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IN NATIVITATE DOMINI

Sollemnitas

“Hic, quia natus est vobis hodie Salvator, qui est Christus Dominus”

diebus 24-25 Decembris


Celebrationes in civitate Bethlehem
2020
OFÍCIO DAS LEITURAS E MISSA

INVITATÓRIO
(O Invitatório é, na Liturgia das Horas, uma introdução à oração de todo o dia, rezando-se ao iniciar a
primeira hora litúrgica do dia, que tanto pode ser a de Laudes como o Ofício de Leitura. Tem como
finalidade fazer um convite à oração e pedir a Deus que disponha os fiéis para melhor O-louvem​)

 
V.​ Abri os meus lábios, ó Senhor.
R.​ E minha boca anunciará vosso louvor.

Ant.: ​Vinde, adoremos:


O Cristo nasceu para nós.

Salmo 99(100)

O Salmo 99 (100) que sucede uma série de salmos reais (SI 92-98) é um Salmo de ação de graças
que traz uma ordem vibrante para louvar em público… Iubilate Domino, omnis terra. E se
dirigem a toda a Terra com o convite para agradecer publicamente ao Senhor.

Alegria dos que entram no templo

O Senhor ordena aos que foram salvos que cantem o hino de vitória ​(Sto. Atanásio).

=​2​ Aclamai o Senhor, ó terra inteira, †

servi ao Senhor com alegria, *

ide a ele cantando jubilosos!

R.

=​3​ Sabei que o Senhor, só ele, é Deus †

Ele mesmo nos fez, e somos seus, *

nós somos seu povo e seu rebanho.

R.

=​4​ Entrai por suas portas dando graças, †

e em seus átrios com hinos de louvor, *

dai-lhe graças, seu nome bendizei!


R.

=​5​ Sim, é bom o Senhor e nosso Deus, †

sua bondade perdura para sempre, *

seu amor é fiel eternamente!

R.

– Glória ao Pai e ao Filho, e ao Espírito Santo. *

Como era no princípio, agora e sempre. Amém.

HINO

(1. Ó Cristo que redime a todos, Tu único Filho, somente Tu do Pai, ao início de tudo,
a nós vem dado de modo inefável.)

SALMODIA

Ant. 1 ​Assim me falou o Senhor: “Tu és meu Filho, e eu hoje te gerei”

Salmo 2
(O Salmo 2, um salmo real, apresenta o glorioso reino do Messias, do Senhor que está por
vir. Este salmo indica profeticamente o reinado de Jesus. O Salmo 2 se desenvolve em quatro
partes, cada uma delas referente a uma voz ou orador diferente: (1) descrição dos planos dos
perversos (v. 1-3); (2) risada do Divino Pai Eterno diante da ilusão do ímpio (v. 4-6); (3)
declaração, pelo Filho, do decreto do Pai (v. 7-9); (4) orientação do Espírito a todos os reis
para que obedeçam ao Filho (v. 10-12).)

–​1​ Por que os povos agitados se revoltam? *


por que tramam as nações projetos vãos?
=​2​ Por que os reis de toda a terra se reúnem, †
e conspiram os governos todos juntos *
contra o Deus onipotente e o seu Ungido?

–​3​ “Vamos quebrar suas correntes”, dizem eles, *


“e lançar longe de nós o seu domínio!”
–​4​ Ri-se deles o que mora lá nos céus; *
zomba deles o Senhor onipotente.
–​5​ Ele, então, em sua ira os ameaça, *
e em seu furor os faz tremer, quando lhes diz:

–​6​ “Fui eu mesmo que escolhi este meu Rei, *


e em Sião, meu monte santo, o consagrei!”
=​7​ O decreto do Senhor promulgarei, †
foi assim que me falou o Senhor Deus: *
“Tu és meu Filho, e eu hoje te gerei!

=​8​ Podes pedir-me, e em resposta eu te darei †


por tua herança os povos todos e as nações, *
e há de ser a terra inteira o teu domínio.
–​9​ Com cetro férreo haverás de dominá-los, *
e quebrá-los como um vaso de argila!”

