da natureza humana,
devem, necessariamente, ser análogos à natureza da ciência.

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d) a indução apresenta problemas, pois as generalizações decorrentes
de sua aplicação invariavelmente evidenciam as limitações dos
sentidos.
e) embora o homem seja o sujeito do conhecimento, não se pode
centrar toda a investigação sobre o caráter da ciência tendo como
base a natureza humana.

Resposta:
[C]

O problema de tentar fundamentar o conhecimento


científico intelectualmente (pensar) ou empiricamente (sentir)
está na limitação própria desses aspectos da natureza humana.
O pensamento necessita de noções evidentes por si mesmas
que são problemáticas por seu caráter dogmático, e a
sensibilidade necessita de observações obtidas através de
experimentos construídos que são problemáticos por sua
contingência. Justamente por estes motivos, o autor apresenta
a tese forte de que teorias da ciência baseadas em um ou outro
aspecto da natureza humana estão fundamentalmente
equivocadas.

4. (Ufpa 2009) No início do século dezenove, mais precisamente com


Hegel, a arte é concebida no interior do domínio do absoluto, isto é, da
verdade enquanto tal e dos elementos que a expõem. Tendo em vista
essa concepção, é correto afirmar:
a) O absoluto não se expressa, de uma vez por todas, no domínio
artístico.

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b) Ao apresentar o absoluto sob forma sensível, isto é, concreta e
singular, a obra de arte não efetiva a transfiguração da realidade.
c) Na atividade artística, apenas alguns de seus traços essenciais estão
ligados ao ser verdadeiro.
d) A beleza é, enquanto produto da arte, manifestação sensível do
absoluto.
e) Na arte, a totalidade que se torna aparição cumpre suficientemente
suas determinações.

Resposta:
[D]

Somente a alternativa D é correta. O idealismo hegeliano


enxerga no absoluto a totalidade da realidade. Já a concepção
estética do filósofo relaciona a beleza como sendo a máxima
expressão sensível dessa totalidade.

5. (Ufma 2006) Nos últimos anos, observa-se a presença considerável


de questões ligadas à arte nas escolas formais e informais. Isto se dá,
segundo alguns teóricos que se ocupam do discurso estético, porque a
arte é uma forma de compreender e transformar a realidade. Aponte
qual alternativa reflete essa visão.
a) A arte conduz o espírito humano a uma forma de vida
completamente destituída de interesses materiais e sociais.
b) Muitos artistas contribuíram para grandes transformações sociais,
provocando a supervalorização econômica das obras de arte.
c) O discurso estético tem a capacidade de atrair as pessoas, porque
lida fundamentalmente com a perspectiva de harmonia e beleza.

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d) Conhecendo a arte de cada época, as sociedades presentes têm
melhores condições de decidir quanto à tendência estética atual.
e) Há uma função pedagógica da arte que é traduzida pela ideia de que
ela leva a conhecer o que escapa ao discurso da ciência e de outras
linguagens discursivas.

Resposta:
[E]

A arte pode ser considerada como uma forma de


interpretação do mundo, uma forma através da qual o homem
atribui sentido à realidade e que transforma a experiência. É em
base a essas características que o discurso pedagógico é
apropriado pelas escolas, significando uma forma de
conhecimento diversa do discurso científico e racionalista.

6. (Unicentro 2012) A atividade científica, enquanto uma prática


social, tem nuances diferenciadas em cada período histórico. Em
relação à filosofia e à ciência, é correto afirmar:
a) A ciência grega era também filosófica.
b) O método experimental era usado por Aristóteles.
c) A física aristotélica é de cunho quantitativo.
d) A ciência moderna precedeu à ciência medieval.
e) O saber contemplativo, para os gregos, estava diretamente ligado
aos interesses práticos.

Resposta:
[A]

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Somente a alternativa [A] é correta. A ciência era


relacionada ao saber filosófico desde a Grécia Antiga, tendo na
física aristotélica um grande exemplo da união de filosofia com
ciência. É somente a partir do período moderno que ela começa
a se constituir como ramo autônomo do conhecimento.
Podemos tomar como referência de tal transformação os
trabalhos de Galileu Galilei e de Isaac Newton.

7. (Ufma 2008) “Uma das funções pedagógicas da arte se condensa


na ideia de que ela faz conhecer o que é intraduzível pela linguagem
discursiva.”

SOUZA, Sonia Maria Ribeiro. Um outro olhar: filosofia. São Paulo: FTD,
1995.

Partindo desse fragmento, é correto afirmar que:


a) entre arte, linguagem e educação há uma completa dissociação.
b) a linguagem regular é suficiente para traduzir toda existência,
inclusive os elementos da arte.
c) entre a arte e a regularidade da linguagem há uma completa
dissociação.
d) entre arte, linguagem e educação há uma completa coincidência.
e) a arte possibilita conhecer vivências interiores não traduzíveis na
regularidade da linguagem.

Resposta:
[E]

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A alternativa [E] é a única correta e corresponde a uma


paráfrase do fragmento enunciado na questão. Ela explica a
mesma ideia – a de que a arte nos permite expressar coisas que
vão além da linguagem discursiva –, só que em termos diversos
daqueles utilizados por Sonia Maria Ribeiro Souza.

8. (Uel 2011) Leia os textos a seguir.

[...] seria possível reconstituir a história da arte a partir do


confronto de dois polos, no interior da própria obra de arte, e ver o
conteúdo dessa história na variação do peso conferido seja a um polo,
seja a outro. Os dois polos são o valor de culto da obra e seu valor de
exposição. [...] À medida que as obras de arte se emancipam do seu
uso ritual, aumentam as ocasiões para que elas sejam expostas. (p.
172).

(BENJAMIN, W. “A obra de arte na era de sua reprodutibilidade técnica


- Primeira versão”. In: Magia e técnica, arte e política: ensaios sobre
literatura e história da cultura. 7. ed. São Paulo: Brasiliense, 1994.)

Com base no texto e nos conhecimentos sobre o pensamento de Walter


Benjamin, é correto afirmar:
a) O resgate da aura artística da obra de arte promovido pela
reprodutibilidade técnica amplia sua função potencialmente
democratizadora, permitindo o acesso de um número maior de
pessoas à sua contemplação.

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b) O declínio da aura da obra de arte, decorrente de sua crescente
elitização e das novas técnicas de reprodução em série, reforça seu
valor tradicional de culto e amplia a percepção estética das
coletividades humanas.
c) A arte, na sociedade primitiva, tinha por finalidade atender aos
rituais religiosos, por isso possuía um caráter aurático vinculado ao
valor de culto, o qual se perde com o avanço da reprodutibilidade
técnica, na época moderna.
d) O cinema manifesta-se como uma obra de arte aurática, pois suscita
em cada um dos espectadores uma forma singular e única de se
relacionar com o objeto artístico no interior do qual mergulha e nele
se distrai.
e) O que determina o esvaziamento da aura da obra de arte
reproduzida tecnicamente é a sua reclusão e a perda do valor de
exposição, o que restringe o acesso das massas, que se tornaram
alienadas.

Resposta:
[C]

Walter Benjamin explica, a partir da história, esta


transformação da “áurea” da obra de arte no modo de perceber
a realidade. Segundo o filósofo, na medida em que a história se
constrói, bem como na medida que o homem constrói a história,
sua percepção também se modifica.

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9. (Ufu 2002) A filosofia de Aristóteles representou uma nova
interpretação sobre o problema do ser. Nesse sentido, Aristóteles
define a ciência como
a) conhecimento verdadeiro, isto é, conhecimento que se fundamenta
apenas na compreensão do mundo inteligível porque as ideias,
enquanto entidades metafísicas, não mudam.
b) conhecimento verdadeiro, isto é, conhecimento pelas causas, capaz
de compreender a natureza do devir e superar os enganos da opinião.
c) conhecimento relativo porque o ser é mobilidade, eterno fluxo e a
verdade não pode, portanto, ser absoluta.
d) conhecimento relativo porque a ciência, enquanto produção do
homem, é determinada pelo desenvolvimento histórico.

Resposta:
[B]

Aristóteles não compartilhava da visão relativista acerca


da verdade. Segundo ele, a ciência deve estar comprometida
com o conhecimento verdadeiro. Dentre as afirmativas,
podemos dizer que a [A] exemplifica a visão platônica e que
somente a [B] corresponde ao pensamento aristotélico. A
ciência, segundo ele, corresponde ao conhecimento pelas
causas das coisas, que estão em constante movimento.

10. (Unesp 2011) Parece notícia velha, mas a ciência e o ensino da


ciência continuam sob ataque. No portal ‘www.brasilescola.com’ há um
texto de Rainer Sousa, da Equipe Brasil Escola, que discute a origem
do homem. No final, o texto diz: “sendo um tema polêmico e

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inacabado, a origem do homem ainda será uma questão capaz de se
desdobrar em outros debates. Cabe a cada um adotar, por critérios
pessoais, a corrente explicativa que lhe parece plausível”. “Critérios
pessoais” para decidir sobre a origem do homem? A religião como
“corrente explicativa” sobre um tema científico, amplamente discutido
e comprovado, dos fósseis à análise genética? Como é possível essa
afirmação de um educador, em pleno século 21, num portal que leva o
nome do nosso país e se dedica ao ensino?

(Marcelo Gleiser. Folha de S.Paulo, 13.02.2011. Adaptado.)

O pensamento de Marcelo Gleiser é expresso por meio de uma


a) perspectiva conciliatória entre religião e ciência acerca da origem do
homem.
b) abordagem do conflito entre criacionismo e evolucionismo sob um
ponto de vista liberal, defendendo a liberdade individual para
escolher qual adotar.
c) pressuposição de que a teoria da evolução das espécies de Charles
Darwin é anacrônica e, portanto, inapropriada para explicar a origem
do homem.
d) crítica da posição adotada pela Equipe Brasil Escola, por seu teor de
irracionalismo.
e) pressuposição segundo a qual, no que tange à origem do homem,
os critérios subjetivos devem prevalecer sobre os critérios empíricos.

Resposta:
[B]

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Marcelo Gleiser é um físico, um cientista e como tal é
preciso e objetivo preocupando-se sempre na descoberta das
regularidades existentes em determinados fatos e não
fundamentando a busca de uma resposta uma, duas ou três
teorias acerca da explicação sobre a origem do ser humano
como faz o educador que ele critica.

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4. EXERCÍCIOS PROPOSTOS.

1. (Unesp 2012)

Se me mostrarem um único ser vivo que não tenha ancestral, minha


teoria poderá ser enterrada.

(Charles Darwin)
Sobre essa frase, afirmou-se que:

I. Contrapõe-se ao criacionismo religioso.


II. Contrapõe-se ao essencialismo de Platão, segundo o qual todas as
espécies têm uma essência fixa e eterna.
III. Sugere uma possibilidade que, se comprovada, poderia refutar a
hipótese evolutiva darwiniana.
IV. Propõe que as espécies atuais evoluíram a partir da modificação de
espécies ancestrais, não aparentadas entre si.
V. Nega a existência de espécies extintas, que não deixaram
descendentes.

É correto o que se afirma em


a) IV, apenas.
b) II e III, apenas.

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c) III e IV, apenas.
d) I, II e III, apenas.
e) I, II, III, IV e V.

2. (Upe 2013) O conceito de cultura englobou desde a Grécia Antiga a


noção de que o homem modifica o universo segundo seus propósitos.
Inserido nele, o homem consegue penetrá-lo e transformá-lo com a
força de seu trabalho. As mudanças que ele introduz não são alterações
a esmo, implicam um grau de consciência ou intenção, bem como o
uso de técnicas capazes de melhorar o mundo. E se o fazer integra o
modo humano de existir, propiciando a concretização de intentos,
pode-se indagar sobre o que se projeta no sonho transformador do
homem.

CARVALHO, José Maurício. O Homem e Filosofia, 1998, p. 153.

Com relação a esse assunto, analise os itens a seguir:

I. O homem é um ser vivente, que, no cotidiano, é conhecido como


único agente e membro da vida cultural.
II. O trabalho pode ser entendido como atividade do homem
transformando a natureza. Assim sendo, parece evidente a relação
entre trabalho e realização humana. Tal relação é tão antiga quanto
a própria história da humanidade.
III. A civilização tecnológica tem influência marcante no modo de ser
e pensar de cada um de nós, assim como na forma da organização
econômica, política e cultural das sociedades contemporâneas.

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IV. A transformação do mundo material ocorre simultaneamente com
a das formas de conhecimento produzidas pelas sociedades ao longo
da história. A passagem de um momento para outro, na história das
sociedades, ocorre sem conflitos e sem traumas.
V. Os homens não são apenas seres biológicos produzidos pela
natureza. São seres culturais que modificam o estado da natureza.