–​10​ E agora, poderosos, entendei; *


soberanos, aprendei esta lição:
–​11​ Com temor servi a Deus, rendei-lhe glória *
e prestai-lhe homenagem com respeito!

–​12​ Se o irritais, perecereis pelo caminho, *


pois depressa se acende a sua ira!
– Felizes hão de ser todos aqueles *
que põem sua esperança no Senhor!

– Glória ao Pai e ao Filho e ao Espírito Santo. *


Assim como era no princípio, agora e sempre e nos séculos dos séculos.
Amém.

Ant. 1 ​Assim me falou o Senhor: “Tu és meu Filho, e eu hoje te gerei”

Ant. 2​ ​Como um esposo, o Senhor sai de seu quarto nupcial.

Salmo 18(19)A
(Será cantada somente a primeira parte o salmo 18, onde o autor sagrado celebra a
revelação do Poder e Majestade de Deus na Criação, o testemunho universal e incessante
dos céus ao Criador. O povo do Primeiro Testamento identifica o legislador de Israel com o
Criador do Universo, sendo este um princípio fundante da religião hebraica. Hoje, o
salmista nos recorda que aquela revelação universal da majestade de Deus na criação,
manifestada para toda a humanidade, revelação essa desenvolvida na história do povo de
Deus, por meio dos profetas, através de tantos homens e mulheres, com o nascimento de
Jesus, a revelação de Deus chega à sua plenitude.)
–​2​ Os céus proclamam a glória do Senhor, *
e o firmamento, a obra de suas mãos;
–​3​ o dia ao dia transmite esta mensagem, *
a noite à noite publica esta notícia.

–​4​ Não são discursos nem frases ou palavras, *


nem são vozes que possam ser ouvidas;
–​5​ seu som ressoa e se espalha em toda a terra, *
chega aos confins do universo a sua voz.

–​6​ Armou no alto uma tenda para o sol; *


ele desponta no céu e se levanta
– como um esposo do quarto nupcial, *
como um herói exultante em seu caminho.

–​7​ De um extremo do céu põe-se a correr *


e vai traçando o seu rastro luminoso,
– até que possa chegar ao outro extremo, *
e nada pode fugir ao seu calor.

– Glória ao Pai e ao Filho e ao Espírito Santo. *


Assim como era no princípio, agora e sempre e nos séculos dos séculos.
Amém.

Ant. 2​ ​Como um esposo, o Senhor sai de seu quarto nupcial.

Ant. 3​ ​Vossos lábios espalham a graça, o encanto,


porque Deus, para sempre, vos deu sua bênção.

Salmo 44(45)
(O ​Salmo 44​ é um salmo real e uma canção de casamento real, celebra o
casamento. A estrutura: ( 1) introdução do tema do bem (v. 1); (2) votos de feliz
casamento para o grande rei (v. 2-9); (3) votos de feliz matrimônio para a bela
noiva (v. 10-15); (4) bênçãos, como conclusão, sobre o rei (v. 16,17).)

=​2​Transborda um poema do meu coração; †


vou cantar-vos, ó Rei, esta minha canção; *
minha língua é qual pena de um ágil escriba.

=​3​Sois tão belo, o mais belo entre os filhos dos homens! †


Vossos lábios espalham a graça, o encanto, *
porque Deus, para sempre, vos deu sua bênção.

–​4​Levai vossa espada de glória no flanco, *


herói valoroso, no vosso esplendor;

–​5 ​saí para a luta no carro de guerra *


em defesa da fé, da justiça e verdade!

= Vossa mão vos ensine valentes proezas, †


​6 ​vossas flechas agudas abatam os povos *
e firam no seu coração o inimigo!
=7 Vosso trono, ó Deus, é eterno, é sem fim; †
vosso cetro real é sinal de justiça: *
​8 ​Vós amais a justiça e odiais a maldade.