Assinale a alternativa que contém os itens CORRETOS.


a) Apenas I, II, IV e V.
b) Apenas I, II, III e V.
c) Apenas II, III, IV e V.
d) Apenas II, IV e V.
e) I, II, III, IV e V.

3. (Upe 2013) Sobre o conhecimento filosófico, atente ao texto que se


segue:

O conhecimento filosófico é, diversamente do conhecimento científico,


um conhecimento crítico, no sentido de que põe sempre em problema
o conhecimento obtido pelos processos da Ciência.

MARTINS, José Salgado. Preparação à Filosofia, 1969, p. 9.

Tomando como base o conhecimento filosófico, coloque V nas


afirmativas verdadeiras e F nas falsas.

( ) A filosofia é um tipo de saber, que não diz tudo o que sabe e uma
norma que não enuncia tudo aquilo que postula. O saber

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filosófico, portanto, é profundo, mesmo quando parece mais claro
e transparente.
( ) A filosofia deve ser estudada e ensinada com base nos problemas
que suscita e não apenas em virtude das respostas que
proporciona a esses mesmos problemas.
( ) A filosofia se faz presente como reflexão crítica a respeito dos
fundamentos do conhecimento e da ação, por isso mesmo distinta
da ciência pelo modo de abordagem do seu objeto que, no caso
desta, é particular e, no caso da filosofia, é universal.
( ) O percurso da filosofia é caracterizado pela exigência de clareza
e de livre crítica.
( ) O conhecimento filosófico apresenta-se como a ciência dos
fundamentos. Sua dimensão de profundidade e radicalidade o
distingue do conhecimento científico.

Assinale a alternativa que apresenta a sequência CORRETA.


a) V, F, V, F, V
b) F, V, F, V, V
c) V, V, F, F, V
d) V, V, V, V, V
e) F, V, F, V, F

4. (Upe 2013) A validade de nossos conhecimentos é garantida pela


correção do raciocínio. São dois os modos de raciocínio: o indutivo e o
dedutivo.

Sobre isso, assinale a alternativa CORRETA.

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a) O raciocínio indutivo é amplamente utilizado pelas ciências
experimentais.
b) O raciocínio indutivo parte de uma lei universal, considerada válida
para um determinado conjunto, aplicando-a aos casos particulares
desse conjunto.
c) O raciocínio dedutivo parte de uma lei particular, considerada válida
para um determinado conjunto, aplicando-a aos casos universais
desse conjunto.
d) O raciocínio dedutivo é uma argumentação na qual, a partir de dados
singulares suficientemente enumerados, inferimos uma verdade
universal.
e) O raciocínio indutivo é o argumento cuja conclusão é inferida
necessariamente de duas premissas.

5. (Unesp 2013) Por que as pessoas fazem o bem? A bondade está


programada no nosso cérebro ou se desenvolve com a experiência? O
psicólogo Dacher Keltner, diretor do Laboratório de Interações Sociais
da Universidade da Califórnia, em Berkeley, investiga essas questões
por vários ângulos e apresenta resultados surpreendentes.
Keltner – O nervo vago é um feixe neural que se origina no topo da
espinha dorsal. Quando ativo, produz uma sensação de expansão
confortável no tórax, como quando estamos emocionados com a
bondade de alguém ou ouvimos uma bela música. Pessoas com alta
ativação dessa região cerebral são mais propensas a desenvolver
compaixão, gratidão, amor e felicidade.
Mente & Cérebro – O que esse tipo de ciência o faz pensar?
Keltner – Ela me traz esperanças para o futuro. Que nossa cultura se
torne menos materialista e privilegie satisfações sociais como diversão,

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toque, felicidade que, do ponto de vista evolucionário, são as fontes
mais antigas de prazer. Vejo essa nova ciência em quase todas as
áreas da vida. Ensina-se meditação em prisões e em centros de
detenção de menores. Executivos aprendem que inteligência emocional
e bom relacionamento podem fazer uma empresa prosperar mais do
que se ela for focada apenas em lucros.

(www.mentecerebro.com.br. Adaptado.)

De acordo com a abordagem do cientista entrevistado, as virtudes


morais e sentimentos agradáveis
a) dependem de uma integração holística com o universo.
b) dependem de processos emocionais inconscientes.
c) são adquiridos por meio de uma educação religiosa.
d) são qualidades inatas passíveis de estímulo social.
e) estão associados a uma educação filosófica racionalista.

6. (Unicentro 2010) Todas as alternativas abaixo definem


corretamente a relação crítica que se estabelece na
contemporaneidade entre Arte, Indústria cultural e Cultura de massas,
exceto.
a) Com o advento da modernidade, as artes foram submetidas às
regras do mercado capitalista e da ideologia da Indústria Cultural,
baseadas na prática do consumo de produtos culturais produzidos
em série. As obras de arte são mercadorias, como tudo que existe
no capitalismo.

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b) Não podemos afirmar que a contemporaneidade transformou as
obras de arte em mercadorias, pois proporcionaram sua
democratização irrestrita: todos podem ter acesso a elas, conhecê-
las, incorporá-las em suas vidas, criticá-las, graças ao capitalismo.
c) Apesar de submetida às leis do mercado capitalista e de sua
ideologia, a arte contemporânea não se democratizou, massificou-se
para consumo rápido no mercado da moda e nos meios de
comunicação de massa.
d) A Indústria cultural define a cultura como lazer e entretenimento,
diversão e distração. O que nas obras de arte significa trabalho da
sensibilidade, da reflexão e da crítica é vulgarizado e banalizado; em
lugar de difundir e divulgar as artes, despertando interesse por ela,
ocorre massificação da expressão artística e intelectual.
e) Sob o controle econômico e ideológico da Indústria Cultural, a arte
se transformou em um evento para tornar invisível a realidade e o
próprio trabalho criador das obras. É algo para ser consumido e não
para ser conhecido, fruído e superado por novas obras.

7. (Uema 2012) Kant definiu a Estética como sendo ciência. E


completando, Alexander Brumgarten a definiu como sendo a teoria do
belo e das suas manifestações através da arte. Como ciência e teoria
do belo, a Estética pretende alcançar um tipo específico de
conhecimento que é aquele captado
a) pela lógica.
b) pela razão.
c) pela alma.
d) pelos sentidos.
e) pela emoção.

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8. (Unioeste 2012) “O nascimento da estética como disciplina filosófica


está indissoluvelmente ligado à mutação radical que intervém na
representação do belo quando este é pensado em termos de gosto,
portanto, a partir do que no homem irá logo aparecer como a essência
mesma da subjetividade, como o mais subjetivo do sujeito. Com o
conceito de gosto, efetivamente, o belo é ligado tão intimamente a
subjetividade humana que se define, no limite, pelo prazer que
proporciona, pelas sensações ou pelos sentimentos que suscita em nós.
(…) Com o nascimento do gosto, a antiga filosofia da arte deve,
portanto, ceder lugar a uma teoria da sensibilidade”.

Luc Ferry.

Assinale a alternativa que não está relacionada com a Estética como


disciplina filosófica.
a) Estética e a tradução da palavra grega aisthetiké que significa
“conhecimento sensorial, experiência sensível, sensibilidade”; só na
modernidade, por volta de 1750, foi utilizada para referir-se aos
estudos das obras de artes enquanto criações da sensibilidade tendo
como finalidade o belo.
b) Desde seu nascimento como disciplina específica da filosofia, a
Estética afirma a autonomia das artes pela distinção entre beleza,
bondade e verdade.
c) Ainda que a obra de arte seja essencialmente particular, em sua
singularidade única ela oferece algo universal. Eis a peculiaridade do
juízo de gosto: proferir um julgamento de valor universal tendo como
objeto algo singular e particular.

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d) A Estética não cabe apenas ocupar-se com o sentimento de beleza,
mas também com o sentimento de sublime.
e) Considerando que tanto o gosto do artista quanto os gostos do
publico são individuais e incomparáveis e que, portanto, “gosto não
se discute”, a Estética como disciplina da filosofia está destinada ao
fracasso, pois não é possível dar universalidade ao juízo de gosto.

9. (Unimontes 2012) O conhecimento científico é uma conquista


recente da história da humanidade. Ele tem apenas pouco mais de
trezentos anos e surgiu no século XVII com a revolução galileana.
Durante vários séculos, as indagações humanas foram respondidas de
forma mitológica e com conceitos filosóficos e teológicos. Quando
estudamos a questão do conhecimento, temos a percepção de que
somente a ciência tem a resposta definitiva para os problemas da vida
humana. Das afirmações abaixo que se referem à ciência, marque a
correta.
a) A ciência não é a única maneira de responder às questões da vida.
Podemos também encontrar respostas satisfatórias nos mitos e na
religião.
b) A ciência é a única forma absoluta de responder às questões do
nosso tempo, pois somente ela possui a verdade.
c) A ciência é irrefutável e somente ela possui a verdade.
d) A ciência é a única via de resposta para a história da humanidade,
pois somente ela possui métodos seguros e irrefutáveis.

10. (Uel 2011) Leia o texto a seguir.

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Francis Bacon, em sua obra Nova Atlântida, imagina uma utopia
tecnocrática na qual o sofrimento humano poderia ser removido pelo
desenvolvimento e pelo aperfeiçoamento do conhecimento científico, o
qual permitiria uma crescente dominação da natureza e um suposto
afastamento do mito. Na obra Dialética do Esclarecimento, Adorno e
Horkheimer defendem que o projeto iluminista de afastamento do mito
foi convertido, ele próprio, em mito, caindo no dogmatismo e em numa
forma de mitologia. O progresso técnico-científico consiste, para
Adorno e Horkeheimer, no avanço crescente da racionalidade
instrumental, a qual é incapaz de frear iniciativas que afrontam a
moral, como foram, por exemplo, os campos de concentração nazistas.

Com base no texto e nos conhecimentos sobre o desenvolvimento


técnico-científico, é correto afirmar:
a) Bacon pensava que o incremento da racionalidade instrumental
aliviaria as causas do sofrimento humano, apesar de a razão, a longo
prazo, sucumbir novamente ao mito.
b) Adorno e Horkheimer concordavam que o progresso científico não
consegue superar o mito, mas se torna um tipo de concepção mítica
incapaz de discriminar o que é certo do que é errado moralmente.
c) Adorno e Horkheimer sustentavam que o crescente avanço da
racionalidade instrumental consistia num incremento da capacidade
humana de avaliar moralmente.
d) Bacon apontava que o aumento da capacidade de domínio do
homem sobre a natureza conduziria os seres humanos a uma forma
de dogmatismo.

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e) Tanto Adorno e Horkheimer quanto Bacon viam o progresso técnico
e científico como a solução para os sofrimentos humanos e para as
incertezas morais humanas.

11. (Uel 2011) Leia o texto a seguir.

Platão, em A República, tem como objetivo principal investigar a


natureza da justiça, inerente à alma, que, por sua vez, manifesta-se
como protótipo do Estado ideal. Os fundamentos do pensamento ético-
político de Platão decorrem de uma correlação estrutural com
constituição tripartite da alma humana. Assim, concebe uma
organização social ideal que permite assegurar a justiça. Com base
neste contexto, o foco da crítica às narrativas poéticas, nos livros II e
III, recai sobre a cidade e o tema fundamental da educação dos
governantes.
No Livro X, na perspectiva da defesa de seu projeto ético-político
para a cidade fundamentada em um logos crítico e reflexivo que
redimensiona o papel da poesia, o foco desta crítica se desloca para o
indivíduo ressaltando a relação com a alma, compreendida em três
partes separadas, segundo Platão: a racional, a apetitiva e a irascível.

Com base no texto e na crítica de Platão ao caráter mimético das


narrativas poéticas e sua relação com a alma humana, é correto
afirmar:
a) A parte racional da alma humana, considerada superior e
responsável pela capacidade de pensar, é elevada pela natureza
mimética da poesia à contemplação do Bem.

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b) O uso da mímesis nas narrativas poéticas para controlar e dominar
a parte irascível da alma é considerado excelente prática
propedêutica na formação ética do cidadão.
c) A poesia imitativa, reconhecida como fonte de racionalidade e
sabedoria, deve ser incorporada ao Estado ideal que se pretende
fundar.
d) O elemento mimético cultivado pela poesia é justamente aquele que
estimula, na alma humana, os elementos irracionais: os instintos e
as paixões.
e) A reflexividade crítica presente nos elementos miméticos das
narrativas poéticas permite ao indivíduo alcançar a visão das coisas
como realmente são.

12. (Unioeste 2011) “Existe sempre um aspecto inteligível na


experiência estética da arte que não deve ser negligenciado. Sem a
interpretação daquele que vê ou ouve, sem a construção de sentido
por aquele que percebe, não há beleza ou obra de arte”.

Charles Feitosa.