= É por isso que Deus vos ungiu com seu óleo, †


deu-vos mais alegria que aos vossos amigos. *
​9​Vossas vestes exalam preciosos perfumes.

– De ebúrneos palácios os sons vos deleitam. *


​10​ As filhas de reis vêm ao vosso encontro,
– e à vossa direita se encontra a rainha *
com veste esplendente de ouro de Ofir.

–​11​ Escutai, minha filha, olhai, ouvi isto: *


“Esquecei vosso povo e a casa paterna!
–​12​ Que o Rei se encante com vossa beleza! *
Prestai-lhe homenagem: é vosso Senhor!

–​13​ O povo de Tiro vos traz seus presentes, *


os grandes do povo vos pedem favores.
–​14​ Majestosa, a princesa real vem chegando, *
vestida de ricos brocados de ouro.

–​15​ Em vestes vistosas ao Rei se dirige, *


e as virgens amigas lhe formam cortejo;
–​16​ entre cantos de festa e com grande alegria, *
ingressam, então, no palácio real”.

–​17​ Deixareis vossos pais, mas tereis muitos filhos; *


fareis deles os reis soberanos da terra.
–​18​ Cantarei vosso nome de idade em idade, *
para sempre haverão de louvar-vos os povos!

– Glória ao Pai e ao Filho e ao Espírito Santo. *


Assim como era no princípio, agora e sempre e nos séculos dos séculos.
Amém.

Ant. 3​ ​Vossos lábios espalham a graça, o encanto,


porque Deus, para sempre, vos deu sua bênção.

V.​ O Verbo se fez carne, Aleluia.


R.​ E Habitou entre nós. Aleluia.
Primeira leitura

Do Livro do Profeta Isaías 11,1-10

A raiz de Jessé
Eis o que diz o Senhor Deus:
1 ​Nascerá uma haste do tronco de Jessé
e, a partir da raiz, surgirá o rebento de uma flor;
​ ​2 ​sobre ele repousará o espírito do Senhor:
espírito de sabedoria e discernimento,
espírito de conselho e fortaleza,
espírito de ciência e temor de Deus;
​3 ​no temor do Senhor encontra ele seu prazer.
Ele não julgará pelas aparências que vê
nem decidirá somente por ouvir dizer;
​4​ mas trará justiça para os humildes
e uma ordem justa para os homens pacíficos;
fustigará a terra com a força de sua palavra
e destruirá o mal com o sopro dos lábios.
5 ​Cingirá a cintura com a correia da justiça
e as costas com a faixa da fidelidade.
6 ​O lobo e o cordeiro viverão juntos
e o leopardo deitar-se-á ao lado do cabrito;
o bezerro e o leão pastarão lado a lado,
e até mesmo uma criança poderá tangê-los.
7​A vaca e o urso pastarão lado a lado,
enquanto suas crias descansam juntas,
o leão comerá palha como o boi;
8 ​a criança de peito vai brincar
em cima do buraco da cobra venenosa;
e o menino desmamado
não temerá por a mão na toca da serpente.
9 ​Não haverá danos nem mortes
por todo o meu santo monte:
a terra estará tão repleta do saber do Senhor
quanto as águas que cobrem o mar.
10 ​Naquele dia, a raiz de Jessé
se erguerá como um sinal entre os povos;
hão de buscá-la as nações,
e gloriosa será a sua morada.

Responsório

R. ​Nasceu hoje para nós o Rei dos céus, da Santa Virgem,


para levar a humanidade, que havia se perdido,
de volta ao reino do Senhor:
*​ Alegrem-se os anjos,
pois ao gênero humano​ ​a salvação apareceu.
V. ​Glória a Deus nas alturas
e paz na terra aos homens por ele amados, aleluia.
* ​Alegrem-se...
Segunda Leitura
Dos Sermões de São Leão Magno, papa
(Sermo 1 in Nativitate Domini, 1-3; PL 54,190-193) (Séc. V)