A partir da citação acima é correto afirmar que


a) a capacidade de apreciar a beleza se dá exclusivamente pelos órgãos
dos sentidos.
b) a reflexão e a racionalidade não interferem na apreciação estética.
c) a arte é para sentir e não para pensar.
d) a fruição da beleza na arte não coincide inteiramente com a mera
experiência sensorial, mas exige também a participação do
pensamento.

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e) como o termo “estética” remete à expressão grega aisthesis, que
significa “percepção por meio dos sentidos e/ou dos sentimentos” a
estética é uma ciência exclusivamente da sensibilidade.

13. (Unioeste 2009) “O termo bioética foi, primeiramente, utilizado


pelo médico norte-americano V. R. Potter no início da década de 1970.
[...] Nos últimos trinta anos, a bioética cresceu rapidamente como área
de conhecimento e tornou-se particularmente importante nas ciências
relacionadas com a vida humana, tais como a medicina, a enfermagem,
a biologia, o direito etc., apesar de ser um objeto de estudo
interdisciplinar e ter ocupado também lugar central na filosofia moral”.
(D. Dall'Agnol)
Tendo em conta o ponto de vista da Bioética, é correto afirmar que
a) questões relacionadas à intervenção na natureza e ao uso de
recursos naturais são independentes das que dizem respeito à
segurança, ao meio ambiente e ao bem-estar comum.
b) a conduta humana no âmbito das ciências da vida e da saúde não
precisa ser analisada à luz dos valores e princípios morais.
c) é preciso discutir a questão da responsabilidade e da autoridade da
ciência e do médico em relação às intervenções e limites de certas
experiências, tais como o aborto induzido, a esterilização, a
eutanásia, a clonagem, as células-tronco, etc.
d) o conhecimento científico, exatamente por tratar da verdade, não
pode sofrer limitações por questões éticas e, portanto, é
independente de valores morais.
e) a ciência é uma atividade imparcial, neutra e desinteressada.

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14. (Unesp 2012) Leia o trecho da entrevista com um médico
epidemiologista.

Folha – Não é contraditório um epidemiologista questionar o conceito


de risco?
Luis David Castiel – Tem também um lado opressivo que me incomoda.
Uma dimensão moralista, que rotula as pessoas que se expõem ao
risco como displicentes e que, portanto, merecem ser punidas [pela
doença], se acontecer o evento ao qual estão se expondo. Estamos à
mercê dessa prescrição constante que a gente tem que seguir. Na hora
em que você traz para perto a ameaça, tem que fazer uma gestão
cotidiana dela. Não há como, você teria que controlar todos os riscos
possíveis e os impossíveis de se imaginar. É a riscofobia.
Folha – Há um meio do caminho entre a fobia e o autocuidado?
Luis David Castiel – A pessoa tem que puxar o freio de emergência
quando achar necessário, decidir até que ponto vai conseguir
acompanhar todos os ditames da saúde. (…) Na saúde, a vigilância
constante, o excesso de exames criou uma nova categoria: a pessoa
não está doente, mas não é saudável. Está sob risco.

(Folha de S.Paulo, 11.04.2011. Adaptado.)

Assinale a alternativa que contempla adequadamente a opinião do


médico, sob o ponto de vista filosófico.
a) Para o médico Luis Castiel, os imperativos da ciência, se adotados
como norma absoluta na avaliação dos comportamentos individuais,
podem causar sofrimento emocional.

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b) Para o médico, os comportamentos individuais devem ser
submetidos a padrões científicos de controle.
c) A riscofobia abordada na entrevista decorre da displicência dos
indivíduos em atenderem aos ditames da saúde e da boa forma.
d) Na entrevista, o médico defende a autonomia individual como
padrão absoluto para a avaliação de comportamentos de risco.
e) Para o médico, a gestão cotidiana dos riscos depende diretamente
da vigilância constante no campo da saúde.

15. (Ufma 2005) “A rua era das mais animadas da cidade; por todo o
dia estivera cheia de gente. Mas agora, ao anoitecer, a multidão crescia
de um minuto para outro; e quando se acenderam os lampiões de gás,
duas densas, compactas correntes de transeuntes cruzavam diante do
café. Jamais me sentira num estado de ânimo como o daquela tarde;
e saboreei a nova emoção que de mim se apossara ante o oceano
daquelas cabeças em movimento. Pouco a pouco perdi de vista o que
acontecia no ambiente em que me encontrava e abandonei-me
completamente à contemplação da cena externa.”

(Walter Benjamin – Sobre alguns temas em Baudelaire)

O texto nos leva a uma compreensão de estética como:


a) uma concepção de que o belo não está em uma forma definida, mas
na plasticidade do cotidiano.
b) um estudo do caos humano representado pela multidão e suas
relações econômicas.
c) estabelecimento de um padrão de beleza para a obra de arte.
d) técnica de reprodução da obra de arte em massa.

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e) imitação do mundo sensível.

TEXTO PARA A PRÓXIMA QUESTÃO:


Do princípio do século XVII ao fim do século XVIII, 1o aspecto
geral do mundo natural 2alterou-se de tal forma que Copérnico teria
ficado pasmo. A revolução que ele iniciara desenvolveu-se tão rápido
e de modo tão amplo que não só a astronomia se transformou, mas
também a física. Quando isso aconteceu, dissolveram-se os últimos
vestígios do universo aristotélico. A matemática tornou-se uma
ferramenta cada vez mais essencial para as ciências físicas.
A visão do universo adotada por Galileu — morto em 1642, ano
do nascimento de Isaac Newton — baseava-se na observação, na
experimentação e numa generosa aplicação da matemática. Uma
atitude de certa forma diferente daquela adotada por seu
contemporâneo mais jovem, René Descartes,que começou a formular
uma nova concepção filosófica do universo, que viria a destruir a antiga
visão escolástica medieval.
Em 1687, Newton publicou os Principia, cujo impacto foi imenso.
Em um único volume, reescreveu toda a ciência dos corpos em
movimento com uma incrível precisão matemática. Completou o que
os físicos do fim da Idade Média haviam começado e que Galileu
tentara trazer à realidade. As três leis do movimento, de Newton,
formam a base de todo o seu trabalho posterior.

Ronan Colin A.. História ilustrada da ciência: da Renascença à


revolução científica. São Paulo: Círculo do Livro, s/d, p. 73, 82-3 e 99
(com adaptações).