Toma consciência, ó Cristão, da tua dignidade


Hoje, amados filhos, nasceu o nosso Salvador. Alegremo-nos. Não pode haver
tristeza no dia em que nasce a vida; uma vida que, dissipando o temor da morte,
enche-nos de alegria com a promessa da eternidade.
Ninguém está excluído da participação nesta felicidade. A causa da alegria é
comum a todos, porque nosso senhor, vencedor do pecado e da morte, não tendo
encontrado ninguém isento de culpa, veio libertar a todos. Exulte o justo, porque
se aproxima da vitória; rejubile o pecador, porque lhe é oferecido o perdão;
reanime-se o pagão, porque é chamado à vida.
Quando chegou a plenitude dos tempos, fixada pelos insondáveis desígnios
divinos, o Filho de Deus assumiu a natureza do homem para reconciliá-lo com
seu criador, de modo que o demônio, autor da morte, fosse vencido pela mesma
natureza que antes vencera.
Eis por que, no nascimento do Senhor, os anjos cantam jubilosos: ​Glória a Deus
nas alturas;​ e anunciam: ​Paz na terra aos homens de boa vontade (Lc 2,14).
Eles vêem a Jerusalém celeste ser formada de todas as nações do mundo. Diante
dessa obra inexprimível do amor divino, como não devem alegrar-se os homens,
em sua pequenez, quando os anjos, em sua grandeza, assim se rejubilam?
Amados filhos, demos graças a Deus Pai, por seu Filho, no Espírito Santo; pois,
na imensa misericórdia com que nos amou, compadeceu-se de nós​. E quando
estávamos mortos por causa das nossas faltas, ele nos deu a vida com Cristo
(Ef 2,5) para que fôssemos nele uma nova criação, nova obra de suas mãos.
Despojemo-nos, portanto, do velho homem com seus atos; e tendo sido
admitidos a participar do nascimento de Cristo, renunciemos às obras da carne.
Toma consciência, ó cristão, da tua dignidade. E já que participas da natureza
divina, não voltes aos erros de antes por um comportamento indigno de tua
condição. Lembra-te de que cabeça e de corpo és membro. Recorda-te que foste
arrancado do poder das trevas e levado para a luz e o reino de Deus.
Pelo sacramento do batismo te tornaste templo do Espírito Santo. Não expulses
com más ações tão grande hóspede, não recaias sob o jugo do demônio, porque
o preço de tua salvação é o sangue de cristo.

Responsório

R. ​Hoje, a paz verdadeira desceu-nos do céu:.


*​ Hoje, os céus e a terra espalham doçura.
V. ​Raiou hoje o dia do novo resgate
de eterna alegria há muito esperado
*​ Hoje, os céus…

CANTO KALENDA
(​Um elemento importante para a ambientação pedagógica do Natal, de beleza litúrgica
admirável, a Kalenda contém o anúncio do Natal do Senhor sob o aspecto cronológico,
no qual são elencados os principais eventos da história da Salvação e momentos da
história da humanidade na qual Deus se revela.
Esta palavra é latina, formada de ​calare, e deriva do termo grego ​kaleo​, que significa chamar,
anunciar. ​Calenda (sing.) ou calendæ (pl.) é, no calendário romano, o primeiro dia do mês.
Inclusive dá origem à palavra calendário.)

Transcorridos muitos séculos desde que Deus criou o mundo e fez o homem à
sua imagem;
- séculos depois de haver cessado o dilúvio, quando o Altíssimo fez
resplandecer o arco-íris, sinal de aliança e de paz;
- vinte e um séculos depois do nascimento de Abraão, nosso pai;
- treze séculos depois da saída de Israel do Egito sob a guia de Moisés;
- cerca de mil anos depois da unção de Davi como rei de Israel;
- na septuagésima quinta semana da profecia de Daniel;
- na nonagésima quarta Olimpíada de Atenas;
- no ano 752 da fundação de Roma;
- no ano 538 do edito de Ciro autorizando a volta do exílio e a reconstrução de
Jerusalém;
- no quadragésimo segundo ano do império de César Otaviano Augusto,
enquanto reinava a paz sobre a terra, na sexta idade do mundo.
JESUS CRISTO DEUS ETERNO E FILHO DO ETERNO PAI, querendo
santificar o mundo com a sua vinda, foi concebido por obra do Espírito Santo e
se fez homem; transcorridos nove meses nasceu da Virgem Maria em Belém de
Judá.
Eis o Natal de Nosso Senhor Jesus Cristo segundo a natureza humana.
Venham, adoremos o Salvador.
Ele é Emanuel, Deus Conosco.