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16. (Unb 2010) Os trabalhos de Aristóteles e Galileu representam dois


momentos marcantes do desenvolvimento das ciências naturais no
Ocidente. Assinale a opção que sintetiza corretamente as contribuições
de cada um deles para a história da ciência.
a) Aristóteles produziu conhecimento acerca do universo de modo
empírico e experimental, ao passo que Galileu defendeu o uso da
matemática como ferramenta de descoberta, relegando a lógica a
uso apenas argumentativo.
b) O conhecimento de Aristóteles acerca do universo era especulativo,
embasado na lógica que ele mesmo criara, diferentemente do
conhecimento de Galileu, que defendia o uso da matemática como
ferramenta de descoberta, relegando a lógica a uso apenas
argumentativo.
c) A despeito de diferenças quanto à percepção do universo, como
heliocêntrico ou geocêntrico, tanto Galileu quanto Aristóteles
atribuíam à lógica o poder de desvelar relações de causalidade entre
os fenômenos naturais.
d) O conhecimento de Aristóteles acerca do universo era empírico, e o
de Galileu, contemplativo, diferindo ambos quanto ao grau de
manipulação dos fenômenos naturais na construção dos conceitos
científicos.

17. (Uel 2009) No Sofista, Platão faz a seguinte observação sobre a


mímesis (imitação):

Assim, o homem que se julgasse capaz, por uma única arte, de tudo
produzir, como sabemos, não fabricaria, afinal, senão imitações e

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homônimos das realidades. Hábil, na sua técnica de pintar, ele poderá,
exibindo de longe os seus desenhos, aos mais ingênuos meninos, dar-
lhes a ilusão de que poderá igualmente criar a verdadeira realidade, e
tudo o que quiser fazer.

(PLATÃO. Sofista. Coleção “Os pensadores”. São Paulo: AbriI Cultural,


1972. p. 159-160.)

Já Aristóteles, na Retórica, salienta o seguinte aspecto da mímesis:

E, como aprender e admirar é agradável, necessário é também que o


sejam as coisas que possuem estas qualidades: por exemplo, as
imitações, como as da pintura, da escultura, da poesia, e em geral
todas as boas imitações, mesmo que o original não seja em si mesmo
agradável; pois não é o objeto retratado que causa prazer, mas o
raciocínio de que ambos são idênticos, de sorte que o resultado é que
aprendemos alguma coisa.

(ARISTÓTELES. Retórica. Lisboa Imprensa Nacional - Casa da Moeda,


2006. p. 138.)

Com base nos textos e nos conhecimentos sobre o tema da mímesis


em Platão e em Aristóteles, assinale a alternativa correta.
a) A pintura, para Platão, se afasta do verdadeiro, por apresentar o
mundo inteligível, mas, para Aristóteles, o problema é que ela causa
prazer.

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b) Platão considera que o pintor pode esclarecer as pessoas ingênuas,
fazendo-as acreditar que sua pintura é o real, mas Aristóteles
considera que o engano está no pintor e não na pintura.
c) Para Platão, a mímesis representa a cópia da cópia e o artista não
conhece a realidade do imitado em seu grau mais elevado; já para
Aristóteles, uma das causas do surgimento da mímesis é o fato de os
homens se comprazerem no imitado.
d) Para Platão, aprendemos com as imitações, uma vez que elas nos
distanciam do engano, enquanto que, para Aristóteles, por causar
prazer, a imitação deve ser banida.
e) De acordo com Platão, ao imitar, o pintor apresenta a realidade
ideal, o que causa admiração; para Aristóteles, a imitação também
desvela o mundo ideal, no entanto, por ser ingênua, não permite que
os homens contemplem a verdade.

18. (Pucpr 2009) “Ciência e poder do homem coincidem, uma vez que,
sendo a causa ignorada, frustra-se o efeito. Pois a natureza não se
vence, se não quando se lhe obedece. E o que à contemplação
apresenta-se como causa é regra na prática.”

Fonte: BACON. Novum Organum..., São Paulo: Nova Cultural, 1999,


p.40.

Tendo em vista o texto acima, assinale a alternativa correta:


a) Bacon estabelece que a melhor maneira de explicar os fenômenos
naturais é recorrer aos princípios inatos da razão.
b) Através do conhecimento científico, o homem aprende a aceitar o
domínio dos princípios metafísicos de causalidade sobre a natureza.

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c) O conhecimento da natureza depende do poder do homem. Assim
um rei conhece mais sobre a natureza do que um pobre estudante.
d) Através da contemplação - observação – da natureza o homem
aprende a conhecê-la e, então, reúne condições para dominar a
natureza.
e) Devemos ser práticos e obedecer à natureza, pois o conhecimento
das relações de causa e efeito é impossível e sempre frustrante.

19. (Uel 2009) [...] é necessário, ainda, introduzir-se um método


completamente novo, uma ordem diferente e um novo processo, para
continuar e promover a experiência. Pois a experiência vaga, deixada
a si mesma [...] é um mero tateio, e presta-se mais a confundir os
homens que a informá-los. Mas quando a experiência proceder de
acordo com leis seguras e de forma gradual e constante, poder-se-á
esperar algo de melhor da ciência.
[...]
A infeliz situação em que se encontra a ciência humana transparece
até nas manifestações do vulgo. Afirma-se corretamente que o
verdadeiro saber é o saber pelas causas. E, não indevidamente,
estabelecem- se quatro coisas: a matéria, a forma, a causa eficiente,
a causa final. Destas, a causa final longe está de fazer avançar as
ciências, pois na verdade as corrompe; mas pode ser de interesse para
as ações humanas.

(BACON, F. Novo Organum ou verdadeiras indicações acerca da


interpretação da natureza. São Paulo: Abril Cultural. 1973. p. 72; 99-
100.)

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Com base no texto e no pensamento de Francis Bacon acerca da
verdadeira indução experimental como interpretação da natureza, é
correto afirmar.
a) Na busca do conhecimento, não se podem encontrar verdades
indubitáveis, sem submeter as hipóteses ao crivo da experimentação
e da observação.
b) A formulação do novo método científico exige submeter a
experiência e a razão ao princípio de autoridade para a conquista do
conhecimento.
c) O desacordo entre a experiência e a razão, prevalecendo esta sobre
aquela, constitui o fundamento para o novo método científico.
d) Bacon admite o finalismo no processo natural, por considerar
necessário ao método perguntar para que as coisas são e como são.
e) O estabelecimento de um método experimental, baseado na
observação e na medida, aprimora o método escolástico.

TEXTO PARA A PRÓXIMA QUESTÃO:

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20. (Uel 2011) A escultura Discóbolo de Míron representa a


importância dada pelos gregos à atividade física.
Sobre o papel da ginástica na educação dos guardiães, na obra “A
república”, de Platão, considere as afirmativas a seguir.

I. Ao lado da música, a ginástica desempenha papel fundamental no


processo de educação dos guardiães.
II. O robustecimento físico é importante para os guardiães, motivo pelo
qual a ginástica deve ser ministrada desde a infância.
III. O cultivo pleno do espírito deve prevalecer sobre o cuidado com a
formação do corpo, bem como guiá-lo.
IV. A ginástica dos guardiães deve ser mais exigente se comparada à
ministrada para os guerreiros.

Assinale a alternativa correta.


a) Somente as afirmativas I e II são corretas.
b) Somente as afirmativas II e IV são corretas.
c) Somente as afirmativas III e IV são corretas.
d) Somente as afirmativas I, II e III são corretas.
e) Somente as afirmativas I, III e IV são corretas.

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Gabarito:

Resposta da questão 1:
[D]

Na frase do enunciado, Darwin evoca, de maneira irônica, a


possibilidade de sua teoria poder estar errada. Para ele, a
ancestralidade é uma característica comum a todas as espécies de
seres vivos, que, por isso, são considerados como sendo aparentados
entre si, mesmo que através de um ancestral longínquo. Vale ressaltar
que sua teoria da Evolução contraria tanto o criacionismo religioso
quanto o essencialismo platônico ao desconsiderar a existência de
espécies únicas e diferentes entre si em essência.

Resposta da questão 2:
[B]

O conceito de cultura é um conceito moderno consolidado a partir


da segunda metade do séc. XIX. Aquilo que nós modernos
consideramos ser Cultura, aparece no comportamento humano e nas
civilizações antigas desde sempre. Um dos aspectos da Cultura é a
transformação daquilo que é natural para que isto transformado sirva
instrumentalmente ao homem, porém não é esse o único aspecto. A
Cultura também se refere ao cultivo da alma e do intelecto, às religiões
e à filosofia e às ciências teóricas, por exemplo, cuja finalidade não é
a transformação, e sim a salvação do homem, ou compreensão da
natureza.

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Resposta da questão 3:
[D]

A filosofia é um ato direcionado primordialmente pela crítica. A


crítica é uma avaliação seletiva, isto é, de um conjunto infinito de
possibilidades o pensamento recolhe de maneira judiciosa alguma, por
exemplo, entre as possibilidades de o real ser apenas efêmero ou ser
permanente se escolhe uma de maneira extremamente justificada. A
filosofia não é exatamente um conhecimento, a filosofia é uma ação do
pensamento que engendra raciocínios absolutamente rigorosos; a
filosofia é, digamos, a própria expressão do ato crítico. A ciência é
mobilizada pela filosofia, porém ela possui necessidades de
funcionamento particulares que exigem a manutenção de certas
estruturas, de certos paradigmas. Por conseguinte, a ciência não pode
ser crítica a todo instante, por um período no tempo a ciência deve
deixar de avaliar e fazer uso pragmático daquilo que já foi avaliado.

Resposta da questão 4:
[A]

O raciocínio indutivo é aquele cuja inferência transcorre entre as


premissas que levam a uma conclusão apenas provável. Os dados que
compõem as premissas devem levar a uma conclusão que é qualificada
de acordo com a sua probabilidade.
O raciocínio dedutivo é aquele cuja inferência transcorre quando
as premissas carregam a uma conclusão necessária. Os dados que
compõem as premissas devem levar a uma conclusão que é qualificada
por sua adequação em dizer algo que não pode ser diferente.

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Como todos nossos juízos empíricos sintéticos são apenas
prováveis, os raciocínios indutivos são utilizados pelas ciências
experimentais para estabelecimento de conhecimentos seguros sobre
o universo.

Resposta da questão 5:
[D]

A questão é problemática, pois o que nos é inato é a capacidade


de reagir bem perante situações de certo tipo. No caso, o nervo vago
ao ser ativado produz uma sensação agradável quando nos
emocionamos diante de algum evento estético, isto é, diante de algum
evento sensível. Não se pode confundir a condição de possibilidade (por
exemplo, a existência do nervo vago e sua capacidade de realizar certa
função), com a própria qualidade moral e os sentimentos bons; quer
dizer, a materialização dessa função em algo bom necessita, como diz
a resposta do cientista à segunda pergunta, de um estímulo específico
contínuo. É, por isso, que deveríamos privilegiar “satisfações sociais
como diversão, toque...”. Portanto, as qualidades e os sentimentos são
construídos justamente através do incentivo social, ou seja, não são
inatas. O homem seria, pela perspectiva exposta na questão,
programado pela evolução para poder ser bom, e não para ser a priori
bom; o homem é programado para a possibilidade. Poderíamos dizer
que o homem é programado com livre-arbítrio.

Resposta da questão 6:
[B]

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Somente a alternativa [B] é incorreta. Esta contraria todas as
outras e corresponde ao inverso do que Adorno e Horkheimer
pensaram a respeito da Indústria cultural. Eles se utilizaram desse
conceito para evidenciar o papel da Arte na lógica de mercado
contemporâneo, que acaba por vulgarizar, banalizar e massificar o
fenômeno artístico.

Resposta da questão 7:
[D]

A Estética relaciona-se com um tipo de conhecimento que é


captado pelos sentidos. O gosto e a beleza dependem da forma como
o sujeito, mediante os sentidos, percebe os objetos.

Resposta da questão 8:
[E]

A alternativa [E] é a incorreta. Esta apresenta a visão de senso


comum a respeito do gosto, o que é bem diferente da investigação
filosófica a respeito da estética. Afirmar que a estética está destinada
ao fracasso utilizando-se do argumento de que “gosto não se discute”
corresponde a um erro metodológico.

Resposta da questão 9:
[A]

Somente a alternativa [A] é correta. A ciência, ainda que ofereça


um alto grau de fidedignidade devido ao seu rigor metodológico, não é

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a única forma de conhecimento existente. Justamente por depender da
objetividade, ela não serve para responder sobre as questões
metafísicas, existenciais, morais e transcendentais que os homens se
fazer. Também não podemos dizer que ela seja irrefutável, como bem
demonstram os filósofos da ciência.