HINO DE GLÓRIA

Em resposta ao canto da Kalenda, a Igreja se une a sua voz à voz do exército


celeste para cantar jubilosa o Hino de Glória. Durante todo o Advento foi
omitido justamente sendo reservado para o momento em que vem anunciado
solenimente o Natal do Senhor.
ORAÇÃO COLECTA

Senhor nosso Deus, que fizestes resplandecer esta santíssima noite com o
nascimento de Cristo, verdadeira luz do mundo, concedei-nos que, tendo
conhecido na terra o mistério desta luz, possamos gozar no Céu o esplendor da
sua glória. Ele que é Deus convosco na unidade do Espírito Santo.
LITURGIA DA PALAVRA

I Leitura
Is 9,1-6
Foi-nos dado um filho.

Leitura do Livro do Profeta Isaías

1 ​O povo, que andava na escuridão, viu uma grande luz;


para os que habitavam nas sombras da morte, uma luz resplandeceu.
2 ​Fizeste crescer a alegria, e aumentaste a felicidade;
todos se regozijam em tua presença como alegres ceifeiros na colheita,
ou como exaltados guerreiros ao dividirem os despojos.
3 ​Pois o jugo que oprimia o povo, - a carga sobre os ombros, o orgulho
dos fiscais - tu os abateste como na jornada de Madiã.
4 ​Botas de tropa de assalto, trajes manchados de sangue,
tudo será queimado e devorado pelas chamas.
5 ​Porque nasceu para nós um menino, foi-nos dado um filho;
ele traz aos ombros a marca da realeza;
o nome que lhe foi dado é: Conselheiro admirável, Deus forte,
Pai dos tempos futuros, Príncipe da Paz.
6 ​Grande será o seu reino e a paz não há de ter fim
sobre o trono de Davi e sobre o seu reinado,
que ele irá consolidar e confirmar em justiça e santidade,
a partir de agora e para todo o sempre.
O amor zeloso do Senhor dos exércitos
há de realizar estas coisas.
Palavra do Senhor.
Salmo
Sl 95,1-2a.2b-3.11-12,13 (R. Lc 2,11)
R.​ Hoje nasceu para nós o Salvador, que é Cristo o Senhor.

Cantai ao Senhor Deus um canto novo,+


acantai ao Senhor Deus, ó terra inteira!*
Cantai e bendizei seu santo nome! ​R.

Dia após dia anunciai sua salvação,+


manifestai a sua glória entre as naçðes,*
e entre os povos do universo seus prodígios! ​R.

O céu se rejubile e exulte a terra,*


aplauda o mar com o que vive em suas águas;
os campos com seus frutos rejubilem*
e exultem as florestas e as matas ​R.

na presença do Senhor, pois ele vem,*


porque vem para julgar a terra inteira.
Governará o mundo todo com justiça,*
e os povos julgará com lealdade. ​R.
II Leitura
Tt 2, 11-14
Manifestou-se a bondade de
Deus para toda a humanidade.
Leitura da Carta de São Paulo a Tito

Caríssimo:
11 ​A graça de Deus se manifestou
trazendo salvação para todos os homens.
12 ​Ela nos ensina a abandonar a impiedade
e as paixões mundanas e a viver neste mundo
com equilíbrio, justiça e piedade
13 ​aguardando a feliz esperança e a manifestação da glória
do nosso grande Deus e Salvador, Jesus Cristo.
14 ​Ele se entregou por nós, para nos resgatar de toda
maldade e purificar para si um povo que lhe pertença
e que se dedique a praticar o bem.
Palavra do Senhor.
Evangelho
Lc 2,1-14
Hoje, nasceu para vós um Salvador.
+​ Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo segundo Lucas