Resposta da questão 10:


[B]

A dominação política veiculada através da indústria cultural


torna-se segundo Adorno e Horkeimer um mecanismo de dominação
política que acabavam por vislumbrar os meios de comunicação de
massa como uma perversão das ideias iluministas do século XVIII. Para
o iluminismo, o progresso da razão e da tecnologia iria libertar o
homem das crenças mitológicas e superstições, resultando numa
sociedade mais livre e democrática. Para isso, os pensadores da Escola
de Frankfurt, que eram judeus, se viram alvos da campanha nazista
com a chegada de Hitler ao poder nos anos 30, na Alemanha. Com o
apoio da máquina da propaganda, o nazismo era ma prova de como a
racionalidade técnica, que no iluminismo servira para libertar o
homem, estava escravizando e criando campos de concentração na
sociedade moderna.

Resposta da questão 11:


[D]

Em todas as suas expressões (poesia, arte pictórica e plástica),


a arte constitui, do ponto de vista ontológico, uma “mimesis”, uma

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“imitação” de realidades sensíveis. Em Platão, as coisas sensíveis
representam, sob o aspecto ontológico, uma “imagem” do eterno
“paradigma” da Ideia e, por isto, se afastam do verdadeiro à medida
que a cópia destoa do original.

Resposta da questão 12:


[D]

O texto afirma que a experiência estética exige não somente uma


experiência sensorial, mas também uma ação do intelecto. Nesse
sentido, estética exige tanto o sentir quanto o pensar humano, tal
como afirma a alternativa [D].

Resposta da questão 13:


[C]

A bioética corresponde a um campo de investigação


interdisciplinar que procura estabelecer diretrizes éticas para os
estudos relacionados à questão da vida. Tais diretrizes acabam por pôr
em questão uma pretensa autoridade científica, segundo a qual a
ciência não pode sofrer influências externas. O uso das novas
tecnologias em experiências sobre o corpo humano acaba por
demonstrar que até mesmo os estudos científicos necessitam de regras
de condutas e de abordagem éticas.

Resposta da questão 14:


[A]

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O médico aponta para a dificuldade do indivíduo em administrar
todos os riscos da saúde ao qual é exposto. Essa exigência imposta ao
sujeito foi chamada pelo médico de “riscofobia”, uma forma de
sofrimento emocional e opressivo, resultado de uma concepção
moralista a respeito da saúde.

Resposta da questão 15:


[A]

Walter Benjamin descreve a agitação da cidade e a emoção que


sentia em contemplar essa cena. Nesta manifesta-se, portanto, uma
noção de belo ressignificada, que agora aparece justamente na
plasticidade do cotidiano.

Resposta da questão 16:


[B]

Aristóteles, discípulo de Platão, foi suficientemente crítico para ir


além do mestre. Recusando o idealismo do mundo das ideias, admite
que somente o ser humano concreto existe. O modelo astronômico de
Aristóteles baseia-se na cosmologia de Eudoxo (400-347 a.C.), um dos
discípulos de Platão. Esse modelo é geocêntrico, ou seja, (tem a Terra
no centro) e é conhecido como “modelo das esferas homocêntricas”,
em que os sete corpos celestes (Lua, Sol e cinco planetas) se acham
cravados na própria esfera. O modo como Aristóteles propunha a visão
e o universo foi desfeito apenas no Renascimento, quando Galileu e,
posteriormente Kepler e Newton, “igualam Céu e Terra”, isto é,

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explicam a física e a astronomia pelas mesmas leis. O próprio Galileu,
quando ao seu método nos explica:

“A filosofia encontra-se escrita neste grande livro que continuamente


se abre perante nossos olhos (isto é, o universo), que não se pode
compreender antes de entender a língua e conhecer os caracteres com
os quais está escrito. Ele está escrito em língua matemática, os
caracteres são triângulos, circunferências e outras figuras geométricas,
sem cujos meios é impossível entender humanamente as palavras:
sem ele nós vagamos perdidos dentro de um obscuro labirinto”.

(GALILEU, G. O ensaiador, Col. Os pensadores, São Paulo, Abril


Cultural, 1973, p. 119).

Ao contrário de Aristóteles, Galileu valoriza a experiência e se


preocupa com a descrição dos fenômenos.

Resposta da questão 17:


[C]

Ambos consideram a arte como imitação. Pode-se, em certa


medida, dizer que a concepção platônica sobre a mímesis é negativa,
enquanto que a concepção aristotélica é positiva. Para o primeiro, a
arte como a pintura leva os mais ingênuos à ilusão. O segundo, por
sua vez, crê que a arte de imitar causa prazer.

Resposta da questão 18:


[D]

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Francis Bacon, filósofo empirista inglês, é considerado um dos


fundadores do método científico moderno. Baseado no raciocínio
indutivo, o método científico mais adequado para o domínio da
natureza seria a observação dos fenômenos naturais, como se afirma
na alternativa [D].

Resposta da questão 19:


[A]

Francis Bacon é considerado um dos fundadores da ciência


moderna no período que marca a passagem do pensamento escolástico
para o moderno. No texto escolhido para o enunciado, Bacon
demonstra seu desejo por um método que procura valorizar a
experiência, de acordo com leis seguras e de forma constante. Dentre
as alternativas, somente [A] apresenta esta visão que relaciona de
forma adequada ciência, conhecimento e experimentação.

Resposta da questão 20:


[D]

Somente a alternativa D está correta, pois exclui apenas a


afirmativa IV que, com efeito, não condiz com a descrição da educação
em “A república”. A ginástica, para os guardiães, tem efeito educativo,
mas não deve prevalecer sobre o cultivo do espírito (como bem lembra
a afirmativa III). Deste modo, não faz nenhum sentido uma exigência
tão rígida para os guardiães no que se refere aos exercícios físicos.

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5. CONSIDERAÇÕES FINAIS.
Muito bem, querido estudante. Se chegou até aqui é um bom
sinal: o de que tentou praticar todos os exercícios. Não se esqueça da
importância de ler a teoria completa e sempre consultá-la. Não esqueça
dos seus objetivos e dedique-se com toda a força para alcança-los.
Você sabe que com uma boa nota no ENEM poderá escolher uma ótima
universidade e também seu curso dos sonhos. Lembre-se sempre de
suas motivações: ter um bom emprego, estudar numa instituição de
prestigio e várias coisas mais, pois elas vão te dar a energia que você
precisa para encarar o desafio de estudar muito e fazer uma excelente
nota no ENEM. Sonhe alto, pois “quem sente o impulso de voar, nunca
mais se contentará em rastejar”.

Bons estudos, um grande abraço e foco no sucesso.

Até logo...

Prof. Sérgio Henrique Lima Reis.

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