1 ​Aconteceu que naqueles dias,


César Augusto publicou um decreto,
ordenando o recenseamento de toda a terra.
2 ​Este primeiro recenseamento foi feito
quando Quirino era governador da Síria.
3 ​Todos iam registrar-se cada um na sua cidade natal.
4 ​Por ser da família e descendência de Davi,
José subiu da cidade de Nazaré, na Galiléia,
até a cidade de Davi, chamada Belém, na Judéia,
5​ para registrar-se com Maria, sua esposa,
que estava grávida.
6​ Enquanto estavam em Belém,
completaram-se os dias para o parto,
7​ e Maria deu à luz o seu filho primogênito.
Ela o enfaixou e o colocou na manjedoura,
pois não havia lugar para eles na hospedaria.
8​ Naquela região havia pastores
que passavam a noite nos campos,
tomando conta do seu rebanho.
9​ Um anjo do Senhor apareceu aos pastores,
a glória do Senhor os envolveu em luz,
e eles ficaram com muito medo.
10​ O anjo, porém, disse aos pastores:
'Não tenhais medo!
Eu vos anuncio uma grande alegria,
que o será para todo o povo:
11​ Hoje, na cidade de Davi, nasceu para vós um Salvador,
que é o Cristo Senhor.
12​ Isto vos servirá de sinal:
Encontrareis um recém-nascido
envolvido em faixas e deitado numa manjedoura.'
13​ E, de repente, juntou-se ao anjo
uma multidão da corte celeste.
Cantavam louvores a Deus, dizendo:
14​ 'Glória a Deus no mais alto dos céus,
e paz na terra aos homens por ele amados.'
Palavra da Salvação.
Homilia de Natal 2020
Mons. Pierbattista Pizzaballa
Patriarca Latino de Jerusalém

“​O povo, que andava na escuridão, viu uma grande luz; para os que
habitavam nas sombras da morte, uma luz resplandeceu”​ (Is, 9,1).

Caríssimos...
A profecia de Isaías e o Evangelho do Natal que apenas escutamos
iluminam também este ano a noite dos pastores e a noite do mundo inteiro.
Todos nós nos sentimos obscurecidos, cansados, exaustos, oprimidos por
muito tempo sob o pesado jugo desta pandemia que está bloqueando
nossas vidas, paralisando as relações, colocando a política, a economia, a
cultura e a sociedade a uma dura prova. As antigas fraquezas estruturais
foram ampliadas e nenhuma solução clara e compartilhada parece surgir
no horizonte.
Também aqueles que nos governam estão tateando no escuro. As
comunidades cristãs, por sua vez, lutam para manter os ritmos
estabelecidos ao longo do tempo e não conseguem imaginar o novo que
virá.
Muitos nos últimos meses, como e melhores do que eu, tentaram fazer um
diagnóstico, imaginar cenários futuros, pintar mais ou menos com cores a
atual situação sombria.
Porém, na minha primeira Missa de Natal como Patriarca, não quero
concordar com a voz de quem bem sabe descrever a noite. Devo, quero,
dar voz à profecia, fazer eco do Evangelho a mim mesmo, comunicar-vos
a graça desta hora.
Sim, irmãos e irmãs, porque o que estamos vivendo aqui, agora, é uma
hora de graça!
Não é uma piedosa ilusão, nem fuga romântica em uma religião
tranquilizadora ou consolação barata.
“Um menino nasceu para nós, um filho nos foi dado”​: esta é a certeza dos
cristãos. A noite, qualquer noite, não é a última palavra da nossa história e
da humanidade. Se Aquele que é Luz da Luz nasceu à noite, então a noite
também pertence ao dia, aliás, a noite torna-se Natal, ou seja, torna-se o
lugar de um novo e possível nascimento. Nós, cristãos, sabemos que no
fundo das nossas crises, dentro de nossas trevas, no meio das nossas
fraquezas, nasceu uma criança que é um Deus poderoso e com ela
começou uma nova história de confiança e esperança, de renascimento e
ressurreição. A vida divina que Cristo nos traz como dom pode e quer
transformar a morte em vida, a dor em esperança, o medo em confiança.
Crer nele não é negar sem razão a realidade, mas ter um olhar novo e
profundo que nos faz ver nas dores da criação as dores de um novo
nascimento. Crer é continuar caminhando não com a obstinação dos que
não desistem, mas com a confiança dos que tendem e aguardam uma meta.
“​A graça de Deus apareceu, a qual traz salvação a todos os homens”
(Tito 2:11). Sobre a cena deste mundo não age somente o mal, o
sofrimento e a morte. Se o mal abunda, a graça superabunda. Esta atua nas
mentes e nos corações, ensina novos caminhos de justiça e paz, de
esperança e vida. O que aconteceu aqui há 2.000 anos não é um conto de
fadas nem um mito, mas o início de uma nova história da qual, se
quisermos, podemos ser os protagonistas. Uma presença misteriosa, mas
real, preenche de si o mundo. A vida que começou aqui em Belém
derrotou a morte e nos autoriza a esperar naquela vitória que ainda hoje
está acontecendo. Esperar na graça de Cristo não é iludir-se, mas encontrar
motivos para se comprometer na construção de uma nova ordem. A
pandemia, com seu fardo de sofrimento e morte, nos pede que imaginemos
um mundo diferente, feito de novas relações solidárias e fraternas, onde a
posse é substituída pelo dom e a riqueza de uns poucos se torne bem de
todos.
“Hoje nasceu para vós um Salvador, que é o Cristo Senhor” (​ Lc 2, 11).
Existe a salvação e ela tem um rosto e um nome: o de Jesus Cristo. Ele é o
Filho de Deus, a Sabedoria e glória do Pai que, por sua misericórdia, quis
compartilhar nossas alegrias e as nossas dores, até a morte e para além
dela. Ele percorreu as nossas mesmas estradas, chorou as nossas lágrimas,
compartilhou os nossos sofrimentos lavando nossos pés até o fim. Com a
Encarnação, ele se uniu de algum modo a cada homem, tomando o que é
nosso e dando-nos o que é seu (cf. GS 22). Nesta cidade de Belém ele
nasceu para se fazer comida e bebida, ensinando-nos que não há salvação
fora do amor dado e recebido. Salvar o homem é servi-lo: e nós nos
salvaremos desta e de todas as outras crises e desastres somente se
fizermos do bem comum o nosso interesse supremo. “​O Natal da Cabeça é
o Natal do Corpo”, escreve São Leão Magno (Discurso VI para o Natal)​.
Percebemos, nesta tragédia, que estamos todos conectados e que somos
responsáveis ​uns pelos outros: A Igreja, Corpo de Cristo, sempre soube
disso: o Salvador que nasceu hoje também nos faz renascer com a
consciência de que somos todos filhos e, portanto, todos irmãos, como nos
lembra o Santo Padre e que por isso o amor é o único caminho verdadeiro
de salvação.
Irmãos e irmãs,
esta noite não queremos e não podemos esquecer a tristeza e a
preocupação que toma conta do coração do mundo como um vício. Mesmo
aqui na Terra Santa, não somos exceção. Vivemos em uma terra que tem
como vocação a pluralidade e a abertura ao mundo, mas testemunhamos
continuamente atitudes opostas. Em vez de sermos inclusivos, somos cada
vez mais exclusivos: em vez de nos reconhecermos, nos negamos uns aos
outros. Penso em particular aos nossos fiéis que vivem na Palestina: como
para Maria e José, também para eles parece não haver lugar no mundo,
continuamente convidados, antes de poderem viver com dignidade em sua
casa, a esperar um futuro desconhecido e continuamente adiado.
Mas não queremos e nem podemos esquecer que com o nascimento de
Cristo o próprio Deus entrou no mundo, orientando o caminho para um
futuro de alegria e paz. Em meio aos nossos medos, queremos agarrar a
mão que Cristo nos oferece para um renovado caminho de confiança,
esperança e amor.
Portanto, esta noite queremos contemplá-lo com os pastores, cantá-lo com
os anjos, recebê-lo com Maria e José, oferecer-lhe com os Magos o
incenso da nossa fé difícil, a mirra da nossa esperança sofrida e o ouro do
nosso amor confiante, e colocar-nos de volta na caminho.
A Ele, Deus poderoso, pedimos de desterrar a doença, o mal e a morte e
restitui-nos os dias felizes e serenos.
A Ele, Admirável Conselheiro, queremos pedir que ilumine os politicos,
médicos e investigadores, e todos os que procuram com sinceridade de
coração soluções justas e verdadeiras para o bem de todos.
A Ele, Pai para sempre, entregamos os enfermos, os pobres, os sofredores
e os defuntos, para que todos sejam visitados pela sua misericórdia que
cura, conforta, consola e vivifica.
A Ele, Príncipe da Paz, confiamos esta nossa Terra e a nossa Igreja, cujas
feridas tornam-se ainda mais difíceis de curar neste momento difícil e
doloroso.
A Ele, Graça de Deus encarnada, pedimos converter-nos dos nossos
egoísmos e dos nossos fechamentos em bons e santos pensamentos e
obras, para que a nossa colaboração fiel e concreta corresponda ao seu
dom inefável.
A Ele, nosso Salvador e Senhor, prometemos de dar o que somos e temos
para que “se conhecido na terra o seu caminho e entre todos os povos a
sua salvação” (cf. Sl 67, 3). Amém.
CREDO NICENO-CONSTANTINOPOLITANO

(CIC paragraf.: 195 “O Símbolo denominado niceno-constantinopolitano tem a sua


grande autoridade no fato de ter resultado dos dois primeiros Concílios ecumênicos
(325 e 381). Ainda hoje ele é comum a todas as grandes Igrejas do oriente e do
Ocidente” )

Creio em um só Deus, Pai Todo-Poderoso, criador do céu e da terra, / de todas


as coisas visíveis e invisíveis. / Creio em um só Senhor, Jesus Cristo, Filho
Unigênito de Deus, / nascido do Pai antes de todos os séculos: Deus de Deus,
luz da luz, / Deus verdadeiro de Deus verdadeiro, / gerado, não criado,
consubstancial ao Pai. / Por ele todas as coisas foram feitas. / E por nós,
homens, e para nossa salvação, desceu dos céus: e se encarnou pelo Espírito
Santo, / no seio da Virgem Maria, e se fez homem. Também por nós foi
crucificado sob Pôncio Pilatos; / padeceu e foi sepultado. / Ressuscitou ao
terceiro dia, / conforme as Escrituras, / e subiu aos céus, / onde está sentado à
direita do Pai. / E de novo há de vir, / em sua glória, / para julgar os vivos e os
mortos; / e o seu reino não terá fim. / Creio no Espírito Santo, / Senhor que dá a
vida, / e procede do Pai e do Filho; / e com o Pai e o Filho é adorado e
glorificado: / ele que falou pelos profetas. / Creio na Igreja, una, santa, católica
e apostólica. / Professo um só batismo para remissão dos pecados. / E espero a
ressurreição dos mortos / e a vida do mundo que há de vir. - Amém.

ORAÇÃO UNIVERSAL

Episcopus: ​Nesta Noite, irmãos caríssimos, na qual apareceu para nós a bondade e o amor
do Salvador e Deus nosso, não por obra de nossa justiça, mas confiando em sua
misericórdia, apresentemos nossas súplicas.

Eleitores: ​Pela Igreja de Deus


 

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